relato de caso - acm › revista › pdf › artigos › 1233.pdf · ataxia, um sinal neurológico...

5
81 Arq Catarin Med. 2013 abr-jun; 42(2): 81-85 Ataxia progressiva hereditária: 20 anos dos sinais e sintomas ao diagnóstico Hereditary progressive ataxia: 20 years from first symptoms and signs to diagnosis Nancy Watanabe 1 , Jaime Lin 2 , Katia Lin 3 Resumo A seguir descreve-se um caso de ataxia de Freidreich (AF). Paciente masculino de 30 anos iniciou há 20 anos com quadro de desequilíbrio e incoordenação motora, fraqueza generalizada e paraparesia progressiva até in- capacidade de deambular, durante todo o período de evolução sem diagnóstico estabelecido, apesar de his- tória familiar positiva. Descritores: Ataxia. História familiar. Doença genética. Abstract We describe a case of Friedreich’s ataxia (FA). A 30 year-old male patient started 20 years ago with dise- quilibrium and motor incoordination, general weakness progressive paraparesis until inability to ambulate, throughout the last two decades without established diagnosis, despite of positive family history. Keywords: Ataxia. Familial history. Genetic disease. Introdução Ataxia, um sinal neurológico caracterizado por inco- ordenação de movimentos voluntários, é a manifesta- ção mais proeminente de doença cerebelar, que está associada a distúrbios de postura, marcha, movimentos oculares, tônus muscular, destreza manual e fala. 1 As ataxias cerebelares são um grupo de doenças neurodegenerativas caracterizadas por degeneração progressiva do cerebelo e suas conexões, frequente- mente acompanhadas por diversos outros sinais e sin- tomas neurológicos e sistêmicos. Didaticamente, este grande grupo de doenças pode ser categorizado em ataxias hereditárias e esporádicas. As ataxias heredi- tárias podem ainda ser subdivididas de acordo com o padrão de herança em: autossômica dominante (p.ex. ataxias espinocerebelares – AEC), autossômica recessi- va (sendo as mais comuns a ataxia de Friedreich – AF e a ataxia-telangiectasia – AT), ligada ao X (p.ex. adreno- leucodistrofia) e herança mitocondrial (MELAS, MERRF, síndrome de Leigh, etc.). As ataxias esporádicas, podem ser etiologicamente agrupadas em sintomáticas (lesões estruturais, malformações congênitas, tóxicas, metabó- licas, inflamatórias, paraneoplásicas, etc.) ou idiopáti- cas (p.ex. atrofia de múltiplos sistemas). Sendo assim, a identificação de alterações neurológicas associadas e manifestações sistêmicas são de extrema importância para diagnóstico diferencial. 2,3 Os avanços da biologia molecular nas últimas déca- das que permitiram a disponibilização de testes gené- ticos específicos facilitou a investigação destes pacien- tes, apesar de estabelecer o diagnóstico em apenas 50 a 75% dos casos. 4,5 Um diagnóstico apropriado é de máxima importância para considerações como prog- nóstico, aconselhamento genético e possíveis implica- ções terapêuticas. 2 Neste relato ressalta-se a importância da anamnese e história clínica do paciente para diagnóstico diferen- cial das ataxias hereditárias. Um paciente adulto jovem, 1. Acadêmica do curso de graduação em Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil. 2. Professor de Neuropediatria – Departamento de Biologia, Saúde e Ciências Sociais – Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil. 3. Professora-Adjunta de Neurologia – Departamento de Clínica Médica – Uni- versidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil. RELATO DE CASO Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280

Upload: others

Post on 09-Jun-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: RELATO DE CASO - ACM › revista › pdf › artigos › 1233.pdf · Ataxia, um sinal neurológico caracterizado por inco-ordenação de movimentos voluntários, é a manifesta-ção

81Arq Catarin Med. 2013 abr-jun; 42(2): 81-85

Ataxia progressiva hereditária: 20 anos dos sinais e sintomas ao diagnósticoHereditary progressive ataxia: 20 years from first symptoms and signs to diagnosis

NancyWatanabe1,JaimeLin2,KatiaLin3

Resumo

Aseguirdescreve-seumcasodeataxiadeFreidreich(AF).Pacientemasculinode30anosiniciouhá20anoscomquadrodedesequilíbrioeincoordenaçãomotora,fraquezageneralizadaeparaparesiaprogressivaatéin-capacidadededeambular,durante todooperíododeevoluçãosemdiagnósticoestabelecido,apesardehis-tóriafamiliarpositiva.

