prodigios da homeopatia

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casos e tratamentos homeopaticos

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    22222a a a a a EdiEdiEdiEdiEdioSEPESEPESEPESEPESEPE

    P P P P Prodgiosrodgiosrodgiosrodgiosrodgiosda Homeopatiada Homeopatiada Homeopatiada Homeopatiada Homeopatia

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    Copyright Sociedade de Estudos e Pesquisas Espritas.Rua Visconde de Itabora, 265 CEP 24.030-091Centro Niteri-RJTelefones: (021) 620-8574, 621-5200 e 714-0682.Capa: Eduardo Garretano Moraes do ValeDiagramao: Zilda BragaReviso: SEPE

    Ribas, Randolpho Penna, 19071994.Prodgios da Homeopatia/Penna Ribas;2. ed. Niteri, RJ : Sociedade de Estudos e Pesquisas Espritas,2001.432p.; 225 cm.ISBN ............. 85-86004-06-5 (broch.)1. Homeopatia. 2. Religio. CDD 615.532

    Todos os direitos reservados com exclusividade pela SEPE. A re-produo no autorizada desta publicao, por qualquer meio, sejaele total ou parcial, constitui violao de lei.

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    Aproveitando o ensejo desta minha singela homenagem ao VenervelMestre Samuel Hahnemann, quero deixar aqui expresso o meu sincero agrade-cimento a toda equipe de discpulos que trabalhou na coordenao desta obra e

    a todos os demais amigos e admiradores que contriburam com suas doaespara que pudesse levar de vencido o trabalho dos sepeanos; doaes, repito semas quais seria de todo impossvel edit-la, pois fui mdico pobre e pobre estou,

    mas rico sim da Graa de Deus, por ter conhecido, entendido, sentido epraticado com muito amor estas duas maravilhosas Doutrinas que se

    completam: Homeopatia e Neo-espiritismo. A todos pois, as minhas melhores vibraes de sade e paz.

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    Homenagem ao benfeitor da humanidade

    Samuel Hahnemann

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    Samuel Hahnemann, o benfeitor da humanidade ........................... 19A influncia dos fatores psquicos na gnese das doenas ............ 23A Doutrina vitalista de Samuel Hahnemann ................................... 26Medicina, Espiritismo e Neo-espiritismo ......................................... 30A Homeopatia no cura doenas cura doentes ......................... 39Mecanismos das curas homeopticas ................................................ 43Fator emocional como agravante de infeces ................................. 46Associada ao Neo-espiritismo, a Homeopatiacura grave cardiopatia .......................................................................... 50A Homeopatia cura edema angioneurticoda garganta por penicilina .................................................................... 54A Homeopatia cura hemiplegia (caso Manhes) ............................. 57A Homeopatia cura coma por traumatismo cerebral ..................... 61A Homeopatia cura gangrena ............................................................. 65A Homeopatia cura metrorragia post-abortum eadenoma de mama ................................................................................ 69A Homeopatia cura encefalite letrgica .......................................... 74A Homeopatia cura ter malgna ..................................................... 81A Homeopatia cura hidrocefalia ........................................................ 87A Homeopatia cura envenenamento pelo arsnico ........................ 92A Homeopatia cura herpes-zoster .................................................... 98A Homeopatia cura otite crnica....................................................... 101A Homeopatia cura septicemia .......................................................... 106Associada ao Neo-espiritismo, a Homeopatia cura braquialgia por Espiritopatia ............................................................. 113A Homeopatia cura pansinusite crnica ........................................... 117A Homeopatia cura enfarte do miocrdio ........................................ 121A Homeopatia cura epitelioma espinocelular .................................. 127A Homeopatia cura volvo.................................................................. 133Associada ao Neo-espiritismo, Homeopatiacura doenas do corpo e da alma ....................................................... 136A Homeopatia cura vertigem de Mnire ........................................ 140A Homeopatia cura consecutivamente: labirin-tite amigdalite aguda angina pultcea edema angioneurtico do laringe desenteriabacilar difteria nasal e paraplegia! ................................................ 143

    Sumrio

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    A Homeopatia cura intoxicao crnica pelo estanho ................... 151Conjugada com o Neo-espritismo a Homeo-patia cura Espiritopatia epiltica ....................................................... 157A Homeopatia cura distrbios neuroglandulares ............................ 169Associada ao Neo-espiritismo a Homeopatiacura cardiopatia por Espiritopatia .................................................... 173A Homeopatia cura lcera do estmago e lcera do duodeno..... 177A Homeopatia cura prosopalgia ....................................................... 184Com a fora espiritual do Neo-espiritismo e apotncia das altas dinamizaes homeopticas,foram expelidas cerca de mil agulhas, inteirasumas, fragmentadas outras, do corpo da mulher das agulhas. .. 188A Homeopatia cura febre tifide ....................................................... 199O tratamento individual .................................................................. 203Questo de f...I ................................................................................... 205Questo de f... II ................................................................................. 207Questo de f... III ............................................................................... 208Questo de f... IV ............................................................................... 210Nem magia, nem sugesto .................................................................. 212Experimente, quem duvidar... ............................................................ 215No creia experimente! .................................................................. 218Paradoxos das doses medicinais ....................................................... 220Grandes doses, pequenos efeitos... .................................................... 223Samuel Hahnemann ............................................................................. 225Homeopatia e diettica........................................................................ 228Alimentao e sade ............................................................................ 230Sade e temperana ............................................................................. 233Pela sade das crianas........................................................................ 236Bom para crianas... ............................................................................. 238Paralisia infantil .................................................................................... 241O Curare no tratamento da paralisia infantil Alopatia ou Homeopatia? ................................................................ 244Em prol da criana ........................................................................ 247Pela sade e educao da criana ...................................................... 249A arte de consultar ............................................................................... 251Receitas telefnicas .............................................................................. 253Medicina do futuro I ............................................................................ 255Medicina do futuro II ........................................................................... 256No se podem queixar... ...................................................................... 260As doenas e os fatores psicolgicos ................................................ 263

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    Os fatores psiqucos na clnica I ........................................................ 265Os fatores psquicos na clnica II ....................................................... 267A caminho da verdade... I ................................................................... 269A caminho da verdade... II .................................................................. 272Antes tarde do que nunca! .................................................................. 274Sobre a cura do pemphigus ................................................................. 276A projetada reforma do ensino mdico no Brasil ........................... 279O segredo da Homeopatia .................................................................. 282Pela introduo da Homeopatia nos serviosmdicos dos Institutos ......................................................................... 284Justa reinvindicao (cura de infiltrao do pulmo e sinusite) ... 286A homeopatia, essa teraputica milagrosa cura fstula retal ......... 289A cura da asma ...................................................................................... 292Prodgios da Homeopatia I cura crupe ................................. 294Prodgios da Homeopatia II .......................................................... 296Prodgios da Homeopatia III cura furunculose ...................... 298Prodgios da Homeopatia IV cura asfixia lvida,por paralisia bulbar ............................................................................... 301Prodgios da Homeopatia V cura angina pectoris ..................... 303Prodgios da Homeopatia VI cura pnfigo foliceo ............... 305Prodgios da Homeopatia VII cura osteomielite do maxilar .. 307Prodgios da Homeopatia VIII cura radiodermite .................... 309Prodgios da Homeopatia IX cura magacolo ouenfermidade de Hirschsprung ............................................................ 311A Homeopatia e a guerra................................................................ 313Vento de obus ....................................................................................... 316Mutilados da palavra ............................................................................ 319O valor da Homeopatia ....................................................................... 322Lamentvel e acintoso! ........................................................................ 325Um equvoco lamentvel .................................................................... 327A Homeopatia no Brasil ..................................................................... 329Doenas laterais os dimdios......................................................... 333Os milagres da Homeopatia ............................................................... 335A Homeopatia cura traquete ............................................................. 336A Homeopatia cura pneumonia ......................................................... 339A Homeopatia cura broncopneumonia ............................................. 343A Homeopatia cura envenenamento por Belladonna .................... 345O Homeopatia cura? I ......................................................................... 348A Homeopatia cura transtorno do sistemanervoso vegetativo ............................................................................... 350A Homeopatia cura? II ........................................................................ 353A Homeopatia cura insuficincia tiro-ovariana ........................ 356

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    Crnica homeoptica I........................................................................ 359Crnica homeoptica II ....................................................................... 361Crnica homeoptica III ...................................................................... 363Crnica homeoptica IV...................................................................... 365Coluna homeoptica I A lei de cura ........................................... 367Coluna homeoptica II ........................................................................ 369Coluna homeoptica III ....................................................................... 371Coluna homeoptica IV ....................................................................... 373Coluna homeoptica V ........................................................................ 375Coluna homeoptica VI ....................................................................... 377Coluna homeoptica VII .................................................................... 379Coluna homeoptica VIII .................................................................... 381Coluna homeoptica IX ....................................................................... 383Coluna homeoptica X ........................................................................ 385Coluna homeoptica XI ....................................................................... 387Coluna homeoptica XII ..................................................................... 389Coluna homeoptica XIII .................................................................... 391Coluna homeoptica XIV.................................................................... 394Coluna homeoptica XV ..................................................................... 396Coluna homeoptica XVI.................................................................... 398Coluna homeoptica XVII .................................................................. 399Coluna homeoptica XVIII ................................................................. 401Coluna homeoptica IXX.................................................................... 403Coluna homeoptica XX ..................................................................... 405Similia Similibus...I ................................................................................. 408Similia Similibus...II ............................................................................... 410A Homeopatia e a espanhola .......................................................... 413Assim no vale... ................................................................................... 415O rubico da Medicina ........................................................................ 418Medicina de retalhos... ......................................................................... 421Os sentidos iludem............................................................................... 423O que vale a qualidade... ................................................................. 425Os homeopatas no so charlates ................................................... 427

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    Nas pginas deste livro, prezado leitor, vos dedicado mais demeio sculo de experincia de clnica mdica, do amor e dedicao deum mdico cujo nico objetivo tem sido Curar. Curar tantos que so-frem dos males do corpo e mais ainda dos males do esprito o Dr.Penna Ribas.

