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Ano de 1947/Fevereiro - Um jovem pastor beduíno descobre 7 manuscritos antigos em uma caverna acima do Khirbet Qumran (ruína- em árabe), quando andava a cata de uma ovelha perdida. No mesmo ano o Professor Eliezer Sukenik - Universidade Hebraica - Toma conhecimento da descoberta. Em 1948 o Presidente da ASOR - American School of Oriental Research , mais tarde, Instituto Albright de Jerusalém - John C. Trevor, autentica o manuscrito de Isaías como sendo o documento hebraico o mais antigo dentre todos os conhecidos até então e o arqueólogo americano, William Albright (American School) confirma Trevor no mês seguinte. Trevor anuncia a sua descoberta na importantíssima , revista BAR - Biblical Archeologist. Surge a "Hipótese ESSÊNIA" O professor Eliezer Sukenik lança a "Hipótese Essênia" , ou seja , a hipótese de que os documentos Qumran eram originários dos essênios , ou os 'Therapeutae" , seita constituída por pacíficos ascetas, , baseando-se nos historiadores Josephos e Philos de Alexandria. Em 1950, André Dupont Sommer - Professor de Língua e Civilização Semita ( Sorbonne ) - pública as suas impressões sobre a "Hipótese Essênia" e completa a hipótese: Os manuscritos haviam sido compostos ali mesmo, em uma parte ainda inexplorada do Khirbet Qumran. Com a permissão de G.L.Harding - Diretor de Antiguidades jordânicas - O Padre dominicano Roland de Vaux - Diretor da École Biblique de Jerusalém mantida pelo governo francês - já havia inspecionado a caverna 1 , onde foram encontrados os primeiros manuscritos e iniciava trabalhos de arqueologia, sem ser um arqueólogo, no Khirbet Qumran - ano 1951. Em 1952 é encontrado o misterioso e controvertido "Manuscrito de Cobre" - gravado no cobre - na Caverna 3 , pela equipe da ASOR. Kando, um antiquário que tornou-se famoso devido ao "affair " Qumran , vende uma pilha de documentos para o padre de Vaux. O dominicano Localisa a mais fértil dentre todas as cavernas: A Caverna 4 e nela encontra os fragmentos do "Manuscrito de Damasco" , já descoberto íntegro, anos antes, na Cidade do Cairo-Egito, em um "Genizah" (depósito, geralmente, de sinagogas) , o CD, como é denominado o documento, é o comumente usado pelos especialistas devido ao seu bom estado de conservação ., Em 1953, o Padre de Vaux adere totalmente à "Hipótese Essênia" , promulgada por Sukenik e afirma, categoricamente, que os escribas essênios elaboraram os documentos em um "Scriptorium" situado em um monastério local (segundo ele) em ruínas, devido a um terremoto. Harding convoca pessoas e monta o "International Team" -Equipe Internacional - para estudar os manuscritos "oficialmente".

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    Os manuscritos do Mar Morto

    Os manuscritos Qumran

    Ano de 1947/Fevereiro - Um jovem pastor beduno descobre 7 manuscritos antigos em uma caverna acima doKhirbet Qumran (runa- em rabe), quando andava a cata de uma ovelha perdida. No mesmo ano o ProfessorEliezer Sukenik - Universidade Hebraica - Toma conhecimento da descoberta. Em 1948 o Presidente da ASOR- American School of Oriental Research , mais tarde, Instituto Albright de Jerusalm - John C. Trevor, autenticao manuscrito de Isaas como sendo o documento hebraico o mais antigo dentre todos os conhecidos at entoe o arquelogo americano, William Albright (American School) confirma Trevor no ms seguinte. Trevor anunciaa sua descoberta na importantssima , revista BAR - Biblical Archeologist. Surge a "Hiptese ESSNIA" Oprofessor Eliezer Sukenik lana a "Hiptese Essnia" , ou seja , a hiptese de que os documentos Qumran

    eram originrios dos essnios , ou os 'Therapeutae" , seita constituda por pacficos ascetas, , baseando-se noshistoriadores Josephos e Philos de Alexandria. Em 1950, Andr Dupont Sommer - Professor de Lngua eCivilizao Semita ( Sorbonne ) - pblica as suas impresses sobre a "Hiptese Essnia" e completa ahiptese: Os manuscritos haviam sido compostos ali mesmo, em uma parte ainda inexplorada do KhirbetQumran. Com a permisso de G.L.Harding - Diretor de Antiguidades jordnicas - O Padre dominicano Rolandde Vaux - Diretor da cole Biblique de Jerusalm mantida pelo governo francs - j havia inspecionado acaverna 1 , onde foram encontrados os primeiros manuscritos e iniciava trabalhos de arqueologia, sem ser umarquelogo, no Khirbet Qumran - ano 1951. Em 1952 encontrado o misterioso e controvertido "Manuscrito deCobre" - gravado no cobre - na Caverna 3 , pela equipe da ASOR. Kando, um antiqurio que tornou-se famosodevido ao "affair " Qumran , vende uma pilha de documentos para o padre de Vaux. O dominicano Localisa a

