tim lahaye - enciclopedia popular de profecias biblicas

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  • 0CWD

    ENCICLOPEDIA POPULAR de

    BBLICAMais de 140

    tp icos

    c o m e n t a d o s

    p o r n o t v e is

    espec ia l is tas

    em p ro fec ia s

    TIM LAHAYEC r i a d o r e c o - a u t o r d e d e i x a d o s p a r a t r s

    ED HINDSONE D I T O R E S G E R A I S

  • ENCICLOPEDIAPOPULAR de

    PROFECIABBLICA

    3 Impresso

    Traduzido por James Monteiro dos Reis

    eDegmar Ribas

    CB4DRio de Janeiro

    2010

    TIM LAHAYECriador e c o -a u to r de d e i x a d o s p a r a t r s

    ED HINDSONE D I T O R E S G E R A I S

  • AGRADECIMENTOS

    Nossos mais sinceros agradecimentos a Kelly McBride, que digitou a maior parte do manuscrito original

    e auxiliou na administrao dos arquivos eletrnicos.

    Parte do m aterial utilizado nesta obra foi, conforme

    autorizao, extrado das seguintes fontes:

    G rom acki, R obert. The Holy Spirit. D alas: W ord, 1999.

    H ouse, W ayne. Progressive D ispensationalism . Ensaio apresentado no C entro de Pesquisa Pr- tribulacionista.

    Jerem iah, David. What the Bible Says A bout Angels. S isters, Oregon: M ultnom ah Publishers, 1996.

    LaHaye, Tim, editor. Tim LaHaye Profecy Study Bible. CKattanooga: amg Publishers, 2000.

    Mayhue, Richard. T h e Prophets Watchword: Day of

    the Lord. Grace Theolugical Jiiumal 6, n . 2, 1985.

    --------- . Why a Pretribulational Rapture? The M asters

    Seminary Journal 13, n . 2, outono de 2002.

    Ryrie, C harles, Tom D avis e Joe Jordan, editores.

    Countdown to Armageddon. Eugene, Oregon: H ar

    vest House Publishers, 1999.

    Stitzinger, James. T h e Rapture in Twenty Centuries of

    Biblical Interpretation . The M asters Seminary Jour

    nal 13, n ." 2, outono de 2002.

    O s seguintes artigos foram, em grande parte, extrados da Tim LaHaye Prophecy Study Bible [ Bblia de Estudos

    Profticos T im LaH aye], edio N KJV . C h attan oga, Tennessee: amg Publishers, 2001 (uso autorizado): G o d s

    C oven an ts with M an [A s alianas de Deus com o hom em ], de Richard M ayhue, p. 20; T h e Office o f the

    Prophet [A incum bncia do Profeta], de Ed H indson , p. 320; T h e Resurrections [A s ressurreies], de G ary

    Frazier, p. 1361; T h e False Prophet |0 Falso Profeta], de Ed H indson, p. 1516.

    O s seguintes artigos contm algum as sentenas extradas da Tim LaHaye Prophecy Study Bible [ Bblia de E studos Profticos Tim LaH aye], edio NKJV . C h attan oga, Tennessee: am g Publishers, 2001 (uso autorizado): G og and M agog [G ogue e M agogue], de M ark H itchcock, p. 972; T h e A n tichrist [O A nticristo], de Ed H indson, p. 1415; T h e Book o f R evelation [O Livro de A pocalipse], de Robert Thom as, pp. 1492-93; Prete- rism and the D ating o f R evelation [Preterismo e a datao de A pocalipse], de T h om as Ice, p. 1611.

    O diagram a A C am panh a de A rm agedom foi reproduzido a partir da Tim LaH aye Prophecy Study Bible [ B blia de Estudos Profticos Tim LaH aye), edio nkjv; C hattan oga, Tennessee: am g Publishers, 2001, p. 1102. Este diagram a foi baseado no trabalho de A rnold Fruchtenbaum .

    Parte do artigo intitulado O C u utilizado segundo perm isso da Crossw ay Books; uma diviso da G ood New s Publishers, W heaton, Illinois, C EP 60187, www.crosswaybooks.org.

    O artigo in titulado Im inncia , de W ayne A . Brindle, baseia-se em um outro artigo sobre este m esm o tpico, que foi anteriorm ente editado no perid ico Bibliotheca Sacra (abril-jun ho de 2001 ). I'l I 151

    (uso autorizado).

  • VERBETES

    Abominao da Desolao....................... 15Adiamento Proftico................................ 20Alianas.......................................................26Aliana Abramica.................................... 31Aliana Davdica.......................................36Amilenialismo............................................ 40Ancios (2 4 )...............................................44Anjos............................................................ 47Anticristo.................................................... 49Apocalipse, Data do.................................. 54Apocalipse, Livro d e ..................................57Apocaliptismo.............................................61Apostasia..................................................... 67Aquele que Detm.....................................69Arca da A liana..........................................71Armagedom................................................. 74Arrebatamento............................................81Arrebatamento, Histria do..................... 89Arrebatamento Parcial.............................. 95Arrebatamento Pr-Ira.............................. 97IVibilnia................................................... 100Batalha no C u .........................................102Bendita Esperana.................................... 102Besta...........................................................104Bodas do Cordeiro.................................... 105( 'ento e Quarenta e Quatro M il.........107C u.............................................................109( 'onverso de Israel..................................112( 'ordeiro de D eus.....................................116( 'oroas........................................................119( 'umprimento de Profecias.................... 120I Vmnios e Espritos Imundos...............123I >ia do Senhor.......................................... 126I 'iscurso no Monte das Oliveiras........1301 Uspensacionalismo................................. 1391 Uspensacionalismo Progressivo.........142I )ispensaes............................................ 146

    Dores de Parto.......................................... 153Duas Testemunhas...................................155Engano...................................................... 158Era da Igreja............................................. 160Eras............................................................. 164Escatalogia.................................................167

    de A to s............................................... 171de Daniel........................................... 174de Ezequiel......................................... 179de Hebreus......................................... 183de Isaas............................................. 186de Jerem ias........................................189de Joo................................................194de M ateus.......................................... 196de Paulo............................................. 203de Pedro............................................. 206de Salm os..........................................210de Tessalonicenses........................... 214de Tiago............................................. 215de Zacarias.........................................217

    Esprito Santo e Escatologia.................. 220Esta G erao............................................ 223Eventos Futuros....................................... 226Falso Profeta.............................................228Falsos Profetas..........................................232Festas de Israel..........................................234Figueira......................................................236Filho de D eus...........................................237Filho do Homem..................................... 239Galardes.................................................. 241Gogue e M agogue...................................244Grande Tribulao..................................247Grande Trono Branco.............................251Hermenutica..........................................255Homem da Iniqidade........................... 258Ilha de Patmos.......................................... 261Iminncia................................................. 262

  • Imprio MiiiuIi.iI ...................................... 26H11111111> Romiino.......................................272Inferno........................................................276IniiTpriMiit.fio de Profecias.......................28011ii de I V u s................................................ 284lia do ( 'ordeiro..........................................287Jesus C 'risto................................................ 289Julgamento das N aes........................... 293Julgamentos do Novo Testamento......296Lago de Fogo............................................. 301Livrinho..................................................... 302Livro da Vida............................................. 304Manifestao Gloriosa............................ 306Marca da Besta..........................................307Mesotribulacionismo................................310Mil A nos....................................................313Milnio....................................................... 316Misericrdia de Deus............................... 320Mistrios.....................................................323Nova Jerusalm........................................ 328Nmeros das Profecias............................ 333Parbolas do R ein o ..................................335Pentecostes................................................ 336Ps-Milenialismo..................................... 341Ps-Tribulacionismo............................... 344Pr-Milenialismo...................................... 348Preterismo................................................. 353Pr-Tribulacionismo................................ 359Profecias Messinicas.............................. 362Profecias sobre a Igreja............................369IVolecias sobre Israel............................... 372Profecias sobre Jerusalm....................... 377Profecias sobre os Judeus........................ 380

    ReconitrudonlNino............................... '84Reino dc I Vus........................................ 389Reino .......................................................394Ressurreio............................................396Ressurreies.......................................... 402Revolta Final.......................................... 403Sacrifcios no Milnio...........................406Santos e Mrtires da Tribulao.........409Satans.................................................... 410Segunda Vinda de C risto ..................... 414Seiscentos e Sessenta e Seis.................417Selos de Juzo.......................................... 419S e o l..........................................................416Sete Igrejas..............................................422Setenta Semanas de Daniel.................427Sinais dos Tempos................................. 432Taas de Juzo......................................... 437Templo.................................................... 439Templo no M ilnio...............................443Tempos dos Gentios..............................447Tipologia.................................................452Tribulao.............................................. 455Tribunal de Cristo................................. 462Trombeta de Deus.................................468Trombetas de Juzo................................469Trono de D avi........................................47 3Trono de Deus........................................476ltima Trombeta..................................479ltimos D ias..........................................481Vida Eterna............................................484Vida Futura............................................. 487Vingana................................................ 489Vises sobre o Milnio.........................491

  • RH? DIAGRAMAS1 I w f -Aliana Abramica...................................33Alianas Bblicas, A s ............................... 28Arrebatamento e a Manifestao

    Gloriosa..................................... 306, 415Desenrolar da Era em Mateus 13, O .... 335Discurso no Monte das Oliveiras, 0 .... 132Dispensaes, A s ..................................... 147Eventos do Arrebatamento, O s ..............82Expresses relacionadas ao

    Fim dos Tempos ............................. 481Julgamentos, O s ............................. 298, 299Julgamentos Futuros, O s ........................297Julgamento perante o Grande Trono

    Branco, O ...........................................253Metforas do Julgamento...................... 467Nomes, no Passado e no Presente,

    das Naes Citadas

    em Ezequiel 3839.......................... 244Oito Estgios do Armagedom, O s........... 77Paralelismo entre o Discurso

    no Monte das Oliveiras e osSelos de Juzo em Apocalipse.......... 133

    Profecias Messinicas, A s............ 363, 367Recompensas dos Crentes, A s .............. 297Resumo de Daniel acerca do

    Futuro, O ............................................ 176Setenta Semanas de Daniel, A s ............428Textos Escatolgicos sobre o

    Dia do Senhor ..................................24Textos Messinicos Escatolgicos...........25Uso da Palavra Mistrio no

    Novo Testamento, O ........................324Vida Eterna, A .........................................485Vises sobre o M ilnio........................... 492

  • EDITORES E COLABORADORES

    EDITORESTim LaHaye, Doutor em Literatura e Ministrio.

    Presidente e co-fundador do T im Lahaye M inistries

    |"M in istrios Tim LaH aye] e do C en tro de Pesqui-

    nus Pr-tribulacionista, em El C a jo n , C alifrn ia.

    Ed H indson, M estre e D outor em Teologia, Doutor

    em Filosofia e M inistrio.

    Reitor e D ecano da Faculdade de Estudos Bblicos e

    da Faculdade de Profecias T im LaH aye, na Liberty

    University, em Lynchburg, Virginia.

    GERENTE EDITORIALWayne A . Brindle, M estre e D outor em Teologia.

    C atedrtico e professor de Estudos Bblicos, na Liber-

    ty University, em Lynchburg, Virginia.

    COLABORADORESM.irk L. Bailey, M estre em Teologia e D outor em

    Filosofia.

    Presidente e Professor de Interpretao B blica no

    Dallas T h eological Sem inary, em D alas, Texas.

    Paul Benware, M estre e D outor em Teologia.

    Professor de Bblia e Teologia na Philadelphia Bibli-

    cal University, em Langhorne, Pensilvnia.

    Jam es Borland, M estre em Divindade, M estre e D ou

    tor em Teologia.

    Professor de Estudos Bblicos e Teologia na Liberty

    University, em Lynchburg, V irginia.

