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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

EDUCAÇÃO FINANCEIRA: Planejamento Familiar

Autor: Dorival de Assis Ferreira1

Orientadora: Professora Mestra Margarete Aparecida dos Santos2

1Professor da disciplina de Matemática da Rede Estadual de Ensino do Paraná, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)-2012, lotado no Colégio Estadual do Campo Humberto de Alencar Castelo Branco-Ensino Fundamental e Médio no Município de Santana do Itararé-Paraná. E-mail: [email protected] 2Professora Mestra Orientadora e Coordenadora de Área da Matemática do Departamento de Matemática da Universidade Estadual de Ponta Grossa-Paraná (UEPG). E-mail: [email protected]

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Resumo

A abordagem deste artigo consiste em apresentar e analisar informações de orçamento familiar bem como a forma de administrar as finanças com o intuito de criar reservas e aumentar o patrimônio. Este trabalho está em consonância com os resultados obtidos através da Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola iniciado em 15 de março de 2013 e, concluído em 23 de maio de 2013. A implementação foi organizada e concluída em doze encontros de três horas entre o docente e os discentes do 7º ano A no turno diurno do Colégio Estadual do Campo Humberto de Alencar Castelo Branco Ensino Fundamental e Médio-EFM do Município de Santana do Itararé-Paraná. O objetivo deste trabalho é disciplinar os hábitos consumistas dos alunos, envolver os pais e a comunidade escolar no Processo Educacional Financeiro possibilitando organizar e planejar as finanças dentro daquilo que se ganha e o que consome com a proposta de evitar dívidas e, consequentemente a inadimplência propiciando a visualização da situação encontrada através da construção de planilhas e gráficos. É indicado que se elabore uma planilha como demonstrativo para visualizar o fluxo de caixa e acertar nas decisões de consumo, a ação do controle financeiro é necessária em sua aplicabilidade. O resultado desta aplicação foi relevante e significativo, pois, observou-se o desempenho, a motivação e o desenvolvimento dos alunos dentre as atividades realizadas e, a escola por sua vez deve dar sequência neste processo de intervenção pedagógica para não interromper o seguimento desta proposta implantada na escola.

Palavras chave: Educação Financeira; Planejamento familiar; Gráficos e Planilhas.

1 Introdução

O Governo do Estado do Paraná, em junção com a Secretaria de Estado da

Educação (SEED) implantou o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE),

envolvendo as Instituições de Ensino Superior (IES), com a finalidade exclusiva de

oferecer a formação continuada aos professores que atuam na Rede Estadual de

Educação Básica do Estado. Oportunizando aos profissionais em Educação a

revisão da sua prática docente atuante, visando à atualização deste conceito através

dos meios tecnológicos e das aulas expositivas, pesquisas, trabalhos em rede

(GTR), a forma de trabalhar e desenvolver a prática pedagógica e a implementação

do projeto de intervenção na escola de atuação. Sob a supervisão e o

acompanhamento da professora orientadora da IES, que, sempre compartilhou

ideias e ajudou com sua experiência profissional e sabedoria a direcionar e

encaminhar a Educação Financeira para a execução do Planejamento Familiar.

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Este artigo é a essência da trajetória junto ao PDE-2012, teve a finalidade de

atender aos anseios frente aos hábitos consumistas e a proposta de organizar e

planejar as receitas e os consumos das famílias e, apresentar os resultados obtidos

na Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola. Neste termo,

enfatizamos a crescente da inadimplência no Brasil. Segundo o blog dinheirama

(2011) “O aumento da inadimplência no Brasil sobra desejos e falta Educação

Financeira.” Foram adotadas algumas medidas de controle financeiro, para reduzir

gastos e planejar as receitas, evitando dívidas e enfrentando os desafios impostos

com as propagandas e a facilidade dos crediários que induz o indivíduo a envolver-

se em dívida, assumindo um compromisso muito provável sem planejamento e,

consequentemente tornando-se um cidadão inadimplente.

