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O Segundo Mandamento Adoração Cornelius Van Til
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Traduzido do original em Inglês
The Ten Commandments
By Cornelius Van Til
Philadelphia: Westminster Theological Seminary,
Syllabus, 65 pp. 1993.
Este raro resumo fornece uma exposição da ética do Decálogo antes que John Murray começasse
a ensinar este curso no STW.
Via: Presuppositionalism 101
Tradução por William e Camila Teixeira
Revisão e Capa por William Teixeira
1ª Edição: Fevereiro de 2017
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative
Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
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O Segundo Mandamento — Adoração
Por Cornelius Van Til
1. Observações
O Primeiro Mandamento trata da religião adequada como o fundamento da
moralidade. O Segundo Mandamento trata da expressão externa da religião. O Primeiro
Mandamento nos ensina que devemos servir a Deus; o Segundo como podemos fazer isso
corretamente, tanto quanto a expressão exterior da religião está em causa. Assim, estes
dois Mandamentos se referem a questões completamente distintas. Isto é facilmente
esquecido. Por vezes, ouve-se um sermão sobre o Primeiro Mandamento em que todos os
tipos de materiais que servem para fabricar imagens de Deus são mencionados. No
entanto, quando os homens usam imagens na adoração eles não estão necessariamente
procurando substituir um deus falso pelo verdadeiro Deus. Pode ser uma adoração
defeituosa ao verdadeiro Deus. É, de fato, uma transgressão do Segundo Mandamento
leva muito facilmente a uma transgressão do Primeiro. Imagens muito facilmente atraem a
atenção exclusiva a si mesmas e, portanto, tornam-se objetos em vez de meios de
adoração. No entanto, isso não faz com que se identifique a adoração das imagens com a
idolatria. Se, de algum modo, nós podemos fazer a comparação entre os vários
mandamentos da lei, o Primeiro Mandamento é mais central do que qualquer outro
objetivamente e, portanto, também mais central do que o Segundo. Uma vez que é feita
uma substituição do único Deus verdadeiro, toda a verdadeira religião e a moralidade
simultaneamente são reduzidas a nada.
2. O que é Comandado
Para saber qual é o conteúdo positivo do Segundo Mandamento é necessário antes
de tudo que nós formemos uma concepção verdadeiramente bíblica do que se entende por
“a imagem de Deus”. Agora podemos falar da imagem de Deus no sentido da ideia que
Deus tem de Si mesmo. Só Deus conhece Seu próprio ser. Só Ele tem a imagem completa
e verdadeira de Si próprio. Esta concepção da imagem de Deus é um dos fatores que se
relacionam à religião e também à adoração. Nenhuma verdadeira religião ou verdadeira
adoração são possíveis a menos que Deus revele ao homem, de acordo com a capacidade
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do homem, algo da Sua imagem de Si próprio. Todas as religiões e cultos não-teístas
tornam-se vãs por serem desprovidas desta autorrevelação de Deus. Este Mandamento
começa por analisar o homem. Agora é importante termos a certeza — a fim de formar uma
verdadeira concepção de adoração — de sabermos o que o homem é. Entretanto, como se
pode saber o que o homem é, a menos que se saiba o que Deus é? A natureza do homem
e, portanto, a natureza da verdadeira religião e verdadeira adoração — na medida em que
é determinada pela natureza do homem — é determinada pela natureza de Deus.
Portanto, quando falamos da imagem de Deus no segundo sentido do termo, a saber,
a imagem de Deus no homem, temos o segundo e também secundário fator determinante
da composição da religião e da adoração. Pela imagem de Deus no homem, não estou me
referindo à ideia de Deus que o homem pode ter formado, por si mesmo. Não é a “minha
ideia minha de Deus”, mas “a ideia de Deus a meu respeito” o que aqui é referido. Isto é,
devemos saber a composição do homem, como ele foi formado de Deus. Como tal,
podemos distinguir entre a imagem de Deus no homem, no mais amplo e no sentido estrito
do termo. Por imagem de Deus no homem, no sentido mais amplo se entende que o
homem, pelo fato de haver sido criado por Deus, o Espírito, tem um espírito como
personalidade absoluta, uma autoconsciência e uma personalidade finita
autodeterminando-se. Por imagem de Deus no sentido mais restrito pretende-se que
originalmente o homem era eticamente perfeito, que ele possuía verdadeiro conhecimento,
justiça e santidade (Colossenses 3:10; Efésios 4:24).