    Prodgios da Homeopatia no um livro terico metamorfoseado compalavras greco-latinas do jargo cientfico, tal como muitos que por ase encontram, os quais comparam-se a um fruto do qual desejando-seextrair o nctar, espreme-se, espreme-se e nada se obtm. Ao contr-rio, jorra como uma fonte viva conhecimentos que por mais de meiosculo foram passados no crivo estreito da lgica, do experimentoorganizado, replicado e sucessivamente confirmado.

    Na Homeopatia, como muito bem o demonstra o Dr. Penna Ribasao longo destas pginas, um dos pontos vitais que seus adversriossempre se apoiam que devido a ausncia de matria nas dinamizaesmais altas dos remdios, os mesmos no podem ter efeito curador.Duas observaes se fazem necessrias sobre isto. Primeira: a ausn-cia da evidncia no evidncia da ausncia. Isto um fatoirretorquvel a qualquer homem de Cincia de nosso tempo. Medi-es impossveis de se efetuar em laboratrios pouco tempo atrs,hoje podem ser feitas em campo aberto. A exatido e preciso dosinstrumentos de medidas melhoram a cada dia, e em breve poderemosmedir com exatido e preciso as preciosas energias curadoras dosremdios homeopticos. Segunda: no h efeito sem causa. Se oefeito a cura do doente, o qual em geral ao procurar a Homeopatia jse encontra desiludido da Medicina oficial, afastando in limine a hipte-se da sugesto, a causa s pode ser um fator curador desconhecido paraa Medicina, e este fator utilizado pelos mdicos homeopatas h longotempo a maravilhosa energia curadora dos remdios dinamizados.

    Diversos trabalhos escritos sobre Homeopatia tentando comparar osseus remdios ao uso de placebos, no resistem a uma anlise maisaprofundada, pois diversos pontos, como nveis de significncia estatsti-ca dos resultados e outras informaes significantes, so omitidas ao

    Prefcio

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    estudioso. Em trabalhos deste tipo, confunde-se Homeopatia com Isopatiae taxam paradoxos Homeopatia como a no utilizao de certos produ-tos para males que os mesmos causam. Por acaso a prpria Matemticano apresenta paradoxos? Lembrai-vos que a partir do axioma da exten-so chega-se a prova de que no existe universo no sentido absoluto! Acasoo problema da consistncia da Matemtica j um fato aceito pelos mate-mticos de todo o mundo? Como exigir que a Homeopatia, subconjuntoda Medicina, Cincia de probabilidades como bem o define o Dr. PennaRibas seja perfeita? Como, novamente perguntamos?

    Alm disso, esquecem-se de que a Lei de Cura homeoptica alei dos semelhantes e no a lei dos iguais. Pior do que isto, muitasvezes taxam os homeopatas de charlates. Porm, todas as vezes queso chamados a provarem sob condies rigorosas de controle e expe-rimento planejado tal assero, desconversam e saem pela tangente.

    Neste livro, muitos artigos so compilaes de artigos escritos emdiversos jornais desde a dcada de 40 pelo Dr. Penna Ribas. Ao longodo livro, podereis observar a preocupao e constante sugesto do Dr.Penna Ribas para soluo de problemas de sade, de alimentao,educao e tantos outros problemas que lamentavelmente ainda hojepersistem em nosso pas. O problema do custo de tratamento mdiconos Institutos de Previdncia foi uma de suas preocupaes, lutandodesde a dcada de 40 para que a Homeopatia fosse incorporada aotratamento mdico nos Institutos de Previdncia.

    Ora o vemos orientando as autoridades para que experimentassemo tratamento homeoptico em grandes centros de tratamento como osprimeiros inaugurados em So Paulo, ora concitando as autoridades ausarem o tratamento homeoptico na frente de batalha, na campanhada Itlia, mostrando-lhes recursos que a Homeopatia tem para casosde difcil tratamento das doenas de guerra. Ao mesmo tempo, eramostrada a grande economia de milhares de contos de ris que po-deria ser feita ao errio pblico, caso a mesma fosse adotada.

    Em seu artigo A Influncia dos fatores psquicos na gnese das doenas, oDr Penna Ribas nos d uma aula de quanto os fatores psquicos sodeterminantes nas causas das doenas e, sem dvida, neste momentoem que tantos surtos de epidemias de clera, dengue e tantas outrasgrassam por nossa Ptria e outros pases do mundo quanto proveitono podero obter aqueles que se avalancarem nesses ensinamentos ereforarem-se nos ensinamentos do seu livro Verdades Imperecveis.

    ErrataCorreo do textoo axioma correto o da especificao

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    Ao longo destas pginas, desfila uma quantidade enorme de Prodi-giosas Curas de doentes portadores de cncer, tuberculose, hidrocefalia,volvo, vertigem de Mnire, otite crnica e tantos outros casos dram-ticos, inclusive casos de Espiritopatia, doena causada por Espritos,a qual foi pesquisada durante anos pelo Dr. Penna Ribas e que nosreferiremos em breve. A todos estes casos permitimo-nos acrescentarmais dois entre muitos cuja cura se deu com membros de nossa fam-lia: o primeiro com nossa filha mais velha, acometida de forte coquelu-che, ficou curada com um nico remdio em cerca de uma semana. Osegundo com o nosso filho, com problemas intestinais, tendo sido con-sultado por dois pediatras que deram o mesmo dignstico, e cuja solu-o deveria ser operatria. Embora no estivesse mais clinicando, comimensa bondade, o Dr. Penna Ribas, atendeu ao nosso pedido e con-sultou o menino. O resultado no se fez esperar: em trs dias o quadrodo menino era incomparavelmente melhor, e em cerca de uma semananada mais apresentava.

    Como bem demostra neste livro o Dr Penna Ribas, as curas home-opticas so rpidas e definitivas, desde que o diagnstico seja corre-to, o remdio bem preparado e tomado conforme a prescrio mdica.

    Outro aspecto de extrema importncia, e que constitui uma contri-buio inestimvel para a Medicina, o estudo que o Dr. Penna Ribasfez sobre as Espiritopatias e cuja cura transcende aos recursos da Me-dicina por si s. Esta tese foi apresentada pelo Dr. Penna Ribas no VCongresso de Jornalistas e Escritores Espritas em maro de 1972, estdescrita pgina 212 do seu livro Verdades Imperecveis. As interseese diferenas entre Medicina, Espiritismo e Neo-espiritismo so clara-mente mostradas em artigo compilado do seu livro Jesus de Nazar como Ele foi. Como Ele .

    Abre-se com este enfoque revolucionrio, um novo universo, deamplitude no inferior as muralhas galcticas recm-descobertas, emque solues inimaginveis para os problemas to antigos, conhecidose insolveis do corpo e do esprito podero ser encontradas, para afelicidade da humanidade. O homem compreender ento que noest s em sua jornada e que a soluo para os seus problemas serrazo direta da sua afinao com os amigos do mundo espiritual. Nin-gum melhor do que o Dr. Penna Ribas nos exemplifica esta asseroe, lembramo-nos de suas palavras: a confiana nos amigos do mundoespiritual multiplica a energia vital para o fortalecimento do Sistema

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    nervoso e, por conseqncia, apressa a restaurao da sade. Com asade restabelecida, garantida fica a misso bendita de curar aos ir-mos que carecem de socorro para equilbrio da sade. Essa missoconstitui para mim a verdadeira felicidade que se me depara nestaalongada fase de minha vida.

    Feitas estas notas, prezado leitor, no nos cabe o direito de vosprivar por mais tempo da leitura deste livro indito, o qual temoscerteza muito contribuir para o progresso da Homeopatia, cujo fun-dador, o Mestre e benfeitor da humanidade Samuel Hahnemann, homenageado com eterna gratido pelo seu discpulo Penna Ribas, ea sua dedicao em seguir as pegadas deste Mestre transcende snossas palavras. Por fim, ao Dr. Penna Ribas agradecemos profun-damente pelos ensinamentos e sobretudo pelo exemplo, cuja prticanos proporciona foras para as lutas da vida e a certeza de um futuromais feliz.

    Lafayette Ulhoa Tenorio

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    19Prodgios da Homeopatia

    A data de 10 de Abril de 1959, recentemente transcorrida, assina-lou o ducentsimo quarto aniversrio da encarnao de um Espritode escol - Christian Friedrich Samuel Hahnemann, genial criador daHomeopatia e grande benfeitor da humanidade.

    Oriundo de famlia humilde, a lutar, desde as primcias da vida,contra tremendos obstculos materiais, Hahnemann, talento precoce,s conseguiu doutorar-se em Medicina merc de seu entranhado amorao trabalho e de seu acendrado devotamento ao estudo, qualidadesessas que lhe valeram no s a dedicao de mestres provectos comoa proteo de vultos influentes.

    Pobre, mas dotado de marcante personalidade, um dos traos fun-damentais do seu carter sem jaa foi, sempre, a independncia moralcom que se irrogava o direito de criticar, e de opinar, sem a menor con-siderao pela posio, nem pela autoridade cientfica dos adversrios.

    Menor impbere, com 12 anos apenas, ao freqentar a primeiraescola pblica, j se lhe revelara a precocidade dos gnios, aliada obsti-nao dos precursores. Estudando por favor, numa poca em que a disci-plina escolar se confundia com tirania mental, indiscutveis como eram asopinies dos mestres, Samuel Hahnemann, certo dia, ao traduzir consa-grado autor latino, arvorou-se em rbitro da questo, e, margem da tra-duo, externou francamente sua opinio, propugnando reformas do ensi-no que deixavam transparecer suas tendncias liberais, numa poca emque as prerrogativas reais exorbitavam at ao absolutismo dos strapas.

