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PERCEPÇÃO DOS PACIENTE S, SEM CAPACIDADE PARA AUTOC UIDAR- SE, BR E A OPERACIONALlO DO BANH O NO LEITO NON-ÇILLED PATIENTÇ fOR ÇELCARE ON BATH IN BED ORATION PERCEPTION Carmen Luci Rodrigues Lopes 1 Maria Alves Barbosa 1 Maria Eunice Medeiros T eixeird Rosemeire Vieira P. Aquino 1 RESUMO: Estudo descritivo com abordagem qualitativa realizado nas unidades para tratamento médico-cirúrgico e ortopédico, com o objetivo de verificar e discutir a aceitação/rejeição/satisfação pelo banho no leito, partindo das percepções dos próprios pacientes. A população constitui-se de pacientes sem possibilidades de autocuidar- se. A entrevista semi-estruturada e observação di reta foram utilizadas para a colet a das informações. Através dos relatos podemos verificar que as percepções dos pacientes sobre o banho no leito foram diversificadas, considerado desagradável e constrangedor para uns enquanto para outros indi spensável. Aspectos quan to à qualidade de água, sabão, morosidade dos enfermeiros e um relacionamento mais humanizado foram também descr itos. UNITERMOS: Higiene corporal - Percepção do cli ente - Cuidado de enfermagem INTRODUÇ Ã O O interess e em realizar esta pe squisa decor reu do fato de verificaos grande controvérsia sobre a operacionalização do b anho no p aciente sem capacida de para autocui dar-se. O pacient e com sua s atividades restritas pa ssa a depend er de outrem para sua hig iene corporal, o que ind iretamente ameaça sua auto-est ima. A higiene corpo ral é uma necessida de humana básica da maior impoância, princi palmente para as pessoas que ne s sitam de repouso absoluto, sem capa cidade para locoover-s e. O banho, além do s eu pro pósito de lim peza, pode ser ain da refrescante, estimulant e e confoante. 1 Enfermeiras docentes da Faculdade de Enfermagem e Nutrição da Universidade Federal de Goiás. n 259 R. Bras. Enferm. Brasília, v. 49, n. 2 p. 239-258, abr.l jun . 1996

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PERCEPÇÃO DOS PACIENTES, SEM CAPACIDADE PARA AUTOCUIDAR­SE, SOBRE A OPERACIONALlZAÇÃO DO BANHO NO LEITO NON-ÇI(ILLED PATIENTÇ fOR ÇELF-CARE ON BATH IN BED OPERATION PERCEPTION

Carmen Luci Rodrigues Lopes1

Maria Alves Barbosa1

Maria Eunice Medeiros Teixeird Rosemeire Vieira P. Aquino1

RESUMO: Estudo descritivo com abordagem qualitativa rea lizado nas unidades para tratamento médico-cirúrgico e ortopédico, com o objetivo de verificar e discutir a aceitação/rejeição/satisfação pelo banho no leito, partindo das percepções dos próprios pacientes. A população constitui-se de pacientes sem possibi l idades de a utocuidar­se. A entrevista semi-estruturada e observação direta foram util izadas para a coleta das informações. Através dos relatos podemos verificar que as percepções dos pacientes sobre o banho no leito foram diversificadas, considerado desagradável e constrangedor para uns enquanto para outros indispensável . Aspectos quanto à qualidade de água, sabão, morosidade dos enfermeiros e u m relacionamento mais humanizado foram também descritos.

U N ITERMOS: H igiene corporal - Percepção do cl iente - Cuidado de enfermagem

INTRODUÇÃO

O interesse em real izar esta pesquisa decorreu do fato de verificarmos grande controvérsia sobre a operacionalização do banho no paciente sem capacidade para autocuidar-se .

O paciente com suas atividades restritas passa a depender de outrem para sua h ig iene corporal , o que indiretamente ameaça sua auto-estima. A higiene corporal é uma necessidade humana básica da maior importância , principalmente para as pessoas que necessitam de repouso absoluto , ou sem capacidade para locornover-se . O banho, além do seu propósito de l impeza, pode ser ainda refrescante , estimulante e confortante.

1 Enfermeiras docentes da Faculdade de Enfe rmagem e N utrição da U n iversidade Federa l de Goiás.

n 1::1 259 R. Bras. Enferm. Brasí l ia , v. 49, n . 2 p. 239-258, abr.l j u n . 1 996

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Fuerst ( 1 977) , Horta ( 1 995) , Araújo ( 1 980) enfatizam que o banho, além de oferecer a enfermeira uma de suas maiores oportunidades para conhecer seu paciente, identificar seu estado emocional , suas necessidades, possibi l ita , também, verificar as condições da pele , áreas que estão sofrendo pressão, além de ouvir queixas de dores e desconforto. Reforçam também que a h ig ienizacão da pele é de grande val ia para o organismo humano.