Em plena era do capitalismo financeiro o dinheiro é considerado o item mais

importante para o indivíduo, nota-se que a disparidade econômica das famílias

retrata situações cotidianas visíveis em relação à renda familiar e o consumo

excessivo sem planejamento, na qual muitas vezes deparamos com produtos

apresentando preços exorbitantes e, a renda familiar inferior ao valor gasto com

despesas. É notável que nós, membros de uma sociedade capitalista e consumista

não disciplinamos nossos hábitos de consumo, agimos por impulso somos induzidos

através das propagandas e com a facilidade dos crediários, sem realizar o

planejamento.

A Matemática Financeira no Ensino Fundamental possibilitou aos educandos

a interpretação, a compreensão e a representação no entendimento de receita e

consumo, como também provocou o estímulo e despertou o interesse, levando-os a

perceberem a importância de se fazer o uso deste procedimento educacional

financeiro, para alcançar com êxito o sucesso na busca do conhecimento inserido no

processo ensino-aprendizagem.

Para, CERBASI (2009):

A organização financeira pessoal tem grande importância para que as pessoas usem sua renda de forma eficiente, permitindo melhores escolhas de consumo, investimentos, gastos básicos e de bem estar, segurança e realizações pessoais. Tais decisões, quando tomadas de forma correta, podem contribuir para uma melhora na qualidade de vida do individuo.

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Visualizar a receita antes de realizar gastos possibilita uma situação

confortável e organiza o demonstrativo financeiro, é importante destacar que, o

primeiro passo do planejamento é a organização e visualização da situação

financeira, assim como as empresas realizam seus planejamentos, as pessoas

também devem construir seu plano financeiro.

Adotar critérios na elaboração do planejamento é primordial e necessário

que se faça com o objetivo de alcançar resultados satisfatórios na busca da

qualidade de vida e do bem estar, valorizando mais o “ser” que o “ter”.

Organizar as contas também mostra a real dimensão de sua saúde financeira e quais são seus hábitos de consumo, possibilita que você diminua seus gastos ao cortar desperdícios e pagamento de juros e poupar para investir em você. “Ao colocar tudo no papel, você pode ter uma agradável surpresa e descobrir que tem mais dinheiro do que imagina.” (MACEDO JR., 2007).

A Educação Financeira deve ser voltada para as crianças e aos

adolescentes como público alvo, identificando-os como futuros consumidores em

seus ciclos de convivência, conscientizando-os para não se perderem na trajetória

da vida, estabelecendo metas de comportamento e de consumo garantindo um

futuro sustentável.

A Educação Financeira aplicada aos jovens está embasada na questão do

uso do dinheiro e ao ato consumista, entendendo a existência do desejo, a

necessidade, o querer e o que realmente precisam. Com isso leva a pensar e

compreender a necessidade de extrema consciência para o consumo e a

sustentabilidade.

Quando o jovem for educado financeiramente, saberá entender e calcular

sempre que visitar o mercado de consumo, o quanto poderá comprometer da sua

renda para satisfazer o seu desejo e a sua necessidade de consumir de forma

consciente e equilibrada. Faz-se necessário trabalhar com as crianças e os

adolescentes, conceitos básicos do precisar e o do querer, pois, desta forma

saberão distinguir a prática de consumo para a satisfação de uma necessidade e de

um desejo.

Tudo se torna mais fácil quando a família se faz presente na vida dos filhos,

pois, ela exerce uma função importante na disciplina e organização financeira. Mas,

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o convívio familiar está cada vez mais escasso falta afetividade, compromisso,

participação e responsabilidade dos pais em acompanhar e comprometer-se com a

educação e a formação de seus filhos. Pois, é sabido que os filhos muitas vezes se

espelham nas ações de seus pais, portanto, refletem na sua formação e educação.

A influência dos pais na formação de seus filhos impõe uma

responsabilidade não percebida, é preciso vencer o desafio da sustentabilidade

através da Educação Financeira de crianças, adolescentes e jovens, com dedicação

e empenho. Quanto maior o poder aquisitivo do indivíduo, maior os gastos

excessivos e a má administração da renda impede o aumento do patrimônio, o ideal

seria buscar o conhecimento de como administrar e ter a consciência da importância

de se fazer um planejamento financeiro.

O sistema educacional financeiro não oferece informações, a

responsabilidade familiar depende do interesse de cada indivíduo em adquiri-la.