Descritores:Ataxia.Históriafamiliar.Doençagenética.

Abstract

WedescribeacaseofFriedreich’sataxia(FA).A30year-oldmalepatient started20yearsagowithdise-quilibriumandmotorincoordination,generalweaknessprogressive paraparesis until inability to ambulate,throughout the last two decades without establisheddiagnosis,despiteofpositivefamilyhistory.

Keywords:Ataxia.Familialhistory.Geneticdisease.

Introdução

Ataxia,umsinalneurológicocaracterizadoporinco-ordenaçãodemovimentosvoluntários,éamanifesta-çãomais proeminente de doença cerebelar, que estáassociadaadistúrbiosdepostura,marcha,movimentosoculares,tônusmuscular,destrezamanualefala.1

As ataxias cerebelares são um grupo de doençasneurodegenerativas caracterizadas por degeneraçãoprogressiva do cerebelo e suas conexões, frequente-menteacompanhadaspordiversosoutrossinaisesin-tomasneurológicosesistêmicos. Didaticamente,estegrande grupo de doenças pode ser categorizado emataxias hereditárias e esporádicas. As ataxias heredi-táriaspodemaindasersubdivididasdeacordocomopadrão de herança em: autossômica dominante (p.ex.ataxiasespinocerebelares–AEC),autossômicarecessi-va(sendoasmaiscomunsaataxiadeFriedreich–AFeaataxia-telangiectasia–AT),ligadaaoX(p.ex.adreno-leucodistrofia)eherançamitocondrial (MELAS,MERRF,síndromedeLeigh,etc.).Asataxiasesporádicas,podemseretiologicamenteagrupadasemsintomáticas(lesõesestruturais,malformaçõescongênitas,tóxicas,metabó-licas, inflamatórias, paraneoplásicas, etc.) ou idiopáti-cas (p.ex. atrofiademúltiplos sistemas). Sendoassim,aidentificaçãodealteraçõesneurológicasassociadasemanifestações sistêmicas sãodeextrema importânciaparadiagnósticodiferencial.2,3

Osavançosdabiologiamolecularnasúltimasdéca-dasquepermitiramadisponibilizaçãodetestesgené-ticosespecíficosfacilitouainvestigaçãodestespacien-tes,apesardeestabelecerodiagnósticoemapenas50a 75% dos casos.4,5 Um diagnóstico apropriado é demáxima importância para considerações como prog-nóstico,aconselhamentogenéticoepossíveisimplica-çõesterapêuticas.2

Nesterelatoressalta-seaimportânciadaanamneseehistóriaclínicadopacienteparadiagnósticodiferen-cialdasataxiashereditárias.Umpacienteadultojovem,

1. AcadêmicadocursodegraduaçãoemMedicinadaUniversidadeFederaldeSantaCatarina(UFSC),Florianópolis,SC,Brasil.

2. ProfessordeNeuropediatria–DepartamentodeBiologia,SaúdeeCiênciasSociais–UniversidadedoSuldeSantaCatarina(UNISUL),Tubarão,SC,Brasil.

3. Professora-AdjuntadeNeurologia–DepartamentodeClínicaMédica–Uni-versidadeFederaldeSantaCatarina(UFSC),Florianópolis,SC,Brasil.

RELATO DE CASO

Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280

Page 2: RELATO DE CASO - ACM › revista › pdf › artigos › 1233.pdf · Ataxia, um sinal neurológico caracterizado por inco-ordenação de movimentos voluntários, é a manifesta-ção

82

queiniciounainfânciacomquadrodesíndromecere-belarprogressiva,comhistória familiarpositiva, levou20anosatéoestabelecimentododiagnósticodeAF.

