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Entretanto, convém re- cordar que na esfera do pe- iróleo cada passo k frente num rumo nacionalista pressupõe sérias lutas e íir- in,.' disposição para eníren- ur e vencer a resistência nos'trustes internacionais e cios entregulstas que ser- vem em diversos lugares. Por isso mesmo, a umdade das . forças nacionalistas, arir.cs de tudo dos próprios u-a balhadores da Petrobrá s, o condição essencial para o cumprimento do menciona- do programa. Mais do que na gestAO nacionalista do sr. Francisco Màngabeira, estão agora trabalhado-, res entrosados com a dire- çáo ds Petrobrá», o que In- dica que foi feito importan- . te avanço. Na terceira página desta edição iNota Econômicas os leitores encontrarão um comentário sobre aquele que. a no*so ver. ê o prin- eipal problema da Petro- brá». «*-?*?"'' mm "í.-á m *fe' é£Mí'f'. . mm Istá sendo decidida a Qfjrtótituiçáo do novo ministério, que póBará slgni- ficar nio apenas uma sipples troca de homens nos postos do Guvêrno, mas a formação de um novo, governo com uma nova política. >, ,¦&£ Para que êsse objetjjrçp «eja. ai- cançado, resolvendo-se o JMfOblema do novo ministério em benelip do povo, torna-se necessário que ojrópiio povo participe ativamente da ^it* política que se trava, influindo seu deste- cho. O momento aaife, ttoulnr, a unidade è a és fòrfts naeionalistas e '•" Oe meia aWÍ negociata da Bond and Mire, que ja estava praticamente fechada, foi sus- pensa, tendo sido o Governa forçado a determinar o tombamento fÍ>ico e con- tábil da .empresa. A dlreçádlda Petiv> brás foi reorganizada em tiases que possibilitam o prosseguimento! poli- tica nacionalista do petróleo !rOs tra- balhadores, resguardando sua ujriidade contra as tentativas div||lonistas, sou- beram, com as última«J|reves, défen- der seus interesses econômicos' e seus direitos sindicais, ao mesmo tenipe que defenderam as liberdades democráticas e reforçaram a luta pelas reformas de base. Orande foi, sem dúvida, a reper- cussão nacional das mantfestações rea- lizadas em Brasília pelo COT e|. pelo Movimento Nacionalista Feminino. Os camponeses iniciaram, no Estado do Rio e no -Rio Orande do Morte, mo- vimentos de ocupação de terras, revê- lando assim sua disposição de lutar concretamente pela reforma agrária. Por outro lado, a luta vitoriosa, dos soldados e cabos do Corpo de Bombel- ros da Guanabara e as repetidas ma- nlfestaçôes dos sargentos das Magas Armadas deixam ainda mais claro que nosso povo nio se conforma em car- regar nos ombros as desastrosas eon* seqüências da situação que o Pais atra» vessa. Nosso povo quer um governo capas de resolver os problemas que o áfli» gem. Um governo para realisar mm» formas de base, que tome medidas aia- Uvas contra o imperialismo e o lati» fundio, que ponha em prática uma po- litica econômico-financeira: dÉtadftpê» los interesses nacionais e nio, smjsm está acontecendo, uma pollttoa arnsmò- mlco-flnanceira imposta pelo rvrato •m ¦ •V*tüçKvír**-t f*?*t» watt X do gorilismo. e como o sr, Dantas, patrono da Bond and Share e do FMI. Um governo assim não po- dera nascer de conchavos cofri- as cúpulas retrógradas do PSD e do PSP, de compromissos ou conciliação eom as forças do latifúndio e do imperia» «lismo. Mas. ao contrário, deverá ser constituído por homens verdadeira» mente identificados com as forças pa- triôtiças e progressistas. O momento exige com particular, •vigor'--*- como dissemos a unidade e a ação de todas as correntes nacjt©- naüstas e democráticas, imediata e pia mobilização das massas trabalha doras e populares, com o objetive de pressionar-o sr. João Goulart no «én- tido de que organize um ministério que. pela sua composição e pena sua política, possa mprecer a confiança do povo. Também é necessário levar em conta que os reacionários e jantreguis* tas não estão de braços ,'enrsados. Agindo, por todos os meirss e formas, para que se constitua' ministério sob sua influência, 'também se arti- culam e tramam pom a intenção de enveredar pelo caminho do eolpe. As forças nacionalistas e democráticas de- vem, assim, manter-se vigilantes, pron- tas a responder rom a necessária ener- gia a quakjnsr, tentativa golpista dos / / / IBAD Lança Terror em Alagoas Recrudesceu na semana que passou o clima de terror implantado uo Estado de Alagoas pelo governador do IBAD, Luiz Cavalcante. A Constituição, a Consolidação das'Leis do', Trabalho, as liberdades individuais foram pisoteadas,' msls ums vez, tendo sido encarcerado, incomunicável, sob a inconsistente alegação de que'"promovia' agitação", o- vereador e dirigente sindical Nilson Miranda. O mesmo pre- texto serviu para o espancamento de um jovem colegial.' E' de completa intranqüilidade a situação naquele Es-- tsdo nordestino, temendo-se por graves ocorrências em fa- ce, do comportamento fascista do chefe de executivo, que a cada dia investe mais furiosamente contra a Carta Mag- . na e as garantias individuais nela inscritas, atentando, na sus fixação paranóica em manter uma "ordem" que , dis "ameaçada", eeatr* as direito» de-reunião e de livre manifestação de peasamsnto. (Lsto ns 1* pésjma). Lançamento e Homenagem Dia 21 No próximo dia 21, às 17 horas, será realizado ato público em homenagem à memória de Rui Facó. Na oca- -sião se fará o lançamento de sua obra póstuma— "Can- gaceirose Fanáticos" —• editada psla Clvlllsaçio Brasl- leirs. Personalidades do mundo político e cultural, além de admiradores e, amigos de Facó participarão ds msni- festoç&o, cujo sitmlficado trsnscende o próprio knçamen- to da obra. Também em São Paulo, no. próximo dia S6, às 20 horas, sob os auspícios da sessão' paulista.da UBE, o jornalista Moisés Vinhas pronunciará conferência su- bordinsda ao titulo "Aspectos ds Vida e da Obra de Rui Facó". O ato resUSará na sede da . entidade, à Rua 24 de Mi-í.>, 250. 13.° andar. Na 7* página, em "Can- to de Pár/iD?.", Eneida fala.do livro de Rui « da homens- gem que lhe r*rá pNstadsna OB. Brasil Pode '•'¦;' ' ¦ Parar Contra os Gorilas Com a destruição da estrutura sindical brasileira é que os gorüBs esperam galgar so poder, pois ja se convence- rara que euquanto os trabalhadores e&Uverem fortes e or- ganiudos; todos os seus planas estão condenados ao fra- casso. A demissão do comandante Melo Bastos, as atividades do picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri- nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La- cerda são apenas o início da campanha contra ás enti- dades sindicais dos trabalhadores, dirigida e financiada por estrangeiros e. plenamente apoiada pelos jornais da rea- ção. O objetivo é impedir que as reformas de base se tor- nem uma realidade, que o povo participe das decisões sobre o destino ido Pais, em suma. entregar a Nação aos gorilss manobrados do exterior. Pftia Isso terão de dividir os trabalhadores. £' a que estão tentando. (Leia artigo aa página 3). ' Solidariedade Mundial ao Povo Espanhol Sob os auspícios da Federação sindical Mundial, du- rante o mês de junho os trabalhadores de todo o mundo estarão realiiando manifestações e atos de solidariedade ao povo .espanhol. As demonstrações se verifiesm no mo- mento eni que s classe operária e ss demsis forças de- mocráticas e progressistas da Espanha se unificam na luta para derrubar o ditador Franco « aua camarilha ter- rorista que 24 anos esmagam as liberdades e impedem o progresso da Espanha. Em nosso Pais, notadamente em •São Paulo e no Rio. as entidades sindicais e outras orga- nüações de trabalhadora e populares estão programando uma série de atos de solidariedade ao povo espanhol (na capital paulista no dia 23, r na Guanabara no dia 21. às 19 horas, na ABI», das quais participarão numerosa» per- sonaüdsdes. (Reportagem na 8.» página). ||^i^^^i^^^^^^^^^B^^^^^^^^^B^^^1^^^^^-^^i^_^^i^^B^Í^i^i^^_^^1^^i^^^^^^^^^^^^^^11^B^^^^^^-^^^^^^|^1B^1-M

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Page 1: MM» xxÇSIO Unida Das Forcas Popid ãk ares - marxists.org · do picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri-nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La- cerda

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Armadas deixam ainda mais claro quenosso povo nio se conforma em car-regar nos ombros as desastrosas eon*seqüências da situação que o Pais atra»vessa.

Nosso povo quer um governo capasde resolver os problemas que o áfli»gem. Um governo para realisar mm»formas de base, que tome medidas aia-Uvas contra o imperialismo e o lati»fundio, que ponha em prática uma po-litica econômico-financeira: dÉtadftpê»los interesses nacionais e nio, smjsmestá acontecendo, uma pollttoa arnsmò-mlco-flnanceira imposta pelo rvrato

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do gorilismo. e como o sr,Dantas, patrono da Bond and Sharee do FMI. Um governo assim não po-dera nascer de conchavos cofri- ascúpulas retrógradas do PSD e do PSP,de compromissos ou conciliação eomas forças do latifúndio e do imperia»«lismo. Mas. ao contrário, deverá serconstituído por homens verdadeira»mente identificados com as forças pa-triôtiças e progressistas.

O momento exige com particular,•vigor'--*- como dissemos — a unidadee a ação de todas as correntes nacjt©-naüstas e democráticas, imediata epia mobilização das massas trabalhadoras e populares, com o objetive depressionar-o sr. João Goulart no «én-tido de que organize um ministérioque. pela sua composição e pena suapolítica, possa mprecer a confiança dopovo. Também é necessário levar emconta que os reacionários e jantreguis*tas não estão de braços ,'enrsados.Agindo, por todos os meirss e formas,para que se constitua' ™ ministériosob sua influência, 'também se arti-culam e tramam pom a intenção deenveredar pelo caminho do eolpe. Asforças nacionalistas e democráticas de-vem, assim, manter-se vigilantes, pron-tas a responder rom a necessária ener-gia a quakjnsr, tentativa golpista dos

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IBAD LançaTerror em Alagoas

Recrudesceu na semana que passou o clima de terrorimplantado uo Estado de Alagoas pelo governador do IBAD,Luiz Cavalcante. A Constituição, a Consolidação das'Leisdo', Trabalho, as liberdades individuais foram pisoteadas,'msls ums vez, tendo sido encarcerado, incomunicável, soba inconsistente alegação de que'"promovia' agitação", o-vereador e dirigente sindical Nilson Miranda. O mesmo pre- •texto serviu para o espancamento de um jovem colegial.'

E' de completa intranqüilidade a situação naquele Es--tsdo nordestino, temendo-se por graves ocorrências em fa-ce, do comportamento fascista do chefe de executivo, quea cada dia investe mais furiosamente contra a Carta Mag- .na e as garantias individuais nela inscritas, atentando,na sus fixação paranóica em manter uma "ordem" que ,dis "ameaçada", eeatr* as direito» de-reunião e de livremanifestação de peasamsnto. (Lsto ns 1* pésjma).

Lançamento eHomenagem Dia 21

No próximo dia 21, às 17 horas, será realizado atopúblico em homenagem à memória de Rui Facó. Na oca--sião se fará o lançamento de sua obra póstuma— "Can-

gaceirose Fanáticos" —• editada psla Clvlllsaçio Brasl-leirs. Personalidades do mundo político e cultural, alémde admiradores e, amigos de Facó participarão ds msni-festoç&o, cujo sitmlficado trsnscende o próprio knçamen-to da obra. Também em São Paulo, no. próximo dia S6,às 20 horas, sob os auspícios da sessão' paulista.da UBE,o jornalista Moisés Vinhas pronunciará conferência su-bordinsda ao titulo "Aspectos ds Vida e da Obra deRui Facó". O ato sé resUSará na sede da . entidade, àRua 24 de Mi-í.>, 250. 13.° andar. Na 7* página, em "Can-to de Pár/iD?.", Eneida fala.do livro de Rui « da homens-gem que lhe r*rá pNstadsna OB.

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Com a destruição da estrutura sindical brasileira é queos gorüBs esperam galgar so poder, pois ja se convence-rara que euquanto os trabalhadores e&Uverem fortes e or-ganiudos; todos os seus planas estão condenados ao fra-casso. A demissão do comandante Melo Bastos, as atividadesdo picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri-nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La-cerda são apenas o início da campanha contra ás enti-dades sindicais dos trabalhadores, dirigida e financiada porestrangeiros e. plenamente apoiada pelos jornais da rea-ção. O objetivo é impedir que as reformas de base se tor-nem uma realidade, que o povo participe das decisõessobre o destino ido Pais, em suma. entregar a Nação aosgorilss manobrados do exterior. Pftia Isso terão de dividiros trabalhadores. £' a que estão tentando. (Leia artigoaa página 3). '

SolidariedadeMundial aoPovo Espanhol

Sob os auspícios da Federação sindical Mundial, du-rante o mês de junho os trabalhadores de todo o mundoestarão realiiando manifestações e atos de solidariedadeao povo .espanhol. As demonstrações se verifiesm no mo-mento eni que s classe operária e ss demsis forças de-mocráticas e progressistas da Espanha se unificam naluta para derrubar o ditador Franco « aua camarilha ter-rorista que há 24 anos esmagam as liberdades e impedemo progresso da Espanha. Em nosso Pais, notadamente em•São Paulo e no Rio. as entidades sindicais e outras orga-nüações de trabalhadora e populares estão programandouma série de atos de solidariedade ao povo espanhol (nacapital paulista no dia 23, r na Guanabara no dia 21. às

19 horas, na ABI», das quais participarão numerosa» per-sonaüdsdes. (Reportagem na 8.» página).

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lesteObjetivo dos reacionários:

ODAOt DO RJTIMO

Istá sendo construída ás msrgens dorio Teuloel, ns Sibéria, a cidsds do futu-ro, Dtvnogorsk. Nas vizinhanças, eslstes potente central hidrelétrica de Krans-nolarsk. Instalados em confortáveis apar-tamentos, os felizes habitantes ds novacidade poderão realizar todos os afazs-res domésticos com a utilização da ele-trlcldade. No Interior das habitações,asrá criado um clima artificial, eom oaproveitamento ds energls elétrtcs, as-sim como a calefação, o cultivo de hor-tallças, o plantio de flores. Nem uma gra-ma de carvão, nem um litro de petró-leo aerfio gastos na cidade do futuro, aJá chamada cidade comunista. Entre ár-vores e flores, haverá prédios de 4, 6 e 9pavimentes, com 60 s 80 apartamentoscada um.

PROCURA DO NOVO

Funcionam na Hungria 122 institutosde investigações cientificas. No entanto,as pesquisas cientificas náo sào apenasrealizadas por

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orgahi-seções: em tó-das ss 600 fa-culdades dasdiversos Uni-versidades, emclinicas, nos-pitais, labora-tórlos, íábri-cas e outrasi n s t i tulçõcs,também sãofeitas Investi-gsções de ca-ráter cientifico. Dentre os Institutos, 42se ocupam de pesquisas técnicas, 29 agri-colas, 18 de ciências naturais, 18 de ex-periénclos de medicina, 15 de questõessociais. Dos institutos dc investigaçãotécnica, seis dedlcam-se a pesquisas qui-micos, seis da indústria de maquinaria,telecomunicações e Instrumentos diver-sos, oito da indústria de alimentação etrês de problemas da indústria leve.

ENERGIA BÚLGARA

Há 15 anos, começou na Bulgária autilização racional de unia grande rlque-sa: o potencial hidrelétrico. Seu territó-rio, com mais de 110 000 quilômetro, qua-drados, tem 541 rios, com um compri-mento total de quase 20 000 quilômetros.Calcula-se o potencial de energia hidráu-Uca em uns 38 bilhões de kw/hora. Nosúltimos anos, foram construídos 14 gran-des represos, com uma capacidade totalde dois bilhões de metros cúblcoe deágua. A potência das centrais hldrelétrl-cas subiu 9 vezes, com uma produção

de S bilhões de kw/hora.

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CHANCAS SEM PROBLEMAS

Na Bumánla, 117 casas s palácios depioneiros são freqüentados por rtssensids milhares ds sscolsres de 9 a 14 anos.Bá no pais TO bibliotecas para crianças,rihã

numerosas bibUotseas osoõla- -,liais de três milhões de trrtonçae *

freqüentam as escolas rumenss. A distrl-balcão gratuita de manuais sscolsres en-tre os alunos do l.° ao 7.° ano atingiram,neste ano, a 17400000.

CONTINUA CRESCENDO

Cresce continuamente a capital dallelorrussia, Minsk. Até 1.° de Janeiro de1*69, viviam ali 509 000 pessoas. Hoje, ésssaamero atinge o 648 500. Nos últimosaaatro anos, foram construídos 1248000bustos quadrados de moradias. Somenteao ssvo passado foram inauguradas seta

. eseosss. com capacidade paro 6500 alu-\ apa além de quatro lnternatos, 18 ins-

JMNOSS Infantis e a sala de esportes doMáeto dos Pioneros.

tèfRAS MAIS FÉRTEIS

âaaeaBêâldadszu

fabriea Química de Wuching, emfoi. projetada por engenheiros

0 equipada com maquinaria denacional. A parte já instalada

para produslr 100000 to-ildsa Anuais de sulfato de amoníaco.

A oonstauolo foi Iniciada em 1060 e de-amas de tabeles* s oentanas de técnicoscoteboraram para sas instalação. A fa-brica de Wachmfe tara grande significa-são para o desenvolvimento agrícola ehl-nês, já qus produzirá grande quantidadede fertilizantes. \

jnsino prohsiiÒnal

u

Mo presente ano assolar, funcionamna Polônia 1994 escoou profissionais,eom 454 000 alunos, incluindo 1070 esco-sm para trabalhadores, com 238 000 alu-nos. Nos estabelecBnentoa) de seonomlasoeialisada há mais ds .IrTOOOO jovens queforam smpregsdosy<-para oprender umaprofissão ou ard.felçoar seus conheci-mentos. Corr^firado aos anos anteriores,isto significa um aumento considerável:sm 1957,' havia 122 700; em 1961, 138900.

PA5RICA FLUTUANTE

Uma fábrica flutuante será insugu-soda, dentro de poucas semanas, na Po-íõnla, construda e equipada nos estalei-ms navais deGdansk. Serádestinada àtadUBtriolka-ção da pescos oo apoioe manutenção —-da frota pes-queira. Seislinhas automáticas de produção foramInstaladas, cada uma podendo Industria-Usar 50 toneladas de pescado em seda34 horas. Parte do produto ssrá direta-mente enlatado, enquanto o restante,preparado para o consumo, ssrá guarda-do em câmaras frigoríficas. Outro seçãoproduzirá até 100 toneladas diárias defarinha de peixe. O "barco-mãe'* terátambém instalações para produslr óleode fígado de bacalhau. Além de suas fun-çôes industriais, levará cerca de 4000 to-neladas de combustível liquido, paraabastecer a frota pesqueira, bem comovíveres e tudo o mais-de que possam pre-cisar os pescadores em alto mar. A fá-brica flutuante conduz uma estação me-teorólógica própria e um helicóptero.

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Esmagar os SindicaiPara Dominar o Bra

oe^ltà

OS

S ilO «rtenal reacionário ioi ato-

bilissdo contra o oUkolianobrasileiro, qw csrrags a honro-sa culpo ds Ur organlndo emobilizado os sustas para a lu-to pelu reformas de bsie e pa-rs raaisdr ás investido» do gori-lismo. Nlo é de hoje «ue amiaorio retrógrado concentra•eu fogo sóbre a orginiiaçlosindical dot trabalhadores, s«m-pre que este» prejudicam a rea-liiaçSo de planos antikrasijcl-ros ou manifestam a "audácia"de ler maior participação navida politica da País. Jamais,entretanto, os bir.es do regimevigente e o» candidatos a vice-reis de uma ditadura dispensa-ram tio grande importância aostrabalhador»; nunca a reaçSoatribuiu aos dirigentes .sindicaisa liderança das campanhas demaior profundidade, capazes demodificar radicalmente o pano-rama |iolitico,' i-conumico e tu-ciai do Brasil. Antes (e isto atérecentemente;, a responsabilida-de político "concedida" aos tra-balliádores era apenas relativa.No máximo, eram acusados de,inconscientemente, fazerem o jó-kj da facção governamental, ai|ue seriam levados por meia-luzia de.pelegos vinculados ao1'oder. Tentava-te, assim, pas-.'-ar um atestado de incapacida-de no homem que trabalha.Negava-se, dessa forma, ao ope-rário, ao bancário, ao funciona-rio público, ao militar, ao cam-ponés, oo trabalhador em gerale ao estudante, negava-se amilhões de brasileiros o irrêeu-sivel e inalienável direito del>ensar em termos políticos. Talrecuso te materializava quaseque por decreto, pois, dispersase desorganizadas, as forças po-pularei nlo tinham como rasgarot '"ukoses" discriminatórios,que atribuam exclusivamente it•Jitts o "sacrifício" de gerir svido nactMel.

Essa altasçlo durou muito,attim vmamttm oté há poucotempo. Teve vido longa, ali-•acatado «jw «n polo qae ae¦wihor oradaoia o soro, aro-aaids p*k Tiçiltack «tpolhti*va s ssldol m "inale* molt«pomo", ooSm notddos além-eeoaao, boje oo norte éo SioGftflQ-aV

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Ulhador na político, através dos(indicou», E acabou cm defini-tivo porque nem remotamente tepode admitir um retrocesso aosindicalismo brasileiro, hoje comforça de aglutinação, com capa-cidade de organizaçio e poderde pressão capazes de traçar eimpor o caminho que melhor in-teressa i Naçlo, passando porcima dc partido» e grupos poli-ticos, esmagando os* falsos lide-res, derrubando os dirigentes va-cllantci, fulminando os aprovei-tadorci do atraso nacional.

Justamente porque o sindica-lismo brasileiro hoje ostenta talforça, sóbre ele, agora, se con-centram o ódio c o fogo re.-.cio-nário.

A demissão do comandanteMelo Bastos foi apenas um cosodoméstico do Varig? O surgi-mento do marginal GilbertoCrockatt de Si, á frente deuma entidade divisionista e con-fusionista do movimento sindi-cal, prende-te.a questões inter-nas e exclusivas dos trabalha-dores? O despacho do juizFrancis Selwin Davi-, que pro-vocou uma greve nacional de cs-tivadores, reflete simples saberou ignorando jurídicos? As pro-vocações- do governador Ade-mar de Barros contra os ferro-viários paulistas poderão ter le-vadas à conta, exclusivamente,da reconliecida boçalidade, indi-géncia intelectual ou, ainda, sen-nilidade clinicamente comprovo-do do sobo bandeirante? Porque o governador Plínio Coelholançou contra os trabalhadoresde Manaus, no més passado, to-do o peso do seu dispositivo po-lidai, para esmagar uma grevede estivadores e tecelões?

A policia invadiu o Sindicatodos Ferroviários cm Compôs,destruiu o entidade dot traba-lhadores rurais de Mandaguari,no Paraná. Simples incidentes,de causa e efeitos puramente lo-cais? Finalmente, que dizer dosmilhares de soldados e policiaiscom que o tr. Corto* Lacerdaameaça ot trabalhadora» e opovo carioca, sempre qw umogreve i anunciada?

