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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MESTRADO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM IZABELLA SOARES DE OLIVEIRA GERENCIAMENTO DE LEITOS NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA VITÓRIA 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM

IZABELLA SOARES DE OLIVEIRA

GERENCIAMENTO DE LEITOS

NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

VITÓRIA 2019

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IZABELLA SOARES DE OLIVEIRA

GERENCIAMENTO DE LEITOS

NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Enfermagem do

Centro de Ciências da Saúde da

Universidade Federal do Espírito Santo,

como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Enfermagem, área de

concentração: Cuidado e Administração

em Saúde. Linha de pesquisa:

Organização e Avaliação dos Sistemas de

Cuidados à Saúde

Orientadora: Profa. Dra. Eliane de Fátima

Almeida Lima.

VITÓRIA

2019

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Ficha catalográfica disponibilizada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas - SIBI/UFES e elaborada pelo autor

O48g Oliveira, Izabella Soares de, 1991-

Gerenciamento de leitos no setor de urgência e emergência

/ Izabella Soares de Oliveira. - 2019.

138 f. : il.

Orientadora: Eliane de Fátima Almeida Lima. Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem) -

Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências da Saúde.

1. Regulação e Fiscalização em Saúde. 2. Leitos. 3. Serviço

Hospitalar de Emergência. 4. Enfermagem. 5. Sistemas de Informação. 6. Qualidade da Assistência à Saúde. I. de Fátima Almeida Lima, Eliane. II. Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências da Saúde. III. Título.

CDU: 61

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IZABELLA SOARES DE OLIVEIRA

GERENCIAMENTO DE LEITOS

NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Enfermagem na área de concentração Cuidado e Administração em Saúde e linha de pesquisa Organização e Avaliação dos Sistemas de Cuidados à Saúde.

Aprovada em 18 de junho de 2019.

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________________________ Profª. Drª. Eliane de Fátima Almeida Lima Universidade Federal do Espírito Santo Orientadora __________________________________________________________ Profª. Drª. Rita Inês Casagrande da Silva Universidade Federal do Espírito Santo Membro Externo

__________________________________________________________ Profª. Drª. Candida Caniçali Primo Universidade Federal do Espírito Santo Membro Interno

__________________________________________________________ Profª. Drª. Karla Crozeta Figueiredo Universidade Federal do Paraná Suplente Externo __________________________________________________________ Profª. Drª. Leila Massaroni Universidade Federal do Espírito Santo Suplente Interno

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Dedico este trabalho à minha família: meus pais Cleusa e João Carlos, por toda dedicação e incentivo aos estudos; meu esposo Cleiton, pela parceria de vida, fazendo dos meus sonhos os seus; minha irmã Larissa, pelos conselhos e apoio; meus tios José Antônio e Cláudia, pelo carinho e confiança; e minha querida avó, pelo exemplo e incentivo a conquistar os meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela dádiva da vida e à Nossa Senhora, por fazer da minha

trajetória pessoal e profissional ainda melhor do que sempre desejei, abençoando

todos os meus passos, em tempo devido. Ao dom de exercer a enfermagem com

dedicação e permitir que o sonho em realizar o mestrado fosse concluído.

Obrigada, também, à minha mãe Cleusa, pela minha formação pessoal e

profissional, pelo carinho, amor, dedicação, pelas palavras de incentivo aos estudos

e por não poupar esforços para que eu me aperfeiçoasse em minha carreira.

Ao meu pai João Carlos, por todo amor, apoio, carinho e a dedicação quanto ao

financiamento dos meus estudos.

Ao meu marido Cleiton, pela paciência, compreensão, apoio incondicional e palavras

de incentivo, sendo meu porto seguro para que eu concluísse com êxito este

trabalho e alcançasse mais uma conquista.

À minha irmã Larissa pelo carinho, companheirismo, amizade e colaboração em

algumas ideias para conclusão da pesquisa.

À minha avó, matriarca da família, pelo amor, carinho e por sempre me apoiar em

todas as decisões e ser suporte contínuo quando preciso.

Aos meus tios José Antônio e Claudia, pela confiança, palavras de incentivo, amor, e

por vibrarem sempre pelo meu sucesso.

À minha família, no geral, e amigos por entenderem os momento de ausência e

individualidade devido aos estudos.

À minha orientadora, professora Dra. Eliane de Fátima Almeida Lima, pela parceria

em alcançar essa conquista. Guiou-me nessa trajetória com compreensão, paciência

e dedicação, sempre com palavras de incentivo e ânimo. Muita gratidão por tê-la

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conhecido e criarmos essa parceria e amizade. Agradeço pelo aprendizado e auxílio

nos momentos difíceis, por ser apoio para a resiliência.

Aos membros da banca, Profa. Dra. Rita Inês Casagrande da Silva, Profa. Dra.

Cândida Caniçali Primo, Profa. Dra Leila Massaroni e Profa. Dra Karla Krozeta

Figueiredo, por aceitarem o convite e colaborarem para o aprimoramento do trabalho

com dedicação e sabedoria.

Aos colegas da turma do mestrado profissional, que compartilharam as angústias e

as vitórias alcançadas nessa jornada, que exige resiliência e dedicação.

À chefe do Setor de Regulação e Avaliação em Saúde, Adriana Helmer, e à chefe da

Unidade de Regulação Assistencial, Marina, pela flexibilização da escala de trabalho

para poder participar das aulas do mestrado e apoio no desenvolvimento da

pesquisa.

À equipe do Núcleo Interno de Regulação, pela compreensão e auxílio nas trocas

dos plantões, quando necessário. Ao setor de urgência e emergência pela

participação na pesquisa.

À Gerência de Ensino e Pesquisa e à superintendência do hospital, que autorizaram

a disponibilização dos dados do sistema para a confecção do software.

Ao Setor de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação, pela disponibilidade

em fornecer os dados e auxiliar no necessário para os encaminhamentos no

desenvolvimento do software.

À Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES) pelo

subsídio financeiro para desenvolvimento do software.

Aos participantes dos seminários da pesquisa, que contribuíram para que este

estudo fosse concretizado.

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Às minhas amigas Morgana e Isabel, pela amizade, leitura dos textos e auxílio

quando precisei.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para o témino deste estudo.

Obrigada.

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Consagre ao Senhor tudo o que você faz

e os seus planos serão bem-sucedidos.

Provérbios, 16:3

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OLIVEIRA, IZABELLA SOARES DE. Gerenciamento de leitos no setor de urgência e emergência. Mestrado Profissional em Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo. 2019.

RESUMO

Introdução: A implantação do Núcleo Interno de Regulação nos hospitais

universitários é recente e muitos são os desafios para a estruturação dos processos

de trabalho. Por isso, a busca por melhorias e avanços no gerenciamento dos leitos

no setor de urgência e emergência por parte da equipe de regulação e da gestão da

instituição na qual a pesquisadora está inserida instigou a implantação do kanban,

uma ferramenta do pensamento lean. Objetivos: Elaborar fluxogramas e protocolos

para o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência; desenvolver

um software para monitoramento da ferramenta

gerencial kanban. Metodologia: Pesquisa-ação, com abordagem qualitativa. A

população foi composta pela equipe multiprofissional do setor de regulação e

avaliação em saúde e da urgência e emergência. A pesquisa foi realizada em um

hospital universitário de grande porte localizado na região sudeste do Brasil, e a

produção dos dados ocorreu durante o período de 21 de maio de 2018 a 31 de maio

de 2019. Foram realizados seis seminários com tempo médio de duração de uma

hora e dez minutos. Os dados obtidos durante os encontros foram gravados,

transcritos e analisados pela análise de conteúdo categorial de Bardin. Para o

desenvolvimento do software utilizou-se o método do design centrado no usuário e

foram realizadas cinco reuniões com a equipe de tecnologia da informação e o

software seguiu os padrões do hospital para facilitar a

implantação. Resultados/Produtos: foram desenvolvidos seis produtos: protocolos

de implantação e de implementação da ferramenta kanban, fluxogramas de

implantação e de implementação da ferramenta kanban, protocolo de mapeamento

do conteúdo do software kanban e o software para monitoramento da

ferramenta kanban. O software “CuidarTech Kronos” é inédito para gestão de leitos

no setor de urgência e emergência utilizando a metodologia kanban. Conclusão:

Essa pesquisa descreve de forma sistematizada as etapas e recursos necessários

para a implantação e implementação do kanban para gerenciamento dos leitos no

setor de urgência e emergência. A ferramenta contribuirá para direcionar as ações

dos profissionais, atuar como respaldo nas decisões e no estabelecimento de novos

processos de trabalho, com a finalidade de melhorar a qualidade do atendimento ao

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paciente e direcioná-lo ao recurso necessário. A implantação do kanban no âmbito

hospitalar não possui uma metodologia padronizada. Portanto, o presente estudo à

nível local, servirá como embasamento para a expansão para os demais setores do

hospital, além de poder nortear pesquisas em outras unidades hospitalares,

seguindo esse mesmo modelo ou realizando as adaptações necessárias de acordo

com a realidade institucional.

Descritores: Regulação e Fiscalização em Saúde; Leitos; Serviço Hospitalar de

Emergência; Enfermagem; Sistemas de Informação; Qualidade da Assistência à

Saúde.

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OLIVEIRA, IZABELLA SOARES DE. Bed management in urgency and emergency services. Master's Degree in Nursing, Federal University of Espírito Santo. 2019.

ABSTRACT

Introduction: The implementation of the Regulation Internal Committee in university

hospitals is recent and there are many challenges to organize the work processes.

Therefore, the search for improvements and advances in the management of hospital

beds in the Urgency and Emergency Department by the regulatory and management

team of the institution, in which the researcher is inserted, prompted the

implementation of kanban, a lean thinking tool. Objectives: To elaborate flowcharts

and protocols for bed management in the urgency and emergency department; To

develop a software for monitoring the kanban management tool. Methodology:

Action research, with qualitative approach. The population consisted of the

multidisciplinary team of the Health Regulation and Evaluation Department and

Urgency and Emergency Department. The research was performed in a large

university hospital located in the southeast region of Brazil. The data was collected in

the period from May 21st, 2018 to May 31st, 2019. Six seminars were performed with

an average duration of one hour and ten minutes. The data obtained during the

seminars was recorded, transcribed and analyzed by Bardin's categorical content

analysis. To develop the software, the user-centered design method was used. Five

meetings were conducted with the information technology team in order to develop

the software following hospital standards to facilitate its implementation.

Results/Products: six products were developed: kanban tooI implantation and

implementation protocols, kanban tool implantation and implementation flowcharts,

kanban software content mapping protocol, and the software to monitor the kanban

tool. The “CuidarTech Kronos” software is a unpublished for the bed management in

the Urgency and Emergency Department using the kanban methodology.

Conclusion: This research systematically describes the steps and resources

required for the implantation and implementation of kanban for the bed management

in the Urgency and Emergency department. This tool will contribute to the

establishment of new work processes, direct the actions of professionals and act as

support in their decisions, with the purpose of improving the quality of patient care

and directing them to the necessary resources. The implementation of kanban in

hospitals does not have a standardized methodology. Therefore, the present study at

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the local level will serve as a basis for expansion to the others departments of the

hospital and guide new research in others hospitals following this same model or

making the necessary adjustments according to the institutional reality.

Keywords: Health Care Coordination and Monitoring; Beds; Emergency Service,

Hospital; Nursing; Information Systems.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação do processo da análise de conteúdo realizado no

estudo........................................................................................................................ 41

Figura 2 – Tela para acesso ao cadastro de pacientes do software para

monitoramento da ferramenta kanban no setor de urgência e emergência.............112

Figura 3 – Tela de cadastro de pacientes do software para monitoramento da

ferramenta kanban no setor de urgência e emergência...........................................113

Figura 4 – Tela principal do software para monitoramento da ferramenta kanban no

setor de urgência e emergência...............................................................................114

Figura 5 - Tela para acesso mais detalhado sobre os pacientes do software para

monitoramento da ferramenta kanban.....................................................................114

Figura 6 – Demonstração do armazenamento das informações no banco de dados

do software...............................................................................................................115

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LISTA DE FLUXOGRAMAS

Fluxograma 1 – Fluxograma de implantação da ferramenta gerencial kanban........ 94

Fluxograma 2 – Fluxograma de implementação da ferramenta gerencial

kanban........................................................................................................................95

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

AGHU – Aplicativo de Gestão dos Hospitais Universitários

Dra – Doutora

Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

IAM – Infarto agudo do miocárdio

INIT – Instituto de Inovação Tecnológica da Universidade Federal do Espírito Santo

LOOP – Laboratório e Observatório de Ontologias

NAQH – Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar

NIR – Núcleo Interno de Regulação

NOAS – Norma Operacional de Assistência à Saúde

PNAU – Política Nacional de Atenção às Urgências

PNHOSP – Política Nacional de Atenção Hospitalar

PPGENF – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

PPI – Programação Pactuada e Integrada

RAS – Redes de Atenção à Saúde

RAU – Rede de Atenção às Urgências

SGPTI – Setor de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação

SRAS – Setor de Regulação e Avaliação em Saúde

SUE – Setor de Urgência e Emergência

SUS – Sistema Único de Saúde

UFES – Universidade Federal do Espírito Santo

UFV – Universidade Federal de Viçosa

UPA 24h – Unidades de Pronto-Atendimento 24 horas

UR – Unidades de Registro

URA-GL – Unidade de Regulação Assistencial - Gestão de Leitos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18

1.1 CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................................ 20

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 22

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 23

3.1 ATENÇÃO À URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ....................................................... 23

3.2 REGULAÇÃO ASSISTENCIAL ........................................................................... 25

3.2.1 Política Nacional de Regulação .............................................................. 27

3.2.2 Política Nacional de Atenção Hospitalar ............................................... 29

3.3 QUALIDADE EM SAÚDE .................................................................................... 30

3.4 PENSAMENTO LEAN ......................................................................................... 32

3.5 FERRAMENTAS PARA A GESTÃO ................................................................... 34

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 37

4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 37

4.2 CENÁRIO DE ESTUDO ...................................................................................... 37

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................ 37

4.4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA E PRODUÇÃO DE DADOS ................... 38

4.5 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 40

4.6 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................... 42

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 43

5.1 ARTIGOS ............................................................................................................ 43

5.1.1 Artigo 1 ..................................................................................................... 43

5.1.2 Artigo 2 ..................................................................................................... 64

5.2 PRODUÇÃO TÉCNICA ....................................................................................... 79

5.2.1 Produto 1 .................................................................................................. 79

5.2.2 Produto 2 .................................................................................................. 92

5.2.3 Produto 3 .................................................................................................. 96

5.2.4 Produto 4 ................................................................................................ 110

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 117

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 119

ANEXOS ................................................................................................................. 124

ANEXO A - PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

................................................................................................................................ 124

APÊNDICES ........................................................................................................... 126

APÊNDICE A – CARTA CONVITE AOS COLABORADORES DA PESQUISA ...... 126

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........... 128

APÊNDICE C – CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES ............................... 131

APÊNDICE D – CRONOGRAMA DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA ..................... 132

APÊNDICE E – QUADRO SÍNTESE DAS UNIDADES DE REGISTRO E UNIDADES

DE SIGNIFICAÇÃO NA ANÁLISE DE CONTEÚDO ............................................... 134

APÊNDICE F – QUADRO SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO DE CATEGORIAS NA

ANÁLISE DE CONTEÚDO ...................................................................................... 136

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1 INTRODUÇÃO

Ingressei no curso de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV) no ano

de 2010. Durante a graduação, tive a oportunidade de conhecer a área da pesquisa

ao ser bolsista da iniciação científica. Essa experiência estimulou o meu interesse

pelo mestrado por auxiliar no desenvolvimento do pensamento crítico, aprimorar as

habilidades de leitura, escrita de artigos científicos e apresentação dos trabalhos

desenvolvidos. Durante a formação acadêmica, estive envolvida em atividades

relacionadas à assistência de enfermagem. Entretanto, a área de gestão despertava

o meu interesse e, por isso, desenvolvi o meu trabalho de conclusão de curso em

um tema desse âmbito. Concluí a graduação em 2014 e, no mesmo ano, assumi o

cargo de enfermeira assistencial pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

(Ebserh) na Unidade de Regulação Assistencial - Gestão de Leitos (URA-GL),

também denominada Núcleo Interno de Regulação (NIR), de um hospital

universitário, onde atuo até o momento.

A regulação em saúde é uma estratégia de gestão que visa organizar as ofertas de

serviços aos usuários, garantindo a equidade do acesso com qualidade e

resolubilidade. O monitoramento da oferta e da demanda é realizado pela central de

regulação, que atua na articulação entre as ações e serviços de saúde dentre os

diferentes níveis de atenção embasados em critérios de priorização, como

protocolos, classificação de risco e fluxos assistenciais. O enfermeiro apresenta

importante papel no exercício das atividades gerenciais e assistenciais da regulação

e tem a liderança, autonomia, tomada de decisão, planejamento, comunicação e

empoderamento como competências inerentes à atuação (PEITER, LANZONI,

OLIVEIRA, 2016a).

Assim como as portarias que instituem a necessidade de um NIR, a implantação da

unidade de regulação assistencial nos hospitais universitários é recente e muitos são

os desafios para sua estruturação. Desde a criação da unidade em 2014, estamos

em constante avaliação dos processos de trabalho e buscando melhorias e avanços

no gerenciamento dos leitos hospitalares.

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O ingresso no mestrado profissional em enfermagem, no Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem (PPGENF) da Universidade Federal do Espírito Santo

(UFES), e a participação no grupo CuidarTech propiciaram o desenvolvimento de

um projeto de pesquisa que contribuísse para a construção de estratégias para

aperfeiçoar o gerenciamento dos leitos da URA-GL.

Atualmente, o hospital universitário possui o gerenciamento de leitos sistematizado,

mas não conta com uma ferramenta gerencial como subsídio para execução e

monitoramento. A busca em aprimorar os processos de trabalho da URA-GL,

juntamente com a percepção empírica de superlotação do setor de urgência e

emergência (SUE), instigou a pesquisar ferramentas que possibilitassem monitorar

os indicadores hospitalares relacionados à gestão de leitos desse setor, melhorar o

fluxo de direcionamento do paciente ao recurso necessário, reduzir o tempo de

permanência, melhorar a resolutividade e, consequentemente, a qualidade do

atendimento e a administração dos recursos humanos e materiais no SUE.

Diante dessa necessidade, foi proposta a implantação de uma ferramenta do

pensamento lean, o kanban. A sugestão emergiu de uma discussão coletiva entre os

profissionais dos setores envolvidos (NIR e SUE) e a definição e desenvolvimento

foram realizadas por meio da metodologia da pesquisa-ação, que determinou o

pensamento lean como melhor estratégia para direcionar o gerenciamento dos leitos

pelo NIR. Após a proposta do trabalho, a Ebserh e a gestão do hospital também

solicitaram que a URA-GL realizasse a implantação da ferramenta kanban para

monitoramento dos leitos, o que fomentou ainda mais a realização deste estudo.

O pensamento lean foi criado no Sistema Toyota de Produção e tem como finalidade

identificar e eliminar desperdícios no processo produtivo para aumentar a eficiência

e, com isso, a qualidade das ações, agregando valor ao cliente. Além disso, utiliza

ferramentas, como o kanban, para gerenciar o processo de trabalho (MAGALHÃES,

et al, 2016).

O kanban, palavra japonesa que significa cartões, é uma ferramenta advinda do

pensamento lean, adaptada das indústrias para a implantação no setor saúde.

Através de uma metodologia de trabalho de fácil acesso e transparente, é possível

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20

identificar os pacientes internados em um serviço ou unidade, assim como o

diagnóstico, tempo de permanência e motivo de permanência/pendência para alta.

Os pacientes são codificados por cores, geralmente verde, amarelo e vermelho, de

acordo com o tempo de permanência pré-determinado pelo serviço (MASSARO,

MASSARO, 2017; ANSCHAU, et al, 2017).

Diante do exposto, emergiu a seguinte questão norteadora: quais as etapas

necessárias para a implantação do kanban no setor de urgência e emergência?

1.1 CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DO ESTUDO

O estudo torna-se relevante para o gerenciamento dos leitos hospitalares uma vez

que descreve de forma sistematizada e detalhada as etapas e recursos necessários

para a implantação e implementação de uma ferramenta do pensamento lean,

denominada kanban, no setor de urgência e emergência.

Demonstra-se que, para o desenvolvimento da pesquisa, houve a integração entre

diversas áreas do conhecimento como: o uso de uma ferramenta criada no setor

industrial que foi adaptada ao setor saúde, uma nova estratégia de gestão

denominada regulação assistencial e, a utilização de recursos computacionais

desenvolvidos pela tecnologia da informação. Inicialmente, para elaboração do que

foi proposto, integrou os setores de regulação e o de urgência e emergência e

posteriormente, durante a implantação e uso do kanban, irá envolver uma

participação coletiva institucional, com o objetivo de estabelecer iniciativas que

resolvam a demanda do paciente e sua família, pautando-se no embasamento

científico e consciente.

A temática proposta como dissertação para o mestrado profissional poderá viabilizar

uma contribuição significativa no processo de regulação assistencial, de forma a

aprimorar o planejamento das ações desenvolvidas pela unidade e dos processos

de trabalho do gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência, além de

contribuir para a gestão de um modo geral, a gerência do cuidado, melhoria da

qualidade da assistência, segurança do paciente e servir como garantia do acesso

do paciente entre os setores do hospital e ainda mais amplamente, auxiliar a

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21

direcioná-lo ao recurso necessário mesmo em outros pontos da rede de atenção à

saúde.

A elaboração dos relatórios com os dados obtidos do kanban irão documentar a real

situação do setor de urgência e emergência, com indicadores hospitalares

relacionados ao gerenciamento de leitos, o que permitirá identificar as entraves que

interferem no direcionamento do processo de alta hospitalar do paciente. Essas

informações subsidiarão estratégias, como a proposta de novos fluxos de trabalho

entre os setores desse estabelecimento de saúde e transcender para além da

gestão local e estadual, para a melhoria do acesso, equidade, resolutividade,

integralidade, garantindo o bem-estar dos usuários.

Dessa forma, acredita-se na possibilidade de direcionamento do paciente ao recurso

necessário e na redução do tempo de permanência no leito de observação,

contribuindo com a rotatividade do paciente no leito e, dessa forma, melhorar a

assistência aos usuários atendidos pelo serviço e consequentemente, poderá

auxiliar na redução dos custos relativos às internações.

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22

2 OBJETIVOS

• Elaborar fluxogramas e protocolos para o gerenciamento dos leitos no setor de

urgência e emergência.

• Desenvolver um software para monitoramento da ferramenta gerencial kanban.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 ATENÇÃO À URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

As redes são definidas como estruturas com diversos pontos que se interligam e se

relacionam em um processo dinâmico, compostas por pessoas e organizações com

autonomia e que possuem a mesma governança, conectadas por tecnologia da

informação e comunicação (LIMA, LEITE, CALDEIRA, 2015).

Na saúde, as denominadas redes de atenção à saúde (RAS) consistem em arranjos

organizativos com serviços tecnológicos de diferentes complexidades e que se

interligam através de um sistema logístico, técnico e de gestão para atender

indivíduos e a coletividade de forma a manter a integralidade da assistência. Isso

permite a qualificação dos serviços prestados e o compartilhamento de informações

entre os profissionais dos diversos pontos de atenção (MAFFISSONI, et al, 2018).

