universidade federal do parÁ curso de ......projeto de intervenção tem como objetivoa...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
ROLANDO YASEL PACHECO MENENDEZ
PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA DIMINUIR OS FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESCONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA VILLA ARATAUDO MUNICIPIO PACAJA-PARA.
PACAJÁ- PARA
2018
ROLANDO YASEL PACHECO MENENDEZ
PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA DISMINUIR OS FATORES QUE INFLUENCIAM O DESCONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA VILLA ARATAUDOMUNICIPIO PACAJA-PA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do Pará, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientador: Professor Lagerson Mauad Freitas.
PACAJÁ /PARA
2018
ROLANDO YASEL PACHECO MENENDEZ
PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA DISMINUIR OS FATORES QUE INFLUENCIAM O DESCONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA VILLA ARATAUDOMUNICIPIO PACAJA-PA.
Banca examinadora Professor Lagerson Mauad Freitas. Professora:Naíza Nayla Bandeira de Sá.
Aprovado em, Belém em 15 de Dezembro de 2018.
DEDICATÓRIA: A minha família, e para a comunidade de Arataú.
AGRADECIMENTOS
Toda obra humana conta sempre com vários colaboradores, amigos e apoio
espiritual que a tornam possível.
Ao professor orientador LagersonMauad Freitas por seu apoio no enriquecimento
deste trabalho.
A todas aquelas pessoas que fizeram possível o trabalho.
RESUMO
A ESF Arataú localizada na zona rural do município Pacajá, Estado Pará, com uma
população estimada de 1500 habitantes, deles 191 pacientes são hipertensos. Este
projeto de intervenção tem como objetivo a construção de um plano de ação para
modificar os fatores que influenciam a não controle da Hipertensão Arterial Sistêmica
e prevenção de casos novos por estilos de vida inadequados. Tendo como
objetivos:reduzir incidência de obesidade na comunidade, reduzir incidência das
dislipidemias, diminuir incidência do sedentarismo, mudar estilos de vida
inadequados na população sendo o consumo de álcool na população, diminuir o
estres excessivo da população e diminuir o habito de fumar, mudar dietas com
excesso de sal e aumentar o nível de conhecimento da população sobre
Hipertensão. Na metodologia foi realizado um levantamento dos pacientes
hipertensos, uma revisão da literatura,para identificação de fatores de riscos
modificáveis e formulação do plano de ação; discussões com os pacientes nos
grupos de hiperdia e com o equipe de saúde. Na elaboração do plano de ação foi
adotada a seguinte dinâmica: Descrição da etapa a ser desenvolvida, seguindo o
referencial teórico discutido na disciplina Planejamento e avaliação das ações em
saúde, do curso de Especialização de Atenção Básica de Saúde da Família, da
Universidade Federativa Pará, e especificidades da proposta de intervenção
relacionada a etapa descrita. O plano de ação elaborado contem: Identificação dos
Nós críticos, desenho de operações para os Nós críticos do problema, identificação
de recursos críticos, analise de viabilidade do plano operativo. O plano de ação e
uma ferramenta educativa que visa facilitar a intervenção do problema identificado.
Concorrente a implantação do plano, deverão ser corrigidas falhas que serão
percebidas durante sua execução.
Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família. Atenção Primária à Saúde. Hipertensão.
ABSTRACT
The ESF Arataú located in the rural area of the city Pacajá, Pará, with an estimated
population of 1500 in habitants; of them 191 patients are hypertensive. This project
aimed to build an action plan to raise the level of adherence to treatment and better
control of systemic hypertension in the universe of the hypertensive population. The
objectives are the reduction of obesity, dyslipidemias, sedentary style, consumption
of alcohol, to reduce the excessive stress, decrease the smoking habit, change diets
with excess salt, increase the population´s level of knowledge about hypertension.
The methodology was accomplished with achieve survey of patients with systemic
hypertension, a literature review, and identification of modifiable risk factors, which
followed the formulation of the action plan, discussions with patients in groups
HIPERDIA and the health team. In preparing the action plan, the fallowing dynamics
were adopted: Description of the stage to be developed, fallowing the theatrical
framework discussed in the discipline Planning and evaluation of health actions, of
the Specialization Course on Basic Health Care of the Familyfrom
UniversityFederative Pará, and specifics of the intervention proposal related to the
described stage. The elaborated plan contains Identification of critical nodes,
operation design for the critical nodes of the problem, identification of critical
resources, and feasibility analysis of the operational plan. The action plan is an
educational tool that aims to facilitate the intervention of the identified problem.
Concurrent the implementation of the plan, it will have to correct faults that will be
perceived during its execution.
Key Words: Systemic Arterial Hypertension. Adhesion and treatments. Primary
Health Attention.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABS Atenção Básica à Saúde
APS Atenção Primária à Saúde
DM Diabetes Melito (Diabetes Mellitus)
ESF Estratégia Saúde da Família
ESF Equipe de Saúde da Família
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MS Ministério da Saúde
PSF Programa Saúde da Família
UBS
HTA
DCNT
SIAB
PES
HAS
ACS
SUS
ONU
Unidade Básica de Saúde
Hipertensão arterial
Doenças crônicas não transmissíveis
Sistema de informação de atenção básica
Planejamento estratégico situacional
Hipertensão arterial sistólica
Agente comunitário de saúde
Sistema Único de Saúde
Organização Nações Unidas
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1- Classificação de prioridade para os problemas identificados no
diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde de Arataú, município
Pacajá, estado Pará.