    mais frtil dentre todas as cavernas: A Caverna 4 e nela encontra os fragmentos do "Manuscrito de Damasco" ,j descoberto ntegro, anos antes, na Cidade do Cairo-Egito, em um "Genizah" (depsito, geralmente, desinagogas) , o CD, como denominado o documento, o comumente usado pelos especialistas devido ao seubom estado de conservao ., Em 1953, o Padre de Vaux adere totalmente "Hiptese Essnia" , promulgadapor Sukenik e afirma, categoricamente, que os escribas essnios elaboraram os documentos em um"Scriptorium" situado em um monastrio local (segundo ele) em runas, devido a um terremoto. Hardingconvoca pessoas e monta o "International Team" -Equipe Internacional - para estudar os manuscritos"oficialmente".

    O "INTERNATIONAL TEAM" - ANO DE 1953

    Diretor do Projeto: Padre Roland de Vaux - FranaEstados Unidos: Frank More Cross - MC Cormick Theological Seminary - ligado ao "Instituto Albright (ASOR) deJerusalmMonsenhor Patrick Skehan - Universidade Catlica e diretor do "Instituto Albright".Inglaterra: John Allegro - Universidade de Manchester - o mais brilhante, o mais inteligente e capaz de todaequipe, o nico possuidor de um grande status cientfico j comprovado e ateu confesso. Foi o "mrtir" doQumran! Os membros da "Equipe"o sacrificaram sem piedade.John Strugnell - Universidade de Oxford, onde , fazia o seuDoutorado e quem, mais tarde, foi discpulo de Frank CrossFrana: Dominique Bharteleny e o Padre Starcky, nomeado pela "Ecole Biblique" - especialista em aramaico.

    Alemanha: Clauss - Hunno Hunzinger, substitudo por outro sacerdote francs, Padre Maurice Baillet.

    Polnia /Frana: Padre Joseph Milik, naturalizado francs, brao direito e confidente do Padre Roland de Vaux ,indicado pela "Ecole Biblique". O Padre Milik obteve o "fil" dos manuscritos, posteriormente largou a batina,casou-se e vive anonimamente em Paris. Devido a vrios acontecimentos ocorridos entre esta equipe e os

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    cientistas que desejavam estudar os manuscritos ou que discordavam das interpretaes ortodoxas dos textose das origens dos pergaminhos, o Padre de Vaux e seus comandados foram lembrados como sendo - A NOVAINQUISIO - e a encarnao do livro de Umberto Eco - O Nome da Rosa - "A Sala dos Pergaminhos onde serealizava o trabalho de pesquisa e que apresentava uma atmosfera quase monstica e que visava aexclusividade do conhecimento a que se agarravam os monges do "O nome da Rosa". ("As Intrigas em Tornodos Manuscritos do Mar Morto". Baigent e Leigh - ed.Imago - pg.53).

    O "CONSENSO"Na dcada de sessenta, o Padre Jesuta Robert North e o historiador Robert Eisenman cunharam o termo"Consenso" relativo ortodoxia de interpretao dos textos imposta pela "Equipe Internacional" comandadapelo Padre de Vaux. Fugir do "Consenso" era o mesmo que cometer uma heresia. Dogmas e mais dogmasforam criados e impostos pelo "Consenso" e depois expostos nos livros escritos pelo Padre Milik, por FrankCross e pelo prprio de Vaux , que , por incrvel que parea, era reconhecidamente um "anti-semita" que nopermitia aos cientistas judeus, o acesso aos textos dos seus prprios ancestrais.

