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Universidade Federal de Pernambuco - Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na Educação - 1 Práticas de letramento na rede social Skoob: interfaces com a educação a distância Ivanda Maria Martins Silva i (UFRPE) Resumo: Na cibercultura, as práticas de leitura e escrita começam a ser re- dimensionadas, considerando-se a noção de letramento digital (BUZATO, 2005, MARCUSCHI e XAVIER, 2005, COSCARELLI e RIBEIRO, 2005). Letramento digital envolve certo estado ou condição dos que se apropriam da tecnologia digital e exercem práticas de leitura e de escrita em novos suportes de comunicação. (SOARES, 2002). As redes sociais estão se multiplicando e re-dimensionam as práticas de letramento mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação. Os internautas vão rapidamente se inserindo nas redes sociais e estabelecem novas formas de comunicação/interação. A rede Skoob vem se destacando na motivação das práticas de leitura e escrita dos internautas que compartilham suas experiências de leituras, produzindo resenhas e comentários sobre livros publicados na estante virtual. Skoob pode ser uma ferramenta importante para aprimorar as práticas de letramento digital dos educandos, especialmente se considerarmos as demandas da educação a distância. Pretende-se analisar a rede Skoob como novo espaço virtual para leitura e escrita, articulando-se as suas potencialidades com o processo de ensino-aprendizagem na educação a distância. Palavras-chave: letramento, redes sociais, educação a distância. Abstract: In cyberculture the reading and writing practices have been modified, considering digital literacy (BUZATO, 2005, and MARCUSCHI XAVIER, 2005, COSCARELLI and RIBEIRO, 2005). Digital literacy involves a kind of state or condition of people that adapt themselves to digital technology and exercise practices reading and writing in new communication media (SOARES, 2002). Social networks are spreading and transforming the literacy practices mediated by information technologies and communication. The internet users have participated to the social networks and they establish new forms of communication/interaction. The network Skoob has been highlighting the motivation to practice reading and writing of internet users who share their experiences, lectures, reviews and commentary on producing books in the virtual bookshelf. Skoob can be an important tool to enhance the digital literacy practices of students, especially considering the demands of distance education. It is intended to analyze the network as Skoob new virtual space for reading and writing, articulating their potential through the process of teaching and learning in distance education. Keywords: literacy, social networking, distance education.

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Universidade Federal de Pernambuco - Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na Educação - 1

Práticas de letramento na rede social Skoob: interfaces com a educação a distância

Ivanda Maria Martins Silvai (UFRPE)

Resumo: Na cibercultura, as práticas de leitura e escrita começam a ser re-dimensionadas, considerando-se a noção de letramento digital (BUZATO, 2005, MARCUSCHI e XAVIER, 2005, COSCARELLI e RIBEIRO, 2005). Letramento digital envolve certo estado ou condição dos que se apropriam da tecnologia digital e exercem práticas de leitura e de escrita em novos suportes de comunicação. (SOARES, 2002). As redes sociais estão se multiplicando e re-dimensionam as práticas de letramento mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação. Os internautas vão rapidamente se inserindo nas redes sociais e estabelecem novas formas de comunicação/interação. A rede Skoob vem se destacando na motivação das práticas de leitura e escrita dos internautas que compartilham suas experiências de leituras, produzindo resenhas e comentários sobre livros publicados na estante virtual. Skoob pode ser uma ferramenta importante para aprimorar as práticas de letramento digital dos educandos, especialmente se considerarmos as demandas da educação a distância. Pretende-se analisar a rede Skoob como novo espaço virtual para leitura e escrita, articulando-se as suas potencialidades com o processo de ensino-aprendizagem na educação a distância. Palavras-chave: letramento, redes sociais, educação a distância. Abstract: In cyberculture the reading and writing practices have been modified, considering digital literacy (BUZATO, 2005, and MARCUSCHI XAVIER, 2005, COSCARELLI and RIBEIRO, 2005). Digital literacy involves a kind of state or condition of people that adapt themselves to digital technology and exercise practices reading and writing in new communication media (SOARES, 2002). Social networks are spreading and transforming the literacy practices mediated by information technologies and communication. The internet users have participated to the social networks and they establish new forms of communication/interaction. The network Skoob has been highlighting the motivation to practice reading and writing of internet users who share their experiences, lectures, reviews and commentary on producing books in the virtual bookshelf. Skoob can be an important tool to enhance the digital literacy practices of students, especially considering the demands of distance education. It is intended to analyze the network as Skoob new virtual space for reading and writing, articulating their potential through the process of teaching and learning in distance education. Keywords: literacy, social networking, distance education.

