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Sobre a Missa, a lei da Igreja é clara em defini-la:“Cân. 897 – Augustíssimo sacramento é a santíssima Eucaristia, na qualse contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qualcontinuamente vive e cresce a Igreja. O sacrifício eucarístico, memorialda morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos oSacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã,por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e secompleta a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos etodas obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com asantíssima Eucaristia e a ela se ordenam.” (Código de Direito Canônico)Tal é a importância da Santa Missa, que precisamos ter sempre maisadoração a Cristo que nela se oferece por nós, e procurar delaparticipar com devoção e piedade, demonstrando os mesmossentimentos que São João Evangelista e a Santíssima Virgemdemonstraram diante de Nosso Senhor morto na Cruz.

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Rafael Vitola Brodbeck

Manual da Santa Missa

1a edição

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Direitos do autor

Brodbeck, Rafael Vitola. 1978 -

Manual da Santa Missa

Pelotas, RS: 2008

(1a edição: 121 páginas)

Bibliografia:

1. Teologia; 2. Cristianismo; 3. Doutrina da Igreja; 4. Liturgia Católica

I. Brodbeck, Rafael Vitola, II. Título

Índice para Catálogo Sistemático: CDD-266.4

Cristandade: liturgia católica

Capa: A Missa de Paulo III, pintura de Anton Maria Panico (1560-1609), Igreja Paroquial do Santíssimo Salvador em Farnese - Itália.

Copyright ©

Proibida a reprodução e difusão, salvo para citação em outras obras e trabalhos. O adquirente deste e-book tem permissão de imprimir as cópias que considerar necessárias para uso pessoal. Toda a renda de aquisição deste e-book irá para apostolados em defesa e promoção da santa liturgia católica.

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SUMÁRIO

MOTIVO DA OBRA 10

APRESENTAÇÃO 12

PREFÁCIO 14

INTRODUÇÃO 16

PREÂMBULO 16 FINALIDADE DESTE LIVRO: MOSTRAR O QUE É A SANTA MISSA E AUXILIAR SUA MELHOR E MAIS

ORTODOXA CELEBRAÇÃO 23 A CRIAÇÃO E O PECADO ORIGINAL ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. A LEI MORAL INSCRITA NOS CORAÇÕES DOS HOMENS, E A NOÇÃO DE SACRIFÍCIO ERRO! INDICADOR

NÃO DEFINIDO. INTRODUÇÃO À PEDAGOGIA DIVINA E À ALEGORIA VÉTERO-TESTAMENTÁRIA: TIPOS, SINAIS, SÍMBOLOS E

FIGURAS ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. A IDÉIA DE SACRIFÍCIO NO ANTIGO TESTAMENTO: ABEL, NOÉ, MELQUISEDEQUE, ABRAÃO, ISAAC E

JACÓ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. A REVELAÇÃO DE DEUS NA ALIANÇA COM MOISÉS: O CULTO LEVÍTICO ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. O SACRIFÍCIO VICÁRIO DE CRISTO ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. ANTECIPAÇÃO DO SACRIFÍCIO: A ÚLTIMA CEIA ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. A MISSA, ENQUANTO CENA DOMINI ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. FINALIDADES DO SACRIFÍCIO ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. A MISSA É TAMBÉM SACRAMENTO ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. FUNÇÕES SAGRADAS E RITO NA MISSA ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. BENS QUE SE ADQUIRE COM A PARTICIPAÇÃO NA SANTA MISSA ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. RESUMO: OS FRUTOS DA SANTA MISSA CORRETAMENTE CELEBRADA! ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

CAPÍTULO I ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

– INTRODUÇÃO À TEOLOGIA DA SANTA MISSA ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. POR QUE VEIO JESUS CRISTO AO MUNDO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO SE DEU O SACRIFÍCIO DE JESUS CRISTO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. O SACRIFÍCIO DE JESUS CRISTO, ENTÃO, FOI SUFICIENTE PARA PAGAR POR NOSSOS PECADOS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. DE ONDE O HOMEM ENTENDE QUE É NECESSÁRIO UM SACRIFÍCIO PARA AGRADAR A DEUS? O

SACRIFÍCIO DE JESUS CRISTO FOI, DE ALGUMA FORMA, PREFIGURADO, SIMBOLIZADO OU PREPARADO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. O QUE JESUS CRISTO FEZ NA ÚLTIMA CEIA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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QUANDO O SACRIFÍCIO DE JESUS CRISTO É NOVAMENTE TORNADO PRESENTE? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. O QUE É A SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. ENTÃO, NÃO SÃO DOIS SACRIFÍCIOS, O DA CRUZ E O DA MISSA, MAS UM SÓ, O DA CRUZ, TORNADO

PRESENTE NA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. A SANTA MISSA, ENTÃO, É O ATO MAIS IMPORTANTE DA VIDA E DO CULTO CRISTÃOS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. POR QUE A SANTA MISSA TEM ESSE NOME? QUAIS OS OUTROS NOMES PARA DESIGNÁ-LA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUAIS OS FINS DA SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUAL O VALOR DA SANTA MISSA? DE QUE MANEIRA RECEBEMOS OS FRUTOS DA SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. POR QUEM SE PODE OFERECER A SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. DE QUE FORMA OS PADRES E BISPOS ESTÃO UNIDOS A CRISTO? QUEM PODE CELEBRAR A SANTA

MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. A PALAVRA “LITURGIA” REFERE-SE UNICAMENTE À CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR

NÃO DEFINIDO. DE QUE MANEIRA A LITURGIA TERRESTRE REFLETE A LITURGIA CELESTE? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. HÁ AINDA OUTROS ASPECTOS NA TEOLOGIA DA SANTA MISSA QUE DEVEMOS CONSIDERAR? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. NA SANTA MISSA, COMO NA CRUZ, A VÍTIMA É JESUS CRISTO. DE QUE MODO? ERRO! INDICADOR

NÃO DEFINIDO. QUAIS OS EFEITOS DO SACRAMENTO DA EUCARISTIA NA ALMA DO COMUNGANTE? ERRO! INDICADOR

NÃO DEFINIDO. SABEMOS QUE, POR SER SEU SACRIFÍCIO E TAMBÉM PELA CONVERSÃO DOS DONS DO PÃO E DO VINHO

NO SEU CORPO E SANGUE, CRISTO, DEUS FILHO, ESTÁ PRESENTE NA SANTA MISSA. E QUANTO A DEUS

PAI, TAMBÉM SE FAZ PRESENTE NA MISSA? DE QUE MANEIRA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. E DEUS ESPÍRITO SANTO TAMBÉM ESTÁ PRESENTE NA SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. SOMOS OBRIGADOS A ASSISTIR A SANTA MISSA? EM QUE DIAS? POR QUAIS MOTIVOS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

CAPÍTULO II ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

– REGRAS LITÚRGICAS GERAIS DO RITO ROMANO ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. A SANTA MISSA FOI SEMPRE CELEBRADA? E DA MESMA FORMA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. ONDE ESTÃO DESCRITAS AS REGRAS LITÚRGICAS DO RITO ROMANO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TAIS REGRAS PODEM SER MUDADAS PELO PADRE? E PELO BISPO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. AS RUBRICAS A OBSERVAR DURANTE A SANTA MISSA OBRIGAM SOB QUE GRAVIDADE? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. O RITO ROMANO MODERNO, TAMBÉM CONHECIDO COMO “NOVUS ORDO MISSAE”, INAUGURADO

PELO PAPA PAULO VI, EM 1970, EM RAZÃO DA REFORMA LITÚRGICA SOLICITADA PELO DECRETO DO

CONCÍLIO VATICANO II, E ATUALMENTE UTILIZADO COMO NORMATIVO PELA SANTA SÉ E PELA IGREJA

OCIDENTAL, SUBSTITUIU O RITO ROMANO TRADICIONAL, DE SÃO PIO V, IMPEDINDO A CELEBRAÇÃO

DESTE? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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EM QUE LÍNGUA DEVE SER CELEBRADA A SANTA MISSA, NO RITO ROMANO? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. COMO DEVE SER O ALTAR? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. PODE O SACERDOTE CELEBRAR MAIS DE UMA SANTA MISSA POR DIA? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. QUAL O LUGAR DA CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

CAPÍTULO III ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

– RITOS INICIAIS E LITURGIA DA PALAVRA ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUAIS AS GRANDES PARTES DA SANTA MISSA, NO RITO ROMANO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUE CONTÉM OS RITOS INICIAIS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A ENTRADA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A SAUDAÇÃO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITO O ATO PENITENCIAL? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITO O KYRIE? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITO O ASPERGES? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITO O GLÓRIA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A COLETA, OU ORAÇÃO DO DIA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUE CONTÉM A LITURGIA DA PALAVRA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVEM SER FEITAS AS LEITURAS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITO O SALMO RESPONSORIAL? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A SEQÜÊNCIA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO E POR QUEM DEVE SER FEITA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. COMO E POR QUEM DEVE SER FEITA A HOMILIA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A PROFISSÃO DE FÉ? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A ORAÇÃO UNIVERSAL? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

CAPÍTULO IV ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

– LITURGIA EUCARÍSTICA E RITOS FINAIS ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUE CONTÉM A LITURGIA EUCARÍSTICA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A PREPARAÇÃO DO ALTAR? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITO O OFERTÓRIO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A ORAÇÃO EUCARÍSTICA? QUEM DEVE FAZÊ-LA? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. E A DOXOLOGIA QUE ESTÁ FINAL DA ORAÇÃO EUCARÍSTICA, A QUAL COMEÇA COM “POR

CRISTO...”, DEVE SER FEITA POR QUEM? PODEMOS ESTENDER A MÃO EM DIREÇÃO AO ALTAR, COMO É

COSTUME EM ALGUMAS PARÓQUIAS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO ESCOLHER A ORAÇÃO EUCARÍSTICA MAIS ADEQUADA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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COMO DEVE SER FEITA, NA MISSA, A ORAÇÃO DOMINICAL, OU PAI NOSSO? PODE-SE DAR AS MÃOS

DURANTE ESSE MOMENTO? E LEVANTÁ-LAS, COMO FAZ O PADRE? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITO O RITO DA PAZ? É PERMITIDO ALGUM CANTO NESSE MOMENTO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A FRAÇÃO DO PÃO, OU CORDEIRO DE DEUS? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A COMUNHÃO DO CELEBRANTE E DOS MINISTROS? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A COMUNHÃO DA ASSEMBLÉIA? QUEM DEVE DISTRIBUIR A COMUNHÃO?

