standard work lean production...keywords: lean production, 5s, standard work, visual management,...

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José Tiago da Cunha Botelho Simões Julho de 2013 UMinho | 2013 Universidade do Minho Escola de Engenharia José Tiago da Cunha Botelho Simões Implementação do e outras ferramentas numa empresa de máquinas-ferramentas Standard Work Lean Production Implementação do e outras ferramentas numa empresa de máquinas-ferramentas Standard Work Lean Production

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    Universidade do MinhoEscola de Engenharia

    José Tiago da Cunha Botelho Simões

    Implementação do e outrasferramentas numaempresa de máquinas-ferramentas

    Standard WorkLean Production

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  • Julho de 2013

    Tese de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes aoGrau de Mestre em Engenharia e Gestão Industrial

    Trabalho efetuado sob a orientação daProfessora Doutora Anabela Carvalho Alves

    Universidade do MinhoEscola de Engenharia

    José Tiago da Cunha Botelho Simões

    Implementação do e outrasferramentas numaempresa de máquinas-ferramentas

    Standard WorkLean Production

  • Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial – Universidade do Minho Implementação do Standard Work e outras ferramentas Lean Production numa empresa de máquinas-ferramentas

    iii

    AGRADECIMENTOS

    A realização da presente dissertação, que simboliza o culminar de um longo ciclo de estudo, contou com o

    contributo de várias pessoas, a quem gostaria, desde já, de agradecer.

    Em primeiro lugar, queria agradecer à Professora Doutora Anabela Alves, que me acompanhou incansavelmente

    desde o início deste projeto e que se mostrou sempre disponível para me auxiliar em qualquer dúvida que

    tivesse.

    Agradeço ao Engenheiro Tiago Brito e Faro por me ter dado a oportunidade de realizar a minha dissertação na

    Adira SA.

    Também agradeço ao meu orientador na empresa, o Engenheiro Rui Neto. Gostaria ainda de agradecer à

    Engenheira Rita Dias.

    Queria demonstrar o meu agradecimento a todos os operadores da secção de montagem da Adira SA pela sua

    simpatia, prontidão e ajuda facultada ao longo do meu projeto.

    A todos os professores do DPS, que me facultaram os meios e as aprendizagens para me tornar num bom

    profissional, e pelo ambiente amigável que sempre mantiveram.

    Um agradecimento aos meus colegas de curso, a destacar o Alípio Duarte, o Fábio Fernandes, o Luís Abreu e o

    Ricardo Póvoas, pelos bons momentos de camaradagem e por todas as conversas e discussões que permitiram

    ultrapassar todos os obstáculos.

    Queria agradecer à equipa da cervejaria 100 montaditos, onde trabalhei durante a minha frequência na

    universidade, pela compreensão e disponibilidade que sempre manifestaram de forma a nunca comprometer os

    meus estudos.

    Aos meus grandes amigos, Frederico Telles, Gonçalo Telles, Carlota Pessanha, Guilherme Pereira e Maria João

    Malheiro, pela amizade e momentos de felicidade que sempre me proporcionaram e pela motivação que sempre

    me deram.

    Agradeço, com um carinho especial, aos meus pais e aos meus irmãos pela compreensão, apoio e paciência

    que sempre demonstraram nesta fase da minha vida e não só.

    A todos, o meu sincero OBRIGADO!

  • Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial – Universidade do Minho Implementação do Standard Work e outras ferramentas Lean Production numa empresa de máquinas-ferramentas

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    RESUMO

    Este projeto de dissertação, inserido no plano de estudos do curso do Mestrado Integrado em Engenharia e

    Gestão Industrial da Universidade do Minho, do 5º ano, foi realizado em ambiente industrial na empresa de

    máquinas-ferramentas Adira SA. Este projeto teve como principal objetivo implementar algumas ferramentas

    Lean Production, focando essencialmente a implementação do Standard Work. Outro objetivo desta dissertação

    foi a preparação do processo de implementação de uma linha de montagem de produtos misturados (guinadora)

    numa outra unidade produtiva da empresa. Estes dois objetivos foram integrados para melhorar o desempenho

    da empresa do sistema de montagem de produtos (guilhotinas e quinadoras).

    A metodologia de investigação utilizada foi a Action Research. Assim, iniciou-se a investigação com uma revisão

    bibliográfica sobre Lean, a sua origem, os princípios e alguma das suas ferramentas. Nesta revisão também se

    reviram algumas implantações dos sistemas produtivos, apresentando alguns casos de reconfiguração do

    sistema de produção. Posteriormente, fez-se o diagnóstico ao sistema de produção da empresa, através da

    apresentação e caracterização deste e dos seus produtos. Identificados os produtos a estudar pela empresa, foi

    então analisado o sistema de montagem desses produtos. Esta análise permitiu tirar várias ilações quanto às

    medidas de desempenho, às competências dos operadores e aos desperdícios existentes neste sistema.

    Após o levantamento dos problemas, foram identificadas algumas propostas para os solucionar. Sem nunca

    esquecer a ideologia do Lean “doing more with less”, a maioria das propostas não acarretaria custos

    significativos para a empresa quando implementadas na linha de montagem de produtos misturados

    (guinadora).

    Em relação a resultados estimados, foram obtidos valores positivos tanto em relação ao aumento da produção,

    onde se prevê um aumento de 72 guilhotinas para 112 guilhotinas e de 144 quinadoras para 186 quinadoras,

    como na diminuição no tempo de produção de 45% e 40% para as guilhotinas e quinadoras, respetivamente,

    reduzindo o número de operadores na secção de montagem de 10 para 8.

    Palavras-chave: Lean Production, 5S, Standard Work, Gestão Visual, Linhas de artigos misturados.

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    ABSTRACT

    This dissertation project inserted in the course of Integrated Masters in Industrial Engineering and Management,

    University of Minho 5th grade was performed in an industrial environment in a company of machine tools. This

    project aimed to implement some Lean Production tools, focusing essentially on implementation of Standard

    Work. Another objective of this work was the preparation of the implementation process of an mixed assembly

    line of blended products (guinadora) in another production unit of the company. These two goals have been

    integrated to improve the performance of the company’s mounting system products (press brakes and guillotine

    shears).

    The research methodology used was the Action Research. Thus, the research began with a literature review on

    Lean, its origin, the principles and some of its tools. This review also revised certain deployments of production

    systems, with some cases of reconfiguration of the production system. Subsequently, the diagnosis was made to

    the production system of the company through the presentation and characterization of this and its products.

    Products identified by studying company was then analyzed the mounting system for these products. This

    analysis allowed us to draw several conclusions regarding the performance measures, the skills of the operators

    and the waste exist in this system.

    After identified the problems, some proposals to solve them were presented. Never forgetting the ideology of

    Lean "doing more with less" most proposals do not entail significant costs for the company when implemented in

    mixed assembly line products (guinadora).

    Regarding the estimated results were obtained positive values both in relation to increased production which

    provide an increase of 72 to 112 guillotine shears and press brakes 144 to 186 press brakes as well as a

    decrease in production time by 45% and 40% for press brakes and shears, respectively, reducing the number of

    operators in the assembly section from 10 to 8.

    Keywords: Lean Production, 5S, Standard Work, Visual Management, Mixed assembly lines.

