photonotes versão final
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Prazeres, Macacos, Borel, Urubu e RocinhaTRANSCRIPT
uma estratégia de educação e
O O Mapeamento de Riscos Socioambientais é uma iniciativa do UNICEF, desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), em parceria com o Public Laboratory for Open Technology and Science (PLOTS). A iniciativa contribui
para o desenvolvimento do olhar crítico de adolescentes residentes em favelas cariocas no que se refere aos problemas ambientais, de mobilidade, habitacionais e estruturais das comunidades onde vivem. O projeto fortalece a gestão participativa, ao aproximar os representantes públicos dos problemas identificados por moradores, a partir da visão dos adolescentes e dos jovens, tornando as políticas públicas mais efetivas. Estabelece a partir de tecnologias digitais, naturalmente mais próximas de adolescentes e jovens, um conhecimento local mais preciso e conectado entre os atores locais e as políticas públicas.
“Reduzir desigualdades e promover equidade é fundamental para garantia de direitos de crianças e adolescentes que residem nos centros urbanos” (UNICEF, 2012)
A ação começou a ser desenvolvida em agosto de 2011, quando foi realizado o “Treinamento dos Treinadores” pelas equipes do UNICEF e PLOTS. Essa capacitação contou com representantes do poder público e outros órgãos que têm ingerência sobre as áreas de emergência e prevenção de desastres ambientais, como Defesa Civil, GeoRio, Rio Águas, Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, além de líderes comunitários e adolescentes residentes nas comunidades. A primeira etapa vem sendo implementada pelo Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS) e representantes do poder público, que compõem um grupo de acompanhamento do projeto. A equipe do Innovative Support to Emergencies Diseases and Disasters (InSTEDD) está prestando assessoria técnica para aprimoramento do aplicativo utilizado no celular.
O adolescente/jovem
O ponto de partida
construção compartilhada
Cinco comunidades foram estrategicamente escolhidas para fazer o Mapeamento. Além de serem participantes da Plataforma dos Centros Urbanos, essas localidades sofreram grandes danos nas chuvas de abril de 2010, somando dezenas de mortes e
deixando casas destruídas, ou seja, são comunidades vulneráveis em relação às temáticas trabalhadas por essa iniciativa. São elas: Morro dos Prazeres, Morro dos Macacos, Morro do Borel, Morro do Urubu e Rocinha.As dos adolescentes e jovens visam conjugar teoria e prática durante o processo em que são trabalhados, de forma conectada, quatro pontos principais.1 - Adolescentes e jovens os conceitos de vulnerabilidade, susceptibilidade, meio
oficinas de formação
discutem e apreendem
3. O grupo organizado sai em um para marcar com o celular os pontos debatidos em sala e compor o roteiro produzido com as imagens mapeadas. É um momento de aprendizagem ativa, em que o conhecimento passa a se
materializar pelas mãos e o olhar crítico dos adolescentes e jovens. 4 - Em seguida, é apresentada ao grupo a p o s s i b i l i d a d e d e utilizar uma conhecida brincadeira –
Eles a p r e n d e m a
confeccionar com garrafa pet, barbantes, fita adesiva, presilhas e anzóis a cápsula protetora da câmera utilizada para o mapeamento aéreo. Esta etapa prioriza o trabalho em equipe, já que para que a pipa suba é necessário o trabalho simultâneo de pelo menos três jovens.
tour na comunidade
a pipa – como instrumento de mapeamento.
Mapeamento de Riscos Socioambientais Guiado pela
dos centros urbanosmelhoria de condições de vida de crianças e adolescentes
Adolescência e Juventude:
liderando o mapeamento
ambiente, desastres, riscos à saúde, direito a moradia adequada, acessibilidade e mobilidade, além de fomentarem um debate sobre a cidade, a comunidade onde vivem e condições das moradias.2 - Elaboram que contemplam as diferentes percepções sobre os temas e os conhecimentos adquiridos no primeiro momento da oficina. Neste momento, um grande debate se estabelece sobre os problemas socioambientais que existem nas comunidades onde moram e os efeitos destes em relação às famílias, suas crianças e adolescentes. A visão do adolescente e do jovem passa a se concretizar no processo de construção do conhecimento local.
