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www.ssoar.info Musicalisação na educação infantil Oliveira, Débora Alves de Veröffentlichungsversion / Published Version Zeitschriftenartikel / journal article Empfohlene Zitierung / Suggested Citation: Oliveira, Débora Alves de: Musicalisação na educação infantil. In: ETD - Educação Temática Digital 3 (2001), 1, pp. 98-108. URN: http://nbn-resolving.de/urn:nbn:de:0168-ssoar-105299 Nutzungsbedingungen: Dieser Text wird unter einer Free Digital Peer Publishing Licence zur Verfügung gestellt. Nähere Auskünfte zu den DiPP-Lizenzen finden Sie hier: http://www.dipp.nrw.de/lizenzen/dppl/service/dppl/ Terms of use: This document is made available under a Free Digital Peer Publishing Licence. For more Information see: http://www.dipp.nrw.de/lizenzen/dppl/service/dppl/

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Musicalisação na educação infantilOliveira, Débora Alves de

Veröffentlichungsversion / Published VersionZeitschriftenartikel / journal article

Empfohlene Zitierung / Suggested Citation:Oliveira, Débora Alves de: Musicalisação na educação infantil. In: ETD - Educação Temática Digital 3 (2001), 1, pp.98-108. URN: http://nbn-resolving.de/urn:nbn:de:0168-ssoar-105299

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ARTIGO

ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v.3, n.1, p.98-108, dez.2001 98

MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Débora Alves de Oliveira

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a musicalização na educaçãoinfantil, considerando a importância da música como parte da cultura e, portanto, como conhe-cimento a ser trabalhado no contexto da educação infantil. Para tanto, além da pesquisa biblio-gráfica, foi realizado um estágio numa escola de educação infantil da rede privada de Campinasdurante 8 meses, no qual foi feito um acompanhamento direto das aulas de música desenvolvi-das por uma professora "especialista", com turmas de 0 a 6 anos de idade. Inicialmente, no pri-meiro capítulo, "O que é musicalizar?", discuto o conceito de musicalização procurando relaci-oná-lo com o contexto escolar. Em seguida, no segundo capítulo, "O processo de musicaliza-ção", reflito sobre as possibilidades de trabalho para o desenvolvimento das aulas de música naeducação infantil. No terceiro capítulo, "Vivência no estágio", relato as experiências vividas nasaulas de música, procurando mostrar exemplos das atividades desenvolvidas. Por fim, nas "Con-siderações finais", concluo este estudo enfatizando a importância do desenvolvimento de traba-lhos em parceria no processo de musicalização na educação infantil.

Palavras- chaves: Musicalização na educação; Educação infantil; Processo de musicalização

Abstract: The present work has as objective to reflect on the musicalization in the basic educa-tion, considering the importance of music as part of the culture and, therefore, as knowledge tobe worked in the context of the basic education. For in such a way, beyond the bibliographicalresearch, a period of training in a school of basic education of the private network of Campinasduring 8 months was carried through, in which was made a direct accompaniment of the lessonsof music developed by a teacher "specialist", with groups of 0 the 6 years of age. Initially, in thefirst chapter, " What it is to musicalization?", I argue the musicalization concept looking for torelate it with the pertaining to school context. After that, in as the chapter, " the musicalizaçãoprocess ", I reflect on the possibilities of work for the development of the lessons of music in theinfantile education. In the third chapter, " Experience in the period of training ", story the expe-riences lived in the music lessons, looking for to show examples of the developed activities.Finally, in the " Final Considerations ", I conclude this study emphasizing the importance of thedevelopment of works in partnership in the process of musicalization in the basic education

Key- words: Musicalization in the education; Basic education; Musicalization process

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O QUE É MUSICALIZAR?

Musicalizar significa desenvolver osenso musical das crianças, sua sensibi-lidade, expressão, ritmo, “ouvido musi-cal”, isso é, inseri-la no mundo musical,sonoro. O processo de musicalizaçãotem como objetivo fazer com que a cri-ança torne-se um ouvinte sensível demúsica, com um amplo universo sono-ro.

Devemos ter em mente que o fim prin-cipal da musicalização é desenvolver amusicalidade que há na criança, pois amúsica faz parte da cultura humana e,por isso, todas as pessoas têm direito deacesso a ela. Não podemos, então, con-siderar a musicalização como “educaçãopela música”, que significa utilizar amúsica para desenvolver e aperfeiçoaroutras áreas de conhecimento como aalfabetização, o raciocínio lógico ma-temático, a socialização, entre outras.