Acreditamos que na grande maioria das escolas públicas no Brasil a Educação

Financeira não faz parte do planejamento do professor de matemática não se aplica

conhecimentos sobre o sistema monetário brasileiro e muitos menos, de outros

países.

Conforme, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica:

[...] aprender Matemática é mais do que manejar fórmulas, saber fazer contas ou marcar x nas respostas: é interpretar, criar significados, construir seus próprios instrumentos para resolver problemas, estar preparado para perceber estes mesmos problemas, desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de conceber, projetar e transcender o imediato sensível (PARANÁ, 1990, p. 66).

O plano real estabilizou a inflação facilitou o crediário e aumentou os prazos

de financiamentos, reduziram taxas, modificando o cenário econômico ganhando

destaque em relação aos planos econômicos anteriores. É possível visualizar os

resultados obtidos de um planejamento em curto, médio e longo prazo, prevenir as

tomadas decisões ao escolher o que se pretende comprar dentro das possibilidades

do poder aquisitivo de cada indivíduo, evitar o endividamento com a proposta de

adquirir uma educação financeira saudável e possivelmente aumentar a renda.

A influência da mídia na mente do indivíduo em relação às ofertas e as

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propagandas de produtos desperta o interesse em adquirir sem medir as

consequências financeiras em termos de financiamentos, não se observa o valor

final do produto que veem embutidos juros exorbitantes, acima da inflação.

A realidade brasileira, de acordo com SILVA (2004, p.07).

O primeiro passo seria a mudança na cultura financeira, que nos foi imposta por praticamente cinco décadas de um processo inflacionário descontrolado, e hoje, que já se pode comemorar uma inflação civilizada, é perfeitamente possível e necessário se adquirir hábitos frugais e realizar uma cuidadosa gestão nas suas finanças.

O indivíduo não foi educado para refletir sobre o dinheiro, diagnosticar seus

gastos e elaborar seu plano financeiro.

A proposta deste artigo foi apresentar a forma de como administrar as

finanças pessoais e familiares, exercendo sua prática e orientando a possuir um

patrimônio. Para desenvolver o tema proposto, foram apresentados alguns conceitos

básicos de como administrar as finanças pessoais e familiares. Elaboramos

planilhas financeiras de receitas e consumos efetivando um balanço patrimonial e o

fluxo de caixa para organizar e controlar as finanças. Visto que, seleciona as

opções desejadas de consumo e investimentos, tomando decisões ao executar os

gastos com o intuito de garantir a qualidade de vida e o bem-estar das famílias. A

Educação Financeira é indispensável na formação do indivíduo, construção do

conhecimento e do saber.

2 Relato e análise da implementação

Nesta implementação foi visado um trabalho reflexivo e contínuo sobre

questões de ordem financeira observadas na escola onde, a evasão escolar

apresentou números alarmantes em função dos pais retirarem seus filhos da escola

para trabalhar com o objetivo de ajudar na renda da família. A proposta apresentada

levou os discentes e as famílias a perceberem e compreenderem a importância do

ato de planejar, selecionar o que realmente é necessário comprar e tomar as

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decisões acertadas no momento de efetuar os gastos.

As atividades propostas na Implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola com o título Educação Financeira-Planejamento Familiar,

foram executadas de forma explícita com clareza, estimulando os discentes a

refletirem sobre sua conduta e a importância da disciplina na aquisição do

conhecimento.

Este projeto foi apresentado na semana pedagógica de fevereiro de 2013

para a direção, equipe pedagógica, pais, funcionários, docentes e discentes do

Colégio Estadual do Campo Humberto de Alencar Castelo Branco-EFM. Acreditaram

e apoiaram o desenvolvimento do projeto, visto que a ordem financeira planejada

proporciona o equilíbrio e o controle dos nossos hábitos consumistas.

Como demonstram Nathalia e Odair (2010):

O planejamento é o conjunto previamente ordenado de ações que têm como fim alcançar posições futuras desejadas. Compreende o envolvimento de pessoas, a alocação de recursos e procedimentos de controle e avaliação necessários para estimar a efetividade das ações em relação ao que foi estabelecido. Refere-se a uma estimativa de impacto no futuro das ações adotadas no presente. Orçamento familiar é a relação entre a soma das receitas (salário, pensões, etc.) e dos gastos mensais. É importante saber se a renda é regular (quando se recebe mensalmente na data certa) ou irregular (quando não há certeza da quantia recebida). Deve-se ter uma ideia da receita do mês e daquilo que se pretende gastar.