    Mal C ouch , M estre em Teologia, D outor em Teologia

    e Filosofia.

    Presidente do Tyndale T h eological Sem inary, em

    Fort W orth, Texas.

    Robert D ean Jr, M estre em Teologia, D outor em Fi

    losofia.

    Pastor Presidente da Preston C ity Bible C hurch, em

    Preston, Connecticut.

    Timothy J. Demy, Doutor em Teologia e Filosofia.

    C apelo M ilitar, Professor de Bblia, em Newport,

    Rhode Island.

    Paul R . Fink, M estre e D outor em Teologia.

    Professor de Estudos Bblicos na Liberty University,

    em Lynchburg, Virginia.

    G ary Frazier, M estre e D outor em Divindade.

    Presidente da Discovery M inistries, Arlington, Texas.

    Jam es Freerksen, Mestre e D outor em Teologia.

    Professor de Estudos Bblicos no Liberty Baptist T h eo

    logical Seminary, em Lynchburg, Virginia.

    A rn old Fruchtenbaum , M estre em Teologia e Doutor

    em Filosofia.

    Fundador e diretor da A riel M inistries, em Tustin,

    C alifrn ia.

    S teven C . Ger, M estre em Teologia.

    Fundador e diretor da So journ er M inistries, em Gar-

    land, Texas.

    Robert Grom acki, Mestre e Doutor em Teologia.

    Professor Em rito de Estudos Bblicos na Cedarville

    University, Cedarville, O hio.

    G ary R. H aberm as, M estre e D outor em Filosofia.

    Professor Em rito de A pologtica e Filosofia na L i

    berty University, em Lynchburg, Virginia.

    M ark H itchcock, M estre em Teologia, Bacharel em

    Direito e D outor em Filosofia.

    Pastor da Faith Bible C hurch , em Enid, O klahom a.

    D avid H ocking, M estre em Teologia e D outor em

    Filosofia.

    Presidente da H ope for Today M inistries, em San ta

    A n a, C alifrnia.

    W ayne House, M estre em Teologia, Bacharel em D i

    reito e D outor em Filosofia.

    Professor na O regon T h eological Seminary, em Sa-

    lem, Oregon.

    T h o m as Ice, M estre em T eo lo g ia e D outor em F i

    losofia.

    Diretor Executivo do Pre-Trib Research Center, em A rlin gton, Texas.

    D avid Jerem iah, M estre em Teologia, Doutor cm I )l vindade.

  • 1'tiiMi PreMtlenttf da Nhmlow Mounialn Communlty ( Jhun hi imii lil ( tojon, ( 'allfrirnla.

    Ilohlon JiihiiHton, McNtre e Doutor em Teologia. Protetor adjunto de estudos do Antigo Testamento Mo I >tilliis Theological Seminary, Oalas, Texas.

    |ocJordan, Doutor em Divindade.Diretor da Word of Life Fellowship, em Schroon Lake, Nova York.

    Tony Kessinger, Mestre em Religio, Doutor em Filosofia.Presidente da Truth Seekers International, em Mel- hourne, Flrida.

    John F. MacArthur, Mestre em Teolgia, Doutor em Divindade.Presidente e professor de Ministrio Pastoral no The Masters College and Seminary, em Sun Vai' ley, Califrnia

    W. H. Marty, Mestre em Teologia e Divindade, Doutor em Teologia.Professor de Bblia no Moody Bible Institute, em Chicago Illinois.

    Richard L. Mayhue, Mestre e Doutor em Teologia. Professor de Teologia e Ministrio Pastoral no The Masters Seminary, em Sun Valley, Califrnia.

    Elwood McQuaidEx-Diretor Executivo da The Friends of Israel Gospel Ministry, em Bellmawr, New Jersey.

    Daniel Mitchell, Mestre e Doutor em Teologia. Pr-Reitor Adjunto e Professor de Teologia no Liberty Baptist Theological Seminary, em Lynchburg, Virginia.

    J. Dwight Pentecost, Mestre e Doutor em Teologia. Professor Emrito no Dallas Theological Seminary, 1 )alas, Texas.

    Kandall Price, Mestre em Teologia e Doutor em Fi- losofia.Presidente da World of the Bible Ministries, em San Marcos, Texas.

    Retiftld H, Shiiwcru, Mcitre r Douror em Teologia, Proeworno InMltutode Estudo# Bblicos, no The lilen dn Of Inracl ( kwpel Ministry, em Bellmawr, New Jerw?y.

    Gary P. Stewart, Mestre em Teologia e Doutor cmMinistrio.Capelo Militar, na Base dos Fuzileiros Navais, em Quantico, Virgnia.

    James Stitzinger, Mestre em Teologia.Professor Adjunto de Teologia Histrica, no The Masters Seminary, em Sun Valley, Califrnia.

    Robert L. Thomas, Mestre e Doutor em Teologia. Professor de Novo Testamento, no The Masters Seminary, em Sun Valley, Califrnia.

    Stanley D. Toussaint, Mestre e Doutor em Teologia. Professor Catedrtico Emrito de Exposio B- blica, no Dallas Theological Seminary, em Dalas,Texas.

    Elmer Towns, Mestre em Teologia e Doutor em Ministrio.Decano da Escola de Religio, na Liberty University, em Lynchburg, Virgnia.

    John F. Walvoord, Mestre e Doutor em Teologia.Foi reitor e presidente do Dallas Theological Seminary, em Dallas, Texas.

    John C. Whitcomb, Mestre e Doutor em Teologia. Presidente do Whitcomb Ministries, em Orange Park, Flrida

    Harold L. Willmington, Doutor em Ministrio. Reitor no Liberty Bible Institute, em Lynchburg, Virgnia

    Andy Woods, Mestre em Teologia e Bacharel em Direito.Doutorando no Dallas Theological Seminary, em Dallas, Texas.

    Gary Yates, Mestre em Teologia e Doutor em Filosofia.Professor de Antigo Testamento, no Liberty Baptist Theological Seminary, em Lynchburg, Virginia.

  • Jamais as profecias bblicas suscitaram ta- manho fascnio como vemos nos dias de hoje. Parte deste interesse se deve s incertezas de nossa poca. Nosso mundo passou a ser cada vez mais marcado pela instabilidade poltica e por conflitos ferozes, principalmente no Oriente Mdio. Por todo o mundo, as sociedades so marcadas por esta ameaa, juntamente com a decadncia moral, o crime desenfreado e os desmandos dos governos. Vivendo nes- les tempos turbulentos, as pessoas buscam respostas, e muitas se voltam para a Bblia tentando encontr-las. No obstante o fkil acesso a confortos e tecnologias modernas, que incluem computadores capazes de processar bilhes de bits de informaes em um piscar de olhos, muitos ainda crem que a Bblia, um livro escrito h milhares de anos, guarda respostas para a vida e para aquilo que nos aguarda aps a morte.

    Lamentavelmente, a maioria obtm pouco auxlio na rea de estudos profticos. A menos que optem por se dedicar de lorma especial ao estudo das profecias, as pessoas no encontram informaes necessrias para dirimir muitas dvidas que possuem acerca deste assunto to impor- lante. Tais questes merecem ser tratadas com toda a ateno, pois 28 por cento da Bblia, ao ser escrita, era proftica! Deusi laramente ligou importncia a este aspec- lo, visto que incluiu passagens profticas cm quase todos os livros da Bblia, alm de usar, quase exclusivamente, profetas para registrar as Escrituras. Como disse o apstolo Pedro: [...] homens santos de Deus [os profetas] falaram inspirados pelo

    Esprito Santo (2 Pe 1.2D- A exatido de seus escritos inspirados, particularmente as pores profticas, prova, sem sombra de dvidas, a origem divina da Bblia.

    Nada motiva mais os cristos do que o estudo das profecias. Ele acende um fogo evangelstico no corao da igreja, chama a ateno do crente para misses e, em uma poca de iniqidade, produz o desejo de se viver em santidade. Foi por esse motivo que a LaHaye Prophecy Library [Biblioteca Proftica LaHaye] foi lanada em conjunto com a Harvest House Publishers h alguns anos. Enciclopdia Popular de Profecias Bblicas um livro fundamental dessa srie e dever, na verdade, ser um dos mais completos. Com a ajuda do Dr. Wayne Brindle, reunimos uma equipe de especialistas que j escreveu sobre os mais importantes assuntos na rea do estudo proftico. Eles podem discordar entre si em itens de menor importncia, mas todos concordam nas questes principais de escatologia bblica. Em especial, todos abraam a viso pr-milenista e pr-tribulacionista do fim dos tempos. A fim de facilitar o estudo, os tpicos reunidos nesta enciclopdia foram organizados alfabeticamente. Cada artigo foi escrito de modo que atendesse tanto os mais experientes como os iniciantes no estudo das profecias. Esperamos que este estudo lhe sirva de inspirao, levando a um estudo mais profundo das Escrituras. Como disse o apstolo Paulo, Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro [...] que maneja bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15).

    Oramos para que estes artigos alimentem a sua mente, abenoem o seu

  • dmipertem u i*un nliiui com 11 bendita c# pertin^t ilo retorno de Jesus. Conforme Inutruvflcs de nosso Senhor, persistimos em viciar, atentos a seu iminente retorno, quando nos levar com Ele ao cu. Enquanto isso, somos instados a estarmos

    itempre Icrtii sempre pronto c 11 continuamente servir a Jesus at sua volta (M t 24.42-46).

    Tim LaHaye Ed Hindson

  • ABOMINAO DA DESOLAO

    Os termos ubominao da desolao, abominao desoladora e abominao que traz de- /ilao dizem respeito violao da pureza ritual do Templo judeu em Jerusalm. Tais expresses so tradues do termo hebraico shiqqucz(im) mshomem e do termo grego hdclufpna tes eremoseos. Ambas aparecem em profecias relacionadas profanao do Templo, tanto em 70 d.C. como no final ilos tempos.

    OCORRNCIAS NO ANTIGO TESTAMENTONo AT, a expresso aparece apenas no li

    vro de Daniel (9.27; 11.31; 12.11). Ela traduz o horror experimentado pelo povo de Deus nu testemunhar atos brbaros e criminosos de idolatria. To terrveis so tais atos que o Templo se toma ritualisticamente inadequado para adorao e culto a Deus.

    Daniel lamenta a ocupao estrangeira de Jerusalm e a desolao do Templo: [...] At quando durar a viso do contnuo sa- crifcio e da transgresso assoladora, para que seja entregue o santurio e o exrcito, a fim de serem pisados? (Dn 8.13) Em Daniel12.1 1, lemos sobre um forasteiro conquistador que bane o sacrifcio regular e estabelece a abominao desoladora. A palavra abominao demonstra quanto Daniel licou estarrecido diante da idolatria que invadiu um local sagrado e o profanou.

    OCORRNCIAS NO NOVO TESTAMENTONo NT, a frase aparece apenas no dis

    curso proferido no monte das Oliveiras (Mt 24-15; Mc 13.14), quando Jesus claramente alude profecia de Daniel. O termo eremos (desolao) aparece em Lucas 21.20, mas o sentido no exatamente o mesmo. Alm disso, diz respeito a toda a Jerusalm e no apenas ao Templo. Jesus utiliza a mesma ex

    presso em Mateus 23.38. Embora se refmt ao segundo Templo, Ele predii iu r destrui* o (no profanao) e o derramar do jufzo de Deus. Esta previso completamente diferente do sacrilgio causado pela abominao da desolao, o qual no redunda em juzo divino sobre o Templo, mas sobre aquele que o profanou (Dn 9.27). O uso dado expresso, por Daniel e Jesus, claramente influencia outros textos profticos(2 Ts 2.3-4; Ap 11.1-2).

