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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO TURISMO E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS DAVID WILLIAM ARCO-VERDE MEDEIROS DE PAIVA O PAPEL DO RELAÇÕES PÚBLICAS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS JOÃO PESSOA 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO TURISMO E ARTES

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

DAVID WILLIAM ARCO-VERDE MEDEIROS DE PAIVA

O PAPEL DO RELAÇÕES PÚBLICAS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

JOÃO PESSOA

2015

1

DAVID WILLIAM ARCO-VERDE MEDEIROS DE PAIVA

O PAPEL DO RELAÇÕES PÚBLICAS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

apresentado à Universidade Federal da Paraíba

como requisito para obtenção do título de

Bacharel em Relações Públicas.

Orientado pela Professora Ms. Adriana do

Amaral Freire

JOÃO PESSOA

2015

2

Catalogação da Publicação na Fonte.

Universidade Federal da Paraíba.

Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA).

Paiva, David William Arco-verde Medeiros de.

O papel do relações pública nas micro e pequenas empresas. / David

William Arco-verde Medeiros de Paiva. - João Pessoa, 2015.

35 f.:il.

Monografia (Graduação em Comunicação Social com habilitação em

Relações públicas) – Universidade Federal da Paraíba - Centro de Ciências

Humanas, Letras e Artes.

Orientadora: Profª. Me. Adriana do Amaral Freire.

1. Relações públicas. 2. Micro e pequenas empresas. 3. Revisão sistemática.

I. Título.

3

DAVID WILLIAM ARCO-VERDE MEDEIROS DE PAIVA

O PAPEL DO RELAÇÕES PÚBLICAS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a

Universidade Federal da Paraíba como

requisito para obtenção do título de Bacharel

em Comunicação Social com Habilitação em

Relações Públicas.

Banca examinadora:

Orientador: Nota

__________________________________________ ______

Profa. Ms. Adriana do Amaral Freire

Examinadores: Nota

___________________________________________ ______

Profa. Ms. Ana Priscila Silva Gesteira

___________________________________________

Esp. Bruno de Araújo Ribeiro

Média:______

João Pessoa/PB, _____ de _____________ de 2015.

4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer minha orientadora, Profa. Ms. Adriana do Amaral

Freire, por me aceitar como orientando, por confiar no meu trabalho e estar sempre disponível

para discussão, esclarecimento de dúvidas e sugestões.

A Profa. Ms. Ana Priscila Silva Gesteira e a Bruno de Araújo Ribeiro pela

disponibilidade de participarem da banca examinadora.

A minha namorada Tamíris, por todo a apoio e por acreditar em mim em todo

momento.

5

O PAPEL DO RELAÇÕES PÚBLICAS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

RESUMO

Esse estudo faz uma abordagem sobre as Relações Públicas para as micro e pequenas

empresas, por meio de uma pesquisa bibliográfica com análise sistemática e qualitativa. As

micro e pequenas empresas tem uma grande importância para a economia brasileira,

representando 99% dos empreendimentos em operação, sendo as maiores geradoras de renda

e empregos no país. Apesar da sua grande participação na economia, a taxa de mortalidade

das empresas de pequeno porte com até dois anos de existência é de 26,4%, em decorrência

da falta de planejamento. Atualmente, o mercado é altamente competitivo e os clientes são

cada vez mais exigentes, desta forma, as Relações Públicas podem desempenhar um

importante papel, otimizando os resultados dessas empresas.

Palavras-chave: Relações Públicas; micro e pequenas empresas; revisão sistemática.

ABSTRACT

This study is an approach to Public Relations for micro and small entreprises, through

a literature search with systematic and qualitative analysis. Micro and small businesses is of

great importance for the Brazilian economy, representing 99% of the enterprises in operation,

the largest generators of income and jobs in the country. Despite its large share of the

economy, the mortality rate of small businesses with up to two years old is 26.4%, due to the

lack of planning. Currently, the market is highly competitive and customers are increasingly

demanding in this way, the public relations can play an important role in optimizing the

results of these entreprise.

Keywords: Public Relations; micro and small entreprises; systematic review.

6

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classificação do porte da empresa segundo o Banco do Nordeste 19

Quadro 2 – Classificação do porte das empresas por pessoas ocupadas 20

Quadro 3 – Classificação do porte das empresas segundo o BNDES 20

Quadro 4 – Classificação do porte das empresas segundo o Simples 20

Quadro 5 – Classificação do porte das empresas segundo a ANVISA 21

7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 08

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 11

2.1 HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 11

2.1.1 Surgimento da atividade de Relações Públicas 11

2.1.2 História das Relações Públicas no Brasil 12

2.2 FUNÇÕES DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 14

2.3 RELAÇÕES PÚBLICAS E O PLANEJAMENTO 16

3 O MERCADO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA

ECONOMIA BRASILEIRA

18

3.1 HISTÓRIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL 18

3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS 19

3.3 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO PARA AS MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS

21

4 ANÁLISE DO CONTEXTO ATUAL DAS MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS PARA A PROFISSÃO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

24

4.1 RELAÇÕES PÚBLICAS E MARKETING 25

5 MÉTODO 27

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 28

6.1 ANÁLISE DO ARTIGO “A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE

RELAÇÕES PÚBLICAS EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS”

28

6.2 ANÁLISE DO ARTIGO “RELAÇÕES PÚBLICAS SOMENTE

PARA GRANDES EMPRESAS?”

30

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 32

REFERÊNCIAS 34

8

1 INTRODUÇÃO

A atividade de Relações Públicas é desconhecida à parte considerável de públicos e do

mercado empresarial, que, por sua vez, ainda não reconhece os benefícios trazidos pela

profissão para as micro e pequenas empresas como a aproximação com seus públicos e a

estabilização nesse mercado tão concorrido (CANHEN, 1990). Além disso, os empresários

inseridos em tais empresas investem apenas em ações de curto prazo, o que dificulta a

expansão dos negócios, pois esse tipo de investimento gera um aumento de clientes somente

durante a implementação de uma determinada ação promocional e com o fim dela o

incremento no número de clientes não se consolida, tornando-se um esforço gerador de

retornos inconsistentes e inconstantes para a organização investidora. Já uma empresa que

possui um profissional de Relações Públicas, aparenta dar mais valor às estratégias de

relacionamento com os seus públicos, estabelecendo uma visão de futuro e desenvolvimento

da mesma, pois esse profissional é o encarregado de todo o planejamento estratégico da

comunicação de uma empresa e muitos empresários desconhecem os benefícios dessa

atividade profissional (PENN, 1995). Para Grunig (2009), uma empresa precisa manter um

relacionamento com seus públicos, mas raramente consegue fazer isso sozinha, por isso a

necessidade de um profissional com formação em Relações Públicas. Neste cenário,

problematiza-se: qual é o papel (ou atribuições) do Relações Públicas junto às micro e

pequenas empresas, levando em consideração o predomínio dessas no cenário econômico

brasileiro?

