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MANUAL DO PACIENTE COM DOENÇA DE PARKINSON DO HC/UFPE Recife, 2012 PRÓ- PARKINSON

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Manual produzido para esclarer ao paciente com doença de parkinson como a fisioterapia, fonoaldiologia, odontologia, terapia ocupacional e medicina são importantes para a manuntenção da sua qualidade de vida.

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MANUAL DO PACIENTE COM DOENÇA DE PARKINSON

DO HC/UFPE

Recife, 2012

PRÓ-PARKINSON

Sumário

Pró-Parkinson/HC/UFPE

Medicina _____________________________________________________________ 7

Fisioterapia ___________________________________________________________ 10

Fonoaudiologia _______________________________________________________ 22

Terapia Ocupacional __________________________________________________ 31

Odontologia ____________________________________________________________ 34

Telefones úteis ________________________________________________________ 38

Como usar o manual nos exercícios faciais _______________________ 39

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A Doença de Parkinson afeta o sistema nervoso de pessoas geralmente acima de 60 anos de idade, independente da raça, sexo e condição econômica. Não se sabe a causa da doença, porém os estudos atuais relacionam alguns defeitos genéticos que fazem com que os indivíduos fiquem expostos a fatores ambientais que possam provocar a doença. O diagnóstico da Doença de Parkinson é feito pelo exame clínico do paciente. Os principais sintomas clínicos são motores, que incluem a lentidão dos movimentos (bradicinesia), tremores em repouso, rigidez muscular e anormalidade da postura. É necessária a combinação destes sintomas e análise de outros critérios para ser feito o diagnóstico da doença de Parkinson. A bradicinesia é observada quando ocorre diminuição do piscar dos olhos e da expressão facial; a mímica facial fica diminuída; os movimentos do balançar dos braços durante a caminhada ficam diminuídos como se os braços estivessem colados no corpo; e a marcha pode ficar lenta, com passos curtos em bloco, parecendo um robô. Os tremores em repouso são mais evidentes nas mãos, principalmente nos dedos, causando movimentos semelhantes a contar dinheiro ou rolar pílulas. Ainda pode ser observado no queixo, pés e cabeça. Os tremores são agravados pelo estresse e emoções fortes (raiva, preocupação, aperreio, etc). A rigidez muscular pode afetar todo o corpo, porém é mais visível nas extremidades. Existe uma resistência na movimentação passiva durante todo o movimento do corpo, dando a impressão de travamento. A anormalidade da postura pode ser observada na posição de pé, pois o paciente fica numa postura com o corpo inclinado para frente. Esta posição pode causar problemas na coluna (cifose) e instabilidade postural, com tendência a quedas para frente ou para trás. Outros sinais e sintomas podem estar presentes no paciente, como a diminuição da olfação, alteração do sono, prisão de ventre (constipação intestinal), tontura ao se levantar (hipotensão postural), excesso de saliva na boca (sialorréia), diminuição do volume da voz, dificuldade na deglutição, dores na coluna vertebral e nas articulações das extremidades, diminuição do desejo sexual, depressão, ansiedade e demência. O quadro clínico e a evolução da doença são diferentes de paciente para paciente, podendo variar desde casos leves com poucos sinais e sintomas até quadros incapacitantes. Devido a essas variedades de sintomas, o tratamento não se baseia apenas na administração de medicamentos, mas num conjunto de outras terapias, como a fisioterapia, fonoterapia e terapia ocupacional. O propósito deste Manual é oferecer orientações básicas e práticas nas áreas da Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, que poderão ser realizadas pelo paciente sozinho, ou com ajuda de familiares/cuidadores, na sua casa, com intenção de diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Observe as questões em seguida e esclareça suas dúvidas sobre a Doença.

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1. O que é Doença de Parkinson?A Doença de Parkinson é uma doença que afeta o sistema nervoso central,

principalmente a região envolvida na movimentação do corpo. Ela resulta da perda de alguns neurônios produtores de uma substância fundamental, a dopamina, a sua falta causa os sintomas típicos da doença. Assim, os tratamentos mais utilizados são baseados na reposição dessa substância, como é o caso da Levodopa.