    O N T utiliza bdelugma (palavra grega traduzida como abominao) por quatro vezes (Lc 16.15; Ap 7-4-5; 21.27). A Sep- tuaginta (traduo grega do AT) a usa por dezessete vezes. Esta palavra deriva de uma raiz que significa aviltar e cheirar mal. Faz referncia a algo que provoca nuseas, sugerindo que se trata de algo moralmente odioso e detestvel. Como exemplo do que acontece com a palavra em hebraico no AT, o termo grego do N T aponta especificamente para dolos e prticas idlatras. A palavra grega eremoseos (traduzida como desolao ) significa devastar, assolar, arruinar (Mt 12.25; Lc 11.17; Ap 17.16; 18.17,19). A Septuaginta usa esta mesma palavra para descrever a desolao da Terra Prometida como conseqncia da iniqidade e do exlio.

    SIGNIFICADO TEOLGICOTanto no grego como no hebraico, a

    frase abominao da desolao possui uma construo gramatical pouco comum. A melhor explicao para isto o vnculo literrio e teolgico entre abominao e desolao, verificado nos escritos profticos de Jeremias e Ezequiel. Esses textos tratam exaustivamente da profanao e contaminao do Templo. Com freqncia, mencionam as abominaes e desolaes das profanaes pags do Santurio (Jr 4.1 *27| 7.10; 44-22; Ez 5.11,14-15; 7.20), alm dos invasores estrangeiros que, al um tempo

  • ilrpnls, degradam e destruem o Templo (Jr 4.6 H; liz 6.11; 7.20-25). Jeremias 44-22, (.'tu especial, afirma que as a bom in a le s tlc Israel causaram a desolao da Terra, tornando-a um objeto de espanto (vejalambem Ez 5.11,15; 7.20-24; 36.19-21).

    Esta pesquisa rpida demonstra que os israelitas consideravam os atos de impureza ritual, e especialmente as invases estrangeiras do Templo, como as mais terrveis violaes de santidade e como sinais do juzo de Deus. Os judeus eram extremamente cuidadosos nesta questo e faziam de tudo para impedir tais atos. Chegaram at mesmo a construir um muro ao redor do segundo Templo! Havia um aviso ameaando de morte qualquer gentio que passasse para o ptio dos judeus. O N T (At 21.27-28) registra a terrvel revolta da multido contra Paulo, porque acreditava que ele havia levado um proslito gentio (Trfimo) para dentro do Templo a fim de oferecer sacrifcios. Eles acusavam Paulo de profanaro santo lugar (o Templo). De posse de tais informaes, podemos compreender a razo de o futuro ato de profanao da abominao da desolao ser o clmax da septuagsima semana de Daniel e indicar um aumento da ira de Deus na segunda metade da Tribulao (Mt 24-15-21; Mc13.14-19).

    M O M ENTO HISTRICODurante a construo do segundo Tem

    plo, uma multido de pretensos e verdadeiros profanadores do Templo invadiu Jerusalm. Daniel, contudo, parece ter previsto a invaso do imperador srio-greco Antoco IV Epifnio (175 a.C. 164 a.C.), que ergueu um dolo dentro do Templo, prximo ao aliar de bronze. Em Daniel 11.31, lemos: H sairo a ele uns braos, que pro- lanarilo o santurio e a fortaleza [rea do lemplol, e tiraro o contnuo sacrifcio,

    estabelecendo a abominao desoladora.

    Isto aconteceu em 167 a.C. Km rcNpontit, os sacerdotes judeus se revoltaram e voltaram a dedicar o Templo (um evento comemorado como a Festa da Dedicao em Jo 10.22-23). O movimento levou a uma vitria das foras militares judaicas sobre os exrcitos de Antoco.

    Alguns crticos rejeitam uma interpretao escatolgica da abominao dct desolao em Daniel. Consideram que todas as referncias dizem respeito profanao perpetrada por Antoco e afirmam que o livro de Daniel foi escrito aps estes acontecimentos. Jesus, porm, entendia que a aplicao histrica desta expresso profanao de Antoco estabelecia uma estrutura para o que aconteceria no fim dos tempos: a abominao do Anticristo. Ao citar a profecia de Daniel (cerca de duzentos anos aps a profanao de Antoco) em referncia abominao da desolao que viria no futuro, Jesus confirma tanto sua viso como a de Daniel na aplicao escatolgica da expresso.

    IMPLICAES PROFTICASJesus via sua prpria mensagem como

    uma continuao dos escritos profticos e avaliou a gerao de seu tempo luz daquelas profecias. Muitas vezes, citava Jeremias e Zacarias, aplicando suas profecias tanto ao juzo que estava por vir sobre Jerusalm em 70 d.C., como tambm ao juzo final. Na purificao do Templo, por exemplo, Jesus citou tanto Jeremias 7 (que alude ameaa de violao do Templo, logo aps o sermo de Jeremias sobre o Templo), como textos de Isaas e Zacarias (que dizem respeito situao futura do Templo). O discurso de Jesus sobre o monte das Oliveiras tambm coloca o Templo em um contexto escato- lgico. Quando ouvem a profecia de Jesus sobre a destruio do segundo Templo (Mt 24-1-2; Mc 13.1-2; Lc 21.5-6), os discpulos aparentemente a vinculam vinda do Mes-

  • n n n w m v n h a u m k i u i v w j

    slus no fim dos tempos e perguntam sobre um siiuil (Mt 24- 5; Mc 13.4; Lc 21.7; examine tambm 1 Co 1.22). O sinal dado por Jesus foi a abominao da desolao de Daniel (Mt 24.15; Mc 13.14). Isto, portanto, seria uma indicao de que a nao de Israel se aproximava de sua libertao e restaurao pelas mos do Messias, pois a profanao do Templo daria incio perseguio do povo judeu (ou seja, a grande tribulao; Ml 24-16-22; Mc 13.14b-20). Somente o prprio Messias seria capaz de salv-los de seus inimigos (Mt 24.30-31; Mc 13.26-27;l.c 21.28).

    O relato de Lucas no inclui a abominao da desolao no Templo, pois se trata de um evento escatolgico. Este Evangelho enfoca o interesse mais imediato dos discpulos (note a frase estiver para acontecer, em Lucas 21.7), atentando para t/uando seria a destruio do Templo (e de Jerusalm). Por esse motivo, ele tambm omite a perseguio do fim dos tempos e a Tribulao (grego: thlipsis) que est relacionada a este evento. Em seu lugar, utilizao termo grande aflio (gr. anagke), que melhor descreve a invaso e aniquilao da cidade (Lc 21.23-34). Tal acontecimento teve lugar quando os exrcitos romanos conquistaram Jerusalm em 70 d.C.

    Mateus e Marcos localizam a abominao da desolao em um tempo no qual "ento vir o fim (Mt 24-14). Ele separa0 perodo de tribulaes, ou princpio das dores (Mt 24.6-12; Mc 13.7-9), da "grande tribulao (Mt 24-21; Mc 13.19).1 ticas faz o mesmo em 21.24, separando os acontecimentos da desolao de Jerusalm (70 d.C.), e os tempos dos gentios (era atual), da poca descrita em at que os tempos dos gentios se completem.

    A abominao da desolao marca o meio da septuagsima semana de Daniel, dividindo a Tribulao em duas partes, sendo uma de menor e outra de maior

    intensidade (Dn 9.27). Isto corresponde aos 42 meses de Apocalipse 11,1-2 t os 1290 dias de Daniel 12.11.

    Os preteristas interpretam a abomina*o da desolao (como, alis, fazem com a maioria das profecias) como se esta tivesse se consumado inteiramente na destruio do Templo em 70 d.C. Entretanto, os acontecimentos da Primeira Revolta Judaica, que culminaram com a destruio de 70 d.C., no correspondem aos detalhes descritos nos textos sobre a abominao da desolao. As incurses romanas durante esta poca no poderiam ser consideradas como abominaes que causaram desolao, porque no afetaram o sistema de sacrifcios. Estrangeiros no Templo podem profan-lo sem torn-lo impuro, razo por que os judeus o reconstruram aps a violao e destruio dos babilnios sem necessitarem de uma cerimnia de purificao (Ed 3.2-13). Alm disso, a entrada do general romano Ti to (que destruiu o Templo) s aconteceu depois de o Santurio estar em chamas e completamente destrudo, e aps os sacrifcios serem interrompidos. E importante observar este aspecto, pois a abominao da desolao de que fala Daniel, e que depois mencionada por Jesus, trata apenas da interrupo de sacrifcios no Templo e no da sua destruio.

    PERSPECTIVA ESCAT0LGICAQualquer outra interpretao, com

    exceo da escatolgica, deixa-nos com detalhes no resolvidos que, ou vemos de forma alegrica e no histrica, ou descartamos completamente. A viso escatolgica tambm explica o significado de tipos bblicos que aguardam sua materializao. Ademais, a septuagsima semana de Daniel e, em especial, seu acontecimento sinalizador da abominao da desolnfio, influenciou a estrutura literria do discurso no monte das Oliveiras e a parte que trn

  • IM ile Jufios no livro de Apucnllpst* (caps. 6 IS)). A interpretaio de Jesus da ordem doN acontecimentos da septuagsima semana (5 dada em um contexto histrico prof- tlco, e parece confirmar uma interpretao escatolgica de Daniel 9.27. Mateus 24.7- 14 prediz que perseguies, sofrimento e guerras continuaro at o fim dos tempos, com seu pice em um momento de grande aflio (vv. 21-22). Isto corresponde ao tempo de angstia para Jac (Dn 12.1; Jr 30.7). Somente aps estes eventos, Jesus faz referncia a Daniel 9.27 (v. 15), quanto ao acontecimento que sinalizaria este tempo de Tribulao. Se as setenta semanas fossem seqenciais e consecutivas, sem qualquer interrupo, por que Jesus colocaria este perodo intermedirio antes do cumprimento dos eventos da septuagsima semana? O texto de Mateus, em especial, mostra que Jesus respondia perguntas de seus discpulos a respeito de sua segunda vinda e do fim dos tempos (Mt 24-3). Jesus explica que sua vinda necessria para uma interveno divina e para que toda a nao se arrependa (vv. 37-31; Zc 12.9-10), o que ocorrer logo depois da aflio daqueles dias (Mt 24-29). De acordo com Mateus, os acontecimentos descritos neste perodo, anteriores ao advento do Messias, no poderiam ter se cumprido em 70 d.C. com a destruio de Jerusalm, pois tais eventos culminam com a vinda do Messias.

    Apesar de a frase abominao da desolao no aparecer em 2 Tessalonicenses 2.4, que fala sobre a profanao do Templo no fim dos tempos, Paulo obviamente tinha este acontecimento em mente. A Sep- luaginra, por exemplo, usa por vezes tanto htli-lutfna (abominao) como anomia ("iniqidade ) em relao a prticas idlatras. Em 2 Tessalonicenses 2.3-4, portanto, Paulo descreve aquele que se ergue acima de todo o dolo como o homem da iniqidade", AIin, a explicao de Paulo sobre

    este evento serve como um comentilrlo do* dois textos; os que tratam da "abomlnaflo da desolao de Daniel (principalmenteDn 9.27) e a declarao de Jesus, que a coloca como um sinal no discurso sobre o monte das Oliveiras. Alm disso, Paulo usao evento para responder a mesma questo a respeito do tempo do fim, sobre que os discpulos de Jesus haviam perguntado, o que reafirma a interpretao escatolgica da abominao da desolao.