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Universidade Federal de Pernambuco - Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na Educação - 2

Introdução

A web 2.0 vem se revelando como a nova geração da Internet,

caracterizada pelas rápidas trocas de informações e a participação colaborativa

dos internautas que compartilham suas experiências em blogs, orkuts, vídeos do

youtube, facebooks, enfim, uma infinidade de recursos que propiciam interações

constantes no turbilhão digital do ciberespaço. (MATTAR, J.; VALENTE, 2007).

A Internet facilitou inegavelmente o acesso à informação e está

influenciando as práticas de leitura e escrita, agora mediadas pelas tecnologias

digitais. Segundo alguns autores, como Buzato (2003), as transformações nos

modos de interagir por meio da diversidade de linguagens presentes no espaço

cibernético implicam uma mudança no tipo de conhecimento que possibilita ao

leitor e ao escritor cibernéticos as práticas sociais de leitura e escrita mediadas

eletronicamente, ou seja, propõe-se um novo tipo de letramento. Surge a noção

de letramento digital como “conjunto de conhecimentos que permite às pessoas

participarem nas práticas letradas mediadas por computadores e outros

dispositivos eletrônicos no mundo contemporâneo”. (BUZATO, 2003).

Para Soares (2002), letramento digital caracteriza certo estado ou

condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e

exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição

– do letramento – dos que exercem práticas de leitura e de escrita no meio

impresso. Ainda segundo Soares (2002), não é apenas a tela do computador que

gera um novo tipo de letramento, mas todos os mecanismos de produção,

reprodução e difusão da escrita e da leitura no mundo digital.

Vivemos o contexto dinâmico da cibercultura, ou seja, um mundo

complexo marcado por princípios básicos que orientam o crescimento do

ciberespaço, tais como interatividade, redes sociais, interconexão e inteligência

coletiva. (LÉVY, 1999). O ciberespaço funciona como novo meio de comunicação

caracterizado não apenas pela infraestrutura material da comunicação digital,

mas também pelo universo oceânico de informações disponibilizadas na web.

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(LÉVY, 1999). O ciberespaço rompe fronteiras, promovendo novas formas de

acesso à informação, bem como outras maneiras de pensar o conhecimento. Os

indivíduos tentam redescobrir estratégias para lidar com as tecnologias

intelectuais na era cibernética.

Nesse cenário, as redes sociais multiplicam-se diariamente e as novas

formas de interação mediadas eletronicamente promovem a ampliação da

inteligência coletiva (LÉVY, 1999). Estamos inseridos em redes sociais, cada vez

mais interconectados e compartilhando informações, vamos aprendendo a viver

em rede. As redes sociais disseminam-se e passam a ter papel importante na

difusão de informações, em meio às múltiplas formas de interação mediadas

pelas tecnologias digitais. Conforme Pretto e Assis (2008, p. 78):

A apropriação da cultura digital passa a ser fundamental, uma vez que ela já indica intrinsecamente um processo crescente de reorganização das relações sociais mediadas pelas tecnologias digitais, afetando em maior ou menor escala todos os aspectos da ação humana. Isso inclui reorganizações da língua escrita e falada, as ideias, crenças, costumes, códigos, instituições, ferramentas, métodos de trabalho, arte, religião, ciência, enfim, todas as esferas da atividade humana. Até mesmo os aspectos mais pessoais, como os rituais de namoro e casamento, entre outras práticas, têm a sua regulação alterada, dadas as novas formas de interação vivenciadas na cultura digital.

No contexto dinâmico da cibercultura, surge a educação on-line, sem

fronteiras espaciais e temporais, acessível a uma gama ilimitada de pessoas, ou

seja, do ensino presencial passa-se para a educação a distância (EAD) nos

domínios dos ambientes virtuais de aprendizagem.