Quadro 2 – Operações sobre o sobrepeso-obesidade relacionado ao problema
de hipertensão arterial na população, sob responsabilidade da Equipe de
Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado Pará.
Quadro 3 – Operações sobre dislipidemias relacionado ao problema de
hipertensão arterial na população, sob responsabilidade da Equipe de Saúde
da Família Arataú, do município Pacajá, estado Pará.
Quadro 4 – Operações sobre sedentarismo relacionado ao problema de
hipertensão arterial na população, sob responsabilidade da Equipe de Saúde
da Família Arataú, do município Pacajá, estado Pará.
Quadro 5 – Operações sobre estilos de vida inadequados relacionado ao
problema de hipertensão arterial na população, sob responsabilidade da
Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado Pará.
Quadro 6 – Operações sobre dieta hipersôdica relacionado ao problema de
hipertensão arterial na população, sob responsabilidade da Equipe de Saúde
da Família Arataú, do município Pacajá, estado Pará.
Quadro 7 – Operações sobre consumo frequente-excessivo de bebidas
alcoólicas relacionado ao problema de hipertensão arterial na população, sob
responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá,
estado Pará.
Quadro 8 – Operações sobre estres excessivo e personalidade tipo A
relacionado ao problema de hipertensão arterial na população, sob
responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá,
estado Pará.
Quadro 9 – Operações sobre habito de fumar (tabaquismo) relacionado ao
problema de hipertensão arterial na população, sob responsabilidade da
Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado Pará.
Quadro 10 – Operações sobre baixo nível de escolaridade-baixo nível de
informação de saúde relacionado ao problema de hipertensão arterial na
população, sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do
município Pacajá, estado Pará.
12
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 14
1.1 Aspectos gerais do município ........................................................... 14
1.2 Aspectos da comunidade .................................................................. 15
1.3 O sistema municipal de saúde........................................................... 15
1.4 A Unidade Básica de Saúde Arataú.................................................... 16
1.5 A Equipe de Saúde da Família Arataú, da Unidade Básica de Saúde
Arataú.
16
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Arataú................. 17
1.7 O dia a dia da equipe Arataú.............................................................. 17
1.8Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade
(primeiro passo)
17
1.9Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de
intervenção (segundo passo)
18
2 JUSTIFICATIVA .............................................................................. 21
3 OBJETIVOS..................................................................................... 22
3.1Objetivo geral ............................................................................... 22
3.2 Objetivos específicos ................................................................... 22
4 METODOLOGIA .............................................................................. 23
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 24
5.1 Estratégia Saúde da Família......................................................... 24
5.2 Atenção Primária à Saúde............................................................ 31
5.3 Hipertensão................................................................................... 44
5.4 Educação em saúde..................................................................... 50
6 PLANO DE INTERVENÇÃO ............................................................ 55
6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo) ................... 55
6.2 Explicação do problema (quarto passo) ........................................ 55
6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo) ........................................ 55
6.4Desenho das operações (sexto passo) .......................................... 56
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 66
APÊNDICE A
13
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho de conclusão de curso vem abordar o tema de hipertensão
arterial, problema de saúde com maior incidência e prevalência na Villa Arataú.Este
projeto de intervenção tem como objetivoa construção de um plano de ação para
modificar os fatores que influenciam a não controle da Hipertensão Arterial Sistêmica
e prevenção de casos novos por estilos de vida inadequados.
Foi realizado um levantamento dos pacientes hipertensos, uma revisão da
literatura,para identificação de fatores de riscos modificáveis e formulação do plano
de ação; discussões com os pacientes nos grupos de hiperdia e com o equipe de
saúde.
Na elaboração do plano de ação foi adotada a seguinte dinâmica: Descrição da
etapa a ser desenvolvida, seguindo o referencial teórico discutido na disciplina
Planejamento e avaliação das ações em saúde, do curso de Especialização de
Atenção Básica de Saúde da Família, da Universidade Federativa Pará e
especificidades da proposta de intervenção relacionada a etapa descrita. O plano de
ação elaborado contem: Identificação dos Nós críticos, desenho de operações para
os Nós críticos do problema, identificação de recursos críticos, analise de viabilidade
do plano operativo. O plano de ação e uma ferramenta educativa que visa facilitar a
intervenção do problema identificado. Concorrente a implantação do plano, deverão
ser corrigidas falhas que serão percebidas durante sua execução.
1.1 Aspectos gerais do município Pacajá
Pacajá é um município brasileiro do estado do Pará, pertencente
à Mesorregião do Sudoeste Paraense. Localiza-se no norte brasileiro, a
uma latitude 03º50'16" sul e a uma longitude 50º38'15" oeste, estando a uma altitude
aproximada de 105 metros. A ocupação do território de Pacajá está intimamente
ligada a construção da Rodovia Transamazônica na década de 1970. Às margens
do rio Pacajá foi montado um canteiro de obras para dar suporte aos operários
construtores da rodovia. Possui clima tropical quente e úmido, e sua temperatura
varia entre a mínima de 21 °C e a máxima de 30 °C. A cobertura vegetal das terras é
do tipo densa. Pacajá está localizada em uma república federativa presidencialista. A
forma de Estado foi inspirada no modelo estadunidense, no entanto, o sistema legal
brasileiro segue a tradição romano-germânica do direito positivo. A administração
14
municipal se dá pelo poder executivo e pelo poder legislativo. O primeiro
representante do poder executivo e prefeito do município foi Maria Zuleide dos
Santos Gonçalves. O município de Pacajá apresenta um rebanho bovino expressivo
no estado, contando com mais de 400 mil rezes.(Prefeitura municipal de Pacaja.
