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Análise do cartaz Moulin Rouge La Goulue de Toulouse-Lautrec

Cultura Visual – Mestrado em Tecnologias Gráficas 2012

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Índice RESUMO .................................................................................................................................................. 2

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 2

2. TOULOUSE-LAUTREC – Uma breve biografia .................................................................................. 3

3. PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS ................................................................................................................ 4

4. O CARTAZ: Moulin Rouge – La Goulue ............................................................................................ 5

4.1 Características Físicas do Cartaz ....................................................................................... 5

4.2 Personagens Retratadas ....................................................................................................... 5

4.3 Elementos Visuais – Análise Estética .................................................................................. 6

4.4 Elementos de Persuasão ....................................................................................................... 7

5. CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 8

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Análise do cartaz Moulin Rouge La Goulue de Toulouse-Lautrec

Cultura Visual – Mestrado em Tecnologias Gráficas 2012

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RESUMO

A imagem não só como arte mas também como cartaz publicitário, isto é, como meio

de influenciar, dar a conhecer, comunicar algo de concreto e objectivo ao público. Será

esse o objectivo do presente trabalho, mais concretamente, estudar um cartaz do artista e

litógrafo Toulouse-Lautrec, um dos mais famosos artistas da Europa do século XIX, pós-

impressionista1 e considerado o precursor da Arte-nouveau2. Para evidenciar esta ligação

entre imagem e publicidade foi seleccionada um cartaz do Toulouse-Lautrec para se

analisar tendo em conta o contexto histórico e sociológico da época em que se insere.

1. INTRODUÇÃO

Pretende-se com este trabalho da cadeira de Cultura Visual, inserida no mestrado em

tecnologias gráficas, dar a conhecer um dos artistas que mais impulsionou e revolucionou, a

par de Jules Chéret seu contemporâneo, o cartaz publicitário. Para isso irá ser analisado um

cartaz em particular do Toulouse-Lautrec, uma litografia, procurando evidenciar as suas

características impressionistas e pós— impressionistas e contextualizar a referida imagem no

período histórico em que foi criada.

Ilustração 1 - Jules Chéret mostando o seu cartaz a Toulouse-Lautrec

Naturalmente o ser humano é influenciado pelo que o rodeia, isso é também verdade

para o artista e como resultado as suas criações também serão influenciadas por isso.

Toulouse-Lautrec reflectiu nos seus cartazes todo o ambiente de mudança na sociedade

francesa de finais do século XIX, o aparecimento da Belle Époque3 em Paris e toda a

festividade, boémia, espectáculos e a procura do prazer estão bem patentes nas suas

criações.

O estudo do cartaz que este trabalho se propõe fazer irá ser mais uma reflexão sobre os

elementos presentes na imagem seleccionada e a sua contextualização e não uma

aplicação directa do método de Panofsky apresentado no decorrer da cadeira. Claro que

1Cf. – Wikipedia: O pós-impressionismo, como o nome indica surge depois do impressionismo por volta de 1885,

continua e acentua as tendências principais do impressionismo, isto é, a cor e bidimensionalidade. Marca também

o início do cubismo. 2 Cf. – Wikipedia: Art nouveau (AFI: [aʁ nuvo], "arte nova" em francês), foi um estilo estético essencialmente de

design e arquitectura que também influenciou o mundo das artes plásticas. Teve grande destaque durante a Belle

époque, nas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX. 3 Cf. – Wikipedia: Belle Époque, ou A Bela Época, foi uma época marcada por profundas transformações culturais

que se traduziram em novos modos de pensar e viver o quotidiano.

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Análise do cartaz Moulin Rouge La Goulue de Toulouse-Lautrec

Cultura Visual – Mestrado em Tecnologias Gráficas 2012

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a metodologia apresentado por Panofsky será sempre uma base de apoio e uma

referência, assim como outros livros e textos o serão, para a análise da referida imagem.

