manual do professor pnld literÁrio · 2019-06-29 · nião alheia). professor, aproveite para...

1

MANUAL DO PROFESSOR PNLD LITERÁRIO

APSOP

Bia Bedran (texto) e Ivan Zigg (ilustração)

Karina Baldo Fávaro (manual)

APSOP_manual do professor_DIAGRAMAÇÃO 205X275.indd 1 22/05/18 13:27

2

CARO EDUCADOR,

É com prazer que a Ediouro Publicações de Lazer e Cultura apresenta aqui este Manual do Professor Digital para a obra APSOP. Trata-se de uma proposta que visa contribuir para a formação de leitores autônomos, críticos e apaixonados pela leitura, contando com a sua mediação e a da escola.

Acreditamos que ler é uma prática que se aprende e se ensina, dado que não é um ato natural como a fala, por exemplo. Um leitor não nasce pronto, precisa ser formado. A aprendizagem da leitura envolve a aquisição de uma série de competências e habilidades que devem ser trabalhadas na escola por meio de estratégias e projetos que possibilitem a com-preensão da leitura pelas crianças e pelos jovens como uma prática social, uma ferramenta que lhes possibilitará não só a comunicação com aqueles com quem se relacionam, mas a compreensão de si próprios e do mundo em que vivem.

Este Manual é um convite à educação literária, aquela que, como define o educa-dor espanhol Carlos Lomas, “se orienta não só para o conhecimento das obras e dos autores e autoras mais significativos do cânone literário, mas, também e sobretudo, para a aquisição de hábitos de leitura e de capacidades de análise dos textos, para o fomento da experiência literária em torno de diferentes tipos de texto e, inclusivamente, para o estímulo da escrita criativa de intenção literária”.

Entendemos que a educação literária é algo que começa na mais tenra idade, em casa e em família, e se estende por toda a vida do indivíduo, inclusive a vida escolar, pois acredi-tamos que aprender a ler é muito mais que aprender a decifrar palavras. Nessa perspectiva, este Manual será sempre uma dentre as inúmeras possibilidades de trabalho para a constru-ção de um leitor autônomo.

Sendo assim, convidamos você, caro educador, a tomar o livro APSOP como um pon-to de partida para sua programação do ensino da leitura em sua escola. Disponibilizamos sugestões de atividades para poder oferecer aos seus alunos razões e opções para ler, multi-plicando e diversificando situações de leitura que, sabemos, são infinitas. Quanto mais ricas e variadas elas forem, mais chances as crianças e os jovens terão de aprender por meio dos textos que leem.

Apostamos no papel fundamental do professor e da escola como mediadores de leitura e entendemos que também é nossa função, como editores, fortalecer e estimular as relações estabelecidas entre o livro e o leitor, porque cremos na condição formativa da literatura, não só no contexto didático-pedagógico, mas como possibilidade de desenvolvimento da imagi-nação e da criatividade do ser humano.


3

Esperamos que este Manual se constitua numa ferramenta de acesso à língua escrita e compreensão leitora, elementos essenciais tanto para a apropriação de todas as disciplinas do currículo escolar como para a construção de cidadãos atuantes na sociedade em que vivemos.

Ediouro Publicações de Lazer e Cultura


4

CONHECENDO A OBRA, A AUTORA E O ILUSTRADOR

Escrito por Bia Bedran, em parceria com o autor e ilustrador Ivan Zigg, APSOP traz a história de pessoas que, assim como eu e você, ouviram, mesmo sem ter pedido, a opinião dos outros e a tomaram para si com tanta força que acreditaram na opinião alheia.

Se esse assunto poderia gerar uma obra triste e muito séria, nas mãos de Bia e Ivan ganha graça e diversão, sem deixar de ser tratado com profundidade.

O leitor (de 1º a 3º ano do Ensino Fundamental), ao conhecer os fatos vividos pelos per-sonagens, poderá se identificar em muitas situações e, por que não?, “entrar” para o grupo das APSOP (Associação das Pessoas Seguras de sua Opinião Própria).

