pensamento sistêmico_final
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8/8/2019 Pensamento Sistmico_final
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Introduo
Para alguns, no se trata de pensamento sistmico, e sim de viso sistmica. Para
outros, pensamento holstico, ou pensamento ecolgico, mais amplo, ou
profundo, do que pensamento sistmico. Apesar de diferenas conceituais ou
apenas lingsticas, acreditamos que fazemos todos, parte da mesma comunidade, porcompartilhar princpios, (adaptao de Senge, A Quinta Disciplina, 2002) .
Analisando o modelo tradicional criado por Descartes para tentar explicar o mundo
verificamos que seu estudo possibilitou o desenvolvimento das cincias e o avano
tecnolgico. Descartes, tentando entender o mundo, chegou a um modelo
reducionista da realidade, dividindo o todo em vrias p artes isoladas. Ele acreditava
que ao se entender as partes, chegaria ao conhecimento universal. Esse modelo foi til
e possibilitou o desenvolvimento tcnico-cientifico, mas chegou-se a um ponto que ele
no era mais capaz de explicar seu objeto de estudo, pois despreza caractersticas
importantes que so intrnsecas ao conhecimento, por exemplo, a emoo. O
pensamento sistmico, que j existe de longa data, passou a ter maior expresso
justamente por ser capaz de explicar fenmenos mais complexos, onde varias reas do
conhecimento so abordadas e se completam formando um todo, explicando no
somente partes isoladas, mas tambm as relaes entre essas partes e a
interdependncia existente entre elas. Vamos ento, entender um pouco mais sobre
essa abordagem.
Abordagem Sistmica ou Pensamento Sistmico
uma teoria interdisciplinar que prope a interao entre as partes eliminando suas
fronteiras, promovendo uma viso mais abrangente, mais ampla expansionista1.Essa concepo de dependncia recproca de todas as partes, de interdependncia
entre elas, fez com que se chegasse concluso de que esses componentes no
podem ser compreendidos isoladamente, desvinculando-os de todo o conjunto. Tais
componentes tm caractersticas e funes prprias, particulares de cada um,
interagem uns com os outros, e por sua vez comunicam-se com o todo, que um
organismo, um sistema maior, mais complexo, que depende de cada parte para
sobreviver e que ao mesmo tempo sustenta-as.
Antigamente vrios ramos do conhecimento eram estranhos uns aos outros. Eram
especialistas, no se relacionavam, viviam no isolamento, imperava o reducionismo2.O reducionismo faz com as pessoas raciocinem dentro de jaulas mentais, como se
cada raciocnio estivesse dentro de um compartimento intelectual apropriado para
cada tipo de problema, (Chiavenato, TGA, 2002).
1Principio que sustenta que todo fenmeno parte de um fenmeno maior. O desempenho de um sistema depende de como ele
se relaciona com o todo maior que o envolve. CHIAVENATO, Idalberto. TGA, vol. 2. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.2 Crena de que todas as coisas podem ser decompostas e reduzidas em seus elementos fundamentais, simples. CHIAVENATO,Idalberto. TGA, vol. 2. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
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Agora tratam seus objetos de estudo como um sistema, orgnico, num fluxo contnuo de troca,
compartilhando informaes e conhecimento, visualizando o todo sem desprezar as partes.
Hoje no se pode mais pensar em administrar sem considerar a concepo de que cada
componente da organizao parte de um organismo maior, uma vez que uma pequena
mudana num dos elementos acarretar alteraes em toda a estrutura. Vejamos um
exemplo:
O automvel constitudo de motor, cmbio, suspenso, lataria e demais equipamentos que
funcionam como automvel somente em conjunto e simultaneamente, com suas partes
totalmente inter-relacionadas, interagindo o tempo todo com o objetivo de transportar
pessoas e objetos. Se uma dessas partes no estiver funcionando adequadamente, ento, todo
o conjunto o carro, tambm no ir funcionar. Este um exemplo simples, mas se
observarmos a nossa volta, identificaremos muitos mais.
