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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA Síntese e caracterização de ferritas não dopadas e dopadas com Mn a partir de baterias Zn-MnO 2 exauridas e suas aplicações catalíticas Renan Vicente Barrada Dissertação de Mestrado em Química VITÓRIA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Síntese e caracterização de ferritas não dopadas e

dopadas com Mn a partir de baterias Zn-MnO2 exauridas e

suas aplicações catalíticas

Renan Vicente Barrada

Dissertação de Mestrado em Química

VITÓRIA

2017

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Renan Vicente Barrada

Síntese e caracterização de ferritas não dopadas e

dopadas com Mn a partir de baterias Zn-MnO2 exauridas e

suas aplicações catalíticas

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Química do Centro de

Ciências Exatas da Universidade Federal

do Espírito Santo como requisito parcial

para obtenção do Título de Mestre em

Química

Área de Concentração: Química

Linha de Pesquisa: Elementos traço e

Química Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Benedito

José Geraldo de Freitas.

Co-orientadora: Profª. Drª Maria de

Fátima Fontes Lelis.

VITÓRIA 2017

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Síntese e caracterização de ferritas não dopadas e

dopadas com Mn a partir de baterias Zn-MnO2 exauridas e

suas aplicações catalíticas

Renan Vicente Barrada

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Química da

Universidade Federal do Espírito Santo como requisito parcial para a obtenção

do grau de Mestre em Química.

Aprovado em 28/03/2017 por:

____________________________________________ Prof. Dr. Marcos Benedito José Geraldo de Freitas

Universidade Federal do Espírito Santo Orientador

___________________________________________ Prof. Drª. Maria de Fátima Fontes Lelis

Universidade Federal do Espírito Santo Co-orientadora

___________________________________________ Prof. Dr. Eloi Alves da Silva Filho

Universidade Federal do Espírito Santo

___________________________________________ Prof. Dr. Luiz Carlos Pimentel Almeida

Instituto Federal do Espírito Santo

Universidade Federal do Espírito Santo

Vitória, Março de 2017

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela coragem, persistência e força de vontade para driblar os

obstáculos e seguir em frente;

A minha família por todo suporte que sempre me proporcionaram;

Ao professor Marcos e a professora Fátima, pessoas que estimo imenso carinho e

respeito, muito obrigado pela oportunidade de estar aprendendo com vocês;

A professora Sandra pelo apoio e ensinamentos;

A Mayra e a Jenifer por toda ajuda, companheirismo e incentivo nos momentos

difíceis;

Ao professor Eloi e ao professor Luiz Carlos por estarem participando da banca e

contribuindo com o trabalho;

Aos amigos do LabÁguas;

Ao Paulinho, Guto, Gustavo e a Vanessa pelas analises de DRX e MEV;

A todos do LEA;

Ao Jairo (LUCCAR) pelas análises de MEV e MET;

Ao programa de Pós-Graduação em Química – PGQUI/UFES;

A CAPES pelo auxilio financeiro;

Ao NCQP e ao LabPetro.

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Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.

Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já

fez muito errado.

(Reverência ao destino – Carlos Drummond de Andrade)

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Lista de tabelas

Tabela 1: Classificação do corante quanto ao grupo cromóforo.

Tabela 2: Principais processos oxidativos avançados.

Tabela 3: reagentes utilizados na síntese das ferritas.

Tabela 4: Concentração de elementos presentes no cátodo de pilhas Zn-MnO2

usadas.

Tabela 5: Teor de ferro total e manganês nas amostras de ferritas.

Tabela 6: concentração de ferro e manganês na solução do corante após descoloração.

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Lista de Figuras

Figura 1 - Esquema de uma pilha Zn-MnO2 ...............................................................3

Figura 2 - Estrutura cristalina da magnetita (bolas azuis representam átomos de

oxigênio, douradas íons em sítios tetraédrico e rosa íons em sítio octaédricos

......................................................................................................................................5

Figura 3 - Fluxograma de beneficiamento de tecidos de fibras de algodão e

sintéticas da indústria têxtil.........................................................................................10

Figura 4 - Principais formas de tratamento de efluentes industriais..........................11

Figura 5 - Especiação dos complexos de Fe(II) e Fe(III) em solução aquosa, em

função do pH..............................................................................................................14

Figura 6 - Mecanismo simplificado para foto ativação de um semicondutor...........16

Figura 7 - Fluxograma da síntese das ferritas sem dopagem e dopadas com

Manganês (Hidroxacetato Férrico – HAF) .................................................................18

Figura 8 - Estrutura molecular do corante azul de metileno .....................................22

Figura 9 - Difratograma de raios X do MAC realizado em um difratômetro de raios X

de pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000, com radiação Cu-Kα (λ = 1,5418 Å), com

o ângulo de difração (2θ) variando de 10 a 90° em intervalos de 0,02°, voltagem de

40 kV e corrente de 30 mA ........................................................................................23

Figura 10 - TG-DTG do precursor das ferritas realizadas sob fluxo de ar sintético de

50 mLmin-1 com rampa de temperatura de 10 °Cmin-1 até 1000 °C A) Fe2O3/Fe3O4,

B) MnFe2O4(R), C) MnFe2O4(B).................................................................................25

Figura 11 - Difratograma de raios-X da Fe2O3/Fe3O4 realizado em um difratômetro

de raios-X de pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000, com radiação Cu-Kα (λ =

1,5418 Å), com o ângulo de difração (2θ) variando de 10 a 90° em intervalos de

0,02°, voltagem de 40 kV e corrente de 30 mA..........................................................26

Figura 12 - Difratograma de raios-X da MnFe2O4(R) realizado em um difratômetro de

raios-X de pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000, com radiação Cu-Kα (λ = 1,5418

Å), com o ângulo de difração (2θ) variando de 10 a 90° em intervalos de 0,02°,

voltagem de 40 kV e corrente de 30 mA ...................................................................27

Figura 13 - Difratograma de raios-X da MnFe2O4(B) realizado em um difratômetro de

raios-X de pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000, com radiação Cu-Kα (λ = 1,5418

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Å), com o ângulo de difração (2θ) variando de 10 a 90° em intervalos de 0,02°,

voltagem de 40 kV e corrente de 30 mA....................................................................27

Figura 14 - Imagens de MEV com aproximação de 330x (A), 1600x (B) e espectro

obtido por EDS (C) da Fe2O3/Fe3O4 ..........................................................................29

Figura 15 - Imagens de MEV com aproximação de 300x (A), 2000x (B) e espectro

obtido por EDS (C) da MnFe2O4(R) ..........................................................................30

Figura 16 - Imagens de MEV com aproximação de 300x (A), 2000x (B) e espectro

obtido por EDS (C) da MnFe2O4(B) ..........................................................................31

Figura 17 - Imagens de TEM A) Fe2O3/Fe3O4; B) MnFe2O4(R); C) MnFe2O4(B)

....................................................................................................................................33

Figura 18 - Descoloração do corante azul de metileno para 50,0 mL de solução, 20

mg de ferrita e 3,0 ml de H2O2 0,5 molL-1, após 120 minutos de reação A) pH 3,0; B)

pH 5,0; C) pH 6,8 .......................................................................................................35

Figura 19 - Descoloração do corante azul de metileno para 50,0 mL de solução, 20

mg de ferrita e 3,0 ml de H2O2, após 120 minutos de reação A) concentração de

peróxido de hidrogênio ; B) concentração de peróxido de hidrogênio

...................................................................................................................37

Figura 20 - Descoloração do corante azul de metileno para 50,0 mL de solução, 3,0

ml de H2O2, após 120 minutos de reação A) para de ferrita, B) para de

ferrita..........................................................................................................................38

Figura 21 - Gráficos de descoloração do corante azul de metileno..........................39

Figura 22 - Gráfico da cinética de descoloração do corante azul de metileno..........40

Figura 23 - Difratograma da ferrita sem dopagem Fe2O3/Fe3O4 após catálise

realizado em um difratômetro de raios X de pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000,

com radiação Cu-Kα (λ = 1,5418 Å), com o ângulo de difração (2θ) variando de 10 a

90° em intervalos de 0,02°, voltagem de 40 kV e corrente de 30 mA

....................................................................................................................................41

Figura 24 - Difratograma da MnFe2O4(R) após catálise realizado em um difratômetro

de raios X de pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000, com radiação Cu-Kα (λ =

1,5418 Å), com o ângulo de difração (2θ) variando de 10 a 90° em intervalos de

0,02°, voltagem de 40 kV e corrente de 30 mA .........................................................42

Figura 25 - Difratograma da ferrita dopada com MnFe2O4(B) após catálise realizado

em um difratômetro de raios X de pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000, com

radiação Cu-Kα (λ = 1,5418 Å), com o ângulo de difração (2θ) variando de 10 a 90°

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em intervalos de 0,02°, voltagem de 40 kV e corrente de 30 mA

...................................................................................................................................42

Figura 26: Espectro de FT-IR das ferritas antes e após catálise A) Fe2O3/Fe3O4; B)

MnFe2O4(R); C) MnFe2O4(B) ....................................................................................43

Figura 27 – Estrutura do sulfato A) coordenado (quelato) e B) coordenado

(ponte)........................................................................................................................44

Figura 28: Cromatograma da solução do corante azul de metileno após

descoloração .............................................................................................................44

Figura 29: Mecanismo de decomposição proposto para azul de metileno .............45

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Lista de abreviaturas e siglas

H2SO4 - Ácido Sulfúrico

HNO3 - Ácido Nítrico

TGA-DTG - Análise Termogravimétrica – Diferencial da Análise Termogravimétrica

Cd - Cádmio

Pb - Chumbo

KCl - Cloreto de Potássio

k - Constante de Velocidade

CI - Cromatografia de Íons

DRX - Difratograma de Raios X

CO2 - Dióxido de Carbono

MnO2 - Dióxido de Manganês

TiO2 - Dióxido de Titânio

e- - Elétron

eV - Eletrovolt

F AAS - Espectroscopia de Absorção Atômica com Chama

ICP OES - Espectroscopia de emissão óptica com plasma indutivamente acoplada

MnFe2O4(R) - Ferrita dopada com manganês de reagentes comerciais

MnFe2O4(B) - Ferrita dopada com manganês a partir de pilha Zn-MnO2

Fe3O4 - Ferrita não dopada

Fe – Ferro

g- Grama

°C - Graus Celsius

°C/min - Graus Celsius por Minuto

HAF - Hidroxacetato de Ferro III

KOH - Hidróxido de Potássio

Fe(OH)3 - Hidróxido de ferro III

FT-IR - Infra Vermelho com Transformada de Fourier

JCPDS - Joint Committee on Powder Diffraction Standards

Mn - Manganês

MAC - Material Ativo do Cátodo

MET - Microscopia Eletrônica de Transmissão

MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura

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mgL-1 - Miligrama por Litro

min - Minuto

molL-1 - Mol por Litro

nm - Nanômetro

ZnO - Óxido de Zinco

H2O2 - Peróxido de hidrogênio

E0 - Potencial Padrão

POAs - Processos Oxidativos Avançados

HOO• - Radical hidroperoxila

HO• - Radical hidroxila

T - Temperatura

US- Ultrassom

UV - Ultra Violeta.