Juntando-se as poços, ligando-te nomes t foto», é fácilbar qitt o onda dsde sorte o «ri do Polo,•fndkoto» de trebs&sdcrsLw-

monte traçado. No ftasdo, osoartmmentM diraMstos s na*donário» nlo d******* ostra cei*

uma politica externo -,„.„-¦dente, cortar o acesse ds soveá vido político « oo Gavetas.

Paro olcoaçar tais objetive* —sabe muito bem o reacio — _ot-to ferir do morte o movimentosindical. Lançando o discórdiaentre os trabalhadores, fomen-tando o divisão entre ss estids*des sindcoit, eliminando OS Hés-res mais atuantes s tomnq.ilaites, esperam ossim ot reacloná-rios liquidar com os obstáculos,válidos que os .-parem das suasmetas criminosas. O imperial)»-ino ianque e seus representantesno Brasil percebem que Arraes,Ürizola, Almino Afonso, Sér-gio Magalhle», Marco AntônioCoelho, Neivo Moreira, KloyDutra, Paulo de Tono, Fer-nando Santana e outro* parlo-meotares e Hderet nackmolistotficarão falando sozinhos, o par-tir do momento em qae ot sin-dicatos de traballiadores c enti-dades estudantis forem silencia-'das. A ação desses patriotas ti-caria reduzida a inóquas tertú-liat civico-literárias, desde quenão tivesse por base os traba-lhadores organizados. Dai, oempenho do bando reacionárioem destruir o sindicato, limitan-do a área de ação dos seus diri-gentes e vedando ao trabalhadoro direito de té foser presenteno diálogo po|uko.

A verdade é que iltt não que-rem dialogar com o trabalha--'or. Por preconceito e temor,eles nio admitem mobilar oBrasil com o povo, renegamessa coexistência que conside-ram fatal aos seus interesses.-êmc preconceito acompanhado .de medo é o maior homenagemquè poderio ter tributada aostrabalhadores, pois é o,confissãociara de que o meta do entre-guisla e reacionário ' esti cmpólo oposto á meto do trata-Ihador, de que ot interesse*deste e o* interesse» daquele doantagônico* t irrecondiiivdt.

_ A greve aos aetivsdem doSanto*, qw acabem oo alastras*do por todo o Pois, Ioi a mai*recente ssssMJiseso dw propó*«ito* sw taimai o dite àntocá*vel. O jais Frtmd» Sohrfa Da-vis ioi spssss • «sjesls wiestor

ShTSÍí.-íSíí.-*Jmtmm^Bmueoma

és Séo Poals" e "Ow cobenors és smunto, Atadolotsl e diária acolhida oa*3**

gmMmterm *\ %AumÁmtmmiagriat-M*SM Etli. Etlivadore* ds Sotaoi, 81oVicente, Guaruji e Cubotlo. Êdifícil imaginar-te ttit jornaisabrindo manchete* ou ironqueon-do o* twt mais nobres pigi-ass por* oéilerislo em dcíctode Iratathodor sm gtral, do es-dvsder sm porticular.

Pois isto ocorreu uuando cs-tourou o problema dot "bagri-nliot".

Tudo começou com a expedi-ção de centenas de matrículaspara candidatos i estiva do pór*to de Santo». O autor des» li-henlidode foi um oíicial doMarinho dc nome Aviso,cunhado do sr. Herbert Levy. cá época comandando o Copiu-nia ias Porto*.

A legislação trabalhista es-tabeleec uma série de condi-ções para a admissão de-novosestivadores, entre as quais aexistência dc vagas, limite deidade, wrionalidade, capacidadeíisicá, idoneidade moral etc. AId estabelece qw a coda estiva-dor devem ter assegurada» .60horas mensais de trabalho. Sò-mente após ultrapassado esse li-mite o quadro de estivador**poderá ser aiimctuadu, a fim derestabelecer-se aquela média. I.c-

nenio procedido pelos et-tivadore* e representantes do.Ministério do Trabalho consto-tou què, de junho de 1961 omaio de 67, o médio de traba-lho do estivador santista foi de176 horas mensais. Km agostode 61 alcançou 215 horas, ca-indo cm outubro do mesmo anoporo 150. Es» média de traba-lho significa baixo rendimentocm salários, rendimento quecairia ainda mais te outros tro-balhadores passassem o disputare dividir o pouco trabalho exis-tente. loto, entretanto, nlo ioiconsiderado pelo gorila qw co-mandava o porto de Soutos,qw **m qtadmtr «todo, on-menton de 2.750 para 3.430 onumtro do **Ui*aOft* daqueleporte.

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Htapim ds «rim.s**K*oéy*- Matatrictrio-

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If tTMft lÀTVfa MmV$tMMmáBmMtt MMUDN, sssjsiseu p^dmhdrodw (Mal*, fcosrittáriw éopéeto é* 4*J_R>m. Im» *o|Hm o¦*" - é, '

boa» • do presidentepúblico. CnefotL ide agir o juu Sdwin

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Davi*.m Moto solpou- w^isformo* pãtto és &*». t*w asUw s Êdo -masistraò»' « nrarto •»•k tam, »*»p«ftr * ««foca» 4» nodço rW)j**» w^Estodo ptitr «m Sio Po*_o, pdo &*¦¦¦>:¦ *.'*feiii^j^fejfei!fe ''"/'¦ ¦ -V"

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»R^S-:<ssHmPI He.

Brasil Pára se GovernoTransigir Com Gorilas IBancários, radialistas, fer-

roviárlos. estivadores, mari-timos, osronautas, aeroviá-rios e portuários de todo oBrasil peeparam-se pára sn-tear sm greve, para fazerrespeitar direitos Já oonquis-tados ou impedir medidasgovernamentais contráriasaos seus Interesses. Na Oua-nabara os bancários reuni-ram-se em assembléia terça-feira, dia 11, decidindo de-legar podêres à direção dosea sindicato para deflagrargreve no momento oportuno,contra o empréstimo com-pu>sório. Os radialistas artt-eulam parede de âmbito na-cional, que será material.-ssda caso o Oovérno federalnio publique até o Um destemês os decretos rsgnlomen-tando a profissão, com sala-rio-mlnlmo profissional eobrigatoriedade de progro-macio ao vivo.

Quanto aos esUvadores,portuários, marítimos s fer-roviárlos, estas categoriasbatem-se por laivlndicae&esespecif iess, entre as «mais areadmlssio do comandanteMeio Bastos e a solução docaso dos "taigrlnhos" deSsntos surgem eomo u demaior peso.

ESTADO DE ALERTADesde ontem os bancários

cariocas estão realizandoreuniões sindicais e dos pi-quètes de greve, preparando-ss para uma ação enérgica.Juntamente com outras ca-tegorlss profissionais, caso usituação politica venha aapresentar sintomas deagravamento. Apesar da as-sembléla dos bancários terextraído um manifesto con-tra o empréstimo compulsó-rio e analisando o momentopolitlco nacional, uma co-missão de S dirigentes doSindicato vai manifestar deviva vos, às autoridades doExecutivo e às liderançaspartidárias, sm Brssilia, arepulsa ao empréstimo com-pulsório e reclamar a urgen-te votação das reformas debase. Ao presidente da Repú-bllca, pãrtlculamente, ex-prestarão que os assolaria-dos nio msis podem arcareom os ônus da Inflação, eque entre os beneficiáriosdesta é que o Oovérno de-verá procurar os recursospara ss suas aperturas or-çamentárias.

Nos demais Estados estãoos bancários realizando as-sembléla* com o mesmo ob-

jetivo, articulando, dessaforma, uma.parede nacionalque poderá eclodlr Isolado-mente ou em sintonia comoutros grupos de trabalha-dores.

PUA EM AÇÃOO problema gerado pe'a

demissão do comandanteMelo Bastos, da VARIO, foio principal ponto da reuniãorealizada pelas liderançasdos categorias que Integramo Pacto de Unidade e Ação.

mbora o PUA seja consü-tuido por estivadores, por-tuários, marítimos e ferro-viários, désse encontro par-ticipam também aeronautase aeroviários, ampliando-seassim, em função da defesado mandato sindical, aquelafrente única de trabalhado*res.

Ainda no âmbito do PUA,os operários navais poderioir à greve se persistir a ne-gatlva dos empregadores empagar a* taxas de lnsalubrl-dade, já regulamentada em¦ei Serio acompanhados, nomovimento, pelos marítimos,e possivelmente por estlvs-dores e portuários. Os esti-vadores ainda estão proeu-rando solução para e proble-

ma dos "oagrinhosH de San-tos, pois não se conformamcom o despacho do JuizFrancis Selwin Davls, umverdadeiro atentado a lei es-peclflca.RADIALISTASE TELEGRÁFICOS

O problema dos radialistasse arrasta desde muitos anose implica quase que na pró-pria sobrevivência dessa ea-tegorla profissional. Apesarde todas as razoes técnicase Jurídicas apresentadas pe-los trabalhadores disse setor,o Oovérno federal ainda nãoliberou, para publicação, odecreto que regulamenta aprofissão, estabelecendo nl-veis salariais dignos e impe-dlndo que artista e locuto-res sejam "substituídos" aosmicrofones e vídeos pelos"enlatados" importados dosEstados Unidos.

Um memorial contendo ssreivindicações dos radialis-tas será pròximamente en-tregue so presidente da Re-pública, quando começarão acontar prazo para uma gre-ve nacional, caso não sejamatendidos no que reclamam.

Os empregados nas em-

rsassés com qw «Vera si peil-sts* de comerciantes, contraa-Wsssrnto do Mtat, pio, »çú-car «jc. Coube sim cididloorémor o iprovciUsMnto dos"tagrinhot", concedendo, aliás,muito msis do qw lhe tinhampedido: ot "bagriahos" exigiam•pena» seu aproveitamento pre-tonado! w trabalho ds «ovo-gtm, no Ulte do mtivodor mo-iricuiodo c ilndicoHsido. SelwinUavis ordenqu nio somente omatricula como a sindicaliiacjodo "bagrinho", exorbitando dusuas atribuições. Sen despachoioi sincronizado com o gover-nador Ademar de Barros ccom outros tipos da mesmamentalidade antioperirio. San-tos e o» municípios vizinhos ío-ram miliurmente ocupados. OSindicato ioi colocado *ob in-tcrvcnçio judiciário c teve sw'ooto boncirio bloqueada, paroforçar a aceitação dos 275 "ta-

grinlios" que recorreram ü Jus-tka ".

Uuem são us " bagrinhos",utilizados como instrumento pc-Im qw desejam jugular o mo-vimento sindical no Brasil?

Alguns deles, o minoria, real-•tente precisam trabalhar edi-s-de muito estavam ligados à et-tiva santista. A grande maioria,

1 porém c de policiais ostensivoson disiarçados, prepostos de co-merciantes e contrabandistas,csrangeirvs que para aqui vie-ram como proiissionais qualiii-cados. Outro*, elementos social-mente desclusiiicados, liavendoainda, muitos aposentados e per-cebendo por Institutos. Êsics,como os demais, estariam auto-màticamente impedidos de in-gressar na estiva, desde querespeitada a lei. Esta destina 50%das vagas aos filhos dos esti-vadores, 10% para os ex-expedi-cionários desempregados e estabelecc qw somente serão admi-tidos estrangeiros, quando ne-nhum brasileiro fór candidato.

O contrario disso ocorreu emSantos, retrato da audácia deqw lançam mio o* reacionáriosporo w apoderar os ,pdo menos,ansiar w **ae*ieotw «uo *nb-adulo rwat*ra aeccitária i do*miascio « Pai*.

O caco de ocwondwt* lidoé a Verlg é disoraw*

ram o ssssar • sto sJWMo « TZmmst*mmwrmmt mmm*' •o^t^»T**^»^B ^mmMmmmf M*uw Mtati*\ fl_FAintervcnçlo do lOniara do Tra- _X__r^taHaStB sa ovioçlo cosoifrislj

irnobiUzondo o lider nodonol éwsanmstttw o wioiliiin*

Em MSStay PMjdo Q**-*ho.>«aodoasl qw tadow oo KiòTo

lNfísã_fs*íi.»ino Rio Grande do Sul alo é ou-tro o objstho *wsegnido peloreoçio. Poro o*to, a* reformo*tio coita inodmissivd, o nado-nalismo i um crime, a partia-paçâo do trabalhador na políticarepresenta o começo do fim, ofim sumario das suas atividadese bandalheiras. i

£ por isso que alimentam otrabalho divisionista do desmo-ralizado Gilberto Cocracktt deSá, ao qual entregam parte dodinhdro qw recebera do estran-gtíro.

Trabalhador politicamente or-ganindo, sindicalismo sírio, esclaredmento das massas são umobstáculo oot qw desejam espo-liar o Pai*. Ei* o porquê doaçodamento e da violência comqw u forças reacionárias estãoinvestindo contra os maiores emais importantes sindicatos doBrasil.

Em pura perda, porém. Seria penúltima derrota dos reacio-náriot.

presos radlotelegráficas, ra-dlotelefônlcas e telegráficastambém «st&o se preparan-do para cruzar os braços emtodo o Brasil, lsolando-o doresto do mundo, se as em-presos continuarem prote-lando o pagamento do au-mento salarial recentementeconquistado. À Federaçãodesse grupo profissional mo-bilizou os telegráflcos de to-do o Pais, que Já estão rera-Usando sssemblélos parauma tomada de posição.

ALERTA NACIONAs.

A situação política (prin-cipalmente o novo minlsté-rio e a luta pelas reformasde base), as reivindicaçõeseconômicas, o cumprimentode acordos e o respeito aomandato dos dirigentes sin-dicals levaram a estruturasindical brasileira a um es-tado de alerta permanente,a uma vigilia constante. Denorte a sul do Pais estãomobilizados os sindicatos, asfederações e os CPOS reglo-nais, todos atentos à pala-vra de ordem que a qualquermomento poderão ser trans-mitldas pelo COT e peloPUA.

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. As "sacelentos" «ondioSss de feda aaAlsmsnha oddental flavam cosa aas SUde ssas cidadão* wiwafsissiii eange aaRepdbUea Democrittea Alsmi. ea aps»nas uma semana, teta é, ssttoe M de abrile l de msio últimos, satãs aleantea apre-eeataram-se nos postes de ncajaii este-tentas so longo da fronteiro «Ja BOA,baseando uma nota vida Desses lefu-giedos. 7ê sio oBerárto* cspsetaJaaulo*,e 71 Jovens de li a 28 anos ia Idade.Nada disse a respeito O Globo, qae sem-pre dá destaque a noticias sobra escolhsda liberdade. Aguardamos.

FRANCO: DANÇA FINALNio divulgam m sgêndss aotMeitudo o que se passa aa Apanha, por ia-

zôes fáceis de entender. Em todo o pataestendem-se e aprofundam-se as latasdos trabalhadores, b qus «te fassndeFranco dançar na chapa quente. Apesardas violentas repressões, dezenss de fi-brlcas, minas, escolas) fizeram' greves nasúltimas semanas: por melhores salários,de protesto contra o assssslnato da Orl-mau, de solidariedade aos mlnssras de-portados. Nos últimos dias houve grevesem Barcelona, Astúrlss, Oulpusooa, Ma-drid. Zaragosa, Murcla, Tarrsgona, Ta-lcncía, Vlzcoya e Cludad Real.

AUTOCRÍTICA DE KENNEDYScui coragem para intervir eaêrgi-camente nos distúrbios raciais, e acen-'lendo uma vela a Deus e outra a Sete-

nas, o sr. JohnKennedy está

f*. [*~ 1 agora na fa-< »ffl aL/ \ -e de apelos

à boa ' com-preensão dosfuriosos rsels-tos. Na ulti-ma semana,fêz uena es-pécle de au-locritlca, di-.'rcndo textual-mente em dis-curso pronun-ciado em SanDiego que 03EUA precisamatingir "um regime escolar em que cada

aluno, seja filho dc banqueiro ou de umcapataz negro dos campos de algodão doAlabama, disponha de todas as íaclllda-des que sua aptidão e caráter mereçampara se instruir." Naturalmente, opinarásóbre a aptidão e caráter dos negros,o governador do Alafe&ma..

AVENTURAS GALANTES

Oe governos ocidentais estão ofere-sendo ótimos pratos. Depois do eeoin-dalo sntre os dirigentes democrata-erls»tios da Itália, aparece agora o poaeolimpo easo-Profumo, na austera Ingla-terra. John Profumo acaba ds dsmlUr-se: era o ministro da Guerra de Sua Ha-Jestede, e alto dirigente do Partido Con-servsdor. Uma história galante oom amamodelo, Chrlstine Keelsr, agora **»»"**foveetos poucq sãos, depois dss afirma-çôes de outro amante da irrlquleta nsóçé,um músico negro, da Jamaica. Até asss ações da Bolsa de Londres Já balsa-ram, enquanto os trabalhistas britini-cos estão se servindo do prato, sem quai-quer cerimônia.

DEBATE BEM FRANCO

O vizinho do ditador espanhol estáquerendo dialogar com os paises africa-nos. Salazardlz que quer um debate fran-co e prático com as nações fronteiriças dospossessões portuguesas. Tudo indica, noentanto, que esse debate será travado,em primeiro lugar, em Angola, Moçam-bique e outras "províncias ultramarinos".E será provavelmente bem franco e prá-tico, mais mesmo do que possa pensar eesgotado ditador lusitano.

PEGA LADRÃO I

Não demoraram a utilizar a táticado ladrão em fuga, que grita: "Pega, la-drão!" Já apareceram em Mlami uns exl-lados "cubanos" a denunciar a existên-cia de racismo em Cuba e na tiraniaexercida por Fidel contra os negros, mui-tos deles "obrigados a deixar o pais".t bom sinal. S indicio de que está fsl-tendo assunto aos grupos que, dos praiasda Flórida vêem cada vez mais longe ailha onde não cabiam.

PIADA LISBOETA .... MgBüf»*.;»

Não é anedota. Salazar autorisou aoposição liberal a defender publicamenteseus pontos de vista sóbre o governo,"desde que o faça com objetividade, bomsenso, equilíbrio e espírito de Justiça".A tristemente célebre policia política lu-sitana, a PIDE, transformar-se-á,em árbitro imparcial: dirá ss a «é, objetiva, sensata, equilibrada e lu-sfanuel pode casar com qusm quiser,desde que seja com a Maria.

ELEIÇÕES BEM LIVRES f

Argentina e Peru estão em preparwtivos para novas eleições livres. Ambostem em comum, além da localização geo-gráfica, a es-tirpe de gori-lasque oedo-minam. Am-bos tiverameleições dss-feitas, e tadoIndica que ofato se repeti-rá, se os ven-cedores nioforem doagrado dosmacacos for-dados e pai-sanos.Ospre-paratlvos doseleições, apropagan-do, têm tidonos dois psi-ses caráter otécerto pon-to humoristi-co, dentro do

quadro da democracia representativa.Não sabemos até quando os gorilas vãomostrar os dentes. Tudo indica que estápróxima a hora em que estirarão as lin-guas.

¦731" Rio de Janeiro, Ha 20 da junho de 1963

Page 3: MM» xxÇSIO Unida Das Forcas Popid ãk ares - marxists.org · do picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri-nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La- cerda

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nr nacional

Kiwl-Uicti-da, aliança do golptMb màatoria. recente doa cri*

¦aa centra a Constituiçio aém galpea centra oa interèsaee

. ui nome é obriga*torto: Catioa Lacerda. En ou*tubro da 1M5, agòeto da 1954,novembro do 1955, agoato/se*lembro da 1961, «lano nome re*pulaivo aparece aesnpre ligadoaa maqnlrtartoa contra o avan*SO democrático a o processoda emanciparão da noaao Paia.Lacerda é «ma espécie da moçode recado e da alto-falante doagrupos econômicos que ae ce*vara na espoliação do Brasil ena miséria de nosso povo. éo que primeiro vai para o rá*•üo on a televisão a fim dediaar o que pensam e queremoa sapoliaderaa. t o que faxcomicioa, apreeeata documen-toa íorjadoe, dirige ameaças,conclama à mazorca, distribuicalúnias e, por fim, propagao golpe. Essa é a constante desub ignominiosa vida pública,d«*ade o momento em que to*,mou o caminho daa delaçõespoliciais, t o corvo.

Agora, reaparece o apátridaa talar abertamente em golpe.Discursando am Sio Paulo, noaconchego de um novo parceiropor êle próprio batizado como«o rato Ademar», chegou La-verda a referir-se ao mês deagosto (mès em que éle e seuscúmplices, há nove anos, mata*ram o presidente Getúlio Var-gás) como o instante aprazadopara iniciar-se a batalha peloimpedimento do ar. João Gou*lart e a conseqüente implan-tação de uma ditadura gori-lista.

ria, porém, nessa nova ence-nucao, uma circunstância que<le\'e ser bem evidenciada. Tra-ta-se oa aliança, estabelecidana prática, entre Lacerda e ogeneral Amauri Kruel. Ela jámncionou uma vez — em 1954.Então, enquanto Lacerda erati pregveiro civil do golpe,Kiuei era um de seus articula-dores militares, o primeirosignatário do lamuso «mani-festo dos coronéis», que levouà demissão de Jango do Mini»

«TMíjPêala AsT»pjw0 Hlvga

O governador do Rio Grande doNorte, sr. Aluisio Alves, é um ha-bltuel freqüentador nio só das"boites". mas dos jornais e tele-visões cariocas. Não.há quase umasemana em que não apareça nosdiários, dando entrevistas em queopina sobre tudo e todos, com aresd* líder nacional, de "prócer dademocracia". Diz-se até naciona-lista.

Isso, entretanto, para efeitos ex-temos. Porque em seu próprio Es-tado — tao sofrido, tão cheio deproblemas, vítima tão sacrificadada espoliação imperlallsta e do la-tifúndio — êsse governador é anegação de toda democracia. Cen-lutado com o general Murici — odo "estado de sítio" —, está trans-formando o Rio Grande do Nortenum verdadeiro reduto do gori-lismo.

Suas atividades acabam.de serdenunciadas pelo prefeito de Na-

0 carcereiro de padres

Enquanto o padre Alipio deFreitas continua enclausurado,numa monstruosa violação dos dl-leitos constitucionais e das leissm vigor no Pais, acaba de serpreso em Salvador irei Jerônimode Sá Cavalcanti, do Mosteiro deSão Bento. Autores da prisão: ofi-ciais da VI Região Militar, comautorização ou por ordem do mi-nlstro da Guerra, general AmauriKruel. Motivo alegado: prática deatividades subversivas, isto é, po-slção favorável à reforma agráriae a medidas a favor das massasespoliadas.

Como se vê, de modo geral, re-petem-se as circunstâncias queenvolveram a ilegal prisão, hámais de dois meses, do. padre AU-pio. Repete-se, portanto, a viola-ção grosseira da legalidade. Repe-te-se a manifestação de arbítrio

¦ S -

Um artigo ftecMa

tério do Trabalho a «legalizou»a posição doa militares golpis*tas. Agora, volta Lacerda aapregoar o golpe, enquanto oantigo coronel Kruel volta aarticular, hoje como general ena cheua do exercito, a mino*ria antidemocrática das ròr-ças Armauas. INuo i esse, exa*lamente, o sentido de medidascomo a repressão aos sargen*toa, que noa impõe á memóriaa triste devassa de 1952'/ Enão é isso o que significamatos como a prisão de (.orno*ermas, par nua rios das relor*mas oe base, entre os quaissacerdotes católicos? lc mais:não é iaaa o significado de ali*tudes clamorosamente antina*cionais, exigidas pelos trustesnorte-americanos, como a pies-são para a compra da liondand Share?