2. A presença do tremor significa ter a Doença de Parkinson?Não exatamente. Na Doença de Parkinson há quatro sintomas principais,

ditos cardinais, uma vez que direciona o diagnóstico da doença, que podem ser encontrados separadamente nos pacientes: o tremor de repouso, a lentidão dos movimentos, a rigidez corporal e a perda de equilíbrio. Ou seja, não necessariamente só o tremor identifica a doença, é necessário ter pelo menos dois sintomas para ter o diagnóstico da Doença de Parkinson.

3. Existem outros sintomas causados pela Doença de Parkinson?

Sim. Esses quatro sintomas são os principais, aqueles que determinam o diagnóstico clínico da doença. Podem ser encontrados outros sintomas, como: A postura curvada para frente, constipação intestinal, excesso de suor, dores musculares, voz baixa,e monótona, salivação excessiva, problemas no sono, depressão, entre outros menos comuns. Enfim, procure seu neurologista para saber se o que você está sentindo é devido à doença.

4. Eu sou idoso, por isso posso ter a Doença de Parkinson?Não. A Doença de Parkinson é mais comum após os 50 anos de idade,

independente de classe social e da raça.

5. Então, qual a causa da Doença de Parkinson?Ainda não se sabe qual a causa principal da Doença de Parkinson. Sabe-se,

sim, o que causa aqueles sintomas cardinais típicos: uma perda de células nervosas produtoras de dopamina, localizadas numa região cerebral chamada de substância negra. Nesse sentido, o envelhecimento é um fator de risco para o desencadeamento da doença. Ainda, estudos modernos vêm sugerindo que fatores ambientais podem desencadear essa morte celular, uma vez que a doença parece estar bastante relacionada com pacientes que tiveram contato com agrotóxicos e resíduos químicos.

6. Como sei que tenho a Doença de Parkinson?O diagnóstico da Doença de Parkinson é fundamentalmente clínico, não

existindo exames radiológicos ou laboratoriais que confirmem a doença. Sendo

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assim, exames como tomografia e ressonância são apenas para a eliminação de outras causas que possam levar ao desenvolvimento dos sintomas semelhantes. Portanto, é necessário o contínuo acompanhamento do neurologista, pois somente ele pode confirmar o diagnóstico.

7. O que é Levodopa? E por que ela ajuda no tratamento da Doença de Parkinson?A Levodopa é uma substância que se transforma em dopamina no tecido

cerebral, substância em falta no sistema nervoso central devido à própria doença. Entretanto, a Levodopa não é o único medicamento usado na melhora dos sintomas causados pela Doença de Parkinson. Ainda existe o Pramipexol, Biperideno, Amantadina, Selegilina e a Entacapona. Entretanto, a Levodopa é a mais usada no tratamento, sempre acompanhada em formulações com Benserazida ou Carbidopa.

8. Esses medicamentos possuem efeitos colaterais? Quais são os mais comuns?

Infelizmente sim, e são razoavelmente comuns. Os efeitos colaterais podem ser relacionados à dose ou a própria substância, independente da dose utilizada. Portanto, é importante, se surgir qualquer reação diferente, consultar o neurologista para ajustar a dose ou suspender o remédio e troque por outro.

9. Ouvi falar que existe uma cirurgia para a Doença de Parkinson. É verdade? Posso fazer?É verdade, existe sim cirurgia para o tratamento da Doença de Parkinson.

Entretanto, nem todo caso é indicado para o tratamento cirúrgico. Logo, cabe ao médico julgar a necessidade dessa forma de tratamento.

10. Além dos medicamentos que eu tomo devo fazer exercícios? Ou fisioterapia?Sim, não há contra indicação à realização de exercícios físicos, sendo, pois,

muito importantes no fortalecimento da musculatura e na melhora de alguns sintomas específicos, como a rigidez.

Observação Importante: Não tome medicamentos por conta própria. Siga corretamente as orientações de seu médico.