A profissão de Relações Públicas é tradicionalmente associada a empresas de grande

porte, entretanto, de acordo com pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro

e Pequenas Empresas – SEBRAE (2012) em parceria com o Departamento Intersindical de

Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE (2012), as micro e pequenas empresas

totalizam 99% dos negócios do Brasil. Essas empresas são responsáveis por 27% do PIB do

país, 52% dos empregos com carteira assinada e 40% dos salários pagos. Diante deste cenário

econômico, o profissional de Relações Públicas precisa estar atento às demandas de empresas

desse porte, desenvolvendo suas funções específicas e adaptando-se a realidade econômica.

Com a atual situação do mercado, o investimento em comunicação precisa deixar de

ser visto como necessidade secundária. Segundo Bretzke (2000), independente do porte, as

empresas estão tendo que se relacionar com consumidores cada vez mais informados e

sofisticados, adquirindo uma grande diversidade de gostos e preferências. Nesta direção, a

micro e pequenas empresas precisam de diferenciais para confrontar a concorrência e o

9

planejamento de comunicação configura-se como um dos caminhos para identificar esses

diferenciais, e por meio de ações e estratégias com o objetivo de ajuda-las a desenvolver-se

potencialmente.

Nesse cenário, a atividade de Relações Públicas ganhou uma importância diferenciada

para as atividades das empresas de micro e pequeno porte, pois visa fortalecer a identidade

corporativa, ampliando e focalizando estratégias de ação e fortalecendo sua identidade junto

ao seu público. Neste sentido, justifica-se a pertinência de se desenvolver o presente estudo,

considerando a necessidade de ampliar a discussão relativa à importância da participação

desse profissional e do uso de suas atribuições voltadas para as micro e pequenas empresas,

principalmente em virtude do crescimento destas na economia brasileira.

Nessa direção, esta pesquisa tem como foco as micro e pequenas empresas,

essencialmente por serem a grande maioria dos estabelecimentos e pela sua importância para

a economia brasileira. De forma específica, pretende-se apresentar um panorama geral do

papel do profissional de Relações Públicas no que se refere ao planejamento da comunicação

visando à melhoria do funcionamento estratégico das referidas micro e pequenas empresas.

O objetivo geral deste estudo é analisar o papel do Relações Públicas nas micro e

pequenas empresas. Especificamente, pretende-se descrever a atuação do profissional de

Relações Públicas nas micro e pequenas empresas; identificar as ferramentas de comunicação

utilizadas pelo profissional de Relações Públicas nas micro e pequenas empresas; e discutir as

dificuldades encontradas por estes profissionais para atuarem nas micro e pequenas empresas.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com análise sistemática e qualitativa, baseada em

busca eletrônica de artigos indexados nas bases de dados do Google Acadêmico e Conrerp

(Conselho Regional de Relações Públicas).

Mais especificamente, será feito um levantamento de artigos científicos por meio de

busca por expressões-chave “relações públicas” e “micro e pequenas empresas” nas referidas

bases de dados. Serão incluídos artigos científicos referentes à temática em estudo, seguindo

alguns critérios de inclusão: ser texto original publicado em revistas científicas, estar acessível

na íntegra nas bases de dados disponíveis online (Google Acadêmico, Conrerp), abordar em

seu conteúdo discussões sobre as atribuições dos Relações Públicas e a inserção desses

profissionais nas empresas de pequeno porte.

Esta monografia se estrutura em seis partes principais. Inicialmente, na fundamentação

teórica, discorre-se sobre o surgimento da profissão Relações Públicas e suas funções.

Adiante, é abordado o mercado das micro e pequenas no Brasil assim como a importância da

comunicação para as mesmas. Em seguida, aborda-se como o profissional de Relações

10

Públicas, no atual contexto do mercado, pode auxiliar no crescimento das micro e pequenas

empresas. Dessa forma é exposto o método utilizado na pesquisa e posteriormente faz-se uma

análise dos artigos selecionados, por meio de uma revisão sistemática, sendo que nos

resultados e discussões, descreve-se tais achados, confrontando-os com a literatura

consultada. Por fim, nas considerações finais, discute-se sobre a atual situação do profissional

de Relações Públicas nas micro e pequenas empresas do Brasil e sugere-se estudos futuros.

11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo discorre sobre o surgimento das Relações Públicas, suas funções, a

necessidade do planejamento para a profissão e a importância da comunicação para as micro e

pequenas empresas.

2.1 HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

2.1.1 Surgimento da Atividade de Relações Públicas

De acordo com Baldissera e Sólio (2008), as primeiras décadas do século XX

marcaram o aparecimento dos grandes monopólios, a concentração de riquezas e a

insatisfação do povo norte-americano com o mundo dos negócios. Não eram somente os

trabalhadores que se organizavam em sindicatos para enfrentar os grandes empresários, mas

também a classe média que se manifestava, principalmente por meio da imprensa, contra os

abusos das empresas.

Os Estados Unidos da América (EUA), por exemplo, saíam de uma violenta

guerra civil – Guerra de Secessão (1861/1865) –, que apontaria a ascensão

de capitalistas industriais e o declínio do poder de uma aristocracia rural.

Parece importante lembrar que o modelo rural de sociedade estabeleceu uma

relação de exploração de mão-de-obra de base escravagista e, em um

primeiro momento, as relações capital versus trabalho da sociedade

industrial estão nele alicerçadas. No mesmo período, Alemanha, Itália,

Espanha e França deparavam-se com a ascensão dos partidos socialistas, e a

Rússia vivia sua grande Revolução (1917). Eclodiam, entre os trabalhadores,

reivindicações de melhores condições de trabalho, saúde, habitação e

educação, remanescentes da luta do século anterior. (BALDISSERA;

SÓLIO, 2005, p. 88)

O crescimento de protestos da população fez com que o governo norte-americano

tomasse algumas medidas legais e propusesse ao Congresso novas leis contra os monopólios e

cartéis. Após essas medidas tomadas pelo governo dos Estados Unidos da América, as

grandes empresas perceberam a necessidade de vir a público para explicar suas atividades, por

intermédio de advogados e jornalistas. Foi quando John D. Rockefeller Jr. contratou os

serviços do jornalista Ivy Lee (PERUZZO, 2004)

Um dos primeiros casos mais conhecidos do uso das Relações Públicas por uma

empresa foi a da Standard Oil Company de John D. Rockefeller. Segundo Chernow (1998), a

12

Colorado Fuel and Iron Company, uma das empresas pertencentes do grupo da Standard Oil

Company, tinha péssimas condições de trabalho. A moradia dos trabalhadores era precária,

não havia segurança nos locais de trabalho, salários muito baixos e carga horária de serviço

extremamente abusiva.