Kruel e Lacerda — emborao primeiro no lioverno e o se*gundo na «oposição» — estãooutra ve/. identificados nosmesmissimos objetivos e namesmissima política: entregaro Pais aos monopólios norte*americanos e, . para torná-lopossível, esmagar as liberdadesdemocráticas, implantar o gol-pe dos gorilas.

Em função de manter a ser-viço do eimcguismo e do golpeunia posição tao importantecomo o ministério da Guerraé que o general Kruel — esti-mulado pelas cúpulas reaclo-nárias da UDN e do PSD, pelo«Estado de São Paulo» e «OGlobo» — bate os pés em con*tinuar no Governo, inclusiveacenando com ameaças sen.nenhum fundamento sério,ameaças que lembram apenasas fanfarronadas de Juarezem 1955 e de Dennis em 1961.

Aliado de Lacerda, inimigodas. reformas e carcereiro desacerdotes patriotas, Kruel nãopode ler a sua disposição —isto é, à disposição do gorilis-mo <— o Ministério da Guerra,como, de resto, nenhuma posi*cão de Governo. Cabe-lhe, sim,responder pelas, ilegalidadesque vem cometendo.

tal, sr. DJafma Maranhão; ao pre-sidente da República e ao ininis-tro da Justiça. As violências emNatal chegaram a um ponto smque o próprio governador, pes-soalmente, decidiu participar de"razzias" contra os estudantes,como aconteceu quando do arrom-bamento dos portões e a derruba-da dos muros da Faculdade deFilosofia. Outro fato: por ordemdo governador e de seu chefe dePolicia, coronel Ulisses Cavalcan-ti, o automóvel em que viajava ocomandante da Base Aérea foicercado e aquela autoridade im-pedida de transitar livrementepelas más de Natal, quando dagreve dos trabalhadores da ;ons-trução civil. A Prefeitura de Na-tal está sob ameaça de interven-ção.

Que os leitores das entrevistasdo sr. Aluisio Alves vejam bem dequem se trata.

do general Kruel, num desafioaberto e insolente à consciênciademocrática do Pais.

Com que fundamento, afinal,autoridades militares ae arvoramem delegados de policia e prendemà vontade cidadãos, no caso sa-cerdotes católicos, sob o pretextode que "pregam a subversão",quando o que fazem, na realidade,é participar do movimento patrló-tico — e irreversível, queira ounâo o general Kruel — pelas re-formas de estrutura, pela liberta-ção do Pais, pela melhoria dascondições de vida das grandesmassas sofredoras, miseráveis edoentes que se espalham por todoo Brasil?

Kruel, o carrasco das reformas,é o carcereiro dos sacerdotes quequerem melhores dias para o povobrasileiro,

Foi aprovado pela Comissãode Constituição e Justiça da Cà-mara dos Deputados o parecer dosr. Temperam* Pereira a propósitoda revogação do antidemocráticoartigo 58 da Lei Eleitoral, que prà-ticamente instituiu o regime doatestado dé ideologia para os can-didatos a postos eletivos. A vi-gência desse dispositivo tem cria-do situações inadmissíveis, comoa "recente cassação de mandatosd? sargentos e trabalhadores elei-tos para casas legislativas — cas-sação baseada, por decisões ini-quf s de alguns tribunais eleitorais,em simples comunicações da po-licia política.

O parecer do sr. TemperanlPereira é o terceiro dado peln Co-missão de Justiça — todos favo-

ráveis à revogação do artigo fas-cista. Há três anos vem o assuntoarrastando-se na Câmara, indodas comissões ao plenário, e dês-te voltando às comissões, porobra e graça de emendas que serepetem, sempre com o objetivode perpetuar o famigerado dispo-sitivo.

B' de esperar-se que, destavez, não ocorram ou não preva-leçam tais manobras procrastina-doras. Isso exige, de um lado, queos deputados realmente democra-tas estejam vigilantes e impeçamos artifícios da protelação e, deoutro lado, que a opinião pública,através das organizações demo-cráticas e de manifestações indi-viduais, faça ver que a revogaçãodo artigo 58 é uma exigência daconsciência democrática do Pais.

âfáran niaa ssasla ataveiallr•wO^vJs) •^•JifàF nu OJfliPI

NOTA ECONÔMICA — msu* oimsidn

Viveu a Câmara dosDeputados esta ultima se-mana o «iram» da gestaçãodo novo ministério, indo oque aconteceu esteve maisou menos ligado a estequestão que se tornou a de.dsiva no presente momen.to, Já que s escolha dos mi-nlstros significará um pro-' nunclsmento a respeito dosrumos do Governo. Co-incntnm os deputados quenunca se viu antes um ml'nistério presidencislista cuii-de podre em apenas quatromeses. Verdadeiramentenáo deixa de ser sigo denovo a supcraçfto tão rápl-da de um ministério quefoi so poder após uma cam-*panha dc (Ao grande reper-rusa.hi nflcíonal como foi ada (lei rubarla do parlamen-tiiriMTin. Alguns deputadosi|ii" somente olham a supri-lide dos acontecimentosresponsabilizam certos mi-nlstros pela degringoladagovernamental, apontandoerros e falhas em esda umdos componentes do Govêr-no. Mas os parlamentaresque procuram ver mais lon-ge não podem deixar dé as-sinnlar que a coisa é maisséria c mais grave. Com-proendem que o que estátracassando é toda uma po-litica caolha de conciliarcoisas Inconciliáveis e deprotelar a solução dc pro-blemas cada dia mais agtt-dos.

O presidente da Rcpúbli-ca, que naturalmente estáno centro dos acontecimen-tos'; parece estar enc.-imi-aliando a constituição dnnovo governo dentro do es-('uema de apenas substituiros ministros mais "queima-dos" e de tentar ainda man-ter, no essencial, a mesmapolítica.

Nesse sentido articula vá-rias jogadas que logo se

frustram, como squela decongregar os grupos centre*

Ia da Câmara paraafastar es setores naclona-esquerda

listas mais firmes, que témcomo maiores expoentes noCongresso as figuras deLeonel Brlaola e AlminoAfonso. Poucas-ru ras durouCüta manobra. Muitos depu-ludus e senadores desses'«grupamentos compreenderam que a participação emtal ministério somente oscomprometeria diante daopinião pública, desde queum governo de tal tipo ne-nhuma chance possuiria desolucionar oe problemas dopovo.

Alguns deputados quetêm privado ds Intimidadepresidencial nio escondemque face a choque tão agu-do resolva o sr, João Gou-lart sair pela tangente, re-petindo o episódio ds re-núncla de Jánlo Quadros.Fada multo o presidente dsRepública «m que poderá"cair de pé" se as pressõescontinuarem. Ora, sé talacontecesse todos sabemque tal queda seria vistapelo povo náo como uma-"queda de pé" mas comouma "queda de quatro", ouseja, como uma capitulaçãodiante dos Inimigos do po-vo.Por que náo é fácil consti-

tulr um novo ministério?As dificuldades não residemabsolutamente na indicaçãode nomes, por exemplo, pa-ra o Ministério da Fazenda.O difícil reside na opçãopolítica do governo ante osproblemas econômicos efinanceiros. Continuasse aseguir o esquema tradlcio-nal de buscar-se recursos fi-nanceiros nos Estados Uni-rios através de maior' oumenor concessão aos trus-tes, ou se rompe com tudoIsso estruturando-a» uma po*

litica realmente Indepen-dente? Al está um exemplodo dilema dos grupos quedetém o poder, que Insistemem manter uma velha poli*tica que a vida vai dem».tando inexoravelmente.

Neste quadro complexo osdeputados váo sentindo, In-cluslve os msls reacloná'rios, que uma forca cada

dia se torna mais punjan-te — a classe operaria. Avisita dos quinhentos lide-res sindicais sob a direçãodo Comando Geral dos Tra-balhadores, as greves dos es-tlvadores, portuários, sero.nautas, aerovlários, ferro-viários, etc, deixaram bemevidenciado para os parla-mentares o grande poder dedecisão dos trabalhadoresbrasileiros. Nsds tem assimtanto valor político como apressão que a classe opera-ria — e o conjunto das for-ças populares — pode exer-cer soore o Congresso e egoverno federal.

Um episódio caracterizabem a situação. Dias strásfui apresentado, ao senadormineiro Benedito Vaiada-res que vagava pelos corre-dores do Senado como umaalma penada ou um tantas-ma do outro mundo. Aoperguntar-lhe o que achavada conjuntura política, res-pondeu-me o ex-governadorde Minas, com sr aflito edesesperado: "Está tudomulto ruim, está tudo perdldo e aem. solução". E des-pediu-se acrabunhado.

Uma comparação entreêste espirito e o manifesta-do pelos dirigentes sindicaisem Brasília, afirmativo eresoluto na defesa dos ln-terésses nacionais e desuas reivindicações, indicabem que forças num futu-r0 próximo assumirão a 11-derança da vida políticabrasileira .

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Luiz Cavalcante InstalaTo I error em magoasAl

MACEIÓ, Alagoas (Do cor-respondente) — Esta clda-de acaba de presenciar es-tarredda mais uma Investi-da do governador Luís Ca-valcante contra a Constitui-ção e as liberdades demo-cráticas, com o seqüestro,pela «Secretarie de Seguran-ça, do vereador e dirigentesindical Nilson Miranda e obárbaro espancamento deum lider estudantil, o cole-gial Manuel Palmeira.

Nilson Miranda, presiden-te do Sindicato dos Radia-listas, foi preso na manhado dia 8, quando deixava,em companhia do vereadorRoberto Farias, a sede daUnião dos Portuários, aondefora prestar solidariedadeaos portuários em greve rei-vindlcatória. Sabe-se agoraque Nilson Miranda foi le-vado para a Penitenciáriado Estado e atirado, inicial-mente, em um depósito depresos comuns, ao lado demarginais e delinqüentes,para ser em seguida trans-ferido, Incomunicável, parauni cubículo isolado conhè-cido muito signif icatlvamen-te como "cela da tortura".Quanto ao estudante agre-dldo. pelos policiais, encon-tra-se internado em estabe-'leclmento hospitalar, comum dos braços deslocados euma ruptura na clavícula

A Câmara m Vereadores,solidária eore*o edil arbitra-rlamente preso, declarou-seem sessão permanente e lm-petrou por Intnaedio de seuadvogado oficiai bascas cor*pus em favor de Nilson Ml-renda. Ao mesmo tempo de-liberou aquela casa enviartelegramas denunciando ocrime — e exigindo a ime-dlata tomada de. provldên-cias — ao presidente da Re-pública, ministro da Justiça,Senado e Câmara federal,Assembléia Legislativa deAlagoas, bancada de Ala-goas no Parlamento e ao mi-nistro do Trabalho.

As organizações sindicaise estudantis, em notas ofi-ciais, solidarisaram-se eom

as vitimas dos arreganhosfascistas do governador eprotestaram veementementecontra as violações du ga-rantias Individuais, denun-dando-as como parte de um

5lano do sr. Luiz Cavalcan-

» para sufocar, através doterror policiai, a atividadepatriótica dos organismosdos trabalhadores, dos estu-dantes e dos camponeses.

Bm todo o Estado o climaé de absoluta Insegurança,temendo-ee novas e maisgraves ocorrências, dianteda obstinação do governa-dor em desrespeitar a Cons-tltulção e afrontar as liber-dades sindicais e Indivi-duals.

•dleoeepoz o socialismoO que há de mais útil, atuaí e oportuno nos folhetos:A força do comunismo está em sua unidade Cr$ 150.00

O leninismo em ação Cr?» 250,00Pela independência nacional ;. Cr$ 350,00A estrutura da classe operária dos paisescapitalistas Cr$ 450,00Em espanhol e francês. Atende-se pelo Reembolso. Pedi-dos e valores em nome de H. Cordeiro, rua da'Assem-bléia, 34, salas 204 e 301, Rio (GB).

Brasil Vai aCongresso de

ú oscou:Mulheres

Será realizado em Moscou,de 25 a 29 de junho, o Con-gresso Internacional de Mu-iheres. A êle acorrerão asrepresentações de todas aspartes do mundo para dis-cutir e traçar uma Unha deatuação para a mulher emface dos conflitos e trans-formações que o mundo estáatravessando.

O TEMÁRIO 'm

A Federação DemocráticaInternacional das Mulheres

distribuiu a todas as entida-des femininas um documen-to convidando as mulheresa discutirem sua contribui-ção em defesa da paz epela transformação dos ab-surdos orçamentos de guer-ra em orçamentos de pas eprogresso.

A luta pela igualdade sodal da mulher será outroaspecto a ser debatido, con-siderando a necessidade de-Ias lutarem pe'a conquistade seus direitos como mães,trabalhadoras e cidadãs.

DELEGAÇÃOBRASILEIRA

Recebendo o apoio dasdeputadas Adalgisa Nery eVelinda Fonseca, a delega-ção brasileira partirá para aUnião «Soviética no dta 19 dejunho, levando consigo asmensagens de solidariedadedo arquiteto Oscar Nlemayer,do teatrólogo Dias Gomes euma coleção de jóias do ar-tista brasileiro Calo Mourãoque deverão ser expostasdurante a realização doCongresso.

0 problemi principal no Petitirás

A substituição do presidente ede dois diretores da Petrobrás náopode. nem poderia Mr. um ato cor-rlqueiro na vida política e econo-mlca do Pais. Trata-se da maiorempresa nacional, de uma conquU-ta decisiva do povo brasileiro e, porIsso, pode-se Imaginar o mundo dcpressões e de Influências que cercasempre um fato como esse. Entre-tanto, por mais profundos e dlvcr-sos que sejam os Interesses em pre-sença, náo se pode perder de vistaum aspecto fundamental: a mis*são básica da Petrobrás consisteem tornar o Brasil auto-suficienteem matéria de petróleo bruto. Emoutras palavras, dos seus camposde lavra devem sair, cada dia, to-dos os barris necessários a movi-mentar e lubrlflcar as máquinasque aqui funcionam. E' ai. preci-samente ai, que reside o problemaprincipal. Foi em torno dele quese travaram os mais vivos debates,nos últimos três anos, desde o his-tórlco discurso de Gabriel Passos,na Câmara, denunciando o easoLink. E hoje o problema conservatoda a atualidade.

Durante a gestão do sr. Fran-clscd Mangabelra, ao lado dos de-méritos geralmente apontados, éjusto, entretanto, assinalar o esfór-ço no sentido de romper com amística de Link, suas Idéias, suasconcepções, seu pessimismo cal-culado. tsse esforço deu como re-sultado a descoberta de quase umadesena de novos poços e de novoscampos. Em petróleo, todavia, so-bretudo no terreno movediço dageologia — desde a pesquisa até àprodução —, cada passo à frenterequer uma série de precauções ede providências. Basta ver que édo máximo interesse do imperlalls-mo e dos trustes do petróleo queo Brasil continue a depender dosubsolo estrangeiro para suprir-sede óleo cru. Por isso mesmo, a iden-

tlflcaçáo ds novos eamposlonge de significar tudo, como tam-bém náo ss deve excluir a hino»tese de perdas s ds um retrocessoainda quando o petróleo Já as achecm fase de extração. Nào ss podeaceitar como normal, por exemplo,o fato de que a produção de óleocru, o ano pn-sado, tenha apresen-tado ligeira redução, porque atémesmo se ela se tivesse mantidoigusl a de 1961, seria Inadmissível.

A descoberta de novos campas,na Bahia, feita am alguns casoscontrariando opiniões s concepçõesdo sr. Walter Link, foi um passoimportante. Mss, restam ainda oa-tros Importantes a dar. Assim, porexemplo, como é possível concor-dar-se com a tese do superlnten-dente da Região de Produção, naBahia, engenheiro Ivan Barreto, deque sem dólares para comprar equl-pamentoa nio t possível ampliar oaaté manter a atual produção? Miose convenceu, ainda, «tese técnico,de que o equipamento que for ne»-cessárlo comprar no e-rterlor po-dera ser adquirido fora da área éadólar, nos palsst socialistas? ima-glnsrá. por acaso, que nrnfuémtem noticia do fato de que a UntloSoviética é o produtor de petróleoque mais se expande no mundo —e não compra equipamentos nosEstados Unidos, porque os prodne o,provavelmente, mais efleaseaf

Cremos que nenhum outro pro»blema será tão Importante para esnovos diretores quanto êsse do to-cremento da produção de petróleocru. Também sabemos que nio ade f ácll solução, multo menos «juan-do o diretor que permanece, o aa.Irnack do Amaral, um doa eontra*tadores de mr. Link, nio manifestaopinião diferente dado superlnten-dente da Região de Produção. Bmtodo caso, o problema existe e seagrava e poderá levar os novos di*retores ao èslto ou ao '

As CiganasEram duas ciganas

que ainda circulampela pra;a. Mas há ai-guns meses, eram vis-tas diariamente a fa-ssr vatlclnlos, lendoas cartas e as mãos econsultando bolas decristal Uma nação ln-tranqüila desejava co-nhecer seu futuro.

Fisicamente, diferi-am particularmentepelos cabelos de umae pela MaÉnda ds

ontraTuma sobraçavaama, pasta, eárátentoa outra — semlpasta— trazia sempre sobas axilas o qus diziamser um plano, já-ago-ra surrado e mal chel-roso. tsse plano, quechamavam trlenal, erao amuleto que viriasalvar a nação. Suaslinhas e entrelinhaspermitiam ás' pitonl-sas as mais felizes pre-visões.

E andaram por todoo pais, a advlnhar-noso futuro.. A cigana depasta e sem cabelo eraa mais faladora — esuas palavras torren-ciais, ao que tudo indi-ca, eram feitas de fatopara encobrir seus pen-sam entoa. Enquan-to uma prometia redu-zlr as taxas de aumen-to do custo de vida. aoutra falava em con-ter a espiral inflado-nárla

"Você será fella,multo fslls; terá fartu-ra, riqueza, bem-estare será venturoso emseus amores!", diziamaa ciganas com p- ta •sem pasta, para (,ae anação intranquila sor-risse.

Uma delas, a sem-cabelo, foi á televisãoe ás rádios no dia6.2.83. B disse 6 aegtlln-te, que está transcritoem "OOlobo" de ....

"O que podemos pio-meter é uma diminui-ção progressiva e con-troiada da taxa segun-do a qual vão eles (ospreços) crescendo. Em1962, os preços subiramde 52%. Queremos que,em 1963, subam menose, em 1964, menos ain-da, até 1965, quandopretendemos alcançaro equilíbrio e a esta-bllldade dos preços."

Mas as ciganas es-queceram que, se ascartas não mentem ja-mais, os números men-tem ainda menos. Ecomeçaram a apareceras estatísticas oficiais,um tanto tímidas masnem por Isso menosexpressivas. Então, fi-camos sabendo que asciganas nos engana-ram: o custo de vida,nos primeiros quatromeses de 1963 lá haviasubido mais de 20%,isto é, mais do dobro

AffOMO OsttCOf

ds Igual período daano de 19631

São dados da -Ootfc.juntuxa Econômica*,que revelam os ssguto->tss aumentos peresn*toais: Janeiro. MUIFevereiro, 6.1%; Mar*«o, 9,7%; Abril, M«tMaio, 4.6%. Quase WKnos cinco primeirosmeses, o qua nos fat

Srever — sem o lutai»

> de laser coaoflrrtts*ela às lltatreejgtonlspa

gwr^somatll^'»próximos sete mssse\ultrapassará de multoaos 62% assinaladosno ano de 1963.

Diante disto, nao bicomo permitir que taleciganas continuem aprever nosso futuro. Apasta de uma, o planode outro, as cartas, aabolas de cristal o aquê-le ar misterioso deNostradamus modernosque ambas tantas vê-zes exibiram nos vídeos,derem ser varridos denossa memória. As re-formas de estruturapodem começar com aliquidação do charla-tanlsmo dessas duasciganas, para que dei-xem de ler-nos as mãose vão psra o convíviode seus companheiros,a ouvir-lhes o suavasom de seus violinos.

Porque — com a de-vida vênia — vão ad-vinhar mal o futuroassim lá no inferno!

"¦ '-"•• ¦•¦•¦"• ¦¦¦¦•¦- ' ii ¦i****sssssst-ss»*at***i*si '

Nova fórmula de entendimentocom a célebre cúpula do PSD e ou-trás forças parlamentares preocupao presidente da República nas ré-petidas tentativas de solução docaso da emenda constitucional. Aomesmo tempo há o problema da re-forma do ministério. Cria-se entãoum ambiente que alguns observa-dores apresentam como grave enessas águas Lacerda retoma apregação golpista.

Protelações sobre protelaçõesvão relegando a aprovação das re-formas de base, das quais a refor-ma agrária é a mais sentida, nãoapenas pelos camponeses, comoesses de Magé, que estão, em nú-mero de 490, passando fome, de-pois de expulsos, em nome da leidos ricos, das terras de Cachoeiri-nha Pequena.

Há outras reformas também deimportância. Exigíndo-as, manifes-tam-se porta-vozes conservadores,com a gravidade de sempre, a re-clamar (também eles!) contra asvacilações eternas do sr. JoãoÇâoulart.

Mal contida euforia denuncia-se nos conceitos dè comentaristasem cujas entranhas fervilham ver-mes da reação e do preconceito.Então esses comentaristas, sem dis-simular contentamento, pintam asituação nacional em cores negras.

Ora, as análises unilaterais dosfatos, que consideram só os ladosnegativos ou só os lados positivos,conduzem a conclusões falsas. Pois

se até os fatos negativos encerramsempre alguma coisa de positivo?Não é positivo, por exemplo, queLacerda vá a São Paulo e rasgue afantasia, pregando mais uma veso golpe de seus velhos sonhos? Po#acaso isso não ajudará o reforça-mento da unidade nacionalista?

Certo, o comando da reação ex-terna e Interna tem planos e seusagentes procuram realizá-los, ser-vlndo-se, para isso, das hesitaçõesclássicas do sr. João Goulart. En-tretanto, seria licito afirmar-se quea reação tem conseguido sempreefetivar tudo o que está em seuspropósitos?

O caso das subsidiárias da Bondand Share demonstra, por exem-pio, que os advogados da comprado ferro-velho se viram forçadosa aceitar o tombamento físico econtábil. Antes, alegava-se que êssetombamento seria lrreallzável, ln-cluslve "por falta de tempo". Ago-ra, resta aos nacionalistas a exl-gência de que o tombamento sejaentregue a comissões idôneas,

E' conseqüência da próprialuta dos contrários à tática de con-ciliação do sr. João Goulart. Mas,a luta dos contrários, segundoMarx, é a força motriz do desen-volvimento. Entretanto não podehaver entre os contrários mediaçãoou conciliação, precisamente por-que se trata de contrários.

O próprio presidente da Repú-blica acabará aprendendo isso naprática. Só temos a desejar que nãoaprenda tarde demais.