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Autores:

Amdore Asano (Médico Neurologista do Pró-Parkinson: Neurologia e Clínica Médica do Hospital das Clínicas da UFPE, CRM: 6499), Nadja Asano (Profa. Adjunto do Departamento de Medicina Clínica da UFPE, CRM: 6458), Otávio Lins (Prof. Adjunto do Departamento de Neuropsiquiatria da UFPE, CRM: 12660).

Participação dos Discentes: Adrielle Mayara Leite dos Santos, Camila Gonçalves de Santana, Camila Maria Florêncio Santos, Claudia Coimbra Cesar de Albuquerque, Elane Francieli Dias Barros Silva, João Manoel Neves Casa Nova, Thaís Cabral de Melo Viana

O profissional Fisioterapeuta tem como objeto de estudo o movimento humano. É ele quem realiza a avaliação fisioterapêutica, a prevenção e a orientação do tratamento fisioterapêutico nas alterações, sejam decorrentes de doenças ou disfunções de órgãos e sistemas ou ainda com consequências psíquicas e orgânicas.

Neste manual a equipe de Fisioterapia do Pró-Parkinson elaborou alguns exercícios que podem melhorar sua mobilidade, equilíbrio e força. Procure seguir atentamente as orientações e repetir os exercícios diariamente. Procure-nos sempre em caso de dúvida sobre os exercícios propostos no Manual.

ALONGAMENTOS: O alongamento aumenta o comprimento do músculo melhorando sua flexibilidade. São exercícios importantes para melhorar a rigidez muscular do parkinsoniano.

Exercício 1 – Alongamento dos músculos anteriores (“músculos da frente”) do nosso corpo.

Descrição: Deitado de barriga para baixo: mantenha os cotovelos apoiados na cama. Fixe o olhar para frente ou ligeiramente para cima. Mantenha um dos joelhos dobrados enquanto conta até 20. Repita o mesmo com o outro joelho. Faça 3 repetições em cada perna.

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Exercício 2 – Alongamento dos músculos posteriores (“músculos de trás”) do membro inferior (“pernas”).

Descrição: Deitado de barriga para cima: deixe a cabeça apoiada, um dos joelhos dobrados. Com ajuda de uma faixa ou de um lençol sob o pé estique o outro joelho elevando todo o membro inferior. O seu cuidador pode lhe ajudar nesse exercício. Conte até 20. Repita o mesmo com o outro joelho. Faça 3 repetições em cada membro inferior.

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Exercício 3 – Alongamento dos músculos mediais (músculos de “dentro da coxa”) do membro inferior.

Descrição: Deitado de barriga para cima: mantenha a cabeça apoiada na cama e os membros superiores ao lado do corpo. Afaste, abrindo um dos membros inferiores até o seu limite, sem tirar o outro membro de sua posição. Mantenha o membro afastado (“aberto”) enquanto conta até 20. Repita o mesmo com o outro membro. Faça 3 repetições em cada membro inferior.

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Exercício 4 – Alongamento dos músculos peitorais.

Descrição: Em pé, apoie o membro superior com o cotovelo esticado ou dobrado em uma porta da sua casa. Ao mesmo tempo gire o seu corpo em direção oposta até o seu limite. Mantenha a posição enquanto conta até 20. Repita o mesmo com o outro membro. Faça 3 repetições em cada membro superior.

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Exercício 5 – Alongamento dos músculos do pescoço.

Descrição: Sentado com os braços apoiados, incline a cabeça lateralmente para um dos lados, mantenha e conte até 20. Em seguida incline a cabeça lateralmente para o outro lado, mantenha e repita a contagem. Depois incline a cabeça para frente, mantenha e conte até 20. Em seguida incline a cabeça para trás, mantenha e repita a contagem. Faça 3 repetições para cada movimento.

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MOBILIDADE, EQUILÍBRIO E FORÇA: Esses exercícios são importantes para melhorar a postura e as atividades da vida diária do paciente.

Exercício 6 – Mobilidade da cabeça.

