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Proposta de rede coletora de esgoto sanitário em uma área da cidade de Manaus Proposal of a sanitary sewage collection system in an area of the city of Manaus Samantha Coelho de Matos Centro Universitário Luterano de Manaus CEULM-ULBRA Manaus, Brasil [email protected] Fernando de Farias Fernandes Centro Universitário Luterano de Manaus CEULM-ULBRA Manaus, Brasil [email protected] Jacqueline Carril Ferreira Centro Universitário Luterano de Manaus CEULM-ULBRA Manaus, Brasil [email protected] Reginaldo José Queiroz de Souza Centro Universitário Luterano de Manaus CEULM-ULBRA Manaus, Brasil [email protected] AbstractIn Manaus, the increase in population and the uncontrolled occupation of the soil contribute to the lack of infrastructure, mainly related to basic sanitation, which worsens socio-environmental problems. The objective of this work is to present a project of implantation of sewage collection network in an area of the city. In this way, a bibliographic research was carried out, with secondary data collection and technical visit at the place of project implementation, in order to observe the difficulties to be found in the implementation of the sewage system. It was proposed to set up a 2.52 km sewage collection network in the São José Operário neighborhood, in order to help the population allocated to it to have adequate basic sanitation. It was observed that there is a great investment both with trained professionals and in the realization of works that directly contribute to the improvement of the quality of life of the population. Keywords—Sewage System. Collecting Network. Manaus. I. INTRODUÇÃO O município de Manaus está localizado na região norte do território brasileiro, sendo a capital do Estado do Amazonas, com uma área de 11.401, 092 km² [1]. Está situado entre as coordenadas 2º 57’ e 3º 10’ de latitude Sul e 59° 53’ e 60° 07’ de longitude oeste [2]. Sua população é de aproximadamente 2.020.301 habitantes que vivenciam o desordenamento urbano e sofrem com a ausência de infraestrutura e qualidade de vida devido à falta de saneamento básico adequado que se observa principalmente na periferia do município [1]. Por saneamento entende-se como o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social [3]. Para manter tudo isso, deve-se coletar e tratar o esgoto, manter a limpeza urbana e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico que podem prejudicar o ser humano. Essas medidas devem ser adotadas conforme a Lei nº 11.445 [4], que foi assinada em 5 janeiro de 2007 que instituiu a Universalização do Saneamento Básico no País. Para poder alcançar o objetivo determinado pela lei, faz-se necessário concentrar esforços conjuntos na gestão, no planejamento, na prestação de serviços, na fiscalização, no controle social e na regulação dos serviços oferecidos a toda a sociedade [2]. Além de contemplar o abastecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais. Um dos serviços que a população manauara mais carece é o sistema de esgotamento sanitário, onde a população possui somente 480 km de redes de esgoto [2]. Isto ocorre principalmente devido ao crescimento da população, que na maioria das vezes vem de outros estados, e também da expansão das áreas urbanas na cidade de Manaus, na qual o saneamento não consegue acompanhar, consequência da falta de planejamento urbano da cidade e ocupação desordenada do solo. Os transtornos causados pela falta de saneamento básico na cidade afetam a população diariamente, seja por meio de doenças, da poluição dos cursos d´águas, pelas enchentes, principalmente, em épocas de cheia, dentre outras formas. Desse modo, foi realizado levantamento bibliográfico, levantamentos in loco e estudo de caso, para buscar e analisar o sistema de esgotamento sanitário da cidade de Manaus, a fim de propor uma melhoria no saneamento básico, que resulte na proteção e limpeza dos igarapés e nascentes da cidade, com isso proporcionar a melhoria de vida da população. Para isto foi proposto a ampliação da rede coletora de esgoto sanitário em uma área da cidade de Manaus-AM. © 2017 SHEWC XVII Safety, Health and Environment World Congress 203 July 09-12, 2017, Vila Real, PORTUGAL DOI 10.14684/SHEWC.17.2017.203-208

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Proposta de rede coletora de esgoto sanitário em uma área da cidade de Manaus

Proposal of a sanitary sewage collection system in an area of the city of Manaus

Samantha Coelho de Matos Centro Universitário Luterano de Manaus

CEULM-ULBRA Manaus, Brasil

[email protected]