    Anti-Semitismo - "Equipe Internacional"

    No dia 28 de Outubro de 1990, John Struguell , ento no cargo de Diretor do Projeto ( de Vaux e seussucessores haviam falecido no decorrer dos trinta e oito anos do trabalho de traduo e monoplio dosmanuscritos) , forneceu uma violenta entrevista ao jornal H-ARETZ de Tel-Aviv , para o reprter Avi Katzman ,declarando-se Anti - Semita e exigindo do reprter que a sua entrevista deveria ser traduzida e publicada emingls, em outro jornal de lngua inglesa. Hershel Shanks dedica um capitulo sobre este "affair" no seu livro"Para Compreender os Manuscritos do Mar Morto" - ( Presidente da revista BAR e da Biblical ArcheologySociety) . Com o escndalo formado, Strugnell foi afastado do seu cargo por "anti-semitismo, nazismo ealcoolismo" , julgaram-no tambm um doente, suas faculdades mentais afetadas, talvez , pelo alcoolismo.Posio assumida pela BAR e Hershel Shanks em um editorial:

    bvio que no se pode permitir que Strugnell continue atuando como editor-chefe dos Manuscritos do MarMorto. Quando uma pessoa com suas convices lida com tais documentos, ele s pode conspurca-los.Fazemos essa afirmao independente do seu brilho e competncia como estudioso.Obra citada - pg 287) publica a entrevista completa

    Karma?Strugnell foi um dos implicados na destruio de John Allegro pelo Padre de Vaux e seus asseclas , pormanifestar-se contra o "Consenso" e possuir outras idias a respeito das tradues. Segundo os especialistas,

    Allegro foi difamado, humilhado, desacreditado e afastado da Equipe. Morreu, subitamente, isolado de todos,com a sua carreira destruda e tentando dedicar-se a um outro projeto.

    A Revolta contra o Monoplio dos Manuscritos . (38 anos)("O Nome da Rosa")depoimentos:"Vocs jamais vero estes manuscritos em todo o tempo em que durar as sua vidas". (1986 - Palavras ditas aoDr. Robert Eisenman pelo "Curador dos Textos do Museu de Israel.)

    A frase que se tornou antolgica: "A maior descoberta Hebraica de manuscritos est se tornando, rapidamente,o escndalo acadmico por excelncia do sculo XX". Geza Vermes - Doutor em teologia (Louvain) e ProfessorEmrito do Wolfson College - Professor de Oxford - "Honoris Causa das Universidades de Edinburgo, Durhan eSheffield.

    "Afinal de contas, os textos so parte da "Histria da Humanidade"e da "Civilizao que cresceu no Oeste!" TheDead Sea Scrolls Uncovered"- Element Books.O "International Team" criou, instantaneamente, sbios "super-stars". Ao invs de um John Allegro um JohnStrugnell , de um Robert Eisenman um Frank Cross, de um Michael Wise um Emile Puech" - Penguin Books."Somos, no Mundo Acadmico , dedicados "Cincia" e ao livre debate, onde as teorias "opostas" as nossasso tratadas com respeito e no detestadas, o crescimento do que, em matria de religio, poderia serchamado de "cria", neste caso, "Cria Acadmica", promovendo suas prprias teorias enquanto condena asdos seus oponentes."Robert Eisenman.

    "Alguma coisa como a supresso do conhecimento estava acontecendo.Tive a percepo de que a Igreja Crist era um terreno protegido. Nada poderia ser igual a ela: era nica". Dra.Brbara Thiering PH.D - teloga.

    "O ataque as qualidades e status de John Allegro, feitos pelo Padre Roland de Vaux , chefe da Equipe

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    Internacional, no procedem em nada do que cientificamente, tenha valor. "Norman Golb - "Who wrote TheDead Sea Scrolls?"

    "A relutncia em publicar-se os manuscritos remanescentes porque as idias neles encontradas poderiamdestruir a teoria convencional de que estes textos derivaram de uma seita que viveu as margens do MarMorto?". Norman Golb - Catedrtico de "Histria e Civilizao Judaica". U. Chicago."O Padre de Vaux, dominicano, diretor da cole Biblique de Jerusalm e chefe da (1) Equipe Internacional,

    pareceu-me um bruto irascvel e at um tanto amalucado". David Price Jones.

    Referindo-se a de Vaux: "Em primeiro lugar, ele no era apenas um catlico praticante, mas um monge e assimdificilmente poderia atuar com equilbrio e imparcialidade ao lidar com material religioso de natureza tosensvel e at mesmo explosiva". Michel Baigent e Richard Leigh

    "Descobertas de manuscritos despertam os piores instintos em estudiosos que, no fosse por isso, agiriamnormalmente". Prof. James B. Robinson(diretor da equipe tradutora dos Manuscritos de Nag-Hammadi).

    "Como um pequeno crculo de estudiosos foi capaz de dominar um campo de pesquisas durante vrias

    geraes (mesmo que alguns deles j tivessem falecido h vrios anos) e de continuar a faze-lo atravs do seucontrole sobre cursos de ps-graduaes, da colocao de sua roda de estudantes e bolsistas nas maisprestimosas ctedras acadmicas". Robert Eisenman em entrevista ao New York Times.

