o uso da metodologia e inovaÇÃo de recursos didÁticos em...

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Volume 1, Número 3 ISSN 2527-0532 João Pessoa, 2017 Artigo O USO DA METODOLOGIA E INOVAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA Páginas 186 a 198 186 O USO DA METODOLOGIA E INOVAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA THE USE OF METHODOLOGY AND INNOVATION OF TEACHING RESOURCES IN A CLASSROOM Glória Maria Ribeiro de Almeida 1 Maria Ires Brito da Silva 2 Raimunda de Carvalho Silva 3 RESUMO - O presente artigo tem como foco o uso da metodologia de ensino e os recursos didáticos que são aplicados atualmente em sala de aula, a forma como os docentes podem desenvolver em seus alunos, a curiosidade e a necessidade da aprendizagem, de forma que os mesmos após deixar a sala de aula possam levar o conhecimento adquirido para outros lugares e se tornarem capazes de resolver questões que lhes serão impostas dentro ou fora da escola, fazendo com que estes entrem em busca constante do ensino afim de melhorar a qualidade do ensino, e a criação de discentes pensantes, uma vez que a contextualização dos conteúdos com a realidade vivida pelos mesmos é necessária, além de métodos e recursos didáticos empregados em sala de aula, tendo em vista o avanço da tecnologia, a adaptação da metodologia de ensino utilizadas por professores atualmente, que devem estar sempre em busca de inovações, aulas diferenciadas, mudando o tradicional para um ensino contextualizado, que permita o ensinar e aprender de forma prazerosa ao educador e ao educando. Palavras Chaves: Métodos, metodologia, recursos didáticos, metodologia ativa. ABSTRACT - The present article focuses on the use of the teaching methodology and the didactic resources that are currently applied in the classroom, how teachers can develop in their students, the curiosity and the need for learning, so that after leaving the 1 Licenciatura em Pedagogia. Faculdade do Vale do Itapecuru (FAI). Especialização. Gestão e Educação Especial. ATHENAS. MA 2 Licenciatura em Pedagogia. SESC/ UEMA. Especialização. Gestão e Supervisão Escolar. UEMA 3 Licenciatura em Geografia. SESC/ UEMA. Especialização em Met. do Ensino na Educação Básica. FAIBRA. CE

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Volume 1, Número 3

ISSN 2527-0532 João Pessoa, 2017

Artigo

O USO DA METODOLOGIA E INOVAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS EM SALA DE AULA

Páginas 186 a 198 186

O USO DA METODOLOGIA E INOVAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS EM

SALA DE AULA

THE USE OF METHODOLOGY AND INNOVATION OF TEACHING

RESOURCES IN A CLASSROOM

Glória Maria Ribeiro de Almeida1

Maria Ires Brito da Silva2

Raimunda de Carvalho Silva3

RESUMO - O presente artigo tem como foco o uso da metodologia de ensino e os

recursos didáticos que são aplicados atualmente em sala de aula, a forma como os

docentes podem desenvolver em seus alunos, a curiosidade e a necessidade da

aprendizagem, de forma que os mesmos após deixar a sala de aula possam levar o

conhecimento adquirido para outros lugares e se tornarem capazes de resolver questões

que lhes serão impostas dentro ou fora da escola, fazendo com que estes entrem em busca

constante do ensino afim de melhorar a qualidade do ensino, e a criação de discentes

pensantes, uma vez que a contextualização dos conteúdos com a realidade vivida pelos

mesmos é necessária, além de métodos e recursos didáticos empregados em sala de aula,

tendo em vista o avanço da tecnologia, a adaptação da metodologia de ensino utilizadas

por professores atualmente, que devem estar sempre em busca de inovações, aulas

diferenciadas, mudando o tradicional para um ensino contextualizado, que permita o

ensinar e aprender de forma prazerosa ao educador e ao educando.

Palavras Chaves: Métodos, metodologia, recursos didáticos, metodologia ativa.

ABSTRACT - The present article focuses on the use of the teaching methodology and

the didactic resources that are currently applied in the classroom, how teachers can

develop in their students, the curiosity and the need for learning, so that after leaving the

1 Licenciatura em Pedagogia. Faculdade do Vale do Itapecuru (FAI). Especialização. Gestão e

Educação Especial. ATHENAS. MA 2 Licenciatura em Pedagogia. SESC/ UEMA. Especialização. Gestão e Supervisão Escolar.