A RAS é composta por redes temáticas prioritárias, que são: a rede cegonha,

atenção psicossocial, cuidados à pessoa com deficiência, atenção às pessoas com

doenças crônicas; e atenção às urgências e emergências (BATTESINI, COELHO,

SETA, 2018). O serviço de urgência e emergência, por sua vez, é um elemento

essencial para a assistência à saúde, considerando que o Brasil se encontra em

uma transição demográfica e epidemiológica, com evidência do aumento da

morbimortalidade da população por doenças crônicas-degenerativas e causas

externas (BARBOSA, BARBOSA, NAJBERG, 2016; BRASIL, 2013a).

Diante dessa importância, o Ministério da Saúde identificou a necessidade de

organizar os fluxos de atendimento da rede de urgência e emergência. Por isso, em

2003, foi instituída a Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU) para

atendimento ao usuário por meio da implantação de sistemas de regulação, servindo

como elo entre os pontos de atenção, com a rede hierarquizada e regionalizada

(FARIA, et al, 2017).

A PNAU tem como finalidade organizar o acesso aos serviços da atenção primária à

quaternária e responsabilizar os componentes da rede assistencial pela atenção a

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uma parte determinada da demanda de urgência de acordo com a sua complexidade

e capacidade de resolução através da rede de atenção às urgências (RAU). A RAU,

com isso, objetiva a articulação e integração entre os recursos de saúde, para

realizar o acesso humanizado e integral, de forma ágil e oportuna aos usuários

(KONDER, O’DWYER, 2015).

Dessa forma, foi instituída a Portaria nº 1600 de 7 de julho de 2011, que reformula a

PNAU e institui a Rede de Atenção às Urgências e Emergências no Sistema Único

de Saúde (SUS). A RAU é definida como uma rede complexa, composta por “pontos

de atenção” que atuam de forma integrada, sinérgica e articulada, realizando ações

necessárias para atender às demandas de urgência associadas ao acolhimento,

qualificação profissional, informação e regulação do acesso (BRASIL, 2013b). É,

assim, constituída a RAU pelos componentes: promoção, prevenção e vigilância à

saúde, atenção básica em saúde e serviço de atendimento móvel de urgência

(SAMU). Conta com suas centrais de regulação médica das urgências, sala de

estabilização, força nacional de saúde do SUS, unidades de pronto-atendimento 24

horas (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas, atenção domiciliar e

hospitalar (BRASIL, 2011).

Os hospitais apresentam-se como pontos de atenção na rede, com recursos

tecnológicos densos com equipe multiprofissional e interdisciplinar. Os pacientes

assistidos possuem doenças agudas ou crônicas com necessidade de internação,

abrangendo as ações de promoção à saúde, prevenção de agravos por meio do

diagnóstico, tratamento e reabilitação (HOLZ, et al, 2016). São considerados pela

PNAU como uma das portas de atenção às urgências, assim como os leitos de

internação, gerais e especializados de retaguarda, de longa permanência e de

terapia semi-intensiva e intensiva, mesmo que esses leitos estejam em hospitais

porta fechada para urgências (BRASIL, 2013b).

Os serviços hospitalares de emergência ou prontos-socorros são unidades

complexas, compostas por leitos de observação, com equipes destinadas a atender

pacientes com ou sem risco iminente de morte, que necessitam de intervenção

imediata 24 horas por dia (BELLUCI JUNIOR, MATSUDA, MARCON, 2015). Apesar

desse perfil descrito, pacientes com patologias crônicas e demandas sociais buscam

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este serviço como principal “porta de entrada” para o sistema de saúde. Nesse

sentido, associada à supervalorização do enfoque curativo e hospitalocêntrico, à

impossibilidade de contrareferência à consulta ambulatorial e ao déficit de leitos

hospitalares de internação, há a superlotação das urgências e emergências

(SANTOS, et al, 2018).

O leito hospitalar atualmente é considerado de suma importância e, por isso, seu

gerenciamento se tornou imprescindível. Para ocorrer de forma adequada, é

essencial a melhoria dos processos de trabalho e, consequentemente, o aumento

relativo à eficiência na oferta dos serviços fornecidos pela instituição hospitalar

(RAFFA, MALIK, PINOCHET, 2017).

3.2 REGULAÇÃO ASSISTENCIAL

A palavra “regulação” possui diversos conceitos diante da literatura técnico-científica

(OLIVEIRA, 2014). O termo regulador, entre os séculos XVII e XVIII, fazia menção à

mecânica, referente aos dispositivos de controle da movimentação das máquinas, e

era utilizado na relojoaria, economia, política e mecânica celeste. Antecedeu à

palavra regulação, segundo os dicionários do século XIX (OLIVEIRA, ELIAS, 2012).

As múltiplas definições dependem da abordagem a qual se refere: na biologia, está

relacionada à homeostase ou à função de reparação; na mecânica, ao controle; nas

ciências políticas, à dominação e ao poder; na economia, à autorregulação

(GAMARRA, 2014). Segundo Gamarra (2014, p. 484), “algumas ideias principais

destacam-se em suas várias definições: controle, equilíbrio, adaptação e direção

(...)”.

A regulação apresenta duas definições principais quando faz menção à saúde: uma

quanto ao subsistema público e outra ao privado. A primeira está relacionada ao

acesso do usuário ao sistema de saúde pública e à criação e implementação de

regras. A segunda, por outro lado, diz respeito à reparação de falhas no mercado de

saúde (ALBIERI, CECÍLIO, 2015) com o significado atrelado às ações de

regulamentar, ordenar, sujeitar às regras e à qualidade e satisfação do atendimento

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ao usuário, além da intervenção entre a demanda dos usuários e a prestação de

serviços (PEITER, LANZONI, OLIVEIRA, 2016b).

No sistema de saúde brasileiro, o processo regulatório foi identificado desde os

extintos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), período de maior crise

financeira da instituição, quando foram instituídas regras aos beneficiários para

utilização dos serviços de saúde (ALBIERI, CECÍLIO, 2015). Com a promulgação da

Constituição Federal de 1988, o bem-estar social foi assegurado e um dos direitos

conquistados inclui a saúde como direito dos cidadãos e dever do Estado (PAIVA,

TEIXEIRA, 2014). Em 1990, a Lei Orgânica da Saúde definiu as diretrizes para a

organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde, estabelecendo os

princípios da universalidade do acesso aos serviços de saúde, integralidade da

assistência e igualdade da assistência à saúde (BRASIL, 1990).

Diante dos desafios em considerar a igualdade da assistência e atender a demanda

de forma satisfatória conforme determina os objetivos do SUS, a regulação surge

como instrumento de gestão para uniformizar a demanda e a oferta (PEITER,

LANZONI, OLIVEIRA, 2016b). Vincula-se às ações de regulamentação, fiscalização,

controle, auditoria e avaliação e à função de governança das autoridades estatais,

em organizar a produção e distribuição dos recursos, bens e serviços de saúde,

através das ferramentas regulatórias, de forma a assegurar o interesse da

população (OLIVEIRA, ELIAS, 2012).

A Norma Operacional Básica nº 01/91 do SUS definiu a descentralização do Distrito

Federal, estados e municípios, mantendo a articulação entre eles, transferindo,

entretanto, para cada um, as responsabilidades e recursos para a operacionalizar o

SUS. Esse convênio firmado entre as três esferas do governo regulamenta critérios

para programação, execução, acompanhamento e controle das ações de saúde,

dando início à regulação do SUS (PREUSS, 2018).

Além disso, a Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS-SUS 01/01)

apresentou a definição de regulação assistencial como sinônimo de regulação. Foi

promulgada com o objetivo de organizar a regionalização da assistência, de forma a

promover a equidade na disponibilidade de recursos às ações e serviços de saúde.

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Definiu a Programação Pactuada Integrada (PPI) como o instrumento para

negociação e formalização entre os gestores das esferas estaduais e municipais

sobre as prioridades, metas, métodos, recursos financeiros e determinação dos

fluxos assistenciais na rede, assim como a implantação dos complexos reguladores,

responsáveis pela regulação dos leitos, urgência e consultas (ALBIERI, CECÍLIO,

2015).

A PPI é definida como:

“Processo instituído no âmbito do SUS para a alocação dos recursos da assistência à saúde nos estados e municípios brasileiros resultante da definição, negociação e formalização dos pactos entre os gestores, das prioridades, metas critérios, métodos e instrumentos no sentido de definir de forma transparente os fluxos assistenciais no interior das redes regionalizadas e hierarquizadas de serviços, bem como os limites financeiros destinados para cada município, explicitando a parcela destinada à assistência da própria população e das referências recebidas de outros municípios.” (BRASIL, 2002, p. 21).

Com o Pacto pela Saúde em 2006, a regulação assistencial ficou definida como um

agrupamento de relações, saberes, tecnologias e ações para intermediar a demanda

dos usuários e o acesso deles aos serviços de saúde (ALBUQUERQUE, et al,

2013). A atividade de regulação é considerada complexa e exige conhecimento

técnico-científico de quem a exerce (GAMARRA, 2014). Visa atingir os objetivos do

SUS através da garantia do direito à saúde, acesso com eficiência, eficácia e

efetividade, prestação das ações e serviços de saúde de qualidade e suficiente para

atender à demanda da população necessitada com os recursos disponíveis (PEITER

et al, 2016).

Em 2008 e 2013, o Ministério da Saúde promulgou duas políticas imprescindíveis

para a estruturação das ações de regulação, controle e avaliação: a Política

Nacional de Regulação e a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP),

sobre as quais discute-se na sequência.

3.2.1 Política Nacional de Regulação

A Portaria nº 1559, de 01 de agosto de 2008, instituiu a Política Nacional de

Regulação do SUS em todas as unidades federadas, uma vez que era primordial

estruturar as ações de regulação, controle e avaliação, com a finalidade de ordenar

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as redes e os fluxos regulatórios, de modo a garantir a equidade, a integralidade, o

fortalecimento do processo de regionalização, a hierarquização, a integração e a

qualificação dos serviços de saúde. Está regulamentada em três dimensões, que,

obrigatoriamente, devem estar integradas: Regulação de Sistemas de Saúde,

Regulação da Atenção à Saúde e Regulação do Acesso à Assistência (SANTOS,

PINTO, 2017; PEITER, LANZONI, OLIVEIRA, 2017).

A Regulação de Sistemas de Saúde é exercida por gestores públicos dos sistemas

municipais, estaduais e nacionais de saúde. Determinam as macrodiretrizes para a

Regulação de Atenção à Saúde, baseadas nos princípios e diretrizes do SUS para

realizar ações de monitoramento, avaliação, controle, auditoria e vigilância desses

sistemas (ALBIERI, CECÍLIO, 2015).

A Regulação da Atenção à Saúde é executada pelas secretarias estaduais e

municipais de saúde. Tem como objetivo fornecer serviços de acordo com as

necessidades dos cidadãos, estabelecendo macrodiretrizes para a Regulação do

Acesso à Assistência (regulação assistencial) e o controle da oferta de serviços

(BARBOSA, BARBOSA, NAJBERG, 2016).

A Regulação do Acesso à Assistência, também denominada regulação assistencial

ou do acesso, visa à organização, ao controle, ao gerenciamento, à priorização do

acesso aos serviços e aos fluxos assistenciais baseado em protocolos, classificação

de risco e por critérios de priorização, tendo a regulação médica como autoridade

sanitária (GAWRYSZEWSKI, OLIVEIRA, GOMES, 2012).

Desse modo, atua como uma estratégia para atender as necessidades de saúde da

população (RODRIGUES, JULIANI, 2015). Contitui-se, então, pelas centrais de

regulação, unidades que formam o complexo regulador e operacionalizam as ações

da regulação do acesso, em abrangência estadual, regional e municipal. É

sistematizada em central de regulação de consultas e exames, central de regulação

de urgências e central de regulação de internações hospitalares, oferecendo o

recurso mais adequado às necessidades da população (BARBOSA, BARBOSA,

NAJBERG, 2016).

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As centrais de regulação assistencial estabelecem os fluxos assistenciais, a fim de

ordenar o acesso dos usuários às ações e serviços do SUS, o que permite a

otimização dos recursos disponíveis e garantir a equidade de acordo com a

demanda e a oferta apresentada (RODRIGUES, JULIANI, 2015).

3.2.2 Política Nacional de Atenção Hospitalar

A Portaria nº 3390, de 30 de dezembro de 2013, que institui a Política Nacional de

Atenção Hospitalar, determina as diretrizes para a organização dos hospitais

públicos ou privados que prestam serviços às redes de atenção à saúde no âmbito

do SUS. Os serviços hospitalares estabelecem a missão, o perfil assistencial de

acordo com o perfil demográfico e epidemiológico da população adscrita e conforme

a RAS loco-regional e os fluxos de referência e contrareferência conforme os Planos

Diretores de Regionalização estabelecido. O acesso, deste modo, é regulado por

meio do atendimento por demanda referenciada e/ou espontânea (BRASIL, 2013a;

BARBOSA, BARBOSA, NAJBERG, 2016).

Após a definição dos fluxos regulatórios entre os municípios, estados e/ou entre os

estados através do financiamento pactuado por meio da PPI, é necessária a

regulação através do Complexo Regulador (BARBOSA, BARBOSA, NAJBERG,

2016). O acesso regulado apresentado na PNHOSP é condizente com o

preconizado pela Política Nacional de Regulação do SUS, determinante da

implantação de um Núcleo Interno de Regulação, responsável por manter a interface

com as Centrais de Regulação (BARBOSA, BARBOSA, NAJBERG, 2016). Objetiva

traçar o perfil de complexidade da assistência no cenário do SUS e fornecimento de

consultas ambulatoriais, serviços de diagnóstico e terapêutico e leitos de internação

conforme o perfil assistencial pré-estabelecido, além de solicitação de recursos

indisponíveis na instituição para os pacientes internados (ALBIERI, CECILIO, 2015;

BRASIL, 2013a; SOARES, 2017).

O NIR, por sua vez, é responsável pelo gerenciamento dos leitos hospitalares,

dispositivo com a finalidade de reduzir o tempo de internação e disponibilizar vagas

para atender a demanda, aumentando a rotatividade dos pacientes internados na

instituição. Tem como finalidade, então, aumentar e otimizar a ocupação e a

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rotatividade dos leitos, reduzir o tempo de internação e fornecer novas vagas para

as demandas represadas para um atendimento de qualidade ao usuário (BRASIL,

2013a; GAWRYSZEWSKI, OLIVEIRA, GOMES, 2012).

3.3 QUALIDADE EM SAÚDE

Na direção proposta por este trabalho, interessa destacar que a definição de

qualidade se vincula à relação entre os benefícios obtidos e a redução dos riscos e

custos, a fim de garantir o padrão da assistência e a satisfação do paciente

(DONABEDIAN, et al, 1982; DONABEDIAN, 1992; MALIK, SCHIESARI, 1998).

Assim, um produto ou serviço é considerado de qualidade ao corresponder à

necessidade dos clientes, garantindo a confiabilidade, no tempo certo, de maneira

acessível e segura (SILVA, BARBOSA, 2016).

Desse modo, a qualidade está inteiramente ligada à avaliação dos serviços de

saúde, sendo a qualidade da assistência uma questão relevante para a instituição

hospitalar (CAVALCANTE, et al, 2015). A preocupação com a qualidade das práticas

assistenciais e dos serviços de saúde são desde os primórdios (OLIVEIRA, 2017). A

busca pela qualidade está presente desde a época dos faraós, chefes tribais e das

monarquias, em que os produtos eram avaliados por meio da observação das

características, se correspondiam ou não às especificações governamentais (SILVA,

BARBOSA, 2016).

Na área da saúde, Florence Nightingale, enfermeira inglesa, a partir dos seus

estudos estatísticos de morbimortalidade durante a Guerra da Criméia, sugeriu

alterações organizacionais e de higienização, demonstrando envolvimento com as

primeiras medidas de desempenho hospitalar e de melhoria contínua da qualidade

em saúde. Em 1854, instituiu padrões sanitários e de cuidados rígidos, pontuando a

preocupação com a segurança do paciente (MARTINS, BENITO, 2016; OLIVEIRA,

2017).

Posteriormente, no século XX, teóricos como Flexner e Codman e os médicos do

Colégio Americano de Cirurgiões elaboraram documentos, tais quais o Relatório

Flexner e outros estudos, que evidenciaram, com isso, a importância do controle dos

serviços médicos prestados e que impulsionaram a expansão dos estudos na área

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da avaliação da qualidade e dos custos da atenção médica (HAYASHI, PEDROSO,

2016). Além disso, em 1917, o Colégio Americano de Cirurgiões elaborou os

“Padrões Hospitalares Mínimos”, isto é, estratégias de avaliação contínua das

instituições de saúde, conhecidas também como acreditação, praticado e

reconhecido internacionalmente (GASPARY, 2014).

A sistematização ou o controle da qualidade iniciou nas indústrias e empresas no

Japão após a segunda guerra mundial, tendo a Ford como um modelo para o

mercado, com a inovação nos processos na linha de montagem, a produção em

larga escala e baixos custos, num pequeno intervalo de tempo. A criação da

Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (“Joint Commission on Acreditation

of Hospitals – JCAHO), nos Estados Unidos, concretizou o desenvolvimento da

qualidade (SILVA, BARBOSA, 2016; TEODO, et al, 2017; GASPARY, 2014).

Atualmente, entende-se que houve expansão para diversos setores e prestação de

serviços, como nos estabelecimentos de saúde (SILVA, BARBOSA, 2016).

Nessa perspectiva, no cenário brasileiro, a acreditação surgiu em 1990 como

proposta de melhoria da qualidade hospitalar e, em 1994, o Ministério da Saúde

criou o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) e a Comissão

Nacional de Qualidade e Produtividade em Saúde (CNQPS). Apesar dos incentivos

da acreditação das instituições principalmente entre os anos de 1997 e 1998, até o

momento, o número de serviços de saúde acreditados ainda é incipiente

(GASPARY, 2014; BRASIL, 2017).

Avedis Donabedian é um dos pioneiros na escrita sobre avaliação da qualidade em

saúde e tornou-se uma importante referência para o tema no âmbito dos serviços de

saúde (CAVALCANTE, et al, 2015). Ele define que o

Cuidado de boa qualidade é aquele que proporciona ao paciente o bem estar máximo e mais completo, após ter sido considerado o equilíbrio previsto entre ganhos (benefícios) e perdas (danos) que acompanham o processo de cuidado em toda a sua extensão. [...] (DONABEDIAN, 1980, p.64)

e que deverá estar presente desde a mais simples à mais complexa forma de

cuidado ao paciente pelos profissionais de saúde (DONABEDIAN, 1980).

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Assim, o autor propõe que a qualidade seja pautada em sete pilares: eficácia,

efetividade, eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade e equidade. Diante

disso, estabelece critérios para a avaliação baseada em três componentes (tríade),

sendo eles a estrutura, o processo e o resultado (CAVALCANTE, et al, 2015).

A estrutura, em primeiro lugar, consiste na avaliação dos instrumentos de cuidado e

da organização, incluindo os recursos físicos, humanos, materiais e financeiros,

sistemas de informação e características organizacionais necessárias para o

desenvolvimento da assistência. O processo, então, corresponde à prestação do

cuidado de acordo com os princípios científicos, ou seja, atividades que envolvem os

profissionais e os pacientes. O resultado, por fim, se refere ao produto final na

prestação da assistência, incluindo a saúde, bem-estar e satisfação dos usuários

(DONABEDIAN, 1969; CAVALCANTE, et al, 2015).

A necessidade de mensurar e aperfeiçoar a qualidade da assistência desencadeia a

implantação de estratégias de gerenciamento, que podem contribuir com o

desempenho organizacional. A gestão da qualidade deve estar em constante

modificação, buscando a melhoria do serviço e, consequentemente, do atendimento

aos usuários (FERNANDES, et al, 2015).

Diante disso, novas estratégias surgiram com a finalidade de melhorar a qualidade

assistencial, sendo uma delas o pensamento lean adequado ao ambiente hospitalar

para eliminar desperdícios ou problemas que interfiram nos processos de trabalho,

impedindo-os de fluir, de serem executados corretamente ou de forma mais rápida

(BARBOSA, BARBOSA, SANTOS, 2016; ZATTAR, SILVA, BOSCHETTO, 2017).

3.4 PENSAMENTO LEAN

O termo Lean thinking, também denominado pensamento lean, pensamento enxuto

ou mentalidade enxuta, originou-se na década de 50 no setor industrial do Sistema

Toyota de Produção. Shiingo e Taichii Ono, gestores da Toyota, verificaram a

necessidade de melhoria nos processos de trabalho sem investir em equipamentos,

inovações e tecnologias, apenas eliminando etapas desnecessárias e desperdícios,

visando à facilitação do fluxo dos processos de produção, a fim de agregar valores

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ao cliente. O termo Lean Manufacturing foi utilizado pela primeira vez por Krafcik e,

posteriormente, disseminado por Womack e Jones no livro “A máquina que mudou o

mundo”, em 1990 (MAGALHÃES, et al, 2016; RODRIGUES, AFONSO, 2017).

Apesar de ter sido desenvolvido nas indústrias automotivas e manufatureiras, foi

adaptada para o setor da saúde, com a finalidade de reduzir os desperdícios e

melhorar a qualidade do atendimento ao paciente (MORAROS, LEMSTRA,

NWANKWO, 2016). No início do ano 2000, o pensamento lean começou a ser

introduzido na área da saúde como método de promoção da qualidade, denominado

Lean healthcare (ANDERSEN; RØVIK; INGEBRIGTSEN, 2014). Em 2006, a

organização da Grã-Bretanha, Lean Enterprise Academy, coordenou o primeiro

congresso de implantação do pensamento enxuto na área da saúde como proposta

para melhoria do cuidado prestado à população assistida (MAGALHÃES, et al,

2016). No Brasil, os estudos sobre o pensamento lean são incipientes, apesar de, no

âmbito mundial, estarem em ascensão entre as voltadas à saúde. É conhecido como

uma referência no modelo de gestão para atingir a qualidade assistencial e a

melhoria contínua dos processos (MAGALHÃES, et al, 2016).

O Lean Healthcare utiliza ferramentas e técnicas adaptadas do Lean Manufacturing

no setor hospitalar. Dentre as principais, incluem o mapa do fluxo de valor,

mapeamento de processo, o sistema para organização do ambiente de trabalho

(5S), Sistema Pull, abordagem em equipe para a resolução de problemas, o trabalho

padronizado, eventos de melhoria rápida, kaizen e o kanban (ZATTAR, SILVA,

BOSCHETTO, 2017).

O kanban, palavra de origem japonesa, significa “cartão”, foi criada no setor

industrial durante o Sistema Toyota de Produção (LIMA, MENDES, PAULISTA,

2015). Consiste em uma ferramenta visual baseada na utilização de cartões

coloridos de identificação com a finalidade de atingir uma melhoria na produção,

novas tecnologias e redução dos custos (LIMA, MENDES, PAULISTA, 2015;

MASSARO, MASSARO, 2017). Foi adaptado para o gerenciamento dos leitos

hospitalares, como ferramenta para o controle da permanência hospitalar

(RODRIGUES, AFFONSO NETO, 2017).

