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Esta revista é o resultado combinado do esforço deEsta revista é o resultado combinado do esforço deEsta revista é o resultado combinado do esforço deEsta revista é o resultado combinado do esforço deEsta revista é o resultado combinado do esforço de

concurseiros e autores voltados para concursos públicosconcurseiros e autores voltados para concursos públicosconcurseiros e autores voltados para concursos públicosconcurseiros e autores voltados para concursos públicosconcurseiros e autores voltados para concursos públicose tem como objetivo ajudar o máximo possível dee tem como objetivo ajudar o máximo possível dee tem como objetivo ajudar o máximo possível dee tem como objetivo ajudar o máximo possível dee tem como objetivo ajudar o máximo possível de

concurseiros a encontrar novos e melhores métodos econcurseiros a encontrar novos e melhores métodos econcurseiros a encontrar novos e melhores métodos econcurseiros a encontrar novos e melhores métodos econcurseiros a encontrar novos e melhores métodos e

técnicas de estudo, motivação para continuar estudandotécnicas de estudo, motivação para continuar estudandotécnicas de estudo, motivação para continuar estudandotécnicas de estudo, motivação para continuar estudandotécnicas de estudo, motivação para continuar estudando

com seriedade e determinação a fim de conquistar a tãocom seriedade e determinação a fim de conquistar a tãocom seriedade e determinação a fim de conquistar a tãocom seriedade e determinação a fim de conquistar a tãocom seriedade e determinação a fim de conquistar a tão

sonhada posse na administração pública.sonhada posse na administração pública.sonhada posse na administração pública.sonhada posse na administração pública.sonhada posse na administração pública.

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Coordenador e Editor

CHARLES [email protected]

Revisão

MARIANA [email protected]

EditoraçãoCARLOS RELVA

[email protected]

Articulistas

William Douglas

Alexandre Meirelles

Enaile PereiraFabrício Bittencourt da Cruz

Flavia Crespo

Enaldo Fontenele

Juarez Angelo Lopes

Rogerio Neiva

José Ricardo de Oliveira

Lia Salgado

Charles Dias

Fernando Elias José

Ana Paula de Oliveira Mazoni

Raquel Monteiro

Juliana Kubo

Alisson Felipe

Para entrar em contato com os autores, enviee-mail para [email protected]

Editorial

As imagens usadas nesta revista são “copyright free” e disponibilizadas no site www.sxc.h

WILLIAM DOUGLASO fantasma da reprovação: medo daderrota e do erro [+ entrevista]

ENAILE PEREIRA“Calma! Primeiro eu,depois a vaga!”

FABRÍCIO BITTENCOURT DA CRUZComo NÃO passar emconcursos públicos

FLAVIA CRESPOUma questão de forma

ENALDO FONTENELEComo usar a técnica Pomodoro no

estudo para concurso público

JUAREZ ANGELO LOPESAPRENDA o que a ESCOLAnão ensinou! [+ entrevista]

ROGERIO NEIVAOs erros no processo debusca da aprovação

JOSÉ RICARDO DE OLIVEIRAO hábito faz o monge

Editorial

ENTREVISTALia Salgado, concurseira vencedora,Fiscal de Rendas e palestrante

CHARLES DIASErros que concurseiros nãopodem cometer

ENTREVISTAFernando Elias José, psicólogo quese dedica a auxiliar concurseiros

ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONIErros que cometemos em relação à

dimensão do tempo

RAQUEL MONTEIROErra quem não acredita em si mesmo

JULIANA KUBOErros que concurseiros nãopodem cometer

CONTO“A Despedida”, de Alisson Felipe[+ entrevista]

ALEXANDRE MEIRELLESErros que concurseiros nãopodem cometer [+ entrevista]

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E D I T O R I A L

Errar é algo que todos queremos evitar. Desde pequenos somos ensinados que errar deve ser algo

evitado a todo custo, que é quase um crime ou um pecado sem perdão. No entanto, errar faz parte do

aprendizado. Se aprende errando.

Estudar para concursos públicos vai muito além do simples ato de pegar um livro e ler repetidamen-

te. Nada disso. Estudar para concursos públicos é algo complexo que exige muita paciência e deter-

minação por parte de quem quer se tornar servidor público. E errar faz parte da história de qualquer

concurseiro.

Basicamente, temos dois tipos de concurseiros: os que, se ainda não foram empossados servidores

públicos, o serão uma hora ou outra; e os concurseiros que dificilmente deixarão de ser apenas

concurseiros. O que os diferencia? Entre outras coisas, o modo com que lidam com seus erros.

Concurseiros de sucesso ficam se monitorando o tempo todo em busca de erros que possam cometer

ou estar cometendo e adotam medidas para evitar errar ou para corrigir os erros “ mas, principalmen-

te, se policiam para não repetir as mesmas falhas. Já os concurseiros que dificilmente vencerão na

guerra dos concursos públicos erram, erram, repetem os mesmos erros, erram de novo e por aí vai.

Exatamente por conta da importância dos erros que não podem ser cometidos por concurseiros, esse

será o tema desta edição. Contamos com a colaboração de um time de elite de autores e colunistaspara analisar essa questão de todos os ângulos e permitir que você conheça a fundo o problema e

suas soluções.

Boa leitura e bons estudos,

Charles Dias é servidor público federal, editor do blog Concurseiro Solitário e concurseiro.

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 A R T I G O

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m frente aos portões de entrada do local de prova do concurso é possí-

vel ver uma série de pessoas, cada uma lidando, à sua própria maneira,com a expectativa e a tensão dos minutos antes do certame. Há aqueles que

conversam animadamente, os que ouvem música, os que leem (a matéria ou

outros livros), mas existe um grupo que chama especial atenção: são os

concurseiros assombrados pelo fantasma da reprovação.

Vivemos em uma sociedade que enaltece o triunfo a qualquer custo. Oque não é enaltecido, ou melhor, o que não é explicado é em que, afinal,

consiste o tão almejado triunfo. Triunfar, segundo o dicionário, significa

obter vitória, obter bom resultado, prevalecer. O que não nos dizem é

que parte indissociável de triunfar é, justamente, correr o risco, traba-

lhar, esforçar-se e eventualmente ou muitas vezes fracassar. O quevemos, no entanto, são pessoas que desistem antes mesmo de tentar,

seja nos portões de entrada da prova, antes ou depois de sua realização,

por medo de falhar, por medo da reprovação.

Se você é das pessoas que tremem ao ouvir o termo “risco”, minhas

próximas palavras são para você. Se você aprecia o risco, mas de uma

maneira imprudente, também cabe a leitura.No mundo dos concursos são raros os casos de risco puro e simples. O

concurseiro até pode se dar ao luxo de se arriscar sem prudência ou

impiedosamente o que ocorre, por exemplo, quando este mesmo

candidato se presta a realizar uma prova sem qualquer preparo. Não se

recomenda, mas acontece. O ideal é estudar, e, mesmo que tenha estu-dado pouco, ir lá e fazer o seu melhor.Entenda, sempre estimulo as pessoas a fazer provas. O nadador precisa

nadar, o corredor precisa correr e o concurseiro precisa fazer provas,

como teste ou por esporte, precisa treinar e conhecer aquilo que vai

enfrentar, sentir o clima, compreender os meandros de sua realização,

entender a banca e suas exigências. No entanto, o único (e

fundamental) segredo para obter a aprovação,e que muitos esquecem, é o es-

tudo. Fazer provas,

no final das contas, é uma maneira de estudar, mas quando associado à

leitura e revisão da matéria é bem mais eficiente. Fazer uma prova semao menos conhecer os fundamentos das disciplinas exigidas não é um

risco; é uma certeza, certeza de que não obterá um resultado satisfatório.Trata-se de um risco precisamente calculado aquele que o concurseiro

corre. Arrisca-se a fazer as provas sempre com o objetivo de aprender o

máximo possível com aquela experiência, consciente de que, se não for

aprovado dessa vez, terá sido uma oportunidade de aprender, de testar

seus conhecimentos e, mais importante, de avaliar onde estão suas

falhas para poder consertá-las. É uma estratégia.

SER REPROVADO É NORMALEm minha experiência no mundo dos concursos, tive a oportunidade de

conhecer algumas poucas pessoas que foram aprovadas no primeiro

concurso que prestaram. Desse pequeno universo, uma grande parcela

já se preparava para o concurso antes mesmo que fosse autorizado.Portanto, desistir antes de tentar ou abandonar o barco por medo de

fracassar são atitudes que não podem existir na vida de um concurseiro.

Sucesso e fracasso não são pessoas, mas situações. Não é necessá-

rio temer reprovação. Sucesso e fracasso são resultados das esco-

lhas que você faz, portanto, escolha corretamente algo a ser colhido

com o tempo. A jornada até a aprovação envolve quase sempre umas

tantas reprovações. Quem entende de concurso sabe disso e você, seainda não o tinha feito, a partir de agora já pode assimilar esse

paradigma. Escolha se preparar com afinco, escolha as companhias

que acreditam em seu projeto, escolha abri r mão de alguns prazeres

(celular, TV, cinema, internet) por algum tempo para obter melhores

resultados, escolha correr o risco de falhar sabendo que tentou edeu o melhor de si e desfrute do gosto doce dessa vitória, de ter

dado mais um passo em direção ao seu futuro, mesmo que agora

esse futuro talvez demore a chegar. Preocupe-se mais em estar na

direção certa do que com sua velocidade.

O FANTASMA DA

REPROVAÇÃOMEDO DA DERROTAE DO ERRO Por WILLIAM DOUGLAS,

Juiz Federal e guru dos concurseiros

E

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Muitos acreditam que não podem errar de forma algumadurante sua jornada como concurseiros. Você concorda comisso? Por quê?Errar faz parte do processo de aprendizado. Não só do concurseiro, mas

de qualquer pessoa. Quando erramos, podemos rever os aspectos queainda precisam de atenção e nos preparar melhor para a próxima investida,

a próxima prova, a próxima oportunidade. Existem alguns erros, no

entanto, que o candidato deve reparar desde o princípio de sua prepara-

ção para evitar que seja mais prejudicado no futuro. Erros como deixar

de montar um quadro de horários, cortar horas de sono ou deixar de

fazer exercícios físicos podem ser muito prejudiciais e devem ser corri-

gidos o quanto antes.

Você acredita que haja erros perdoáveis cometidos por

concurseiros? Por quê? Poderia dar alguns exemplos?Esta resposta tem dois níveis. No primeiro, podemos dizer que alguns

erros são perdoáveis principalmente por serem comuns e corriqueiros

no início da preparação. A ansiedade, por exemplo. Acreditar que aque-

la prova, aquele concurso, aquele certame específico é a sua única

oportunidade e que se falhar não poderá mais tentar: isso é um erro

comum, e para este caso existe o mantra “concurso não se faz para

passar, mas até passar.”

Em um segundo nível, eu diria que não existem erros perdoáveis ou

imperdoáveis. Não é uma questão de perdão, mas de resultado.

Você, ser humano que é, leitor querido, será perdoado por todos oserros que cometer. Sempre haverá uma explicação imediata ou re-

mota para qualquer vacilo que dê. Perdoado sim, mas aprovado

não, entendeu? A questão é que o erro afasta você, leitor, do que

sonha. Logo, não se foque na “perdoabilidade” ou “explicabilidade”

do erro, mas em sua superação.

Quanto aos erros imperdoáveis, quais você considera osmais graves e recorrentes?Acho que o único erro verdadeiramente “imperdoável” que um concurseiro

pode cometer é não acreditar em sua aprovação, ou não fazer o queprecisa ser feito para obtê-la. E, como disse, não adianta pedir perdão:

o que adianta é superar os obstáculos pessoais e circunstanciais e

cumprir a meta pessoal eleita. Vale dizer que um erro grave é o excesso

de confiança, tão prejudicial ou até mais que a falta de confiança. Se

você está pagando o preço, jogando o jogo e realmente se dedicando à

sua preparação, pode ser aprovado e deve acreditar nisso.

Recentemente, um erro sério foi tratado com o rigor que merece.

Trata-se da cola, um erro cometido por alguns “fazedores de prova”

para tirar vantagem e passar à frente na fila. Agora, quem escolher

esse caminho que pode parecer mais rápido, mas que no fundo

somente prejudica a si próprio e a outros candidatos enfrentará a lei.

Isso é crime e não vale a pena.

Por que, em sua opinião, esses erros imperdoáveis são tãograves e recorrentes? Por que concurseiros vivem cometen-do-os apesar de outros tantos alertarem para esse risco?Por falta de orientação essa foi uma das razões pelas quais eu

escrevi o livro Como passar em provas e concursos , o primeiro

escrito sobre essa temática. Hoje já existem outros meios de ajudar

a corrigir isso, inclusive a revista do Concurseiro Solitário, que

presta um excelente serviço a todos, auxilia muito na “correção dos

erros” e que, neste ato, elogio.

Quais foram os piores erros que você considera ter cometi-do em sua jornada como concurseiro?Não li meu livro antes (risos), mas é perdoável porque só o escrevi

depois! (mais risos).

Como o William Douglas de hoje alertaria o WilliamDouglas que começava a estudar para concursos públicosa fim de que ele não cometesse os erros que acabou demencionar?Bem, leria meu livro e também, creia, iria com um pouco menos de

ansiedade e pressa. A gente pode chegar ao sonho sem sofrer tanto.

Diz o velho ditado popular que “Há males que vêm para obem”. Você acredita que isso se aplica a errar ao longo dajornada como concurseiro? Por quê?Certamente. A reprovação, por exemplo, é um típico caso de “mal que

vem para o bem.” Ela te ajuda a estabelecer o que ainda falta em sua

preparação e quais os pontos que devem ser reforçados. A prova e a

reprovação são os termômetros de sua preparação. Por isso digo que

ser reprovado é normal e que não é uma coisa ruim, ao contrário. A

reprovação é uma oportunidade única de conhecer exatamente ospontos de falha e de poder modificá-los e, acredite, poucas são as

oportunidades em nossa vida em que sabemos exatamente por onde

começar a mudar.

Acredito que não podemos definir o que acontece conosco, mas nossa

atitude em relação ao que acontece conosco. Se tivermos essa postura,

qualquer mal que aconteça pode ser massa de modelar um crescimento

ou evolução pessoal. Também acredito na Bíblia, que diz que Deus

transforma o mal em bem... e, como creio que somos todos instrumen-

tos de Deus, esse poder de transmutação está disponível para nós.

N T R E V I S T A  

 X C L U S I V A E

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ão muitos os erros que os concurseiros,

principalmente os iniciantes, costumam

cometer. E o resultado do acúmulo desses

erros quase sempre é a reprovação. Alguns

insistem em suas falhas por anos e anos, não

percebendo que, enquanto as repetirem, terão

grandes chances de não passar nunca.

Inúmeros concurseiros sofrem da famosa doença cha-

mada “desculpite”, que é arrumar desculpa para tudo,

pondo a culpa na banca, nos professores, nos livros etc. Isso

 A R T I G O

ERROS QUE CONCURSEIROS

NÃO PODEM COMETER

Por ALEXANDRE MEIRELLES,Fiscal De Rendas Da Secretaria Da Fazendado Estado De São Paulo

S

pode até ser verdade, mas a verda-

de absoluta, o óbvio ululante, é que quase

sempre não foram aprovados ou por não te-

rem acumulado horas de estudo suficientes ou por

conta de seus próprios erros.

E é para tentar ajudar os colegas que cometem esses erros

que escrevi este artigo. Afinal, todos deveríamos seguir esta frase

de Che Guevara: “O importante não é justificar o erro, mas impedir

que ele se repita”.

Desculpem-me a franqueza nas palavras a seguir, mas se é para apontar os

erros dos candidatos, tenho de ser direto mesmo, para chacoalhar a

cabeça da galera. Optei, então, por dar um soco direto no estômago

deles ou melhor, um chute frontal do Anderson Silva.

Bem, mas quais seriam esses erros? São muitos, e para relatá-los

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detalhadamente precisaríamos de centenas de páginas. Mas vamos a um

breve resumo, que acredito já será muito útil para diversos candidatos.

Para facilitar o entendimento, resolvi dividir os concurseiros em cinco

grupos, chamando-os de CMG, CA, CA2, CD e CT.

1º) O CONCURSEIRO METRALHADORA GIRATÓRIA (CMG)O CMG é o que atira para todos os lados meu saudoso amigo Deme o

chamava de “candidato promíscuo”.

Ontem mesmo recebi o e-mail de um candidato que queria dicas sobre

como estudar para três concursos diferentes de Ensino Médio, com

provas dentro de um intervalo de 30 dias. Minha resposta foi bem clara

e acredito que não o agradou muito: “Escolha um deles e se dedique ao

máximo”. E parecidos com o e-mail dele já recebi inúmeros outros.

Há os que acreditam que podem estudar ao mesmo tempo para Auditor

Fiscal, Polícia Federal e TCU, por exemplo. Caramba, em que mundo

esses colegas vivem? Será que acreditam que por serem bons filhos,rezarem todas as noites, prometerem doar 10% do salário e estudarem

bastante no total, mas medianamente para cada concurso, passarão de

qualquer forma? E os outros milhares de candidatos que estão estudan-

do pesado só para um determinado concurso, não merecem passar

também? Será que estes rezam menos que o CMG e não são bons filhos

ou pais? Acorde, CMG: se você é um destes, não cometa esse erro.

Entretanto, será que é certo o candidato se dedicar para sempre apenas

a um concurso? Não vamos ser tão radicais assim, porque há exceções.

O que condeno são aqueles que estudam para áreas totalmente diversas

com provas próximas, o que é diferente de estudar hoje para um concur-so e, ao passar a prova deste, investir em outro, de preferência com

editais parecidos. E se for para mudar de área, tudo bem, mas que isso

seja uma ou outra vez na vida, e não para ficar fazendo pingue-pongue

entre as diferentes áreas.

2º) O CONCURSEIRO AVARENTO (CA)

É o concurseiro que economiza nos materiais de estudo. A sigla CA

poderia servir também para o Concurseiro das Apostilas, pois são coi-

sas bem parecidas.

Este concurseiro acredita que só estudando por materiais gratuitos bai-xados da internet ou por apostilas de bancas de jornal virarão fiscais,

policiais, servidores do Judiciário etc. Quanta ilusão. É a famosa econo-

mia burra. Acredita que comprando uma apostila na banca que anuncia

ter todo o conteúdo do edital, gastando menos de 200 reais, vai um dia

ter um salário de milhares. Seria digno de fazer inveja aos maiores

investidores de ações do mundo.

Para ser aprovado em um concurso de alto nível de dificuldade, o

candidato vai gastar alguns milhares de reais, com certeza absoluta.

Seja em cursos, seja em bons livros. Pode até não fazer cursos, mas

gastar uma grana razoável com materiais para ser aprovado, isso eu

garanto. E não é para sair gastando à toa, também: é saber escolher um

ou no máximo dois bons livros teóricos de cada disciplina e devorá-los.

No caso de alguns concursos de nível médio, é até possível passar

usando apostilas e economizando bastante, mas para os mais concorri-

dos, como de nível superior do Judiciário e Legislativo, Auditor, Analis-ta do Banco Central, nem pensar: vai ter de gastar mesmo. E por mais

que gaste, com um ou dois salários o material já estará pago, represen-

tando o melhor investimento que conheço.