Diante dessa situação, em 1913 os trabalhadores entram em greve, reivindicando

melhores condições de trabalho, melhores salários e redução da carga de trabalho.

Para acabar com a greve foram contratadas pessoas para aterrorizar os grevistas e fazer

com que terminassem a manifestação. Em 1914 a situação fica fora de controle e um

sangrento combate entre os grevistas e os contratados para acabar a greve acontece

(CHERNOW, 1998).

O conflito entre os trabalhadores e a empresa é veiculado pelas grandes mídias e a

imagem de Rockefeller entra em crise com a opinião pública.

Preocupado com sua reputação, Rockefeller contrata os serviços de Ivy Ledbetter Lee.

Ivy Lee era um jornalista que deixou o jornalismo para atuar nas Relações Públicas. Para ele

as Relações Públicas era uma área promissora por ter ligações com o jornalismo investigativo

e as relações diretas com o governo para a regulamentação de negócios (CHERNOW, 1998).

Os Rockfeller estavam sendo detratados pela imprensa norte-americana, em

decorrência dos maus tratos impingidos aos grevistas em uma de suas

empresas, a Colorado Fuel and Iron Co. A estratégia de Lee foi trabalhar a

imagem pessoal de John Rockfeller, através de ações de filantropia e

benemerência, o que culminou por notabilizá-lo como grande filantropo

perante a opinião pública. (PINHO, 2008, p. 34)

De acordo com Chernow (1998), Ivy Lee propôs a Rockefeller a adoção de medidas

radicais. A primeira recomendação foi que Rockefeller falasse a verdade nas entrevistas. Em

seguida, orientou Rockefeller a dispensar os guarda-costas. Outra recomendação foi a abertura

da empresa para a imprensa. Muitas outras medidas foram tomadas, todas procurando

humanizar a corporação aos olhos do povo.

2.1.2 História das Relações Públicas no Brasil

Segundo Andrade (1993), em 30 de janeiro de 1914 a The Light and Power Co.,

empresa responsável pela iluminação pública e do transporte coletivo na capital de São Paulo,

criou o primeiro escritório de Relações Públicas no Brasil.

13

A empresa de origem canadense percebeu a necessidade de criar um departamento de

comunicação que ficou encarregado dos “negócios da Companhia com as autoridades

estaduais e municipais e passes escolares” (ANDRADE, 1993, p.78). O responsável pelo

departamento de Relações Públicas da The Light and Power Co. foi o engenheiro Eduardo

Pinheiro Lobo, considerado o “Pai das Relações Públicas no Brasil”.

Depois do trabalho de Eduardo Lobo, pouca coisa aconteceu no Brasil. O trabalho de

Relações Públicas no país só veio realmente a se desenvolver nos anos de 1950 com a

chegada das empresas multinacionais.

O país, redemocratizado, entrava em uma era de transformação com os

presidentes Getúlio Vargas (1950-1954) e Jucelino Kubitschek de Oliveira

(1956-1960). A política industrial então instaurada atraiu muitas

multinacionais. A comunicação tomou novos rumos com a chegada da

televisão (1950) e do rádio transistorizado. Formaram-se conglomerados

midiáticos, surgiram os institutos de pesquisa e consolidaram-se as agências

de propaganda (KUNSCH,W., 2009, p.25).

Somente em 1968 a profissão de Relações Públicas foi regulamentada mediante a Lei

Federal n. 5.377 aprovada pelo Congresso Nacional no final de 1967. Segundo Moura (2007),

o Brasil se tornou o primeiro país a possuir uma legislação específica, regulamentada pelo

Decreto nº 63.283.

Em 1969, o Decreto-lei nº 860, de 11 de setembro de 1969, constituiu o CONFERP -

Conselho Federal dos Profissionais de Relações Públicas, órgão responsável pelo registro dos

profissionais.

Com isso, a atividade se tornou privativa dos bacharéis da Comunicação

Social com habilitação em Relações Públicas e que estivessem registrados

em um dos oito conselhos regionais espalhados pelo país. A lei se centraliza

nos objetivos da “profissão”; sua regulamentação foi comemorada com

grande júbilo, ressaltando-se o pioneirismo mundial da iniciativa. A verdade

é que a profissão ainda não havia se legitimado efetivamente na academia e

na sociedade, confundindo-se as suas atividades com as de outras áreas. E,

sem reconhecimento social, ela não seria respeitada e a lei não conseguiria

purificá-la das mazelas e deturpações conceituais (KUNSCH, W., 2009,

p.26).

Entre os anos de 1992 a 1997 houve encontros anuais para a realização do Parlamento

Nacional de Relações Públicas. O Parlamento, que envolveu profissionais da área de todo o

país, teve como objetivo a revisão da lei de 1967 que regulamenta a profissão e readequar a

profissão as novas exigências do mercado.

14

O resultado final do Parlamento foi o documento "Conclusões do Parlamento

Nacional de Relações Públicas”. Esse documento estabelece funções mais bem definidas para

a área.

Art. 2º - A profissão de Relações Públicas, observadas as condições previstas

nesta lei, poderá ser exercida, como atividade liberal, assalariada ou de

magistério, nas entidades de direito público ou privado, no contexto da

conjuntura nacional e mediante as seguintes funções específicas:

I) diagnosticar o relacionamento das entidades com os seus públicos;

II) prognosticar a evolução da reação dos públicos diante das ações das

entidades;

III) propor políticas e estratégias que atendam às necessidades de

relacionamento das entidades com seus públicos;

IV) Implementar programas e instrumentos que assegurem a interação das

entidades com seus públicos. Parágrafo único - Consideram-se atividades

específicas de Relações Públicas aquelas que dizem respeito ao cumprimento

das funções apontadas no caput, a saber: I) realizar:

a) auditoria de opinião; b) pesquisa de opinião; c) pesquisa institucional; d)

pesquisa de cenário institucional;

II) realizar e analisar a projeção de cenários institucionais;

III) estabelecer programas de comportamento das entidades com seus

públicos;

IV) planejar, coordenar e executar programas de: a) interesse comunitário; b)

informação para a opinião pública; c) comunicação dirigida; d) utilização de

tecnologia de informação aplicada à opinião pública; e) esclarecimento de

grupos, autoridades e opinião pública sobre os interesses da organização;

V) ao ensino de disciplinas de teoria e técnicas de Relações Públicas;

VI) avaliar os resultados dos programas obtidos na administração do

processo de relacionamento das entidades com seus públicos1

A criação da Lei Federal n. 5.377 que regulamenta a profissão teve como objetivo

valorização dos profissionais da área, mas mesmo nos dias de hoje, os profissionais de

Relações Públicas brigam por seu espaço, pois ainda é possível ver pessoas graduadas em

outras áreas exercendo a função.