A educação a distância (EAD) envolve o processo de ensino-aprendizagem

mediado por tecnologias, no qual professores e alunos estão separados espacial

e/ou temporalmente, mas permanecem conectados por uma série de recursos

tecnológicos (MORAN, 2002). Segundo Moore e Kearsley (2007), a educação a

distância revela-se como aprendizado planejado que ocorre, normalmente, em

um lugar diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de criação e

gerenciamento de cursos, novas ferramentas de comunicação, além de

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diferentes processos de interação. Um sistema de EAD é formado por todos os

processos e componentes que operam quando ocorre o ensino e o aprendizado a

distância. Ele inclui aprendizado, ensino, comunicação, criação e

gerenciamento.

Na EAD, os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) ganham destaque

especial, garantindo os fluxos de interatividade e comunicação. Ambientes

virtuais de aprendizagem agregam interfaces que permitem a produção de

conteúdos e canais variados de comunicação. Podemos refletir sobre como

analogicamente, na EAD, os ambientes virtuais de aprendizagem configuram-se

como as salas de aula do ensino presencial, como espaços de interação entre

docentes e discentes na construção do conhecimento por meio da colaboração.

Diante dos novos desafios do mundo dinâmico da cibercultura, como se

estabelecem as práticas de letramento digital nos domínios das redes sociais

disponíveis no ciberespaço? Quais as principais redes sociais que podem ser

utilizadas para estimular as práticas de leitura e escrita dos internautas? Como

as ferramentas do ciberespaço podem apoiar a aprendizagem dos estudantes nos

modelos da educação a distância? Esses questionamentos conduzem as reflexões

do presente trabalho, no sentido de destacar a rede social Skoob como uma

ferramenta importante para aprimorar as práticas de letramento digital dos

educandos, especialmente se considerarmos as demandas da educação a

distância. Pretende-se analisar a rede Skoob como novo espaço virtual para

leitura e escrita, articulando-se as suas potencialidades com o processo de

ensino-aprendizagem na educação a distância.

Navegando rumo às redes sociais no ciberespaço

No ciberespaço, as redes sociais estão se multiplicando rapidamente. As

mudanças nas estratégias de relacionamento on-line criam novas redes que são

constantemente atualizadas. Na maior parte das vezes, os internautas vão se

inserindo nos espaços sociais das redes da web e estabelecem novas formas de

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comunicação/interação, compartilhando experiências com um número cada vez

mais ilimitado de usuários.

Segundo Marteleto (2001, p.72), as redes sociais envolvem “[...] um

conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de

valores e interesses compartilhados”. As redes sociais estabelecem relações de

cooperação e compartilhamento de informações, por meio de uma “estrutura

não-linear, descentralizada, flexível, dinâmica, sem limites definidos e

autoorganizável”. (TOMÁEL, ALCARÁ e CHIARA, 2005). Essas redes podem ser

utilizadas com diversas finalidades, tais como: divulgar e compartilhar

experiências, promover maior interação entre os usuários, fornecer informações

rapidamente, trocar ideias sobre livros e leituras preferidas, divulgar fotos,

imagens, som e vídeos, além de diversas outras finalidades. Podemos facilmente

visualizar algumas das principais redes sociais disponíveis na Internet, tais como.

Facebook e Orkut: essas redes são praticamente muito semelhantes, permitem

que os internautas publiquem informações, recados, perfis, imagens, fotos,

compartilhando experiências e dados pessoais com uma gama ilimitada de novos

internautas que vão compondo a rede de “amigos” virtuais. Essas redes estão

disponíveis em http://www.facebook.com e http://www.orkut.com.br

Figura 1 - Interface do Facebook

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Flickr: é uma rede social, cujo objetivo principal é compartilhar fotos

com outras pessoas. Muitos fotógrafos amadores e profissionais utilizam essa

rede para divulgar suas fotos e também para compartilhar suas experiências.

Essa rede está disponível em: http://www.flickr.com 

Figura 02 - Interface do Flickr

Looklet: rede social internacional, por meio da qual o internauta pode

criar looks de moda e outras pessoas podem votar e dar suas opiniões.

