silva_2010
TRANSCRIPT
-
7/23/2019 Silva_2010
1/103
PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO
PUC-SP
Maria Lucia Santos da Silva
O ensino da cartografia e a utilizao de geotecnologias em situaes de
aprendizagem na geografia escolar
MESTRADO EM GEOGRAFIA
SO PAULO2010
-
7/23/2019 Silva_2010
2/103
PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO
PUC-SP
Maria Lucia Santos da Silva
O ensino da cartografia e a utilizao de geotecnologias em situaes de
aprendizagem na geografia escolar
MESTRADO EM GEOGRAFIA
Dissertao apresentada BancaExaminadora da Pontifcia UniversidadeCatlica de So Paulo, como exignciaparcial para obteno do ttulo de
Mestre em Geografia, sob a orientaoda Profa. Dra. Marsia MargaridaSantiago Buitoni.
SO PAULO
2010
-
7/23/2019 Silva_2010
3/103
ERRATA
Pg. 1
Denominaremos l-se denominou.
Pg. 11
Primeiro pargrafo O pargrafo apresenta informaes equivocadas assimdeve-se consultar o material do qual foi originado para informaes precisas.
Originado de O mapa como meio de comunicao: implicaes no ensino de
Geografia no I Grau. Tese de doutorado, defendida na Faculdade de Filosofia,Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo, 1986, 205p.
Pg. 13
Iniciar aspas em: Esta......Fechar aspas em: sries iniciais.
Pg. 48
so incapazesl-se: tm mais dificuldade em formar novos conceitos.
Pg. 58
bastante discutvel a preciso das coordenadas, porm ressalta-se oprocedimento. L-se tambm como a base para a confeco do cartograma imagem oblqua a preciso das coordenadas impossvel. Esta imagem adequada para a estruturao da legenda. Imagem adequada para acoordenada geogrfica com mais preciso a imagem vertical.
-
7/23/2019 Silva_2010
4/103
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
__________________________________
__________________________________
-
7/23/2019 Silva_2010
5/103
AGRADECIMENTOS
A Deus por tudo que prepara para a nossa chegada, permanncia e sada.
DraMarsia Margarida Santiago Buitoni pela orientao e amizade. Tambm
pela atuao de anjo em nossas vidas.
Dra Maria Elena Ramos Simielli e ao Dr. Gustavo de Oliveira Coelho de
Souza por todas as consideraes feitas no exame de qualificao.
DraAnglica C. Di Maio, minha professora na graduao, amiga, parceira em
projeto, inspirao da dissertao e mesmo distante to presente ao longo do
desenvolvimento do trabalho.
Aos alunos do 6ano A/B/C e do 7 ano A/B de 2009, pelo interesse,
disposio, desempenho e empenho na realizao das atividades propostas
desse trabalho. E, ainda, pelos vrios momentos de encantamento que me
proporcionaram.
Diretora da EE Prof. Francisco Lopes de Azevedo, Elza Aparecida da Silva,
pela confiana, apoio e total liberdade para a execuo de mais uma proposta
de trabalho na Unidade Escolar.
Claudia Renata Santos Vilela, Vice-Diretora, amiga-irm pela colaborao e
por todas as vezes que se encantou ao ver e ouvir sobre o trabalho.
Secretaria Estadual de Educao de So Paulo (Programa Bolsa Mestrado
da SEESP) pelo apoio financeiro.
Selma Judite Seffrini, funcionria da Diretoria de Ensino de So Jos dos
Campos, pela ateno dispensada mensalmente no recebimento da
documentao da Bolsa Mestrado.
Aos amigos e familiares pelo companheirismo em mais uma trajetria.
Muito Obrigada.Maria Lucia Santos da Silva
So Jos dos Campos, 4 de agosto de 2010
-
7/23/2019 Silva_2010
6/103
v
Sumrio
Pg.
CAPTULO 1
INTRODUO.............................................................................................1
1.1 Introduo............................................................................................1
1.2 Justificativa ..........................................................................................6
1.3 Objetivos..............................................................................................8
CAPTULO 2
CARTOGRAFIA E GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA ....9
1 - A Geografia e as geotecnologias.............................................................9
2 - A cartografia, a leitura e a construo de mapa ......................................11
3 - O ensino e as tecnologias .......................................................................15
4 As teorias de aprendizagem, a geografia e a cartografia .......................18
5 - O ensino de geografia e as geotecnologias ............................................21
6 - O Sensoriamento Remoto, o Philcarto, o SIG e o GPS...........................23
7 - Polticas pblicas e a introduo das TICs nas escolas..........................26
CAPTULO 3
MATERIAS E PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ..............................32
3.1 Caracterizao da escola ....................................................................323.2 Caracterizao dos alunos ..................................................................34
3.3 Materiais ..............................................................................................35
3.4 Procedimentos Metodolgicos.............................................................36
3.4.1 Pr-Teste..........................................................................................36
3.4.2 Aulas ministradas sem a utilizao das geotecnologias no 6ano....37
3.4.3 Avaliao..........................................................................................38
3.4.4 Aulas ministradas sem a utilizao de geotecnologias no 7ano......383.4.5 Avaliao..........................................................................................39
-
7/23/2019 Silva_2010
7/103
vi
3.4.6 Aulas ministradas com a utilizao das geotecnologias no 6ano....39
3.4.7 Avaliao..........................................................................................41
3.4.8 Aulas ministradas com a utilizao de geotecnologias no 7ano......41
3.4.9 Avaliao..........................................................................................42
CAPTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSES.................................................................44
4.1 Caracterizao dos alunos participantes da pesquisa.........................44
4.2 Aplicao do Pr-teste.........................................................................46
4.3 - Aplicao do pr-teste na 5 srie........................................................46
4.4 Aulas ministradas sem o uso das geotecnologias ...............................50
4.5 Aulas ministradas com o uso das geotecnologias ...............................53
4.6 Aplicao do pr-teste na 6 srie.......................................................59
4.7 Mapas construdos sem a utilizao de recursos ................................61
4.8 Aulas ministradas com recursos..........................................................62
CAPTULO 5
CONCLUSES E RECOMENDAES.......................................................73
5.1 Concluses..........................................................................................73
5.2 Recomendaes..................................................................................75
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................76
APNDICE A - Questionrio ........................................................................81
APNDICE B - Pr-Teste.............................................................................83APNDICE C - Nveis de Proficincia SARESP 2007/2008.........................89
APNDICE D - Resultado do questionrio...................................................90
-
7/23/2019 Silva_2010
8/103
vii
RESUMO
A geografia escolar conta com inmeras possibilidades de abordagens dos
contedos geogrficos para despertar o interesse do aluno e provocar
questionamentos, sendo uma das possibilidades, o trabalho com mapas. Assim,
pode-se adotar como metodologia a linguagem cartogrfica para a construo de
conhecimentos geogrficos desenvolvendo a capacidade de compreenso da
realidade do ponto de vista de sua espacialidade. Esta pesquisa tem como
objetivo principal a avaliao e criao de situaes de aprendizagem utilizando-
se de geotecnologias no ensino da cartografia na geografia. Foram
desenvolvidas propostas de atividades balizadas pelo conhecimento das
propriedades da linguagem cartogrfica com a utilizao das geotecnologias,
como GPS, SIG e Imagens de Sensor Remoto. Temas da cartografia bsica -
orientao, escala e coordenadas geogrficas - e da cartografia temtica foram
abordados, centrando-se na construo e leitura de mapas. Realizou-se a
avaliao das situaes de aprendizagem propostas em turmas de alunos do 6
e 7ano do Ensino Fundamental em uma escola pblic a estadual de So Jos
dos Campos, SP. A avaliao demonstrou que a utilizao das geotecnologias
no aspecto ensino-aprendizagem, proporcionou ganhos significativos e a
introduo de uma prtica inovadora em situao convencional de sala de aula
propiciou um ambiente de aprendizagem atrativo e estimulante aos alunos
participantes da pesquisa.
Palavras-chave: Ensino, Geografia, Cartografia, Geotecnologias.
-
7/23/2019 Silva_2010
9/103
viii
ABSTRACT
The school geography has many possibilities for approaches to geographic
content to arouse student interest and provoke questions, one of the possibilities,
working with maps. Thus, we can adopt the methodology of the cartographic
language for the construction of geographical knowledge by developing the ability
to understand reality from standpoint of their own space. This research has as
main objective the evaluation and creation of learning situations using geo-
technologies in the teaching of cartography in geography. Were developed
proposals for activities buoyed by the knowledge of the properties of language
mapping with the use of geo-technologies, as GPS, GIS and Remote Sensing
Images. Issues of basic cartography - orientation, scale and geographical
coordinates - and thematic mapping were discussed, focusing on construction
and map reading. We performed the evaluation of the proposed learning
situations with students from 76thand 7thyear of elementary school in a public
school of So Jos dos Campos, Brazil. The evaluation showed that the use of
geo-technologies aspect in teaching and learning, has provided significant gains
and the introduction of an innovative practice in a situation of conventional
classroom learning environment has provided an attractive and stimulating to
students participating in the research.
Key words: Education, Geography, Cartography, Geo-technologies.
-
7/23/2019 Silva_2010
10/103
CAPTULO 1
INTRODUO
1.1 IntroduoFeliz daquele que transfere o que sabe
e aprende o que ensina (Cora Coralina)
O perodo conhecido como a 3 Revoluo Industrial ou Revoluo
Tcnico-Cientfica est em expanso. Pode-se dizer que esta revoluo se
manifesta de forma pontual e tambm de forma plena nas diversas localidades
mundiais. Destaca-se nesse perodo o surgimento de novos setores industriais,
tais como a informtica e as telecomunicaes, a biotecnologia e a robtica.
Esses setores mais dependentes da cincia e tecnologia quando comparadosaos setores da 1 e 2 Revoluo Industrial.
Nesse perodo o principal so as idias, as pesquisas, o trabalho cerebral
e criativo, provocando modificaes no somente na produo, mas mudanas
em toda a sociedade, modificando comportamentos e valores.
Para Milton Santos esse perodo pautado pela juno da tcnica e
cincia e estamos diante da produo de algo novo, a que denominaremos de
meio tcnico-cientfico-informacional e sendo, ainda, esse meio a cara geogrficada globalizao.
Santos (2006) ressalta que a tcnica e a cincia proporcionaram ao
homem a possibilidade de acompanhar o movimento da natureza devido aos
progressos da teledeteo e de outras tcnicas de apreenso dos fenmenos
que ocorrem na superfcie terrestre. As fotografias de satlites permitem obter
informaes regulares contribuindo com anlises da evoluo de eventos e at
mesmo a realizao de previses. Revela-se aqui a potencialidade das novas
tecnologias para estudos geogrficos.