Disponível em: http://pacaja.pa.gov.br/)
1.2 Aspectos da comunidade
Villa de Arataú, e uma comunidade de cerca de 1500 habitantes, localizada
na periferia de Pacajá 22 km de distância, perto da Avenida Transamazônica km
266, que se formou perto da década de 1980. Maioria da população vive do trabalho
da terra e trabalhos manuais, com um número grande de desempregados. Estrutura
de saneamento básico e regular, essencialmente a coleta de lixo nas diferentes
áreas da Villa. Maiorias das moradias tem uma estrutura regular. Maioria da
população tem nível educacional básico. O analfabetismo e frequente em pacientes
de mais de 46 anos, e maioria das crianças estudam, pero abandonam os estudos
cedo para trabalhar com sua família ou fora da área. A Villa tem 2 escolas de ensino
infantil-básico e 1 Centro Recreativo de Assistência Social, onde programasse
atividades recreativas-cultural. A população e maiormente católica, a Villa tem 2
Igrejas católicas. Tem 1 farmácia particular, e 1 UBS com uma farmácia com
fármacos básicos para atendimento. O comércio e pequeno dos produtos básicos.
1.3 O sistema municipal de saúde
Em atenção primaria conta com 7 UBS com recursos humanos e materiais
suficientes para atendimento, e pessoal de assistência social, nutricionista. Um
centro de assistência social, com serviços de Psicologia e Psiquiatria. Serviços de
ótica e optometria, odontologia, reabilitação (Serviços de ótica e reabilitação
particular). Atenção especializada uma unidade hospitalar com atendimentos de
Ginecologia e Obstetrícia e atendimentos de urgência e emergência. Temos
dificuldade com outras especialidades medicas, onde os paciente devem ser
encaminhados para outros municípios em consultas agendadas, ou
encaminhamento de urgência. Transporte assegurados por SAMU, mais um carro
nas Villas para casos de urgência medica. Para apoio diagnóstico exames gratuitos
para população pelo Sus de Hemograma, uroanálise, Coprológio, ßHCG (hormônio
gonadotrofina coriônica humana), glicemia, colesterol total, triglicérides, ureia,
15
creatinina, ácido úrico, bilirrubina direta, indireta e total, urocultura, fluxograma,
pesquisa plasmodium, pesquisa Leshmania, pesquisa BARR (Bacilo ácido álcool
resistente), toxoplasmose, VDRL, anti HIV( Vírus imunodeficiência humana), HBsAG,
test para Dengue. TGO (Transaminase glutamil oxalacética), TGP (transaminase
glutamil pirúvica), ABO-Rh, ultrassom abdominal total, de mamas, tireoides,
testicular, obstétrico-ginecológico e de próstata. Na assistência farmacêutica cada
posto tem uma farmácia com os fármacos essenciais para oferecer. O município tem
outras farmácias para oferecer gratuitamente fármacos controlados e para doenças
crônicas. O equipe de vigilância em saúde faz uma atualização cada semana das
doenças transmissíveis para seu controle. Temos 7 pontos de atenção básica que
ficam em Mosa Bonita, Arataú, Bom Jardim, Nazareth e 3 no centro de Pacajá. Um
ponto de atendimento Hospitalar no centro de Pacajá, onde faz o atendimento
permanente e com apoio do Hospital para casos de urgência, emergência, ou que
precisarem de exames ou avaliação ginecológica ou Obstétrica. Outros tipos de
avaliações medicas especializadas são agendadas para outros municípios.
Recebem apoio sempre adequado por outros municípios por meio de um adequado
planejamento e agendamento de consulta.
1.4 A Unidade Básica de Saúde Arataú.
A UBS Arataú foi inaugurada 17 setembro 2014, em Avenida Transamazônica
km 266, com uma estrutura forte, e tamanho meio, consta da sala de recepção
grande, sala de enfermagem, sala medica, sala de vacinas, sala de curativos, sala
de microscopia para diagnostico de Paludismo, cozinha pequena, sala reunião, um
banheiro. Contem espaço suficiente para o os pacientes e para fazer um adequado
atendimento. Usamos a sala de reunia para as reuniões do equipe de trabalho ou
para palestras para população.
1.5 A Equipe de Saúde da Família Arataú, da Unidade Básica de Saúde Arataú.
A equipe está composto por um motorista (Rivelino Silva) uma auxiliar de
limpeza (Rosa Alves) dois ACS (Reis Cabral e Terezinha dos Santos), uma
recepcionista (Rosa Marques) dois técnicos de enfermagem (Vanuza Concepção e
Genilde Araújo), um licenciado de enfermagem (Joao Ferreira), um microscopista
(Genilson Damasceno) e um médico especialista em medicina geral (Rolando
16
Pacheco). A comunidade está dividida em 2 micro áreas, com 150 famílias em cada
micro área, para um total de 300 famílias. A maioria das famílias são grandes.
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Arataú
A equipe de Saúde tem um funcionamento muito bom, com adequada
comunicação entre os membros do equipe e com a comunidade. A comunidade tem
uma boa aceitação do equipe.