Atualmente, muitas pessoas estão utilizando a rede looklet como uma

ferramenta importante para saber a opinião das pessoas sobre moda. Está

disponível em: http://www.looklet.com

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Figura 03 - Interface do Looklet

Meadiciona: é uma espécie de (hiper)rede que reúne todas demais redes

sociais, ou seja, funciona como espaço virtual de convergência, congregando as

demais redes sociais disponíveis no ciberespaço. Meadiciona serve para facilitar

as interações no ciberespaço, quando alguém deseja encontrar, por exemplo,

um amigo em alguma das demais redes sociais. A rede meadiciona está

disponível em: http://meadiciona.com

Figura 04 - Interface do Meadiciona

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Skoob é uma rede social sobre livros e preferências de leituras. O

internauta adiciona os livros que leu, comenta, dá nota, faz resenhas, adiciona

os livros que pretende ler, além de compartilhar suas leituras e resenhas

produzidas com outros usuários. A rede social Skoob pode ser uma ferramenta

importante para estimular a prática da leitura dos alunos(as), por exemplo. É

interessante, pois cada internauta pode construir a sua estante virtual,

colocando os livros lidos, as obras prediletas. Também a prática da produção

textual pode ser estimulada por meio da elaboração de resenhas das obras lidas.

A rede social skoob está disponível em: http://www.skoob.com.br. Iremos

comentar detalhadamente as ferramentas da rede social skoob na próxima

seção.

Figura 05 - Interface do Skoob

Twitter é um microblog de 140 caracteres. O internauta pode "seguir" as

pessoas e vice e versa. É a rede onde as notícias são rapidamente divulgadas.

(http://www.twitter.com). As mensagens enviadas pelo Twitter não podem ter

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mais de 140 caracteres ou o tamanho aproximado de uma manchete de jornal, o

que significa que elas são realmente fáceis de ler e escrever.

É importante considerar que as redes sociais já fazem parte do nosso

cotidiano e vamos nos inserindo rapidamente no universo on-line, descobrindo o

ciberespaço como ambiente ilimitado para navegação e interações síncronas e

assíncronas. Diante do universo oceânico de informações da Internet, os

internautas comumente perdem-se, encontram-se, (re)encontram-se nos

domínios da web, ratificando o papel das redes sociais na colaboração on-line e

na aprendizagem em rede. Nesse processo de aprendizagem colaborativa, as

redes sociais têm papel fundamental e os professores podem usar os recursos do

ciberespaço para apoiar a construção de aprendizagens significativas, permitindo

usos mais críticos da web.

Na maior parte das vezes, as redes sociais são vítimas de concepções

estereotipadas que ainda circulam nas escolas e universidades. Os alunos,

verdadeiros nativos digitais, já estão inseridos na cultura digital, enquanto que,

nós, professores, começamos a migrar pelos espaços virtuais. Os alunos já não

aprendem como no passado e nós, professores, precisamos acompanhar as

mudanças tecnológicas e os avanços das redes sociais. Desse modo, estratégias

de ensino-aprendizagem são revistas e transformadas, tendo em vista os novos

desafios da sociedade tecnológica em que vivemos.

As redes sociais precisam fazer parte também dos domínios pedagógicos, a

fim de estimular a aprendizagem em rede dos alunos cada vez mais

entusiasmados pela cultura digital. Como exemplo, a rede social skoob poderia

ser utilizada como ferramenta importante para motivar as práticas de

letramento digital dos educandos, considerando, sobretudo, os desafios dos

processos de ensino-aprendizagem mediados pelas tecnologias da informação e

comunicação (TIC) no contexto dinâmico da educação a distância.

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Rede social Skoob no contexto da educação a distância: dinamizando as práticas de letramento digital

No Brasil, a educação a distância (EAD) vem assumindo papel de destaque

no processo de democratização do ensino mediado pelos suportes e recursos

tecnológicos. Os números apontam para a rápida expansão da Educação a

Distância no país. De acordo com o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação

Aberta e a Distância (ABRAEAD), o Brasil teve, em 2006, 2,279 milhões de alunos

a distância em vários tipos de cursos. Segundo dados da Associação Brasileira de

Educação a Distância (ABED), em 2000, 13 cursos superiores apresentavam 1.758

alunos matriculados. Em 2008, existiam 1.752 cursos de graduação e pós-

graduação lato sensu com 786.718 alunos matriculados.