Acredito que o processo de musicaliza-ção deve acontecer na escola, pois “(...)sendo a Escola a instituição responsá-vel pela formação cultural da criança,cabe a ela também proporcionar esseconhecimento (...)” (Silva, 1992, p. 92)

Então, é papel da escola incentivar asaulas de música e proporcionar condi-ções para que elas aconteçam, desde acompra de instrumentos até um espaçofavorável para a realização das aulas. Apreferência é que haja uma sala destina-da a essas aulas, na qual possam serguardados os instrumentos e outrosmateriais necessários, que essa sala te-nha espaço suficiente para os alunosmovimentarem-se e esteja livre de sonsexternos que possam distrair os alunos.

De acordo com Snyders (1994), a escoladeve proporcionar, além de preparaçãopara o futuro, alegria para o presente, eesse é um dos papéis da música na es-cola. Esse autor trata, em seu livro, de

um ensino de música para jovens, afir-mando a necessidade de um conheci-mento musical prévio, preferencial-mente que os alunos já toquem alguminstrumento.

Penso que esse conhecimento prévioconsiderado necessário pelo autor tenhaseu início na educação infantil e percor-ra também o ensino fundamental. Naeducação infantil, os alunos poderãoconstruir uma base para que aprendam atocar um instrumento musical, pois amusicalização na educação infantil vaidesenvolver nos alunos as noções bási-cas para se estudar um instrumentocomo, por exemplo, a noção de ritmo,altura, timbre, entre outros conheci-mentos necessários para aprendizado deum instrumento musical.

Snyders (1994) não nega que, por sereferir a alunos que já tenham conheci-mentos musicais prévios, pode-se cairno elitismo, pois a maioria dos alunosdas escolas públicas e que pertencem àsclasses populares não possuem condi-ções financeiras para estudar um ins-trumento musical.

Um caminho que encontramos paraamenizar esse problema é investir namusicalização durante a educação in-fantil, tanto em escolas públicas quantoprivadas, para possibilitar que todostenham acesso ao conhecimento musicalpois, assim, trazemos a alegria paradentro da escola, como sugere Snyders(1994) e, ainda, amenizaremos o pro-blema do elitismo que pode afastar al-guns da música, fazendo-os considerar amúsica como um conhecimento parapoucos.

Podemos dizer que o povo brasileirotraz em sua cultura um riquíssimo re-pertório musical com o qual tomamoscontato desde que nascemos. Nessesentido, o papel do ensino de música naeducação deve ser o de proporcionar aos

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alunos tanto um conhecimento maisaprofundado desse universo já conheci-do, como o acesso a um universo des-conhecido. E nessa relação conheci-do/desconhecido buscar nossas signifi-cações para a música como arte.

Devemos acabar com o mito de que amúsica é uma arte destinada apenas paraos grandes gênios, pois, segundo afirmaAlmeida (2001), se pensarmos em ins-trumentos e partituras, a música podeser algo muito distante de nós, porém,não podemos nos esquecer de que te-mos a voz e podemos cantar. Acreditoque devemos pensar assim para quepossamos levar a música para dentrodas nossas escolas e proporcionar esseconhecimento para nossos alunos.

O PROCESSO DE MUSICALIZA-ÇÃO

No processo de musicalização, não po-demos nos esquecer de que as crianças,quando brincam, usam sons espontane-amente, criam músicas, e essa atitude,se não é incentivada, tende a desapare-cer com o tempo. Quando atingem umacerta idade, geralmente depois que vãopara o ensino fundamental, por voltados seis ou sete anos, as crianças pas-sam a sentir vergonha de se expressarpor meio de sons, pois a escola não in-centiva essa prática. Ao contrário, prio-riza o silêncio, o que faz com que ascrianças calem-se, deixem de utilizarsons para se expressar. Portanto, nãopodemos dizer que a musicalização ser-ve para transformar as crianças em seresmusicais, apenas precisamos incentivá-las a continuar usando e criando sons.