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    ÍNDICE GERAL

    AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................................... iii

    RESUMO ........................................................................................................................................................... v

    ABSTRACT ....................................................................................................................................................... vii

    ÍNDICE GERAL .................................................................................................................................................. ix

    ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................................................ xiii

    ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................................................................... xxi

    LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS .................................................................................................................... xxv

    1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 1

    1.1. Enquadramento ................................................................................................................................ 1

    1.2. Objetivos .......................................................................................................................................... 2

    1.3. Metodologia de investigação.............................................................................................................. 3

    1.4. Organização da Dissertação .............................................................................................................. 5

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................................... 7

    2.1. Lean Production ............................................................................................................................... 7

    2.1.1. Origem e Enquadramento do Lean Production .......................................................................... 7

    2.1.2. Princípios de Lean Thinking ...................................................................................................... 9

    2.2. Tipos de desperdícios ..................................................................................................................... 10

    2.3. Técnicas e Ferramentas Lean Production ........................................................................................ 12

    2.3.1. Metodologia 5S ...................................................................................................................... 13

    2.3.2. Gestão Visual ......................................................................................................................... 13

    2.3.3. Jidoka .................................................................................................................................... 14

    2.3.4. Just-In-Time ............................................................................................................................ 14

    2.3.5. Kaizen .................................................................................................................................... 15

    2.3.6. Standard Work ....................................................................................................................... 15

    2.3.7. Value Stream Mapping ........................................................................................................... 17

    2.4. Casos de implementação de Lean Production ................................................................................. 18

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    2.5. Tipos de implantação de sistemas produtivos ....................................................................................... 19

    2.5.1. Linhas de artigos multimodelo/misturados .................................................................................... 20

    2.5.2. Projeto detalhado de células.......................................................................................................... 21

    2.5.3. Casos de reconfiguração de sistemas produtivos ........................................................................... 22

    3. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................................................... 25

    3.1. Identificação e localização ............................................................................................................... 25

    3.2. Historial da empresa ....................................................................................................................... 25

    3.3. Estrutura Organizacional ................................................................................................................. 26

    3.4. Missão e objetivos .......................................................................................................................... 27

    3.5. Fornecedores, Clientes e Concorrentes ........................................................................................... 27

    3.6. Produtos produzidos pela empresa ................................................................................................. 28

    3.7. Descrição do sistema de produção da empresa ............................................................................... 30

    4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DA SECÇÃO DE MONTAGEM .................................................................... 31

    4.1. Caracterização da secção de montagem das guilhotinas e quinadoras ............................................. 31

    4.2. Produtos produzidos e componentes ............................................................................................... 32

    4.2.1. Fases e operações do processo de montagem ........................................................................ 34

    4.2.2. Implantação, fluxo de materiais e postos de trabalho .............................................................. 35

    4.2.3. Abastecimento e supermercados de materiais ........................................................................ 37

    4.2.4. Planeamento e controlo da produção ...................................................................................... 39

    4.3. Análise crítica da situação atual e identificação de problemas .......................................................... 41

    4.3.1. Estudo de tempos das operações ........................................................................................... 41

    4.3.2. Desatualização dos tempos e falta de balanceamento ............................................................. 45

    4.3.3. Análise do processo de montagem através do diagrama de sequência-executante .......................... 46

    4.3.4. Deslocações exageradas dos operadores ....................................................................................... 54

    4.3.5. Desorganização dos postos de trabalho, dos armazéns e supermercados ...................................... 56

    4.3.6. Falta de medidas de desempenho e falhas no planeamento e controlo da produção ...................... 57

    4.3.7. Análise das competências dos operadores..................................................................................... 58

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    4.3.8. Falta de instruções de trabalho ..................................................................................................... 60

    4.4. Síntese de problemas identificados ....................................................................................................... 60

    5. APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE MELHORIA ......................................................................................... 63

    5.1. Ações de formação para aplicação dos 5S e Standard Work .................................................................. 64

    5.2. Formação e condições de trabalho dos operadores ............................................................................... 65

    5.2.1. Matriz de formação ....................................................................................................................... 65

    5.2.2. Criação de um programa de rotatividade ....................................................................................... 66

    5.3. Reorganização dos postos de trabalho e supermercado ........................................................................ 67

    5.3.1. Reorganização dos postos de trabalho ........................................................................................... 67

    5.3.2. Reorganização dos supermercados ............................................................................................... 68

    5.4. Criação de um posto de controlo .......................................................................................................... 68

    5.5. Implementação de documentação normalizada .................................................................................... 69

    5.6. Projeto de linha de artigos misturados .................................................................................................. 69

    5.6.1. Produtos a montar na linha ........................................................................................................... 69

    5.6.2. Definição de operações e balanceamento da linha ......................................................................... 70

    5.6.3. Determinação do número de operadores ....................................................................................... 76

    5.6.4. Implantação e organização dos operadores na linha ...................................................................... 78

    5.6.5. Organização e controlo entre a linha e sistema circundante ........................................................... 90

    6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................................. 95

    6.1. Impacto das ações de formação, matriz de formação e programa de rotatividade .................................. 95

    6.2. Vantagens na reorganização dos postos de trabalho e supermercado .................................................... 95

    6.3. Vantagens com a proposta das folhas normalizadas e a implementação do posto de controlo ............... 96

    6.4. Implementação do projeto de linha de artigos misturados ..................................................................... 96

    7. CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 99

    7.1. Considerações finais ............................................................................................................................ 99

    7.2. Trabalho futuro .................................................................................................................................. 100

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................... 101

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    ANEXOS ........................................................................................................................................................ 107

    ANEXO 1 – Organigrama geral da empresa .................................................................................................... 109

    ANEXO 2 – Lista de Materiais ........................................................................................................................ 113

    ANEXO 3 – Descrição das operações ............................................................................................................. 171

    ANEXO 4 – Estudo de tempos dos modelos SM das guilhotinas e PM das quinadoras .................................... 179

    ANEXO 5 – Diagrama de Sequência dos Postos de Trabalho .......................................................................... 185

    ANEXO 6 – Matriz de competências ............................................................................................................... 249

    ANEXO 7 – Matriz de formação ..................................................................................................................... 263

    ANEXO 8– Folha normalizada para o posto de controlo .................................................................................. 277

    ANEXO 9 - Registo de anomalias nos postos de trabalho ................................................................................ 281

    ANEXO 10 - Classificação das operações ....................................................................................................... 285

    ANEXO 11 – Alocação de operações por posto .............................................................................................. 295

    ANEXO 12 - Dados antropométricos da população portuguesa adulta ............................................................. 305

    ANEXO 13 - Documentação Standard Work .................................................................................................... 309

    ANEXO 14 - Quadro Visual a colocar antes da Guinadora ............................................................................... 319

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    ÍNDICE DE FIGURAS

    Figura 1 - Etapas da metodologia Action Research - adaptado de O'Brien (1998) ................................................ 4

    Figura 2 - Evolução do Lean - retirado de Strategos Inc (2011) ........................................................................... 8

    Figura 3 - Casa Toyota Production System - adaptado de Liker (2004) ................................................................ 9