roteiros de mapeamento
Os mapas construídos se tornarão de domínio público e as comunidades poderão fazer o advocacy diretamente com os órgãos competentes. A disponibilização desse material permitirá que todos acompanhem os processos de mudança e melhoria dentro das comunidades. Serão realizados seminários e encontros temáticos periódicos com a participação da gestão pública. Essa iniciativa se integrará diretamente, por meio de transferência de tecnologia e processo de educação comuni tá r ia e ambienta l , aos p rogramas governamentais já existentes nos territórios, tais como: Programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP Social), Instituto Pereira Passos, os Núcleos de Defesa Civil (NUCEC), da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, e outras iniciativas intersetoriais existentes, que manifestem interesse de contar com o recurso potencial da estratégia (como Núcleos de Saúde Escola – Comunidade – NSEC). Adolescentes integrantes da Plataforma dos Centros Urbanos e da Rede de Adolescentes Promotores da Saúde (RAP da Saúde), da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, estarão diretamente envolvidos liderando o mapeamento digital realizado nas comunidades em que estiverem atuando.
Como toda a coleta de imagens, depoimentos e impressões realizadas os pontos são colocados no mapa de acordo com o roteiro que criaram.
Do mapeamento à açãoA elaboração de um Plano de Ação para redução e/ou solução dos problemas identificados é composto por dois eixos complementares: ações de mobilização da comunidade e de atuação efetiva do poder público.
O mapeamento é realizado em duas etapas, utilizando duas tecnologias diferentes e
complementares.
A pipa é utilizada para realização do mapeamento aéreo, que visa observar problemas em áreas mais abrangentes, como queda de encostas, ou ainda, localizar áreas aonde as pessoas
n ão c on seguem chega r em segurança, como rotas de fuga, no caso de desastres. Uma câmera com o modo contínuo acionado é acoplada à pipa. Enquanto a pipa sobe, a câmera vai capturando as imagens – quanto mais alto ela subir, maior será a área de abrangência da fotografia. Já de volta ao chão, essas imagens são baixadas direto para um site público c h a m a d o “ M a p M i l l ”
).Uma das vantagens dessa ferramenta é mostrar imagens atualizadas do território, produzidas diretamente pelos adolescentes e jovens envolvidos. Essas imagens são mais
atualizadas do que as dos satélites disponíveis. O programa possibilita fazer montagens e colagens das imagens produzidas, como a montagem de um quebra-cabeça.
(www.mapmil.org/sites
As informações geradas pelo mapeamento digital são disponibilizadas para conhecimento de todos os envolvidos, em especial a comunidade e os órgãos públicos. O mapeamento deve ser contínuo e, dessa forma, gerar informações para a prevenção voltada ao desenvolvimento de programas e políticas públicas integradas, a redução de riscos socioambientais e para a proteção em caso de desastres. A iniciativa conta desde o início com a participação de representantes do poder público das áreas da defesa civil, da saúde e do desenvolvimento comunitário.
O mapeamento com celular é utilizado para identificar problemas pontuais, como vazamento inapropriado do lixo, fiação elétrica solta, buracos na rua, cruzamentos perigosos para pedestres, inacessibilidade para pessoas com deficiência, entre outros. Ele é feito por meio de um aplicativo instalado no aparelho, o UNICEF GIS, que faz a localização do problema por meio do GPS, tira fotos, faz vídeos e t e m u m e s p a ç o p a r a comentários, sendo todo o processo realizado por jovens residentes das comunidades e, portanto, já conhecedores do território em que habitam. Os mapas estão temporariamente no endereço eletrônico:
http:\\locast.mit.edu/unicef.