Relato de Caso

R.F.D.,masculino,29anos,caucasiano,solteiro,tele-fonista, cursandoensinomédio, natural e procedentedeCocaldoSul,ascendênciaportuguesa,destro,iniciouaos9anosdeidadecomdesequilíbrio,incoordenaçãomotorae fraquezadifusa,compioraprogressiva,evo-luindoparadificuldadededeambulação, tornando-serestritoàcadeiraderodasdesdeos27anos.Negouco-morbidades,incluindocardiopatiaediabetesmellitus.UmainternaçãoanteriordurantesuainfânciaemPortoAlegre-RSparainvestigaçãodoquadroneurológicore-sultou inconclusiva (sic).Negoupalpitações, dispnéia,disfagiaouqueixasálgicas.Emrelaçãoàhistóriamór-bidafamiliar(Figura1),amãefaleceuporarritmiacar-díacaeopaifaleceuporneoplasiapulmonar(paisnãoconsanguíneos). Por parte da família materna, possuium irmãoeumaprimadesegundograu, comquadrosemelhanteeumtiocomarritmia,sugerindopadrãodeherançagenéticaMendelianaautossômicarecessiva.

Aoexamefísico,semalteraçõesdoaparelhocardio-vasculare,aoexameneurológico,apresentavafalaes-candida,marchaatáxica,bradicinesiabilateral,eutoniademembros superiores, enquantoobservou-se amio-trofiadistal,hipertonia,péscavosededosemgarranosmembrosdeinferiores,bemcomoparaplegiaespástica.Parescranianoscommovimentosoptocinéticossacádi-cos. Forçamuscular5/5emmembros superiores, 1/5emcoxas,2/5emextensãodepernas,0/5aflexãodepernase0/5empés.Hiporreflexia(1/4)emmembrossuperiores e arreflexia (0/4) em membros inferiores.Observou-se sinal de Babinski bilateralmente, disdia-dococinesiaedismetriabilateral.Sensibilidadetátildo-lorosapreservada,porémmaisevidenteemmembrossuperiores. Sensibilidade proprioceptiva e vibratóriaausenteemmembrosinferiores.

Emrelaçãoaosexamescomplementares,foramso-licitadosexames laboratoriais (Tabela1);eletrocardio-grama(ECG)eecocardiogramacujosresultadosforamnormais;eletroneuromiografiaquerevelouneuronopa-tiasensorialpuraeressonânciamagnética (RM)ence-fálica que evidenciou redução volumétrica de predo-míniocerebelarcomenvolvimentoemmenorgraudeponte, bulbo emedula cervical; e teste genético queevidenciouhomozigoseparaAFcomimportanteexpan-sãodotripletGAAnogenedafrataxina(FXN).

Paciente recebeu alta hospitalar para acompanha-mentoambulatorial,comorientaçãoparausodecoen-

zimaQ1010mg/diaevitaminaE600mg/diaeencami-nhamentoparafisioterapiaefonoaudiologia.

Figura 1. Heredogramafamiliar.

Tabela 1. Exameslaboratoriais.

Discussão

AFéumaataxiacerebelardegenerativadepadrãodeherançaautossômicarecessiva.Éaataxiahereditá-riamaiscomum,ocorrendocomafrequênciadeapro-ximadamente1:50.000napopulaçãocaucasiana.Afetaprimariamenteosistemanervosocentral,nervosperi-féricos,bemcomoocoraçãoeopâncreas.6,7

AmaioriadoscasosdeAFécausadaporperdadefunção do gene FRDA1, localizado no cromossomo9q13.6,8,9A grandemaioria dospacientes apresentaa repetiçãodeum trinucleotídeoexpandido (GAA)nointron 1 de ambos alelos do gene FRDA1.6,10 Esta ex-pansãode90-1300 repetições (faixanormalde6-33repetições)resultaemtranscriçãoreduzidadegeneereduçãodaexpressãodestegenequecodificaaFXN–umaproteínamitocondrial.11

AexpressãodeFXNpareceaumentaradefesaan-tioxidantecelularatravésdaativaçãodeglutationape-roxidaseeelevaçãodetióisreduzidos.12Comparadosacontrolesnormais,pacientescomAFtêmcomprometi-mentodaantioxidaçãoenzimática,ouseja,umadisfun-çãomitocondrial.13

Háevidênciasdequeotamanhodaexpansãodotri-nucleotídeoGAAestáinversamenterelacionadoàidadedeinícioemagnitudedaincapacidademotoraedireta-menterelacionadoàincidênciadecardiomiopatia.14