2. TOULOUSE-LAUTREC – Uma breve biografia

Nascido em Albi, Tarn nos Pirinéus franceses, a 24 de Novembro de 1864, recebe o nome

completo de Henri-Marie-Raymond de Toulouse-Lautrec-Monfa, mais conhecido como

Henri de Toulouse-Lautrec. Nascido no seio da nobreza francesa, vem de uma longa

linhagem familiar aristocrática. Filho do Conde Alphonse de Toulouse-Lautrec-Monfa e de

Adéle Tapié de Céleyran4.

Com cerca de 13 anos fractura o fémur da perna esquerda e aos 14 a fémur da perna

direita, estas fracturas não saram correctamente revelando uma doença genética que

trava o crescimento das suas pernas. Em adulto a sua altura não ultrapassa 1, 54 metros.

Fisicamente impedido de participar nas actividades comuns aos jovens da sua época,

Toulouse-Lautrec vira-se para a sua arte.

Tornou-se assim um importante artista pós-impressionista, litografo e ilustrador.

Com apenas 36 anos falece precocemente a 9 de Setembro de 1901, em Malromé

vítima de alcoolismo e alegadamente de sífilis5.

Não obstante a sua vida curta, Toulouse-Lautrec através das suas obras exerceu uma

forte influência nos artistas que se lhe seguiu. O seu estilo influenciou sobretudo artistas como

Pablo Picasso e os fauvistas como André Derain e Henri Matisse6.

“Em Paris compreendi o grande pintor que Lautrec era.” 7

Pablo Picasso

Ilustração 2 - Toulouse-Lautrec em 1892, então com 28 anos

4Cf. - FELBINGER, Udo – Henri de Toulouse-Lautrec, Vida e Obra: Könemann, 1999 5 Cf. - http://www.lautrec.info/biography.html 6 Cf. - FELBINGER, Udo – Henri de Toulouse-Lautrec, Vida e Obra: Könemann, 1999 7 Cf. - FELBINGER, Udo – Henri de Toulouse-Lautrec, Vida e Obra: Könemann, 1999

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Análise do cartaz Moulin Rouge La Goulue de Toulouse-Lautrec

Cultura Visual – Mestrado em Tecnologias Gráficas 2012

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3. PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS

No final da sua adolescência estuda com o artista Fernand Cormon cujo estúdio se

situava em Montmartre, é aqui que Toulouse-Lautrec se inspira. Concluída a sua formação

entrega-se a uma vida boémia e torna-se frequentador assíduo dos cabarets e bordéis de

Paris.

Encontra aqui as principais figuras da sua arte, prostitutas, bailarinas de cancan e outros

frequentadores da vida boémia do Paris da Belle Époque. Ele será também muito

influenciado pelo contraste claro-escuro muito comum nas estampas japonesas que por

esta altura são muito apreciadas.

Para assinalar a abertura do novo cabaret, Moulin Rouge, Toulouse-Lautrec foi

contratado para criar cartazes a divulgar essa ocasião. Mais tarde passou a ser figura

habitual do cabaret onde as suas pinturas seriam expostas

Algumas personagens recorrentes das suas obras incluem famosas bailarinas cancan da

época como por exemplo Jane Avril ou Louise Weber (La Goulue), frequentadores da noite

de Monmartre como o comediante-cantor Aristide Bruant ou Jacques Renaudin (Valentin le

Désossé).

Assim, Toulouse-Lautrec vai transpondo para as suas obras todo ambiente de festa e joie

de vivre que se vive em Montmartre por esta altura8.

Podemos ler em: CF - http://www.pitoresco.com.br/universal/toulouse/toulouse.htm

“Ao contrário dos impressionistas, demonstrou pouco interesse pelas paisagens e dedicou-se aos

interiores. São famosos "Moulin Rouge", "Au salon de la rue des Moulins" e inúmeros retratos, género a

que conferiu incomum aprofundamento psicológico com grande economia de meios.

O estilo pessoal de Toulouse-Lautrec, de linhas livres e onduladas, transgride frequentemente as

proporções anatómicas e as leis da perspectiva em favor da expressividade. As cores intensas, em

combinações rítmicas, sugerem movimento.

As figuras são situadas na tela de forma a que as pernas não fiquem visíveis. Interpretada como

reacção à condição física do próprio artista, essa característica elimina a obviedade do movimento,

que passa a ser apenas sugerido.