Fernando de Farias Fernandes Centro Universitário Luterano de Manaus

CEULM-ULBRA Manaus, Brasil

[email protected]

Jacqueline Carril Ferreira Centro Universitário Luterano de Manaus

CEULM-ULBRA Manaus, Brasil

[email protected]

Reginaldo José Queiroz de Souza Centro Universitário Luterano de Manaus

CEULM-ULBRA Manaus, Brasil

[email protected]

Abstract—In Manaus, the increase in population and the uncontrolled occupation of the soil contribute to the lack of infrastructure, mainly related to basic sanitation, which worsens socio-environmental problems. The objective of this work is to present a project of implantation of sewage collection network in an area of the city. In this way, a bibliographic research was carried out, with secondary data collection and technical visit at the place of project implementation, in order to observe the difficulties to be found in the implementation of the sewage system. It was proposed to set up a 2.52 km sewage collection network in the São José Operário neighborhood, in order to help the population allocated to it to have adequate basic sanitation. It was observed that there is a great investment both with trained professionals and in the realization of works that directly contribute to the improvement of the quality of life of the population.

Keywords—Sewage System. Collecting Network. Manaus.

I. INTRODUÇÃO

O município de Manaus está localizado na região norte do território brasileiro, sendo a capital do Estado do Amazonas, com uma área de 11.401, 092 km² [1]. Está situado entre as coordenadas 2º 57’ e 3º 10’ de latitude Sul e 59° 53’ e 60° 07’ de longitude oeste [2]. Sua população é de aproximadamente 2.020.301 habitantes que vivenciam o desordenamento urbano e sofrem com a ausência de infraestrutura e qualidade de vida devido à falta de saneamento básico adequado que se observa principalmente na periferia do município [1].

Por saneamento entende-se como o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social [3]. Para manter tudo isso, deve-se coletar e tratar o esgoto, manter a limpeza urbana e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico que podem prejudicar o

ser humano. Essas medidas devem ser adotadas conforme a Lei nº 11.445 [4], que foi assinada em 5 janeiro de 2007 que instituiu a Universalização do Saneamento Básico no País. Para poder alcançar o objetivo determinado pela lei, faz-se necessário concentrar esforços conjuntos na gestão, no planejamento, na prestação de serviços, na fiscalização, no controle social e na regulação dos serviços oferecidos a toda a sociedade [2]. Além de contemplar o abastecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais.

Um dos serviços que a população manauara mais carece é o sistema de esgotamento sanitário, onde a população possui somente 480 km de redes de esgoto [2]. Isto ocorre principalmente devido ao crescimento da população, que na maioria das vezes vem de outros estados, e também da expansão das áreas urbanas na cidade de Manaus, na qual o saneamento não consegue acompanhar, consequência da falta de planejamento urbano da cidade e ocupação desordenada do solo. Os transtornos causados pela falta de saneamento básico na cidade afetam a população diariamente, seja por meio de doenças, da poluição dos cursos d´águas, pelas enchentes, principalmente, em épocas de cheia, dentre outras formas.

Desse modo, foi realizado levantamento bibliográfico, levantamentos in loco e estudo de caso, para buscar e analisar o sistema de esgotamento sanitário da cidade de Manaus, afim de propor uma melhoria no saneamento básico, queresulte na proteção e limpeza dos igarapés e nascentes dacidade, com isso proporcionar a melhoria de vida dapopulação. Para isto foi proposto a ampliação da rede coletorade esgoto sanitário em uma área da cidade de Manaus-AM.

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July 09-12, 2017, Vila Real, PORTUGALDOI 10.14684/SHEWC.17.2017.203-208

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II. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO O sistema de esgotamento sanitário é o despejo líquido que necessita de um tratamento e destino final [5], constituído em quatro partes:

• Esgoto doméstico: São despejo líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas dos seres humanos;

• Esgoto industrial: São despejo líquido resultante dos processos industriais, respeitados os padrões de lançamento estabelecidos [5];

• Água de infiltração: São provenientes do subsolo, indesejável ao sistema separador e que penetra nas canalizações [5];

• Contribuição pluvial parasitária: São canalização de esgoto clandestino, esta água encontra caminho para o sistema coletor por meio de ligações de canalizações pluviais prediais à rede de esgoto, interligações de galeria de águas pluviais à rede de esgoto, tampões de poços de visitas e outras aberturas e ligações abandonadas [6].