ONDE DEVE O FIEL RECEBER A COMUNHÃO, NA MÃO OU NA LÍNGUA? E EM QUE POSIÇÃO CORPORAL, DE PÉ OU DE JOELHOS? PODE O SACERDOTE PROIBIR DETERMINADA MANEIRA DE COMUNGAR? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUANDO, DURANTE A SANTA MISSA, A COMUNHÃO EUCARÍSTICA PODE SER DISTRIBUÍDA SOB AS DUAS

ESPÉCIES DE PÃO E DE VINHO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUEM PODE COMUNGAR? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. O QUE SÃO MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA COMUNHÃO EUCARÍSTICA (MECE'S)? QUANDO

PODEM SER USADOS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUEM DEVE, PORTANTO, DISTRIBUIR A COMUNHÃO ORDINARIAMENTE? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. COMO E POR QUEM DEVE SER FEITA A PURIFICAÇÃO DOS VASOS SAGRADOS? ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A AÇÃO DE GRAÇAS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUE CONTÉM OS RITOS FINAIS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVEM SER DADOS OS AVISOS E COMUNICAÇÕES? EM QUE MOMENTO DA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER DADA A BÊNÇÃO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVE SER FEITA A DESPEDIDA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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CAPÍTULO V ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

– MINISTROS, PARAMENTOS, GESTOS, VASOS E OBJETOS UTILIZADOS NA SANTA

MISSA ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUAIS OS MINISTROS PARTICIPANTES DA SANTA MISSA? O QUE FAZEM?ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUAIS OS TEMPOS EM QUE SE DIVIDE O CALENDÁRIO LITÚRGICO ROMANO E UNIVERSAL?ERRO! INDICADOR NÃO DEFINID

QUAIS SÃO OS PARAMENTOS UTILIZADOS POR CADA MINISTRO DURANTE A CELEBRAÇÃO DA

SANTA MISSA? E OS PARAMENTOS UTILIZADOS FORA DA SANTA MISSA, EM OUTROS ATOS

LITÚRGICOS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. PODE A ESTOLA SER COLOCADA POR CIMA DA CASULA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. É POSSÍVEL QUE O CELEBRANTE OFEREÇA A SANTA MISSA TRAJANDO A ESTOLA SOMENTE POR

CIMA DA BATINA OU DO HÁBITO RELIGIOSO, SEM USAR ALVA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVEM ESTAR TRAJADOS OS CLÉRIGOS QUE, ASSISTINDO A SANTA MISSA, NÃO A

ESTEJAM CELEBRANDO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUAIS AS CORES LITÚRGICAS? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUAIS AS POSIÇÕES CORPORAIS DURANTE A SANTA MISSA? QUANDO SE DEVE GENUFLETIR OU

AJOELHAR-SE? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUAIS OS OBJETOS USADOS NA MISSA? E QUANTAS VELAS DEVEM SER USADAS?ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. DE QUE MATERIAL DEVEM SER FEITOS OS VASOS? É PERMITIDO QUE O CÁLICE E A PATENA SEJAM

DE VIDRO, CERÂMICA OU MATERIAL SEMELHANTE? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. QUANDO SE PODE UTILIZAR O INCENSO DURANTE A SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. O QUE É A SANTA MISSA CANTADA E A SANTA MISSA REZADA? O QUE É MISSA SOLENE? O QUE

É MISSA PONTIFICAL? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. COMO DEVEM SER OS CANTOS NA SANTA MISSA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. É POSSÍVEL HAVER UMA “DANÇA LITÚRGICA” DURANTE A SANTA MISSA?ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. É PERMITIDO QUE A SANTA MISSA SEJA INTERROMPIDA PARA ALGUMA APRESENTAÇÃO

ARTÍSTICA, AINDA QUE DE CARÁTER RELIGIOSO OU TENDO RELAÇÃO COM O TEMA DO

EVANGELHO DO DIA OU DA FESTA? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. O QUE FAZER PARA QUE OS SACERDOTES QUE NÃO CELEBRAM A SANTA MISSA DE ACORDO

COM AS RUBRICAS E NORMAS LITÚRGICAS PASSEM A FAZÊ-LO? ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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MOTIVO DA OBRA

Sobre a Missa, a lei da Igreja é clara em defini-la:

“Cân. 897 – Augustíssimo sacramento é a santíssima Eucaristia, na qual se contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qual continuamente vive e cresce a Igreja. O sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam.” (Código de Direito Canônico)

Tal é a importância da Santa Missa, que precisamos ter sempre mais adoração a Cristo que nela se oferece por nós, e procurar dela participar com devoção e piedade, demonstrando os mesmos sentimentos que São João Evangelista e a Santíssima Virgem demonstraram diante de Nosso Senhor morto na Cruz.

Por sua vez, o Santo Padre há muito vem demonstrando sua preocupação quanto às graves desordens que se instalaram em relação à observância das normas litúrgicas.

Em muitos ambientes católicos, as rubricas do Missal Romano não são seguidas convenientemente; parece que a ordem da celebração tornou-se propriedade de cada padre, eis que inovações, alterações, mudanças ilegítimas e demais exercícios abusivos do que seja criatividade, são constantemente introduzidos em várias celebrações da Missa.

A crise que se seguiu ao Concílio Vaticano II atingiu todos os aspectos da vida cristã: proliferaram as heresias, erros começaram a ser pregados nas igrejas e ensinados nos seminários, uma verdadeira cultura de ódio à Tradição e amor às novidades ganhou força, as vocações diminuíram, espírito de crítica sistemática assumiu posturas proto-cismáticas – tanto de modernistas quanto de certo tradicionalismo infiel ao Magistério –, o número de fiéis que se bandearam para as seitas aumentou consideravelmente, e “também a liturgia foi violada.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Discurso em 6 de fevereiro de 1981)

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Não foi sem um deturpado conceito sobre a Santa Missa que os abusos tomaram conta de alguns lugares. O liturgicismo e o modernismo, por sua tendência protestante, realça na Missa o aspecto de Ceia, mas esquece o que lhe é fundamental: a Missa é um sacrifício, como ensinaram Trento e próprio Vaticano II – em nome do qual são invocadas determinadas posturas, em nada coerentes com o texto e as definições do sínodo.