1.7 O dia a dia da equipe Arataú
Atendimento de segunda até sexta de manhã de 7:30 am até 11:30 am (e
muito variável, maioria das vezes o atendimento e muito maior e toma até 12:00 pm
ou 12:30 pm), na tarde de 14:00 hr até 17:30 pm. Muitos pacientes faz um viagem
longo dos vicinais, sempre fazemos atendimento sim deixar de atender pessoas por
horários. O equipe faz um planejamentos de consultas agendadas, pero sempre
fazendo atendimento da demanda espontânea onde a maioria são de vicinais. O
resto do trabalho em visitas domiciliar agendadas, palestras ou intervenções de
saúde em equipe. A UBS tem uma estrutura muito boa. Não temos problemas de
funcionamento interno, coisa que e muito importante para conseguir os objetivos de
trabalho, que e o trabalho em equipe.
1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade (primeiro
passo)
Foi usada o método de estimativa rápida, fazendo uma avalição ativa da área,
usando entrevistas semiestruturadas na comunidade, registros de pacientes como
método eficaz, rápido, com coleta adequada informações e baixo custo, onde forem
identificados como principais problemas na área: risco de acidentes de transito, risco
de transição de doenças de transição sexual, sedentarismo, habito de fumar,
consumo frequente de bebidas alcoólicas, com aumento do risco de acidentes de
transito e violência família, risco pre-concepcional, alta incidência de hipertensão
arterial, alta incidência de Obesidade, alta incidência de Diabetes mellitus, alta
incidência de doença diarreica aguda e parasitismo intestinal, baixo nível de
escolaridade da população, coleta de lixo fora das áreas estabelecidas, alta
incidência de infeções da pele.
17
1.9 Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de intervenção
(segundo passo)
Após identificação dos problemas antes descritos, o equipe de saúde em
conjunto com comunidade, fiz uma priorização de problemas usando como critérios
para priorização de problemas: importância, urgência, capacidade de enfrentá-los.
Critério importância: atribuindo valor como alto, meio ou baixo.
Urgência: Forem distribuídos pontos conforme sua urgência estimada de 1 até
10 pontos como valor máxima.
Capacidade de enfrentamento: Definindo si a solução do problema está
dentro, fora ou parcialmente dentro da capacidade de enfrentamento da
equipe.
Quadro 1. Classificação de prioridade para os problemas identificados no
diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde Arataú, município
de Pacajá, estado de Pará. Principais
problemas-
prioridade:
Importância: Urgência*: Capacidade
de
enfrentamento
:
1.Alta
incidência
de
hipertensã
o arterial
Alta 10 Dentro
2.Alta
incidência
de
Diabetes
mellitus
Alta 10 Dentro
3.Alta
incidência
de
Obesidade
Alta 10 Dentro
4.Alta
incidência
de
dislipidemi
as
Alta 10 Dentro
5.Alta
incidência
Meio 9 Dentro
18
de doença
diarreica
aguda e
parasitism
o intestinal
6.Risco de
transição
de
doenças
de
transição
sexual
Alta 9 Dentro
7.Risco
pre-
concepcion
al
Alta 8 Dentro
8.Consum
o frequente
de bebidas
alcoólicas,
com
aumento
do risco de
acidentes
de transito
e violência
família
Meio 7 Dentro
9.Alta
incidência
de
acidentes
de transito
Meio 6 Dentro
10.Sedent
arismo
Alto 9 Dentro
11.Habito
de fumar
Alto 8 Dentro
12.Alta
incidência
de
infeções
da pele
Meio 6 Dentro
13.Coleta
de lixo fora
das áreas
Meio 5 Dentro
19
estabelecid
as
14.Baixo
nível de
escolarida
de da
população
Meio 4 Parcial
*Total máxima de pontos por urgência 10*
Na Villa Arataú o problema: Alta incidência de Hipertensão arterial foi selecionado
como prioridade 1.
20
1 JUSTIFICATIVA As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a principal causa de
morbimortalidade, correspondendo a 63% das causas de morte no mundo. Dentre
elas, as doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, infarto, acidente vascular
encefálico) destacam-se pela alta magnitude, respondendo por cerca de um terço
das mortes globais (World Health Organization 2014).
Hipertensão arterial é na comunidade de Arataú uma doença com grão prevalência,
tendência incrementar casos cada ano. É o principal problema de saúde identificado,
maioritariamente por estilos de vida inadequados, sedentarismo, obesidade,
dislipidemias, habito de fumar, consumo frequente de bebidas alcóolicas, que podem
ser modificados para prevenção de complicações graves.
Neste trabalho irá trabalhar na intervenção através de meios de prevenção
educativas na comunidade utilizando um plano de ação que foi construído através
do planejamento estratégico situacional. A seguir será descrito o desenvolvimento do
referido planejamento.
21
3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral:
Elaborar um projeto de intervenção para diminuir os fatores que influenciam o
descontrole da hipertensão arterial na Estratégia de Saúde da Família na Villa
Arataú do município de Pacajá-PA.
3.2 Objetivos específicos:
Reduzir incidência de obesidade na comunidade.
Reduzir incidência das dislipidemias.
Diminuir incidência do sedentarismo.
Mudar estilos de vida inadequados na população sendo o consumo de álcool
na população, diminuir o estres excessivo da população e diminuir o habito de
fumar.
Mudar dietas com excesso de sal.
Aumentar o nível de conhecimento da população sobre Hipertensão.
22
4 METODOLOGIA
Para a construção desse projeto de pesquisa, utilizou-se das seguintes
metodologias de estudo: textos fornecidos pela plataforma Phila, participação no
encontro presencial proporcionado pelo curso de especialização em ESF (estratégia
de saúde da família).
Para a identificação dos problemas da ESF Arataú usamos o método de
estimativa rápida, foi utilizado; realização de reuniões programadas e de diálogos
informais com diferentes profissionais da equipe multidisciplinar da ESF Arataú.