V - Volt

Zn-MnO2 - Zinco - dióxido de manganês

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Resumo

No presente estudo, foram sintetizadas ferritas sem dopagem (Fe2O3/Fe3O4) e

ferritas dopadas com manganês (MnFe2O4(R)) a partir de reagentes comerciais, bem

como (MnFe2O4(B)) a partir de manganês recuperado de pilhas de Zn-MnO2

exauridas. O cátodo de pilhas Zn-MnO2 utilizado é constituído principalmente por

MnO2 e Mn3O4, de acordo com análises de difratometria de raios-X (DRX). Análise

por espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP

OES) detecta a presença de zinco advindo do ânodo das pilhas. O manganês do

cátodo foi lixiviado com ácido nítrico 0.5 molL-1 e utilizado como dopante na síntese

de ferritas MnFe2O4(B). Os materiais sintetizados apresentaram características de

MnFe2O4, de acordo com a difratometria de raios-X (DRX). As ferritas foram

caracterizadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e microscopia

eletrônica de transmissão (MET). Nas micrografias verificou-se que os materiais

apresentaram partículas e aglomerados em escala nanométrica com geometria

variada e irregular. Pela análise de espectrometria de energia dispersiva de raios-X

(EDS) acoplada ao MEV pôde-se observar a composição das partículas da ferritas

sintetizadas. Obteve os picos de Fe e O na amostra de Fe2O3/Fe3O4 e de Fe, Mn e

O nas mostras de MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B). A composição química das ferritas foi

determinada por dicromatometria para ferro e espectrometria de absorção atômica

de chama (F AAS) para manganês, sendo de 66,6 % de Fe para a Fe2O3/Fe3O4,

56,6 % de Fe e 11,5 % de Mn para MnFe2O4(R) e 61,5 % de Fe e 4,5 % de Mn para

MnFe2O4(B). As ferritas foram avaliadas cataliticamente na descoloração do corante

azul de metileno através do processo foto Fenton heterogêneo, obtendo-se 15,6 %,

98 % e 92 % de descoloração do corante usando Fe2O3/Fe3O4, MnFe2O4(R) e

MnFe2O4(B) respectivamente, em 120 minutos de reação.

Palavras chave: Pilhas Zn-MnO2; Ferrita dopada com manganês; Caracterização; Processo foto Fenton heterogêneo.

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Abstract

In this current research, non-doped ferrites (Fe2O3/Fe3O4) and ferrites doped with manganese (MnFe2O4(R)) were synthesized using commercial reagents (MnFe2O4(B)) and manganese recovered from spend Zn-MnO2 batteries. The cathode of spend Zn-MnO2 batteries consists mainly of MnO2 and Mn3O4 according to X-ray diffraction (XRD) analysis. Analysis by inductively coupled plasma optical emission spectrometry (ICP OES) detected the presence of zinc from the anode of the batteries. The cathode manganese was leached with 0.5 molL-1 nitric acid and used as a dopant in the synthesis of MnFe2O4(B) ferrites. The synthesized materials presented characteristics of MnFe2O4, according to X-ray diffraction (XRD). The ferrites were characterized by scanning electron microscopy (SEM) and transmission electron microscopy (TEM). In the micrographs it was verified that the materials presented particles and agglomerates with varied and irregular geometry in nanoscale. By X-ray dispersive energy (EDS) spectrometry analysis coupled to the SEM, the composition of the synthesized ferrite particles could be analyzed. It obtained the peaks of Fe and O in the sample of Fe2O3/Fe3O4, and Fe, Mn and O in the samples of MnFe2O4(R) and MnFe2O4(B). The chemical composition of ferrites was determined by dichromatometry for iron and flame atomic absorption spectrometry (F AAS) for manganese and obtaine that 66.6% of Fe to Fe2O3/Fe3O4, 56.6% of Fe and 11.5% Mn for MnFe2O4(R), and 61.5% Fe and 4.5% Mn for MnFe2O4(B). The ferrites were catalytically evaluated in the discoloration of the methylene blue dye through the heterogeneous photo Fenton process, obtaining 15.6%, 98% and 92% of dye discoloration using Fe2O3/Fe3O4, MnFe2O4(R) and MnFe2O4(B) respectively, in 120 minutes of reaction. Keywords: Zn-MnO2 battery; Ferrite doped with manganese; Characterization; Photo process Fenton heterogeneous.

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Sumário

1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 2

2.1 Baterias .......................................................................................................... 2

2.2 Pilhas Zn-MnO2 .............................................................................................. 2

2.3 Ferritas: aplicações, composição e estrutura cristalina .................................. 3

2.3.1 Síntese e aplicação de ferritas dopadas com manganês ........................ 5

2.4 Corantes têxteis ............................................................................................. 8

2.5 Efluentes da Indústria Têxtil ........................................................................... 9

2.5.1 Processos Oxidativos Avançados .......................................................... 11

3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 16

3.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 16

3.2 Objetivo específico ....................................................................................... 16

4 EXPERIMENTAL ................................................................................................ 17

4.1 Reagentes .................................................................................................... 17

4.2 Síntese de ferrita sem dopagem e dopada com manganês a partir de

reagentes comerciais ............................................................................................. 17

4.3 Ferrita dopada com o manganês recuperado do cátodo de pilhas Zn-MnO2

usadas ................................................................................................................... 19

4.3.1 Desmantelamento, separação do material ativo do cátodo (MAC) das

pilhas alcalinas e caracterização por DRX e ICP OES. ...................................... 19

4.3.2 Síntese da ferrita dopada com manganês recuperado do cátodo de

pilhas Zn-MnO2 usadas ...................................................................................... 19

4.4 Caracterização dos precursores por análise termogravimétrica (TG) e

termogravimétrica derivativa (DTG) das ferritas sem dopagem e dopadas com

manganês por DRX, MEV, MET, FT-IR e análise química. ................................... 20

4.5 Preparação da solução do corante e ensaios de descoloração do Azul de

metileno ................................................................................................................. 21

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 22

5.1 Caracterização do material ativo do cátodo da pilha alcalina Zn-MnO2 por

DRX e análise química ........................................................................................... 22

5.2 TG/DTG dos precursores das ferritas sem dopagem (Fe2O3/Fe3O4), dopada

com manganês de reagente comercial (MnFe2O4(R)) e dopada com manganês

recuperado de pilhas Zn-MnO2 (MnFe2O4(B)) ....................................................... 23

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5.3 Caracterização das ferritas sem dopagem e dopada com manganês por

DRX e análise química ........................................................................................... 25

5.4 Caracterização das ferritas sem dopagem e dopada com manganês por

MEV/EDS e MET ................................................................................................... 28

5.5 Verificação das propriedades fotocatalíticas das Ferritas na descoloração do

corante azul de metileno ........................................................................................ 33

5.5.1 Processo foto Fenton heterogêneo utilizando ferrita sem dopagem

(Fe2O3/Fe3O4) e ferrita dopada com manganês sintetizadas a partir de reagentes

comerciais (MnFe2O4(R)) .................................................................................... 33

5.5.2 Processo foto Fenton heterogêneo utilizando ferrita dopada com

manganês sintetizada a partir de manganês recuperado do cátodo de pilhas Zn-

MnO2 usadas (MnFe2O4(B)) ............................................................................... 37

5.6 Cinética do processo foto Fenton heterogêneo ............................................ 38

5.6.1 Caracterização das ferritas por DRX e FT-IR após os experimentos de

foto Fenton heterogêneo ..................................................................................... 40

5.7 Análise da solução do corante azul de metileno após descoloração ........... 43

5.7.1 Cromatografia de íons ........................................................................... 43

5.7.2 Espectrometria de absorção atômica com chama ................................. 44

6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 45

7 TRABALHOS FUTUROS ................................................................................... 46

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 47

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1

1 JUSTIFICATIVA

A preocupação com o descarte inadequado de resíduos sólidos com potencial

elevado de contaminação tem levado a inúmeras pesquisas visando à reciclagem de

materiais usados.

As pilhas de Zn-MnO2 são amplamente utilizadas em dispositivos eletrônicos

portáteis, brinquedos, gravadores, controle remoto, calculadoras, relógios, câmeras,

entre outros. Essas pilhas geralmente são descartadas em lixo comum após o uso

poluindo o meio ambiente, ao invés de serem recolhidas e recicladas de forma

adequada (SONG, Y et al. 2015.; LINDEN, D.; REDDY, T. B et al. 2001).

A composição típica do metal das pilhas Zn-MnO2 é de cerca de 12-28 % m/m

para Zn e de 26-45% m/m para Mn na massa total do pó. O descarte inadequado, de

pilhas Zn-MnO2 usadas no meio ambiente significa uma perda considerável de

metais valiosos com Zn e Mn (SONG, Y et al. 2015). O cátodo dessas pilhas é

composto principalmente por MnO2, que pode produzir grandes capacidades de

descarga, superiores a 200 mAhg- 1 com um potencial prático de 1,3 V (TAFUR, J. P

et al. 2015.; LINDEN, D.; REDDY, T. B et al. 2001). Considerando o consumo

mundial de pilhas e o custo para a eliminação segura, a reciclagem de pilhas Zn-

MnO2 passou a ser conveniente também por razões econômicas uma vez que

grandes quantidades de resíduos sólidos podem ser reutilizados como matéria-prima

secundária para formação de novos materiais [FORMANEK, J.; JANDOVA, J.;

CAPEK, J. 2013.; DUAN, X et al. 2016.; GABAL, M. A.; AL-LUHAIBI, R. S.; AL

ANGARI, Y. M. 2013).

A resolução CONAMA n° 257, de 30 de junho de 1999, dispõe sobre os

impactos negativos causados pelo descarte inadequado de pilhas e baterias usadas.

O Governo Federal em 2010 sancionou a Política Nacional de Resíduos Sólidos

(PNRS) que no capítulo III, artigo 8º, nos incisos VI e VII da Lei Federal nº

12.305/2010, cita dois de seus instrumentos de ação: 1) a cooperação técnica e

financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas

de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem,

reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de

rejeitos, 2) a pesquisa científica e tecnológica‖.

O trabalho visa o desenvolvimento e aprimoramento de métodos de síntese

de materiais magnéticos utilizando pilhas de Zn-MnO2 usadas como fonte de matéria

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2

prima. O objetivo é minimizar os impactos ambientais causados pela disposição

inadequada das pilhas de Zn-MnO2 e produzir novos materiais com valor econômico

agregado. Nesse projeto, são sintetizadas ferritas do tipo espinélio dopada com

manganês. Esse material reciclado é utilizado como catalisador na descoloração de

corantes azul de metileno através das reações de foto Fenton heterogêneo [GABAL

MA, AL-LUHAIBI RS, AL ANGARI YM 2014.; YANG L, XI G, LIU J. 2015.; XIAO L,

ZHOU T, MENG J. 2009.; XI G, XI Y, XU H, WANG L. 2016).

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Baterias

As baterias são dispositivos eletroquímicos que convertem a energia química

em energia elétrica através de reações de oxidação e redução eletroquímicas, que

ocorrem nos eletrodos (LINDEN, D.; REDDY, T. B et al. 2001). Podem ser

classificadas em baterias primárias ou secundárias dependendo da reversibilidade

das reações do sistema (TICIANELLI; GONZALEZ, 1998). Baterias primárias,

popularmente conhecidas como pilhas, são aquelas que produzem um único

processo de descarga, sendo suas reações químicas internas irreversíveis. São

exemplos de baterias primárias: Zinco-carbono (célula de Leclanché), Zinco-cloreto,

(Zn-Cl) (Pilhas ―Heavy Duty‖), Alcalinas de Manganês (Mn), Zinco-ar (Zn-ar), Lítio (Li

– botão ou cilíndrico) (TICIANELLI; GONZALEZ, 1998.; LINDEN, D.; REDDY, T. B et

al. 2001). Baterias secundárias são aquelas capazes de produzir vários ciclos de

descarga e carga, uma vez que suas reações químicas internas são reversíveis. São

exemplos de baterias secundárias: Chumbo-ácido (Pb-ácido), íon de Lítio (íon-Li),

Níquel-Hidreto Metálico (Ni-MH) e Níquel-Cádmio (Ni-Cd) (LINDEN; REDDY, 2001).