UEMA 3 Licenciatura em Geografia. SESC/ UEMA. Especialização em Met. do Ensino na Educação

Básica. FAIBRA. CE

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classroom can take the acquired knowledge to other places and become able to solve

questions that will be imposed in or out of school, thus causing them to go on a constant

search for teaching in order to improve the quality of teaching, and creation of thinking

students, since the contextualization of the contents with the reality lived by them is

necessary, as well as didactic methods and resources used in the classroom, in view of

the advancement of technology, adaptation of teaching methodology used by teachers

nowadays, that they should always be looking for innovations, differentiated classes,

changing traditional teaching to a contextualized teaching, which and enable him to teach

and learn in a pleasurable way the educator and the learner.

KEYWORDS: Methods, methodology, didactic resources, active methodology.

INTRODUÇÃO

Sabendo que metodologia significa estudo dos métodos e caminhos a percorrer

tendo em vista o alcance de uma meta, a metodologia do ensino seria então o estudo dos

diferentes percursos planejados e posto em prática pelos educadores para instruir e

encaminhar os discentes ao ensino/aprendizagem em função de objetivos educativos para

a formação acadêmica. A metodologia empregada pelo docente é de suma importância

para que o resultado obtido através da mesma seja positivo, pois muitas vezes a

valorização de pontos que não são construtivos e atrativos ao interesse dos discentes,

desvalorizam a experimentação e a construção do conhecimento cientifico dos mesmos,

logo não haverá interesses e estímulos a compreensão das demais disciplinas ministradas.

Uma sugestão construtiva para o ensino, se baseia em educar para a autonomia,

com o uso de metodologias inovadoras, para o incentivo, fazendo o uso da pesquisa,

trabalhos em grupo, participação dos alunos, como meio de aprofundar e resinificar os

conhecimentos.

Os estudantes e a sociedade vivenciaram e vivem passando por consideráveis,

notáveis e paradigmáticas mudanças, e que por esse motivo, as formas tradicionais de

ensino já não auxiliam tanto, ou não são tão eficazes como já fora em tempos antigos,

gerando a necessidade de desenvolvimento e melhoria dessas práticas docentes

(VAILLANT; MARCELO, 2012).

Conforme a concepção de Veiga (2006), é de suma importância que durante o

processo de ensino, o educador tenha técnicas e estratégias definidas, as quais serão

utilizadas. As estratégias de ensino são uma aproximação adequada pelo professor que

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define o uso de informações, instrui a seleção dos recursos que serão utilizados, autoriza

a escolha de métodos para a obtenção de metas específicas e inclui o processo de

apresentação e execução dos conteúdos. Então as técnicas, são junções de operação dos

métodos de ensino, que tem peculiaridade instrumental, visto que fazem intermédio entre

a relação do professor e do aluno, as mesmas são pertinentes e se fazem necessárias no

processo de ensino-aprendizagem

Algo de extrema importância no ensino, é o planejamento, a preparação a

elucidação de quais métodos podem ser e serão adotadas para os desenvolvimentos de

atividades. Partindo desta ideia, Gil (2012, p. 94) considera a ausência de invenção e

imaginação, que muitos educadores ainda planejam suas aulas, ou seus cursos

“simplesmente seguem os capítulos de um livro-texto, sem considerar o que é realmente

necessário que os alunos aprendam”, para mais, o autor salienta que boa parte dos

professores estão fazendo utilização dos mesmos métodos de ensino e procedimentos de

avaliação, sem inovação, assim, não acompanhando as transformações e o crescimento

que está ocorrendo.

As implicações do uso dessa metodologia têm ocasionado alguns problemas de

âmbito educacional, e o que acontece em relação a todo este cenário, é que na realidade

o aluno não absorve o conteúdo, e desta forma não aprende, já que o mesmo não é incluso

na construção do seu conhecimento. O educador em boa parte da aula, se preocupa em

pedir silêncio chamando atenção dos alunos,

Dificilmente consegue centralizar a si mesmo toda a atenção de cada

aluno e impedir que se instaurem relações entre os mesmos. Mas essas

relações devem permanecer clandestinas e sua aparição é vivida pelo

mestre como uma derrapagem pedagógica que tem o risco de levar à

bagunça (CHARLOT, 1976, p.164).

Logo, esta metodologia de trabalho que é utilizada pelo educador a alguns anos

contínuos, está contribuindo para uma deformação dos educandos, e até dos próprios

educadores, os deixando em uma zona de conforto, esta que impede que o mesmo busque

novas estratégias de ensino, e sugestões inovadoras.