2.2 FUNÇÕES DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

Para Cesca (2006), as funções específicas do profissional de Relações Públicas são:

diagnosticar o relacionamento da organização com seus públicos; prognosticar a evolução da

reação dos públicos diante das ações das organizações; propor políticas e estratégias que

atendam às necessidades de relacionamento das organizações com seus públicos; implementar

programas e instrumentos que asseguram a interação das organizações com seus públicos.

1 CONCLUSÕES DO PARLAMENTO NACIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS. Atibaia/São Paulo, Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas - CONFERP, outubro de 1997, p.5

15

De acordo com Kunsch (2003), são quatro as funções organizacionais de Relações

Públicas. A primeira é a função administrativa, que visa manter a interligação da

comunicação, articulando as informações entre setores, departamentos e outros. Na prática

mostra que as Relações Públicas buscam criar e certificar que as relações entre o público

interno e externo estejam claras, contando sempre com as características estratégicas políticas

da profissão.

A segunda função citada é a função estratégica, que prioriza demonstrar resultados

diante dos planos estratégicos da organização. Neste contexto a organização já constrói e dá

forma à sua imagem diante da sociedade, tendo como provedor o trabalho do profissional de

Relações Públicas.

A característica da função mediadora é intermediar as informações entre os diversos

públicos da organização. Esse profissional está habilitado a estudar as melhores maneiras de

transmitir as informações e identificar as peculiaridades do público a ser alcançado. Outra

característica desta função é a abertura do diálogo com os públicos. Mais do que transmitir

uma mensagem o profissional de Relações Públicas deve incentivar a comunicação, no seu

real sentido, o ato de trocar informações, ideias e percepções.

No campo das relações de poder nas organizações, encontra-se a função política.

Nesta função específica, o profissional administra as relações de poder e gerencia conflitos,

estabelecendo negociações, estratégias de comunicação para a solução de problemas. Segundo

Simões (1995), a função política da organização é a “essência” da atividade de Relações

Públicas, enquanto administrar a comunicação é a aparência e administrar o conflito é a

“circunstância”.

Segundo Cesca (2006) são as cinco principais atividades de um Relações Públicas. A

primeira atividade é a Assessoria e consultoria que é a responsável por sugerir à alta

administração políticas comunicação para os setores da empresa que trabalham com a opinião

pública. A segunda é a Pesquisa. Essa atividade é responsável por realizar os levantamentos

de dados e informações sobre a organização, seus públicos, suas estratégias, que servirão de

base para as ações futuras.

Planejamento é a terceira atividade. Ela elabora programas e projetos de Relações

Públicas e requisita recursos técnicos e humanos para que os objetivos do mesmo sejam

atingidos. A quarta é a Execução, onde se realiza todas as atividades relativas a eventos,

comunicação com os públicos e divulgação jornalística.

A quinta atividade é a Avaliação. Ela consiste na mensuração dos resultados obtidos a

partir de cada ação planejada e executada.

16

Assim, é possível observar que as Relações Públicas atuam em todas as áreas de uma

empresa, seja na mediação entre a organização e seus públicos como também na definição de

seu futuro, por intermédio do planejamento da comunicação, o que torna a inserção do

profissional de Relações Públicas na empresa de grande importância para seu

desenvolvimento.

2.3 RELAÇÕES PÚBLICAS E O PLANEJAMENTO

O planejamento é de grande importância para qualquer empresa, independente do seu

porte. As empresas precisam estabelecer metas, parâmetros e estratégias para que no futuro

seus objetivos sejam alcançadas.

De acordo com Maximiano (2004, p. 131) “Planejamento é o processo de tomar

decisões para o futuro. As decisões que procuram, de alguma forma, influenciar o futuro, ou

que serão colocadas em pratica no futuro, são decisões de planejamento.”

Para Kwasnicka (2007), o planejamento é definido como uma análise de informações

do presente e do passado e a avaliação das prováveis consequências futuras, permitindo que

seja definida ações que levem a organização a alcançar bom termo em relação a sua estratégia

competitiva e obter vantagem competitiva perante seus concorrentes.

Segundo Kunsch (2003, p. 316), o planejamento é um importante instrumento para as

Relações Públicas, pois “evita a improvisação, oferece maiores possibilidades para a

consecução dos objetivos e o cumprimento da missão organizacional, permite racionalizar os

recursos necessários e dá uma orientação básica, capaz de permitir a avaliação de resultados.”.

Pelo fato de as atividades de relações públicas se envolverem sempre com

públicos e a opinião pública em geral, é evidente que vão requerer o máximo

de cuidados e uma sistematização das ações. E tudo isso só será possível

com e por meio do planejamento. Portanto, trata-se de uma função básica

imprescindível para o exercício profissional do dia-a-dia. (KUNSCH, 2003,

p. 316)

O planejamento é uma ferramenta que irá auxiliar o departamento de Relações

Públicas de uma empresa a agir com medidas mais previsíveis e eficazes. (KUNSCH, M. M.

K., 2003), isto porque auxilia às empresas na direção de tomadas de decisões futuras.

Uma empresa com um planejamento feito por um Relações Públicas tem a

possibilidade de contribuir estrategicamente para o planejamento da comunicação,

17

estabelecendo objetivos e metas, ajudando a evitar erros futuros e buscar uma relação mais

próxima com seus públicos, ajudando a consolidar sua imagem no mercado.

18

3 O MERCADO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA ECONOMIA

BRASILEIRA

Nos últimos anos, as micro e pequenas empresa alcançaram um alto nível de

importância na economia brasileira. Segundo pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE (2012) em parceria com o Departamento

Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE (2012), essas empresas

totalizam 99% dos negócios do Brasil, 27% do PIB do país, 52% dos empregos com carteira

assinada e 40% dos salários pagos.

3.1 HISTÓRIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

O governo federal em 1960, após perceber o potencial econômico das empresas de

pequeno porte, criou o “Grupo Executivo de Assistência a Média e Pequena Empresa

Industrial”, visando fortalecer a estrutura econômica e financeira desse segmento de empresa.

Nesse mesmo ano também foi criado o “Programa de Financiamento à Pequena e

Microempresa” (Jornada SEBRAE, 1997).

Em 27 de novembro de 1984, foi sancionada a lei 7.256/84, que regulamentaria o

Estatuto da Microempresa. A lei tinha como objetivo facilitar a constituição e o

funcionamento da microempresa.

À Microempresa é assegurado tratamento diferenciado, simplificado e

favorecido, nos campos administrativos, tributários, previdenciário,

trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial, de acordo com o

disposto nesta lei2.

Em 1988 foi criado o art. 179 da Constituição Federal com o intuito de incentivar as

micro e pequenas empresas.