Entendemos que a oportunidade do paciente poder expor à enfermeira seus problemas é psicologicamente confortável , enquanto a simpatia e a suavidade manifestada através de suas mãos também o confortam.

Assistir em enfermagem, na visão de Horta ( 1 979) , é fazer pelo ser humano tudo aqui lo que ele não pode fazer por si mesmo, ajudar ou auxi l iar quando impossibi l itado de se autocuidar.

A ciência da enfermagem compreende o estudo das necessidades humanas básicas , dos fatores que alteram sua manifestação e atendimento, e a assistência a ser prestada. Tem como princípio básico o respeito à un icidade, autenticidade e ind ividual idade do paciente.

Nos pacientes acamados, normalmente existe uma série de necessidades básicas afetadas, as quais na maioria das vezes exigem a assistência sistematizada de enfermagem a fim de satisfazê-los, e uma série de cuidados objetivando evitar complicações .

As razões para a imobi l ização no leito podem ser variadas e, segundo Silveira ( 1 976) , pode ser física , emociona l , social e intelectual .

Seguindo o mesmo pensamento do autor, o presente trabalho enfoca os aspectos da imobi l ização fís ica , ou seja , a restrição ao leito por trauma ou doença , ou devido à terapêutica e manutenção das funções vita is , através de aparelhos mecânicos, mon itores card íacos, respiradores, sondas, catéteres, aparelhos gessados, entre outros.

Clarke ( 1 986) refere que a manutenção da hig iene corporal do paciente acamado é importante por várias razões . Em primeiro lugar, sob o ponto de

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vista de se evitar infecção cruzada ou do próprio p�ciente, por estar mais vulnerável a doenças. U ma segunda razão, que não pode ser desprezada, é contribuir para a manutenção do conforto e auto·estima do paciente .

Nossa responsabi l idade na ajuda ao paciente em dependência total é de extrema importância; no entanto, é algo d ifíci l e del icado pois o indivíduo, em situação de dependência , está sujeito às mais variadas reações , o que pode muitas vezes impossibi l itar um relacionamento eficaz.

Para Elhart ( 1 983) , Hornemann ( 1 977) não existe área que a enfermagem possa contribu ir tanto para proporcionar conforto e favorecer a adaptação do que proporcionar cu idados higiên icos . A prática da h ig iene corporal constitu i uma parte vital da interação entre o enfermeiro e o doente .

Considerando o aspecto psicológico e emocional deste cuidado, Carvalho citada por Ogasawara ( 1 989) constatou que intrusão física e visual no espaço pessoal do paciente hospital izado acamado, durante o banho no le ito , gera ansiedade . Neste aspecto , ele é considerado uma situação desagradável .

No nosso entendimento , este cuidado se torna desagradável pelo fato de que a maioria dos enfermeiros, durante ações que já se tornaram rotineiras , não observa a ansiedade gerada pela intrusão no espaço pessoal do paciente .

Clarke ( 1 986) enfatiza que a maioria das pessoas em nossa sociedade valoriza a higiene pessoal , como aspecto importante na maneira pela qual se apresentam aos outros , qualquer queda nos padrões de aparência enquanto no hospita l pode causar embaraço ou mesmo depressão severa . Por outro lado , uma minoria dos pacientes normalmente prefere não tomar banho com freqüência . Esta atitude negativa , a lém de causar risco de uma infecção cruzada, a inda poderá causar desconforto fís ico , d im inuição da importância dada à auto· imagem ou provocar rejeição pelos outros .

O banho e os demais cuidados h ig iên icos são rituais importantes em todas as cu lturas , no entanto , conta ainda com uma l iteratura bastante l im itada. Ao se procurar conhecer a real idade concreta do banho no leito , o que se buscou no presente trabalho foi apreender as percepções dos pacientes submetidos a este procedimento, a percepção que têm do fato de estarem sendo cuidados por um profissional de enfermagem e as deficiências e d ificu ldades apontadas por eles em relação ao procedimento executado.

Acreditamos que só a parti r da identificação destes problemas podemos propor mudanças no sentido de uma melhor qua l idade de assistência . Portanto , este trabalho tem como objetivo :

- Discuti r a aceitação/rejeição/satisfação pelo banho no leito , partindo das percepções dos próprios pacientes .

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METODOLOGIA

As percepções dos pacientes que se submeteram ao procedimento técnico , banho no leito , constituíram-se em objetos centrais deste estudo. Optamos pela real ização de um �rabalho de campo, de natureza descritiva com abordagem qual itativa .

O estudo desenvolveu-se em um Hospital-Escola, localizado em Goiânia­Go. , no período de 1 9 de junho a 1 9 de ju lho de 1 995.