Observação dos casos de descontrole de Hipertensão Arterial Sistêmica durante as
consultas médicas.
Realização de entrevistas semi estruturadas com os pacientes hipertensos,
discussão junto à equipe sobre a elaboração do projeto de intervenção. Leitura do
caderno de Atenção Básica N°5: Hipertensão Arterial Sistêmica. Busca de
informação no site do IBGE. Consultas ao banco de dados do SIAB – Sistema de
Informação da Atenção Básica do município de Pacajá. Orientação tutorial, além
disso, para a continuidade da pesquisa pretende-se utilizar dos seguintes
instrumentais: Para o desenvolvimento do Plano de Intervenção foi utilizado o
Método do Planejamento Estratégico Situacional - PES conforme os textos da seção
1 do módulo de iniciação científica e seção 2 do módulo de Planejamento e uma
revisão narrativa da literatura sobre o tema. Descritores: Hipertensão arterial,
planejamento em saúde, atenção primária à saúde. Leitura de artigos e revistas
oficiaisScielo, BIREME e outros, sobre a HAS, realização de estudo do descritor em
Ciência da Saúde: Hipertensão Arterial. Consulta ao banco de dados do SIAB,
pesquisa na internet, orientação tutorial, análise e sistematização dos dados.
23
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
5.1 Estratégia de Saúde da família:
A Estratégia Saúde da Família começou a ser implantada em 1991, com a
criação do Programa Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Em 1994 foram
formadas as primeiras equipes do Programa Saúde da Família (PSF), hoje
responsável pela cobertura de aproximadamente 50% da população brasileira. A
estratégia busca melhorar a saúde e a qualidade de vida dos cidadãos, priorizando
ações de prevenção e promoção da saúde de forma integral e contínua. Não se trata
de “saúde pobre para os pobres”, mas de um modelo que busca ter resolutividade e
que consiga influenciar positivamente os outros níveis de atenção.
Porém, esse modelo que vem avançando ano a ano, também agrega alguns
desafios. Para ser resolutiva e de qualidade, a APS precisa enfrentar a crise de
modelo decorrente da fragmentação do sistema;a sua desvalorização política e
social; as dificuldades da formação profissional; assim como do processo de trabalho
das equipes do PSF; e o financiamento insuficiente.
Atualmente, cerca de R$ 8 bilhões dos recursos federais da saúde são
destinados para a Atenção Primária à Saúde, nota-se a necessidade de incremento
destes recursos, já que a estratégia ampliou o acesso e os serviços e melhorou os
indicadores de saúde onde o financiamento talvez seja o mais delicado desafio da
APS.
A definição de APS formulada pela Organização Mundial da Saúde diz que:
“A atenção essencial à saúde, baseada em métodos práticos, cientificamente
evidentes e socialmente aceitos e em tecnologias tornadas acessíveis a indivíduos e
famílias na comunidade por meios aceitáveis e a um custo que as comunidades e os
países possam suportar, independentemente de seu estágio de desenvolvimento,
num espírito de auto-confiança e auto-determinação. Constitui o primeiro contato de
indivíduos, famílias e comunidades com o sistema nacional de saúde, trazendo os
serviços de saúde o mais próximo possível aos lugares de vida e trabalho das
pessoas e constitui o primeiroelemento de um processo contínuo de atenção”
(Atenção primaria de Saúde; Jornal do conselho nacional de Secretários de saúde
ISSN 1413-1579.agosto 2010)
Estratégia de saúde da família.
24
São item necessários Existência de equipe multiprofissional composta por, no
mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de
família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família,
auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS), podendo
acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os
profissionais de saúde bucal: cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde
da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.
O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população
cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de
Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por
equipe. Cada ESF deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a
média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para esta
definição. Cadastramento de cada profissional de saúde em apenas 01 (uma) ESF,
exceção feita somente ao profissional médico que poderá atuar em no máximo 02
(duas) ESF e com carga horária total de 40 (quarenta) horas semanais. Carga
horária de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde (dedicação
mínima de 32 horas da carga horária para atividades na equipe e podendo dedicar
até 08 horas do total da carga horária para prestação de serviços na rede de
urgência do município ou para atividades de especialização, residência
multiprofissional, bem como atividades de educação permanente e apoio matricial).
Porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado, constituído
por um território definido, com uma população delimitada, sob a responsabilidade da
equipe. Visa intervir sobre os “fatores de risco” aos quais as comunidades estão
expostas, por meio da assistência integral, permanente e de qualidade e da
realização de atividades de educação e promoção da saúde.
Deve estabelecer vínculo de compromisso e decorresponsabilidade com a
população, estimulando a organização da comunidade para exercer o controle social
das ações e serviços de saúde. Atua de forma intersetorial, por meio de parecerias
estabelecidas com diferentes segmentos sociais e institucionais, de modo a ampliar
o potencial de intervenção em situações que transcendem os limites do setor saúde.
Como parte da estratégia de saúde cada equipe deve conhecer as características do
território, fazer diagnóstico, programação e implementação de atividades para a
solução dos problemas mais frequentes. Manter os cuidados individual e familiar.
25
Trabalho interdisciplinar e em equipe com profissionais de diferentes formações.
Promoção de ações intersetoriais.
Acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas, visando
a readequação do processo de trabalho. O enfermeiro deve Realizar atenção a
saúde aos indivíduos, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários, em todas
as fases do desenvolvimento humano. Realizar consulta de enfermagem,
procedimentos, atividades em grupo e conforme protocolos. Realizar atividades
programadas e de atenção à demanda espontânea. Planejar, gerenciar e avaliar as
ações desenvolvidas pelos ACS emconjunto com os outros membros da equipe.