    Irritado com a ousadia do pequeno plebeu, puniu-o severamenteseu pirrnico professor. Inconformados, os condiscpulos, levam-no quaseem triunfo ao Diretor do educandrio, que, boquiaberto, ouviu de vivavoz, a palavra convincente do empertigado pedagogo de calas curtas.E to forte foi a impresso que lhe causou o futuro reformador da Medi-cina que a histria registrou, com carinho, a surpreendente sentena doDr. Mller, o Diretor da Escola: Embora criana disse-lhe ele embora criana, sois mestre e mestre ficareis. A partir deste momento,tendes licena para freqentar a classe que quiserdes.

    E assim, de aluno revolucionrio, torna-se Hahnemann, em poucotempo, repetidor, e mestre dos condiscpulos retardatrios, at que,aos 14 anos, j professor substituto de grego.

    E to sincera foi a admirao que conquistou do Dr. Mller, que,ao ser removido para a direo doutro colgio, destinado aos filhosdos nobres, o velho mestre se empenhou para levar Hahnemann consigo,

    Samuel Hahnemann,o benfeitor da humanidade

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    20 Dr. Penna Ribas

    a despeito de sua origem plebia. Foi tima oportunidade paraHahnemann. Sedento de saber e podendo contar com os melhores mes-tres da poca, conquistou rapidamente valiosa cultura, distinguindo-sepela prodigiosa facilidade com que aprendia os idiomas. De modo que,quando, aos 20 anos, partiu para Leipzig, a fim de estudar Medicina,apesar de levar as algibeiras vazias, pde manter-se nos estudos lecio-nando grego, latim, italiano, francs e ingls e dedicando-se, ao mesmopasso, a verter para o alemo, obras didticas de diversos pases.

    Formado, depois de rduas pelejas pelo ganha po, lutou muito,mesmo depois que conquistou o ttulo de doutor em Medicina, atque, ao cabo de speras labutas e ingentes sacrifcios, sacrifcios e la-butas que o obrigaram a peregrinar atravs de vrias vilas e povoados,obteve afinal destacada posio profissional em Dresden, onde che-gou a ser Diretor de Sade Pblica. J havia publicado muitas tradu-es e diversos trabalhos originais, onde reincidentemente escalpelaraa teraputica falaz e agressiva da poca, invectivando ossistematizadores da Medicina, que, com teorias absurdas, sem baseexperimental, induziam os profissionais incautos ao erro, com gravesprejuzos para a humanidade sofredora. Agora, quando a sorte lhe sor-ria, quando as publicaes j lhe rendiam e a clnica prosperava, quan-do finalmente a sociedade lhe reconhecia o valor, dia a dia, no ntimode sua conscincia, mais se revoltava contra o caos da Medicina e oempirismo da Teraputica, inconformado com a falta duma lei de cura,e de princpios diretores, capazes de nortear uma Cincia que lida como que o homem possui de mais precioso a vida!

    Era esse o estado de esprito de Hahnemann, quando, certo dia, foichamado para prestar assistncia a dileto amigo. Caso grave, cami-nhou rapidamente para a morte, apesar do terrvel duelo queHahnemann, dia e noite, incessantemente, travou com a doena cruel!

    Esmagado com a decepo do bito, Hahnemann revolta-se con-tra a ineficcia da Medicina e delibera encerrar a carreira de alopata,para dedicar-se, exclusivamente, s tradues e ao magistrio particu-lar. Escrevendo, ento, a prestigioso amigo confessa-lhe a desiluso,desabafando-se nestes termos: Oito anos de prtica, exercida comescrupuloso cuidado, fizeram-me conhecer a ausncia do valor dosmtodos curativos ordinrios. No sei, em virtude de minha tristeexperincia, o que se deve esperar dos preceitos dos grandes mestres.

    Repudiando a clnica, fora obrigado, no obstante, a no abando-nar a Medicina, pois, pai amoroso, graves enfermidades, no prpriorecesso de seu lar, vieram desafiar-lhe a argcia, em circunstnciasaltamente emocionais!

    Diante do leito de dor, vendo a morte a rondar os filhos, que estremecia,Hahnemann, desalentado, escrevia a um amigo: Em torno de mim s en-contro trevas e deserto. Nenhum conforto para meu corao oprimido!...

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    Todavia, religioso como era, Hahnemann no podia conformar-secom a hiptese de no haver nenhum meio racional, nenhuma lei ver-dadeira, capaz de orientar o mdico na prescrio do medicamento,tornando assim a Teraputica uma arte positiva. Por isso, a si mesmose interrogava muitas vezes: A infinita sabedoria do Esprito que ani-ma o Universo no teria podido produzir meios de debelar os sofri-mentos causados pelas doenas, que Ele prprio consentiu viessemafligir os homens? E to convicto estava de que assim deveria serque, na clebre carta dirigida ao ilustre Dr. Hufeland, seu particularamigo, afirmava solenemente: ...como deve haver um meio seguro ecerto de curar, tal como h um Deus, o mais sbio e o melhor dosseres, abandonarei o campo ingrato das explicaes ontolgicas. Noouvirei mais explicaes arbitrrias ainda que tenham sido reduzidas asistemas. No me inclinarei diante da autoridade de nenhum nomeclebre! Procurarei, onde se deve achar, esse meio de curar, que nin-gum sonhou...

    E, de fato, decorridos vrios anos de angustiante labuta diuturnapara sustentar uma prole de onze filhos, praticamente j reduzido misria, morando em modestssimo cmodo, onde seu escritrio esta-va limitado a minguado escaninho, oculto por surrada cortina barata,Hahnemann que, de longa data vinha cogitando da aplicao de velhopostulado hipocrtico, a lei dos semelhantes, vislumbrou, de repente,num momento de inspirada intuio, o caminho que deveria seguir,para atingir a meta sonhada! Foi quando, ao traduzir certa MatriaMdica, percebeu claramente a semelhana existente entre algumaspropriedades da Quina e os sintomas da febre palustre.

    Dominado pela idia, Hahnemann no hesitou em experimentarem si mesmo a ao da Quina, e de vrios outros medicamentos, esta-belecendo, assim, o primeiro mtodo experimental para o conhecimentocientfico da ao dos medicamentos. Conhecido o verdadeiro efeitodos remdios, fcil se tornou a aplicao da lei de semelhana nocombate aos estados mrbidos. Mas a glria de Hahnemann no serestringiu descoberta de um mtodo de investigao cientfica, o cha-mado experimento no homem so: foi muito alm, ao descobrir que,reduzidas doses infinitesimais e dinamizados os medicamentos setornam muito mais ativos, provocando curas maravilhosas!

    De modo que, sejam quais forem as restries que o atual progres-so da Cincia nos obrigue a fazer a certas hipteses ou teorias do geni-al fundador da Homeopatia, uma glria ningum lhe tirar jamais ade haver criado a Teraputica mais racional e mais agradvel que athoje se conhece!

    Por isso mesmo, foi muito simptico o gesto da atual Diretoria doInstituto Hahnemanniano do Brasil, rgo mximo da cultura homeo-ptica em nossa Ptria, que, devendo festejar o primeiro Centenrio

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    de sua fundao a 6 de Junho de 1959, antecipou a solenidade, a fimde que coincidisse com a data do nascimento do venervel criador daHomeopatia, querendo, assim, significar que, no obstante o progres-so dos conhecimentos humanos, Samuel Hahnemann ainda o Guia eo Mestre, no mundo maravilhoso que descobriu para felicidade do g-nero humano!

    Na verdade, se algum novo argumento houvesse mister de ser acres-centado s demonstraes feitas, nesses ltimos cento e cinqenta anos,para comprovar o valor da descoberta de Hahnemann, bastaria atentarna segurana com que os homeopatas, ainda hoje, empregam os mes-mos medicamentos que, em idnticas circunstncias, o Mestre costu-mava prescrever; e, depois, abarcar, numa viso panormica, a aciden-tada evoluo da Medicina oficial, sufocada numa enxurrada de teori-as e inundada numa aluvio de drogas e de medicamentos, decantadoshoje, relegados amanh, passando rapidamente da glria da famaefmera para a penumbra de merecido ostracismo com a volubilidadedas modas femininas, tudo a confirmar a insegurana da Teraputicaaloptica.

    E para provar que no vai nessa assertiva a mnima eiva de secta-rismo, invoco o testemunho de dois vultos proeminentes da Medicinaoficial: o Prof. Maurcio de Medeiros e o Dr. Machado Costa. O pri-meiro, mestre consagrado e eminente homem pblico, o segundo cien-tista de renome e atual Diretor do Departamento de Tuberculose daP.D.F. ambos concederam entrevista a O Globo; um no dia 08-4-59, outro no dia 10-4-59. Mostra o Prof. Maurcio de Medeiros osperigos que podem advir do uso imoderado dos antibiticos e doshormnios, chamando a ateno para casos de sensibilizao que po-dem redundar at em morte!

    Por outro lado, o Dr. Machado Costa aponta a crescente resistn-cia aos antibiticos e quimioterapia especfica observada nostuberculosos submetidos aos modernos tratamentos, razo por queadvoga a volta aos velhos mtodos cirrgicos!

    Diante, pois, de fatos deste jaez e em face de testemunhos destequilate, fatos e testemunhos que demonstram a trilha ziguezagueanteda Medicina oficial, os homeopatas no podem deixar de se sentiremorgulhosos com Hahnemann e com a Homeopatia, cuja teraputicarepousa numa lei indestrutvel, e, por isso mesmo , sempre, segura eeficiente to eficiente e to segura hoje quanto segura e eficiente ofora antanho e s-lo- no futuro!

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    No estado atual dos conhecimentos mdicos, seria loucura negar adevastao que certos micrbios podem causar no organismo huma-no. Todavia, por mais substancial que seja a parcela pertinente sbactrias insofismvel a influncia que os fatores psquicos exercemna deflagrao das doenas.