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às

microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas em lei,

tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação

de suas obrigações administrativas, tributárias, providenciarias e creditícias,

ou pela eliminação ou redução destas por médio de lei3.

2 ART. 1 DA LEI 7.256 DE 27 DE NOVEMBRO 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7256.htm 3 ART. 179 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

19

Posteriormente, em 5 de dezembro de 1996, foi criada a lei 9.317/96, que criava o

Sistema Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições – SIMPLES, que tem como

objetivo simplificar o recolhimento dos tributos e contribuições. No dia 5 de outubro de 1999,

foi aprovada a Lei nº 9.841/99, mais conhecida por "Estatuto da Microempresa e da Empresa

de Pequeno Porte". O Estatuto tem por objetivo favorecer às micro e pequenas empresas nas

áreas da previdência, trabalhista, crédito e desenvolvimento empresarial.

Por fim, no dia 14 de dezembro de 2006, foi aprovada a Lei Complementar nº123,

conhecida como a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. A lei tem como objetivo

estabelecer normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido às micro e

pequenas empresas (SEBRAE, 2007)

3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

No Brasil, a classificação do porte da empresa, não apresenta uma padronização,

utilizando vários critérios por diferentes instituições.

O Banco do Nordeste (BNB), por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do

Nordeste (FNE), estabelece o faturamento bruto anual como critério de classificação do porte

da empresa. Segundo o SEBRAE, “faturamento anual é o total das vendas a vista e a prazo,

para pessoas físicas e/ou jurídicas, com ou sem nota fiscal ao longo do mês ou ano.”.

Quadro 1: Classificação do porte da empresa segundo o Banco do Nordeste

Porte da empresa Faturamento bruto anual

Micro Até 360.000,00

Pequeno Acima de 360.000,00 até 3.600.000,00

Fonte: Banco do Nordeste (2015)

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), assim como

o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério do Trabalho e

Emprego, utilizam o número de trabalhadores como forma de classificação do porte das

empresas.

20

Quadro 2: Classificação do porte das empresas por pessoas ocupadas

Atividades econômicas

Porte Serviços e comércio Indústria

Microempresa Até 9 pessoas ocupadas Até 19 pessoas ocupadas

Pequena empresa De 10 a 49 pessoas ocupadas De 20 a 99 pessoas ocupadas

Média empresa De 50 a 99 pessoas ocupadas De 100 a 499 pessoas ocupadas

Grande empresa Acima de 100 pessoas ocupadas Acima de 500 pessoas ocupadas

Fonte: SEBRAE (2014)

O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) utiliza como critério para

diferenciar o porte das empresas a Receita Operacional Bruta Anual. Segundo a Receita

Federal, a receita operacional bruta é “o produto da venda de bens nas operações de conta

própria, o resultado auferido nas operações de conta alheia e o preço dos serviços prestados”.

Quadro 3: Classificação do porte das empresas segundo o BNDES

Porte Receita operacional bruta anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões

Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões

Média Empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões

Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões

Grande empresa Maior que R$ 300 milhões

Fonte: BNDES (2010)

O Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e

Empresas de Pequeno Porte (Simples) utiliza a Receita Bruta Anual como parâmetro de

classificação de porte das empresas.

Quadro 4: Classificação do porte das empresas segundo o Simples

Porte Receita bruta anual

Microempresa Até R$120.000,00

Pequena empresa Acima de R$120.000,00 até R$1.200.000,00

Fonte: Receita Federal (2015)

21

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) usa como parâmetro de

definição de porte da empresa o seu faturamento anual.

Quadro 5: Classificação do porte das empresas segundo a ANVISA

Classificação da empresa Faturamento anual

Grupo I – Grande Superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), de

acordo com a Medida Provisória nº 2.190-34 / 2001.

Grupo II – Grande Igual ou inferior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de

reais) e superior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais),

de acordo com a Medida Provisória nº 2.190-34 / 2001.

Grupo III – Média Igual ou inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) e

superior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), de acordo

com a Medida Provisória nº 2.190-34 / 2001.

Grupo IV – Média Igual ou inferior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), de

acordo com a Medida Provisória nº 2.190-34 / 2001.

Pequena Igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos

mil reais) e superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil

reais), de acordo com a Lei Complementar nº 139 / 2011.

Microempresa Igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil

reais), de acordo com a Lei Complementar nº 139 / 2011.

Fonte: ANVISA (2015)

3.3 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

No Brasil as dificuldades de manter um negócio são grandes. De acordo com pesquisa

do SEBRAE (2013), a taxa de mortalidade de empresas com até dois anos de existência é de

26,4%. Essa alta taxa de mortalidade mostra que os empresários precisam ficar atentos não

somente nas vendas, mas também na comunicação dessas empresas.

Para Gomes e Nassar grande parte dos donos de empresas de pequeno porte:

[...] Estão começando seus negócios sem nenhum planejamento, sem

nenhuma idéia de como formar um time vitorioso e de como enfrentar as

adversidades, os obstáculos, as objeções que se colocam no caminho de

quem quer vender produtos e serviços. E principalmente, estão

desconhecendo as técnicas básicas que orientam a concepção de produtos e

serviços, o estabelecimento de preços, a colocação e distribuição no mercado

e sua divulgação. (GOMES; NASSAR, 2001, p. 30).

22

A falta de planejamento e análise do mercado local é um dos grandes motivos para o

alto índice de mortalidade das empresas de pequeno porte no Brasil no seu primeiro ano. Com

uma análise de mercado feito por um profissional de Relações Públicas, a probabilidade de

sucesso de uma empresa cresce consideravelmente pois será analisada todas as características

do mercado em que a empresa está inserida e o produto por ela oferecido.

Atualmente, a globalização e o modo de produção em massa, fazem com que a

competitividade entre as empresas se torna cada vez mais acirrada.

[...] Muitos dos produtos por elas fabricados são praticamente indistinguíveis

ou irreconhecíveis, são utilizados em processos de fabricação, ou estão

incluídos nos produtos finais de que fazem parte [...]. Alguns produtos são

tão sem importância que sequer são percebidos: mal nos damos conta de que

alguém tem de fabricar [...] botões, lápis, parafusos ou rótulos para as

garrafas de cerveja. (SIMON, 2003, p. 15)

Isso faz com que as empresas busquem diferenciais que façam com que elas se

destaquem no mercado. E, nesse quesito, a comunicação se torna uma ferramenta essencial

para as empresas, trabalhando na identidade corporativa.

A pequena empresa necessita desesperadamente de uma clara identidade e

de um conceito dominante de organização para separar os assuntos

administrativos vitais dos desejáveis, os importantes dos triviais, e o

músculo da gordura. Ele deve explorar suas opiniões e potenciais em

margens competitivas que a distingam de suas rivais. (RESNIK, 1990, p. 31)

Para Fascioni a identidade corporativa é:

[...] O conjunto de características essenciais que tornam uma empresa única,

especial, inigualável […] A identidade de uma empresa é a sua essência,

seus princípios, crenças, manias, defeitos, qualidades, aspirações, sonhos,

limitações. (FASCIONI, 2006, p. 13).