    Figura 4 – Exemplos de desperdícios na produção – retirado de Russel & Taylor III (2003) .............................. 11

    Figura 5 - Muda, Mura, Muri – retirado de Lean Valley (2010) .......................................................................... 12

    Figura 6 - Ciclo PDCA ...................................................................................................................................... 15

    Figura 7 - Elementos chave do Standard Work ................................................................................................. 16

    Figura 8 - Simbologia utilizada para o VSM – retirado de Rother & Shook (1999) .............................................. 18

    Figura 9 - Gráfico Quantidade de produção - Variedade de artigos - adaptado de Luong et al. (2002)[retirado de

    Alves (2007)] .................................................................................................................................................. 20

    Figura 10 - Adira SA – unidade do Porto .......................................................................................................... 25

    Figura 11 - Presença da Adira SA pelo mundo – retirado do site da ADIRA (n.d.) .............................................. 27

    Figura 12 - Distribuição histórica de Mercados antes de 2008 – adaptado de Faro (2012) ................................ 28

    Figura 13 - Nova distribuição mercados 2011 – adaptado de Faro (2012) ........................................................ 28

    Figura 14 - Produtos produzidos pela ADIRA .................................................................................................... 29

    Figura 15 - Produção anual (2011) .................................................................................................................. 29

    Figura 16 - Sectores da Adira SA ...................................................................................................................... 30

    Figura 17 – Secção de montagem ................................................................................................................... 31

    Figura 18 - Exemplos de aplicação de gestão visual e 5S ................................................................................. 32

    Figura 19 – Implantação geral do Sistema Produtivo ........................................................................................ 32

    Figura 20 - Alguns dos componentes das guilhotinas e das quinadoras ............................................................ 34

    Figura 21 - Fluxo geral de materiais ................................................................................................................. 35

    Figura 22 – Ponte em funcionamento .............................................................................................................. 36

    Figura 23 - Posto de trabalho: quinadoras ........................................................................................................ 37

    Figura 24 – Zona limitada para alocação de componentes ............................................................................... 38

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    Figura 25 – Supermercados na secção de montagem ...................................................................................... 39

    Figura 26 - Plano de produção no placard ........................................................................................................ 40

    Figura 27 - Verificação de existência de componentes por parte do chefe da secção ......................................... 40

    Figura 28 - Placas informativas nos postos ....................................................................................................... 41

    Figura 29 - Percentagens das operações principais: guilhotinas ........................................................................ 43

    Figura 30 - Percentagens das operações principais: quinadoras ....................................................................... 44

    Figura 31 - Tempos da empresa vs tempos normalizados (em minutos): guilhotinas ......................................... 45

    Figura 32 - Tempos da empresa vs tempos normalizados (em minutos): quinadoras ........................................ 46

    Figura 33 - Diagrama de sequência-executante ................................................................................................ 47

    Figura 34 – Ajustamento da estrutura ao chão da fábrica através de placas ..................................................... 49

    Figura 35 - Furo com tinta ............................................................................................................................... 49

    Figura 36 - Falta de um furo ............................................................................................................................ 49

    Figura 37 - Operador a cravar machos ............................................................................................................. 50

    Figura 38 - Diagrama de spaghetti da operação 6 ............................................................................................ 51

    Figura 39 - Tubos hidráulicos ........................................................................................................................... 51

    Figura 40 - Deslocamento do operador para o local do avental ......................................................................... 53

    Figura 41 - Operador a furar avental ................................................................................................................ 53

    Figura 42 - Diagrama de spaghetti: deslocação dos operadores na zona das guilhotinas ................................... 54

    Figura 43 - Diagrama de spaghetti: deslocação do operador na zona das quinadoras........................................ 55

    Figura 44 - Disposição das ferramentas nos carrinhos dos operadores ............................................................. 56

    Figura 45 - Atrasos na produção ...................................................................................................................... 57

    Figura 46 - Excerto da matriz de competências ................................................................................................ 59

    Figura 47 - Exemplo de programa de rotatividade (ABAB) ................................................................................. 67

    Figura 48 - Aplicação dos 5S nos carrinhos dos operadores ............................................................................. 67

    Figura 49 - Balanceamento da Guinadora para as Guilhotinas Standard ........................................................... 72

    Figura 50 - Balanceamento da Guinadora para as Quinadoras Standard ........................................................... 74

  • Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial – Universidade do Minho Implementação do Standard Work e outras ferramentas Lean Production numa empresa de máquinas-ferramentas

    xv

    Figura 51 – Excerto da base de dados criada (operações) ................................................................................ 75

    Figura 52 - Seleção de dados através de filtros (natureza) ................................................................................ 76

    Figura 53 – Desenho para os postos no novo layout pela empresa ................................................................... 78

    Figura 54 - Proposta de organização dos postos no layout ................................................................................ 79

    Figura 55 - Dimensões para a Guinadora ......................................................................................................... 79

    Figura 56 - Transição da estrutura ao longo da linha ........................................................................................ 80

    Figura 57 - Vista de cima da Guinadora ............................................................................................................ 81

    Figura 58 - Pernas para o porta lâminas .......................................................................................................... 81

    Figura 59 - Layout (postos de preparação) ....................................................................................................... 83

    Figura 60 - Layout (postos de customização) .................................................................................................... 83

    Figura 61 – Layout e fluxo da Guinadora .......................................................................................................... 84

    Figura 62 - Standard Work Combination Sheet: guilhotina posto de trabalho nº2 .............................................. 85

    Figura 63 - Excerto da base de dados criada (alocação de materiais) ................................................................ 88

    Figura 64 - Seleção de dados através de filtros (nova localização) ..................................................................... 88

    Figura 65 - Seleção de dados através de filtros (operações) .............................................................................. 89

    Figura 66 – Layout e fluxo da estrutura e alguns componentes (porta lâminas) nas novas instalações .............. 90

    Figura 67 – Layout e Fluxo alternativo .............................................................................................................. 91

    Figura 68 - Dimensões nave B com implantação da guinadora, zona de expedição e local de fabrico de outros

    componentes (exemplo: porta lâminas ou avental) ........................................................................................... 92

    Figura 69 - Pontes transportadoras e carrinhos na nave B ................................................................................ 93

    Figura 70 - Organigrama geral da empresa – retirado de ADIRA (2013) .......................................................... 111

    Figura 71 – Diagrama de sequência para a operação 1 (1 de 1) .................................................................... 187

    Figura 72 – Diagrama de sequência para a operação 2 (1 de 4) .................................................................... 188

    Figura 73 – Diagrama de sequência para a operação 2 (2 de 4) .................................................................... 189

    Figura 74 – Diagrama de sequência para a operação 2 (3 de 4) .................................................................... 190

    Figura 75 – Diagrama de sequência para a operação 2 (4 de 4) .................................................................... 191

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    Figura 76 – Diagrama de sequência para a operação 5 (1 de 2) .................................................................... 192

    Figura 77 – Diagrama de sequência para a operação 5 (2 de 2) .................................................................... 193

    Figura 78 – Diagrama de sequência para a operação 6 (1 de 2) .................................................................... 194

    Figura 79 – Diagrama de sequência para a operação 6 (2 de 2) .................................................................... 195

    Figura 80 – Diagrama de sequência para a operação 7 (1 de 3) .................................................................... 196

