mitos e verdades sobre alergia alimentar e outras … · spontaneous urticaria in patients with...
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MITOS E VERDADES SOBRE ALERGIA ALIMENTAR E OUTRAS DOENÇAS:
URTICÁRIA CRÔNICA
LUIS FELIPE CHIAVERINI ENSINA Professor Adjunto da Disciplina de Alergia e Imunologia do
Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro
Pós-graduando e colaborador da Disciplina de Alergia, Imunologia e Reumatologia
do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo
DECLARAÇÃO SOBRE POTENCIAIS CONFLITOS DE INTERESSE
De acordo com a Resolução 1931/2009 do Conselho Federal de Medicina e com a RDC 96/2008 da ANVISA, declaro que:
• Pesquisa Clínica - como médico investigador, participo de estudos patrocinados por:
– Novartis, Astra Zeneca, EMS
• Apresentações - como palestrante convidado, participo de eventos de:
– Takeda, Sanofi, Novartis
• Consultoria - como membro de advisory boards, participo de reuniões com:
– Novartis, Genzyme, Mylan
Não possuo ações de quaisquer destas companhias farmacêuticas.
Os meus pré-requisitos para participar destas atividades são a autonomia do pensamento científico, a independência de opiniões e a liberdade de expressão.
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PÁPULAS/VERGÕES
1. Edema central de tamanho variável, quase invariavelmente circundado por eritema reflexo
2. Associação a coceira (prurido) ou, algumas vezes, sensação de queimação
3. Natureza fugaz, com a pele voltando a sua aparência normal em 1-24h, algumas vezes as pápulas desaparecem mais rapidamente
Fonte: Arquivo pessoal
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
ANGIOEDEMA
1. Inchaço súbito, pronunciado, eritematoso ou não, da derme inferior e subcutâneo
2. Mais frequente sensação de dor do que coceira. Envolvimento frequentemente de mucosas com resolução mais lenta que as pápulas, podendo durar até 72h
Fonte: Arquivo pessoal
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
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URTICÁRIA AGUDA
URTICÁRIA CRÔNICA
< 6 SEMANAS
> 6 SEMANAS
CLASSIFICAÇÃO
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
SUBTIPOS DE URTICÁRIA CRÔNICA
Urticária Crônica Espontânea Urticária Crônica Induzida
Urticária espontânea por causas conhecidas (ex. medicamento, auto-imune...) Urticária espontânea por causas desconhecidas
Urticárias físicas Dermografismo sintomático Urticária ao frio Urticária de pressão tardia Urticária solar Urticária ao calor Angioedema vibratório Urticária colinérgica Urticária de contato Urticária aquagênica
CLASSIFICAÇÃO
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
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• Na população
– Urticária em geral: 10-20% da população irão manifestar em algum momento da vida1
– Crônica: 3%2
• Em crianças
– Urticária em geral: 3-5%2
– Crônica: 0,1-0,3% (UK)/13% (Tailândia)2
• Urticárias físicas: 6%3
EPIDEMIOLOGIA
1. Sanchez-Borges et al. WAO Journal 2012; 5:125–147 2. Church et al. Pediatr Allergy Immunol 2011: 22: 1–8 3. Ferrante et al. WAO Journal 2015; 8:5
1. Identificação do fator causal
2. Tratamento eficaz Dr. o que está causando isso?
URTICÁRIA CRÔNICA
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Histamina
Eritema Reflexo
Prurido
Pápulas
Angioedema
Sintomas da UCE
EAACI/GA2LEN/EDF/WAO guidelines1: a urticária é uma doença mediada por mastócitos
1. Zuberbier T, et al. Allergy 2014; DOI: 10.1111/all.12313.
QUE ESTÍMULO LEVA O MASTÓCITO A DESGRANULAR NA URTICÁRIA?
DIAGNÓSTICO
CAUSAS DE UCE
• Fatores psicossomáticos
• Alergia alimentar/Intolerância alimentar
• Infecções crônicas
• Auto-reatividade/imunidade
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DIAGNÓSTICO
CAUSAS DE UCE
• Fatores psicossomáticos
• Alergia alimentar/Intolerância alimentar
• Infecções crônicas
• Auto-reatividade/imunidade
DIAGNÓSTICO
CAUSAS DE UCE
• Fatores psicossomáticos
• Alergia alimentar/Intolerância alimentar
• Infecções crônicas
• Auto-reatividade/imunidade
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ALERGIA ALIMENTAR
URTICÁRIA AGUDA
URTICÁRIA IgE-MEDIADA
=
Role of nonallergic hypersensitivity in children with chronic urticaria
• População estudada: – n=16 – 12 a 17 anos
• Método: – Dieta livre de pseudo-alérgenos por 3 semanas – Reintrodução maciça dos pseudoalérgenos na dieta – Subgrupo dos respondedores submetido a provocação duplo-
cego com os aditivos
• Resultados: – 12 (75%) com diagnóstico de urticária induzida por
pseudoalérgenos – Corantes, preservativos, glutamato e sacarina/ciclamato
Ehlers et al. Allergy 1998; 53:1074-77
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Alimentos estritamente proibidos: Balas, chicletes e similares Ervas e tempêros Corantes artificiais, preservativos, gelatinas, espessantes, humectantes, emulsificantes, flavorizantes, anti-oxidantes, adoçantes, estabilizadores Pães com grãos, hervas ou outros ingredientes Pão “empacotado” deve ser preferido em relação ao pão de padaria, porque os ingredientes estão na embalagem Álcool Gergelim Massas com ovos, bolos, biscoitos, batatas chips Margarina e maionese Ovos Carnes defumadas Frutos do mar e peixes Tomates, alcachofras, ervilhas, cogumelos, espinafre, azeitonas Pimentas doces Frutas, frutas secas e suco de frutas Chás de ervas Usar apenas alimentos frescos e alimentos congelados sem aditivos
Categoria Geral n(%)
Beneficiados 48(34)
Neutros 70(50)
Deteriorados 22(16)
Magerl M et al. Allergy. 2010; 65:78-83.