Contribuir, participar, e realizar atividades de educação permanente da equipe de
enfermagem e outros membros da equipe. Participar do gerenciamento dos insumos
necessários para o adequado funcionamento da unidade.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de vida
da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como
falta de atividade física, má alimentação e o uso de tabaco. Com atenção integral,
equânime e contínua, a ESF se fortalece como uma porta de entrada do Sistema
Único de Saúde (SUS). Busca uma estratégia de adesão, entenda os fundamentos
da Atenção Básica para ampliar os resultados na saúde e melhorar relação custo-
efetividade do atendimento. Busca integração de núcleos de apoio a saúde da
família; NASFs e entenda como se dá a parceria com as equipes multiprofissionais
que atuam na Estratégia Saúde da Família. Atuação local juntos com agentes
comunitários da saúde, veja como os ACS atuam no acolhimento dos pacientes e
reduzem a distância entre comunidades e as equipes de saúde. (Ministério da
Saúde do Brasil/2018).
A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção básica
no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo
Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de
expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma
reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os
princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e
impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma
importante relação custo-efetividade. Um ponto importante é o estabelecimento de
26
uma equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família – eSF) composta por, no
mínimo: (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de
Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da
Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de
saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde
Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar
e/ou técnico em Saúde Bucal. É prevista, ainda, a implantação da Estratégia de
Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma
possibilidade para a reorganização inicial da atenção básica com vistas à
implantação gradual da ESF ou como uma forma de agregar os agentes
comunitários a outras maneiras de organização da atenção básica. Cada equipe de
Saúde da Família (eSF) deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas,
sendo a média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade
para essa definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe considere
o grau de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o
grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe.
As equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e as Unidades Básicas de Saúde
Fluviais estão direcionadas para o atendimento da população ribeirinha da Amazônia
Legal e Pantanal Sul-Mato-Grossense, respectivamente. Considerando as
especificidades locais, os municípios podem optar entre dois arranjos
organizacionais para equipes de Saúde da Família, além dos existentes para o
restante do País:
I. Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): desempenham a maior parte de
suas funções em Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas/localizadas nas
comunidades pertencentes a regiões à beira de rios e lagos cujo acesso se dá por
meio fluvial. II Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): desempenham suas
funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais.
Para que toda essa estrutura possa funcionar, dando respostas adequadas às
necessidades dos usuários, de forma coordenada, é necessário estabelecer
estratégias que permitam criar múltiplas respostas para o enfrentamento da
produção saúde-doença. A Rede de Atenção à Saúde (RAS) é o arranjo organizativo
formado pelo conjunto de serviços e equipamentos de saúde, num determinado
território geográfico, responsável não apenas pela oferta de serviços, mas
27
ocupando-se também de como estes estão se relacionando, assegurando dessa
forma que a ampliação da cobertura em saúde seja acompanhada de uma
ampliação da comunicação entre os serviços, a fim de garantir a integralidade da
atenção (BRASIL, 2009b; 2011). Os fluxos de atendimento das demandas de saúde
nos diversos níveis de atenção devem ser definidos na RAS, com o intuito de obter a
integralidade do cuidado.
E atribuído ao professional da equipe de saúde participar do processo de
territorialização, identificando situações de risco e vulnerabilidade, realizando busca
ativa e notificando doenças e agravos de notificação compulsória; cadastrar famílias
e indivíduos, garantindo a qualidade dos dados coletados e a fidedignidade do
diagnóstico de saúde do grupo populacional da área adstrita de maneira
interdisciplinar, com reuniões sistemáticas, organizadas de forma compartilhada,
para planejamento e avaliação das ações. Associadas a estas, outras ações devem
ser desenvolvidas, a fim de promover atenção integral, contínua e organizada da
população adstrita.
O acolhimento dos usuários deve garantir escuta qualificada e
encaminhamentos resolutivos para que o vínculo, uma das peças-chave da ESF,
ocorra de forma efetiva. Importante lembrar que a atenção ao usuário deve ser
realizada não apenas no âmbito da Unidade de Saúde, mas em domicílio, em locais
do território, quando as visitas se tornarem essenciais para o andamento do cuidado.
A par das atividades comuns a todos os profissionais envolvidos na ESF, cada um
deles tem função específica. Ao enfermeiro cabe atender a saúde dos indivíduos e
famílias cadastradas, realizando consulta de enfermagem, procedimentos, atividades
em grupo e, conforme protocolos, solicitar exames complementares, prescrever
medicações e gerenciar insumos e encaminhar usuários a outros serviços. Cabem a
ele também as atividades de educação permanente da equipe de enfermagem, bem
como o gerenciamento e a avaliação das atividades da equipe, de maneira particular
do agente comunitário de saúde (ACS), que ocupa na ESF papel fundamental para a
manutenção do vínculo entre os usuários e a Unidade de Saúde. O médico
(BRASIL, 2011) é um profissional que se ocupa da saúde humana, promovendo
saúde, prevenindo, diagnosticando e tratando doenças, com competência e
resolutividade, responsabilizando-se pelo acompanhamento do plano terapêutico do
usuário. Para que possa atender à demanda dos indivíduos sob sua
responsabilidade, deve realizar atividades programadas e de atenção à demanda
28
espontânea, de forma compartilhada, consultas clínicas e pequenos procedimentos
cirúrgicos, quando indicado na Unidade de Saúde, no domicílio ou em espaços
comunitários, responsabilizando-se pela internação hospitalar ou domiciliar e pelo
acompanhamento do usuário. Além disso, o médico deve, em um trabalho conjunto
com o enfermeiro, realizar e fazer parte das atividades de educação permanente dos
membros da equipe e participar do gerenciamento dos insumos. O agente
comunitário de saúde (ACS) exerce o papel de “elo” entre a equipe e a comunidade,
devendo residir na área de atuação da equipe, vivenciando o cotidiano das
famílias/individuo/comunidade com mais intensidade em relação aos outros
profissionais. E capacitado para reunir informações de saúde sobre a comunidade e
deve ter condição de dedicar oito horas por dia ao seu trabalho. Realiza visitas
domiciliares na área adscrita, produzindo dados capazes de dimensionar os
principais problemas de saúde de sua comunidade.