    Figura 81 – Diagrama de sequência para a operação 7 (2 de 3) .................................................................... 197

    Figura 82 – Diagrama de sequência para a operação 7 (3 de 3) .................................................................... 198

    Figura 83 – Diagrama de sequência para a operação 8 (1 de 4) .................................................................... 199

    Figura 84 – Diagrama de sequência para a operação 8 (2 de 4) .................................................................... 200

    Figura 85 – Diagrama de sequência para a operação 8 (3 de 4) .................................................................... 201

    Figura 86 – Diagrama de sequência para a operação 8 (4 de 4) .................................................................... 202

    Figura 87 – Diagrama de sequência para a operação 9 (1 de 2) .................................................................... 203

    Figura 88 – Diagrama de sequência para a operação 9 (2 de 2) .................................................................... 204

    Figura 89 – Diagrama de sequência para a operação 10 (1 de 2) .................................................................. 205

    Figura 90 – Diagrama de sequência para a operação 10 (2 de 2) .................................................................. 206

    Figura 91 – Diagrama de sequência para a operação 11 (1 de 3) .................................................................. 207

    Figura 92 – Diagrama de sequência para a operação 11 (2 de 3) .................................................................. 208

    Figura 93 – Diagrama de sequência para a operação 11 (3 de 3) .................................................................. 209

    Figura 94 – Diagrama de sequência para a operação 12 (1 de 2) .................................................................. 210

    Figura 95 – Diagrama de sequência para a operação 12 (2 de 2) .................................................................. 211

    Figura 96 – Diagrama de sequência para a operação 13 (1 de 4) .................................................................. 212

    Figura 97 – Diagrama de sequência para a operação 13 (2 de 4) .................................................................. 213

    Figura 98 – Diagrama de sequência para a operação 13 (3 de 4) .................................................................. 214

    Figura 99 – Diagrama de sequência para a operação 13 (4 de 4) .................................................................. 215

    Figura 100 – Diagrama de sequência para a operação 14 (1 de 1) ................................................................ 216

    Figura 101 – Diagrama de sequência para a operação 15 (1 de 4) ................................................................ 217

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    Figura 102 – Diagrama de sequência para a operação 15 (2 de 4) ................................................................ 218

    Figura 103 – Diagrama de sequência para a operação 15 (3 de 4) ................................................................ 219

    Figura 104 – Diagrama de sequência para a operação 15 (4 de 4) ................................................................ 220

    Figura 105 – Diagrama de sequência para a operação 16 (1 de 1) ................................................................ 221

    Figura 106 – Diagrama de sequência para a operação 17 (1 de 1) ................................................................ 222

    Figura 107 – Diagrama de sequência para a operação 1 (1 de 1) .................................................................. 223

    Figura 108 – Diagrama de sequência para a operação 2 (1 de 2) .................................................................. 224

    Figura 109 – Diagrama de sequência para a operação 2 (2 de 2) .................................................................. 225

    Figura 110 – Diagrama de sequência para a operação 4 (1 de 2) .................................................................. 226

    Figura 111 – Diagrama de sequência para a operação 4 (2 de 2) .................................................................. 227

    Figura 112 – Diagama de sequência para a operação 5 (1 de 3).................................................................... 228

    Figura 113 – Diagama de sequência para a operação 5 (2 de 3).................................................................... 229

    Figura 114 – Diagama de sequência para a operação 5 (3 de 3).................................................................... 230

    Figura 115 – Diagrama de sequência para a operação 6 (1 de 2) .................................................................. 231

    Figura 116 – Diagrama de sequência para a operação 6 (2 de 2) .................................................................. 232

    Figura 117 – Diagrama de sequência para a operação 7 (1 de 2) .................................................................. 233

    Figura 118 – Diagrama de sequência para a operação 7 (2 de 2) .................................................................. 234

    Figura 119 – Diagrama de sequência para a operação 8 (1 de 3) .................................................................. 235

    Figura 120 – Diagrama de sequência para a operação 8 (2 de 3) .................................................................. 236

    Figura 121 – Diagrama de sequência para a operação 8 (3 de 3) .................................................................. 237

    Figura 122 – Diagrama de sequência para a operação 9 (1 de 4) .................................................................. 238

    Figura 123 – Diagrama de sequência para a operação 9 (2 de 4) .................................................................. 239

    Figura 124 – Diagrama de sequência para a operação 9 (3 de 4) .................................................................. 240

    Figura 125 – Diagrama de sequência para a operação 9 (4 de 4) .................................................................. 241

    Figura 126 – Diagrama de sequência para a operação 11 (1 de 2) ................................................................ 242

    Figura 127 – Diagrama de sequência para a operação 11 (2 de 2) ................................................................ 243

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    Figura 128 – Diagrama de sequência para a operação 12 (1 de 1) ................................................................ 244

    Figura 129 – Diagrama de sequência para a operação 13 (1 de 3) ................................................................ 245

    Figura 130 – Diagrama de sequência para a operação 13 (2 de 3) ................................................................ 246

    Figura 131 – Diagrama de sequência para a operação 13 (3 de 3) ................................................................ 247

    Figura 132 – Diagrama de sequência para a operação 15 (1 de 1) ................................................................ 248

    Figura 133 – Matriz de competências: guilhotinas (1 de 5) ............................................................................ 251

    Figura 134 – Matriz de competências: guilhotinas (2 de 5) ............................................................................ 252

    Figura 135 – Matriz de competências: guilhotinas (3 de 5) ............................................................................ 253

    Figura 136 – Matriz de competências: guilhotinas (4 de 5) ............................................................................ 254

    Figura 137 – Matriz de competências: guilhotinas (5 de 5) ............................................................................ 255

    Figura 138 – Matriz de competências: operações de preparação – guilhotinas (1 de 1) .................................. 256

    Figura 139 – Matriz de competências: quinadoras (1 de 4) ............................................................................ 257

    Figura 140 – Matriz de competências: quinadoras (2 de 4) ............................................................................ 258

    Figura 141 – Matriz de competências: quinadoras (3 de 4) ............................................................................ 259

    Figura 142 – Matriz de competências: quinadoras (4 de 4) ............................................................................ 260

    Figura 143 – Matriz de competências: operações de preparação – quinadoras (1 de 1) ................................. 261

    Figura 144 – Matriz de competências: guilhotinas (1 de 5) ............................................................................ 265

    Figura 145 – Matriz de competências: guilhotinas (2 de 5) ............................................................................ 266

    Figura 146 – Matriz de competências: guilhotinas (3 de 5) ............................................................................ 267

    Figura 147 – Matriz de competências: guilhotinas (4 de 5) ............................................................................ 268

    Figura 148 – Matriz de competências: guilhotinas (5 de 5) ............................................................................ 269

    Figura 149 – Matriz de competências: operações de preparação – guilhotinas (1 de 1) .................................. 270

    Figura 150 – Matriz de competências: quinadoras (1 de 4) ............................................................................ 271

    Figura 151 – Matriz de competências: quinadoras (2 de 4) ............................................................................ 272

    Figura 152 – Matriz de competências: quinadoras (3 de 4) ............................................................................ 273

    Figura 153 – Matriz de competências: quinadoras (4 de 4) ............................................................................ 274