A musicalização deve ser trabalhada demaneira lúdica. A criança deve sentirprazer em freqüentar as aulas de músi-ca, usar a criatividade. Porém, precisa-mos tomar cuidado para que as criançasnão considerem as aulas de música so-mente como divertimento, descontra-

ção, o que fará com que elas deixem deaceitar o direcionamento do professor.

A participação dos alunos é fundamen-tal para o bom andamento do processo.Eles precisam participar de todas asatividades propostas, e por isso é im-portante que o processo seja lúdico. Osalunos precisam sentir envolver-se paraparticipar. “É aconselhável (...) que amúsica seja apresentada por meio deestórias, dramatizações, jogos e brin-cadeiras que motivem a participação”(Silva, 1992, p. 93).

Devemos incentivar a participação dosalunos desde muito pequenos. Bebêscom menos de dois anos de idade tam-bém são capazes de distinguir som esilêncio e, se dermos um instrumentonas mãos deles, eles saberão que, sevocê perguntar “cadê o som”, eles de-vem tocar o instrumento para ouvirem osom.

Penso que o processo de musicalizaçãodeve começar o mais cedo possível, tãologo as crianças iniciem na educaçãoinfantil (em creches e pré-escolas), po-rém, no início do processo, até os doisanos de idade, creio que a música devefazer parte da rotina da sala, sendo tra-balhada pela própria professora em di-versos momentos, não havendo necessi-dade da presença de um "especialista"para as aulas de música, pois as criançassão muito pequenas e não conseguemestabelecer vínculos com o "especialis-ta", que dá aula para eles durante vinteou trinta minutos na semana. A partirdos dois anos, mesmo que haja a pre-sença de um "especialista" na área, énecessária a presença da professora du-rante as aulas de música, pois mesmo ascrianças já conseguindo estabelecermaiores vínculos e aprender algunsconceitos musicais como forte e fraco eritmos simples, elas ainda estranham apresença de uma pessoa dando aula paraelas apenas uma vez por semana, além

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de ser importante um trabalho em parce-ria entre a professora e o "especialista"que, juntos, podem construir um traba-lho muito mais rico do que trabalhandoisoladamente.

Ao longo da educação infantil, devemser trabalhados sons corporais, atenção,noção de ritmo e “ouvido musical”. Osinstrumentos podem ser usados inicial-mente com todas as crianças tocando omesmo instrumento, geralmente no iní-cio do processo de musicalização, paradesenvolver a noção de ritmo nas crian-ças. Para crianças um pouco mais ve-lhas, podemos dar mais instrumentos eorganizar uma bandinha rítmica, deforma que cada instrumento toque emhoras diferentes, podendo os instru-mentos utilizados serem feitos pelaspróprias crianças.

Durante as aulas, é necessário que hajaum revezamento de instrumentos, paraque todas as crianças possam ter contatocom todos eles. As músicas podem sercantigas de roda, que as crianças conhe-çam, para que elas cantem também.Outra sugestão é haver um instrumentosolista (flauta, violino, piano) paraacompanhar os instrumentos de percus-são. Caso se opte por um instrumentosolista, o instrumentista deve ser muitofirme no ritmo, para não comprometer ogrupo todo (Pereira, 1978).

Além da bandinha, existem outras ativi-dades que podem ser feitas com as cri-anças no processo de musicalização.Podemos utilizar jogos nos quais podemser criados sons e gestos. A expressãocorporal faz parte do desenvolvimentorítmico das crianças e vai auxiliá-las atocar na bandinha rítmica.

Outra prática que pode ser desenvolvidaé o conto sonoro, isso é, uma história,na qual existem vários momentos emque são inseridos sons na narrativa. Oprofessor pode contar a história e pedir

que os alunos produzam sons sempreque a narrativa parar (o professor tam-bém deve fazer os sons).

O professor de música deve apresentaraos seus alunos diferentes estilosmusicais, desde música popular, folcló-rica e erudita, até as cantigas deroda. Tacuchian (1981) afirma que de-vemos trabalhar com músicas de váriasculturas, mas priorizar sempre a músicabrasileira, que é muito ricahistórica e culturalmente. Em relação àscantigas de roda, gostaria de destacar ariqueza de possibilidades de trabalhocom essas atividades. De acordo comRodrigues (apud Ayoub, 2000, p.56), ascantigas de roda, "(...) geralmente reali-zadas em círculo, além de todas as suasvariações rítmicas, favorecem a parti-cipação de todos e o desenvolvimentode um sentido de grupo e de uma iden-tidade cultural, que são reforçados pe-las inter-relações que ocorrem duranteo canto em conjunto". Na escola em quefaço estágio, a Priscila (professora demúsica) trabalha muito com cantigas deroda conhecidas pelas crianças, pois sãomuito cantadas pelas professoras du-rante toda a semana. O trabalho comessas cantigas conhecidas pelas criançaspossibilita que elas participem maisativamente das aulas, cantando juntocom a professora.