Descrição: Sentado com os braços apoiados, gire a cabeça de um lado para o outro. Repita 10 vezes. Em seguida incline a cabeça lateralmente de um lado para o outro. Repita 10 vezes. Por último incline a cabeça para frente e para trás e repita 10 vezes.

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Exercício 7 – Mobilidade dos membros superiores (“braços”).

Descrição: Sentado com as costas retas, segure um bastão ou cabo de vassoura com as mãos elevando-o das coxas até acima da sua cabeça com os cotovelos esticados. Depois volte a posição inicial. Caso você não tenha dificuldade, este movimento pode ser feito em pé. Repita 10 vezes.

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Exercício 8 – Mobilidade do tronco.

Descrição: Sentado, segure um bastão ou cabo de vassoura e gire o tronco devagar de um lado para o outro. Caso você não tenha dificuldade, este movimento pode ser feito em pé. Repita 10 vezes.

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Exercício 9 – Mobilidade do tronco

Descrição: Sentado, com o tronco ereto, incline o tronco lateralmente como se fosse apanhar um objeto no chão. Depois faça o mesmo para o lado oposto. Repita 10 vezes.

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Exercício 10 – Equilíbrio e Força.

Descrição: Para levantar-se da cadeira ou cama, se aproxime da beira, com as mãos se apoie nos braços da cadeira ou como indicado na figura, mantenha os pés afastados, incline o tronco para frente e se levante devagar. Repita 10 vezes.

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Exercício 11 – Equilíbrio e Força.

Descrição: Para levantar-se da cama, gire seu corpo ficando de lado, em seguida, com ajuda dos braços, levante seu tronco e desça as pernas da cama ficando sentado. Depois siga as orientações do exercício 10. Repita 10 vezes.

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Exercício 12 – Força.

Descrição: Deitado de barriga para cima, com os membros superiores ao lado do corpo e com os dois joelhos dobrados, eleve o quadril. Depois volte à posição inicial. Repita 10 vezes.

Orientações:1. Ao travar (“congelar”) durante o caminhar, pense e programe o movimento

a ser realizado. Conte os passos ou finja que está subindo uma escada para destravar.

2. Evite realizar muitas tarefas ao mesmo tempo.3. Ao sentir desequilíbrio afaste os pés um do outro e segure-se em objetos

seguros. E ao girar ou mudar de direção faça curvas mais amplas (abertas).4. Mantenha-se ativo. Movimentar-se é importante.

Autores:

Maria das Graças Wanderley de Sales Coriolano (Profa. Adjunto do Departamento de Anatomia da UFPE, CREFITO: 18866)Douglas Monteiro da Silva (Professor do Curso de Fisioterapia da Uninassau, CREFITO: 164827)Caroline Micaela Santos Góis (Fisioterapeuta Especialista em Pilates, CREFITO: 140059)

Participação dos Discentes:

Ana Paula Silva de OliveiraAnderson Santos FragaBelvânia Ramos Ventura da Silva

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Jenyffer Monnyk de Siqueira BalbinoNatália Romana Gomes da Silva

As alterações fonoaudiológicas na Doença de Parkinson estão concentradas nas áreas da voz, fala e deglutição. Essas funções estão comprometidas principalmente pela presença da rigidez, bradicinesia (lentidão dos movimentos) e da disautonomia.

A disautonomia corresponde a prejuízos no funcionamento do sistema nervoso autônomo que provoca: alterações cardiovasculares, pupilares, na termorregulação e temperatura da pele, alterações no apetite, no trato gastrointestinal, no trato genituitário, e alterações no humor.

A voz na doença de Parkinson pode se apresentar rouca ou rouca-soprosa e/ou trêmula, monótona, tendendo às freqüências graves, e com intensidade (volume) reduzida.

Na fala podem ocorrer alterações na fluência provocada por uma articulação imprecisa dos sons o que, associado às alterações vocais, dificulta a compreensão dos familiares e amigos do que é dito pelo sujeito com doença de Parkinson.