A educação, tal como o processo educativo, é preciso ser orientada por

metodologias que possibilitem alcançar os objetivos propostos pelos docentes. De acordo

com Nérice (1978, p.284), a metodologia do ensino pode ser entendida como um

“conjunto de procedimentos didáticos, representados por seus métodos e técnicas de

ensino”, logo esse conjunto de métodos são empregados com o propósito de alcançar

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metas do ensino e de aprendizagem, com sua total eficácia, obtendo o máximo de

produtividade.

Sobre as ideias formas em relação as habilidades dos docentes tiveram um

aumento significativo nas últimas décadas, e tornando-se motivo de indagação em todo o

mundo. Esses estudos apareceram como consequência à capacitação do ensino e dos

docentes, e apontam ao fato destes conhecimentos não se restringirem à transferência de

saber aos alunos, mas sim a um emaranhado de razões que são construídas e adquiridas

com a construção e a experiência, vivências e habilidades específicas alcançadas com o

tempo (CUNHA, 2007; TARDIF, LESSARD, LAHAYE, 1991).

Em conformidade com o conhecimento de Tardif (2002), os conhecimentos dos

docentes são obtidos e desenvolvidos em um processo sucessivo de aprendizagem, onde

o professor adquire o conhecimento de forma progressiva e, desta forma, se insere e

comanda seu ambiente de trabalho.

Dessa forma, não se pode afirmar que os conhecimentos dos docentes são

compostos por um grupo de conteúdo estabelecidos e invariáveis. Os aprendizados

associados à constituição e profissão docente, guiam para a imprescindibilidade de uma

retificação do entendimento das práticas pedagógicas dos professores. Portanto, sabe-se

que o docente ao longo de seu caminho profissional, cria e reafirma seus saberes, tendo

em mente que se faz necessário a utilização dos mesmos, suas experiências e todo seu

caminho de formação (NUNES, 2001). Diante dessas circunstâncias, coloca-se em

questão: quais os métodos utilizados pelos docentes têm mais eficácia relacionado a

aprendizagem, e quais são os mais utilizados que possam ajudar no entendimento dos

alunos?

Segundo Miranda (2006), o aumento e a diversidade das Instituições de Ensino

Superior, ajuda dando uma visão à essas instituições, para que se atentem às práticas de

gestão e evolução de novas técnicas e procedimentos para se revelar-se às demais.

Contudo, do ponto de vista de Canterle e Favaretto (2008), os desafios que se impôs às

IES são intrínsecos à administração e a estruturação da qualidade, em um cenário

altamente dinâmico, criam desafios incentivando-as para que procurem novas opções de

gerenciamento e eficiência para fornecer ensino de qualidade à sociedade.

Segundo Gasparin (2007), pode estar aparente que os docentes estejam sendo

trocados por computadores e todos equipamentos tecnológicos disponíveis, porém essa

impressão ilegítima de que os mesmos são desnecessários, desaparece quando surgem

preocupações com modificações educacionais e sociais: “Todavia, quando se buscam

mudanças efetivas na sala de aula e na sociedade, de imediato se pensa no mestre tanto

do ponto de vista didático-pedagógico quanto político.” (p.1).

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Apesar disso, é indispensável fazer uma análise constantemente da prática

pedagógica, reformulando e estando sempre atualizado, a superar a reprodução e

reconhecer a produção crítica e criativa do saber. Essa necessidade de rever as

metodologias empregadas, com a prática pedagógica tem em sua primeira instância a

análise da relação educador e educando, pois ambos são colaboradores no processo de

ensino-aprendizagem.

O cenário atual em que se apresenta o ensino, em ligação à sua qualidade, e

complementa uma imagem lamentável, deste processo de formação. Por mais que alguns

dados estatísticos governamentais, indiquem um crescimento relevante desta “qualidade”,

ao averiguar todo o contexto histórico envolto aos parâmetros metodológicos, e desta

modalidade de ensino, é notório que criticamente, na última década, não houve uma

apresentação significativa e satisfatória de dados, especialmente no que diz respeito a

compreensão de uma qualidade de fato cognitiva.

Vários observadores da área educacional, apresentam argumentos sobre a escassez

e precariedade no ensino básico, que se deve sobretudo, a falta de incentivo ou quase

nenhum, de modalidades didáticas que fixem, ou contribua de forma a ajudar no

desenvolvimento e conhecimento cognitivo, com mais solidez e eficácia.