Segundo Almeida (2001), a cultura éum ‘saber-fazer’ e a escola tem sido umsaber-usar, ou seja, algumas pessoas,que são poucas, fazem a cultura (as ar-tes em geral, por exemplo) e a escolatem apenas executado mecanismosprontos, formando alunos acríticos eque só sabem pensar mecanicamente.Essa é uma das causas da desqualifica-ção do professor, que passa a ser consi-derado como um “instrumentista desa-tualizado”. Tacuchian (1981) afirmaque a função da educação artística naescola é justamente aproximar educaçãode cultura. Acredito que possamos tam-

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bém considerar essa como sendo a fun-ção da musicalização na escola. Vemos,então, mais uma vez a importância damusicalização na educação infantil,colocar a criança em contato com acultura artística/musical desde pequena.

É importante ressaltar que não é neces-sário levar músicas que estão em modano rádio e na televisão, pois a esses es-tilos as crianças têm acesso em casa e,quase sempre, representam uma banali-zação da cultura. Devemos apresentar àscrianças músicas diferentes, para queelas possam conhecer um repertórioamplo, que não conheceriam fora doprocesso de musicalização.

De acordo com Almeida (2001), a cul-tura de massas é uma produção simples,sem dificuldades intelectuais, que nãoprecisa de questionamentos. Estamospassando por um processo de banaliza-ção da cultura, pois vemos bons artistase compositores sendo desprezados pelamídia, enquanto outros, com músicassem qualidade e técnica, são exaltadospela mídia, fazendo grande sucesso eatraindo as massas, inclusive as criançasque passam a querer vestir-se e com-portar-se como esses “artistas”. É muitograve vermos meninas usando sapatosde salto, maquiagem, enquanto meninostingem o cabelo de loiro etc., e tudo issocom o consentimento a apoio dos pais.

As músicas que estão na mídia atual-mente incentivam as crianças a se torna-rem adultos precoces, pois apelam paraa sexualidade, a violência e o precon-ceito (como o funk, por exemplo), entreoutras coisas. E a escola, que na maioriadas vezes não está atenta para fazer umacrítica à cultura massificada, acaba re-forçando esses valores que estão sendoimpostos pela mídia às nossas crianças.O problema é que com essa imposiçãoda mídia, as crianças estão se tornandocada vez mais precoces, o que tambémafeta a escola, pois não sabe lidar com

essas novas situações e dúvidas das cri-anças que estão surgindo.

Penso que nós devemos incentivar ascrianças a ouvirem músicas que façamparte do universo infantil. Existemmuitos CDs que retratam isso e comobons exemplos podemos citar as canti-gas de roda, que além de fazer parte dacultura, fazem parte também do univer-so infantil. Além das cantigas de roda,outras músicas infantis retratam o uni-verso das crianças, incentivam a criati-vidade, as brincadeiras, que são neces-sárias no processo de desenvolvimentoda criança. No entanto, não devemosrestringir o nosso trabalho às músicasinfantis, porque contamos com umvasto repertório musical de qualidadeque pode ser conhecido pelas crianças.

Como a musicalização não tem o obje-tivo de formar grandes músicos, nãopodemos enfatizar os aspectos gráficose de harmonia. Devemos incentivar acriatividade das crianças, pois, de acor-do com Peixoto (1988), primeiro preci-samos ampliar o universo sonoro dascrianças, para só depois pensar na grafiamusical, o que não caberia à educaçãoinfantil, pois, segundo Jeandot (1993, p.21),

“(...) uma aprendizagemvoltada apenas para os as-pectos técnicos da música éinútil e até prejudicial, se elanão despertar o senso musi-cal, não desenvolver a sensi-bilidade. Tem que formar nacriança o musicista, que tal-vez não disponha de umabagagem técnica ampla, masserá capaz de sentir, viver eapreciar a música”.