Foram sujeitos do estudo 20 pacientes com dependência total internados nas unidades médico-cirúrgica e ortopédica do referido hospital e que se submeteram ao procedimento banho no leito.

A coleta de dados foi realizada pelas pesquisadoras e o instrumento uti l izado foi entrevista individual real izada na própria enfermaria , através de um rotei ro com perguntas abertas, o qual permitia ao informante maior flexib i lidade de suas informações. Aspectos éticos, tais como sigi lo e autorização para uti l izar os dados, foram observados. Os dados foram anal isados de forma descritiva de acordo com a percepção e opinião dos pacientes.

CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

Os sujeitos do estudo pertenciam à faixa etária entre 1 8 e 70 anos. Alguns não eram alfabetizados , outros possuíam 1 ° Grau completo , havendo ainda aqueles que cursaram o 2° Grau e que possuía n ível superior. Todos encontravam-se acamados, com dependência total , conscientes, capazes de se comun icar e manter conversação, condição de importância básica para apl icação da entrevista .

AS PERCEPÇÕES

• O QUE SENTEM OS PACIENTES EM RELAÇÃO À NECESSIDADE DE

TOMAR BANHO NO LEITO.

Através dos relatos dos pacientes , pode-se verificar que, assim como constatado por Ogasawara ( 1 989) , as percepções sobre o banho no leito foram d ivers ificadas . O procedimento foi considerado desagradável e constrangedor para uns , enquanto que para outros era ind ispensável .

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- ��ae.-n /7U c/d CJ- tI'� tf � nu:í6. �/bJ.1e a ���tá cndúkJ.. ��

Os pacientes acamados, com dependência tota l , necessitam de muita compreensão porque, a lém das condições físicas afetadas , existem os fatores emocionais e psicossocia is que também necessitam ser atend idos . Ressalta-se ass im o valor da i nteração enfermeiro/paciente em relação ao procedimento .

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Cada pessoa tem suas características próprias que a d iferenciam das outras . Como p rofiss ional e ser humano , o enfermeiro não pode estar alheio ao comportamento verbal e não verba l do paciente no processo de interação.

As constatações de que os pacientes hospita l izados , salvo raras exceções a p resentam-se ansiosos temerosos e às vezes depri m idos durante a hospital ização reforçam a necessidade das boas relações i nterpessoais que se deve estabe lecer entre enfermeira e pacientes .

De acordo com Dugas ( 1 97 1 ) , a h ig iene sendo um hábito m uito pessoa l , as i nformações deve m ser dadas com mu ito tato para não feri r a susceptib i l idade do paciente .

A refe rê nc ia de de sconforto provocado pelo banho dado por um profiss ional foi com u m e ntre o s pac ientes entrevistados ; contudo, devido à sua situação de aca m a d o s e a part i r d a s i nfo rmações recebidas , a lguns acabaram se conform a n d o :

- Jfl'ão jU'"jter: nualo dz t&'Ú0 ma.1 a /Zecejjit:láde /Wj 06t;pa. "

- Jt'ck/ ejtFa/�, aceder: riem-� .,Já ter �j� o tfCU1k em- evdn7.J

j/.znu�j. " - 'rg' 1tt6 eu �jjO foer je eu /UÚ1- aha. conta.9 "

Percebemos o valor da i nteração enfermeiro/paciente em relação à I nformação quanto ao seu tratamento , ter a lguma noção a respeito do que será feito Os esc larec imento s , segundo Teixeira ( 1 99 1 ) , na maioria das vezes são fáce i s de serem transm it idos e reduzem bastante a apreensão do paciente . G e ra l m e nte o banho n o le ito é encarado como uma situação crítica . Mu itos pacientes vaci lam q uando na dependência de outros . Vaci lará e parecerá confuso e ans ioso, protestando contra esta dependência .

A aceitação do banho esteve presente nas fa las de a lguns pacientes deste estudo :

- 'g? nualo tfom, ah. /etI0 1tt6 ejtou, ti' a m.el%or C<%".1a 1tt6 //Ze arA'Jntece. - 'g? tfom, ti' re/Jejoanfe, elejam,ja mado o CClf�.

"

Enquanto outro até desejava que lhe dessem banho:

- ';W�/ tXJnZ, natrva/úÚuz'é, /UÚ1- je/Ú/ oe�tÁa, .,Já /UÚ1- a.pumtaua ntat".1 ele tNJ/ÚacIe ele tom-or tun tf�. "

Os depoimentos acima reforçam nossa crença de que a preparação do paciente antes do banho deve ser feita de modo eficiente , abrangendo aspectos tanto técn icos como emociona is , considerando sua ind iv idual idade.

• PERCEPÇÃO DOS PACIENTES A RESPEITO DO PROCEDIMENTO

A maneira pela qual atua lmente é executado o banho, no leito nem sempre

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proporciona o bem-estar esperado , principa lmente aos pacientes acamados que necessitam desse procedimento sucessivamente. ( Vinha, 1 993) .