Para combater as más doutrinas sobre a Missa e a desobediência às normas que regem sua celebração, o Papa lançou a Encíclica Ecclesia de Eucharistia, em que recorda o tradicional ensino da Igreja sobre o tema. Em seguida aprovou a minuciosa Instrução Redemptionis Sacramentum, coletânea de muitos outros documentos pontifícios, citados contra os mais freqüentes abusos. Convocou, outrossim, para 2004 e 2005, um Ano Eucarístico, que será encerrado com o Sínodo dos Bispos, o qual tratará exatamente sobre a Missa, fons et culmen vitae et misionis Ecclesiae.

Na esteira do Papa, seguindo seu exemplo e respondendo a seu apelo – e aos pedidos de milhos de católicos, ávidos pela Santa Missa correta e reverentemente celebrada –, lançamos nossa humilde obra. Este livro quer contribuir para que os leigos assistam melhor o Santo Sacrifício, e para que os sacerdotes possam oferecê-lo de maneira cada vez mais digna e esplendorosa, com o auxílio de santos ministros.

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APRESENTAÇÃO

Conheci o Dr. Rafael em fóruns católicos da Internet e posso dizer com sinceridade que é um grande defensor da Fé, muito sábio e sempre fiel aos ensinamentos do Sagrado Magistério. Ele tem o dom de explicar com clareza as questões mais complexas, pois sua vida de leitura e estudos da Doutrina Católica vem de longa data, com um esforço exemplar e grande seriedade.

Em questões de apologética, Direito canônico, dúvidas litúrgicas, e cultura católica em geral, tenho o Dr. Rafael como uma fonte segura de consulta e aprendizado.

Que o Espírito Santo continue a iluminar esta inteligência que está à serviço de Deus e da Santa Igreja!

Que Nossa Senhora o acompanhe em seus trabalhos de evangelização e em todo o seu apostolado, que graças a Deus é feito com a mais extrema dedicação!

Pe. Tiago Roney Sanxo

Paróquia São Joaquim e Sant'Ana

Diocese de Santo Amaro, São Paulo – SP

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PREFÁCIO

É com satisfação que escrevo o prefácio desse livro (e-book) do Dr. Rafael Vitola Brodbeck sobre a Santa Missa. Antes de tudo quero louvar a sua iniciativa e disponibilidade em colocar ao público católico um Manual detalhado e bem redigido sobre o ato mais importante da nossa fé católica, a celebração da Sagrada Eucaristia.

Infelizmente a maioria do povo católico ainda não compreende até o fundo o grande significado desta Celebração, e, por isso, não participa dela com mais frequência e ardor, deixando de receber seus frutos.

Este Manual, muito bem elaborado pelo Dr. Rafael, lastreado na “sã doutrina da fé” (Tt 1, 9), pela Sagrada Tradição da Igreja, e nas normas emitidas pela Santa Sé, traz uma explicação detalhada e minuciosa da Santa Missa em todos os seus aspectos: teológico, litúrgico, pastoral.

O Código de Direito Canônico da Igreja se refere à santa Missa como as palavras: “Augustíssimo sacramento é a santíssima Eucaristia, na qual se contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qual continuamente vive e cresce a Igreja. O sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam.” (Cânon 897)

Essas palavras da Igreja condensam toda a importância da Santa Missa; e, portanto, os fiéis católicos, bem como os sacerdotes, diáconos, ministros extraordinários, acólitos, etc., devem se esmerar ao máximo para a correta celebração do Augusto “Mistério da Fé”.

Este Manual ajuda o fiel a compreender a grandeza e todo o significado da Santa Missa, desde sua prefiguração nos sacrifícios do Antigo Testamento até a celebração da Nova e Eterna Aliança por Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele torna fácil para os fiéis compreenderem as várias dimensões da Missa: sacrifício, banquete, sacramento, bem como suas finalidades e seus frutos.

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Por outro lado, podem os fiéis aprender neste Manual como participar bem da celebração, e ver respondidas muitas perguntas que o povo faz sobre a mesma. Por quem se pode oferecer a Santa Missa? Quem pode celebrar a Santa Missa? Somos obrigados a assistir a Santa Missa? Em que dias? Por quais motivos? Por que razão as regras quanto à celebração da Missa devem ser fielmente observadas? Onde estão descritas as regras litúrgicas do rito romano? Tais regras podem ser mudadas pelo padre e pelo Bispo? Em que língua deve ser celebrada a Santa Missa? Como deve ser o altar? Pode o sacerdote celebrar mais de uma Santa Missa por dia? Pode o sacerdote celebrar a Santa Missa sem ninguém assistindo?

Da mesma forma o Manual explica em detalhes as partes da Santa Missa: Ritos Iniciais, a Entrada, a Saudação, o Ato Penitencial, o Kyrie, o Asperges, o Glória, a Coleta (Oração do Dia), a Liturgia da Palavra, as Leituras, o Salmo Responsorial, a Seqüência, a Aclamação ao Evangelho, a Homilia, a Profissão de Fé, a Oração Universal, a Liturgia Eucarística, a Preparação do Altar, o Ofertório, a Oração sobre as Oferendas, a Oração Eucarística, a Doxologia, o Pai Nosso, o Rito da Paz, os cantos, o Cordeiro de Deus, a distribuição da Comunhão, etc.