No mbito da Geografia, para Fonseca e Oliva (2003) h uma presena
razovel das novas tecnologias (Sistemas de Informao Geogrficas e imagens
de satlites) nas prticas, porm com contribuio quase nula para o referencial
terico da disciplina. As novas tecnologias no tm contribudo para uma
qualidade nova na Geografia e nem na cartografia que consiste em uma de suas
formas mais expressivas.
-
7/23/2019 Silva_2010
11/103
J para Joly (2008 p. 26) a introduo da cartografia automtica sem
dvida nenhuma, o acontecimento mais importante e de maiores conseqncias
ocorrido na histria da cartografia nas ltimas dcadas. Sendo que acartografia
assessoradapor computador operacional em todas as fases de elaborao de
mapas tanto na fase de gerao de banco de dados como na produo de
mapas.
No ensino, de acordo com os PCNs (Parmetros Curriculares Nacionais)
mesmo existindo experincias significativas no desenvolvimento de projetos com
tecnologia educacional em vrios estados brasileiros, a potencialidade dos
recursos tecnolgicos ainda no reconhecida pelos professores. So muitos os
fatores responsveis por esta situao, entre os quais destacam-se: pouco
conhecimento e domnio dos professores para a utilizao e criao de
ambientes de aprendizagem significativa a partir dos recursos tecnolgicos;
carncia de recursos financeiros para manuteno, atualizao de equipamentos
e para capacitao dos professores, e at a ausncia de equipamentos em
muitas escolas; e a falta de condies para a utilizao dos equipamentos
disponveis devido a precariedade das instalaes, entre outras.
Pode-se ressaltar ainda que em dez anos (1997 a 2007) o programa do
governo federal em promover o uso pedaggico da informtica atingiu pouco
mais de 10% das escolas pblicas. Assim, nesse ritmo, em cem (100) anos o
programa atingir 100% das escolas. O PCN nos alerta ainda que:
A incorporao das inovaes tecnolgicas s tem
sentido se contribuir para a melhoria da qualidade de ensino. A
simples presena de novas tecnologias na escola no , por si
s, garantia de maior qualidade na educao, pois a aparente
modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na
memorizao de informaes. A presena de aparato
tecnolgico na sala de aula no garante mudanas na forma de
ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o
ambiente educacional, propiciando a construo de
conhecimentos por meio de uma atuao ativa, crtica e criativa
por parte de alunos e professores. (MEC, 1998 p. 140)
-
7/23/2019 Silva_2010
12/103
O uso efetivo das tecnologias em sala de aula, contribuindo para a
construo de conhecimentos dos alunos, est atrelado ao domnio do professor
para a utilizao e criao de situaes de aprendizagem e tambm a
disponibilidade e acessibilidade aos recursos tecnolgicos nesse ambiente.
Nesse sentido os PCNs enfatizam que:
O uso de tecnologias no ensino no se reduz aplicao de
tcnicas por meio de mquinas, ou o apertar teclas e digitar
textos, embora possa a limitar-se a isso, se no houver reflexo
sobre a finalidade de se utilizar os recursos tecnolgicos nas
atividades de ensino. A tecnologia deve ser utilizada na escola
para ampliar as opes de ao didtica, com o objetivo de criarambientes de ensino e aprendizagem que favoream a postura
crtica, a curiosidade, a observao e anlise, a troca de idias,
de forma que o aluno possa ter autonomia no seu processo de
aprendizagem, buscando e ampliando conhecimentos. (MEC,
1998 p. 155)
Segundo Perrenoud (2000) a utilizao de tecnologias nas prticas
pedaggicas garante um ambiente de aprendizagem diferenciado e este poder
levar a uma aprendizagem mais eficiente.
Conforme Belloni (1998), neste contexto cabe escola no s assegurar a
democratizao do acesso aos meios tcnicos de comunicao mais
sofisticados, mas ir alm e estimular, dar condies, preparar as novas geraes
para a apropriao ativa e crtica dessas novas tecnologias. funo da
educao contribuir para a formao de cidados livres e autnomos, sujeitos do
processo educacional.
Assim, que geografia ensinar em um mundo permeado pelas tecnologias?
A geografia escolar passa, no perodo da 3 Revoluo industrial, por uma
revalorizao como afirma Jos William Vesentini a geografia escolar pelo
menos to importante quanto a matemtica ou a lngua ptria. A geografia no
trabalha com informaes e clculos e sim com novas idias e interpretaes,
com a realidade em si e portanto com processos especficos da inteligncia
humana.
-
7/23/2019 Silva_2010
13/103
Vesentini (2009) ressalta duas contribuies importantssimas trazidas
pela obra de Yves Lacoste como sendo as idias de raciocnio geogrfico e de
espacialidade diferencial e estas deveriam ser apropriadas pelos professores.
O raciocnio geogrfico seria uma habilidade ou competncia que consiste em
saber pensar espacialmente, aprender a raciocinar em termos de escala e
localizao, enfim ponderar sobre o espao para nele atuar de forma eficaz,
sendo essa competncia um tributo para a cidadania.
Cavalcanti (2003), na mesma linha, enfatiza que o ensino de Geografia
deve contribuir para o desenvolvimento da capacidade dos alunos de
apreenderem a realidade do ponto de vista de sua espacialidade, destacando
que a conscincia espacial favorece a prtica da cidadania. preciso conhecer o
espao para saber analis-lo, critic-lo e propor mudanas.
A cartografia, com seus cdigos especficos, constitui se em uma
linguagem estratgica para o ensino e aprendizagem da Geografia. Assim, por
meio da representao grfica, garante a espacializao dos fenmenos,
contribuindo de forma mpar compreenso da realidade.
Almeida (2007) afirma que a cartografia escolar se constitui em rea de
ensino e vem se estabelecendo na interface entre cartografia, educao e
geografia.
Nas propostas curriculares para o ensino de Geografia, esto presentes a
cartografia bsica e a cartografia temtica. Porm, propostas metodolgicas para
a construo de mapas e desenvolvimento dos conceitos da cartografia bsica
ainda no foram apropriadas e empregadas em sala de aula de forma
substancial. Persiste ainda, ao trabalhar mapas em sala de aula da solicitao ao
aluno de tarefas tais como: copiar mapa, colocar nome dos pases, estados, rios
e colori-los de forma aleatria.
A atividade restrita citada acima destacada por Almeida e Passini
(1992), PCNs (1998) e Oliveira (2007).
Pode-se ressaltar que o livro didtico e a proposta curricular da
SEESP/2008 j vm contemplando a construo grfica embasada,
principalmente, nas propostas de Marcelo Martinelli, relativa semiologia grfica.
-
7/23/2019 Silva_2010
14/103
Entretanto, nota-se uma limitao de propostas para construo de mapas,
quando estes devem ser elaborados com materiais/recursos convencionais.
Considerando o interesse que o aluno demonstra por mapas e sendo
possvel eleger a linguagem cartogrfica como metodologia nas aulas degeografia ao tratar diversos temas geogrficos, o presente trabalho buscou
integrar a cartografia bsica, a cartografia temtica e as geotecnologias (Imagem
de Sensor Remoto, GPS e SIG) em situaes de aprendizagem aplicveis em
sala de aula. Situaes de aprendizagem so entendidas como uma situao
que no ocorre ao acaso, planejada para que o aluno tenha diante de si uma
tarefa a ser realizada e um problema a resolver. Assim, situaes de
aprendizagem distanciam-se dos exerccios que exigem a operacionalizao deum procedimento conhecido possuindo tambm vnculo com a idia de situao-
problema.
No perodo atual, a existncia das tecnologias de sensoriamento remoto,
GPS (Global Positioning System), SIG (Sistema de Informao Geogrfica) e
outros softwares, tambm denominadas de geotecnologias, podem contribuir
para a realizao das propostas de construo de mapas e desenvolvimento dos
conceitos da cartografia bsica.
As mudanas necessrias e requeridas nas prticas escolares esto
comprometidas com o longo perodo de prticas centradas no falar/ditar do
mestre, na escrita, manuscrita do aluno. E, ainda, as limitaes na formao dos
professores e condies tcnicas das escolas em geral e da escola pblica
estadual em particular.
Entretanto, o emprego das geotecnologias tem revelado sua
potencialidade na construo de mapas e desenvolvimento de conceitos da
cartografia bsica para escolares. Pode-se dizer que para a cartografia escolar, o
uso do computador relevante para a produo, principalmente, de mapas
temticos e construo de conceitos da cartografia bsica.
Assim, a construo e a leitura de mapas temticos permitem ao aluno a
apreenso da realidade de forma espacializada. A utilizao dos recursos
tecnolgicos constitui um acelerador do fazer e refazer mapas, contribuindo,
tambm para amenizar mais uma problemtica no ensino de Geografia, o
reduzido nmero de aulas semanais (trs aulas por semana). As correes das
-
7/23/2019 Silva_2010
15/103
elaboraes realizadas pelos alunos so maximizadas. Se necessrio refazer a
atividade proposta, esta poder ser realizada com cliques conscientes.
No desenvolvimento dos contedos a serem abordados nos anos finais do
Ensino Fundamental (6e 7ano) estes indicados pe la proposta curricular da
SEESP/2008 foram pensados para serem trabalhados com a introduo das
geotecnologias para a construo de conceitos da cartografia bsica (orientao,
escala e coordenada geogrfica) e a construo de mapas temticos. Destaca-
se que modificaes considerveis no andamento das aulas no so
necessrias. As aulas tornam-se mais interessantes devido utilizao dos
recursos. O aluno chamado participao, tem diante de si instrumentos que
devem ser operados seja o computador, o GPS ou a bssola.
Assim, com a proposta de trabalhar a cartografia foram considerados,
basicamente, os referenciais tericos da cartografia escolar de Maria Elena
Simielli e cartografia temtica de Marcelo Martinelli ao elaborar as situaes de
aprendizagem presentes nesta pesquisa.
1.2 Justificativa
Pode-se dizer que a Geografia enquanto disciplina escolar constitui-se em
uma disciplina privilegiada no mbito das inmeras possibilidades de abordagens
dos contedos geogrficos para despertar o interesse do aluno e provocar
questionamentos. Sendo uma das possibilidades, o trabalho com mapas.
Porm, o trabalho com mapas vem sendo realizado, em situao real de sala de
aula, de forma bastante restrita, centra-se, predominantemente, no ensino pelo
mapa.