Uma vez um grande amigo, também fiscal, me disse uma frase que nunca

esqueci, coisa de dois caras de Exatas conversando: “Meirelles, a vida é uma

regra de três direta”. Explicando melhor, se você quiser comer bem, vai

gastar mais; se quiser um carro maneiro, vai gastar mais; se quiser uma

roupa de qualidade, vai gastar mais; e o que nos interessa, se quiser um bom

material de estudo, vai gastar mais. O contexto que ele me falou esta frase

não tinha nada a ver com estudos, pois estávamos de férias, mas na hora meveio a ideia do concurseiro que economiza muito com materiais.

Existem materiais gratuitos e baratos de boa qualidade? Claro que exis-

tem, mas são raros. Quase sempre seu estudo seguirá a tal regra de três.

Mas o preço alto não é sempre garantia de qualidade, para deixar claro.

E deixo como exemplo de material bom e gratuito esta revista do blog do

Concurseiro Solitário, pois desconheço revista paga que seja tão boa

quanto esta; como afirmei, porém, isso é raro de acontecer.

Bem, e se o CA não possuir recursos financeiros para investir em um

concurso de alto nível? Sugiro que arranje um capital para investir, nem

que seja primeiramente em um cargo que não pague tanto, mas que sejasuficiente para se manter e bancar os estudos mais avançados depois.

3º) O CONCURSEIRO APRESSADO (CA2)

É o que acha que vai resolver todos os problemas de sua vida com

poucos meses de estudo. Como está desempregado ou mal empregado

e percebeu que passar em um concurso vai resolver seus problemas

financeiros, resolve estudar para concursos, pois acredita que em pou-

cos meses terá um bom emprego.

Passar em um concurso exige meses e meses, ou melhor, na maior parte

dos casos, anos e anos de estudo. Diz-se que a média do tempo de estudodos aprovados em concursos de nível médio é de 6 meses a 1 ano e meio,

enquanto para os de nível superior são necessários de 1ano e meio a 3 anos.

Há aprovados com menos tempo que isso? Claro que há, aos montes,

mas são exceções. E basear seu futuro em exceções das exceções (que

são os demais aprovados) é no mínimo irresponsabilidade ou ilusão.

Fora que os concursos podem atrasar. Quantas vezes já não lemos as

famosas notícias de jornais e sites especializados em concursos de que

o nosso edital sairia em breve, e que este “breve” muitas vezes durou

anos? Há quantos anos se fala que o concurso da PF vai sair logo?

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Quando foi o último? Nem tinham inventado a Coca Zero, o Playstation

3, o iPhone ou o iPad.

OK, sei que alguns vão ler isto e pensar: “Não tenho esse problema, pois

meu edital já foi publicado, então já posso começar a estudar”. Caramba,

estes aí têm de ser avisados que o Papai Noel passou nas chaminés

deles já faz umas semanas. Afinal, acreditar que vai ser aprovado come-çando a estudar só após o edital é brincadeira, é a piada mais manjada

e sem graça de corredor de cursinho.

Faça uma reserva financeira para se manter nos próximos meses ou

anos. Se eu fosse começar hoje a estudar para um concurso bem con-

corrido, pensaria em como me manter por uns 2 anos pelo menos. Se

dependesse de outras pessoas para sobreviver, teria uma conversa bem

franca com elas e explicaria que iria tirar um tempo da vida para investir

em meu futuro, que seria um melhor futuro para os “investidores” tam-

bém. Sugiro a leitura de uma carta que o Sérgio Carvalho escreveu em

2006, perfeita ao tratar deste assunto:www.pontodosconcursos.com.br/artigos3.asp?prof=65&art=3003&idpag=1

Então, caro CA2, ser aprovado em um concurso é muito bom para ser

um prêmio conquistado com poucos meses de estudo. Logo, prepare-

se para se manter nesta vida por algum tempo. Como sempre digo, “no

final tudo compensa”, mas chegar ao final feliz pode demorar um pouco

mais do que você imagina...

4º) O CONCURSEIRO DESORGANIZADO (CD)Se você quiser ser aprovado, terá de ser organizado em seus estudos, e

muito. Não precisa ficar paranoico com organização nem elaborar milplanilhas para se controlar até porque a perda de tempo com essas

coisas poderá ser maior que o ganho no rendimento , mas um nível

médio de organização é imprescindível.

Você pode continuar sendo desorganizado na vida pessoal, mas com os

estudos, nem pensar. Eu sempre fui muito desorganizado com minhas

coisas, daquele tipo de filho de enlouquecer a mãe, mas com meus estu-

dos sempre fui muito organizado. Tenho certeza absoluta de que essa

característica foi importantíssima para conseguir minhas aprovações.

Adaptei o método do estudo por ciclos para o meu jeito, reformulando-

o e aperfeiçoando-o, também controlei meu estudo após o edital através

de um calendário e do quadro de controle de horas, dentre outras

coisas. Bem, pelo menos no meu caso eu não teria passado se não

tivesse feito tudo isso, não tenho a mínima dúvida. É óbvio que milhares

de candidatos foram aprovados não sendo tão organizados, mas com

certeza teriam conseguido uma melhor colocação ou sido aprovados em

menos tempo caso tivessem um método.No site do Curso para Concursos/LFG, no qual mantenho meus artigos

com acesso livre, cheguei a explicar um pouco disso em três colunas:

M17, M23 e M24, salientando que as duas últimas foram feitas para o

concurso de AFR-SP/2009, mas é só vocês lerem para entender como

deve ser feito em cada caso. Este é o link, basta clicar no “leia mais”

embaixo da minha foto à direita: www.cursoparaconcursos.com.br

5º) O CONCURSEIRO TEÓRICO (CT)É aquele que não gosta ou tem medo de fazer exercícios de provas e

dedica-se apenas à teoria.Não preciso nem gastar muitas palavras para afirmar o óbvio: concurseiro

que faz poucos exercícios não passa!

Seja um exterminador de exercícios. Em minhas palestras nessa hora eu

até brinco colocando no slide uma foto do Schwarzenegger no papel de

Exterminador.

Entretanto, não basta sair fazendo exercícios de um modo desembestado:

saiba selecionar os que servem para você, para não perder tempo com

questões que não vão cair daquela forma em sua prova. E para explicar como

fazer isso precisaria de muitas páginas mais, mas deixo aqui o alerta.

Bem, caros concurseiros, apontei os cinco tipos de erro que consideroos principais, espero que sirva como alerta para muitos. Se quiserem

entrar em contato, mandem e-mail para [email protected], pro-

curem pelo mesmo e-mail no Facebook ou por @alexcepc no Twitter.

Desculpem-me pela propaganda, mas não poderia deixar de dizer que,

caso queiram aprofundar o conhecimento sobre como estudar para

concursos, sugiro a leitura do meu livro Como estudar para concursos ,

da editora Método/GEN.

Um abraço do Alexandre Meirelles, um cara que errou muito quan-

do foi concurseiro, mas que soube consertar seus erros a tempo

de ser aprovado.

 A R T I G O

Seja você um concurseiro novato ou já com alguma experiência, vale a pena ler o  Como Como Como Como Como Estudar para Concursos Estudar para Concursos Estudar para Concursos Estudar para Concursos Estudar para Concursos de Alexandre Meirelles, um livro de qualidade, escrito por alguém que entende do assunto e tem paixão por ajudar outros concurseiros a alcançar a tão sonhada posse em cargo público.

Como Estudar para Concursos Como Estudar para Concursos Como Estudar para Concursos Como Estudar para Concursos Como Estudar para Concursos - Por: Alexandre Meirelles - Editora Método/GeN, 352 págs

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N T R E V I S T A  

 X C L U S I V A 

Muitos concurseiros sofrem quando erram de alguma forma,algo que deixa marcas profundas em muitos e, de uma ma-neira ou outra, acaba atrapalhando os estudos. Afinal decontas, concurseiros de sucesso necessariamente são osque não falham? 

Todo mundo comete erros, até os primeiros lugares dos concursos

mais difíceis. Pode parecer frase feita, mas a grande diferença é quealguns ficam remexendo o passado e sofrendo, enquanto outros apren-

dem com seus erros e seguem em frente. Se não passou por pouco,

significa que no próximo concurso terá ainda mais chances, então estu-

de cada vez mais para que os pequenos erros (que todos cometem,

repito) não sejam suficientes para reprová-lo.

Qual foi seu maior erro como concurseiro? Como e por queaconteceu? Como você lidou com ele e não deixou queatrapalhasse seus estudos? 

O maior erro foi ter parado de estudar após ter

passado em alguns concursos e reprovado no meu

grande sonho da época, o Auditor Fiscal da Re-ceita Federal. Isso foi em 1994. Não passei por

muito pouco, e como era acostumado a

ter sempre sucesso nos estudos, fiquei muito aba-

lado, minha confiança foi lá embaixo e contentei-

me com o que já tinha conquistado. Seis meses

depois houve outro concurso e vi muitos que tira-

ram menos que eu antes serem aprovados, e eu

burramente tinha parado de estudar.

Levei 11 anos para voltar aos estudos e realizar meu

antigo sonho, ser aprovado no referido concurso. Aca-bei nem ficando no cargo, pois depois passei para

Fiscal da Fazenda de São Paulo, onde me encontro há

5 anos e pretendo me aposentar.

Então, na verdade, não soube lidar com este meu

grande erro como concurseiro. Acho que era mui-

to novo, somente 23 anos na época, depois a aco-

modação foi fazendo o tempo passar e quando

percebi que deveria ter continuado a estudar, já

estava com 35.

Também cometi dois erros que me prejudicarammuito quando passei por essa minha primeira fase

de concurseiro. O primeiro foi perder muito tempo

resumindo materiais, querendo montar minhas

próprias apostilas, tudo no computador. O outro foi ser desorgani-

zado. Mas isso foi entre 1992 e 1994. Quando voltei a estudar, em

2005, já sabia que não poderia cometer esses erros de novo, afinal,

errar é humano, mas persistir no erro...

Quais são os erros mais desastrosos que concurseiros

podem cometer e como evitá-los?Considero cinco deles, dentre muitos. São os que brinquei chaman-

do de concurseiros CMG, CA, CA2, CD e CT; mas para entender o

que significam essas siglas, vocês vão ter de ler o artigo nesta revis-

ta. Acredito que vai ajudar muitos concurseiros.

 

Mais uma vez foi um prazer colaborar com esta revista que já caiu no

gosto dos concurseiros do país, pois realmente é a melhor publica-

ção da área e com o preço que eles mais gostam, ou seja: zero.

Um grande abraço a todos e bons estudos.

E

ALEXANDREMEIRELLES

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 A R T I G O

“CALMA! PRIMEIRO EU,DEPOIS A VAGA!”

Por ENAILE PEREIRA,“Hoje, concurseira;amanhã, concursada!”

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stive pensando no nosso discurso de cada dia: “Vou passar! Vai ser

desta vez” – já dissemos isso em algum momento. Afinal, alguns de

nós dedicam-se anos inteiros, trancafiados com livros e computador,

têm família e filhos, ou chegam até mesmo a perdê-los em prol da tão

sonhada aprovação. Fechamos nossos olhos para tudo, abrindo-os so-

mente nos fins de semana, e a encaramos como a principal missão da

nossa vida, afinal, o “prêmio” será a estabilidade. Mas para encontrar Mas para encontrar Mas para encontrar Mas para encontrar Mas para encontrar 

estabilidade financeira preciso perder a minha estabilidade emocional? estabilidade financeira preciso perder a minha estabilidade emocional? estabilidade financeira preciso perder a minha estabilidade emocional? estabilidade financeira preciso perder a minha estabilidade emocional? estabilidade financeira preciso perder a minha estabilidade emocional? 

“Contar com o ovo que a galinha ainda não botou” é

contar com um cargo que talvez não venha agora.

Sim, não venha. Talvez precisemos lutar por outro

cargo ou, até mesmo, fazer outra coisa. A vida é

cheia de surpresas e precisamos nos adaptar. O que

nos faz dizer que vamos conseguir é o discurso decolegas que chegaram aonde queriam. Isso é mara-

vilhoso, mas não seria muita ingenuidade assumir

que as outras mil pessoas que concorrem comigo à

mesma vaga não estão tão preparadas quanto eu?

Seria, no mínimo, uma grotesca falta de humildade

e de autoconhecimento.

Já passei pela experiência de ajudar um grupo de

pessoas nos estudos. Elas passaram, e eu não. Veio

a raiva, a inveja – sim, pessoas normais sentem isso

–, afinal, “eu merecia!!”. Merecia? De acordo com osmeus critérios, sim. Dedicava-me integralmente, to-

dos os dias, a muitos exercícios e teoria. Devorava o

conteúdo e qualquer opinião contrária à minha apro-

vação era motivo de chilique. “Eu vou passar” – era

o que eu dizia. Sim, eu tinha todas as condições que

um concurseiro quer para estudar, já tinha mais de

um ano de bagagem nas costas. Enfim, tinha a obri- 

gação . Ouvi de um colega que, se ele pudesse deixar

de trabalhar, estudaria seis meses e passaria em pri-

meiro lugar. Só deixei ele falar... Eu via pessoas nocurso presencial se matando e se desesperando,

deixando a saúde ir embora, chorando pelos corre-

dores. Ouvi de outra pessoa que ELA iria trabalhar

naquele órgão público, os OUTROS que se danas-

sem. É, ela também não passou.

O grande problema na comparação entre concurseiros

é a avaliação pessoal e individual da “qualidade”

deles. Nós mesmos dizemos se merecemos ou não

passar num determinado concurso baseados no

nosso senso de justiça. Não temos um parâmetropara medir em que estágio realmente estamos, se

somos concurseiros iniciantes, se alcançamos o nível médio, mas ainda

não estamos prontos, ou se nossa aprovação é uma questão de sorte. O

que aprova ou reprova um candidato não é o tempo decorrido de dedi-

cação, mas a forma como esse tempo foi usado, com que tipo de mate-

rial ele foi preenchido, se já houve o acúmulo necessário de conheci-

mento para a aprovação e como a pessoa reage diante das derrotas. E o

pior de todos: se há vagas para todos os “preparados” para um determi-

nado concurso.

E

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Quem pode avaliar isso tudo e dar um parecer? Ninguém; apenas

usamos estatísticas de aprovação. Julgamos que o aprovado mere-

ceu, e o reprovado, não. A máxima “só não passa em concursos

aquele que desiste” não fala de merecimento; mas de insistência.

Com relação aos concursos, pensar em merecimento só gera an-

gústia interna. 897 candidatos por vaga e só um merece?? Franca-mente! Talvez a discussão não seja pela aprovação ou reprovação,

mas pela insistência ou falta dela.

Não desistir é a prova mais difícil para qualquer concurseiro. É

matéria comum em todas as carreiras, em todas as fases, em todos

os órgãos. Enxergar além da reprovação, chamá-la de “mais uma

vez”, é uma virtude que precisamos aprender a ter. Todos nós. Não

sei como me sentirei caso não passe no próximo concurso, mas

tenho o direito de ficar chateada. Ao olhar para a minha mesa e ver

as duas resmas de papel usadas apenas para esse certame, todos os

livros comprados, os rascunhos e resumos, as faturas com as con-

tas do curso... quantas vezes abdiquei de coisas importantes! Como

vocês já viram no blog, meu lugar de estudos não tem janelas e já

passei vários dias sem ver a luz do sol. Viram só? É fácil fecharmos

nosso conceito de justiça em nós mesmos. Mereço ou não passar?

Contudo, não se trata de merecer, mas de insistir. Minha luta tam-

bém é olhar para trás e ver que ainda tenho muito a fazer. Se a

nomeação ainda não veio, me falta apenas INSISTÊNCIA. Muito can-

saço mesmo. É muito difícil seguir esse caminho sozinho.

Se eu pudesse voltar atrás, faria um pouco diferente e ouviria commais atenção àqueles que foram mais prudentes em seus estudos e

menos ansiosos em sua caminhada. Para mim, a maior das dicas

para quem estuda para concursos públicos é CUIDE DE SUA SAÚDE

MENTAL, amando-se na reprovação ou aprovação e encarando a

nomeação como uma surpresa que pode acontecer a qualquer mo-

mento. Controle emocional: é disso que o concurseiro mais precisa.

Ah, colegas, a nomeação não é uma questão de justiça, ou de dedi-

cação integral ou parcial. Já ouviu falar no famoso “branco”? Já

pensou em esquecer até mesmo o seu nome na hora da prova? Pois

é. Merece ou não a vaga? Vai ter júri popular para esse candidato?Não; a vaga será do candidato seguinte. Então não adianta discutir

como pôde a galinha botar o ovo pra outro candidato, afinal, você

esperava por ele, não? O erro da falta de controle emocional, da

autossuficiência, do sentimento de que tudo está sob o SEU controle

e “eu sei toda a matéria, impossível não passar na próxima”... Dizer

que os outros são “os outros” nos faz esquecer que somos “os

outros” de alguém! Sim! Estamos todos num mesmo funil; a nossa

hora vai chegar, mas pode ser mais tarde.

Ouvimos falar em experiências, anos estudando, dores no peito, ansie-

dade e cansaço pelos quais passaram os vencedores na guerra dos

concursos. E dizemos: “Ah! Eles são eles! Eu não posso ser igual! Vou

dar meu jeito e vou passar AGORA. Vou estudar uns meses e vou me dar

bem”. É... doce ilusão... Somos o povo das dietas milagrosas, dos

trambiques financeiros, povo que molha a mão do guarda, enfim, temos

o jeitinho brasileiro. E é justamente esse jeitinho que precisamos aban-donar se quisermos uma vaga. É dedicação, é espera, é desafio constan-

te; as dificuldades aumentam e nós estamos aqui. Até que chegue nosso

dia. E ele chegará.

Somos o nosso maior concorrente. Por isso, é um erro pensar que

precisamos estudar as matérias do edital para chegarmos lá. Essa parte

é só um pedaço, na verdade, o último deles. Parece estranho chegar a

essa conclusão, mas é verdade pelo menos para mim. Conhecer nos-

sos limites, nosso corpo, nossa mente, reconhecer nosso progresso

nos conteúdos, abraçar pessoas que amamos, não usar o concursês a

todo instante, respeitar nosso sono, descanso e sonhos – alcançáveis

ou não –, além de NUNCA ESTIPULAR UM PRAZO PARA NOSSA

APROVAÇÃO são conselhos que formam a base da construção na qual

estamos trabalhando.

Há algumas semanas, li uma reportagem que falava de uma nadadora

que teve um descontrole – síndrome do pânico – no momento em que

deveria ter pulado para competir. Resultado: a menina quase se afo-

gou na piscina. Saiu chorando e fazendo muitas pessoas chorar e

sentir sua dor. Eu senti! Pressões pessoal, familiar e dos patrocinado-

res fizeram com que aquela que estava ali, no lugar que mais sonhava,tivesse sua mente bloqueada pela necessidade de defesa. Seu corpo

disse: “Pare! Cuide-se!”.

Já vi colegas gastando muito dinheiro em livros e querendo abraçar o

mundo, tentando ser nomeados num tempo predeterminado. Mas não

adianta predeterminar o tempo sem predeterminar o caminho, sem con-

tar com os atropelos, tempestades, doenças, imprevistos. Precisamos

investir dinheiro, sim, na nossa vida; seja nos estudos, seja na saúde. É

uma lição que aprendi “no tranco” e errando. Quando tudo está mais

difícil do que eu, sei que está na hora de parar e tomar um sorvete.