As águas das residências, comércio, indústrias, instituições, edifícios públicos, hospitais, entre outros, são conduzidas pelas redes coletoras aos coletores tronco e interceptores. Todo o fluxo natural dos esgotos é por gravidade que deve iniciar, de preferência, nos pontos mais altos para os pontos mais baixos, a fim de se determinar o traçado da rede coletora.

Este traçado de rede está estreitamente relacionado à topografia da cidade, uma vez que o escoamento se processa segundo o caimento do terreno. Este traçado pode ser dividido nos seguintes tipos [7]:

• Perpendicular: Em cidades atravessadas ou circundadas por cursos de água. A rede de esgotos compõe-se de vários coletores troncos independentes, com traçado mais ou menos perpendicular ao curso d’água. O interceptor margeia o curso d´água.

• Leque: É o traçado próprio a terrenos acidentados. Coletor-tronco corre pelo fundo dos vales ou pela parte baixa das bacias e nele incidem os coletores secundários, lembrando uma espinha de peixe.

• Radial ou distrital: É o sistema característico de cidades planas, divide-se em setores independentes e os pontos baixos recalcam-se os esgotos para o destino final.

Quando não é possível o escoamento por gravidade é necessária a construção de um conjunto estrutural que consiga realizar este escoamento, estas unidades são conhecidas como estações elevatórias de esgoto, um tipo de instalação de recalque composta por um conjunto motor-bomba e acessórios.

Dessa forma o sistema de esgotamento sanitário necessita de um conjunto de obras e instalações com a finalidade de coletar, transportar, tratar e dispor o esgoto tratado de forma adequada na natureza.

As canalizações coletoras de esgotos sanitários recebem, ao longo de seu traçado, os coletores prediais (domésticos,

comerciais, industriais, entre outros). Cada coletor predial recebe e transporta os seus esgotos, à medida que no interior das habitações os aparelhos sanitários vão lançando os dejetos correspondentes às águas utilizadas para os diversos fins. O escoamento nas canalizações das extremidades iniciais é bastante irregular, não só quanto às vazões, como também quanto aos intervalos de tempo de funcionamento ao longo do dia. À medida que os esgotos atingem condutos de maiores dimensões, o fluxo vai se tornando contínuo e mais regular [8].

Com isso, o dimensionamento hidráulico das canalizações é feito de forma que o esgoto não chegue a ocupar todo o espaço interno da tubulação. O líquido deve atingir no máximo 75% da seção do coletor, possibilitando então, seu escoamento por gravidade, sem exercer pressões sobre a parede interna do tubo e permitindo a ventilação do mesmo [8].

O esgotamento sanitário pode ser dividido em individual ou coletivo. O sistema coletivo pode ser unitário ou separador, este último pode ser dividido ainda em convencional ou condominial, como mostrado na Figura 1.

Fig. 1. Exemplo de ralo antivórtice

O sistema individual é usado em casas unifamiliares, onde é construída um tanque séptico, responsável pelo tratamento, seguida de dispositivo de infiltração no solo, como sumidouro, irrigação subsuperficial, entre outras formas de disposição.

O sistema coletivo é mais eficaz para cidades por motivo do crescimento populacional e ocupação do solo. Os sistemas coletivos consistem em canalizações que recebem o lançamento dos esgotos, transportando-os ao seu destino final, de forma sanitariamente adequada. Em alguns casos, a região a ser atendida poderá estar situada em área afastada do restante da comunidade, ou mesmo em áreas cujas altitudes encontram-se em níveis inferiores. Nestes casos, existindo área disponível cujas características do solo e do lençol d’água subterrâneo sejam propícias à infiltração dos esgotos, poder-se-á adotar a solução de atendimento coletivo da comunidade através de uma única fossa séptica de uso coletivo, que também atuará como unidade de tratamento dos esgotos [8].