Além de ser um conjunto de símbolos que representem uma empresa, a identidade

corporativa também é o conjunto de valores e crenças que fazem com que as empresas se

diferenciem uma das outras.

Andrade considera que a comunicação tem um importante papel na identidade

corporativa. Isso mostra que a identidade comunica a personalidade da organização para seus

públicos.

23

Tal papel seria aquele de ajudar a ‘administrar percepções’, isto é, ajudar a

fazer com que consumidores, cidadãos e demais públicos se interessam e

associam à marca de uma empresa ou corporação no setor privado ou à

marca de uma instituição no setor público, os valores e atributos justos.

Portanto, a comunicação da identidade corporativa (a comunicação

institucional) ‘fala e cala’ muito mais à faceta do cidadão que, cada vez

mais, exige cidadania das empresas, corporações e instituições.

(ANDRADE, 2002, p. 120-1).

Segundo o autor, a comunicação de identidade corporativa também é responsável por

atingir os públicos de interesse com mais eficácia. Dessa forma, a empresa irá formar uma

identidade bem consolidada, transmitindo sua verdadeira ideologia para o público.

24

4 ANÁLISE DO CONTEXTO ATUAL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

PARA A PROFISSÃO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

A sociedade está mais articulada e os públicos muito mais exigentes. Por isso, neste

mercado altamente competitivo e globalizado, a atividade de Relações Públicas pode trazer

um grande diferencial para uma empresa e se destacar da concorrência. A atenção com o

cliente é de grande importância e que deve ser trabalhado na comunicação organizacional

pelas Relações Públicas. Neste sentido, a área das Relações Públicas tem o papel de fazer a

leitura dessa sociedade tão complexa. (KUNSCH, 2002)

Segundo Andreucci Junior (2006), as micro e pequenas empresas possuem uma

realidade diferente das grandes organizações e exigem do profissional de Relações Públicas

conhecimento do universo das empresas de pequeno porte.

De acordo com Vidal (1995, apud ANDREUCCI JUNIOR, 2006, p.124) nas pequenas

empresas, é muito comum uma única pessoa desempenhar todos os postos diretivos e também

todos os assuntos e decisões. Outro fator que diferencia as pequenas das grandes empresas é o

relacionamento direto e pessoal entre o dirigente e seus públicos. As pequenas empresas

possuem semelhanças com seu empreendedor, criando características diferenciadas e pessoais

em cada empresa.

Diante dessas características, Simões afirma que:

Uma organização assim gerida não possui estrutura para admitir um

profissional encarregado de uma atividade especifica de Relações Públicas, e

muito menos verbas para financiar programas como os utilizados pelas

corporações multinacionais e divulgados através de estudos de casos

promocionais, fazendo inveja a maioria dos profissionais da área. (SIMOES,

1995, p. 168 apud ANDREUCCI JUNIOR, 2006, p. 125)

Andreucci Junior (2006, p. 125), ressalta que a atividade de Relações Públicas precisa

ser otimizada ao máximo, tanto pela baixa renda disponível, como também por as ações

estratégicas serem de curto prazo. As ações precisam “atingir especificamente seus públicos

de interesse, privilegiar a comunicação dirigida e procurar soluções economicamente viáveis,

dentro de uma relação custo x beneficio equilibrada e de acordo com os objetivos propostos”.

Segundo este autor, as atividades de Relações Públicas podem ser usadas nas empresas

de pequeno porte, mas ações para alguns públicos, como a imprensa e o governo, não serão

tão necessários, fazendo com que a empresa concentre suas ações para os públicos de maior

interesse. Segundo Simões (1995, p. 168, apud ANDREUCCI JUNIOR, 2006, p. 125) ,“As

25

micro, pequenas e médias empresas necessitam de outra concepção de Relações Públicas,

mesmo porque seus públicos não são numerosos e, normalmente, elas não se constituem

como fonte de notícias para os meios de comunicação em massa”. De fato, o profissional de

Relações Públicas tem de se adaptar à realidade das pequenas empresas; isto é, suas ações

devem ser otimizadas, visando abranger a maior quantidade de pessoas possível a um baixo

custo.

4.1 RELAÇÕES PÚBLICAS E MARKETING

De acordo com Andreucci Junior (2006), uma das principais formas de atuação do

profissional de Relações Públicas em empresas de pequeno porte é a realização de suas ações

em apoio ao Marketing.

Como os conceitos de Relações Públicas já foram apresentados, o Marketing será

situado no contexto organizacional.

Segundo Casas:

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades

concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e

necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da

organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de

atuação e o impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade.

(CASAS, 2007, p. 15)

Para Kunsch (2003) as Relações públicas enfatizam o lado institucional e corporativo

das empresas, enquanto o Marketing põe ênfase no mercado, no produto ou no serviço e visa

atingir objetivos econômicos.

Percebe-se que o Marketing tem caráter mercadológico e tem como foco principal o

consumo, portanto “marketing é um processo social por meio do qual as pessoas e grupos de

pessoas obtêm aquilo que necessitam e o que desejam com a criação, oferta, e livre

negociação de produtos e serviços de valor com os outros” (KOTLER apud KUNSCH, 2003,

p. 96).

Apesar das Relações Públicas serem voltadas as questões institucionais de

comunicação e o Marketing ter como objetivo o produto e o mercado, para Yanaze (apud

KUNSCH, 1997), as duas atividades possuem total correlação, pois o Marketing busca

alcançar os objetivos da empresa e as Relações Públicas visam melhorar as relações da

empresa com seus públicos.

26

Para Fortes e Toledo (1989), as empresas de pequeno porte centralizam suas ações nos

consumidores e nas vendas, fazendo grande uso do marketing. Pelo fato de se dedicarem

exclusivamente para os fatores de mercado, essas empresas acabam se limitando, pois devem

procurar estabelecer metas mais amplas de crescimento e competitividade, envolvendo os

demais públicos seu interesse. Os funcionários deveriam ser o alvo inicial de um programa de

Relações Públicas. O apoio público de uma comunidade também pode ser usado num

programa de Relações Públicas para as pequenas empresas, podendo constituir-se instrumento

de divulgação institucional, em apoio a Marketing.

As Relações Públicas e o Marketing...

[...]têm por missão contribuir para o atendimento, pela empresa, de

necessidades de indivíduos e da sociedade, por meio de cuja satisfação os

resultados e os objetivos da organização são alcançados. Sob esse aspecto,

Marketing e Relações Públicas representam instrumentos importantes de

comunicação informativa e persuasiva, devendo convergir em objetivos,

ainda que se diferenciem nos métodos operativos. (FORTES.; TOLEDO

1989, s. p.)