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    Figura 154 – Matriz de competências: operações de preparação – quinadoras (1 de 1) ................................. 275

    Figura 155 – Representação gráfica dos Dados Antropométricos – retirado de Arezes et al. (2005) ................ 307

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    ÍNDICE DE TABELAS

    Tabela 1 - Balanceamento de sistemas ............................................................................................................ 21

    Tabela 2 - Resumo da história da empresa ...................................................................................................... 26

    Tabela 3 - Fornecedores, Clientes e Concorrentes da empresa ......................................................................... 27

    Tabela 4 - Modelos para as Guilhotinas e Quinadoras ....................................................................................... 33

    Tabela 5 – Dimensões que o cliente pode optar para os produtos standard e dimensões fixas .......................... 33

    Tabela 6 - Número de operações para cada fase da montagem das guilhotinas ................................................ 34

    Tabela 7 - Número de operações para cada fase da montagem das quinadoras ............................................... 35

    Tabela 8 – Operações selecionadas para as guilhotinas ................................................................................... 42

    Tabela 9 – Operações selecionadas para as quinadoras ................................................................................... 44

    Tabela 10 - Síntese de informação dos diagramas de sequências-executante para as guilhotinas ...................... 48

    Tabela 11 – Síntese de informação dos diagramas de sequências-executante para as quinadoras .................... 52

    Tabela 12 - Síntese dos problemas encontrados e tipo de desperdício associado .............................................. 61

    Tabela 13 - Plano de ação ............................................................................................................................... 63

    Tabela 14 - Plano de ações de formação .......................................................................................................... 65

    Tabela 15 - Níveis de formação ........................................................................................................................ 65

    Tabela 16 - Tempos em horas das operações "standard", "preparação" e "customizáveis” .............................. 71

    Tabela 17 - Tempo de ciclo (horas) e taxas de utilização: Guihotinas ................................................................ 72

    Tabela 18 - Tempos de ciclo (horas) e taxas de utilização: Quinadoras ............................................................. 74

    Tabela 19 - Nºoperadores por posto ................................................................................................................. 77

    Tabela 20 - Standard-Work-In-Process .............................................................................................................. 86

    Tabela 21 – Standard Work Operation Chart .................................................................................................... 86

    Tabela 22 - Ganhos com o projeto de linha ...................................................................................................... 97

    Tabela 23 - Ganhos conseguidos ..................................................................................................................... 98

    Tabela 24 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (1 de 21) ....................................................................... 115

    Tabela 25 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (2 de 21) ....................................................................... 116

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    Tabela 26 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (3 de 21) ....................................................................... 117

    Tabela 27 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (4 de 21) ....................................................................... 118

    Tabela 28 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (5 de 21) ....................................................................... 119

    Tabela 29 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (6 de 21) ....................................................................... 120

    Tabela 30 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (7 de 21) ....................................................................... 121

    Tabela 31 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (8 de 21) ....................................................................... 122

    Tabela 32 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (9 de 21) ....................................................................... 123

    Tabela 33 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (10 de 21) ..................................................................... 124

    Tabela 34 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (11 de 21) ..................................................................... 125

    Tabela 35 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (12 de 21) ..................................................................... 126

    Tabela 36 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (13 de 21) ..................................................................... 127

    Tabela 37 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (14 de 21) ..................................................................... 128

    Tabela 38 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (15 de 21) ..................................................................... 129

    Tabela 39 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (16 de 21) ..................................................................... 130

    Tabela 40 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (17 de 21) ..................................................................... 131

    Tabela 41 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (18 de 21) ..................................................................... 132

    Tabela 42 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (19 de 21) ..................................................................... 133

    Tabela 43 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (20 de 21) ..................................................................... 134

    Tabela 44 – Lista de Materiais para a Guilhotina SM (21 de 21) ..................................................................... 135

    Tabela 45 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (1 de 35) ...................................................................... 136

    Tabela 46 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (2 de 35) ...................................................................... 137

    Tabela 47 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (3 de 35) ...................................................................... 138

    Tabela 48 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (4 de 35) ...................................................................... 139

    Tabela 49 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (5 de 35) ...................................................................... 140

    Tabela 50 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (6 de 35) ...................................................................... 141

    Tabela 51 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (7 de 35) ...................................................................... 142

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    xxiii

    Tabela 52 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (8 de 35) ...................................................................... 143

    Tabela 53 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (9 de 35) ...................................................................... 144

    Tabela 54 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (10 de 35) .................................................................... 145

    Tabela 55 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (11 de 35) .................................................................... 146

    Tabela 56 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (12 de 35) .................................................................... 147

    Tabela 57 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (13 de 35) .................................................................... 148

    Tabela 58 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (14 de 35) .................................................................... 149

    Tabela 59 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (15 de 35) .................................................................... 150

    Tabela 60 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (16 de 35) .................................................................... 151

    Tabela 61 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (17 de 35) .................................................................... 152

    Tabela 62 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (18 de 35) .................................................................... 153

    Tabela 63 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (19 de 35) .................................................................... 154

    Tabela 64 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (20 de 35) .................................................................... 155

    Tabela 65 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (21 de 35) .................................................................... 156

    Tabela 66 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (22 de 35) .................................................................... 157

    Tabela 67 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (23 de 35) .................................................................... 158

    Tabela 68 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (24 de 35) .................................................................... 159

    Tabela 69 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (25 de 35) .................................................................... 160

    Tabela 70 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (26 de 35) .................................................................... 161

    Tabela 71 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (27 de 35) .................................................................... 162

    Tabela 72 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (28 de 35) .................................................................... 163

    Tabela 73 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (29 de 35) .................................................................... 164

    Tabela 74 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (30 de 35) .................................................................... 165

    Tabela 75 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (31 de 35) .................................................................... 166

    Tabela 76 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (32 de 35) .................................................................... 167

    Tabela 77 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (33 de 35) .................................................................... 168

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    xxiv

    Tabela 78 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (34 de 35) .................................................................... 169

    Tabela 79 – Lista de Materiais para a Quinadora PM (35 de 35) .................................................................... 170

    Tabela 80 – Operações da Guilhotina SM ...................................................................................................... 173

    Tabela 81 – Operações da Quinadora PM ...................................................................................................... 175

    Tabela 82 – Resultado do estudo dos tempos para a guilhotina ..................................................................... 182

    Tabela 83 – Resultado do estudo dos tempos para a quinadora ..................................................................... 183

    Tabela 84 - Classificação das operações: Guilhotinas ..................................................................................... 287

    Tabela 85 - Classificação das operações: Quinadoras ..................................................................................... 290

    Tabela 86 - Alocação de operações por posto na Guinadora (Guilhotina SM) ................................................... 297

    Tabela 87 - Alocação de operações para os postos de preparação da Guinadora (Guilhotina SM) .................... 298

    Tabela 88 - Alocação de operações para a zona de customização (Guilhotina SM) .......................................... 298

    Tabela 89 - Alocação de operações paralelas para a zona de customização (Guilhotina SM) ........................... 300

    Tabela 90 - Alocação de operações por posto na Guinadora (Quinadora PM) .................................................. 300

    Tabela 91 - Alocação de operações de preparação para a Guinadora (Quinadora PM) ..................................... 301