Rio de Janeiro, 14 a 20.de junho de 19Ó3 nr 3

Page 4: MM» xxÇSIO Unida Das Forcas Popid ãk ares - marxists.org · do picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri-nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La- cerda

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!¦¦ Internacional 0 Que é a Reforma Agrária DemocráticaNettar Vara

DOnv VaflfOI

anunciada para breve, em Mos-cou, um reunião de alto nivel entre os rc-preantantes ds URSS, EUA c Inglaterraoara discutir a questão da suspensão das:>rovas nucleares Fnln-w já na realização.ainda este ano. de uma conferência dc:úpula entre os chefes dos três Estadosflao animsdoras, portanto, as perspectivasqw te apresentam para a humanidadeneste segundo semestre de 1963.

Os fatos novos que surgem na arenaInternacional Indicam claramente que apressão dos povos e nações Interessadas cmencontrar para o mundo um moda vi vendide pas, sem armas atômicas e com desar-mamento surte efeito. As conclusões apres-sada sobre um fracasso aparente das con-versaçóes realizadas cm Genebra, podemhoje sei rcdlmcnslonadas cm virtude dadecisão das tres grandes potências, ao mes-mo tempo que destacada deve ser a posiçãoadotada naquela reunião pela represen-tanta das nações nio comprometidas (en-tre a quais o Brasil), cujas proposiçõescolocaram a detentores de armas nuclea-res diante da neaaldade de procuraremum caminho para atlsfazerrm ao clamorque a ergue em todo o mundo. Os latino-americana nio querem armas nuclea.es

Exemplo de que?

MUhoss de homens morreram. Cente-saa do cidadã foram destruídas, obras se-ealara transformaram-se em pó, camposdo trigo foram queimados. Toda essa tra-lama da última guerra, a resistência dosparas k humilhação, a luta pela liberdadea pala Igusldsde entre todos os seres, aoondenasio ás teorias de supremacia ra-atai, tado tam hoje parece que foi feitoam vfo, diante do que ocorre nos EstadosUnido*.

atamenta no mela pais do mundoqae a dis líder e exemplo, e

governantes tanto falam na preser-vaglo de "naco sistema de vida", exata-monte ali ocorrem diariamente fatos queconstituem vergonha para toda a huma-nldade. Nio se trata de um ou outro go-vemador, ma At um conceito de superlo-

ACMrervefMrfCi

am X ana, aa saetifloada ao ódiossiiaânarta hsMertata a pacifica populaçãoda aldeia de Lidice, na pequenina Tche-eoalováqela. Dos de então, o martírio decentena de Jovens, velha e crianças é co-memorado om todo o mundo eomo manl-festaeao de horror k guerra, dos anseiosde paa de toda a humanidade. Em muitos

s, oapoas a última guerra, surgiuaova lidla. A nova Lhüce erguida

i-os ssaabra d» aldeia-mártir, é aetdade da rosa. Simbolizam elas a ene-Ia de paa, ma sao também uma adver-Macia permanente contra a rediviva se-nhora ds guerra.

Hoje, 31 anos depois do sacrifício deLidice, a advertência que ela representareveste-se de profunda atualidade. Aquê-les que ordenaram o massacre, que arma-ram as mãos assassinas do.s SS. estão no-vãmente no poder. Na Alemanha Federal,

nesta região do Continente; a africano*,cm Adis-Abebc, foram unânimes e ener-gicos c.n exigir a desatomatlzaçàn do con-imente negro; os paises da área do Medi-tcrrànco vécm com simpatia e apoiam aproposição soviética de desatomlar aquelaarca.

Estrelta-se assim o campo de mano-bras da circula agressivos do imperlalls-mo. defensores de uma politlca de Intran-sigéncla. de prosseguimento da corrida ar-mamentlsta, até de guerra preventiva.Contra estes, claramente, se opôs em dis-cura pronunciado na "American Univer-slty", de Washington, o próprio presidenteKennedy, reconhecendo que. nio é esta spolítica que leva k paz almejada por todaos povos. A fala presidencial, neste a-pecto, reveste-se de Importância, pois reco-nhecc a necessidade do diálogo nio a par-tlr dc posições de força e endossa, em têr-mu gerais, o principio da coexistência pa-ciflea como forma para resolver as quês-toes agudas com que se defronta hoje ahumanidade.

t o reconhecimento da pressão dospovos uma manifestação de bom senso quepode dar frutos.

ridade que Infelizmente chega a atingir aspróprias camadas populares, envenenadadurante dezenas dc anos pelos donos dosmeios de divulgação.

Há decisões de tribunais de Justiça, hádeclarações do próprio presidente Kenne-dy, condenando o racismo. Mu a vacilaçáono combate ao segregaclonlsmo, ae posi-ções dúbias e timldas diante de ferozesautoridades nazistas, Indicam que aqueladecisões, e afirmações enfáticas são feitasapenas para salvar as aparências para queos povos do mundo inteiro, posam vhlum-brar alguma diferença entre a politlca ra-ciai dos EUA e a da África do Sul.

Diferença que. na verdade, é apenasaparente. Milhões de negros oprimidos àin-da hoje perguntam: "a guerra foi feitaem vão?"

m velha nazistas comandam A Werhma-cht recomeçou a marchar, Ouve-se nova-mente o soturno soar de tambores. As ban-delraa do revanchismo tremulam nas ei-dades alemãs. A marcha para o Leste é otema preferido dos estrategistas militaresda RFA. As velhas raposas exigem a de-voluçio da "territórios" alemães no Los-te eom cada va mais veemência. Orga-nixa-se um novo luxo. agora com a par-tlélpaçio a autoritário de Ctaulle. batamAdenauer e seus complica para conseguirpara o novo exercito a pase da arma ato-mlca.

Tudo isto é ameaça à paz. Eis por-que a comemoração do martírio de Lidice,hoje, é advertência. S convite á luta paraquo sejam detidos no nascedouro os pia-nos agressivos do.s velhos senhores da guer-ra, dos nazistas assassinos que detêm cadavez mais poder na Alemanha ocidental.

A luta pel* reforms «sráriivem pondo cada ves mali emtvidtneli o cirAter reicionftri".intirlemocritlco e conservadorilu malnrl» ilu 1'itrliinieriln « «ir.-cúpula» lie i|tia"' tcnlf»» o» partiilo» |«liiicu« dm clattci denuniniet, conto vertlsdelroí ^aem«*»<ln« latluiniliiiriu» c do Imperia||«'nio, A rrliuiua cjt**- »>• tra\ana Câmara Federal, n.i Senado,nau A»fcmtili"ia« l.egislsllvat imetmo na* Câmaras Municipal»pelos grupo» reacionário» paiaimpedir <|uali|iicr nicilid» que >rnha tocar no latifúndio, poe a nua verdadeira face dos (Icnisgo-gos e inimigos jurados da pátria.

• Com todo descaramento. Im-mens que nio lèm o mlnlmo.depudor dUcin <|ur »8o pela refor-ma agrária, ma» que esta »ri»cristã c democrática! <iw ná"acabe com a propriedade priva-da: uma reforma agrária hrasi-leira. náo comunista • nem citba-ua nem soviética, porque estaseliminaram a propriedade priva-da, deixando os cami>onr»c» semliberdade, eicravitantloos. Pro-pugnam por uma reforma agra-ria a base da colonização da»terrss do Estado, alegando ipico Brasil tem muitas terras devo-lutas que podem ser vendidas aoscamponeses sem ser preciso to-car nas áreas dos latifundiários.Lutam contra a modilicaçáo daConstituição Federal para quenio ae toque no parágrafo 10 doartigo 141, diiendo que tal me-dida é antidemocrática e umatentado so sagrado direito depropriedade. Que deve ser rum-prida a Constituição, tal comoestá para que os latifundiário»reebam pelas. terra* que grila-ram importância» fabulosa» emrlinlteiro. l.'mn reforma agráriaque custasse três trilhões de rrn-leiros á ,Xac.'>" íotrui reconheceo próprio presidente dn Repú-blira.

Por outro tado, o alto cleroreacionário sgarrs-tc na» Encl-clicas Rerum .Vovariiin. Quadra-gétlinn Ano e Mater et Magi»-tra para diier que reforma agra-ria dividindo o latifúndio é umcrime contra a propriedade pri-vállii, quu lal medida contrariaat leis de l'm» r, por isso, aIgreja nio aceita e defen.de umareforma agraria crisil, isto é,ipie nio dé o menor arranhloim latiiúndio, assumindo assimposições contrárias aos inlcrêt»sei dos camponeses católicos.N'a verdade, o que pretendemtodas essas forças retrógradas iconservar o monopólio da terrac reforçado ainda mais. São ar-Kumcntós falso» e náo resistema menor prova diante da verda-dr.

O» comunistas, como verdade!-ro» democratas « patriotas, de-irniorci intransigentes dos cam-poncics c dos interesses da pá-

l iria, já definiram sua posiçáoI em relaçào ao tipo de reforma

agrária pel.i iptal lutamos, porser a única mie de fato corres-ponde ao» anseios dos campone-ses, dos trabalhadores em gerale da maioria da população bra-sileira. Defendemos a desapro-priaçáo de todas as proprieda-des de 500 hectares para rima,sejam quais forem as condiçõesde utilização da terra, e sua dis-trihuiçio aos milhões de campo-neses sem terras e com poucaterra. A desapropriação deve co-meçar pelas áreas próximas aoscentros urbanos e ia vias de ro-municaçao. Esta medida é de ca-ráter profundamente democráticoporque ae propor a dar terras áimensa maioria do.s camponesesde nosso pais que náo as pos-suem e ás pessoas das cidadesque queiram ir para o campotrabalhar na lavoura, em lotessuficientes para o sustento dasfamílias.

I A dttsproprlaçáti dst própria-dades de SOO hectares are cimaatingirá o rsduildo número de70 mil latifundiário,, Isto é, umaínfima minoria dot proprietário*rurais, que representam apenas.t.wri- du total dos proprietáriosde eitabelecimuito» agrícolasexistentes, mas que detém rmsuai mios ó.VÜ',. da área totalocupada no (ais. Nas mios dr-sr reduiido número de lalifun-diiriot é que se encontra o mo-nopóllo da terra, responsável pt-Ia baixa produtividade de nos>aagricultura, pelo alio custo drvia e por todas at formas atra-isdat, retrogradai « estrema-mente penosa» de exploração se-miícudil, que escraviu c bruta-litro, rrrilhôet de camponeses semterrai, Eiia agricultura caduca,atrasada, bárbara c desumanaconstitui um entrave decisivo aodesenvolvimento nacional e étuna dai formas mais evidentesda rxploraçlo interna que os la-tiiundiário» c seus representan-tes no parlamento querem con-servar a todo custo. Ê a tudoisso que chama de cristio, deleis de Deus, de democracia e deliberdade e progresso!

Para termos uma idéia do re-gime de propriedade dt terrano Brasil, apresentamos os da-dos oficiais do Censo de 1950que, divididos em três grupos,nos mostram u srguinte. DosJ.Oó-t.000 estabelecimentos ruraisexistentes, 1.763.500 tio de me-nos de 1 a 100 hectares. Em mé-dia tem cada um Jl hectares e'representam 86% do total daipropriedades. Existem 231.001 es-tahelcimentos de 100 a 500 hec-tares, o que dá em média 210hectares para cada um. files re-pivsfiitam 10,51% do total dstpropriedades. E, por fim. 70 milpropriedades de 500 hectares paia cima. o que dá em média.*.008 hectares cada. representando apenas 3,39% do número to-tal dc propriedades,

Propomos apenas ã. desapri'-

priaçio do grupo de 70 mil ta-tiiundiário», rtilsndo no» outro»doii grupo» um total ds 1.094.5*1propriedade» que nio terão to-

ailai pela reforma agrária, nt«-ia etapa da lula. Netiei doisgrupo» «v.àii incluído» 01 peque-no» camponeses proprietários, otmédio» c os rico» que terão todagarantia. Propomos ainda, queas tn-ra» desapropriadas u é»»e»"0 mil latifundiários, que repre-sentam a inslgniflcincia de ...0,17% da' populaçio camiionesado pai», sejam distribuídas ao»camponeses sem terra» e compouca terra, enlregandolhes o»títulos legais de pMie, isto i,transformando-os cm legitimo»proprietário». K o mesmo sejaleito com os pequenos possrirot- que recebam o» titulo» legaisdas terra» que ocupam e traba-lham,

Os dados que apresentamostornam-se um pouco cansativospara os leitores, mas sio ueers-sários para ilustrar o que afir-mantos como uma prova incon-testável de nossa posição demo-rritica e verdadeiramente pro-greisista, porque queremos quesejam proprietáriot de urrainio apenas ot dois milhões exis-tentes atualmente, mas sim to-do» os camponeses que tribt-lham e atingem a cerra de 40milhões, c que se encontram tra-balhando como' escravos no tis-tema de arrendamento, meeiros,parceiros e assalariados agrico-Ias..

Onde estio os argumentos doslatifundiários e dot demais ini-migos da pátria que ditem quenós comunistas somos contra apropriedade privada, que quer*-mos abolir esse direito, e por it-so s o m o t antidemocráticos ?Qualquer pessoa de bom senso,qne tenha o mínimo de conheci-mento da verdade saberá reco-uhrcer que os comunistas- estãocom a razão e que «ios»a posi-çio é a mais correta. Somo» sim

mm mwMmm^smmmr m___m___fj___jti,-. t____j-íMm_\ mm-9m Hfl| LM^H mm^^^^Bií^Mê£áMrír -Mm BnB&^aC^sfi f^B sH^sEfl^s^s^siaB¦SF^lÉí ^lk ^Wv»™WftSsW' lêVté&í MM^MM MM\M^m\

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MMíeM^m m^ÊÊ^Ê ttèS^-kMm?ÍSÊ-X

a__ _ i- a--t- ______________tiârOflirt 1 MTQMfMMMm M^êmMniB,'ria. Ltitaines para eettrerr o «so-nopólie a terra a acabar da~

'tivsmente com o latiruttdio e iot tatifwvdliriot cerneporque tio sntidcmotráticoi, an-ti-soclsis. antiprogresiittat, auti-patriótico» c anti-humanos.

t. no moncpóilo a terra, vln-culado ao cspiul artreageiro co-limitador, notsdamerrte o norte-americano, que nele M apoia w-ia dominar a vida politka bra.i-leira e melhor explorar at ri-quesst do Brsiil. Per isso nottapátria só soserá ss Itanar «ttr um verdadeiro searettoquando fór sliminado delaitiva-morte o lirifúndio, am qw tepottS ar livre cano ás força»produtiva! e a 40 milhões decamponeses possam produsir comabundância, tetthsm um nivel devida clevsdo e panem iHfimgrande consumidor dot hmsoiprodutos manufaturado!.

Outro argumento mesquinho *esse de que o Brsiil tesa muitattrrrat devolutas e não é nacet-tário tocar ao latifúndio, poden-do o Governo vsndsr tais tsrrasaot caapotsHM. Os «a* dafen-dam «Ma tese tem essa poticlnpi^imdaitstnte riislsaária. Oque desejam estas sessões é uti-litar es eaatpoaesi san terrapara «tapurrá-lot ao sertão, nasmatas virgens, nu florestas aeri-gosat sem o mínimo de reeur-tos, para que dsthratrem as ter-ras longínquas levando ara láa civilisaçio e o progratM.Abram estradas, eetutrwm vHupara depoii serem dsspsjadoa.eom o entear» 4t palieis, atemswmo aseaMÍMdot, e vaNáasuas terrai griladas, laaadaa.Ene é o prtmtso udltatdo nt>Rrssil pelos latifundiários dssda<w tempo* ressotoi. Iito toi •que sucedeu em Sio Psulo coraa penetração at estradas de fer-ro no interior do Ettsdo. Omesmo ocorreu t» Paraná e emtodo o Pato. t o que ertamotassistindo tsa Goiás cota a aber-tura a «sarada Britas Brasília,no Maranhão, aa BaMa e ou-trai registos. Os ctapeactes tra-talham as terras deveâtu poronde passasB «uai estradai.Atrás vias os ktifatdtárioi ri-leiros. com documento* falses, eapoderam-te das imentst ires»valorizadas pelo braço do cam-ponès, psrs depois transforma-Ias cm inventadas, arrendá-las apreços absurdos ou rendê-las porsomas incalculáveis.

Notta potiçio está «tofinida.Somo» por uma reforma agráriademocrática que acabe eom o la-tifúndio e o* latifundiário* comoclaise, eomo já dissemos, e a»terras tejasn antruguet aot-mi-IM** de camponejes s*m terra.Se fôr possível abrir tal cami-nho através 6* pretsio de ma»-ia» no Parlamento, iremos porst. Se st classes dominantes opu-serem resistência e tentarem im-pedir tal caminho, as massascamponesait, os operários é atdemais forças democráticas c naeionaliitai ralisario a raformiagrária radical, cottfortac prepomos, por outros catflitihoi.,tentmáVr7. ctmtiqflenetoa^potlaat dai ranhar. De ama en'»eitamot etrtot. A reforma agriria radical, que liquide commonopólio da terra, nio serrealizada a partir de cima, peicúpula. Só será possivel comparticipação das amplas masstunidas a todas as forças patritticat do Pais.

\ "'tÊCmrX^È nmcA.,*'!>..i.ii mui

— apolé.nlo d* tüfvtilho

NAt etesiM i camadas mediai da aatsa sadadada"(Hespata ao leitor campos Dentas, de Manaus, Estado do Amazonas)

O conceito de classes médias está ligadoà situação particular da pequena produçãoe do pequeno comércio, face às duas cias-«es fundamentais da sociedade capitalista:a burguesia é o proletariado. É, portanto,um conceito esppcifico da sociedade bur-guesa.

Como dizia Marx, sâo "as. classes situa-das no meio, entre os operários, de um In-do e a capitalistas e latifundiários, de ou-tro". Distinguem-se da burguesia pelos 11-mi tes estreitos de sua propriedade, de seusmeios e dc seu campo de ação — c, fun-damentalmente, por não utilizarem o tra-balho assalariado. Distinguem-se da classeoperaria por serem proprietários de meiosde produção — e, assim, não necessitaremrecorrer á venda de sua força de trabalho.Pelas mesma rasoes, dlstlnguem-se tam-bém do amplo conjunto du amadas mé-

"dias e atores intermediária urbanos: osempregados, a especialistas e técnicos, osfuncionária e a intelectualidade que vivede salários.

Seu contingente é, ainda hoje, muitoamplo: tanto nas cidadã (o artesanato,a pequena Indústria, o pequeno comércio)como no campo: os pequena proprietá-rios — e, em situação assimilável, os pe-quenos arrendatários e p a.r c e 1 r o s. Nâoconstituem, porém, um conjunto estável eem deanvolvimento. Ao contrário: sãoclasses de transição, cuja efetivos tendema decrescer com o desenvolvimento da pro-dução social. Estão submetidas, particular-mente sob as leis da economia mercantilcapitalista, a um processo de diferenciaçãoinexorável e continua: uma pequena partedesenvolve-se, transforma-se em pequenoscapitalistas; a Imensa maioria vé-se priva-da de seus meios de produção e passa areforçar u fileiras do proletariado.

' Nu condições de nossa economia, seu

. número é ainda considerável. 86 no Nor-deste, o total de artesãos oscila em tornode 400 mil Nossa estrutura agrária carac-teriza-se, mais que nunca, por um grauconsiderável de concentração da proprie-dade latifundiária — e, em conseqüência.pela massa de camponeses sem terras epelo continuo alastramento da pequenissl-ma propriedade ou minifúndio. Pelo censode 1950, U classes médias abrangiam, as-

sim. os TIO mil donos de propriedades demenos de 10 hectares; e ba parte dois833 mil estabelecimentos de 10 a 80 hecta- ,res que, em várias regiões, como assinalao senhor Celso Furtado, mal permitem ga-rantir a subsistência de uma família. Seunúmero eleva-se, porém, considerável-mente, entre 1950 e 1960. O total de pro-priedades agricolas passa então de 2 mi-'hôes a 3,3 milhões (mais 82%) e esse au-monto faz-se em condições particulares:manutenção do latifúndio; ausência demodificação sensível na área ocupada: de-sagregação da pequena e média proprie-rlade e proliferação do minifúndio. Só emSâo Paulo, as propriedades de menos de5 hectares são 86 mil e eqüivalem a 27,5%do total dos estabelecimentos rurais, opeso especifico das propriedades de menosde 10 hectares varia, hoje, de 26% no RioOrande do Sul, e de 35%, em São Paulo,a cerca de 50% no Pará e na Bahia e a76% em Pernambuco. Elas são mais de100 mil na agricultura paulista e gaúcha,200 mil em Pernambuco e na Bahia. E háainda boa parte das propriedades de 10 a30 hectares, que são 195 mil em São Paulo« formam o grosso da média propriedade,no Rio Orande. do Sul.

iA Instabilidade e o declínio das classes

médias marcam o fim da economia mer-cantil simples e de seu processo de mllê-ntos de evolução. Fruto da propriedade pri-vada sobre os meios de produção, em suaforma inicial, ela tende a desaparecer soba economia 'capitalista, que marca a for-ma final e mais alta de propriedade priva-da. O socialismo, baseado na propriedadesocial, conserva-a apenas em seus primei-ros tempos, como resto do passado, en-quanto ee forja e se consolida a nova cons-ciência coletivlsta dos homens.

A análise das classes médias sugeretrês outras observações de atualidade, queestudaremos a seguir: o caráter anticlenti-fico das teorias burguesas da "elasa mé-dia" e da "mobilidade social"; a Impor-tãncia considerável da Intelectualidade edas camadas médias, em geral, no conjuntodas forças da revolução e, o destino do pe-queno produtor — ligado a uma economiahistoricamente superada —, a caminhade libertação que só a classe operária e osocialismo lhe podem oferecer.

Por Uma Justa PolíticaCom os

t.

Lénin, em seu "O esquer-dismo, doença infantil docomunismo", destacando aImportância do aliado parao proletariado em sua lutarevolucionária, nos ensina

\que este, por mais débil, ins-jtável e vacilante que seja.e útil para a causa em quehos achamos empenhados.\ Esse ensinamento de Lê-

3In adquire enorme slgnl-

iflcação no presente mo-rhento da Revolução Brasl-leira, em que a solução dascontradições da atual eta-pa revolucionária exige aformação da mais amplafrente nacionalista e demo-crátlca, onde deverá haverlugar para todas as forçasInteressadas na luta antiún-perlallsta e antifeudal, des-de a classe operária e ocampeslnato, até as cama-das médias, a burguesia na-eional interessada no de-senvolvimento Independeu-te do Pais, e, em determina-das circunstâncias e por de-terminados Interesses atésetores de latifundiários.

Ora, dentro de tão .am-pio esquema de forças so-ciais, é indispensável que oPartido do proletariado a-suma uma posição sóbriaem sua luta pela frente únl-ca, não permitindo que fa-tora de ordem emocionalvenham a causar prejuízosno aproveitamento de todaas forças na luta contra oimperialismo e o latifúndioe pela conquista do OovérnoNacionalista e Democrático.E' mister, portanto, coma-ter toda e qualquer subestl-mação dos grupa de esquer-da na luta política, assim

Grupos de EsquerdaArlindo A. Lueanacomo a atitude de hostili-dade aos mesmos.