A simplificação do contorno e o uso de grandes áreas em uma só cor caracterizam os

cartazes, que estão entre suas obras mais significativas.

A partir de 1892, Toulouse-Lautrec dedicou-se à litografia. Entre as mais de 300 que produziu,

destaca-se a série Elles, sensível panorama da vida nos bordéis.

O surgimento da série coincidiu com a deterioração de seu estado físico e mental. Entregou-se

ao alcoolismo e seus modos irónicos não disfarçavam o sofrimento decorrente de sua deformidade.

Em 1899, após grave colapso nervoso, passou alguns meses num sanatório mas, no ano seguinte,

voltou a beber.

Apesar da excepcional popularidade de seus cartazes publicitários, como os que fez para

Aristide Bruant, Jane Avril, May Belfort e outros artistas, além das numerosas litografias, só

posteriormente reconheceu-se a importância de sua obra, que prefigurou revolucionários movimentos

artísticos do Século XX, como o fauvismo, o cubismo e o expressionismo.”

8 Cf – HELLER, Reinhold - Toulouse-Lautrec: The Soul of Montmartre, Pegasus Library

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Análise do cartaz Moulin Rouge La Goulue de Toulouse-Lautrec

Cultura Visual – Mestrado em Tecnologias Gráficas 2012

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4. O CARTAZ: Moulin Rouge – La Goulue

Durante a pesquisa que realizei sobre este tema encontrei alguns textos já feitos

sobre este cartaz do Toulouse-Lautrec em particular, mesmo do ponto de vista do cartaz

publicitário. Assim sendo irei fazer uma breve descrição das propriedades físicas seguido

de uma análise mais profunda da imagem. Essa análise irá conter a identificação das

personagens baseado em textos publicados e as respectivas características de

publicidade ou persuasão do cartaz. Posteriormente irei fazer algumas considerações

pessoais sobre o cartaz tendo sempre em conta as sessões da cadeira de Cultura Visual.

Moulin Rouge – La Goulue foi o primeiro trabalho litográfico de Toulouse-Lautrec,

encomendado em Dezembro de 1891, foram colocados 3000 exemplares pelas ruas de

Paris. Este cartaz foi encomendado por Charles Zidler e impresso na oficina de Charles

Levy. Devido às dimensões do cartaz este acabou por ser maior que a pedra litográfica

o que levou ao uso de três folhas de papel de tecido910.

Este foi um dos primeiros cartazes produzidos por Toulouse-Lautrec, revelou-se de

imediato um verdadeiro sucesso11.

“Em 1891, quando o seu primeiro cartaz foi fixado pelas ruas de Paris, nascia ali um

novo conceito publicitário que imortalizou as dançarinas de cancã, já famosas

naquela época. O nome de Toulouse-Lautrec começava a ligar-se indelevelmente à

vida nocturna e ao mundo dos bordéis parisienses. (CYBERLAND, 2005)”12

“Diverti-me imenso. Senti uma sensação nova para mim, de autoridade sobre a

oficina inteira.” 13

Henri de Toulouse-Lautrec sobre o seu primeiro cartaz

4.1 Características Físicas do Cartaz

O cartaz original tinha as dimensões 122x195 cm, estas dimensões revelaram ser

maiores que a pedra litográfica ou que levou ao uso de três folhas de papel de tecido,

duas com 84x122 cm e uma tira longitudinal de 27 cm14.

4.2 Personagens Retratadas

Como se pode constatar o cartaz exibe duas imagens, diremos principais:

A figura masculina trata-se de Valentim le Désossé (1843-1907), que

traduzido significa, Valentim o desossado), nome artístico de Jacques

Renaudin. Era conhecido nos salões de baile de Paris como o ―Rei da Valsa‖.

Dono de uma figura esguia e uma espantosa flexibilidade, era uma figura

incontornável na vida nocturna parisiense1516.