O celular
Perspectivas
A pipa
c m ad o P d ram
A o unid e d s razeres foi atingida u ente por
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d as es caus o pelas chuvas d ab il e 010, res ltando
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as i o Vo co erar ara m ui es e
lixo s m acumulad . u op p di in r s
ob a
pr lema”, afirmou Cássio Soares da Silv , de 16 anos.
ap me n U u u a nt e no di s , 3 de ver ir 2 1
O m ea nto o r b co ec u s a 2 e 4 fe e o de 0 2
o i fo c e 0 0 u ame o de r a qu
A c mun dade i pal o, m 2 1 , de m desliz nt te r s e
a u rande p te da c mu dade o c h ras s r nc
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sli nto u s ru is 5 c a . O l a do u
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raç o qu a r a p átic d r s e e ve o po o
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e o o para s jo ns ar ipan s da ficina p i ip nte
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e s q e aju a am na e a ua ão e p esen i r m s a nto
la o fo xp iê ia e diaram o b so re pe c pç
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is ode r c . O p de tac u imp tâ i de mplia a c nsc ê ia o laç o
gru o s o a or nc a a r o i nc da p pu ã
o r r c s de s a nto i d e te s e s b e imp rt ia e
s b e is o de liz me a n a xis nte o r a o ânc d
s a e ade ado do l xo p ar vias r ita / u ac mu
de c rt qu i ara evit inte d das e o ú lo de
lix na e o ta . A vis aliz ão lixo na e o ta e s na
o s nc s s u aç do s nc s s viela ,
r e ã s a o sc e o e de q o nid de po a
pe c pç o do d le ent s e j v ns, impe ue a c mu a ss
o trar us p nto si i s e e fo a, r x r c do M rr
m s se o s po t vo , d sta rm ap o ima a idade o o
do U u u. A o i ais l mdar o jo n a s ntir m
r b c mun dade m i pa também aju á s ve s e e
gul o c l o ram up o l manife t u o s jo
mais or h do lo a nde mo . O gr o l ca s o de e de
c ã de c o rativa tu m s s nt . P d nhe er
riaç o uma o pe para ris o u te ável “ u e co c
no s gar s o n e p o e se m
vo lu e da c mu idade , de ois d qu vi, me nti ais
er nc nte a e em u vis ir as ir , uito
p te e la. T os ma ta do Rio de Jane o qu e inte o m
b ni a. s ar a e ss as d fo s vis e ara vê , o
o t Eu go t i qu pe o e ra no itass m p -la e iss
a nda ara om ” uge i r Go o B rbosa, 1 s
tr ria re p a c unidade , s r u Jo rana d y a 5 ano .
o o d a s t c p ra m in s e in s
No M rr os Mac co , par i i a m 24 en o men a ,
tr e 22 n s n 8, 2 e 2
en e 13 a o , os dias 1 0 e 22 de outubro d 011. Um
d s em ma o r d s ua t d e d ix n
o probl as is bse va o foi a q n i ad e l o os
ra c s e s e n o e ra a h ux a g
bar n o vala , ntupi d at p l ando o fl o d s á uas
d h a en an o c d s str . s c n i s
as c uvas, um t d o ris o de e a es As má o d çõe
i s c t õ s t d r sco s f m a s
de morad a e da ons ruç e razen o i s à a íli s e a
d f n s a p e n a d d r p r a o
e iciê cia n r se ç o po e úblico em el çã aos
erviço im za sa me e a t ã a f ra
s s de l pe , nea nto h bi aç o t mbém o m
o r da bse va s.
Pa n A o a o s e j ven t a
ra o Pla o de çã , os d le centes o s des ac m a
i t d uma ç t c a n r t r s co itá i
mpor ância e a ão ar i ul da e t e os a o e mun r os
o çõ mo d r s o s ó s p c s A um s a es
(ass cia es e ra o e ) c m o rgão úbli o . lg a çõ
s e i a r : e li r i s ra o d li çã d
ug r d s fo am r a za nten o t balh e mobi za o e e
t da s t za a le t a o ula o ei a de
aumen o con cien i ção p ra a r ar p p çã a d x r
co t r a n e d t a e De s vil r
ns ruir em á e s i t r i ad s p la fe a Ci e para de jogar
ix a co sl o n s en sta .