    Tabela 92 - Alocação de operações para a zona de customização (Quinadora PM) ......................................... 302

    Tabela 93 - Alocação de operações paralelas para a zona de customização (Quinadora PM) ........................... 303

    Tabela 94 – Base de dados antropométricos da população portuguesa adulta “UMINHO” - adaptado de Arezes et

    al. (2005) ...................................................................................................................................................... 308

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    LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS

    FIFO First In First Out

    JIT Just-In-Time

    LP Lean Production

    LT Lead Time

    NVA No Value Added

    PT Posto de Trabalho

    SCAP Sistema de Controlo da Atividade Produtiva

    SM Supermercado

    SW Standard Work

    TC Tempo de Ciclo

    TPS Toyota Production System

    TT Takt Time

    VA Value Added

    VSM Value Stream Mapping

    WIP Work-In-Process

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    1

    1. INTRODUÇÃO

    Neste capítulo faz-se um breve enquadramento ao tema desta dissertação, bem como uma descrição dos

    objetivos, da metodologia de investigação e da forma como está organizada a dissertação.

    1.1. Enquadramento

    Nos dias que correm os clientes são cada vez mais exigentes, pedindo produtos personalizados que satisfaçam

    todas as suas necessidades, o que obriga as empresas a adotar um conjunto de estratégias, de modo a

    responder a esta exigência de forma eficiente e eficaz. Para além da problemática de customização, os clientes

    exigem que estes produtos sejam entregues o mais rapidamente possível e que apresentem uma boa qualidade

    e fiabilidade e baixos custos. Adicionalmente, as empresas devem ter em consideração a concorrência, pois esta

    torna-se cada vez mais competitiva. Assim, as empresas devem ser proativas, ou seja, devem ter capacidade de

    rapidez de resposta e de adaptação às tendências do mercado, mantendo um nível de serviço excelente e um

    desempenho exemplar.

    Uma forma para melhorar o desempenho de uma empresa é melhorar o sistema produtivo da própria, tendo o

    conceito de Lean Production uma elevada importância para tal, segundo Womack et al. (1990). Assim, a

    metodologia Lean Production está a tornar-se cada vez mais popular nas empresas de manufatura e de serviços

    (Carvalho et al., 2011; Portioli-Staudacher & Tantardini, 2012; Ghosh, 2013). Lean Production teve a sua origem

    no Toyota Production System (Monden, 1998) e é possível caracterizar este conceito em poucas palavras como

    “doing more with less” (Womack et al., 1990), pois o seu principal objetivo é reduzir todos os desperdícios e

    tarefas que não acrescentem valor aos produtos, procurando sempre a melhoria contínua (Imai, 1986). Este

    conceito é reconhecido ao longo dos anos como sendo um grande alicerce para manter elevados níveis de

    competitividade (Filho & Uzsoy, 2013).

    Segundo Ohno (1988) e Liker (2004), existem sete tipos de desperdícios (mudas) que conduzem ao mau

    desempenho das empresas: stocks, esperas, defeitos, sobreprodução, sobreprocessamento ou processamento

    incorreto, deslocações dos operadores e movimentações e manuseamento de material. Aparentemente, a

    eliminação destes desperdícios parece relativamente simples e direta, mas a sua identificação é, muitas vezes,

    difícil na maioria das empresas (Ghosh, 2013). Para eliminar estes desperdícios, são usadas algumas

    ferramentas Lean (Melton, 2005), sendo as mais usuais os 5S (Osada, 1991), o SMED (Shingo, 1985), o Kaizen

    (Imai, 1986), a Visual Management (Parry & Turner, 2006), entre outras. Entre estas está também o Standard

    Work, cada vez mais utilizado pelas empresas.

    A ferramenta Standard Work visa estabelecer os melhores métodos e sequências para cada processo e para

    cada trabalhador, de acordo com The Productivity Press Development Team (2002). Segundo Arezes et al.

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    2

    (2010), as operações devem ser executadas como estão definidas, não podendo haver margem para a

    improvisação. Isto permite reduzir variações nos tempos de ciclo, uma vez que a sequência das operações é

    definida de acordo com o takt time, de modo a responder às necessidades da procura (Monden, 1998).

    A empresa onde se realizou esta dissertação também pretende implementar Lean Production para melhorar o

    desempenho do sistema de produção e, em particular, Standard Work para melhorar procedimentos,

    implementar rotinas de trabalho e aumentar a eficiência dos processos. A empresa em estudo, Adira SA, é uma

    empresa a funcionar há 60 anos, consolidada no mercado das máquinas-ferramentas e com clientes em todo o

    mundo. A sua área de negócios centra-se na conceção, produção e comercialização de máquinas-ferramentas.

    A Adira SA está neste momento numa fase de mudança de instalações, para dar início a um projeto de um novo

    sistema produtivo no âmbito de um projeto mais alargado designado por PRODUTECH-PSI, planeado pelo

    Instituto Kaizen e INESC TEC. De acordo com o projeto, o novo sistema de produção da empresa deverá

    melhorar o processo de produção de máquinas-ferramentas. Para tal, irá recorrer ao modelo Lean Production,

    de modo a que o novo sistema produtivo permita que a empresa se torne ainda mais competitiva no mercado

    em que está inserida, respondendo rapidamente aos seus clientes e fornecendo um produto fiável e com

    qualidade.

    A empresa pretende a mudança devido a problemas identificados na unidade existente, tais como instalações

    que se tornaram desadequadas pela passagem do tempo, falta de normalização do trabalho nos vários postos,

    existência de vários tipos de desperdício, inexistência de balanceamento nos postos de trabalho, falta de

    polivalência dos operadores, existência de tempos de paragem muito excessivos, baixa produtividade, elevados

    tempos de entrega do produto ao cliente, que tinham como consequência o incumprimento na entrega dos

    produtos na data estipulada pelos clientes.

    Para os resolver, a empresa pretende implementar o projeto PRODUTECH-PSI, projetando um novo sistema

    produtivo organizado numa implantação em linha de artigos misturados, i.e., mesma linha para produzir

    guilhotinas e quinadoras com 4 postos de trabalho. O projeto desta dissertação encaixa-se neste projeto

    alargado, fornecendo os dados necessários e propostas de soluções para alguns dos problemas identificados no

    âmbito da implementação da metodologia Lean Production, dando particular atenção à implementação do

    Standard Work.

    1.2. Objetivos

    O principal objetivo desta dissertação foi implementar ferramentas Lean Production, focando essencialmente a

    implementação do Standard Work. Adicionalmente, o projeto incluiu a preparação do processo de

    implementação de uma linha de montagem de produtos misturados (guinadora) numa outra unidade produtiva

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    da empresa. Estes objetivos foram pensados de forma integrada, de modo a melhorar o desempenho do sistema

    de montagem de produtos (guilhotinas e quinadoras). Com a sua implementação pretendeu-se:

    Organizar os postos de trabalho;

    Normalizar procedimentos de trabalho;

    Criar documentos normalizados;

    Preparar o processo de implementação da linha de montagem;

    Criar planos de rotatividade dos operadores;

    Criar planos de formação para os operadores.