    Hipnotizados, porm, pela fascinao da doutrina microbiana, ospatologistas hodiernos obscurecem, ainda, o efeito decisivo dos esta-dos anmicos, na apario de quase todas as molstias.

    notrio, entretanto, que os germes patognicos, nas condiesnormais de contgio, no provocam nenhum malefcio. Se assim nofosse, a Humanidade estaria irremediavelmente perdida. Ainda recen-temente, as pesquisas sistemticas do Departamento de Sade Pbli-ca dos Estados Unidos demonstraram que , exatamente nos ambien-tes domsticos, que, existe maior acumulao de germes patognicos.Se bastasse, pois, a presena do micrbio para que a doena se mani-festasse, as molstias contagiosas j teriam liquidado o mundo. No,para que o microorganismo possa pulular na intimidade dos tecidosvivos, necessrio prvio desequilbrio das funes normais do orga-nismo uma queda do coeficiente imunitrio.

    Tudo isso sobejamente sabido. Mas, no cmputo dos fatorespredisponentes, pouca importncia se d, geralmente, aos fatores ps-quicos.

    No inqurito clnico, na anamnese, esmiua-se tudo: a idade, osexo, a profisso... Mas no se toca na trama da vida espiritual do do-ente. Cuida-se do corpo, esquecendo-se do esprito. E, sobretudo,esquecendo-se de que as doenas da alma podem refletir-se sobre asfunes orgnicas...

    Entretanto, as recentes investigaes de dois pesquisadoresgermnicos, Pfannenstiel e Doetzer, vieram comprovar que o medo,pela expectativa de raids areos, fazia baixar notavelmente o ndicebactericida do sangue, e, ipso facto, predispunha o organismo para qual-quer doena. Alis, desde 1928, Lumire chamou a ateno do mun-do cientfico para as alteraes qumicas do sangue sob a influnciados estados emocionais.

    A modificao da estrutura coloidal, traduzida no fenmeno dafloculao, , no conceito do mestre francs, um fato constante. E muito provvel que a rapidez com que uma emoo violenta faz ex-

    A influncia dos fatores psquicosna gnese das doenas

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    plodir a alergia de certos pacientes seja devida a esta alterao da cra-se sangunea. interessante assinalar que o venerando Trousseau jatribua, intuitivamente, estreita relao entre a sua primeira crise as-mtica e a emoo com que verificou a rapinagem dum servo de suaconfiana.

    Mas h observao em que o fator psquico to transparente que preciso ser cego, para no v-lo.

    Um sbio moderno, Erich Urbach relata no seu afamado tratadosobre Alergia, um fato interessantssimo: um sujeito alrgico, que apre-sentava durante as crises os sintomas tpicos da febre do feno, foi as-sistir a uma pera em que apareceu um prado de feno: foi quanto bas-tou para que, incontinenti, fosse acometido por tremenda crise de es-pirros, defluxo e lacrimejamento, tal como se diante dum verdadeirocampo de feno se encontrasse!

    Corroborando com esta, posso citar ainda a observao deMackenzie: uma senhora alrgica ao odor de rosas entra num salo, e,de repente, comea a espirrar. Alega, ento, que no pode suportar operfume das rosas. Mas ficou espantada quando lhe disseram que,aquelas, no tinham cheiro; eram de papel!

    inegvel, portanto, o efeito do fator psquico nos casos destejaez. A simples viso do alergnio feno, no primeiro, a rosa, nosegundo caso provocou, por associao de idias, um estado emo-cional, que, por sua vez, deflagrou as reaes neuro-hormoniais cau-sadoras da crise alrgica! Embora comprometendo, tambm, os ele-mentos materiais do corpo, a crise foi, de incio, exclusivamente deordem psquica. Um desequilbrio do esprito a emoo causouo desequilbrio das funes e, em conseqncia, a crise alrgica.

    E ningum pense que a emoo se restrinja a causar distrbios semgravidade. Ao contrrio: pode matar. Nas calamidades pblicas e nashecatombes das guerras tombam sempre numerosas vtimas da emoo.

    muito conhecido o caso dum oficial francs que, supondo-seatingido por uma bala, caiu por terra, vtima dum choque emocional.E to grave foi o seu estado de choque, que veio a falecer. No obstante,a bala no o atingira. Ficara encravada na fivela do cinto!

    To intensa fora, porm, a emoo, causada por sua prpria imagi-nao, que os centros nervosos no resistiram!

    Diante de fatos deste quilate, no se pode negar a influncia dosestados dalma na ecloso dos estados mrbidos. Porque a emoo apangio do esprito, e no produto de reaes fsico-qumicas, ape-sar de William James, deslumbrado pelo surto materialista de sua po-ca, no haver titubeado em afirmar, com Lange, que o homem ficatriste, porque chora, e no, chora porque fica triste!

    Mas isto j abusar do direito de considerar os outros estpidos!Deixemos, pois, de preconceitos e tentemos enxergar a verdade,

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    como ela , de fato. Os fatores psquicos devem ser computados emtodos os casos clnicos, e no, apenas, naqueles que giram na rbita daPsiquiatria.

    A personalidade do doente precisa ser encarada na sua totalidade,como preconiza a escola de Samuel Hahnemann, h mais de um scu-lo, e, agora, comeam a aconselhar os neo-hipocrticos da medicinapsicossomtica.

    Urge que os clnicos compreendam esta verdade elementar: no sepode cuidar com grande sucesso das doenas do corpo, sem amenizar,ao mesmo tempo, os sofrimentos do esprito!

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    No estado de sade, a fora vital, que anima dinamicamente ocorpo material, governa autocraticamente e conserva todas aspartes do organismo em admirvel e harmoniosa operao vi-tal, tanto em relao s sensaes como s funes, de modoque o esprito dotado de razo, que em ns existe, pode empre-gar livremente estes instrumentos vivos e sos para os mais altosfins de nossa existncia. S. Hahnemann Organon da Medicina pargrafo IX.

    Em face das idias e princpios materialistas, que prevalecem atu-almente, nos meios cientficos, o Vitalismo de Samuel Hahnemann,fundador da Homeopatia, destoa e aberra de tal sorte, que, primeiravista, parece um devaneio filosfico, sem base cientfica, desculpvel,apenas, pela ignorncia que reinava, a respeito de fatos fundamentaisda Fisiologia, na poca em que o genial autor do Organon delineou asbases filosficas do seu sistema mdico.

    De fato, inicialmente, compete ressaltar que os escritos deHahnemann precederam de muitos lustros aos trabalhos experimen-tais de Claude Bernard e de Pasteur, cuja influncia revolucionria sefez sentir, no s nas doutrinas mdicas, como, tambm, em todos ossetores ligados investigao dos fenmenos biolgicos. Ao longoperodo especulativo, em que as teorias mdicas proliferavam comocogumelos, forjicadas, muita vez, pela vaidade, ou pelo cabotinismode certos esculpios, gulosos de fama e de lucro, teorias que, na prti-ca, esboroavam-se, ao contato dos fatos, maneira dos castelos deareia, a este longo perodo especulativo devia suceder, como realmen-te sucedeu, uma poca de intensa anlise experimental e de verdadeirafobia s concepes puramente tericas. Assim sendo, natural que,para os que se deixaram impregnar pelas idias predominantes nos diasque vivemos, e que perderam, de todo em todo, o contato com ascorrentes do pensamento filosfico, correntes que, desde osprimrdios da civilizao, disputam a primazia, confluindo, umas, paraa matria, e desviando-se, outras, para o reino encantado do esprito, natural, repetimos, que, para estes, a doutrina vitalista deHahnemann se lhes afigure uma formosa quimera, para no dizer odelrio de um mstico sonhador. E muito provvel mesmo que atdentre os discpulos de Hahnemann, no seio da classe homeoptica,

    A Doutrina vitalista deSamuel Hahnemann

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    minguado no seja o vulto dos que, neste particular, fazem severasrestries ao pensamento do Mestre. Isto perfeitamente compreens-vel, porque Hahnemann no demonstrou, com fatos inequvocos, a pre-sena da fora vital, nem a do esprito, no corpo humano. No desen-volveu mesmo sua doutrina vitalista. Deixou-a esboada, apenas, emmeia dzia de pargrafos, ao passo que se deteve demoradamente naanlise dos outros postulados de sua doutrina mdica.

    Contudo, em que pese a aparente contradio da doutrina vitalista,bosquejada no Organon, com os fatos de experincia, que serviram debase s teorias dominantes na Fisiologia, na Patologia e na Clnica,estamos to longe ainda de um conhecimento preciso, a respeito detodos os fenmenos, que se observam no homem, que nenhum cien-tista poder afirmar que as teorias imperantes, no presente, no sero,amanh, refundidas ou modificadas inteiramente. Quantas vezes umsimples aperfeioamento tcnico, uma descoberta, aparentemente in-significante, s porque ampliou um dos nossos precrios sentidos, colo-cando-nos em relao com fatos at ento insuspeitados, destroam, pul-verizam, aniquilam certos dogmas da Cincia, considerados invulnerveis,indestrutveis, eternos?! Na verdade, o vitalismo de Hahnemann no to quimrico como poderia parecer. No fundo, talvez encerre o germe deuma grande verdade, rebelde, ainda, aos mtodos de investigao cientfi-ca, mas demonstrvel em futuro bem prximo, a julgar pelo progressovertiginoso das tcnicas de explorao cientfica.

    Para Hahnemann, o homem uma entidade composta de trs ele-mentos irredutveis: o corpo material, a fora vital (princpio imaterial)e o Esprito (ser racional). Da as trs categorias de fenmenos bemdistintos que se observam no homem: os fsico-qumicos, os fisiolgi-cos e os mentais.

    Normalmente, s por abstrao podemos dissociar tais categoriasfenomenais. A aparncia de que todos se reduzem primeira catego-ria, a dos fenmenos fisico-qumicos, tal a interdependncia manifes-tada entre os fenmenos fsico-qumicos, fisiolgicos e mentais.