    Paulo escreveu igreja de Tessalni- ca a fim de alertar os cristos que tinham abandonado os assuntos do dia-a-dia. Eles acreditavam que a vinda iminente de Cristo, que Paulo anteriormente pregara (1 Ts 4.13-18), j estava prxima (2 Ts2.2). Paulo explicou que, antes da vinda do Messias, o Anticristo deve aparecer primeiro (vv. 3-9). O sinal que tornar manifesto o Anticristo, que neste texto mencionado como o homem da iniqidade, filho da perdio (v. 3b) e o inquo (v. 8), sua usurpao do lugar de Deus no Templo (v. 4; x 25.8). Este ato no apenas revelar o Anticristo, mas tambm a mentira (o endeusamento do Anticristo; Ap 13.4-6,15), que marcar seus seguidores (Ap 13.16-18) e os confirmar no julgamento final que ter lugar com a vinda do Senhor (2 Ts 2.8-12).

    ABOMINAO DO ANTICRISTOEm 2 Tessalonicenses 2.4, Paulo come

    a a explicar sobre a profanao do Templo afirmando que o homem da iniqidade exalta a si mesmo. Ele se levanta contra tudo que se chama Deus ou objeto de culto. Embora isto possa indicar uma extraordinria blasfmia contra Deus, como em Apocalipse 13.6, o cenrio o futuro Templo de Jerusalm (reconstrudo). Os objetos de culto, portanto, so os vasos sagrados (2 Cr 5.5-7; Hb 9.2-5), e a desolao acontece na parte mais interna do Templo

  • (O Sunto do Santos), onde a presena de Deus anteriormente se manifestava (x 25.22; 30.6; Ez 43.1-7).

    A abominao, no entanto, o ato do Anticristo de entronizar-se no lugar deI )eus, ostentando-se (gr. apodeiknunta) como se fosse o prprio Deus (lit., que ele

  • U IU L IO G R A F IA

    Dodd, C. H. "lhe Fali of Jerusalem and the Abo mlnatlon of Desolation", Journal of Roman Studies n 37(1947), pp. 51-63.

    Ford, Desmond. The Abomination of Desolation in Biblical Eschatology, Washington, dc: University Press of America, I 979.

    Price, Randall. The Desecration and Restoration of the Temple in the Old Testament, Jewish Apocalyptic Literature, and the New Testament. Ann Arbor, Michigan: umi, 1993.

    Wenham, David. Abomination of Desolation", em Anchor Bible Dictionary, New York: Dou- bleday, 1992.

    Zmijewski, J. Bdelugma, em Exegetical Dictionary of the New Testament, editado por Horst Balz e Gerhard Schneider. Grand Rapi- ds: Eerdmans Publishin Company, 1978.

    ADIAMENTO PROFTICO

    Adiamento proftico uma expresso usada para comunicar a demora do programa messinico de redeno para a nao de Israel. O N T refere-se primeira e segunda vinda do Messias como uma conseqncia do endurecimento judicial de Israel (Mt 13.13-15; Mc 4-11-12; Lc 8.10; Jo 12.40; A t 28.26-27; Rm 11.8-10). O adiamento interrompeu a restaurao sob a nova aliana (Jr 31.31-37). No AT, a restaurao nacional de Israel incluiu dois elementos inseparveis: a sua regenerao espiritual (veja Is 49.1- 7; 53 55; Ez 36.25-27; 37.14,23) e a restaurao fsica da terra (veja Is 49.8; 50:1-8; Ez 36.24,28; 37.24-28).

    t > primeiro advento messinico forneceu ,i base para a restaurao espiritual (Mt 1.21; vojit 1 a 2.1 1), pela qual um remanescente judeu passou (Km 11.1-5). Este um sinal da exporiOncia nacional posterior que acontece- ri1 depois que Deus concluir o seu plano para

    it lyivju (Km 11,12-15,2 5,26, 5 I ). Quando ii liderana de Israel rejeitou a Jesus como o Messias (Ml 2 5.57-58; veja At 5.15-15,17;4.25-27), a restaurao da nao foi adiada,o que tomou necessrio um segundo advento messinico a fim de completar a restaurao espiritual e fsica de Israel (Mt 23.39; veja At1.6-7; 3.19-21; Rm 11.25-27).

    O conceito de adiamento proftico crucial para uma interpretao adequada de vrios textos profticos do AT. Por exemplo, em Daniel 9.27, ocorre uma interrupo no cumprimento entre o fim das primeiras 69 semanas (cumpridas historicamente) e o incio da septuagsima semana (cumprida escatologicamente). Este conceito tambm nos ajuda a entender a bno de Deus sobre a Igreja (como oposta a Israel) sob a nova aliana (Gn 12.3; Zc8.22-23; Rm 11.17-32), bem como o propsito da segunda vinda de Cristo.

    A TERM INO LO G IA DO ADIAM ENTOA expresso tcnica para este entendi

    mento do intervalo no programa messinico para Israel interpretao apotelesmtica. E derivada do verbo grego apotelo, que significa levar at o fim, terminar. Telos (fim ou objetivo), pode ter aqui a idia mais tcnica da consumao das profecias quando elas so cumpridas (Lc 22.37). Com o prefixo apo, que basicamente possui a conotao de separao de algo, a idia a de uma demora ou interrupo na concluso do programa proftico. Portanto, uma interpretao apotelesmtica reconhece que alguns textos do AT apresentam o programa messinico corno um nico evento, mas que na verdade se referem a um cumprimento histrico tanto prximo como distante, separado por um perodo de tempo indeterminado. Escritores dispensacionais tm-se referido a isto como uma intercalao ou um intervalo. No entanto, adiamento pro~ ftico expressa melhor este conceito. Adia

  • mento, porque retm a idia original de uma InterrupSo no cumprimento, enquanto o suplementa com a noo de que tal demora apenas temporria; e proftico, porque entendemos que se trata de um ato intencional e pr-ordenado no programa divino.

    Os textos do AT sugeriram este adia- mento quando se referiram ao endurecimento de Israel (Is 6.9-13; Zc 7.11-12) e ao exlio judicial (Dt 4.27-30; 28.36-37,49- 50,64-68), mas o adiamento s foi totalmente revelado no N T (Jo 12.37-40; At28.25-28; Rm 11.25-26). Corretamente, este adiamento no cumprimento da histria israelita no tanto uma interrupo da redeno como uma extenso de um endurecimento predito (Rm 11.7-10). O exlio, i|ue foi um castigo por causa da desobedincia nacional, foi, portanto, prolongado durante a era da Igreja at o tempo determinado para a restaurao nacional de Israel (At 1.7; 3.21; Rm 11.25-27). Desta forma, ningum pode questionar a infalibilidade da promessa divina a Israel (Rm 9.6;1 1.29). A redeno israelita individual est sendo cumprida, atualmente, dentro da Igreja (Rm 11.1-5). Esta salvao do remanescente durante a era presente (Rm 9.8;1 1.24,27) testifica da salvao final de todo0 Israel na era por vir (Rm 11.26). Este aspecto anteriormente encoberto do plano messinico (Rm 16.25-26; Ef 3.3-6) declara que Cristo remir Israel (Rm 11.23) to certamente quanto est salvando judeus e gentios agora (Rm 11.12,15,23,31).

    A EXPRESSO DO ADIAMENTOO NT se refere ao futuro cumprimento

    dos textos de restaurao contidos no AT. Por exemplo, o AT prometeu que a cidade de Jerusalm seria liberta do domnio gen-1 io por interveno messinica (Zc 14.1-4). Isto jamais aconteceu, mas Cristo prometeu que se cumpriria na sua segunda vinda (Lc 21.24-31). Nesta predio de cumpri

    mento registrada no NT, Jesus ensina que h destruio do Templo (vv, 20-23), o perodo da Dispora judaica (v. 24), guerras em uma escala internacional (v. 10), desastres naturais (v. 11), perseguies (vv. 12-19), e fenmenos celestes e terrestres (vv. 25-26) precedero a redeno nacional trazida pela segunda vinda (vv. 27-28).

    Quando o AT registrou que o Messias nasceria (Is 9.6) e governaria sobre o trono de Davi e sobre o seu reino (Is 9.7), esta foi a descrio de um advento messinico nico. No entanto, em Atos 3.18-21, Pedro explicou que a segunda metade foi adiada.

    Portanto, deve-se perguntar por que seria necessria uma segunda vinda se todas as promessas profticas a respeito de Israel foram cumpridas na primeira vinda (como alegam os preteristas e historicistas). Alm disso, a abordagem apotelesmtica diferente da abordagem dialtica j-ainda no, porque esta segunda contemplaria um cumprimento parcial da promessa completa, enquanto a primeira contemplaria um cumprimento completo de parte da promessa. Jesus no est cumprindo parcialmente a promessa de reinar sobre o trono de Davi como o Senhor da Igreja (At 2.34-36; Hb 1.3; 12.2). Isto est adiado para uma futura entronizao terrena, que cumprir completamente as exigncias literais das promessas do AT para a nao de Israel (2 Sm 7.16; SI 89.4; Mt 19.28; 25.31).

    QUALIFICAES PARA 0 ADIAMENTOE importante lembrar que as profecias

    messinicas foram originalmente dirigidas a Israel e que finalmente sero cumpridas exclusivamente com Israel. A Igreja ocupa um perodo parenttico no cumprimento do destino de Israel, mas ela (a Igreja) no foi relegada a uma posio parenttica (veja Ef 1.12; 2.6-7; 3.9-10; 5.25-27; Cl 1.26-27). O N T confere Igreja um proprislto distinto no plano messinico, juntamente com o de Israel. Na Igreja, os eleitos (Ju*

  • 22 A d i a m e n t o P r o f t i c o

    deus e gentios) tm igual acesso a Deus (Ef2.11-22), e uma nova revelao da graa salvadora de Deus atravs do Messias de Israel. Esta graa incorporou gentios como eo-herdeiros das bnos messinicas (Ef 2.3-6), incluindo a herana do reino (1 Co 6.10; G1 5.21; Ef 5.5; 1 Ts 2.12; 2 Ts 1.5).

    Ainda assim, as promessas de restaurao feitas a Israel requerem um cumprimento futuro do mesmo modo que as promessas redentoras encontraram um cumprimento passado. A primeira vinda do Messias foi originalmente dirigida nao de Israel (Mt 15.24) e cumpriu profecias especficas (Is 53; Dn 9.26). Na segunda vinda do Messias, Ele restaurar Israel (At 1.6; Rm 11.26-27; 2 Ts 1.5-10; 2.3-12; Ap19.11 20.9). Sabemos que estas promessas no foram cumpridas na primeira vinda de Jesus (como sugere a interpretao dos historicistas) porque Jesus, no Sermo do Monte (Mt 24.30-31; 25.31), e Pedro em Atos (At 3.19-21), ligam o seu cumprimento segunda vinda. E sabemos que elas no foram cumpridas em 70 d.C. (como sugere a interpretao dos preteristas), porque o tempo dos gentios no foi cumprido (concludo), e as propriedades de Israel no foram restauradas. A nica maneira de harmonizar estas discrepncias mudar o significado das palavras dos profetas do AT, ou reconhecer um adiamento do cumprimento proftico final.

    As passagens apotelesmticas (profecias que possuem intervalos em seu cumprimento) so comuns na Bblia. A durao cie um intervalo irrelevante, e algumas predies abrangiam muitos sculos (tais como a profecia do xodo e do estabelecimento na terra, em Gn 15.13-16).

    ADIAMENTO E CO NTINUIDADE CRONOLGICA

    A abordagem upotclcumfiticu inclui tttnid Ulittt XUm/h do exlio de lurael como

    um adiamento da restaurao da nao, com um perodo parenttico incorporado para cumprir as promessas de salvao messinica em favor daqueles (sejam judeus ou gentios) que aceitaram o Messias de Israel. Visto que o endurecimento de Israel no permitiu a promessa de arrependimento nacional na primeira vinda (Jo 12.37-40), isto ser cumprido na segunda. Uma objeo a tal conceito de adiamento, especialmente em passagens profticas onde uma medida clara de tempo ou espao especificada (como Dn 9.24-27), tem sido que, em tais casos, as unidades de tempo ou espao devem ser entendidas como algo que funciona contnua e sucessivamente.