Esgotamento sanitário

Sistema Coletivo Sistema Individual

Unitário Separador

Convencional Condominial

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No sistema coletivo unitário ou combinado as canalizações são construídas para coletar e conduzir os esgotos sanitários dos imóveis juntamente com as águas pluviais.

No sistema coletivo separador os esgotos sanitários e águas de chuva, provenientes de telhados e pátios, são encaminhadas ao seu destino final em canalizações separadas.

O sistema coletivo separador convencional é utilizado para cidades e bairros onde é delimitada uma bacia para o esgoto sanitário ser escoado, de preferência, por gravidade até a estação de tratamento.

Já o sistema coletivo separador condominial realiza a coleta do esgoto sanitário de um conjunto de lotes, por meio de um único ramal, e transporta para o tratamento, podendo ser dividido em três formas de redes [6]:

• Ramal de jardim: Quando o ramal condominial passafora do lote, e tem que tem uma distanciaaproximadamente de 0,70 m do muro.

• Ramal de fundo de lote: Quando o ramalcondominial passa por dentro do fundo do lote.

• Ramal de passeio: Quando o ramal condominialpassar por dentro da frente do lote.

III. METODOLOGIA

Este trabalho propõe a ampliação da rede coletora de esgoto sanitário em uma área da cidade de Manaus-AM resultando em contribuição para o saneamento básico, proteção e limpeza dos igarapés e nascentes da cidade, uma vez que a implantação da rede coletora diminuirá a carga poluidora nos cursos d’água, com isso proporcionar a melhoria de vida da população.

Desse modo, a pesquisa se divide em levantamento bibliográfico, levantamentos in loco e estudo de caso.

O levantamento bibliográfico consiste em explicar um problema, a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses, e pode ser realizada independentemente [9]. Com isso, busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do tema definido.

O levantamento bibliográfico consistiu na coleta de dados secundários que são aqueles coletados, tabulados, ordenados e, em sua maioria, analisados, e que estão disponíveis a quem interessar. As suas fontes podem ser manuais, relatórios, regulamentos, normas, internet, órgãos públicos, organização não governamentais, instituições de ensino e pesquisa, entre outros [10].

Dessa forma, foi realizado um levantamento de material bibliográfico relativo ao estudo de sistemas de esgotamento sanitário, a história do sistema de esgoto sanitário na cidade de Manaus-AM, partes constituintes, dimensionamento de redes coletoras e a proposta de localização da estação de tratamento de esgoto conforme as normas que tratam de estudos de concepção de sistemas de esgoto sanitário [5], de projeto de redes coletoras de esgoto sanitário [11], de projetos de estações de tratamento de esgotos sanitário [12] e de execução de rede coletora de esgoto sanitário [13].

Todas as informações reunidas a partir dos dados primários, obtidos no levantamento in loco, e dados secundários foram comparadas e analisadas, com o objetivo de se obter os resultados do projeto.

A delimitação da área de estudo contemplou uma área que não possui sistema de esgotamento sanitário, a partir dos dados [14], onde foi levantada a população para ser atendida. Com isso, dimensionou-se a rede coletora de acordo com os procedimentos estabelecidos por [11].

Foi realizado o traçado da rede coletora e se definiu a concepção que melhor atende à população dos pontos de vista técnico, econômico, financeiro e social.

A. Caracterização do município de ManausA cidade de Manaus está localizada na região norte do território brasileiro, mais precisamente no estado do Amazonas, que ocupa uma área de 11.401,092 km² [1]. Manaus limita-se com os seguintes municípios: ao norte, Presidente Figueiredo; ao sul, Careiro da Várzea e Iranduba; a leste, Rio Preto da Eva; e a oeste, Novo Ayrão, conforme pode observa a Figura 2 ilustrando a localização do município de Manaus [2].

Fig. 2. Localização da cidade de Manaus, Amazonas

A região Amazônica que foi ocupada pelos portugueses no ano de 1542. Em 1669 foi construído o Forte São José da Barra do Rio Negro, daí iniciou-se o convívio entre portugueses e índios de algumas tribos. Em 1754, o povoado recebeu o nome de São José do Rio Negro e já no ano seguinte foi instituída a Capitania de São José do Rio Negro, com sede em Mariuá (Barcelos), e em 1790 transferida para São José do Rio Negro. Após dois anos, foi criada a Província do Amazonas e, em 1856, a cidade recebeu o nome de Manaós [2], que atualmente é chamada de Manaus.