Os mapas so subutilizados. Geralmente seu uso entendido como umrecurso visual, ocorrendo um ensino pelo mapa e no um ensino do mapa.
A incluso do ensino do mapasem excluir o ensino pelo maparequer uma
proposta, segundo Oliveira (2007), de novas bases metodolgicas para o mapa
em sala de aula, colocando-o em uma posio de destaque na educao e
formao intelectual dos alunos.
Na inteno de colocar o mapa em posio de destaque, como uma
linguagem grfica para a comunicao e expresso espacial de informaes
-
7/23/2019 Silva_2010
16/103
geogrficas e na busca de superar os limites impostos pelos materiais
disponveis recorre-se utilizao das geotecnologias.
As tecnologias do perodo, principalmente, o computador encanta os
alunos despertando um interesse em interagir com o equipamento. As
geotecnologias (Imagem de Sensor Remoto, GPS, SIG e Softwares) podem ser
apropriadas e contribuir com o processo ensino-aprendizagem de Geografia,
principalmente, quando se adota a linguagem cartogrfica como metodologia
para a construo do conhecimento geogrfico.
As geotecnologias podem contribuir com o desenvolvimento da linguagem
cartogrfica de forma dinmica e mais atrativa, permitindo aos alunos organizar
dados e refletir sobre a melhor forma de represent-los espacialmente. E, ainda,
no ambiente escolar, ampliar os recursos convencionais, como: livro didtico,
lousa, giz e quadro negro.
Percebe-se em alguns estudos a introduo das geotecnologias no ensino
mostrando aspectos relevantes da utilizao em relao aos ganhos de
aprendizagem, mas uma prtica que possa ser difundida e aplicada de forma
mais abrangente ainda no chegou s escolas.
Oliveira (2007) ressalta, tambm, que o resultado das poucas pesquisas
sobre o mapa dificilmente chegam sala de aula e no se transformam
automaticamente em inovaes aplicveis ao trabalho didtico. E aos
professores de ensino fundamental e mdio no lhes so atribudas atividades
de pesquisa, a carga horria est prevista para ministrar aulas ou atividades
diretamente ligadas ao magistrio.
No presente trabalho estes fatos constituem motivos pela opo pelo
mtodo de pesquisa direta com os alunos da unidade escolar de atuao.
-
7/23/2019 Silva_2010
17/103
1.3 Objetivos
Objetivo Geral
A presente pesquisa tem como objetivo geral avaliar situaes de
aprendizagem criadas com alunos dos anos finais do Ensino Fundamental a
partir do uso de geotecnologias no ensino da cartografia na geografia.
Objetivos Especficos
- Criar situaes de aprendizagem embasadas pelos pressupostos tericos da
linguagem cartogrfica;
- Empregar as geotecnologias no desenvolvimento de conceitos da cartografia
bsica e construo de mapas;
- Avaliar as geotecnologias como recursos potencializadores no processo
ensino-aprendizagem da cartografia nos anos finais do Ensino Fundamental.
-
7/23/2019 Silva_2010
18/103
CAPTULO II
CARTOGRAFIA E GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA
1 A Geografia e as geotecnologias
Para a compreenso do mundo atual, globalizado dotado de uma
complexidade jamais vista, necessrio se tornam estudos voltados para a anlise
de relaes mundiais, conhecimentos de espaos cada vez mais remotos,
distantes, informaes em tempo real. Assim, o meio tcnico cientfico-
informacional vigente justifica, tecnicamente, esta proposta.
Na Geografia ocorre uma busca s tecnologias de sensoriamento remoto,
imagens de satlite, e SIG (Sistema de Informao Geogrfica) para a
compreenso e representao do espao. Segundo Fitz (2008) a maior
influncia na pesquisa geogrfica est relacionada chegada das
geotecnologias, principalmente, os SIGs e o Sensoriamento Remoto.
Porm, pode-se assinalar que h estudos que indicam uma limitao
dessas tecnologias quando se propem a construo de representaes
computacionais do espao. Por exemplo, os SIGs so ferramentas fundamentais
para os estudos geogrficos efetuados na tica da geografia quantitativa e
bastante limitadas pelos seguidores da corrente geogrfica inspirada no
materialismo histrico e dialtico.
Cmara, et al (2003) recorrem ao conceito de espao elaborado por Milton
Santos e procuram analisar o potencial de SIG na representao deste espao
entendido como:
Forma, funo, estrutura e processo so quatro termosdisjuntivos associados, a empregar segundo um contexto domundo de todo dia. Tomados individualmente apresentamapenas realidades limitadas do mundo. Considerados emconjunto, porm, relacionados entre si, eles constroem umabase terica e metodolgica a partir da qual podemos discutir osfenmenos espaciais em totalidade.
Na discusso que se segue os autores afirmam que as tcnicas atuais degeoprocessamento no conseguem resolver de forma plena as dualidades
-
7/23/2019 Silva_2010
19/103
forma-funo e estrutura-processo, pois o uso das representaes
computacionais geomtricas e de modelos funcionais sempre implica numa
materializao das noes de espao. Os autores ainda explicitam o que a
tcnica atual de GIS capaz de realizar, pode-se caracterizar adequadamente a
forma de organizao do espao, mas no a funo de cada um de seus
componentes; pode-se ainda estabelecer qual a estrutura do espao, ao modelar
a distribuio geogrfica das variveis em estudo, mas no capturar a natureza
dinmica dos processos de constante transformao da natureza, em
conseqncia das aes humanas. Assim, pode-se afirmar que o
geoprocessamento uma tcnica limitada de representao do espao, segundo
a concepo de espao elaborada por Milton Santos.
Para Silveira (2005) as novas tecnologias, as novas tcnicas de sensores
remotos, geoprocessamento, gerao de SIGs e outros instrumentos podero
alimentar o risco de atualizar o pensamento geomtrico. A concepo de espao
geomtrico questionada pela histria do presente. Esses recursos impem
uma escala de observao e, portanto, uma delimitao dos subespaos
fundamentada na partio do espao como materialidade.
Virilio (1993:23) afirma que a partir de agora assistimos (ao vivo ou no) a
uma co-produo da realidade sensvel na qual as percepes diretas e
mediatizadas se confundem para construir uma representao instantnea do
espao, do meio ambiente. Termina a separao entre a realidade das distncias
(de tempo e espao) e o distanciamento das diversas representaes. A
teleobservao substitui a observao direta dos fenmenos visveis: o
observador no tem mais contato direto com a realidade observada, esta se
realiza por sensores remotos. Tem-se a possibilidade de abranger as mais
distantes e vastas extenses e ao mesmo tempo arriscado j que a ausncia
da percepo imediata da realidade concreta caminha para um desequilbrio
perigoso entre o sensvel e o inteligvel, que s pode provocar erros de
interpretao. Em alguns estudos, no qual se utilizam produtos de sensores
remotos, a teledeteco de algum fenmeno, chega-se a utilizar dados de
sensores em nveis menos elevado de aquisio, por exemplo, fotografias
areas, e estes produtos so considerados como a verdade terrestre. Dessa
-
7/23/2019 Silva_2010
20/103
forma, h a ausncia total da percepo imediata da realidade concreta, sendo
substituda pela fotografia area.
2 - A cartografia, a leitura e a construo de mapas
Simielli (2007) relata algumas definies atribudas cartografia
ressaltando que essa rea sofreu vrias transformaes quanto concepo,
rea de abrangncia, competncia e evoluo tecnolgica. Nas definies nota-
se essa evoluo, pois, primeiramente, a cartografia, em sua definio foi
colocada como disciplina sendo seu objeto a representao da Terra; como arte,
tem na esttica do mapa seu fator primordial; cartografia como tcnica confeco
de mapas. Nos anos de 1970 e 1980 a cartografia definida como teoria, tcnicae prtica de duas esferas de interesse: a criao e uso de mapas. Assim,
somente em 1996 a cartografia aparece preocupada com o usurio do mapa,
com a mensagem transmitida e com a eficincia do mapa como meio de
comunicao.
A preocupao do mapa como meio de comunicao perpassa por uma
reflexo e entendimento do domnio da representao grfica. A representao
grfica segundo Martinelli (2006) integra o sistema semiolgico monossmico, designificado nico. O autor destaca ainda que a tarefa principal da representao
grfica a transcrio das trs relaes fundamentais: de diversidade (#), de
ordem (O) e de proporcionalidade (Q), que se podem estabelecer entre os
objetos por relaes visuais de mesma natureza. Conforme organizado na
Tabela 1.
Tabela 1 Representao grfica e transcrio das relaes fundamentais
OBJETOS RELAOREPRESENTAO
GRFICACultivo de soja, trigo, laranja #
Temperatura quente, morna e fria O
1 kg de caf, 4 kg de caf e 16 kg de caf Q
-
7/23/2019 Silva_2010
21/103
No decorrer dos anos escolares do ensino fundamental e ensino mdio os
alunos tm contatos com mapas, principalmente, inseridos nos livros didticos e
estes so mapas temticos onde os alunos devem exercer a tarefa de l-los e
interpret-los. Castrogionanni (2005) alerta que os alunos s conseguem
interpretar mapas quando sabem como constru-los. E, ainda, Almeida e Passini
(1992) enfatizam que antes do aluno ser um decodificador de mapas ele tem que
ser um codificador. A tarefa da representao grfica dotada de uma
complexidade, assim, faz-se necessrio um encaminhamento de atividades que
permitam aos alunos vivenciarem a tarefa de construir mapas.
A cartografia temtica e a representao grfica so trabalhadas no
ensino superior, no curso de Geografia, mas a proposta curricular da Secretaria
de Educao do Estado de So Paulo (2008) vem propondo a construo de
mapas com a utilizao das variveis visuais at mesmo no ensino fundamental.
Almeida e Passini (1992) definem mapa como uma representao
codificada de um determinado espao real. A informao transmitida por meio
de uma linguagem cartogrfica que se utiliza de trs elementos bsicos: sistema
de signos, reduo e projeo. E ler mapas significa dominar essa linguagem
cartogrfica. As autoras ainda ressaltam a importncia da leitura de mapas, e o
preparo dos alunos para essa leitura, conforme texto abaixo:
E preparar o aluno para essa leitura deve passar por
preocupaes metodolgicas to srias quanto a de se ensinar
a ler e escrever, contar e fazer clculos matemticos. (1992,
p.15)
Na construo de mapas por meio de um recorte espacial prximo
realidade do mapeador (aluno) esta deve ser encaminhada seguindo algumas
etapas sugeridas por Simielli (2007) e aqui simplificadas e com a pretenso de
acrscimo de mais um atributo, a coordenada geogrfica: 1) apreenso geral
dos elementos presentes no recorte; 2) observao, identificao, hierarquia,
seleo, agrupamento na representao. Nessa etapa est se trabalhando com
a estruturao da legenda considerada com certo nvel de dificuldade na
execuo. Dessa forma, proposto um passo a passo: a) observa e identifica os
elementos na foto; b) hierarquiza, seleciona, generaliza e agrupa. 3)
-
7/23/2019 Silva_2010
22/103
identificao da escala, em que escala os elementos se encontram.