    "A Equipe Internacional" governada, at onde se pode avaliar, em grande parte pelas convenes , pelatradio, pelo corporativismo e pela inrcia, o "grupinho" que detm a posse dos manuscritos "tem as iguarias,que vai distribuindo aos bocadinhos". Isto lhes proporciona "status", poder acadmico e uma formidvel "egotrip". BAR ( Biblical Archeological Review - Herschel Shanks) pelos manuscritos, podemos traar uma novacontinuidade e, finalmente, obtermos uma compreenso do drama que culminou no Cristianismo...Qumran talvez seja , mais do que Belm, o bero do Cristianismo." E.Wilson com esta frase cutucou fundo a

    ferida, o assunto dos mais evitados pela "Equipe Internacional": A datao dos documentos.

    "O Novo Testamento ensinado como sendo HISTRIA acontecida no sc. I , o que no verdade. A doutrinacrist, verdadeiramente", dita o que deve ser feito". Philip Davies - Professor de Estudos Bblicos da U. deSheffield e autor de dois livros sobre Qumran. Entrevista fornecida aos 10/10/1989."Os manuscritos so um feudo e a Equipe Internacional "uma Cabala!" Shemaryahu Talmon - eminenteprofessor israelense ligado a matria.

    Os Manuscritos - (os mais polmicos)O Manuscrito de Cobre (3 Q Treasure)

    Descoberto na Caverna 3 em Outubro de 1952. Sempre foi considerado um "Manuscrito Misterioso" . Gravadono cobre, um metal valioso naqueles tempos, parece querer dizer: Sou nico e a minha mensagem tovaliosa quanto o metal do qual fui feito . O "Manuscrito de Cobre" faz meno a sessenta e quatro locais ondeesto escondidos tesouros ...... escrito em estilo frio e sem pretenso literria. A "Equipe Internacional"acaboupor negar a autenticidade dos dizeres do manuscrito, atribuindo-os "Lendas antigas" por temer trsproblemas, sendo que dois deles so justificveis:

    1- Apreenso do documento e do "Tesouro"(caso fosse encontrado) pelas autoridades israelenses e problemascom a Jordnia. O documento relaciona o tesouro em terras jordanianas .2- "Corrida ao Ouro" e a super-valorizao no comrcio clandestino dos manuscritos.

    3- O "Manuscrito de Cobre" joga por terra a famosa "Hiptese Essnia" , a seita de ascetas, pobre e desvalida,isolada em regio despovoada. ainda um marco cronolgico dos outros documentos e concretiza a tese deque os Documentos Qumran vieram da Biblioteca do Templo e de vrias outras Bibliotecas existentes emJerusalm, escondidos antes da Revolta contra os romanos.

    Esta ltima tese tem sido defendida h trinta e oito anos por cientistas do porte de Norman Golb , RobertEisenman e o alemo ( j falecido) Professor (K.H) Rengstorf da Universidade de Munster. A argumentao amais racional e a de maior credibilidade.

    O Manuscrito de Damasco ( CD ) datao 100 c. provvel.OuPreceito de Damasco ( 5 Q12, 6Q 15 e 4Q265-73)H semelhanas patentes nas declaraes dos documentos: "Regra da Comunidade" e o "Pergaminho da

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    Guerra" , mencionando uma figura messinica ( talvez duas ) que viro a "Damasco" - um "Interprete da Lei"chamado "Estrela" e um prncipe da linha de Davi - O Cetro - concentra-se depois no "Messias( o ungido ) de

    Aaro e Israel " Simo Bar Kochba denominou-se a "Estrela" e foi aceito por muitos como a encarnao doMessias de Aaro e Israel, supe-se que ele foi , tambm, um descendente de Davi . Kochba, um valenteguerreiro, enfrentou os inimigos com galhardia tornando-se num personagem de grande vulto na histriahebraica. O "Manuscrito de Damasco" concorde com a "Regra da Comunidade", execrando o casamentoentre tios e sobrinhos e a "fornicao" , o comum durante a era Herodiana o que ajudou na datao do

    documento. As normas que este documento edita so idnticas s do manuscrito "Regras da Comunidade" ,uma delas fere a "hiptese Essnia" , to cara a de Vaux , pois fala do casamento e de filhos o que demonstraque o "Povo de Qumran" no era formado apenas por "essnios celibatrios" . Em segunda instncia, odocumento menciona ( como se fosse uma regra geral ) as comunidades afiliadas em toda a Palestina, aocontrrio do que a "Equipe Internacional"e os seus seguidores afirmavam ( e ainda afirmam, contrariando otestemunho do prprio documento ) ."Damasco" no a cidade da Sria, helenisada e importante ( hoje, capital ) e sim Qumran, exemplo de um"Pesher"( comentrio ) , para despistar os inimigos.Paulo , tambm, no foi Damasco/Sria e sim a esta outra Damasco, segundo a tcnica do "Pesher", eleconverteu-se no "Caminho de Qumran". Neste documento surge o "Mestre da Justia" (The Teacher of