O trabalho com o corpo é fundamental,pois a criança dos zero aos seis anosexpressa-se por meio de sons e gestos.

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É necessário que o professor relacione aexpressão corporal da criança com otrabalho musical. Ele pode, por exem-plo, utilizar jogos que trabalhem comsons e gestos para que seu trabalho tor-ne-se mais rico.

Podemos trabalhar, ainda, com os sonsproduzidos pelo corpo (palmas, pés,vocais), com objetos da sala de aula, defora da sala. O professor pode gravarsons que ouve em casa, no dia-a-dia etrazer para os alunos identificarem,além de pedir para que os alunos tragamde casa objetos que produzam sons.Pode, ainda, pedir para os alunos imita-rem sons da natureza e dos animais.

As aulas de música devem ter ativida-des diferenciadas para garantir o envol-vimento dos alunos durante a maiorparte do tempo e, assim, possibilitar arealização de um bom trabalho. Pode-mos incluir em uma mesma aula: músi-cas para tocar, para dançar, para cantar,conto sonoro, entre outras atividadesque o professor possa programar para asaulas de música. O importante é garantira participação dos alunos na aula e, paraque eles participem, é necessário diver-sificar as atividades, a fim de que a aulanão se torne chata, desinteressante.

VIVÊNCIA NO ESTÁGIO

Meu estágio está sendo realizado emuma escola de educação infantil da redeprivada de ensino da cidade de Campi-nas. Entrei em contanto com a Priscilapor meio da sua irmã, que também estásendo orientada pela professora ElianaAyoub.

A Priscila prontificou-se a me receber ea solicitar permissão para que eu pudes-se realizar o estágio na escola, o que foiaceito pela diretora sem problemas.Então, comecei a fazer o estágio em

abril deste ano, e combinei com a Pris-cila que continuarei até o final do anoacompanhando as aulas de música devárias turmas, com total abertura daprofessora para participar de todas asatividades.

As aulas de música das quais participosão muito dinâmicas. A professora pro-cura fazer as crianças participarem detodas as atividades propostas, que sãobem diversificadas. Na mesma aula, aPriscila trabalha com o corpo, cominstrumentos, com a voz e toca músicaspara que eles aprendam a cantar e fazeros gestos.

As aulas têm sempre um caráter lúdico,voltadas para o prazer e o envolvimentoda criança. A Priscila procura fazer comque as crianças gostem de participar eelabora atividades que trabalham osconteúdos musicais de maneira diverti-da, muitas vezes utilizando brincadeiras.Uma das músicas que as crianças can-tam na escola retrata bem essa dimensãolúdica das aulas, e a letra diz:

"Nós vamos agora cantar,cantarVamos cantar juntos, brin-car, brincarCantando brincamos, vemcá, vem cáBrinca de cantar".

Muitos conhecimentos musicais sãotrabalhados por meio de brincadeiras.Por exemplo: para trabalhar a diferençaentre grave e agudo, a Priscila ensinoupara as crianças a brincadeira “do coe-lhinho e do caçador”. Ela divide a salaem dois grupos, os coelhinhos e os ca-çadores, ficando cada grupo em um ladoda sala. Quando ela toca notas agudas,os coelhinhos saem para passear e,quando toca notas graves, os caçadorestêm de tentar pegar os coelhinhos. Ascrianças gostam muito dessa brincadei-

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ra, trazendo bons resultados diante dosobjetivos da professora.

Outra brincadeira utilizada pela Priscilacom as crianças de 3 anos para o apren-dizado do conceito de altura é feita daseguinte maneira: as crianças ficamtodas abaixadas e eu toco uma escala noteclado. Conforme as notas ficam agu-das, elas vão levantando, até ficar naponta do pé. Depois eu vou descendo aescala e elas vão abaixando. Certo dia,quando cheguei na nota mais grave doteclado, todas as crianças estavam dei-tadas no chão, e uma aluna perguntoupara a professora: "tia, por que o somcaiu?". Esse trabalho dentro de umaabordagem "literal" do som tambémpode ser feito objetivando uma aborda-gem "não literal", em que se procuraestimular diferentes interpretações cor-porais para os sons graves e agudos.