    Est demonstrado que o pensamento e todas as faculdades espiri-tuais dependem do crebro. Ningum contesta. Mas no est provadoque no pode existir pensamento sem massa enceflica!

    De resto, no se mediu ainda o grau de dependncia existente entre ocrebro e as faculdades mentais. Mas esta dependncia no to estreitaquanto se imagina geralmente. Porque h crebros lesados profundamente,em que as faculdades mentais continuam a brilhar, com todas as caracters-ticas pessoais de lucidez, preciso de raciocnio, facilidade de memria, etc.

    Em contraposio, h crebros, cujas leses so quase impercept-veis aos instrumentos de preciso, e que, no entanto, revelam um ver-dadeiro embotamento das faculdades espirituais, quando no se anu-viam nas trevas da loucura.

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    incontestvel que o crebro o rgo das manifestaes men-tais. Mas h indcios de grande valor para que se lhe possa contestar aautoria do pensamento. Ser o instrumento pelo qual o Esprito mani-festa, normalmente, os seus atributos. Mas instrumento, apenas. Agen-te, no.

    Em favor da tese, poderamos enfileirar fatos sobre fatos. O nossofito, entretanto, outro. Citaremos, de passagem, um nico fato: osonho clarividente dos mdiuns. A Cincia no tem dado o merecidovalor ao fenmeno. O esprito de sistema tem conduzido muitos ho-mens de saber a negar-lhe a existncia. Mas negam por negar. Nuncaestudaram, nem investigaram nada a respeito destes fatos. Contudo,eles so reais, verdadeiros, demonstrveis. Durante o sono normal,fisiolgico, certos indivduos, dotados de uma mediunidade especial,podem, a pedido de outro, transportar-se a grandes distncias, paraaveriguar certos fatos, ou para receber instrues de Entidades queconhecem durante o sonho, mas que no podem identificar ao acordar.Tanto podem sentir-se transportados ao Amazonas, na casa de umdesconhecido, para verificar o que se passa com um parente de umamigo, por exemplo, como podem encontrar-se, no sonho, em presen-a de um mdico que lhe d indicaes precisas a respeito de fatos queignora totalmente. Quer num, quer noutro caso, sempre se pode com-provar a veracidade do sonho. Estamos, portanto, diante de um fatosurpreendente. Quando as condies cerebrais so menos propciasao trabalho porque a circulao se tornou menos ativa, contra todas ashipteses plausveis, as faculdades espirituais se ampliam muito, nes-tes mdiuns, como se o Esprito, menos preso aos centros nervosos,readquirisse novas energias. Estes fatos paradoxais, que surgem a todomomento, nas investigaes psquicas, so de molde a arrefecer umpouco o entusiasmo daqueles que presumiam haver encontrado na c-lula nervosa a origem dos fenmenos mentais...

    Mas vamos adiante.De acordo com a concepo de Hahnemann, a fora vital no s

    governa autocraticamente o organismo, mantendo a harmonia das fun-es, como o prprio agente das sensaes. Aparentemente, nadamais absurdo. A harmonia das funes, concebe-se atualmente, comoa resultante de um mecanismo de alta preciso, neuroglandular, e assensaes so coletadas pelos nervos perifricos, sensitivos, conduzidas,atravs da medula, ao crebro, onde se transformam em percepo, ouento atingem conscincia pelas cinco janelinhas do sensrio: o olho,o ouvido, os corpsculos tteis, o nervo olfativo e as fibras gustativasdo glossofarngeo e do lingual.

    Ainda aqui o absurdo no real. A contradio aparente.H incontestavelmente um mecanismo ultra-sensvel, fsico-qu-

    mico, regulador das atividades biolgicas de todos os elementos do

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    corpo humano. Sobejam porm razes, e boas razes, para que sepossa aceitar que, tambm neste caso, todo este mecanismo seja con-trolado de modo absoluto por uma fora vital, um fluido vital, comodizem os espritas. Pode-se at dizer que de um modo geral todas asleis fsicas e qumicas sofrem modificaes especficas no organismodos seres vivos. S depois da morte, que, realmente, as coisas sepassam em estrita conformidade com as leis fsico-qumicas. Qualquermembrana viva, se recusa, por exemplo, a seguir as leis da osmose. Aocontrrio do que seria de esperar, no se deixam atravessar passivamen-te, como as membranas semipermeveis, sero depois da morte.

    Muitos outros fatos falam em favor da fora vital, embora no setenha, at hoje, um revelador especfico para torn-la evidente, comoa reduo dos sais de prata tornou patente a existncia da luz invis-vel, alm da zona ultravioleta...

    Quanto hiptese hahnemanniana de ser a fora vital a sede dasensao, tambm a assero no to descabida quanto se afigura primeira vista. De longa data, os magnetizadores sabem que a sensi-bilidade pode no s exteriorizar-se, conforme foi demonstrado cien-tificamente por De Rochas, como, ainda, transferir-se, parcialmente,para outra pessoa, como provou P. Janet, no estado hipntico. Portan-to seja exteriorizando de alguns centmetros at trs metros fora docorpo, enquanto nesta ocasio a paciente permanece completamenteinsensvel a todas excitaes, seja transferindo-se para o hipnotizadorde tal modo que tudo o que ele sente, gosto, dor, cheiro, tudo, a paci-ente sentir tambm exatamente da mesma maneira, ao passo que ficainsensvel, se a excitao se efetua diretamente sobre o seu prprioorganismo, seja como for, de um ou de outro modo, fica demonstradoque as sensaes podem existir independentemente dos rgos nor-mais atravs dos quais elas nos atingem conscincia, e que, em con-seqncia, esses mesmos rgos so apenas os instrumentos pelos quaisrecebemos as sensaes, e no os produtores das sensaes. Nestasexperincias, a sensibilidade parece sempre transportada por uma es-pcie de fluido, uma emanao particular, que pode impregnar certoscorpos materiais, inclusive a gua, desaparecendo, depois, ao fim dealgum tempo. Tudo nos induz a crer que a doutrina vitalista deHahnemann no constitui um salto nas trevas. Muito ao contrrio, afulgurao de uma intuio genial.

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    30 Dr. Penna Ribas

    Eu vou comear pelo comeo vou limpar o caminho.As relaes entre a Medicina e o Espiritismo podem ser contem-

    pladas de diversos ngulos.No meu caso pessoal, o binmio Medicina e Espiritismo ou, me-

    lhor, Medicina e Neo-espiritismo. Ambos so muito ignorados. Gran-de nmero de criaturas imagina que a Homeopatia uma espcie deteraputica mgica, ligada ao misticismo; e, na maioria das vezes, adeduo inferida que os homeopatas so espritas. Tudo errado.

    A Homeopatia, para Samuel Hahnemann e seus discpulos ortodo-xos, um sistema mdico. Para mim, , apenas, mtodo teraputico.Mtodo racional e preciso. Racional, porque est baseado numa lei decura a lei dos semelhantes. Preciso, porque, bem aplicada a lei, osmedicamentos atuam, sempre, com admirvel eficincia.

    Todavia, para a aplicao da lei de semelhana, imprescindvel oconhecimento da ao patogentica dos medicamentos no homem so.Na verdade, os quadros mrbidos provocados, in anima nobili, pelosmedicamentos experimentados, constituem as patogenesias, que docorpo Matria Mdica Homeoptica.

    Cada patogenesia ou doena experimental, provocada pela aoprolongada de determinado medicamento sobre o organismo humano,, sempre, constituda por complexa sintomatologia, reveladora deabundantes distrbios funcionais psicossomticos.

    Em presena do doente, o mdico compara o quadro clnico apre-sentado pelo paciente com as patogenesias incorporadas Matria M-dica e seleciona o medicamento cujo quadro patogentico mais se as-semelha ao quadro mrbido do enfermo. a aplicao da lei de cura similia similibus curantur; ou curentur, como preferem alguns doutos.

    Aplicada a lei dos semelhantes, lei natural de cura, que, como todalei natural, atua com a mxima eficcia, os remdios, prescritos emmnimas doses materiais, provocam curas assombrosas. a que o lei-go se espanta e imagina que o mistrio se prende a foras ocultas. Masse engana. O prodgio , apenas, o resultado de potente energia curati-va a atuar sobre o organismo hipersensvel. Potente energia curativa,porque bissecular observao clnica comprova notvel incrementoda ao teraputica dos medicamentos homeopticos, em virtude dadinamizao a que so submetidos no laboratrio farmacutico.Hipersensibilidade orgnica, porque a prtica demonstrou que o orga-nismo reage brutalmente ao remdio prescrito de acordo com a lei de

    Medicina, Espiritismo e Neo-espiritismo

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    semelhana, tornando-se necessrio reduzir ao mnimo as doses empre-gadas, as quais perdem em matria, mas ganham em energia curativa.

    Na verdade, o organismo do doente reage ao remdio homeopti-co com a mesma sensibilidade que o organismo do alrgico reage aosalergnios. Fica, assim, desvendado o mistrio dos grandes efeitos pro-vocados pelas mnimas doses homeopticas...

    No h, pois, nada de misticismo na Homeopatia, que cinciamdica; nem no Neo-espiritismo, que filosofia religiosa, ligada Cincia, especialmente Medicina e est decalcada em fatosinderrocveis, experimentalmente comprovados.

    No procede, conseqentemente, a suspeita de que todo homeopata, ipso facto, esprita.

    Sem embargo, como no meu caso, sobre ser homeopata, sou, ou-trossim, neo-esprita, urge definir, desde j, os rumos para evitar con-fuses.