    Rightheousness), o "Sacerdote mpio" ( The Wicked Priest ) que se desentendero no que concerne a "NovaAliana com Deus" feita na "Terra de Damasco". Esta controvrsia ser descrita com clareza no "Pesher deHabacuc".( Datao por hiptese:100 a.c -: ausncia de comentrios sobre os kittin (romanos) cuja invaso noaconteceu antes de 70 a.c. Geza Vermes - "Os Manuscritos do Mar Morto." ) .

    O "Pesher"( comentrio ) de Habacuc( 1 Q p Hab )Uma verdadeira crnica da comunidade, relatando acontecimentos histricos. A disputa dos trs personagensque se degladiam tendo por tema a "Nova Aliana"( Quatro outros textos falam, tambm, sobre o assunto ) . O

    assunto: A desobedincia lei, perpetrada por alguns dos pertencentes a Comunidade. Levados pelainstigao do "Mentiroso" , quebram a lei e tornam-se desobedientes, o que desagrada ao "Mestre da Justia".H o outro personagem, um perverso, o "Sacerdote mpio".O "Consenso"(Equipe Internacional) e seus correligionrios considerando o "Mentiroso" e o "Sacerdote mpio"como sendo a mesma pessoa. O professor Robert Eisenman prova que so dois indivduos : O "Mentiroso" viveno seio da Comunidade e o "Sacerdote mpio" pertence ao templo. Eisenman considera que, alm de"Mentiroso"o personagem um traidor , porque foi aceito pelos comunitrios e desertou deles. O "Sacerdotempio" pertence ao templo seu representante, o representante do "SISTEMA" do Templo e apesar de 'mpio",no traiu nada e nem ningum.O "Sacerdote mpio" serve, tambm, como um Marco de datao , na hiptese de Eisenman : Se pertence ao

    Templo , o Templo ainda existia, o "Sacerdote mpio" agiu antes da destruio do Templo pelos romanos.Usando como base o "Pergaminho da Guerra", R.Eisenman arrazoa: ..."h referncias que s podem indicar aRoma Imperial e no a republicana, a Roma do sculo I A.D.Quais? Tropas romanas fazendo oblaes aos seus deuses. Josefos testemunha esta prtica nos seus livroshistricos, como anterior ao tempo da queda do Templo em 70 a.d. Na Roma Imperial o prprio imperadortornou-se deus e os seus smbolos passaram a ser impressos ( ou a sua imagem ) nos estandartes das suastropas. O "Pergaminho da Guerra" , "do Templo" e o de "Damasco", portanto, indicam a era herodiana.Retorno da controvrsia encontrada no "Preceito de Damasco": { O mpio o Sacerdote da Iniquidade, e oJusto } o Mestre da Retido...

    O MentirosoO Pregador de Mentiras, que desviou a muitos para construir sua cidade de vaidades com sangue e para levarao engodo toda uma congregao, fazendo com que muitos executassem um servio de vaidades para suaglria pessoal, e que ficassem impregnados pelas (obras) ilusrias, para que seu trabalho fosse vo, e para quefossem punidos com o fogo por terem vilipendiado e desrespeitado os eleitos de Deus"."Ai daquele que faz com que seus vizinhos bebam; que derrama seu veneno at embriag-los, para olhar seusdias de festa(::,15)". Interpretao: (Geza Vermes) - "Isto diz respeito ao "Sacerdote da Iniquidade" queperseguiu o "Mestre da Justia" at a casa do seu exlio para confundi-lo com sua fria venenosa".Focaliza a disputa entre o "Mestre da Justia" e o "Sacerdote mpio", j abordada no Documento de Damasco eacrescenta mais um personagem, o "Mentiroso". - "Eisenman demonstrou de forma efetiva que os ltimos (o"Sacerdote mpio" e o "Mentiroso"), no so a mesma pessoa. O "Mentiroso", ao contrrio do "Sacerdotempio", surge dentro da comunidade de Qumran, o "Sacerdote mpio" um forasteiro". Eisenman elegeu SoPaulo como o "Mentiroso" pela seguinte razo - "Foi penalizado por rejeitar a Lei da Aliana com Deus e porinstituir o culto a Jesus. Nos "Atos dos Apstolos" aparecem duas figuras poderosas e combatentes entre si:

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    Tiago = a Lei e Paulo = Nova Religio"O "Mentiroso" escarneceu da Lei no meio de sua congregao inteira, "tirou muitos do bom caminho" e criou"uma congregao baseada na falcia", "estava carregado de obras de logro."R. Eisenman prossegue - " O "Mentiroso" no ouviu a palavra que o "Mestre da Justia" recebeu da boca deDeus." - Eisenman justifica-se e relata que estas foram "exatamente", - "As transgresses pelas quais Paulo foiacusado nos "Atos" - transgresses que conduzem, no final dos "Atos", tentativa da comunidade contra a suavida." - O especialista ressalta a supersensibilidade de Paulo diante de acusaes de prevaricao e perjrio e

    cita 2 Corntios 11, 31, onde Paulo jura que - "O Deus e Pai do Senhor Jesus... sabe que eu no minto." - Paulose desespera e sente - " Um desejo obsessivo de se desculpar de acusaes implcitas de falsidade." - R.Eisenman.

    "As Eras da Criao" (4q180)Quando os Filhos dos Deuses se Divertiam com as Filhas dos HomensHershel Shanks, Presidente da Biblical Archeology Society, faz a apresentao de Ronald S. Hendel, daSouthern Methodist University, para escrever um dos captulos da sua coletnea - "Para se Compreender osManuscritos do Mar Morto" - ed. Imago - (coleo Bereshit). E inicia:"Este captulo mostra como os Manuscritos do Mar Morto so usados tangencialmente, como parte da soluo

    para um dilema bblico" (Hershel Shanks.Em seguida Hershel Shanks apresenta o exegeta Ronald S. Hendel e a sua "Brilhante e abrangente exegesedessa enigmtica histria".

    Admitindo que esta histria tem "escandalizado" os leitores da Bblia, Hendel acaba por parafrasear Hamlet -"Talvez existam mais coisas na Bblia do que sonha a nossa v filosofia". - Prosseguindo, no sculo XIX JuliusWellhausen queria anular esta histria escandalosa das pginas da Bblia - " um bloco errtico e fragmentado"-, mas o "bloco" continuou includo gerando as maiores controvrsias e, at hoje, no convencendo totalidadedos exegetas, sbios e especialistas do contedo das suas diversas verses explicativas.- "Os antigos comentaristas judeus e cristos tambm se mostraram perplexos com a passagem". - E RonaldHendel informa que a soluo encontrada por eles foi o clebre "dourar a plula", providncia seguida tambm

    pelos rabinos, que firmaram posio na interpretao e traduo da expresso bene ha' elohim, no admitindoque o seu significado fosse o de "Filhos de Deus", substituindo-a por "homens honrados" e esquecendo-se deque Elohim o plural de El - Deus -, portanto: Elohim teria sua traduo correta usando-se "deuses" e nohomens. O douto e consagrado sbio, o hngaro doutor e professor Geza Vermes no seu livro "Os Manuscritosdo Mar Morto" oferece a traduo atualizada do Manuscrito que narra esta to vexamosa histria: As Eras deCriao - (4Q180) encontrado na caverna 4 uma das cavernas mais frteis de Qumran.

    O texto ( fragmento)......... - " E a interpretao se refere a Hazazel e aos anjos que vieram ter com as filhas dos homens; e elasconceberam gigantes. E referente a Hazazel... e iniqidade, e faze-los todos herdar a maldade ... julgamentos e