O tratamento e serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário iniciaram-se em 1881 pela concessionária Manaós Railway Company. De 1906 a 1913 mudou para Manaós Improvements Ltda, porém não obteve sucesso, então o município começou a gerência desta atividade no período de 1913 a 1969, depois foi passado para concessionária Cosama no período de 1969 a 2000. De 2000 a 2007 foi passada para concessionária Águas do Amazonas S. A. que era administrada pelo grupo francês Suèz, de 2007 a2012 em questões políticas levaram o grupo nacional Solví,assumir no lugar da Suez, com isso no ano 2012 atéatualmente as atividades estão sendo realizadas pela

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concessionária Manaus Ambiental, administrada pelo grupo nacional Saneamento Ambiental Água do Brasil (SAAB) e Solví [2].

Com isso, a cidade de Manaus possui um sistema de esgotamento sanitário com uma extensão de 480 km de redes coletoras, 60 estações de tratamento de esgoto e 49 estações elevatórias de recalque, sendo operada atualmente pela concessionária Manaus Ambiental S.A. [2].

Na cidade de Manaus o índice de abastecimento de água é de aproximadamente 98,6%, enquanto que 28,6% da população possuem sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário gerado. Dessa forma, há um grande desafio para suprir esta carência na cidade [2].

A Cidade de Manaus é atendida apenas parcialmente com o sistema de esgotamento sanitário, dividido em duas partes distintas, que são [2]:

• Sistema Integrado Educandos: O Sistema Integrado compreende duas bacias de esgotamento, Centro e Educandos, sendo um sistema contínuo composto por redes coletoras, coletores troncos, estações elevatórias de esgoto (EEE’s), estações de pré-condicionamento (EPC’s) e um emissário sub-fluvial, que tem início na EPC localizada na sub-bacia de Educandos. Ela abrangem os Bairros Betânia, Santa Luzia, Morro da Liberdade, Educandos, Crespo e parte dos Bairros Centro, Colônia Oliveira Machado, São Lázaro, Distrito Industrial, Praça 14 de Janeiro, Vila Buriti, Japiim e Raiz;

• Sistemas Isolados: São conjuntos habitacionais ou loteamentos, sendo constituídos por sistemas de coleta, transporte e tratamento, executados pelos proprietários, mas repassados para a operação da Concessionária Manaus Ambiental S.A. esse sistema e espalhando ao longo de toda a área urbana do Município.

B. Delimitação da área de estudo A delimitação da área para a implantação das redes de esgotos atende uma área aproximadamente de 9,98 ha que está localizada nas ruas 15, 25, 26, 27 e 28, e sua estação de tratamento de esgoto deverá ser implantada na coordenada -3.063350 latitude, -59.948312 longitude e na rua J localizada no bairro São José Operário, para atender 1.965 pessoas conforme se apresenta na Tabela 1.

TABELA I. POPULAÇÃO NA ÁREA DE PROJETO [1]

Setor Habitações (un.)

População (habitantes)

Área (ha)

Densidade (hab.Km²)

Setor 1 334 1.271 5,42 21.451,84

Setor 2 204 694 4,56 14.685,97

TOTAL 538 1.965 9,98 36.137,81 A evolução do crescimento populacional das áreas urbanas deve ser estudada de forma complementar e harmônica ao estudo de uso e ocupação do solo, considerando o município como um todo. Se o município for composto por mais de um

distrito, deve-se estudar e projetar a participação de cada distrito na população total do município [7].

Com isso, a área foi definida por setores de atuação como pode-se observar na Figura 3, estes dois setores foram definidos conforme divisão estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [1].

Fig. 3. Área de estudo

Observou-se que estes dois setores já possuem alta densidade demográfica e sem áreas de expansão futuras. Portanto a população final foi considerada igual a população inicial, conforme dados fornecidos [1], ou seja, 1.965 habitantes.

IV. RESULTADOS

A. Dados preliminares Foi levantado o consumo de água per capita, concluindo-se pela adoção de consumos diferenciados em função da característica local de cada zona de medição, com redução gradativa face à política de minimização de perdas de água e hidrometração [2].