AAFcaracteriza-seporataxiamistacerebelarepro-

Arq Catarin Med. 2013 abr-jun; 42(2): 81-85

Ataxiaprogressivahereditária:20anosdossinaisesintomasaodiagnóstico

Page 3: RELATO DE CASO - ACM › revista › pdf › artigos › 1233.pdf · Ataxia, um sinal neurológico caracterizado por inco-ordenação de movimentos voluntários, é a manifesta-ção

83Arq Catarin Med. 2013 abr-jun; 42(2): 81-85

Ataxiaprogressivahereditária:20anosdossinaisesintomasaodiagnóstico

prioceptiva(compioraaofechamentoocular),arreflexiae reflexoplantarextensor.Escolioseécomumepodeser a primeiramanifestação da doença.Os sinais ini-ciaisaparecemgeralmenteentreos7-25anosdeidadeepioramprogressivamente, levandoaodesequilíbrio,quedasedificuldadesparaasatividadesdevidadiária,incluindodisartriaedisfagia,comprogressãovariável,ocorrendoperdadahabilidadedelocomoçãoindepen-denteapós10-15anosdedoença.6,7,15,16Opacientere-latadoapresentouapenasmanifestaçõesneurológicas,maspossuíahistóriafamiliardearritmiacardíaca,possi-velmenteumamanifestaçãorelacionadaàAF.

Estudosdeconduçãonervosarefletemumaneuro-patiaaxonalsensorial.Velocidadesdeconduçãomoto-raestãoapenaslevementereduzidas,epotenciaisevo-cadosauditivosesomatossensoriaissãoanormais.17

Pacientes com AF, comumente apresentam cardio-miopatiahipertrófica,cujaprincipalmanifestaçãoéar-ritmiagrave,ecomplicaçõesrelacionadassãofrequen-tecausademorte.Hipertrofiadoventrículoesquerdo,observadoem60%dospacientes,podeserobservadoclinicamente por sinais como palpitações e dispnéia,enquantooECGgeralmenteevidenciaanormalidadesderepolarização.Portanto,estudoseletrocardiográficoseecocardiográficosacada1-2anossãofundamentaisempacientescomsuspeitaoudiagnósticodeAF.15,18,19

Diabetesmellitusou intolerânciaaglicoseocorreemaproximadamenteumterçodospacientes.6 O risco é maior quandoháfamiliaresdeprimeirograudiabéticos.Resistên-ciaainsulinaecomprometimentodasecreçãodeinsulinaresultamemalteraçãodometabolismodaglicose.20,21

Comoadoençaéprogressiva,oquadroclínicocom-pletopodenãoser identificadoatéváriosapósapre-sentação dos sinais e sintomas iniciais. Assim sendo,diagnóstico precoce pode ser difícil, particularmenteempacientessemhistóriafamiliarpositiva.6

Na investigação diagnóstica, deve ser consideradooamplodiagnósticodiferencial (Quadro1), avaliandofatorescomoaidadedeiníciodadoença,otempodeprogressão (Quadro 2), sinais neurológicos e sistêmi-cosassociados,eadisponibilidadedehistóriafamiliar.Estudosde imagem,especialmenteRMdecrânio, sãofundamentais para o diagnóstico diferencial com ou-tras causasdeataxia.Outrosestudos laboratoriaisdevalorincluemfunçãotireoideana,níveisdevitaminaEeB12,sorologiaparasífilis,anticorposanti-GADeanti--gliadina, anticorpos associados com síndromes para-neoplásicas,etambémanálisedolíquorparapesquisadepleocitose,bandasoligoclonaisecélulasmalignas.Emadultosjovensecrianças,testesbioquímicosespe-cializadospodemserindicados.22-24

Quadro 1. Causasadquiridasegenéticasdeataxia.

Quadro 2. Causasadquiridasehereditáriascombasenomododeinícioecursosubsequentedadoença

O diagnóstico é baseado em achados clínicos e éconfirmado, como na maioria das ataxias, por testesgenéticos. Testagem genética deve ser solicitada emtodosospacientes comataxia autossômica recessiva,evidênciadeneuropatiaaxonalmotoraesensitivaemexameeletrofisiológicoeanormalidadeseletrocardio-gráficas.22Neuroimagemtipicamenterevelaatrofiace-rebelar e demedula espinhal, que pode ser discreta,especialmentenoinício,25conformeevidenciadonaRMdopacienterelatado.

