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SECRETARIA DO ESTADO DO PARANÁ

A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR/ALUNO E O DESENVOLVIMENTO DA

SECRETARIA DO ESTADO DO PARANÁ

PDE 2010

Maria Arêa Lima Maruyama

A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR/ALUNO E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

CURITIBA

A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR/ALUNO E O DESENVOLVIMENTO DA

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SECRETARIA DO ESTADO DO PARANÁ

PDE 2010

Maria Arêa Lima Maruyama

A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR/ALUNO E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

Material Didático apresentado à Secretaria Estadual de Educação, como requisito ao Plano de Trabalho do Professor PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional. Professora Orientadora: Msc. Danielle Marafon, pela UEPR – FAFIPAR.

CURITIBA

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Introdução

A produção didática ora apresentada atende a modalidade de Unidade

Didática e tem como objetivo principal, trazer contribuição teórica sobre a

educação, o ensino e as práticas educativas desenvolvidas no ambiente da

sala de aula, que atuem como facilitadoras da aprendizagem.

Compõe-se de três tópicos que versam sobre o tema, uma série de

perguntas para reflexão, sugestões de leitura e proposta de atividade.

A sistematização processada ao longo do corpo do trabalho, foi assim

distribuída por entender-se que dessa maneira permitiria um aprofundamento

coerente dos conteúdos que esclarecem o objetivo do estudo.

Na intenção de suscitar uma reflexão junto ao grupo de professores,

sobre a qualidade das relações que se efetivam na sala de aula, no

desenvolvimento do trabalho educativo, o referido material pretende contribuir

no sentido de apresentar subsídios teóricos elucidativos sobre o tema.

Nesse sentido, inicia-se, discorrendo Sobre O Valor de Educar, na

tentativa de, através de algumas contribuições teóricas pertinentes, demonstrar

o valor da educação no processo de humanização dos indivíduos.

Em seguida, processa-se explanação Sobre Os Saberes Necessários a

Docência, exigidos no desenvolvimento da prática educativa, para cujo

embasamento adotou-se prioritariamente a contribuição trazida pelo educador

Paulo Freire em sua obra intitulada: Pedagogia da Autonomia, Saberes

Necessários à Pratica Educativa.

O último tópico versa Sobre A Prática Educativa do Bom Professor, cujo

discurso e sistematização se referencia fundamentalmente na obra da

educadora Maria Isabel da Cunha, em seu trabalho sob título: O Bom Professor

e Sua Prática.

Espera-se dessa forma, propiciar reflexão nos educadores, emergindo

daí o estímulo para aprimoramento ou mudança positiva na qualidade das

relações que se efetivam no desenvolvimento do processo ensino-

aprendizagem.

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Sobre o valor de educar

Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, apud (SOUZA,

2003, p. 105, 106).

A educação terá por finalidade o pleno desenvolvimento da

personalidade humana e o fortalecimento do respeito aos direitos

humanos e às liberdades fundamentais; favorecerá a compreensão, a

tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos

étnicos ou religiosos; e promoverá o desenvolvimento das atividades

das Nações Unidas para a manutenção da paz (art. 26, § 2).

(SOUZA, 2003, p. 105, 106).

Sem dúvida, pode-se afirmar que de todo empenho humano, a

educação, entendida como mediação no interior da prática social global

(SAVIANI, 2003) é de fato o mais valioso e humanizador de todos. Conforme

(SAVATER, 2005), nós humanos nascemos já o sendo, porém só atingimos

plenamente nossa humanidade quando os outros nos contagiam com sua

humanidade decididamente e com nossa cumplicidade. A vocação de

compartilhar com todos o que já é conhecido é inerente à condição humana.

Assim, para (SAVATER, 2005),

(...) educar é crer na perfectibilidade humana, na capacidade inata de

aprender e no desejo de saber que a anima, é crer que há coisas

(símbolos, técnicas, valores, memórias, fatos...) que podem ser

aprendidas e que merecem sê-lo, que nós homens, podemos

melhorar uns aos outros por meio do conhecimento.(SAVATER,

2005, p. 22).

Na perspectiva do entendimento que a vida humana se caracteriza por

um processo de construção contínua, que o ser humano é livre em suas

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escolhas para a edificação da sua história, que é essencialmente um ser de

comunicação e diálogo, justifica-se a tarefa da educação na realização do

processo de conhecimento pela busca de sua completude.

A esse respeito (SAVIANI, 2008), afirma:

O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente,

em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e

coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da

educação diz respeito de um lado, à identificação dos elementos

culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie

humana para que eles se tornem humanos e de outro lado e

concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para

atingir esse objetivo. (SAVIANI, 2008, p. 17).

A despeito da sua importância no processo de humanização dos

indivíduos, ocorre que a tarefa educativa na sua prática cotidiana depara-se

com obstáculos que limitam a realização plena dos seus propósitos.

Entretanto é mister lembrar que diante da magnitude da sua função, os

problemas que se evidenciarem no desenvolvimento do processo ensino

aprendizagem, devem ser encarados como desafios a serem superados.

Isso implica o compromisso do educador com a instrumentalização do indivíduo

no sentido de levá-lo a refletir sobre sua situacionalidade, no espaço geográfico

e social. Ao descobrir-se nesse contexto de relações emerge no indivíduo, a

consciência de sua condição de sujeito, revestida de deveres, cuja realização,

lhe exigirá a demonstração do domínio teórico do conteúdo sistematizado

historicamente. À educação escolar cabe o cumprimento dessa tarefa.

Assim, segundo (FREIRE, l974, p. 42), apud, (MIZUKAMI, 1986, p. 94),

É preciso que a educação esteja em seu conteúdo em seus

programas e em seus métodos, adaptada ao fim que se persegue,

permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa,

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transformar o mundo e estabelecer com os outros homens relações

de reciprocidade, fazer cultura e história. (FREIRE, 1974, p. 42)

Há nesse sentido, uma evidente constatação em considerar que a

realização humana supõe a apropriação ativa e o domínio da cultura, da

ciência, da arte, o que não é possível, sem parâmetros mínimos de

organização, rigor e acompanhamento sistemático. No que se traduz em

qualidade cognitiva e operativa dos processos de ensino e aprendizagem para

todos. (LIBÂNEO, 2002).