    0 adiamento proftico no afeta o cumprimento de eventos medidos. Os mesmos eventos cronolgicos so cumpridos na mesma ordem temporal como se nenhuma interrupo ocorresse. Escritores dispensacionais ilustram isto pela imagem de um relgio proftico. Se julgarmos que este relgio conta apenas o tempo israelense, os ponteiros do relgio congelaram na posio compreendida como tempo dos gentios. O relgio voltar a funcionar quando o tempo dos gentios for cumprido. A partir da perspectiva humana, o relgio parou e o cumprimento pode parecer ter falhado. Do ponto de vista divino, porm, nada mudou, e tudo est acontecendo conforme o plano (porque o tempo dos gentios sempre foi uma parte pretendida do cumprimento).

    0 ADIAM ENTO E A PERSPECTIVA PROFTICA

    1 Pedro 1.10-12, um texto dirigido predominantemente aos exilados gentios (1.1; 2.11), explica que Deus revelara aos profetas a sua inteno de trazer a salvaflo aos gentios (veju In 9,1-2; 19.21-25; 42.1-2; 56.1-8), Ente profeta* subiam que o Mett hIiin de Urucl seria u "luz pura o* gentio*" (In

  • A d i a m e n t o P r o f t i c o 23

    42.6; 49.6), e diligentemente procuravam descobrir o tempo determinado do advento messinico, que para eles combinava tanto a primeira como a segunda vinda. Mas os profetas no podiam discernir claramente quando os gentios receberiam a misericr- dia, porque a maior parte destas promessas estava ligada era messinica (Is 11.10; 42.6; 60.3; Ml 1.11).

    0 ENSINO DE JESUS SOBRE 0 ADIAMENTO PROFTICO

    Jesus instruiu seus discpulos a respeito de duas fases do advento messinico (a realizao tia redeno e da restaurao). Ele disse: Elias vir primeiro e restaurar todas as coisas. Mas digo-vos que Elias j veio, e no o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim faro eles tambm padecer o Filho do Homem (Mt 17.11-12; grifo do autor). A resposta de Israel a Joo Batista prefigurou a sua resposta ao Messias e foi necessrio o adiamento da sua restaurao nacional.

    Assim como a vinda do precursor messinico possui duas fases, uma relacionada a Joo Batista (para o arrependimento) e uma relacionada ao profeta Elias (para a restaurao), tambm a vinda do Messias possui duas fases: uma como Salvador (para remir) e uma como Soberano (para reinar). A rejeio a Joo Batista por parte da liderana de Israel fez com que o seu ministrio proftico terminasse sem o cumprimento do arrependimento nacional, necessitando ento um futuro precursor messinico (representado por Mias). 11a mesma forma, a rejeio a Jesus poi parte da liderana de Israel tambm Irz com que o seu ministrio messinico terminasse sem o cumprimento da reden- flo e restaurao nacional; isto tornou neeessilrio o seu futuro retorno como o Messias que Ele sempre foi.

    Jesus tambm reconheceu o princpio do adiamento proftico no uso que fez de Isafas

    61.1-2 (Lc 4.16-21). Ele diferencia o tempo do cumprimento de dois eventos messinicos que se sucedem imediatamente no texto. Em Lucas 4, Jesus foi contra a tradio judaica na leitura pblica, terminando abruptamente a sua passagem selecionada no meio da frase. O resto da frase diz: [...] o dia da vingana do nosso Deus; a consolar todos os tristes. Se o propsito do Senhor na primeira vinda foi remir em vez de reinar, ento podemos entender por que Ele omitiu a segunda parte deste versculo, que tem o foco na segunda vinda. Ele no a omitiu, como alguns afirmam, a fim de enfatizar a graa de Deus, porque omitiu palavras que tambm enfatizam a graa de Deus. Antes, Jesus sabia que o dia do juzo gentio deveria ser adiado, e assim leu apenas a parte do versculo que dizia respeito ao cumprimento presente.

    A INTERPRETAO CRIST M AIS ANTIGA DO ADIAM ENTO

    A antiga teologia crist claramente reconhecia esta interrupo na redeno de Israel. Em Atos 3.18, lemos a respeito da redeno e da primeira fase da vinda de Jesus nas palavras: Mas Deus assim cumpriu o que j dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer. Esta proclamao redentora est ento ligada restaurao e a segunda fase da vinda nos versculos 19- 21: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigrio pela presena do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que j dantes vos foi pregado, o qual convm que o cu contenha at mm tempos da restaurao de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus sarv tos profetas, desde o princpio.

    As frases tempos de refrlyrUi" e "tem* pos da restaurao de tudo" retrHtttm M ert* messiAnlca a restaiirat,fln prumvtUiH lln narto de Israel (veja U 2>2>4l 4

  • 9 t n i i m i v i r n n / i n i i r n i u

    , 1 12), lHtiiN cxpreNsfles exatas aparecem somente iu|iii no NT e no tm precedente dileto no Al grego, mas existem idias pa- riilelus na literatura apocalptica judaica.

    I ) termo grego apokatastasis (restaurad o ), em Atos 3.21, deriva-se do verbo apokathistemi (restaurar , a uma condio anterior) e aparece em Atos 1.6: restaii' rando o reino a Israel". Em Mateus 17.11 e Marcos 9.12 (veja Ml 4.5), o termo se refere vinda de Elias para restaurar todas as coisas. Expresses paralelas deste perodo de restaurao no N T (embora mais amplas em abrangncia) incluem o uso que Jesus faz de a regenerao (gr.: palinenesia) em Mateus 19.28, e a descrio de Paulo da futura era de redeno em Romanos 8.18-23. Este termo para restaurao especialmente relacionado ao arrependimento judaico nacional, porque os dois termos vm da mesma raiz e parecem estar padronizados aps a condio proftica para a restaurao do reino messinico: Tornai para mim [com um corao restaurado], e eu tornarei para vs [com bnos restauradas] (Zc 1.3; Ml 3.7; veja Mt 3.1-2; 4.17). Esta relao entre o arrependimento nacional e o advento messinico para a nao, especialmente com a exigncia acrescentada do testemunho judaico e da incluso gentia (At 1.8; 15.11-18), demanda um perodo parenttico antes do juzo final.

    A INTERPRETAO DE PAULO SOBRE 0 ADIAMENTO

    Paulo escreveu que a rejeio de Israel ao Messias prometido trouxe uma suspenso no cumprimento das promessas messinicas a Israel (Rm 11.12,15,23,25-28,31). Ele explicou que Deus no falharia em sua promessa feita a Israel, e assim os gentios, i|uo atualmente compartilham o Messias de Israel durante a era da Igreja, tambm recebem a certeza das bnos prometidas por Deus (Rm 9.6; 10.1; 11.11,29-32).

    Portanto, apesar da rejelflo nacional de Israel a Jesus como o Messias, a aliana de Abrao no loi revogada. Isto no lhes garante a salvao separada do arrependimento (Mt 3.8-9; Rm 2.17-29), mas preserva a promessa da futura salvao da nao uma vez que esta se arrependa (Zc12.10 13.2; Mt 24.30; Rm 1 1.25-27).

    EXEMPLOS DE ADIAM ENTO PROFTICOMuitas profecias escatolgicas do AT

    foram parcialmente cumpridas, mas aguardam o cumprimento completo ou final. A lgumas passagens apotelesmticas incluem tanto um cumprimento histrico prximo quanto um cumprimento distante do Dia do Senhor.

    TE X TO S E S C A T 0 L G IC 0 S SO BRE 0 D IA DO S E N H O R

    CumprimentoPrximo

    CumprimentoDistante

    Isaas 13.6 Isaas 13.9

    Joel 2.1, 11 Joel 2.31

    Obadias 1-14 Obadias 15-21

    Sofonias 1.7 Sofonias 1.14

    Outros textos messinicos escatolgicos do AT revelam ( luz da revelao do NT) uma distino entre um cumprimento histrico (primeira vinda) e um cumprimento escatolgico (segunda vinda).

    Muitos dos textos de profanao-res- taurao nos profetas fazem distino entre um cumprimento parcial (prximo) no retorno terra e na reedificao de Jerusalm e do Templo e um cumprimento final ou escatolgico (distante) no reagrupamento nacional final de Israel (Is 11.11-12) o seu retorno Jerusalm (Is 2.2-3) e a reedificao do Templo escatolgico (Ez 37.26-28; 40 48) no reino milenial.

  • TEXTOS MESSINICOS ESCATOLGICOS

    O ADIAMENTO PROFTICO E O DISPENSACIONALISM O

    O adiamento proftico um dogma do dispensacionalismo clssico. No foi criado para manter os programas para Israel e para a Igreja separados. Antes, baseia-se na observao de que o N T mantm Israel e a Igreja como instituies distintas quando emprega as passagens messinicas e de restaurao do AT. O N T descreve programas separados para Israel e para a Igreja. Pode- se chegar a algumas concluses a respeito do adiamento proftico:

    1. O atual domnio fsico dos poderes gentios e o atual programa espiritual da Igreja mostram que o cumprimento histrico literal da restaurao e do reavivamento nacional de Israel aguardam uma era futura.

    2. A evidncia para o adiamento proftico (interpretao apotelesmtica) no est restrita a nenhum

    trxtn, mus imui cimicterfsflcn dos textos profticos messlAnlcos e do "Dln do Senhor". Isto pode ser posteriormente apoiado pelos motivos de restauraSo dos profetas, que no vlrtim um cumprimento completo em nenhuma era subseqente.

    V Pode-se demonstrar o adiamento proftico nos textos escatolgicos do NT, especialmente no Sermo do Monte e em Apocalipse 6 19.

    4, O NT posteriormente demonstra li UCeltit(,flo do adiamento proftico atravs da continuao das promesNUN de restaurao, contidas no AT, a Israel (assim como em At3.19-21; Rm 11.25-31). A segunda vinda de Cristo estil especialmente associada ao cumprimento dessas promessas (veja Mt 24.30-31; At1.6-7;3.20; 2 Ts 2.8).

    Portanto, um dogma distinto da hermenutica dispensacional a interpretao apotelesmtica, ou adiamento proftico. Este fenmeno revela o significado do Dia do Senhor do AT ou dos textos messinicos escatolgicos, em que alguns aspectos da restaurao de Israel ainda no foram cumpridos.

    Randall Price

    BIBLIOGRAFIA

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    Gnesis 49.10 Gnesis 49.11-122 Samuel 7.15 2 Samuel 7.13, 16Salmos 2.7 Salmos 2.8Isafas 9.1-2 Isaas 9.3-5Isafas 9.6 Isafas 9.7Isafas 11.1-3 Isaas 11.4-16Isafas 52.1355.13 Isaas 56.1-8Isafas 59.16 Isaas 59.17-21Isafas 61.1-2 Isaas 61.2-11Daniel 9.26 Daniel 9.27Miquias 5.2 Miquias 5.3-15Sofonias 2.13 3.7 Sofonias 3.8-20Sofonias 9.9 Sofonias 9.10Malaquias 3.1 Malaquias 3.2-3Malaquias 4-5 Malaquias 4.6

  • l'Hm, ItoMil.ill. "ProphBtlc Poitponcment In Dn iilr l') and Othrr lextj". Em Issuc: In Dlspcn allonallsm. tds. Wesloy R. Willis e John R. MiUter. Ohliago: Moody Press, 1994.