OmanejodepacientescomAF (Figura2) frequen-temente requer abordagemmultiprofissional, incluin-do neurologistas, cardiologistas, endocrinologistas,fisiatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,psicólogosegeneticistasparaaconselhamentogenético.2Nãoháte-rapêuticaespecíficaparacuradaAF,masaadministra-çãodeantioxidantescomocoenzimaQ10evitaminaEpodereduziroestresseoxidativo,26-28masaindanãohácomprovaçãodequeaintroduçãodessasmedidassejaclinicamenteimportante.

Page 4: RELATO DE CASO - ACM › revista › pdf › artigos › 1233.pdf · Ataxia, um sinal neurológico caracterizado por inco-ordenação de movimentos voluntários, é a manifesta-ção

84

Porfim,acreditamosqueesteartigosejadeinteres-seumavezque,apesardenãoserconsideradaumado-ençarara(suaprevalênciaémaiordoque1:100000),esteindivíduopercorreudiversasinstituiçõesmédicasaolongode20anos,somenterecebendoseudiagnós-ticodefinitivoapós20anosdeiníciodossinaisesin-tomas, apesarde testesgenéticosparaesta condiçãojá existirem e estarem disponíveis pelo SUS há pelomenosumadécada.Enquantoopacientenãotinhaseudiagnósticodefinido,opaciente recebeudiversosou-trosdiagnósticoserrôneos,sendosubmetidoadiversasformas de tratamento fúteis e dispendiosas que lhecausaramsofrimentofísicoepsíquico.

Figura 2. Algoritmo para abordagem diagnóstica empacientescomataxiaprogressiva.

Legenda: AAO(ataxiacomapraxiaoculomotora);AD(autossômicadominante);ADRPL(atrofiadentato-rubro-palido-luisiana);AEC(AtaxiaEspinocerebelar);AF(ataxiadeFriedreich);AFIT (AFde início tardio);AFRM (AFcomreflexosman-tidos);anti-GAD(anticorpoantidescarboxilasedoácidoglutâmico);AR(autos-sômica recessiva);AT (ataxia telangiectasia);AVC (acidentevascularcerebral);DMJ(doençadeMachado-Joseph);EM(esclerosemúltipla);ENMG(eletroneu-romiografia);HF(históriafamiliar);HIV(vírusdaimunodeficiênciahumana);LCR(líquidocefalorraquidiano);RM(ressonânciamagnética).

AdaptadodeSubramonySH.22,23

Referências

1. MariottiC,FancelluR,DiDonatoS.Anoverviewofthepatientwithataxia.JNeurol.2005;252:511-8.

2. BrusseE,Maat-KievitJA,vanSwietenJC.Diagnosis

andmanagementofearly-andlate-onsetcerebellarataxia.ClinGenet2007;71:12-24.

3. Finsterer J. Ataxias with autossomal, X-chromo-somal or maternal inheritance. Can J Neurol Sci.2009;36(4):409-28.

4. TallaksenCM.Hereditaryataxias.TidsskrNorLaege-foren.2008;128:1977-80.

5. MantoMU. Thewide spectrum of spinocerebellarataxias(SCAs).Cerebellum.2005;4:2-6.

6. DürrA,CosseeM,AgidY,etal.ClinicalandgeneticabnormalitiesinpatientswithFriedreich’sataxia.NEnglJMed1996;335:1169-75.

7. HardingAE.Friedreich’sataxia:aclinicalandgeneticstudyof90familieswithananalysisofearlydiag-nosticcriteriaandintrafamilialclusteringofclinicalfeatures.Brain1981;104:589-620.

8. Campuzano V, Montermini L, Molto MD, et al.Friedreich’s ataxia: autossomal recessive diseasecausedbyanintronicGAAtripletrepeatexpansion.Science1996;271:1423-7.

9. Carvajal JJ, Pook MA, dos Santos M, et al. TheFriedreich’s ataxia gene encodes a novel phos-phatidylinositol-4-phosphate 5-kinase. Nat Genet1996;14:157-62.

10.EpplenC,EpplenJT,FrankG,etal.Differentialsta-bility of the (GAA)n tract in the Friedreich ataxia(STM7)gene.HumGenet1997;99:834-6.

11.SavelievA,EverettC,SharpeT,etal.DNAtripletre-peats mediate heterochromatin-protein-1-sensitivevariegatedgenesilencing.Nature2003;422:909-13.