O Estudo de Casos é um método e também um recuso didático que oferta aos

alunos conduzir sua própria aprendizagem e indagar sobre os aspectos científicos e

sociocientíficos, que estão presentes em algumas situações. O mesmo fundamenta-se no

uso de narrativas sobre impasses vivenciados por pessoas que precisam tomar decisões

importantes sobre determinados assuntos. As mesmas são chamadas casos (SÁ e

QUEIROZ, 2009:12).

Segundo Neto, (2003,58), “a dificuldade de mostrar o que se pretende para o aluno

com os conteúdos e as propostas de aprendizagem, num mundo com predomínio da

prática e do utilitarismo, tem afastado o interesse das crianças e jovens pelo

conhecimento”. O autor mais uma vez, declara que o docente, tem fracassado na forma

de incentivo ao aluno para a buscar do conhecimento, uma vez que o mesmo possa buscar

conhecer sua própria realidade. Porém para que as metodologias de ensino sejam efetivas,

os demais professores terão que se adequar aos meios de ensinos que são muitas vezes

ofertados aos mesmos, ou buscar renovação diante do crescimento tecnológico, além de

contextualizar a realidade dos alunos com os temas expostos em aulas, com alguns

exemplos dos demais conteúdo.

No Brasil, encontramos contextos educacionais bastante variados que vão de

escolas onde os discentes passam boa parte de seu tempo em sala de aula, reproduzindo

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em seus cadernos textos escritos em quadro, as escolas que oferecem a seus alunos e

professores, recursos didáticos modernos da de informação e comunicação.

Dentro dos contextos citados desiguais, encontram-se, escolas que se encontram

preparadas e de acordo com o século XIX o mesmo que presencia o grande crescimento

de recursos tecnológicos, porém com professores do século XX, ajudando na formação

de alunos para o mundo do século XXI.

O educador tem apresentado como solução para a dificuldade de ensino-

aprendizado a aplicação de novas metodologias, essas que por sua vez facilitem o trabalho

docente tornando a assimilação dos conteúdos ministrados, por parte dos discentes mais

compreensível. Contudo, uma ação inovadora, causa certa rejeição em alguns professores

que optam por desenvolvem uma prática tradicional, dado que boa parte dos educadores

ministram as disciplinas sem um apoio didático, porém tal comportamento torna a

inserção de novos recursos didáticos impossível, pois muitas vezes o docente se preocupa

apenas em transmitir ao aluno conceitos e informações de forma clássica, sem optar pela

utilização de um recurso.

É indispensável a colaboração do docente no processo de repensar a estruturação

do conhecimento, que tem como objetivos essenciais, a mediação e a interação afim de

que ocorra aprendizagem. Entretanto, a modificação do uso da prática pedagógica, não

deve ocorrer de forma destrutiva para o professor, tampouco para o discente, posto que a

mesma possa contribuir para uma queima de etapas.

Destarte, Libâneo, (1985, p.137) afirma que:

O trabalho docente deve ser contextualizado histórica e socialmente, isto

é, articular ensino e realidade. O que significa isso significa perguntar, a

cada momento, como é produzida a realidade humana no seu conjunto ou

seja, que significado têm determinados conteúdos, métodos e outros

eventos pedagógicos, no conjunto das relações sociais vigentes.

Ainda segundo Debald (2003) há alguns casos, onde pode se perceber que

obstáculos que dificultam a aprendizagem não estão no conteúdo, mas no aspecto

metodológico, isto é, o professor tem domínio do conteúdo, porém não consegue

encontrar uma forma adequada repassar aos alunos, impossibilitando a aprendizagem.

As Metodologias Ativas têm como base, as maneiras de desenvolver o processo

de aprender, usando experiências reais ou simuladas, tendo em vista às condições de

resolver com êxito, os desafios provenientes das atividades essenciais da prática social,

em diferentes contextos (BERBEL, 2011).

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As metodologias ativas apresentam uma certa competência em instigar os alunos

a curiosidade, e a medida que os alunos são inseridos na teorização e apresentam

elementos novos, que ainda não foram usados nas aulas ou na própria perspectiva do

professor (BERBEL 2011). Até então de acordo com o autor, a implementação dessas

metodologias pode favorecer uma motivação positiva e autônoma quando inclui a

consolidação da compreensão do aluno de ser origem da própria ação.