Com isso, pretende instalar 100% de micromedição na área definida, propondo-se a utilização dos seguintes critérios, de acordo com a norma, que deverão ser seguidos, na medida do possível nos projetos de esgotamento sanitário:

• Consumo de água per capita: 160 L/hab·dia;

• Coeficientes de variação diária K1 = 1,20;

• Coeficiente de variação horária K2 = 1,50;

• Coeficiente do fator de retorno água/esgoto: 0,80;

• Coeficiente de infiltração: 0,20 L/s.km;

• Aceleração de gravidade: 9,81 m/s³;

• Peso específico: 10.000,00 N/m³;

• Coeficiente de Manning: 0,013;

• Contribuição singular inicial: 0,05 L/s;

• Contribuição singular final: 0,06 L/s.

O sistema de esgotamento sanitário tem uma necessidade muito grande para os seres humanos, por motivo das doenças

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e germes que são gerados pelo esgoto, então deve-se dimensionar a coleta, transporte, tratamento e disposição final do esgoto gerado. Na área de estudo, a maioria do esgoto é de origem doméstica que provem principalmente de residências, estabelecimentos comerciais, instituições ou quaisquer edificações que dispõem de instalação de banheiros, lavanderias e cozinhas. Compõem-se essencialmente de água de banho, excretas, papel higiênico, restos de comida, sabão, detergentes e águas de lavagem.

A partir da definição da área de estudo, foi realizado o traçado conforme a topografia da área de estudo, resultando em um traçado tipo leque, como se observa na Figura 4.

Fig. 4. Planta baixa com o traçado da rede coletora de esgoto da área de estudo

B. Dimensionamento da rede coletora A rede coletora de esgoto na área definida foi majoritariamente convencional, ocorrendo o escoamento, em função da topografia local e o respectivo e assentamento urbano.

Esta área apresenta topografia com sentido de caimento em direção ao igarapé de maneira que a rede coletora direciona os esgotos para o interceptor na menor cota da área de estudo.

Com isso foi realizado o dimensionamento da rede coletora conforme procedimentos indicados [11].

Dessa forma obteve-se o seguinte resultado:

• 2.523,86 m de rede coletora, com diâmetro de 150mm;

• 21 poços de visita;

• 16 terminais de limpeza.

Todo o material da rede coletora deverá ser em PVC reforçado para esgoto.

Deverá ser implantado o interceptor na cota menor do terreno na margem esquerda que coletará os esgotos da área definida e os encaminhará por gravidade para a estação de tratamento de esgoto.

O interceptor será de 150mm de diâmetro com 81,20m de comprimento até à Estação de Tratamento de Esgotos.

C. Procedimentos para a implantação Os procedimentos a serem tomados para construção do projeto necessita da aprovação do poder público, da concessionária, obedecendo às normas da construção civil e algumas resoluções ambientais, para liberação das licenças de execução.

Portanto, é necessária a elaboração de relatórios técnicos ambientais para verificar o impacto que a implantação irá ocasionar na área de estudo. Dentre estes relatórios estão a Estudo de Impacto Ambiental (EIA), Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), Plano de Controle Ambiental (PCA), Relatório de controle Ambiental (RCA), Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), entre outros. Além de seguir os passos metodológicos que levem ao diagnóstico, prognóstico, a identificação de recursos tecnológicos e financeiros, para mitigar os impactos negativos, potencializar os impactos positivos, as medidas de controle e monitoramento de impacto [6].

Depois de verificar de onde virá o recurso financeiro, para execução e implantação de rede e interceptor para ligar na estação de tratamento, o que acarretará na desapropriação de 4 imóveis localizados entre as ruas marginal e a rua 15, para a construção do interceptor da rede que irá interligar com a estação de tratamento de esgoto (ETE).

Para a construção da rede de esgoto deve-se obedecer ao disposto na norma que trata de estudos de concepção de sistemas de esgoto sanitário [5] e nas diretrizes estabelecidas pela concessionária local [15].