Além disso, os dados do Censo da EAD, confirmam a expansão da Educação

a Distância no Brasil. Conforme o Censo da EAD, em 2008, 760.599 alunos

estavam matriculados em cursos de graduação a distância no país e 145

Instituições de Ensino Superior desenvolviam ações nos âmbitos de graduação e

pós-graduação lato sensu.

Segundo Lévy (1999, p.158), a EAD explora certas técnicas de ensino a

distância, incluindo as hipermídias, a interatividade das redes de comunicação e

todas as tecnologias intelectuais da cibercultura. Para Lévy (1999), a EAD

inaugura um novo estilo de pedagogia que favorece a construção de

aprendizagens coletivas nas redes da inteligência coletiva. Nesse processo de

aprendizagem em rede, a democratização do ensino por meio do modelo da

educação a distância é um aspecto significativo, possibilitando ampliar as

oportunidades de acesso aos processos formais de educação.

Nesse cenário dinâmico, os cursos a distância precisam investir em

estratégias de ensino-aprendizagem coerentes com os desafios de uma educação

para o mundo digital. Não basta apenas transpor para os ambientes virtuais,

modelos pedagógicos anacrônicos que não conseguem persuadir os alunos à

construção de percursos significativos de aprendizagem.

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É importante que os ambientes virtuais de aprendizagem utilizados nos

cursos a distância comecem a dialogar com as redes sociais, no sentido de

aproveitar também as múltiplas potencialidades do ciberespaço para dinamizar

os fluxos de interação entre docentes e discentes. Sob esse aspecto,

pretendemos, neste trabalho, ampliar as reflexões sobre a rede social skoob, ou

seja, uma rede social que visa desenvolver as práticas de leitura e escrita dos

internautas.

A rede social skoob (disponível em www.skoob.com.br) vem se

destacando no ciberespaço como canal de interação entre os internautas que

visam compartilhar as suas experiências de leitura. No Brasil, a rede skoob é

uma experiência similar a outras redes sociais internacionais, tais como:

goodreads (http://www.goodreads.com/) e shelfari (http://www.shelfari.com/)

que visam à troca de informações sobre livros, autores e obras, possibilitando a

criação de estantes virtuais.

Figura 06 - Página principal da rede social skoob

A rede skoob dispõe de várias ferramentas, tais como: perfil, mural,

resenha, grupos, recados, estante virtual, grupos, mapas estatísticos, além de

outras. A interface da rede skoob apresenta natureza multimodal, congregando

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diversas linguagens e uma variedade de recursos, permitindo o

compartilhamento de informações sobre livros, autores, obras e experiências de

leitura.

Ao acessar a rede skoob, o internauta precisa preencher o seu perfil com

comentários e informações pessoais. A composição do perfil permite a

publicação de imagem, fotografia e texto sobre dados pessoais do usuário, tais

como: idade, sexo, data de nascimento, endereço de e-mail, nacionalidade e

outros.

Após a criação de seu perfil pessoal, o internauta pode organizar a sua

estante virtual com os livros preferidos, classificando suas leituras de diversas

formas, conforme descrição no quadro a seguir:

Quadro 01- Ferramentas da rede social skoob

Todos é possível apresentar todos os livros que estão listados na estante virtual

do usuário.

Lidos o internauta pode selecionar e indicar os livros já lidos.

Lendo o internauta indica as leituras que está realizando no momento da

publicação da informação.

Vou ler pode-se também indicar as expectativas de leituras para o futuro,

indicando ainda os livros que se pretende ler.

Relendo também os livros que o internauta está relendo são apresentados na

estante virtual.

Abandonei indica os livros em que a leitura foi iniciada e depois interrompida.

Tenho indica os livros que o usuário tem em sua casa.

Favorito indica as leituras prediletas.

Desejado indica os livros que os internautas tem a intenção de obter.