Segundo Freire (2007, p.20), o respeito à autonomia e à dignidade de

cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não

conceder uns aos outros. Para ele o docente que desrespeita a curiosidade

do aluno, a sua inquietude e sua linguagem, transgredem os princípios

fundamentalmente éticos de nossa existência.

Bordenave e Pereira (2002) destaca a relevância das estratégias de ensino do

docente para que o discente, possa ter várias formas de interação e possa estar apto a

construir seu conhecimento de acordo com suas experiências exclusivas para

compreender as informações, experiências subjetivas, conhecimentos prévios.

Behrens (2009) acredita ser fundamental professores capacitados em meio a esta

sociedade globalizada, onde o conhecimento torna-se rapidamente obsoleto, exigindo

assim habilidades bastante eficientes para processar as informações pertinentes, e

organizá-las.

Logo observa-se que a metodologia de ensino e a metodologia científica

dependem de um objeto de estudo e seu propósito. O objeto do conhecimento passa a ter,

portanto uma prioridade, contudo, o mesmo e o método de ensino, encontram-se inerentes

do método de filosofia, isto é, irá partir da ideia a ser empregada no entendimento da

realidade de forma geral e, por conseguinte, da educação. Dessa forma, fica explicitado

que, além da distinção feita entre essas duas metodologias, há também o emprego do

método filosófico, ou seja, a forma de conhecimento da realidade.

METODOLOGIAS E RECURSOS DIDATICOS APLICADOS EM SALA DE

AULA

Aprendizagem é, por primazia, construção, ação tomada e entendimento da

coordenação das ações. Na prática pedagógica é de suma importância que o docente saiba

e conheça como se dá a aprendizagem e saiba que é incontestável a sua posição. Em

diversas áreas do ensino, existe uma concordância em que as atividades experimentais

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são fundamentais para a aprendizagem científica, porém as mesmas precisam guiar o

aluno a ter ações eficazes, remodelando suas estruturas e, talvez, até criando uma nova

estrutura, em todo caso partindo de um processo de desenvolvimento (Moura et al, 2001).

Os conhecimentos docentes ou conhecimentos dos professores, tornou-se foco de

discussão entre alguns autores nacionais e internacionais. E neste meio tem-se em

destaque Tardif, Lessard e Lahaye (1991, p.218) evidenciando que “a relação dos

docentes com os saberes não se reduz a uma função de transmissão dos conhecimentos já

constituídos, sua prática integra diferentes saberes, com os quais o corpo docente mantém

diferentes relações”. Neste contexto, os autores dão ênfase que para alcançar os objetivos

traçados, os professores frequentemente fazem uso dos saberes das disciplinas e seus

respectivos conteúdos, os saberes curriculares, os conhecimentos da formação

profissional e os entendimentos da experiência.

O conhecimento dos professores é adquirido ao longo do tempo e carreira

profissional, portanto, não se pode dizer que os conhecimentos dos mesmos são formados

somente por uma ordem de conteúdos cognitivos delimitados e constantes. O

conhecimento dos mesmos é obtido e constituído em um seguimento constante de

aprendizagem, onde o educador aprende gradativamente, deste modo, como resultado o

mesmo se coloca no ambiente de trabalho e passa a conhecer, dominar o mesmo.

(TARDIF, 2002).

Ainda segundo as ideias de Tardif (2002, p.18) o conhecimento vai além do saber,

“saber fazer bastante diverso”, derivado de diferentes origens e naturezas diferentes, por

essa razão é visto como “plural, compósito, heterogêneo”. O mesmo ainda dá ênfase

dizendo que “o saber está a serviço do trabalho”, porque os docentes usam de diferentes

conhecimentos, em função de situações, funções e recursos que estão conectados a este

trabalho, que tem como finalidade responder dando soluções a diferentes problemas e

situação em seus cotidianos.

Tardif (2000), declara que os conhecimentos profissionais dos educadores, são

plurais e heterogêneos, e que o mesmo se dá devido a três motivos. Inicialmente são tidos

assim, pois são provenientes de várias fontes, podendo ser originários da cultura pessoal

do professor, do ser pensante pessoal, de experiências vivenciadas em escolas anteriores,

e suas histórias enquanto ser humano, saberes disciplinares obtidos na universidade, ao

longo de sua formação profissional. Podendo ser também, saberes curriculares, vindos de

programas, manuais e guias escolares, e principalmente das experiências vividas em seu

trabalho, do contato direto com a educação.