2.2 Pilhas Zn-MnO2

As pilhas de Zn-MnO2 (figura 1) são sistemas eletroquímicos compostos de

eletrodos positivos (cátodo) e negativos (ânodo) onde ocorrem reações de

transferência de carga. Os eletrodos são introduzidos em soluções eletrolíticas que

permitem o transporte iônico. O eletrólito é composto por NaOH ou KOH, daí o nome

de pilha alcalina. Todo esse sistema é introduzido em um invólucro feito

normalmente de aço inoxidável. O invólucro algumas vezes também pode ser de

plástico. Para melhorar o seu funcionamento adiciona-se aditivos. Esses aditivos

servem para recobrir os eletrodos de zinco evitando o seu rápido desgaste.

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3

Nas pilhas Zn-MnO2 o ânodo é constituído por uma pasta de zinco e o cátodo

por uma mistura de dióxido de manganês e carbono. As semi-reações que ocorrem

nessas pilhas são mostradas nas reações 1 e 2 (LINDEN, D.; REDDY, T. B, 2001).

Pólo negativo (ânodo): (1)

Pólo positivo (cátodo): (2)

Figura 1: Esquema de uma pilha Zn-MnO2 (RORIZ, 2010).

O descarte inadequado dessas pilhas leva a perca de elementos metálicos

importantes, tais como: zinco, manganês e ferro. Logo, as pilhas Zn-MnO2 exauridas

podem ser usadas como fontes de matéria prima para síntese de novos materiais,

como por exemplo, ferritas do tipo espinélio (GABAL, M. A.; AL-LUHAIBI, R. S.;AL

ANGARI, Y. M. 2014).

2.3 Ferritas: aplicações, composição e estrutura cristalina

As Ferritas apresentam elevada estabilidade térmica, química e estrutural,

propriedades magnéticas e elétricas e grande área superficial. Por isso, possuem

vasto campo de aplicação em dispositivos elétricos e eletrônicos, tais como: núcleos

de transformadores, cabeçotes de gravação de fitas magnéticas, isoladores,

circuladores e transmissores de microondas, sensores, supercapacitores e em

processos catalíticos (MOHSENI, H et al. 2012.; JACOBO, S. E.; BERCOFF, P. G.

2016.; VIGNESH, R. H et al. 2015.; ZENG, X et al. 2016.; GHODAKE, U. R et al.

2016.; IBRAHIM. I et al. 2016).

As ferritas, de acordo com a sua estrutura cristalina, podem ser do tipo

espinélio ( ) que apresentam estrutura semelhante ao mineral espinélio

( ), granada ( ) e hexagonal ( ) (KHARISOV, B. I.; DIAS, H.

Tampa do cátodo

Lacre de cera

Plástico

Jaqueta de aço

IsolanteChapa coletora do cátodo

Chapa coletora do ânodo

Isolante

Tampa do ânodoAbertura

Selante

Ânodo

Separador

Cátodo

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V. R.; KHARISSOVA, O. V. 2014; REDDY, D. H. K.; YUN, Y. S. 2016). As ferritas do

tipo espinélio tem sua estrutura formada pelo empacotamento de ânions bivalentes

(oxigênio) em um arranjo cúbico de face centrada. Possui a fórmula geral descrita

pela equação 3:

(3)

onde, é um cátion metálico ( , entre outros)

de valência , e são números inteiros.

Os íons metálicos ocupam dois interstícios formados pelos íons de oxigênio,

um denominado sítio A, que tem simetria tetraédrica e um outro denominado de sítio

B, onde os oxigênios ocupam os vértices de um octaedro. As ferritas de interesse

para o desenvolvimento deste estudo são as do tipo espinélio. Dependendo da

ocupação dos íons nos sítios tetraedral e/ou octaedral podem ser subdivididas em

espinélio normal, inverso e misto, como demonstrado nas fórmula 4, 5 e 6,

respectivamente (LELIS, 2003).

[ ]{ } (espinélio normal) (4)

[ ]{ } (espinélio inverso) (5)

[

]{ ⁄

} (espinélio misto) (6)

onde é o íon do metal, indica a fração dos íons, [ ] representa o sítio tetraédrico

e { } o sítio octaédrico.

Para o espinélio normal, os íons divalentes ocupam exclusivamente posições

tetraédricas. No espinélio inverso metade dos íons trivalentes ocupam o sítio

tetraédrico e a outra metade ocupa o sítio octaédrico. No espinélio misto ambos os

íons divalentes e trivalentes ocupam os sítios tetraédrico e octaédrico (KURIAN, M.;

NAIR, D. S. 2014.; ALBUQUERQUE, A. S et al. 2012). As ferritas do tipo espinélio

mais estudadas são as magnetitas, que possuem estruturas do tipo espinélio inverso

(figura 2) e magnetitas substituídas por íons de metais de transição.

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Figura 2: Estrutura cristalina da magnetita (bolas azuis representam átomos de oxigênio, douradas íons em sítios tetraédrico e rosa íons em sítio octaédricos (LELIS, 2003).

O processo de dopagem consiste na substituição determinados íons por

outros íons metálicos na estrutura cristalina do material de forma a alterar

determinadas características, como estabilidade química e térmica e com

propriedades magnéticas interessantes (SILVA, F. O et al. 2010.; COSTA, R. C. C et

al. 2006).

A magnetita ( ) possui em sua constituição íons de ocupando sítios

octaédricos e íons de ocupando sítios octaédricos e tetraédricos. Ferritas

dopadas podem ser produzidas através da substituição de íons por íons

metálicos ( ) na estrutura da magnetita, produzindo ferritas do tipo espinélio com

composição variada. A substituição por metais pode provocar modificações

químicas, físicas, e alterar as propriedades catalíticas das ferritas. As propriedades

catalíticas das ferritas são dependentes das propriedades redox dos íons

substituintes e da ocupação dos sítios de coordenação octaédrico e tetraédrico. Um

exemplo é a substituição de íons Mn2+ na estrutura da magnetita melhorando suas

propriedades catalíticas (SILVA, F. O et al. 2010.; COSTA, R. C. C et al. 2006.;

ALBUQUERQUE, A. S et al. 2012).

2.3.1 Síntese e aplicação de ferritas dopadas com manganês

As ferritas possuem uma característica interessante, que é a possibilidade de

substituir íons de ferro por outros metais, mantendo a estrutura de espinélio. A

incorporação de metais como , entre outros, na estrutura da ferrita

podem alterar sua estabilidade e modificar suas propriedades catalíticas (COSTA, R.

C. C et al. 2006). A atividade catalítica das ferritas está associada a suas

características, tais como: área superficial, estrutura e a distribuição dos íons

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metálicos nos sítios tetraédricos e octaédricos. Essas características estão

relacionadas diretamente com a rota de síntese adotada. Diferentes métodos de

síntese podem ser utilizados para obtenção de ferritas do tipo espinélio. Podemos

destacar os métodos: hidrotermal, de reação em estado sólido, solvotermal, sol-gel e

da co-precipitação (ZAHRAEI, M et al. 2015.; NAIDU, K. C. B. N.; MADHURI, W.

2016.; HOSSEINI, M.; SADEGHI, M.; TAGHIZADEH, M. J. 2013; LI, M et al. 2016;

LI, J et al. 2010). Dentre os métodos de síntese supracitados, a co-precipitação é

um método que se destaca por ser bastante simples e de fácil reprodução em larga

escala. A co-precipitação baseia-se na mistura homogênea de sais de ferro,

podendo ser adicionado sais do metal dopante (Mn, Co, Cu, Zn, Ni), em solução

aquosa com adição lenta de agente precipitante (NaOH ou NH4OH). A adição do

agente precipitante é realizada com agitação constante, para se evitar alto grau de

supersaturação durante a precipitação (LELIS, 2003). Através do método da co-

precipitação produz-se materiais em escala nanométrica e com grande área

superficial. Nessas condições, o material sintetizado é promissor para aplicações

catalíticas.

As ferritas dopadas com manganês ( ) têm despertado interesse

devido à possibilidade de aplicações, em supercapacitores, materiais magnéticos,

dispositivos eletrônicos e processos catalíticos (Li, M et al. 2016; Yang, H et al.

2010; Zhou, Y et al. 2016; XIONG, P et al. 2014). As ferritas dopadas com

manganês podem possuir estrutura cristalina do tipo espinélio invertido, em que os

íons substituirão apenas íons de no sítio octaédrico. Também podem ter

estrutura cristalina do espinélio parcialmente invertido, em que os íons de

substituem em ambos os sítios tetraédricos e octaédricos, dependendo da

estequiometria do composto. (OLIVEIRA, L. C. A et al. 2004; HOSSEINI, M.;

SADEGHI, M.; TAGHIZADEH, M. J. 2013; LI, M et al. 2016; LI, J et al. 2010).

O uso de ferritas dopadas com manganês como catalisadores é interessante,

devido à sua simplicidade de síntese, é um material quimicamente e estruturalmente

estável, pode ser utilizada em ambientes ácidos e é magnético, o que facilita sua

separação do meio reacional (IBRAHIM, I et al. 2016; BHOWMIK, K. L et al. 2016;

GOYAL, A et al. 2015). O efeito catalítico da substituição do Mn na estrutura da

ferrita tem sido demonstrado por diversos estudos. IBRAHIM et al. (2016)

sintetizaram pela técnica de sol-gel hidrotermal e o material fora usado

como catalisador heterogêneo na redução de nitroarenos. A ferrita exibiu

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bom desempenho na redução de 4-nitrofenol (4-NP), 2,4,6 tri-nitrofenol (2,4,6-NP) e

4-nitroanilina (4-NA). Ocorreu a degradação de 100 % dos compostos em seus

derivados amino correspondentes em 270 segundos. HOU et al. (2010) sintetizaram

nano bastões de por via hidrotermal, e avaliaram a atividade fotocatalítica

do material na degradação de azul de metileno, obtendo 67 % de degradação em 20

horas. LI et al. (2016), sintetizaram pelo método solvotérmico com

diferentes teores de . Os autores avaliaram a atividade

catalítica da na degradação do corante azul de metileno, sendo obtido

98 % de degradação em 360 minutos. COSTA et al. (2006) analisaram o efeito da

incorporação de , e na estrutura da magnetita para aumentar a velocidade

de decomposição de e de descoloração do azul de metileno. A descoloração

do corante azul de metileno catalisada por e foi de apenas 10 %

em 50 minutos. A substituição de Fe por e na estrura da magnetita diminui o

tempo de descoloração total do corante azul de metileno para 5 e 10 minutos,

respectivamente. PANG e LEI (2016), sintetizaram através do método de

co-precipitação. Aplicaram o na decomposição do peroximonossulfato

assistida por microondas, levando a formação do radical sulfato ( ), um poderoso

agente oxidante. Os autores utilizaram o radical sulfato na degradação do p-

nitrofenol e obtiveram uma degradação do polunte de 100 % em 2 minutos. O p-

nitrofenol é um intermediário amplamente utilizado em pesticidas, drogas

farmacêuticas e corantes. O p-nitrofenol é um poluente devido a sua toxicidade e

não é biodegradável. ZHOU et al. (2016), sintetizaram um material hídrido, utilizando

e grafeno, para aplicar na degradação de na presença de e luz

visível. Como o é inativo cataliticamente sob luz visível, adicionou-se o

grafeno como fotossensibilizador para transformar a ferrita em um fotocatalisador

adequado. A caracterização do material foi realizada por DRX, MET, FT-IR e

Raman. A atividade catalítica do ( - Óxido de grafeno) foi avaliada

na degradação de , o qual atingiu 93 % em 10 horas. GOYAL et al. (2015),

realizaram a síntese da ferrita mista

pelo método sol-gel. Caracterizaram a ferrita por FT-IR, MET e DRX. A atividade

catalítica do material foi avaliada na redução de nitrofenóis. A introdução de

manganês na estrutura da ferrita fez a atividade catalítica aumentar

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8

significativamente, obtendo uma taxa de redução de nitrofenóis de 95 % em 1

minuto.