9 Cf. - http://artedahistoria.blogspot.pt/2007/10/henri-de-toulouse-lautrec.html

10 Cf - http://virtual-lautrec.net/?i=en&sec=cartells&id_cartell=1

11 Cf. - FELBINGER, Udo – Henri de Toulouse-Lautrec, Vida e Obra: Könemann, 1999

12 Cf. – MEDEIROS, Diego Piovesan – O Cartaz Publicitário na Belle Époque 13

Cf. - FELBINGER, Udo – Henri de Toulouse-Lautrec, Vida e Obra: Könemann, 1999 14

Cf. - http://ezinearticles.com/?His-Most-Famous-Painting-(Moulin-Rouge-La-Goulue)-Henri-De-Toulouse-

Lautrec&id=2418886 15

Cf. - FELBINGER, Udo – Henri de Toulouse-Lautrec, Vida e Obra: Könemann, 1999 16

Cf. - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1847735/

Ilustração 3 - Cartaz Moulin

Rouge - La Goulue

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Análise do cartaz Moulin Rouge La Goulue de Toulouse-Lautrec

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A figura feminina trata-se de La Goulue, A Gulosa (1870-1928), nome pelo qual ficou

conhecida Louise Weber, uma famosa bailarina da época. Ganhou a sua alcunha pelo

facto de ter o hábito de esvaziar os copos dos clientes17.

Quanto às silhuetas que aparecem em pano de fundo (a preto) tratam-se muito

provavelmente de clientes a apreciarem a dança de La Goulue. Tendo em conta o estilo

de chapéus que estas personagens exibem, poderemos concluir que os frequentadores do

Moulin Rouge seriam da classe média alta18.

4.3 Elementos Visuais – Análise Estética

Como podemos ver este cartaz exibe características do

impressionismo como sejam a transição das cores, o

contraste claro/escuro, também a influência das estampas

japonesas já referida anteriormente. À excepção da

transição suave de tons que se nota no chão e no fundo,

talvez para se distanciar um pouco da rigidez do movimento

impressionista.

Vemos também uma certa profundidade ou

tridimensionalidade dada pela maneira como Toulouse-

Lautrec desenha as madeiras do chão, não sendo uma

perspectiva exacta ou matemática não deixa de dar uma

sensação de profundidade a toda a composição, talvez

também para fugir aos limites, como que, impostos pelo

movimento impressionista.

Reportando ainda às principais características do

impressionismo, vemos que o cartaz exibe uma simplicidade

nos traços, ilustrando a realidade em contraponto a uma

representação exacta da realidade, por exemplo

respeitando as proporções anatómicas.

No centro da imagem vemos a acção principal, isto é a

dança o movimento, protagonizado pela La Goulue no centro da pista assumindo assim

um lugar destacado no cartaz. Da forma como a La Goulue está representada

podemos pensar que estaria no meio de uma actuação para os demais espectadores

(em terceiro plano). O nosso olhar é direccionado logo para o centro do cartaz e para

a cena do movimento.

Podemos apreciar a simplicidade com que o movimento da saia foi conseguido

apenas usando alguns traços pretos, para demarcar a ondulação da mesma, à volta

do branco.

Em primeiro plano vemos o Valentin de perfil como que também assistindo à

actuação de La Goulue, a forma como as mãos do Valentin estão representadas

poderão sugerir alguma censura pela postura (perna levantada) de La Goulue ou talvez

para disfarçar um leve sorriso pela mesma postura.

17

Cf. - FELBINGER, Udo – Henri de Toulouse-Lautrec, Vida e Obra: Könemann, 1999 18

Cf - http://ezinearticles.com/?His-Most-Famous-Painting-(Moulin-Rouge-La-Goulue)-Henri-De-Toulouse-

Lautrec&id=2418886

Ilustração 4 - Cartaz Moulin Rouge - La

Goulue

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Análise do cartaz Moulin Rouge La Goulue de Toulouse-Lautrec

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Podemos também constatar que entre silhuetas femininas e masculinas no plano de

fundo, temos 10 espectadores o que segundo Jean Chevalier e Alain Gheerbrant em ―O

dicionário dos símbolos‖ poderá significar precisamente a obra concluída.