MANACORDA (1986), apud (LIBÂNEO, 2002, p. 42), demonstra a

importância da especificidade da educação na vida dos seres humanos em

trecho de entrevista:

Creio que (...) uma educação voltada apenas para a afirmação dos

princípios de liberdade, democracia, participação cultural, não basta,

porque tal gênero de educação os inimigos da democracia também

podem fazer, no plano do discurso. Sem negar ou ignorar esses

princípios, considero mais importante que os homens sejam

instruídos, Isto é, armados de saber, de tal modo que possam

participar concretamente da criação de uma vida mais rica, de uma

maior capacidade produtiva, com maior participação democrática. Isto

significa mais instrução, mais cultura.

(...) Mas a cultura hoje não passa somente pelo ler, escrever e fazer

contas. Passa pelo conhecimento teórico-prático, conhecimento e uso

de novos instrumentos de produção e comunicação entre os homens.

É preciso dar instrução, sim, mas como instrumento concreto de

conhecimento, de capacidade operativa, produtiva, e de capacidade

cognoscitiva. (MANACORDA, 1986, apud LIBÂNEO, 2002, p. 42)

A educação escolar, através do processo educacional deverá servir à

função precípua de introduzir o indivíduo no contexto histórico e social de sua

época, instrumentalizando-o para um olhar crítico sobre as transformações que

ocorrem a nível mundial, e ainda subsidiá-lo no desenvolvimento de uma

relação autônoma, crítica com a cultura em suas múltiplas manifestações. Daí

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que, para a realização dessa tarefa, se faz necessário o estabelecimento do

compromisso por uma educação, que conforme (LIBÂNEO, 1998), apud

(LIBÂNEO, 2002, p. 40),

O que está em questão é uma formação que ajude o aluno a

transformar-se num sujeito pensante, de modo que aprenda a utilizar

seu potencial de pensamento por meio de meios cognitivos de

construção e reconstrução de conceitos, habilidades, atitudes,

valores. Trata-se de investir numa combinação bem sucedida da

assimilação consciente e ativa desses conteúdos com o

desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas pelos alunos

visando a formação de estruturas próprias de pensamento, ou seja,

instrumentos conceituais de apreensão dos objetos de conhecimento,

mediante a condução pedagógica do professor que disporá de

práticas de ensino intencionais e sistemáticas de promover o “ensinar

a aprender a pensar”(LIBÂNEO, 2002,p. 40)

A sociedade contemporânea caracteriza-se como um período em que as

exigências se multiplicam e muitas transformações ocorrem. “Globalização,

pós-modernidade, neoliberalismo, democracia, sociedade virtual, direitos

humanos, ecologia, desenvolvimento, livre-mercado, movimentos sociais, entre

outras” (CANDAU & SCAVINO, 2003 p. 7). São expressões que revelam

desejos e necessidades, fantasias e realidades, pertinentes ao programa

internacional, e aceitam diferentes leituras, conforme o ponto de vista adotado.

Ademais, a ênfase na informação como primazia para o acesso ao

conhecimento, requisita da escola, o cuidado quando da seleção dessa

informação que servirá de alicerce para a promoção do conhecimento.

Diante dessa realidade, se impõe desafios que instiga a educação,

através do trabalho educativo, no sentido de formar para a vida, sujeitos e

atores sociais edificadores de uma cidadania ativa e crítica, favorecendo o

desenvolvimento de processos de apropriação de grupos sociais,

especialmente dos que se encontram à margem da cidadania. Uma educação

escolar que leve o indivíduo a visualizar o que se encontra além das

aparências, a perceber o que está oculto e enxergar o contraditório.

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Nessa configuração, se estabelece o compromisso político e social por

uma educação que responda à necessidade de colaborar para a construção de

um projeto de sociedade baseada em critérios de igualdade e justiça. Uma

sociedade inclusiva, sustentável e plural. Dessa maneira, para (NASCIMENTO,

2003, p. 118), há que se destacar,

(...) ser educador exige um compromisso político, uma

tomada de posição diante da realidade. Ser educador/a, nessa

perspectiva crítica, exige um compromisso com a ética, a cidadania, a

competência, a criticidade, a alegria, a esperança. Educar nesse

sentido, pressupõe despertar a consciência e o sentimento de co-

responsabilidade pela vida em sociedade. (NASCIMENTO, 2003,

p.118).

Assim, a educação contribuirá eficazmente na formação de sujeitos que

atuem na elaboração de uma sociedade, onde a diferença seja entendida como

um fator de construção da autonomia e possibilidades de ação, e não como um

mecanismo que justifica o aprofundamento das desigualdades sociais,

econômicas e políticas. (GENTILI, 2007).

Segundo o autor, é na escola democrática que se realiza a pedagogia da

esperança, que atua como um remédio, limitado, porém necessário contra a

pedagogia da exclusão que nos acomete de cima e que, vítimas do desencanto

ou do realismo cínico, reproduzimos desde o princípio.

A esse respeito, o autor afirma:

A escola deve contribuir para tornar visível o que o olhar

normalizador oculta. Deve ajudar a interrogar, a questionar, a

compreender os fatores que historicamente contribuíram na produção

da barbárie que supõe negar os mais elementares direitos humanos

e sociais às grandes maiorias. A escola democrática deve ser um

espaço capaz de nomear aquilo que, por si mesmo, não diz seu

nome, que se disfarça nos grotescos eufemismos do discurso light,

cortês, anoréxico. O discurso cínico dos nossos governos, dos

mercadores da fé, do empresariado sensível e dos druidas

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tecnocráticos que, em um vôo rasante, procuram interpretar a

realidade a partir dos gabinetes ministeriais. (GENTILI, 2007, p. 42)

O autor complementa:

Ao nomear a barbárie, a escola realiza sua pequena, ainda que

fundamental, contribuição política à luta contra a exploração, contra

as condições históricas que fazem, das nossas, sociedades

marcadas pela desigualdade, pela miséria de muitos e pelos

privilégios de poucos. Contribui com a luta contra essas condições e

promove a criação de outras. (GENTILI, 2007, p. 42)

Considerando-se a grande quantidade de informações (nem todas

confiáveis) disponíveis, na atualidade, o espaço educativo volta adquirir

relevância. Os vínculos que ali se formam, especialmente entre alunos e

professores, mais que a troca de saberes, são essencialmente, espaços de

trocas de perspectivas, percepções e vivências. (GENTILI & ALENCAR, 2007).