2.4 Corantes têxteis

Os corantes são usados nas indústrias: têxtil, de artefatos de couro, papel,

alimentos, cosméticos, tintas e plásticos. Estima-se que mais de 100 mil corantes

estejam disponíveis comercialmente e que a sua produção seja de 700 mil toneladas

ao ano. Na indústria têxtil são substâncias largamente utilizadas nas etapas de

tingimento, conferindo ao tecido: cor, brilho e resistência ao desbotamento

(BRILLAS, E.; HUITLE, C. A. M. 2015).

A classificação dos corantes está associada a sua estrutura química e é

dividida em dois grupos: 1) cromóforo que é responsável pela cor do corante,

resultante da absorção da radiação no espectro visível. Os principais grupos

cromóforos são: (– – – – – – – – – – ) auxocromo (ou

grupo funcional) que são grupos substituintes doadores ou aceitadores de elétrons

responsáveis pela fixação do corante à fibra. Os auxocromos mais importantes são:

– – – – – – – . Na tabela 1 são apresentadas

algumas classes de corantes de acordo com o grupo cromóforo (LEAL, 2011).

Tabela 1: Classificação do corante quanto ao grupo cromóforo.

O corante pode se ligar as fibras por diferentes forças de atração, podendo

coexistir mais de uma ligação química entre o corante e a fibra. As interações são do

tipo: Van der Waals, ligação iônica, ligação de hidrogênio e do tipo covalente. Os

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corantes também são diferenciados quanto ao modo de fixação à fibra, a seguir

estão descritos alguns exemplos:

Corantes azóicos – são compostos insolúveis em água e possuem pelo

menos um grupo azo em sua estrutura e são ligados a dois outros

grupos, geralmente aromáticos. Utilizados no tingimento de fibras de

celulose, com elevado grau de fixação e resistência a umidade.

Corantes reativos – são aqueles que formam ligações covalentes com

a fibra, possuem alta solubilidade em água e apresentam grande

estabilidade da cor no tecido. Predominam as funções azo e

antroquinona.

Corantes dispersivos – insolúveis em água são utilizados

principalmente no tingimento de fibras sintéticas, como acetato de

celulose, nylon, poliéster e poliacrilonitrilo.

Corantes ácidos – são aniônicos, solúveis em água e possuem de um

a três grupos sulfônicos. Apresentam as estruturas azo, antraquinona,

triarilmetano, azina, xanteno, nitro e nitroso. Conferindo-lhe ampla faixa

de coloração.

Corantes básicos – são compostos catiônicos solúveis em água,

possuem forte interação iônica, sendo aplicado em acrílicos, lãs, seda

natural e algodão.

Corantes diretos – compostos aniônicos, muito solúveis em água.

Possuem grande afinidade por fibras celulósicas e são constituídos por

mais de um grupo azo.

2.5 Efluentes da Indústria Têxtil

A indústria têxtil é uma entre as várias indústrias que possuem uma cadeia

produtiva muito diversificada e complexa. Tendo grande impacto quanto à descarga

de poluentes, consumo de água e de energia. A grande quantidade de água utilizada

em diversas fases da produção gera uma enorme quantidade de efluente a ser

descartado no meio ambiente. A figura 3 representa as principais fases constituintes

do processo de beneficiamento de tecidos ocorrido na indústria têxtil (DONADIA,

2011).

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Figura 3: Fluxograma de beneficiamento de tecidos de fibras de algodão e sintéticas da indústria têxtil (DONADIA, 2011).

Os efluentes da indústria têxtil são formados a partir de uma série de

atividades de processamento das fibras em via úmida. Os efluentes contêm alta

concentração de compostos não biodegradáveis, substâncias tóxicas, óleos e

gorduras, detergentes e sabões, sulfetos e resíduos alcalinos. Com a extrema

complexidade e diversidade dos efluentes gerados na indústria, tem-se buscado

alternativas que não promovam apenas a remoção das substâncias contaminantes e

sim sua completa decomposição (DIAS, F. F et al. 2016). Os principais processos

utilizados para o tratamento de efluentes de forma geral estão descritos na figura 4.

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Figura 4: Principais formas de tratamento de efluentes industriais (GOMES, 2012).

Os métodos tradicionais de tratamento de efluentes, tais como biológicos e

físicos são capazes de tratar a maioria das fontes de água antropogenicamente

poluídas. No entanto, esses métodos não são capazes de tratar efluentes contendo

produtos químicos recalcitrantes, como por exemplo, corantes, que são altamente

resistentes à degradação microbiológica (BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014).

2.5.1 Processos Oxidativos Avançados

Os Processos Oxidativos Avançados (POAs) têm se destacado ao longo dos

anos devido a sua eficiência na degradação de efluentes com elevada carga

orgânica. Os POAs são baseados na formação de radicais livres, com destaque para

o radical hidroxila ( ), um poderoso agente oxidante. O alto potencial de redução

do radical ( ), e a não seletividade reacional são os fatores responsáveis

pela eficiência da degradação de compostos orgânicos em efluentes industriais. O

radical atua de forma a promover à completa decomposição de compostos

orgânicos em e sais inorgânicos (BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014). Os

POAs podem ser divididos em processos homogêneos e heterogêneos. O processo

homogêneo ocorre em fase única, formando radicais a partir de um oxidante

forte como peróxido de hidrogênio ( ) ou ozônio ( ). Os processos

heterogêneos consistem na decomposição catalítica do utilizando

catalisadores sólidos, como por exemplo: materiais carbonosos, metais imobilizados

em uma matriz sólida (ferritas, carvão ativado, zeólitas) e semicondutores

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( ) (OLIVEIRA, C.; ALVES, A.; MADEIRA, L. M. 2014; RIBEIRO, A. R

et al. 2015). Os principais processos oxidativos avançados estão descritos na tabela

2.

Tabela 2: Principais processos oxidativos avançados.

SISTEMAS HOMOGÊNEOS SISTEMAS HETEROGÊNEOS

Sem irradiação Com irradiação Sem irradiação Com irradiação

/ultravioleta (UV) Fenton heterogêneo / UV

ou

(Reação de Fenton) / UV Eletro-Fenton / UV

/UV Foto-Fenton

/UV

(Foto-Fenton)

As principais vantagens na utilização dos POAs são:

processos que visam a decomposição total ou parcial de um

contaminante, não somente o transferindo de fase;

não possuem seletividade específica, atuando na degradação de uma

ampla gama de contaminantes, com destaque para a degradação de

contaminantes refratários e tóxicos, transformando-os em compostos

biodegradáveis;

podem ser aplicados no tratamento de contaminantes que se

encontram em baixa concentração ( );

podem ser aplicados em conjunto com outro processo de tratamento

(pré e/ou pós-tratamento);

possibilitam tratamento in-situ;

na maioria dos casos não formam subprodutos.

Dentre os POAs pode-se destacar os processos de reagente de Fenton, que

são subdivididos em Fenton e foto Fenton homogêneo e heterogêneo, sendo

diferenciados pelo estado físico do catalisador. São sistemas altamente empregados

devido à simplicidade de aplicação e a recuperação do catalisador ao final do

tratamento.

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2.5.1.1 Processos Fenton e foto Fenton Homogêneo

A reação de Fenton tem o objetivo de decompor o peróxido de hidrogênio

( ) utilizando íons de ferro II ( ) para formar o radical hidroxila ( ), como

demonstrado na equação 7 (BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014).

(7)

Os íons também podem reagir com , reduzindo a e formando

o radical hidroperoxila ( ) um agente com menor potencial de redução (1,42 V),

que o radical hidroxila ( ) (2,80 V), como demonstrado na equação 8.

(8)

Na presença de um composto orgânico ( ), o radical hidroxila abstrai o

átomo de hidrogênio formando o radical orgânico ( ). Posteriormente, o radical

orgânico ( ) sofre uma série de transformações químicas se decompondo em vários

produtos de oxidação. Idealmente ocorreria a completa decomposição do composto

orgânico em e íons inorgânicos (BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014).

Na ausência do composto orgânico, pode ocorrer a oxidação do a

pelo radical , como mostrado na equação 9.

(9)

O também pode atuar sequestrando o radical formando o radical

hidroperoxila ( ). Os radicais podem reagir entre si formando ,

prejudicando a reação de degradação, de acordo com as equações 10 e 11

(BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014). Este fato ocorre quando há o excesso de no

meio reacional, pois, a concentração de tende a ser menor que a concentração

de , visto que as constantes de velocidade da reação entre e

(equação 8) é mais lenta que a velocidade de decomposição do por (

equação 7) (BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014).

(10)

(11)

O processo Fenton é um método bastante eficaz para a degradação de

poluentes orgânicos. Porém, para que as reações de Fenton possam ocorrer de

forma adequada é necessário que se faça o controle de pH do meio. O pH de

trabalho ótimo está entre 2,5 e 3,2, como pode ser observado na figura 5 (BOKARE,

A. D.; CHOI. W. 2014).

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Figura 5: Especiação dos complexos de Fe(II) e Fe(III) em solução aquosa, em função do pH (Adaptado de BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014).

Em pH acima de 3,0, o ferro III começa a hidrolisar e precipita em forma de

oxi-hidróxidos férricos . Em pH abaixo de 2,5 o ferro está em solução.

Porém, a alta concentração de diminui a velocidade de reação de decomposição

do composto orgânico, devido ao sequestro do radical hidroxila, de acordo com a

equação 12 (GARRIDO-RAMÍREZ, E. G.; THENG, B. K. G.; MORA, M. L. 2010).

(12)

Uma forma de aumentar a eficiência das reações de Fenton é realizada

através da incidência de radiação UV. A radiação UV vai promover a fotorredução do

a , a redução de complexos férricos e a decomposição de ,

regenerando o sistema e aumentado a formação de radical , como descrito nas

equações 13, 14 e 15 (LIMA, M. J et al. 2016; BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014).

→ (13)

→ (14)

→ (15)

O processo Fenton e foto Fenton homogêneo possuem alguns inconvenientes

e limitações. Primeiro, a concentração elevada de íons ferro deve ser removida do

efluente tratado. Isto para que não se exceda o limite máximo de lançamento de

efluente contendo ferro dissolvido de , estabelecido pela legislação

CONAMA 430/2011. Segundo, se faz necessário a correção do pH, visto que a faixa

ótima de trabalho para as reações Fenton são entre 2,5 e 3,0. Terceiro, são as

lamas formadas pela precipitação de hidróxidos de ferro ( , quando se faz a

correção do pH para disposição final do efluente, que deve estar entre 5,0 e 9,0 de

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acordo a legislação CONAMA 430/2011 (AL-KAHTANI, A. A.; TALEB, M, F, A. 2016.;

HASSAN, M. E et al. 2016). Uma alternativa aos problemas enfrentados pelos

processos de Fenton homogêneo é a utilização de catalisadores sólidos, o chamado

Fenton heterogêneo.

2.5.1.2 Processo Fenton e foto Fenton Heterogêneo

O processo Fenton e foto-Fenton heterogêneo consistem na decomposição

do por um catalisador contendo ferro imobilizado em uma matriz sólida sem a

adição de radiação UV (processo Fenton heterogêneo) e com a adição da radiação

UV (processo foto Fenton heterogêneo).