    ALIANAS

    As relaes entre o homem e Deus sempre foram mediadas por uma ou mais alianas bblicas. Deus firmou seis alianas distintas, com suas respectivas promessas: (1) a Aliana Noaica (Gn 6.18; 9.8-17), (2) a Aliana Abramica (Gn 15.1-21; 17.1-22;26.2-5,24; 28.13-17), (3) a Aliana Mosaica (x 19 20,24), (4) a Aliana Sacerdotal (Nm 25.10-13), (5) a Aliana Davdica (2 Sm 7.12-16), e (6) a Nova Aliana (Jr 31.31 -34). Cinco destas so incondicionais, irrevogveis, eternas e concedidas pela graa. Somente a aliana mosaica foi condicional, passvel de ser revogada, temporria e dependente das obras.

    Em nenhum momento, a Bblia menciona uma aliana da graa ou da redeno. Tambm no vemos nenhuma meno s supostas alianas ednicas e admicas, nas mais de 280 vezes em que a palavra aliana utilizada no AT, ou em suas mais de trinta ocorrncias no NT. (No verbete Dispensaes, veja maiores informaes sobre as caractersticas de aliana nas promessas feitas por Deus antes de No.) Deus se comprometeu com a realizao de determinadas coisas na histria, e a profecia concentra-se em como e quando Deus realizar estas promessas.

    AS DIFERENTES ALIANASAliana Noaica

    A primeira vez em que o termo aliana aparece no AT, em relao aliana noaica (Gn 6 .18; 9.9-17). Aps um dilvio universal, expresso de sua ira (6.1 -7), Deus firmou uma aliana unilateral com No,

    a fim de preservai a raa humana c Iodas as criaturas vivas da extino. Ele afastou a possibilidade de um futuro extermnio global ao prometer jamais voltar a repetir aquela experincia. Esta aliana, ignorada no NT, incondicional, eterna, vlida por todo o tempo de vida desta terra, e tem o arco-ris como seu sinal (8.21-22; 9.11-17). A irrevogabilidade desta aliana serve para melhor compreendermos esta mesma caracterstica nas alianas abramica, sacerdotal e davdica (Jr 33.20-26). A graa comum de Deus (Is 54.9) misericordiosa e manifestada de forma compassiva a toda a raa humana, atingindo cada vida individualmente (Mt 5.45; At 14.17; 17.25).

    Aliana AbramicaDeus firmou a aliana abramica, sagra

    da e autnoma (Lc 1.72), unilateralmente (Gn 15.7-17) com Abrao, Isaque e Jac (Ex 2.24). Esta aliana foi proclamada e confirmada por oito vezes (Gn 12.1-3;13.14-17; 15.1-21; 17.1-21; 22.15-18; 26.2- 5,24; 28.13-17; 35.10-12). Ela eterna (Gn 17.7-8,13,19), irrevogvel (Hb 6.13-18), superior aliana mosaica (Rm 4.13; G1 3.17), imediatamente condicional (Gn 17.14; Lv 26.43), mas, em ltima anlise, incondicional (Lv 26.44; Dt 4.31). Foi marcada pela circunciso (Gn 17.9-14; At 7.8). Suas promessas eram: (1) descendentes con- sangneos a Abrao (Gn 13.15; 15.18), (2) descendentes espirituais a Abrao (Rm 4.11; G1 3.7, 26-29), (3) o Salvador (G1 3.16),(4) uma nao (Gn 12.2; 17.4; 35.11), (5) a terra (Gn 12.1; 13.15,17), (6) proteo e bnos pessoais (Gn 12.3; 28.15), e (7) bnos sobre as naes da terra (Gn 12.3;17.4-6), especialmente redeno (SI 111.9; Rm 4.16-18; G1 3.8).

    Aliana M osaicaA aliana mosaica, ou antiga alian

    a, singular, autnoma e condicional

  • rtT .TA IV A B n

    (Tx 19.5-6; I.v 26.1-46; Dt 7.128.20;9,22-28). Firmada no monte Sinai

    (P.* 19-20), serviu para testar Israel (x 20.20; Dt H.2), que voluntariamente aderiu a este pacto (x 19.8; 24.3-7; 34-27). lira simbolizada pelo Sab (x 31.16-17). Suas disposies eram restritas ao perodo de validade da aliana (x 31.16; Lv 24-8; Nm 18.19). Com as contnuas violaes de Israel (Lv 26.14-39; Dt 29.25-28; 31.16, 20), esta aliana revogvel, fora da graa divina e sem efeito salvfico, levou a um infeliz resultado (Dt 31.16,20) o que, por fim, levou Deus a revog-la (Ez 44-7- 14; Zc 11.10), de modo que ela no mais possui nenhuma autoridade (Rm 6.14-15;l il 5.23-25; Ef 2.14-16). Ela foi substituda pela nova aliana (Jr 31.31-34; Hb 8.6-13;9 .1 1 -22; 10.1-18), sem prejudicar a aliana abramica anterior (G1 3.15-22; 4.21-31). limbora apaream leves sinais da nova aliana (Dt 29.4; 30.6) e da aliana abra- mica (Dt 29.13; 30.5,20) em Deuteron- in io 29 30, a aliana firmada em Moabe |que no a aliana mosaica anteriormente firmada em Horebe (Dt 29.1)] muito provavelmente envolve uma confirmao, considerando que (1) ocorre posteriormen- le, (2) em um outro local, e (3) firmada por um novo grupo. Esta aliana, portan-lo, no original ou autnoma, pois o uso subseqente do termo aliana, em Deu- teronmio 29.9-25, aponta para a aliana mosaica, condicional e bilateral.

    Aliana SacerdotalO sacerdcio levtico e aarnico origi

    nal, que foi condicionalmente estabelecido por Deus como parte da antiga aliana (mosaica), deveria durar apenas durante o prazo da aliana (x 29.9; 40.15; Lv 24.8- 9; Nm 18.8, 19; Dt 33.8-11; Ne 13.29; Ml2.4-5,8). O sacerdcio, contudo, assumiu dimenses completamente inditas em termos de orientao e durao. A corajo

    sa lealdade de Finias a Deus (Nm 25,10- 15; SI 106.50-51) levou a uma aliana unilateral (Nm 25.12), autnoma, incondicional, eterna (Nm 25.13; SI 106.31) e irrevogvel (Jr 33.20-21). Esta promessa linhagem de Finias (1 Cr 6.1-15) ir continuar durante o Milnio (Ez 40.46; 43.19; 44.15; 48.11), atravs da descendncia de Zadoque, que fielmente exerceu as funes de sumo sacerdote junto a Davi e Salomo (1 Rs 1.32-40).

    Aliana DavdicaDe forma incondicional, Deus prome

    teu a Davi que seu descendente assumiria o trono e governaria Israel e o mundo (2 Sm 7.12-16; 1 Cr 17.11-14). Esta aliana davdica autnoma, unilateral (2 Sm 23.5; 2 Cr 13.5; SI 89.3,28,34), irrevogvel (2 Sm 7.15; 1 Cr 17.13) e eterna (2 Cr 13.5; 21.7; SI 89.28,36). Tal aliana, contudo, foi inicialmente condicional (2 Sm 7.14; 1 Rs 2.3-4; SI 89.30-32,39), visto que descendentes mpios estariam desqualificados. Embora esta aliana no esteja explicitamente mencionada no N T (At 2.30), parece evidente que Jesus Cristo este descendente de Davi (Mt 1.1; Jo 7.42). E Ele que Deus planeja entronizar (Mt 29.28; 25.31; Lc 1.32; Jo 18.37) para, futuramente, durante o Milnio (Ap 20.1-10), governar Israel e todas as naes (SI 110.2; Zc 14.9; Lc 1.33; Ap 11.15; 12.5; 19.15-16).

    N ova AlianaA nova aliana, incondicional, uni

    lateral (Ez 30.37; 37.26), eterna (Is 55.3; 59.21; Jr 32.40; Ez 16.60; H b9.15; 13.20) e irrevogvel (Is 54-10; Hb 7.22), supe a extino da antiga aliana (mosaica) em funo do pecado de Israel (Jr 31,32; Ez 44-7; Zc 11.10-11). Originalmente firmado com Israel (Jr 31.31), este pHCto continha bnos redentoras, tanto pur a salvao (Is 49.8; Jr 31,54) como pura

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  • iHili)"'. Rlddlebarger v evidncias da presente era milenial no presente Reino de Jesus Cristo nos cus.

    2. O amilenialismo sustenta que as promessas feitas no AT, a Israel, Davi e Abrao, foram cumpridas por Jesus Cristo e sua Igreja durante a presente era.

    . O milnio o perodo de tempo entre os dois adventos de nosso Senhor Jesus. Os mil anos em Apocalipse 20 simbolizam este perodo.

    4. Com o primeiro advento de Jesus Cristo, Satans foi aprisionado pela vitria de Cristo obtida no calvrio e no sepulcro vazio. Os efeitos desta vitria perduram por causa da presena do Reino de Deus por meio da pregao do evangelho, como evidenciado atravs dos milagres de Jesus. Com a divulgao do evangelho, Satans j no est livre para enganar as naes.

    5. Cristo atualmente reina nos cus, onde Ele estar durante todo o intervalo entre sua primeira e segunda vindas.

    6. Ao fim do milnio, Satans ser solto e haver grande apostasia. Todos ressuscitaro e Jesus Cristo voltar para presidir o juzo final. Ele ento estabelecer novos cus e nova terra.

    0 A M ILENIALISM O E A IGREJA P R IM IT IV ANo h qualquer registro do amilenia-

    I im iio na Igreja Primitiva. A princpio, paio e que ele surgiu para opor-se ao literalis- mo pr-milenialista e, mais tarde, estabele-1 eu se de forma plena. Em outras palavras, a Igreja Primitiva era pr-milenialista. Emi erlo momento, aqueles que consideravam o pr-milenialismo primitivo por demais materialista, comearam a ensinar o que chamarei aqui de anti-milenialismo.

    Com o tempo, o amilenialismo surgiu dn anti-milenialismo. O amilenialismo uca* bou por dominar a igreja quando o grande pai da igreja e telogo, Agostinho (354 430), abandonou o pr-milenialismo em favor do amilenialismo. A maior parte da liderana da igreja foi adepta do amilenialismo durante grande parte da histria da igreja. Tambm era amilenialista a maioria dos reformadores protestantes durante os sculos XV e XVI.

    O surgimento da interpretao alegrica e a teoria amilenialista de Agostinho estabeleceram as bases que, mais tarde, possibilitariam o aparecimento do ps-mi- lenialismo. Walvoord observa que Agostinho sustentava que o perodo compreendido entre o primeiro e o segundo adventos o milnio do qual as Escrituras falam e que o segundo advento teria lugar ao fim do milnio (Walvoord, p. 19).

    Praticamente todos os historiadores e telogos reconhecem, de pronto, esperanas milenialistas na Igreja Primitiva. Tambm reconhecem que tais esperanas foram frustradas, entendendo qualquer aceitao posterior desta posio como falsa esperana fundamentada em exegeses errneas. Podemos, no entanto, encontrar uma explicao alternativa para este declnio na mudana dos mtodos de hermenutica aceitos nas igrejas primitiva e medieval. Os estudiosos saram de uma interpretao normativa, literal e gramatical para uma profunda dependncia da alegorizao. Tanto o ocidente como o oriente experimentou uma forte reao contra a interpretao literal da Escritura proftica.

    0 A M ILEN IA LISM O E OS PAIS DA IGREJANo oriente, Eusbio de Cesaria (263

    339), telogo real na corte de Constantino e herdeiro teolgico de Orgenes, era um dos principais lderes da oposi3o ao apo- caliptismo. Com a subida de Constantino

  • no trono e a adoflo do cristianismo como rrliulto oficinl do imprio, passaram-se a repudiar perspectivas alternativas Norman C 'ohn comenta: O milenialismo predominou no meio da igreja crist enquanto os cristos eram uma minoria rejeitada e ameaada por perseguies. Quando, no sculo IV, o cristianismo ascendeu a uma posio de supremacia no mundo mediterrneo e tornou-se a religio oficial do imprio, a igreja passou a sufocar as crenas milenia- listas (Cohn, p. 33). No ocidente, Jerni- mo (347 420) e Agostinho tambm reagiam energicamente contra a interpretao proftica. Em seu comentrio sobre Daniel, escrito um pouco antes do ano 400, Jer- nimo argumentou que os santos de modo algum tero um reino terreno, mas apenas um reino celestial. Deve, portanto, ter um fim a fbula dos mil anos.