“Dez.1.10 É o número da Tetractys pitagórica:

A soma dos quatro primeiros

números (1 + 2 + 3 + 4). Tem o sentido de

tudo, de acabamento, o retorno à

unidade após o ciclo de desenvolvimento

primeiros nove números.”19

Destaque também para a forma como está disposto todo o texto, as letras e as suas

cores, mais uma vez sólidas e directas. Este cartaz de Toulouse-Lautrec distingue-se

claramente dos demais cartazes anteriores pelo uso do ―M‖ maiúsculo que acompanha em

toda a vertical as três repetições do nome ―Moulin Rouge‖20.

Finalmente temos a forma e colocação cuidada do texto, isto é, da informação a

transmitir a quem olha para o cartaz. Assim a imagem alia-se à palavra para transmitir não

só emoções, neste caso movimento, festa e convívio, mas também informações concretas

e pertinentes sobre o espaço Moulin Rouge – ―Concert Bal‖ – ―Tous les Soirs‖ – ―La Goulue‖,

Concerto Baile – Todas as noites – A Gulosa. De forma concisa e directa, Tououse-Lautrec,

consegue em poucas palavras transmitir aos espectadores o que é o Moulin Rouge,

quando e quem poderão lá encontrar.

4.4 Elementos de Persuasão

As mulheres – Na França do século XIX não haviam muitas opções para as mulheres,

ocupando-se geralmente das tarefas domésticas, algumas trabalhavam em tecelagens ou

fábricas de costura. Aquelas que procuravam a sua independência, fugiam dos costumes

tradicionais e eram avessas à tradição de constituir família, tornavam-se meretrizes e

bailarinas nas casas de espectáculos.21

O movimento – Como o cartaz em estudo foi concebido para publicitar um espaço de

dança, uma casa de espectáculo, o movimento e a dança assumem grande importância

daí que La Goulue (bailarina de cancã) suja precisamente no centro da acção.22

19 Cf. – CHEVALIER, Jean; Gheerbrant, Alain - Dicionário dos símbolos. Lisboa: Teorema, 1995. 20 Cf. - FELBINGER, Udo – Henri de Toulouse-Lautrec, Vida e Obra: Könemann, 1999 21

Cf. – MEDEIROS, Diego Piovesan – O Cartaz Publicitário na Belle Époque 22

Cf. – MEDEIROS, Diego Piovesan – O Cartaz Publicitário na Belle Époque

Ilustração 4 - Exemplo

de Tetractys

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As cores – Toulouse-Lautrec compreendeu que o cartaz geralmente será

percepcionado de forma rápida, por isso terá de ser simples e exibir grande contraste e

facilidade de leitura. A cor foi utilizada de forma a chamar a atenção e não apenas como

elemento decorativo ou estético.

“Para Farina, a cor é o fundamento da expressão e

está ligada à expressão de valores espirituais e sensuais. Afirma que, na força comunicativa da

imagem, o que predomina é o impacto exercido pela cor (FARINA, 1994, p. 25).”23

“Toulouse-Lautrec compreendeu que a essência do cartaz era uma simplicidade

corajosa que prendesse a atenção e transmitisse a sua mensagem instantaneamente,

antes que o passageiro fosse levado adiante pelo ônibus, ou pela carruagem, ou o

pedestre fosse distraído por outra visão de sua tumultuada cidade. (HARRIS, 1994,p. 44)”24

O Texto (Tipologias) – Todo o texto e as letras que o compõem aparecem de forma

cuidada e apelativa de modo a facultar uma leitura rápida ao mesmo tempo que formam

um conjunto harmonioso com a imagem.

“Segundo Munari (1993, p. 47), não apenas cada letra de uma palavra possui uma

forma; o conjunto das letras que compõem a palavra proporciona uma forma global que vem a

ser da própria palavra. As duas principais intenções são chamar a atenção e facilitar a

leitura.”25

5. CONCLUSÃO

23

Cf. – MEDEIROS, Diego Piovesan – O Cartaz Publicitário na Belle Époque 24

Cf. – MEDEIROS, Diego Piovesan – O Cartaz Publicitário na Belle Époque 25

Cf. – MEDEIROS, Diego Piovesan – O Cartaz Publicitário na Belle Époque