Segundo os autores,

Crianças, jovens e também os adultos (aqueles que decidiram, contra

a letal apatia reinante, aprender a ler, escrever e contar, no outono de

suas vidas) são ativos discentes, portadores de esperanças. Os

docentes têm, portanto, a obrigação de potencializar estes sonhos e

possibilidades, vencendo a renitente amargura, recuperando a

fundamental jovialidade – rebelde e transformadora. (GENTILI &

ALENCAR, 2007, p. 22)

Seguindo essa reflexão, fica evidente, a relevância do significado da

função social atribuída à escola como promotora de aprendizagens e espaço

que por excelência se ocupa pela transmissão do saber construído

historicamente. Sabe-se que o ensino e a educação escolar produzem

desenvolvimento.

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Contudo, na atualidade, muitas críticas são direcionadas a essa

instituição, especialmente quanto à expectativa social em torno do trabalho

educativo realizado. Este teria que responder a contento todos os problemas

emergentes na conjuntura social.

Essa situação favorece o surgimento em setores da sociedade (

incluindo os educadores ) quanto ao sentimento de que as coisas, no interior

das escolas não vão bem, gerando um estado de desencanto.

Todavia, vale salientar, que a escola está inserida em um contexto mais

amplo e por isso mesmo, expressa-se conforme as necessidades emergentes

em cada momento histórico. (GENTILI, 2004, p. 30), ressalta de forma

elucidativa: “A escola deve conviver, embora com tensão e com conflito, com a

realidade global e local. Essa dialética entre essas duas realidades, deve estar

reproduzida no cotidiano da escola.”

Portanto, essa instituição que prima pela transmissão do saber

sistematizado através das gerações, é também palco das representações das

contradições sociais em foco. Daí que isso implica na imposição de maiores

desafios ao docente, requisitando do mesmo, saberes situados em ação que

servirão de alicerce para o seu fazer cotidiano e consequentemente, poder

desempenhar a contento, a valiosa função de ensinar o homem a se questionar

enquanto inserido em um contexto e desenvolver as condições para um novo

agir, de forma livre e compartilhada.

Na sociedade atual, conforme (ALENCAR, 2007, p. 116)

O professor-educador-humanista tem um papel revolucionário a

cumprir. Aparentemente, nada grandioso, épico. Na verdade, tudo

imenso, no anônimo heroísmo do cotidiano, do miúdo e libertador

trabalho da sala de aula. Com a consciência de que, como ensina

Carlos Rodrigues Brandão, “a escola não muda o mundo: pode e

deve mudar as pessoas. E estas sim, é que mudam o mundo”.

(ALENCAR, 2007, p. 116)

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Para refletir

Para contribuir na reflexão Sobre o Valor de Educar, procure responder as

seguintes questões:

1. A escola oferece condições e espaço para reflexões e discussões coletivas

sobre as questões emergentes da humanidade?

2. Como educador, qual o seu compromisso nesse processo?

3. Como deve ser a escola diante de todos esses desafios?

4. O ensino dá conta de responder às questões sociais da atualidade?

5. Você estimula os alunos a refletirem sobre a realidade atual?

6. Você atribui mais importância a formação para um mercado de trabalho

competitivo ou uma formação completa para a vida?

7. Na sua compreensão, o que se deve aprender?

Para acrescentar conhecimento

Para saber mais Sobre o valor de Educar, sugerimos as seguintes leituras:

CANDAU, Vera Maria e SCAVINO, Susana (Orgs.). Educar em direitos

humanos: construir democracia. 2. Ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003.

CORTELLA, M. S. Qual é a tua a obra? Rio de Janeiro: Vozes, 2008.

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GENTILI, Pablo e ALENCAR, Chico. Educar na esperança em tempos de

desencanto. 7. Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas

exigências educacionais e profissão docente. 10. Ed. São Paulo: Cortez, 2007.

(Coleção Questões da Nossa Época: v. 67).

SAVATER, Fernando. O Valor de Educar; São Paulo: Editora Planeta do

Brasil, 2005.

Sobre os Saberes Necessários à Prática Docente

Considerar o ser humano hoje é considerá-lo em sua inteireza, nas

possibilidades de suas múltiplas dimensões, em sua complexidade,

em um mundo também múltiplo e complexo. Formá-lo para e nesse

mundo e em sua inteireza é não perder de vista a fluidez do mundo e

a riqueza e diversidade de sua humanidade, traduzida por suas

necessidades singulares e coletivas. (PLACCO, 2010, p. 151).

No âmbito do desenvolvimento do fenômeno educativo, mais

especificamente, sobre as atividades produzidas no interior das escolas, é

requisitado à docência, um permanente estado de reflexão sobre a sua ação

cotidiana.

Sabe-se que a prática educativa é possível ser realizada, de forma

apenas pensada, quase automática, sem no entanto ser refletida. Contudo, se

se pretende dar um significado pleno ao fazer pedagógico, faz-se necessário

re-pensar a própria ação, de forma cuidadosa e particular para apropriar-se das

dimensões, conseqüências, limites e possibilidades de atuação.

Isso requer do docente, assumir um fazer fundado na ética, no respeito à

dignidade e na compreensão do educando como detentor de sua própria

autonomia.

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Assim, os educadores situados, reflexivos e compromissados com a

função da educação, reconhecem que é preciso ter clareza da necessidade de

estabelecer objetivos de aprendizagem transparentes, de possível acesso,

quando da gerência dessa tarefa.

A finalidade dessa ação se traduz em ajudar o aluno no acesso aos

conteúdos escolares (conhecimentos sistematizados historicamente) e os

processos de desenvolvimento das capacidades cognitivas e operativas.