A esses profissionais cabe cadastrar todas as pessoas do território, mantendo
esses cadastros sempre atualizados, orientando as famílias quanto à utilização dos
serviços de saúde disponíveis. Devem acompanhá-las, por meio de visitas
domiciliarias e ações educativas individuais e coletivas, buscando sempre a
integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS. Devem
desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e
agravos e de vigilância à saúde, mantendo como referência a média de uma
visita/família/mês ou, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade, em
número maior. A eles cabe “o acompanhamento das condicionalidades do Programa
Bolsa Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda e
enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal, estadual e
municipal de acordo com o planejamento da equipe. Ao técnico e auxiliar de
enfermagem cabe, sob a supervisão do enfermeiro, realizar procedimentos
regulamentados no exercício de sua profissão tanto na Unidade de Saúde quanto
em domicílio e outros espaços da comunidade, educação em saúde e educação
permanente.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) representa uma alternativa significativa e
estruturante para a política de saúde brasileira, com vistas a atender ao disposto na
Constituição Brasileira. A ESF foi criada pelo Ministério da Saúde em 1994,
inicialmente com o nome Programa Saúde da Família (PSF). Utiliza princípios da
29
Atenção Primária à Saúde (APS) formulados na Conferência de Alma Ata, bem
como fundamenta-se em premissas requeridas com a criação do SUS. O processo
de construção e implantação da ESF é resultante de um conjunto de embates
travados por diferentes concepções ideológicas e atores sociais ao longo dos anos,
e a forma como a ESF é assumida pela Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB)1 tem uma longa trajetória de formulações e reformulações e de lutas que
decorrem principalmente das discussões no campo da saúde. A ESF se constitui em
uma proposta de mudança do modelo tradicional de assistência em saúde pautado
no paradigma da ciência positivista, conhecido como biomedicina. Esse modelo -
fragmentado, tecnicista, hospitalocêntrico e centrado na doença - se mostrou
incapaz de atender, com eficiência e justiça, as necessidades de saúde da
população. Para caracterizar a ESF como uma inovação tecnológica destaca-se o
que muda nas práticas, na concepção de saúde, na finalidade assumida para o
trabalho assistencial, no entendimento do que é o objeto do trabalho em saúde, nos
instrumentos de trabalho utilizados e no produto do trabalho. A ESF adota uma
concepção mais ampla de saúde e de entendimento dos determinantes do processo
saúde-doença. Propõe a articulação entre saberes técnicos e populares e a
mobilizaçãode recursos institucionais e comunitários para o enfrentamento dos
problemas de saúde. O novo modelo prevê uma responsabilização integral para a
atenção às necessidades de saúde do conjunto da população, assim como
prescreve uma reorganização do modelo assistencial de saúde brasileiro ancorada
em princípios como universalidade, equidade e integralidade da atenção. Essa nova
proposta gera um resultado assistencial diferenciado ao incorporar um novo conjunto
de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, incluindo promoção,proteção,
prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção
da saúde. O tratamento e a cura não são mais o core da assistência. A assistência
tem como foco o indivíduo na sua integralidade, considerando-o como parte de
coletivos e nas suas relações familiares e sócioculturais. A ESF prevê, ainda, a
utilização de conhecimentos que fundamentam a produção de vínculos,
autonomização e acolhimento, em associação com o conhecimento cientifico
estruturado, como a clínica médica e a epidemiologia. A ESF incorpora múltiplas
tecnologias materiais e não materiais, assim como de diferentes complexidades.
Constitui-se em um modelo de baixa densidade tecnológica, se compararmos com a
organização estrutural e de equipamentos disponíveis em outras unidades que
30
compõem as redes de atenção à saúde, como os hospitais e os centros de
investigação diagnóstica. No que diz respeito a quem realiza o trabalho em saúde,
muda a centralidade da hegemonia de uma determinada categoria profissional para
a proposta de trabalho em equipe multiprofissional e que atue em uma perspectiva
interdisciplinar. Propõe divisão de responsabilidades e associação de diferentes
competências profissionais, com vistas a propiciar melhoria na qualidade da
assistência, e aproximar-se de uma visão mais integral das pessoas. Considerando-
se as modificações propostas e ocorridas com a implantação da ESF é possível
sustentar que a mesma consiste em uma inovação tecnológica não material em
saúde, do tipo incremental.
5.2 Atenção Primária à Saúde:
O projeto de Saúde Coletiva inaugurado nos anos 70 no Brasil buscou um
novo modelo explicativo do processo saúde-doença-cuidado e experimentou, para
isto, novos projetos de intervenção no campo da organização dos serviços. A
possibilidade de expandir a Atenção Primária à Saúde segundo o paradigma da
determinação social da doença implicava organizar o sistema e os serviçosde saúde
em função das necessidades da população, em que a Atenção Primária à Saúde se
colocariacomo a porta de entrada ao sistema de saúde, organizado
hierarquicamente.