Os posicionamentos dos sujeitos durante a entrevista confi rmam que o procedimento banho no leito não é o idea l , entretanto consideram-no necessário .

- Yt.m jef fZ nuttUk d.z j1fietm, não Ifmpz bt"t� pt".1 jef .ft41jfZ o cuw. "

- Jlíão tkjcan.1tz, maiJ é od/úk:,�".1 tk �ud� jl;rma Ifmpz. " - 9fejkjCtZ, maiJ não Ifmpz t'em. ./fíão jfZtt"�A; tota.//nente. g nu/%op

CCJm o t'a:mfa. ?«e jem. " - '-g um t'a:mfa. ,Ú/�, CCJm � � nw..1 jtZt/Jfo. (2't.Ul/UÚJ. ternumz

,/d ejtoa CCJm cdN'. " Contudo, a diversificação do posicionamento dos pacientes quanto ao

procedimento banho no leito já era esperada , que as ações do enfermeiro devem ser moldadas a ind ivíduos e s ituações. A escolha do método adequado é essencia l .

• O QUE DEVE SER MELHORADO EM RELAÇÃO AO BANHO.

Atividades consideradas rotineiras , ta is como o banho, podem ser reformu ladas ou adaptadas.

Quanto ao banho, alguns autores , como Vinha ( 1 993) ; Clarke ( 1 986) ; Ogasawara ( 1 989) , já se preocuparam em torná-lo um dos melhores momentos do dia para o paciente acamado.

Entretanto , de acordo com verbal ização dos pacientes, poucas modificações podem ser feitas neste procedimento

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De acordo com 8runner & Suddarth ( 1 977) , o relacionamento terapêutico é estabelecido quando o paciente percebe que é valorizado como pessoa . A enfermeira pode melhorar sua prática adotando uma assistência humanitária , demonstrando interesse e calor humano, pe lo ind ivíduo como tal .

O reconhecimento desta responsabi l idade trouxe consigo a consideração de que as relações interpessoais constituem a essência da função da enfermeira , e a certeza de que para cumpri- Ia bem e la precisa ter suas habi l idades interpessoais desenvolvidas suficientemente para que se s inta capaz de trabalhar com os pacientes em s ituações terapêuticas (Mendes , 1 994) .

Apesar do banho ser desejado pelos pacientes, Atkinson & Murray ( 1 989) lembram que o tipo a ser oferecido é quase sempre decidido pela enfermeira .

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Quanto a isto , Henderson ( 1 989) ; Elhart ( 1 983) afi rmam que, ao dar o banho no leito , não se deve deixar de imerg i r as mãos e os pés do paciente assim como remover o sabão da pele de forma completa .

Detectamos que a não observância destes pontos foram situações que também desagradaram os pacientes , visto que é um dos d i reitos deles receber uma assistência segura e eficiente e que, nesse contexto, a enfermagem deve d iscuti r e preocupar-se com a eficiência na execução dos procedimentos prestados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resu ltados revelaram que o banho no leito, apesar de ind ispensável , foi

considerado desagradável e constrangedor para maioria dos pacientes que participou da população do estudo.

Entre as principais percepções expl icitadas pelo g rupo quanto ao procedimento banho no leito, ressaltam-se: "refresca mas não l impa bem" , "não satisfaz totalmente" , "não gostou da idéia, mas foi o jeito aceitar" , "o banho é ótimo, descansa muito o corpo. " Ressaltaram também que deve ser usada maior quantidade de água e o sabão deve ser reti rado melhor do corpo .

I sto denota que, apesar de cons iderarem o banho necessário , os pacientes a inda não se sentem à vontade. cabendo ao enfermeiro maior empenho nas suas atividades de preparo do banho no leito , tanto em relação à equipe de enfermagem como em relação ao paciente .

No mundo dos " m icrosofts" , do desenvolvimento cada vez maior de tecnologias de ponta , observamos que ações s impl ificadas, de baixa tecnolog ia , podem trazer conforto, segurança, satisfação, ân imo e melhora do paciente.

ABSTRACT: Descriptive study with qual itative approach performed on the medicol surgical and orfhopaedic treatment units with the objective of verifying ano discussing the acceptance/rejection/satisfacfion of bath in beo from the patients themselves Rerceplion. The population is composed of self-care non-ski l led potients. The semi-structured interview ond direct observation hove been used for data col lecting. Through reports, we hove been able to verify that patients perception on bath In bed were diversified, considered disagreeable and constraining by some and indispensable by others. The aspects on the water qual ity, soop, nurses s lowness and more humanised relationship have 0150 been de5cribed.

KEYWORDS: Body hygiene - Self-care - Perception - N ursing core

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