Implica a promoção do aluno na iniciação do compromisso ativo de

solidariedade com a realidade presente, levando-o a uma atuação consciente,

construtiva e transformadora.

Na tessitura das atividades escolares, ao adentrar-se o contexto das

salas de aula, através da análise do desenvolvimento do ensino ( fenômeno

social complexo, situado, multideterminado), observa-se tratar de uma

atividade que requer do oficio de professor a responsabilidade ética, além de

um conjunto de saberes necessários ao exercício da tarefa docente.

Sobre o que consiste a especificidade dos conhecimentos requeridos no

desempenho da atividade docente, (ROLDÃO, 2010, p. 29, 30),

- Saber o que ensinar: conhecimento de conteúdo que objetiva o que

deverá ser apropriado pelo aprendente.

- Saber porque e para que ensinar: conhecimento curricular,

enquadrador dos conteúdos na sua razão de ser e finalidade num

dado currículo.

- Saber como ensinar: conhecimento pedagógico-didático do

conteúdo e das diversas estratégias de ensino passíveis de ser

mobilizadas.

- Saber a quem se ensina: conhecimento do sujeito, seu percurso e

seu contexto, em modos de clarificar os seus modos e processos de

aceder ao que é ensinado.

- Saber conceber e escolher como ensinar com cada situação:

conhecimento estratégico que articula os conteúdos, os sujeitos e

técnicas disponíveis em termos da adoção de uma linha estratégica

diferenciada para cada situação singular (SOUSA, 20l0).

- Saber analisar e avaliar como se ensinou: conhecimento reflexivo

que permite ao docente reanalisar reflexivamente a sua ação,

retroagir ou reorientar em função da análise feita.

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- Saber reorientar as estratégias futuras com base na avaliação feita:

conhecimento regulador. (ROLDÃO, 2010, p. 29,30)

Ao apoderar-se desses conhecimentos, o professor desempenhará

melhor sua complexa tarefa de responsável pela aprendizagem dos

alunos. Conforme (LIBÂNEO, 2002, p. 38)

(...) se esperamos da educação escolar a relação do aluno com os

conteúdos, é fundamental que o mediador dessa relação também

tenha um domínio seguro deles, de sua ligação com a prática e com

os problemas concretos, que saiba trabalhar os conteúdos como

instrumentos conceituais para leitura da realidade, como ajuda para

compreender o mundo cultural e social. (LIBÂNEO, 2002, p. 38)

Nesse sentido, (FREIRE, 2010) em síntese realizada sobre os saberes

essenciais á pratica educativa crítica, progressista, traz contributos relevantes,

nas dimensões sobre ensinar e aprender. Os quais se demonstram a seguir: “

Não há docência sem discência; Ensinar não é transferir conhecimento;

Ensinar é uma especificidade humana.”

Sobre essas dimensões, indicadas pelo autor, procede-se uma breve

explanação, dado que recomenda-se, ao final dessa demonstração, a leitura

integral da obra, como aporte fundamental à construção de uma prática

docente profícua.

Não há docência sem discência:

Segundo o autor, no ato educativo, considerado como um fazer

compartilhado, mediado pelo diálogo entre os atores que o compõe, no caso,

professores e alunos, encontram-se imbricados nessa ação de forma

simultânea, o ensinar e o aprender.

Na compreensão de que ensinar não se traduz apenas em transferir

conhecimento, mas antes, promover as condições para a sua construção, na

relação dialógica que se estabelece entre, professor aluno e o conhecimento,

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é mister o entendimento que apesar das diferenças entre si, “ quem ensina

aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.”

Desse modo, o conhecimento docente vai se forjando nesse processo

de aprender com o outro e com as diferentes situações com as quais se depara

no cotidiano da atividade educativa. Esse fazer se legitima na medida em que,

através da mediação, numa relação dialógica, assume a intencionalidade de

provocar no aluno o desejo de construir o seu próprio conhecimento. Conforme

(FREIRE, 2010, p. 24),

(...) inexiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado

em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o

ensinado, (...) com relação a aprender, é um processo que pode

deflagrar no aprendiz uma curiosidade crescente, que pode torná-lo

mais e mais criador. (FREIRE, 2010, p. 24)

Nesse sentido a tarefa docente não se limita à mera transmissão dos

conteúdos de forma insípida, mecânica, mas principalmente ensinar o aluno a

aprender a pensar certo. Disso decorre que o educador, necessariamente

também tenha aprendido a pensar certo, mesmo que para isso tenha

transcorrido momentos de incerteza.

Saber pensar é essencialmente saber conviver com a autonomia do

semelhante, dentro da norma democrática também paradoxal das autonomias

solidárias e competitivas. (DEMO, 2009). Para o surgimento desse saber, é

requerido ao indivíduo a faculdade do manejo do conhecimento com autonomia

e discernimento, como condição para atribuir significado ao mesmo, quando da

sua utilização.

Levando em conta que, ensinar e aprender, se caracterizam por

processos em permanente construção, compreende-se, que pesquisar é

atividade intrínseca aos mesmos, estabelecendo-se como condição essencial

para a elaboração autônoma do conhecimento. É pesquisando que se conhece

de forma rigorosa, crítica, exata.

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O aprendizado através da pesquisa, além de instigar a curiosidade por

novos saberes, propicia a superação da ingenuidade para um estado de

criticidade, base, necessária para uma postura epistemológica.

Com base nessa análise, (DEMO, 2009, p. 24), “Para que o aluno

pesquise e elabore, torne-se autônomo e criativo, precisa de professor que

tenha, de maneira eminente, tais qualidades.”

(DEMO, 2009, p. 24), conclui sobre o ser professor, nessa perspectiva:

“Em vez de alguém treinado para ensinar, passa a considerar-se o eterno

aprendiz, porquanto somente um professor que sabe aprender consegue fazer

seu aluno aprender”.

O compromisso com o cuidado sistemático em mediar a relação entre os

alunos e o conteúdo, objeto do conhecimento, de forma que resulte em

aprendizagem consciente, torna-se função precípua do educador progressista.