Estabelecer regras, impor limites no controle financeiro nas ações do

indivíduo, possibilita organizar o demonstrativo e definir melhor as necessidades

desejadas. Aquele que não exerce o controle financeiro encontra dificuldades para

administrar suas receitas.

Neste ano letivo (2013), aplicamos às atividades de implementação no

período de contra turno foram realizados doze encontros de três horas com os

discentes do 7º ano A do Colégio Estadual do Campo Humberto de Alencar Castelo

Branco Ensino Fundamental e Médio-EFM do Município de Santana do Itararé. Foi

distribuída aos discentes uma folha impressa com uma planilha sobre a evolução do

salário mínimo brasileiro no período de 2001 a 2012 (atividade 1), observamos a

noção que os discentes tinham em relação a salário e inflação.

A atividade 2 envolveu planilhas de Educação Financeira (Planejamento-

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Familiar), tratou da organização das receitas e das despesas mês a mês observando

a variação dos preços, a qualidade dos produtos, menor preço e o prazo de

validade. Notamos a compreensão e o conhecimento que os discentes tinham em

relação ao dinheiro, como faziam o uso e a importância do ato de planejar e

controlar seus gastos. Foram distribuídas folhas impressas com as planilhas para

preencherem após realizarem pesquisas de preços no comércio local, verificaram

talões de água, luz, telefone, etc. e, como receita utilizou o salário hipotético em

consonância com o salário mínimo vigente no país.

Na atividade 3 apresentamos a origem do dinheiro e como surgiu o dinheiro

no mundo.

Segundo, BLOGBRASIL (2013). A origem do dinheiro é antiga e pré-

histórica. Saiba como surgiu este importante objeto comum que move a economia

mundial.

O dinheiro é o objeto mais comum no mundo todo. É utilizado na compra, venda e troca de bens, e sem o dinheiro, a economia mundial estaria paralisada. Sua origem é muito antiga, e acredita-se que a origem do dinheiro no mundo seja referente à antiga moeda portuguesa, que se chamava dinheiro, até a origem do real.

Foi utilizado o laboratório de informática da escola, realizado uma pesquisa

sobre o surgimento do dinheiro, o sistema monetário brasileiro, sua evolução até a

presente data e, localizado no mapa os países de origem de cada moeda,

organizado tudo em uma planilha. Gerou um debate sobre as diferentes moedas

estrangeiras e seus respectivos valores em relação ao real e a disparidade de

valores, principalmente do dólar e do euro.

A atividade 4 apresentou os produtos da cesta básica envolvendo gêneros

alimentícios, produtos de higiene pessoal e limpeza utilizados por uma família

durante o mês. Os discentes realizaram pesquisas de preços abrangendo o maior

número possível de estabelecimentos comerciais, organizados em grupos

realizaram as pesquisas de preços anotaram em uma planilha provocando uma

discussão com a turma sobre a importância de realizar pesquisas de preços.

Reconhecendo e identificando os produtos da cesta básica, acompanharam mês a

mês a variação dos preços e observaram os produtos que sofreram aumentos acima

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da inflação, propondo a substituição por outro produto de valor mais acessível.

Na atividade 5 se aplicou a resolução de problemas de qualquer natureza e

levou o discente a imaginar qual o caminho a percorrer para solucioná-lo.

Segundo George Polya (2013): O processo de resolução de problemas é

resumido em quatro etapas:

Etapa 1: Entenda o problema

Qual é a incógnita? Quais são os dados? Quais são as condições? É possível

satisfazer as condições? Elas são suficientes para determinar a incógnita? Ou são

insuficientes? Ou redundantes? Ou contraditórias? Separe as condições em partes.

Etapa 2: Construa uma estratégia de resolução

Ache conexões entre os dados e a incógnita. Talvez seja conveniente considerar

problemas auxiliares ou particulares, se uma conexão não for achada em tempo

razoável. Use isso para elaborar um plano ou estratégia de resolução do problema.