Primeiramente, o aluno identifica a medida grfica na foto e posteriormente a
dimenso real: como o recorte espacial prximo da vivncia do mapeador, a
determinao da dimenso real facilitada e possvel. Nesta etapa, o aluno
lana mo da escala cartogrfica, como medida (N = D: d). Sendo possvel
ainda, georreferenciar o mapa com o uso de GPS (Global Positioning System) e
SIG (Sistema de Informao Geogrfica) e orient-lo com os pontos cardeais,
utilizando-se a bssola. Ao executar todas as etapas tem-se um mapa com todos
os seus atributos: legenda, orientao, escala e coordenadas geogrficas.
Simielli (2003) afirma que devemos e podemos utilizar cada vez mais a
cartografia nas aulas de geografia principalmente porque ela proporciona uma
facilidade para a leitura de informaes pelos alunos e possibilita um
conhecimento do espao que somente os alfabetizados cartograficamente
podem usufruir.
Neste contexto, Simielli (1996) prope para alunos de 1 a 4 srie,
atualmente com a mudana de nomenclatura, 1 ao 5 ano, trabalhar
basicamente com alfabetizao cartogrfica, pois o momento da iniciao dos
alunos nos elementos da representao grfica e posteriormente a efetivao da
representao cartogrfica. Esta alfabetizao supe o desenvolvimento das
seguintes noes: 1) viso oblqua e vertical; 2) imagem tridimensional e
bidimensional; 3) alfabeto cartogrfico: ponto, linha e rea; 4) construo da
noo de legenda; 5) proporo e escala e 6) lateralidade, referncias e
orientao espacial. De 5 a 8 srie (6ao 9an o), eventualmente, o aluno ir
trabalhar ainda com alfabetizao cartogrfica, mas j tem condies de estar
trabalhando a anlise/localizao e a correlao. No 2 grau (Ensino Mdio) o
aluno tem condies de trabalhar com anlise/localizao, correlao e com asntese desde que sejam trabalhadas as propostas aqui citadas nas sries
iniciais. Pode-se ressaltar que at mesmo no nvel superior, encontram-se
alunos que no dominam noes aqui citadas.
Considerando-se que no Ensino Fundamental o livro didtico muito
utilizado sero feitas consideraes a respeito do saber cartogrfico que
oferecido aos estudantes. O livro didtico escolhido e adotado na unidade
escolar que ser focalizado nesta dissertao o Projeto Ararib: 5/6 srie
-
7/23/2019 Silva_2010
23/103
Geografia, obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora
Moderna; editora responsvel Virgnia Aoki 1. ed. So Paulo. Moderna, 2006.
O livro inicia-se com a categoria Paisagem abordando-a com diversas
imagens de vrias localidades brasileiras: Belo Horizonte (rea urbana), Joo
Pessoa (litoral), Paran (rea de plantio de trigo), Rio de Janeiro (rea de
favela). H tambm a insero da categoria Espao Geogrfico sendo este
constitudo por muitos lugares com diferentes paisagens, destaca-se tambm
que o espao produzido e modificado pelo trabalho humano e pela natureza.
O exerccio proposto centra-se em atividade oral na qual a resposta dos
alunos relaciona-se ao gosto pessoal, a descrio, identificao com a paisagem
prxima, identificao das alteraes provocadas pela natureza ou pelo homem.
A proposta curricular da SEESP/2008 inicia-se tambm com a categoria
Paisagem.Sugere-se num primeiro momento recuperar o repertrio dos alunos
sobre o conceito por meio de perguntas simples: O que paisagem?, A natureza
faz parte das paisagens? e as obras humanas?, Todas as obras humanas que
aparecem nas paisagens foram produzidas ao mesmo tempo? Quais as mais
antigas e mais recentes?
A proposta segue-se organizada em etapas, assim a etapa 1 consiste na
observao e representao da paisagem. Solicita-se dos alunos o desenho de
alguma paisagem. Desenho feito, solicitado aos alunos uma anlise
considerando as seguintes questes: 1- Quais elementos naturais esto
presentes? Dede quando eles existem? Quais foras o produziram? 2 Quais
elementos construdos esto presentes? Desde quando eles existem? Quais
foras o produziram? Para que eles servem?
Assim, tanto o livro didtico adotado pela unidade escolar quanto
proposta curricular sugerem de incio algo praticamente igual, apesar daproposta inserir, como segui abaixo, noes sobre a tecnologia de
sensoriamento remoto no estudo da paisagem introduzindo assim uma inovao,
o material que chega ao aluno caderno do aluno - consideravelmente
simples, no apresentando nenhuma novidade de abordagem, e ainda, se
informaes no fossem dadas ao professor nem ele mesmo teria condies de
resolver exerccio proposto. Portanto, a contribuio de mais esse material
mnima ou nula e com informaes sobre a tecnologia de sensoriamento remotoequivocadas.
-
7/23/2019 Silva_2010
24/103
Nessa pesquisa sugere-se que a categoria Paisagem seja trabalhada
tambm por meio da construo de mapas. Pode-se construir um mapa, com
seus elementos/atributos, de um recorte espacial do municpio da realidade
prxima do aluno. Assim, possvel responder as indagaes atreladas
realidade do aluno, fugindo da descrio das figuras inseridas tanto no livro
didtico quanto na proposta curricular e ainda, consegue-se a insero do aluno
no contexto a ser analisado possibilitando atitudes comprometidas com a
realidade. O recorte espacial do municpio pode ser adquirido via internet, as
imagens capturadas do Google Earth de fcil acesso e tambm imagens TM,
IKONOS, CBERS apresentam uma possibilidade na realizao desta proposta.
O caderno do aluno para o 7ano, vol. 2 apresenta atividades com mapa,
em que a tarefa do aluno consiste em realizar seu prprio agrupamento (dados
sobre o coeficiente de mulheres de 15 a 17 anos que tiveram filhos) colorir a
legenda utilizando-se da varivel visual valor.
O livro didtico apresenta vrios mapas temticos, mas no apresenta
nenhuma proposta de construo de mapa. E a representao inserida
passvel de crticas at mesmo pelos alunos do 7a no, sujeitos dessa pesquisa
que esto se iniciando na tarefa da construo da representao grfica.
3 O ensino e as tecnologias
A utilizao de tecnologias aliadas ao processo ensino-aprendizagem
requer condies tcnicas e formao slida e crtica dos profissionais da
educao sobre as possibilidades de uso para uma melhoria do ensino. H um
chamado s mudanas e prticas inovadoras so solicitadas a todo o momento
pelo nosso tempo atual. Tudo tem que ser rpido, mas o processo no se efetivainstantaneamente. As mudanas nas prticas escolares esto comprometidas
com o longo perodo de prticas centradas no falar/ditar do mestre, na escrita,
manuscrita do aluno.
certo que a escola uma instituio que h cinco mil anosse baseia no falar/ditar do mestre, na escrita manuscrita doaluno e, h quatro sculos, em um uso moderado da impresso.Uma verdadeira integrao da informtica (como audiovisual)supe, portanto, o abandono de um hbito antropolgico mais
milenar, o que no pode ser feito em alguns anos. Lvy(1999:8)
-
7/23/2019 Silva_2010
25/103
Na proposta de mudanas, de insero de procedimentos pedaggicos
inovadores deve-se ter a cincia de que prticas existentes no passado
permanecem e atuam no presente e tambm se projetam no futuro. No se pode
afirmar que prticas milenares no mais existiro no futuro em funo da
tecnologia presente, principalmente, quando constatado que o formato da sala
de aula hoje (carteiras enfileiradas e quadro verde) o mesmo h 40 anos.
Porm, como afirma Dertouzos (1997) no porque no tivemos saltos
decisivos na educao que nos manteremos com as mesmas prticas, que
continuaremos utilizando mtodos ultrapassados, desgastados e assim evitando
mudanas.O autor tambm afirma que prefervel o professor ter uma prtica
antiga, a adotar de forma acrtica a tecnologia da informtica, movido pelodeslumbramento e af em ser moderno, com um pressuposto exagerado de que
a tecnologia provocar a exploso de milhares de mtodos sensacionais.
Dessa forma, o autor sugere que devemos utilizar o que sabemos ser
eficiente e testar novas idias em profundidade, ativamente, num nmero
pequeno de estudantes em especial porque as abordagens promissoras da
World Wide Web (www) exigem uma avaliao. Para ele, o Mercado de
Informao que um mercado comunitrio do sculo XXI, onde as pessoas ecomputadores podem comprar, vender e trocar livremente informaes e
servios informticos, est destinado a criar novas abordagens, capazes de
melhorar de verdade o ensino.
Belloni (1998) ressalta duas caractersticas contraditrias da realidade
atual: a existncia de um mundo cada vez mais aberto, povoado por mquinas
que lidam com o saber e o imaginrio e a permanncia de escolas apegadas
ainda aos espaos fechados do prdio, da sala de aula, do livro didtico, dos
contedos curriculares extensivos, defendendo-se da inovao.
Neste sentido pode-se dizer que mais do que a defesa da escola
inovao h uma ausncia, como afirma Kenski (2003), de orientao de cada
instituio de ensino em seu projeto pedaggico, definindo a relevncia a ser
dada ao uso das novas tecnologias. Na sociedade da informao ocorrem
algumas exigncias segundo Kenski (2003) tais como, um novo tempo, um novo
espao e outras maneiras de pensar e fazer educao.