Troco se algum internauta desejar trocar seus livros já lidos, poderá indicar na

rede social, a fim de encontrar outros usuários que se interessem pelas

obras.

Emprestei também há oportunidade de apenas emprestar o livro, se assim for

indicado pelo internauta em sua estante virtual.

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A classificação é indicada por meio de ícones que orientam os usuários em

relação às categorias apresentadas. Como exemplo, o livro desejado aparece ao

lado do ícone do presente, simbolizando as expectativas do internauta em

relação às obras que deseja ler.

Podemos notar que essa classificação aponta para as relações entre

autores, livros e leitores, proporcionando a ampliação de uma rede de

interações e trocas de experiências de leituras.

Também é importante notar como a rede social está transformando o

acesso à leitura, permitindo que as trocas de livros sejam realizadas

virtualmente, bem como em meio impresso. Alguns usuários já estão informando

seus endereços e as trocas de livros impressos começam a ser realizadas via

correios. O usuário envia, pelos correios, o livro que pretende trocar e recebe

em sua residência aquele livro que desejava obter. Nesse sentido, é interessante

notar como as redes sociais estão mudando os comportamentos dos internautas e

influenciando o circuito de leituras, funcionando como espécie de clube do livro.

Das indicações virtuais de livros desejados, pode-se chegar ao livro impresso por

meio dos correios que têm função importante nesse processo de

compartilhamento de objetos de leitura.

Figura 07 - Estante virtual

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Além de motivar a troca sobre experiências de leituras, ampliando o

horizonte de expectativas dos leitores (JAUSS, 1977), a rede social skoob

também permite que os internautas tenham oportunidade de ampliar suas

práticas de escrita, por meio da elaboração de resenhas das obras lidas. As

resenhas críticas permitem que os leitores coloquem suas ideias e impressões

sobre as obras lidas, estimulado também outros internautas para a leitura das

obras com as resenhas disponíveis. Essa ferramenta de criação de resenhas pode

ser um recurso muito importante no contexto da educação a distância,

permitindo que os alunos da EAD consigam ampliar suas práticas de comunicação

escrita.

Figura 08 - Interface de resenha no Skoob

Além da produção de resenhas, a escrita é estimulada por meio de

pequenos recados e comentários que os internautas podem publicar, ampliando

as interações com outros leitores sobre as obras de suas estantes virtuais. Os

recados também direcionam os leitores para blogs, outros sites e outras redes

sociais, estimulando o acesso às obras que o leitor skoober, ou seja, o

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participante da rede pretende obter. Vejamos alguns recados publicados na

estante virtual de um skoober:

Quadro 02 - Trechos de recados na rede social skoob

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A rede skoob também permite a criação de grupos on-line, considerando

eixos de interesse nas práticas de leitura dos usuários. Assim, dentro da rede,

podemos encontrar grupos que compartilham diferentes experiências de leitura,

como grupos que discutem sobre literatura brasileira, leitura de romances,

literatura infantil, bibliotecas virtuais, livros Best Sellers, além de vários outros.

Os grupos multiplicam-se diariamente e há três categorias principais que

orientam os internautas na organização dos grupos:

Quadro 03 - Tipos de grupos na rede social skoob

Grupos mais populares indicações dos grupos com maior número de

acessos

Grupos recentes relação dos grupos que são criados

recentemente

Meus grupos Ferramenta que permite a criação de novos

grupos com temas específicos.

Como mostra a figura a seguir, a criação de novos grupos é bastante

simples. O internauta precisa criar um título e uma breve descrição do grupo.

Nas orientações para a criação dos grupos, as regras são claras em relação ao

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objetivo principal do grupo de discussão on-line no skoob, ou seja, criar um

espaço para divulgar e debater as experiências de leitura dos usuários. Busca-se

estimular a criação de novos grupos que ainda não existem na rede social, no

sentido de ampliar cada vez mais as possibilidades de interação.