Etapa 3: Execute a estratégia

Frequentemente, esta é a etapa mais fácil do processo de resolução de um

problema. Contudo, a maioria dos principiantes tende a pular para essa etapa

prematuramente, e acaba se dando mal. Outros elaboram estratégias inadequadas e

acabam se enredando terrivelmente na execução.

- Execute a estratégia;

- Ao executar a estratégia, verifique cada passo.

Etapa 4: Revise

- Examine a solução obtida;

- Verifique o resultado e o argumento;

- Pode-se obter a solução de outro modo?

- Qual a essência do problema e do método de resolução empregado?

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Na resolução de problemas o desenvolvimento do raciocínio do discente foi

observado, a estratégia de resolução e a execução do problema. Os resultados

foram pertinentes e significativos.

Abrimos um debate com os alunos sobre o que significava na vida deles os

diversos bens de consumo existentes, provocamos uma discussão para a reflexão e

por meio de estímulos e atividades despertou o senso crítico sobre quais itens eram

essenciais para a nossa sobrevivência e quais eram supérfluos.

Tivemos a satisfação de observar que, os adolescentes conseguem

identificar os produtos dos quais precisam e aqueles que simplesmente desejam ter,

apontaram alimentos, itens de vestuário como essenciais e medicamentos, mas,

também reconheceram que não é preciso, por exemplo, ter uma calça de marca.

Ficou claro que entendiam que, preferir, não significa precisar, a discussão

motivou a curiosidade e gerou polêmica e questionamentos entre eles.

Este trabalho trouxe também benefícios significativos aos discentes de

ações desafiadoras no âmbito familiar sobre a organização da ordem financeira,

refletiu no cotidiano das pessoas as transações financeiras e a forma de como

pesquisar o melhor preço, analisarem as alternativas mais econômicas,

comparações de preços e a qualidade do produto bem como seu prazo de validade,

saber fazer a escolha do que se pretende adquirir dentro da disponibilidade de

receita de cada indivíduo para evitar o endividamento.

Foram estabelecidas metas de como organizar um orçamento e planejar as

compras, gastos ou qualquer tipo de consumo ou despesa desta natureza, para

facilitar na aquisição do que queremos ou pretendemos. Na verdade os benefícios

que a Educação Financeira propiciou ao indivíduo foram diversos, uma ampla

confiança no procedimento decisório e a melhoria das condições financeiras, acesso

ao sistema financeiro, redução de risco de endividamento além de auxiliar no

desenvolvimento de alguns empreendimentos.

A Educação Financeira disponibilizou aos discentes uma proteção contra

infortúnios, posicionou de forma protetora em relação a gastos supérfluos, assim a

renda adquirida poderia ser usada adequadamente e reduzir os custos.

Os consumidores que foram educados financeiramente são menos

vulneráveis a abusos, aprenderam a controlar o consumo excessivo e elaborarem

esquemas sobre produtos e serviços que atendam suas necessidades. Outro

benefício trazido foi o conhecimento sobre Educação Financeira-Planejamento

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Familiar, dentro das possibilidades e alternativas de possuir crédito adequado às

necessidades e as circunstâncias.

Outro ponto importante apresentado foi à compreensão dos conceitos

financeiros com o objetivo de facilitar o entendimento e se conscientizar da

importância sobre o funcionamento do processo de elaboração e construção da

planilha financeira, adequações da renda e a responsabilidade de consumo

planejado, tendo em vista que a inadimplência é consequência da falta de

elaboração do planejamento financeiro. Para ser mais específico, o comportamento

financeiro do indivíduo na trajetória da vida é limitado, sobretudo, ocorreu à

mudança na forma de pensar e agir, o que é percebido.

Segundo comentários na escola, da diretora, conversas com os professores

e pais, os alunos estão mais atentos em relação ao dinheiro e, o mais interessante é

que deixaram de esbanjar, o que reflete na melhoria da convivência familiar, mas é

importante frisar que as crianças, adolescentes e jovens estão expostos às

propagandas e ao desejo de ter, por isso, ensiná-las logo cedo a Educação

Financeira de forma lúcida e prazerosa, destaca a importância de se fazer escolhas

com sabedoria e que o dinheiro seja usado focado naquilo que se pretende, esta

aplicação traz conforto, tranquilidade e melhorias no âmbito familiar e pode ser

compartilhado entre pais e escola.