Assim, pode-se perceber a relação entre essas duas áreas é que enquanto o Marketing

fica responsável em posicionar a empresa no mercado, definir seus objetivos e estratégias

mercadológicas, as Relações Públicas é responsável em melhorar e aproximar a empresa dos

seus públicos.

27

5 MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com análise sistemática e qualitativa, baseada

em busca eletrônica de artigos indexados nas bases de dados do Google Acadêmico e Conrerp

(Conselho Regional de Relações Públicas). Mais especificamente, será feito um levantamento

de artigos científicos por meio de busca por expressões-chave “relações públicas” e “micro e

pequenas empresas” nas referidas bases de dados. Serão incluídos artigos científicos

referentes à temática em estudo, seguindo alguns critérios de inclusão: ser texto original

publicado em revistas científicas, estar acessível na íntegra nas bases de dados disponíveis

online (Google Acadêmico, Conrerp), abordar em seu conteúdo discussões sobre as

atribuições dos Relações Públicas e a inserção desses profissionais nas empresas de pequeno

porte.

Em busca realizada com os descritores-chave acima mencionados, obteve-se 1.120

referências, mas somente dois artigos tratavam do assunto da pesquisa e apresentavam dados

de referência bibliográfica, por esta razão, foram esses os artigos selecionados para servir

como base para a análise proposta neste trabalho monográfico.

A seguir, estes serão descritos de acordo com o ano, local de publicação, método

empregado, e deles são retiradas as definição de relações públicas, caracterização do

profissional de relações públicas no contexto das micro e pequenas empresas, suas

atribuições.

28

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dois artigos analisados foram publicados na revista Organicom no ano de 2006 e

tratam da importância econômica das empresas de pequeno porte para a economia brasileira e

da inserção do profissional de Relações Públicas nas mesmas.

6.1 ANÁLISE DO ARTIGO “A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES

PÚBLICAS EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS”

O artigo “A Atuação do Profissional de Relações Públicas em Pequenas e Médias

Empresas” de Andreucci Júnior (2006) analisa o papel do profissional de Relações Públicas

em empresas de micro, pequeno e médio porte no mercado brasileiro. O método de pesquisa

empregado no artigo foi o de revisão bibliográfica.

Segundo Andreucci Junior (2006), a atividade de Relações Públicas normalmente é

associada às grandes empresas, mas, nos últimos anos o mercado tem passado por mudanças

nas relações de oportunidade de trabalho. A participação das empresas de pequeno porte na

economia alcançou uma grande importância e com isso criando uma nova oportunidade de

atuação para o profissional de Relações Públicas.

O mercado das micro, pequenas e média empresas é instável e requer do profissional

de Relações Públicas um perfil dinâmico e empreendedor. A principal estratégia de Relações

Públicas usada nesse tipo de empresa é a de direcionar suas ações em comunicação dirigida e

politicas de relacionamento com seus públicos de interesse e buscar outros públicos de acordo

com o crescimento da empresa.

Na pesquisa realizada no artigo, empresas de pequeno porte possuem características

específicas, oposta a das grandes empresas, como uma única pessoa desempenhando todos os

postos diretivos; centralização de todas decisões no dirigente principal; e relacionamento

direto e pessoal entre dirigente e seus públicos. Essas características exigem do profissional

de Relações Públicas um amplo conhecimento da empresa e ações que sejam adaptadas a

realidade econômica da mesma.

Diante dessas características, o profissional de Relações Públicas precisa executar

atividades simultâneas e complementares. Outra situação comum nas empresas de pequeno

porte é do profissional ter que trabalhar dentro de um orçamento e poder de decisão muito

limitado. Assim, o autor do artigo observa que a atividade de Relações Públicas dessas

empresas precisa ser otimizada ao máximo devido ao baixo orçamento e também pela baixa

29

necessidade de ações estratégicas de longo prazo, pois uma empresa de pequeno porte não

possui estrutura para uma grande demanda.

No artigo em análise, é destacado que, devido ao baixo orçamento dessas empresas, o

profissional de Relações Públicas precisa ter cuidado ao direcionar a comunicação para que

ela atinja diretamente os públicos de interesse e privilegiar a comunicação dirigida.

Para Andreucci Júnior (2006), as atividades de Relações Públicas podem ser

trabalhadas dentro das pequenas empresas com ações realizadas com os públicos de interesse

da empresa como clientes, fornecedores e comunidade, focando sua comunicação em politicas

de relacionamento. Para determinados públicos, como a imprensa, o governo e o público

interno, as ações de tornam menos necessárias.

O público interno também tem suas ações restritas pelo fato da comunicação dentro

dessas empresas normalmente ocorrerem de forma horizontal, isso é, a comunicação entre a

administração e os colaboradores ocorre de fora direta, sem intermediários.

De acordo com o autor do artigo em análise, a realização das ações de Relações

Públicas em apoio ao Marketing será uma das principais formas de atuação do profissional de

Relações Públicas nas empresas de pequeno porte. Enquanto o Marketing irá proporcionar o

posicionamento da empresa no mercado, as Relações Públicas tem como objetivo a

aproximação da empresa com seus públicos.

Por fim, Andreucci Júnior (2006) expõem que nos dias atuais o profissional de

Relações Públicas não é mais aquele que tem emprego e acomodação dentro de uma empresa,

mas, sim, um profissional que tenha “empregabilidade”, ele precisa ter um perfil

empreendedor e estar preparado para um mercado e constante transformação e o mercado

exige pessoas dinâmicas.

Portanto, podemos perceber para que o profissional de Relações Públicas queira atuar

no mercado das pequenas empresas, torna-se necessário que ele adeque os seus

conhecimentos adquiridos na academia a realidade dessas empresas.

As Relações Públicas poderão ser usadas na aproximação da empresa com seus

públicos alvos e principalmente, com ajuda do Marketing, posicionando e solidificando a

mesma no mercado.

30

6.2 ANÁLISE DO ARTIGO “RELAÇÕES PÚBLICAS SOMENTE PARA GRANDES

EMPRESAS?”

O artigo “Relações Públicas Somente para Grandes Empresas?” de Barbosa (2006)

analisa a importância do planejamento de Relações Públicas para micro e pequenas empresas.

O método de pesquisa utilizado foi o de revisão bibliográfica.

No inicio do artigo Barbosa expõem a mudança no mercado brasileiro nos últimos

anos que foi a migração do trabalho em massa para o trabalho especializado. Essa mudança

no trabalho e a popularização da tecnologia fez com que as micro e pequenas empresas

alcançassem uma grande importância na economia brasileira.