O Manual apresenta ainda uma detalhada explicação sobre os ministros extraordinários da Comunhão, os paramentos usados, os gestos e os objetos usados na celebração.

Por tudo isso, e muito mais que o Manual apresenta, seu valor é grande e muito oportuno, pelo que parabenizo o Dr. Rafael por sua iniciativa. Espero em Deus que lançado na internet possa se propagar rapidamente e se tornar um importante instrumento para que os fiéis católicos possam compreender melhor a Santa Missa, “centro e ápice da nossa fé”, como disse o querido e saudoso Papa João Paulo II.

Rogo ao Senhor da Glória, que instituiu tão grande Sacramento, e a Sua Santíssima Mãe, a que mais cooperou para a nossa salvação, abençoem este Manual e seu autor, para que possam dar muitos frutos de salvação.

Felipe Aquino

Lorena, 14 de Setembro de 2008

Na Festa da Exaltação da Santa Cruz

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INTRODUÇÃO

Preâmbulo

"Cantai ao Senhor um cântico novo. Cantai ao Senhor, terra inteira. Em seu semblante, a majestade e a beleza; em seu santuário, o poder e o esplendor. Tributai ao Senhor, famílias dos povos, tributai ao Senhor a glória e a honra, tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome. Trazei oferendas e entrai nos seus átrios. Adorai o Senhor, com ornamentos sagrados. Diante dele estremece a terra inteira. Dizei às nações: 'O Senhor é rei.' E a terra não vacila, porque ele a sustém e governa os povos com justiça." (Sl 95,1.6-10)

"Depois disso, tive uma visão: vi uma porta aberta no céu, e a voz que falara comigo, como uma trombeta, dizia: 'Sobe aqui e mostrar-te-ei o que está para acontecer depois disso.' Imediatamente, fui arrebatado em espírito; no céu havia um trono, e nesse trono estava sentado um Ser. E quem estava assentado assemelhava-se pelo aspecto a uma pedra de jaspe e de sardônica. Um halo, semelhante à esmeralda, nimbava o trono. Ao redor havia vinte e quatro tronos, e neles, sentados, vinte e quatro Anciãos vestidos de vestes brancas e com coroas de ouro na cabeça. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante do trono ardiam sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. Havia ainda diante do trono um mar límpido como cristal. Diante do trono e ao redor, quatro Animais vivos cheios de olhos na frente e atrás. O primeiro animal vivo assemelhava-se a um leão; o segundo, a um touro; o terceiro tinha um rosto como o de um homem; e o quarto era semelhante a uma águia em pleno vôo. Estes Animais tinham cada um seis asas cobertas de olhos por dentro e por fora. Não cessavam de clamar dia e noite: 'Santo, Santo, Santo é o Senhor, o Dominador, o que é, o que era e o que deve voltar.' E cada vez que aqueles Animais rendiam glória, honra e ação de graças àquele que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro Anciãos inclinavam-se profundamente diante daquele que estava no trono e prostravam-se diante daquele que vive pelos séculos dos séculos, e depunham suas coroas diante do trono, dizendo: ' Tu és digno Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e a majestade, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade é que existem e foram criadas.'" (Ap 4,1-11)

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"Na minha visão ouvi também, ao redor do trono, dos Animais e dos Anciãos, a voz de muitos anjos, em número de miríades de miríades e de milhares de milhares, bradando em alta voz: 'Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor.' E todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo que contém, eu as ouvi clamar: 'Àquele que assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder pelos séculos dos séculos.' E os quatro Animais diziam: 'Amém!' Os Anciãos prostravam-se e adoravam." (Ap 5,11-14)

"Depois recomeçaram: 'Aleluia! Sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos.' Então os vinte e quatro Anciãos e os quatro Animais prostraram-se e adoraram a Deus que se assenta no trono, dizendo: 'Amém! Aleluia!' Do trono, saiu uma voz que dizia: 'Cantai ao nosso Deus, vós todos, seus servos que o temeis, pequenos e grandes.' Nisto ouvi como que um imenso coro, sonoro como o ruído das grandes águas e como o ribombar de possantes trovões, que cantava: 'Aleluia! Eis que reina o Senhor, nosso Deus, o Dominador! Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe glória, porque se aproximam as núpcias do Cordeiro. Sua Esposa está preparada. Foi-lhe dado revestir-se de linho puríssimo e resplandecente.' (Pois o linho são as boas obras dos santos.) Ele me diz, então: 'Escreve: Felizes os convidados para a ceia das núpcias do Cordeiro.' Disse-me ainda: 'Estas são palavras autênticas de Deus.'" (Ap 19,3-9)

Na liturgia, a Igreja de Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica, se une ao coro dos anjos e santos, para celebrar a vitória de Deus sobre o pecado, e render-Lhe glória e ação de graças para sempre. Através da adoração que sai do coração do crente, "em espírito e em verdade." (Jo 4,24), sabemos ser parte do Corpo do Senhor Jesus, salvos pelo Seu sangue e em eterno louvor ao Deus que é Uno e Trino. E essa adoração é espiritual e verdadeira porque é a única que agrada ao Pai, a Cruz, novamente sendo realizada diante dos olhos de todos, sobre o altar de uma igreja. Não é um símbolo de uma adoração, mas uma adoração em verdade! Não um arremedo de adoração piedosa, mas uma adoração em espírito!