Evidentemente, há causasque explicam o nosso com-portamento emocionai enão politico para com a dt-versos grupos esquerdistas.Nosso Partido exerceu pormulto tempo quase sozinho,a direção politlca das mas-sas. Mesmo após o surgi-mento dos vários partidosda burguesia, adotando sl-glas trabalhistas (PTB, PST,PTN etc.), era tão débil aInfluência desses partidano selo da classe operáriaque ainda se podia penarque fossem os comunista aúnica corrente politlca queefetivamente influía nasmassas trabalhadoras. Osresultados das eleições de1947, mesmo após o Partidoter sido lançado na clandes-tinldade, confirma esse pen-samento; os comunistas fo-ram majoritários nos cen-tros políticos fundamentaisdo Pais, ondo efetivamenteoxiste a parte mais cons-ciente do proletariado. Dês-se modo, pela força do cos-tume. enraizou-se em nosracompreensão que somos osúnicos a quem compete par-tlcipar do movimento revo-ludonárlo. Não percebemosque m coisas mudaram, queo agravamento das contra-

-dlções sociais, féz com queas torrentes burguesas e pe-queno-burguesas, assim co-mo o clero fossem impeli-das a disputar a direção dasmassas surgindo, em conse-qüêncla, os mais variadosagrupamentos esquerdistas,adotando os mais variadosnomes.

Quando muito nossas açõesJunto aos agrupamen-ta de esquerda, principal-mente apa a acontecl-mentos de agosto de 1954,a davam, e até hoje emgrande medida ainda adão, pela cúpula, em enten-dlmentos de dirigentes, naassinatura de documentaconjunta, na reallaeão deum ou outro ato públicoetc-, só havendo açoea ral-mente de ban entre a m-munistas e os grupa de

• esquerda, de maneira cepo-radica, por ocasião das grsn-da anvulsões sociais, taiscomo a crise qw. levou - àrenúncia do presidente Qua-droa e as latas que culmina-ram com u greves gemia po-liticas pela formação de umGabinete Nacionalista e De-mocrátlco etc.

Nesse sentido, a Resolu-ção Politlca adotada na úl-tlma Conferência Nacionaldos Comunistas, realizadaem dezembro de 62, vempreencher uma lacuna de hámulto existente em nossaluta de frente únla e paraa qual devemos atentar. Diza Resolução: "à medida auese aprofundam as contradt-ções na estrutura económi-co-social, em que te agrarva a stf ttecoe politlca e no*vas camadas da populaçãose incorporam á luta contrao tMpertaUsmo e o kttífún-cito, tendem a surgir no Paisagrupamentos politícos deesquerda que representamsetores da pequena burgue-sla e adotam posições sec-tdrias, interpretando erro-neaviente o caráter da Re-votução Brasileira e pro-pondo Incorretas formas deluta para a situação atual;através da critica aos teus

falsos vontos de vista, dadiscussão teórica e da uni-dade de ação contra o ini-migo amam, devimos pro-curar ganhar os partlcipan-tes distes grupos, na medi-da em que.são efettvamen-te revolucionários, para a lu-ta conjunta pela emancipa-ção nacional e o progressosociaT.

O que a deduz desse tre-cho d» nossa Resolução Po-lltlea? Dedus-se, cm primei-ro lugar, qw a agrupamen-tos de esquerda não são umfenômeno artificial, frutodas maquinações daquelaque na querem atrapalharno processo revolucionário,mu o resultado lógico e ob-jetlvo do aprofundamentodas contradições na estrutu-ra económico-soclal do Paise que, portento; têm que sertratados como coisa efetiva-mente objetiva e incluídosobjetivamente no esquemade forças da frente nacio-nallsta e democrática; Istoquer' dizer que devemos tra-tar a diversos agrupamen-tos de esquerda a partlr.derasoes política e não de ra-zões emocionais. Em segun-do lugar se dedw que, quan-do nada, a bem da tolerãn-cia, devemos compreenderqw é perfeitamente legitl-ma e normal ou mesmo Ine-vltável a existência de In-terpreteeões diferentes aeêr-

. a du formu de luta a se-rem adotada no encaml-nhamento do processo revo-luclonárlo brasileiro; Istoqua dizer que a comunts-tu, a qwm historicamenteabe o dever de unir todasM forcas nacionalistas edemocráticas contra o ini-migo comum, não se de-vem afastar e multo menos

ainda hostilizar a grupade esquerda, tão-somenteporque não estão de acordocom a comunistas neste ounaquele problema, mu fa-ar unidade com ala aa lu-ta contra o Imperialismo so latifúndio, ao mesmo tem-po em qw, sem paixão nemares de "sabe-tudo", mucom modéstia e sobriedadetravam a luta politlca, Ideo-lógica e teoria eom casesgrupa, a fim de trase-lapara o caminho eme ral-mente mais convém ae de-senvolvimento das tarefasdo presente momento Meto-rico.

Devem» ter bem em con*ta qw o atwl momento dsefervescência política emnosso Pais água cada vamais o radicalismo da ele-mentos procedentes da ps-quena burguesia, em parti-cular a juventude, já por slradical « portento sensívelaa chamamentos daquelesque Julgam qae a rerotaçaose processará através de tra-ms altissonantes ou de pe-quenas ações desesperadas.

Em terceiro lugar se de-dw da Resolução Política dsúltima Conferência Nacio-nal que, para tirarmos umasas da influência dês-aa grupa ds esquerda, da-vema participar du aeftade massa Juntamente cemeles.

Aquela qae procuramtransferir dlvergétaclu ideo-16£fc*1. •*"• ° Plans> ***divergências políticas evi-dentemente nao assimilarama nosa linha poUtla, nãotendo assim uma verdadel-ra compreensão do qw sejafrente ítala.4 nr Rio de Janeiro, 14 a 20 de iunho de 1963

Page 5: MM» xxÇSIO Unida Das Forcas Popid ãk ares - marxists.org · do picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri-nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La- cerda

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Bratik (Dt gueur.•ai) — Cerca de 600pessoas homenagearam,dia 18 de maio, com umjantar, o arquiteto Os»-'ar Nlemeyer, recente-mente agraciado com oPrêmio Lênin da Paz. Afesta1 foi uma demons»•ração de fé nos desti-nos da humanidade commarcantes pronuncia,mentos em apoio às¦tuais lutas do povobrasileiro.

Estavam presentes ànomenagem o prefeitoJo Distrito Federal, IvoMagalhães, parlamen-t*res, personalidades denosso mundo político,cultural e artístico, lide»res sindicais e popula»res. destacando-se tam»bém uma delegação deGoiás, composta de tra-balhadores e inte-lectuais, vinda especial-mente para o ato.

/ Saudaram Nlemeyer odr. Waldlr Pires, repre»sentando a Universida-de de Brasília, o repre-sentante do Instituto deArquitetos do Brasil (se-çio de Brasília), o pre-sidente do Sindicato daConstrução Civil, Hum-berto Schetini, em no-me dos trabalhadores, opresidente do Sindicatodos Motoristas, JoséPaulo Costa, e o ex-ae-nador Domingos Velas-eo, representando o Con-aelho Mundial da Paz.

Grande repercussãoobteve o discurso do ho-menageado, cuja inte-gra publicamos abaixo:

"Meus amigos:Agradeço senaibiliia-

do' estahomenagem, queme permite rever velhosamigos, amizades quelembram o passado, comsuas alegrias e triste-zas.

Emociona-me, princi-palmente, ver que con-tinuamos os mesmos,com os meamos senti»mentos da ternura • ao-lldariedade que semprenos uniram, eom asmesmas idéias e eonvic-çoes que marcaram nos-au vidas, neste mundotantas rezes hostil econtraditório.

Agrada-me, particular-mente,, meus amigos, re-cebê-la em Brasília, ci»dade que ajudamosa construir com dedica»çio e entusiasmo.

Lembro, como se fôs-se hoje, o dia em queaqui chegamos. Como

tudo éra' agreste e soli* /tário!Nenhuma arvore, ne-nhuma flor. Apenas osilêncio e o sentimento

de distância, que u es»t radas intransitáveisainda mais agravam, fa-zendo-nos sentir comoque perdidos neste ser»tào. Lembro a poeiraimpalpàvel e Incômoda,lembro os períodos dechuva com as águascorrendo pela terra en-sopada, eomo imprevis-ta e desconhecida amea-ça. Lembro as dlficul»dades, as oposiçôes sis-temáticas e o trabalhodiário — de sol a sol —e como nele rios identi»ficávamos; arquitetos,engenheiros, operários,etc., possuídos de igualentusiasmo, envolvidospelas mesmas eficiên»cias e desconfortes.

Estrutura caduca

Agora, passados cincoanos, eis-nos reunidos* nesta cidade que Jusee-lino Kubitschek sonha-va e depois construiucom Israel Pinheiro,bela e civilizada, mas,infelizmente, comprome-tida por uma estruturasocial caduca e desatua-lizada.

Que fizeram de nossosirmlos operários, quetanto ajudaram a cons»trui-la? Que, eomo nós,muito mais do que nós,por ela sofreram e luta»ram humildemente?

O

DRAMA

DE

OSCAR

NIEMEYER

Brasília, principalmentea todas aa crianças deBrasília, para que juntasnelas pudessem crescer. e se formar, equUibran.

do, assim, o contato dia»rio, entre ricos e pobres,e dura realidade queseus lares humildes, ofe»recém, nesse período,transitório de contradi-Ções e desacertos. E lhesmostrarei — se o deie-jarem — como um es-pírito de discriminaçiodomina todo o DistritoFederal, com as margensde lago. por exemplo,antes previstas para usocomum, foram entre»gues, ostensivamente.aos clubes burgueses —invenção do lucro imo*biliário —cujas'quotas,excessivamente caras, ostomam proibitivos àsclasses trabalhadoras.

E lhas perguntarei, fi.nalmente, o que pensamfaser para corrigir tan-ta injustiça?

Eis, meus amigos, asituação de Brasília, eisa situação deste Pais,eom sessenta milhões debrasileiros na miséria equinze mlfhóes de ricose remediados — com ospobres cada vez mais po-bres e os ricos cada vezmais ricos, decididos —por todos os meios a am-pliar Isse período ver-gonhoso de exploração erapina.

TÇ3B!!ÈBFmmm^&mm\ m

PS9 IraimV*í

'^TSyff^S k ^PjaaaaaaaaPlaaT^aaaaaaaaaaUt?'-^ '

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. Jmm mm- mÇmW*^mW\ BBBbI***^-. vkw, ¦ .- M<%mm m»-h->'\« ms

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afcr^j BL^By^*"-&im m\

BE»! ¦ y ¦•'. n| H - TffTOBao

Vf pergunta» ÈmL.- mmTm rawiwieái

nomens fl ¦ .¦••¦•ÜbbbbI bbbbb!

Que fizeram dessesbons e dignos compa»nheiros, que foram naverdade os construtoresdesta capital?

Us o qur» -aetados, aosnadores, aosGoverno, se um dia fórpor eles convocado afalar sobre Brasília.

Eu lhes lembrarei —-embora o saibam — queêases companheiros es-tão longe da capital queconstruíram, e que ascasas que fizeram, as es»colas, as creches, os du»bas e palácios -— tudoque edificaram, na ver»dade nunca mes perten-eeu. Ficou-lhes apenas amiséria secular que osoprime, que os mantémnessa triste ignorânciaque é a base de sua ex»ploração e penúria. E dl»rei, ainda, como são ascidades-satélitee paraonde os transferiram,como sáo essas incríveiscldades-dormltórlos, és-ses amontoados dé fa-

De tudo isso decorremaa dificuldades e obstá»cujos que o Governoatual encontra- para a

de tala proble*" ÇjBma

¦¦*aj*f*au v -"élVln.«Ni» sueeesfvas q u eos mais reacionários qua-lificam de "agitação" ou"comunismo".

Não sei, meus amigos,se nesta reunião em quecomemoramos o prêmioLênin da Paz, vocês es-paravam ouvir tantaamargura e revolta, masa luta pala pu não podeaer transformada numa

palavra de ordem dareação num'pretexto pa»ra sufocar os mais jus»tos anseios populares.Lutamos pela pas,mu lutamos tambémcontra os que nos opri»"mem, contra os que opri»mem o nosso povo eameaçam a nossa sobe»rania; lutamos contra oimperialismo norte-amc-ricano que insiste na es»poliação da América La»tina. Sentimos a mlsé»ria que nos cerca, senti»mos como éle pouco apouco vai estabelecendo,entre nós brasileiros, umdivisor de águu Ímpia»caveis.

De um lado os reaclo»nários, os oportunistu,os que se dizem do cen-tro, mal constituemquase sempre a reservada direita, dispostos amanter su regalias declasse e criar novas fon»tes de lucro e riqueza;falando uma linguagemque o povo não maisaceita; recaleitrantes di»ante da atual políticaexterna — inteligente elibertadora; vacilantesdiante du reformu debase que por todos osmeios procuram deter.Do outro, do nosso lado,os nacionalistas, os quecompreendem essa épo»ca de luta e libertação,integrados nas aspira»ções do nosso povo, de»cididos a defendê-lo con»tra os que o oprimeminterna e externamente.

Agradeço, meus ami»gos, êste gesto de soli»dariedade. O PrêmioLênin da Paz — apesarde minha modesta con-tribuiçào — representaum motivo de orgulho.penra os qne o recebem, 1simbolizado pela figurade Lênin, criador domundo socialista, espe-rança de paz e justiçapara toda a humanidade.

Agradeço êste gestoamigo e também os feli-cito, pois esse prêmionão se destina apenas àminha pessoa, mas a to-dos que, como vocês, de-fendem e dignificam apu."

raMMB êjtwTl—•.f1á,lto4 fe^*»*, ue* saeu m totovtok gM mmulto eontra o comunismo • an dtftta da •tmmmmTmmW,è neto do padre Vlrgulloo Beierra Cavalcanti, pai ée vé>rio*, rebento* * filho, por «ua vea. de oatro padraque éle te refere a caeot eomo o dele, fM é 551de padre».Calhordíca atávica

2 Um pttqultador da hiato»ria da literatura brasileiraencontrou verto* satírico*de Mudo Teixeira, noa qual»certo cidadão apelidado -oOlreía" * dtscrlto eomo"um aujtito que avUU a ea»péeie humana", "e que, alémVieaçit dt IsMrt

Proferindc o teu voto na -y-m-rin Ispeeial de BaSsaTasada comtltulçao, o deputado baiano Aiiomar Baleeir» age-h!!üfü SfV ,.UI '"»*»«*• **«»• d» convicção 4» gao ahumanidade alcança*, atravée do du*nvolvia*ato toa»»lógico, uma tltuaçáo em qoe o nom»ra nfto pmltar* Un-balhar e deafruUrà da um ócio imoderado. Patético, ato»leeiro exclamou para o Pretldeeto da comissão: —^que eu nfto alcançartl tatol"Vaticano: luta tattrii

do gttuno *Suar

sa botaio o mundo".

Sua o

e*c;lu> imano* que _etoeher - avd _abar que dirige ado IBAD.

núncio em Medrld,AntoniulU.

A facção preretettta erenovadora coma cata eprestigio dc Montlnl. o «an»dtdato do próprio JoftsXXIJI. e com os aegutato*«nbeUtuto* «ventoaia: o ear-dtal Uroaro (arcebispo éeBolonha) • o earduTOr-bani (aretblapo da Vetoras (os "ja»»ratkaao) etaftf"qaelmaTeomo "eatoe-

pai para limtlnssima

Ja ttU am plano datoa»volvimento a luu entre otcardeal* progresslatat, daala renovadora de Unha"roncalllana" (leguldoree doPapa João XXlUi, * do*cardeal* conservadores,adeptos de uma poliUca ri-gorosanente apegada à tra»diçáo e agreatlvamente an»Ueomuniita.

A facção eonaervadora tamcomo prlnclpaii Ideólogot ocardeal Ottavlanl (que nftotem ptnonalldade de tareleito papa porque está mui-to "queimado") a o cardealSiri. areebitpo de Oénova.opotitor ferrenho do recém-ftleeido Joio XXIII. Ocandidato deita facção qnetem maiores ponlbilldadeieleltorait é o atual papa In»ferino, o carmelengo Maael-11. Seu eventual substituto „ _ _^eomo candidato seria o ex- manto da lata. Aguardava.Ubardada am Partugal

O prlmelro-miniitro de Portugal, Itto 4. o dttadsr Ês>luar - político que detém o recorde mundial de sroto-£!!!*:,,,?ude..t?ed2tM T7 outorS«»«. no dia « do tnrreatt màaplena liberdade de criUca à oposição, desde quo as ertttoaasejam feitas com objetividade e eom JutttçaEm tempo: quem Julga ae aa critica» eatfto tendo feitaacom objetividade a eom jutUça 4 o próprio " "JuacaliM faz ffêraa

Depois de ter dito em HoPaulo que era contrario à.encampação de tmpritaiettrangeiras, JK deu «tre»vista a Hermano Alvet. doJornal do Brasil (domingoúlUmo) dir-rodo-M favora-.vel à refuga eontUtuelo-nal, à reforma agrária, aorespeito àa Uberdadei de»mocráUcat • à dlnarnltaçáo

salatae" do Vsttcano)proeurando "qiMontlnl eomomleta" para impor ot ae»maa do* *^ttoderadot" iga»glanlan (armênio) oa l*VreUa.

Tamo* asa _cTttoüJUtrado .pai para informar em nã»

aos leito»

da política.pendente.jk continuoagradar a gregos noa. Nfto lhe eesto mal re-eordar a advertênciaea do profeta "

(Xin, 18): "Alres qut eoeempára todos ot eotovoioat"

Protgçio àt vaeaaNoticiou o Diásto ée Notieiaa de domingoem Nabmka, not «atado» Unidos, tol cü^raiío .™»aatiatóinico para vaca*, eom eap ,«j< p,,,* davacas; As vacas estão muito alegret. , .* inqftilás com a pro-teçao que lhe* eitá tendo dedicada. Agora, as vaeaaamericanat não temem mait a guerra atômica."Vila daa Confins"

velas, onde a poteesa éeomo um grito de revol-ta permanente. Mu lem-brarei também que aos*sos irmãos estão cansa-dos desse abandono quetanto os avilta, consci-entes de que chegou ahora de traçarem seuspróprios destinos, eari-gindo o pão e a terra queati hoje lhes foram ne-gados.

DiscriminaçioI lhes advertirei ho»

nestamente, pois os sa-bemos mteressados nes-ses problemas, como oplano de Lúcio Costavem sendo desvirtuado.Como as quadras de ha-bltação íoram recusa-das aos mais necessita-dos, embora destinadasa todos os habitantes de

m ¦-. WCWIMAJ DA PAZ E DO SOCtAUSMO aviso a mu*agtenat w Matos ejeesw. Soo Poulo, rorano, Sonto CofoH-no, Rio Grande do Sul, Para, Bahia, Golã*, Mato Grosso e

eto ejo» ajoo etoeto *Jao eitovam recebendo a revistalOBBsaêlte, ejue • partir do n» 4 ma* quonHdodt» lhe*etwtodat por êeto atefo o sospenra* aquela* qoe fo-evoMdoe eom motivo |u*»o. A» cota* devem ser retira-

quo lhe* for antregwa a aviso do Correio. Junta-mento eom a vator do cada remesia terfio cobrados 20%

Quando surgiu, há unspoucos anos, este romanceescrito pelo deputado MárioPalmério, foi saudado comoum grande livro e entustás-ticamente recomendado porRaquel de Queirós. Só ago-ra ttve oportunidade de li»lo e me causou decepção.Há nm momento em que,falando da um perionagem<o negro Oarôneio), o ro-manelata «icrave qut o me*-mo era "preto, mat lnctpaade urna falaidadt". O usoda conjunção adversaUva

mat pareceu-me uma tristeconcessão ao racismo.Km outro trecho da obra,o deputado Paulo (persona-

gem principal o mais Identi-ficado com o pensamentodo autor) rldicularlta, atra-vés de um humorlsmo bas-tante primário, a "pregul-«a do caboclo: "Caboclo,então, faa de nada? Bxagé-ro, Implicância: trabalha,sim senhor. Fas filho." (p.184). Para o deputado Pau-

lo e — presumivelmente pa»ra o dtputado Mário Pai-mério — nio adianta o fa-zendeiro "bontinho" ajudaro caboclo, forncoendo-lbo•emento para plantar, pelao caboclo achará tempreque "» lemaato «ua o fa-xendclro forneceu foi aa-mento fichada, acra pre*-tança" (p. ias). Itanbémnão adianta forncoer-Lbemantknento ou feevamaity»tu: "te o caboclo pelado Jáe praga daa malorea, cabo-do dc foice, machado o aa-xadfto vira pai c mio dt to-dai at pragat" (p. 186).Tenho para mim qua oentusiasmo da ira Raquelde Queirós por é*to loman-ce medíocre, cujo* pirtnnagens são etquematloot ocuja miséria é "pitoreaca",só pode ter tido determina-do pela mediocridade qaatem caraetcrlaado toda aprodução Intelectual da pró»pria Raquel de Queime itet últimos anos.nr romance»

Um Dia na Vida de Ivã DeniseoviuhAlexandr Scrfjenrrsi .Traduçío de B. Albuquerque

O proteitante não lia os gvangelhos para at. maa oamurmurava (para Shukhov, ex-profesuo, talvet porqueaatct proteitante* adoram conqulttar prosélitos):"Mat que nenhum dentre vot tofra por assassinoou ladrão, por maldade ou por atentar eontra o alheio.Mat, te sofre* eomo cristão, não te envergonhei c exalto,cm compensação, a Deus por este destino".

Numa coisa Alloshka era digno de admiração: escoa-dia aquilo llvrinho com tanta habilidade .cm uma fendada parede, que em nenhuma revista tinham conseguidodescobri-lo.

Com os mesmos movimentos rápidos. Shukhov depen-durou o capote na travessa, foi tirando de aob o enxergãoa* luvas, outro par de meias velho, uma corda e nm trapoeom dois buracos. Igualou um pouco a serragem do en-xergão (que pesava, comprimido), colocou o cobertor cmtoda «ua volta, Jogou o travesseiro em seu lugar, e tempredescalço, desceu do boliche para calçar-te, primeiro aameias boas, novas, e depois, por cima, as rasgadas.

Enquanto isso, o chefe da equipa escarrava, levan-tava-se e ditia:A cento e quatro! Acabou o descanso! Vamos!E. de brusco, todos os homens da equipe, cochilassemeu nâo, levantaram-se. bocejaram e se dirigiram á saida.Com dezenove anos que carregava de prisão, o chefe daequipe nao os tirava para formar nem um minuto antesdo momento preciso. Se dizia "Va... mos!", era porquenão havia outro remédio senfio sair.

— 18 —

B enquanto oa da 104 saiam andando pesadamente,aam uma palavra, primeiro pelo corredor depois pelo5P*0 £<>«•. enquanto o chefe da 20 também gritava"Jguno*ii-, Imitando Ttarln, Shukhov teve tempo Se ter-minar de ealçar-t* com ot dois pares de metas, de por oeapote por cima do paletó acolchoado e apertar tudo commna corda (os cintos de couro, se é que alguém os tlnht.toham tido requisitados porque no* campos especiais náoae pode ter cinto).tíJS^S Sü?' -wíf1»*0' fc™!» «uficieute e no saguãoatoimçou ojúlUmot de tua equipe, eujas costas mar-StSXJSTJES?" nmneK* **'*• ¦*•-• Pela poato afora.Inchadoi, envolto, am quantaa peçaa possuíam, os homensJStnlSEJ^***!!?1** rvmo à <ra,dnk °» formaçlo emSrtJ2í?.ní'Í!.eo!U8' ¦em.ter o trabalho de manter aautaneia, e temente te ouvia o ranger da neve tob seuspes*

Ainda persistia a escuridão, embora para at banda»do leito o céu fosse tomando uma tonalidade «sverdeadamais clara. B também do leste soprava um ventlnho sutilo penetrante.Mio existe momento mais amargo do que esse dc sairpara formar de manhã. Sair, o dia Inteiro, na escuridão,no frio, eom o attomago vasto. Chega a tirar a fala daspessoat. Mem animo at tom de conversar com o vtatnho.