A partir destes dois fatores determinantes: Deus como um Espírito, imortal, invisível e
o homem que como um espírito finito e eticamente perfeito expressa-se através de seu
corpo, podemos verificar os princípios da verdadeira adoração.
A adoração deve ser espiritual. Isso decorre da espiritualidade de Deus. Qualquer
adoração deve ser fixada em Deus como Espírito. Ele nunca pode ser pensado como
representado por coisas materiais ou sensuais. Isso seria nivelar o Criador ao nível da
criatura. Esta espiritualidade na adoração também está implícita na composição do homem.
Este também é, antes de tudo, espiritual. Entretanto, verdade é que seu corpo é uma parte
essencial de sua personalidade finita. Disto se segue que o homem pode e até deve dar
expressão externa ao culto de seu espírito. Mas essa expressão externa não reduz a
espiritualidade de culto se o que é externo é usado apenas como um meio para o interno.
A adoração se torna não-espiritual ou sensual, se (a) Deus é pensado sensualmente e (b)
se o homem usa o externo como um fim e não como um meio.
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Em segundo lugar, a adoração deve ser regulada por Deus. Isto está implícito no fato
de que Deus é o Espírito absoluto e o homem, a personalidade finita. A adoração
naturalmente não pode deixar de ser baseada na revelação. Não estamos aqui falando da
Bíblia. O homem original respirava na revelação de Deus e estava perfeitamente sem
qualquer necessidade de revelação especial. Segue-se que se o homem privou-se a si
mesmo desta verdadeira revelação, ele não pode mais saber como regular o seu culto a
Deus, a menos que Deus mais uma vez venha a ele em revelação especial. Depois do
advento do pecado, é imperativo sobre o homem ter seu culto direcionado de acordo com
as instruções da revelação especial, sob qualquer forma que possa vir. A história de Mica
no Antigo Testamento nos fornece uma ilustração interessante neste assunto. Mica pensou,
em senso comum, que deveria se opor à regulação do Senhor, que todos os israelitas
deviam vir ao lugar central de adoração em épocas determinadas. Assim sendo, ele fez o
seu próprio pequeno santuário e estabeleceu seu próprio sacerdote, com o resultado disto
ele fracassou por sua desobediência. O princípio envolvido deve ser enfatizado hoje,
quando as pregações via rádio e nos automóveis, mais uma vez parecem usar o “senso
comum” contra o regulamento de Deus de que não devemos negligenciar a nossa
congregação. É claro que a questão da regulação do culto não se limita ao local de reunião,
mas envolve muito mais.
Em terceiro lugar, o local de adoração de culto deve ser mediado. Como o primeiro
princípio foi derivado, pelo menos em parte, a partir de considerações metafísicas, isto é, a
partir da composição do homem como uma criatura, semelhantemente este terceiro
princípio é derivado de considerações éticas, isto é, a perda do homem da imagem de Deus
no sentido mais restrito. Quando o homem era eticamente perfeito, ele podia olhar
imediatamente para Deus. Visto que o homem, em sentido estrito, perdeu a imagem de
Deus, ele não pode mais vir a Deus a não ser através de um mediador. “Ninguém vem ao
Pai, senão por mim” [João 14:6]. Em Cristo, Deus restaura a Sua imagem ao homem. “E
vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e
santidade” (Efésios 4:24). “E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou” [Colossenses 3:10]. Agora, na medida em que
somente em Cristo a imagem de Deus, no sentido mais restrito, é restaurada ao homem,
ninguém pode realmente adorar a Deus exceto por meio de Cristo. Mesmo durante a
dispensação do Antigo Testamento isso era verdade. Mesmo então, o culto teve que ser
mediado através do sacerdote com suas vestes sacerdotais e o tabernáculo que em
conjunto prefiguravam a Cristo. Mais diretamente, desde a encarnação, a adoração é em
primeiro lugar a comunhão entre a Igreja, ou seja, o corpo de Cristo, e o próprio Cristo como
Sua cabeça.
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3. O que é proibido
O que é proibido é, naturalmente, qualquer forma de transgressão ou negligência de
qualquer um ou de todos os princípios da verdadeira adoração enumerados. E se qualquer
um destes princípios é ignorado, todos eles o são. Qualquer adoração carnal e sensual é
diretamente uma violação do princípio da espiritualidade na adoração, torna-se
imediatamente um culto de nossa própria vontade. Outrossim, qualquer forma de adoração
baseada em nossa própria vontade tende, de forma evidente e imediata, a se tornar
sensual. Finalmente qualquer adoração não-mediada é, ipso facto, baseada em nossa
própria vontade e também tende a tornar-se sensual.