    Jernimo no foi o nico a atacar a interpretao literal e as esperanas milenia- listas. Em A Cidade de Deus, Agostinho repetidamente desacredita quaisquer esperanas de um reino milenial fsico sobre a terra. Com os escritos de homens como Jernimo, Juliano de Toledo, Gregrio o Grande e, principalmente, Agostinho, a interpretao literal da Bblia e, em especial, de Daniel e Apocalipse, rapidamente desapareceu. A influncia agostiniana no ocidente calou muitas perspectivas umas ortodoxas e outras heterodoxas e herticas. A influncia de Agostinho foi to poderosa que seus efeitos foram sentidos por sculos.

    A predominncia da interpretao alegrica no ocidente aps a poca de Agostinho pode ser a melhor explicao para a aparente ausncia de posturas pr-milenia- listas durante grande parte da histria da igreja. O pensamento milenialista, contudo, no desapareceu por completo, e ocasionalmente continuava surgindo em meio ao absoluto domnio do amilenialismo. Na passagem do sculo XVI para o XVII,

    Johann Helnrlcli Alsted reavivou o pr- milenialismo e apresentou uma alternativa ao amilenialismo predominante.

    Desde o incio do sculo XVII, o amilenialismo estabeleceu-se como nica posio escatolgica admissvel dentro da igreja catlica e da ortodoxa oriental. J dentre os protestantes, o amilenialismo tem experimentado um constante enfraquecimento. Hoje, contudo, ainda possui alguns adeptos evanglicos e a viso predominante entre as denominaes tradicionais.

    0 A M ILEN IA LISM O BBLICO?O principal problema do amilenialis

    mo est no fato de a Bblia simplesmente no ensin-lo. O texto das Escrituras fala claramente sobre o retorno de Cristo em Apocalipse 19, e, em Apocalipse 20, ensina que Ele estabelecer seu reino sobre a terra por mil anos. Os amilenialistas no conseguem apresentar uma nica passagem que defenda claramente sua posio. A falta de uma fundamentao bblica clara fatal para o amilenialismo perante qualquer cristo que creia na Bblia. E por isso que os amilenialistas normalmente atacam o pr-milenialismo e, s ento, apresentam complexos conceitos teolgicos que devem ser aceitos para uma interpretao bblica que apie o amilenialismo.

    O amilenialismo carece de uma hermenutica consistente. Para subsistir, ele precisa se afastar da hermenutica literal, da abordagem histrica, gramatical e con- textual, em direo a algum grau de alego- rizao. O amilenialismo precisa de idias e conceitos que no podem ser percebidos atravs de uma simples leitura do texto. A alegorizao, ou espiritualizao, extrai uma interpretao dvena de um determinado texto, em vez de compreend-lo a partir do que est literalmente escrito.

    O N T no ensina em parte alguma que o Reino de Deus passou a existir com a pri-

  • incira vlinln de Cristo. Nele lemos que o Reino de Deus estava prximo" durante o ministrio de Cristo. Alm disso, o fato de a redeno pessoal ser fundamental para se entrar no reino no nega ensinos igualmente claros sobre a natureza fsica deste reino. Uma coisa no exclui a outra, mas ambas so complementares.

    As epstolas do NT, escritas para orientar a Igreja durante a presente era, no ensinam ou supem que vivemos na era do reino. O N T muitas vezes se refere ao reino como algo futuro, e no presente. Ao admoestar Timteo, Paulo coloca tanto a vinda de nosso Senhor como o reino no futuro (2 Tm 4.1). O reino comearia com a segunda vinda dt) Senhor. Paulo demonstra sua confiana: E o Senhor me livrar de toda m obra e guardar-me- para o seu Reino celestial (4-18). Tal livramento de toda obra m certamente futuro. Assim, o mesmo vale para o Reino celestial. McClain observou: Esta expresso no sinnima de cu. Mais exatamente, ela indica que o to aguardado reino messinico ter uma origem e um carter celestiais, em contraste com os reinos desta terra. o que mais se aproxima da conhecida expresso Reino dos cus, to freqentemente utilizada no evangelho de Mateus (McClain, p. 433).

    Aps serem perseguidos em Derbe, Paulo e Barnab retornaram a algumas das cidades onde tinham conquistado almas para Cristo, e procuravam aconselh-los: [...] pois que por muitas tribulaes nos importa entrar no Reino de Deus (At 14.22). Se eles j estivessem no reino, tal afirmao no faria sentido algum. Visto que eles no estavam no Reino, ns tambm no estamos. Eles se referiam ao reino como algo que ainda estava por vir.

    Diversas passagens no N T dizem que Igreja herdar o reino no futuro (1 Co 6.9- 10; 15.50; G15.21; Ef 5.5;Tg 2.5). McClain

    comenta que "Paulo nflo npcnmt v6 a lur#|n herdando o reino no futuro, ma cuuru> mente o exclui da presente era, fxnndo*o aps a ressurreio e o arrebatamento da igreja (Ibid.).

    Atualmente, Cristo est vitoriosamente sentado destra do Pai (Ap 3.2 i ) e intercede pelos santos (1 Jo 2.1-3). Tais expresses no sugerem que Cristo esteja no trono de Davi, que Ele haver de ocupar durante mil anos em Jerusalm ao retornar. Trata-se de dois tronos distintos que Ele ocupar em momentos e locais diferentes. Apocalipse descreve Cristo como pessoalmente presente na terra durante seu governo milenial. Apocalipse 5.10 prediz que os santos reinaro com Ele sobre a terra. Ao fim dos mil anos, os santos continuam na terra, pois na terra que Satans os ataca (Ap 20.9).

    U M A INTERPRETAO SIMBLICAO amilenialismo se baseia em uma com

    preenso artificial e simblica dos mil anos mencionados por seis vezes em Apocalipse20.2-7. Ningum jamais demonstrou, na literatura antiga, por que o nmero mil devesse ter algum significado simblico. A lis, no vemos nenhum uso simblico deste nmero no N T ou no AT. Sempre que as palavras hebraica e grega para anos so utilizadas juntamente com nmeros, elas referem-se a anos literais. Vemos por toda a Bblia nmeros comunicando quantidades matemticas, salvo quando o contexto estabelece o contrrio.

    Satans E st Aprisionado?O amilenialismo ensina que Satans

    foi aprisionado em algum momento durante a primeira vinda de Cristo. Esta viwlo apresenta diversos problemas. O N T nflo indica em momento algum que Sntanri foi aprisionado no passado. Como Satanri poderia estar aprisionado e tflo ativo ao

  • mesmo lempo? Alimuir realidades tilo absurdamente contraditrias desafia a lgica e lana dvidas quanto ao testemunho das Escrituras. Cristo volta terra em Apocalipse 19.1 1-16 e Satans aprisionado em Apocalipse 20.1-3. A priso de Satans claramente um evento futuro.

    Se Satans est aprisionado hoje, por que ele habita em Prgamo em Apocalipse 2.13? Como possvel ele ser um leo que ruge (1 Pe 5.8)? A priso de Satans firme e definitiva, no progressiva ou parcial. Os verbos prender, amarrar, lanar, fechar e selar esto no aoristo, indicando aes completas e definitivas. Nenhuma est no modo imperfeito, indicando uma ao inconclusa no passado.

    Israel e a IgrejaO amilenialismo confunde Israel com a

    Igreja. Se o Reino de Deus j est presente, as promessas de Deus para Israel so cumpridas na Igreja. Jesus Cristo, sem dvida alguma, cumpriu as promessas veterotestamen- trias de Deus para a Igreja, mas isto no significa que Ele deixar de cumprir as promessas de Deus para Israel. O amilenialismo moderno inclui o que conhecido como teologia da substituio ou supersessionismo. Tal proposta nega que o moderno Estado de Israel tenha qualquer relevncia nos planos profticos de Deus. O NT, no entanto, no afirma em parte alguma que Israel foi substitudo pela Igreja. Quanto a isto, Paulo diz o seguinte: [...] porventura, rejeitou Deus o seu povo? [Israel] De modo nenhum! (Rm11.1) A Igreja certamente participante nas promessas abramicas, mas de modo algum usurpa as promessas para Israel.

    ( ) Qoverno Revolucionrio de CristoO amilenialismo no consegue expli

    car o fato de que as condies previstas na Bblia para o Milnio somente acontecero com a revolucionria interveno de

    Cristo em sim secunda vliulu. Atualmente, nfio vemos nenhuma das hOnilns prometidas para o reino. Somente a presena pessoal do prprio Jesus Cristo, governando com uma vara de ferro, esmagar a maldio e criar as maravilhosas condies que a Bblia associa com o reino. Assim, somente o modelo pr-milenialista descreve a seqncia dos eventos necessrios implementao do Milnio.

    Thomas Ice

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    ANCIOS (24)

    Os 24 ancios aparecem em Apocalipse 4-4,10-11; 5.8-10 e 19.4. Eles fazem parte da viso de Joo sobre o futuro, a que ele anuncia em 1.19 e comea a descrever em 4-1. Em 4-4, os ancios esto assentados sobre tronos ao redor de outro trono maior. Eles trazem vestes brancas e usam coroas de ouro. Em 4-10-11, prostram-se no cho, adorando o Cordeiro e oferecendo-lhe suas coroas. Em 5.8-10, eles trazem harpas e prostram-se adorando o Cordeiro e entoando louvores. Em 19.4, descem de seus tronos e prostram-se para adorar a Deus,

  • t|iie cutil nssentado sobre o trono maior. Este imelflos estSo no cu durante a Grande THbulHfio e, a cada juzo de Deus, reagem 1'otli manifestaes de adorao.

    A FUNO DOS ANCIOSEm Apocalipse 5.8-10, os ancios, en-

    Ire outras coisas, tinham [...] salvas de ouro cheias de incenso, que so as oraes don santos. Esta cena celestial representa a Importncia das oraes na terra, mormente durante a Grande Tribulao. O papel diis ancios parece ser o de demonstrar solidariedade, no o de mediar as oraes leitas na terra (Walvoord, p. 117). O simbolismo das salvas de incenso, que representam as oraes dos crentes, assemelha- se iVs palavras de Davi em Salmos 141.2: "Suba a minha orao perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mflos am o o sacrifcio da tarde.

    Joo no identifica quem os ancios representam de forma especfica. As duas principais vises quanto a sua identidade so subdivididas em trs variaes cada uma. A primeira viso defende que eles representam pessoas. Tais pessoas poderiam ser o povo de Israel (santos do AT) ou pessoas da Igreja, ou ambas. A segunda viso afirma tratar-se de seres angelicais, que representam ordens sacerdotais veterotestamentrias ou um tipo especfico de anjo ou uma ordem angelical especial (Thomas, pp. 344-345).

    A idia de que representam outros grupos combina com o que lemos no AT, onde11 sacerdcio era representado por 24 ordens sacerdotais, cada qual sendo representada por um sacerdote. Da mesma forma, os 24 ancios representam outras pessoas (Walvoord, p. 106). Os ancios envergam coroas de vitria e no coroas que simbolizam autoridade para governar, apesar de Apocalipse mencionar os dois tipos. E importante observar que os ancios traziam suas coroas, ou seja, j tinham alcanado vitria.

    id e n t if ic a o d o s a n c iAo sA identificao dos 24 ancios faz uma

    grande diferena na viso que se pode ter do arrebatamento da Igreja. Se os 24 anciflos representam os crentes da era da Igreja, e se seu nmero representa a completude do corpo de Cristo no cu, podemos concluir que a Igreja no passar pela Grande Tribulao, mas estar no cu durante este perodo.