Pelo nãUo Ia e vinha um eapataa. TZ í* T-urln I Vali deixar a gente muito tempo deptontão? Já andas outra vea te demorando?Naturalmente Shukhov terá medo do eapatat Ma*

^^•v. Co-l-b-na eeu caminho em silêncio — comoabrir a boca para responder-lhe eom o frio que fat! — ea equipe acompanha o chefe sobre a neve que range:crüi, crus...Quanto ao quilo dc toucinho, certamente o terão le-vado, porque o 104 voltou a tua coluna, a Julgar pelasequipei viatnhas. Maa obrai novas irá parar outra turmamal* miserável c mait estúpida. Porcaria de dia que oaespera ali I Vinte teto graus eom vento, * nem um abrigo,nem uma fogueira IO chefe de turma precisa de muito toucinho: paralevar ao "pê-pé-tchê'* c para encher a pança. Ainda quenão receba pacotes, toucinho nunca lhe falta. Quandoalguém da equipe o recebe, reparte eom éle.Nio existe outra maneira de viver.O eapatat primeiro vai assinalando em

— M

Tlurin I Um doente e vinte e três no trabalho ?Vinte e três — concorda o chefe de turma." -Quem falta ? Panteleiev. Está doente ?B, logo ae espalha um cochicho por toda a equipe :Panteleiev, o tal, volta hoje a ficar no campo. Isso decatar doente i O oficial do serviço operativo é que o inan-don ficar. Logo irá dar com a língua nos dentes contraalguém.Assim podem chamá-lo durante a Jornada e mantê-loah ainda que teja três horas sem que ninguém o vejanem te informe.B o fasem pastar como se Uvette a baixa domédico...Todo o quadrado da formação aparecia negro com o*casacos. Ao longo dele abriam passagem lentamente asequipes, adiantando-se para a revista. Shukhov lem-brou-se de que desejava retocar o número do paletó acol-choado e, através da formação, dirigiu-se ao extremooposto. Dois ou três prisioneiros faziam fila junto ao

pintor. Shukhov colocou-se atrás deles. O numero sótorre para dificultar a vida: graças a éle o guarda divisauma pessoa de longe e os da escolta tomam nota; e se apessoa não renova o número ém tempo, é o xadret: pornio te preocupar com êle.

Bxlitem trêi pintores no campo. Pintam de graçaquadros para os chefes e também v&Q, por turnos, nanora de formar, retocar o* números. Hoje quem está é ovelhinho de barblcha cinzenta. Quando é o número dogorro que está sendo retocado, parece como se fosse umpope a benzer alguém.

Dá algumas pinceladas e sopra na luva, uma luva demalha, dentro da qual fica a mão inteiriçada, negando-sea traçar oa números.O pintor renovou o número "SCH 854" no paletó acol-choado de Shukhov que, sem vestir o casaco, porque fal-tava pouco para a revista, correu a Incorporar-se a suaequipe, eom a corda que lhe servia de cinto à mão. Per-

çebeu, então, que um da equipe, César, fumava. E nãofumava cachimbo, mas um cigarro, de forma que haviacerta possibilidade de dar umas tragadas. Mas não ocor-reu a Shukhov pedir a bagana assim sem mal* nem me-not, colocando-se de perfil multo próximo de César,olhando em sentido contrário.Olhava para o outro lado. com aparente indiferença.mat via eomo, depois de cada tragada (que César espa-

cejava muito, como entlmesmado), progredia o anel «*pitèha

f0g°' reduilnd0 ° dg,rro e aprommando-teTambém o chacal do PeUukov ali votava andado.

côbfça* "" COm Cés*r' flxand0 no c,«*n© -w olneTeTaNão resta a Shukhov. nem um fiapo dc fumo e tam-pouco tem perspectivai de obter algum anta* da nato

:;„- orto na Mpera ^"ela bagana que lho parece«gora quase mels apetecivel do que a própria llbárda-o.et,;;.imaf nao * t«ria «baixado ao extremo dc ficaro11™^^descaradamente como PeUukov.«n César, estão misturada* toda* aa raças: tom algode grego, de hebreu, de cigano. Um sarapatcl. Ainda 4moço. Fazia filmes. Mas, ante* de terminar o primeiro,meteram-no no cárcere. Usa um bigode negro, corridoe espesso. Não o rasparam aqui porque é assim que êleaparece na fotografia que está no pnoelórioCésar Markovlteh! — babou Fetiukov, sem poderconter-se. — Deixa-me... dar uma tragada.Tlnha o rosto desfigurado pela avidez e o desejo... César, entreabrlu as pálpebras, caldas sobre otolhos negros, e fitou Fetiukov. Por Isso começava a tu-mar cachimbo, para qu6 não o interrompessem quandofumava pedindo-lhe uma tragada. O que o importava nãoera o fumo, mas o pensamento Interrompido. Fumavapara dar nascimento a alguma Idéia audaa e deixá-labancar algo. Mas, mal acendia um cigarro, lia em váriotolhos: "Deixa-me acabá-lo".

• • • César voltou-se para Shukhov e disse:Toma. Ivã Denissovitch. aE. com o polegar, retirou a por. tá Mir.egante da

curta pitelra de âmbar.Shukhov, estremeceu (era i;so o que esperava, quoCésar mesmo a oferecesse), apanhou ^n -ima das mãot

a bagana, pressuroso e agradecido . uanto estendia aoutra por baixo, no caso de deix ir Não o magoavaque César não tivesse delxacl- ...má-la na própriapitelra (existe quem tem a boca limpa e existe quem éum baboso) e seus dedos curtidos não se queimavam se-guiando a ponta mesmo do lado do fogo. O fundamentalera que enganara Fetiukov. e agora aspirava a fumaçaaté o momento em que o fogo começou a lhe queimar o»lábios. Ah!... A fumaça se espalhava pelo corpo ansioso,chegando aos pé* e á cabeça.

(Continua)-ao- - si —

—- Rio de Janeiro, 14 a 20 de Iunho do 1963 i % Vf

v t

Page 6: MM» xxÇSIO Unida Das Forcas Popid ãk ares - marxists.org · do picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri-nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La- cerda

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MANDANDO MUSAJfo prende comício da propa da 84 o

s não empossado, Geraldo Rodrigues dos ' eleitodisse que

o COT afirmou ao presidente qus 'não tonto mato aro»ndo esperará mais". AUHar as reformas porque o povo

concentração foi a maior reaúltimos tempos.

4a na capital paulista nos

São Paulo (Da sucursal)— O compnreclmento demais dc 5 000 pessoas so co-micio do dia 7 último, napraça da Sé, diz bém doaprofundamento entre ostrabalhadores e o povo emgeral, da campanha pelasreformas de base,

Na programação do mi-ringue constavam as lnfor-mações que membros da cá-ravana que fora á Brasília,para a concentração de pres-são sóbre o Congresso, iriamprestar. Para que se avalieo entusiasmo de que estápossuído o povo paulista,basta que se diga que daquipartiram para a capital daRepública 5 ônibus lotados.Um com elementos de Santose 4 com dirigentes sindicaisda capitei e do interior. Mes-mo sabedores de que teriamque enfrentar uma sérieenorme de sacrifícios, poisteriam que partir segunda-feira e só retornar na sexta,153 homens e 22 mulheresintegraram a caravana pau-lista. Teve como finalidade aida à Brasília, fazer entregasos presidentes da Repúbli-ca, Senado e Câmara Fe-dsral, de copia das resolu-çoss aprovadas em reuniãods dirigentes slndlcsis re-presentando todos os traba-lhadores do Brasil, sob a di-tsç&o do Comando Geral dos

5 Mil Pessoas na Praça da Sé: SPVai Parar Pelas Reformas de Base

Trabalhadores. resoluçõesessas relacionadas com a lu-ta pelas reformas de base eoutras reivindicações dostrabalhadores e do povo.ADEMAR RIDÍCULO

Durante a realização docomício, um dos oradores, o

i jovem José Serra, presidentet da UEE, depois de declarari ser necessário pressionar o

• Congresso, referiu-se ao go-vernador Ademar, como "umlídimo representante do lm-perlallsmo norte-americano.O governador chegou às ral-as do ridículo ao taxar asEnciclicas de comunistas".Concluindo disse que os es-tudantes de todo o Paisapoiariam greve a ser defla-grada pelo CGT.DIVISIONISTAS

O lider Romildo Cbiapa-•in. que dirigiu a delegação\\

paulista, informou que alida A Brasília representaraum passo Importante naconquista das reformas debase e na aprovaçSo do sa-lário-familla, pois o presi-dento Informou aos carava-nlstas que confiava nos par-lamentares, que votariam **emenda constitucional re-clamada e que já recomen-dará ao lider da maioria quspedisse urgência sobre o pro-jeto referente ao sslàrlo-fa-mílla. Depois de afirmar qusos trabalhadores tinham mo-tivos para não confiar noParlamento, onde a grandemaioria é composta de rsa-clonários. conclamou os pre-sentes a nao medirem sa-crif Idos na campanha ds es-clareelmento Junto ao povopara que a vitória pudesseser alcançada

Citando nominalmente co-mo servlçsis dos trustes e la-tlfundlirios os srs. Gilberto

CNTI Cria ConselhoRegional em PernambucoRECIFB (Do correspon-

dente) — A Confederação

Sacionai dos Trabalhado-

« na Indústria (CNTI)resolveu transformar a suadelegacia pernambucana emConselho, para ampliar aln-da mais a organização e sin-dlcallzação dos trabalhado-re» dêste Estado.

Assim sendo, enviou aoRecife o lider Wilson deBarro» Leal, 2.° tesoureiroda entidade, que, depois devários entendimentos, mar-cou uma reunião de diri-gentes sindicais, na qualIlcou deliberado organizar-ss o Conselho Regional dosTrabalhadores na Indús-Ma.

COMO FICOU

No dia 1, sexta-feira, nasede do IAPI, com a pre-sença de Inúmeros presi-dentes de sindicatos, foi,finalmente, escolhido oConselho, assim constitui-do: presidente — Wilsonde Barros Leal, membro daCNTI, e que será o repre-sgntante desta; vice-presi-aente — Severino José deAraújo, presidente do Sin-dicato dos Trabalhadoresna Indústria ds Constru-ção Civil; 1.° secretário —Júlio Gonçalves (têxtil);2.°secretário — Joel Vsscon-celos de Barros (calçados);l.° tesoureiro — Joaquim

Pinheiro (panif icação); e SPtesoureiro — Edvaldo Ra-Us (gráficos).

O Conselho Regional' dosTrabalhadores na Indús-tria de Pernambuco man-ter-se-á em contato per-manente com a CNTI, paraa discussão. s encaminha-mento de questões geraispertinentes a todo o setorda Indústria. O regimentoInterno do novo conselhoprevê, no minimo, umareunião mensal a ser rea-Iluda na sua sede provi-sóriadede do Sindicato dosTrabalhadores as Indús»tda da Construçlo Civil).

TRABALHADORES EM ALIMENTAÇÃO QUEREM0 VETO DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO

SAO PAULO (Da sucUr-sal) Todos os sindicatos dogrupo da alimentação e asua Federação participaramdomingo último, na sede doSindicato dos Bancários, daassembléia para debaterseus próprios problemas,bem como os que neste mo-mento preocupam a todos ostrabalhadores e ao povo.

O rápido aumento docusto da vida nos últimosmeses está atingindo séria-mente os trabalhadores, que

resolveram exigir um reajus-tamento imediato, de acôr-do com aquela alta. Outraresolução da maior impor-tância foi a de apoio k lutapela realização imediata dasreformas de base, especial-mente da reforma agrária,com modificação do para-grafo 16 do artigo 141 daConstituição.

A assembléia aprovou,ainda, resoluções no sentido,da luta por salário- famíliae férias de 30 dias; adlclo-

NOVA DIRETORIADE BANCÁRIOS: PE

RECIFE (Do correspon-dente) — No dia 27 demaio realizaram-se eleiçõesno Sindicato dos Bancários,para renovação da direto-ria. O pleito decorreu nor-malmente, sendo eleita achapa do "Movimento deRenovação e Unidade", en-cabeçada pelo st. DarcyLeite de Oliveira. Não hou-ve chapa de oposição. Ocandidato eleito obtevemais de 1200 votos.

NOVA DIRETORIA

A nova diretoria está as-sim composta: Darcy Lei-te de Oliveira, PetrônioFernando Gonçalves do sSantos, Deusomar GomesPereira de Lyra, Rui Car-los de Alencar, Fernandode Castro, Joio Alves Be-zerra, Heitor Vasconcelos

Passos, Claudionor de Oll-vbira Bezerra, José de Bar-ros Neto, Givaldo Sá Lei-tão Rios, Ralph Xavier deAlbuquerque, Lauro Flcrên-cio da Silva, José Gullher-me Silva Ramos e EdwarAlves de Araújo; Psra oConselho Fiscal — efetl-vos: Aírton Felix Correia,Antônio Fausto do Nasci-mento e José Francisco daSilva; suplentes: Fernandodo Rego Cavalcanti, OrnarBarbosa Garret s AntônioCarlos Coentro; Para te-presentação Junto à Fede-nação: Genlval de AssisLucena, Murilo Accloly daSilva e Durval Ferreira deAraújo; suplentes: Adrla-no Nerva de Araújo Gran-jeiro, Airton Gardln Pra-tes e Aurélio de Araújo Vi-leia. .

A posse da nova diretoriadar-ss-á dentro de 30 dias.

nal por tempo de serviço;aposentadoria especial paraos psnsionlstas; extinçãodos contratos de trabalhopor tempo indeterminado;proteção so trabalho da mu-lher e do menor; respeitoàs liberdades sindicais e de-mocráticas e ampla llber-dade do exercido do direitode greve. Uma nova assem-bléla conjunta das catego-rias foi marcada para bre-ve, no Clne Paramount.TELEGRAMAA JANGO

Foi tombem aprovado oenvio do seguinte telegramaao sr. João Goulart:•Trabalhadores na Indús-tria da Alimentação de SãoPaulo, reunidos em sssem-bléla geral convocada pelosseus sindicatos e presididapela sus Federação, resol-vem apoiar a luta pela rs-forma constitucional neces-sária à efetivação das refor-mas de base. Ao mesmotempo, repudiam o smprés-timo compulsório, esperandoque seja votado por v. exa.caso seja aprovado pelo Se-nado Federal essa absurdaproposição. Sabem os traba-lhadores que, para faserface às necessárias despe-sas, pode e deve o Governoencontrar meios na aplica-ção da lei de remessa ds lu-cros ou na deeretacao damoratória. Confiantes no es-pírlto patriótico « humanode v. exa., reafirmamosnosso apoio à luta pelaemancipação nacional. Res-peitosamento, Luiz Tenóriode Lnns, presidente da as-sembléla",

Cocracktt dé Sá, assessor sin-dical.do presidente da Repú-blica e Domingos Alvares,presidente da Federação dosMetalúrgicos, fêz sentir oquanto lucraram os traba-lhadores com o desmascara-mento daqueles dois elemen-tos e o afastamento do "trs-balhador" Alvares do autèn-tico movimento sindical.

ADVERTÊNCIA**Os trabalhadores unidos

às demais forças nacionalls-tas e democráticas, já estãoconscientes de que as refor-mas de base sao Imprescin-divels pára solucionar os an-gustiantes problemas

'qusafligem todo o povo". Assiminiciou seu discurso o opera-rio Geraldo Rodrigues dosSantos, deputado federaleleito e não empossado, queprosseguiu: "As crescenteslutas do povo e essa gran-diosa manifestação sm Bra-sills, servem de advertênciaaos Imperlalistas, latlfundlá-rios e seus lacaios. O presi-dento Jango ficou sabendo,por melo do OGT, que o povoijto.pstoiasjtr ssusinf mi*}reformas". Tenntnando, rs-contou que a conquista daum governo nacionalista édemocrático abrirá, caminhepara que o Brasil se tomauma Nação soclsllsta, quan-do então todo o pos» seráfeito.

CRÍTICAS"Contamos eom o apoio

dos trabalhadores, dos es-tudantes, dos nacionalistas,dos democratas, dos sargen-tos s dos demais homens dalei que nio estão ligados aos

inimigos era Pátria, portanto,não nos assustam os arrega-nhos e a barriga do gover-nador". Essas foram as pa-lavras com que o dirigentetuiz Tenório de Uma deuinicio à sua oração. Depoisde mencionar que ém todo oPais vinham sendo realiza-das assembléias sindicais,com crescente compareci-mento, tando como centro aluta pelas reformas, teceuvarias criticas ao governofederal. Citou a negociataeom a Bond and Share e oaumento do açúcar.. Dissequs o Governo tinha a obri-gaçao de vetar a lei dó em-peésUmo compulsório. Ao pe-dir que levantassem as mãosaquiles qus estivessem dis-postos s participar da grevegeral e trabalhar por ela,viu-se aquela Imensa multi-dão de mios levantadas. Is-so fêa com que o orador cha-massa a atenção dos pre-sentes sobre e qas a lmpren-sa, tendo o "Estadão" àfrente, iria publicar a respel-to. "Amanha a imprensa dl»r4 qus aqui havia mela dú-

I asem nenhum

ral. Destacou o alto espln-to de luta dos candangos eo entusiasmo das centenas

/ de mulheres de vários Esta-/ dos sil presentes, s fim de

i instalarem o Movimento Na-/ cionallsta Feminino, que In-

clul mulheres representan-< tes das mais diversas cama-

da» do povo, à frente as es-posa» de numerosos parla-mentares nacionalistas.

Depois de informar queprotestara junto ao sr. Gou-lart contra o fato de os au-têntico» representantes dospaulistas nao haverem to-mado posse, o que represen-tava um flagrante desres-pelt0 a Constituição termi-nou fazendo um apelo àsmulheres para que dessem omelhor de seus esforços napreparação da greve.

QDMWHD • CVMfUU»

Usando ds palavra a lídertteeli Adoração VHar Ssn-che», que comandou s dele*

I gsçio feminina de São Pau-1 lé • que fêz entrega so pre-sidente da República demal» ds 500 mil assinaturaseadgindo medidas contra acarestia, descreveu o que foia passeata des 500 delega-dos slndlcsis ao lado de$.000 grevistas de Brasíliasm direção à Câmara Fede-

A MAIOR

Encerrando o comício, de-, pois de terem falado os

combativo» lideres LucianoLepera e Franciico Iovine,fêz uso da palavra o presi-dento em exercido da CNTIe do CGT, Dante Pelacani.Inicialmente disse ds auaimensa satisfação em pre-senclsr um comício com umcomparecimento que há mui-to não se via naquela pra-ca. A seguir informou quechegara- da China, da UniãoSoviética e da Tchecoslová*quis, voltando compenetra-do de'que o» povos nos psi-•et socialista» têm uma vi-da digna • vivem,otganfx»

"Os gorilas e es resdoná-rloe.vivem pregando o.gol-pe, mas o povo, através dasmanifestações em defesadag reformas de base feitasem todo o Pais, está lhesdando a resposta. Esgotadosos demais recursos, Iremosfazer uma greve geral comonunca foi feita no Brasil."Ao concluir, disse: "Os se-nhores das classes dominan-tes devem dar os anéis ago-ra. porque do contrário aclasse operária vai lhes cor-tar os dedos depois."

PESAR DOS COMUNISTAS DE CAMPINASPELA MORTE DO PAPA J0Â0 XXttl v

Assinado pelo sr. Aabio Btr-' toect, o» comunistas Ae Canpi-

nu endereçaram «o Cardeal d.Caries Camelo de V*sconcelos

CÂMARA DE0SASC0 (SP) QUER APOSSE DOS ELEITOS

A Câmara Municipal de Osas-co aprovou, por unanimidade, re-querimento dc autoria do verea-dor-sargento Clóvis Carrilho deFreitas, protestando contra o fa-to dc a Justiça Eleitoral se estarnegando a dar posse a cândida-tos legitimamente eleitos por tra-balhadores e sargentos — comoGeraldo Rodrigues dos Santos,Rio Branco Paranhos, Luis Te-nório de Lima e outros — e io-mando st. apelo aos que estSopartindo de todos os pontos doEstado bandeirante solicitandoque tssa injustiça seja corrigida.

PELA ENCAMPAÇÃODO FRIGORÍFICOWILS0P

Argumentando que o Frigorifi-co Wilson — ligado ao truste in-ternacional ria carne — vem des-de há mtjito e sob as mais diver-sas forma» desrespeitando as leisbrasileiras, particularmente astrabalhistas, o vereador á. Cama-ra Municipal de Osaseo, Estadode Slo Paulo, Osler de AlmeidaBarro» apresentou a seus paresrequerimento no sentido de qusessa edilidade se dirigisse-àsmais altas autoridades do País edo Estado solicitando a encam-pação do mesmo. Êsse requeri-mento, que traduz os sentimen-tos da poputaçio osasquense, foi•provado por tmanimidade.

Motta o seguinte telegrama, ex-pressando tens sentimento» pelo.falecimento do Papa: .j

"Os .comunistas de Campinas,.jpor intermédio de V. Exa.jRcvèrendlssima, associam-se a to-*ós os católicos em sus dor pelofalecimento do Papa JoSo•'XXIII. A memória do grande

«tinto ficará em nosso espíritocomo sendo o Pontífice que le-vou a Igreja a espelhar anseiosde liberdade e igualdade dos po-vos e seres oprimidos e notada-mente pela sua ação magnânimae infatigável pela coexistênciapacífica entre todas as nações domundo". /

TRABALHADORES DO DOCECONQUISTAM AUMENTCRECIFE (Do correspondente)

— Os trabalhadores das indús-trias dos produtos de cacau, ba-ias, doces e conservas alimenti-.cias acabam de conquistar, me-diante acordo com os patrões,um aumento salarial na base de30 por cento.

O acordo, que foi firmado na.Delegacia Regional do Ministé-rio do Trabalho, atinge aos tra-balhadores das fábricas de do-ces e conservas dos municípiosdo Recife, Olinda, Caruaru, Be-.Io Jardim e Pesqueira.

O ACORDO

O acordo firmado consagra en-tre outras as seguintes conquis-tas: 1) — Aumento geral dc30% (trinta por cento) sôbrc ossalários atualmente vigentes, se-ja qual fôr a modalidade do con-

Penhaconvida

Com três animadas festas nosdias 13, 23 e 29 do corrente, osmoradores da Penha comemora-rão a passagem das datas juni-nas dêste ano. Os bailes, commuita música, fogueira, canjica equentão, serão realizados no

Arraia Itaú", na rua Itaú, 233.

trato de trabalho, compensadosos aumentos espontâneos a par-tir de 1 de marco de 1963, e des-de que nio tenham tido o obje-tivo de reajustamento decorrenteda última elevação do saláriominimo; 2) — Vigência a par-tir desta data; 3) — O prazoda vigência será de um ano,permitida a revisão antes, ' emcaso do aumento do custo devida.