Pode ainda ser observado que o princípio da espiritualidade na adoração foi mais
grosseiramente violado em épocas passadas do que acontece hoje em dia. Era natural que
o homem, tendo uma vez se apartado de Deus, devesse ainda sentir a necessidade de um
deus, e que em fases passadas da história ele viesse a tentar incorporar sua ideia de Deus
em formas sensuais. Primeiramente, ele fez seu deus à imagem de animais, porque ele
ainda não havia se atrevido a colocar-se como Deus. Israel estava em constante perigo de
ceder a esta tendência pecaminosa. Consequentemente, quando Deus foi reestabelecer a
verdadeira adoração de Deus no mundo, através de Israel, era necessário dar um aviso
especial contra a adoração sensual. Em Deuteronômio 4:15ss Deus conecta a ideia da
verdadeira adoração com Sua própria espiritualidade: “Guardai, pois, com diligência as
vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o Senhor, em Horebe, falou
convosco do meio do fogo para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem
esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher...”.
A imagem de Deus, pode a princípio, ter sido usada como um símbolo para
representar a Deus, a fim de ajudar o homem a adorar a Deus. É assim que a Igreja Romana
persiste em querer usar tais imagens. Todavia, a Escritura não pode tolerar tal sabedoria
do homem. Deus sabe melhor do que o homem o melhor caminho para o homem adorá-lO.
Além disso, a imagem como símbolo torna-se prontamente a imagem como fetiche pelo
que Deus é identificado com a imagem e a imagem é substituída por Deus. Desta forma,
uma transgressão do Segundo Mandamento leva prontamente a uma transgressão do
Primeiro Mandamento.
A forma moderna de transgressão do primeiro princípio da verdadeira adoração,
muitas vezes assume a forma de um hiper-espiritualismo. A ênfase do modernismo em
“valores espirituais” é uma boa indicação da falta da verdadeira espiritualidade. Podemos
ver este exemplo na visão que o modernismo tem a respeito dos sacramentos. Estes
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sacramentos têm sido tão vazios em sua acepção a ponto de significar não mais do que
símbolos vagos de uma realidade ainda mais vaga. A ressurreição corporal de Cristo é
sacrificada para sua “ressurreição espiritual” e, portanto, estamos procurando “comunhão
espiritual” com o “espírito de Cristo”. Isto ataca a raiz do verdadeiro culto de adoração, uma
vez que lida com a expressão externa da religião. O modernismo é tão não-espiritual em
seu culto como o era a forma mais baixa de cultos a animais.
O segundo princípio da verdadeira adoração, que deve ser regulada por Deus, foi
violado ao longo dos tempos, não tanto através de um desejo expresso de autorregulação
como através de uma negligência factual da verdadeira revelação de Deus. Desnecessário
será dizer que as nações pagãs não consultam a verdadeira revelação de Deus, a fim de
estabelecer os seus princípios de adoração. Mas o ponto não é tão óbvio e, ainda assim,
verdade é que em muitas igrejas Cristãs muito pouca atenção é dada à Escritura na hora
de determinar sobre quais princípios e práticas de culto serão adotados. O senso comum é
que é determinante, em lugar das Escrituras. O que parece útil do ponto de vista da
popularidade, muitas vezes tem mais peso do que o que é realmente ensinado nas
Escrituras. No recente argumento sobre o lugar da mulher na adoração não foi tanto uma
diferença de interpretação da Escritura que prevaleceu quanto a diferença entre aqueles
que realmente consultam a Escritura como autoritativas e aqueles que consideram as
necessidades do século XX como autoritativas. Segundo a visão ortodoxa, o que a Escritura
ensina será, afinal de contas, melhor para o século XX não se importando com o que o
próprio século XX pode pensar a respeito disso no presente. A autorregulação prenuncia a
morte de qualquer igreja. Lembre-se de Mica.
O terceiro princípio da verdadeira adoração, ou seja, o da mediação, é violado por
todos esses movimentos que retiram ou minimizam a centralidade objetiva da posição
redentora de Cristo como o novo e vivo caminho para Deus. Mais uma vez nos deparamos
com várias formas de transgressão. Podemos observar algumas das mais comuns:
Em primeiro lugar cabe dizer novamente que todas as nações que não possuem a
verdadeira revelação de Deus em Cristo procuram entrar na presença de Deus, na medida
em que eles realmente procuram vir à Sua presença, de maneiras independentes de Cristo.