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O kanban adaptado ao gerenciamento de leitos é uma ferramenta que consiste em

demonstrar visualmente os pacientes internados em um determinado setor em

formato de lista, classificados por cores de acordo com o tempo de permanência. As

cores utilizadas geralmente consistem em verde, para tempo de internação definido

como adequado, amarelo no dia anterior ao considerado como limite para direcionar

o paciente ao recurso que necessita, e vermelho, superior ao tempo previsto como

adequado. A definição do tempo de permanência será determinada pela equipe,

considerando a realidade da instituição e critérios embasados na literatura científica

(ANSCHAU, et al, 2017; RODRIGUES, AFFONSO NETO, 2017).

A adaptação ao gerenciamento dos leitos hospitalares fez o kanban a atuar como

ferramenta para o controle da permanência hospitalar (RODRIGUES, AFFONSO

NETO, 2017). Devido à necessidade de organização dos processos para posterior

implantação e implementação do kanban, foram utilizadas as seguintes ferramentas

para a gestão: protocolos, fluxogramas e um software para monitoramento do

kanban.

3.5 FERRAMENTAS PARA A GESTÃO

As funções primordiais da gestão e administração das empresas e instituições

incluem a organização, assim como o planejamento, coordenação, liderança e

avaliação. O ato de organizar está relacionado a uma tarefa complexa para

estabelecimento de uma estrutura organizacional, abrangendo a definição dos

recursos humanos, materiais, tecnológicos e os demais necessários para alcançar

os objetivos da instituição (LORENZETTI, et al, 2014).

A utilização de tecnologias no âmbito da saúde é considerada como um

agrupamento de conhecimentos e afazeres associados a materiais e produtos que

desencadeiam terapêuticas e processos de trabalho, compondo-se como meio de

realizar ações na produção em saúde (MOURÃO NETTO, DIAS, GOYANNA, 2016).

Essas tecnologias são subdividas em três categorias: leve, que compreende a

implementação do cuidado pela relação humana, acolhimento e vínculo; leve-dura,

sendo a utilização de conhecimentos bem-estruturados, como os protocolos; e a

dura, que inclui o uso de recursos tecnológicos (MERHY, 2005; SABINO, 2016).

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Para a elaboração das tecnologias leve-duras, como os instrumentos, é importante

entender o conceito, sendo este definido na saúde como uma forma de sistematizar

um pensamento para orientar o processo de cuidado, com a finalidade de subsidiar

a prática profissional (MOURÃO NETTO, DIAS, GOYANNA, 2016). Os termos

instrumento e ferramentas gerenciais têm sido utilizados como sinônimos, referindo-

se a um arsenal de apoio para a atuação gerencial do enfermeiro. Instrumento tem

como conceito máquina, utensílio, aparelho para executar uma obra ou realizar uma

operação, além de algo usado para conseguir um resultado e a todo meio de

conseguir um fim. Ferramenta, assim, é um conjunto de utensílios utilizados nas

artes e ofícios e, instrumento usado para realização do trabalho (OLIVEIRA, et al,

2017).

Diversas ferramentas, nesse sentido, podem ser utilizadas para a concretização da

qualidade na instituição, como o ciclo do PDCA (Plan, Do, Check, Act), gestão de

processos, protocolos clínicos, indicadores, plano de ação, fluxogramas (FIORETI, et

al, 2016), assim como as ferramentas propostas pelo pensamento lean, como o

kanban (ZATTAR, SILVA, BOSCHETTO, 2017), que tem como propósito definir,

mensurar, analisar e propor resoluções para os problemas identificados (FIORETI, et

al, 2016). Todas as ferramentas podem ser divididas em quatro subtipos: os

instrumentos para organizar os registros, os que norteam os processos, os que

expõem informações e, por fim, os que têm a avaliação como finalidade. Dentre os

instrumentos que norteiam os processos, incluem-se os protocolos e os fluxogramas

(MOURÃO NETTO, DIAS, GOYANNA, 2016).

Os protocolos não possuem conceito bem definido e o significado no dicionário não

remete bem sobre a sua representação na área da saúde. Entretanto, apresentam

relevância na organização do cuidado, funcionando como uma ferramenta

estratégica para direcionar o planejamento, a implementação e a avaliação, além de

padronizar as ações, os processos de trabalho, para auxiliar na criação de

indicadores de processo e resultados, além de difundir o conhecimento, a

comunicação profissional e o gerenciamento do cuidado (MOURÃO NETTO, DIAS,

GOYANNA, 2016). Os fluxogramas, então, são definidos como uma técnica de

representação gráfica por símbolos estabelecidos previamente para descrever de

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forma clara e organizada um fluxo ou processo, assim como sua análise e

redesenho (TABILE, et al, 2015).

Para direcionar a implantação e implementação do kanban, foram construídos

protocolos e fluxogramas com a finalidade de direcionarem o processo e auxiliar no

desenvolvimento de um software para monitoramento da ferramenta. As ferramentas

gerenciais apresentam grande relevância para o processo do cuidado, visando

organizar, padronizar, direcionar, comunicar a estrutura, funcionamento e avaliação

dos estabelecimentos de saúde e estão atreladas à melhoria da qualidade da

assistência à saúde aos cidadãos (OLIVEIRA, et al, 2017).

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4 METODOLOGIA

4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A metodologia empregada foi a pesquisa-ação, com abordagem qualitativa. Thiollent

(2011) considera a pesquisa-ação como uma estratégia metodológica da pesquisa

social capaz de permitir a interação entre pesquisador e participantes de maneira

colaborativa, em que a investigação e a ação ocorrem concomitantemente, a fim de

transformar a realidade e ampliar o conhecimento do pesquisador e das pessoas

envolvidas na pesquisa.

4.2 CENÁRIO DE ESTUDO

A pesquisa se desenvolve em um hospital universitário de grande porte localizado

na região sudeste do Brasil, dispondo de atendimento 100% SUS e referência para

procedimentos de média e alta complexidade. Segundo o mapa de leitos referente

ao mês de maio de 2019, a estrutura física contempla 324 leitos, sendo 249 leitos de

internação e 75 leitos de observação, sendo destes, 10 leitos no setor de urgência e

emergência. O setor de urgência e emergência foi inserido na rede de urgência e

emergência (RUE) e é contratualizado com a Secretaria Estadual de Saúde como

referência para abdômen agudo não traumático e infarto agudo do miocárdio (IAM).

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo constitui-se pela equipe multiprofissional do setor de

regulação e avaliação em saúde (SRAS) e de urgência e emergência, sendo 12 do

SRAS e 35 profissionais do SUE. Para compor o grupo de participantes da pesquisa,

foi utilizado o critério de inclusão, isto é, o participante deveria atuar como membro

da equipe do SRAS e SUE, demonstrar interesse pela temática e participar dos

encontros propostos para o desenvolvimento da pesquisa. O critério de exclusão foi

adotado aos participantes que se ausentaram em dois ou mais encontros e período

de férias. Foram convidados todos os profissionais do SUE e do SRAS, entretanto,

devido à necessidade de manter a assistência, participaram os representantes de

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cada setor. Portanto, seis membros do SRAS e três membros do SUE participaram

da pesquisa.

4.4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA E PRODUÇÃO DE DADOS

A produção dos dados da pesquisa ocorreu durante o período de 21 de maio de

2018 a 31 de maio de 2019. A pesquisa-ação apresenta o desenvolvimento em doze

fases, que podem se ordenar de forma flexível e, em algumas circunstâncias,

ocorrer simultaneamente (THIOLLENT, 2011).

I. Fase exploratória: visa estabelecer o levantamento dos dados a serem

pesquisados, elencar os problemas prioritários e as ações a serem realizadas

(THIOLLENT, 2011). O pesquisador apresentou os objetivos da pesquisa e os

participantes foram convidados a participar por meio da carta convite (APÊNDICE

A). No primeiro seminário, foram disponibilizados aos participantes o TCLE

(APÊNDICE B), um questionário de caracterização dos participantes (APÊNDICE C)

e o cronograma de realização da pesquisa (APÊNDICE D). Esta pesquisa é um

projeto integrado ao serviço, sendo, assim, realizada com anuência.

II. O tema da pesquisa: propõe a exposição do tema para possíveis alterações e o

definiu através da concordância da equipe. Apresentou os pontos mais relevantes,

com necessidade de intervenção e realizou os esclarecimentos.

III. A colocação dos problemas: especifica os problemas, juntamente com a definição

do tema e o objetivo da pesquisa tendo em vista o direcionamento da investigação;

IV. O lugar da teoria: utiliza, para embasamento teórico, as portarias ministeriais

sobre regulação de leitos e rede de urgência e emergência, dissertações e teses que

abordaram o mesmo tema e artigos científicos sobre gerenciamento de leitos,

urgência e emergência, pensamento lean e kanban.

V. Hipóteses: corresponde sobre a suposição definida pelo grupo acerca das

possíveis soluções para o problema apresentado na pesquisa;

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VI. Seminário: dividiu-se em seis momentos, de modo que o primeiro foi dividido em

dois grupos devido à incompatibilidade de horários livres dos participantes. Foi

exposto o tema da pesquisa, a relevância do estudo e definida a utilização da

ferramenta kanban para o gerenciamento de leitos do setor de urgência e

emergência. No segundo seminário, foi feita a confecção do protocolo de

implantação da ferramenta gerencial kanban. No terceiro, desenvolveu-se a

confecção do protocolo de implementação da ferramenta gerencial kanban. No

quarto, foi elaborado o protocolo de mapeamento do conteúdo do software kanban.

O quinto, destinou-se à elaboração dos fluxogramas baseados nos protocolos de

implantação e implementação do kanban. No último seminário, foi, então, realizada a

validação por consenso pelo grupo do protocolo, fluxograma e do software. Os

seminários tiveram média de duração de uma hora e dez minutos. No apêndice D,

encontra-se o cronograma de realização da pesquisa.

VII. Campo de observação, amostragem e representatividade qualitativa: como

campo de observação, inclui o setor de urgência e emergência, que possui um total

de 10 leitos de observação. A amostragem e representatividade qualitativa

corresponde a equipe multiprofissional do setor de regulação e avaliação em saúde

(SRAS) e de urgência e emergência, sendo 12 do SRAS e 35 profissionais do SUE,

sendo que devido a necessidade de manter a assistência, participaram os

representantes dos setores. Portanto, seis membros do SRAS e três membros do

SUE participaram da pesquisa.

VIII. Coleta de dados: desenvolve o material de análise por meio de diário de campo

e das gravações dos seminários em sistema MP3 e posterior transcrição integral.

IX. Aprendizagem: consiste na construção dos saberes durante o percurso da

pesquisa aqui proposta. Essa etapa foi desenvolvida durante todo o processo da

investigação e ocorreu concomitantemente às fases de lugar de teoria, seminários,

plano de ação, saber formal/informal e divulgação externa;

X. Saber formal/saber informal: configura-se como a interação entre pesquisador e

participante em todas as fases da produção dos dados;

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XI. Plano de ação: define os objetivos e estratégias da pesquisa junto aos

participantes no primeiro seminário.

XII. Divulgação externa: realiza, ao longo da pesquisa, a articulação com a Gerência

de Ensino e Pesquisa e a superintendência do hospital universitário para solicitar

apoio à pesquisa e autorização para o fornecimento dos dados do sistema Aplicativo

de Gestão dos Hospitais Universitários (AGHU) e inclusão no software kanban.

Houve parecer favorável da superintendência quanto à evolução do projeto e

autorizado que o Setor de Gerenciamento de Processos e Tecnologia da Informação

disponibilizasse os dados do AGHU para desenvolvimento do software. Após

finalizado o estudo, os resultados da pesquisa serão apresentados ao Colegiado

Executivo do hospital e, se aprovado, será realizada a implantação e implementação

da ferramenta gerencial kanban no setor de urgência e emergência.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados obtidos durante os seminários foram gravados, transcritos e analisados

pela técnica de análise de conteúdo categorial proposta por Laurence Bardin (2016).

O método é composto por três polos cronológicos: a pré-análise, a exploração do

material e o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. As fases

constituem-se na utilização dos seguintes elementos: a leitura flutuante ou intuitiva,

definição de hipóteses, determinação das unidades de registro (UR), definição de

unidades de significação ou temas, análise das unidades de registro, análise

categorial do texto, tratamento e apresentação e discussão dos resultados (BARDIN,

2016).

A análise de conteúdo inicia-se com a pré-análise. Foi realizada a leitura flutuante de

todo o material e estabelecido o corpus de análise de acordo com as regras da

exaustividade, representatividade, homogeneidade e pertinência. Em seguida, houve

a formulação das hipóteses provisórias e dos objetivos da análise. Posteriormente,

definiram-se as unidades de registro, as unidades de contexto, as unidades de

significação ou temas, descritas no quadro síntese de unidades (APÊNDICE E) e foi

realizada a quantificação. Em seguida, partiu-se para a análise categorial,

representada no quadro síntese de categorias (APÊNDICE F), conforme proposto

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por OLIVEIRA (2008).

Cada participante foi identificado como Participante P, na sequência em que

aconteceu (P1, P2, P3, ..., P9), a pesquisadora como PE, e a codificação (...)

significa que parte da fala foi omitida. A análise dos dados do texto obtida pela

transcrição dos seminários agrupou as unidades de registro em categorias,

relacionadas ao objetivo proposto.

Figura 1 - Representação do processo da análise de conteúdo realizado no estudo.

Fonte: o autor, 2018.

Após a análise, então, foram estabelecidas quatro categorias: estratégia para

definição de uma ferramenta gerencial para o setor de urgência e emergência;

benefícios e desafios para a implantação do kanban; elaboração dos protocolos e

fluxogramas para implantação e implementação da ferramenta kanban; e elaboração

do mapeamento do conteúdo do software para gerenciamento da ferramenta

kanban.

Pré análise

•Leitura flutuante do material

•Estabelecido corpus de análise

•Formulação das hipóteses provisórias

•Formulação dos objetivos da análise

Exploração do material

•Determinação das unidades de registro (UR)

•Tema como UR

•Definidas as unidades de contexto

Tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação

•Quantificação

• Interpretação

•Definição das categorias

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4.6 ASPECTOS ÉTICOS

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo em 12 de dezembro

de 2017, com o número CAAE 78683317.1.0000.5060 e o parecer de número

2.433.260 (Anexo A).

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5 RESULTADOS

5.1 ARTIGOS

5.1.1 Artigo 1

Revista Latino-Americana de Enfermagem

Artigo Original

Gerenciamento de leitos na urgência e emergência baseado no pensamento lean

Resumo

Objetivo: descrever a elaboração dos fluxos e protocolos para definição da ferramenta

gerencial no setor de urgência e emergência por meio da metodologia da pesquisa-ação.

Método: pesquisa-ação realizada em seis seminários com seis integrantes do setor de

regulação e avaliação em saúde e três da urgência e emergência de um hospital universitário

da região sudeste do Brasil. A produção dos dados ocorreu entre 21 de maio de 2018 a 31 de

maio de 2019. Os dados obtidos foram gravados, transcritos e analisados pela técnica de

análise de conteúdo de Bardin. Resultados: os participantes definiram o kanban como

ferramenta para gerenciamento dos leitos da urgência e emergência e organizaram a

implantação e implementação mediante o desenvolvimento de protocolos, fluxogramas e

mapeamento do conteúdo do software, que substituirá os cartões manuais propostos pelo

kanban. Conclusão: O estudo viablizou elaborar protocolos e fluxogramas de implantação e

de implementação da ferramenta gerencial kanban e o protocolo de mapeamento do conteúdo

do software. Entende-se que o kanban poderá funcionar como contribuição ao direcionamento

das ações dos profissionais, sendo respaldo para a tomada de decisões e no estabelecimento de

novos processos de trabalho, a fim de melhorar a qualidade do atendimento ao paciente.

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Descritores: Regulação e Fiscalização em Saúde; Enfermagem; Serviço Hospitalar de

Emergência; Sistemas de Informação; Qualidade da Assistência à Saúde; Tecnologia em

saúde.

Descriptors: Health Care Coordination and Monitoring; Nursing; Emergency Service,

Hospital; Information Systems; Quality of Health Care; Health Tecnology.

Descriptores: Regulación y Fiscalización en Salud; Enfermería; Servicio de Urgencia en

Hospital; Sistemas de Información; Calidad de la Atención de Salud; Tecnología en Salud.

Introdução

Os termos instrumentos e ferramentas gerenciais têm sido utilizados como sinônimos e

apresentam grande relevância para o processo do cuidado, visando organizar, padronizar,

direcionar, comunicar a estrutura, funcionamento e avaliação dos estabelecimentos de saúde e

estão atreladas à melhoria da qualidade da assistência à saúde aos cidadãos(1). As ferramentas

são divididas em quatro subtipos: os instrumentos para organizar os registros, os que norteiam

os processos, os que expõem informações e os que tem a avaliação como finalidade. Dentre os

instrumentos que norteiam os processos, incluem-se os protocolos e os fluxogramas(2).

As ferramentas podem ser utilizadas para a concretização da qualidade na instituição, como o

ciclo do PDCA (Plan, Do, Check, Act), gestão de processos, protocolos clínicos, indicadores,

plano de ação, fluxogramas, assim como as ferramentas propostas pelo pensamento lean,

como por exemplo o kanban, que têm como propósito definir, mensurar, analisar e propor

resoluções para problemas identificados(3-4).

O pensamento lean foi criado no Sistema Toyota de Produção e objetiva identificar e eliminar

desperdícios no processo produtivo visando ao aumento da eficiência e à consequente

qualidade das ações, além de dar valor ao cliente. Utiliza ferramentas, como o kanban, para

gerenciar o processo de trabalho(5). No início do ano 2000, o pensamento lean começou a ser

introduzido na área da saúde como método de promoção da qualidade, denominado Lean

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healthcare(6), e utiliza ferramentas e técnicas adaptadas do Lean Manufacturing no setor

hospitalar. Dentre as principais, incluem o mapa do fluxo de valor, mapeamento de processo,

o sistema para organização do ambiente de trabalho (5S), Sistema Pull, abordagem em equipe

para a resolução de problemas, o trabalho padronizado, eventos de melhoria rápida, kaizen e o

kanban(4).

O kanban, palavra de origem japonesa que significa “cartões”, é uma ferramenta advinda do

pensamento lean, adaptada das indústrias para a implantação no setor saúde(7). No

gerenciamento dos leitos hospitalares, através de uma metodologia de trabalho de fácil acesso

e transparente, consiste em demonstrar visualmente os pacientes internados em um

determinado setor em formato de lista, assim como o diagnóstico, tempo de permanência e o

motivo de permanência/pendência para alta. Os pacientes são codificados por cores,

geralmente verde, amarelo e vermelho, de acordo com o tempo de permanência pré-

determinado pelo serviço(8).

A busca em aprimorar os processos de trabalho da unidade de regulação assistencial – gestão

de leitos (URA-GL) de um hospital universitário, juntamente com a percepção empírica de

superlotação do setor de urgência e emergência (SUE), permitiu identificar a necessidade de

implantação de uma ferramenta de gerenciamento de leitos, a fim de melhorar a qualidade do

atendimento e a administração dos recursos humanos e materiais no SUE.

Diante do exposto, este estudo visa descrever a elaboração dos fluxos e protocolos para

definição da ferramenta gerencial no setor de urgência e emergência através da metodologia

da pesquisa-ação.

Método

Pesquisa-ação, com abordagem qualitativa. Realizada em um hospital universitário de grande

porte localizado na região sudeste do Brasil, dispondo de atendimento 100% SUS e referência

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para procedimentos de média e alta complexidade. Segundo o mapa de leitos referente ao mês

de maio de 2019, a estrutura física contempla 324 leitos, sendo 249 leitos de internação e 75

leitos de observação, sendo destes, 10 leitos no setor de urgência e emergência.

A população do estudo foi composta pela equipe multiprofissional do setor de regulação e

avaliação em saúde (SRAS) e de urgência e emergência, sendo 12 do SRAS e 35 profissionais

do SUE.

Para compor o grupo de participantes da pesquisa, foi utilizado o critério de inclusão, ou seja,

os participantes deveriam atuar como membro da equipe do SRAS e SUE e participar dos

encontros propostos para o desenvolvimento da pesquisa. O critério de exclusão consistiu na

ausência em dois ou mais encontros por parte dos participantes, além dos que, por ventura,

estivessem, durante os seminários, em período de férias. Foram convidados todos os

profissionais do SUE e do SRAS, entretanto, devido à necessidade de manter a assistência,

participaram os representantes de cada setor. Portanto, seis membros do SRAS e três

membros do SUE compuseram este estudo. A produção dos dados, por sua vez, ocorreu

durante o período de 21 de maio de 2018 a 31 de maio de 2019. A pesquisa-ação apresenta o

desenvolvimento em doze fases, que podem se ordenar de forma flexível e, em algumas

circunstâncias, ocorrer simultaneamente(9). São elas: I. Exploratória; II. Tema da pesquisa; III.

Colocação dos problemas; IV. O lugar da teoria; V. Hipóteses; VI. Seminários; VII. Campo

de observação, amostragem e representatividade qualitativa; VIII. Coleta de dados; IX.

Aprendizagem; X. Saber formal/informal; XI. Plano de ação; XII. Divulgação externa.

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Figura 1. Descrição das fases da pesquisa-ação conforme a produção dos dados da pesquisa. Fonte: O

autor, 2018.

Foram realizados seis seminários. O primeiro foi dividido em dois grupos devido a

incompatibilidade de horário entre os participantes. Exposto o tema da pesquisa, a relevância

do estudo e definida a utilização da ferramenta kanban para o gerenciamento dos leitos do

setor de urgência e emergência. No segundo seminário, realizou-se a confecção do protocolo

de implantação da ferramenta gerencial kanban. No terceiro, procedeu-se a confecção do

protocolo de implementação da ferramenta gerencial. O quarto seminário, então, direcionou-

As fases a seguir ocorreram concomitantemente à

fase VI:

II. O tema da pesquisa;

III. A colocação dos problemas;

IV. O lugar da teoria;

V. Hipóteses;

VII. Campo de observação, amostragem e

representatividade qualitativa;

VIII. Coleta de dados;

XI. Plano de ação

• As fases IX Aprendizagem e

X. Saber formal/saber informal

foram desenvolvidas durante

todas as etapas da produção dos

dados.

• Levantamento dos dados para a

pesquisa;

• Elencar problemas prioritários;

• Definir ações a serem realizadas.

I. Fase exploratória

VI. Seminário

Seis seminários

Exposição do

tema da pesquisa

Elaboração do protocolo de implantação da

ferramenta gerencial kanban

Elaboração do protocolo de implementação da

ferramenta gerencial kanban

Elaboração do protocolo de mapeamento do

conteúdo do software kanban

Elaboração dos fluxogramas baseados nos

protocolos de implantação e implementação

XII. Divulgação externa

• Parecer favorável da

Superintendência quanto à evolução do

projeto;

• Apresentação ao Colegiado

Executivo para posterior implantação e

execução da ferramenta gerencial kanban.

- Entrega da carta-

convite

Validação por consenso dos protocolos,

fluxogramas e software

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se ao protocolo de mapeamento do conteúdo do software kanban, de modo que o quinto

encontro visou à elaboração dos fluxogramas baseados nos protocolos de implantação e

implementação do kanban. No último, então, foi realizada a apresentação final do protocolo,

do fluxograma e do software confeccionado, para validação por consenso pelo grupo. Os

seminários tiveram média de duração de uma hora e dez minutos.

Os dados obtidos durante os seminários foram gravados, transcritos e analisados pela técnica

de análise de conteúdo categorial proposta por Laurence Bardin (2016). O método é composto

por três polos cronológicos: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos

resultados, a inferência e a interpretação. As fases constituem-se na utilização dos seguintes

elementos: leitura flutuante ou intuitiva, definição das hipóteses, determinação das unidades

de registro, definição das unidades de significação ou temas, análise das unidades de registro,

análise categorial do texto, tratamento e apresentação e discussão dos resultados(10).