Ensinar não é transferir conhecimento:

Na compreensão do aluno enquanto um ser social, dialógico, criador e

inacabado, a prática educativa deverá nortear-se na direção da formação que

abarque as múltiplas dimensões da existência. Nesse sentido há que se

respeitar a autonomia do ser do educando, como portador de conhecimentos,

que se ancoram nas experiências de vida e se demonstram no cotidiano das

salas de aula.

Ciente desses condicionantes, é mister ao educador, manter a clareza

dos seus objetivos, no desempenho dessa tarefa de contribuir para a formação

da personalidade integral, além de concomitantemente atuar, mediando na

elaboração dos saberes escolares.

Essa atuação prescinde que o educador, utilize o bom senso, a

humildade e o respeito à pessoa do educando, como ferramentas eficazes na

promoção da aprendizagem.

Somando-se a isso, outro saber indispensável à prática educativa

progressista, formadora, é a própria gerência do desenvolvimento do processo

de ensino e aprendizagem decorrentes no ambiente da sala de aula, que exige

do educador, o estabelecimento de limites nas ações, com base nos princípios

de autoridade e liberdade.

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O aluno, enquanto ser responsável pela construção do próprio

conhecimento, precisa reconhecer a condição necessária de realização de

atividades, como contributos à apropriação das formas padronizadas do saber.

O domínio desses saberes, mesmo que em alguns momentos, tenha

sido adquirido de maneira não muito prazerosa, torna-se imprescindível à

faculdade de aprender e consequentemente, a utilização desses, na

construção da sua humanidade.

Ademais, faz-se necessário o entendimento e respeito, por parte do

educando quanto à autoridade do professor, enquanto elemento portador da

síntese do conhecimento construído històricamente.

A esse respeito, (PLACCO, 2010, p. l47) afirma:

Só quando há uma real comunicação e integração afetivo-cognitiva

entre os autores do processo educativo da escola, há possibilidade

de emergência da formação de um novo homem, que sintetiza e

apresenta movimentos de consciência e de compromisso que se

instalam e se ampliam na formação do cidadão. (PLACCO, 2010, p.

l47)

Ensinar é uma especificidade humana:

A busca racional pelo conhecimento dos elementos que compõem a

existência humana, legitimam de forma evidente, a relação dialógica, como

condição, na qualidade dos processos de ensino e aprendizagem na tessitura

social. Para essa compreensão, (SAVATER, 2005, p. l34, l35) adverte:

Aprender a discutir, a refutar e a justificar o que se pensa é parte

indispensável de qualquer educação que aspire ao título de

“humanista”. (...) Especialmente em quem está aprendendo deve-se

potencializar a capacidade de perguntar e de se perguntar, inquietude

sem a qual nunca se sabe realmente nada, mesmo que se repita

tudo. (SAVATER, 2005, p. l34, 135)

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Para o desenvolvimento de uma prática educativa crítica,com vistas à

humanização, um outro saber não menos importante é que para ensinar exige

liberdade e autoridade. A autoridade do professor se constrói com o

conhecimento da matéria, domínio de procedimentos metodológicos e a

capacidade de tornar o conhecimento significativo para os alunos.

Com base nesses fundamentos sobre o papel do professor, (FREIRE,

2010, p. 118) afirma: “Meu papel fundamental, ao falar com clareza sobre o

objeto, é iniciar o aluno a fim de que ele, com os materiais que ofereço,

produza a compreensão do objeto em lugar de recebê-la na íntegra, de mim.”

E ainda conclui:

Ensinar e aprender têm que ver com o esforço metodicamente crítico

do professor de desvelar a compreensão de algo e com o empenho

igualmente crítico do aluno de ir entrando como sujeito em

aprendizagem, no processo de desvelamento que o professor ou

professora deve deflagrar. (FREIRE, 2010, p. 119)

A liberdade, outra condição intrínseca à autonomia recíproca dos

protagonistas do processo de ensino e aprendizagem, se impõe como

imprescindível no respeito à subjetividade e às identidades dos autores

envolvidos.

Esses conceitos, quando relacionados ao ambiente da sala de aula, do

ponto de vista do professor autoritário, se demonstram como contraditórios

entre si. Entretanto, nessa perspectiva, eles se apresentam como

complementares, imbricados na relação que se estabelece entre professor

aluno e o objeto do conhecimento. Servem como facilitadores da promoção da

aprendizagem. Além do mais, nessa configuração de educação, ocorre que,

esses conceitos, continuamente se aprimoram no cotidiano relacional da

atividade escolar. Conforme (LIBÂNEO, 1994, p. 251),

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Na sala de aula o professor exerce uma autoridade, fruto de

qualidades intelectuais, morais e técnicas. Ela é um atributo da

condição profissional do professor e é exercida como um estímulo e

ajuda para o desenvolvimento independente dos alunos. (LIBÂNEO,

1994, p. 251)

Nesse sentido, vale salientar, que o humano é o objeto da tarefa

educativa, sendo que todas as atividades desenvolvidas, só terão valor, na

medida em que se prestarem à construção da humanidade no mundo e no

homem.

Além disso, (HARGREAVES, 2004, p. 19), reitera.

Os professores devem assumir novamente seu lugar entre os

intelectuais mais respeitados da sociedade, indo além da sala de

aula, para tornarem-se, e preparar seus alunos para serem, cidadãos

do mundo. Eles devem fazer o melhor que podem para garantir que

os estudantes promovam os bens privados da economia do

conhecimento e que prosperem a partir deles. (...) desenvolvendo o

caráter que promove o envolvimento na comunidade e o cultivo das

disposições de simpatia e cuidado para com as pessoas de outras

nações e culturas, as quais são o coração da identidade

cosmopolita.(HARGREAVES, 2004, p. 19).

Para refletir:

Para contribuir na reflexão sobre os saberes necessários à atividade educativa,

sugerimos responder as seguintes questões:

1. Na sua compreensão, é possível, desenvolver essa modalidade de

educação?

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2. O seu conhecimento dos alunos, dos conteúdos, das metodologias, lhe

permite desenvolver com segurança essa forma de prática educativa?

3. Que mudança você atribui necessária, para assumir a postura de um

educador progressista, libertador?

4. Você se questiona quanto aos seus princípios e valores, quando está

desempenhando a tarefa de educar?