O Espírito Santo, autor da liturgia, prepara o Povo de Deus, de reis, sacerdotes e profetas, para, diuturnamente, celebrar a perene adoração de Cristo, morto, ressuscitado e glorificado no céu. Por nossa

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participação nela, antegozamos a liturgia celeste, modelo para nosso culto na terra.

Deus, do alto dos céus, contempla a Igreja Militante, Triunfante e Padecente que, poderosamente avança em Sua direção, para prestar-Lhe um culto excelente: "quem é essa que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha?" (Ct 6,10)

Todos os povos, na História, quaisquer sejam suas crenças, manifestaram sua gratidão e temor diante do transcendente. Movidos pelo sentimento de perda do divino, que lhe é intrínseco desde a queda original, o homem tem buscado agradar a divindade e dar-lhe culto, mesmo que imperfeito.

Desde a revelação a Abraão, porém, Deus se torna amigo do homem e dá regras claras de como celebrar Sua majestade. Pela aliança com nosso pai na fé, o Senhor pede, como prova de que ele o ama, a entrega de seu próprio filho, como vítima sacrifical. É pela confiança no Deus que não falha, que Abraão toma Isaac, o filho prometido, e o encaminha para o grande altar onde o oferecerá em sacrifício.

Todos conhecemos o final da história. O anjo intervém, dizendo-lhe que sua fé foi testada e aprovada. E a entrega de seu filho se torna um tipo da expiação que nos dará a Nova Aliança: um Pai que não hesita em oferecer o Filho Unigênito, Jesus Cristo, que dá seu precioso Sangue para remissão dos pecados (cf. Ef 1,7). Pela sua morte, o Cordeiro, como é chamado em alusão às ofertas realizadas no rito mosaico, nos abre as portas do Paraíso. Rasgando, em duas partes, o véu do Templo (cf. Mc 15,38), o sacrifício de Cristo nos garante a vitória e realiza todos os símbolos do sacerdócio levítico. É Ele, agora, o novo Sumo Sacerdote, Aquele que entra no Santo dos Santos, e, tornando a Cruz um novo e perfeito altar, se oferece, de uma vez por todas (cf. Hb 10,12) por nossos pecados. Morrendo nossa morte, para que vivamos Sua vida, "temos ampla confiança para entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de Jesus, pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo." (Hb 10,19-20)

A liturgia, que se realiza, de modo mais especial na celebração da Santa Missa - a Liturgia Eucarística -, mais do que um simples culto, é a memória desse sacrifício de Cristo, que nos merece a salvação a todos os que se achegam a Seu trono. Pois, se "é gratuitamente que fostes

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salvos, mediante a fé" (Ef 2,8), temos a certeza de que, uma vez arrependidos de nossos pecados, e vivendo por Ele e como Ele viveu, crendo-O nosso único e suficiente Salvador, temos a vida eterna em nós. Se essa salvação se deu através do oferecimento de Jesus no Calvário, é a Cruz a causa da nossa alegria. "A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina." (1 Co 18). A Cruz é a porta estreita (cf. Lc 13,24), por cuja entrada somos salvos.

Ora, essa memória da Cruz, perpetuada pela liturgia, não é apenas uma lembrança do sacrifício. Se é verdade que o sacrifício foi único, também é verdade que esse sacrifício é lembrado, sendo tornado presente. Esse é o sentido do termo grego anamnesis, traduzido em nossas Bíblias por "memória". É mais do que memória! É um verdadeiro "recordar tornando presente".

Nos cultos protestantes, há uma memória através da Santa Ceia. Nós, ao invés, não fazemos apenas menção. Não é uma festa nostálgica, mas uma festa onde Cristo, nosso Sumo Sacerdote, está presente de forma real.

O sacrifício de Cristo, tornado presente na Liturgia Eucarística, é descrito na oração inicial da Santa Missa em Rito Armênio:

"Ó mistério profundo, inescrutável e sem princípio: Vós que ornastes Vosso Reino Celeste dentro da luz inacessível com a excelsa glória dos coros angélicos.

Com o poder indizivelmente miraculoso criastes Adão, segundo Vossa imagem divina, revestindo-o de glória graciosa, no paraíso do Éden, lugar de encantos.

Pelos sofrimentos do Vosso Santo Unigênito, toda a criação foi renovada, e de novo o homem se tornou imortal, adornando-se com vestimenta inviolável.

Rei Celestial, guardai Vossa Igreja inabalável, e aos adoradores do Vosso nome guardai-os na paz." (Oração dos Clérigos, Santa Missa em Rito Armênio)

Tal prece, reveladora de toda a beleza das liturgias orientais, ressalta o aspecto sacrifical da Missa, mas também evoca assembléia dos coros celestiais, da qual a adoração terrena é imagem. Da mesma tradição

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armênia é a prece, recitada nas Missas de Domingo e de Festas da Igreja:

"Deus, com disciplina angélica, encheste de alegria a Tua Santa Igreja. Milhares de milhares de arcanjos estão perante Ti e miríades de miríades de anjos Te adoram, Senhor. E dignaste-Te receber o louvor dos homens num canto místico: Santo! Santo! Santo! Senhor dos Exércitos." (Hagiodia, Santa Missa em Rito Armênio)

De igual forma, a Santa Missa em Rito Romano:

"Na verdade é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre em todo o lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso, Ele é a vossa palavra viva, pela qual tudo criastes. Ele é nosso Salvador e Redentor, verdadeiro homem, concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria. Ele, para cumprir a vossa vontade, e reunir um povo santo em vosso louvor, estendeu os braços na hora da sua paixão a fim de vencer a morte e manifestar a ressurreição. Por ele os anjos celebram vossa grandeza e os santos proclamam vossa glória. Concedei-nos também a nós associar-nos a seus louvores, cantando a uma só voz: Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo! O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!" (Oração Eucarística II, Novus Ordo Missae - Missal Romano de 1970)

Novamente, vemos os dois grandes temas: a associação entre as liturgias terrena e celeste; e o sacrifício vicário de Jesus Cristo para nos dar a vida eterna. Naquela associação entre os coros dos santos da terra e do céu, tornamos presente essa única e verdadeira entrega de Nosso Senhor na Cruz do Calvário. Essa associação, outrossim, demonstra como viveremos, na glória, quando da Volta de Jesus ao mundo, para julgar os vivos e os mortos. É o caráter escatológico da Liturgia Eucarística.

A Santa Missa em Rito Bizantino, chamada, acertadamente de Divina Liturgia, nos dá o exemplo da adoração ao Filho de Deus por causa de Sua morte e ressurreição, mostrando que as duas idéias (sacrifício e adoração) estão sempre ligadas:

"Glorifiquemos todos e adoremos o Verbo divino eterno com o Pai e o Espírito, nascido da Virgem para a nossa salvação, pois Ele livremente

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deixou-se levantar na cruz e padeceu a morte, e com a sua gloriosa ressurreição deu vida aos mortos." (Tropárion, Tom 5, Divina Liturgia de São João Crisóstomo)

Aliás, é na Missa Bizantina, que encontramos uma das mais belas orações litúrgicas da Igreja: o Cheruvicon, o Hino Querubínico. Nele, o povo canta, representando esse coro angélico, e ao mesmo tempo, testemunhando que a liturgia da terra reflete a liturgia do céu. Cristo é proclamado Rei do Universo, o Pantocrátor, que se ofereceu por nós e ressuscitou para nossa justificação, e que hoje reina na glória.

"Unidos com os bem-aventurados poderes celestes, também nós, Senhor, ó Deus do amor, clamamos e dizemos: Santo, Santíssimo sois Vós, Pai, o Vosso Filho Unigênito e o Espírito Santo. Santo, Santíssimo sois Vós e imensa é a Vossa glória. Vós amastes tanto o mundo que enviastes o Vosso Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Ele veio ao mundo e cumpriu toda a obra da nossa salvação." (Anáfora Eucarística, Divina Liturgia de São João Crisóstomo)

Novamente, a união entre sacrifício e liturgia celeste. Essa união, diz o Catecismo da Igreja Católica, a partir do cânon 1099, é feita pelo Espírito Santo. "O Espírito Santo, que desperta assim a memória da Igreja, suscita então a ação de graças e o louvor (doxologia)" (Cat. 1103)

Não só os textos litúrgicos refletem sua essência. Também o Magistério da Santa Igreja se pronuncia e interpreta:

"Na Liturgia terrena, antegozando, participamos da Liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial entoamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos Santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele, nossa vida, Se manifeste, e nós apareçamos com Ela na glória." (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição "Sacrosanctum Concilium", 8)

Ocorre que a Missa não é apenas a associação terrena com as potestades celestiais, tampouco somente a renovação do Calvário. Ela é a conversão do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, a mudança da substância dos elementos oferecidos.

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"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida." (Jo 6,54-55)

Nosso Senhor mesmo estabeleceu o sacrifício da Missa, como memória e presença real de Seu sacrifício na Cruz:

"Na Última Ceia, na noite em que foi entregue, nosso Salvador instituiu o Sacrifício Eucarístico de Seu Corpo e Sangue. Por ele, perpetua pelos séculos, até que volte, o Sacrifício da Cruz, confiando destarte à Igreja, Sua dileta Esposa, o memorial de Sua Morte e Ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que Cristo nos é comunicado em alimento, o espírito é repleto de graça e nos é dado o penhor da futura glória." (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição "Sacrosanctum Concilium", 47)

Os Padres já ensinaram:

"Perguntas como o pão se converte no Corpo de Cristo e o vinho... em Sangue de Cristo. Respondo-te: o Espírito Santo irrompe e realiza aquilo que ultrapassa toda palavra e todo pensamento... Acontenta-te com saber que isso acontece por obra do Espírito Santo, do mesmo modo que, da Santíssima Virgem e pelo mesmo Espírito Santo, o Senhor por si mesmo e em si mesmo assumiu a nossa carne." (São João Damasceno, f.o. 4, 13)

Ajuda na resposta, o Doutor Angélico, São Tomás de Aquino:

"No Sacramento da Eucaristia, em virtude das palavras da instituição, as espécies simbólicas se mudam em corpo e sangue; seus acidentes subsistem no sujeito; e nele, pela consagração, sem violação das leis da natureza, o Cristo único e inteiro existe Ele próprio em diversos lugares, assim como uma voz é ouvida e existe em vários lugares, continuando inalterado e permanecendo inviolável quando dividido, sem sofrer diminuição alguma. Cristo, de fato, está inteira perfeitamente em cada e em todo fragmento de hóstia, assim como as aparências visíveis que se multiplicam em centenas de espelhos." (Summa Theologiae, IIIa Pars, Qs. 79)

E as orações das duas liturgias do rito bizantino:

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"Enviai o vosso Espírito Santo sobre nós e sobre estes dons aqui presentes... transformando-os pelo vosso Espírito Santo." (Oração antes da Epíclese, Divina Liturgia de São João Crisóstomo)

"Nós vos rogamos, vos suplicamos, ó Santo dos Santos: apraz a vossa bondade que venha vosso Espírito Santo sobre nós e sobre esses dons aqui oferecidos; que os abençoe, santifique-os e manifeste este pão como o venerável e próprio corpo de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo; e este cálice como o venerável e próprio sangue de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo." (Epíclese, Divina Liturgia Bizantina de São Basílio)

Por causa de tão solenes e distintivas marcas, a Liturgia da Igreja Católica, especialmente a Santa Missa (que nos recorda o sacrifício, une anjos, santos e seres humanos, e converte pão e vinho em Corpo e Sangue de Cristo), merece destacado estudo para conhecermos como deve ser celebrada, segundo as normas próprias emanadas do Magistério, e em conformidade com a Sagrada Tradição.

Finalidade deste livro: mostrar o que é a Santa Missa e auxiliar sua

melhor e mais ortodoxa celebração

Em nosso mundo dessacralizado e esquecido da Fé Católica, conforme revelada por Deus, Nosso Senhor, torna-se fundamental não esquecer aquelas palavras de São Paulo: “Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós.” (2 Tm 1,14)

Esse depósito, sabemos, é a própria Revelação da Santíssima Trindade, no Pai, no Filho e no Espírito Santo, aos homens, mediante a Sua Santa Igreja Católica. Por amor, Deus quis se revelar e ensinar a Sua santíssima doutrina. “Toda a finalidade da doutrina e do ensinamento deve ser colocada no amor que não acaba. Com efeito, pode-se facilmente expor o que é preciso crer, esperar ou fazer; mas, sobretudo, é preciso fazer sempre com que apareça o Amor de Nosso Senhor, para que cada um compreenda que cada ato de virtude perfeitamente cristão não tem outra origem senão o Amor, e outro fim senão o Amor.” (Catecismo Romano, prefácio, 10)

Dentre os muitos desafios que urgem por serem enfrentados, encontra-se o de se explicar ao povo, mesmo o católico que freqüenta a igreja todos os fins de semana e enche as fileiras dos grupos de oração e dos movimentos eclesiais com um trabalho apostólico digno dos mais altos

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louvores, as bases daquela que é o centro da nossa vida espiritual: a Santa Missa. “A celebração do mistério pascal, conforme nos ensinou claramente o Sacrossanto Concílio Vaticano II, constitui o cerne do culto religioso do cristão no seu desenvolvimento cotidiano, semanal e anual.” (Sua Santidade, o Papa Paulo VI, Carta Apostólica Mysterium Pascale)

Com efeito, pela onda teologicamente modernista e disciplinarmente liberal que atravessa a Igreja de Cristo, tentando, como que num derradeiro ataque de Satanás, destruir a Santa Tradição, chegamos, nos tempos atuais, a esquecer por completo o que é a Missa. Foge de nossa compreensão, no mais das vezes, o que ela realmente é, e, via de conseqüência, substituímos sua essência pelos elementos acidentais que dela fluem. Para que isso seja corrigido, impõe-se a correta exposição da doutrina e a mais ampla catequese, que atinja o douto e o simples, o erudito e o humilde. Tal é a finalidade do presente estudo.

Cumpre, em primeiro plano, dizer o que a Santa Missa não é. Ela não é uma simples reunião de oração, onde os fiéis leigos se reúnem sob a presidência do padre. Tampouco, ela é apenas um culto, à moda protestante, onde cantamos, louvamos, pedimos perdão, ouvimos a Palavra de Deus e sua pregação. A Missa não se trata de um programa psicológico, onde procuramos atrair as pessoas para que se sintam bem e busquem forças para a semana que se inicia, nem ao menos é uma estratégia evangelística ou de pregação, para buscar as “ovelhas perdidas.” Não é somente um ato público, oficial, em que o povo católico congregado, reza junto com um diretor, o padre. Outrossim, cabe salientar que a Missa não é uma celebração nostálgica, ou uma encenação histórica, ainda que piedosa, do que Jesus fez na última ceia. Tudo isso, é verdade, pode ser santo, ungido, e nos levar a Deus, mas caberia muito mais à definição de um culto de uma igreja evangélica.

As reuniões de oração são importantes. Dos círculos de meditação e reflexão espiritual às famílias que se juntam para recitar o rosário; dos grupos de oração na linha da renovação carismática àqueles que cantam o Ofício Divino, na Liturgia das Horas; das diversas orações que se fazem em equipes nos mais variados movimentos até aquelas comunidades religiosas que fiam nos formulários oficiais da Santa Igreja; toda a forma católica de oração é importantíssima, pois nos faz entrar em contato com nosso Soberano Deus, Rei e Senhor do Universo.

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Porém, a Missa é mais do que isso. Ela é o único e suficiente sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido na Cruz, não recordado de forma encenada, mas tornado realmente presente em nossas igrejas. Para isso, temos um sacerdote e um altar. Sacerdote é aquele que, em qualquer religião, preside um sacrifício real e verdadeiro. Altar é o lugar onde esse sacrifício é oferecido (por isso, os protestantes, que não crêem na atualidade do sacrifício, não chamam a seus pastores de sacerdotes, nem têm altares em suas igrejas).

Iremos aprofundar esse conceito, no decorrer dessa introdução, e, de maneira mais completa, nos capítulos deste livro.