A análise de conteúdo inicia-se com a pré-análise. Foi realizada a leitura flutuante de todo o

material e estabelecido o corpus de análise de acordo com as regras da exaustividade,

representatividade, homogeneidade e pertinência. Em seguida, houve a formulação das

hipóteses provisórias e dos objetivos da análise.

Posteriormente, definiram-se as unidades de registro (UR), as unidades de contexto, as

unidades de significação ou temas, descritas no quadro síntese de unidades e foi realizada a

quantificação. Em seguida, partiu-se para a análise categorial.

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Figura 2. Representação do processo da análise de conteúdo realizada no estudo. Fonte: o autor, 2018.

Cada participante foi identificado como participante P, na sequência em que aconteceu (P1,

P2, P3, ..., P9), a pesquisadora como PE, e a codificação (...) significa que parte da fala foi

omitida.

A análise dos dados do texto obtida pela transcrição dos seminários agrupou as unidades de

registro em categorias relacionadas ao objetivo proposto. Este estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do

Espírito Santo em 12 de dezembro de 2017, com o número CAAE 78683317.1.0000.5060 e o

parecer de número 2.433.260. Os protocolos e fluxogramas produzidos foram registrados na

Biblioteca Nacional.

Resultados

Participaram desse estudo nove profissionais, sendo 66,7% do SRAS e 33,3% do SUE. A

idade média dos integrantes foi de 35,9 anos, variando entre 30 a 46 anos, em que a maioria

(55,6%) está entre a faixa etária de 30 a 35 anos. 100% eram do sexo feminino. 66,7% dos

participantes são enfermeiras, 22,2% médicas e 11,1% gestora. 77,8% possuem como

titulação máxima a pós-graduação Lato Sensu, 11,1% possuem a graduação e 11,1% pós-

graduação Strictu Sensu. A média de tempo de término da graduação foi de 7,8 anos e 44,5%

Pré análise

• Leitura flutuante do material

• Estabelecido corpus de análise

• Formulação das hipóteses provisórias

• Formulação dos objetivos da análise

Exploração do material

• Determinação das unidades de registro (UR)

• Tema como UR

• Definidas as unidades de contexto

Tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação

• Quantificação

• Interpretação

• Definição das categorias

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a concluíram entre seis a dez anos, 33,3% entre 11 a 15 anos e 22,2% entre zero a cinco anos.

A média de tempo de prática na área de atuação foi de 4,3 anos, sendo que 66,7% possuem

tempo de prática em sua atual área de atuação entre zero a cinco anos e 33,3% entre seis a dez

anos.

Após a análise, foram estabelecidas quatro categorias: estratégia para definição de uma

ferramenta gerencial para o setor de urgência e emergência; benefícios e desafios para a

implantação do kanban; elaboração dos protocolos e fluxogramas para implantação e

implementação da ferramenta kanban; elaboração do mapeamento do conteúdo do software

para gerenciamento da ferramenta kanban.

Na categoria “estratégia para definição de uma ferramenta gerencial para o setor de urgência e

emergência”, os participantes abordaram a escolha da metodologia da pesquisa-ação para o

estudo. Identificaram como importante estratégia de construção coletiva, de envolvimento da

equipe e de corresponsabilidade na execução das atividades. Por outro lado, apontaram a

dificuldade de todos os membros participarem da pesquisa devido à incompatibilidade de

horário e à necessidade de manter a assistência prestada.

A estratégia da metodologia da pesquisa-ação é adequada (...). (P1)

Com essa participação é muito mais fácil de conseguir executar depois, porque (...) se faz em grupo. (P1)

E quando você se envolve na construção, quer que dê certo (...). (P2)

(...) Tem a dificuldade, mas eu acho que se esse grupo vir participar, será (...) o caminho para conseguir

aplicar. (P1)

(...) são várias fases e estamos há duas semanas tentando agendar. (P2)

Durante as discussões, os participantes mencionaram sobre a ferramenta mais adequada para o

gerenciamento dos leitos. Enfatizaram que ela deveria ser conforme a realidade e o perfil de

atendimento prestado pela instituição, e os critérios estabelecidos para a sua utilização

deveriam ser condizentes com a melhoria da qualidade do serviço.

A ferramenta a ser utilizada tem que mostrar a fragilidade. (P7)

(...) Temos que pensar no perfil do nosso paciente porque vai fazer a diferença (...). (P7)

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51

A gente não pode implementar uma coisa no nosso serviço apenas para facilitá-lo. É para mostrar o que tem

que melhorar. (P6)

A metodologia da pesquisa-ação permitiu apresentar ao grupo a proposta de ferramentas para

o gerenciamento dos leitos e definir coletivamente a mais adequada para implantação e

implementação no setor de urgência e emergência. A proposta de utilização do kanban como

ferramenta gerencial foi acolhida e definida pelos participantes.

Na categoria 2, “benefícios e desafios para a implantação do kanban”, a definição da

ferramenta desencadeou discussões quanto aos benefícios e desafios para a implantação e

utilização do kanban. Os participantes elencaram como benefícios a otimização dos serviços

prestados, melhoria da qualidade da assistência e da segurança do paciente e do profissional e

a utilização dos dados para dimensionamento de pessoal de enfermagem.

(...) O kanban pode trazer benefícios para o hospital, para o paciente, melhorar o acesso, (...) o acolhimento,

(...) a resolutividade. (P2)

(...) O maior benefício do kanban é (...) otimizar o serviço do pronto-socorro. (...) isso agiliza o atendimento da

demanda da porta e da referência, que é dor torácica. (P6)

(...) otimizar os recursos disponíveis (...). Na qualidade da assistência, eu penso na segurança do paciente e do

profissional que o está assistindo. (P7)

(...) poderia utilizar os dados obtidos do monitoramento do kanban para o dimensionamento de pessoal de

enfermagem. (P2)

Também foi relatado que o kanban poderá fornecer maior transparência na exibição dos dados

e, consequentemente, maior respaldo no processo de gerenciamento dos leitos, de forma que

os profissionais do setor de urgência e emergência, da regulação e o gestor terão relatórios

concretos e fidedignos para realizar decisões gerenciais.

A ferramenta (...) vai mostrar onde está a fragilidade (...), o problema. (...) é uma transparência no processo

assistencial (...). (P7)

O tempo de permanência apresentado pela regulação foi considerado baixo pelos demais

participantes, não explicitando a realidade vivenciada pelos profissionais do SUE e

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mencionaram que, possivelmente, os dados estariam apresentando interferência da

especialidade ou da demora em realizar a internação, alegando que o kanban tem o potencial

de apresentar dados mais detalhados e fidedignos para a gestão.

Porque ele deveria pegar os dados (...) por clínica, são os da clínica médica, são os cirúrgicos que devem rodar

mais, não sei. (P8)

E eles não internam os pacientes, às vezes ficam lá dois dias sem AIH e eles transferem para a clínica,

entendeu? (P5)

Também discutiu-se, durante os encontros, que o direcionamento do paciente a um leito de

internação e ao profissional especialista condizente ao recurso que ele necessita o mais rápido

possível são ações importantes para a continuidade do cuidado prestado, de forma a manter a

qualidade da assistência, pois permite maior rotatividade dos pacientes nos leitos de

observação, fornecendo vagas no setor de urgência e emergência para atender mais pacientes

no serviço e melhorando os demais indicadores relacionados aos leitos.

(...) não podemos esquecer da qualidade (...). Quando os pacientes estão em um leito adequado, por exemplo,

(...) no leito de UTI ou (...) de enfermaria, com o especialista cuidando, é diferente de estar no leito de

observação (...). (P8)

Além disso, os participantes afirmam que os dados fornecidos pelo kanban podem auxiliar o

gestor a realizar decisões gerenciais para a melhoria dos processos de trabalho.

(...) que quando você tem ferramenta que te fornece dados, a informação é formalizada e o gestor consegue

tomar decisão (...). (P8)

Além de identificarem os benefícios da ferramenta, os participantes citaram que o principal

desafio concentra-se em demonstrar aos gestores a importância do kanban para o

gerenciamento dos leitos do setor de urgência e emergência e em como poderá reduzir os

custos e melhorar a qualidade da assistência. Através da ferramenta, é possível que sejam

identificadas as pendências que impedem o paciente de ser direcionado ao recurso necessário,

e estratégias devem ser realizadas para reduzir o tempo de permanência do paciente no SUE.

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Eu acho que o maior desafio é mostrar para os gestores que o kanban vai ser válido pra eles, porque senão, eles

podem usar isso como uma ferramenta que vai mostrar mais um problema. (...) Então eu acho que você tem que

tentar criar um caminho para mostrar (...) que vai valer a pena. (P6)

Na categoria 3, “elaboração dos protocolos e fluxogramas para implantação e implementação

da ferramenta kanban”, os participantes discutiram a necessidade da elaboração de protocolos

e fluxogramas para organizar, padronizar e nortear os profissionais envolvidos nos processos

de implantação e implementação da ferramenta gerencial kanban.

Os protocolos e fluxogramas (...) vão promover diretrizes para nortear a implantação da ferramenta gerencial

kanban no setor de urgência e emergência. (P8)

Foi estabelecido, então, que os protocolos devem ter uma estrutura organizacional composta

por: objetivo, definição e importância da implantação/implementação da ferramenta gerencial

kanban, abrangência do protocolo, recursos necessários, implantação/implementação da

ferramenta gerencial kanban e referências.

Os fluxogramas foram elaborados para apresentarem o conteúdo dos protocolos de forma

clara e concisa. O tipo de fluxograma utilizado foi o horizontal descritivo, uma vez que

descreve um fluxo de atividades. Em relação aos objetivos dos protocolos, por sua vez,

através das discussões, a equipe definiu:

Elaborar diretrizes para nortear a implantação da ferramenta gerencial kanban no Setor de Urgência e

Emergência (SUE). (P8)

Desse modo, ficou entendida a necessidade dos recursos humanos serem envolvidos no

processo de implantação e implementação do kanban, que incluem as equipes da unidade de

regulação assistencial, setor de regulação e avaliação em saúde, setor de urgência e

emergência, setor de gestão de processos e tecnologia da informação (SGPTI) e a gerência de

atenção à saúde (GAS) além os recursos materiais, como o televisor para expor o painel

kanban.

URA, SRAS e Gerência de Atenção à Saúde. Como é uma ferramenta que vai envolver e depender de tecnologia

da informação, acho que também o Setor de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação. (P8)

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(...) instrumentalizar com recursos tecnológicos o serviço de urgência, (...) com o painel do kanban, instalar o

televisor, definição do computador para alimentar o sistema (...). (P8)

Durante o desenvolvimento dos protocolos e fluxogramas, foram definidos parâmetros

importantes para a operacionalização da ferramenta, como a definição pelo grupo de não

utilizar os cartões para monitoramento, determinar a codificação do kanban e padronizar o

tempo de permanência considerado ideal ao paciente no pronto-socorro.

Importante ressaltar que o tempo de permanência do paciente no setor de urgência e

emergência definido para o kanban não tem parâmetro estabelecido e é construído pelas

equipes, de acordo com a realidade da instituição onde será implementado. Utiliza-se,

portanto, como critério a média de permanência do setor, que corresponde a 2,6 dias.

Pode abortar essa missão do cartão? (...) é mais uma função, mais um custo pro hospital e a ferramenta vai

mostrar os tempos de permanência (...). (P8)

Uma média, (...) a gente sabe que no SUS não tem como internar tão rápido assim. Colocar de 24 horas até 72

horas o amarelo? (P8)

2,6 dias a média do pronto-socorro. (P2)

Isso, justificaria o valor com a nossa média de permanência. (P1)

Na categoria 4, “elaboração do mapeamento do conteúdo do software para gerenciamento da

ferramenta kanban”, durante os seminários, o grupo identificou que a confecção de um

software para visualização do kanban pode facilitar o monitoramento da ferramenta, uma vez

que, manualmente, demandaria tempo e mão-de-obra para manter o gerenciamento atualizado.

Para organizar o mapeamento do software, elaborou-se um protocolo, constituído pelos

seguintes tópicos: objetivo, levantamento dos requisitos para elaboração do conteúdo do

software, módulos e banco de dados. O software obterá os dados dos pacientes internados no

SUE através do sistema de internação do hospital, o Aplicativo de Gestão para Hospitais

Universitários (AGHU), atualizando automaticamente e codificando-os com as cores

definidas para o kanban conforme o tempo de permanência estabelecido. Além disso, será

possível incluir o motivo da permanência do paciente no SUE, sistema de classificação de

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pacientes (SCP) de Fugulin e observações, que facilitam identificar e traçar estratégias para

direcionar o paciente ao recurso adequado.

Foram definidas as informações a serem apresentadas na tela de cadastro, tela principal, os

dados adicionais e que apenas pacientes internados no setor de urgência e emergência seriam

visualizados no painel do software kanban.

A informação tem que vir automática para o kanban, da mesma forma que o paciente teve alta (...) no AGHU,

ele sai do software. (...) Na tela principal irá aparecer então o nome, especialidade, tempo de permanência e

motivo da permanência. (...)Eu colocaria data da internação e data da alta (...) porque a gente vai conseguir

calcular quanto tempo de permanência que ele tá ficando no pronto-socorro. (P8)

Na tela principal tem que colocar as informações de extrema importância. (...) o nome do paciente, a clínica que

ele está e qual é a pendência (...), observação (...). Porque senão visualmente vai ser muita informação e o foco

que é pra mostrar ali, que é o verde, o vermelho, quantas horas que passou, você não vai ter. (P7)

Incluir na tela mais detalhada a data da internação no pronto-socorro, data da saída do pronto-socorro e esse

tempo de permanência no pronto-socorro. (P1)

Discussão

O estudo, cuja metodologia empregada é a pesquisa-ação, resultou na elaboração de

protocolos e fluxogramas para direcionarem a implantação e implementação do kanban e a

confecção de um software para monitoramento. A pesquisa-ação envolve participantes do

contexto organizacional que sejam significativos para o problema em análise e, através de

seminários e seguindo as fases sistematizadas, estabelecem mudanças na realidade em que

estão inseridos. Aspectos principais são identificados nessa metodologia, como: a pesquisa

não se limita apenas à ação, mas visa transformar o grupo envolvido e aumentar o

conhecimento dos pesquisadores; os problemas são identificados pela situação social e não

constituído pelas pessoas; interação entre pesquisador e participantes, que estabelecem a

priorização, resolução ou esclarecimento dos problemas a serem pesquisados(11).

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Diante das falas apresentadas pelos participantes, o grupo teve a percepção de que a

metodologia foi adequada para discussão, e realizaram a definição da ferramenta de

gerenciamento de leitos a ser empregada no setor de urgência e emergência. Os serviços

hospitalares de emergência ou prontos-socorros são unidades complexas, compostas por leitos

de observação, com equipes destinadas a atender pacientes com ou sem risco iminente de

morte, que necessitam de intervenção imediata 24 horas por dia, sendo designada ideal a

permanência do paciente em leitos de observação por um período de seis a 24 horas(12-13).

Entretanto, mesmo com essa determinação, pacientes com patologias crônicas e demandas

sociais buscam o serviço de urgência e emergência como principal “porta de entrada” para o

sistema de saúde, e associada à supervalorização do enfoque curativo e hospitalocêntrico, à

impossibilidade de contrarreferência a consulta ambulatorial e ao déficit de leitos hospitalares

de internação, há a superlotação das urgências e emergências(14).

Diante dos desafios para o gerenciamento dos leitos, a implantação de estratégias de melhoria

dos processos e do atendimento torna-se essencial, uma vez que a demanda pelos serviços

hospitalares é superior à oferta de leitos e o aumento da eficiência dos serviços fornecidos

pela instituição hospitalar, por sua vez, é importante à qualidade do atendimento(15-16).

A organização do processo de implantação e implementação da ferramenta gerencial no setor

de urgência e emergência se deu através do desenvolvimento de protocolos e fluxogramas. Os

protocolos apresentam relevância na organização do cuidado e como funcionam como uma

ferramenta estratégica para direcionar o planejamento, implementação e avaliação, além de

padronizar as ações, os processos de trabalho, auxiliar na criação de indicadores de processo e

resultados, difundir o conhecimento, a comunicação profissional e o gerenciamento do

cuidado(2). Os fluxogramas, então, são definidos como uma técnica de representação gráfica

por símbolos estabelecidos previamente para descrever, de forma clara e organizada, um fluxo

ou processo, assim como sua análise e redesenho(17).

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Para melhorar o processo de trabalho da regulação de leitos e a rotatividade dos leitos do

SUE, os participantes da pesquisa definiram a implantação de uma ferramenta do pensamento

lean, o kanban, adaptado para o gerenciamento dos leitos de observação do SUE. Consiste em

uma abordagem sistemática com a finalidade de identificar e eliminar os desperdícios nos

processos de trabalho, para melhorar a qualidade e agregar valor ao cliente. No âmbito da

saúde, os serviços visam atender as necessidades do paciente(5).

Assim como os participantes da pesquisa mencionaram, o lean healthcare quando bem

aplicado proporciona a melhoria da qualidade do serviço, alinhamento dos processos

desconexos e, no contexto da saúde, permite realizar quatro mecanismos de mudança:

entendimento compartilhado dos processos entre os envolvidos; organização, objetivando a

eficiência e a eficácia; identificação dos erros e maior confiabilidade dos processos; e

colaboração na sistematização de problemas e melhoria contínua dos processos de trabalho.

Pode fornecer a redução dos desperdícios e do tempo de espera, além de melhorar o fluxo dos

pacientes(18). O kanban nas emergências hospitalares atua como ferramenta para qualificar o

gerenciamento do cuidado, uma vez que permite identificar o paciente internado, assim como

a equipe responsável, diagnóstico, o tempo de permanência, entre outros(7).

A segurança do paciente e a qualidade também foram mencionadas pelos participantes como

um benefício vinculado à implantação do kanban. O maior desafio nas unidades de urgência e

emergência consiste na manutenção da qualidade, sendo uma das suas dimensões, garantir a

segurança do paciente. O elevado tempo de permanência do paciente, assim como o perfil de

atendimento e déficit de leitos de internação são reflexos do atendimento nesse setor(5, 19). O

longo tempo de permanência do paciente no leito ocasiona uma percepção negativa do

paciente sobre o serviço, aumenta o sentimento de doença e é a principal causa de insatisfação

no âmbito da saúde. O aumento da demanda, recursos limitados e a necessidade de alterações

no processo de trabalho são necessárias para reorganizar os cuidados em saúde(20).

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Nesse sentido, entende-se que o uso de sistemas de classificação de pacientes permite realizar

o dimensionamento de pessoal de enfermagem de acordo com o nível de complexidade

assistencial dos pacientes assistidos. Sem sua utilização, pesquisas demonstram a sobrecarga

de trabalho da equipe de enfermagem, tendo como consequências o aumento dos índices de

morbidade e mortalidade dos pacientes, do tempo de permanência e dos custos

hospitalares(21).

Como o kanban objetiva auxiliar na redução do tempo de permanência do paciente internado,

a associação com o sistema de classificação de pacientes de Fugulin, já utilizado pelo hospital

universitário, apresenta a possibilidade de auxílio na construção de indicadores que associam

os dados obtidos do SCP de Fugulin à codificação do kanban, de forma a elaborar estratégias

que aumentem a rotatividade dos pacientes no SUE, consequentemente, impactando no

dimensionamento de pessoal de enfermagem do setor.

Os benefícios prevalecem, entretanto algumas dificuldades foram pontuadas pela equipe sobre

a implementação da ferramenta do lean, que vai ao encontro da literatura, como a resistência

da alta gerência e dos funcionários, o desconhecimento sobre as ferramentas de gestão e

déficit de treinamentos e pessoal qualificado para implantação(18).

O tempo de permanência preconizado para o paciente permanecer na urgência e emergência é

de 24 horas(12), e mesmo não sendo a realidade, os participantes da pesquisa o determinaram

como critério para a codificação verde do kanban, pois esse é o período considerado ideal, e o

tempo médio de permanência atual dos pacientes no setor de urgência e emergência da

instituição é de 2,6 dias, como parâmetro para definir a codificação amarela e vermelha. O

tempo de permanência e a codificação do kanban não possuem um valor padrão e variam

conforme a pactuação entre as equipes e a série histórica local, juntamente com parâmetros

científicos para embasamento(7).

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Os participantes optaram por desconsiderar o uso de cartões para monitoramento da

ferramenta kanban e desenvolver um software para atualizar as informações automaticamente.

Essa estratégia também foi realizada em outro estudo(22), em que a clássica metodologia

kanban do uso de cartões foi adaptada para um software para gerenciamento dos leitos. De

acordo com o tempo de permanência do paciente, a codificação do kanban é alterada.

Portanto, acredita-se na sua relevância no que diz respeito à identificação de pendências a

serem solucionadas e à demarcação de estratégias de melhoria dos processos de trabalho.

A compatibilidade de horário entre os participantes para a colaboração nos seminários e o

envolvimento dos profissionais convidados representaram uma limitação do estudo. Em

contrapartida, o grupo reduzido e constituído por representantes dos setores desencadeou

discussões pertinentes para a definição e confecção do que foi proposto. Além disso, o

gerenciamento dos leitos é um tema recente, de modo que há ainda o déficit de estudos sobre

o assunto, sendo necessárias mais pesquisas como esta, para o desenvolvimento e

aprimoramento na aplicação de novos recursos práticos em serviços de sáude, como o caso do

kanban.

Conclusão

Esta pesquisa permitiu definir o kanban como a ferramenta gerencial a ser utilizada para o

monitoramento dos leitos do setor de urgência e emergência de um hospital universitário.

Precedente à implantação em si, verificou-se a necessidade de elaborar protocolos e

fluxogramas para organizar a implantação e implementação dessa ferramenta para nortear os

profissionais envolvidos quando for realizado o treinamento e a aplicação prática.

O gerenciamento dos leitos hospitalares pela regulação assistencial é recente e muitos são os

desafios para sua estruturação. A pesquisa-ação envolveu participantes do contexto

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organizacional, o que foi primordial para a definição e o desenvolvimento dos protocolos e

fluxogramas para a implantação e implementação da ferramenta gerencial kanban.

O estudo viablizou a elaboração das seguintes ferramentas: o protocolo de implantação e o

protocolo de implementação da ferramenta gerencial kanban, o fluxograma de implantação e

o fluxograma de implementação da ferramenta gerencial kanban e o protocolo de

mapeamento do conteúdo do software kanban, que forneceram o embasamento para

desenvolvimento do software.

Entende-se que a ferramenta, a partir deste estudo, pode funcionar como uma contribuição ao

direcionamento de ações dos profissionais dos setores da regulação assistencial e da urgência

e emergência, sendo um respaldo para a tomada de decisões e no estabelecimento de novos

processos de trabalho, com a finalidade de melhorar a qualidade do atendimento ao paciente,

além de direcioná-lo ao recurso necessário, mantendo a equidade do acesso.

A implantação da ferramenta kanban na saúde não possui uma metodologia padronizada,

portanto, este estudo pode servir de norte a nível local à expansão da ferramenta para os

demais setores, fazendo as devidas adequações, além de influenciar novos pesquisadores na

implantação e implementação do kanban em outras instituições.