Quando brigo comigo por ter errado duas questões depois de horas deexercícios, faço logo as pazes e paro, nem que seja para chorar um

pouco e desabafar. Só assim, depois, posso rir um pouco de mim

mesma e continuar.

A vaga ainda não é minha, mas a mente e o corpo são meus desde que

nasci. Aprendi a dar mais valor ao que tenho hoje, dentro e fora de mim.

Se não der dessa vez, será mais uma. Ou melhor, menos uma até ogrand 

finale ! Minha dedicação é por um complemento muito desejado, mas

complemento. O mais importante eu já tenho: eu mesma, minha vida,

minha família, minha saúde.

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COMO NÃO PASSAR EM

CONCURSOS PÚBLICOS

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ernando é um veterano no ramo dos concursos públicos. Sua

dedicação aos estudos pode ser considerada acima da média

porque, embora trabalhe durante o dia, aproveita boa parte de seu

tempo livre à noite para estudar. Para Fernando, tornar-se Delegado

de Polícia seria uma grande realização pessoal e profissional. Na

luta pela aprovação há quase 4 anos, não vem percebendo evolução,

apesar de levar muito a sério o compromisso com os livros, aposti-

las e resumos. As notas alcançadas nos últimos dois concursos

foram sensivelmente inferiores às suas expectativas e às médias

atingidas nos anteriores. Sente-se distante da realização de seu ob-jetivo porque já não sabe mais o que fazer para atingir notas mais

expressivas. Frustrado, está pensando seriamente em partir para um

ramo profissional menos competitivo, abandonando a carreira de

concurseiro.

Para piorar o cenário vivenciado por Fernando, seu amigo Roberto, um

bon vivant que nunca havia levado o estudo a sério, passou para Delega-

do e, na linha do famoso personagem dos Paralamas do Sucesso,

“comprou uma moto e passou a se sentir total”. Para Fernando parece

que foi ontem o dia em que Roberto comentou que faria concursos

públicos. E foi mesmo. Roberto levou pouco mais de 2 anos para cele-brar a aprovação.

Fernando não se considera próximo a Roberto ao ponto de pergun-

tar a ele a fórmula do sucesso. Aliás, Fernando acredita que Roberto

tenha mais sorte do que competência, não havendo explicação plau-

sível para justificar tamanha evolução em um período tão inexpressivo

quando comparado com seus 4 anos de estudos e sua experiência de

veterano.

Fernando erra em dois importantes aspectos: pressupõe o estudo

como único assunto digno de sua atenção e menospreza a possibi-

lidade de dialogar com o colega recém-aprovado por considerá-lopouco experiente.

Gosto muito deste pensamento de Mark Twain: “Para um homem que

tem um martelo, todos os problemas se parecem com pregos”. Os (pré)

conceitos de Fernando têm muito a ver com isso. Ele deposita toda a sua

confiança em uma fórmula de estudos que não tem propiciado ambiente

seguro à aprovação. Ao contrário, os recentes acontecimentos revelam

necessidade urgente de mudanças radicais na metodologia eleita por

Fernando. Em vez de buscar algum tipo de evolução a partir de mudan-

ças de perspectiva, nosso amigo opta por seguir sempre do mesmo

modo, continuando a estudar à sua  maneira, completamente

desmotivado.

Fernando não usa a estratégia. Ela poderia somar-se ao indispensável

estudo, auxiliando-o na construção de sólidos alicerces que serviriam

de base à evolução contínua, duradoura e eficaz.

Quando o assunto é futebol todos concordamos quanto ao não mexer

em time que está ganhando, não é mesmo? Então, logicamente devemos

concordar com a necessidade de alteração nas épocas em que o time

está perdendo. No cenário dos concursos públicos é quase a mesma

coisa: receitas de preparação que vêm surtindo bons efeitos, proporci-onando melhoria no decorrer do tempo, podem nos levar à aprovação;

receitas de preparação inadequadas, incapazes de proporcionar evolu-

ção, devem ser substancialmente alteradas ou substituídas por outras,

mais eficazes.

Por que quase a mesma coisa? Muito simples: no futebol às vezes se

joga pelo empate; concurseiro que se preze joga sempre para vencer.

Apresentada essa importante diferenciação, continuemos com o fute-

bol. Quando um time vai mal, a necessidade de alterações mais radicais

é fácil de perceber. Caso o técnico durma no ponto, a torcida e a impren-

sa dão-lhe o recado.Durante a preparação para concursos públicos não é tão simples iden-

tificar a hora da mudança de estratégia. Não temos um técnico nos

observando a todo tempo e a torcida (familiares, amigos, colegas) nor-

malmente não pode acompanhar de perto todas as nossas atitudes,

caminhos e escolhas. Durante toda a jornada rumo à aprovação somos,

ao mesmo tempo, jogadores e técnicos. Cada um é responsável por

suas decisões, seus acertos e desacertos.

Um técnico de futebol usa interessantes estratégias para bem treinar seu

time. Uma delas consiste basicamente em observar a equipe adversária,

estudando-a, compreendendo-a, identificando os pontos fortes e fracosdo time opositor. Essa observação também gera aprendizado . Ao obser-

var a técnica do outro, ele aprende algo. Esse aprender, no entanto, está

limitado à observação. Afinal, torcedor algum gostaria sequer de imagi-

nar o técnico de seu time trocando dicas com o da outra seleção pouco

antes do jogo.

No campo dos concursos públicos é diferente. Podemos, é verdade,

aprender ao observar técnicas de outros concurseiros, aplicando-as em

nosso dia a dia. Com o Concurseiro Solitário, por exemplo, aprendi que

não precisamos necessariamente de caneta, lapiseira, lápis ou similares

Por FABRÍCIO BITTENCOURT DA CRUZ,Juiz Federal e professor universitário

F

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para marcar as informações importantes em um livro, bastando que

dobremos o canto da página para consultas posteriores. Prefiro a cane-

ta, mas a falta dela, depois desse aprender observando, nunca mais fará

de mim um leitor-para-depois-quando-estiver-com-caneta.

Como concurseiros podemos ir mais longe, muito mais longe. Temos

excelentes oportunidades de ultrapassar a barreira da mera observação.Detemos o poder da comunicação com outros concurseiros que, numa

análise detalhada, não são nossos concorrentes diretos. Não existe,

necessariamente, oposição de interesses entre candidatos. Todos bus-

cam a aprovação, mas a luta é candidato x prova e não candidato x

candidato. Assim, o que nos impede de perguntar aos colegas a respeito

de suas estratégias, a respeito de suas vitórias e derrotas, seus medos e

suas expectativas? O que nos impede de compartilhar nossa experiên-

cia, nossa técnica, nossa estratégia?

Nosso amigo Fernando está limitado por (pré) compreensões equivoca-

das. A primeira delas consiste em evitar, a todo custo, uma conversacom Roberto para saber como ele fez para passar, em período relativa-

mente curto, num concurso disputado.

A segunda delas é a (pré) suposição de que Roberto teria muito mais

sorte do que experiência, não sendo merecedor, sob a ótica de

Fernando, de credibilidade ao ponto de justificar o domínio de algu-

ma receita de sucesso .

Fernando está perdendo uma preciosa oportunidade de conversar

com Roberto, um indivíduo acessível que ficaria honrado ao transmi-

tir sua experiência na preparação para o concurso de Delegado de

Polícia e orgulhoso pelo simples fato de poder contribuir com o

sucesso de alguém.

Roberto é um estrategista de primeira grandeza. Ele sempre considerou

o almejado concurso como algo difícil, mas não impossível. Conhecia,

desde o início da preparação, suas qualidades e seus principais defei-

tos. O pior deles: Roberto não gostava de estudar!

Então, Roberto trabalhou duro para entender a dinâmica do concurso.

Leu o edital dos anteriores, anotou os pontos principais e passou a

compreender profundamente as regras do jogo. Baixou da internet pro-

vas anteriores de concursos para Delegado realizados em diversos esta-

dos, fez todas elas, anotou os resultados, criando tabelas e gráficos

capazes de demonstrar visualmente sua evolução, seus pontos fortes e

fracos, passando a perceber o que deveria ser estudado com mais dedi-

cação. Aprendeu, na prática, a arte de fazer uma prova objetiva.

Além de diversas outras posturas interessantes, que num bate-papo

Roberto transmitiria a Fernando, uma é digna de destaque especial.

Certa vez, numa roda de amigos, Ronaldo, profissional experiente, ex-pusera inusitado pensamento: Estudar é difícil, mas aprender é o maior 

barato . Roberto fixou-se a essa perspectiva, passando a encarar o desa-

fio da preparação não como estudo, mas como aprendizado . Assim, sua

evolução era medida por assunto que deixava de ser novidade por inter-

médio do estudo dedicado. Roberto substituía o peso do “ter-de-estu-

dar-hoje” pela leveza do “hoje-aprenderei-algo-novo”.

Roberto construiu sólidos alicerces que, somados ao indispensável

estudo, serviram de base a uma evolução cuja eficácia foi comprovada

por sua aprovação no concurso para Delegado de Polícia. Fernando,

focado unicamente na repetição de atitudes que minam suas chances desucesso, continuará tendo uma difícil jornada enquanto permanecer

fundamentalmente vinculado a pensamentos que inviabilizam sua adap-

tação a novas perspectivas, estratégias e posturas. Ele poderá ser apro-

vado um dia, mas em quanto tempo? Não seria mais interessante Fernando

ousar aprender com os outros, modificando sua estratégia e, obviamen-

te, incrementando suas chances de êxito?

É claro que eu não poderia profetizar o fracasso de Fernando, pois

grande parte de nossas energias durante a preparação têm de ser

direcionadas a uma básica atitude: estudar, estudar, estudar, tal como ele

sempre esteve predisposto. Contudo, não podemos deixar de conside-rar que Fernando está sem motivação, com a autoestima lá embaixo por

causa das recentes notas e cogitando abandonar os concursos. O apego

ao individualismo, a recusa da necessidade de mudança e a ausência de

autorreflexão – todos fortemente presentes no modo de agir e pensar de

Fernando – não seriam fatores que, unidos, formariam uma boa receita

de como NÃO passar em concursos públicos?

Magistrado Federal desde 2005 e professor universitário, Fabr ício Bi t tencourt da CruzFabr ício Bi t tencourt da CruzFabr ício Bi t tencourt da CruzFabr ício Bi t tencourt da CruzFabrício Bittencourt da Cruz temuma longa trajetória como concurseiro e muito a ensinar para quem ainda luta para se tornarservidor público.

Fabrício Bittencourt da Cruz Fabrício Bittencourt da Cruz Fabrício Bittencourt da Cruz Fabrício Bittencourt da Cruz Fabrício Bittencourt da Cruz escreve um guia de sucesso em concursos. Porém vai além,muito além da maratona de obstáculos que enfrentam os candidatos. Na verdade, de forma leve, bem-humorada, simples e simultaneamente erudita, dá preciosas lições de vida aos seus leitores. Vladimir Passos de FreitasVladimir Passos de FreitasVladimir Passos de FreitasVladimir Passos de FreitasVladimir Passos de Freitas

O Livro do Concurso Público O Livro do Concurso Público O Livro do Concurso Público O Livro do Concurso Público O Livro do Concurso Público - Por: Fabrício Bittencourt da Cruz - Editora Método/GeN, 176 págs

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ntrar na batalha dos concursos é algo que qualquer cidadão, tendo

as habilitações necessárias, pode fazer. As portas do serviço público

estão aí, abertas, franqueadas a quem quiser tentar uma chance em seus

quadros. A grande questão – que pode facilmente induzir ao erro, bem

sabemos – é a forma como o concurseiro fará suas escolhas.

Forma? Sim, é disso que falamos. Por vezes, pela ansiedade de resolver

a principal questão da vida – a subsistência, não sejamos hipócritas –,

passamos por cima de nós mesmos. E, quando nos atropelamos, assu-

mindo funções que não nos satisfazem, fazendo trabalhos que nos agri-dem em nosso íntimo, perdemos a forma. Como uma desapropriação

de alma, ou uma alma vendida. Ficamos disformes, sem a capacidade

mínima de nos reconhecermos. Pode parecer muito subjetivo o que eu

digo, principalmente nesta edição da revista do Concurseiro Solitário

que tem um tema tão taxativo: erros dos concurseiros. Mas vocês vão

me entender. Ah, se vão.

Quantas vezes você, concurseiro iniciante ou experiente, olhou para um

edital focando exclusivamente no salário oferecido e na matéria a ser

estudada? Várias, tenho certeza até porque também já o fiz. E fazemos isso

com a maior desfaçatez, sem planos, sem grandes expectativas, afinal decontas, é só mais um concurso no qual você pode ou não ser aprovado. É

aí que mora o perigo: você PODE ser aprovado. E aí, como fica? Dá pra

abrir mão de um excelente salário simplesmente porque o tipo de trabalho

não te interessa ou porque você terá de se mudar de sua cidade?

No mundo real, não dá. As contas chegam no final do mês, você quer

viajar nas férias, a roda da vida precisa continuar em movimento. E lá

estará você, fazendo o que não gosta e tentando, dia a dia, encontrar

disposição pra correr atrás de outro concurso, outra prova, outra lufada

de ar fresco.

E aí temos o reverso da moeda: você PODE NÃO SER APROVADO em

outro concurso.

É: isso pode acontecer. E dizer isso não é, sob nenhum aspecto, uma

forma de desestimular o concurseiro. Falamos de um fato natural, que

não tem necessariamente a ver com a capacidade de se preparar para

fazer um concurso; temos todos outras “cerejas do bolo” da vida que

podem competir e ganhar na hora de persistir nos estudos. Então, caros

concurseiros, por que não planejar a vida profissional antes de cometer

um escorregão de consequências incalculáveis?O primeiro exercício que sugiro é ter muita, MUITA parcimônia ao ler um novo

edital. Pra quem ainda não foi empossado num cargo, a ansiedade de começar

a trabalhar e ganhar um salário razoável pode ser enorme, e isso quase sempre

embota a nossa visão. Vamos tentar limpar essa névoa e pensar de um modo

algo fatalista: eu sou capaz de fazer esse trabalho não só hoje, como por toda

a minha vida? Sim, porque o raciocínio de “é só pra segurar as pontas até

passar em outro concurso” não é bom conselheiro. Depois, pense nos aspec-

tos objetivos do cotidiano, no contexto daquele cargo. As condições diárias

propiciarão a você tempo para estudar mais? Você poderá manter os hábitos

que são necessários para a sua felicidade? O cargo caberá na sua vida ou suavida terá de caber no cargo? Perguntas que podem parecer banais, mas que

são de suma importância para evitarmos erros difíceis de serem sanados.

RESUMO DA ÓPERAFazer concursos públicos e se tornar, num segundo momento, um servi-

dor, é algo que está muito além da linha de infantaria que é a aprovação.

Planejar-se a médio e longo prazo, pesando prós e contras, é fundamental

não só para o seu sucesso como profissional, como também para o que há

de mais importante ao fim e ao cabo: uma vida pessoal feliz.

Por FLAVIA CRESPO,servidora pública federal e colaboradorado Blog do Concurseiro Solitário.

UMA QUESTÃO DE FORMA

Por FLAVIA CRESPO,servidora pública federal e colaboradorado Blog do Concurseiro Solitário.

E

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 A R T I G O

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usuário não se distraia com nenhuma outra atividade a não ser a

programada para ser executada naquele horário. A cada Pomodoro (25

minutos) executado é necessário um intervalo de 5 minutos, sendo que

completado um ciclo de quatro Pomodoros completos é necessário um

intervalo maior, entre 15 a 30 minutos.O sistema é fácil de seguir, mas requer muita atenção na elaboração e

execução de cada atividade proposta, pois de outra maneira todo o

esforço e toda a dedicação serão em vão. Além disso, como toda regra

tem suas exceções, não é necessário levar tudo ao pé da letra. Cada

usuário pode adaptar a técnica às suas reais necessidades, ou usar

simplesmente o básico, sem recorrer a todas as suas funcionalidades.

E foi exatamente isso que fiz: depois de alguns dias relutando em

testar a Técnica Pomodoro, posso afirmar que consegui resultados

bem expressivos, melhorando bastante minha concentração e aumen-

tando o rendimento na execução de qualquer tarefa, como estudar, lerum livro, responder ou escrever e-mails, organizar uma gaveta... En-

fim, é possível domesticar nossa concentração e aumentar o banco de

horas (líquidas).

COLOCANDO A TÉCNICA EM PRÁTICA

Para mostrar como essa valiosa ferramenta pode ser usada no estudo

para concursos públicos, vou compartilhar minha experiência pessoal

com essa técnica, através dos seguintes passos:

1. Monte uma lista com todas as atividades que você precisa executar

durante o dia (não é necessário colocar em uma ordem de execu-ção). Veja o exemplo:

COMO USAR A TÉCNICA

POMODORO NO ESTUDOPARA CONCURSO PÚBLICO

esponda sinceramente, sem titubear, qual é o seu maior obstáculo(hoje) na preparação para concursos públicos: planejamento de

estudo, disciplina para cumprir horários, determinação para começar e

ir até o fim, focar em uma só área, concentração no momento de execu-

tar as tarefas, ou tudo isso junto e misturado? Certamente muitos res-

ponderiam que não conseguem nem mesmo permanecer sentados por

alguns minutos para ler este texto.

São muitos os materiais, entre textos e vídeos de professores, especia-

listas em educação, concurseiros, ex-concurseiros e meio mundo de

gente com dicas sobre as mais variadas técnicas de como administrar o

tempo e estudar da forma mais eficiente possível. Entretanto, de nadaadianta conhecer a melhor técnica de estudo para concursos se o candi-

dato não estiver disposto a executá-la ou se experimentar por um ou

vários dias, mas não tiver força de vontade para cumprir seu objetivo. É

como um mestre de artes marciais que não desenvolve suas técnicas.

Dentre centenas de artifícios para melhorar a concentração e aproveitar

melhor o tempo disponível, conheci recentemente a “Técnica Pomodoro”,

uma maneira simples e eficiente de gerenciar o tempo.

A DESCOBERTA DA TÉCNICA

Seu idealizador, o italiano Francesco Cirillo (um estudante sem concen-tração), cansado de tentar executar tarefas simples sem sucesso, decidiu

desafiar sua limitada concentração usando um temporizador de cozinha.

Como o objeto tinha a forma de um tomate, ele resolveu batizar a técnica

de “Pomodoro”, que significa “tomate” em italiano.

COMO FUNCIONA

A Técnica Pomodoro apresenta um sistema de divisão do tempo, para

qualquer atividade, em períodos de 25 minutos, chamados “Pomodoro”.

O objetivo da técnica é fazer com que durante esses 25 minutos seu

Por ENALDO FONTENELE,colunista do Blog do Concurseiro Solitário

R

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2. Monte outra lista somente com as tarefas que irá executar usando a

Técnica Pomodoro (nessa lista as tarefas devem obedecer a uma

ordem de execução, ou seja, só passe para a próxima quando termi-

nar a primeira). Veja o exemplo:

3. Observe que na primeira lista (Fig. 1) estão relacionadas todas as

tarefas do dia, mas para algumas delas não será necessário usar a

técnica, como pagar contas ou fazer atividade física. Importante!Importante!Importante!Importante!Importante!