Para acrescentar conhecimento

Para saber mais sobre os saberes necessários à atividade educativa,

sugerimos as seguintes leituras:

CAMPOS, Casemiro de Medeiros. Saberes Docentes e Autonomia dos

Professores. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

DEMO, Pedro. Ser Professor é cuidar que o aluno aprenda. 6. Ed. Porto

Alegre: Editora Mediação, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática

educativa. 41. reimpressão, São Paulo: Paz e Terra, 2010 (Coleção Leitura)

RODRIGUES, Neidson. Lições do Príncipe e Outras Lições 19. Ed. São

Paulo: Cortez, 2001. (Coleção Questões da Nossa Época. v. 15).

SOUSA, Antônio Cícero. Prefácio. In: BRANDÃO, C. R. (Org.). A Questão

Política da Educação Popular. 3. Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1980. P.

7-10.

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Sobre a Prática do Bom Professor

(...) ser professor no século XXI pressupõe o assumir que o

conhecimento e os alunos (as matérias primas com que trabalham)

se transformam a uma velocidade maior à que estávamos habituados

e que, para se continuar a dar uma resposta adequada ao direito de

aprender dos alunos, teremos de fazer um esforço redobrado para

continuar a aprender. (MARCELO GARCIA, 2009, p. 7), apud (ENS,

R. T.; GISI, M. L.; EYNG, A. M. 2010, p. 70).

Reportando-se aos elementos interferentes nas relações entre alunos e

professores, no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem,

demonstrados na explanação precedente, não resta dúvida sobre o peso da

responsabilidade que recai ao professor, na garantia da aprendizagem do

aluno.

Reafirma-se: são desafios que atuarão como estimuladores para a

ampliação dos horizontes cognitivos e das capacidades das formas de ensinar.

O desenvolvimento da aprendizagem como a centralidade do fenômeno

educativo, requer do professor, criatividade, flexibilidade e um nível de

qualificação, que lhe permita ser capaz de gerar nos alunos a criatividade e a

inventividade.

A esse respeito, considera-se a afirmação de (HOPKINS, 2004, p. 14),

sobre a aprendizagem dos alunos.

À medida que os alunos passam a dominar as informações e as

habilidades, o resultado de cada experiência de aprendizagem não se

resume ao conteúdo que aprendem, mas passa a incluir as

habilidades mais profundas que adquirem para enfrentar futuras

tarefas de aprendizagem, seja na escola, seja fora dela. (HOPKINS,

2004, p. 14).

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Na continuidade do discurso sobre a tarefa educativa, utilizam-se dados

sobre a prática dos Bons Professores, resultantes da pesquisa etnográfica

realizada pela professora Maria Isabel da Cunha, em 1985, como requisito para

obtenção do título de Doutorado.

O estudo teve como público alvo, alunos e professores das modalidades

de ensino, médio e superior (2º e 3º graus) de entidades de ensino da cidade

de Pelotas - RS. O foco do estudo centrou-se na formação do professor e sua

prática em serviço.

A concretização dessa análise se demonstra no conteúdo do livro

intitulado: O Bom Professor e Sua Prática.

A autora considera em sua abordagem, que “a escola é uma instituição

contextualizada, isto é, sua realidade, seus valores, sua configuração, variam

segundo as condições histórico-sociais que a envolvem.” (CUNHA, 2011, p.

22).

Nesse sentido, o ensino é compreendido sempre em sua situação

concreta, cujos resultados se sintonizam com a singularidade dos elementos

que compõem o contexto escolar. Inclui-se, as condições sócio econômicas da

instituição, da comunidade escolar e a qualidade da formação dos professores,

equipe gestora e administrativa, etc.

Assim, (CUNHA, 2011, p. 32) “A expressão do cotidiano do professor é

determinante e determinada pela conjuntura social e cultural em que se

desenvolve.”

Adentrando-se, à analise dos resultados demonstrados pela autora,

sobre a prática do Bom Professor, evidencia-se como fatores relevantes

favorecedores da aprendizagem, segundo depoimento dos alunos, os aspectos

afetivos concretizados na relação professor-aluno, como o professor trata o

conteúdo,( profundo conhecimento da matéria ) além da habilidade

metodológica em facilitar a compreensão do conteúdo do ensino.

Segundo a autora, a imagem do Bom Professor, na concepção dos

alunos se relaciona com a disponibilidade do mesmo de se fazerem próximo

deles. Fica evidente nos relatos a reincidência das expressões, conforme

(CUNHA, 2011, p. 61) “é amigo”, “compreensivo”, “é gente como a gente”, “se

preocupa conosco”, “é disponível mesmo fora da sala de aula”, “coloca-se na

posição do aluno”, “é honesto nas observações”, “é justo” etc.

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A fidelidade na relação teoria e prática, que se traduz em adequar o

ensino às ideias proferidas, é uma qualidade anunciada pelos alunos, quando

da escolha dos Bons Professores.

Na reprodução dos relatos dos alunos, justificando sua escolha, além do

exposto, fica demonstrado também, o entrelaçamento dos fatores intrínsecos

ao desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem, que atuam como

facilitadores.

De acordo (CUNHA, 2011, p. 62),

- “Escolho este professor como melhor pela forma com que nos faz

pensar, colocando o conteúdo não como verdade acabada, mas

questionando-o...” (Física no 2º grau).

- “O que me agrada no professor João é que ele está sempre pronto a

responder as nossas dúvidas; ele até estimula a gente ter dúvidas...”

(Curso de Arquitetura).

- “O professor Pedro é o melhor porque ele transmite para a gente o

gosto que ele tem pela matemática. Ele nos mostra o prazer de

aprender” (Ciclo Básico). (CUNHA, 2011, p. 62).

Outro aspecto que merece destaque no depoimento dos alunos,

segundo a autora é uma aula em que o clima é bom. (CUNHA, 2011, p. 64), “O

“senso de humor do professor”, o “gosto de ensinar”, “o tornar a aula agradável,

interessante,” são aspectos que eles apontam como fundamentais.”