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64

5.1.2 Artigo 2

Revista

Artigo Original

Desenvolvimento de um software para gerenciamento de leitos na urgência e

emergência: kanban

RESUMO

Objetivo: descrever o processo de desenvolvimento de um software para

gerenciamento de leitos na urgência e emergência. Metodologia: Design Centrado

no Usuário. O desenvolvimento do software para gerenciamento de leitos por meio

do kanban foi realizado no período de 21 de maio de 2018 a 30 de julho de 2019 e

envolveu articulação entre diferentes profissionais na proposta, idealização e

construção, dividida nas etapas: desenvolvimento do mapa conceitual do software e

desenvolvimento do software. O software será cedido ao hospital universitário,

utilizado em desktop e registrado no Instituto Nacional de Programa Industrial.

Resultados: foram elaboradas a proposta textual em formato de protocolo com a

descrição das telas e realizado o desenvolvimento do software. Conclusão: Essa

pesquisa permitiu desenvolver um software para monitoramento do kanban,

ferramenta definida pelos participantes para gerenciamento dos leitos do setor de

urgência e emergência de um hospital universitário. O desenvolvimento dos

sistemas de informação é complexo, por isso, a escolha do método do Design

Centrado no Usuário proporcionou o envolvimento da equipe que irá operacionalizar

o sistema desde a construção, para serem condizentes com as demandas do

serviço e atender os requisitos necessários para o trabalho. A estratégia de

desenvolvimento do software para gerenciamento dos leitos é inovadora na área da

saúde e não foram encontrados artigos que descrevessem a metodologia

padronizada para desenvolvimento dessa tecnologia.

Palavras-chave: Regulação e Fiscalização em Saúde; Enfermagem; Serviço

Hospitalar de Emergência; Sistemas de Informação;

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INTRODUÇÃO

O kanban, palavra de origem japonesa, possui o significado de “cartão”, sendo

criado no setor industrial durante o Sistema Toyota de Produção (LIMA; MENDES;

PAULISTA, 2015; ZATTAR; SILVA; BOSCHETTO, 2017). Consiste em uma

ferramenta visual baseada na utilização de cartões coloridos de identificação

alteradas manualmente, com a finalidade de atingir uma melhoria na produção,

novas tecnologias e redução dos custos (LIMA.; MENDES; PAULISTA, 2015;

MASSARO; MASSARO, 2017). Shiingo e Taichii Ono, gestores da Toyota,

identificaram a necessidade de melhoria nos processos de trabalho sem o

investimento em equipamentos, inovações e tecnologias, apenas eliminando etapas

desnecessárias e desperdícios para facilitar o fluxo dos processos de produção, a

fim de agregar valores ao cliente (MAGALHÃES, et al, 2016; RODRIGUES;

AFONSO, 2017).

No início do ano 2000, o pensamento lean começou a ser introduzido na área da

saúde como método de promoção da qualidade, denominado Lean Healthcare

(ANDERSEN; RØVIK; INGEBRIGTSEN, 2014). Em 2006, a organização da Grã-

Bretanha, Lean Enterprise Academy, coordenou o primeiro congresso de

implantação do pensamento enxuto na área da saúde como proposta para melhoria

do cuidado prestado à população assistida (MAGALHÃES, et al, 2016).

Desse modo, o kanban foi adaptado em diversos âmbitos, sendo um deles no

gerenciamento dos leitos hospitalares, para o controle da permanência hospitalar.

Permite, também, visualizar os pacientes internados em um setor e classificá-los por

cartões coloridos conforme o tempo de permanência (ANSCHAU, 2017). O

gerenciamento dos leitos hospitalares é uma ferramenta da regulação assistencial,

realizado pelo Núcleo Interno de Regulação (NIR), sendo um dispositivo com a

finalidade de reduzir o tempo de internação e disponibilizar vagas para atender a

demanda, aumentar a rotatividade dos pacientes internados na instituição, reduzir o

tempo de internação e fornecer novas vagas para as demandas represadas para um

atendimento de qualidade ao usuário (SOARES, 2017).

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O NIR de um hospital universitário da região sudeste do Brasil possui o

gerenciamento de leitos sistematizado, mas não utiliza uma ferramenta como

subsídio para auxílio na tomada de decisão dos profissionais quanto ao

direcionamento do paciente ao recurso necessário e monitorar os indicadores

hospitalares. A percepção da superlotação do setor de urgência e emergência (SUE)

e a necessidade de manter a equidade nas ações instigaram as equipes do setor de

regulação e avaliação em saúde (SRAS) e o SUE a implantarem a ferramenta

kanban.

Para facilitar o monitoramento do kanban, realizou-se a proposição de substituir os

cartões coloridos atualizados manualmente por um software. Os sistemas de

informação facilitam a coleta, armazenagem, recuperação, monitoramento e

disseminação de informações, de forma ágil, segura e mais fidedigna, auxiliando na

qualidade das funções gerenciais, operacionais e de tomada de decisão (RAFFA,

MALIK, PINOCHET, 2017). Diante do exposto, o objetivo desse artigo é descrever o

processo de desenvolvimento do software para gerenciamento de leitos na urgência

e emergência.

MÉTODO

Design Centrado no Usuário, conforme a norma ABNT ISO-TR 16982:2014 (ABNT,

2014). Essa metodologia consiste no desenvolvimento de soluções através da

elaboração de produtos que sejam de fácil manuseio e atendam às necessidades e

exigências dos usuários (SAVI, SOUZA, 2015). Durante a confecção do sistema

informatizado, existe interação entre os usuários e os designers, de forma a alcançar

às características esperadas (BARRA, et al, 2017).

O desenvolvimento do software para gerenciamento de leitos por meio do kanban foi

realizado no período de 21 de maio de 2018 a 30 de julho de 2019 e foram

realizadas articulações entre diferentes profissionais, envolvendo-os na proposta,

idealização e construção, dividida nas seguintes etapas: 1) desenvolvimento do

mapa conceitual do software e 2) desenvolvimento do software. O software será

utilizado no serviço em desktop, mas uma modelagem computacional foi realizada

para posteriormente ser adaptada para dispositivos móveis.

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O projeto foi designado para obter dados de duas fontes: a primeira do Aplicativo de

Gestão para Hospitais Universitários (AGHU), onde são realizadas as internações

dos pacientes na unidade funcional “pronto socorro” e, automaticamente captadas

pelo software construído, incluindo número do prontuário, nome do paciente, idade,

especialidade, data de internação no SUE, tempo de permanência, data da saída e

motivo de saída do SUE. A segunda fonte trata-se das informações fornecidas pela

equipe de profissionais, incluídas manualmente, como o motivo da permanência do

paciente no SUE, o sistema de classificação de pacientes (SCP) de Fugulin, origem

do paciente e observações. A codificação do kanban é atualizada automaticamente

conforme o tempo de permanêcia pré-definido, de acordo com a realidade

institucional.

As etapas de desenvolvimento do mapa conceitual foi realizada pelas equipes do

setor de regulação e avaliação em saúde e do setor de urgência e emergência de

um hospital universitário de grande porte localizado na região sudeste do Brasil.

Esse hospital dispõe de atendimento 100% SUS e é referência para procedimentos

de média e alta complexidade. Segundo o mapa de leitos referente ao mês de maio

de 2019, a estrutura física contempla 324 leitos, dos quais 249 leitos são de

internação e 75 leitos de observação, sendo destes, 10 leitos no setor de urgência e

emergência.

A etapa de desenvolvimento do software foi realizada pelo Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo

(PPGENF/UFES), com o Laboratório de Tecnologias em Saúde e Enfermagem

CuidarTech, o Laboratório e Observatório de Ontologias Projetuais (LOOP) do curso

de Design da UFES, em parceria com a empresa Taruíra Lab, do Instituto Federal

do Espírito Santo (IFES) e o Setor de Gerenciamento de Processos e Tecnologia da

Informação (SGPTI) do hospital para o desenvolvimento de interface gráfica e

modelagem do banco de dados.

Os testes foram realizados durante o desenvolvimento do software utilizando o

padrão de usabilidade e as heurísticas de Nielsen (CELERINO, TAVARES, 2018).

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O subsídio financeiro para desenvolvimento do software foi realizado pela Fundação

de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES) e parcialmente pela

própria pesquisadora.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ciências da

Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo em 12 de dezembro de 2017, com

o número CAAE 78683317.1.0000.5060 e o parecer de número 2.433.260. Os

nomes dos pacientes fornecidos nas figuras desse artigo foram encriptados e são

fictícios, obtidos do banco de dados de testes do AGHU.

O protocolo de mapeamento do conteúdo do software foi registrado na Biblioteca

Nacional e o software registrado no Instituto Nacional de Programa Industrial (INPI).

RESULTADOS

Para a elaboração do mapeamento do conteúdo do software, participaram deste

estudo nove profissionais, sendo 66,7% do SRAS e 33,3% do SUE. A idade média

dos integrantes, no momento de execução da pesquisa, era de 35,9 anos, variando

entre 30 a 46 anos, de modo que a maioria (55,6%) estava entre a faixa etária de 30

a 35 anos. 100% eram do sexo feminino. 66,7% eram enfermeiras, 22,2% médicas e

11,1% gestoras. 11,1% possuíam como titulação máxima a graduação, 77,8% pós-

graduação Lato Sensu e 11,1% pós-graduação Strictu Sensu. A média de tempo de

término da graduação foi de 7,8 anos, e 22,2% a concluíram entre zero a cinco anos,

44,5% entre seis a dez anos, e 33,3% entre 11 a 15 anos. A média de tempo de

prática na área de atuação foi de 4,3 anos, sendo que 66,7% possuem tempo de

prática em sua atual área de atuação entre zero a cinco anos e 33,3% entre seis a

dez anos.

A primeira etapa do estudo, desenvolvimento do mapa conceitual do software, foi

subdividida em duas fases: requisitos para o funcionamento do sistema e

desenvolvimento do protocolo de mapeamento do conteúdo do software. A

descrição do utilitário foi realizada em forma de protocolo.

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Durante a fase requisitos para funcionamento do sistema, a equipe elencou os

recursos necessários para o desenvolvimento do sistema, como a utilização em

desktop com o tipo de sistema operacional Windows, armazenamento das

informações em um banco de dados e a obtenção dos dados dos pacientes

internados no AGHU e a codificação do kanban, sendo verde, equivalente a menor

ou igual a 24 horas, amarelo, maior que 24 horas e menor ou igual a 72 horas, e

vermelho para maior que 72 horas. Nessa fase, iniciaram as articulações com o

SGPTI, para verificar dados de programação e modelagem da ferramenta

compatíveis com os utilizados pela instituição.

Na fase desenvolvimento do protocolo de mapeamento do conteúdo do software, os

participantes da pesquisa descreveram o conteúdo do software em um protocolo

definindo o objetivo, os requisitos necessários, o mapeamento das telas de cadastro

dos pacientes, principal e a tela para acesso mais detalhado, banco de dados e os

indicadores para confecção dos relatórios.

A etapa de desenvolvimento do software foi subdividida nas fases de: 1) Geração

das alternativas de implementação e prototipagem; 2) Testes; e 3) Implementação.

Os desenvolvedores da Taruíra Lab confeccionaram o sistema conforme o protocolo

de mapeamento elaborado na etapa anterior e mantiveram o contato com a

pesquisadora considerada como referência para o processo, a fim de atender aos

requisitos da equipe e das normas de elaboração de tecnologias (ABNT, 2014). O

design e layout do sistema foi desenvolvido pelo LOOP.

Na geração das alternativas de implementação e prototipagem, o desenvolvimento

do software foi dividido nas sessões de Front-End, Back-End e banco de dados. No

Front-End, as tecnologias usadas incluem o HyperText Markup Language (HTML),

Cascading Style Sheets (CSS), Bootstrap, JavaScript, jQuery, jQuery DataTable,

jQuery Ajax. Para o Back-End, foi utilizado o PHP:Hypertext Prepocessor (PHP) e o

Laravel. No banco de dados, a tecnologia para gerenciamento dos dados foi o

PostgreSQL.

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A tela principal demonstra o nome do paciente, idade, especialidade, tempo de

permanência e o motivo da permanência. A cor da linha referente ao paciente se

modifica em verde, amarelo e vermelho de acordo com o tempo de permanência.

Figura 1 - Mapa conceitual do software kanban

Na tela de cadastro, contém dados obtidos do sistema AGHU, que incluem nome,

prontuário, idade, especialidade e data da internação, e dados fornecidos

manualmente, como o motivo da pemanência, SCP de Fugulin, origem do paciente e

observações. Na tela para acesso mais detalhado, contém informações obtidas do

Software kanban

Tela principal Tela de cadastro de

pacientes

Nome do paciente

Idade

Especialidade

Tempo de permanência

Motivo da permanência

Mostra

Nome do paciente

Prontuário

Especialidade

Nome do paciente

Idade

Mostra Mostra

Clicar

Data da internação

Motivo da permanência

Classificação de Fugulin

Origem do paciente

Observações

Nome do

paciente

Idade

Data e hora da internação

Tempo de permanência

Especialidade

Classificação de Fugulin

Origem do paciente

Motivo de permanência

Histórico das alterações

Tela para acesso mais detalhado

Fonte: O autor, 2019.

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sistema AGHU, as fornecidas manualmente e o histórico das alterações do cadastro

do paciente. Os dados descritos no protocolo estão representados na Figura 1 em

forma de mapa conceitual.

A utilização do software consiste em internar o paciente no AGHU na unidade

funcional “Pronto Socorro” e o cadastro é direcionado automaticamente para a “tela

de cadastro de pacientes” do software kanban. O número de pacientes com cadastro

pendente aparece no topo da “tela principal” (Figura 2). Ao selecionar, acessa a “tela

de cadastro de pacientes” (Figura 3 e Figura 4). Alguns dados são obtidos do AGHU

e outros informados manualmente pelos usuários do sistema. Após preenchimento,

salvam as informações.

Figura 2 - Tela principal do software para monitoramento da ferramenta kanban no setor de urgência e emergência

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Figura 3 - Tela para acesso ao cadastro de pacientes do software para monitoramento da ferramenta kanban no setor de urgência e emergência

Figura 4 - Tela de cadastro de pacientes do software para monitoramento da ferramenta kanban no setor de urgência e emergência

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Após aprovação na “tela de cadastro de pacientes”, o paciente aparece na “tela

principal”. Para acesso ou alteração das informações, seleciona o paciente e

consulta as informações na “tela para acesso mais detalhado” (Figura 5). Nessa tela,

são visualizados todos os dados referente ao paciente, incluindo: número do

prontuário, nome do paciente, idade, especialidade, data de internação no SUE,

tempo de permanência, o motivo da permanência, sistema de classificação de

pacientes de Fugulin, origem do paciente e observação, com o histórico por data e

hora das modificações realizadas referente ao motivo de permanência, sistema de

classificação de pacientes de Fugulin e observação.

Figura 5 - Tela para acesso mais detalhado sobre os pacientes do software para monitoramento da ferramenta kanban

Os dados obtidos durante a utilização do software kanban são armazenados em um

banco de dados gerenciado pela tecnologia PostgreSQL e o backup ocorre em

tempo real. Os dados podem ser extraídos a qualquer momento e, a partir deles, são

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elaborados relatórios apresentados em números e gráficos. A Figura 6 demonstra

como os dados são armazenados no banco de dados.

Figura 6 - Demonstração do armazenamento das informações no banco de dados do software

A fase de testes foi realizada durante o desenvolvimento do software e a

implementação será realizada posteriormente, quando se pretende implantar o

kanban e utilizar o software, avaliando-se, assim, a aplicabilidade e os impactos do

uso do produto.

DISCUSSÃO

O gerenciamento dos leitos compreende em realizar o planejamento da ocupação

hospitalar por meio da organização dos fluxos operacionais para priorização do

acesso e do desenvolvimento de sistemas de informação, que auxiliam no

direcionamento da conduta do profissional e facilitam o processo de trabalho

(RAFFA, MALIK, PINOCHET, 2017). É realizado pelo NIR com a função de

fortalecer o processo de regulação assistencial, que é recente e necessita do

desenvolvimento e adaptação de ferramentas que subsidiem a priorização do

acesso, sendo importantes para auxiliar e respaldar as condutas da equipe.

Visando promover o uso racional dos leitos e diante da percepção de superlotação

do setor de urgência e emergência, as equipes do SRAS e do SUE definiram

implantar o kanban para monitoramento dos leitos, e, para auxiliar o trabalho dos

profissionais, sugeriram substituir a utilização dos cartões manuais por um software.

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O software para monitoramento do kanban no gerenciamento dos leitos é inovador

no âmbito da saúde e não foram encontrados estudos com a metodologia

padronizada do processo de desenvolvimento dessa tecnologia. Portanto, o

presente estudo se enquadra como subsídio para embasar outras pesquisas, que

deverão adequar o mapeamento do conteúdo da ferramenta de acordo com a

realidade local.

A inovação tecnológica interferiu nos processos de trabalho e na gestão dos

estabelecimentos de saúde, ocasionando a transformação das práticas assistenciais

e a melhoria da assistência ao paciente (MOREIRA, et al, 2016; SANTANA, et al,

2018). O registro das informações em um sistema de computador torna-se mais

fidedigno uma vez que o registro em papel apresenta desvantagens como, a livre

apresentação do conteúdo expresso nos papéis, podendo ser ilegível e não

padronizado, o preenchimento incompleto ou a perda dos dados, a dificuldade para

consultá-los e a demanda de um local para ser armazenado (LIMA, SANTOS, 2015).

As ferramentas computacionais apresentam vantagens como o fornecimento de

maior quantidade de dados, facilidade no acesso, armazenamento, manipulação e

recuperação. O desenvolvimento desses sistemas é complexo e necessita de

envolver os profissionais das áreas onde o sistema será implantado, para serem

condizentes com as demandas do serviço. Diante disso, a qualidade de um software

está relacionada ao envolvimento dos profissionais que vão utilizá-lo, por isso a

escolha do método do Design Centrado no Usuário proporcionou envolver a equipe

na construção de um produto que atende à demanda dos setores envolvidos, pois

estes atuam como informantes e guiam a elaboração, a fim de proporcionar aos

desenvolvedores o máximo de informações essenciais às demandas existentes

(SANTANA, et al, 2018; SAVI, SOUZA, 2015).

O desenvolvimento da construção do software desse estudo exigiu primeiramente o

envolvimento dos profissionais do SRAS e do SUE para idealizar e elaborar o

conteúdo a ser desenvolvido e posteriormente, a articulação dos pesquisadores e da

chefia do SRAS com a gerência de ensino e pesquisa e a superintendência do

hospital universitário, para obter anuência para aquisição dos dados do sistema

AGHU.

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Após aprovação, foi realizada parceria do PPGENF/UFES, CuidarTech, LOOP e

Taruíra Lab com o SGPTI da instituição. Para essa parceria ser efetivada,

entregamos o documento com a anuência da gestão do hospital e reuniões foram

essenciais para demonstrar a importância da parceria para fornecerem o suporte

após a implantação da ferramenta e dos possíveis avanços para o gerenciamento de

leitos do setor de urgência e emergência. Após firmada a parceria, o SGPTI esteve

presente durante todo o processo de desenvolvimento do software e ao longo do

período do estudo, várias reuniões foram realizadas, para a articulação,

desenvolvimento e aprimoramento do software.

A partir desse estudo, percebe-se a integração entre as áreas da saúde e da

tecnologia da informação. O aumento das tecnologias computacionais e dos

aplicativos móveis no âmbito da saúde tem auxiliado na melhoria da qualidade da

assistência e redução dos riscos a saúde, pois contribuem na tomada de decisão

clínica dos profissionais e acesso às informações em tempo real, colaborando na

resolução dos problemas e das necessidades de saúde (BARRA, et al, 2017).

Na regulação assistencial, a implantação dos sistemas de informação pode auxiliar

nos processos de trabalho do gerenciamento dos leitos hospitalares, sendo

importante para o processo decisório das condutas dos profissionais que atuam na

área, proporcionando elaborar estratégias e novos fluxos de trabalho para aumentar

a rotatividade dos pacientes no leito e consequentemente a eficiência da gestão de

leitos e redução dos custos hospitalares (RAFFA, MALIK, PINOCHET, 2017).

Como limitação do estudo, houve a dificuldade em realizar parceria com

profissionais da tecnologia da informação que desenvolvessem um software voltado

para a área da saúde.

CONCLUSÃO

Essa pesquisa permitiu desenvolver um software para monitoramento do kanban,

ferramenta para o gerenciamento dos leitos do setor de urgência e emergência de

um hospital universitário.

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O desenvolvimento dos sistemas de informação é complexo, por isso, a escolha do

método do design centrado no usuário proporcionou o envolvimento da equipe que

irá operacionalizar o sistema desde a construção, para serem condizentes com as

demandas do serviço e atender os requisitos necessários para o trabalho. O

software facilitará a visualização dos dados e a emissão de relatórios, com

indicadores hospitalares relacionados ao gerenciamento dos leitos e poderá auxiliar

na conduta dos profissionais e na estratégia do estabelecimento de novos fluxos de

trabalho e, consequentemente, ocasionar melhoria dos processos de trabalho e

redução dos custos com internações hospitalares.

A estratégia de desenvolvimento do software para gerenciamento dos leitos é

inovador na área da saúde e não foram encontrados artigos que descrevessem a

metodologia padronizada para desenvolvimento da tecnologia. Por isso, esse estudo

poderá embasar outras pesquisas semelhantes, adequando o conteúdo da

ferramenta conforme a realidade local.

REFERÊNCIAS

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2. ANSCHAU, F.; et al. Avaliação de intervenções de Gestão da clínica na qualificação do cuidado e na oferta de leitos em um hospital público de grande porte. Scientia Medica, 2017. v. 27, n.2.

3. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT ISO/TR 16982:2014. Ergonomia da interação humano-sistema — Métodos de usabilidade que apoiam o projeto centrado no usuário. Rio de Janeiro, 2014. 4. BARRA, D.C.C.; et al. Métodos para desenvolvimento de aplicativos móveis em saúde: revisão integrativa da literatura. Texto & Contexto Enfermagem, 2017. v. 26, n. 4.

5. LIMA, L.M.; SANTOS, S.R. Protótipo de um software para registro de enfermagem em u006Da unidade de terapia intensive neonatal. Chía. 2015. v.15, n.1, p.31-43.

6. LIMA, M. R.; MENDES, M. R.; PAULISTA, P. H. Kanban, o sistema japonês que se globalizou. Revista Científica da FEPI, 2015. v. 8, n. 2. Disponível em:

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78

<http://www.fepi.br/revista/index.php/revista/article/view/289>. Acesso em: 14 jun. 2017. 7. MAGALHÃES, A. L. P. et al. Lean thinking in health and nursing: an integrative literature review. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2016. v. 24, n. 0. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692016000100604&lng=en&tlng=en>. Acesso em: 13 jun. 2017.

8. MASSARO, I. A. C.; MASSARO, A. O uso do KAN BAN na gestão do cuidado: superando limites. Revista de Administração em Saúde, 2017. v. 17, n. 66. Disponível em: <http://cqh.org.br/ojs-2.4.8/index.php/ras/article/view/14>. Acesso em: 14 jun. 2017.

9. MOREIRA, A.C.A.; TEIXEIRA, F.E.; ARAÚJO, T.L.; CAVALCANTE, T.F.; SILVA, M.J.; CRUZ, A.T.C.T. Desenvolvimento de software para o cuidado de enfermagem: revisão integrativa. Revista de Enfermagem UFPE online, dez. 2016. v. 10, supl. 6. p.4942-4950.