Risque todas as tarefas que for executando: isso traz uma sensaçãode dever cumprido;

4. Na segunda lista (Fig. 2) coloque somente as atividades que for

executar no sistema Pomodoro. No exemplo temos duas tarefas: 1.

Estudar (fazer resumo da Lei 8.112) e 2. Responder e-mails. Impor-Impor-Impor-Impor-Impor-

tante!tante!tante!tante!tante! Independentemente da quantidade de tarefas, relacione todas

elas de acordo com a prioridade de execução;

5. Observe que na primeira tarefa (Fig. 2) foram gastos quatro ciclos

de Pomodoros, totalizando, portanto, um total de 6 horas (incluídas

as pausas).

Importante!Importante!Importante!Importante!Importante! Um Pomodoro equivale a 25 minutos com 5 minu-

tos de intervalo (30 minutos), sendo que a cada quatro

Pomodoros é necessário um intervalo de 15 a 30 minutos.

6. Já a segunda tarefa (Fig. 2) foi completada com um ciclo mais três

Pomodoros.

A FERRAMENTA DE TRABALHOPara controlar o tempo dos Pomodoros, o criador da técnica reco-

menda o uso de um temporizador mecânico (com tique-taque) quepode ser encontrado em diversos modelos e tamanhos,

comercializados para uso culinário em forma de frutas, bonecos,

animais etc. Mas você pode usar qualquer aparelho que tenha cro-

nômetro regressivo, como relógios e aparelhos celulares. O impor-

tante é controlar o tempo sem se distrair. Veja alguns modelos de

temporizadores mecânicos:

Para quem deseja usar o computador ou aparelho de celular como

contador, existem diversos aplicativos grátis na internet. Eu particular-

mente utilizo o www.tomighty.org, bem simples de usar e com todos os

sons, inclusive o clássico tique-taque. Se não quiser ter trabalho para

instalar, recomendo o www.tomatoi.st/wkv (funciona on-line). Quandopreciso estudar em uma biblioteca eu utilizo o contador regressivo do

celular, que avisa o final do tempo através do sinal vibratório (não

incomoda ninguém).

VANTAGENSMesmo usando a Técnica Pomodoro há pouco

tempo, destaco algumas boas vantagens:

• Aumento da concentração e da produtivi-

dade, pois as interrupções são cada vezmenores;

• Aumento constante da motivação e do inte-

resse em começar qualquer atividade;

• Aproveitamento total do tempo planejado

para estudo ou trabalho, evitando a

procrastinação;

• Diminuição da ansiedade, pois as metas são

cumpridas em períodos cada vez menores;

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• Ter a real noção de quanto tempo é necessário para realizar uma

atividade e encontrar formas de diminuir esse tempo, atingindo o

mesmo resultado;

• A visualização das tarefas concluídas, o que aumenta o entusiasmo

para novos trabalhos e a sensação de dever cumprido.

PERGUNTAS E RESPOSTASApesar de ser uma técnica simples, seriam necessários muitos textos para

falar de todos os recursos e aplicações que podemos usar. Portanto, para

esclarecer algumas dúvidas, criei uma espécie de FAQ com perguntas e

respostas sobre os pontos mais importantes que encontrei no uso desse

método. Para mais informações, recomendo o download do livro no

próprio site da Pomodoro Technique® www.pomodorotechnique.com

Posso aumentar o tempo de um Pomodoro?

Claro que pode, mas aconselho começar exatamente com os 25 minutose só depois ir aumentando gradativamente de acordo com aumento da

sua concentração. É mais ou menos parecido com a história de quem vai

iniciar uma atividade física e quer a todo custo começar correndo 40 km

no primeiro dia, ou alguém que começa um regime à base de pão e

água. Nem é preciso adivinhar o que vai acontecer depois.

O que devo fazer ao me lembrar de alguma outra atividadeurgente?É muito comum, durante o estudo, que a nossa concentração crie vontade

própria e saia passeando por aí, tentando fugir do trabalho. Quando issoacontecer use a lista de “todas as tarefas do dia” (Fig. 1) para anotar

qualquer pensamento, ideia ou atividade que venha à cabeça no momento

em que estiver no meio de um Pomodoro. Se a tarefa for urgente, coloque

na “lista de tarefas para executar no sistema Pomodoro” (Fig. 2).

O que fazer se eu iniciar um Pomodoro e logo após for inter-rompido?Por maiores que sejam sua disciplina e organização, é impossível con-

trolar certas situações. Se durante um Pomodoro acontecer uma inter-

rupção, comece novamente até finalizar o período de 25 minutos. Se ainterrupção puder ser adiada, anote na “lista de todas as tarefas do dia”

(Fig. 1); se for algo que precise ser executado imediatamente, anote na

“lista de tarefas para executar no sistema Pomodoro” (Fig. 2), em ordem

de execução. Nesse ponto é muito importante ser sincero consigo mes-

mo, ou seja, se começou vá até o fim.

E se eu terminar a tarefa antes de completar o Pomodoro?É muito simples: aproveite o tempo extra para dar uma última revisada,

pois sempre há alguma coisa que precisa ser corrigida ou melhorada.

Atenção!Atenção!Atenção!Atenção!Atenção! Quando terminar o tempo do Pomodoro abandone

imediatamente o que estava fazendo e respeite o tempo do inter-

valo. Seja disciplinado.

Eu consigo estudar por 2 horas seguidas com um inter-valo de 15 minutos. Será que a Técnica do Pomodoroserá útil para mim?Se você consegue manter esse ritmo constante, mesmo com uma

boa média de 1 hora e 30 minutos, não será necessário usar ne-

nhum outro gerenciador de tempo. Contudo, sabemos que muitos

candidatos sofrem com longos períodos de baixa, principalmente

depois de reprovações sucessivas, por exemplo. Então, nesse

momento a Técnica Pomodoro será bastante eficaz.

Qual o objetivo dos intervalos?O intervalo é exatamente o segredo dessa técnica. É comprovado

que fazer pequenas pausas durante o estudo melhora bastante o

aprendizado. As pausas frequentes de 5 e 25 minutos melhoram a

agilidade mental e diminuem o estresse causado pelo relógio.

Portanto, esse tempo deve ser usado somente para relaxamento,

como caminhar um pouco, fazer um alongamento, ir ao banheiro,

tomar água, um café... Qualquer outra atividade que não necessite

de esforço mental.

A Técnica Pomodoro só serve para estudar?Não só para estudar, mas para qualquer atividade que necessite de

extrema concentração e o mínimo de distrações. No entanto, não é

recomendada para atividades de lazer, como passeios, exercícios

físicos, ler um livro, assistir um filme etc.

RESUMO DA ÓPERAUma frase muito antiga e sábia diz que “errar é humano”, mas no

caso dos concurseiros é humanamente impossível iniciar a jorna-

da nas sinuosas estradas dos concursos públicos sem uma boa

dose de erros. Se o seu grande problema for disciplina e falta degerenciamento do tempo de estudo, a Técnica Pomodoro foi feita

exclusivamente para você. Então, mãos à obra e ótimos “Pomodoros”

de estudo para você também!

“Seja qual for a técnica que você usa para trabalhar “Seja qual for a técnica que você usa para trabalhar “Seja qual for a técnica que você usa para trabalhar “Seja qual for a técnica que você usa para trabalhar “Seja qual for a técnica que você usa para trabalhar , sem um míni- , sem um míni- , sem um míni- , sem um míni- , sem um míni- 

mo de planejamento, disciplina e determinação esse trabalho ja- mo de planejamento, disciplina e determinação esse trabalho ja- mo de planejamento, disciplina e determinação esse trabalho ja- mo de planejamento, disciplina e determinação esse trabalho ja- mo de planejamento, disciplina e determinação esse trabalho ja- 

mais será produtivo.” mais será produtivo.” mais será produtivo.” mais será produtivo.” mais será produtivo.” Fontenele

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OS TEMPOS MUDARAMEstamos vivenciando, segundo Alvin Toffler, a quarta onda: a “Onda

do Conhecimento”. A velocidade com que as informações envelhecem

chega a nos causar ansiedade e sentimento de impotência. Os analis-

tas indicam que, assim como a força, a terra e o dinheiro foram fontes

de poder no passado, a mercadoria mais preciosa do século 21 é a

informação.

Este cenário tem influenciado as empresas e suas exigências em relação a

seu corpo técnico e gerencial, bem como as exigências para um candidato

ao concurso público, que hoje deve ter um conhecimento multidisciplinar.

Seu desafio não se limita apenas a responder questões objetivas, masenvolve também participar de um estudo de casos que exige interpretação,

organização cerebral e produção de texto, criando um terrível dilema:

como é possível manter-se atualizado com tão pouco tempo hábil?

O que vem dificultando a realização dos objetivos desses profissionais e

desses candidatos a concurso público é a sua inabilidade específica,

tanto para assimilar a grande quantidade dos dados necessários quanto

para utilizar adequadamente esses conhecimentos. A transmissão tradi-

cional das informações não é mais suficiente: é preciso dotar o receptor

de condições otimizadas de assimilação e utilização. Isso já deveria ter

 A R T I G O

APRENDA O QUE A ESCOLANÃO ENSINOU!Por JUAREZ ANGELO LOPES,um dos maiores especialistas brasileirosem leitura dinâmica.

acontecido desde o início do aprendizado. Agora faz-se necessário mu-

dar o perfil desses profissionais e desses concurseiros.

Não basta mais estudar, como no passado, só para conseguir a aprova-

ção ao final de um período; não basta decorar o conteúdo para uma

futura avaliação e esquecê-lo logo em seguida. Além de estudar, o alunoprecisa organizar e estruturar seu pensamento. É preciso dotá-lo de

técnicas eficazes que possibilitem a ele absorver uma grande quantidade

de informações em curto espaço de tempo, para acessar e buscar esses

conhecimentos sempre que se fizerem necessários. É preciso, acima de

tudo, aprender a pensar, pois o homem que sabe pensar questiona,

responde, oferece, sugere, vota e exige. Estando aptos a fazer a ligação

entre os dados absorvidos, os alunos abrem as portas para ações que

geram resultados na família, no trabalho e na sociedade em que vivem.

Atualmente, a maioria das pessoas não vive; sobrevive. O que eu

quero discutir hoje com vocês é uma proposta de vida, algo que valhaa pena e que mantenha em foco o nosso crescimento constante. O dia

em que nos considerarmos prontos será o prenúncio de nossa estag-

nação; quanto mais estudamos, mais tomamos conhecimento de nos-

sa ignorância.

Um plano vitorioso de realização pessoal, profissional, familiar e social

será muito beneficiado por uma técnica que otimize a leitura e o estudo,

como as habilidades permanentes de Leitura Dinâmica, Memorização e

Otimização do Estudo, capazes de transformar qualquer bom projeto de

vida em referencial de excelência.

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LEITURA DINÂMICA (ACELERAÇÃO DA LEITURA ALIADA A UMABOA COMPREENSÃO)Como é possível manter-se atualizado tendo tão pouco tempo hábil?

Como atender à demanda de informação deste mundo globalizado?

É preciso dotar o receptor de técnicas para conseguir assimilar tantas

mensagens, e a Leitura Dinâmica é uma excelente habilidade permanen-te a ser treinada.

Nosso curso de Leitura Dinâmica visa capacitar o aluno a multiplicar sua

velocidade de leitura atual, mantendo uma boa compreensão do materi-

al lido. Desta forma, o estudante que antes do curso não gostava de ler

poderá desenvolver o hábito da leitura, e o aluno que já o possuía

poderá ler ainda mais.

Objetivos Específicos do Curso de Leitura Dinâmica do IOM:

• Avaliar a velocidade atual de leitura de cada aluno, bem como o

nível de compreensão do material lido.

• Fazer com que o aluno descubra onde se encontra no rankingnacional da leitura tradicional.

• Dobrar a velocidade de leitura atual dos alunos, mantendo um bom

nível de compreensão.

• Incentivar a leitura como instrumento de crescimento pessoal e

profissional.

Leitura Dinâmica é uma forma diferenciada de entrada de dados em

nosso computador cerebral. O leitor tradicional lê subvocalizando, ou

seja, a percepção de seus olhos é acompanhada por uma voz mental que

repete sílaba por sílaba o que eles vão lendo. O leitor dinâmico, ao

contrário, lê blocos de palavras de uma só vez sem nenhuma voz produ-zindo sons silábicos em sua mente. Ele olha um bloco de palavras como

quem olha um objeto, integralmente, pois parte do todo para o detalhe.

Todos nós nascemos com esse potencial visual, o que comprova que ler

é uma função natural do cérebro, do mesmo modo que a audição.

Nenhum indivíduo aprende a ouvir na escola, do mesmo modo que não

deveria depender dela para aprender a ler.

O advento da televisão, na qual as informações aparecem entre letras

grandes e coloridas, veio comprovar essa teoria. Uma criança que nunca

tenha ido à escola pode aprender a ler sozinha se assistir diariamente à

televisão, mesmo que no limite do vocabulário da propaganda.Nossos olhos funcionam como uma máquina fotográfica. As fotos tira-

das por eles são transformadas em impulsos eletroquímicos e reveladas

pelo cérebro. Os olhos veem mas não entendem. Quem entende é o

cérebro, ao revelar essas fotos. Para ele tanto faz a foto de uma sílaba

quanto a foto de uma frase. O leitor tradicional, preocupado em soletrar

sílaba por sílaba, enquanto lê, vê-se obrigado a reduzir o foco de sua

máquina, o que o leva a baixas velocidades de leitura. Não existindo essa

silabação, torna-se possível abrir cada vez mais seu campo visual, o que

lhe permite captar, em uma só foto, um bloco inteiro de palavras.

Esse programa de subutilização cerebral foi colocado em nosso cérebro

pela professora primária ao nos ensinar a ler soletrando, pela valoriza-

ção excessiva que dava à leitura oral. A Leitura Dinâmica nada mais é do

que uma mudança qualitativa em nosso programa de entrada de dados,

através de ginástica cerebral. Qualquer pessoa normal consegue obter

esse resultado, basta querer.

OTIMIZAÇÃO DO ESTUDO (TÉCNICAS DE ESTUDO EMEMORIZAÇÃO)Existe uma grande diferença entre LER e ESTUDAR, e a maioria das

pessoas confunde leitura com estudo. Ler não exige um objetivo. Qual-

quer resultado que eu conseguir com a leitura me satisfaz. Estudar é

totalmente diferente. Estudar pressupõe que eu tenho um problema e

que para resolvê-lo preciso de um conhecimento que eu não tenho. Meu

estudo visa solucionar esse problema.

Sintetizando, segundo Mira y Lopes, eu estudo para solucionar proble-mas, eu estudo para tirar dúvidas.

O curso de Otimização do Estudo do IOM visa ao aprimoramento da

metodologia educacional para ajudar os alunos a administrar com pre-

cisão seu tempo de estudo, estruturar organizada e objetivamente seu

pensamento, preparar-se adequadamente para assistir a uma aula

expositiva, uma conferência ou uma palestra. O aluno que utiliza as

técnicas de otimização anota resumidamente e com precisão os assun-

tos discutidos, esquematiza, sublinha, interpreta e resume os textos

dentro dos padrões modernos das técnicas do aprendizado, preparan-

do-se para se submeter com eficiência às provas objetivas e dissertativas.Grande parte dos concurseiros que foram aprovados e ingressaram

numa carreira pública tiveram nessas habilidades permanentes um gran-

de aliado em seus projetos de vitória.

MEMORIZAÇÃO DIFERENÇA ENTRE DECORAR E MEMORIZARApesar de ambos se utilizarem da técnica da repetição, há uma grande

diferença entre decorar e memorizar. Quando eu repito sem entender, eu

decoro; quando eu repito após entender, eu memorizo.

Todas as vezes que estou diante de uma plateia e questiono entre os

presentes quem tem problema de memorização, a resposta da maioria ésempre positiva, ou seja, há muita gente com problema de memorização.

Trata-se de uma resposta equivocada, pois exceto as pessoas que tenham

sofrido um AVC, perdido massa encefálica em acidente ou que tenham

algum tumor cerebral, tudo que vemos, ouvimos e sentimos é memoriza-

do, nada se perde. Esta aí a psicanálise para confirmar nossa tese.

“Concordo com você, Juarez”, dirão vocês, mas se eu não tenho problema

de memorização, como explicar a quantidade de coisas que eu esqueço?

Ratificando o que disse anteriormente, nosso problema não é de

memorização, mas sim de acesso à memória.

 A R T I G O

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REESTRUTURAÇÃO CEREBRAL

Podemos fazer uma analogia entre salvar o conteúdo de um texto digitado

e memorizar informações em nossas redes neurais.

No exemplo citado de salvar o conteúdo de um texto digitado, clicamos

com o mouse na janela salvar. O computador nos questiona: salvar

como? Vamos supor que resolvemos não dar nenhum nome ao arquivo,e em seguida clicamos com o mouse a janela salvar.

Apesar de o arquivo não ter recebido um nome, o computador vai salvar

o conteúdo, mas só Deus sabe onde. Salvo está, mas não conseguimos

acessá-lo quando for necessário.

O mesmo fenômeno acontece com a memória de nosso computador

cerebral. Tudo é salvo, mas sabe-se lá onde em nossas redes neurais.

Tanto no exemplo do texto digitado quanto do que acontece com nosso

computador cerebral, o problema é organizacional.

A melhor maneira de organizar eficazmente as informações em nossamemória é através de técnicas associativas, mas vale lembrar: NENHU-

MA TÉCNICA SUBSTITUI O ESTUDO!

DICAS:

01 - Projete com convicção sua vontade para fora, pois ela o ajudará

a ser fiel aos seus objetivos. Seja você mesmo o seu maior aliado

em qualquer projeto;

02 - O sentido responsável pela leitura é a VISÃO, na qual os olhos

funcionam como uma máquina fotográfica. Cuide bem deles!!!;03 - Utilize sua mão forte, espalmada, para guiar os olhos durante a

leitura. Essa prática melhora a velocidade da atividade, sem

perda de compreensão, além de ampliar a capacidade de con-

centração;

04 - Procure ler em um ambiente calmo e com boa iluminação;

05 - Leia sempre sentado em uma cadeira, diante de uma mesa, numa

postura ereta;

06 - Fica proibida a leitura na cama, no sofá ou na rede;

07 - Livre-se do livro de cabeceira, pois sendo um livro eterno, não

acaba nunca, só serve como chamariz do sono;

08 - Após 50 minutos de leitura, dê uma parada e fique de pé por 10

minutos, para melhor oxigenar o cérebro;

09 - Faça um resumo, mesmo que seja oral, do material lido;

10 - Faça um bom curso de Leitura Dinâmica, pois a leitura tradicionaltem os seus limites;

11 - Todas as vezes que você precisar memorizar um texto, primeiro

procure interpretá-lo e, em seguida, fazer um resumo do que

você interpretou. Uma das mais eficazes técnicas de acesso à

memória se baseia em resumos;

12 - O melhor meio para testar e aprimorar a memória são os resu-

mos, que devem apresentar as ideias de modo ordenado e coe-

rente com a lógica do texto;

13 - Antes de ler um livro, dê uma passada de olhos sobre ele. Isso,além de reforçar ou não seu interesse em iniciar a leitura, facilita-

rá a interpretação do conteúdo do texto quando você começar a

ler;

14 - O cérebro trabalha por hierarquia, por árvore de decisão. Para

resumir um texto estudado devemos cumprir o seguinte ritual:

a) Descobrir o tema do texto;

b) Verificar o que o autor usou, no texto como um todo, para

apresentar o tema;

c) Verificar o que o autor usou, no texto como um todo, paramostrar a dinâmica do tema;

d) Verificar o que o autor usou, no texto como um todo, para

concluí-lo;

e) Estruture o seu resumo nesta ordem: introdução, desenvolvi-

mento e conclusão.