Mesmo sendo empresas de pequeno porte, elas também têm necessidade de

comunicação e planejamento, criando novas oportunidades de atuação para os profissionais de

Relações Públicas.

Nos dias atuais, o ambiente empresarial exige qualidade, rapidez de capacidade de

resposta e tomada de decisão, tecnologia, responsabilidade social e ambiental e regime de leis

e direitos do trabalho.

Com o surgimento desse novo perfil de empresa, a autora do artigo em análise

considera que a comunicação tem um papel vital como recurso estratégico, cabendo ao

profissional de Relações Públicas traçar e executar essa estratégia comunicacional, atuando

como um intermediador e um administrador de relacionamentos.

Independentemente do porte ou da natureza, as empresas são influenciadas pelo

ambiente em que estão inseridas, tornando necessário um bom planejamento. Segundo

Kunsch (apud BARBOSA, 2006, p. 139), o planejamento é “uma ferramenta que permite

interferir e transformar o curso das decisões presentes, com vistas para o futuro almejado”.

Portanto, o planejamento pode ser usado como uma ferramenta para apoiar as ações

das micro e pequenas empresas. Dessa maneira, faz-se necessário que o administrador da

empresa saiba planejar suas ações e definir estratégias. As Relações Públicas vem somar

esforços junto a esses empreendedores.

De acordo com Barbosa (2006), as micro e pequenas empresas não precisam de

técnicas sofisticadas de administração, mas elementos básicos como objetivos, diagnóstico,

análise e planejamento são de fundamental importância. Com a ajuda das Relações Públicas é

possível administrar estrategicamente, realizando ações que satisfaçam as necessidades dessas

empresas.

31

As empresas, independente do seu porte, têm como objetivo o desenvolvimento de

parcerias comerciais. Isso causa uma necessidade de interação com o ambiente interno e

externo. As Relações Públicas tem com objetivo nas empresas analisar os públicos-alvo e

equilibrar os interesses desses com os da empresa. A análise desses públicos é de extrema

importância, pois é a partir deles que o planejamento de Relações Públicas é baseado.

As micro e pequenas empresas precisam de uma comunicação segmentada e

específica. Diferente das grandes empresas, a comunicação de uma empresa de pequeno porte

precisa ser pessoal, mas também financeiramente interessante. As Relações Públicas facilitam

o contato das pequenas empresas com seu ambiente de atuação, aproximando seus públicos

mais importantes.

Por fim, Barbosa (2006) conclui que o profissional de Relações Públicas precisa estar

preparado para grandes desafios para o planejamento de empresa de pequeno porte. As micro

e pequenas empresas possuem um perfil e foco totalmente diferente uma da outra o que exige

dele um bom conhecimento da atividade da empresa o que torna necessário que seu

planejamento tenha um diagnóstico muito apurado.

Percebe-se que o profissional de Relações Públicas nas micro e Pequenas empresas

tem como papel principal o desenvolvimento do planejamento dessas empresas. Esse

planejamento será baseado nos seus públicos de interesse, visando concentrar seus esforços

neles.

32

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo partiu de uma revisão bibliográfica e teve como objetivo geral analisar o

papel do Relações Públicas no âmbito das micro e pequenas empresas. Como objetivos

específicos, pretendeu-se: descrever a atuação do profissional de Relações Públicas nas micro

e pequenas empresas; identificar as ferramentas de comunicação utilizadas pelo profissional;

e, por fim, discutir a dificuldade de atuar nesse segmento de empresa.

Foram selecionados dois artigos que discutiam sobre o tema desse estudo, quais sejam:

“A Atuação do Profissional de Relações Públicas em Pequenas e Médias Empresas”

(Andreucci Júnior, 2006) e “Relações Públicas Somente para Grandes Empresas?” (Barbosa,

2006). Ambos os estudos discorrem sobre a mudança do mercado brasileiro nos últimos anos,

destacando a importância que as micro e pequenas empresas alcançaram na economia do

Brasil. A importância da comunicação segmentada é exposta pelos dois autores, destacando o

trabalho do Relações Públicas em direcionar a comunicação da empresa para seus públicos-

alvos.

Andreucci Júnior (2006) expõe em seu artigo as varias ferramentas que o profissional

de Relações Públicas pode utilizar nas empresas de pequeno porte, dando destaque a

realizações de ações de Relações Públicas em conjunto com o Marketing, visando o

posicionamento de mercado e aproximação com os públicos. Já Barbosa (2006) tem como

destaque em seu artigo ao planejamento nas micro e pequenas empresas. A autora considera

que um dos principais papeis do profissional de relações Públicas nessas empresas é o de

análise do público. Essa análise é de grande importância para o planejamento da empresa.

Por fim, os dois artigos concluem que o profissional de Relações Públicas precisa se

adaptar a nova realidade econômica, concordando-se entre si quanto o papel das Relações

Públicas, quando sinalizam a necessidade de uma comunicação mais aproximada entre os

públicos-alvo e as empresas de pequeno porte.

Depois da análise desses artigos, chega-se a conclusão que o profissional de Relações

Públicas ainda está conquistando seu lugar nas micro e pequenas empresas. Ambos autores

reforçam que o profissional que for trabalhar nesse tipo de empresa precisa de um perfil

empreendedor e um amplo conhecimento da empresa em que presta serviço e do mercado em

que ela está inserida, pois suas ações precisam ser otimizadas ao máximo devido ao baixo

orçamento.

Deste modo, este estudo conseguiu atingir seu objetivo, contribuindo para o campo

acadêmico a realidade brasileira e regional, expondo a atuação do profissional de Relações

33

Públicas nas micro e pequenas empresas. Foi possível analisar as principais ferramentas

utilizadas (ex., análise do público para melhor planejamento e ações de Relações Públicas em

conjunto com o Marketing) e suas dificuldades, como, por exemplo, baixo orçamento para as

ações e execução de várias atividades simultâneas, para o desempenho da atividade de

Relações Públicas nas empresas de pequeno porte. Também foi possível constatar a

importância desse profissional no planejamento e solidificação dessas empresas no mercado.

Por outro lado, algumas limitações estão presentes neste estudo, a exemplo dos poucos

artigos encontrados com o tema proposto, sendo que os mesmos partem de uma revisão

bibliográfica, o que impede de ver a realidade tal como ela percebida, sugerindo-se, assim a

efetivação de estudos empíricos futuros, que possibilitem uma melhor compreensão do papel

do Relações Públicas na atual realidade da economia brasileira.

Por fim, podemos analisar que as Relações Públicas têm uma importante função nas

micro e pequenas empresas, qual seja: criar uma relação entre seus públicos-alvo e a empresa.

Isso é de fundamental importância para o posicionamento e solidificação em um mercado tão

concorrido. E para os profissionais de Relações Públicas, é mais um segmento para atuar,

aumentando seu leque de atividades.

34

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