Na deglutição pode ser observado dificuldade na mastigação dos alimentos, engasgos, tosses ou pigarros, perda de saliva, seu acúmulo ou espessamento. Estas alterações estão associadas à disfagia. A disfagia corresponde a qualquer alteração no caminho que o alimento faz desde a boca até o estômago e pode causar: desnutrição, desidratação e pneumonia devido à passagem do alimento para o pulmão.

Desta forma, ao identificar algumas destas alterações em sua comunicação ou deglutição, procure um fonoaudiólogo, pois o quanto antes você puder ser tratado melhor e mais duradouro serão os resultados obtidos.

Cabe ao fonoaudiólogo realizar orientações e monitorar exercícios que possibilitem o aumento ou manutenção da intensidade, redução da rouquidão e soprosidade da voz e ganhos na amplitude dos movimentos articulatórios para melhorar a execução dos sons da fala contribuindo para que o sujeito com doença de Parkinson seja melhor compreendido pelos amigos e familiares, assim como potencializar e gerenciar a deglutição de diferentes alimentos para minimizar os riscos de desenvolvimento de infecções respiratórias pela aspiração do alimento para o pulmão.

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EXERCÍCIOS PARA A MÍMICA FACIAL E PARA A FALA

1. Bico x sorriso – Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

2. Espanto x cheiro ruim - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

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3. Falar as vogais /a/, /i/,/o/, /u/ exagerando os movimentos do rosto - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

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4. Repetir os ditados populares também exagerando esses movimentos, como na figura - Fazer 1 vez cada frase.

Ditados populares: Quem com ferro fere com ferro será ferido.

De grão em grão a galinha enche o papo.Em terra de cego quem tem olho é rei.Quem dá aos pobres empresta a Deus.Em terra de sapo, de cócoras com ele.

Nem só de pão vive o homem.Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

Em casa de ferreiro, espeto de pau.Nem tudo que reluz é ouro.

5. Ainda utilizando os ditados populares: Repetir a frase, primeiro de forma interrogativa, segundo de forma afirmativa e terceiro de forma afirmativa e agressiva, procurando usar a mímica facial e a entonação adequada – Uma vez para cada frase.

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6. Roce o lábio superior no inferior e vice versa - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

7. Levar os lábios para a direita e para a esquerda - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

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EXERCÍCIOS DE LÍNGUA

1. Estirar e retrair a língua - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

2. Estalo de língua - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

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3. Colocar a língua de um lado para o outro - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

4. Rodar a língua de um lado para o outro - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

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5. Elevar e abaixar a língua - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

EXERCÍCIOS DE VOZ

1. Fazer o som do pneu murchando - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

2. Fazer o som do “brrrr” (besouro) ou “trrrrr” - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

3. Fazer o som do “humm” como se estivesse mastigando - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

4. Falar o /i/ com variação do som (agudo e grave) - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

5. Falar pra, pre, pri, pro, pru - Fazer 10 vezes, descansa 10 segundos e realiza mais 10 vezes.

Orientações:

• Intensidade da voz: A princípio, você pode achar que está gritando, quando na verdade você está apenas falando de forma normal e audível.

• Pronúncia das palavras: Procure exagerar os movimentos do rosto durante a fala. Quanto melhor pronunciar as palavras, melhor será a compreensão delas.

• Velocidade da fala: Cuidado, falar rápido demais dificulta a compreensão das palavras e falar lento demais pode tornar a fala desinteressante.

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• Postura: Procure falar de frente para as pessoas; mantenha a cabeça erguida, sem esticar demais o pescoço; costas retas e os ombros não devem ficar curvados para a frente. Uma boa postura facilita a respiração que é necessária na comunicação.

• Hidratação: Procure beber pelo menos oito copos de água por dia. Caso tenha problemas renais deve consultar seu médico.

• Alimentação: Procurar realizar de duas a três goles por colher introduzida na boca; mastigar bem os alimentos; se o alimento for salgado prefira utilizá-los na temperatura morna, se for doce utilize na temperatura fria ou gelada. E engula fazendo força.