12.ShoichetSA,BäumerAT,StamenkovicD,etal.Fra-taxin promotes antioxidant defense in a thiol--dependent manner resulting in diminished ma-lignant transformation in vitro. Hum Mol Genet2002;11:815-21.

13.TozziG,NuccetelliM,LoBelloM,etal.AntioxidantenzymesinbloodofpatientswithFriedreich’sata-xia.ArchDisChild2002;86:376-9.

14.DeBiaseI,RasmussenA,EndresD,etal.ProgressiveGAAexpansionsindorsalrootgangliaofFriedreich’sataxiapatients.AnnNeurol2007;61:55-60.

15.Anheim M, Tranchant C, Koenig M. The autoso-mal recessive cerebellar ataxias. N Engl J Med2012;366:636-46.

16.DeMicheleG,PerroneF,FillaA,etal.Ageofonset,sexandcardiomyopathyaspredictorsofdisabilityandsurvivalinFriedreich’sdisease:aretrospective

Arq Catarin Med. 2013 abr-jun; 42(2): 81-85

Ataxiaprogressivahereditária:20anosdossinaisesintomasaodiagnóstico

Page 5: RELATO DE CASO - ACM › revista › pdf › artigos › 1233.pdf · Ataxia, um sinal neurológico caracterizado por inco-ordenação de movimentos voluntários, é a manifesta-ção

85

studyon119patients.Neurology1996;47:1260-4.

17.ClausD,HardingAE,HessCW,etal.Centralmotorconductionindegenerativeataxicdisorders:amag-neticstimulationstudy.JNeurolNeurosurgPsychia-try1988;51:790-5.

18.ChildJS,PerloffJK,BachPM,etal.Cardiacinvolve-mentinFriedreich’sataxia:aclinicalstudyof75pa-tients.JAmCollCardiol1986;7:1370-8.

19.GünalN,SaraçlarM,OzkutluS,etal.HeartdiseaseinFriedreich’sataxia:aclinicalandechocardiogra-phicstudy.ActaPaediatrJpn1996;38:308-11.

20.FinocchiaroG,BaioG,MicossiP,etal.Glucosemeta-bolismalterationsinFriedreich’sataxia.Neurology1988;38:1292-6.

21.KhanRJ,AndermannE,FantusIG.Glucoseintoleran-ceinFriedreich’sataxia:associationwithinsulinre-sistanceanddecreasedinsulinbinding.Metabolism1986;35:1017-23.

22.SubramonySH.AtaxicDisorders.In:BradleyWG,Da-roffRB,FenichelGM,JankovicJ.NeurologyinClinicalPractice.Philadelphia:Elsevier;2004.p.287-92.

23.SubramonySH.DisordersoftheCerebellum,Inclu-dingtheDegenerativeAtaxias.In:BradleyWG,Daro-ffRB,FenichelGM,JankovicJ.NeurologyinClinicalPractice.Philadelphia:Elsevier;2004.p.2169-87.

24.FogelBL,PerlmanS.Clinicalfeaturesandmoleculargeneticsofautosomalrecessivecerebellarataxias.LancetNeurol.2007;6(3):245-57.

25.WüllnerU,KlockgetherT,PetersenD,etal.Magne-ticresonanceimaginginhereditaryandidiopaghicataxia.Neurology1993;43:318-25.

26.Schulz JB, Dehmer T, Schöls L, et al. OxidativestressinpatientswithFriedreichataxia.Neurology2000;55:1719-21.

27.Lodi R,Hart PE, RajagopalanB, et al. Aantioxidanttreatment improves in vivo cardiac and skeletalmuscle bioenergetics in patientswith Friedreich’sataxia.AnnNeurol2001;49:590-6.

28.HartPE,LodiR,RajagopalanB,etal.Antioxidanttre-atmentofpatientswithFriedreichataxia:four-yearfollow-up.ArchNeurol2005;62:62.

Arq Catarin Med. 2013 abr-jun; 42(2): 81-85

Ataxiaprogressivahereditária:20anosdossinaisesintomasaodiagnóstico

Endereço para correspondênciaHospitalUniversitárioDepartamentodeClínicaMédica,3oandarRua:ProfaMariaFloraPausewang,s.nCampusUniversitário-TrindadeFlorianópolis,SC–Brasil-CaixaPostal:[email protected];[email protected]