-
7/23/2019 Silva_2010
26/103
Perrenoud (2000) afirma que as novas tecnologias podem reforar a
contribuio dos trabalhos pedaggicos e didticos contemporneos, pois
permitem a criao de situaes de aprendizagens ricas, complexas e
diversificadas. O autor cita ainda dez (10) famlias de competncias associando-
as a uma necessidade coerente com o novo papel do professor, com a evoluo
da formao contnua, com as mudanas da formao inicial, com as ambies
das polticas educativas. Eis as 10 famlias: 1 Organizar e dirigir situaes de
aprendizagem; 2 Administrar as situaes de aprendizagens; 3 Conceber e
fazer evoluir os dispositivos de diferenciao; 4 Envolver os alunos em suas
aprendizagens e em seu trabalho; 5 Trabalhar em equipe; 6 Participar da
administrao da escola; 7 Informar e envolver os pais; 8 Utilizar novas
tecnologias; 9 Enfrentar os deveres e os dilemas ticos da profisso; 10
Administrar sua prpria formao contnua.
Dessas famlias de competncias, de forma mais explicita, so
apropriadas nesse trabalho as duas seguintes: organizar e dirigir situaes de
aprendizagem e utilizar novas tecnologias. A primeira competncia pressupe a
prtica de uma pedagogia diferenciada na qual o professor domine
verdadeiramente as situaes de aprendizagem. Um professor ciente que no
atinge todos os alunos em uma aula magistral e com realizao de exerccios
propostos. Esta situao de aprendizagem no suficiente para que todos
aprendam.
A elaborao de exerccios pelo professor e a possibilidades destes serem
realizados em ambientes diferenciados, tais como: sala de informtica, outros
espaos e/ou espaos do entorno da escola possibilita aos alunos uma
diversidade, assim fugindo da padronizao e valorizando situaes de
aprendizagem para cada um de seus alunos.A utilizao de novas tecnologias nas prticas pedaggicas garante um
ambiente de aprendizagem diferenciado. Porm, h uma necessidade de
apropriao conceitual e tcnica do professor, uma reflexo sobre os possveis
malefcios e benefcios da utilizao desses recursos.
Takahashi (2000) afirma que nos trs nveis de ensino formal, so raras
as escolas pblicas e poucas as particulares que se utilizam da informtica em
suas disciplinas. O professor universitrio at o que usa as redes para suas
-
7/23/2019 Silva_2010
27/103
pesquisas poucos utilizam as tecnologias da informao e da comunicao
como meio para aumentar a eficcia do processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Perrenoud (2000) a escola no pode ignorar o que se passa no
mundo. As novas tecnologias da informao e da comunicao transformam
espetacularmente no s nossas maneiras de comunicar, mas tambm de
trabalhar, de decidir, de pensar. Pode-se acrescentar aqui a maneira tambm de
aprender e ensinar.
H ainda a necessidade em realizar nas escolas um uso das novas
tecnologias, centrada no computador e Internet, alm dos usos que se realizam
em outros espaos. Perronoud (2000) ressalta que a verdadeira incgnita
saber se o professor vai apoderar-se das tecnologias para ministrar aulas cada
vez mais ilustradas, apresentando em uma tela um showpor meio da multimdia
disponvel para uma platia de espectador passivo ou pouco participativo, j que
a apresentao requer um pblico para assistir. Pode-se dizer aqui que os
recursos so incorporados, mas a essncia da prtica centrada no professor,
ainda permanece. Ou o professor vai apropriar se da tecnologia para a mudana
de paradigma, concentrando-se na criao de novas situaes e ambientes de
aprendizagem.
4 As teorias de aprendizagem, a geografia e a cartografia
Para a construo do conhecimento geogrfico, deve-se considerar a
ao como elemento indispensvel. Assim, situaes de aprendizagem que
requerem cada vez mais a ao, a participao do aluno, como sujeito ativo de
seu processo de formao, constituem-se em elementos mediadores para a
construo de conceitos e do conhecimento geogrfico.Vygotsky distinguiu segundo Oliveira (2003) dois tipos de elementos
mediadores: os instrumentos e os signos, ressaltando que o uso dos mediadores
amplia a capacidade de ateno e memria. Sendo, ainda, esse processo de
mediao fundamental para o desenvolvimento das funes psicolgicas
superiores.
Os signos so interpretveis como representao da realidade e podem
referir-se a elementos ausentes do espao e do tempo presentes. Para Piaget(2003) a representao pode evocar objetos ausentes pela imagem ou por um
-
7/23/2019 Silva_2010
28/103
sistema de signos. Sendo que a representao s se manifesta concomitante
aos progressos da linguagem.
Considerando os estudos de Rimat, Vigotski (2008:67) considera que a
verdadeira formao de conceitos excede a capacidade dos pr-adolescentes e
s tem incio no final da puberdade. Afirma ainda que as crianas podem
entender e realizar tarefas experimental muito antes de completarem doze anos
de idade; no entanto, at completarem essa idade, so incapazes de formar
novos conceitos.
A formao de conceitos o resultado de uma atividade complexa, em
que todas as funes intelectuais bsicas tomam parte. No entanto, o processo
no pode ser reduzido associao, ateno, formao de imagens,
inferncia ou s tendncias determinantes. Tambm a memorizao de palavras
e sua associao com os objetos no leva, por si s, formao de novos
conceitos.
Assim, para o autor a formao de conceitos passa por trs fases bsicas:
agregao desorganizada, pensamento por complexo e pensamento conceitual.
Estas fases so transpostas seguindo alguns estgios.
Vigotski (2008:98-99) em experimentos demonstra que somente o
domnio da abstrao, combinado com o pensamento por complexos em sua
fase mais avanada, permite criana progredir at a formao dos conceitos
verdadeiros. E destaca tambm que o adolescente formar e utilizar um
conceito com muita propriedade numa situao concreta, mas achar
estranhamente difcil expressar esse conceito em palavras, e a definio verbal
ser, na maioria dos casos, muito mais limitada do que seria de esperar a partir
do modo como utilizou o conceito.
Assim, o desenvolvimento dos conceitos, est atrelado aodesenvolvimento de muitas funes intelectuais, tais como: ateno deliberada,
memria lgica, abstrao, capacidade para comparar e diferenciar. O professor
que tenta transmitir um conceito pronto para o aluno, geralmente, a sua prtica
se resume a um verbalismo vazio. O ensino direto do conceito impossvel e
improdutvel.
Os conceitos desenvolvidos de diferena e semelhana quando
analisados chegou-se a seguinte concluso: a conscincia da semelhanapressupe a formao de uma generalizao, ou de um conceito, que abranja
-
7/23/2019 Silva_2010
29/103
todos os objetos que so semelhantes, ao passo que a conscincia das
diferenas no exige tal generalizao. Assim, o desenvolvimento do conceito de
diferena envolveria menos funes intelectuais.
Essa concluso consiste em um fator importante a considerar quando se
prope aos alunos de 6 e 7ano do Ensino Fundamen tal a atividade de
construo de mapa. Uma das etapas dessa atividade consiste na estruturao
da legenda, considerada por Simielli (2007), bastante problemtica, j que para a
execuo so necessrias algumas noes tais como: observao, identificao,
hierarquia, seleo e agrupamento na representao. Assim, se o mapa a ser
construdo tem como base uma foto, inicia-se com a observao e identificao
dos elementos presentes na foto e em seguida realiza-se a tarefa de
hierarquizar, selecionar, generalizar e agrupar. Para obter xito nessa etapa o
aluno necessitar que o conceito de semelhana esteja desenvolvido.
Para Meirieu (1998) a aprendizagem eficiente realiza-se quando o sujeito
dispe de materiais e instrumentos: domnio da lngua, conceitos, informaes,
etc. e realiza operaes mentais: deduo, anlise, sntese, etc.
Castellar (2006:48) ressalta que ensinar Geografia articular o
conhecimento geogrfico na dimenso do fsico e do humano, superando as
dicotomias, utilizando a linguagem cartogrfica com o intuito de valorizar a
geografia escolar significativa com a finalidade de compreender e relacionar os
fenmenos estudados. Assim, percebe-se uma valorizao da linguagem
cartogrfica. Em situao real de sala de aula percebe-se que a cartografia se
desenvolve, de forma geral, somente com a introduo de mapas e com
propostas de atividades restritas a tarefas em que o aluno trabalha somente com
a localizao, assim centra-se, em termos de aprendizagem, informao e no
atinge ao segundo estgio, ao das operaes mentais: deduo, anlise, sntesee outras.
O presente trabalho prope a introduo de recursos tecnolgicos a
serem utilizados como ferramentas do fazer de forma mais interessante, rpida e
estimulante e no uma condicional aprendizagem. O uso de recursos
tecnolgicos declaradamente, em qualquer ambiente, um acelerador do fazer.
No mbito escolar do refazer tambm, contribuindo dessa forma, de modo mpar
com processo ensino-aprendizagem. Sendo o recurso tecnolgico um mediador
-
7/23/2019 Silva_2010
30/103
do processo ensino-aprendizagem e este permitindo ampliar a memria e
ateno.
5 O ensino de Geografia e as geotecnologias
Comes, 2002 citado por Silva, 2007 faz uma afirmao sobre a geografia
escolar e as mudanas que a disciplina ter que observar,
La geografia escolar es uma de las disciplinas que mayorescambios tendr que observar para adaptarse a la sociedad red,de entornos multimedia, de multiidentidades y de realidadesmultiescalares del siglo XXI. Los profundos cambios en los
entornos sociales y tecnolgicos afectan las representacionessociales-espaciales de los alumnos, as como al contenido delos programas de la geografia escolar, a las estrategiasdidticas, a la propia concepcin y funcin del conocimientoescolar.
Neste contexto, segundo Lvy 2000 os estudantes podem participar de
conferncias eletrnicas desterritorializadas nas quais intervm os melhores
pesquisadores de sua disciplina.
No mbito da cincia geogrfica, pode-se discutir esta questo da
desterritorizao sendo entendida, principalmente, por Haesbaert como mito.
Segundo este autor o que ocorre nos tempos permeados pelas tecnologias a
formao de novos territrios com um contedo imaterial muito grande. Assim,
realmente as grandes mudanas sociais e tecnolgicas suscitadas por Comes
(2002) afetam os contedos do programa da geografia como citado, a categoria
territrio que, conceitualmente, ganha outros elementos com a histria do
presente. Esses elementos devem ser inseridos para que a categoria no perca
seu potencial de contribuio para entender o mundo atual.
Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino
Fundamental, a Geografia uma rea do conhecimento comprometida em tornar
o mundo compreensvel para os alunos. Dentro desse objetivo, o espao deve
ser o objeto central de estudo, e as categorias territrio, regio, paisagem e
lugar devem ser abordadas como seu desmembramento.