RIO BONITO vMOBILIZA-SE PELASREFORMAS DE BASE

Foi fundado em Rio Bonito(RJ), mais um Comitê de Mo-bilização Popular pelas Refor-mas de Base. Participaram dareunião de instalação dezenas deoperários, comerciantes e cam-poneses da região.

O Comitê dispõe a intensificarjunto aos camponeses o esclare-cimento popular para a luta pe-Ias reformas de base. especial-mente a reforma agrária que íuma necessidade premente paraa região dominada velo latifun-dio. Estão programados comi-cios, distribuição de material «lepropaganda e visitas dc solidário-dade aos camponeses da região.A primeira caravana sairá «leRio Bonito no dia 9, percorreu-do a zona camponesa vizinha.

SOBRE 0 Q0LPE RO BRASILEvsndro Liras, do Recife, splsude o ssmtaásjmmo

companheiro Almir Matos "Sobra o Oolps M_BrsjÜ*. prs-blldádo no número 231 de MR. ea resposta s «•*•*>•*»¦•"lessor Wsnderlejr Guilherme inserto no nümsro W áajs-viste "Estudos Sociais" com o objeto ds wfntw •£«¦•ess so seu ensaio "Quem Dará o Oolpe no Brasil?", for-muladas pelo Jornalista.

Evsndro declara-se "completamente de acordo" comAlmir Matos. E acha que "o ilustre professor descamboupara o sectarismo, náo avaliando Justamente o componen-te burpueito nacional e n&o relacionando as liberdades oe-mocráticas com a conjuntura política do Pais e com asituação internacional".

Prossegue o leitor: "Tem multo de Idealista o tra-balho do professor Wanderlcy Guilherme. Para ais pensarcom oa pés no chfio bastará que observe atentamente ogrande dilema vivido atualmente pelo presidente JoioGoulart. Autentico representante da burguesia nacional,o Posso presidente estu' lntcrcssadisslmo em que a suaclasie assuma o controle econômico do Pais; sendo, porIsso. favorável às reformas que se impõem. Isto, porem,é apenas um lado da questão. O outro é o temor do nossoIlustre presidente de que, no ato das reformas, a eolsa vamais longe do que éle quer.

Sou daqueles que acreditam que ana presente conjuntura, tem dois antsgor . —__.o primeiro, Imediato, com o qual nos deparamos. ••«.'*»existente entre o capital nacional e a coallslo fauttal-uav»perlallsta-mercantll (forças do golpe); o segundo,,«•«•-to, virá à cens histórica posteriormente, e é aquCls eans-teríte entre o capital nacional e os trabalhadores ma-sUelros".

Mais adiante diz Evandro Lima: "E' de pasmar queo professor Wanderley Guilherme Ignore o que seja re-forma agrária democrática. O que é a democracia? O pro-prio significado etlmológico da oalavra dis: governo dopovo. Evidentemente então reforma agrária democrátteaserá aquela feita em beneficio do povo, des trabalhado-res do esmpo".

Concluindo o leitor faz reparos a certas formulaçõesusadas por Almir Matos, "demasiado severas s que nioflcsm bem mima terminologia que não Q"*1'* '•"••" * **•*ca", e apela para que se "faça o possível no sentido dsmanter coesa a vanguarda intelectual".

OS LIVROS E OS LEITORESComovente; a carta de Maria Helena Alcarde, da Gua-

nabara, transcrita abaixo na integra:"Prezado senhor colunista de "Opinião do Leitor".Aproveitando o ensejo que se me apresenta para Ihs

escrever, desejo inicialmente cumprimentar a este nossojornal NOVOS RUMOS, do qual sou assídua leitora, peloexcelente e frutuoso trabalho, que vem realizando paraorientar, fortalecer e organizar não só a classe operária,como também ú>dos os demais patriotas brasileiros. A suacausa é a mesma que aquela da gloriosa "Iskra" que Lênin,vencendo todos os obstáculos e há apenas 63 anos, fun-dava, e cujo primeiro número aparecia na Alemanha(Munich) a 11 de dezembro de 1900. Hoje, graças à vito-riosa ascensão do socialismo no mundo, suas brilhantesconquistas e, também, graças à frente única nacionalls-ta e democrática oposta pelo povo brasileiro às forças re-trógradas e reacionárias que existem em nosso Pais, os pró-prios jornais burgueses são obrigados a divulgar nossaslutas e Idéias embora, pensem que, com o seu reaclonarts-mo, combatem-nas.

Desejo, também, cumprimentar, particularmente, a co-luna "Opinião do Leitor" pelo trabalho que desenvolveJunto aos leitores de NOVOS RUMOS e pela carinhosaatenção com que a opinião de cada qual é acolhida. Jun-tamente com esta carta seguem sete livros, os quais eapediria fazer chegar às mãos do leitor de NOVOB RU-MOS, Joel da Hora Barro» (Nilópolis), cuja carta foi abor-dada na edição de 31 de maio a 6 de Junho corrente. Ocorreque, sempre que posso, compro livros sobre literatura mar-«ta e nacionalista, e, como alguns deles eu os Unha emetoUcsU, pensei em oferecê-los ao sr. Joel, s quem peçoacsttà-los. .

Sem mais, e sempre do mesmo lado da barricada qasvos outro, subscrevo-me cordialmente.

Maria Helena Alcarde".

Os Mvros enviados pela nossa leitora estalo em nossaredação à disposição de

"Joel da Hora Barros, leitor de

Nilópolis, que, na coluna da edição número 223, escreverasóbre uma visita à Feira dos Livros instalada na Clne-làndia e sóbre a carestia dos livros no Brasil.

Ainda a respeito de livros queremos agradecer a generosidade do leitor Otacilio Nogueira, também da Gua-nabara, que nos trouxe um pacote com dezenas dé obras dl-dáticas do curso ginasial para ser distribuído entre es-tudantes pobres. Encaminhamos os volumes ao Banco deLivro da Associação Metropolitana dos Estudantes Secun-dárlos (AMES).

LIBERDADERecebemos nova carta do presidiário M.S., da Guana-

bara. Desta feita éle elogia ps últimos pronunciamentosdo governador Miguel Arraes e dos deputados Leonel Bri-zola e Eloy Dutra, bem assim como as mais recentes deci-soes do Comando Geral dos Trabalhadores. Paia ainda dascondições degradantes a que estão submetidos êle e seuscompanheiros de infortúnio das masmorras de Lacerda,"padecendo maltratos físicos e morais".

M.S. que, mesmo na difícil situação em que se encon-tra, é um batalhador pela nossa emancipação nacional,acompanhando como pode o desenrolar dos aconteclmen-tos políticos e sóbre eles opinando, termina referindo-sea desumanidade do tratamento que é infligido aos presospelas autoridades policiais da GB. Diz: "Sou testemunhaocular das maiores atrocidades que se pode cometer eontrauma criatura humana. Senti e sinto na carne as agrurasda vida. Sendo torturado e vendo torturarem meus seme-lhantes a cacete, a coronhada de fuzil, a socos s Tonta-pés, pela famigerada policia de vigilância,, policia do sr.Carlos Lacerda". M.S. revela que narra tais episódios paraque os leitores possam ter uma idéia do que se faz comseres humanos num pais civilizado "sob as ordens de uma"justiça" democrática e cristã". Conclui afirmando que asinjustlas só serão reparadas quando o País fôr smsnel-pado "pelas forças populares".

NA HORA DA REFORMAAntônio Camargo Sousa, de Horizontina, Rio Grande

do Sul, acha que nada mais justifica qualquer protelação,por mínima que seja, da reforma agrária radical. Escreve:"Aqui em Horizontina predomina o minifúndio. Cen-tenas de famílias não têm onde plantar. Nem para plantarna base da meia arranjam terra. Multas famílias nume-rosas vivem errantes e desesperadas. Não se pode esperarmais pela reforma agrária radical, que se prolonga portempo indefinido. O clamor de um povo que aspira a umavida mais digna, de Justiça social, se fas sentir por todos osquadrantes do País. A passividade e a indiferença na horaque vivemos constituem falta de patriotismo, um crime dslesa-pátria".

PAPA E PLANO TRIENALDulce Rodrigues Pereira, da Guanabara, lamenta a

morte do Papa João XXHI e critica os responsáveis pelaidealização e pela execução do Plano Trienal. Considera ochefe da Igreja recentemente falecido "uma memorável fi-gura a quem os amantes e combatentes da paz multo fl-cam a dever"; e vê na luta de João XXHI pela extinçãodas guerras entre os homens "uma demonstração de que aIgreja Católica já é sensível às reivindicações dos povos, Játraça, através de vários dos seus dirigentes máximos, novosrunios". Revela, entretanto, uma dúvida; "Será que o sú-cessor de João XXHI. tçrá a mesma posição?".

Sobre o Plano Trienal Dulce diz que "fot elaboradocontra o povo. particularmente contra os trabalhadores". Echama de "beldades rjo imperialismo" aos senhores CelsoFurtado e San Tiago Dantas, autor e principal defensor do'Plano, respectivamente.

II ¥ Rio dt Janeiro, 14 a 20 dt junho d* 1963

Page 7: MM» xxÇSIO Unida Das Forcas Popid ãk ares - marxists.org · do picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri-nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La- cerda

Sohdaritdadt mundial ao povo espanhol

Franco Tem'os D Conta dos|_,v. ¦ , .-.. „ ,jm^ IM » 1

r4%r^t^Wfctfí^JtÍ^^^f É*?*r^B^ _! iI '\>'.^^^mmv^ "WB T^mmjvfK *H nnaldoi

"JaHan Grimsu M a ültl-em vnfcaa 4o espirito da tuer-radril espanhola" dccUrou aviuva do herói aos 300 jorna-Ustas om a «trevittavam emParis, poucas horas depois dosiiasainiio ds sm ¦árido

Ao lado dos patriotas cipanhòitHvaatoa-ie numa aó vos lodo omundo. Protestava se nio si con.tra a morte de Grimau, mas exi-Ria-se a libertação doi milhareide pretos políticos encerrados hádetenas de ano» nas masinnrrasfalanfiitat. Toda a humanidademaniíeitava mu repúdio a dita-dura espanhola.

DITADURAESTA CERCADA

Franco e sua falange instala-ram-te na Espanha em IM». De-pois di*so o mundo jias>»u pelasmais atrozes guerras, llitler sui-cidou-M, Mussolini {oi justiçado,6* nazistas foram julgados emNnremberg e, aprisionados emSpandau muitos deles já foramlibertados. Entretanto ot lidereioperários espanhóis continuamencerrados em cárceres primiti-vot.

A evolução industrial e o con-seqüente avanço político das de-mncracias em todo o mundo eprincipalmente na Kuropa leva-ram as .poucas ditaduras que so-brevivi-m ao avanço das forçaspopulares, a mostrarem aberta-mente seu caráter retrógrado epolicialesco.

Marcos Ana, o poeta mundial-¦rente consagrado que foi liber-tado há poucos meses, depoisde 23 anos no cativeiro, reconhe-ceu ontem o valor da sol idade-dade internacional: * graças a lu-ti dc men pais e n solidariedadedo mundo, fiquei devendo ao ge-neral Franco alguns anos dc ta-deia ".

Contra a ditadura espanholaJá -.c manifestaram quase todosos partidos políticos da Europa.Fm Paris realizou-se uma con-fercucia qiic reuniu as maisíiestacadás figuras do cenário po-liticu europeu;

Dentre estas podemos citar: olíder trabalhista inglè;., MaroldWilson; os cx-primeiro minis-tros franceses Guy M o 11 c t eMendes France; o dirigente co-munista Giancarlo Pajetta, o so-cialista Pictro Nenni, e, inclusi-ve, a organização católica PaxChristi, dirigida pelo cardealFeltin.

l-'ranco está isolado. Em todosos países europeus levantam-seos brados pela libertação do po-»»o espanhol oprimldp pela di-tadura.

UNIÃO DERRUBARAFRANCO

O regime poliacialesco, apoiadonas forças mais retrogradai «ária-

Acabar

com istoGrades como estas en-

cerram 120 mil presospolíticos da ditadura fa-langista. Toda uma gera-ção de dirigentes opera-rios encontra-se encarce-roda há mora de vinteanos. As grades queprendem o proletariadosão as mesmas que su-focam o desenvolvimentoeconômico e social da Es-ponha. Mas a ditaduratem seus dias contados,o Espanha de hoje nãopode ser a mesma que du-rante a Europa de Hitler.

tentei no pai* sofreu sério abatocom ai inundes «revés do ampanado, quando milhares dc tra-balhadores espanhóis croxarsmos braços, obrigando a ditadurafranquiita a tratar com os «Uri-gente» operários de igual paraigual, e cedendo it exigênciasdos grevistas.

A oposição contra Franco cmtódat ai camada» sociais eitáte organizando. E é etsa iiniiío

que garantirá a derrubada do di-tador e a libertação das força»de produção da Espanha, paraque aquela ocupe o lugar unelhe cabe no cenário políticomundial.

Franco cairá com teu próprioanacronismo, a democracia espa-nhola não icrã proclamada só-bre pilhas de cadáveres comofoi a ditadura.

A correlação de forçai nomundo abre caminhos para queo problema espanhol seja resol.vido sem trans formar-te cmmais nm fator para a guerrafria. Santiago Camilo — te-cretorio-gerai do Tartido Co-munista Espanhol — define ocaminho da revolução nacional:"As forças políticas espanholaspropõem se a encontrar um apoioamplo para uma solução demo-critica do» problemas, à margemdos blocos militares, ccntrali-rada pelo espirito da coexistên-'cia pacifica".

O MOVIMENTOOPERA RIO

A greve dc IVoJ nas Astúriasmarcou uma nova etapa para «iproletariado espanhol. O inuii-incuto, coroado «le êxito, aguçou

a luta dos operários contra aexploração internacional a que

. estão submetidos pelos trustesque atuam na Espanha.

Os cinco ineses que o presen-te ano já atravessou jurammarcados por centenas de gre-.ves operárias cui lodo o pais,paralisando milliatcs dc traba-Ihadores.

l-.isi Madri verificaram-se mo-vimentus grevistas cm 17 íáliriicas, entre ns «ti:ais a gigantescaindústria da Standard Electric,A maior parede realizada nacapital espanhola foi a do De-partamcnlo de Telégrafos, ondeos funcionários realizaram tona"operação tartaruga", diminuin-do durante vários, dias o ritmodc trabalho externo para man-dar ao governo mais de setemil telegramas solicitando an-mento de salários.

Na sona industrial de Bane-lona os operários, ícaaaslo permelhoras »sj>elmeiitoc e «asara• formação de cartéis htsraos,lançaram-se a greves dc Brotas-to nu maiores industrias dopafs tais eotno a PirdH, a Sle-sacas, c a Ibéria, e versas eom-ssmUu têxteis, t

O govémo espanhol enfrentoucm cinco sseses, nada ntnosque 57 greves operária» «aeeclodirsm akernadsmente cmtodo n paia, a cosa as quais te-ve aue tratar de igual para

grave geral, freto da união detodos oc . Irabalhadorf« espa-nhóii cm defesa das reivindica-çôes dc cada am.

A SOLIDARIEDADEMUNDIAL

O assassinato de Grimau, queusava amedrontar os trabalru-dores espanhóis, ou levá-lo» auma ação onde a ditadura pu-desse dar vasa.» a seus institui.»repressivos, tó serviu para au-mentar a coutiança dos opera-rios na solidariedade que todo omundo lhe» pretta.

A morte do lider comunistaconcentrou 5u mil pcstoas emParis que protestaram mima tovoz juntamente com chefes deEstado de vários países. Du-rante os dias que antecederamA execução chegaram às mãosde Franco telegramas dos maisdestacados dirigentes europeus,inclusive do Pspa Joio XXIII,pedindo pela rida de Julian Gri-mau.

Mas essa solidariedade nãose organizou para salvar a vidade Grimau única c exclusiva-mente. Ela existe de há muitopara tirar a Espanha do toiporda ditadura. Ê ela quem estádevolvendo às famílias os pou-ros dirigentes operários queFranco tem sido obrigado a li-bertar. Marcos Ana foi umdestes, e não exita em reco-nhecer que "devo minha liber-dade à solidariedade internado-nal, c por isto estou em dividacom os operários de todo omundo".

Durante a Conferência de Pa-ris, o dirigente comunista ttatia-no Giancarlo Pajetta afirmoucategoricamente: "Nosso com-promisso nâo fica somente nu-ma condenação*moral à ditado-ra, devemos levar a luta ao ni-vel político. Etsa luta tem comoobjetivo a nossa ajuda aos de-mocratas espanhóis".

Na mesma ocasião, afirmou odirigente trabalhista inglês, Da-viés: •"Apresentamos aqui onosso apoio moral e material•of «Btptnnois <joe sofrem sob oregime fascista. Ajudaremoi atodo o povo espanhol, dentro efora da Espanha. Nosso objeti-vo essencial é aaostrar aos as-t*jssMis ees lata pela Hbertaeãoele saa pais, aue aadssa estarCtflOf OjÉ MM0 siipOtO

FSM NA VANGUARDA

movimento operário Intcrnaclo- 'nal, que vêm prestando ajudaaos csaanhots há descaas dcanos. Durante a guerra civil clogo após a instauração da dita- .dura, si entidades sindicais e ostrabalhadores de numerosos pai-•es ajudaram os espanhóis quthaviam al.amJon.do o pais, con- .scguindo-lhes trabalho, protegen-do os juridicamente, prestandouma ajuda decisiva para quo !não >c pudrtte apagar a chamademocrática espanhola, ainda |que fora das fronteiras."Nas

prisões aprendi a serhomem — diz Marcos Ana —compreendi o valor da solidaric-dade, e a partir dela compre-endi que a luta pela liberdadede um povo bem merece ou-crificio dc uma vida". E, prós-segue: "Atualmente,

graças à [solidariedade internacional, iqual não faltou o carinho e oprestigio da FSM, as coisas mo-

.diiiraramsc para os presos esuas famílias, que agora açor-rem aos parlatórios talando dacarta que receberam de tanoperário inglês oa de usa minei-ro alemão, desconhecidos mas 'identificados numa só luta".

JORNADAINTERNACIONAL

Em circular a todas as enti-dade* filiadas, a FSM conda-mou os trabalhadores » realisaruma Jornada Internacional dcSolidariedade aos operários es- _panhóis. A decisão do secreta-riado da FSM. foi estimuladapelo congresso da Central Cni-ca chilena que em setembro de1962. havia decidida organizarum intenso plano de ajuda ao.povo espanhol.

De acordo com esta .proposi-Ção a FSM eslà conclamandoos trabalhadores e seus sindica-tos a organizarem a Jornada nodecorrer do mês de junho de1963. Toda» as manifestaçõesa serem organizadas teca comoobjetivo principal defender osdireitos humanos dos operáriosespanhóis, obrigando a ditadurafranquista a colocar os trabalha-dores no mesmo nível em quese encontram seus companhei-ros europeus.

Eis a plataforma da jornadade solidariedade patrocinada pe-Ia FSM: apoio às lutas por au-mento de salários e redução dashoras de trabalho; revogação

da W franquUta sóbre oi slndl-ratos c proclamação tlc uu.raque garanta a democracia sin-dical; libertação dos preço» i»>rmotivo de greve; anistia geral' para os pre*»» político»; re-greno c rcadnilssáo no tulalbopara os operário» deportado*por motivo de greve; pela* li-(«rtlarie» «indicai» e direito degreve: |iela satisfação das rei-' vindlcaçoe» econômica* e, con-ira a repressão ao* movimento*grevista».

"Seja qual fur a organização-indicai a que esteiam filiado»,imam-se o» trabalhadores baraajudar sen» irmlns de combateespanhóis. Através de múltiplasaçoes unharia» expressem suaativa solidariedade ao» trabalha-dores c ao povo espanhóis —diz o manifesto da 1S.M.

EstudouSociaisnv16

O último número de ES-TUDOS SOCIAIS, que seencontra nas bancas de Jor-nals, apresenta- os sCfuin-tes artigos:

Helga Hofímann — "OPlano Tricnal e a inflação";Leandro Konder — "Mar-xismo e cristianismo --pressupostos de um diálo-go"; Alenandro Novaes --"Migrações internas — suasimplicações com o desenvol-vimento econômico e osproblemas de saúde públl-ca"; Ary de Andrade — "Al-varo Lins aos 50 anos":Wanderley Guilherme —"Quando a critlc* é que dào golpe"; Documentos doMovimento Operário —"Primeiro Congresso opera-rio brasileiro"; Luis Borges— "Implicados na Revolu-çao de 1817"; Luis JorgeWerneck — "Jullen Sorel,revolucionário?"; ErnestFischer — "O problema doreal na arte moderna".

A irante disse

fsiliraijss aSeaJ Jaaaafci,

vasto movi-a

Ajuda a NOVOS RUMOS3 amigos (Ti«s Noa — M) 310.00Olímpio da Araújo (OoUndlra — CK» 300,00Oraados Emprisu 4-A (Mo — OB) 1500,00

Vontade <*. J. Msrttl — RJ) 150,00* CMNuTA tfafMf*—•.*»> a...

*y,— ..•Ã*Af. ,wA.'.'-y'Dnpia Dovatfe • i ¦¦». »«*--<»¦*»» — mw> .... wmm

«^__ t) ¦- ... <i.„. -— — — .¦— -¦- -- ¦¦-"•'¦, /.' j .-»»¦ ' ¦. * *j*jjpaffe .^'SS^i.V/j.Vyr ' --•¦"'- -¦¦¦¦;- ¦

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"Oingietlroí • FiniHoHw

A Editora Civlllsaçlo Brasileira aea*ba de lançar o último livro do svosso tao?rezado

companheiro Rui Facó. Nào tevele a alegriu üc ver o volume pronto,o que nào Impede que saodetnoa aau apa*reelmento homenageando o escritor quosoube tio bem dignificar a sua profissio.

Multo se ten escrito sobre o cangaçoe o fanatismo dos noa aos sertões, maso que diferencia o livro de raio dos de-mais é a analise marxista desses problr*mas. Êle mesmo explica no prólogo:"Tem-se exagerado Indevidamente — eesta é uma das teses deste livro — o fuu-do místico dos movimentos das niast«n*.sertanejas" e mais adiante: "Nfto ne-gamas a existência do fenômeno, uma as-pede de misticismo, de messianismo nao-crtstlo, embora formalmente influenciadopelo cristianismo. O que discutimos é asua essência, a eclosão e a motivação rinslutas no falso pressuposto de que elastêm no misticismo ou messianismo suaorigem e seu fim."

Um grande e belo trabalho realizouFacó, respondendo às perguntas: "Por

que surgiu o eangeeelro* Par fw smusto fanático? que gerou o eaaaafaT tfeaos fas desaparecer?" Estebusca a respostas àa limotas, «ua ae Ustpussraaaautor eomo parte da ptomada de eooadènsiacancamoa eada ves malamedida em qne maa saa oa noeconômico, em que modlflca-ae MM mnoesa sociedade e nos Integremos no eao-Junto universal dos povos com a nessaprópria voi, an nossas características eafirmamos a nossa Individualidade."

Apresentando o livro dls • editorínlo Silveira: "Cangaceiros e PmnátMM",portanto, é um livro-lnstrumcnto. nas ea-minho novo para a verdadeira Intenre*tncio de nossos problemas sociais."

"Cangaceiros e Fanáticos" será Ian-cudo na Livraria 8. José. Nào teremos senautor, man là estaremos todos, homena*Rcando aquele que soube viver, lutar, tra-balhar. criar como um verdadeiro comu-nista.