10. RAFFA, C.; MALIK, A.M.; PINOCHET, L.H.C. Análise das variáveis do ambiente interno no gerenciamento de leitos em organizações privadas: aplicação do software nvivo. Revista de administração hospitalar e inovação em saúde, out./dez. 2017. v.I4, n.4.

11. RODRIGUES, A. C. O.; AFFONSO NETO, A. Aplicação do Lean no setor de saúde: estudo de caso em um hospital geral. Journal of lean systems, 2017. v. 2, n. 2, p. 46–67.

12. SANTANA, J.C.; NÓBREGA, M.M.L.; OLIVEIRA, J.S.; SOARES, M.J.G.O. Software para consulta de enfermagem aos hipertensos da Estratégia de Saúde da Família. Revista Brasileira de Enfermagem, 2018. v.71, n.5, p.2541-2546.

13. SAVI, R.; SOUZA, C.B.C. Design centrado no usuário e o projeto de soluções educacionais. E-tech: Tecnologias para competitividade industrial, 2015/1. n. Especial Design.

14. SOARES, V.S. Análise dos Núcleos Internos de Regulação hospitalares de uma capital. Einstein, 2017. v.15, n.3, p.339-343.

15. ZATTAR, I. C.; SILVA, R. R. L. DA; BOSCHETTO, J. W. Aplicações das ferramentas lean na área da saúde: revisão bibliográfica. JOURNAL OF LEAN SYSTEMS, 2017. v. 2, n. 2, p. 68–86.

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5.2 PRODUÇÃO TÉCNICA

5.2.1 Produto 1

a) Título

Protocolo de implantação da ferramenta gerencial kanban e protocolo de

implementação da ferramenta gerencial kanban.

b) Equipe técnica

A equipe técnica foi composta pela enfermeira Izabella Soares de Oliveira, discente

do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do

Espírito Santo (UFES), sob a orientação da Professora Doutora (Dra) Eliane de

Fátima Almeida Lima.

c) Equipe colaboradora

A equipe colaboradora foi composta pelos participantes da pesquisa e auxiliaram na

confecção dos protocolos. Incluíram os profissionais do Setor de Regulação e

Avaliação em Saúde (SRAS) e do Setor de Urgência e Emergência (SUE): Adriana

Helmer, Emanuela Garcia, Franciara Veiga, Fabíola Holzmeister Muniz, Joana Stein,

Jordana Baldan de Almeida Mendes, Marina Ferreira de Almeida, Morgana Maria

Rampe Reis e Polyana Guioto.

d) Introdução

Os protocolos atuam como importante ferramenta para o direcionamento na

execução dos processos de trabalho, na elaboração e monitoramento dos

indicadores, comunicação entre os profissionais, difusão do conhecimento e

gerenciamento do cuidado.

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e) Descrição do produto

Os protocolos foram elaborados durante o estudo que teve como metodologia a

pesquisa-ação. Foram realizados seis seminários com a equipe multiprofissional do

SRAS e do SUE e construídos dois protocolos: o de implantação da ferramenta

gerencial kanban e o de implementação da ferramenta gerencial kanban.

Ambos possuem uma estrutura organizacional padronizada, composta por: objetivo,

definição e importância da implantação/implementação da ferramenta gerencial

kanban, abrangência do protocolo, recursos necessários,

implantação/implementação da ferramenta gerencial kanban e referências.

O protocolo de implantação da ferramenta gerencial kanban consiste na descrição

para operacionalizar a ferramenta, tendo como etapas a construção dos subsídios

para posterior execução, ter o projeto aprovado pelo colegiado executivo do hospital,

sensibilizar e capacitar as equipes envolvidas, instrumentalizar com recursos

tecnológicos e iniciar o uso da ferramenta.

O protocolo de implementação da ferramenta gerencial kanban versa sobre a

execução e utilização diária da ferramenta, que consiste na internação do paciente,

exibição no painel kanban, inclusão dos motivos de permanência do paciente no

SUE (pendências), solucionar as pendências, emissão de relatórios e envolvimento

da governança na resolução das pendências não solucionadas.

f) Tipo e natureza da descrição técnica

Meio de divulgação: ( ) impresso ( ) meio magnético ( ) meio digital ( )filme

( ) hipertexto ( ) outro ( x ) vários

g) Finalidade do produto

A finalidade dos produtos foi elaborar diretrizes para nortear a

implantação/implementação da ferramenta gerencial kanban no setor de urgência e

emergência. Os protocolos irão fornecer a padronização das atividades e maior

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81

segurança na execução das ações propostas aos profissionais capacitados para

utilizar essa ferramenta.

h) Contribuições e possíveis impactos na prática profissional

O produto poderá nortear a implantação e implementação da ferramenta gerencial

kanban, definida para auxiliar no processo do gerenciamento dos leitos do setor de

urgência e emergência e que, consequentemente, irá proporcionar melhoria na

qualidade do cuidado prestado através da otimização dos leitos, identificação das

pendências a serem solucionadas, construção de novos processos de trabalho para

auxiliar na resolução das situações identificadas e ainda sem solução, emissão de

relatórios para a gestão e acioná-los quando necessário. Consequentemente,

auxiliará na redução do tempo de permanência do paciente no setor de urgência e

emergência e na melhoria dos indicadores hospitalares relacionados à gestão de

leitos.

i) Registro do produto

Os protocolos serão encaminhados ao núcleo de gestão de qualidade do hospital

para aprovação e publicação;

Registro na Biblioteca Nacional.

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82

GERENCIAMENTO DE LEITOS NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Pesquisadora principal: Izabella Soares de Oliveira (Mestranda)

Orientadora: Professora Drª Eliane de Fátima Almeida Lima

PROTOCOLO DE IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA GERENCIAL KANBAN

1 OBJETIVO

Elaborar diretrizes para nortear a implantação da ferramenta gerencial kanban no

Setor de Urgência e Emergência (SUE).

2 DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA

GERENCIAL KANBAN

Os serviços de urgência e emergência são considerados unidades complexas, onde

realizam atendimento 24 horas por dia, direcionados ao atendimento de pacientes

com ou sem risco de morte iminente (BELLUCI JUNIOR, MATSUDA, MARCON,

2015).

Segundo Arruda, et al (2017), o principal desafio da urgência e emergência é

garantir a qualidade e a segurança prestada aos pacientes que procuram os

serviços para atendimento e resolubilidade da situação de saúde. O tempo de

permanência no pronto-socorro está relacionado às condições do atendimento às

urgências clínicas, perfil do paciente atendido e do déficit de leitos para internações

nas unidades clínicas (ARRUDA, et al, 2017).

Visando a melhoria do atendimento e da qualidade da assistência nesse serviço, o

gerenciamento do fluxo dos pacientes torna-se imprescindível pela gestão hospitalar

(de SOUSA, et al, 2017). O kanban tem sido uma ferramenta importante na

qualificação do gerenciamento do cuidado, uma vez que permite controlar o tempo

de permanência do paciente na unidade assim como a sua causa e intervir sobre a

mesma (MASSARO, MASSARO, 2017), proporcionando a otimização dos leitos e

reduzindo o tempo de permanência do paciente no setor de urgência e emergência.

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83

3 ABRANGÊNCIA DO PROTOCOLO

A unidade hospitalar, contemplando todas as unidades assistenciais e a gerência.

4 RECURSOS NECESSÁRIOS

4.1 Recursos humanos, contemplando a equipe multiprofissional das unidades

assistenciais e gerenciais.

4.2 Recursos Materiais (televisor)

4.3 Recursos tecnológicos (software e computador).

5 IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA GERENCIAL KANBAN

Ação Responsável pela execução

Tarefa a ser executada

Elaborar os

protocolos e

fluxogramas para

implantação e

implementação da

ferramenta gerencial

kanban

- Enfermeira

pesquisadora

Izabella

- Setor de regulação

e avaliação em

saúde (SRAS)

- Setor de urgência e

emergência (SUE)

• Confeccionar os protocolos e

fluxogramas para implantação e

implementação da ferramenta

gerencial kanban durante os

seminários da pesquisa

“Gerenciamento de leitos do setor

de urgência e emergência” do

mestrado profissional em

enfermagem do Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da

Universidade Federal do Espírito

Santo.

Mapear o processo

de elaboração do

conteúdo do software

para monitoramento

do kanban

- Enfermeira

pesquisadora

Izabella

- SRAS

- SUE

• Confeccionar os módulos para

criação do software durante os

seminários da pesquisa;

• Determinar a codificação do

kanban como sinalização do

controle visual.

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84

Confeccionar o

software para

controle visual do

kanban

- Enfermeira

pesquisadora

Izabella

- Orientadora

Professora Eliane

- Empresa Taruíra

Lab

- Equipe de design

do Laboratório e

Observatório de

Ontologias Projetuais

(LOOP) do Curso de

Graduação em

Design da

Universidade Federal

do Espírito Santo

(UFES)

- Laboratório de

Tecnologias em

Saúde e

Enfermagem

CuidarTech

- Equipe do Setor de

Gestão de Processos

e Tecnologia da

Informação (SGPTI)

• Confeccionar o software com os

módulos pré-estabelecidos no

protocolo “Mapeamento do

conteúdo do software kanban”.

Validar os protocolos,

fluxogramas e o

software

- SRAS

- SUE

• Apresentar os protocolos,

fluxogramas e o software;

• Realizar os testes do software;

• Sugerir as alterações necessárias;

• Validar por consenso com o

grupo.

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85

Concluir a

elaboração do

software

- Enfermeira

pesquisadora

Izabella

- Orientadora

Professora Eliane

- Empresa Taruíra

Lab

- Equipe de design

do LOOP

- CuidarTech

- Equipe do SGPTI

• Realizar as alterações

necessárias;

• Concluir o software.

Realizar os ajustes

finais nos protocolos

e fluxogramas

- Enfermeira

pesquisadora

Izabella

- Orientadora

Professora Eliane

• Realizar as alterações

necessárias;

• Concluir os protocolos e os

fluxogramas.

Apresentar o projeto

de implantação e

implementação da

ferramenta gerencial

kanban

- Enfermeira

pesquisadora

Izabella

- Orientadora

Professora Eliane

- SRAS

- SUE

• Apresentar o projeto de

implantação e implementação da

ferramenta gerencial kanban para

o colegiado executivo do hospital;

• Demonstrar a definição,

importância e finalidade da

implantação/implementação da

ferramenta kanban no SUE;

• Propor para a gestão a criação da

Comissão de tempo de

permanência para monitoramento

do kanban no SUE;

OBS: Após aprovação do projeto

pelo colegiado executivo, será

iniciada a implantação e

implementação da ferramenta

kanban no SUE.

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86

Sensibilizar as

equipes envolvidas

- SRAS

- SUE

• Envolver as equipes

multiprofissionais no processo,

esclarecendo a definição,

importância, finalidade e

apresentar os protocolos de

implantação e implementação da

ferramenta kanban.

Definir os recursos

humanos de

referência para o

kanban

- SRAS

- SUE

• Definir juntamente com a

Gerência de Atenção à Saúde

(GAS), Divisão de Gestão do

Cuidado, Divisão de Enfermagem,

Divisão Médica e a equipe

multiprofissional:

- Os responsáveis por executar as

ações relacionadas à implantação e

implementação da ferramenta

kanban;

- Os responsáveis por realizar a

manutenção do software;

- O responsável por extrair o relatório

mensal do software de

monitoramento do kanban.

Elaborar o plano de

ação para

operacionalizar a

implantação da

ferramenta kanban

- SRAS

- SUE

- GAS,

- Divisão de Gestão

do Cuidado

- Divisão Médica

- Divisão de

Enfermagem

- Equipe

multiprofissional

• Determinar metas, objetivos,

prazos, atividades, recursos

humanos responsáveis por

executar as ações, capacitações e

o andamento do projeto para

implantação e implementação da

ferramenta kanban no SUE.

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87

6 REFERÊNCIAS

1. ARRUDA, N.L.O.; et al. Percepção do paciente com a segurança no atendimento em unidade de urgência e emergência. Revista de Enfermagem – UFPE online, nov. 2017. v. 11, n. 11, p. 4445-4454. 2. BELLUCI JUNIOR, J.A.; MATSUDA, L.M.; MARCON, S.S. Análise do fluxo de atendimento de serviço hospitalar de emergência: estudo de caso. Revista Eletrônica de Enfermagem, jan./mar. 2015. v. 17, n. 1, p. 108-116. 3. MASSARO, I.A.C.; MASSARO, A. O uso do kanban na gestão do cuidado: superando limites. Revista Administração em Saúde, mar. 2017. v. 17, n. 66. 4. SOUSA, P.R.; et al. Gestão do fluxo de pacientes em internações relacionadas ao pronto-socorro: aplicação da metdologia kanban. Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde, jan./mar. 2017. v. 14, n. 1.

Instrumentalizar com

recursos

tecnológicos o painel

do kanban

- Equipe do SGPTI • Disponibilizar o software;

• Realizar a instalação dos recursos

necessários para executar o

software kanban no SUE.

Capacitar as equipes

envolvidas

- SRAS

- SUE

• Sensibilizar e capacitar as equipes

envolvidas;

Homologar o uso da

ferramenta gerencial

kanban

- Todos os atores

envolvidos no

processo

• Avaliar e definir os ajustes para a

operacionalização da ferramenta;

• Executar as ações descritas no

“Protocolo de implementação da

ferramenta gerencial kanban”.

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PROTOCOLO DE IMPLEMENTAÇÃO DA FERRAMENTA GERENCIAL KANBAN

1 OBJETIVO

Elaborar diretrizes para nortear a implementação da ferramenta gerencial kanban no

setor de urgência e emergência (SUE).

2 DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA FERRAMENTA

GERENCIAL KANBAN

Os serviços de urgência e emergência são considerados unidades complexas, onde

realizam atendimento 24 horas por dia, direcionados ao atendimento de pacientes

com ou sem risco de morte iminente (BELLUCI JUNIOR, MATSUDA, MARCON,

2015).

Segundo Arruda, et al (2017), o principal desafio da urgência e emergência é

garantir a qualidade e a segurança prestada aos pacientes que procuram os

serviços para atendimento e resolubilidade da situação de saúde. O tempo de

permanência no pronto-socorro está relacionado às condições do atendimento às

urgências clínicas, perfil do paciente atendido e do déficit de leitos para internações

nas unidades clínicas (ARRUDA, et al, 2017).

Visando a melhoria do atendimento e da qualidade da assistência nesse serviço, o

gerenciamento do fluxo dos pacientes torna-se imprescindível pela gestão hospitalar

(de SOUSA, et al, 2017). O kanban tem sido uma ferramenta importante na

qualificação do gerenciamento do cuidado, uma vez que permite controlar o tempo

de permanência do paciente na unidade assim como a sua causa e intervir sobre a

mesma (MASSARO, MASSARO, 2017), proporcionando a otimização dos leitos e

reduzindo o tempo de permanência do paciente no setor de urgência e emergência.

GERENCIAMENTO DE LEITOS NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Pesquisadora principal: Izabella Soares de Oliveira (Mestranda)

Orientadora: Professora Drª Eliane de Fátima Almeida Lima

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3 ABRANGÊNCIA DO PROTOCOLO

A unidade hospitalar, contemplando todas as unidades assistenciais e a gerência.

4 RECURSOS NECESSÁRIOS

4.1 Recursos humanos, contemplando a equipe multiprofissional das unidades

assistenciais e gerenciais.

4.2 Recursos Materiais (televisor)

4.3 Recursos tecnológicos (software e computador).

5 IMPLEMENTAÇÃO DA FERRAMENTA GERENCIAL KANBAN

Ação Responsável pela execução

Tarefa a ser executada

Identificar a necessidade de

internação do paciente

- Médico do setor

de urgência e

emergência (SUE)

• Verificar a necessidade de

internação do paciente no SUE

durante o atendimento.

Emitir autorização de

internação hospitalar (AIH)

- Médico do SUE • Preencher a autorização de

internação hospitalar a partir

do momento em que identificar

a necessidade de internação,

com prazo máximo de 24

horas;

• Entregar a AIH para o

assistente administrativo do

SUE.

Internar o paciente no SUE - Assistente

administrativo do

SUE

• Realizar a internação do

paciente no sistema AGHU.

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90

Identificar e listar o motivo

de permanência para

internação/transferência/alta

dos pacientes

- Médico do SUE • Identificar o motivo de

permanência do paciente no

SUE;

• Registrar no software.

OBS: Registrar no software

sempre que houver alteração do

motivo de permanência do

paciente no SUE.

Realizar diariamente o

sistema de classificação de

pacientes de Fugulin

- Enfermeiro • Classificar o paciente segundo

o sistema de classificação de

pacientes de Fugulin;

• Registrar no software

diariamente.

Consultar os motivos de

permanência do paciente

listados no kanban e

solucioná-los

- Equipe do SUE

- Enfermeiro da

unidade de

regulação

assistencial –

gestão de leitos

(URA-GL)

- Demais setores

envolvidos

• Verificar os motivos de

permanência apresentados no

software do kanban;

• Solucioná-los conforme o

processo de qualidade (PQ) ou

procedimento operacional

padrão (POP) específico.

Realizar reuniões semanais - Comissão de

tempo de

permanência

• Realizar visita in loco para

identificar e elaborar

estratégias para solucionar as

causas da permanência dos

pacientes do SUE.

Emitir relatório com os

motivos de permanência

dos pacientes no SUE

- URA-GL • Elaborar relatórios

mensalmente;

• Apresentar ao núcleo de

acesso e qualidade hospitalar

(NAQH).

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6 REFERÊNCIAS

1. ARRUDA, N.L.O.; et al. Percepção do paciente com a segurança no atendimento

em unidade de urgência e emergência. Revista de Enfermagem – UFPE online,

nov. 2017. v. 11, n. 11, p. 4445-4454.

2. BELLUCI JUNIOR, J.A.; MATSUDA, L.M.; MARCON, S.S. Análise do fluxo de

atendimento de serviço hospitalar de emergência: estudo de caso. Revista

Eletrônica de Enfermagem, jan./mar. 2015. v. 17, n. 1, p. 108-116.

3. MASSARO, I.A.C.; MASSARO, A. O uso do kanban na gestão do cuidado:

superando limites. Revista Administração em Saúde, mar. 2017. v. 17, n. 66.

4. SOUSA, P.R.; et al. Gestão do fluxo de pacientes em internações relacionadas

ao pronto-socorro: aplicação da metodologia kanban. Revista de Administração

Hospitalar e Inovação em Saúde, jan./mar. 2017. v. 14, n. 1.

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92

5.2.2 Produto 2

a) Título

Fluxograma de implantação da ferramenta gerencial kanban e fluxograma de

implementação da ferramenta gerencial kanban.

b) Equipe técnica

A equipe técnica foi composta pela enfermeira Izabella Soares de Oliveira, discente

do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do

Espírito Santo (UFES), sob a orientação da Professora Doutora (Dra) Eliane de

Fátima Almeida Lima.

c) Equipe colaboradora

A equipe colaboradora foi composta pelos participantes da pesquisa e auxiliaram na

confecção dos protocolos. Incluíram os profissionais do Setor de Regulação e

Avaliação em Saúde (SRAS) e do Setor de Urgência e Emergência (SUE): Adriana

Helmer, Emanuela Garcia, Franciara Veiga, Fabíola Holzmeister Muniz, Joana Stein,

Jordana Baldan de Almeida Mendes, Marina Ferreira de Almeida, Morgana Maria

Rampe Reis e Polyana Guioto.

d) Introdução

Os fluxogramas auxiliam na representação de um processo de forma clara e

organizada através da representação gráfica por símbolos e facilitam a visualização

dos processos de trabalho pelos profissionais.

e) Descrição do produto

Os fluxogramas foram elaborados através da metodologia da pesquisa-ação, por

meio de uma construção coletiva e o conteúdo ilustra o apresentado nos protocolos.

O primeiro fluxograma é o de implantação da ferramenta gerencial kanban e o

segundo, de implementação da ferramenta gerencial kanban.

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93

Para elaborar o fluxograma foi utilizado o software Bizagi Modeler, que permite

modelar o mapeamento de processos de acordo com as normas padronizadas. O

Bizagi é utilizado pelo hospital para a confecção dos fluxogramas e incluindo-os

nesse formato facilitará a publicação posteriormente.

f) Tipo e natureza da descrição técnica

Meio de divulgação: ( ) impresso ( ) meio magnético ( ) meio digital ( ) 1filme

( ) hipertexto ( ) outro ( x ) vários

g) Finalidade do produto

A finalidade do produto é demonstrar aos profissionais envolvidos as atividades a

serem realizadas no processo de trabalho de forma simplificada e fácil, contribuindo

também para a comunicação e disseminação das informações entre os envolvidos.

h) Contribuições e possíveis impactos na prática profissional

Assim como os protocolos, o produto irá contribuir para nortear a implantação e

implementação da ferramenta gerencial kanban. O que os diferenciam é a

apresentação de forma simplificada e de fácil visualização, mas ambos irão propiciar

a execução dos processos do monitoramento do kanban.

i) Registro do produto

Os fluxogramas serão encaminhados ao núcleo de gestão de qualidade do hospital

para aprovação e publicação;

Registro na Biblioteca Nacional.

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94

Fluxograma 1 - Fluxograma de implantação da ferramenta gerencial kanban

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95

Fluxograma 2 - Fluxograma de implementação da ferramenta gerencial kanban

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96

5.2.3 Produto 3

a) Título

Protocolo de mapeamento do conteúdo do software kanban.

b) Equipe técnica

A equipe técnica foi composta pela enfermeira Izabella Soares de Oliveira, discente

do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do

Espírito Santo (UFES), sob a orientação da Professora Dra Eliane de Fátima

Almeida Lima e pelo Laboratório de Tecnologias em Saúde e Enfermagem

CuidarTech.

c) Equipe colaboradora

A equipe colaboradora foi composta pelos participantes da pesquisa e auxiliaram na

confecção dos protocolos. Incluem os profissionais do Setor de Regulação e

Avaliação em Saúde (SRAS) e do Setor de Urgência e Emergência (SUE): Adriana

Helmer, Emanuela Garcia, Franciara Veiga, Fabíola Holzmeister Muniz, Joana Stein,

Jordana Baldan de Almeida Mendes, Marina Ferreira de Almeida, Morgana Maria

Rampe Reis e Polyana Guioto.

d) Introdução

Os protocolos atuam como importante ferramenta para o direcionamento na

execução dos processos de trabalho, na elaboração e monitoramento dos

indicadores, comunicação entre os profissionais, difusão do conhecimento e

gerenciamento do cuidado.

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97

e) Descrição do produto

O protocolo descreve o conteúdo necessário para o desenvolvimento do software de

monitoramento da ferramenta kanban. Constituído pelos seguintes tópicos: objetivo,

levantamento dos requisitos para elaboração do conteúdo do software, módulos e

banco de dados.

Contém a descrição dos módulos do software, a forma de obtenção e inclusão dos

dados dos pacientes, política de backup, obtenção do banco de dados e os

indicadores.

f) Tipo e natureza da descrição técnica

Meio de divulgação: ( ) impresso ( ) meio magnético ( ) meio digital ( )filme

( ) hipertexto ( ) outro ( x ) vários

g) Finalidade do produto

A finalidade do produto é demonstrar as atividades a serem realizadas no processo

de trabalho aos profissionais envolvidos de forma simplificada e fácil, contribuindo

para posterior desenvolvimento do software de monitoramento do kanban.

h) Contribuições e possíveis impactos na prática profissional

O protocolo de mapeamento do conteúdo do software kanban tem como finalidade

fornecer subsídios para o desenvolvimento do software de monitoramento da

ferramenta kanban, executado pela empresa Taruíra Lab e do Laboratório e

Observatório de Ontologias Projetuais (LOOP).

i) Registro do produto

O protocolo de mapeamento do conteúdo do software kanban foi registrado na

Biblioteca Nacional.