Outro ponto que percebi ser fundamen-tal nas aulas de música é o trabalho como corpo. Em todas as aulas, a Priscilatoca pelo menos uma música para ascrianças dançarem, muitas vezes se-guindo a letra da mesma. Um exemplode música utilizada é:

“Ir na rua prá jogar amare-linha (nha)Jogar bola na janela da vizi-nha (nha)Correr, pular, brincar, éuma curtição,Melhor que ver televisão”.

Há também uma atividade na qual osalunos movimentam-se por toda a es-cola: é o esconde-esconde com instru-mentos. A Priscila divide a turma emdois grupos e dá um instrumento dife-rente para cada grupo, por exemplo:para um, o tambor e para o outro, opandeiro. Então, a turma do tambor es-conde-se em algum lugar da escola e aturma do pandeiro tem de procurar per-guntando (e batendo o ritmo no instru-

mento) “cadê o tambor” e os alunos queestão escondidos respondem (tambémbatendo o ritmo) “aqui”. Depois que sãoencontrados, invertem-se os papéis, osque estão com o pandeiro escondem-see os que estavam com o tambor vãoprocurá-los.

As aulas nem sempre acontecem como aprofessora planeja. Muitas vezes, porcausa da agitação dos alunos em algu-mas turmas, a Priscila não conseguealcançar seus objetivos. Existem várioscasos de aulas em que a professora pla-neja o seu trabalho e não consegue rea-lizá-lo porque os alunos ficam atrapa-lhando o desenvolvimento das ativida-des. Nesses casos, ela geralmente encer-ra a aula mais cedo.

Mas também existem dias em que osalunos estão interessados nas aulas. Ge-ralmente nesses dias eles mostram queeles sabem muitas coisas que a profes-sora ensinou e só não fizeram antesporque não estavam com vontade.Como exemplo, posso citar as músicasque são apresentadas na escola; muitasvezes eles não cantam durante os ensai-os e, no último dia, mostram para aPriscila que eles aprenderam e só nãocantaram antes porque não quiseram.

Um projeto elaborado pela professoraeste ano foi chamado de "soldadinhosda pátria", para ser apresentado no finaldo mês de setembro. Nesse projeto, elaensaiou uma pequena apresentação mu-sical com cada turma para apresentarpara os pais, além de ensinar aos alunoscomo deveriam comportar-se durante ohino nacional. Ela até arrumou umabandeira e deu um jeito de hasteá-la napraça durante a apresentação.

Fiquei impressionada ao ver o desen-volvimento rítmico da turma de trêsanos nos ensaios para essa apresentação.A Priscila propôs um instrumento paracada turma, e para essa, foram as claves

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(dois pedaços de madeira que as crian-ças batem um no outro) e ensinou-os atocar um ritmo determinado. Elesaprenderam tão bem que eu fiquei co-movida. Para a turma do maternal (doisanos), o instrumento foi o chocalho eeles mostraram que aprenderam tocar eparar na hora certa.

Porém, houve um problema depois daapresentação, pois a diretora da escoladisse que queria que todas as criançastocassem ao mesmo tempo, o que seriaimpossível, pois a idéia era mostrar aospais como está o desenvolvimento mu-sical de cada turma, separadamente, ealém disso, a Priscila não havia traba-lhado uma apresentação conjunta comtodas as turmas, devido a dificuldadespróprias da idade das crianças.

Para a turma das crianças de um a doisanos, apesar da Priscila trabalhar comos instrumentos, o foco do seu trabalhoestá em ensinar as cantigas de roda, poisalguns estão aprendendo a falar e,quando ela canta, conseguem cantar ofinal das frases. O trabalho rítmico comeles centra-se no canto. No entanto, elesjá conhecem o tambor e alguns já con-seguem tocar forte e fraco.

Além disso, eles gostam muito de dan-çar e toda semana a Priscila leva pelomenos uma música para eles dançarem.Um dia desses, ela ensinou uma brinca-deira de roda, a qual demorou para darcerto, pois os menores não queriam dara mão para a criança que estava ao lado.Foi difícil fazê-los entender que parafazer a roda, todos tinham de estar demãos dadas. Algumas vezes, nós tínha-mos de juntar as mãos de algumas cri-anças porque elas soltavam e a que es-tava ao lado ficava brava porque tinhasoltado e nós tínhamos de convencer aque tinha soltado a dar a mão nova-mente para o amigo. Mesmo assim, nofinal a roda deu certo e eles gostarammuito.