15 - Quando precisar memorizar alguma coisa, use técnicas associativas.

O Prof. Juarez Angelo LopesProf. Juarez Angelo LopesProf. Juarez Angelo LopesProf. Juarez Angelo LopesProf. Juarez Angelo Lopes trabalha há 43 anos com o treinamento de habilidades permanentes.É o pioneiro e único notório especialista em Leitura Dinâmica no Brasil, diretor acadêmico doInstituto de Otimização da Mente (IOM) e autor do livro Como ler 1.000 palavras por minuto , daeditora Ferreira, em parceria com a Profa. Lissandra Lopes de Oliveira.

De forma bem-humorada e através de ilustrações, Juarez Angelo Lopes Juarez Angelo Lopes Juarez Angelo Lopes Juarez Angelo Lopes Juarez Angelo Lopes e Lissandra de Lissandra de Lissandra de Lissandra de Lissandra de Oliveira Oliveira Oliveira Oliveira Oliveira apresentam nesta obra um método surpreendente e inovador que permite ao leitor assimilar uma grande quantidade de informações, sem perda da compreensão, mesmo fazendo uma leitura dinâmica. O livro contém questionários, testes, técnicas de leitura dinâmica e outros métodos que permitem avaliar que tipo de leitor você é, além de dicas para otimizar seus estudos, um roteiro para ler mil palavras por minuto e exercícios que cuidam da visão.

Como ler 1.000 palavras por minuto Como ler 1.000 palavras por minuto Como ler 1.000 palavras por minuto Como ler 1.000 palavras por minuto Como ler 1.000 palavras por minuto - Editora Ferreira, 104 págs

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Prof. Juarez Lopes, muitas pessoas discriminam o método daLeitura Dinâmica por acreditarem que não é possível ter mai-or velocidade na leitura sem perder ao mesmo tempo a com-preensão do texto. Como professor e especialista na área, oque são mitos e verdades na prática da Leitura Dinâmica?

Mito = Quem lê devagar tem mais prazer na leitura, compreende mais ememoriza melhor o conteúdo.

Verdade = Quem lê dinamicamente pode ler um livro inteiro de uma só

vez, sem quebra do ritmo da leitura, o que propicia mais prazer, mais

compreensão e melhor memorização do conteúdo.

Para entender como funciona a Leitura Dinâmica é preciso primeiramente

entender como acontece a leitura. Nossos olhos funcionam como uma

máquina fotográfica. As fotos tiradas por eles são transformadas em impul-

sos eletroquímicos e reveladas pelo cérebro. Os olhos veem, mas não enten-

dem. Quem entende é o cérebro, ao revelar essas fotos. Para ele tanto faz a

foto de uma sílaba quanto a foto de uma frase. O leitor tradicional, preocupa-do em soletrar sílaba por sílaba, enquanto lê, vê-se obrigado a reduzir o foco

de sua máquina, o que o leva a baixa velocidade de leitura. Não existindo

essa silabação, torna-se possível abrir cada vez mais seu campo visual,

permitindo-lhe captar, em uma só foto, um bloco inteiro de palavras.

Na internet existe uma infinidade de cursos e materiais es-pecíficos para Leitura Dinâmica que prometem verdadeirosmilagres, como ler um livro inteiro em poucos dias. Comoprofessor que atua na área de cursos de Leitura Dinâmica

há mais de 40 anos, o que as pessoas devem fazer paradistinguir um material sério de uma farsa?Em primeiro lugar, é importante ressaltar que qualquer material disponível

na internet deve ser avaliado com cuidado, pois existe muito lixo cibernético.

Em nosso curso presencial de 16 horas, nos comprometemos a fazer o

aluno render, no mínimo, o dobro da velocidade inicial. Nossa meta, no

entanto, é que o aluno siga o ritual de treinamento que passamos para

ser realizado em casa até atingir 1.000 palavras por minuto, ou seja, ler

um livro de 250 páginas em aproximadamente 90 minutos. Um dos

nossos alunos famosos, o Desembargador do TRT/RJ Dr. Ricardo Areosa,

lê assunto técnico em audiência numa velocidade de cerca de 2.000

palavras por minuto. Seu depoimento em vídeo encontra-se em nosso

site (www.cursoiom.com.br).

Os candidatos a concursos públicos precisam ler milhares de textos

com os mais variados assuntos em pouquíssimo tempo. Por conta

disso, nem sempre é possível absorver todo o conteúdo lido. Quais os

benefícios que a Leitura Dinâmica pode trazer para esses candidatos?

LER é diferente de ESTUDAR. A Leitura Dinâmica é uma ferramenta

muito útil no estudo, mas estudar é muito mais do que ler. Se o aluno

não possuir um método eficiente de estudo, não faremos mágica, ele

terá um resultado melhor do que como leitor tradicional. O ideal seria

que ele fizesse o nosso segundo módulo, no qual ensinamos técnicas de

estudo e memorização utilizando a Leitura Dinâmica.

Outro benefício relatado por nossos alunos concurseiros aprovados é

que ser leitor dinâmico na hora da prova faz muita diferença, além da

segurança emocional que a técnica traz. Eles podem ler a prova inteiraantes de começar a respondê-la e ainda sobra tempo para revisá-la.

O método da Leitura Dinâmica ensinado no livro Como ler 

1.000 palavras por minuto  é o mesmo aplicado nos seuscursos presenciais?Sim. Inclusive é usado como o nosso material didático.

Os concurseiros de maneira geral são muito indisciplinados,principalmente quando o assunto é leitura e memorização.

O livro Como ler 1.000 palavras por minuto pode ajudar essepessoal a adquirir bons hábitos e prazer na leitura, melho-rando com isso o aprendizado?O primeiro passo para a cura é o diagnóstico, e se a pessoa é indisciplinada

e preguiçosa deve mudar de planos, pois terá pouquíssimas chances de

sucesso como concurseiro. O nosso curso não é mágico, ele apresenta

todas as nossas técnicas que têm por base disciplina e rituais. Se a

pessoa almeja sucesso como concurseiro precisa se dedicar de forma

intensa e disciplinada. Indicamos sempre em nossas palestras o livro

Fora de série , que ilustra bem tudo o que afirmamos acima.

EN T R E V I S T A  

 X C L U S I V A E

JUAREZ ANGELO LOPES

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uitos estudiosos da cognição humana procuram valorizar o papel

do erro na educação e na evolução intelectual do ser humano.

Conforme a visão piagetiana da aprendizagem, mais vale um erro com-preendido do que um acerto não compreendido.

Refletir e discutir sobre os erros dos candidatos a concursos públicos

exige a consideração dos principais focos de manifestação, a indicação

das causas - de modo a levantar diagnósticos , bem como a identifica-

ção de atitudes para evitar falhas.

Quanto ao foco de manifestação, geralmente os erros recaem sobre o

processo de preparação para o concurso e a realização de provas.

Em relação ao processo de preparação, merecem destaque como

principais erros os seguintes: (1) não estruturar um planejamento

de estudos; (2) estruturar um plano de estudos de forma inadequa-da; (3) não estudar de forma correta, em termos de processos

cognitivos adotados; (4) não adotar estratégias de aprendizagem

que sejam eficazes quanto à apropriação e disponibilidade intelectu-

al da informação estudada.

Naturalmente, tais erros tendem a repercutir na realização das provas.

Quanto às provas, erro seria aquilo que acontece quando o candidato

possui a informação exigida pela questão e ainda assim não acerta a

resposta. Ou seja, se o candidato não tem disponível intelectualmente a

informação objeto da questão e não acerta a resposta, não seria propri-

amente um erro quanto à realização da prova.Muitos erros nas provas geralmente ocorrem quando o candidato não

identifica todos os elementos que compõem a questão, inclusive a pró-

pria redação, ignorando, por exemplo, a presença de um “não” ou mar-

cando a alternativa correta quando o examinador solicita a incorreta.

Também pode ser considerado erro, infelizmente não incomum, a trans-

crição equivocada da resposta ao gabarito; é algo inaceitável, mas que

eventualmente ocorre.

Outra modalidade de erro nas provas recai sobre a inadequada gestão

do tempo. Ao pegar a prova, o candidato precisa ter uma ideia do tempo

médio de que dispõe para cada questão e tentar gerenciar o tempo que

falta, considerando a quantidade de questões restantes.

Diante das categorias de erros levantadas, quanto ao processo depreparação, o candidato deve buscar meios de estruturar o seu plane-

jamento de forma adequada. E tal adequação passa inclusive pela

viabilidade da execução, a começar pela quantidade de horas que vai

dedicar aos estudos.

Ainda no plano da execução, é preciso estar atento à necessidade de

mecanismos de monitoramento e controle. Monitoramento envolve uma

postura passiva, de acompanhamento do que vem ocorrendo, sendo

que controle conta com caráter ativo, no sentido de promover as inter-

venções necessárias. O Sistema Tuctor, que conta com uma base

conceitual-teórico-metodológica, consiste em um mecanismo voltadoao cumprimento desse papel.

Já em relação às provas, evitar os erros exige primeiramente o cuidado

com as condições fisiológicas e emocionais na véspera. Por exemplo,

se o candidato vai para a balada e se embriaga, está comprometendo, em

termos neurofisiológicos, suas capacidades cognitivas, em função da

falta de sono e do álcool. Se é submetido a situações conflituosas, como

uma reunião de família voltada à solução de uma disputa familiar, em

termos emocionais poderá se expor a situações vulneráveis.

Neste sentido, a ideia da concentração adotada no esporte de alto

rendimento principalmente em modalidades coletivas como o fute-bol é bastante válida. Ou seja, é importante que o candidato exercite

a sua concentração.

Concluindo e resumindo, o candidato deve estar atento a erros que pos-

sam ser identificados ao longo dos estudos, bem como na realização da

prova. Procure sempre avaliar o motivo pelo qual não obteve o resultado

pretendido. Pense não apenas na prova, mas no contexto que a antecedeu.

E saiba que todo aprovado um dia cometeu seus erros. Porém, houve

um momento em que estes foram neutralizados, total ou parcialmente, a

ponto de viabilizar a aprovação.

OS ERROS NO PROCESSO

DE BUSCA DA APROVAÇÃOPor ROGERIO NEIVA,Juiz do Trabalho, Ex-Advogado da União eProcurador do Estado, Psicopedagogo, Professore Criador do Sistema Tuctor

M

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Jornal dos Concursos & Empregos é pioneiro no ramo. Surgiu

pela inspiração e ação de um homem empreendedor e seguro

de suas opiniões, o Sr. Osvaldo de Oliveira, quando a ideia de criar

um jornal especializado em seleções públicas era considerada, por

muitos e muitos profissionais, uma utopia.

O HÁBITO FAZ O MONGEPor JOSÉ RICARDO DE OLIVEIRA*(com colaboração de Pâmela Lee Hamer) O

 A R T I G O

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Então, vamos lá. É preciso compreender, de uma vez por todas, que ler

o edital é fundamental. É chato? Tudo bem, até pode ser, ainda mais

quando o volume de páginas ultrapassa a capacidade visual e relega

ao segundo plano o estado de alerta. Mas sem ler o documento na

íntegra você não estará ciente do mínimo necessário para prestar o

concurso, e se privará de assimilar o trabalho da banca até que aseleção seja homologada.

Outra questão imprescindível é a preparação antes da liberação do

edital. Isso você já sabia? Ótimo! Significa que já entendeu que sem

estudo, nada feito. Se não pensava assim, é hora de rever os concei-

tos, porque enquanto você está apenas esperando, muitos estão à sua

frente, literalmente, orientando-se por editais anteriores, fazendo pro-

vas de concursos passados, pesquisando sobre a organizadora. En-

tendeu agora a diferença?

Achar que sabe tudo também é um erro. Estamos sempre aprendendo,

dia após dia, e temos de nos permitir isso. Sendo assim, estudar umdia antes da prova não é proibido, desde que você precise desse apoio

para se sentir mais seguro, embora não seja o mais recomendado

pelos especialistas.

Nos dias que antecedem o exame procure dormir bem e não se

estressar. Serenidade é uma das melhores companhias para extrava-

sar o conhecimento.

E lembre-se: a concorrência de todos os concursos públicos é de 1 para

1. É você competindo consigo mesmo, reconhecendo seus defeitos e

qualidades. Não cultive a inveja ou outros sentimentos negativos pelos

seus concorrentes. Essa postura gera somente desconcentração, pois,como sabemos, somente os melhores passarão e torço para que você

esteja nessa lista.

Se não for o caso, você pode chorar, desanimar e querer não

prestar mais concursos, mas tenha ciência de que essa postura

deve ser apenas por um dia, no máximo dois. Se o seu sonho for

se tornar um servidor público, no terceiro dia já assuma essa

verdade e parta para a luta. Muitos dos grandes guerreiros não

venceram a primeira batalha; muitos atores e atrizes não passaram

no primeiro teste; muitos gênios da literatura, da música e do

futebol não foram encarados dessa forma de primeira; e a maioriados concursandos não foi aprovada no primeiro concurso, como é

o caso do juiz federal William Douglas alguém que você certa-

mente admira.

Mantenha a cabeça erguida e saiba que sempre poderá contar com o

Jornal dos Concursos & Empregos como um grande parceiro na sua

preparação! Ou você acha que desbravar o mercado de concursos públi-

cos durante 31 anos foi fácil?

*José Ricardo de Oliveira é diretor de Marketing e Projetos do Jornal dos Concursos & Empregos.

Hoje, 31 anos depois (completados no

dia 2 de fevereiro), falar em abertura,

prorrogação, suspensão e até anulação

de concursos faz parte do imaginário de

todas as pessoas envolvidas, e são ter-

mos facilmente compreendidos.Porém, não foram só a percepção e o

acesso aos processos seletivos públicos

que mudaram ao longo do tempo. Ao

passo que os concursos se profis-

sionalizaram e assumiram uma postura

mais rigorosa em relação a fraudes e ou-

tros atentados à segurança, as seleções

públicas tornaram-se cada vez mais difí-

ceis, ação concreta para selecionar os de-

finitivamente bem preparados para assu-mir o posto, em termos de conhecimen-

tos teóricos e práticos.

Mesmo com todas essas observações, o

número de pessoas em busca da tão co-

nhecida e almejada estabilidade não para

de crescer. Um exemplo é o concurso do

INSS, aberto no final de 2011, que reúne

921.136 candidatos na batalha por 1.875

cargos de Técnico do Seguro Social e Pe-

rito Médico Previdenciário.Lembro este caso como um expoente má-

ximo de concorrência, mas não para te

desanimar; muito pelo contrário. A argu-

mentação se justifica para que você enten-

da que não adianta querer um cargo pú-

blico sem muito estudo, determinação e

autoconfiança, reforçados quando fé em

si próprio e preparação intensa caminham

juntas, sem curvas!

Isso não quer dizer que você tenha de viver apenas para os livros. Boase equilibradas doses de conversas com amigos, saídas eventuais para o

cinema ou apenas estar com a família podem ser a colher de ânimo

necessária para mexer o caldo e engrossar as expectativas, chegando ao

ponto alto da preparação que é, de fato, a conquista do APROVADO, em

letras garrafais mesmo (pelo menos é assim que o candidato gostaria de

ver sua condição depois de tanto esforço).

Além da preparação intensa, candidato, às vezes é necessário abdicar

um pouco de certas coisas para conseguir a aprovação, e entender

posturas erradas assumidas antes, durante ou depois do certame.

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Muitos acreditam que não podem errar de forma alguma du-rante sua jornada como concurseiros. Você concorda comisso? Por quê?Eu discordo dramaticamente (risos). É quase impossível alguém entrar

numa jornada longa e complexa como é a maratona dos concursos

públicos e não cometer erros. A não ser que dedicasse um tempo enor-

me estudando o projeto e a experiência de outras pessoas para saber

muito bem o que e como fazer. Mas isso tomaria tanto tempo que não

vejo sentido. Acho mais viável o concurseiro ter a humildade de saber

que vai, sim, cometer erros diversos, e que o importante é estar abertopara identificá-los e corrigir a rota. Só não erra quem não faz.

Você acredita que haja erros perdoáveis cometidos porconcurseiros? Por quê? Poderia dar alguns exemplos?Considero todos os erros perdoáveis. Afinal, estamos falando de gente

que está lutando para transformar a sua vida, enfrentando uma concor-

rência quase desumana e, na maior parte das vezes, com pouquíssimos

recursos. Essas pessoas estão todas perdoadas de antemão. O impor-

tante é seguir em frente sempre!

Quanto aos erros imperdoáveis, quais você considera osmais graves e recorrentes?Podemos mudar um pouco a pergunta? Vamos comentar os erros que

considero mais danosos. Pode ser?

O erro mais grave é desistir da empreitada. E digo que isso não aconteceporque a pessoa está sem dinheiro ou cansada. Em geral, falta de dinheiro

e de tempo para viver são os motivos que levam alguém a entrar na

maratona dos concursos. As pessoas desistem porque, em algum mo-

mento, deixam de acreditar que vão conseguir a aprovação. E desistir seria

uma forma de abreviar o “mico”. Não precisar mais olhar para as pessoas

e dizer: “ainda não passei”. Só que, na verdade, desistir é o grande mico.

Claro! Porque, por mais tempo que demore a conquista da vaga, a pessoa

terá o registro da vitória para sempre na sua história de vida. Não conheço

ninguém que, depois de se tornar servidor público, sinta vergonha pelo

tempo que levou para chegar lá. Sentimos um baita orgulho! Ao contrário,quem desiste ficará com a marca de não ter sido capaz. O que nem é

verdade. Apenas faltou tempo de batalha para vencer.

Acho que o segundo erro mais grave é o candidato estudar somente depois

que o edital é publicado. Na primeira vez isso é perdoável e até válido,

porque tira a pessoa da inércia e faz com que ela enxergue uma oportunidade

de lutar por uma vida melhor. Mas depois da primeira reprovação é super

importante continuar os estudos mesmo sem edital. É isso o que vai aumen-

tar as chances do candidato para o próximo concurso.

Claro que estamos falando de novos concursos da mesma área e, aí,

chegamos ao terceiro erro grave. Há pessoas que fazem todos osconcursos que aparecem, completamente sem foco. Isso não permi-

te o estudo antecipado, porque não há como saber com certeza o que

vai sair, e também faz com que o candidato jogue fora o que estudou

em concursos anteriores, como se estivesse sempre voltando para o

final da fila. O ideal é escolher uma área de concursos e iniciar o

estudo das matérias comuns. Desta forma, mesmo uma eventual

reprovação vai funcionar como patamar de conhecimento para o

concurso seguinte. A cada novo concurso o candidato aprofunda os

conteúdos comuns e apenas poucas matérias – as específicas da-

quele cargo serão realmente novas.