DIAGNÓSTICO
ALERGIA ALIMENTAR - DIETAS RESTRITIVAS
1/3 dos pacientes é beneficiado com dietas restritivas
Aditivos, liberadores de histamina e outras substâncias naturais em frutas, verduras e temperos
DIAGNÓSTICO
ALERGIA ALIMENTAR - DIETAS RESTRITIVAS
Rajan JP et al. J Allergy Clin Immunol Pract. 2014;2:168-71.
ESTUDO DEMONSTRA QUE ADITIVOS EM DROGAS E ALIMENTOS PARECEM SER UMA CAUSA RARA DE EXACERBAÇÃO DE URTICÁRIA CRÔNICA
EVITAR ADITIVOS EM DROGAS E ALIMENTOS COM URTICÁRIA CRÔNICA NÃO É RECOMENDADO
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Should patients with a sensitization (positive specific IgE/ skin prick test) avoid these food items?
Summary: We recommend that patients with a known sensitization based on specific IgE to food should only avoid these items if there are relevant data e.g. double blind oral provocation test or a clear history, to prove that
the sensitization has a clinical relevance for urticaria (strong recommendation/ high level of evidence)
Voting result: 100% of audience and the panel members agreed.
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
Are pseudo-allergen-free diets useful in the extended diagnostic program of chronic spontaneous urticaria?
Summary:
a) We recommend to use pseudoallergen (non-allergic-hypersensitivity reaction agents) free diets in the extended diagnostic program of chronic
spontaneous urticaria in patients with daily or almost daily symptoms only. (strong recommendation / high-quality evidence)
b) We suggest to use it in the management program only for those patients responding to the diet.
(weak recommendation / high-quality evidence)
Voting result: 94% of audience and the panel members agreed.
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
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DIAGNÓSTICO
CAUSAS DE UCE
• Fatores psicossomáticos
• Alergia alimentar/Intolerância alimentar
• Infecções crônicas
• Auto-reatividade/imunidade
DIAGNÓSTICO
CAUSAS DE UCE
• Fatores psicossomáticos
• Alergia alimentar/Intolerância alimentar
• Infecções crônicas
• Auto-reatividade/imunidade
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1. Brodell LA, et al. Ann Allergy Asthma Immunol. 2008;100:291-297. 2. Leznoff A, et al. Arch Dermatol. 1983;119:636-640.
3. Grattan CE, et al. Br J Dermatol. 1986;114:583-590. 4. Gruber BL, et al. J Invest Dermatol. 1988;90:213-217.
5. Grattan CE, et al. Clin Exp Allergy. 1991;21:695-704. 6. Hide M, et al. N Engl J Med. 1993;328:1599-1604.
1983 1986 1988 1991 1993
Associação de UCE com tireoidite auto-imune2
TSA + em 7/12 pacientes com UCE3
IgG anti-IgE na UCE por ELISA4
Atividade de liberação de histamina
no soro com propriedades anti-IgE na UCE5
Anticorpos funcionais IgG
anti-FcεRlα em indivíduos
com UCE6
História da auto-imunidade na UCE1
TEORIA DA AUTO-IMUNIDADE NA URTICÁRIA CRÔNICA
Slide de Michael S. Blaiss
1. Greaves M. J Allergy Clin Immunol 2000;105:664−72; 2. Kaplan AP, Greaves M. Clin Exp Allergy 2009;39:777–87;
3. Metz M, Maurer M. Curr Opin Allergy Clin Immunol 2012;12:406–11.
DIAGNÓSTICO
AUTO-REATIVIDADE E AUTO-IMUNIDADE
Auto-antígeno
IgG anti-IgE
IgG anti-FcεRI
Histamine release Histamine release Liberação de
histamina
IgE
IgG
Histamine
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High prevalence of autoimmune urticaria in children with chronic urticaria
31
29
1
11
15 12 Auto-imune
Idiopática
Alérgica
Multifatorial
Infecciosa
Física
Brunetti et al. JACI 2004; 114:922-7.