Também a skoob ressalta a importância e a responsabilidade dos

moderadores dos grupos, no sentido de primar pelos princípios éticos da e-

comunicação, tendo em vista também o objetivo principal do grupo de discussão

que é fomentar a ampliação da rede de leitores no ciberespaço. A participação

nos grupos on-line da rede skoob permite a organização de circuitos de leitura,

ampliando as redes de colaboração no universo on-line. Na educação a distância,

essa ferramenta pode ser muito importante na motivação para a aprendizagem

coletiva em rede (LÉVY,1999).

Figura 09 - Criação de grupos na rede social skoob

A rede social skoob parece funcionar como um círculo cultural, no qual os

grupos se encontram e socializam suas impressões sobre livros, obras e autores.

O espaço virtual permite que os leitores se aproximem mais dos autores, por

meio de comentários, mensagens rápidas que podem ser publicadas nos murais

de cada internauta participante da rede skoob.

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É interessante notar que as redes sociais podem se transformar em

verdadeiros “círculos de cultura”, considerando as comunidades de trabalho e

aprendizagem em rede (CTAR). Os professores precisam estimular a

dialogicidade por meio das interações com os educandos. É justamente nesse

processo dialógico, de ensinar-aprendendo e aprendendo-ensinando, como já

postulou Freire (2002) que o conhecimento vai sendo construído e re-construído

de modo contínuo. No contexto dinâmico da cibercultura, é preciso superar a

sociedade da informação, visando à sociedade educativa, conforme Angelim e

Rodrigues (2009).

Na sociedade educativa, considerando os múltiplos ambientes de comunicação e aprendizagem - mediados ou não pelas linguagens tecnológicas da informação e da comunicação - percebemos a necessidade de se recriar a mediação pedagógica, tendo como referencial o Ser Aprendiz Orgânico Cósmico (ANGELIM, 2006) na interação com os outros e consigo mesmo, com a cultura e com a natureza-vida. (ANGELIM e RODRIGUES, 2009, p. 109).

Em função de estarmos inseridos no universo tecnológico da cibercultura,

considerando as redes sociais de aprendizagem por meio da interconexão, a

ampliação da inteligência coletiva (LÉVY, 1999) e a interatividade, caminhamos

em direção ao universo oceânico do ciberespaço.

Como afirmaram Angelim e Rodrigues (2009), é importante considerar a

superação da sociedade da informação e da sociedade do conhecimento pela

“sociedade educativa”, considerando-se os ambientes virtuais e as redes como

espaços de inclusão, voltados para a autonomia, para a afetividade, para a

natureza dialógica da comunicação nos processos interativos do ciberespaço.

Nesse sentido, é importante redimensionar a mediação pedagógica, tendo em

vista “o ser aprendiz orgânico cósmico” (ANGELIM e RODRIGUES, 2009).

Na maior parte das vezes, por exemplo, os sistemas de educação a

distância preocupam-se demasiadamente apenas com o aparato tecnológico,

sem privilegiar as dimensões afetivas, psicológicas, as relações interpessoais

mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC).

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As redes sociais podem proporcionar os encontros entre os sujeitos,

dinamizando os processos de ensino-aprendizagem no contexto da educação a

distância, contribuindo para o autoconhecimento e para a autonomia dos

educandos, por meio do diálogo constante com os participantes das comunidades

virtuais.

Considerações Finais

Diante da explosão das redes sociais na Internet, nós, professores, não

podemos ficar alheios às inovações na sociedade tecnológica, desconhecendo

que os alunos participam ativamente dessa trocas comunicativas no universo on-

line. É fundamental que as redes sociais sejam contempladas nas reflexões e

planejamentos pedagógicos, desmistificando-se concepções estigmatidas spbre

os usos das ferramentas de interação na comunicação mediada por computador.

Nesse sentido, é preciso considerar que os alunos estão lendo e

escrevendo em novos suportes de interação, exercendo suas práticas de

letramento agora mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação. Sob

esse aspecto, a rede social skoob pode ser uma grande aliada nos processos de

ensino-aprendizagem, considerando substancialmente o contexto da educação a

distância. Os ambientes virtuais de aprendizagem usados na EAD precisam

interagir mais com as redes sociais, no sentido de apoiar a aprendizagem dos

educandos e permitir um incremento nos fluxos de interação entre discentes e

docentes nos dominios do universo digital.

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