• Postura durante a alimentação: se o corpo estiver muito para frente e você demonstrar dificuldades para levantar a cabeça procure sentar um pouco mais a frente da cadeira, coloque um travesseiro nas costas e se encoste permitindo o maior conforto para se alimentar.

Cuidado: Não é para deitar, mas sim obter uma inclinação mínima!

Autores:

Luciana Rodrigues Belo (Fonoaudióloga Doutoranda do PPG em Neuropsiquiatria da UFPE, CRFa: 7910)Maria Lúcia Gurgel da Costa (Profa. Associado do Departamento de Fonoaudiologia da UFPE, CRFa: 4954 SP-t-PE)Karina Polo Norte Danda (Fonoaudióloga do Hospital Militar do Exército - Recife, CRFa: 7966)

Participação dos Discentes:

Joice Maely Souza da SilvaLuana Priscila da SilvaNathália Angelina Costa GomesRenata Charlisse Alves Cavalcanti

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O terapeuta ocupacional realiza tratamento para melhorar o desempenho da pessoa com Doença de Parkinson nas atividades cotidianas (atividades da vida diária, lazer e trabalho), adaptando e organizando suas atividades. O tratamento é feito com uso de atividades programadas e significativas e dos recursos de Tecnologia Assistiva (TA), com objetivo de evitar ou diminuir a dependência, ajudando a manter a qualidade de vida do sujeito. A seguir, pode-se encontrar orientações para facilitar as atividades cotidianas e exemplos de recursos de Tecnologia Assistiva que a pessoa com Doença de Parkinson pode usar. Lembre-se que o terapeuta ocupacional sempre deve indicar (prescrever) e supervisionar o uso desses materiais pelo paciente. RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA (AVD)

Cuidados pessoais (banho e uso do vaso):Usar sabonete líquido, escova/esponja com cabo longo, embalagens com fácil abertura, luva para banho, piso ou tapete antiderrapante, vaso elevado e barras de apoio ajudam na execução das tarefas. Cuidado com seu banheiro, pois ele é um local com alto risco de quedas. Caso sinta dificuldade, procure um terapeuta ocupacional.

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Alimentação:Pode-se usar copo recortado e com alça, prato com borda elevada colocado em cima de jogo americano antiderrapante, e talher com cabo engrossado para facilitar o desempenho na tarefa.Existem empresas que vendem esses objetos já prontos, com estética agradável.

Mobilidade:Não suba em bancos e cadeiras para pegar objetos, e não se levante da cadeira sem se apoiar. Guarde os objetos que mais usa em locais baixos para não precisar ficar nas pontas dos pés e nem subir em bancos, cadeiras ou escadas. Caso precise se apoiar quando estiver caminhando, use apoio seguro, como corrimão (barras).

Vestir:Evite botões, sapato com cadarço e salto alto. Você pode trocar os botões das roupas por Velcro® ou elástico, usar botões de pressão, e colocar um cordão (ou argola) no zíper para puxá-lo mais fácil. Sente-se quando estiver se vestindo. Prefira os calçados ajustados ao pé, sem cadarço. Procure usar roupas íntimas sem costura e que esticam com facilidade.

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Escrita:Usar caneta ou lápis engrossados e com antiderrapante (grip) ajudam a escrever melhor. Procure apoiar o cotovelo quando estiver escrevendo, pois ajuda no controle do movimento. Caso observe dificuldades de memória, atenção, raciocínio e/ou outros problemas que prejudiquem seu pensamento e suas atividades, procure seu médico.

Autores:

Danielle Carneiro (Profa. Assistente do Departamento de Terapia Ocupacional da UFPB, CREFITO: 11016)Flávia Pereira da Silva (Profa. Ajunto do Departamento de Terapia Ocupacional da UPFE, CREFITO: 2516)Juliana Patrícia de Araújo (Terapeuta Ocupacional, Especialista em Neuropsicologia Clínica, CREFITO:379)Sarah Buarque Câmara (Terapeuta Ocupacional, CREFITO: 12604)

Participação dos discentes:

Charleny Mary Fereira de SantanaThaisa Damasceno de Albuquerque Angelo

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A odontologia tem a função de cuidar e manter a saúde bucal, tendo um papel de fundamental importância para a qualidade de vida do idoso. O cirurgião-dentista é o profissional responsável pela prevenção, diagnóstico e tratamento das alterações que afetam os dentes, as gengivas e a língua.