Vários trabalhos tem relatado o uso de catalisadores sólidos na degradação

de diferentes tipos de efluentes, corantes, fármacos e herbicidas (SREEJA, P. H.;

SOSAMONY, K. J. 2016; ORTEGA-LIÉBANA, M. C et al. 2012; LIMA, M. J et al.

2016; GOYAL, A et al. 2015; IGLESIAS, O et al. 2015). A degradação de poluentes

pelo processo Fenton heterogêneo apresenta vantagens em relação ao homogêneo.

O processo Fenton heterogêneo abrange uma faixa de pH mais ampla, reduz a

formação de resíduos secundário (lodo) e o catalisador pode ser reutilizado em

ciclos sucessivos (HASSAN, M. E et al. 2016; KURIAN, M.; NAIR, D. S. 2014). Os

processos Fenton heterogêneos estão associados às reações que ocorrem na

interface sólido/solução, onde acontecem as reações de adsorção e dessorção nos

sítios ativos do catalisador, sem que a sua estrutura seja alterada (RIBEIRO, A. R et

al. 2015). Na região de interface entre o catalisador foto excitado e a solução podem

acontecer as reações que provocam a degradação dos poluentes. Na interface

catalisador/solução ocorre formação do radical hidroxila ( ) e as reações de

oxidação e redução, que ocorrem nos buracos deixados pela excitação do elétron

que passa da banda de valência para a banda de condução (COSTA, M. P. D et al.

2013). No processo fotocatalítico heterogêneo está esquematizado na figura 6.

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16

Figura 6: Mecanismo simplificado para foto ativação de um semicondutor (RAMOS, 2012).

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

O projeto de pesquisa tem por objetivo sintetizar ferritas não dopadas

(Fe2O3/Fe3O4) e dopadas com Mn, a partir de reagentes comerciais (MnFe2O4(R)) e

através da reciclagem de manganês de pilhas alcalinas exauridas (MnFe2O4(B)),

pelo método da co-precipitação. As ferritas não dopadas e dopadas com manganês

são aplicadas como catalisadores no processo foto Fenton heterogêneo para a

descoloração do corante azul de metileno.

3.2 Objetivo específico

Determinar a composição do cátodo das pilhas alcalinas (Zn-MnO2) exauridas

por DRX e ICP OES;

Recuperar o manganês de pilhas alcalinas, utilizando ácido nítrico e peróxido

de hidrogênio no processo de lixiviação do Mn;

Sintetizar ferritas dopadas com manganês a partir de reagentes comerciais e

das soluções lixiviadas das baterias de Zn-MnO2;

Caracterizar as ferritas por DRX, MEV, MET, FT-IR, AAS e ICP OES;

Aplicar as ferritas sintetizadas como catalisadores em reações foto Fenton

heterogêneo na descoloração do corante azul de metileno.

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17

4 EXPERIMENTAL

4.1 Reagentes

Para a síntese das ferritas foram utilizados reagentes comerciais, que estão

listados na tabela 3, onde são descritos o tipo de reagente, a fórmula química, a

massa molar, a pureza e marca de cada um.

Tabela 3: reagentes utilizados na síntese das ferritas.

Reagente Fórmula

química

MM

(gmol-)

Pureza

(%) Marca

Cloreto de ferro III

hexahidratado FeCl3.6H2O 270.30 97 VETEC

Hidróxido de amônio NH4OH 35,04 97 VETEC

Acetato de amônio C2H3O2NH4 77,0825 97 SYNTH

Cloreto de manganês (II) MnCl2.4H2O 197.91 99 MERCK

Cloreto de potássio KCl 74,5513 99 SYNTH

Álcool etílico hidratado C2H6O 46,0684 96 QUIMESP

4.2 Síntese de ferrita sem dopagem e dopada com manganês a partir de

reagentes comerciais

A síntese das ferritas seguiu modelo proposto por LELIS, et al. 2003. Na

síntese da ferrita sem dopagem foram dissolvidos 30 gramas de cloreto de ferro III

hexahidratado (0,111 mol) (VETEC, Brasil) em 300 mL de água ultra pura, com

resistividade de 18,2 MΩcm-1 purificada em um sistema PURELAB Ultra Mk 2

(ELGA, Reino Unido). Posteriormente, adicionou-se, gota a gota, o hidróxido de

amônio concentrado (VETEC, Brasil) com agitação constante até ocorrer a

precipitação do hidróxido de ferro III, como demonstrado nas reações 16 e 17:

A mistura de hidróxido de ferro III formada foi centrifugada a 2500 rpm (NT

810, Novatecnica). Lavou-se o hidróxido de ferro III repetidas vezes com solução de

acetato de amônio (C2H3O2NH4) (Synth, Brasil) 10 % v/v. Esse procedimento fora

adotado para promover a sorção do acetato pelo hidróxido de ferro III, como

mostrado na reação 18. O precipitado de hidroxacetato férrico (HAF) foi seco a 80

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18

°C em estufa durante 24 horas. Em seguida, o precipitado foi pulverizado e

homogeneizado.

(18)

Para obtenção das ferritas dopadas com manganês dissolveu-se 23 gramas

de cloreto de ferro III hexahidratado (0,085 mol) com 7 gramas de cloreto de

manganês (0,035 mol) em água ultra pura, seguindo o mesmo procedimento

descrito para a síntese da ferrita sem dopagem de manganês. Os precursores

obtidos foram submetidos a tratamento térmico a 450 °C durante duas horas em

mufla (JUNG, Brasil). Após resfriamento, as ferritas eram lavadas com cloreto de

potássio (Synth, Brasil) e álcool etílico hidratado (Quimesp, Brasil) 54 %

(v/v). O fluxograma da síntese das ferritas está descrito na figura 7.

Figura 7: Fluxograma da síntese das ferritas sem dopagem e dopadas com Manganês (Hidroxacetato

Férrico – HAF) (adaptado de LELIS 2003).

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19

4.3 Ferrita dopada com o manganês recuperado do cátodo de pilhas Zn-

MnO2 usadas

4.3.1 Desmantelamento, separação do material ativo do cátodo (MAC) das

pilhas alcalinas e caracterização por DRX e ICP OES.

As pilhas alcalinas (Zn-MnO2) da marca DURACELL® AA eram

completamente descarregadas para eliminar a capacidade remanescente e

desmanteladas. O desmantelamento manual era feito para a separação física das

componentes principais: o invólucro (plástico e capa metálica), separador, cátodo e

ânodo. O material ativo do cátodo (MAC) das pilhas alcalinas era separado, seco em

estufa a 80 ºC durante 24 horas para evaporação do eletrólito e macerados para

homogeneização e redução do tamanho das partículas.

A caracterização do material do cátodo fora realizada por difratometria de

raios-X em um difratômetro de raios X de pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000,

com radiação Cu-Kα (λ = 1,5418 Å), com o ângulo de difração (2θ) variando de 10 a

90° em intervalos de 0,02°, voltagem de 40 kV e corrente de 30 mA. Para

determinação das concentrações dos metais (Mn, Cd, Pb e Zn) do material do

cátodo das pilhas alcalinas fora feita a digestão de 0,5 g do MAC em 50,0 mL de

HNO3 0,5 molL-1 e 3,0 mL de H2O2 30 %, sob agitação constante por 2 horas e na

temperatura de 70 ºC, sendo realizadas em triplicata. As soluções foram analisadas

por Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP

OES) modelo Optima 7000DV (PerkinElmer, EUA) para determinação de Mn, Zn, Cd

e Pb.

4.3.2 Síntese da ferrita dopada com manganês recuperado do cátodo de

pilhas Zn-MnO2 usadas

A síntese da ferrita dopada com manganês das pilhas alcalinas (Zn-MnO2) foi

realizada pelo método da co-precipitação adaptado de LELIS, et al. 2003. Preparou-

se uma solução contendo 0,010 mol de manganês a partir da lixiviação de 8,0413 g

do MAC, utilizando 250,0 mL de HNO3 0,5 molL-1 e 6,0 mL de H2O2 30 % (v/v) sob

agitação constante durante 4 horas à 80 °C. A dissolução do óxido de manganês em

ácido nítrico ocorre de acordo com as reações 19 e 20:

(19)

(20)

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20

À solução de dissolução do material do cátodo foi misturado 23,0005 g de cloreto de

ferro III hexahidratado (0,085 mol) (VETEC, Brasil) e deixou em constante agitação.

Hidróxido de amônio P.A. (VETEC, Brasil) fora adicionado gota a gota até a

precipitação do hidróxido férrico. A mistura foi centrifugada (NT 810, Novatecnica) e

o precipitado lavado com solução de acetato de amônio P.A. (Synth, Brasil) 10 %

(v/v) por sete vezes para promover a sorção do acetato pelo precipitado. Em

seguida, secou-se o precipitado em estufa (404/D, Nova Ética) na temperatura de 80

°C durante 24 horas. O material seco foi pulverizado, homogeneizado e lavado com

solução cloreto de potássio 1,0 molL-1 (Synth P.A) e álcool etílico hidratado 96 %

(v/v).

4.4 Caracterização dos precursores por análise termogravimétrica (TG)

e termogravimétrica derivativa (DTG) das ferritas sem dopagem e

dopadas com manganês por DRX, MEV, MET, FT-IR e análise

química.

Caracterizaram-se os materiais precursores das ferritas por TG/DTG, utilizando

o equipamento SDT Q600 (TA instruments, EUA) usando fluxo de ar sintético de 50

mLmin-1 com rampa de temperatura de 10 °Cmin-1 até 1000 °C. As ferritas foram

caracterizadas por Difratometria de Raios X (DRX) em um difratômetro de raios X de

pós da SHIMADZU, modelo XRD-6000, com radiação Cu-Kα (λ = 1,5418 Å), com o

ângulo de difração (2θ) variando de 10 a 90° em intervalos de 0,02°, voltagem de 40

kV e corrente de 30 mA. As imagens de microscopia eletrônica de varredura (MEV)

eram obtidas em um microscópio eletrônico da Shimadzu SS-550, sob alto vácuo,

com tensão de aceleração 20 kV. Os espectros de energia dispersiva de raios-X

dispersiva (EDS) foram obtidos com uso do módulo Shimadzu SEDX-500 que

acompanha o MEV. As imagens das amostras obtidas por microscopias eletrônicas

de transmissão (MET) eram realizadas nos microscópios JEOL JEM 1400 (EUA).

Realizou-se a medida de espectroscopia no infravermelho com transformada de

Fourier (FT-IR), no espectrômetro PerkinElmer Spectrum 400, com acessório de

ATR (reflectância total atenuada), resolução de 2 cm-1 e número de scans igual a 32.

Após a descoloração, filtrava-se a mistura para separar as ferritas que eram

caracterizadas por DRX e FT-IR. As análises químicas foram realizadas para

determinação de ferro total, adicionando em 0,1 g de ferrita no ácido clorídrico ( )

v/v e aquecimento até a digestão total da amostra. A solução foi aferida em um

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21

balão volumétrico de . Posteriormente, as três alíquotas de era

adicionado zinco metálico sob aquecimento até que a cor amarelada

desaparecesse, para promover a redução do Fe3+ a Fe2+. Após a redução do ferro

III, as alíquotas foram tituladas com dicromato de potássio , em

presença de difenilamina como indicador para determinação de ferro total. O

manganês fora determinado por espectrometria de absorção atômica num aparelho

modelo AAS ZEEnit 700 (Analytik Jena, Alemanha).