Para que ocorra o crescimento de uma metodologia pedagógica que possua como

proposito reconsiderar o papel do professor e do aluno no processo de ensino-

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aprendizagem, deve ser frequentemente reformulado e atualizado. Afim de que o mesmo,

seja eficaz é necessário ter em mente que o processo de reflexão sobre as experiências

individuais em conjunto com a abordagem teórica das metodologias pedagógicas, as quais

orientarão ao autodesenvolvimento, à metodologias interativas e às aulas com maior

interação entre professor e alunos para que possam buscar compreensão e interpretação

de determinados assuntos.

Logo, o ensino-aprendizagem é um método que está sempre em evidencia, quer

de forma direta ou indireta nas relações entre os humanos, a forma positiva de

desenvolvimento destas relações está na dependência de um conhecimento positivo no

âmbito de inovação e atualização, e uso de recursos didáticos por parte do educador.

Para Candau (1991) A escola está imersa em sua deficiência e em uma luta de

sobrevivência costumeira, os problemas da comunidade aumentam, nessa situação o

estudante não é preparado para enfrentar, muito menos a interferir em tais problemas,

ficando de fora sobre os fatos.

Segundo Mitre et al. (2008) a problemática, empregadas pelas metodologias ativas

trabalhadas em Universidades, como recurso didático de ensino-aprendizagem, tem como

principal objetivo, alcançar e motivar o estudante, visto que o mesmo quando posto diante

um obstáculo (problema), o mesmo se analisa, pensa, descreve uma conjuntura

mentalmente, dando novos significados a suas descobertas. Como um recurso didático de

grande valor, as metodologias ativas, favorecem de forma considerável e eficiente, o

processo de ensino-aprendizagem.

Nesta perspectiva de ensinar, sem a utilização de recursos didáticos, ainda muito

comum nas escolas, os estudantes criam a ideia de que algumas disciplinas são abstratas

e o educador muitas vezes se limita ao desenvolvimento de aulas tradicionais, e os alunos

não veem a necessidade de interpretar e compreender os conteúdos trabalhados. Nota-se

ainda, que esse tipo de metodologia usada precisa ser repensado, uma vez que, na

atualidade, é necessário que o aluno seja capaz de analisar os conhecimentos recebidos

com fundamento em saberes interdisciplinares, seletar informações e interpretá-las,

elaborar técnicas de modo organizado e solucionar questões, não só escolares, mas

também aqueles que surgem no cotidiano.

Contraditando, em relação ao modelo tradicional de educação, alguns autores

citados neste trabalho, colgaram uma maior iminência, entre os alunos e os professores,

uma educação totalmente integral que o forme para a vida, o educador enquanto no papel

de sujeito que impulsiona, o desenvolvimento educativo, e o aluno constituinte na

formação do conhecimento, a pratica e a reconhecimento do ambiente de aprendizagem.

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Nessas circunstancias, deram início as discussões sobre o que atualmente se destaca como

princípios da Metodologia de Projetos.

Métodos de projetos, centros de interesse, trabalho por temas, pesquisa

do meio, projetos de trabalho são denominações que se utilizam de

maneira indistinta, mas que respondem a visões com consideráveis

variações de contexto e conteúdo (HERNADEZ, 1998, p.67).

Há possibilidades das Metodologias Ativas com potencial, levar os alunos a

aprendizagem para suas próprias tomadas de decisão, e a formação de um indivíduo

crítico. O conhecimento e o controle das técnicas são instrumentos que o educador

manuseia conforme sua criatividade, sua reflexão e o seu conhecimento, para atingir os

objetivos da aprendizagem.

Na atualidade, uma das melhores maneiras de aprender em sala de aula é por meio

de um ensino mais hábil e ativo, em que educadores e educandos possam ser indivíduos

ativos nas atividades educativas efetuadas.

Logo o ensino deve permitir aos alunos uma prosperidade de capacidades e

competências, além de saberes indispensáveis, preparando-os para um entendimento

apropriado sobre o conhecimento de disciplinas ensinados nas escolas e que será utilizado

durante seu crescimento mental e pessoal. Para isso, é significativa que seja feita de uma

metodologia de ensino, em que os assuntos sejam trabalhados do concreto para o abstrato.