A limpeza dos dentes e a higienização das próteses busca manter a boca livre de cáries, placas bacterianas e cálculos. Como a doença de Parkinson limita progressivamente os movimentos, reduzindo a capacidade do indivíduo de exercer seus cuidados pessoais, a equipe odontológica elaborou neste manual uma série de ações: técnicas e manuseios, para que você portador de Parkinson e/ou seus cuidadores possam executá-los, com objetivo de proporcionar a melhoria da sua saúde bucal e qualidade de vida. Procure seguir atentamente as orientações, repetindo diariamente e em caso de dúvida consulte o dentista.

LIMPEZA DOS DENTES E GENGIVAS: Recomendamos a frequência de escovação após as refeições, utilizando escovas de dente do tipo macia, com as cerdas da mesma altura, cabo longo e largo para facilitar o manuseio. A escova deve ser utilizada com pasta dental tipo gel junto com soluções para bochecho a base de flúor.

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O uso do fio dental deve ser empregado antes da escovação conforme ilustração abaixo:

Como segurar o fio:

Como utilizar o fio:

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LIMPEZA DA LÍNGUA E DO PALATO: Recomendamos escovar delicadamente com escova dental macia e água, após a limpeza dos dentes e gengivas a parte de cima da língua e o palato (céu da boca).

LIMPEZA DAS PRÓTESES: Recomendamos que as próteses removíveis sejam escovadas após as refeições com sabão de coco e escova dental dura ou escova para unhas, mantendo as mãos e a prótese na pia com água. A cada 04 dias após a escovação, colocar a prótese numa solução formada por um copo de água (200ml) e uma colher de sopa (15ml) de hipoclorito de sódio de uso caseiro (água sanitária), por 10 minutos. Em seguida, enxaguar bem em água corrente. Recomendamos que as próteses sejam removidas a noite e mantidas em recipientes com água e soluções antissépticas.

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RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS: para reduzir o desconforto causado pela redução salivar (boca seca e ardida), aumente a ingestão de água (1,5L) por dia. E consulte o dentista.

Autores:

Carla Cabral dos Santos Accioly Lins (Profa. Adjunto do Departamento de Anatomia da UFPE, CRO: 6027)Georgina Agnelo Lima (Profa. Associado do Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial, CRO: 1516)Zélia de Albuquerque Seixas (Profa. Adjunto do Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial, CRO: 2115)

Participação dos Discentes:

Bruna Paloma de Oliveira Elma Mariana Verçosa de Melo SilvaFlávio César de Brito Pereira Giovanna Burgos Souto Maior Paulo Victor Leite Wanderley Raphaela Christianne Maia Soares TorresWilber Fellipe de Lima Gomes

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Telefones Úteis:Associação de Parkinson de Pernambuco - ASP/PE: (81) 3424-2710

Postos de dispensação de Levodopa do Município de Recife:Ponto de Parada, Arruda: 3355-6697 / 3355-6095.

Albert Sabin, Tamarineira: 3355-2750 / 3355-2759.

Lessa de Andrade, Madalena: 3355-7806 / 3355-7802.

Policlínica do Pina, Pina: 3355-1351 / 3355-1350 / 3355-1353.

Policlínica Waldemar de Oliveira, Stº. Amaro: 3355-1438 / 3355-1447 / 3355-1455.

Policlínica Gouveia de Barros, Boa Vista: 3355-1522 / 3355-1527 / 3355-1509.

Centro de Saúde Professor Bruno Maia, Nova Descoberta: 3355-4416.

Policlínica Agamenon Magalhães, Afogados: 3232-2335 / 3232-2321 / 3232-2333.

Postos de dispensação Levodopa do Município de Jaboatão dos Guararapes:Policlínica Mariinha Melo, Vila Rica: 3481-1756 / 3481-0130.