4.5 Preparação da solução do corante e ensaios de descoloração do

Azul de metileno

Inicialmente, prepararam-se três soluções do corante azul de metileno, com

concentração de em solução de ácido sulfúrico com . Para

cada pH foram dispostos quatro erlenmeyers de em mesa agitadora dentro

da câmara de luz. No primeiro erlenmeyer adicionou-se apenas da solução

do corante. Nos demais erlenmeyer foram adicionados respectivamente: do

corante e de peróxido de hidrogênio ; do corante, de

ferrita não dopada e de peróxido de hidrogênio ; do

corante, de ferrita dopada com manganês e peróxido de hidrogênio

.

Os testes posteriores foram realizados em , seguindo o procedimento

acima, variando apenas a concentração de peróxido de hidrogênio. As

concentrações da solução de peróxido de hidrogênio foram de e de

.

A descoloração do corante azul de metileno também foi realizada variando a

quantidade de catalisador em 10 mg, 20 mg e 30 mg. A solução do corante foi

preparada em pH 3,0 e a concentração do peróxido de hidrogênio utilizada era de

.

As reações do processo foto Fenton heterogêneo eram conduzidos em uma

cabine de luz da T&M INSTRUMENTS CL6I-45S, com fonte de luz Ultravioleta

(comprimento de onda igual a 365 nm e potência igual a 20 W). As leituras dos

experimentos foram acompanhadas, retirando-se alíquotas das amostras em tempos

pré-determinados e as leituras de absorbância eram realizadas em um

espectrofotômetro UV/Visível Modelo DR5000 da HACH, em comprimento de onda

de 664 nm para o corante azul de metileno, representado na figura 8.

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22

Figura 8: Estrutura molecular do corante azul de metileno.

Após o estudo de descoloração do corante azul de metileno, as soluções foram

analisadas por cromatografia de íons (CI) para a verificação de possíveis ácidos

orgânicos formados.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Caracterização do material ativo do cátodo da pilha alcalina Zn-

MnO2 por DRX e análise química

A figura 9 apresenta o difratograma de raios X do material ativo do cátodo

extraído das pilhas alcalinas Zn-MnO2 exauridas após serem secos em estufa para

evaporação do eletrólito e macerados.

De acordo com o difratograma apresentado da figura 9 e em concordância

com o Joint Committee on Powder Diffraction Standards (JCPDS), são observados

picos característicos e bem definidos de MnO2 [JCPDS 44-0141] que é o constituinte

principal do cátodo de pilhas alcalinas, e picos característicos de Mn3O4 [JCPDS 24-

0734] que é a fase formada no processo de descarga do eletrodo positivo da pilha

de Zn-MnO2.

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23

Figura 9: Difratograma de raios X do MAC das pilhas Zn-MnO2 exauridas.

Para complementar a caracterização por difração de raios X realizou-se a

medida de ICP OES para determinar a concentrações dos elementos presentes no

eletrodo positivo da pilha de Zn-MnO2. A concentração determinada por ICP OES de

alguns elementos presentes na composição do cátodo das pilhas alcalinas (Zn-

MnO2) pode ser visualizada na tabela 4, onde se observa a predominância do

elemento manganês, a presença de zinco advindo do ânodo da pilha que é

constituído de ZnO e de uma pequena contaminação de chumbo que pode ser

usado na composição da carcaça da pilha.

Tabela 4: Concentração de elementos presentes no cátodo de pilhas Zn-MnO2 usadas.

Concentração (mg/g)

Elementos MAC

Mn 550,6 ± 4,0

Zn 18,1 ± 0,5

Pb 0,0248 ± 0,0006

Cd nd

nd = não detectado

5.2 TG/DTG dos precursores das ferritas sem dopagem (Fe2O3/Fe3O4),

dopada com manganês de reagente comercial (MnFe2O4(R)) e

dopada com manganês recuperado de pilhas Zn-MnO2 (MnFe2O4(B))

Os termogramas estão representados nas figuras 10A, 10B e 10C. As

análises por termogravimetria e termogravimetria diferencial (TG/DTG) permitiram

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24

verificar a temperatura de decomposição do material precursor das ferritas não

dopadas, dopadas com manganês comercial e dopadas com manganês proveniente

de pilhas de Zn-MnO2 exauridas. Nos termogramas é possível determinar a

temperatura limite para conversão do hidroxoacetato férrico em (Fe2O3/Fe3O4),

MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B). Observando a curva de TG juntamente com a curva de

DTG, pode-se atribuir algumas perdas de massa dos materiais precursores com o

aumento da temperatura.

Na figura 10A, para o precursor da Fe2O3/Fe3O4, verifica-se a presença de

três eventos bem definidos representados por suas respectivas derivadas. A

primeira derivada entre 50-80 °C relativa a perda de moléculas de água (equação

21) (LELIS, 2003).

(21)

A partir da segunda derivada em 150 ºC ate a terceira derivada em 320 ºC a

presença de acetato é de fundamental importância, pois, começam a ocorrer

reações de oxidação e redução. Na reação de oxidação, o hidroxiacetato é

transformado em CO2 e H2O. Na reação de redução, o Fe3+ é reduzido a Fe2+

iniciando a formação da fase cristalina da ferrita Fe3O4 (ou FeO.Fe2O3) (equação

22). No intervalo de temperatura entre 150 ºC até 320 ºC também ocorre a

desidroxilação do hidróxido férrico e posterior formação de Fe2O3 (equação 23),

como mostrado nas equações 22 e 23 (LELIS, 2003).

(22)

(23)

Pela análise da TG pode-se inferir que acima de 400 °C não ocorre mais nenhum

evento significativo relacionado à perda de massa do material precursor,

apresentando boa estabilidade térmica.

A TG/DTG para o MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B) seguem um comportamento

similar ao do Fe2O3/Fe3O4, como pode ser visualizado nas figuras 10B e 10C. A

primeira e a segunda derivadas para a MnFe2O4(R) e a primeira derivada para a

MnFe2O4(B) estão relacionadas a perda de água de adsorção, que ocorre entre 40-

110 °C. A terceira derivada para MnFe2O4(R) e a segunda derivada para

MnFe2O4(B) entre 150 e 250 °C são atribuídas à perda de água intramolecular e de

acetato iniciando a formação da fase cristalina da ferrita (LELIS, 2003). A quarta

derivada para MnFe2O4(R) e a terceira derivada para MnFe2O4(B) entre 270-310 °C

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25

está relacionada à decomposição do hidroxoacetato férrico, de acordo com as

equações 22 e 23. Acima de 310 °C o óxido formado apresenta boa estabilidade

térmica (OLIVEIRA, L. C. A et al. 2004). Assim, pelas análises de TG/DTG conclui-se

que a conversão do material precursor nas ferritas deve ser realizada na

temperatura de 450 °C. Nessa temperatura espera-se que não se tenha nenhum

resíduo proveniente do hidroxoacetato férrico e que não haja mais nenhum evento

relacionado a perda de massa.

A)

B)

C)

Figura 10: TG-DTG do precursor das ferritas realizadas sob fluxo de ar sintético de 50 mLmin

-1 com

rampa de temperatura de 10 °Cmin-1

até 1000 °C A) Fe2O3/Fe3O4, B) MnFe2O4(R), C) MnFe2O4(B).

5.3 Caracterização das ferritas sem dopagem e dopada com manganês

por DRX e análise química

As figuras 11, 12 e 13 representam os drifratogramas de raios X para as

amostras das ferritas Fe2O3/Fe3O4, MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B), respectivamente. Os

picos obtidos para as amostras das ferritas foram comparados com o banco de

dados do Joint Committee on Powder Diffraction Standards (JCPDS) para

identificação das fases cristalinas.

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26

A figura 11 representa o difratograma da ferrita sem dopagem. De acordo

com as fichas cristalográficas do Joint Committee on Powder Diffraction Standards

(JCPDS), no difratograma pode-se observar a presença de fases cristalinas bem

definidas, o material apresenta picos bem definidos e característicos de magnetita

[JCPDS 19-629] e hematita [JCPDS 33-664].

Figura 11: Difratograma de raios X da Fe2O3/Fe3O4 sintetizada a 450 °C em atmosfera oxidante.

Na figura 12 está representado o difratograma da ferrita dopada com

manganês proveniente de reagente comercial. No difratograma se observa a

presença de fases cristalinas bem definidas, o material apresenta picos

característicos bem definidos de em concordância com a ficha

cristalográfica JCPDS 38-430, e alguns picos de baixa intensidade característicos de

[JCPDS 19-62] e [JCPDS 33-664].

Figura 12: Difratograma de raios X da MnFe2O4(R) sintetizada a 450 °C em atmosfera oxidante.

O difratograma da ferrita dopada com manganês recuperado de pilha Zn-

MnO2 demonstrado na figura 13, evidencia a formação de material cristalino com a

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formação de picos bem definidos e característicos de MnFe2O4 [JCPDS 38-430], e

alguns picos característicos de [JCPDS 19-629] e e [JCPDS 33-664].

Figura 13: Difratograma de raios X da MnFe2O4(B) sintetizada a 450 °C em atmosfera oxidante.

Os tamanhos médios dos cristalitos foram estimados a partir da largura da

linha do pico em 35°, utilizando a equação de Scherrer (equação 24) (HOLZWARTH,

U.; GIBSON, N, 2011).

(24),

onde D é o tamanho aparente do cristalito, K é o fator forma, λ é o

comprimento de onda da radiação, S é o alargamento de linha do aparelho, β é a

largura do pico à meia altura e θβ é o ângulo correspondente ao ponto de intensidade

máxima do pico.

Utilizando a equação 15 para calcula-se o tamanho médio dos cristalitos das

Fe3O4/Fe2O3, MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B) que são de 19,3 nm, 14,8 nm e 29,1 nm,

respectivamente.

Os picos de difração da MnFe2O4 obtidos nos difratogramas de raios X das

figuras 12 e 13 se assemelham aos picos de difração da Fe2O3 e Fe3O4 observados

no difratograma de raios X na figura 11, dificultando sua identificação. Isto ocorre

devido ao raio iônico próximo entre Mn2+ e Fe2+ - 0,82Å e 0,77Å, respectivamente.

Não foram observados picos de difração característicos de óxidos de manganês

(MnO2 ou Mn3O4), indicando que Mn2+ foi incorporado na estrutura da ferrita e não

segregação como óxido de manganês (LI, M et al. 2016).

Para auxiliar na identificação da composição das ferritas foram realizadas

determinação de ferro e manganês nas amostras. Os resultados da análise química

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28

das ferritas são apresentados na tabela 5. Na análise química observou-se que para

ambas as ferritas dopadas com manganês há uma diminuição na concentração de

ferro total em relação a ferrita não dopada, que são de 666,6 mg/g, 566,6 mg/g e

615,5 mg/g para a Fe2O3/Fe3O4, MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B), respectivamente. Isso

pode ter ocorrido devido à substituição de íons de Fe2+ por Mn2+. A concentração de

manganês na MnFe2O4(R) foi de 115,8 mg/g e de 45,2 mg/g na MnFe2O4(B). A

determinação do ferro e do manganês foram realizadas respectivamente por reação

de oxidação com dicromato de potássio (conforme demonstrado pela reação 25), e

por espectrometria de absorção atômica.

(25)

Tabela 5: Teor de ferro total e manganês nas amostras de ferritas.

Amostras Concentração de ferro total

(mg/g) Concentração manganês

(mg/g)

Fe2O3/Fe3O4 666,6 ± 3,0 -

MnFe2O4(R) 551,8 ± 7,1 115,8 ± 4,0

MnFe2O4(B) 615,5 ± 12,0 45,2 ± 1,0

5.4 Caracterização das ferritas sem dopagem e dopada com manganês

por MEV/EDS e MET

Para avaliar as características morfológicas e a composição local das ferritas

foram realizadas imagens de MEV e espectros de EDS. As imagens de MEV com

aproximação de 330x e 1600x para a Fe2O3/Fe3O4 estão dispostas nas figuras 14A e

14B onde se observa que ocorre a formação de partículas aglomeradas sem formas

geométricas muito bem definidas e com tamanhos aproximados de 50 µm. São

observadas superfícies lisas e sem a presença de poros. O espectro de EDS

apresentado na figura 14C evidencia a presença de átomos de Ferro e Oxigênio.