Através dos indicativos obtidos dos alunos, sobre os eleitos Bons

Professores, a autora procedeu análise, junto a esses professores, sobre suas

histórias de vida, conhecimentos, concepções e valores que embasavam suas

práticas. A esse respeito faz- se breve explanação do que se entende como

relevante ao tema em questão.

O gosto pela atividade que ministra, o prazer em se relacionar com os

alunos, e a boa interação com a matéria de ensino, foi um traço comum às

respostas de todos os professores acompanhados, o que, conforme a autora,

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justificam os dados da pesquisa que demonstram interinfluência do

comportamento do professor e do aluno. (CUNHA, 2011, p. 94),

Essa empatia, o colocar-se no lugar do outro, leva os professores a

reconhecerem que aprendem muito com os alunos, tanto no sentido

de fazer crescer o conhecimento que é posto em coletivo quanto no

de aprimoramento das relações e da cosmovisão. (CUNHA, 2011, p.

94).

Em alguns depoimentos relatados a seguir, sobre a prática pedagógica

desses professores, segundo a autora, se constitui num ponto relevante da

pesquisa, uma vez tratar-se dos eixos que compõem o cotidiano docente. Indo

desde a preparação até a sua execução.

Os professores, em suas falas comentam:

O professor tem de se expor, tem de mostrar seu teto. O seu saber

tem de estar à disposição dos alunos. Mostro trabalhos meus e dou

opinião sobre os dos outros. Procuro sempre referenciar meus

critérios de análise. Conto como aprendi e onde aprendi... (CUNHA,

2011, p. 95).

Outro dado a ser destacado na prática dos Bons Professores, é a

compreensão de como ocorre a produção do conhecimento. Os relatos trazem

a evidência de que a prática docente promove a ação intelectual do aluno

frente ao conteúdo. A aprendizagem que se processa numa concepção

mecanicista é rejeitada por todos esses professores. Alguns sugerem até o

empenho em destruir limites emocionais dos alunos para instigá-los à produção

intelectual.

Apresentou-se também como consenso, para esse grupo de

professores, nas atividades educativas, (momento da produção do

conhecimento), utilizar como ponto de partida, a prática, o concreto, e como

ponto de chegada, a teoria, a abstração.

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Conforme a autora foi referendado por alguns professores, a importância

de conhecer os alunos, saber suas expectativas, antes de estabelecer os

objetivos do curso. A delimitação clara do significado da disciplina em relação

aos objetivos do curso também é considerada como pré-requisito, além da

preocupação de incentivar à necessária participação dos alunos, e criar um

clima positivo para as atividades escolares.

Finalizando, é importante salientar, conforme se demonstra nos

resultados da pesquisa, as habilidades de incentivo à aprendizagem,

observadas na prática cotidiana de boa parte desses professores. (CUNHA,

2011, p. 123-131).

- explicitam para os alunos o objetivo do estudo que vão realizar;

- localizam historicamente o conteúdo;

- estabelecem relações do conteúdo em pauta com outras áreas do

saber;

- apresenta ou escrevem o roteiro da aula;

- formulam perguntas para facilitar o diálogo, a participação dos

alunos, a intervenção no processo ensino-aprendizagem;

- reforçam a participação através de palavras de cunho positvo, ex.

“certíssimo”, “veja como vocês sabem...”

- empenham-se em utilizar um discurso que torne compreensível o

conhecimento para os alunos;

- preocupam- se em ter clareza nas explicações;

- conhecem profundamente a matéria que ensina;

- procuram fazer uso adequado e correto dos recursos de ensino

como promoção da aprendizagem;

- atribuem dinamismo à aula através de situações engraçadas;

- apresentam compromisso e seriedade no desenvolvimento da

tarefa profissional.(CUNHA, 2011, p. 123-131).

Contudo, segundo a autora, no discurso desses professores, em alguns

momentos eles se demonstram desencantados diante das circunstâncias

diárias, relacionadas aos problemas gerais, consolidados na esfera

educacional, tais como: estrutura do ensino, condições de trabalho e

desvalorização do magistério.

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Ainda, segundo inferências da autora, ficou evidenciado em seu estudo

que a idéia do Bom Professor, ainda traz o indicativo do ensino centrado na

figura do professor, com predominância de aula expositiva, configurando-se na

preservação de uma prática pedagógica pouco crítica e criativa. (CUNHA,

2011, p. 150).

Na intenção da superação desses fazeres (CUNHA, 2011, p.150, 151),

sugere que o professor:

- Compreenda-se como pertencente a um contexto e participante da

história deste.

- Supere a tendência de reprodução da ação docente e tenha clara e

organizadamente a idéia de dever-ser em seu pensar.

- Entenda a condição de que a formação do educador é um processo,

que se relaciona com a sua realidade concreta, determinada, porém

em constante evolução. Exige permanente reflexão nas

possibilidades de avanço do seu fazer pedagógico, que

simultaneamente exercita o ensinar e o aprender.

- Adote um novo paradigma de ensino, aquele que procura produzir

um conhecimento divergente e formas alternativas de utilizar o

conhecimento existente. A pesquisa realizada com os alunos, produz

incentivo para a autonomia da própria construção do conhecimento e

promove a idéia de uma educação dialógica.

- Utilize as experiências, condições de vida e interesses dos

educandos, como ponto de partida para a sua prática educativa.

- Compreenda o significado da competência técnica e do

compromisso político, como elementos fundamentais para a

operacionalização de uma prática pedagógica eficiente. (CUNHA,

2011, p.150,151).

Diante das evidências demonstradas, não resta dúvida, sobre a

importância da educação no processo de humanização dos indivíduos através

da construção do conhecimento. Para tanto, além das condições infra-

estruturais das instituições, o papel do professor, a qualidade das relações que

ele desenvolve com os alunos, são fatores decisivos para uma aprendizagem

exitosa.

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Para Refletir

Para contribuir na reflexão sobre a prática do Bom Professor, sugerimos

responder as seguintes questões:

1. No seu entendimento, quais qualidades são indispensáveis para ser um

bom professor?

2. Um bom relacionamento com seus alunos favorece a aprendizagem?

3. Você considera pertinente ao desenvolvimento da aprendizagem, relacionar

o conteúdo de sua matéria com o cotidiano dos alunos?