Por que em sua opinião esses erros imperdoáveis são tãograves e recorrentes? Por que concurseiros vivem cometen-do-os apesar de outros tantos alertarem para esse risco?Bem, considero os três erros citados os mais graves porque podem

impedir a aprovação. São formas de inviabilizar o sucesso do projeto.

E essas pessoas depois vão ficar por aí dizendo que “esse negócio deconcurso público não funciona, eu tentei e não consegui”, o que éuma péssima propaganda para outros que queiram iniciar o projeto.

LIASALGADO

EN T R E V I S T A  

 X C L U S I V A E

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Acredito que as pessoas seguem repetindo os mesmo erros em partepor desconhecimento, em parte por dificuldade de reconhecer a valida-de da experiência de outras pessoas que já passaram por isso. Vãoprecisar descobrir sozinhas – tomara que a tempo de ajustar a trajetória

para o sucesso.

Quais foram os piores erros que você considera ter cometi-do em sua jornada como concurseira?Você sabe, eu fui uma concurseira típica. Melhor (ou pior?), conseguiexperimentar todos os erros e bobagens que os concurseiros costumamcometer, todos juntos (risos). Aliás, o único que não cometi foi nãoescolher uma área de concurso: desde o início optei pela área fiscal epermaneci nela até o fim.No primeiro ano de estudo, só conseguia ir às aulas, mas não estudavaquase nada em casa. Resultado: acumulei 1 ano de matéria e depois não

sabia o que fazer com aquilo...Depois, fiquei tão empolgada com o projeto, que fazia turma de exercícios duasvezes por semana (à noite), simulados aos sábados, e trabalhava ou estudavaem todos os outros horários, inclusive aos domingos e feriados. Fiquei doentepor exaustão e precisei ficar afastada dos estudos por 30 dias...Assim que retornei, havia um concurso para o INSS (Auditor Fiscal) jápublicado e eu me inscrevi para todas as matérias específicas (penal,civil, previdenciário, trabalho e não sei mais quantas). Tinha aulas pelamanhã, tarde e noite, em horários variados, correndo contra o tempo.Óbvio que não deu em nada, pois nem nas disciplinas básicas eu tinha

segurança ainda. Gastei tempo, dinheiro e esforço...Passei um ano aprofundando os conteúdos e qualificando o estudo. Oedital seguinte foi para o ICMS-SP. Achei que teria chances. No dia daprova, fiquei patinando em algumas questões que não conseguia resolvere, quando vi, faltavam 30 minutos para encerrar o tempo. Faltava resolvertodas as questões de raciocínio lógico (matéria que eu sabia relativamentebem) e marcar o cartão-resposta. Com o susto, nem conseguia ler osenunciados mais. Marquei no cartão o que tinha feito com segurança dasoutras disciplinas e, de raciocínio lógico, marquei sem ler, diretamente nocartão. Descobri que é preciso aprender a fazer prova também...Pensa que acabou a minha lista de bobagens? Não! Poucos meses depois

saiu o concurso para o ISS-Niterói (RJ), cidade onde nasci e moro atéhoje. Estava confiante. Quando saiu o resultado, fiquei em 44º lugar mi-

nha melhor colocação. Mas eram trinta vagas. Chorei até me acabar e...desisti! Achei que nunca poderia concorrer com pessoas que não tinhamquatro filhos, pouco dinheiro, dificuldades em matérias exatas etc., etc.,etc. Guardei todo o material de estudo e voltei à velha vida.

Alguns meses depois saiu o ISS-Rio (RJ) e eu, como não tinha encon-trado outra solução para a questão financeira da família, retornei àmaratona. Fui aprovada em 5º lugar, graças a Deus!

Como a Lia Salgado de hoje alertaria a Lia Salgado quecomeçava a estudar para concursos públicos a fim de queela não cometesse os erros que acabou de mencionar?Em primeiro lugar, daria o meu livro Como vencer a maratona dos 

concursos públicos , com uma dedicatória bem carinhosa, para que elapudesse acreditar que mesmo ela, com tantas dificuldades, poderiavencer! Acho que usaria um marca-texto amarelo nos trechos mais

importantes, principalmente nos que comentei acima, para que ela pu-desse evitar desvios e perdas de tempo.E olharia bem dentro dos olhos dela e mostraria a vida que teria pelafrente, o que poderia oferecer aos filhos (e a ela mesma) depois davitória. E quer saber? Colocaria o depoimento com a opinião de cadafilho depois de tudo o que enfrentaram, para ela ver que as privaçõespassam e fica o orgulho deles pela coragem da mãe. E a gratidão pelavida que têm pela frente.

Diz o velho ditado popular que “Há males que vêm para o

bem”. Você acredita que isso se aplica a errar ao longo dajornada como concurseiro? Por quê?Acho que errar ou não errar não é um grande problema. Erros fazemparte do aprendizado e terminam também qualificando a gente comoser humano, porque se não aprendermos a ter humildade de perceberque algo não está funcionando e buscar alternativas, muitas vezes apartir da experiência de outras pessoas, corremos o risco de ficarandando em círculos.Com tantos erros que eu cometi acho que fica claro que o importante, natrajetória do concurseiro, é seguir sempre em frente, até a conquista da

vaga desejada.

Lia Salgado é concurseira vencedora, Fiscal de Rendas do município do Rio deJaneiro, autora e palestrante de concursos públicos

Concurseiros desmotivados e que não planejam seus estudos não conseguem estudar o me- lhor que poderiam. Pensando nisso, Lia Salgado escreveu seu livro, como fonte de dicas importantes e uma injeção de ânimo para concurseiros desanimados.

Como Vencer a Maratona dos Concursos Públicos Como Vencer a Maratona dos Concursos Públicos Como Vencer a Maratona dos Concursos Públicos Como Vencer a Maratona dos Concursos Públicos Como Vencer a Maratona dos Concursos Públicos - Litera Editora, 108 págs

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ERROS QUE

CONCURSEIROSNÃO PODEMCOMETER

 A R T I G O

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iz o conhecido ditado popular que “errar é humano”. E concurseiroserram, isso é fato. Eu já errei, você já errou, qualquer concurseiro

já errou, erra ou errará. No entanto há diversos tipos de erros, desde os

mais bobinhos e inofensivos, até aqueles enormes e letais. Ou seja, há

erros que podem ser cometidos e erros que não podem ser cometidos.

Na vida tudo evolui... ou quase tudo... inclusive os erros. Alguns erros

são praticamente exclusivos de quem está começando a estudar para

concursos públicos, enquanto outros estão reservados para concurseiros

com mais “tempo de estrada”. Para complicar as coisas (sempre é pos-

sível complicar qualquer coisa) há os erros que podem ser cometidos

independentemente do tempo de estudo do concurseiro.

ERROS COMETIDOS POR CONCURSEIROS NOVATOSComecemos pelos erros que são mais comuns entre quem está no primeiro

ano de estudos para concursos públicos. Note que a maioria dos concurseiros

deixa de cometê-los depois de alguns meses, enquanto outros, infelizmente,

demoram muito mais que isso para descobrir que estão errando.

Material de estudo de baixa qualidade ––––– Concurseiros nova-

tos são os alvos principais das editoras que lançam as famosas apos-

tilas com todas as matérias para qualquer concurso que possa existir,uma vez que eles ainda não sabem que é simplesmente impossível

lançar tal tipo de material com a qualidade necessária por um preço

que não paga uma sessão de cinema no final de semana. Esse tipo de

material é marcado por incorreções, desatualizações e abordagem

superficial das matérias, ou seja, um grande problema se considerar-

mos o atual nível de cobrança nas provas de concursos públicos;

“Atirar para todos os lados” ––––– Concurseiros novatos também

são conhecidos por “ir com muita sede ao pote”, ou seja, querer se

inscrever, estudar e prestar vários concursos ao mesmo tempo,

geralmente para áreas díspares. Note que é, sim, possível fazer isso,desde que para concursos com pelo menos 80% das matérias se-

melhantes. Mas concurseiros novatos sabem disso? Claro que não!;

Usar velhos métodos de estudo ––––– Concurseiros novatos não

têm noção de que estudar para concursos públicos é algo muito,

mas muito diferente de estudar para o vestibular, para a faculdade

ou para o ensino médio. Por isso mesmo, lançam mão dos velhos

métodos de estudo que utilizaram até então sem saber que com isso

não estudarão o suficiente e com a qualidade necessária para real-

mente terem chance de passar em algum certame.

Por CHARLES DIAS,Servidor público federal, editor do blogConcurseiro Solitário e concurseiro

D

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ERROS COMETIDOS POR CONCURSEIROS VETERANOSExistem outros erros que são mais comumente observados entre

concurseiros com mais tempo de estudo, provando que experiência não

é garantia de ausência de falhas.

Não querer sair da zona de conforto ––––– Costuma-se chamar de“zona de conforto” aquela rotina que alguém adota e reluta em abando-

nar mesmo que não lhe esteja trazendo benefícios ou, pior, que a esteja

prejudicando. No caso dos concurseiros veteranos, a zona de conforto

é o conjunto de hábitos de estudos que não leva o candidato nem um

centímetro mais próximo da aprovação, mas que ele não quer pensar

em abandonar por uma questão de medo de reaprender a aprender;

Remoer derrotas passadas ––––– Imagine alguém que tem de subir uma

montanha alta e difícil de escalar levando uma mochila grande às costas.

A cada escorregão a pessoa pega uma pedra no chão e coloca dentro da

mochila. Depois de certo ponto carregar a mochila não somente atrapa-lhará a escalada, como provocará mais escorregões. Para o concurseiro

as pedras são os concursos em que ele não passou, que em vez de serem

analisados e depois esquecidos, são remoídos ad nauseum ;

Overconfidence ––––– Essa palavra inglesa se refere ao excesso de

confiança de alguém em alguma coisa. No caso dos concurseiros

veteranos trata-se do excesso de confiança no quanto já se sabe,

bem como nos métodos de estudo empregados. Tal é amigo íntimo

da zona de conforto, pai do famoso “salto alto” e atalho para não

passar em concursos públicos.

ERROS ATEMPORAISComo disse no começo desta matéria, há também erros que independem

de há quanto tempo o concurseiro estuda: são atemporais, podem acon-

tecer semanas depois do início dos estudos ou meses antes da tão

desejada e aguardada vitória na guerra dos concursos públicos.

Se deixar levar por lorotas ––––– O termo “lorota” é sinônimo de

conversa fiada, ou seja, afirmações otimizadas de coisas que não

aconteceram de forma tão boa assim. Coisa mais fácil do mundo é

encontrar concurseiros que gostam de contar vantagem. Um erromuito comum é se deixar levar por esse tipo de conversa fiada,

colocando em dúvida os próprios esforços e o comprometimento

com o estudo sério para concursos públicos;

Não confiar no próprio taco ––––– Outro erro muito comum é o

concurseiro colocar em dúvida a seriedade e a qualidade do seu

estudo, do quanto já aprendeu, do seu potencial. Não acreditar em

si mesmo torna o estudo penoso e detona com a perspectiva de

sucesso, venenos para a motivação. Note, no entanto, que isso não

tem nada a ver com overconfidence ;

Querer dar passos maiores que as pernas ––––– O concurseiro

tem de ter o pé no chão em relação ao quanto já estudou e aprendeu,

bem como no quanto pode estudar e aprender. Um erro muito

comum é achar que poderá lidar com certames que exigem muito

mais conhecimento acumulado e estudos do que o concurseiro

poderá dar conta. É preciso ser realista em relação a essas situaçõespara evitar derrotas inúteis.

Com toda certeza você reconheceu vários desses erros; alguns você já

deve ter cometido, outros vem cometendo. Note que há outro ditado

popular um pouco menos conhecido que diz que “errar uma vez é

humano, persistir no erro é idiotice”.

O maior de todos os erros é persistir no erro. Nesse caso, temos duas

situações distintas:

Persistir no erro sem saber que é um erro ––––– Imagine oconcurseiro que passa um ano todo estudando com apostilas com-

pradas em bancas de jornal para vários concursos e, por mais que

estude, não passa. Ora, ele erra ao utilizar esse tipo de material de

estudo de baixa qualidade. “Mas ele não sabe que está errando ”,

diria você. Calma aí. Será que esse concurseiro não notou que tem

algo de errado com o modo como ele vem estudando? Claro. E se

ele notou e não procurou descobrir o que está fazendo de errado, é

porque não está estudando sério.

Persistir no erro sabendo que é um erro ––––– Agora, existem os

concurseiros que têm consciência de que estão errando... e persis-tem no erro mesmo assim. É a mesma coisa que ter consciência de

que se caminha em direção a um penhasco que leva à morte... e não

mudar de direção, continuar caminhando em direção ao penhasco!

Concurseiro sério sempre está em busca de indícios de erros que

possa estar cometendo e que estejam comprometendo a qualidade

dos seus estudos. Desconfiou de um erro, começa a investigar até

descobrir a falha em si ou se não passa de suspeita falsa. Se for erro,

trata de corrigir o quanto antes. E continua de olho nos indícios.

Agora, concurseiro que não estuda de forma comprometida não

tem essa preocupação. Estuda como se tudo estivesse ótimo, comose não houvesse risco de estar cometendo algum erro. E fica na

esperança de passar e ser empossado... e nesse caso a esperança

vem de esperar, esperar, esperar... por meses, anos, muito mais do

que deveria e que talvez nem mesmo venha.

RESUMO DA ÓPERAVocê não tem como evitar totalmente os erros em sua jornada pela

guerra dos concursos públicos, mas pode evitar cometer o maior erro

de todos: repetir os erros.

 A R T I G O

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Afinal de contas, concurseiros podem errar?Sim, podem errar, mas sempre com uma margem muito pequena. O

erro faz parte da vida, pois se não houvesse erros, sem dúvida não

existiriam mais concursos. A tranquilidade estará no fato de que os

concurseiros acabam cometendo erros no intuito de acertar. Deve-seutilizar o erro para crescer.

Quais são, em sua opinião, os erros perdoáveis queconcurseiros podem cometer?O não conhecimento de suas emoções, o que pode gerar ansiedade e

medos; ter direcionado os estudos de uma forma e a prova acabar

acontecendo de outra; falta de conhecimento teórico por pouco tempo

de preparação.

E quais os imperdoáveis?Entrar na prova com o espírito de já saber tudo; não utilizar o conheci-

mento emocional para se preparar para as provas; preocupar-se em

excesso com o desempenho dos outros; saber que está “trilhando” o

caminho errado e não mudar de posicionamento.

Você acha que cometer erros que não poderiam ser cometi-dos pode ser uma forma de autossabotagem por parte doconcurseiro?Sem dúvida, pois o boicote vai tentar surgir sempre.É por isso que o

autoconhecimento é tão importante: ele nos ajuda a evitar esses erros

ou boicotes.

O que, em sua opinião, é melhor: não errar ou errar e con-sertar o erro?Depende da situação, pois em cada uma delas deve ser observada a

melhor maneira de tentar reparar o erro. Errar é humano, mas corrigi-lo

será um passo muito importante para o crescimento do concurseiro.

Fernando Elias José é um psicólogo especialista em Terapias Cognitivas, que se

dedica a auxiliar concurseiros e vestibulandos a lidarem com essa dura fase desuas vidas.

Com Fernando Elias José, psicólogo, membro da

Sociedade Brasileira de Terapias Cognitivas e há maisde uma década trabalha na preparação de pessoas

para provas e concursos

EFERNANDO ELIAS JOSÉ

Para concurseiros que não sabem como enfrentar a barra duríssima que é estudar para concur- sos públicos, que sentem culpa por ainda não ter passado, dúvidas se poderá mesmo passar e ser em possado, que é assombrado por pensamentos ruins e pessimistas ... você PRECISAconhecer esse livro! 

Concursos Faça Sem Medo Concursos Faça Sem Medo Concursos Faça Sem Medo Concursos Faça Sem Medo Concursos Faça Sem Medo - Por: Fernando Elias José - Artes e Ofícios Editora, 120 págs

EN T R E V I S T A  

 X C L U S I V A E

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ERROS QUE COMETEMOS

EM RELAÇÃO ÀDIMENSÃO DO TEMPO

 A R T I G O

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O TEMPOA vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas! 

Quando se vê, já é sexta-feira! 

Quando se vê, já é natal...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê passaram 50 anos! 

Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade,eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a 

casca dourada e inútil das horas...

Seguraria o amor que está à minha frente 

e diria que eu o amo...

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta 

devido à falta de tempo.

Não deixe de ter pessoas ao seu lado 

por puro medo de ser feliz.

A única falta que terá será a desse tempo que,infelizmente, não volta.

Mário Quintana Mário Quintana Mário Quintana Mário Quintana Mário Quintana 

Tique-taque , soa o relógio.

Nosso coração pulsa de acordo com as batidas, aparentemente cada vez

mais aceleradas, do relógio à nossa frente. O que fazer? Fazer ou não

fazer? Largar ou seguir em frente? A dúvida cruel nos assola: afinal, porafinal, porafinal, porafinal, porafinal, por

que usamos tão mal o nosso tempo?que usamos tão mal o nosso tempo?que usamos tão mal o nosso tempo?que usamos tão mal o nosso tempo?que usamos tão mal o nosso tempo?

Pois é. Enquanto a Terra dá uma volta inteira em torno de seu próprio

eixo, nós nos predispomos a trabalhar, estudar, fazer exercícios físicos,cuidar da família, namorar, estudar mais um pouco, realizar trabalhos

sociais, ir à igreja/templo/mesquita/sinagoga/congêneres, jogar aquele

futebolzinho no final de semana e, lógico, ter um tempo reservado para

descansar.

Lidar com a disposição do tempo, em nosso dia ou semana, é uma tarefa

árdua para o concurseiro sério, que prescinde de organização e bastante

disciplina.

Não, não adianta procrastinar. Lidar com o tempo, com o seu tempo, é

uma tarefa apenas sua .

Passo, então, a tracejar os principais erros que os concurseiros come-

tem em relação à dimensão do tempo.

ACHAR QUE NÃO VAI DAR TEMPO:O concurseiro que comete esse erro acha que nada do que quer reali-

zar, desde planos de ir ao mercado no fim do dia e passar na farmácia

até ser aprovado em um concurso dos sonhos, poderá ser feito no

limiar de sua vida inteira.

E se apavora.

E começa a questionar sua própria capacidade de ação e de potencialpara ser feliz e realizar sonhos, quando tudo o que precisa é de uma

boa agenda.

É impressionante como fechamos nossos olhos para o óbvio. E é mais

impressionante ainda como queremos abraçar, metaforicamente, o

mundo, mas por tantas vezes nos esquecemos de abraçar quem está

ao nosso lado.

Então a rotina vira uma loucura e suga todas as nossas energias. E nada

do que fazemos dá certo, e nada do que queremos acontece.

Quando vamos nos dar conta de que o tempo – absolutamente relativo,

já dizia Einstein – é o que fazemos dele?Sim, vai dar tempo de estudar toda a matéria, basta organização e

paciência. E se não der, por ser completamente inviável, é preciso

calma para perceber que sua linha de aprendizagem vai continuar

melhorando, até o momento em que será improvável que você não

seja aprovado.