    Os fatos que me induziram a aceitar o Espiritismo e a fundar oNeo-espiritismo so fatos psicolgicos e metapsicolgicos ligados mediunidade. Os fatos que me convenceram da admirvel eficcia dateraputica homeoptica so fatos clnicos. No h relao direta entreuns e outros. Primeiramente, de materialista que era, converti-me aoEspiritismo, continuando, porm, alopata. Mais tarde, diante da cura deminha esposa pela Homeopatia, em menos de 72 horas, depois de haversido submetida, durante mais de 1 ano, sem resultado satisfatrio, aosmais poderosos recursos da alopatia, senti-me impulsionado a estudar adoutrina hahnemanniana. E no tardou que eu prprio obtivesse curasque me entusiasmaram a ponto de recomear, com aprecivel prejuzomaterial, a vida profissional no campo da Homeopatia. Nunca, porm,misturei a Medicina com o Espiritismo, exceo feita para os casos emque, por minha sensibilidade, pude identificar, na enfermidade aparen-temente orgnica, a presena de oculta Espiritopatia casos que,destituindo-me dos proventos da clnica, sempre tratei, de graa, na SEPE Sociedade neo-esprita que dirijo.

    Entretanto, desde muitos anos, atravs da imprensa e de progra-mas radiofnicos, procurei esclarecer que, pelo fato de ser homeopata,no se segue que o mdico seja esprita e prescreva mediunizado. Pelocontrrio, procurei demonstrar que os mdicos, pelo fato de seremmdicos e possurem cultura prpria para curar, no so dotados demediunidade receitista, apangio de poucas criaturas e cuja condiosine qua non nada saberem de Medicina, pois a finalidade do receitu-rio esprita ou receiturio neo-esprita no fazer clnica terrena chamar a ateno dos cticos para a interferncia do mundo espiritualnos problemas humanos.

    Verdade que, todo mdico, sem exceo, por intermdio da intui-o clnica, recebe orientao de Protetores invisveis, que o assistem.

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    Isso, porm, discretamente e em harmonia com sua cultura, seu car-ter e sua vocao caridade. Contudo, o fenmeno da mediunidadereceitista no lhe seria lcito, porque no teria finalidade. No provariaa ningum a interveno do Alm. Conhecendo a Medicina, o mdico,mediunizado, no convenceria nem aos seus ntimos de que o receitu-rio era ddiva de antigos mdicos terrenos, transformados, peladesencarnao, em Espritos-mdicos, com curso de aperfeioamentopost-tumular!

    Mas o pior que o mdico, feito mdium receitista, passaria pormistificador ou por fantico e manaco. E tudo isso, de graa; porque,no sendo dele a prescrio, no poderia, em s conscincia, cobrarhonorrios. Seria, portanto, o massacre do mdico-mdium, sem provei-to para o Espiritismo nem para o Neo-espiritismo, que visam, antes detudo, a provar a sobrevivncia do homem e a comunicao dos Espri-tos; e, nunca, atrair Espritos-mdicos para, novamente, clinicarem naTerra, em desleal concorrncia com os colegas encarnados!

    Em suma: o mdico poder estar dotado de vrias mediunidades,menos uma a receitista. Por isso mesmo, sempre procurei ressalvar,perante meus clientes, que minha consulta consulta mdica e noconsulta espiritual. Isso no significa, porm, que, nos casos em que oenfermo esteja sofrendo agravao da sintomatologia clnica por invi-svel atuao espiritual, eu, dotado de sensibilidade medinica e comresponsabilidade espiritual de doutrinador, deva permanecer indife-rente, sem obrigao de orient-lo do ponto de vista espiritual, da mes-ma maneira que, como mdico, tenho o dever de orient-lo do pontode vista clnico.

    Agora, aplainado o caminho, entrarei no terreno do Espiritismoou, mais precisamente, do Neo-espiritismo, que o Espiritismokardequiano enriquecido com valiosos ensinamentos, que, desde a d-cada de 30, recebi, durante anos consecutivos, por intermdio da ex-traordinria mediunidade de minha primeira esposa Palmyra de Car-valho Ribas, e, pessoalmente, merc de indefectvel intuio, que mediunidade mundial.

    Delimitei o campo da Homeopatia. Circunscreverei, agora, o cam-po do Espiritismo. Posteriormente, mostrarei as inter-relaes entreambos. Mas, primeiramente, as diferenas; depois, as interferncias.

    A Homeopatia mtodo teraputico; o Espiritismo, filosofia reli-giosa. Cincia in fieri, como diriam os escolsticos, o Espiritismo ser,amanh, com o advento do Neo-espiritismo, cincia religiosa, quepolarizar a humanidade pelo pensamento e pelo sentimento.

    Vou sintetiz-lo. Primeiramente, as origens. O esboo antiqussimo. A mediunidade e a palingenesia esto camuflados nassombras do mais remoto passado. Todavia, bruxoleiam nos Vedas, re-lampejam no Bhagavad-Gita, particularmente no Shastah, coriscam no

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    Dhamapada e no Surungama Sutra Livros Sagrados do bramanismo edo budismo. E j palpitavam, em embrio, no seio do masdesmo ouzoroastrismo. De resto, reluzem intensamente no druidismo e fulgu-ram no tabernculo dos Mistrios, no Egito, na Caldia e na prpriaGrcia.

    Vultos proeminentes, como Pitgoras, Plato, e, sobretudo, Scrates,estavam convencidos de fatos e princpios que atualmente estocorporificados na doutrina esprita, como estaro na doutrina neo-esprita.

    Sem embargo, a verdadeira origem do Espiritismo outra.Desde os tempos mais primitivos, Espritos evoludos, provenien-

    tes de outros planos do Espao que envolve a Terra, encarnaram emnosso planeta na posio de Instrutores da humanidade. Dentre eles,destaco Buda e Jesus, outrora encarnados na Terra como Instrutoresda humanidade, e cujas doutrinas apresentam sensveis afinidades, devez que o essenismo, doutrina abraada pelo Profeta nazareno, se ins-pirou, em muitos tpicos, no budismo, no obstante o acatamento dadoaos profetas israelitas.

    Como se infere, toda revelao de verdades divinas origina-se deum profeta ou, apenas, de um Esprito missionrio assistido por nu-merosos Protetores de elevada hierarquia espiritual incumbidos detransmitir-lhe o que sabem a respeito do reino de Deus. de ver,pois, que as revelaes variam em profundidade e em clareza conso-ante o nvel de perfeio do seu revelador e a iluminao dos Mes-tres que o instruem.

    Ora, sendo essa uma lei divina para garantia do progressivoconhecimento de verdades eternas, bvio que o Neo-espiritismo, talqual o Espiritismo no poderia fugir regra. Com efeito no que tangeao Espiritismo, prevaleceu, sobretudo, o trabalho de sntese feito peloMestre Allan Kardec. Como pioneiro, o fundador do Espiritismo lidoucom um material eivado de erros, porquanto as comunicaes dos Es-pritos foram feitas pelos mtodos primitivos das pancadas de ump de mesa ou pelos movimentos duma taboinha triangular guiada porProtetores ainda ligados parcialmente ao catolicismo. Destarte, o Es-piritismo no poderia libertar-se in totum de postulados catlicos queprevaleceram na doutrina kardequiana e, dessa forma, foram aceitasmuitas inverdades e omitidas significativas verdades, que depurariamo Espiritismo da prejudicial mescla catlica.

    No que tange ao Neo-espiritismo que me foi revelado em carterpessoal, por uma pliade de Mestres, dentre os quais destaco AllanKardec, Lon Denis e Bezerra de Menezes, no houve vnculo com ocatolicismo, porque nem a mdium nem eu ramos catlicos.

    O fato que, a partir de 1935, o Neo-espiritismo j transpareciaem minhas doutrinaes, escritas em jornais de Niteri e do Rio oufaladas em conferncias efetuadas em diferentes centros de ambas as

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    capitais, motivo por que os confrades, perplexos, me acoimavam dedistorcer o kardequismo com teorias pessoais.

    Na verdade, no houve deturpao: houve retificao feita pelosMestres que me revelaram o Neo-espiritismo, com fatos evidentes epostulados racionais. De sorte que o Neo-espiritismo, queiram ou noos retrgrados, trar novas perspectivas para o planeta, com maiorcompreenso de seu Criador, exata situao dos Espritos nos interva-los de sucessivas encarnaes, melhor explicao para a desigualdadedos destinos humanos, esclarecimento de numerosas sndromes e enfer-midades provocadas pela atuao de Espritos sofredores ou de Espritosobsessores, causadores, respectivamente, de Espiritopatias clnicas ou deEspiritopatias obsessivas, consoante a terminologia criada por mim.

    Quanto a Jesus, Esprito de escol, Mestre dos Mestres, dotado deexcepcionais dons medinicos e de excelsas virtudes conquistadas emlutas ingentes, em muitas encarnaes diferentes entre si, veio Terra,em ltima encarnao, como incomparvel missionrio, que se obri-gou perante os sapientssimos Mestres, que governam nosso planeta, aampliar a eterna revelao divina, sempre condicionada ao progressomoral e intelectual dos habitantes da Terra. Para desincumbir-se deto gloriosa quanto espinhosa misso, Jesus fora preparado, desde osoito anos de idade, por um Mestre fora de srie, o Senhor de Justia, epor outros iniciados, que viviam como autnticos ascetas na comuni-dade do Qumrn, na qual Jesus fora educado e permanecera at, apro-ximadamente, trinta anos de idade.

    Iniciado e com a aurola de Mestre, Jesus rompeu as algemas daclausura para dar ao mundo profano aquilo que, para os iniciados,era segredo sagrado. Mas, a despeito das precaues que tomou, pre-gando por parbolas e evitando retaliaes com o mosasmo, que de-veria reformular, o Mestre insigne acabara envolvido sub-repticiamentena trama de implacveis adversrios, que o levaram ao martrio dacrucificao pena de morte reservada exclusivamente para escra-vos responsveis por crimes hediondos!