Picos de Au são observados devido a metalização das amostras com ouro para

análise.

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29

A)

B)

Figura 14: Imagens de MEV com aproximação de 330x (A), 1600x (B) e espectro obtido por EDS (C) da Fe2O3/Fe3O4.

As imagens de MEV obtidas para MnFe2O4(R) apresentadas nas figuras 15A

e 15B mostram a formação de partículas e aglomerados com tamanhos

aproximados de 50 µm. Porém, sem formas geométricas bem definidas, possuindo

superfície lisa. Nos aumentos realizados de 300x e 2000x não foi possível visualizar

nas micrografias a presença de poros. O espectro de EDS disposto na figura 15C

evidencia a presença de átomos de Ferro, Manganês e Oxigênio. Picos de Au são

observados devido a metalização das amostras com ouro para análise. A presença

de Mn reforça que houve sua incorporação na MnFe2O4(R).

C)

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30

A)

B)

Figura 15: Imagens de MEV com aproximação de 300x (A), 2000x (B) e espectro obtido por EDS (C) da MnFe2O4(R).

Nas imagens de MEV obtidas para MnFe2O4(B) expostas nas figuras 16A e

16B nota-se certa diferença em relação a MnFe2O4(R). Observa-se a presença de

partículas e aglomerados com formas irregulares, com tamanhos aproximados de 50

µm ou inferiores, e a superfície é rugosa. Nos aumentos realizados de 300x e 2000x

também não foi possível visualizar nas micrografias a presença de poros. O espectro

de EDS segue a mesma tendência do espectro da MnFe2O4(R), evidenciando a

presença de átomos de Ferro, Manganês e Oxigênio. Picos de Au são observados

devido a metalização das amostras com ouro para análise. A presença de Mn

reforça que houve sua incorporação na MnFe2O4(B).

C)

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31

A)

B)

Figura 16: Imagens de MEV com aproximação de 300x (A), 2000x (B) e espectro obtido por EDS (C) da MnFe2O4(B).

Para melhor visualizar a morfologia e o tamanho de partícula das ferritas

foram realizadas as medidas de MET, onde é possível obter um melhor campo de

aproximação das amostras. As imagens de MET obtidas podem ser visualizadas nas

figuras 17A, 17B e 17C, para Fe2O3/Fe3O4, MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B),

respectivamente. Nas imagens de MET visualizam-se nas ferritas à ocorrência de

partículas e aglomerados em escala nanométrica com tamanhos inferiores a 50 nm

estando em concordância com os tamanhos obtidos utilizando as analises de DRX e

a equação de Scherrer. É possível observar também a presença de algumas

partículas com formatos geométricos irregulares. Sendo as ferritas materiais que

estão em escala nanométrica elas são materiais que apresentam boas perspectivas

para atuarem como catalisadores em reações foto Fenton heterogêneo.

C)

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32

A)

B)

C)

Figura 17: Imagens de TEM A) Fe2O3/Fe3O4; B) MnFe2O4(R); C) MnFe2O4(B).

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33

Principalmente a MnFe2O4(B) que é uma ferrita sintetizada a partir da

recuperação de manganês de pilhas Zn-MnO2 usadas. Com o manganês que seria

disposto no meio ambiente de forma inadequada, contaminando o solo e o lençol

freático, sintetiza-se um novo material com possível potencial econômico agregado.

Esse material é utilizado como catalisador na degradação de compostos orgânicos,

como os corantes, oriundos da indústria têxtil que é outro grande problema

enfrentado pela sociedade, devido ao grande volume de efluente gerado.

5.5 Verificação das propriedades fotocatalíticas das Ferritas na

descoloração do corante azul de metileno

A atividade catalítica das ferritas sintetizadas foi avaliada na descoloração do

corante orgânico azul de metileno através das reações de foto Fenton heterogêneo.

A capacidade catalítica de uma ferrita depende de sua área superficial, dos pares

redox de metais presentes na ferrita ( ), e da distribuição dos

cátions em sua estrutura. Os íons presentes em sítios octaédricos são os

responsáveis pela atividade catalítica. (JAUHAR. S.; SINGHAL. S.; DHIMAN. M,

2014). As ferritas MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B) possuem quantidades diferentes de

manganês, por isso, os resultados da descoloração do azul de metileno são

apresentados em itens distintos. No item 5.5.1 e 5.5.2 estão os resultados da

descoloração do azul de metileno utilizando como catalisador as ferritas MnFe2O4(R)

e MnFe2O4(B), respectivamente. A ferrita (Fe2O3/Fe3O4) é utilizada para comparar o

efeito da dopagem em ambos os casos.

5.5.1 Processo foto Fenton heterogêneo utilizando ferrita sem dopagem

(Fe2O3/Fe3O4) e ferrita dopada com manganês sintetizadas a partir de

reagentes comerciais (MnFe2O4(R))

Na descoloração do corante azul de metileno através das reações foto Fenton

heterogêneo e tendo como catalisadores Fe2O3/Fe3O4 e MnFe2O4(R) fez um estudo

variando-se o pH, a concentração de e a massa do catalisador. Inicialmente,

avaliou-se o melhor pH em que a descoloração do corante seria máxima, utilizando

de ferrita e de . Os pHs de estudo foram 3,0 (figura

18A), 5,0 (figura 18B) e 6,8 (figura 18C) que é o pH natural medido da água. Os

gráficos apresentados na figura 18 representam os espectros de Absorbância (lado

esquerdo) em função do tempo de descoloração do corante azul de metileno. No

lado direito está representada a eficiência de descoloração do corante obtida para

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34

cada pH de estudo. As eficiências de descoloração do corante utilizando as ferritas

como catalisadores foram calculadas de acordo com a equação 26.

(

) (26)

onde, é a absorbância final e é a absorbância inicial do corante.

A)

B)

C)

Figura 18: Descoloração do corante azul de metileno para 50,0 mL de solução, 20 mg de ferrita e 3,0 ml de H2O2 0,5 molL

-1, após 120 minutos de reação A) pH 3,0; B) pH 5,0; C) pH 6,8.

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35

O resultado encontrado demonstra que em pH 3,0 houve maior eficiência,

atingindo 98 % de descoloração do corante após 120 minutos de reação com a

utilização de MnFe2O4(R). Quando o pH é maior do que três pode estar ocorrendo a

formação e precipitação de oxi-hidróxidos férricos Fe(OH)3 (BOKARE, A. D.; CHOI.

W. 2014). Este fato pode influenciar de forma negativa a ação catalítica das ferritas.

Após observar que o pH 3,0 foi o mais eficiente, fez-se a variação da

concentração de utilizada, para avaliar se o tempo de descoloração poderia

diminuir. Os resultados estão dispostos na figura 19. No lado esquerdo estão os

espectros de absorbância com o tempo de descoloração do corante azul de metileno

e no lado direito está a eficiência de descoloração após 120 minutos de reação. Para

a concentração de (figura 19A), a descoloração do corante

utilizando MnFe2O4(R), foi de 70 % em 120 minutos. Para a concentração de

de (figura 19B) a eficiência de descoloração do corante usando

MnFe2O4(R), foi de 45 % em 120 minutos.

A eficiência para a concentração de H2O2 é de 0,5 molL-1 é de 98 %. Quando

a concentração de H2O2 é de 0,3 molL-1 a eficiência é de 70 %. A diminuição da

eficiência de descoloração do corante quando decresce a concentração de H2O2

deve-se a menor quantidade de radicais disponível no meio reacional. Para

concentração 0,9 molL-1, a eficiência de descoloração de 45% pode está associada

à reações de recombinação dos radicais que estão em excesso no meio

reacional, como demonstrado nas equações 27, 28 e 29, prejudicando a eficiência

do processo (BOKARE, A. D.; CHOI. W. 2014).

(27)

(28)

(29)

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36

B)

Figura 19: Descoloração do corante azul de metileno para 50,0 mL de solução, 20 mg de ferrita e 3,0

ml de H2O2, após 120 minutos de reação A) concentração de peróxido de hidrogênio ; B)

concentração de peróxido de hidrogênio .

Tendo o pH 3,0 e a concentração de de como a condição

mais eficiente foi feita a verificação da massa de catalisador mais apropriada. Foram

realizados experimentos utilizando 10 mg de ferrita (figura 20 A) e 30 mg ferrita

(figura 20 B). A eficiência de descoloração do corante azul de metileno após 120

minutos utilizando 10 mg de MnFe2O4 foi de 51 % e 30 mg de MnFe2O4 a

descoloração do corante foi de 96 %, valor aproximadamente igual ao encontrado na

descoloração do corante usando 20 mg de MnFe2O4 (98 %). No entanto, observa-se

pelo gráfico da figura 20 B que a eficiência de descoloração do corante nos 90

minutos iniciais usando 30 mg de MnFe2O4 é mais elevada do que quando se utiliza

20 mg, isso pode estar associado a maior quantidade de íons presentes em

sítios octaédricos. O Mn aumenta de forma significativa a decomposição do e a

respectiva formação do radical , e a maior área de contato da ferrita com o

corante, onde pode estar ocorrendo processos de adsorção e dessorção, tanto de

A)

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37

quanto do próprio corante, fatores que tendem a provocar maior velocidade de

degradação do corante.

A)

B)

Figura 20: Descoloração do corante azul de metileno para 50,0 mL de solução, 3,0 ml de H2O2, após 120 minutos de reação A) para 10 mg de ferrita, B) para 30 mg de ferrita.

5.5.2 Processo foto Fenton heterogêneo utilizando ferrita dopada com

manganês sintetizada a partir de manganês recuperado do cátodo de

pilhas Zn-MnO2 usadas (MnFe2O4(B))

A atividade catalítica da MnFe2O4(B) foi avaliada na descoloração do corante

azul de metileno nas condições: solução do corante em pH 3,0, concentração de

H2O2 de 0,5 molL-1 e 20 mg de ferrita. Estas condições foram estabelecidas para

descoloração do corante usando a ferrita dopada com manganês de reagente

comercial. Os resultados encontrados estão dispostos nos gráficos da figura 21. O

espectro de absorbância (lado esquerdo) com o tempo de descoloração do corante

azul de metileno e a eficiência de descoloração (lado direito). Os resultados

encontrados para a descoloração do corante azul de metileno utilizando a

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MnFe2O4(B) como catalisador mostraram-se promissores, atingindo 92 % de

descoloração do corante em 120 minutos de reação.

Figura 21: Gráficos de descoloração do corante azul de metileno.

De modo geral, a boa atividade catalítica das ferritas dopadas com manganês

está associada à distribuição do manganês nos sítios da ferrita. O Mn ocupa

preferencialmente os sítios octaédricos, que são cataliticamente ativos. O par redox

também é responsável pela formação do radical hidroxila, como

demonstrado na equação 30 (LIANG, X et al. 2016; LIU, P et al. 2016; Costa, R. C.

C et al. 2006).

(30)

Outro fator que melhora a ação catalítica da ferrita dopada com manganês é o

fato do ser reduzido por devido a transferência de elétrons durante a

reação, como descrito na equação 31.

(31)

O processo é termodinamicamente favorável, uma vez que o . Desta

forma, o é reduzido a e o é oxidado a , que por sua vez é

reduzido a novamente, de acordo com as reações 32 e 33, regenerando o ciclo

catalítico (LIANG, X et al. 2016; Costa, R. C. C et al. 2006).