A obra, narrada no formato de conto (ou narrativa curta) é uma excelente oportunidade de a criança perceber que não está livre de encontrar “desmancha-prazeres” pelo mundo: na escola, na rua, na vizinhança. A partir de situações do cotidiano, em que se repete a mesma estrutura narrativa, a história se resolve com um desfecho simples, mas muito significativo. Assim, ela per-mite que os professores abordem, de forma lúdica e contextualizada, temas que levem à formação integral do aluno; no caso em questão, a tolerância e o respeito à diversidade, desenvolvendo a dimensão afetiva, como orienta a BNCC (2018).

Bia Bedran, além de autora, é professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), cantora, compositora, contadora de histórias e estudiosa de ritmos e gêneros musicais do folclore brasileiro. Ao longo de uma linda carreira dedicada às crianças e à arte, Bia escreveu vários livros infantis.

Ivan Zigg, assim como Bia Bedran, também compõe e interpreta canções, além de ilustrar e assinar mais de cem livros infantojuvenis. O autor recebeu o prêmio Jabuti de ilustração para livro infantil.


5

ESTE MANUAL DESENVOLVE AS SEGUINTES HABILIDADES, A PARTIR DOS EIXOS LEITURA/ ESCUTA E ANÁLISE LINGUÍSTICA:

EIXO HABILIDADES LEITURA/ESCUTA NO CAMPO ARTÍSTICO- -LITERÁRIO

• Reconhecer que textos são lidos e escritos da esquerda para a direita e de cima para baixo da página.

• Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conheci-mentos prévios.

• Ler e compreender, com certa autonomia, um conto, de-senvolvendo o gosto pela leitura.

• Identificar elementos de uma narrativa lida ou escutada, incluindo personagens, enredo, tempo e espaço.

• Perceber diálogos em textos narrativos, observando o seu efeito de sentido.

• Diferenciar voz do narrador e voz do personagem nos textos lidos.

• Relacionar texto com ilustrações e outros recursos grá-ficos.

• Interpretar expressões cotidianas, como “estraga pra-zeres”.

• Reconhecer metáforas no contexto da leitura, amparan-do-se nas imagens.

ANÁLISE LINGUÍSTICA • Relacionar elementos sonoros (sílabas, fonemas, partes de palavras) com sua representação escrita.

• Reconhecer o travessão como marca do discurso direto.

• Reconhecer OPA! e NOSSA! como expressões de sen-timentos.

• Reconhecer a modificação do sentido produzido pela al-teração das letras OPA e APO no contexto da narrativa.


6

PREPARAÇÃO PARA A LEITURA DO LIVRO

• Distribuir as crianças no espaço da sala de modo que estejam confortáveis, possam ouvir bem, observar as ilustrações e acompanhar as atividades propostas.

• Escolher o momento que lhe parecer mais favorável para a leitura a fim de evitar a disper-são.

ETAPAS DA LEITURA EM SALA DE AULA

I. PRÉ-LEITURA

APRESENTAÇAO DO LIVRO (oralmente)

1. Sobre a capa

Professor, apresente o livro de forma sugestiva, chamando atenção para as imagens, desper-tando a curiosidade dos alunos pelo enredo.

Lance as seguintes questões:• O título do livro é APSOP. Esse título faz sentido para você?• É possível imaginarmos o conteúdo do livro pelo título?

Ouça as respostas das crianças. É importante que elas percebam que APSOP não faz senti-do, pois não existe essa palavra na língua portuguesa. Sendo assim, é impossível inferir o assunto a ser tratado na obra a partir de uma junção de letras que, neste momento, ainda não faz sentido.

II. DURANTE A LEITURA

Professor, a leitura deve ser performática e na íntegra. Terminada a leitura, lance as seguin-tes questões, que podem ser feitas oralmente ou por escrito, de acordo com o seu planejamento.

1. O conto apresenta uma situação que atinge os personagens. Que situação é essa?

Ouça as repostas dos alunos. Espera-se que eles digam que alguém dá uma opinião que entristece os personagens.

2. Como estava Antonia antes de ouvir a opinião alheia?

Antonia estava contente com o seu vestido de bolinha.


7

3. Observe a imagem a seguir:

Quem falou: “Nossa! Você está igual a uma joaninha”?