    Com a execrvel morte precoce do incomparvel Instrutor dahumanidade, o planeta no s perdeu o melhor dos homens, comoperdeu, outrossim, a oportunidade de receber, com todo resplendor, arevelao integral da doutrina de que Jesus foi portador, para aclararas conscincias, melhorar os sentimentos e confraternizar a humani-dade. Tudo porque esses sublimes conhecimentos espirituais eramapangio de Jesus, fruto de sua prodigiosa mediunidade e prmio desuas excepcionais virtudes. Numa palavra: a garantia da transmissoda revelao divina de que Jesus fora incumbido dependeria da permannciado excelso Mestre na vida terrena, pelo tempo necessrio, cujo termo deveriaser marcado por sua morte natural e nunca assassinado, por uma turba infrene,instigada por emissrios disfarados dos sacerdotes vingadores!

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    Com o Espiritismo, porm, jamais poderia ocorrer semelhante des-calabro, porque ele no revelao de um s profeta. fruto do traba-lho coletivo de milhares de Espritos. Trabalho conjugado de Espritosdesencarnados e de Espritos encarnados. De mdiuns e de habitantesdo Alm. Mdiuns de todas as crenas, e, at, sem crena alguma;Espritos de todos os planos espirituais organizados na rbita da Terra.

    Allan Kardec, como sempre afirmou, foi, apenas, o codificador dadoutrina, que, genialmente, colheu dos fatos que pde observar e dasmensagens, que recebeu, dos Espritos encarregados de instru-lo, porintermdio de meia dzia de mdiuns ingnuos. Os ensinamentos vie-ram, todos, do mundo espiritual deram-nos os prprios Espritos.Por isso, Allan Kardec denominou o livro bsico da doutrina Livrodos Espritos.

    de ver que Allan Kardec ou, melhor, o Professor Rivail, cujonome integral, desgraadamente, continua controvertido, dadas as con-tradies de seus bigrafos, fora discpulo dileto de Pestalozzi, renomadopedagogo suo. E, depois de vrios anos de magistrio e sendo j au-tor de valiosas obras didticas, Allan Kardec estava plenamente pre-parado para o cumprimento da misso que marcou sua brilhanteencarnao. Por isso, maneira de Galvani, que, na dana das rs,vislumbrou novo roteiro para a Cincia, Allan Kardec claramente per-cebeu na dana das mesas, at ento ridcula distrao de ociosos, oesforo herico de alguns habitantes do Alm preocupados em com-provarem, em benefcio da humanidade, a sobrevivncia do homem,com suas indeclinveis conseqncias morais. Por isso, persistiu afron-tando o preconceito e resistindo zombaria.

    Alis, no tardou que os prprios Espritos comunicantes sugeris-sem meios mais adequados para a produo das mensagens a pran-cheta e a psicografia, sobretudo a psicografia. Foi por este processoque Allan Kardec recebeu as mensagens que o convenceram.

    Moas ingnuas, profundamente catlicas, serviram de instrumen-to transmisso de mensagens heterodoxas, revolucionrias do pontode vista da religio que professavam, mensagens que, no obstante,desvendavam nova faixa de luz da mente divina!

    Alm dessas, outras mensagens, de diversos padres, foram dadas;mensagens, muitas vezes, duvidosas, que deveriam ser, como, de fato,foram, criteriosamente selecionadas ou rejeitadas.

    Os ensinamentos, ratificados por intermdio de mdiuns que sedesconheciam e que atuavam em diferentes localidades e, at, em ci-dades distantes, cada qual ignorando o teor das mensagens recebidaspelos demais, foram os nicos considerados verdadeiramente signifi-cativos. Assertivas esdrxulas, contrrias aos conceitos emitidos pelamaioria dos habitantes do Alm, foram computadas, como no poderi-am deixar de ser, meras opinies pessoais.

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    Allan Kardec concluiu, com toda razo, que, divergindo de opi-nio acerca de vrias questes, os Espritos estavam demonstrando,com isso, que no so oniscientes, como muita gente imagina, e que,na realidade, cada qual d a mensagem correspondente ao seu saber, sua moralidade e ao nvel de cultura do plano espiritual que alcana-ram. Por isso mesmo, a doutrina esprita no fora codificada, desde oprincpio, com postulados irremovveis, exceo feita, claro, para osseus princpios fundamentais, como a existncia de Deus, a existnciae a sobrevivncia do Esprito, a pluralidade de vidas, a pluralidade demundos habitados e a comunicao dos Espritos com os habitantesda Terra.

    No que tange, porm, aos demais ensinamentos, ministrados peloshabitantes do Alm, a doutrina dos Espritos dinmica e evolutiva deve avanar medida que novas contribuies, comprovadasemprica ou experimentalmente, vm dilatar seus horizontes.

    Com efeito, o Espiritismo parte do pressuposto de que a revelaodivina incessante; e que, medida que a humanidade evoluibiologicamente e vai sendo dotada de crebros mais aperfeioados e,sobretudo, proporo que progride moralmente, vai absorvendo, doAlm, novas verdades, que ela ainda no havia podido compreender.

    Imbuda, pois, como est, desse esprito progressivo, e devendocaminhar paralelamente Cincia, consoante preconizou seu vener-vel fundador, a doutrina esprita no poderia permanecer petrificada,com dogmas irremovveis. Ao contrrio, para no se fossilizar, ma-neira de certas religies, a doutrina esprita ratificar ou retificar seuspostulados de acordo com o progresso dos conhecimentos humanos.

    A sistemtica recalcitrncia dos lderes espritas em admitirem essecarter dinmico da doutrina kardequiana, que proclamam, mas noaceitam, , sem dvida, a razo da conspirao do silncio em tornodos ensinamentos que, desde 1935, venho proclamando no s emauditrios espritas, como pela imprensa escrita e falada.

    Entretanto, esses ensinamentos abrem novas perspectivas sobre amovimentao do mundo espiritual que nos envolve na vida terrena,esclarecem o mecanismo da justia do Criador e justificam a liberdadede atuao dos Espritos, ensejando, dessa forma, maiores, e melho-res, oportunidades para o homem livrar-se de muitssimos sofrimentosmorais e, at, de doenas enigmticas, as Espiritopatias, as quais, viade regra, zombam de todos os recursos teraputicos da Medicina.

    Afirmo, sem cabotinismo, esta verdade, mil vezes comprovada naprtica, na Sociedade que dirijo, porque os ensinamentos que transmi-to no foram criao de minha imaginao surgiram no decurso deum decnio de contato dirio com os Mestres, que me instruram porintermdio da prodigiosa mediunidade de minha primeira esposa. Do-tada, apenas, de instruo primria e ignorando inteiramente o teor

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    das mensagens que transmitia, mdium inconsciente que foi, era fla-grante e surpreendente a disparidade entre seu nvel cultural e a pro-fundidade dos ensinos que, mediunizada, me transmitia; ensinos queabrangiam no s a rea filosfica e religiosa como a rea cientfica eque antecederam, a mido, descobertas que ocorreram algum tempodepois de haverem sido a mim anunciadas e por mim proclamadas nasaulas doutrinrias da SEPE e vrias outras que ainda devero ocorrer,sem grande demora.

    Em se tratando de uma mdium de instruo primria, a variedadee a profundidade dos ensinamentos que me foram ministrados pelosEspritos missionrios que me revelaram o Neo-espiritismo foram, paramim, seguro penhor de que as mensagens provinham, de fato, do Alme nunca do Inconsciente da mdium, como poderiam pretender osfreudianos sistemticos e os parapsiclogos atuais.

    Alm disso, se eu ainda carecesse de provas colaterais para firmarminha convico bastariam as mensagens do Esprito de Andr Luiz,posteriormente transmitidas pelos mdiuns Waldo Vieira e ChicoXavier e que, em sntese, concordavam integralmente com osensinamentos que me haviam sido dados e com as revelaes que mehaviam sido feitas pela maravilhosa mediunidade de minha primeiraesposa. E o curioso foi que, desencarnada esta, a corrente das revela-es prosseguiu atravs da segunda esposa, Antonieta Moraes Ribas,sem nenhum interregno, desde que com ela me casei em 1965.

    Ora, convencido de que os fatos que me foram reveladosreformulam e engrandecem a codificao kardequiana e, por conse-guinte, constituem sagrado patrimnio espiritual da humanidade, nome senti obrigado a tolerar, por mais tempo, a conspirao do siln-cio promovida pelos espritas despeitados e, por isso, atendi aos in-sistentes apelos de meus Mentores espirituais e fundei o Neo-espiritismocom esperana de que, ligado como est Cincia em geral e Medi-cina em particular, e consolidado com postulados morais e religiososde cristalina racionalidade, a nova doutrina levar Paz e Sade hu-manidade!

    De resto, alm da moral crist, o Neo-espiritismo preservar comele os postulados fundamentais do Espiritismo.

    O primeiro deles , evidentemente, a existncia de Deus, criadordo Universo. Mas no se trata de um Deus antropomrfico, semelhan-te ao do Velho Testamento, idntico ao homem no fsico e, o que pior, de moral duvidosa, e injusto, porque faccioso.

    Na verdade, Deus no fez, nem poderia fazer, o homem sua seme-lhana, de vez que h total antagonismo entre a natureza divina e anatureza humana. O que aconteceu foi exatamente o contrrio daqui-lo que figura na Bblia: foi o homem que fez Deus sua semelhana,com as fraquezas que lhe so peculiares.

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    38 Dr. Penna Ribas

    O Deus do Neo-espiritismo, da mesma sorte que o Deus do Espi-ritismo, , na essncia e na aparncia, incognoscvel e irrepresentvelmaterialmente. , apenas, pressentido na grandiosidade do Universo ena profunda sabedoria das leis que o regem.

    Todavia, quando se descobre, nos paradoxos dos destinos huma-nos, sbia justia inspirada no amor por todas as criaturas, principia-mos a sentir pelo Criador, alm da intraduzvel admirao, profunda esincera venerao. Para isso, porm, imprescindvel que se admita areencarnao dos Espritos, sob a tutela da lei de causalidade moral,que d a cada qual exatamente o destino que merece.