Muitas vezes, nessa ânsia de estudar tudo o tempo todo, cometemos o

fatídico erro de recorrer a caminhos “mais fáceis”, como resumos ruins

e apostilas, ou ainda estudar sem qualidade alguma sob o pretexto de

cumprir determinado número de páginas lidas por dia. É uma besteira.

É preciso ter paciência e paz de espírito com aquilo que se faz. Nãosobrecarregue sua rotina com exclusão de intervalos de descanso, e sob

hipótese alguma retire de seu horário semanal momentos reservados ao

lazer, namoro, família ou oração. Continue mantendo seu equilíbrio e

aproveitando um pouco sua vida.

Nunca entendi, sinceramente, como alguém que estuda para concursos

públicos se exime de toda e qualquer forma de diversão sob a alegação

de que está em uma fase complicada e que “não tem tempo”.

Então não tem tempo para ser feliz? Não tem tempo para aquela cervejinha

com os amigos? Não tem tempo para um cinema com aquela pessoa

Por ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI,a Concurseira por vocação.@anapaula_olmaz

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especial? Não tem tempo para celebrar com a família em um almoço de

domingo mais demorado?

Paciência, pessoal. Mas eu suponho que seja um erro considerar que

essa fase de estudos é tão austera assim. É difícil? Claro. Dá trabalho?

Evidente. Sacrifícios são necessários e esperados? Sim.

Mas com paz de espírito. Com felicidade. Com bem-estar, beijo na boca,amigos. Com alma. Porque não se espera que um robô sem vida seja

aprovado, e sim alguém que foi lá e fez. Estudou e acertou as questões.

Que é normal. O concurseiro foca tanto, se abstém tanto, se exclui tanto,

que perde absolutamente o foco. E se torna autômato, sem qualquer

satisfação pessoal.

É um erro absurdo imaginar que seu corpo aguenta toda essa pressão.

Ele não aguenta e reclama: dor de cabeça, sedentarismo, mau hálito,

pressão alta, diabetes, entre outros, são apenas alguns dos mais varia-

dos sintomas de uma vida estressante e rigorosa demais.

ACHAR QUE VAI DAR TEMPO:E o contrário?

Pois é. Há pessoas tão autoconfiantes, tranquilas e despreocupadas que

acham que, como o edital é pequeno, 2 (duas) horinhas por semana sãosuficientes até a data da prova. E que por isso fazer 3 (três) horas de

academia por dia é aceitável.

São aqueles ilustres acomodados, que têm o tempo todo a seu dispor e

ignoram que o relógio não anda de trás para frente. Carregam no currí-

culo 3 anos de cursinhos preparatórios e nada fazem para otimizar o

que, por experiência, sabem que não funciona.

Estudar para concursos públicos é complicadíssimo. Exige muita disci-

plina e muita persistência. Se o tempo é daquela chuva deliciosa para

ver filme com o namorado e dormir, a guria tem de estar lá: estudando.

Se o tempo é daquele sol brilhante, maravilhoso para uma piscina ecervejinha, o guri está escondido no quarto, com livros a serem lidos e

questões a serem analisadas.

Estudar é sacrifício. É ardor. É determinação.

E por mais que o edital pareça pequeno e “simples” (concurseiro que

não é sério não conhece mesmo a complexidade que um termo como

“controle de constitucionalidade” pode representar na vida de um estu-

dante), é muito trabalhoso riscá-lo inteiro, e grande parte dos candida-

tos sequer consegue terminar o edital uma vez.

Pois eu confesso que a sensação de findar um edital é sensacional, mas

é só parte da satisfação. Se der tempo , finde ele mais uma vez antes da

prova. Revise absolutamente todos os pontos. Faça fichamentos, resol-

va questões, dê aulas imaginárias. Técnicas de estudo não faltam para

alavancar nossos estudos.

Basta um pouco de vontade e de determinação. Mentira. Basta muita vontade

e muita determinação. Nem todos possuem essas qualidades inerentes a simesmos, então a dica é: melhore sua personalidade e aprenda. Só temos

uma vida, então não perca tempo divagando sobre o nada.

Pois como disse o poeta Mário Quintana: quando se vê, se perdeu o amor de

sua vida e nada pode ser feito quando não é sequer possível ter tempo para

ser reprovado. Aja, antes que só reste a frustração e o arrependimento.

OS DOIS EXTREMOS:Como devem ter reparado, eu acredito que há erro nos dois extremos –

ou ser austero demais ou ser, convenientemente, tranquilo demais.

É imperioso que o concurseiro sério enxergue o tempo como aquilo que

fazemos dele. Com equilíbrio e com autenticidade. Não adianta imaginar

que sua vida será mudada, do dia para noite, quando seu corpo precisa

dormir por 8 horas. Não adianta deixar de ir à academia ou largar a

namorada de lado por achar que nada pode oferecer a ela enquanto nãofor aprovado, ou que não pode perder esse tempo com o namoro agora.

Aliás, para ser sincera é uma falácia imaginar que todas as mulheres

esperam mesmo ganhar joias ou ir a lugares caros. O que esperamos é

um homem de verdade ao nosso lado. Com força de vontade de vencer,

com garra, com humildade e com potencial. Mulher que espera dinheiro

em vez de satisfação pessoal nem sequer merece consideração.

Por isso tomem cuidado com os extremos. Priorizem suas atividades e

escolham os projetos aos quais se vincularão no período de estudo. Não

se julguem ou se ponderem tanto, e não se estressem com os pequenos

erros do dia a dia.A vida é tão complicada que, das duas, uma: ou o relógio é seu amigo e

o passar do tempo é feliz, ou você será esmagado pelos compromissos

e responsabilidades e passará pela vida com muitas frustrações.

Estude muito. Mude hábitos. Controle excessos. Perca peso e mantenha

sua lista de pendências vazia.

E às vezes se exceda. Muito. Como só alguém completamente apaixona-

do pela vida pode se exceder.

Bons estudos caríssimos. Segure seu amor, que metaforicamente pode

ser tudo aquilo que dá prazer e o ame. Todos os dias.

 A R T I G O

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uem acredita sempre alcança! É o que diz a minha música favorita da

autoria de Renato Russo. Já tive oportunidade de falar sobre ela em

outros artigos do blog. Ela é o meu mantra para os momentos mais

difíceis nos estudos. Para você ver, leitor(a), nós colunistas também te-

mos nossos momentos ruins.

Parece um dizer vazio, despido de significado, mas é uma profunda verda-de. Li sobre isso na clássica obra de William Douglas Como passar em 

provas e concursos e vivo isso intensamente em minha vida. A crença no

nosso objetivo possui muita influência nos nossos resultados.

Toda vez que minha crença em minha capacidade de passar embota,

automaticamente meu desempenho nos estudos também enfraquece.

Quando a gente deixa, por alguma razão, de acreditar na possibilidade

de ser aprovado(a), tendemos a nos entregar e a lutar com menos força.

Parece fácil dizer para um concurseiro que sofre com diversas reprova-

ções, cobranças, eventuais crises de stress para que ele acredite em si.

ERRA QUEM NÃO

ACREDITA EM SI MESMOPor RAQUEL MONTEIRO,colunista do blog do Concurseiro Solitário

Apenas parece tranquilo tentar convencer quem está totalmente envolvi-

do naquele novelo de preocupações cotidianas de que tudo dará certo.

Realmente, o fim desse processo aparenta ser algo abstrato demais para

algumas pessoas.

Essas pessoas ouvem concurseiros que foram bem-sucedidos, leem

depoimentos de verdadeiros vencedores aqui no blog e em muitos

lugares. Tomam conhecimento das dificuldades reais (que muitas vezes

parecem surreais), aprendem com essas experiências, mas ainda assim

não conseguem acreditar que existe um fim para esse ciclo. Às vezes,esse é um obstáculo quase intransponível. É muito difícil porque fica-

mos emocionalmente envolvidos, bloqueados por esses sentimentos. É

totalmente compreensível que seja assim.

Ocorre que acreditar em si, crer que é possível ser aprovado(a), é muito

importante. Poder-se-ia dizer, até mesmo, que é um dos requisitos para se

ter sucesso nos concursos. Muitas das vezes em que fui bem em determi-

nada prova foi porque acreditei em mim. E nas vezes em que quase fui bem

ou que fui mal mesmo, foi porque achei que todos os meus concorrentes

eram melhores. Quanto erro! Não se trata somente de credulidade no dia

Q

 A R T I G O

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incontrolável. Suas emoções viram um carro desgovernado e, possivel-mente, a depressão poderá bater à sua porta. E quando ela vem, mandá-

la embora torna-se um tormento.

Além do mais, quanto mais tempo você deixa de crer em si, mais tempo

perde em sua luta rumo ao sucesso nos concursos. Perdem-se oportu-

nidades de prestar provas, horas, dias, meses de estudo. São momentospreciosos que precisariam ser usados para caminhar em direção ao seu

sucesso. Otimize seu tempo acreditando em si.

Acreditar em si faz com que todas as suas atitudes e reações se modifi-

quem diante de um mesmo fato. Já parou para pensar nisso? É algo que se

reflete em tudo na sua vida. Você acorda feliz, policia-se para não perder

tempo com coisas inúteis para estudar. Procura estudar de forma melhor,

investe dinheiro em bons materiais. Se, por outro lado, você não acreditaem si, sua reação é ouvir o despertador e ficar mais um pouco na cama

porque estudar não é sua prioridade. Você aceita desperdiçar tempo com

coisas não relacionadas aos concursos. Compra materiais de qualidadeduvidosa por causa do preço baixo ou evita comprar material para econo-

mizar. Crer é, portanto, uma questão de atitude.

Crer em si modifica até mesmo a forma como as pessoas que te cercamvão te enxergar. Alguns poderão achá-lo(a) louco(a), o que é muito

comum, pois concurseiros não levam mesmo uma vida normal. Contu-

do, haverá quem enxergará certeza na sua autoconfiança, na sua crença.

Você será respeitado(a) porque acredita de forma tão inabalável na

verdade da sua dedicação e aprovação futura.

Sim, acreditar em si gera, também, como mencionei, autoconfiança.

Isso assusta os incautos. Isso pode assustar até você mesmo, fazendo-o pensar que é poderoso. E realmente é! Ao longo dos muitos anos de

desenvolvimento científico, foi disseminada a corretíssima ideia de que

nossa mente é muito poderosa. A autoconfiança é um desses poderes,

pois muda tudo em nossa vida.

RESUMO DA ÓPERABusque acertar, começando por acreditar em si mesmo. Não cometa o erro

de perder tempo deixando de crer em si. Pense que isso terá consequências

maravilhosas e refletirá em tudo na sua vida. Suas atitudes mudarão diante

dos desafios. Procure pensar que esses serão apenas os instrumentos cer-

tos para desenvolver a sua inteligência e dar ainda mais beleza à sua vitória.

“Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preci- 

so ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso 

você precisa ver o que não está visível.”  AD STELLAS DOCERE.

Desejo sucesso a você, leitor(a)!

Raquel Monteiro é advogada militante registrada na OAB/RJ, bacharel em CiênciasJurídicas pela Unesa (Niterói-RJ), especialista em Direito Público pela UniversidadeGama Filho. Concurseira por ideal e por necessidade, especialmente da área militar.

do concurso, mas também nos dias que o antecedem, nos meses anterio-res. E vamos combinar: esqueçamos os concorrentes, ok?

Quanto mais tempo você estuda crendo na sua capacidade de poder

passar, menos “impossível” fica alcançar esse objetivo. Primeiro, por-

que tiramos o bloqueio mental para o aprendizado, que se torna muito

mais fácil e prazeroso. Aprender algo em que cremos tem um saborespecial. Tem paladar de vitória futura. Nada pior do que tentar assimilar

um conteúdo quando não acreditamos poder fazê-lo. Você acaba se

autossabotando e não dá o melhor de si nessa atividade.

Em segundo lugar, você precisa acreditar na seriedade dos concursos

públicos. Salvo raras exceções que infelizmente tomamos conhecimen-

to por meio da imprensa, os processos seletivos públicos são realizados

com base no princípio da impessoalidade. Isso é, inclusive, o que nosdiz o art. 37 da Constituição Federal da República Federativa do Brasil

de 1988. Por essa razão, é muito importante que se confie na instituição

que organizará seu concurso. Procure pensar que somente os melhoresserão aprovados e não determinados escolhidos. Você precisa ser uma

dessas pessoas. Então, é preciso estudar. Não conheço outra forma.

Em terceiro lugar, se você se preocupar tanto com os outros (os concor-rentes), acabará se esquecendo de quem realmente importa nessa bata-

lha: você. Seus pensamentos deixarão de ficar voltados para si. Sua

crença na própria vitória diminuirá e aí... a vitória ficará mais distante. E

mais: se você ficar procurando, sempre vai encontrar algum candidato(a)

melhor que você. Alguém que sabe mais. Ocorre que, no dia da prova,

não é só isso que importa. São muitos outros fatores e isso é conversa

para outro artigo. Então, o que realmente é relevante é pensar, acreditarem si. Esqueça os outros.

Em quarto lugar, não podemos esperar uma mágica ou milagre acontecer,

um terceiro para vir nos motivar. É claro que essas coisas ajudam e muito,

mas acreditar por si só na possibilidade de passar é muito importante. Faz

valer a pena se esforçar adequadamente em prol daquele objetivo, isto é,ser aprovado(a) em concurso público. Afinal, estudar com seriedade é

bastante trabalhoso e cansativo. Só quem acredita imprime essa carga de

dedicação, pois sabe que vai resultar em algo bom.

Se ainda assim você não consegue acreditar, posso dizer que entendo

você. Realmente, há momentos em que ficamos mesmo fragilizados

com os acontecimentos da vida. Seja porque estudamos durante anos,com muito afinco, mas nos sentimos injustiçados diante dos problemas

que nos cercam. Seja porque nos comparam indevidamente com a

história (para boi dormir) de um desconhecido que foi nomeado em um

concurso sem fazer muito esforço. Posso realmente estudar por anos,

ver a popularização dos processos seletivos públicos, mas continuo

ouvindo essas histórias sem pé nem cabeça.Ocorre que o fato de não acreditar em si mesmo(a) o(a) atrapalha.

Preciso advertir você, nobre leitor(a), disso. Quando você não crê, erra

porque deixa a tristeza tomar conta de si de uma forma quase

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ra uma vez o sonho de conseguir o melhor emprego de todos, teruma vida confortável e viver feliz para sempre. E os empenhados em

transformar esse conto de fadas em realidade transformaram passar em 

um concurso público na verdadeira estrada de tijolos amarelos. No

percurso muitos se debruçam horas a fio sobre livros e apostilas esco-

lhidos a esmo, sem estratégias e sem planejamento, e se deparam com

resultados ruins com os quais não sabem lidar. No final, nada de “e

foram felizes para sempre”, agregado à ideia do “onde foi que eu errei?”.

O principal erro do concurseiro é sem sombra de dúvida a falta de

preparo; não de conhecimento, mas de preparo para adquirir conheci-

mento, ou seja, estratégias, táticas. Nesse contexto, existem alguns er-

ros imperdoáveis que devem ser exterminados no ponto de partida, a

fim de pulverizar de vez o “onde foi que eu errei?” e permitir ao concurseiro

trilhar a estrada de tijolos amarelos e conhecer seus buracos.

BURACO 1: NÃO ESCOLHER COM O CORAÇÃO“O destino é uma questão de escolha.” (Augusto Cury) 

Lembre-se de que você está escolhendo o primeiro dia do resto de sua

vida feliz. É claro que sempre há tempo para recomeços, novas tentativas

e novas escolhas, mas e se fosse possível acertar no início?! É preciso

conhecer para escolher o prêmio da guerra que decidiu travar.

Muitos estudantes escolhem o cargo considerando fatores baseados em

dados equivocados, e ao final o cargo alcançado não se coaduna com o

seu perfil. Então avalie outras coisas além do salário (ele pode não

ERROS QUE CONCURSEIROSNÃO PODEM COMETER.Por JULIANA KUBO,colaboradora do Blog do Concurseiro Solitário

E

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compensar a infelicidade de não se fazer o que gosta) e não leve em

conta somente o número de vagas e candidatos inscritos no último

concurso (não existe atalho, a vaga será sua quando for a hora de

conquistá-la). Seja feliz com sua escolha, faça seu destino.

BURACO 2: NÃO CONHECER A SI MESMO E NÃO CONHECER OADVERSÁRIO“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o 

resultado de cem batalhas.” (Sun Tzu) 

Uma boa estratégia de guerra é conhecer seu inimigo, e no caso do

concurseiro o inimigo “número um” é o próprio concurseiro. Após

escolher o cargo e antes de começar os estudos é imperiosa uma avali-

ação de seus pontos fortes e fracos, de seu desempenho em cada tipo de

prova, seus horários de melhor concentração.

Se você já se estruturou com o concurso desejado em mente e com os

passos de luta planejados de acordo com sua necessidade de estudo ede cada conteúdo cobrado, é a hora de avaliar e conhecer as bancas

examinadoras.

Assim como os candidatos, cada banca tem um perfil diferente e é impor-

tante e valioso saber que tipo de prova irá enfrentar, pois muitos derrapam

na reta final por não saberem lidar com o método de avaliação. Conheci-

mento adequado e estruturado e familiaridade com o tipo de prova evitam

que o candidato caia em pegadinhas ou tropece por falta de atenção.

Outro ponto é a leitura do edital, que serve de bússola para direcionar os

estudos e conhecer o campo de batalha. Nunca se esqueça de testar o

nível de conhecimento com a resolução de provas anteriores. Não há

meio melhor de conhecer o tipo de prova do que resolvê-la, então não

subestime a importância da resolução de testes já aplicados.

Ainda neste buraco podem cair aqueles que não mantêm o estudo.

Muitos começam a se dedicar somente quando o edital sai e aí a guerra

é também contra o tempo; então se planeje e comece a estudar antes do

edital matérias comuns a muitos concursos (português, matemática,

raciocínio lógico, informática, direito administrativo, direito constituci-

onal, entre outras).

BURACO 3: NÃO SE APROFUNDAR NOS ESTUDOS“Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros.” (Benjamin 

Franklin) 

Quem acha que para passar em concursos públicos basta devorar uma

apostila está “quase” totalmente enganado digo quase porque pode ser

que dê certo, mas não significa que se está preparado para o exercício

do cargo. O edital do concurso não é elaborado apenas com o intuito de

classificação e eliminação, ele prevê um conhecimento mínimo para

exercer a função.

Então, estude não apenas para ser aprovado, mas para adquirir conhe-

cimento. Seja um estudante empenhado e transforme-se em um profis-

sional com excelência. Compre livros e leia-os, não faça coleções de

futuras leituras. Planeje uma carreira sólida baseada em bons conheci-

mentos: escolha instituições de ensino sérias (inúmeras escolas possu-

em cursos on-line, o que vale muito para quem não tem tempo defrequentar um cursinho) e compre materiais adequados e atualizados

(se você estuda sozinho e não puder confiar no material que usa, o

processo fica muito complicado e o risco é grande). Estude mesmo,

escolha bons livros, boas aulas e bons materiais em geral (cadeiras,

mesas, canetas, anote-cole etc.) e a aprovação será uma consequência.