Teste de liberação de histamina e teste do soro autólogo
PADRÃO OURO PARA O DIAGNÓSTICO DE UC AUTO-IMUNE
A. Bioensaio positivo (teste de liberação de histamina por basófilos ou expressão de marcador de ativação de basófilo positivo) para demonstrar funcionalidade in vitro E
B. Auto-reatividade positiva (teste do soro autólogo +) para demonstrar relevância in vivo para desgranulação de mastócito e permeabilidade vascular E
C. Imunoensaio positivo para autoanticorpos IgG específicos contra FcεRI e/ou IgE (WB ou ELISA) para demonstrar especificidade de anticorpo
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• Recomenda-se investigação limitada de rotina na UCE (recomendação forte/ consenso clínico, aceita por 100%)
– Excluir doenças graves
– Hemograma
– VHS/PCR
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
• Kozel e cols. J Am Acad Dermatol 2003; 48: 409-16
– Meta-análise: 29 estudos, 6462 pacientes
– Exames de laboratório mostraram que em apenas 1,6% dos pacientes havia doença sistêmica não conhecida relacionada com a urticária
DIAGNÓSTICO - UCE
• A investigação na urticária crônica pode ser extendida de acordo com a história clínica (recomendação forte/ consenso clínico, aceita por 100%)
– Doenças infecciosas
– Alergia tipo I – IgE mediada
– Auto-anticorpos funcionais
– Hormônios da tireóide e auto-anticorpos
– Testes físicos
– Teste do soro autólogo
– Biópsia
– D-dímero
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DIAGNÓSTICO - UCE
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Should treatment aim at complete symptom control in urticaria?
Summary: We recommend to aim at complete symptom control in urticaria. (strong recommendation/clinical consensus following the WHO constitution
in conformity with the Charter of the United Nations)
Voting result: 97% of audience and the panel members agreed.
Health is a state of complete physical, mental and social well-being and not merely the absence of disease or infirmity. The enjoyment of the highest attainable standard of health is one of the fundamental rights of every human being without distinction of race, religion, political belief, economic or social condition.
TEM COMO OBJETIVO O CONTROLE COMPLETO DOS SINTOMAS
TRATAMENTO
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Primeira linha: Anti-histamínicos de 2a geração Segunda linha: Aumentar a dose para até 4X do anti-histamínico de 2a geração Terceira linha: Adicionar: Montelucaste OU Ciclosporina A OU Omalizumabe, Curso curto (máx. 10 dias) de corticosteróide (também pode ser usado nas exacerbações)
se sintomas persistirem após 2 semanas
se sintomas persistirem após mais 1-4 semanas
TRATAMENTO
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
Primeira linha: Anti-histamínicos de 2a geração
Clássicos (1ª geração) Não-clássicos (2ª geração)
Ciproheptadina Bilastina
Dexclorfeniramina Cetirizina
Hidroxizina Desloratadina
Prometazina Ebastina
Difenidramina Fexofenadina
Levo-cetirizina
Loratadina
Rupatadina
TRATAMENTO
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17 REFERÊNCIA 69 SIMILARES 12 GENÉRICOS
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Church MK et al. Allergy. 2010;65(4):459-66.
Alterações no sono REM Diminuição nas funções cognitivas
TRATAMENTO
POR QUE NÃO OS DE 1ª GERAÇÃO?
UCE tende a ser mais de difícil controle em
pacientes com:
Fatores prognósticos para a duração da UCE
• Doença mais grave1,2
• Angioedema concomitante1,2
• Urticária física concomitante1,3
• Teste do soro autólogo positivo1,4
1. Maurer M, et al. Allergy 2011;66:317–30; 2. Toubi E, et al. Allergy 2004;59:869−73;
3. Kozel M, et al. J Am Acad Dermatol 2001;45:387−91; 4. Staubach P, et al. Dermatology 2006;212:150−59.
TRATAMENTO
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Primeira linha: Anti-histamínicos de 2a geração Segunda linha: Aumentar a dose para até 4X do anti-histamínico de 2a geração Terceira linha: Adicionar: Montelucaste OU Ciclosporina A OU Omalizumabe, Curso curto (máx. 10 dias) de corticosteróide (também pode ser usado nas exacerbações)
se sintomas persistirem após 2 semanas
se sintomas persistirem após mais 1-4 semanas
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
TRATAMENTO
SEGUNDA LINHA: ANTI-HISTAMÍNICOS DE 2ª GERAÇÃO – ATÉ 4X
COMO USAR O ANTI-H1 DE 2ª GERAÇÃO?
• Contínuo ou intermitente?
• Por quanto tempo?
• Em que doses?
• Monoterapia ou terapia combinada
(vários anti-H1 diferentes ao mesmo tempo)?
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
TRATAMENTO
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Primeira linha: Anti-histamínicos de 2a geração Segunda linha: Aumentar a dose para até 4X do anti-histamínico de 2a geração Terceira linha: Adicionar: Montelucaste OU Ciclosporina A OU Omalizumabe, Curso curto (máx. 10 dias) de corticosteróide (também pode ser usado nas exacerbações)
se sintomas persistirem após 2 semanas
se sintomas persistirem após mais 1-4 semanas
Zuberbier T, Asero R… Ensina LF… et al. Allergy. 2014;69:868-87.
TRATAMENTO