A compreenso do mundo atual, global exige recursos que dem conta
tambm de explic-lo com um acompanhamento das transformaes em escala
-
7/23/2019 Silva_2010
31/103
local, mundial e at mesmo planetria. O perodo tcnico cientfico-informacional
autoriza a possibilidade de compreenso do mundo real, atual e globalizado. As
geotecnologias entendidas como conjunto de tecnologias para coleta,
processamento, anlise e disponibilizao de informao com referncia
geogrfica constituem ferramentas indispensveis para concretizao desta
proposta.
Nesse trabalho consideram-se geotecnologias, com possibilidades reais
de aplicao no ensino de Geografia, as seguintes: GPS (Global Positioning
System), imagens de SERE (Sensoriamento Remoto) e SIG (Sistema de
Informao Geogrfica).
Kenski (2003) ressalta que um domnio bsico do conhecimentotecnolgico e de sua aplicao s atividades de ensino leva a uma tomada de
conscincia das especificidades das tecnologias, de seus limites e
precariedades. H uma libertao do excessivo otimismo pedaggico que chega
at mesmo ao delrio pedaggico ao acreditar que o uso do computador na
educao representaria a soluo para todos os problemas educacionais. Assim,
no ensino de geografia, o domnio, o conhecimento bsico das tecnologias de
SIG, SERE e GPS constituem a base para a reflexo sobre as possibilidades de
insero destas nas prticas pedaggicas da disciplina.
Nos livros didticos do Ensino Fundamental e Ensino Mdio, todas as
geotecnologias citadas acima so contempladas. Essas tecnologias tm por
essncia a caracterstica dinmica, mas quando inseridas no livro didtico
perdemconsideravelmente a sua caracterstica essencial. Entretanto, demonstra
que de alguma forma, h uma relao entre o ensino de Geografia e as
geotecnologias, porm ainda no explicitada em uma atividade prtica.
Seguem alguns livros didticos que retratam a contemplao das
geotecnologias, tais como, 1 - O livro didtico, GEOGRAFIA PESQUISA E
AO dos autores Angela Corra Krajewski, Raul Borges Guimares e Wagner
Costa Ribeiro, Editora Moderna, Volume nico, Ensino Mdio, contempla a
geotecnologia, imagem de sensor remoto na capa citada como Foto: Vista de
satlite de Houston, Texas, EUA CID. Apresenta, do ponto de vista da
tecnologia de sensoriamento remoto, uma impropriedade, o termo correto
imagem de sensor remoto estando ele nos diferentes nveis de aquisio (areo
-
7/23/2019 Silva_2010
32/103
ou espacial). Entretanto a expresso imagem de satlite, utilizada at mesmo
por especialistas em sensoriamento remoto quando tem como alvo a educao,
o ensino. ; 2 GEOGRAFIA dos autores Lucia Marina Alves de Almeida e
Trcio Barbosa Rigolin, Editora tica, Volume nico, Ensino Mdio. Esse livro
contempla algumas geotecnologias em textos, destacando que o avano
tecnolgico permitiu um grande progresso e muita preciso na elaborao de
mapas, tais como, aerofogrametria, sensoriamento remoto, geoprocessamento
(SIG - Sistema de Informao Geogrfica). Este livro tambm contempla, em
formato de texto, a geotecnologia, GPS. Apresenta uma nica ilustrao de SIG
com referncia ao INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais). Nos textos h um
encadeamento de informaes sobre as geotecnologias, mas no apresenta
nenhuma proposta de relao dessas com o ensino de Geografia.
Em um livro didtico para o ensino mdio, inclusive a capa apresenta uma
imagem de um sensor remoto, percebe-se que h tambm, em livros didticos, o
uso da imagem somente pelo uso, em todo o livro no h meno e ilustrao
das geotecnologias. Em um captulo em que trata os temas: mercado mundial,
as transnacionais e a utilizao das inovaes tecnolgicas, a pgina conta com
uma ilustrao com a seguinte referncia Figura 4 Paciente sendo submetido a
uma tomografia computadorizada, tcnica de mapeamento do crebro para
identificar eventuais problemas neurolgicos e/ou circulatrios. Pode-se dizer
que h a perda da oportunidade em utilizar ilustraes das tecnologias com mais
afinidades com a educao e de forma especfica com a Geografia, tais como, o
mundo em rede, fluxos comerciais sendo autorizados pela existncia da Internet,
o mundo interligado facilitando conexes e aumentando os fluxos. Deve-se,
ainda, considerar que o texto encaminha o assunto para as gigantes da indstria
qumica e farmacutica, justificando assim a presena da ilustrao da Figura 4do livro em questo.
6 - O Sensoriamento Remoto, o SIG, o software Philcartoe o GPS
Florenzano (2007) define sensoriamento remoto como sendo a tecnologia
que permite a obteno de imagens e outros tipos de dados, da superfcie
terrestre, por meio da captao e do registro da energia refletida ou emitida pelasuperfcie.
-
7/23/2019 Silva_2010
33/103
Por meio dessa tecnologia, obtm-se dados dos alvos (sensoriamento) e
sem contato fsico entre o sensor e o alvo (remoto).
O INPE desenvolve um Programa intitulado EducaSERE. Neste Programa
h o Projeto Educa SEREIII que prope a elaborao de Carta Imagem paraEnsino de Sensoriamento Remoto, com o objetivo de criar sries de cartas
imagens, abordando vrias aplicaes de sensoriamento remoto na rea de
recursos naturais, de tal forma que formem uma coleo para serem utilizadas
como material didtico.
O projeto tem como objetivos especficos: disponibilizar, a baixo custo,
para comunidade em geral, dados de sensoriamento remoto dedicado rea de
recursos naturais; difundir o uso de dados de sensoriamento remoto como
recurso didtico, nas disciplinas de cincia e geografia; tornar acessvel, de
forma ampla e a baixo custo, material didtico para o ensino de sensoriamento
remoto e de recurso naturais.
oferecido tambm pelo INPE um curso anual sobre O uso de
sensoriamento Remoto como recurso didtico nos ensinos fundamental e
mdio. O curso tem por objetivo geral capacitar os docentes dos ensinos
fundamental e mdio, na utilizao de dados de sensoriamento remoto como
recurso didtico. E como objetivos especficos: disseminar a tecnologia de
sensoriamento remoto na educao escolar; incentivar o desenvolvimento de
novas metodologias de ensino e tornar acessvel, de forma ampla e a baixo
custo, material didtico para o ensino de sensoriamento e de recursos naturais.
Santos (2000) afirma que entre outras disciplinas com possibilidades de
utilizar imagens de satlite, no ensino de geografia que a utilizao desserecurso permite identificar e relacionar elementos naturais e scioeconmicos
presentes na paisagem tais como serras, plancies, rios, bacias hidrogrficas,
matas, reas agricultveis, industriais, cidades.., bem como acompanhar
resultados da dinmica do seu uso, servindo portanto como um importante
subsdio compreenso das relaes entre os homens e de suas conseqncias
no uso e ocupao dos espaos e nas implicaes com a natureza.
-
7/23/2019 Silva_2010
34/103
Fitz (2008) destaca que o sensoriamento remoto a tecnologia que
fornece grande parte dos dados para o estudo dos fenmenos espaciais e que a
maioria dos pacotes de SIG possui mdulos para o tratamento de imagens.
O SIG definido por Fitz (2008) como um sistema constitudo por umconjunto de programas computacionais, o qual integra dados, equipamentos e
pessoas com o objetivo de coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e
analisar dados espacialmente referenciados a um sistema de coordenadas
conhecidas. Apresentando ainda as seguintes funes: aquisio e edio de
dados; gerenciamento do banco de dados; anlise geogrfica de dados e
representao de dados.
O SIG, bastante utilizado nos trabalhos cientficos e em anlises espaciais
diversas, congrega opinies no convergentes a respeito de seu uso na
Geografia. De um lado acredita-se que o uso do SIG uma nova forma de fazer
Geografia, espacializando e referenciando as informaes trabalhadas e, de
outro lado, afirma-se que este sistema no traz inovaes e tem sido mais usado
para tornar o trabalho visualmente mais organizado e esteticamente mais
apresentvel.
Quanto ao SIG utilizado no ensino de Geografia destaca-se a tese
desenvolvida por Anglica Di Maio (2004), intitulada Geotecnologias digitais no
ensino mdio: avaliao prtica de seu potencial. Entre outros, nesse trabalho
foi simplificado o SIG, SPRING desenvolvido pelo INPE e disponvel
gratuitamente pela Internet. Como o SIG alimentado por um banco de dados
com imagens georrefenciadas possvel trabalhar contedos da geografia
escolar. Com um passar de mousetem-se a coordenada geogrfica ou plana de
uma localidade de forma dinmica. Anlise de transformaes ocorridas por
meio de imagens temporais utilizando-se do recurso acoplagem do SIG.
possvel construir mapas e calcular distncias e reas.
Ainda, no mbito escolar, pode-se apropriar do software Philcarto para
elaborao de mapas temticos e utilizar o GPS para georreferenci-los.
Girard (2008) faz uma explanao sobre o software Philcarto, afirmando
que um programa desenvolvido pelo gegrafo francs Philippe Waniez e est
-
7/23/2019 Silva_2010
35/103
disponvel em quatro idiomas: francs, ingls, espanhol e portugus. O software
no um sistema de informaes geogrficas, sendo assim no possui sistema
de georreferenciamento. um programa gratuito que pode ser conseguido
atravs de dowload no site http://philcarto.free.fr. Alm do Philcarto, tambm
disponibilizados no mesmo site alguns programas que auxiliam na elaborao de
base cartogrfica, como por exemplo, o Phildigit.
O princpio bsico de funcionamento do Philcarto o cruzamento de uma
base de dados com uma base cartogrfica, ambos livremente
elaborados/adaptados pelos usurios do programa. As bases de dados podem
ser elaboradas em qualquer planilha eletrnica e devem estar em formato texto
separado por tabulaes. J as bases cartogrficas devem estar em formato .ai(adobe ilustrator), contudo tambm podem ser elaboradas com o programa
Phildigit, tambm de autoria do Prof. Wainez. A juno entre os dados e a base
cartogrfica realizada pelo Philcartoatravs de cdigos atribudos s unidades
espaciais nessas duas bases.
Como o software no possui sistema de georreferenciamento, o GPS
pode contribuir para sanar essa lacuna. O GPS um aparelho que permite, entre
outras funes, identificar a coordenada geogrfica ou plana de uma localidade,indica uma localidade registrada no aparelho e identifica tambma altitude.