Professor, espera-se que o aluno diga que é uma pessoa desconhecida.

Como esse personagem indeterminado é ilustrado na narrativa?

Espera-se que os alunos digam que o personagem desconhecido é ilustrado por uma ima-gem sem detalhes, tipo uma sombra, para mostrar que pode ser qualquer um.

4. A opinião alheia, no texto, é sempre iniciada por “Nossa!”. Marque apenas a frase que foi usada com o mesmo sentido do “Nossa!” no texto.

( ) Nossa casa fica perto da escola. ( ) Nossa! Como sua casa é perto da escola.

Professor, mostre para os alunos, sem usar nomenclaturas gramaticais, que o Nossa, seguido do ponto de exclamação, foi empregado para mostrar a expressão de espanto e indignação que o personagem desconhecido teve ao ver Antonia, Fred, Beth etc.

5. Assim que as personagens ouvem a opinião alheia, o que acontece com elas?

Elas se transformam no que o outro diz.

6. Ao ver no que se transformaram, os personagens ficam espantados. Que palavra, empregada no texto, expressa esse espanto?

A palavra OPA!

Ia Antonia toda contente com seu vestido de

bolinhas quando alguém passa e ao lhe ver diz:

— Nossa! Você está igual a uma joaninha.


8

7. Relacione a opinião alheia ao personagem que a recebeu.

(a) Antonia (i) Flor que desabrocha rápido murcha com mais rapidez. (b) Fred (e) Parece um esqueleto ambulante.(c) Beth (d) São quatro olhos num fundo de garrafa. (d) Pedrinho (g) Igual a um siri na lata. (e) Belinha (a) Você está igual a uma joaninha. (f ) Cadu (b) Cara de peixe morto. (g) Pati (h) Está com o rei na barriga! (h) Matheus (c) Igual a uma rolha de poço. (i) Naná (j) Por causa dessas lesmas que a vida não vai para frente. (j) Carlinhos (f ) Igual a um capacete.

III. PÓS-LEITURA

1. O que os personagens tiveram que fazer para que não continuassem a ser Beth Rolha de Poço, Pati Siri na Lata e Antonia Joaninha?

Os personagens buscaram ajuda na ASIOA (Associação dos que Sofrem Influência da Opi-nião Alheia). Professor, aproveite para mostrar ao aluno como as siglas se formam. Mostre que a criação de uma sigla é um processo de formação de palavra dentro de um idioma.

2. Na ASIOA, a primeira ação decretada para os que sofriam influência de opinião alheia foi trocar OPA por APO. Na sua opinião, em que isso ajudaria?

Professor, ajude o aluno a perceber que ao deixar de usar “Opa”, usando “Apo”, o desman-cha-prazeres iria se sentir fraco, impotente, pois perceberia que ninguém se espantara com o que ele dizia. “Apo” (se pronunciado com expressividade) pode significar “Não estou nem aí para sua opinião”. Por isso, os personagens não usariam mais “Opa”, uma interjeição de espanto, e, sim, “Apo”, uma palavra criada para indicar descaso.

3. A segunda ação decretada pela ASIOA foi a criação de uma outra instituição: a ASSOCIA-ÇÃO das PESSOAS SEGURAS de sua OPINIÃO PRÓPRIA. Transforme o nome dessa asso-ciação em sigla.

APSOP.


9

4. O título do livro é APSOP. Agora que já leu o livro, esse título faz sentido?

Professor, explique para os alunos que a sigla conta com um conhecimento do leitor ou falante. Sendo assim, agora que os alunos já conhecem o nome completo da associação, APSOP, título do livro, faz sentido.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. CAMARGO, L. Ilustração do livro infantil. Belo Horizonte: Editora Lê, 1995.DOLZ, Joaquim; et al. “Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um

procedimento”. In: SCHNEUWLY, B. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. p. 95-128.

KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do tex-to. São Paulo: Contexto, 2009.

PALO, Maria José e OLIVEIRA, Maria Rosa D. Literatura infantil – voz de criança. São Paulo: Ática, 2007.


manual do professor pnld literÁrio · 2019-06-29 · nião alheia). professor, aproveite para...

Documents