    o julgamento da congregao..."-Qual a interpretao dada ao texto por Ronald Hendel? Por partes:1. - "Nefilim, literalmente, significa "os cados" - diz Hendel, todavia, no concordaram com ele os tradutores dohebraico que traduzem esta palavra como sendo proveniente da raiz "Naphal" que significa "descer ou cair parabaixo" e "Nephilim" com o significado literal de "os que dos cus desceram ou caram ou vieram para baixo,para a Terra".2. Comentando o texto como que - "sado de uma novela de sucesso" - Hendel prossegue - " Os Filhos de Deus(em hebraico bene ha' elohim) so conhecidos de vrios textos da Bblia Hebraica. Em J 1,6 e 2,1 os Filhos deDeus se apresentam a Jeohwah na divina assemblia celestial e, mais adiante, em J 38,7. Vemos que osFilhos de Deus estiveram ao lado de Jehowah na criao do mundo e ... Hendel vai citando a constncia dosFilhos de Deus na Bblia no salmo 89,7 e no salmo 29,1 e acaba por encontrar os Filhos de Israel. Como Israelno existia nesta poca, ele deduz, para ter as suas terras repartidas entre as doze tribos de Israel, o queHendel tambm admite, ele cita a "Septuaginta Grega", escrita no III sculo A.D. como sendo a traduo corretado texto original, original este do qual o autor no concede a identificao da fonte: Filhos de Deus e no Filhosde Israel, aceito como forma correta e o mais antigo texto hebraico conhecido do Deuteronomio 32,8, texto deQumran (fim do sculo 1 A.C. ao incio do sculo 1 A.D.) confirma esta correo: Filhos de Deus, comotraduo autntica. Hendel, na sua explanao ressalta o papel importante dos Filhos de Deus no AntigoTestamento desde a poca da Criao do Mundo", preservado nas tradies bblicas. E fornece, desta feita, oORIGINAL onde a Bblia Hebraica buscou os seus textos: textos canaanitas do sculo XIV A.C. gravados emescrita cuneiforme em tbulas de argila, descobertos na antiga Ugarit em 1928.-"Nos mitos, epopias e textos rituais de Ugarit, a expresso "Filhos de Deus" (bame ili ou bame ili-mi) ocorrecom freqncia. No panteo canaanita o deus principal EL... as razes canaanitas dos Filhos de Deus nospropiciam um vislumbre, na Antigidade, dessas figuras e tornam claro que se trata realmente de seresdivinos". - (Hendel)

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    E Hendel avana nos tempos recuando mais ainda no seio da antigidade, buscando a origem dos Filhos deDeus que causaram e causam ainda tanta dor de cabea. Os Fencios, tambm conheceram os Filhos de Deus(ou descendentes) de El (especulo VIII a VII A.C.). Rendido pela sua estafante pesquisa, Hendel encontra-secom Atra-Hasis, antes do Dilvio, na aurora dos tempos, na Babilnia, o No original ou seja: Atra-Hasisservidor dos deuses Enlil e Enki sumrios.Hendel afirma "acredito que originalmente, na primitiva tradio israelita, o motivo para o Dilvio tenha sido adestruio dos Nefilim. O fato de os Filhos de Deus se unirem sexualmente s filhas dos homens criou um

    desequilbrio csmico e uma confuso na ordem csmica. "O nascimento dos semideuses era uma ameaa estrutura do universo".Sua concluso: "As histrias continuam numa forma dialtica, gerando as oposies e resolvendo-as,esboando o tempo todo a transio de uma "natureza" mtica para uma "cultura" humana, de uma era quemque os humanos vivem nus e so imortais para uma era de roupas, mortalidade, trabalho pesado e naes - aera do mundo atual... Ema qualquer dos casos os semidivinos nefilim no mais existem no mundo presente.So os "cados"".

    Fragmentos de um Apocripho do Gnesis (1QapGen)1 sculo a.C.

    "E eis que ento eu pensei dentro de mim que ela tinha concebido por obra dos vigias celestes e que pelossantos ela (espao deteriorado, ilegvel)... e meu corao transformou-se dentro de mim a respeito dessemenino. Por isso eu, Lamek, apressei-me e fui Ter com a filha do homem, minha esposa e lhe disse: /... eu juropelo altssimo, pelo Senhor da Glria, pelo Rei de todo o Universo/... (que no aceitarei (?) o filho do cu atque me tenhas comunicado tudo com sinceridade / com franqueza di-lo, pois, e no com mentira / pelo Rei detodo o Universo./Resposta: De ti, o plantio deste fruto / e no de um estrangeiro qualquer, ou de algum "vigia ou filho do cu" /...Esta a histria da concepo de No e o Pe. Manoel Jimenez, como alguns dos especialistas, comenta: "Ofragmento narra precisamente o nascimento de No, insistindo com admirao no peso inacreditvel domenino. possvel ento que seja filho dos "gigantes" (sic) do cu (figuras quase lendrias que aparecem raras

    vezes na Bblia com o nome de Nefilim = gigantes)". O que nos diz o professor Geza Vermes? "A coluna II narrao manuscrito milagroso de No, cujo pai Lamec, suspeitava que sua mulher o enganara com um dos anjoscados: "Eis que eu ento pensei em meu corao que a concepo (devia)-se aos Guardies e aos Santos... eaos Gigantes... e meu corao estava perturbado dentro de mim por causa desta criana." -Pe. Jimenez foi aluno da "cole Biblique" e participou dos trabalhos da "Equipe Internacional", nos temposliderados pelo Pe. Roland de Vaux O.P