A escola geralmente não deixa a criançacriar. Dá para ela tudo pronto, exata-mente como deve ser feito, deixando delado a imaginação. Creio que um dospapéis da aula de música, principal-mente na educação infantil, seja incen-tivar a criatividade e a imaginação dacriança. Na escola, podemos trabalharcom o conto sonoro, pois as históriassempre mexem com a fantasia das cri-anças, e com músicas que os incentivema usar a imaginação.

Como exemplo de música que incentivaa criatividade e a brincadeira, possocitar uma das músicas que as criançasmais gostam na escola em que faço es-tágio. Nessa música, elas cantam, pu-lam, fazem os gestos e, como fala decowboy, muitas vezes elas pedem para aPriscila deixá-las ir até a sala pegar umavassoura para fazer de cavalo, mascomo não têm vassouras disponíveispara todas as crianças, elas dançam semvassoura mesmo. A letra diz o seguinte:

Bang, bang, bang, cowboyMeu revólver de brinquedoNão atira e não dóiMeu cavalo empina altoCorre muito, dá um saltoXih! Caí!

Sempre que toca essa música, a Prisciladeixa os alunos à vontade para dança-rem do jeito que quiserem, e eles pas-sam toda a música imitando cowboys e,mesmo sem vassoura disponível, elespulam como se realmente estivessemandando de cavalo, e até a última frase,“caí”, eles fazem como se estivessemcaindo de um cavalo. É muito interes-sante vê-los dançando essa música, queeles pedem para tocar todas as aulas.

Em relação ao conto sonoro, os que elesmais gostam são as histórias de bruxas,que eles sempre pedem para a professo-ra contar. Outro dia, a Priscila levou um

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teclado para a escola e contou uma his-tória de bruxa para as crianças. Elasgostaram muito e, a partir daí, queremhistórias em todas as aulas.

Nesse dia, ao invés de fazer os sons dahistória com a boca, a Priscila usou oteclado para fazer todos os sons queusou na história, mas mesmo assim,pedia para os alunos fazerem junto como teclado. Esse trabalho ficou muitointeressante.

As experiências vividas nesse estágiotêm sido para mim um importanteaprendizado como educadora e têm co-laborado como inspiração para minhasreflexões sobre a musicalização na edu-cação infantil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estou gostando muito das aulas de mú-sica que tenho assistido, mas algunspontos me incomodam. O principal de-les é a falta de apoio da escola para es-sas aulas, pois apesar de proporcionar oacesso à música para todos os alunos,não há uma colaboração efetiva para odesenvolvimento do trabalho.

Um dos motivos que me levam a afir-mar isso é a falta de um espaço adequa-do onde as aulas possam acontecer. Nocaso das aulas do berçário e do mater-nal, existe uma sala de música mas, namaioria das vezes, ela não é usada, poisé a sala na qual muitas crianças dor-mem. Por causa disso, cada dia as aulassão dadas em um lugar diferente, muitasvezes chegando a ser dadas na garagem,que é um lugar onde passam muitaspessoas, inclusive as crianças quandochegam, e a todo momento os alunosdistraem-se.

Nas aulas das crianças de três a seisanos, a sala destinada para as aulas demúsica é sempre utilizada, porém, a sualocalização não é adequada, pois de um

lado fica um salão onde as crianças to-mam lanche, brincam, têm aula de culi-nária, ou seja, sempre tem uma turmaali fazendo barulho, o que distrai ascrianças. Do outro lado dessa sala fica oparque, onde também sempre têm crian-ças passando, brincando e gritando, oque acaba tirando a atenção das turmasque estão tendo aula.

Outro ponto que atrapalha o andamentodas aulas de música e, principalmente oplanejamento da professora, são asapresentações em eventos comemorati-vos da escola: dia dos pais, das mães,festa junina, natal etc. Creio que é muitoválido que as crianças façam apresenta-ções para os pais assistirem, pois os paisgostam de ver seus filhos dançando,cantando e tocando algum instrumento eas crianças sentem-se felizes em mos-trar aos pais o que estão aprendendo naescola. Porém, os ensaios acontecemtodos no horário das aulas de música, oque dificulta o desenvolvimento do pla-nejamento elaborado pela professora.