BURACO 4: NÃO PARAR PARA RESPIRAR ANTES DA ESTAFA.“Eu não aguento, eu não aguento .” (Titãs) 

Assim como qualquer equipamento que precisa de manutenção, o cor-

po também precisa se renovar. Se você está com dores no corpo, falta de

motivação, desânimo sem explicação aparente, talvez seja hora de parar

para respirar. O corpo emite sinais antes de estafa; ninguém quer que

você perca o foco ou o ritmo, mas é necessário parar para tomar fôlego.

Se a rotina encontra-se estressante, pare. Se o sono e o cansaço estão

prejudicando o rendimento, pare. Entenda os sinais e respire. Claro que

a dedicação é importante, mas ela precisa estar aliada ao rendimento.

“Ah, mas se eu parar agora, meu concorrente vai passar na minha

frente...”. Sim, e se você não parar talvez nunca chegue a lugar algum.

Estudar à exaustão pode gerar sequelas que vão desde síndromes psí-

quicas a problemas físicos que o acompanharão por muito tempo. En-

tão pare, respire e respeite os sinais de cansaço.

Descuidar da saúde física, mental e emocional é um erro que grande

parcela da comunidade concurseira comete e que acarreta consequências

muitas vezes irremediáveis. Então:

• Cuide da saúde física: não deixe de praticar exercícios, faça uma

caminhada, mexa-se. Atividades físicas liberam endorfina (hormônio

da felicidade) e ajudam a relaxar;

• Cuide da mente: a cabeça também precisa relaxar, então use “remé-

dios” como música, filmes ou leituras não destinadas a concursossejam elas revistas, romances, bulas de remédio. Vale tudo, desde

que ajude a cabeça a pausar um pouco;

• Não descuidando do corpo e da mente, o emocional fica mais tranquilo.

Medos e inseguranças são comuns em qualquer área ou atividade,

então é importante lembrar que sua história não começou hoje.

Portanto, caro concurseiro, escolha, planeje, coloque em prática. Cuide

do físico, do mental e do emocional e fique atento para não cair em

nenhum buraco na estrada de tijolos amarelos e engessar seu sonho de

felicidade.

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u decidi ser alguém aos dezoito anos, em um dia quente e sufocante

do verão de 2000. Chega a ser incrível a tamanha nitidez com que

aquele momento mágico permanece em minha memória; quando papai

se aproximou de mim com os olhos marejados e disse sem pestanejar o

que gostaria de ter escutado quando adolescente: aqui não é o seu lugar.

Está na hora de ir embora. Está na hora de correr atrás dos seus sonhos

e ser alguém na vida. Foi há muito tempo, mas foi um daqueles momen-

tos que nem mesmo o tempo é capaz de apagar.

As lembranças desse pequeno átimo retornaram à minha memória

porque há duas horas recebi uma ligação do meu tio Raimundo. Eleligou do interior, e, com a voz embargada, anunciou o que mamãe o

havia incumbido de dizer: seu pai morreu! Mal tive tempo de respirar

quando me fez calar, e da maneira mais cruel, anunciando sem o

menor preparo que uma parte de mim também acabara de morrer. A

voz rouca, porém sonora, deu lugar a um silêncio imperturbável que

soou por intermináveis segundos, interrompidos apenas por um leve

murmúrio: os gemidos de mamãe inundando a linha e trazendo-a ao

meu encontro. Logo percebi que ela não quis falar comigo. O motivo?

Nada de contatos virtuais. Ela queria me ver, olhar nos meus olhos,

ter-me de novo no colo, acariciar meus cabelos e dizer que tudo iriaficar bem, como fazia quando eu era criança. A ligação foi rápida, tanto

quanto o anúncio da tragédia, mas durou o suficiente para que eu

entendesse o recado: volte para casa, venha velar o corpo daquele que

tanto te amou e fez tudo por você.

Assim que coloquei o telefone no gancho, senti algumas lágrimas ro-

lando por conta própria, donas de si. Uma dor pungente se instalou em

meu peito, fazendo o coração disparar como um metrônomo em presto; 

dor que vinha acompanhada de uma espécie de antídoto: ele se foi, mas

eu realizei os sonhos dele.

Antes de arrumar as malas, resolvi passear pelo parque do Ibirapuera na

expectativa de ver o tempo retornar à sua languidez cotidiana. A escolha

do lugar se deu pelo simples fato de ser uma bela tarde de sábado, e por

passar em minha mente, mesmo que de relance, tudo aquilo que me

trouxe até aqui, e todos os desafios que tive de enfrentar para vencer na

vida. O show da fonte luminosa! Sim, ele também foi um dos responsá-

veis pela decisão. Um espetáculo que quando vi pela primeira vez, pro-

meti a mim mesmo que também o veriam papai e mamãe antes que

morressem (infelizmente papai não verá mais, resta cumprir a promessa

com relação a mamãe, antes que seja tarde demais). Na ocasião, gasteitodo um cartão telefônico de quinze reais tentando explicar ao velho o

que havia visto e ouvido naquele começo de noite, um entardecer frio e

melancólico de julho. Na sua simplicidade, não conseguiu entender

como a imagem de uma pessoa poderia dançar livremente no ar por

entre milhares de gotículas de água dispersas sob o comando de um

computador. Um computador. É certo que eles nunca souberam do que

se trata. Esperei meia hora, apático, impassível. Os pensamentos indo e

vindo por minha mente, entrando e saindo ao gosto do vento. Quando,

de repente, as luzes começaram a brilhar, a música de Tchaikovsky a

reverberar e os jatos de água a ganhar altura e dançar, como bailarinasnas pontas dos pés, áureas. Ao ouvido, a voz do meu velho sussurrando

baixinho: aqui não é o seu lugar. Você precisa ir embora. Vá, busque

seus sonhos, passe em um concurso, vença na vida. Mais uma vez, as

lágrimas foram inevitáveis. Confesso que me permiti chorar, vencendo o

preconceito arraigado dentro de mim pela cultura, pelas gerações, pelo

próprio velho que agora terei de enterrar. Como sentirei saudade daque-

le homem tão simples, mas ao mesmo tempo tão admirável.

Já em casa, arrumei tudo o que era necessário para a missão: duas

mudas de roupa, um par de sapatos, algumas lembranças da cidade

A DESPEDIDA

Por ALISSON FELIPE,servidor público federal e o primeiro

romancista concurseiro do Brasil

E

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grande (compradas às pressas no shopping após o show das fontes) e

alguns documentos necessários. As passagens compradas pela internet

pesaram no bolso, de fato, mas esse é um tipo de gasto do qual nem se

discute, e que graças a Deus pude fazer devido às poucas economias

guardadas na mirrada poupança. Foi assim que tentei dormir, já ansioso,

e angustiado, pelo voo no final da manhã rumo à cidadezinha perdida nomapa (na realidade, ainda teria que enfrentar mais de 150 km de estrada

para chegar lá), quase inexplorada, e pela certeza de que veria meu pai pela

última vez, dormindo o mais que merecido sono dos justos.

Viagem cansativa, e não poderia ser diferente. Ao chegar à pequena

casa, as lágrimas voltaram, juntamente com as lembranças, e dessa vez

por encarar o rosto sofrido e a expressão mais do que abatida de ma-

mãe. O abraço duradouro trouxe consigo uma espécie de conforto, além

de uma sensação de “lar doce lar” tão gostosa, mas ao mesmo tempo

amarga devido às circunstâncias.

- Seu pai se foi, meu filho.

Apenas um fio de voz. E tão embargada, uma faca afiada cortando o coração.

- Eu sei mamãe, eu sei.

Notei que ela não precisava de palavras, mas apenas da minha presença

preenchendo o espaço agora vazio. Ficamos grudados um bom tempo,

e consolamos um ao outro. E foi esse o consolo que precisei tantas

vezes, em cada um dos fracassos que acumulei ao longo de tantas

provas. Não foi fácil, nada fácil. A distância dos amados, a baixa

autoestima, a falta de disciplina, as dificuldades do dia a dia, as leituras

intermináveis, os assuntos complexos e tão abrangentes. Um novomundo para desbravar, e eu sozinho lutando contra tudo isso.

A casa continua a mesma, tudo nos mesmos lugares. Engraçado como as

coisas não mudam no interior. A sensação que dá é que saí para resolver

alguma coisa e voltei no dia seguinte. E olha que se passaram mais de dez

anos. O mesmo sofá, as mesmas camas e seus respectivos colchões surra-

dos, a mesma foto de papai e mamãe pendurada na parede da sala. O fato

torna-se engraçado, principalmente porque para mim tantas coisas muda-

ram. Da infância sofrida, da alfabetização precária, da falta quase absoluta de

recursos pouca coisa restou. Muitas lembranças, de fato, mas apenas isso.Lembranças que permaneceram esquecidas, quase suplantadas pelas horas

de estudo, e de todas as informações adquiridas depois da decisão de ir para

a cidade grande e prestar concursos. Assim como a casa, todos continuam

exatamente iguais. Tio Raimundo, tia Benedita, os primos, as primas, todos

como se não tivessem outra muda de roupas. A cidade, por sua vez, também

não mudou nada. As ruas estreitas, forradas pelos paralelepípedos, as pou-

cas casas de cimento e telhas (a maioria é de pau a pique), os pouquíssimos

carros, todos bem velhinhos. Nada mudou, é uma cidade que vai permane-

cer inalterada com o tempo, alheia à globalização e seus avanços.

O momento mais difícil, é claro, teria de ser revê-lo, e desta vez, apático,

imóvel, sem vida. Dizem por aí que nos instantes que antecedem a

morte, um filme meteórico é passado por nossa mente, mas o interes-

sante é que esse filme passou por meus olhos ao ver papai estático,

dentro do caixão ainda aberto. Todos os momentos vividos com ele, as

dificuldades da lavoura, a educação rígida e machista, as surras dolori-das e os conselhos ditados pela experiência; tudo aquilo que me tornou

o que sou hoje, e tudo isso relembrado devido à visão de um corpo tão

familiar, agora inerte. A mão gelada me remeteu ao passado, um tempo

que jamais retornará, e que muito provavelmente, me lamentarei daqui

por diante por não tê-lo aproveitado como deveria. É a vida, dizem desde

sempre que só se dá valor àquilo que se perde.

Depois de uma breve mensagem religiosa, de alguns hinos cantados,

me colocaram sobre os ombros a responsabilidade de falar; muito pro-

vavelmente por me considerarem uma pessoa letrada, um “Doutor”,como muitos me chamaram ao me ver retornar.

- Diga alguma coisa, meu filho. - O pedido de mamãe soou pela sala,

interrompendo o silêncio cortante, e tornou-se irrecusável. Eu já sabia

que teria de falar, mas mesmo tendo pensado ao longo de toda a viagem,

me faltaram palavras para esse momento; palavras para descrever uma

pessoa tão especial. Nenhum doutorado do mundo te prepara para isso.

Nesses momentos, nenhuma técnica funciona, nenhum método de rela-

xamento, e só o coração consegue falar mais alto. E foi ele quem falou,

sem rédeas, sem script:

- O que posso dizer deste homem? Foi ele quem me ensinou a sonhar.Ele que me fez olhar além do horizonte, e ousar ultrapassá-lo. Foi por ele

que saí daqui com uma mão na frente e outra atrás, e encarei o mundo

como uma criança diante dos seus primeiros passos. Muito obrigado,

meu pai. E me perdoe por não ter feito tudo o que poderia, mesmo tendo

lutado com todas as minhas forças. Vá com Deus, meu amado paizinho,

e descanse em paz.

Mais alguns minutos, mais algumas palavras e lamentos, e tudo chega

ao fim. É hora de se despedir. Enquanto o caixão desce, algumas pesso-

as jogam flores, enquanto outras apenas observam levadas à reflexãopela única certeza que todos nós temos. Para o meu querido pai, eu

deixo muito mais do que isso: além das lágrimas e da dor indescritível,

deixo a prova de que cheguei lá, de que tudo valeu muito a pena. Sobre

o caixão, deixo a cópia do Diário Oficial da União com o nosso nome

publicado, a prova cabal de que nós dois vencemos, e que mesmo em

vista da morte, o sonho de meu pai eu realizei.

Alisson Felipe é um servidor público federal que ousou escrever o primeiro romancebrasileiro que tem como personagens principais concurseiros e como plano de fundoos concursos públicos.

C O N T O

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O que o levou a escrever um romance sobre concurseiros e

para concurseiros?

Eu gosto de escrever. Antes do Aprovação , já havia publicado cinco

livros. A decisão de escrever sobre concursos e para concurseiros se

deu quando percebi que não havia nada no mercado sobre isso, pelo

menos não no formato romance. E também pelo fato de ser um

concurseiro. Com uma boa ideia na cabeça, comecei a escrever o livro e

logo percebi que poderia dar um ótimo romance.

Você baseou seu livro em fatos reais? A história de algum concurseiro

em especial lhe serviu de inspiração?

O livro é uma ficção, mas não deixa de

ser baseado em fatos reais. O roteiro

em si é fictício, não se trata da história

de ninguém que conheço, e muito me-

nos da minha. O “real” no livro é adificuldade que todos nós enfrenta-

mos todos os dias quando decidimos

estudar para concursos. Acaba sendo

inevitável, e todo e qualquer

concurseiro se identifica com alguma

situação do livro, pois todos nós en-

frentamos problemas parecidos com

os do personagem. Em resumo, eu

poderia dizer que a inspiração veio daminha história, e da história de todos

os concurseiros também.

Você acha que o que os personagens

do seu livro vivem é compartilhado

no mundo real por concurseiros de

carne e osso?

Sim, com certeza. É muito difícil que

algum concurseiro se encontre (e

viva) exatamente como o persona-

gem, apesar de já ter recebido alguns

feedbacks de leitores dizendo viver

situações muito parecidas na vida

real. Quem estuda para concursos

sabe que ao tomar essa decisão,

muitas dificuldades, sejam financei-

ras, de relacionamento etc. e etc.,

acabam sobrevindo, tornando todo

o processo ainda mais complicado. Portanto, posso dizer com toda

certeza que o livro compartilha situações mais do que reais.

Qual sua relação com os concursos públicos? Você é um

concurseiro? Está estudando? Já foi empossado?

Eu sou concurseiro. Já fui chamado pelo Banco do Brasil e nomea-

do em dois Ministérios: Integração (Agente Administrativo) e Trans-

portes (Analista Administrativo – ocupação atual). Além disso, con-

tinuo estudando, e tenho como meta o Judiciário (a curto prazo) e o

Legislativo (a longo prazo).

ALISSONFELIPE

EEN T R E V I S T A  

 X C L U S I V A E

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Por que você acha que quem tem tempo e recursos financei-

ros geralmente escassos como os concurseiros deveriam

adquirir e ler seu livro? Quais os ganhos diretos e indiretos

para os concurseiros lendo sua obra?

Eu acredito que vale a pena adquirir o livro, mesmo que os recur-

sos financeiros sejam escassos. Primeiramente pelo lazer, coisa

que muitos concurseiros deixam de lado, utilizando todo e qual-

quer tempo disponível para os estudos. É sempre bom buscar um

entretenimento (melhor ainda se o tema for relacionado), princi-

palmente quando se está estudando horas e mais horas todos os

dias. Além disso, o livro acaba servindo de motivador para os

estudos, pois mostra a real idade da grande maioria dos

concurseiros. Isso nos faz perceber que as dificuldades, a falta de

motivação e a necessidade de superar diversas barreiras são coi-sas comuns a todos os que encaram esse desafio. Como se não

bastasse e aqui aproveito as palavras do mestre William Douglas

no prefácio da obra , o livro acaba servindo como acelerador da

maturidade e do autoconhecimento que todos nós precisamos ter

para alcançar o sucesso nos concursos.

Alisson, sabemos que o personagem Alberto é ficcional,

mas foi inspirado em quem? Em você na época em que foi

concurseiro?Várias pessoas me perguntam se o Alberto sou eu. Na realidade, ele

também sou eu. Eu sempre respondo dizendo que ele tem muito da

minha pessoa, já que como todos os concurseiros, em algum momento

decidi fazer concursos e comecei a estudar. A inspiração, na realidade,

veio de todos os colegas concurseiros, pois todos, mesmo que em

apenas alguns poucos trechos do livro, acabarão se identificando com o

personagem principal. Veio também do verdadeiro “universo” existente

no que diz respeito aos concursos, um mundo paralelo que só os

concurseiros de verdade acabam conhecendo e que nunca havia sidoexplorado nesse formato.

Vemos que o personagem do livro Aprovação comete uma

porção de erros estratégicos na sua preparação para os

concursos. Que conselhos você poderia nos dar, de acor-

do com sua experiência para vencer na busca pela car-

reira pública?

Eu daria vários conselhos. O primeiro seria: comece devagar, apren-

da a estudar. Ninguém ganha ritmo de estudo de um dia para o

outro. Ninguém conseguirá render 100% começando com 10 horas

de estudo por dia. O ideal é começar aos poucos, mesmo que seja

com apenas 1 hora, e aumentar gradativamente a carga horária.

Além disso, encontre o seu ritmo de estudo. Muitas pessoas rendem

por 3 horas, outras por 6 horas. Também não adianta estudar 10

horas por dia e render apenas 3 horas, acaba sendo cansativo e

prejudicial. Outro conselho que daria para o Alberto: não fique

paranoico com os estudos. É importantíssimo separar tempo para o

lazer e a atividade física; sem falar na importância de uma alimenta-

ção saudável.

Você é servidor público federal. Para qual órgão você foi

aprovado? Quando? Conte um pouco sobre a sua trajetóriapara nós.

Eu fui aprovado e convocado/nomeado em três concursos: Banco do

Brasil – Escriturário (2008), Ministério da Integração – Assistente-

Técnico Administrativo (2009) –, onde trabalhei por 1 ano, e Ministério

dos Transportes, ocupação atual – Analista-Técnico Administrativo

(2010). É claro que como todo e qualquer concurseiro, já amarguei

muitas derrotas até conseguir essas vitórias. Foram muitos concursos e

algumas “bolas na trave”. Além desses, estou em algumas listas de

espera (com poucas expectativas), TJDFT (2007) e MPU (2010); e mepreparando para o concurso do Senado.

Nossos leitores devem estar curiosos a respeito da sua obra. Se possí-

vel, deixe uma mensagem para eles.

A obra é apenas uma ficção que tenta retratar de maneira fidedigna o que

se passa na cabeça de um concurseiro ao dar início à jornada dos

concursos, além de todo o clima de preparação e tudo o que isso

envolve. Ela acaba sendo motivacional, e não deixa de ser realista. Além

disso, é uma boa opção de entretenimento, já que tem um enredo que

prende o leitor e é muito bem amarrado ao tema principal. De certaforma, o livro retrata as dificuldades (que certamente virão das mais

variadas formas) que um concurseiro precisa enfrentar para tornar-

se vitorioso. Como o próprio William Douglas afirmou, ela nos remete

ao início da grande jornada e acaba acelerando o processo de

autoconhecimento e dedicação que todo concurseiro de sucesso preci-

sa trilhar. A mensagem que deixo é: leiam o livro, tenham disciplina,

vençam o maior concorrente (vocês mesmos) e nunca, jamais desistam

dos seus sonhos.

E N T R E V I S T A  

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