O homem pecador não pode ver nenhuma razão pela qual ele não seja, em si mesmo, bom
o suficiente para apresentar a sua oferta a Deus. O homem pecador se ofende com a
sugestão de que ele precisa de um mediador, como Cristo demanda ser.
Do nosso próprio meio, vêm as várias correntes místicas de pensamento que têm tido
mais ou menos contato com a igreja ao longo dos séculos. Agora existe uma forma muito
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sólida e bíblica do misticismo. Este misticismo atribui-se, tanto quanto possível, à revelação
de Deus em Cristo na Escritura e por isso procura se apropriar emocionalmente da alegria
do crente e da glória de Deus, tanto quanto pode na revelação de Deus. Ao lado da, ou
como substitutos para este verdadeiro misticismo, já houve um falso misticismo que nega
a revelação da necessidade da mediação e funciona independentemente dela. Pode até
haver um hiper-espiritualismo que nega totalmente o uso ou a necessidade da expressão
externa da religião por detrás deste misticismo. Este misticismo que por si mesmo é falso,
quando de algum modo é posto em contato com a revelação em Cristo consiste em uma
tentativa de elevar-se a si mesmo à uma teoria das faculdades. Ele afirma ter uma escadaria
particular para o grande trono branco.
Nos tempos medievais, Dionísio, o Areopagita e Mestre Eckhart representam uma
forma extrema de misticismo não-bíblico. No caso de Mestre Eckhart o que aconteceu foi
realmente não mais do que uma variedade especial de panteísmo. Ele não só removeu a
Cristo como mediador, mas também a distinção entre o Criador e a criatura.
Hugo de São Vítor e Bonaventura foram menos extremos. De acordo com
Bonaventura, “de Deus a luz desce a todos; mas esta luz é multiforme no seu modo de
comunicação. A luz exterior ou a tradição ilumina as artes mecânicas; a luz inferior, que é
a dos sentidos, provoca em nós ideias experimentais; a luz interior que chamamos de razão,
nos faz conhecer verdades inteligíveis; a luz superior vem da graça e das Sagradas
Escrituras, e nos revela as verdades que santificam”.1 Bonaventura pensou que ele poderia
receber algumas revelações individuais da verdade de Deus. É isso que fez com que ele e
muitos outros místicos se tornassem infiéis ao princípio da mediação na adoração.
Que a Igreja Romana deva ser especialmente sujeita a tais desvios místicos é devido
ao fato de que ela própria é fraca no mesmo ponto da centralidade da revelação de Deus
em Cristo. Sua doutrina da Tradição, infalibilidade papal, etc., mata na raiz o próprio
princípio da mediação. Não admira então que Roma tem sido sempre disposta a abrigar os
místicos mais extremos, visto que ela nunca fez qualquer forte oposição doutrinária contra
o falso misticismo.
Entre as comunhões Protestantes também houve manifestações do mesmo espírito.
Destes, podemos citar as várias formas de pietismo, bem como o movimento Quaker. A
ideia de “luz interior” é uma violação do princípio da mediação na adoração.
1 Ozanan, Dante e Ph. Th., P. 86, New York, 1898.
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Mais perigoso do que estes, no entanto, e mais subversivo do Protestantismo, sim do
Cristianismo, são as formas modernas de misticismo, por exemplo, a de Dean Inge e a do
modernismo em geral, o perigo iminente que ameaça o Cristianismo a partir desta fonte é
ocultado pela homenagem verbal que este movimento dá a Cristo como mediador. Mas a
sua própria doutrina, de que Jesus ensinou a paternidade universal de Deus, prova que
eles O negaram como mediador em qualquer sentido muito específico. Cristo, de acordo
com este ponto de vista, revelou o valor da alma humana per se. Consequentemente cada
alma pode realmente em si mesma entrar em contato imediato com Deus. Ninguém precisa
ir para o Céu ou para o Hades por nós para descobrir para nós o que é o caminho para
Deus. “Olhe para dentro” é o lema. Olhe bem o suficiente e você encontrará a Deus, porque,
na verdade, você é Deus. O Ideal dentro de você é a realidade de Deus. Assim diz o
modernismo. Assim também diz o pragmatismo moderno, com sua hostilidade declarada
ao Cristianismo. Se a religião pode prosperar sem a revelação2 de qualquer tipo, por que
então a adoração tem que ser mediada através do Cristo?
A ênfase moderna na imanência de Deus, que tem virtualmente negado a Divindade
específica de Cristo e afirmado Sua humanidade essencial em tudo ajuda a desenvolver
este falso misticismo pagão. Ou podemos ainda dizer que o falso misticismo promove a
falsa ênfase na imanência de Deus.