Todo o Estado do Rio SemTransporte: Greve é GeralDesde terça-feira estào

parados os transportes co-letivos do Estado do Rio ca construção civil de Nlte-rol. sao IS mil trabalhado-res em greve, paralisandodois mil veículos"e mil cons-trações.

ENTENDIMENTOSANTERIORES

As duas classes procura-ram entendimentos com ospatrões. As empresas cons-tnitoras nfto aceitam nenhu-ma forma de acordo, poisafirmam que o dissídio cole-.tivo só se inicia em novem-bro. Oi trabalhadores nasobraa sabem perfeitamenteque o salário que está sendopago é irrisório. Sentem-noquando vfto comprar os gè-neroa de primeira necesslda-

novosrumos

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de. E como os gordos cons-tratores nfto tém *sse pro-blema. a única solução foiesperar o aumento de W%com ns braços cruzados, oque nflo se fazia desde 1984.

Os donos de coletivos reu-hirnm.se. DUiutlrnm com osempntgndos. Kntentleramsecom o delegado regional dotrabalho. Mas' a iodas asreuniões levavam as mos-mas fórmulas. Os emprega-dos querem assinar umacordo, 80' mil mensais, pa-ra os motoristas c 60 milpara os trocadores, e váriosdireitos sindicais, entre osquais está o pomo da dis-córdia — o delegado sindicalnas empresas — única ma-nejru de garantir que os pa-troes cumpram os acordos,pois durante o ano passadoforam necessárias dezenasde greves parclatg para con-seguir o cumprimento de um-i*côrrl0 solenemente assina-do.

Depois de três mesas-re-.dondas na Delegacia iteglo-nal do Trabalho, nào haviamaia outro caminho a tomarque nfto fosse a greve, eIsso jà vem acontecendo hatrês anos.

Na tentativa de evitar aparede, foi convocada umareunião com o secretário deVlacào do Estado. Elà, apre-.aantou.se-uaaattroposta on- -de os empregados teriam a

'

reivindicação salarial redu-. zlda, ao passo que seria re-conhecido o delegado slndl-cal. Mas a proposta apesarde ser aceita pelos empre-gados cala no vazio, os em-pregadores raivosamente arejeitaram. Era a greve.

PIQUtTESE ASSEMBLÉIAS

Na madrugada encontra-vom-sc os piquetes da cotia-truçfto civil e dos rodovia-rios, cada um Ia parar o seusetor. E quando o povo saiuns ruas. sentiu imcdlntamen-te a falta de transportes.Mas alguém deve ter nota-do que níto havia- nenhumtrabalhador atrás dos tapu-mes ou sôbrc os perigososandaimes.

Até altas horas da noitaos dois sindicatos permane*ceram em assembléia per-manente, sendo visitados pordeputados e comissões deoutros sindicatos.

DEPOIS DABARCA, A PÉ

A intransigência- e a ma*fé dos patrões levaram apopulaçào de todo o Estadodo Riu e principalmente doNiterói a uma situação dift-cil. O grosso da populaçãoque trabalha no Rio, temque depender doa tàsds compreços exorbitantes, ou dosincômodos caminhões ondao trabalhador é obrigado aagarrar-se durante toda aviagem com 6 perigo de cairdo "coletivo" Improvisado,pois os pequeno» « taenOd*entes trolea là semeeiM*lf4SnMflié lotMMs pHÉsal svtwlos Imensas que ee tomamno ponto finai. I aMm üaee,caso a greve se prolongue,os empregados em troleaestão dispostos a dar 0 gol-pe de graça noa tubarõesdos transportes, cruzandotambém os braços, soll-dá rios com os grevistas. .

DDC — PROBLEMAS DA PAZ E DO SOCIALISMO,¦ ¦'**-» i evlst» teórica e de informoçfio internacional,avisa a seus leitores que já está à venda nas bancas elivrarias seu n.° 4/63 (abril). O sumário deixa perceber ariqueza e importância dos assuntos e temas em debate.r-iimário:

\ IMTAIM KA FHAVCjl ISTA AMEAÇA A PAZr dentar»«"•••> pnipA-iitnt, do ditador Franco, visando substituir aaconvênio» das ha«.-. militares ianque* na Eanaaha nor »••»«.«ladeira aliança em todos os SontW**

ItKi I.KXi.Ks sAUlu-; A PKOFAUANDAi «ataSa Isstasvja.•ante «obre o poder da propaguei*, qae «Weraaat e ttraataa

OS PA1S£S \AO-AI.I.N|1IAIIOH E A POUTICA MtNDIAJUa luta. de Ubertsefto asoViasl bawe ebJeMva 4» ¦•«ea» OnSo*»llBhaanente

OM COMVMHTAS E A DEMOOsUGIA: debate entreeensantea eomnnlstaa e eSMrAitea éa SS aaslse.

Preço do exemplar: Cr$ 100,00 • Assinaturas: anual — Crg1 000,00 e semestral — Crg 800,00 • Informações: Rua daAssembléia, 34, salas 204 e 304, Rio (GB) • Atende-se peloReembolso • Valores e correspondência em nome de H.Cordeiro;

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Rio do Janeiro, 14 a 20 de iunho dt 1963 nr 7

Page 8: MM» xxÇSIO Unida Das Forcas Popid ãk ares - marxists.org · do picareta Gilberto Crockatt de Sá, o caso dos "bagri-nhos" de Santos e as provocações do insano Carlos La- cerda

\ )i*fíTWK '; . .

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Uma Lei Ianque:"Foreign Aid Act"Enquanto se processavam os levantamentos a cargo da

CONESP e at> negociações com os representantes da Ame-rican Power foi promulgada a Foreign Aid Act. cujo artigo• determina que "o presidente dos Estados Unidos sus-pendera a assistência que estivir sendo prestada, de acór-do eom a presente lei, ao governo de qualquer pais, quan-do êsse governo, ou qualquer agência, ou subdivisão go-vemamental disse mesmo pais, em 1 de Janeiro de 1982,ou em data posterior, 1) tenha nacionalizado, exproprladoou confiscado o controle da propriedade pertencente a

qualquer cidadão dos Entndos Unidos, ou qualquer com*puniu», sociedade ou assoclaçuo, cujo u. i.iiuunio pi i fuçaa cidadãos estadunidense» em proporção náo Inferior a Mpor cento" nào indenizando, cm moeda estrangeira con-versive, num prazo nào rxci dente de 6 meses,

Em face dessa lei americana alteraram-se completa*mente os termos dos entendimentos, que passaram agoraa ser unia imposição de lei estrangeira contrária à legisla-ção do Brasil, Issr, constltulu-se numa verdadeira aliena-çáo da nossa soberania.

ComprarBond and Share 9 ™°.r .d° .A.cervoé Traição

Das Subsidiárias

e NegociataA Frente de Mobilização Popular elabo-

/on um folheto esclarecendo o povo brasileiroacerca das desvantagens da transação que oimperialismo norte-americano quer impor aonosso Pafs com a compra do acervo da Bondand Share. Nesta página divulgamos trechosdesse interessante trabalho de pesquisa eelarecimento.

Segundo os bulam;»., levantadas em 31-12*62. o invés-tlmento total das sua.iuiarios dn Bond and Sliaie souavu25 bilhões de cruzeiros, cum correção monetária feita pelospróprias companhias. l>,> ucútdo Com os levantamentos daCONE8F, tomando por uase dados fornecidos pelas suo-.-diárias e feitas as reavaliações na base dos índices ooConselho Nacional de Economia < mal» «levados que os apll-cadoa pelas subsidiárias!, os investimentos totais somavama 46 bilhões de cruzeiros, em 3 -12-1961. Posteriormente,a Eletrobrás atualizou estes investimentos, fazendo a res*pecttva correção monetária e apurando o total de 57 b.-ihôes ds cruzeiros Esse é o montante em torno do qualdeveriam se processar as negociações para compra do acer-vo dás subsidiária::.

Sugerido ést.. montante de 57 bilhões de cruzeiros parabase das negociações aos representantes da AMFORP, srs.Henry P. Sargent, N. Nydorf, Edwim D. Ford Jr. e ClzinioRodrigues, em reunião a que compareceu, também o em-balxador brasileiro nos Estados Unidos, Sr. Roberto OU-veira Campos, foi êle recusado, sob alegação de que os in-dlces do Conselho Nacional de Economia continham gra-ves distorções. Nesta oportunidade, os representantes daBond and Share apresentaram uma contraproposta de194,4 milhões de dólares, assim discriminados: 138,6 mi-Ihões — preços das ações; 10,4 milhões — crédito do boi-ding Junto às subsidiárias; 38 milhões — empréstimos noEximbank; 7,4 milhões — empréstimo no BNDE. Essascondições foram, em seguida, reduzidas para 188,1 mi-ihões de dólares, Isto é, 116,6 bilhões de cruzeiros, ou seja,nada menos que o dobro do valor apurado pela CONESP/Eletrobrás, com bases nos dados do próprio holding.

Em 8 de abril de- 1963, pelo Decreto n. 51892, foi ex-tinta a CONESP e criada a Comissão Interministerial, semque se saiba porque dela participava o ministro da Ouerraenquanto ficavam excluídos os ministros da Justiça e Re-lações Exteriores. Em sua primeira reunião, a ComissãoInterministerial aprovou Integralmente a proposta daBond and 8hare, concordando com a compra de suas açõespelo montante de 188.1 milhões de dólares, ou seja, 116,6bilhões de cruzeiros."As conclusões da CONESP não foramsknier levadas em consideração.-

Decidiu alnd.» a Comissão Intcrmlnl lerlal: recomen-dar a designação da Eletrobrás para agciiL1 comprador doueôrvo da Bond and Share, recomendar que a Elctrobrúa>cja autorizada a assumir coiipromi.ssos com o Eximbank,o BNDE. correspondentes às obrigações remanescentes dosempréstimos negociados entre a Bond and Share e os et-todos estabelecimentos de crédito, assim como a promoverentendimentos com os acionistas minoritários para deter-minaçáo do tratamento mais adequado a ser dado aos seusdireitos na empresa; recomendar à Eletrobrás que tomeas providências necessárias para promover o rápido rea-justamento das tarifas das antiga» subsidiárias da Bondand Share, especialmente com respeito à correção mone-tória rios .ti"; ativos, conforme estabelecido na legislaçãoem vigor; recomendar a utilização dos recursos oriundosdas diferenças de preços dos estoques de combustivets;suplementando-o se necessário, com empréstimos do BNDEe com os meios do Fundo Federal de Eletrificação, paraatender os compromissos decorrentes da compra; c reco-mendar que a Embaixada Brasileira seja autorizada a assi*nar memorando de entendimento destinado a fixar basespara o contrato de compra e venda das ações da Bond andShare.

Esta reunião ministerial realizou-se no dia 22 dn abrilde 1963, sábado à tarde. No mesmo dia, a Bond and Shareexpedia um comunicado anunciando haver chegado a umacordo com o governo brasileiro, em virtude do oual esteadquirirá o acervo dessas companhias. <0 Jornal, dr 23de abril de 1963). Noticias de Washington informavam que,2 dias após a reunião intermin'stprlpl. foi n«"!na<<i -mmemorando de entendimento entre a embaixada brasl-letra nos Estados Unidos e a Bonri an-l Share. fixara ibases para compra pelo governo brasileiro. Nesse mesmodia, o sr. San Tiago Dantas, em debate com os csludin'esem. Belo Horizonte, informou-que a encampação ria- cm-presas elétricas do Grupo Bond and Share, iâ dseirlMapela Comissão Interministerial, importará no citspsmlio de135 milhões de dólares. Acrescentou que não foi uma nr-goclação ideal mas que, pelo menos, a mais exeqüível uomomento (O Globo, de 25-4-63),

Outros AspectosLesivos da Compra

O Que é e Como AgeA Bond and Share

A American Foreign Power (Bond and Share) é uniholding com sede nos Estados Unidos, comandando Inú-meras subsidiárias em várias partes do .mundo. No Brasil,opera através das Empresas Elétricas Brasileiras, que con-trolam onze subsidiárias, representando uma potência Ins-talada de 550 mi» quilowatts — pouco menos de 10'; dototal da capacidade instalada 'do Pais: Cia. Paulista deForça e Luz, Cia. Força e Luz de Minas Gerais, Cia. Forçae Luz do Paraná, Cia. Brasileira de Energia Elétrica (Ni-teról), Cia. Energia Elétrica da Bahia, The PernambucoTramways and Power (Recife), Cia. Central Brasileira deForça Elétrica (Vitória), The Riograndense Light and Po-wer (Pelotas), Cia. Força e Luz Nordeste (Maceió), Cia.FÕrça e Luz do Nordeste (Natal i e Cia. Energia Elétricade Porto Alegre

Praticamente, a única subsidiária que opera como umaempresa integrada, gerando c distribuindo energia,- é aCompanhia Paulista de Força e Luz. As demais possuemcwie Que exclusivamente usinas térmicas, em estadoadiantado de obsolència, resumindo as suas atividades emdistribuir a energia que lhes é fornecida por empresasestatais.

A subsidiária de Porto Alegre foi encampada pelo go-vêrno gaúcho em 1959, sendo a encampação pre. dida detombamento fisico-contàbil realizado por uma comistãocio governo federal. Apurou-se que a subsidiária vinha re-metendo lucros que excediam o limite legal, Isto é, o equ.-valente a 10% de seus Investimentos. Os lucros Ilegalmenteremetidos excediam de 180 milhões de cruzeiros. O SupremoTribunal Federal reconheceu a legitimidade da medidaadotada pelo governo gaúcho.

Uma outra comissão federal concluiu o tombamentoda subsidiária de Recife, tendo apresentado o seu rela-tório a 8 de Junho de 1961. Também essa subsidiária —de acordo com o tombamento feito — vinha obtendo lu-cros Ilegais que ultrapassavam em cerca de 500 milhõesae cruzeiros o valor dos investimentos realizados.

As subsidiárias de Belo Horizonte e São Paulo estãosendo tombadas por comissões federais. Segundo os levan-tamento» ate agora feitos, não serão diferentes os resul-tados finais: ambas vêm obtendo lucros .que excedem olimite legal, de forma que não é exagero afirmar-se quetodas essas companhias da American Foreign Power Já secobraram do valor dos Investimentos feitos, nada maistendo a receber por ocasião de sua encampação

Levando-se em oonta o montante da compra de 186,1milhões de dólares — ou seja 116,6 bilhões de cruzeiros —e a potência instalada de propriedade da» subsidiárias daBond and Share, de 550 mil quilowatts, apura-se um pre-ço do quilowatt instalado de '342 dólares, elevadíssimo emface do estado de obsolència da quase totalidade dos equl-pamentos a serem adquiridos.

A prevalecerem as bases acertadas para a operação,aprovadas pela Comissão Interministerial. à subsidiária dePorto Alegre, encampada desde 1959 pelo governo gaú-cho, em processo Judicial, corresponderia a parcela de 5"bilhões de cruzeiro?, c à d2 Recife, cuja reversão gratuitaestá assegurada ao poder concedente, em razão da expi-ração do contrato, seria comprada por 6 bilhões de cru-zeiros.

Os encargos anuais decorrentes dos serviços de juros,de amortização e depreciação do valor da compra e dosempréstimos a serem assumidos pela Eletrobrás, somam a

...JU8$ 28296000,00, o que corresponde, ao câmbio de 620 cru-zeiros o dólar (vigorants antes da Instrução 239 da

-SUMOC), a CrS 17 543 000000,00. Estimando-se em 3 bi-i Ihões de quilowatts a produção anual máxima das usinas«das subsidiárlr-H da Bond and Share, apura-se uma eleva-

ção de CrS 5.85. do curto do kw em razão desses compro-missos. Tomando por base as tarifas atuais, a Eletrobrás

' teria de elevar de aproximadamente 60?;, (sessenta porcento) o preço de venda do quilowatt, sacrificando os còn-sumldores e o próprio desenvolvimento nacional, aNfim delevantar recursos para atender a esses compromissos.

A alegação de que a operação se impõe, em face da'contingência de elevação das tarifas, motivo da entrada

em funcionamento da hidroelétrica de Furnas, é total-mente descabida. Todas as subsidiárias recebem energiade empresas estatais, — as do Nordeste praticamente so

distribuem a enegia gerada pela Usina de Paulo Afonso»— e nunca houve essa dificuldade de tarifas. Não seria,agora, com a entrada de Furnas, uma hidroelétrica de altonivel técnico, que surgiriam problemas rie elevação de ta-rifás. ao ponto de justificar um sobvepreco de 60 bilhõesde cruzeiros na compra dessas subsidiárias. Ao contrário,a compra por esse preço é que d .terminaria uma elevaçãode 60% das tarifas. ^

Outro aspecto lesivo aos interesses nacionais da ope-ração: a compra está sendo negociada mediante paga-mento exclusivamente em dólares. Os investimentos nosetor de energia elétrica, geralmente, absorvem 30% deequipamento de procedência estrangeira, correspondendo0:5 outros 70% a equipamentos nacionais no Pais, e ao va-lor dos serviços e mão-de-obra nacionais. Portanto, se acompra fór feita totalmente em dólares, o Governo estarácomprando de uma empresa estrangeira, para pagamentoem dólares, os serviços, a mão-de-obra e os equipamentosobtidos aqui em nosso Pais, comprometendo a já difícilsituação cambial brasileira.

De acordo com o Foreign Aid Act, que impõe comocondição para recebimento de qualquer ajuda, a não dis-mlninacão contra qualquer empresa norte-americana, aelevação de tarifas pela Eletrobrás importaria em con-ceder à Light igual privilégio. Essa elevação de 60% dovalor das tarifas da Light daria a essa empresa uma re-celta de cerca de 20 bilhões de cruzeiros por ano, tornan*do-a praticamente incomprável pelo governo brasileiro.Convém salientar que a Light é possuidora de mais de 50%da capacidade de potencial elétrico instalado no Pais, ai-cançando sua produção anual a mais de 13 bilhões de qui-lowatts-hora.

Permanece a AmeaçaO Porquj Das NegociaçõesPára a Compra

Os resultados finais desses tombamentos revelarama difícil situação das subsidiárias. A fim de evitar que asautoridades brasileiras tivessem de encampar esses ser-viços, mediante a aplicação da legislação brasileira, esta-beleceram-se entendimentos no sentido de transferir essasempresas ao governo brasileiro, mediante compra. Êssefoi o sentido das conversações mantidas entre os presi-dentes João Goulart e John Kennedy.

De acordo com a legislação brasileira, a exploração dosserviços públicos de energia elétrica pode ser concedidaa empresas privadas, mediante contrato. Vencendo-se ocontrato a propriedade da concessionária reverte ao patri-

RSK8S

mônio do poder concedente. Essa reversão pode ser onerosaou gratuita, conforme fór estabelecido no contrato. Parapossibilitar a reversão gratuita, a legislação brasileira au-toriza a cobrança de um adicional sobre as tarifas, queassegura ao concessionário a indenização, no curso daconcessão, do valor da propriedade. A qualquer tempo, se-gundo a lei, o podei concedente poderá retomar os servi-ços, mediante encampação e desapropriação do investi-mento. Não é necessária qualquer outra autorização legis-lativa para isso. Basta a decisão do poder concedente, queé o único árbitro da oportunidade e conveniência da ope-ração.

A compra pode ser utilizada como fórmula de nacio-nallzação, embora não prevista em lei. Não se poderia con-denar esta modalidade de nacionalização, se precedida doslevantamentos necessários e uma exata determinação dovalor da compra, isto é, do competente tombamento físicoe contábil, reallzaao nos exatos termos da legislação bra-sllelra. inclusive apuração dos excessos de lucros.

Em conseqüência dos referidos entendimentos havidosentre os presidentes Goulart e Kennedy, o presidente doConselho de Ministros do Brasil baixou o decreto 1106, de30 de maio de 1962, criando a Comissão de Nacionalizaçãodas Empresas Concessionárias de Serviços Públicos(CONESP), com as atribuições de: a) relacionar os ser-viços que devam passar à exploração direta do Estado, se-gundo o grau de sua prioridade: bi negoripr condições efnrma de indenização, organizando planos dessas negocia*ções.

Falando em nome do Governo, o ministro Hcr-més Lima ocupou uma rede de emissoras de rádioe televisão, na última semana, para falar acerca doproblema da Bond and Share. -

Antes de mais nada, foi simplesmente vergo-nhosa a pairara do antigo professor de Direito eautor de vários trabalhos sobre o nacionalismo bra-sileiro. O ministro Hermes Lima falou, na verdade,não como uma autoridade que tem compromissoscom o Brasil, a sua soberania e os interesses de seupovo, mas como o defensor de uma potência estran*geira, precisamente aquela que vem nos espoliandoatravés dos anos, da forma mais implacável. Haviana fala do sr. Hermes Lima uma constante: os ame-ricanos não devem ser irritados por nós.

A tal ponto chegou essa sabujice que o porta-voz do Governo se emaranhou num cipoal de con-tradições do qual. apesar de todos os sofismas. nãopode sair. Referiu-se à decisão anunciada pelo sr.João Goulart de ser feito o tombamento físico-con-tábil das concessionárias, com o maior rigor. Aomesmo tempo, porém, insistiu em declarar, do co-mèço ao fim da palestra, que a solução melhor (aque não irrita os americanos) é a compra do acervoda Bond and Share.

Ora, se se vai fazer um rigoroso tombamentoé porque hão se conhece a situação exata das em-presas: seu patrimônio, sua situação financeira, seuscompromissos, os lucros (os lícitos e os ilícitos) quejá mandou para o estrangeiro, etc. E se esses dadosnão são conhecidos com segurança (por isso se fazo tombamento) rão c possivel a ninguém, com ummínimo dp boa-fc. para ni-n dizer honestidade e pa-

triotismo, antecipai- qual a "melhor solução".

Tudo indica, tendo-se em conta os exemplosconcretos de Porto Alegre e Recife (os dois único»tombamento até agora feitos) que não só o ferro*velho da Bond and Share já pertence, há muito, ànação brasileira, mas ainda que o truste norte-ame-ricano nos é devedor de altas somas, devido aos lu*cros ilicitamente remetidos para fora do País. EmPorto Alegre, têm de pagar ao Brasil cerca de 180milhões de cruzeiros; em Recife, cerca de 500 mi*Ihões. De modo geral, a situação é a mesmíssimaem todos os demais Estados onde atuam as subsi-diárias da Bond and Share, hoje limitadas quase ex*clusivamente à distribuição de energia fornecidapelo Estado e por elas revendida com uma enormemanjem de lucro. a

Como. então, em nome de que c com que au*toridade. o sr. Hermes Lima ocupa espaço pago peloEstado nas televisões para antecipar-se a seu modoao tombamento e. violentando até mesmo o bomsenso da opinião pública, afirmar que a "melhor so*lucão" é a compro? Nesse caso. para que fazer otombamento? E mais: "melhor solução" para quem?Para Mister Sargent e seus apaniguados ou para c

Brasil e seu povo? .':.- *O fato é grave e deve alertar-nos seriamente.

A ameaça de negocistas, às custas dos interesses na-cionais, continua pesando sobre nós, o povo brasi*ieiro. E isso exige que não arrefaçamos, mas, aocontrário, redobremos a campanha de esclareci*mento da consciência nacional e a luta para quese faça um tombamento sério c honesto, para o quedevem ser constitiiMas comi^nes idôneas, sob aconstante vigilância da opinião pública.

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