    Assim, no que diz respeito às medidas de desempenho a melhorar neste projeto, pretendeu-se:

    Reduzir o lead time;

    Aumentar a eficiência;

    Aumentar o nível de serviço da empresa;

    Eliminar ou reduzir desperdícios.

    1.3. Metodologia de investigação

    Em primeiro lugar, foi realizada uma pesquisa extensa e detalhada de diversas fontes bibliográficas sobre as

    várias ferramentas de Lean Production, sendo dado maior destaque ao Standard Work. Após esta pesquisa,

    todas as informações de maior relevância para o projeto foram sintetizadas, de modo a que se pudesse

    compreender, de forma detalhada, todos os conceitos mencionados e aplicados na dissertação.

    Para atingir os objectivos pretendidos, foi utilizada a metodologia de investigação Action Research. Esta

    metodologia pode ser definida como um processo participativo, uma vez que envolve todas as pessoas

    relacionadas com o projeto e o investigador (O´Brien, 1998), que procura, com a interação de ações e reflexões

    e com a teoria e a prática, alcançar os resultados desejados (Reason & Bradbury, 2008). De acordo com Huang

    & Martin-Taylor (2013), a metodologia Action Research difere das restantes metodologias pelo seu foco explícito

    em ações. Segundo O´Brien (1998), esta metodologia é composta por cinco etapas: 1) diagnóstico, 2)

    planeamento de ações, 3) implementação das ações, 4) avaliação de resultados, 5) especificação de

    aprendizagem. Na Figura 1 apresentam-se as cinco etapas da metodologia Action Research.

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    Figura 1 - Etapas da metodologia Action Research - adaptado de O'Brien (1998)

    1) Diagnóstico — nesta etapa foi realizado um diagnóstico e efetuada uma análise crítica da situação atual do

    sistema produtivo, com o objetivo de identificar os principais problemas da empresa. Portanto, para realizar uma

    análise coerente e profunda da situação inicial da empresa, foi necessário proceder à identificação das

    atividades desempenhadas e sua sequência, ao registo dos tempos de processamento e ferramentas utilizadas,

    à análise das condições ergonómicas do trabalho, ao cálculo do tempo de ciclo e takt time, entre outras.

    Também foram analisados todos os documentos existentes, de forma a recolher dados relevantes para análise.

    Para auxiliar na obtenção dos dados, foram utilizadas várias ferramentas, tais como: o estudo de tempos, o

    diagrama de análise de processo e gráfico de sequência e a matriz de competências. Após a aplicação das

    ferramentas, foi possível avaliar várias medidas de desempenho, entre elas: o lead time, as distâncias

    percorridas pelas pessoas e materiais, as movimentações desnecessárias, a produtividade, a taxa de utilização

    dos recursos, a taxa de produção, as competências dos operadores, o nível de serviço, entre outras.

    2) Planeamento de ações — depois de terem sido identificados os principais problemas no sistema produtivo

    atual, foram propostas alternativas para melhorar o novo sistema produtivo, de forma a eliminar desperdícios e a

    melhorar o desempenho da empresa.

    3) Implementação de ações — a implementação do Standard Work e outras ferramentas Lean foi o principal pilar

    das ações para melhorar a performance do sistema produtivo.

    4) Avaliação e análise de resultados — à medida que foram implementadas as melhorias propostas, foram

    registados todos os resultados obtidos para iniciar a penúltima fase da metodologia de investigação, Action

    Research, ou seja, foi efetuada uma análise e uma discussão dos resultados obtidos para comparar as duas

    situações (inicial e futura) e compreender os benefícios das alterações sugeridas.

    5) Especificação de aprendizagem — nesta fase procurou-se perceber se os resultados eram os esperados e

    disseminar as lições aprendidas. Por fim, fizeram-se propostas futuras de trabalho que, por vários motivos, não

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    puderam ser implementadas, e/ou de assuntos pertinentes para dar continuidade ao projeto, sem nunca

    esquecer a melhoria contínua.

    1.4. Organização da Dissertação

    Esta dissertação está dividida em 7 capítulos. No capítulo 1, encontra-se uma introdução ao trabalho, onde é

    feito um enquadramento ao projeto, são apresentados os objetivos definidos, é identificada a metodologia de

    investigação utilizada e exposta a organização da dissertação.

    No capítulo 2, faz-se uma revisão bibliográfica com ênfase no Lean Production. Nesta revisão da literatura são

    abordados vários temas relacionados com o Lean Production, entre eles, a sua origem e o seu enquadramento

    com o Toyota Production System. Neste capítulo, faz-se ainda uma revisão da literatura dos desperdícios

    existentes e de algumas das técnicas do Lean que se utilizam para identificar e eliminar desperdícios. No

    mesmo capítulo são apresentados alguns casos de sucesso na aplicação do Lean Production. Adicionalmente,

    apresentam-se alguns tipos de implantações que os sistemas produtivos podem possuir e alguns casos de

    sucessos na reconfiguração dos sistemas de produção.

    No capítulo 3, faz-se a apresentação da empresa onde se identificam alguns aspetos importantes da sua

    caraterização. Identificam-se também os vários produtos produzidos pela empresa e descreve-se o

    funcionamento das várias secções.

    No capítulo 4, é feita uma descrição e análise crítica da secção estudada — a secção de montagem de

    guilhotinas e quinadoras. Inicialmente, faz-se a caracterização da secção e depois é realizada uma análise crítica

    à sua situação atual. No final deste capítulo é apresentada uma síntese dos vários problemas encontrados na

    secção de montagem.

    No capítulo 5 são apresentadas as propostas de melhoria para eliminar ou atenuar os problemas mencionados

    no capítulo anterior. No capítulo 6 analisam-se os resultados obtidos com a implementação de algumas das

    propostas e indicam-se os ganhos que se poderia obter com as propostas que não puderam ser implementadas

    por determinados motivos.

    Por fim, no capítulo 7, apresentam-se as conclusões e os resultados obtidos neste trabalho. Neste último

    capítulo faz-se ainda referência a trabalhos que poderão ser realizados no futuro.

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    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    Neste capítulo é realizada uma revisão bibliográfica do modelo organizacional de produção Lean. Como tal,

    apresenta-se a origem e o enquadramento do Toyota Production System, identificam-se os princípios do Lean e

    enunciam-se os sete principais desperdícios num sistema produtivo. Também se descrevem algumas das

    técnicas e ferramentas que estão associadas ao modelo organizacional Lean: 5S, Gestão Visual, Jidoka, Just-In-

    Time, Kaizen, Standard Work e Value Stream Mapping. Adicionalmente, são referidos alguns casos de sucesso

    da implementação das ferramentas Lean Production em empresas portuguesas. Por fim, apresentam-se alguns

    tipos de implantações dos sistemas produtivos, assim como alguns casos de reconfiguração de sistemas de

    produção, para ajustá-los melhor ao mercado.

    2.1. Lean Production

    Womack et al. (1990) definem Lean Production como um modelo organizacional de produção que se centra na

    satisfação do cliente e no propósito de criar uma filosofia de melhoria contínua, através da eliminação dos

    desperdícios, para aumentar a produtividade e reduzir o custo. Em poucas palavras, define-se Lean Production

    como “doing more with less” (Womack et al., 1990).