O GPS utilizado em atividades no ensino de geografia restringiu-se a
coleta de coordenadas geogrficas de alguns locais no entorno de uma escola
segundo exerccios propostos por Di Maio (2004). Porm, com o aparelho, com a
tecnologia GPS possvel realizar outras atividades tais como coleta de uma
coordenada e localizao da mesma em uma imagem de sensor remoto
georreferenciada, construo de mapa com o atributo, coordenada geogrfica.
7 - Polticas pblicas e a introduo das TICs nas escolas
Belloni (2002) levanta o seguinte questionamento Por que urgente
integrar as TICs (Tecnologias da Informao e Comunicao) nos processos
educacionais? Simplesmente porque elas j esto presentes e influentes em
todas as esferas da vida social, cabendo escola, especialmente escola
-
7/23/2019 Silva_2010
36/103
pblica, atuar no sentido de compensar as terrveis desigualdades sociais e
regionais que o acesso desigual a estas mquinas est gerando.
Nesse sentido, h a urgncia de polticas pblicas que venham contribuir
para minimizar mais uma desigualdade que se estabelece - os com e os semacesso s tecnologias de informao e comunicao. As pesquisas indicam que
38% dos estudantes tm acesso Internet. Estudantes de escolas privadas e
instituies de ensino superior atingem 80% em acesso, percentual de pases
desenvolvidos. J estudantes de escolas pblicas de ensino fundamental e
mdio atingem um percentual de 17,2% e 37,3% respectivamente.
Em 15 de dezembro de 1999 foi institudo pelo Decreto Presidencial n
3.294 o Programa Sociedade da Informao (SocInfo) com um aporte derecursos previstos de R$3,4 bilhes, sendo coordenado pelo Ministrio da
Cincia e Tecnologia (MCT).
O objetivo do Programa SocInfo consiste em integrar, coordenar e
fomentar aes para a utilizao de tecnologias de informao e comunicao
de forma a contribuir para a incluso de todos os brasileiros na nova sociedade.
O Programa se desdobra em sete grandes linhas de ao:
1 Mercado de trabalho e oportunidades2 - Universalizao de servios e formao para a cidadania
3 - Educao na sociedade da informao
4 Contedos e identidade cultural
5 Governo ao alcance de todos
6 P&D, tecnologias-chaves e aplicaes
7 Infra-estrutura avanada e novos servios
Neste trabalho esmia somente a linha de ao 3 Educao na
sociedade da informao, dada a pertinncia da pesquisa em questo. Assim, os
seguintes pontos sero apoiados pelo Programa: apoio aos esquemas de
aprendizado, de educao continuada e a distncia baseado na Internet e em
redes, atravs do fomento s escolas, capacitao dos professores, auto-
aprendizado e certificao em tecnologias de informao e comunicao em
longa escala, implantao de reformas curriculares visando ao uso de
-
7/23/2019 Silva_2010
37/103
tecnologias de informao e comunicao em atividades pedaggicas
educacionais, em todos os nveis da educao formal.
A implantao do Programa contempla trs estgios:
1 Elaborao de uma proposta preliminar do documento intitulado Sociedade
da Informao no Brasil Livro Verde. A elaborao deste contar com a
participao de mais de uma centena de especialistas oriundos do setor
acadmico, do setor privado e do governo em trabalho conjunto.
2 Lanamento do Livro Verde, ampla divulgao e discusso com toda a
sociedade brasileira. Prev ampla consulta pblica e o lanamento de editais de
estudos preliminares, projetos de tecnologia e prottipos de aplicaes em rede
de alta velocidade.
3 Lanamento do Plano Definitivo a publicao Sociedade da Informao no
Brasil Livro Branco proposta que dever ser o guia das aes do Programa
bem como um instrumento de apoio s formulaes de polticas do Governo
Federal para as reas de computao, comunicao e contedos.
Em 9 de abril de 1997 o Ministrio da Educao criou pela Portaria n 522
o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) um programa
educacional com o objetivo de promover o uso pedaggico de informtica na
rede pblica de ensino fundamental e mdio.
desenvolvido pela Secretaria de Educao a Distncia (SEED), por
meio do Departamento de Infra-Estrutura Tecnolgica (DITEC), em parcerias
com as Secretarias de Educao Estaduais e Municipais.
Em cada Unidade da Federao existe uma Coordenao Estadual do
ProInfo, com o objetivo principal de introduzir o uso das tecnologias de
informao e comunicao nas escolas da rede pblica, alm de articular as
atividades desenvolvidas sob sua jurisdio, em especial as criaes dos
Ncleos de Tecnologia Educacional (NTEs).
-
7/23/2019 Silva_2010
38/103
Tabela 1 Escolas com Laboratrios de Informtica
ANO TOTAL DE ESCOLASPBLICAS
QUANTITATIVO %
1998 215.130 13.048 6,07%
1999 217.379 16.793 7,732000 217.420 19.169 8,82
2001 218.383 21.269 9,74
2002 214.189 24.472 11,43
2003 211.933 27.749 13,09
2004 210.094 45.931 21,86
2005 207.234 33.226 16,03
2006 - 22.668 -
Fonte: Censo Escolar INEP
Tabela 2 Escolas conectadas Internet
ANO TOTAL DE ESCOLAS
PBLICAS QUANTITATIVO%
1999 217.379 7.699 -
2000 217.420 15.079 3,54
2001 218.383 22.070 6,942002 214.189 28.093 10,24
2003 211.933 33.429 13,12
2004 210.094 41.178 15,77
2005 207.234 169.206 19,60
2006 - 31.101 -
Fonte: Censo Escolar INEP
-
7/23/2019 Silva_2010
39/103
Tabela 3 Quantidade de microcomputadores
ANO QUANTIDADE DE MICROCOMPUTADORES
1998 177.927
1999 237.131
2000 296.357
2001 351.511
2002 415.810
2003 489.857
2004 563.521
2005 601.830
2006 659.056
2007 399.022Fonte: Censo Escolar INEP
Os dados das tabelas permitem chegar a uma idia de como,
quantitativamente, encontram-se as escolas pblicas em relao ao laboratrio
de informtica e o acesso Internetassim 11,85% das escolas tem laboratrio
de informtica e 11,54% das escolas esto conectadas Internet. O projeto
completou em 9/4/2007 dez anos e apresenta um quantitativo de pouco mais de
10% de possibilidade do uso pedaggico da informtica na rede pblica de
ensino fundamental e mdio. Pode-se citar mais um agravante as condies
precrias dos laboratrios, com computadores ultrapassados e quantidade
insuficiente, comprometendo o uso efetivo dos equipamentos para fins
pedaggicos.
Pode-se observar, ainda, que em dez anos o programa de promover o uso
pedaggico da informtica atinge pouco mais de 10% das escolas pblicas.
Assim, nesse ritmo, em 100 anos o programa atingir 100% das escolas.
A SEE, atravs da Resoluo 037 de 25/04/2008, cria o Programa Acessa
Escola que visa proporcionar a apropriao das tecnologias da informao e
comunicao a partir das salas de informtica das escolas estaduais para a
incluso digital. O programa foi desenvolvido pelas Secretarias de Estado da
Educao e de Gesto Pblica, sob a coordenao da Fundao para o
Desenvolvimento da Educao FDE. Este tem por objetivo promover a incluso
digital e social dos alunos, professores e funcionrios das escolas da rede
-
7/23/2019 Silva_2010
40/103
pblica estadual. Por meio da Internet, possibilitar aos usurios o acesso s
tecnologias da informao e comunicao para a construo do conhecimento e
o fortalecimento social da equipe escolar.
O programa ainda recente, mas j chegou a UE. Esta recebeu onze (11)computadores no 1 sem/2009 para o laboratrio de informtica. So mquinas
locadas: quando apresentarem qualquer defeito a escola no poder solucionar
o problema, devendo-se entrar em contato com a Educat. Percebe-se nas
informaes sobre o programa o delrio pedaggico em relao tecnologia
citado por Kenski (2003). Por meio da Internet, como chegar construo do
conhecimento se h apenas onze mquinas para 30 a 40 alunos usarem, com
conexo muito lenta ou com a limitao de que a pgina solicitada no pode serexibida.
-
7/23/2019 Silva_2010
41/103
CAPTULO III
MATERIAIS E PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
O professor um pesquisador emservio. Aprende com a prtica e apesquisa e ensina a partir do queaprende. Realiza-se aprendendo-pesquisando-ensinando-aprendendo.O seu papel fundamentalmente ode um orientador/mediador
(Jos Manuel Moran)
3.1 Caracterizao da escola
A escola EE Prof. Francisco Lopes de Azevedo possui aproximadamente
1.000 alunos matriculados, e funciona nos trs perodos, atendendo desde a 1
srie (2 ano) do ciclo I at a 3 srie do Ensino Mdio. A Unidade Escolar (UE)
est localizada na zona sul de So Jos dos Campos, no bairro Jardim Satlite
conforme a Figura 1.
O bairro constitui um setor de grande populao com 25.794 habitantes,
com taxa de crescimento negativa na ltima dcada. Predomina a populaoadulta e o percentual de idosos elevado. A taxa de desemprego inferior
mdia da cidade e o nvel de escolaridade superior. Embora a maior parte da
populao esteja ocupada no setor de servios, o comrcio e a indstria tambm
absorvem parcelas importantes. As classes de consumo que mais ocorrem so
as B e C, classes com renda familiar entre R$2.804,00 a R$ 1.699,00 e R$
927,00. Com relao aos aspectos habitacionais, tanto a distribuio quanto ao
tipo de domiclio quanto forma de ocupao seguem no setor o padro dacidade, com a predominncia de domiclios prprios e uma configurao
horizontal, ainda que com percentual de apartamentos um pouco mais elevado
que o geral. O bairro caracteriza-se por ser uma grande Zona Mista, onde
convivem os usos residenciais, comerciais e de servios. Tem como diferencial o
fato de apresentar como um sub-centro comercial e de servios bastante
expressivo e consolidado, mas que continua em expanso. Tambm se observa
o comrcio de mbito local permeando as reas residenciais e o processo de
-
7/23/2019 Silva_2010
42/103
verticalizao para o uso residencial vem se intensificando (Prefeitura Municipal
de So Jos dos Campos, 2006).