Penso que as apresentações de dança ecanto podem ser ensaiadas também comas professoras de cada turma durantetoda a semana, assim, a Priscila nãopassaria toda a sua aula ensaiando paraessas apresentações. As músicas especi-ais que as crianças cantaram no dia dospais e dia das mães foram gravadas emfitas para que as professoras pudessemaprender e ensaiar com as crianças, masmuitas vezes isso não acontecia, o quedificultou também o aprendizado dascrianças menores, que de uma semanapara a outra esqueciam a letra da músi-ca. Acredito que as apresentações preci-sam ser assumidas por toda a equipepedagógica da escola e não somentepela área de música.

Tenho questionado-me muito sobre apresença do "especialista" na educaçãoinfantil. Será que é melhor que o "espe-cialista" esteja mesmo nessas escolas,

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muitas vezes sem estabelecer vínculoscom as crianças e com as outras profes-soras? O que tenho percebido no estágioé que as crianças pensam que as aulasde música são apenas divertimento, ummomento de descontração, enquantomuitas professoras consideram as aulascomo um descanso, pois deixam as cri-anças com o "especialista" e aproveitamesse tempo para preparar as aulas outerminar atividades que têm para fazer.

Penso que, nesse caso, a melhor formade solucionar esse problema seria in-vestir na formação dos professores, paraque eles mesmos pudessem trabalharcom a música, entre tantas muitos co-nhecimentos, com seus alunos. Talvezassim o desenvolvimento das criançasnessas áreas específicas fosse maior,pois fica muito mais fácil realizar umtrabalho quando se tem vínculo com ascrianças.

O que eu percebi no estágio a esse res-peito, é que as crianças maiores conse-guem criar um vínculo melhor com o"especialista", apesar de muitas vezeselas excederem-se na bagunça. Mas ascrianças muito pequenas não têm muitanoção de que o "especialista" está alicomo professor dela naquele momento,e estranham estar na sala com uma pes-soa que não conhecem direito, sem aprofessora, o que acaba provocandochoro na maioria das vezes.

Com relação a esse assunto, posso citardois exemplos de experiências vividasno estágio: a primeira delas foi a voltadas férias, quando cheguei para a pri-meira aula do semestre e, ao olharempara mim e para a professora de música,as crianças de um ano começaram achorar, e quase que a professora nãoconseguiu dar aula aquele dia. Umaoutra situação passou-se com a turmado pré, que um dia a Priscila precisoudeixar-me sozinha com eles para termi-nar alguns preparativos para a apresen-

tação do dia dos pais, e as crianças nãome respeitaram. Naquele contexto, nãofoi possível fazer o que a Priscila tinhame pedido porque eles não deixaram.

Acredito que a presença do "especialis-ta" é considerada indispensável pormuitos pais, que querem que seus filhossejam “pequenos gênios”, que saibamum pouco de tudo, e por muitas escolas,que conhecem a falta de preparo dasprofessoras para trabalhar certos conhe-cimentos.

Entretanto, seria mais adequado que aspróprias professoras tivessem preparopara trabalhar com a música na escola,mas como isso não ocorre, acredito quese faz necessário que as professoraspelo menos acompanhem essas aulas,que não deixem as crianças sozinhascom o "especialista", pois elas acabamficando sem referências conhecidasdentro da sala de aula e assustam-se, oque geralmente acaba resultando emreceios, bagunça e desrespeito dos alu-nos pelo professor "especialista".

Não descarto a validade da presença do"especialista" na educação infantil, aocontrário, penso que o trabalho podetornar-se muito rico com isso, mas des-de que seja feito em conjunto com asprofessoras. Sobre esse assunto, Ayoub(2001, p. 56) afirma que: "Reforçando aidéia da possibilidade de construirmosrelações de parceria, de confiança, nãohierarquizadas, entre diferentes profis-sionais que atuam na educação infantil,poderíamos pensar não mais em profes-soras(es) "generalistas" e "especialis-tas", mas em professoras(es) de educa-ção infantil que, juntas(os), com assuas diversas especificidades de forma-ção e atuação, irão compartilhar seusdiferentes saberes docentes para aconstrução de projetos educativos comas crianças"

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Finalizo este estudo ressaltando a im-portância da realização de trabalhos emparceria no processo de musicalizaçãona educação infantil.

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Débora Alves de OliveiraPedagoga formada pela

Faculdade de Educação – UNICAMP