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PROTOCOLO DE MAPEAMENTO DO CONTEÚDO DO SOFTWARE KANBAN

1 OBJETIVO

Elaborar o mapeamento do conteúdo do software para gerenciamento da ferramenta

kanban.

2 LEVANTAMENTO DOS REQUISITOS PARA ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO

DO SOFTWARE

2.1 O software deverá ser operacionalizado no sistema operacional Windows;

2.2 Os dados gerados devem ser armazenados em um banco de dados.

2.3 Obter automaticamente do sistema Aplicativo de Gestão para Hospitais

Universitários (AGHU) os dados referentes ao paciente, incluindo número do

prontuário, nome do paciente, idade, especialidade, data de internação no Setor de

Urgência e Emergência (SUE), tempo de permanência no SUE, data da saída do

SUE e motivo de saída do SUE.

2.4 Quando o paciente for internado na unidade funcional “Pronto Socorro” no

sistema AGHU, o paciente automaticamente será incluído no software.

3 MÓDULOS

3.1 TELA DE CADASTRO DOS PACIENTES

• Após internação do paciente no sistema AGHU, o paciente irá aparecer na

“tela de cadastro de pacientes”;

GERENCIAMENTO DE LEITOS NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Pesquisadora principal: Izabella Soares de Oliveira (Mestranda)

Orientadora: Professora Drª Eliane de Fátima Almeida Lima

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99

• Outros dados serão incluídos manualmente: motivo da permanência, sistema

de classificação de pacientes (SCP) de Fugulin, origem do paciente e observação.

3.2.1 Motivo da permanência

• Incluir como tópicos para seleção, passíveis de serem modificados e as

alterações armazenadas para fins de relatório.

• Permitir selecionar mais de um tópico.

- Leito de enfermaria;

- Leito de UTI;

- Parecer de outra especialidade;

- Hemodiálise;

- Exames, incluir campo especificar;

- Transferência externa;

- Social;

- Outros (ao acrescentar no sistema, terá que descrever o motivo, mas na tela

principal irá aparecer “Outros”), incluir campo especificar.

3.2.2 Sistema de classificação de pacientes de Fugulin (incluir como tópicos para

seleção as categorias)

- Cuidados mínimos;

- Cuidados intermediários;

- Cuidados de alta dependência;

- Cuidados semi-intensivos;

- Cuidados intensivos.

3.2.3 Origem do paciente

- Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)

- Demanda espontânea

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100

3.2.4 Observação

Campo aberto para descrever o que for necessário.

3.3 TELA PRINCIPAL

3.3.1 Mapeamento do módulo

• Após a internação do paciente no AGHU e preenchimento da tela de cadastro

do paciente, ele irá aparecer automaticamente na tela do software do kanban com

os seguintes dados: nome, idade, especialidade, tempo de permanência (em horas,

dias) e motivo da permanência;

• A cor de identificação referente ao paciente irá modificar de acordo com o

tempo de permanência e a codificação do kanban:

- Verde: menor ou igual a 24 horas

- Amarelo: maior que 24 horas a menor ou igual a 72 horas

- Vermelho: maior que 72 horas

• Ao realizar a transferência de unidade funcional/alta do paciente no sistema

AGHU, ele deverá sair automaticamente do software kanban e o dado ser

armazenado;

• Ao dar alta no sistema AGHU, é informado o motivo da alta. O software

deverá reconhecer o motivo para armazenar no banco de dados e o paciente sairá

automaticamente do software kanban.

3.4 TELA PARA ACESSO MAIS DETALHADO

• Ao clicar no nome do paciente, deverá abrir uma tela com os dados mais

detalhados, incluindo número do prontuário, nome do paciente, idade, especialidade,

data de internação no SUE, tempo de permanência no SUE, motivo da permanência

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101

no SUE, sistema de classificação de pacientes de Fugulin, observação, com o

histórico por data e hora das alterações realizadas no cadastro.

4 BANCO DE DADOS

• Os dados obtidos durante a utilização do software kanban deverão ser

armazenados em um banco de dados;

• Ter a opção de extraí-los quando necessário;

• O backup deverá ocorrer em tempo real;

• Os dados serão extraídos mensalmente, referente ao mês anterior para

confecção dos relatórios, ou a qualquer momento, se necessário.

4.1 RELATÓRIOS

• Os relatórios serão obtidos através do cruzamento dos dados, sendo possível

selecionar as variáveis em tópicos e poder cruzá-las, para obter os resultados. Será

apresentada em números e também em gráficos.

• Essencial que o número de leitos operacionais possa ser alterado quando for

obter os dados, uma vez que é comum o bloqueio e desbloqueio de leitos no setor

de urgência e emergência (SUE).

4.1.1 Conceitos para a confecção dos relatórios:

• Número de pacientes-dia: é o número de medida que representa a assistência

prestada a um paciente internado durante um dia hospitalar. Será computado a partir

da data de admissão do paciente independente do horário da admissão,

desconsiderando o dia da saída (DUARTE, et al, 2009).

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102

• Número de pacientes-dia por especialidade: é o número de medida que

representa a assistência prestada a um paciente por especialidade internado

durante um dia hospitalar. Será computado a partir da data de admissão do paciente

independente do horário da admissão, desconsiderando o dia da saída (DUARTE, et

al, 2009).

• Total de saídas: é o número total de saídas dos pacientes da unidade de

internação por alta (curado, melhorado ou inalterado), evasão, transferência externa

(para outra instituição), transferência interna (para outros setores do hospital) ou

óbito (antes ou após 24 horas) (DUARTE, et al, 2009). O período determinado é de

um mês.

• Sistema de classificação de pacientes de Fugulin: classifica o paciente quanto

ao grau de dependência em relação ao quantitativo de pessoal de enfermagem.

Categorias: cuidados mínimos, intermediários, de alta dependência, semi-intensivos

e intensivos.

• Transferência interna: consiste na transferência do paciente entre os setores

de internação do hospital. Inclui: clínica médica segundo andar, clínica médica

quarto andar, urologia, nefrologia, unidade de terapia Intensiva, unidade de terapia

intensiva neonatal, unidade de cuidados intermediários convencional, unidade de

cuidados intermediários canguru, clínica cirúrgica feminina, clínica cirúrgica

masculina, enfermaria 08, obstetrícia, ginecologia e pediatria.

• Número de leitos operacionais: total de leitos utilizados e passíveis de serem

utilizados no momento do censo, ainda que esteja desocupado. Observação: inclui o

leito extra que estiver sendo utilizado (DUARTE, et al, 2009). Atualmente, o pronto

socorro possui 10 leitos, entretanto sete leitos operacionais e 03 leitos bloqueados.

4.1.2 Indicadores

1. Índice de rotatividade do leito: representa a utilização do leito hospitalar.

Acompanham quantos pacientes ocuparam o mesmo leito em um período (mensal).

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103

Fórmula: ______ Total de saídas________

Número de leitos operacionais

2. Média de permanência: representa o tempo médio de permanência (dias) que

os pacientes ficaram internados no hospital. Corresponde à relação entre o número

de pacientes-dia e o total de saídas do SUE em determinado período (considerar

mensalmente).

Fórmula: Número de pacientes-dia

Total de saídas do SUE

3. Média de permanência por especialidade: Relação entre o número de

pacientes-dia por especialidade e total de saídas por especialidade do SUE em

determinado período (considerar mensalmente).

Fórmula: Número de pacientes-dia por especialidade

Total de saídas do SUE

4. Média de permanência por especialidade dos pacientes com codificação

verde: Relação entre o número de pacientes-dia por especialidade dos pacientes

com codificação verde e total de saídas por especialidade em um determinado

período.

Fórmula: Número de pacientes-dia por especialidade com codificação verde

Total de saídas por especialidade do SUE

5. Média de permanência por especialidade dos pacientes com codificação

amarela: Relação entre o número de pacientes-dia por especialidade dos pacientes

com codificação amarela e total de saídas por especialidade em um determinado

período.

Fórmula: Número de pacientes-dia por especialidade com codificação amarela

Total de saídas por especialidade do SUE

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6. Média de permanência por especialidade dos pacientes com codificação

vermelha: Relação entre o número de pacientes-dia por especialidade dos pacientes

com codificação vermelha e total de saídas por especialidade em determinado

período.

Fórmula: Número de pacientes-dia por especialidade com codificação vermelha

Total de saídas por especialidade do SUE

7. Média de permanência por categoria (cuidados mínimos) do SCP de Fugulin:

Relação entre o número de pacientes-dia por categoria (cuidados mínimos) dos

pacientes e total de saídas dos pacientes-dia do SUE em determinado período.

Fórmula: Número de pacientes-dia por categoria (cuidados mínimos)

Total de saídas do SUE

8. Média de permanência por categoria (cuidados intermediários) do SCP de

Fugulin: Relação entre o número de pacientes-dia por categoria (cuidados

intermediários) dos pacientes e total de saídas dos pacientes-dia do SUE em

determinado período.

Fórmula: Número de pacientes-dia por categoria (cuidados intermediários)

Total de saídas do SUE

9. Média de permanência por categoria (cuidados de alta dependência) do SCP

de Fugulin: Relação entre o número de pacientes-dia por categoria (cuidados de alta

dependência) dos pacientes e total de saídas dos pacientes-dia do SUE em

determinado período.

Fórmula: Número de pacientes-dia por categoria (cuidados de alta dependência)

Total de saídas do SUE

10. Média de permanência por categoria (cuidados semi-intensivos) do SCP de

Fugulin: Relação entre o número de pacientes-dia por grau de dependência

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105

(cuidados semi-intensivos) dos pacientes e total de saídas dos pacientes-dia do SUE

em determinado período.

Fórmula: Número de pacientes-dia por categoria (cuidados semi-intensivos)

Total de saídas do SUE

11. Média de permanência por categoria (cuidados intensivos) do SCP de

Fugulin: Relação entre o número de pacientes-dia por categoria (cuidados

intensivos) dos pacientes e total de saídas dos pacientes-dia do SUE em

determinado período.

Fórmula: Número de pacientes-dia por categoria (cuidados intensivos)

Total de saídas do SUE

12. Média de permanência por codificação do kanban e sistema de classificação

de pacientes de Fugulin: Relação entre o número de pacientes-dia codificados como

verde por categoria (cuidados mínimos) e total de saídas dos pacientes-dia

codificados como verde em um determinado período.

Fórmula:

Codificação do Kanban (verde) por categoria (cuidados mínimos)_

Total de saídas dos pacientes internados codificados como verde

13. Média de permanência por especialidade e sistema de classificação de

pacientes de Fugulin: Relação entre o número de pacientes-dia de cada

especialidade por cada categoria (cuidados mínimos/intermediários/alta

dependência/semi-intensivos/intensivos) e total de saídas dos pacientes-dia pela

especialidade.

Fórmulas:

Número de pacientes-dia por especialidade e categoria (cuidados mínimos)

Total de saídas por especialidade

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Número de pacientes-dia por especialidade e categoria (cuidados intermediários)

Total de saídas por especialidade

Número de pacientes-dia por especialidade e categoria (de alta dependência)

Total de saídas por especialidade

Número de pacientes-dia por especialidade e categoria (semi-intensivos)

Total de saídas por especialidade

Número de pacientes-dia por especialidade e categoria (intensivos)

Total de saídas por especialidade

14. Média de permanência por codificação (verde, amarelo e vermelho): Relação

entre o número de pacientes-dia de cada codificação (verde, amarelo e vermelho) e

total de saídas dos pacientes-dia.

Fórmulas: Número de pacientes-dia por codificação (verde)

Total de saídas dos pacientes codificados

Número de pacientes-dia por codificação (amarelo)_

Total de saídas dos pacientes codificados

Número de pacientes-dia por codificação (vermelho)

Total de saídas dos pacientes codificados

15. Percentual de pacientes com codificação verde transferidos externamente:

Relação entre o número de pacientes codificados como verde e que foram

submetidos a transferência externa e o total de pacientes codificados (incluindo

verde, amarelo e vermelho), multiplicado por 100.

Fórmula:

Número de pacientes codificados como verde transferidos externamente x 100

Total de pacientes codificados transferidos externamente

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107

16. Percentual de pacientes com codificação amarela transferidos externamente:

Relação entre o número de pacientes codificados como amarelo e que foram

submetidos a transferência externa e o total de pacientes codificados (incluindo

verde, amarelo e vermelho), multiplicado por 100.

Fórmula:

Número de pacientes codificados como amarelo transferidos externamente x 100

Total de pacientes codificados transferidos externamente

17. Percentual de pacientes com codificação vermelho transferidos externamente:

Relação entre o número de pacientes codificados como vermelho e que foram

submetidos a transferência externa e o total de pacientes codificados (incluindo

verde, amarelo e vermelho), multiplicado por 100.

Fórmula:

Número de pacientes codificados como vermelho transferidos externamente x 100

Total de pacientes codificados transferidos externamente

18. Percentual de pacientes com codificação verde de alta: Relação entre o

número de pacientes codificados como verde e que receberam alta e o total de

pacientes codificados (incluindo verde, amarelo e vermelho) que tiveram alta,

multiplicado por 100.

Fórmula: ______Número de pacientes codificados como verde de alta______ x 100

Total de pacientes codificados (verde, amarelo e vermelho) de alta

19. Percentual de pacientes com codificação amarela de alta: Relação entre o

número de pacientes codificados como amarelo e que receberam alta e o total de

pacientes codificados (incluindo verde, amarelo e vermelho) que tiveram alta,

multiplicado por 100.

Fórmula: ____Número de pacientes codificados como amarelo de alta_____ x 100

Total de pacientes codificados (verde, amarelo e vermelho) de alta

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20. Percentual de pacientes com codificação vermelha de alta: Relação entre o

número de pacientes codificados como vermelho e que receberam alta e o total de

pacientes codificados (incluindo verde, amarelo e vermelho) que tiveram alta,

multiplicado por 100.

Fórmula:

____Número de pacientes codificados como vermelho de alta_____ x 100

Total de pacientes codificados (verde, amarelo e vermelho) de alta

21. Percentual dos motivos de permanência do paciente no SUE: consiste na

relação entre cada motivo de permanência (leito de enfermaria, UTI, parecer de

outra especialidade, hemodiálise, exames, transferência externa, social, outros),

com o total de motivos multiplicado por 100.

Fórmulas:

__Motivo de permanência (leito de enfermaria)__x 100

Total de motivos de permanência

____Motivo de permanência (leito de UTI)__ x 100

Total de motivos de permanência

____Motivo de permanência (parecer de outra especialidade)_ x 100

Total de motivos de permanência

____Motivo de permanência (hemodiálise)__x 100

Total de motivos de permanência

____Motivo de permanência (exames)____x 100

Total de motivos de permanência

____Motivo de permanência (transferência externa)__ x 100

Total de motivos de permanência

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____Motivo de permanência (social)____ x 100

Total de motivos de permanência

____Motivo de permanência (outros)____ x 100

Total de motivos de permanência

22. Intervalo de substituição de leitos: tempo médio em que um leito permanece

desocupado entre a saída de um paciente e a admissão de outro. Apresenta como

objetivo acompanhar dias de ociosidade de leito.

Fórmula: (número de leitos-dia) – (número de pacientes-dia)

Total de saídas

23. Motivo da saída do paciente do SUE: relação entre o motivo de saída do

paciente com o total de pacientes internados no setor. É condizente com os tópicos

de alta do AGHU (alta médica, evasão, desistência do tratamento, óbito e

transferência para outro hospital) e também com o tópico de transferência para outro

setor. (Verificar com o SGPTI do HUCAM se é possível obter esse dado diretamente

do AGHU).

Fórmulas: Motivo de saída do paciente do SUE__ x 100

Total de pacientes internados no SUE

24. SAMU e Demanda espontânea: verificar o percentual de pacientes

internados, provenientes da transferência via SAMU e de demanda espontânea.

Fórmulas: ___Pacientes provenientes via SAMU ____ X 100

Total de pacientes internados no SUE

___Pacientes provenientes de demanda espontânea ____ X 100

Total de pacientes internados no SUE

5 REFERÊNCIAS

1) DUARTE, I.G.; et al. Compromisso com a Qualidade Hospitalar: 3º caderno de

indicadores CQH – 2009. São Paulo: APM/CREMESP, 2009. 92 p.

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110

5.2.4 Produto 4

a) Título

Software para monitoramento da ferramenta kanban.

b) Equipe técnica

A equipe técnica foi composta pela enfermeira Izabella Soares de Oliveira, discente

do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do

Espírito Santo (UFES), sob a orientação da Professora Dra Eliane de Fátima

Almeida Lima.

A etapa de desenvolvimento do software foi realizada pelo Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), com

o Laboratório de Tecnologias em Saúde e Enfermagem CuidarTech, o Laboratório e

Observatório de Ontologias Projetuais (LOOP) do curso de Design da UFES em

parceria com a empresa Taruíra Lab para o desenvolvimento de interface gráfica e

modelagem do banco de dados.

c) Equipe colaboradora

A equipe colaboradora responsável pela confecção dos protocolos foi composta

pelos participantes da pesquisa e incluem os profissionais do setor de regulação e

avaliação em saúde (SRAS) e do setor de urgência e emergência (SUE): Adriana

Helmer, Emanuela Garcia, Franciara Veiga, Fabíola Holzmeister Muniz, Joana Stein,

Jordana Baldan de Almeida Mendes, Marina Ferreira de Almeida, Morgana Maria

Rampe Reis e Polyana Guioto.

Para desenvolvimento do software, foi realizada articulação com o SGPTI do

hospital universitário.

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111

b) Introdução

O desenvolvimento de um software para monitoramento contribui na automatização

das tarefas para gerenciamento dos leitos através da ferramenta kanban, na

facilidade de visualização do conteúdo e obtenção de relatórios mais fidedignos.

c) Descrição do produto

O software kanban foi idealizado durante a realização do estudo que utilizou como

metodologia a pesquisa-ação. O mapeamento do processo para elaboração do

software foi confeccionado durante os seminários da pesquisa e o desenvolvimento

foi realizado em parceria com a empresa Taruíra Lab, pela equipe de design do

LOOP e em articulação com a equipe do SGPTI do hospital universitário.

O software utiliza dados obtidos do Aplicativo de Gestão dos Hospitais Universitários

(AGHU). O médico identifica a necessidade de internação do paciente e emite a

autorização de internação hospitalar (AIH). A secretária da unidade interna o

paciente no sistema AGHU. Após a internação do paciente na unidade funcional

“Pronto Socorro” do AGHU, aparece automaticamente na “tela de cadastro de

pacientes” (Figura 2 e Figura 3) do software kanban e alguns dados são extraídos

automaticamente, como: número do prontuário, nome do paciente, idade,

especialidade, data de internação no Setor de Urgência e Emergência (SUE), tempo

de permanência no SUE, data da saída do SUE e motivo de saída do SUE. Em

seguida, será possível incluir manualmente o motivo da permanência do paciente no

SUE, o sistema de classificação de pacientes (SCP) de Fugulin e observações.

Estes dados são passíveis de serem modificados e as alterações são armazenadas

para fins de relatório.

Os motivos de permanência consistem em: leito de enfermaria; leito de unidade de

terapia intensiva (UTI); parecer de outra especialidade; hemodiálise; exames;

transferência externa; social; outros (caso selecione esse tópico, será obrigatório

descrever o motivo).

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112

O SCP de Fugulin classifica os pacientes quanto ao grau de dependência em

relação à enfermagem e define cinco categorias conforme a complexidade

assistencial dos pacientes: cuidados mínimos; cuidados intermediários; cuidados de

alta dependência; cuidados semi-intensivos; cuidados intensivos (NOBRE, et al,

2017).

O campo observação é aberto e os profissionais podem relatar dados que

considerem relevantes à respeito do paciente.

Figura 2 - Tela para acesso ao cadastro de pacientes do software para monitoramento da ferramenta kanban no setor de urgência e emergência

Após preenchimento e confirmação dos dados, o paciente aparece na tela principal

(Figura 4), com os seguintes dados: nome, idade, especialidade e tempo de

permanência (em horas, dias).

Caso os profissionais queiram acessar dados mais detalhados sobre o paciente, há

a “tela de acesso mais detalhado” (Figura 5). Ao selecionar o nome do paciente, os

seguintes dados poderão ser visualizados: número do prontuário, nome do paciente,

idade, especialidade, data de internação no SUE, tempo de permanência, motivo da

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113

permanência no SUE, SCP de Fugulin, observação, com o histórico por data e hora

das modificações realizadas.

Figura 3 - Tela de cadastro de pacientes do software para monitoramento da ferramenta kanban no setor de urgência e emergência

A cor de identificação referente ao paciente irá modificar de acordo com o tempo de

permanência e a codificação do kanban, sendo, verde o tempo menor ou igual a 24

horas, amarelo maior que 24 horas a menor ou igual a 72 horas e vermelho maior

que 72 horas.

Ao realizar a transferência de unidade funcional ou alta do paciente no sistema

AGHU, automaticamente desaparece do software kanban e o dado é armazenado

para fins de relatório (Figura 6).

Os dados obtidos durante a utilização do software kanban são armazenados em um

banco de dados e o backup realizado automaticamente, em tempo real. Os dados

podem ser extraídos sempre que necessário para a confecção de relatórios.

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Figura 4 - Tela principal do software para monitoramento da ferramenta kanban no setor de urgência e emergência

Figura 5 - Tela para acesso mais detalhado sobre os pacientes do software para monitoramento da ferramenta kanban.

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115

Figura 6 - Demonstração do armazenamento das informações no banco de dados do software. Fonte: o autor.

d) Tipo e natureza da descrição técnica

Software / desenvolvimento de aplicativo

Natureza: ( x ) computacional ( ) multimídia ( ) outra

e) Finalidade do produto

O produto é uma estratégia para facilitar o monitoramento do gerenciamento de

leitos através da ferramenta kanban pelos profissionais do SUE e da URA-GL.

Através dele, será possível ter uma visão geral do setor, identificar o paciente,

visualizar a codificação e os motivos de permanência no SUE, e, a partir disso,

solucionar a pendência para direcioná-lo ao recurso adequado. Os dados obtidos

serão utilizados para confecção de relatórios e apresentação à gestão do hospital.

f) Contribuições e possíveis impactos na prática profissional

O produto oferecerá maior praticidade na visualização das informações durante o

monitoramento da ferramenta kanban, além de propiciar o fornecimento de dados

mais fidedignos, visando identificar os principais motivos de permanência do

paciente no SUE a fim de elaborar estratégias que viabilizem o processo de

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116

internação/transferência e alta do paciente em tempo oportuno. Contribuirá para a

expansão do kanban para outros setores do hospital e nortear a elaboração de

novos estudos em outros hospitais que ainda não utilizam uma ferramenta para

gerenciamento de leitos.

g) Registro do produto

O produto será registrado no Instituto Nacional de Programa Industrial.

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117

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo permitiu desenvolver os protocolos de implantação e de

implementação da ferramenta gerencial kanban, os fluxogramas de implantação e

de implementação da ferramenta gerencial kanban, o protocolo de mapeamento do

conteúdo do software kanban e o software para gerenciamento dos leitos do setor

de urgência e emergência de um hospital universitário.