Figura 1 Localizao da EE Prof. Francisco Lopes de AzevedoElaborada por Silva, 2010
-
7/23/2019 Silva_2010
43/103
3.2- Caracterizao dos alunos
Por meio da aplicao de um questionrio (Apndice A), buscou-se
caracterizar os alunos participantes da pesquisa. Cavalcanti (2006) ressalta o
aluno como sujeito de seu processo de conhecimento. Assim, informaes sobre
o universo dos alunos se tornam necessrias para quem lida com o ensino de
Geografia. A autora indica, ainda, algumas questes, tais como: Quem so os
alunos de geografia?; Como vivem?; Como so? Do que gostam?; Aonde vo?;
Por onde circulam?; Que geografia constroem?; Que geografia aprendem?;
Como aprendem e como podem aprender geografia?; Que significados tm a
geografia que estudam?; Neste contexto se deu a aplicao do questionrio.
Participaram dessa pesquisa 5 (cinco) turmas sendo 3 turmas alunos
matriculados no 6ano, perfazendo um total de 103 alunos e 2 turmas so
alunos matriculados no 7ano, perfazendo um total de 63 alunos, conforme
consta na Tabela 1. Assim, participaram da pesquisa 166 alunos. O questionrio
apresenta-se dividido em duas partes: a 1 parte centrou em questes com o
objetivo de identificar o perfil scio econmico, o acesso s tecnologias,
preferncias em relao ao lazer, gosto pelo estudo, matrias escolares que
mais gostam e menos gostam e o gosto pela disciplina geografia e a suafinalidade. A 2 parte do questionrio buscou informaes sobre o tempo que o
aluno estuda na UE, a freqncia de utilizao do laboratrio de informtica, a
atividade desenvolvida no laboratrio, a freqncia com que os alunos utilizam o
computador, o local em que utilizam, os usos que fazem, a opinio sobre a
contribuio do computador nas disciplinas escolares, o conhecimento (sabe o
que ?) e o uso (j utilizou?) de alguns recursos e a relao de alguns materiais
utilizados nas aulas de geografia.
Tabela 1 Alunos Participantes da Pesquisa
Ano Turma Total de Alunos
6 A B - C 103
7 A B 63
-
7/23/2019 Silva_2010
44/103
3.3 Materiais
Os materiais utilizados nessa pesquisa encontram-se discriminados noquadro abaixo:
O laboratrio de informtica da UE (espao de aproximadamente 81m2)
possui vinte (20) computadores conectados Internete uma impressora a laser
colorida. Dez (10) computadores chegaram escola no 1 semestre de 2009, por
meio do projeto Acessa Escola da SEESP e dez (10) mquinas mais a
impressora a laser colorida por meio da parceria entre a Escola e o Instituto
Embraer de Educao que contemplou o projeto da UE (O uso do computador
no processo ensino-aprendizagem de uma escola atualizada, atrativa eestimulante) com um aporte financeiro de R$19.998,00.
Figura 2 Laboratrio de informtica da UE
Fonte: Silva, 2009
- 20 computadores- 01 impressora laser colorida- 10 bssolas tipo mapa (Nautika)- 01 aparelho GPS Garmin modelo Etrex Vista- Imagens de satlites em formato digital- Eduspring- Philcarto- Phildigit- Banco de dados- 166 imagens impressas (recorte espacial do bairro
-
7/23/2019 Silva_2010
45/103
3.4 Procedimentos Metodolgicos
A pesquisa foi desenvolvida no 6e 7ano do Ensin o Fundamental. A
escolha das sries deve-se aos contedos contemplados nestas. No 6e 7ano
tanto o PCN como a Proposta Curricular da SEESP/2008 indicam contedos
comuns a serem desenvolvidos tais como, as formas de representao da Terra,
rosa dos ventos, pontos cardeais e colaterais, sistemas de coordenadas
geogrficas, latitude, longitude, os atributos do mapa (ttulo, legenda e escala),
cartas de base e cartas temticas. No PCN ainda encontra-se nfase a uma
proposta de construo de conhecimentos que possibilitem aos alunos saber
utilizar a linguagem grfica para obter informaes e representar a espacialidade
dos fenmenos geogrficos.
Os contedos (o territrio brasileiro, a regionalizao do territrio
brasileiro, domnios morfoclimticos do Brasil e Brasil: populao e economia).
Esses so indicados para o 7ano. Estes contedos objetivam a compreenso
da formao e configurao do territrio brasileiro nas suas diversidades e
disparidades. Pode-se afirmar aqui, que a cartografia temtica, a construo
grfica torna-se recurso indispensvel na representao dos fenmenos. Como
cita o PCN, esta linguagem permite sintetizar informaes, expressar
conhecimentos, estudar situaes, entre outras coisas, sempre envolvendo a
idia de produo do espao: sua organizao e distribuio.
A metodologia foi desenvolvida conforme os itens que se seguem:
aplicao de pr-teste, aulas ministradas sem a utilizao das geotecnologias
(imagem de satlite, SIG e GPS), avaliao, aulas ministradas no laboratrio de
informtica com a utilizao das geotecnologias, uso do GPS nos espaos
abertos da escola e avaliao.
3.4.1 Pr Teste
O pr-teste foi elaborado com intuito de investigar os conhecimentos
prvios dos alunos do 6ano e do 7 ano (Apndice B) e por meio dos
resultados classificar em nveis de dificuldade cada exerccio elaborado.
Realizar, tambm, uma anlise dos exerccios elaborados dada s respostas e
-
7/23/2019 Silva_2010
46/103
desempenho dos alunos. Assim, o professor ao fazer uma avaliao antes de
iniciar um contedo, consegue planejar suas interferncias porque tem meios de
determinar por onde comear. A ao nas prximas etapas no fica s intuitiva
direcionada para o que e como deve ensinar. Por meio dos resultados,
reflexes so suscitadas e propostas de intervenes so requeridas. No se
trata de um teste, mas de uma situao real de ensino.
Uma atividade de construo de mapa, por meio de uma imagem (recorte
do bairro) capturada do Google Earth (Figura 3) tambm foi proposta para alunos
do 6e 7ano. Essa atividade objetivou verificar como os alunos se portariam
como mapeadores e que atributos do mapa seriam considerados.
Figura 3 - Recorte espacial do bairro Jardim Satlite So Jos dos Campos/SP
3.4.2 Aulas ministradas sem a utilizao das geotecnologias no 6ano
No 1 bimestre, as aulas ministradas no 6ano, ab ordaram a cartografia
bsica (orientao, coordenada geogrfica e escala). Como recurso para
contribuir com a aprendizagem utilizou-se o livro Zoom, bssola e mapas em
diversas escalas.
-
7/23/2019 Silva_2010
47/103
3.4.3 Avaliao
A avaliao consistiu-se em exerccio individual constando os temas da
cartografia bsica e avaliao individual na semana de prova da escola.
3.4.4 Aulas ministradas sem a utilizao das geotecnologias no 7ano
No decorrer dos bimestres atrelados aos temas a serem desenvolvidos
foram propostas situaes de representao grfica. Assim, no tema sobre
urbanizao optou-se por trabalhar dados populacionais do Brasil em diferentes
perodos, mas tambm do Vale do Paraba. Por meio dos dados populacionais
(nmero de habitantes na rea rural e rea urbana) dos municpios do Vale do
Paraba identificou-se municpio rural e municpio urbano. Trabalhou-se tambm
dados de remanescentes da Mata Atlntica. Os dados populacionais foram
coletados do site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica). E os
dados sobre a Mata Atlntica foram coletados do site www.sosmataatlantica.com
e organizados em tabelas para posterior representao grfica.
Aos alunos foi solicitada a construo de dois mapas. Esses deveriam ser
construdos seguindo a tarefa principal da representao grfica, ou seja,
transcrever as trs relaes fundamentais: de diversidade, de ordem ou
quantitativo. Assim, para representar o tema municpio rural e urbano deveria ser
eleito o aspecto qualitativo e segundo Martinelli, 2006 a varivel visual CORtem o
maior poder seletivo, portanto, a melhor soluo para o caso. Para representar
o tema ndice de remanescentes de Mata Atlntica poderia ser eleito o aspecto
quantitativo (responde a questo: quanto? de Mata Atlntica ainda resta em
cada municpio) para esse aspecto o indicado o uso de figuras geomtricasproporcionais. Considera-se o aspecto ideal para realizar a representao, o
aspecto ordenado. Para essa representao, Martinelli (2006) indica o emprego
da varivel visual VALOR que pode ser realizadapor meio de uma ordem visual
crescente ou decrescente entre as cores quentes.
-
7/23/2019 Silva_2010
48/103
3.4.5 Avaliao
A avaliao consistiu em analisar o resultado da construo dos mapas.
Observar se o aluno ao representar o tema o considerou nos possveis aspectos:
qualitativo, ordenado e quantitativo. Considerou-se, tambm, na avaliao as
opes para realizar a representao, seja por meio da varivel visual COR,
varivel visual VALOR e o uso de figuras geomtricas proporcionais coerentes
com o aspecto eleito.
3.4.6 Aulas ministradas com a utilizao das geotecnologias na 6ano
Asaulasforam iniciadas coma construo de mapa. Para desenvolver a
atividade utilizou-se de um recorte espacial do bairro capturada do Google Earth,
optou-se por uma rea nas proximidades da escola. Os mapas foram elaborados
pelas turmas do 6e 7ano, com legenda, ttulo, o rientao obtida por meio de
bssola, escala determinada com auxlio da medida real dos fundos da escola e
coordenada geogrfica capturada pelo GPS (Figura 4 e 5).
Figura 4 Medida dos fundos da Escola 24/08/2009Fonte: Silva, 2009
-
7/23/2019 Silva_2010
49/103
-
7/23/2019 Silva_2010
50/103
-
7/23/2019 Silva_2010
51/103
Figura 7 Exerccio no Laboratrio de InformticaFonte: Silva, 2009
3.4.9 Avaliao
A avaliao consistiu em analisar o tema representado e o aspecto eleitode diversidade, de ordem e quantidade. Tambm foram consideradas as
repostas orais dos alunos ao analisar os mapas inseridos no livro didtico e no
caderno do aluno. Aproveitou-se a avaliao do 3 bimestre inserindo questes
nas quais foi possvel avaliar o entendimento dos alunos individualmente sobre o
conhecimento da representao grfica adequada ao tema, atributos do mapa e
procedimentos para chegar a cada um deles.
Ainda, utilizou-se do Programa Philcarto para gerao e seleo de
mapas, representando o tema PIB em 2003 dos municpios de So Paulo, para
anlises posteriores.
Ressalta-se que para a introduo de recursos tecnolgicos nas situaes
de aprendizagem propostas, mudanas considerveis no andamento das aulas
no foram necessrias. Exige-se mais do professor na preparao das aulas que
devem estar atreladas s concepes tericas e disponibilidade de tempo na
organizao do ambiente de aprendizagem