Além disso os alunos deixam de ser displicentes, meros observadores do trabalho

realizado pelo professor e expõem um papel de investigadores inovadores, que visam o

saber.

Entretanto, se durante bastante tempo a metodologia surge e é explicada como

forma de transmissão dos conteúdos escolares, no sentido de favorecer simplificando a

aprendizagem dos alunos e funcionando também, como recursos aplicados pelos docentes

para dar auxilio ao andamento das aulas, essa explicação atualmente já não é suficiente,

uma vez que, não se pode desconsiderar que para que ocorra educação, haverá

relacionamento humano e, por essa razão, as circunstancias muitas vezes inesperadas

existentes nessa relação, impossibilitam que os métodos utilizados por um professor

cheguem da mesma forma todos os alunos.

Sobre as relações que existem entre a estratégias pedagógicas ou escolha

metodológica a ser usada pelo educador para ter acesso ao pensamento dos alunos, podem

ser julgadas com um intrigante aspecto a ser apontado em relação aos problemas

enfrentados na prática pedagógica. Para análise dessa questão, adota-se o conceito de

estratégia pedagógica sugerida por TACCA, para o qual as “estratégias pedagógicas

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seriam recursos relacionais que orientam o professor na criação de canais dialógicos,

pretendendo introduzir-se no pensamento do aluno e suas emoções, conhecendo as

interligações impostas pela unidade cognição-afeto” (2006, p.48).

De acordo com Vasconcelos a metodologia não se limita a um agregado de

métodos técnicas ou estratégias pedagógicas, tornando-a uma ferramenta e o que poderia

ser contrariado seria a forma de sua utilização. Portanto, deve ser vista “como uma

estratégia geral de abordagem do fenômeno educativo” (1994, p.102) e, conforme esse

ponto de vista, a metodologia não é neutra e sim resultado da perspectiva de mundo e de

sociedade do docente.

Portanto, a função do professor não se limita apenas a transmitir e cobrar

conhecimentos firmados e certificados pela cultura e ciência, que se tem como

dominantes. O desempenho da docência, pode ser compreendido como um processo de

modificação continuo, frequente, constantemente a procura de inovações, novas

interações, novas possibilidades, novas informações e conhecimentos.

Diante deste contexto, faz-se necessário uma observação mais profunda das

metodologias e recursos empregados, com o propósito de dominar uma melhor atuação

prática em sala de aula, que auxilie para uma melhor construção crítica de ideias do

estudante, e que atenda às carências sócio educacionais atuais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo uma visão especificamente pedagógica, se enquadrariam outras tantas

reflexões sobre a postura do professor no processo de ensino-aprendizagem, a relação

com discentes, a forma como o mesmo poderia estar empregando novos métodos e

metodologias, e recursos didáticos que permitem o educador a se aproximar da realidade

dos alunos, ou então correlacionando o que os alunos já conhecem, ou seja, o educador

se adequa a realidade dos alunos.

Portanto os professores devem utilizar de metodologias que possam estar

ajudando significativamente, de acordo com o estado inicial de seus estudantes, pois a

partir destes ele irá construir situações as quais tem no ensino um propósito de

desencadear um crescimento cognitivo, e a atualização de métodos, e recursos uma vez

que nem todos os alunos aprendem da mesma forma, ou se desenvolvem com facilidade.

As contribuições das metodologias ativas nos permitem presumir que, ao em vez

de alunos saindo da escola com a ilusão de terem aprendido algo, pois os mesmos foram

expostos a conteúdos em aulas expositivas, teremos alunos que experimentaram situações

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de aprendizagem profundamente significativas em suas vidas, e que ao sentirem falta de

algum tópico, saberão onde encontrá-lo e logo o que fazer para aprendê-lo. Atualmente

somente assim podemos criar uma geração de educandos com vontade de buscar o

conhecimento, com a nítida noção de que a função de aprender não acaba quando saem

da escola e que sempre estão prontos para resolver novos problemas e comandar projetos

progressistas (BLIKSTEIN, 2010).

São visões mais avançadas, que foram trazidas pelo desenvolvimento da

tecnologia que facilitou e facilita o acessa a informação, e o processo de

internacionalização das culturas, tem transformado as concepções, a respeito da função

do professor. Com isso, métodos e metodologias de ensino, precisam sanar essas

necessidades, e as técnicas de ensino, devem ser atualizadas e melhoradas continuamente.

(VEIGA, 2006).

REFERÊNCIAS

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