    Qualquer outra hiptese, como a da salvao pela graa e da predesti-nao, arrasa a justia divina, transformando Deus num monstro deparcialidade, que poder ser objeto de nosso terror, nunca, porm, denosso amor!

    O outro postulado bsico da doutrina esprita e s-lo-, outros-sim, do Neo-espiritismo a existncia, no homem, do Esprito imor-tal. Mas a existncia do Esprito no principia na encarnao terrena,com toda a gama de diferenas individuais, que, primeira vista, dodo Criador revoltante impresso de arbitrariedade. No. A existnciado Esprito, quer no Espiritismo, quer no Neo-espiritismo, estindissoluvelmente ligada preexistncia e sobrevivncia. Na reali-dade, plurivivncia que se desenvolve em muitos planos quiem muitos mundos regulada infalivelmente por uma lei de causali-dade moral a lei do carma que restitui a cada Esprito, esteja eleencarnado ou desencarnado, os frutos das sementes que plantou, aquiou no Alm.

    Finalmente, outro postulado do Espiritismo, que continuar aprevalecer no Neo-espiritismo, a igualdade na criao dos Espritose sua evoluo gradativa, sujeita a penas e castigos provisrios e pro-porcionais gravidade das faltas cometidas, sempre com finalidadecorretiva correo at merecer, um dia, a eterna felicidade, queDeus reserva para todas as criaturas humanas, por mais desgraadas eperversas que sejam na atualidade!

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    39Prodgios da Homeopatia

    Ao contrrio do que ocorre na Medicina oficial, que costuma em-pregar o mesmo especfico para todos os doentes afetados pela mesmadoena, na Homeopatia, o tratamento , sempre, estritamente indivi-dual, prescrito para cada doente.

    Independentemente da doena, do micrbio ou de outro qualquerfator morbgeno, o remdio homeoptico prescrito de acordo com atotalidade dos sintomas de cada paciente. E como, margem dossintomas patognomnicos, caractersticos da doena, existem, sem-pre, sintomas anmalos, caractersticos da maneira de reagir de cadadoente a um mesmo fator etiolgico, evidente que a sintomatologiaconsiderada pelo mdico homeopata mais ampla e mais minuciosaque a do quadro clnico que interessa ao mdico alopata.

    Com efeito, somente com os sintomas patognomnicos, o alopatapoder fazer o diagnstico da doena e indicar o tratamento que julgaradequado. Mas o mdico homeopata, se quiser basear-se somente nossintomas da doena e receitar remdios homeopticos para a pneumo-nia, para o tifo, para a difteria, para a febre amarela, para o clera, paraa peste bubnica etc., sofrer tremenda decepo, porquanto, naHomeopatia, no existem especficos para as diversas doenas. Nosreferidos exemplos, o homeopata, para obter curas rpidas e sem con-valescena, como so as curas verdadeiramente homeopticas, teriade anotar a totalidade dos sintomas de cada pneumnico, de cada tifoso,de cada diftrico, de cada amarlico, de cada colrico, de cada bubni-co, etc., e, ao depois, aplicar, a cada doente, o remdio ou os remdiosque, alternados, lograssem cobrir a sintomatologia integral de cadacaso. E a razo muito simples. A eficcia dos remdios homeopti-cos depende da correta aplicao da lei dos semelhantes, cuja obedi-ncia exige se d ao doente o remdio que, no homem so, provoca umquadro patogentico to semelhante quanto possvel ao quadro mr-bido que se lhe manifestou.

    Ora, fato notrio que os doentes no reagem exatamente de modoidntico em face de uma mesma doena. Ainda mais um pacienteque, em diferentes pocas, acometido por uma mesma doena, apre-senta, infalivelmente, alguns sintomas diferentes dos anteriormenteapresentados.

    Vale dizer que, considerando-se a totalidade dos sintomas, jamaisse reproduzir, num mesmo doente, um quadro mrbido rigorosamen-te igual, embora a doena seja a mesma. Por isso mesmo, se se pres-

    A Homeopatia no curadoenas cura doentes

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    40 Dr. Penna Ribas

    crever o remdio, ao arrepio da lei de cura, com menosprezo da totali-dade dos sintomas, orientando-se, to somente, pelo diagnstico dadoena, o tratamento ser de todo em todo ineficaz.

    Alis, uma das prerrogativas da Homeopatia esta: tomados cor-retamente, os remdios curam com rapidez e perfeio; tomados erra-damente, os remdios no tm a mnima ao, nem curativa, nem pre-judicial, fato que no deixa de ser altamente significativo, porque nun-ca h perigo de intoxicao, nem de efeitos secundrios.

    Vejamos, agora, como, na teraputica homeoptica, preciso dis-tinguir, da doena, o doente. Sirva-nos de exemplo uma doena banal a gripe.

    Toda gente sabe quanto varivel o quadro clnico dessa virose.Mas para simplificar, confrontemos somente trs casos clnicos. Numpaciente, a molstia manifestou-se-lhe violentamente com calafrios,febre, dor de cabea, dores generalizadas no corpo inteiro, mais acen-tuadas nas articulaes e na regio renal. O doente permanece inqui-eto, agitado e no encontra boa posio no leito. Vira-se ora para umlado, ora para outro. Cobre-se e descobre-se, ora com frio, ora comcalor. s vezes, senta-se no leito, mas, em seguida, deita-se, tonto,com zumbidos nos ouvidos. Est inquieto, ansioso e, sobretudo, me-droso, receando que haja gravidade no seu estado. Chega a imaginarque est muito mal e que vai morrer. Inseguro, interroga freqentementeos parentes. Quer saber se no o esto achando em estado muito gra-ve e se no vai morrer. Como se v, o estado mental sempre muitoimportante para a seleo do remdio homeoptico oscila entre aansiedade e o pavor da morte. De resto, a face est rubicunda, os olhoscongestionados, vermelhos e lacrimosos, o pulso tenso e a cefalia latejante. O remdio seria Aconitum napellus.

    Noutro paciente, a gripe manifestou-se-lhe com as seguintes ca-ractersticas: depois de algumas horas de indefinvel indisposio, comanormal cansao, surgiram os primeiros espirros, seguidos de coriza,arrepios de frio, dor de cabea, febre, dores musculares, sensao deabatimento geral, verdadeiro torpor. O gripado deseja permanecersozinho, em repouso, sem dialogar. A face est congestionada e ligei-ramente arroxeada, o olhar lnguido, com as esclerticas injetadas,vermelhas, e as plpebras superiores ligeiramente cadas. E a clssicafacies de brio. O paciente responde com certa dificuldade ao inter-rogatrio mdico, tamanho o torpor. O gripado fica horas a fio pros-trado, numa sonolncia quase invencvel, perturbada, de vez em quan-do, por tremores musculares localizados ou, quando o sono tende aaprofundar-se, por violento estremecimento geral. Para este paciente,o remdio seria Gelsemium sempervirens.

    Finalmente, o ltimo exemplo. O gripado no teve calafrios, nemfebre. Sentiu, apenas, ligeira dor de cabea, com atordoamento. Olhos

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    41Prodgios da Homeopatia

    congestionados, vermelhos, com as plpebras edemaciadas epruriginosas. Coriza abundante, custica, queimando o lbio superiornas proximidades dos orifcios nasais. Espirros to freqentes que setornam quase insuportveis. No obstante, no do o menor alvio congesto da cabea. O paciente acusa tambm desagradvel sensa-o de secura e de ardor na laringe como se a mucosa houvesse sidoesfolada, tudo agravado por incmoda ccegas na garganta. Essessintomas agravam-se quando o paciente se deita com a cabea baixa,melhorando, ao contrrio, quando permanece sentado no leito. Paraeste gripado, o remdio seria Allium cepa.

    Eis, em rpido bosquejo, trs quadros dentre muitos que se nosapresentam na gripe, em suas mltiplas manifestaes clnicas.

    Todavia, com tais exemplos, j se nos torna evidente que, diversoscomo so os quadros clnicos de uma mesma molstia, diferentes de-vero ser os remdios que os debelem. E se o problema consiste emcobrir a totalidade dos sintomas de cada doente, como o exige aaplicao da lei de semelhana bssola da teraputicahahnemanniana evidente que imprescindvel se faz minuciosaanamnese, demorada observao e cuidadoso exame do paciente, afim de que se possa prescrever corretamente o remdio individual,nico que o curar prontamente, com inequvoca demonstrao dovalor da Homeopatia.

    A prova do que foi dito tem-na muitos clientes que, gripados, fo-ram por mim rapidamente curados; e, no obstante, gripados nova-mente, em data posterior, nenhum benefcio colheram, quando, par-tindo do pressuposto de que, sendo a doena a mesma, o mesmo deve-ria ser o remdio, mandaram aviar a mesma receita que, noutra oca-sio, lhes prescrevera eu. Mas, com certo desapontamento, verifica-ram que, ao revs do que ocorrera na ocasio da prescrio, a receita,repetida, no surtiu o mnimo efeito. Nem poderia surtir, porque, nareincidncia de uma mesma doena, jamais o quadro clnico se repro-duz exatamente idntico; e o remdio homeoptico, para curar, deverser, sempre, prescrito com obedincia lei de semelhana, levando-seem considerao a totalidade dos sintomas problema difcil, queescapa alada do leigo, includo o farmacutico, e, muitas vezes,desafia a argcia dos prprios mdicos!

    Alm disso, para que o homeopata possa prescrever corretamente, imprescindvel a presena do doente, pois, em geral, a seleo do remdioindividual adequado a determinado doente, depende de sintomas aparen-temente insignificantes, que passam despercebidos ao prprio doente.

    Vou exemplificar: um paciente acometido de disenteria amebianano havia obtido nenhuma melhora depois de 48 horas de tratamentoaloptico. No obstante, ficou clinicamente curado em, apenas, algu-mas horas, com um nico remdio homeoptico Dioscorea villosa.

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