3 Considerações finais

Ao término da implementação do projeto de Educação Financeira,

questionamos alguns alunos sobre a melhoria da qualidade de vida, bens materiais,

equilíbrio, planejamento, presente e futuro, os resultados obtidos foram os seguintes:

O conteúdo matemático trabalhado no Projeto ajudou a compreender melhor

o uso da matemática financeira, aproximou à matéria a realidade do aluno, hoje

anotam os gastos, organizam as despesas e o que ganham com clareza.

Algumas questões levantadas no Projeto gerou discussão em casa como: a

inflação, preços exorbitantes de alguns produtos, taxas e juros entre outros,

descobriram também que juntar dinheiro seria vantajoso para adquirir um montante

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e comprar o que desejasse, deixando de gastar com coisas supérfluas e planejar a

compra de algo de maior valor.

Foi interessante pesquisar os preços no comércio local e acompanhar por

vários meses o aumento dos preços de alguns produtos e a forma de calcular a taxa

percentual do aumento. A troca de ideias facilitou o entendimento da construção da

planilha financeira, criou a consciência em relação aos gastos impulsivos e a compra

por estímulos, sem pensar no futuro.

O projeto ajudou a controlar o consumismo e até poupar um pouco, diminuir

o stress e permitir o controle das despesas com consciência e equilíbrio, planejar o

futuro e ter metas, sonhos e realizações.

O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) foi uma oportunidade

exclusiva de enriquecer e aprimorar o conhecimento, pois durante a implementação

do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, verificou-se o conhecimento que

os discentes tinham de matemática financeira, controle, organização e

planejamento. Notaram-se também os efeitos que o sistema financeiro e a

desigualdade social refletiram nas famílias.

Foram realizadas atividades construtivas envolvendo pesquisas, planilhas,

gráficos e tabelas com o intuito de aperfeiçoar o conhecimento dos discentes, os

próprios demonstraram entusiasmo e dedicação durante toda implementação,

alguns encontraram dificuldades mas, todos concluíram as atividades com êxito,

com novas informações, uma visão diferenciada sobre a questão financeira levando

para casa o conhecimento adquirido orientando e conscientizando seus pais sobre a

importância de se fazer e organizar o planejamento financeiro familiar objetivando

alcançar uma reserva ou até mesmo constituir um patrimônio ou montante

controlando sua renda e priorizando seus gastos para um futuro melhor e tranquilo.

Esperamos que este trabalho seja utilizado pela escola para educar e

disciplinar financeiramente os educandos transmitindo esse aprendizado aos seus

pais e demais membros da família. Se almejarmos uma escola de qualidade,

precisamos trabalhar por ela, para que possamos sentir prazer e ter orgulho de fazer

parte do corpo docente.

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4 Referências

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BLOG BRASIL. Origem do dinheiro como surgiu o dinheiro no mundo? Disponível em:<http://www.blogbrasil.com.br/origem-do-dinheiro -como-surgiu-o-dinheiro-no-mundo >Acesso em 07 de novembro de 2013 às 16h48min.

CERBASI, GUSTAVO. Como organizar sua vida financeira: Inteligência Financeira pessoal na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Disponível em:<http://www.aedb.br/seget/artigos12/12716112.pdf> Acesso em 05 de novembro de 2013 às 22h27min.

MACEDO JR., JURANDIR SELL. A Árvore do Dinheiro: guia para cultivar a sua independência financeira . Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Disponível em:<http://www2.uern.br/index.php/extendere/article/viewFile/504/252> Acesso em 05 de novembro de 2013 às 22h45min.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de Primeiro Grau. Currículo Básico para Escola Pública do Paraná . Curitiba: SEED/DEPG, 1990.

Pereira, Ricardo (Educador financeiro, palestrante, Sócio do blog Dinheirama) Dinheirama. Disponível em:<http://dinheirama.com/blog/2011/05/12/o-aumento-da-inadimplencia-no-brasil-sobram-desejos-e-falta-educacao-financeira> Acesso em 22 outubro de 2013 às 10h05min.

POLYA, G. Como resolver problemas . Disponível em:< http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/resu2.html>Acesso em 07 de novembro de 2013 às 17h52min.

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