(32)

(33)

5.6 Cinética do processo foto Fenton heterogêneo

O estudo relativo a cinética de degradação do corante azul de metileno

utilizando Fe2O3/Fe3O4, MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B) como catalisadores está

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39

expresso no gráfico da figura 22. A equação de primeira ordem (equação 34) foi a

que melhor se ajustou e apresentou o melhor fator de correlação (R2).

(34)

onde, C0 é a concentração inicial de corante, C é a concentração do corante

no tempo t, e k é a constante de velocidade de primeira ordem.

O gráfico da cinética é expresso em termos de lnC0/C versus tempo de

irradiação (min). A constante k e o coeficiente de correlação r2 foram:

e 0,9784 (Fe2O3/Fe3O4); e 0,9667 (MnFe2O4(R));

e 0,9966 (MnFe2O4(B)). A etapa determinante da velocidade de

reação é dependente da formação do radical hidroxila ( ) que ocorre com maior

eficiência quando se utiliza como catalisador o MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B), de

acordo com os valores muito próximos obtidos para as constantes k. Através das

constantes (k) pode calcular o tempo de meia vida (t1/2) em que a concentração do

corante seja reduzida a metade. O t1/2 usando Fe2O3/Fe3O4 como catalisador é de

452,9 minutos, usando MnFe2O4(R) é de 44,4 minutos e com MnFe2O4(B) é de 37

minutos, mostrando assim a maior eficiência de descoloração do corante azul de

metileno quando se utiliza ferrita dopada com manganês como catalisador.

Figura 22: Gráfico da cinética de descoloração do corante azul de metileno.

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5.6.1 Caracterização das ferritas por DRX e FT-IR após os experimentos de

foto Fenton heterogêneo

Após os experimentos catalíticos as ferritas foram separadas do meio

reacional e as mesmas foram caracterizadas por DRX e FT-IR a fim de se verificar

possíveis mudanças em suas estruturas e detectar alguma adsorção do corante no

catalisador.

A figura 23 representa o difratograma da Fe2O3/Fe3O4 após os experimentos

fotocatalíticos. Não são observados deslocamentos significativos dos picos quando

comparado com o material antes da catálise (figura 11). Portanto, o material não

sofreu nenhuma modificação considerável após ter atuado como catalisador na

descoloração do corante azul de metileno.

Figura 23: Difratograma da ferrita sem dopagem Fe2O3/Fe3O4 após catálise.

Na figura 24 tem-se os difratogramas da MnFe2O4(R) após os experimentos

fotocatalíticos. Não ocorre deslocamento significativo dos picos após a catálise que

possam caracterizar mudanças no catalisador quando comparados com os picos de

difração do material antes da catálise (figura 12). O catalisador não tem sua

estrutura alterada durante o processo de descoloração do corante azul de metileno.

Na figura 25 tem-se os difratogramas da MnFe2O4(B). A MnFe2O4(B) também não

teve sua estrutura alterada após atuar como catalisador na descoloração do corante

azul de metileno. Os picos de difração obtidos na análise de DRX após a catálise

permaneceram inalterados quando comparados com o material antes da catálise

(figura 13).

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Figura 24: Difratograma da MnFe2O4(R) após catálise.

Figura 25: Difratograma da ferrita dopada com MnFe2O4(B) após catálise.

A figura 26 representa os espectros de FT-IR das ferritas sintetizadas neste

trabalho, antes e após os processos fotocatalíticos. Observando os espectros

obtidos após os processos fotocatalíticos é possível observar o aparecimento de

algumas bandas. Para a Fe2O3/Fe3O4 (figura 26A) nota-se o aparecimento de uma

banda mais acentuada em 1090 cm-1, na MnFe2O4(R) (figura 26B) são observadas

três pequenas bandas entre 918 cm-1 e 1088 cm-1 e na MnFe2O4(B) (figura 26C)

ocorre o aparecimento de duas pequenas bandas em 1035 cm-1 e 1131 cm-1. Essas

bandas podem ser atribuídas ao estiramento simétrico ou assimétrico da ligação

. Onde o sulfato advindo da solução do corante que é preparado em H2SO4 ou

da própria decomposição do corante azul de metileno, pode estar ligado ao metal de

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duas formas, coordenado (quelato) ou coordenado (ponte), como mostrado na figura

27 (YAMAGUCHI, T.; JIN, T.; TANABE, K. 1986.; NODA, L. K et al. 2005).

A)

B)

C)

Figura 26: Espectro de FT-IR das ferritas antes e após catálise A) Fe2O3/Fe3O4; B) MnFe2O4(R); C) MnFe2O4(B).

A)

B)

Figura 27: Estrutura do sulfato A) coordenado (quelato) e B) coordenado (ponte) (YAMAGUCHI, T.; JIN, T.; TANABE, K. 1986).

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43

5.7 Análise da solução do corante azul de metileno após descoloração

5.7.1 Cromatografia de íons

A Cromatografia de Íons consiste na separação e detecção de íons onde uma

coluna de resina trocadora age como uma fase estacionária, retendo

temporariamente os íons que passam juntamente com o eluente e, de acordo com

afinidade diferenciada desses íons pela fase estacionária, ocorrem à separação.

Depois de separados, os íons chegam até o detector onde os sinais são registrados

e os resultados são obtidos através da avaliação da área ou altura do sinal, onde em

ambos os casos, são proporcionais à concentração do analito (GUEDES, 2010).

A análise por cromatografia de íons (CI) representada na figura 28 evidencia a

formação de compostos orgânicos mais simples e menos tóxicos, como ácido

fórmico e ácido acético , após o tempo de decomposição do

corante azul de metileno de 120 minutos .

Figura 28: Cromatograma da solução do corante azul de metileno após descoloração.

Utilizando-se de outras técnicas, alguns autores através do acompanhamento

dos compostos intermediários propõem mecanismos de decomposição do corante

azul de metileno (XIA, S et al. 2015.; WEN, C et al. 2009.; GAN, L et al. 2016.;

WANG, Q et al. 2014). Wen et al (2009), analisaram a formação de intermediários

(figura 29) durante a decomposição do azul de metileno, através da técnica de

cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas (CG-MS). Os autores

propuseram a formação de ácido fórmico e íons inorgânicos, corroborando assim

para o resultado obtido neste trabalho.

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44

Figura 29: Mecanismo de decomposição proposto para azul de metileno (WEN, S et al. 2009).

5.7.2 Espectrometria de absorção atômica com chama

A solução do corante após a descoloração foi analisada por espectrometria de

absorção atômica para avaliar a concentração de ferro e manganês que poderia

estar presente na solução depois de 120 minutos de reação. O resultado encontrado

(tabela 6) indica que o Fe presente nas ferritas Fe2O3/Fe3O4, MnFe2O4(R) e

MnFe2O4(B) não foi detectado na solução. A concentração de íons ferro não foi

detectada na análise, ficando abaixo do valor máximo estabelecido pela legislação

Conama 430/2011 de 15,0 mgL-1. O Mn apresentou níveis mais elevados de

concentração nas soluções do corante, excedendo o valor máximo segundo a

legislação Conama 430/2011 de 1,0 mgL-1. Podendo ser um indicativo de que parte

do Mn não estava presente na estrutura da ferrita ou que o Mn pode estar sendo

deslocado da ferrita para a solução durante os processos catalíticos. O pH para

lançamento de efluentes deve estar entre 5 a 9, o que leva a remoção de Mn do

efluente devido a precipitação de óxidos ou hidróxidos insolúveis de manganês.

Processos de adsorção em materiais naturais caso a concentração do metal seja

muito baixa também pode ser usada na remoção do Mn presente no efluente

(JIMENEZ, R, S.; DAL BOSCO, S. M.; CARVALHO, W. A. 2004).

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Tabela 6: Determinação da concentração de ferro e manganês por F AAS na solução do corante após descoloração.

Ferritas Concentração de ferro

(mgL-1) Concentração de manganês

(mgL-1)

Fe2O3/Fe3O4 nd -

MnFe2O4(R) nd 10,73 ± 0,24

MnFe2O4(B) nd 2,42 ± 0,05

nd - não detectado

6 CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo demonstraram que a síntese da Fe2O3/Fe3O4,

MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B) foram bem sucedidas. As ferritas sintetizadas

apresentaram boa cristalinidade como visto pelas análises de raios X. As análises de

MEV/EDS revelaram materiais com aglomerados de partículas com tamanhos

aproximados de 50 µm com as presenças de Fe e O para a amostra de Fe2O3/Fe3O4

e de Fe, O e Mn para as amostras de MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B). As análises de

MET mostram que as ferritas estão em escala nanométrica com tamanhos

aproximados entre 50 e 100 nm.

A utilização da MnFe2O4(R) na descoloração do corante azul de metileno

mostrou-se muito eficiente atingindo 98 % de descoloração em 120 minutos quando

feita em pH 3, concentração de peróxido de hidrogênio de e

MnFe2O4(R). Sob as mesmas condições a descoloração do corante realizada com a

MnFe2O4(B) foi de 92 %, mostrando-se muito promissora. A descoloração do corante

usando Fe2O3/Fe3O4 foi de 16 % em 120 minutos.

Ao diminuir a concentração de peróxido de hidrogênio para a

eficiência de descoloração do corante diminuiu para 70 % em 120 minutos usando

MnFe2O4(R), isso pode estar associado a menor quantidade de radicais

formados. A eficiência de descoloração do corante diminui quando se eleva a

concentração de peróxido de hidrogênio para , sendo de 45 % em 120

minutos quando se usa MnFe2O4(R) como catalisador, a diminuição da eficiência

pode estar associada a recombinação dos radicais do meio reacional.

Outro fator que alterou a eficiência de descoloração do corante foi a

quantidade de ferrita utilizada. Usando não há ganho no tempo de

descoloração do corante, sendo de 96,3 % de descoloração do corante usando

MnFe2O4(R) e 15,4 % usando Fe2O3/Fe3O4 em 120 minutos. Para de ferrita a

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eficiência de descoloração do corante é de 51 % ao usar a MnFe2O4(R) e 12 % para

a Fe2O3/Fe3O4.

A elevação do pH para 5,0 e 6,8 não interferiu significativamente na eficiência

de descoloração do corante quando se utiliza Fe2O3/Fe3O4, sendo 16 % em pH 3,0,

20 % em pH 5,0 e 12 % em pH 6,8 para 120 minutos. Quando se utiliza MnFe2O4(R)

a eficiência de descoloração do corante diminui significativamente, sendo 98 % em

pH 3,0 e diminuindo para 18 % em pH 5,0 e 15 % em pH 6,8 em 120 minutos.

Assim, pode-se concluir que as MnFe2O4(R) e MnFe2O4(B) sintetizadas neste estudo

são materiais promissores para reações de foto Fenton heterogêneo, quando

usadas em solução pH 3,0, atuando de forma eficaz na formação do radical

hidroxila, e consequentemente na descoloração do corante azul de metileno. Com

destaque para a MnFe2O4(B) que foi sintetizada utilizando manganês recuperado

pilhas Zn-MnO2 usadas levando a bons resultados de descoloração do corante, 92

% de descoloração em 120 minutos.

7 TRABALHOS FUTUROS

A partir da pesquisa realizada nesta dissertação alguns trabalhos futuros

podem ser desenvolvidos:

Melhorar a eficiência de lixiviação do manganês das pilhas Zn-MnO2;

Estudar o comportamento eletroquímico do MnFe2O4(B) sintetizado para

aplicações como pseucapacitores;

Estudar a utilização de MnFe2O4(B) em aplicação de sensores

eletroquímicos;

Aplicar a MnFe2O4(B) em processos de degradação de outras substâncias

tóxicas.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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