Finalmente, podemos notar que grande parte da recente ênfase na arte como
essencialmente religiosa é devida a uma manifestação do mesmo falso misticismo
moderno. Muitas vezes, recitais de órgão são substitutos da pregação do Senhor. Ou,
menos grave, os números musicais artísticos tornaram-se realmente grandes
características do culto na igreja. Agora, admitindo-se que a arte é essencialmente religiosa
e que a verdadeira arte não pode ser separada da religião, entretanto, nem toda a arte está
seguramente em consonância com a religião Cristã. Como pessoas ortodoxas não temos
qualquer objeção à forma mais artística de louvar ao Criador. Na verdade, acreditamos que
só um Cristão pode ser verdadeiramente artístico, posto que somente ele pode realmente
trazer a arte em conexão com a fonte da beleza. Mas estamos definitivamente convencidos
de que o Criador não pode realmente ser louvado, exceto através de Cristo. Disso segue-
se que a arte, se é para ser um elemento da verdadeira adoração a Deus deve estabelecer
a sua ligação com Cristo como o restaurador do homem para com Deus.
Antes de passarmos ao Terceiro Mandamento ainda temos que observar a ameaça e
a promessa conectadas com o Segundo Mandamento. A primeira coisa a notar é que essas
2 Cf. Huxley, Religion Without Revelation [A Religião Sem a Revelação].
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ameaças e promessas realmente dizem respeito a toda a lei, pois a lei é um organismo e
não há nenhuma boa razão para limitarmos qualquer ameaça ou promessa ao Segundo
Mandamento. Em segundo lugar, a ameaça e a promessa trazem vividamente para o
primeiro plano aquilo que já estava envolvido, como vimos no fundo teísta da lei, que a
própria pessoa de Deus que está por trás da lei. Aqui está a autoridade final. É a autoridade
que o homem precisa, sem a qual ele não pode viver. O homem quebra a lei por sua própria
conta e risco. Quebrar a lei é um insulto pessoal direto contra com o Deus vivo. Nós nunca
podemos ser imunes ao julgamento. Em terceiro lugar, há uma diferença entre a ameaça e
a promessa, à medida que a punição ameaçada na lei se segue naturalmente sobre a
quebra da lei, enquanto a recompensa que é prometida é uma adição agradável. “Assim
também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis,
porque fizemos somente o que devíamos fazer” (Lucas 17:10).
Quanto ao conteúdo da ameaça e da promessa devemos primeiro notar que elas são
dadas às pessoas que estão dentro do âmbito da aliança. Agora vimos que a punição uma
vez devida àqueles que são de Cristo desceu sobre o próprio Cristo. O mal que vem para
os Cristãos é castigo e não punição. Como, então, Deus pode falar de punição a Israel, isto
é, o povo de Deus? Porque nem todo o que é de Israel, é Israelita. Há aqueles que parecem
ser de Israel e devem ser tidos como pertencentes a Israel por causa de sua profissão,
ainda que em seus corações não sejam crentes. Sobre tais virá a punição. Esta não era
uma ideia inserida mais tarde em Ezequiel 18:20: “A alma que pecar, essa morrerá”, que
fez com que os homens postulassem um Deus justo, mas foi um Deus justo, que disse já
em Deuteronômio 24:16: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada
um morrerá pelo seu pecado”. É aqui que lidamos com a questão fundamental do nosso
assunto. No entanto, isto não exclui o fato de que nesta vida os filhos de Deus e os filhos
do mundo estão frequentemente unidos por laços familiares. Igualmente verdade é que
Deus estabeleceu leis físicas e morais que vigoram através das gerações. Deus trata, de
fato, em toda a história da redenção, com indivíduos como membros da raça. Os filhos de
Deus são membros da humanidade redimida. Aqueles não-resgatados realmente não
pertencem mais à humanidade.
Por conseguinte, ocorrerá muitas vezes que os filhos de crentes podem sofrer as
consequências do mal dos pecados de seus pais descrentes ou crentes. Mas, em todos
esses casos, o crente não recebe punição, mas somente castigo e isto não
necessariamente pelos pecados cometidos por ele, mas para que a glória de Deus seja
manifesta.
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
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— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
Pink
Oração — Thomas Watson
Pacto da Graça, O — Mike Renihan
Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A — John Gill
Porção do Ímpios, A — J. Edwards
Pregação Chocante — Paul Washer
Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
Sangue, O — C. H. Spurgeon
Semper Idem — Thomas Adams
Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
Edwards
Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen
Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos
Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
Owen
Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink
Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.
Downing
Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.