    O termo Lean Production foi amplamente divulgado depois do seu aparecimento no livro “The Machine That

    Changed The World”, em 1990, dos autores J. P. Womack, D. Jones e D. Roos, para caracterizar o sistema de

    produção criado pela Toyota, o Toyota Production System (Monden, 1998).

    2.1.1. Origem e Enquadramento do Lean Production

    Segundo Strategos Inc (2011), a evolução do conceito Lean Production começou num período mais remoto, nos

    finais do século XIX, e antes do aparecimento do TPS, onde outros pensadores já tinham aplicado algumas ideas

    Lean (Figura 2).

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    Figura 2 - Evolução do Lean - retirado de Strategos Inc (2011)

    Eli Whitney é considerado o primeiro pensador Lean, ao inventar a máquina descaroçadora de algodão,

    revolucionando economicamente a indústria. Para além desta grande invenção, este pensador desenvolveu o

    conceito de peças intermutáveis para as armas da guerra civil norte-americana, em 1799.

    Frederick Taylor foi crucial quanto aos conceitos de normalização de tarefas e no estudo dos tempos de trabalho.

    Este defendia que “os operários não precisam de pensar, apenas obedecer” para atingir os resultados

    pretendidos.

    Henry Ford, na primeira década do século XX, transformou a sua produção artesanal de automóveis em

    produção em massa, introduzindo assim o conceito de linhas de montagem em série. Esta linha de montagem

    apresentava as máquinas dispostas de acordo com a sequência de operações para montar o automóvel. Porém,

    este sistema só estava preparado para produzir um modelo ou um pequeno número de modelos, i.e., não

    permitia a diversidade cada vez mais exigida pelos clientes.

    A história do Toyota Production System constitui um dos acontecimentos mais marcantes no sucesso de

    empresas (Cusumano, 1985; Ohno, 1988; Fujimoto, 1999) e teve a sua origem na empresa Toyota.

    Após a Segunda Guerra Mundial, nos anos 40, a indústria automobilística japonesa apresentava uma grande

    falta de recursos materiais, humanos e financeiros. Estas empresas tiveram de otimizar estes recursos para

    conseguir sobreviver com tal escassez. Sakichi Toyoda, fundador da empresa Toyota, em conjunto com os seus

    engenheiros, desenvolveram um novo sistema que designaram por Toyota Production System (TPS). Este

    sistema foi sendo desenvolvido através de observações e experiência de Sakichi na empresa de teares

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    automáticos que tinha, de ideias surgidas durante várias visitas a empresas automobilistas americanas onde já

    se implementava a linha de montagem Ford e da adaptação deste conceito ao mercado japonês.

    Portanto, de forma a traduzir todos os princípios e ideias defendidos no TPS, foi desenvolvida, por Fujio Cho,

    uma casa que representasse, de forma simples, toda esta ideologia (Liker, 2004), sendo que a sua

    representação se encontra na Figura 3.

    Figura 3 - Casa Toyota Production System - adaptado de Liker (2004)

    De acordo com Ohno (1988), os dois grandes pilares do TPS são a produção Just-In-Time e a Autonomation

    (Jidoka em japonês). Segundo Monden (1998), o termo Just-In-Time concentra-se na produção do necessário, na

    quantidade necessária e no período necessário. Relativamente ao termo Autonomation, este é constituído por

    várias ferramentas que funcionam como mecanismos de prevenção de erros no sistema produtivo (Monden,

    1998). Estes dois pilares assentam em ferramentas que procuram sempre a melhoria contínua de processos e

    na redução de custos através da eliminação de desperdícios (Monden, 1998).

    2.1.2. Princípios de Lean Thinking

    Womack & Jones (1996) definiram cinco princípios que servem de base à filosofia Lean. Estes princípios são: 1)

    identificar o valor, 2) identificar o fluxo de valor, 3) criar fluxo de valor contínuo, 4) operar com base no sistema

    puxado (pull) e 5) perseguir a perfeição, descritos de seguida:

    1. Valor — é o primeiro passo para a filosofia Lean. O valor é definido pelo cliente final, sendo tudo aquilo

    que ele está disposto a pagar. Portanto, tudo o que corresponde a requisitos que não sejam desejados pelos

    clientes são considerados como desperdícios e, como tal, devem ser eliminados ou reduzidos;

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    2. Fluxo de valor — neste passo devem ser analisados todos os agentes no sistema, ou seja, desde o

    fornecedor até ao cliente final. Neste fluxo surge a necessidade de identificar três tipos de atividades: as

    atividades que criam valor; as atividades que não criam valor, mas que são necessárias; as atividades que

    não criam valor e que não são necessárias, devendo, assim, ser imediatamente eliminadas ou reduzidas.

    3. Fluxo de Valor Contínuo — com os dois princípios mencionados anteriormente, é necessário garantir que

    exista um fluxo de produção contínuo na empresa; portanto o fluxo de matéria-prima ao produto acabado

    deve seguir ao longo do sistema sem movimentos inúteis, sem tempos de espera, sem stocks e sem filas de

    espera.

    4. Produção Puxada (Pull) — num sistema pull, a produção só será iniciada quando o cliente puxa a

    produção, ou seja, o processo produtivo só se inicia quando é colocada uma encomenda por parte do cliente.

    5. Perfeição — após as etapas anteriores serem atingidas, as empresas devem estar em constante evolução,

    procurando sempre encontrar formas de melhorar o seu desempenho, caminhando permanentemente para a

    perfeição (melhoria contínua ou Kaizen) através da eliminação de desperdícios e da criação de valor.

    2.2. Tipos de desperdícios

    É possível definir desperdício como todas as atividades que não acrescentam valor ao produto do ponto de vista

    do cliente (Ohno, 1988; Womack et al., 1990). Hines & Taylor (2000) distinguem “desperdícios necessários” de

    “desperdícios não necessários”. Os “desperdícios necessários” são aqueles que não podem ser eliminados

    numa fase inicial pois são inerentes ao processo, enquanto que os “desperdícios não necessários” podem ser

    eliminados conforme as circunstâncias do processo.

    Ohno (1988) e Shingo (1989) identificaram sete tipos de desperdícios ou mudas (Figura 4): 1) sobreprodução,

    2) stocks, 3) esperas, 4) defeitos, 5) processamento desnecessário ou incorreto, 6) movimentações

    desnecessárias, 7) transportes, descritos de seguida.

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    Figura 4 – Exemplos de desperdícios na produção – retirado de Russel & Taylor III (2003)

    Sobreprodução — este desperdício é, possivelmente, o que tem maior impacto negativo num sistema

    produtivo, dado que tem influência nos restantes (Melton, 2005). Representa a produção excessiva, ou

    seja, quando se produz mais do que o necessário ou se produz antes do momento em que são

    necessários os artigos.

    Stocks — corresponde à acumulação de matérias-primas, de componentes e de produtos acabados

    (Melton, 2005).

    Esperas — tempo em que um recurso, máquina ou operador está parado por falta de trabalho. As

    esperas podem ser originadas por diversos atenuantes, como por exemplo: avarias de equipamentos,

    bottlenecks, falta de material e de tempos de setups elevados.

    Defeitos — estão relacionados com as não conformidades existentes