O Mapeamento do Borel aconteceu nos dias 14 e 16 de dezembro e identifico dentre as ca sas de construção m áreas inadequadas as
u uedificuldades de acesso a programas habitacion is que permitam
aconstruções mais planejadas, além de descarte inadequado do lixo or parte da população oferecendo riscos à saúde e a meio
p
oambiente. O Plano de Ação do Bor l c ntemplo propostas como a criação
e o ude programas de c édito facilitado para a aquisiç o de imóveis em
r ãlocais mais seguros, espe i l ente pa a a população que vive em
c a m ráreas de risco. Também foi proposta açõe de educaçã a biental,
s o m
enfatizando os riscos socioambientais, especialmente para o público infantil. “As crianças prendem fácil e perturbam os pais.
aUma criança é capaz de modificar o comportamento de seus parentes. E, o mais imp rtante, vai cre cer já saben o o que p de e
o s d oo que não deve fazer para manter toda a sua vizinhança segura”, avaliou Iuri Pereira, 14 anos.
Morro do Borel
o in aR c h
o oMorr d Urubu
N R ci h , a a to f i r a i a o n s d a 27 e 2 d ev e r ° de r ea o n a o m pe men o e l z d o i s 8 e f er i o e 1 ma ço d
1 co to co r ci n d Red d d l sce tes r mo r d úd ( P d 20 2 e n u m pa ti pa tes a e e A o e n P o to es e Sa e RA a
ú e . b l d d u bana i f co o pea n sa mu i a e Sua s Sa d ) A mo i i a e r fo o o d ma mento es co n d d . va ta
e tensã o á ca ma a a n n lu o d r o e mo s m r n s d lesc te ex o ge gr fi so d o i te so f x e ca r s to a ca o a o en s
j v s a ce o e i se ra ça n mo i i a e r a ao en per pçã d n gu n qua to à b l d d u b n .
Pr b e s ela vo à a ssi l d d e m bili a e, i co i e i n a d ca d s, o l ma r ti s ce bi i a e o d d ta s mo n x stê ci e lça a
ra s e si a z çã s ua ce s f r m i s d sta d s co pro e át c .mpa n li a o na r s e a sso o a ten e ca o mo bl m i os
pl n e çã , q e está se d n li a o ta á o d sa io pa a co n d d e O a o d a o u n o fi a z d , tra r d e f ra mu i a e m
n r i so temá ca e a o a a o ce e à b lid d . En eta to es d sa i s i te v r bre ti s r l ci n d s a a sso mo i a e tr n , ess e f o
o sto s jov n a o e n co o a po tu i a e e d á go ir to m sã vi s pelo e s e d l sce tes m um o r n d d d i lo d e co
ge r l c e co pu çã . As a es a er o o ta ssa ã p r r asto es púb i os m a po la o çõ s em pr p s s pa r o o melho i s
n ra tr tu i o m s d d caçã o â si . i f es u ra s e pr gra a e e u o n tr n to
Mo r o M ca sr o d s a co
Morro dos Prazeres
Os resultados desta estratégia terão impacto na vida de crianças e adolescentes que residem nas favelas e periferias dos centros urbanos; e em atores comunitários, aumentando sua capacidade de atuação e garantindo maior visibilidade aos problemas e desafios existentes. Além disso, influenciarão a gestão das políticas públicas, gerando ações mais inclusivas, seguras e participativas para garantia de direitos de crianças e adolescentes na perspectiva da redução dos riscos e das disparidades existentes na cidade.
O lixão antes do mutirão
Comlurb, UPP e moradores
A área do lixão após a limpeza
A ponte do Uga-Uga,antes. Desnível e buracos oferecendo riscos
A ponte depois da reforma
A ponte e o caminho reformados
O trabalho vem gerando resultados e desdobramentos positivos que, apesar de ser esperados, extrapolam a intervenção direta do mapeamento. Alguns dos jovens que participaram do mapeamento aderiram ao grupo “Acredite & Faça Acontecer”, no Morro dos Prazeres. Os moradores se articularam com a Comlurb, UPP, UPP Social e Secretaria de Conservação e começaram um trabalho de melhorias dentro da comunidade. A primeira iniciativa foi a limpeza do Campinho e remoção de um lixão localizado no alto da comunidade. A Prefeitura também fez uma reforma na ponte do Uga-Uga, que oferecia grande risco aos pedestres e ciclistas. A estrutura de madeira foi substituída por uma de concreto, muito mais segura.
Resultados
Exemplo de intervenção