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os serviços de saneamento básico são indispensáveis para a qualidade de vida da população, a partir deste trabalho pode-se ter o conhecimento do sistema de esgotamento sanitário na cidade de Manaus-AM, que possui 480 km de redes coletoras, 60 estações de tratamento de esgoto e 49 estações elevatórias de recalque. Com isto, é perceptível que há muito a ser realizado na cidade em relação a este serviço.

Portanto, a segunda parte deste trabalho se baseou em uma proposta de rede coletora de esgoto em uma área da cidade de Manaus-AM, onde não há rede coletora de esgoto. Com isso, foi escolhida uma área de aproximadamente de 9,98 ha no Bairro São José Operário, onde a proposta resultou em 2.523,86 m de rede coletora de 150 mm, 21 poços de visita, sendo três com tubos de queda e 16 terminais de limpeza. Foi ainda proposta a localização de uma estação de tratamento de Esgotos (ETE) sendo necessária a desapropriação de uma área onde o interceptor será instalado.

A partir do trabalho realizado foi possível aplicar diversos conhecimentos da área de engenharia, desde a utilização da topografia do terreno até cálculos de condutores livres e utilização de métodos práticos, sempre respeitando às normas técnicas e às exigências da concessionária local.

Percebe-se, ainda, que este trabalho abre caminhos pra outros trabalhos que podem complementar e acrescentar, tais como a realização de estudo do custo de implantação da rede,

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dimensionamento da ETE, e ainda, estudo de impacto ambiental com a implantação e tratamento do esgoto produzido.

Portanto, é de fundamental importância a atuação do engenheiro no que tange às propostas e execução de obras de saneamento básico que transformem a vida da população através das melhorias impostas pela sua adequada implantação.

REFERENCIAS [1] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

(IBGE). Censo demográfico por Cidades, 2010. Disponível em:<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php>. Acesso em 05 deFev. de 2015.

[2] FGV Projetos. Plano Municipal de Saneamento Básico de Manaus.2014. Disponível em:<http://www2.manaus.am.gov.br/docs/portal/secretarias/casa civil/ugpm_agua/plano_mun_saneamento_1/24032014_Produto_11.pdf> Acesso em 14 de Fev. de 2015.

[3] ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Constituição daOrganização Mundial da Saúde, 1946. Disponível em:<http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituição-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html>. Acesso em 01 de Mai. De 2015.

[4] BRASIL. Lei 11.445, 5 jan. 2007. Estabelece diretrizes nacionais parao saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993,8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 demaio de 1978; e dá outras providências. Publicado no DOU de8.1.2007 e retificado no DOU de 11.1.2007

[5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT).NBR 9648: Estudos de Concepção de Sistemas de Esgoto Sanitário.Rio de Janeiro, 1986.

[6] NUVOLARI, Ariovaldo. Esgoto sanitário: Coleta, transporte,tratamento e reuso agrícola – 2ª ed. ver . atualizada e ampl. – SãoPaulo: Blucher, 2011.J. Clerk Maxwell, A Treatise on Electricity andMagnetism, 3rd ed., vol. 2. Oxford: Clarendon, 1892, pp.68-73.

[7] TSUTIYA, Milton e ALEM SOBRINHO, Pedro. Coleta e Transportede Esgoto Sanitário. São Paulo, Escola Politécnica da USP. 2ª Edição.1999.

[8] BARROS, Raphael T. de V. et al. Saneamento. Belo Horizonte:Escola de Engenharia da UFMG, 1995. (Manual de saneamento eproteção ambiental para os municípios).

[9] CERVO, Amado Luiz, BERVIAN, Pedro Alcino e SILVA, Roberto.Metodologia científica, São Paulo. 6 ed. 2007.

[10] MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento.5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT).NBR 9649: Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. Rio deJaneiro, 1986.

[12] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT).NBR 12209: Projetos de estações de tratamento de esgotos sanitário.Rio de Janeiro, 1992.

[13] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT).NBR 9814: Execução de rede coletora de esgoto sanitário. Rio deJaneiro, 1987.

[14] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA(IBGE). Sinopse por setores. Disponível em:<http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/>. Acesso em05 de Fev. de 2015.

[15] ÁGUAS DO AMAZONAS. Diretrizes para Análise e Recebimentode Loteamento ou Conjunto Residencial Unifamiliar ou Similar.Manaus, 2012.

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