    Concluses sobre os Manuscritos QumranOs textos so preciosos para a compreenso do cristianismo primitivo

    A igreja primitiva se desenvolveu sobre solo judeu, em grau muito maior do que se supunha anteriormente

    Em nmero maior do que anteriormente se suspeitava, as crenas e prticas da "Igreja primitiva" no lhe eramexclusivas" - James Vander Kam.E Shanks conclui: "... dzias de livros e centenas de artigos foram escritos sobre a relao entre os textosQumran e o Novo Testamento. Uma das principais concluses de toda essa pesquisa que os primitivossistemas de doutrina e f crists no eram nicos".Exemplo: O Sermo da Montanha. Autor do artigo: Pe. Emile Puech, da cole Biblique de Jerusalm."A pesquisa moderna enfatizou as conexes entre os ensinamentos de Jesus e outros movimentos sociais eideolgicos da poca. Por outro lado, aquela combinao de idias em particular foi e continua sendo nica".Hershel Shanks.

    Quanto evaporao da "Hiptese Essnia":Norman Golb apresenta a sua hipteseCitando a descoberta de manuscritos semelhantes aos encontrados em Qumran na fortaleza de Massada e emoutros locais, a diversidade de assuntos dos textos muitos dos quais apresentavam costumes que os essnios

    jamais abraariam, como o uso de "patus'", descobertas arqueolgicas (posteriores) que revelaram vriasindicaes de que Khirbet Qumran era uma fortaleza. Quanto a este ltimo fato, os arquelogos descobriramevidncias comprobatrias de que a fortaleza foi invadida pelos soldados romanos em batalha acirrada. Golbapresenta ainda uma extensa lista de "CONTRASENSOS" para concluir: os Manuscritos Qumran pertencem Biblioteca de Jerusalm e a vrias outras bibliotecas da cidade santa: no foram assinados (exceo feita aosreferentes Bar Kochba), no possuam colophons (assinaturas e datas). Robert Eisenman concorda e vaimais alm: o povo de Qumran pertencia a um "Movimento Messinico Militante" e xenofbico da Palestina. OHebrew Institute assinala o livro de Gabrielle Boccaccini (U-Michigan) ano de 1998 - "Beyond the EsseneHypothesis", onde a autora afirma que Qumran no foi o centro do movimento essnio, ao contrrio, foi o localde um grupo extremista que se separou do bloco essnio/enochiano.

  • 5/24/2018 Os manuscritos do Mar Morto.pdf

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    Outras consideraes consideradas importantes:Quem foram:a) O "Mestre da Justia"b) O "Sacerdote mpio"c) O "Mentiroso"?Quase todos os autores pesquisados citam:

    Jacob Teicher - a) Jesus b) Paulo de Tarso c) Paulo de TarsoGeza Vernes - Os trs pertenceram ao perodo hasmonianoBrbara Thiering - a) Joo, o Batista b) Jesus c) Jesus. A teloga explica: devido a um problema surgido com onascimento de Jesus (contrariando a Lei) ele foi rejeitado por alguns hebreus como sendo um "bastardo" e oseu nascimento - mentira - (The man of the lie).Robert Eisenman - a) Tiago o Zadik (o Justo) como foi conhecido Tiago irmo carnal de Jesus Eisenmanescreveu um livro de quase mil pginas - "James the brother of Jesus" - comprovando a sua tese; b) Ans, osumo sacerdote, quem tramou a morte de Tiago; c) Paulo de Tarso.Gesa Vermes o nico que uniu o "Sacerdote mpio" e o "Mentiroso" em uma s pessoa."Fomos ensinados a olhar e no - a VER" - Henry Wilson.

    Esta frase se presta s mil maravilhas, para definir o que se passou durante todos estes trinta e oito anos deestudos dos "Manuscritos Qumran".

    Bibliografia:"The Dead Sea scrolls and First Christians""The Dead Sea Scrolls Uncovered""James the Brother of Jesus" - todos de Robert Eisenman"Os Manuscritos do Mar Morto - Prof. Geza Vermes"As Intrigas em torno dos Manuscritos do Mar Morto - Michael Baigent/RichardLeigh

    "Para se Entender os Manuscritos do Mar Morto - Hershel Shanks"Os Misteriosos Habitantes do Deserto de Jud - Pe. Manoel Jimenez (ed.particular)."The Orion Center for the study of the Dead Sea Scrolls - Hebrew University -Jerusalm.