Ento, como podemos trazer essa concepo da viso do todo para dentro das
organizaes e mais internamente, para dentro dos SI? Ora, vamos pensar
sistemicamente conforme observamos nos pargrafos anteriores.
Se pensarmos a organizao como um todo, se concebermos cada parte dela como
provedor de informao, e a necessidade destas circularem pelo todo por toda a
corporao, ento precisaremos de uma forma de receb-las, trat-las, process-las e
armazen-las em local seguro, disponibilizando-as posteriormente, mediante critrios
de permisso e acesso, conforme as necessidades de cada rea, uma vez que a
organizao deve exercer certo controle dessas informaes por questes de
segurana e risco do negcio, permitindo s reas o acesso apenas s informaes
pertinentes s suas funes e ao desenvolvimento de suas tarefas.
Contudo, as empresas no mais esto afixadas em um nico local, esto distribudas,dinamizadas pelos continentes globalizadas, seja fisicamente ou virtualmente esta
ltima, hoje, muito mais disseminada. Ento, essa troca de dados entre as partes
requer agilidade, confiabilidade e segurana. E para tal, a tecnologia se faz
imprescindvel. Porm, isso s foi e possvel graas inveno do computador. Sem
ele seria impossvel administrar as corporaes e, com efeito, prover e abastecer os
diversos setores da empresa com informaes apropriadas para agirem.
O computador possibilitou gerir uma variedade enorme de produtos, processos,
clientes, fornecedores, empregados e com isso, criar sistemas integrados de
informao, permitindo s organizaes lidar com nmeros e negcios cada vezmaiores simultaneamente, a custos menores, com maior rapidez e confiabilidade,
(Chiavenato, TGA, 2002).
O exemplo a seguir mostra como o computador facilita esse processo de coleta,
tratamento e armazenamento de informaes.
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y Entrada de dados cadastro de clientes, de fornecedores, de parceiros.y Processamento tratamento, transformao.y Sada resultado da transformao, armazenamento e manuteno, banco de
dados.
y Retroalimentao, feedback3 atualizao desses dados.A rea de Marketing pode valer-se do CRM (Customer Relationship Management), ferramenta
que gerencia o relacionamento do cliente com a empresa. Os profissionais da rea de
marketing a utilizam para conhecer melhor o cliente e com isso desenvolver produtos e
servios personalizados ou para um pblico especfico, gerando valor nessa cadeia de
relacionamento para a empresa e para o cliente. Isso possvel porque o Marketing relaciona-
se com os demais setores produtivos da empresa colhendo as informaes necessrias para
tomar decises mais assertivas. Um SI atuante, atualizado, permite s reas atitudes mais
geis, mais concretas e mais duradoras.
Concluso
Ao analisarmos a abordagem sistmica, observamos que sua prtica essencial nas
organizaes que desejam permanecer vivas e atuantes, uma vez que no podemos
desprezar as caractersticas individuais de cada ser, de cada parte, de cada elemento
inserido no todo, mesmo que esse todo no seja necessariamente uma organizao
formal, com todas as suas reas e dependncias, pode ser mesmo o nosso dia-a-dia. Se
pensarmos que estamos instalados no todo, representado pelo planeta Terra,
perceberemos que nossas atitudes afetam os demais e somos afetados por estes, que
por sua vez impactam o mundo e, inevitavelmente, retorna para todos ns. Ento,
pense em seu comportamento e suas aes, pois elas voltaro para voc um dia. Pense
nisso. Pense sistemicamente.
Bibliografia
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administrao. 6. ediao. Rio de Janeiro: Editora Campos, 2002.
ANDRADE, Aurlio L. at AL. Pensamento sistmico. Porto Alegre: 2006.
SENGE, Peter M. A quinta disciplina. 11 edio. So Paulo: editora Best Seller, 2002.
3Procedimento que consiste no provimento de informao a uma pessoa sobre o desempenho, conduta ou
eventualidade executada.