Policlínica Manoel Calheiros, Curado IV: 3255-5064 / 3255-0800.

Policlínica Cônego V. Souza Leão, Cavaleiro: 3251-6897 / 3249-6450.

Policlínica Leopoldina Tenório, Jordão: 3341-7943 / 3341-0941.

> Para mais informações sobre a Doença de Parkinson, acesse: www.vivabemcomparkinson.com.br

> Para informações sobre materiais e produtos adaptados para o seu dia-a-dia acesse: http://www.mnsuprimentos.com.br/arquivos/mn_assist1.htm

> Para informações sobre produtos e equipamentos em fisioterapia acesse: http://ciafisio.com.br

> Para informações sobre higiene oral acesse: http://www.colgate.com.br/app/CP/BR/OC/Information.cvsp?cid=BR_gCO_s_BRAND_web_produtos

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Como usar o manual nos exercícios faciais

Manual fecado, existe um furo na parte superior para fixação na parede.

FURO REALIZADO PELO GRÁFICA

parede

pregos espelho

Coloque 03 pregos na parede todo na mesma altura, coloque o prego central, depois coloque o manual e abra a capa para direita e as páginas para esquerda, logo você vai obter a marcação dos outros dois pregos. Obs. no prego da direita coloque um espelho por baixo da capa

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abertura da capa para direita

Pró-Parkinson: Fonoaudiologia

As alterações fonoaudiológicas na doença de Parkinson estão concentradas nas áreas da voz, fala e deglutição. Essas funções estão comprometidas principalmente pela presença da rigidez, bradicinesia (lentidão dos movimentos) e da disautonomia.

A disautonomia corresponde a prejuízos no funcionamento do sistema nervoso autônomo que provoca: alterações cardiovasculares, pupilares, na termorregulação e temperatura da pele, alterações no apetite, no trato gastrointestinal, no trato genituitário, e alterações no humor.

A voz na doença de Parkinson pode se apresentar rouca ou rouca-soprosa e/ou trêmula, monótona, tendendo às freqüências graves, e com intensidade (volume) reduzida.

� Na�fala�podem�ocorrer�alterações�na� �provocada�por�uma�articulação�imprecisa�dos�sons�o�que,�associado�às�alterações�vocais,� �a�compreensão�dos familiares e amigos do que é dito pelo sujeito com doença de Parkinson.

Na�deglutição�pode�ser�observado� �na�mastigação�dos�alimentos,�engasgos, tosses ou pigarros, perda de saliva, seu acúmulo ou espessamento. Estas alterações estão associadas à disfagia. A disfagia corresponde a qualquer alteração no caminho que o alimento faz desde a boca até o estômago e pode causar: desnutrição, desidratação e pneumonia devido à passagem do alimento para o pulmão.

Desta�forma,�ao� �algumas�destas�alterações�em�sua�comunicação�ou deglutição, procure um fonoaudiólogo, pois o quanto antes você puder ser tratado melhor e mais duradouro serão os resultados obtidos.

Cabe ao fonoaudiólogo realizar orientações e monitorar exercícios que possibilitem o aumento ou manutenção da intensidade, redução da rouquidão e soprosidade da voz e ganhos na amplitude dos movimentos articulatórios para melhorar a execução dos sons da fala contribuindo para que o sujeito com doença de Parkinson seja melhor compreendido pelos amigos e familiares, assim como potencializar e gerenciar a deglutição de diferentes alimentos para minimizar os riscos de desenvolvimento de infecções respiratórias pela aspiração do alimento para o pulmão.

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Realização:

Projeto Gráfico:

Fábio Marins

Ilustrações:

Anderson Santos Fraga

Revisão:

Autores

Impressão e acabamento:

Editora Universitária/UFPE

Grupo de Pesquisa: Neurofisiologia Clínica e Experimental.

Apoio:

Agradecimentos:

Anderson Santos Fraga: ilustrações.

PRÓ-PARKINSON

Os conceitos emitidos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opiniãode Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.

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