    Em Apocalipse 4, lemos o seguinte a respeito deste grupo especfico: (1) eles so chamados ancios, (2) esto sentados em 24 tronos, (3) trazem vestes brancas, e (4) usam coroas de ouro.

    Tanto no contexto cristo como no judaico, a palavra ancios est relacionada liderana da congregao. So eles que tomam as decises e exercem autoridade sobre o povo de Deus. So responsveis por representar o povo diante de Deus e executar a vontade divina em meio ao povo. Na histria de Israel, os sacerdotes tiveram um importante papel na adorao do povo e no relacionamento da nao com Deus. N a Igreja do NT, todos os crentes so sacerdotes, e a liderana est nas mos dos ancios.

    Muito provavelmente, a referncia de Apocalipse aos ancios alude liderana da Igreja e no liderana da nao de Israel. Isto parece ser corroborado pelo fato de a primeira ocorrncia do termo vir logo aps as cartas s sete igrejas. Israel no fazia parte desta viso, apesar de seu papel ativo mais adiante no livro.

    Em Apocalipse 7, temos uma importante pista quanto identidade dos ancios. Um deles pergunta sobre quem a grande multido que vem da Grande Tribulao. Naturalmente, esta multido no pode ser identificada com os 24 anciflos. Alm disso, todos os anjos" sflo distin- guidos dos ancios em Apocalipse 7.11 de modo que os ancios no podem estur relacionados a anjos.

  • 0 S IM BO LISM O DO NM ERO DE ANClAOSOs 24 nnciaos muito provavelmente

    nflo representam toda a nao de Israel, pois Apocalipse 7 fala sobre 144.000 judeus na terra durante a Grande Tribulao, e Apocalipse 12 fala sobre a perseguio de Satans contra a nao durante este mesmo perodo (como o fazem muitos profetas veterotestamentrios).

    O nico grupo completo de criaturas de Deus omitido nesta passagem (Israel, anjos e a multido que vem da Grande Tribulao so mencionados) a Igreja. No h nada sobre a Igreja estar na terra durante este perodo. igreja em Filadlfia, o Senhor prometeu: Como guardaste a palavra da minha pacincia, tambm eu te guardarei da hora da tentao que h de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra (Ap 3.10).

    Ser, porm, que o nmero 24 indica um corpo completo? A Bblia a melhor fonte de informaes para compreendermos suas passagens, seus versculos e suas palavras. O nmero 24 alude a mais alguma coisa?

    Em 1 Crnicas 24, encontramos uma lista das divises de sacerdotes que descendem de Aro. Um de seus filhos, Elea- zar, originou dezesseis cabeas de famlias de sacerdotes, enquanto seu outro filho, Itamar, teve oito. Os versculos 7-18 enumeram cada uma das 24 divises e deixam claro que, no servio do Templo, eles deviam respeitar a ordem desta listagem. Em 1 Crnicas 25, Davi organiza os msicos de forma semelhante. Aqueles que eram msicos sobremodo talentosos somavam 288. Seu perodo de servio no Templo era baseado na ordem listada nos versculos 9-31, que inclua 24 divises de msicos relacionadas s 24 divises de sacerdotes.

    O nmero 24, quando utilizado em relao a sacerdotes e msicos, representa toda a nao de Israel. No seria mera especu-

    IhAo, portanto, suprir que os 24 uneiAo* representam um corpo completo de pessous no cu, enquanto a Grande Tribulao tem lugar na terra.

    Daniel 12.1-3 apresenta de forma clara a ressurreio dos crentes do AT ao fim do perodo da Grande Tribulao. Alm disso, aqueles que vierem a crer na Tribulao, sendo mortos, ressuscitaro ao fim do perodo. Tudo isso agrava o problema dos 24 ancios no cu durante a Grande Tribulao na terra, pois eles trazem vestes brancas, indicando que sua ressurreio j ocorreu.

    Talvez a pista mais importante para identificao destes ancios seja a descrio encontrada em Apocalipse 4.4. Como observamos anteriormente, eles trazem vestes brancas e coroas de ouro. Como fascinante ler nas cartas s sete igrejas que estas so as promessas para aqueles que vencerem:

    1. sentaro em tronos (Ap 3.21);

    2. iro trajar vestes brancas (Ap 3.5);

    3. usaro coroas de ouro (Ap 2.10).

    Se Apocalipse 4.4 retrata um tempo anterior ou contemporneo Grande Tribulao, improvvel que os ancios representem anjos, pois o julgamento destes ocorrer ao fim do Milnio (Mt 25.41; 2 Pe 2.4; Jd 6). A interpretao de que os ancios representam santos de todas as eras tambm pouco provvel, pois o julgamento dos santos do AT ocorre apenas aps o trmino da Grande Tribulao, com a segunda vinda de Cristo (Dn 12.1-3). Somente a Igreja, que ter sido arrebatada e estar sendo recompensada, envergar, neste momento da histria, coroas de honra e vitria (1 Co3.10-15; 2 Co 5.10). Isto significaria que os ancios representam os crentes da era da Igreja.

  • Checamos, portanto, conclusSo de que os 24 ancios representam o corpo completo de Cristo, a Igreja, incluindo todos os crentes, quer judeus, quer gentios, desde o Dia de Pentecostes (At 2) at o arrebatamento da Igreja (simbolizado por Apocalipse 41 e claramente precedendo a Cirande Tribulao).

    David Hocking e Timothy J. Demy

    BIBLIOGRAFIA

    Hocking, David. The Corning World Ruler. Por- tland, Oregon: Multnomah Press, 1988.

    Jeremiah, David. Escape the Corning Night. Dallas: Word, 1 990.

    LaHaye, Tim. Revelation lllustrated and Made plain. Crand Rapids: Zondervan, 1975.

    Thomas, Robert L. Revelation 17: An Exegetical Commentary. Chicago: Moody Press, 1992.

    Walvoord, John F. The Revelation of Jesus Christ: A Commentary. Chicago: Moody Press, 1966.

    ANJOS

    Por mais de trezentas vezes, a Bblia se refere a anjos como seres espirituais criados, pessoais e reais. Muitos telogos acreditam que Deus criou todos os anjos no segundo ou terceiro dia da criao (ver SI 104-4). Os anjos podem ser bons ou maus. Os demnios foram anjos no passado, mas uniram-se rebelio de Satans contra Deus e foram expulsos do cu (ver Ap 12.4).

    A Bblia descreve os anjos de Deus como mensageiros, protetores do povo escolhido e agentes do juzo divino. Eles conduziram o povo de Deus (x 14-19; 23.20), livraram-no do mal (Dn 6.22), falaram com ele (Jz 6.11) e profetizaram para ele (Mt1.20-23). No livro de Apocalipse, os anjos

    entregam mensagens, auxiliam o povo ilr Deus e executam os juzos do Senhor.

    A NATUREZA DOS ANJOSOs anjos so seres espirituais que podem

    aparecer em forma humana (Gn 18.1-8). Geralmente, aparecem na forma masculina (Mc 16.5; Lc 24.4). A nica exceo aparente Zacarias 5.9, onde dois anjos s3o descritos como mulheres. Em alguns casos, eles aparecem como seres viventes extraordinrios (Ap 4-6-8). Pelo menos duas categorias de seres angelicais, serafins e querubins, possuem asas (Is 6.2-6; Ez 1.5-8). Diversos anjos so descritos voando (Dn 9.21; Lc 1.19).

    A Bblia tambm descreve os anjos como seres assexuados e sem pecado. Eles no se do em casamento nem tm filhos (Mt 22.28-30). Possuem personalidade prpria e nomes distintos, como Miguel e Gabriel. Os anjos no so onipresentes e parecem ter suas limitaes (Dn 10.10- 14), pois no podem estar em dois lugares ao mesmo tempo. Pertencem a Deus, mas no so divinos. No exibem caractersticas divinas como a oniscincia.

    Os anjos andam, conversam e comem (Gn 18.1-9), mas suas capacidades suplantam as dos humanos. So seres mais fortes do que ns (1 Pe 2.11)- Podem limitar a iniqidade humana (Gn 18.22) e executar os juzos de Deus (Gn 19.1-11). Os anjos tambm podem influenciar e agir sobre a natureza (Ap 9.14-15).

    0 S NOMES DOS ANJOSA njo uma transliterao da pala

    vra grega angelos, que significa mensageiro. Seu significado semelhante ao da palavra hebraica malak. Fred Dicka- son (1995, p. 61) afirma: Dependendo do contexto, a palavra pode ser usada tanto para um mensageiro humano (1 Sm 6.21), como para um ser espiritu-

  • ul ccicNtlnl, capacitado por Deus como mensageiro a fim dc tornar conhecidos os propsitos divinos (Lc 1.1 1) .

    Ministro diz respeito natureza dos anjos como espritos ministradores (Hb 1.14). Com relao ao ministrio dos anjos, o AT utiliza a palavra hebraica mishra- thim (SI 104.4) do mesmo modo que o N T utiliza a expresso grega leitourgos.

    Hoste concerne aos anjos de Deus como um exrcito celestial. Senhor dos Exrcitos um ttulo atribudo a Deus como Comandante dos exrcitos celestiais. Uma multido dos exrcitos celestiais apareceu no nascimento de Cristo (Lc 2.13).

    Vigia o termo utilizado em Daniel 4.13,17 para demonstrar que os anjos vigiam os humanos e observam seu comportamento. A Bblia freqentemente os descreve sendo chamados por Deus para interferir nas questes dos homens.

    Filhos de Deus uma outra expresso utilizada no AT com relao aos anjos. A expresso hebraica bene elohim aplicada exclusivamente a anjos (J 1.6; 2.1; 38.7).

    Santos (hb. kadoshim) significa separados (SI 89.6-7). Tal palavra reflete o carter e a natureza dos anjos de Deus.

    A CLASSIFICAO DOS ANJOSA Bblia descreve diversos tipos de anjos.

    Querubins so anjos que ocupam a mais alta posio hierrquica. Eles atendem glria, santidade e majestade de Deus (Ez 1.5-14).

    Serafins so os abrasados, ou incendirios angelicais, que se inflamam com a glria de Deus e continuamente anunciam sua trina santidade (Is 6.3).

    Seres viventes (hb. hayoth) a designao geral tanto dos anjos que cuidam da adorao a Deus como dos que executam seus juzos (Ap 4; 14).

    M/km1/ designado como "arean* Jo" em JtidiiN 9. Dickason (p. 70) observa: Tal ttulo o coloca de imediato acima, em uma posifio superior, como lder militar de um exrcito de anjos na batalha contra Satans (Ap 12.7).

    Gabriel o mensageiro que anuncia o nascimento de Joo Batista a Zacarias (Lc 1.11-12) e o nascimento de Jesus a Maria (Lc 1.26-29). Ele tambm revela diversas mensagens profticas a Daniel (9.21).

    0 M IN ISTR IO DOS ANJOSOs seres angelicais ministram a Deus e

    ao povo de Deus de diversas formas:

    adoram a Deus (Ap 4.6-11);

    servem a Deus e a seu povo (Hb1.7,14);

    destroem o mal (Gn 19.1-13);

    protegem o povo de Deus (Dn 6.20- 2 2 );

    comunicam a palavra de Deus (Ap 2 .1 );

    executam o juzo de Deus (Ap 6).

    Os anjos possuem diversos nveis hierrquicos (principados, poderes, potestades, domnios; veja Cl 1.16; Ef 1.20-21; 3.10) e so imortais. Devemos, contudo, lembrar que eles no so divinos. Com freqncia, o fascnio por anjos no passa de uma tentativa frustrada de se preencher um vazio que somen