4. Você reflete cotidianamente sobre o sentido da sua prática educativa para a

formação dos alunos?

5. Você considera como compromisso seu, a aprendizagem dos alunos?

Para acrescentar conhecimento

No sentido de contribuir com maiores informações sobre a prática educativa,

sugerimos as seguintes leituras:

AQUINO, Julio Groppa. Confrontos Na Sala de Aula: uma leitura institucional

da relação professor-aluno. São Paulo: Sumus, 1996.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 5.

ed. revisada. Campinas – São Paulo: Autores Associados, 2009. (Coleção

educação contemporânea).

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LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 32. Reimpressão. São Paulo: Cortez, 1994.

(Coleção magistério. Série formação do professor).

Referências: CAMPOS, Casemiro de Medeiros. Saberes Docentes e Autonomia dos Professores. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. CANDAU, Vera Maria e SCAVINO, Susana (Orgs.). Educar em direitos humanos; construir democracia. 2. Ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003. CUNHA, Maria Isabel da. O Bom Professor e Sua Prática. 23. Ed. Campinas – SP: Papirus, 2011. DEMO, Pedro. Ser Professor é cuidar que o aluno aprenda. 6. Ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 2009 ENS, R.T.; GISI, M. L. e EYNG, A. M. Profissão Docente Em Questão: tensões e desafios. In: ENS, R. T. e BEHRENS, M. A. (Orgs.). Formação do Professor profissionalidade, pesquisa e cultura escolar. Curitiba: Champagnat, 2010. FREIRE, Paulo e SHOR, Ira. Medo e Ousadia o cotidiano do professor. 12. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2008. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 41. Reimpressão, São Paulo: Paz e Terra, 2010 (Coleção Leitura). ____________. Educação e Mudança. 12. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. GADOTTI, Moacir. Comunicação Docente: ensaio de caracterização da relação educadora. São Paulo, Edições Loyola, 1975. GENTILI, Pablo e ALENCAR, Chico. Educar na esperança em tempos de desencanto. 7. Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007. HARGREAVES, Andy. O Ensino na Sociedade do Conhecimento: educação na era da insegurança. Porto Alegre: Artmed, 2004. LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 10. Ed. São Paulo: Cortez, 2007. (Coleção Questões da Nossa Época: v. 67).

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____________________. Didática. 32. Reimpressão. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção magistério. Série formação do professor). ____________________. Produção de saberes na escola: suspeitas e apostas. In: CANDAU, V. M. (Org.). Didática, currículo e saberes escolares. 2. Ed. Rio de Janeiro: DP&A editora. 2002. MIZUKAMI, Maria da G. N. Ensino as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. NASCIMENTO, Maria das Graças C. de A. A dimensão política da formação de professores/as. In: CANDAU, V. M. e SACAVINO, S. (Orgs.) Educar em direitos humanos: construir democracia. 2. Ed. Rio de Janeiro: DP&A editora. 2003. PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. Ser Humano Hoje: contribuições da formação e da pesquisa. In: ENS, R. T. e BEHRENS, M. A. (Orgs.). Formação do Professor profissionalidade, pesquisa e cultura escolar. Curitiba: Champagnat, 2010. ROLDÃO, Maria do Céu. Ensinar e Aprender: o saber e o agir distitintivos do profissional docente. In: ENS, R. T. e BEHRENS, M. A. (Orgs.). Formação do Professor profissionalidade, pesquisa e cultura escolar. Curitiba: Champagnat, 2010. SAVATER, Fernando. O Valor de Educar. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2005. SAVIANI, Demerval. Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras aproximações. 10. Ed. São Paulo: Autores Associados. 2008. SOUZA, Marcelo Gustavo Andrade de. Direito à educação: entre anúncios, denúncias e violações. In: CANDAU, V. M. e SACAVINO, S. (Orgs.). Educar em direitos humanos: construir a democracia. 2. Ed. Rio de Janeiro: DP&A editora. 2003.

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Proposta de Atividade

Atividade de suporte organizacional e compartilhamento de responsabilidades

para os professores e alunos.

Dinâmica: Cartas de opinião.

Objetivo: subsídios para estabelecimento de diretrizes de trabalho

compartilhado durante o período letivo.

Duração: 4 aulas.

Recurso: quadro de giz ou TV-Pen-drive.

Material: papel e caneta para cada aluno.

Desenvolvimento:

No início do período (bimestre ou semestre) letivo, o professor destinará uma

aula para a realização da seguinte atividade:

1. Fazer a explanação aos alunos sobre o conteúdo a ser trabalhado no

período e a utilidade do mesmo.

2. Distribui papel e caneta para os alunos e em seguida solicita que redijam

uma pequena carta, contendo os seguintes dados:

Nome: idade:

Relato: deverá conter: expectativas sobre o que esperam do professor, da

forma como será ministrada as aulas e como gostariam de ser avaliados.

3. Após transcorridos 30 minutos, recolher as cartas.

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4. Na hora atividade processar a leitura das cartas fazendo anotações sobre as

sugestões feitas pelos alunos.

5. Na aula seguinte, utilizar 30 minutos para discutir com os alunos as proposta

que foram consenso e as possibilidades de implementação.

6. Na hora atividade, elaborar o plano de trabalho docente, contemplando as

propostas eleitas.

7. Na próxima aula, descrever no quadro de giz a proposta de trabalho que

será desenvolvida no período. Solicitar que os alunos registrem no caderno e

assinem. O professor também deverá assinar todos os cadernos.

8. Nas aulas seguintes sempre proceder a realimentação dos combinados.

9. Transcorridos 50% do período letivo, destinar uma aula para a avaliação dos

resultados e possíveis ajustes.

10. Solicitar dos alunos que relatem por escrito as mudanças necessárias.

Após 30 minutos, recolher os relatos.

11. Na hora atividade, proceder à leitura dos relatos, efetuar alterações no

plano de trabalho docente.

12. Na próxima aula, no quadro de giz, descrever as alterações processadas

conforme sugestão e solicitar que os alunos anotem no caderno e assinem. O

professor também deverá assinar todos os cadernos.

13. Proceder à realimentação à medida que houver necessidade.

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