A regulação assistencial é uma nova área de atuação para os profissionais da saúde

e com isso, há muitos desafios para estruturar um Núcleo Interno de Regulação e

demonstrar a importância do gerenciamento dos leitos para o contexto hospitalar e

enquanto integrador da rede de atenção à saúde. Portanto, a realização de

pesquisas que demonstrem a necessidade desse setor, torna-se essencial para

aumentar as publicações na área.

Esse estudo descreve de forma sistematizada e detalhada a proposta e definição de

utilizar o kanban para gerenciamento dos leitos, as etapas e recursos necessários

para a implantação e implementação dessa ferramenta no setor de urgência e

emergência e demonstra que será uma contribuição para direcionar as ações dos

profissionais, atuar como respaldo nas decisões e no estabelecimento de novos

processos de trabalho, com a finalidade de melhorar a qualidade do atendimento ao

paciente e direcioná-lo ao recurso necessário.

A pesquisa evidencia que para realizá-la, foi necessário o envolvimento de diversas

áreas, da produção industrial à tecnologia da informação, além da área da saúde. A

ferramenta kanban é advinda do pensamento lean, criada no setor industrial,

adaptada ao setor saúde e utilizada como uma das estratégias para gerenciamento

dos leitos hospitalares. Para o monitoramento dessa ferramenta, foi desenvolvido

um software pela tecnologia da informação, em que o conteúdo foi descrito por

profissionais da área da saúde e, posteriormente irão operacionalizar a implantação

e a implementação do kanban no setor de urgência e emergência. Essa estratégia

de englobar diversas áreas propiciam os produtos a serem condizentes com as

demandas do serviço e atender os requisitos necessários para o trabalho.

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As limitações do estudo incluem a incompatibilidade de horário entre os participantes

para a colaboração nos seminários da pesquisa-ação. Porém, mesmo o número

reduzido e constituído pelos profissionais representantes dos setores não interferiu

na qualidade dos produtos produzidos. Além disso, como o gerenciamento de leitos

é um tema recente, há um déficit de estudos sobre o assunto, o que demonstra a

necessidade de mais pesquisas semelhantes a essa para o desenvolvimento e

aprimoramento da regulação assistencial.

Outra limitação foi a necessidade de realizar várias reuniões com a gerência de

ensino e pesquisa, a superintendência e o SGPTI para o fornecimento dos dados do

AGHU para desenvolvimento do software e apoio após a implantação e

implementação do kanban. Com essa articulação, conseguimos demonstrar como o

kanban poderá auxiliar na melhoria da qualidade da assistência prestada aos

pacientes e na obtenção de relatórios que favoreçam traçar estratégias para

melhoria dos processos de trabalho.

A implantação do kanban no âmbito hospitalar não possui uma metodologia

padronizada. Portanto, o presente estudo à nível local, servirá como embasamento

para a expansão para os demais setores do hospital, além de poder nortear novas

pesquisas em outras unidades hospitalares, seguindo esse mesmo modelo, mas

realizando as adaptações necessárias de acordo com a realidade institucional.

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119

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120

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UFES - CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO ESPÍRITO

CEP: 29.040-091 UF: ES

Telefone:

Município: VITORIA

(27)3335-7211

Endereço: Av. Marechal Campos 1468

Bairro: S/N

E-mail: [email protected]

ANEXOS

ANEXO A - PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: GERENCIAMENTO DE LEITOS NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Pesquisador: Izabella Soares de Oliveira Área Temática: Versão: 3 CAAE: 78683317.1.0000.5060 Instituição Proponente: Centro de Ciências da Saúde Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer: 2.433.260 Apresentação do Projeto: A presente pesquisa trata-se de um projeto do Programa de PósGraduação em Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo.A metodologia a ser empregada será a pesquisa-ação,com abordagem qualitativa. O estudo será realizado em um hospital universitário na região sudeste por meio de encontros presenciais com a equipe multiprofissional do Unidade de Regulação Assistencial – Gestão de Leitos e Setor de Urgência e Emergência. Objetivo da Pesquisa: Elaborar fluxos e protocolos para o gerenciamento dos leitos no Setor de Urgência e Emergência; Sistematizar o gerenciamento dos leitos no Setor de Urgência e Emergência Avaliação dos Riscos e Benefícios: "Por se tratar de participantes envolvidos no processo de desenvolvimento do trabalho, pode haver o risco de desconforto na exposição das ideias perante o grupo. Os seminários irão ocorrer em ambiente privativo e confortável, o conteúdo das discussões realizadas durante os encontros terá caráter sigiloso, com garantia do anonimato dos dados coletados e o participante não terá a obrigatoriedade de manifestar-se e, mesmo sem expressar as suas ideias e opiniões, terá a garantia de participação até o término do estudo, caso deseje manter o consentimento." Os riscos e as formas de minimizá-los estão de acordo com a Resolução 466/2012. 2.8 BENEFÍCIOS "Essa pesquisa proporcionará a qualificação da assistência prestada aos usuários através da alteração da realidade local devido o aprimoramento do processo de trabalho da equipe da URA-GL e do Setor de Urgência e Emergência do hospital universitário, com a finalidade de realizar o gerenciamento dos leitos de observação e aperfeiçoamento da equipe multiprofissional do NIR em interface com o SUE quanto a sistematização de uma ferramenta para a gestão dos recursos na assistência ao paciente. " Os benefícios estão de acordo com a Resolução 466/2012. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Pesquisa relevante cientificamente.

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UFES - CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO ESPÍRITO

Continuação do Parecer: 2.433.260

CEP: 29.040-091 UF: ES

Telefone:

Município: VITORIA

(27)3335-7211

Endereço: Av. Marechal Campos 1468

Bairro: S/N

E-mail: [email protected]

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Informações básicas do projeto - adequado Cronograma - adequado TCLE – adequado Declaração de anuência - assinado folha de rosto - assinada Orçamento – apresentado Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Sem pendências. Considerações Finais a critério do CEP: Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Tipo Documento Arquivo

Postagem Autor Situação

Informações Básicas PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P

26/11/2017 Aceito

do Projeto ROJETO_1001231.pdf 14:22:10

Projeto Detalhado / Projeto_de_pesquisa_correcao.pdf 26/11/2017 Izabella Soares de Aceito Brochura 14:20:32 Oliveira Investigador

Cronograma Cronograma.pdf 26/11/2017 Izabella Soares de Aceito

14:19:34 Oliveira

TCLE / Termos de TCLE_Corrigido.pdf 26/11/2017 Izabella Soares de Aceito Assentimento / 14:18:59 Oliveira

Justificativa de TCLE_Corrigido.pdf 26/11/2017 Izabella Soares de Aceito Ausência 14:18:59 Oliveira

Declaração de Declaracao_de_anuencia_da_chefia.pdf

04/10/2017 Izabella Soares de Aceito

Instituição e 22:12:04 Oliveira Infraestrutura

Folha de Rosto Folha_de_rosto.pdf 04/10/2017 Izabella Soares de Aceito

22:07:21 Oliveira

Outros Carta_Convite.pdf 25/09/2017 Izabella Soares de Aceito

11:14:57 Oliveira

Orçamento Orcamento.pdf 25/09/2017 Izabella Soares de Aceito

11:13:38 Oliveira

TCLE / Termos de Carta_de_solicitacao_de_anuencia_prev

25/09/2017 Izabella Soares de Aceito

Assentimento / ia.pdf 11:13:26 Oliveira Justificativa de Ausência

Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não VITORIA, 12 de Dezembro de 2017

Assinado por:

Maria Helena Monteiro de Barros Miotto

(Coordenador)

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APÊNDICES

APÊNDICE A – CARTA CONVITE AOS COLABORADORES DA PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM CARTA CONVITE AOS COLABORADORES DA PESQUISA

Vitória, ____/____/______. Ao Sr (a). _______________________________

Vimos através desta, encaminhar a Vossa Senhoria, o nosso convite para participar da pesquisa intitulada, "Gerenciamento de leitos no setor de urgência e emergência", que possui como objetivo elaborar fluxos e protocolos para o gerenciamento dos leitos no Setor de Urgência e Emergência e sistematizar o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência. A pesquisa será realizada no setor de urgência e emergência de um hospital universitário de grande porte localizado na região sudeste, dispondo de atendimento 100% SUS e referência para procedimentos de média e alta complexidade. O setor de urgência e emergência foi inserido na rede de urgência e emergência (RUE) e é contratualizado com a Secretaria Estadual de Saúde como referência para abdômen agudo não traumático e infarto agudo do miocárdio (IAM). Enquanto pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo – Mestrado Profissional e enfermeira da unidade de regulação assistencial – gestão de leitos, identifiquei a necessidade de elaborar fluxos e protocolos e sistematizar a implantação de uma ferramenta de gestão de leitos para contribuir com o gerenciamento de leitos já existente. Essa situação, juntamente com a percepção de superlotação do setor de urgência e emergência, me instigou a pesquisar ferramentas que possibilitam melhorar o fluxo, reduzir o tempo de permanência e melhorar a resolutividade dos pacientes nesse setor e consequentemente, a qualidade do atendimento e a administração dos recursos humanos e materiais. Identifiquei o lean thinking, que foi adaptado recentemente para utilização na área da saúde e que utiliza como uma de suas ferramentas o kanban. Diante dessa perspectiva, a temática proposta como dissertação para o mestrado profissional irá propiciar uma contribuição significativa no processo de regulação assistencial, de forma a aprimorar o planejamento das ações desenvolvidas pela unidade e dos processos de trabalho por meio da qualificação do gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência (SUE) e propiciar o direcionamento do paciente ao recurso que ele necessita, reduzir o tempo de permanência no leito de observação, contribuindo com a rotatividade do paciente no leito e, consequentemente, melhorar a assistência dos usuários atendidos pelo serviço e proporcionar a redução dos custos das internações. Nesta pesquisa, a metodologia utilizada será a Pesquisa-Ação, com abordagem qualitativa. THIOLLENT (2011) considera a pesquisa-ação como uma estratégia metodológica da pesquisa social capaz de permitir a interação entre pesquisador e participantes de maneira colaborativa, em que a investigação e a ação ocorrem concomitantemente a fim de transformar a realidade e ampliar o conhecimento do pesquisador e das pessoas envolvidas na pesquisa. A pesquisa-ação apresenta o desenvolvimento em doze fases, que podem se ordenar de forma flexível e em algumas circunstâncias, simultaneamente (THIOLLENT, 2011). A definição da metodologia estava relacionada à necessidade de envolvimento da equipe multiprofissional entre a unidade de regulação assistencial-gestão de leitos e o setor de urgência e emergência para planejamento do gerenciamento dos leitos de observação por meio da ferramenta kanban.

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A pesquisa seguirá os preceitos éticos de pesquisa em seres humanos, respeitando a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde/MS, bem como apenas será aplicada mediante aprovação no Comitê Nacional de Ética e Pesquisa através da Plataforma Brasil. Diante do exposto, e por ser de grande importância a sua participação no estudo, o convidamos a ser sujeito da investigação da pesquisa. Orientadora: Profª Drª Eliane de Fátima Almeida Lima. Prof.ª Dr.ª do Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional – PPGENF/UFES.

Pesquisadora: Izabella Soares de Oliveira Desde já agradecemos a colaboração. Atenciosamente,

________________________________________________ Pesquisadora: Enfª Izabella Soares de Oliveira

Mestranda do PPGENF/UFES.

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APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Estou sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), de uma pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assinarei no final deste documento, que está em duas vias: uma delas será minha e a outra será do pesquisador responsável. Se houver dúvidas, poderei solicitar o esclarecimento prévio. Título da pesquisa Gerenciamento de leitos no Setor de Urgência e Emergência Instituição Proponente da Pesquisa Programa de Pós-Graduação em Enfermagem - PPGENF Universidade Federal do Espírito Santo - UFES Pesquisadores responsáveis Pesquisador(a) principal: Enfª. Izabella Soares de Oliveira (Mestranda) Orientadora: Profª. Drª. Eliane de Fátima Almeida Lima Justificativa O estudo justifica-se pela necessidade de elaborar fluxos e protocolos e sistematizar o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência. Essa situação, juntamente com a percepção de superlotação do setor de urgência e emergência, me instigou a pesquisar ferramentas que possibilitam melhorar o fluxo, reduzir o tempo de permanência e melhorar a resolutividade dos pacientes nesse setor e consequentemente, a qualidade do atendimento e a administração dos recursos humanos e materiais. Objetivo

• Elaborar fluxos e protocolos para o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência;

• Sistematizar o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência. Cenário de estudo e população A pesquisa será realizada em um hospital universitário de grande porte localizado na região sudeste, dispondo de atendimento 100% SUS e referência para procedimentos de média e alta complexidade. A população do estudo será composta pela equipe multiprofissional da unidade de regulação assistencial – gestão de leitos e do setor de urgência e emergência. Procedimentos Serão realizados seis seminários para a discussão e elaboração da pesquisa, sendo o primeiro para a exposição do tema, dois seminários para confecção do protocolo e dois seminários para elaboração do fluxograma. O último seminário será para a apresentação final do protocolo e do fluxograma e validação por consenso pelo grupo. Cada seminário terá, em média, tempo de duração de duas horas. As discussões serão gravadas por meio de gravador de voz, escritas em diário de campo e posteriormente, transcritas para atas de registro. Direito de Recusa Fui esclarecido(a) que minha recusa não trará nenhum prejuízo a instituição e que tenho o direito de interromper livremente a minha participação ou retirar o meu consentimento quando desejar, sem sofrer penalização. Autonomia Estou ciente que minha participação é livre e espontânea.

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Garantia de sigilo de identidade Fui esclarecido(a) que as informações obtidas têm caráter confidencial, sendo resguardada a minha privacidade e anonimato, uma vez que, não haverá identificação dos participantes e os dados serão analisados em conjunto. Beneficência Essa pesquisa proporcionará a qualificação da assistência prestada aos usuários através da alteração da realidade local devido o aprimoramento do processo de trabalho da equipe da URA-GL e do setor de urgência e emergência do hospital universitário, com a finalidade de realizar o gerenciamento dos leitos de observação e aperfeiçoamento da equipe multiprofissional do NIR em interface com o SUE quanto a sistematização de uma ferramenta para a gestão dos recursos na assistência ao paciente. Risco/desconforto Estou ciente que esta pesquisa pode haver como risco o desconforto na exposição das ideias perante o grupo. Os seminários irão ocorrer em ambiente privativo e confortável e o conteúdo das discussões realizadas durante os encontros terá caráter sigiloso, com garantia do anonimato dos dados coletados e o participante não terá a obrigatoriedade de manifestar-se e, mesmo sem expressar as suas ideias e opiniões, terá a garantia de participação até o término do estudo, caso deseje manter o consentimento. Acompanhamento/Assistência O pesquisador estará presente no transcorrer da pesquisa e se compromete a fornecer toda a assistência ao participante durante e após o término do estudo, garantindo a assistência imediata e integral gratuita por danos decorrentes da pesquisa. Ressarcimento Fui esclarecido que esta pesquisa não implica despesa e também que não há compensação financeira relacionada à minha participação. Esclarecimentos de dúvidas Em caso de dúvidas referentes à pesquisa, poderei realizar contato com os responsáveis pela pesquisa:

Pesquisadora responsável: Enfermeira Mestranda IZABELLA SOARES DE OLIVEIRA. Endereço: Avenida Marechal Campos 1468, Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Maruípe, Vitória-ES, Brasil. CEP 29.040-090 – UFES, tel: (27) 99883-2044. Email: [email protected] Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Espírito Santo-UFES. Endereço: Avenida Marechal Campos 1468, Prédio da Administração do Centro de Ciências da Saúde-CCS/UFES, Maruípe, Vitória - ES, Brasil. CEP 29.040-090. Tel: 3335-7211. Email: [email protected]. Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira, de 8 às 17h.

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Consentimento Livre e Esclarecido

Conforme Resolução CNS 466/2012 o TCLE emitido em duas vias, ficando uma na posse do participante e a outra em posse do pesquisador.

Eu, _______________________________________________, RG _________________, estou ciente

das informações acima abordadas e acredito ter sido suficientemente informado (a) a respeito das

informações que li ou que foram lidas para mim. Eu discuti com a pesquisadora IZABELLA SOARES DE

OLIVEIRA sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os

propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de

confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro, também, que minha participação é

isenta de despesa. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu

consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo de

qualquer natureza.

Vitória, ___/____/ _____.

____________________________________________ Participante da Pesquisa

_____________________________________________________

Enfª.Izabella Soares de Oliveira - Mestranda Profissional em Enfermagem

______________________________________________ Profª. Drª. Eliane de Fátima Almeida Lima – Orientadora

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APÊNDICE C – CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES

CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade: __________ anos

3. Titulação máxima: ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( )Graduação

( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado

( ) Pós-Doutorado

4. Tempo de graduação (anos completos): _________ anos

5. Profissão/Função exercida: _________________________________________

6. Tempo de prática na área: __________________________________________

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APÊNDICE D – CRONOGRAMA DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA

CRONOGRAMA PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

N Encontros Objetivos Atividades a serem realizadas

Produto a ser desenvolvido

1 1º encontro 1º grupo Duração: 00h35min Data: 11/05/2018 2º grupo Duração: 00h14min Data: 17/05/2018

- Sensibilizar os envolvidos quanto a participação da pesquisa, demonstrando a importância;

- Apresentação inicial; - Entrega da carta convite; - Explanação dos pontos relevantes da pesquisa; - Assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido; - Assinatura do questionário de caracterização dos participantes; - Entrega do cronograma da pesquisa.

- Formação do grupo para realização dos seminários para construir os protocolos, fluxogramas e conteúdo do software propostos.

2 2º encontro Duração: 1h20min Data: 21/05/2018

- Elaborar protocolo para o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência; - Sistematizar o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência.

- Elaboração do protocolo de implantação do kanban.

- Protocolo de implantação do kanban.

3 3º encontro Duração: 1h20min Data: 23/05/2018

- Elaborar protocolo para o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência; - Sistematizar o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência.

- Elaboração do protocolo de implementação do kanban.

- Protocolo de implementação do kanban.

4 4º encontro Duração: 1h02min Data: 29/05/2018

- Elaborar conteúdo do software para o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência; - Sistematizar o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência.

- Elaboração do conteúdo do software do kanban.

- Elaboração do conteúdo do software do kanban.

5 5º encontro Duração: 1h09min Data: 04/06/2018

- Elaborar fluxograma para o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência.

- Conclusão do fluxograma de implantação e do fluxograma de implementação do kanban.

- Fluxograma de implantação do kanban; - Fluxograma de implementação do kanban.

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6 6º encontro Duração: 1h53min Data: 03/05/2019

- Validar o protocolo, fluxograma e o software para o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência; - Sistematizar o gerenciamento dos leitos no setor de urgência e emergência.

- Apresentação final dos produtos desenvolvidos: - Protocolo de implantação e implementação do kanban; - Fluxograma de implantação e implementação do kanban. - Software do kanban; - Validação por consenso pelo grupo.

- Protocolo de implantação do kanban;

- Protocolo de

implementação do kanban; - Fluxograma de implantação do kanban; - Fluxograma de implementação do kanban; - Software kanban.

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APÊNDICE E – QUADRO SÍNTESE DAS UNIDADES DE REGISTRO E UNIDADES DE SIGNIFICAÇÃO NA ANÁLISE DE

CONTEÚDO

Código do tema

Temas/unidades de significação Número de unidades de registro (UR)

Total UR

Seminário Corpus

1

Seminário Corpus

2

Seminário Corpus

3

Seminário Corpus

4

Seminário Corpus 5

1 “(...) Tem a dificuldade, mas eu acho que se esse grupo vir participar, será (...) o caminho para conseguir aplicar” (P1).

5

-

-

-

-

5

2 “(...)benefícios para o “hospital”, para o paciente, melhorar o acesso, (...), melhorar o acolhimento, melhorar a resolutividade” (P2).

2

8

1

-

-

11

3 “A gente não pode implementar uma coisa no nosso serviço para facilitá-lo. É para mostrar que (...) tem que melhorar” (P6).

-

18

-

-

-

18

4 “Acho que vale a pena falar dos riscos à segurança do paciente ficar no pronto-socorro (P.S) (...).” (P7)

2 5 - - - 7

5 “Os protocolos e fluxogramas (...) vão promover diretrizes para nortear a implantação da ferramenta gerencial kanban no setor de urgência e emergência” (PE)

-

-

85

-

90

175

6 “Uma média, (...) a gente sabe que no SUS não tem como internar tão rápido assim. Colocar de 24 horas até 72 horas o amarelo?” (P8).

19

31

6

19

-

75

7 “Recursos humanos envolvendo a equipe da regulação assistencial-gestão de leitos, setor de urgência e emergência, gestor do hospital e um nível, um auxiliar administrativo para alimentar o sistema.” “(...) é uma ferramenta (...) que vai

-

16

14

-

18

48

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depender de tecnologia da informação, acho que envolve também a SGPTI.” (P8)

8 “(...) instrumentalizar com recursos tecnológicos o serviço de urgência, aí entre parênteses (...) painel do kanban (...).” (P8)

-

17

6

104

-

127

TOTAL DE UR 466

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APÊNDICE F – QUADRO SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO DE CATEGORIAS NA ANÁLISE DE CONTEÚDO

Temas / unidades de significação Número de

Unidades de Registro (UR)

/ Tema

%UR / Tema (%)

Categorias Número de UR /

Categoria

% UR / Categoria

(%)

“(...) Tem a dificuldade, mas eu acho que se esse grupo vir participar, será (...) o caminho para conseguir aplicar” (P1).

5

1,07

A pesquisa-ação como estratégia para definição de uma ferramenta

gerencial para o setor de urgência e emergência

5

1,07

“(...)benefícios para o “hospital”, para o paciente, melhorar o acesso, (...), melhorar o acolhimento, melhorar a resolutividade” (P2).

11

2,36

Benefícios e desafios para a implantação do kanban

36

7,73 “A gente não pode implementar uma coisa no nosso serviço para facilitá-lo. É para mostrar que (...) tem que melhorar” (P6).

18

3,86

“Acho que vale a pena falar dos riscos à segurança do paciente ficar no pronto-socorro (P.S) (...).” (P7)

7 1,50

“Os protocolos e fluxogramas (...) vão promover diretrizes para nortear a implantação da ferramenta gerencial kanban no setor de urgência e emergência” (PE)

175

37,55

Elaboração dos protocolos e fluxogramas para implantação e implementação da ferramenta

kanban

298

63,95 “Uma média, (...) a gente sabe que no SUS não tem como internar tão rápido assim. Colocar de 24 horas até 72 horas o amarelo?” (P8).

75

16,09

“Recursos humanos envolvendo a equipe da regulação assistencial-gestão de leitos, setor de urgência e emergência, gestor do hospital e um nível, um auxiliar administrativo para alimentar o sistema.” “(...) é uma ferramenta (...) que vai

48

10,30

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depender de tecnologia da informação, acho que envolve também a SGPTI.” (P8)

“(...) instrumentalizar com recursos tecnológicos o serviço de urgência, aí entre parênteses (...) painel do kanban (...).” (P8)

127

27,25

Elaboração e mapeamento do software para gerenciamento da

ferramenta kanban

127

27,25

TOTAL DE UR POR TEMA 466 100% TOTAL DE UR POR CATEGORIA 466 100%