Nos anos 90, instituído o Sistema Único de Saúde (SUS), o desafio foi
reformular as prioridadesdo Ministério da Saúde em relação à organização da
Atenção Primária à Saúde ou Atenção Básicaà Saúde, como também é denominada
no país. Passou-se, então, a organizá-la com base na integraçãoentre a unidade de
saúde e a comunidade ou entre profissionais de saúde e usuários, dentrode dado
território, tendo por referência o Programa Saúde da Família (PSF), criado em 1994.
O PSF se constituiu num modelo de organização das ações e serviços de saúde, em
que o nívelprimário da atenção se inseriu na atenção básica dentro do SUS. Anoção
de família, sua composição, organização e estratégia de sobrevivência nas classes
popularessão elementos geralmente desconhecidos dos profissionais de saúde que
precisam olhá-la e respeitá-la para além de seu próprio horizonte. Saúde da Família
define-se por umconjunto de ações e serviços que vão além da assistência médica,
estruturando-se com base noreconhecimento das necessidades da população,
apreendidas a partir do estabelecimento de umvínculo social entre população e
31
profissionais, em contato permanente com o ambiente territorial, cujo objetivo é a
proteção social pela garantia da universalidade e integralidade daatenção.
Internacionalmente tem-se apresentado 'Atenção Primária à Saúde' (APS)
como uma estratégia de organização da atenção à saúde voltada para responder de
forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior parte das necessidades
de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas, bem como a
atenção a indivíduos e comunidades. Esse enunciado procura sintetizar as diversas
concepções e denominações das propostas e experiências que se convencionaram
chamar internacionalmente de APS.
No Brasil, a APS incorpora os princípios da Reforma Sanitária, levando
o Sistema Único de Saúde (SUS) a adotar a designação Atenção Básica à Saúde
(ABS) para enfatizar a reorientação do modelo assistencial, a partir de um sistema
universal e integrado de atenção à saúde.
Historicamente, a idéia de atenção primária foi utilizada como forma de
organização dos sistemas de saúde pela primeira vez no chamado Relatório
Dawnson, em 1920. Esse documento do governo inglês procurou, de um lado,
contrapor-se ao modelo flexineriano americano de cunho curativo, fundado no
reducionismo biológico e na atenção individual, e por outro, constituir-se numa
referência para a organização do modelo de atenção inglês, que começava a
preocupar as autoridades daquele país, devido ao elevado custo, à crescente
complexidade da atenção médica e à baixa resolutividade.
O referido relatório organizava o modelo de atenção em centros de saúde
primários e secundários, serviços domiciliares, serviços suplementares e hospitais
de ensino. Os centros de saúde primários e os serviços domiciliares deveriam estar
organizados de forma regionalizada, onde a maior parte dos problemas de saúde
deveriam ser resolvidos por médicos com formação em clínica geral. Os casos que o
médico não tivesse condições de solucionar com os recursos disponíveis nesse
âmbito da atenção deveriam ser encaminhados para os centros de atenção
secundária, onde haveria especialistas das mais diversas áreas, ou então, para os
hospitais, quando existisse indicação de internação ou cirurgia. Essa organização
caracteriza-se pela hierarquização dos níveis de atenção à saúde.
Os serviços domiciliares de um dado distrito devem estar baseados num
Centro de Saúde Primária - uma instituição equipada para serviços de medicina
32
curativa e preventiva para ser conduzida por clínicos gerais daquele distrito, em
conjunto com um serviço de enfermagem eficiente e com o apoio de consultores e
especialistas visitantes. Os Centros de Saúde Primários variam em seu tamanho e
complexidade de acordo com as necessidades locais, e com sua localização na
cidade ou no país. Mas, a maior parte deles são formados por clínicos gerais dos
seus distritos, bem como os pacientes pertencem aos serviços chefiados por
médicos de sua própria região.
Esta concepção elaborada pelo governo inglês influenciou a organização dos
sistemas de saúde de todo o mundo, definindo duas características básicas da APS.
A primeira seria a regionalização, ou seja, os serviços de saúde devem estar
organizados de forma a atender as diversas regiões nacionais, através da sua
distribuição a partir de bases populacionais, bem como devem identificar as
necessidades de saúde de cada região. A segunda característica é a integralidade,
que fortalece a indissociabilidade entre ações curativas e preventivas.
Os elevados custos dos sistemas de saúde, o uso indiscriminado
de tecnologia médica e a baixa resolutividade preocupavam a sustentação
econômica da saúde nos países desenvolvidos, fazendo-os pesquisar novas formas
de organização da atenção com custos menores e maior eficiência. Em
contrapartida, os países pobres e em desenvolvimento sofriam com a iniquidade dos
seus sistemas de saúde, com a falta de acesso a cuidados básicos, com a
mortalidade infantil e com as precárias condições sociais, econômicas e sanitárias.
Em 1978 a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) realizaram a I Conferência Internacional
sobre Cuidados Primários de Saúde em Alma-Ata, no Cazaquistão, antiga União
Soviética, e propuseram um acordo e uma meta entre seus países membros para
atingir o maior nível de saúde possível até o ano 2000, através da APS. Essa política
internacional ficou conhecida como 'Saúde para Todos no Ano 2000'. A Declaração
de Alma-Ata, como foi chamado o pacto assinado entre 134 países, defendia a
seguinte definição de APS, aqui denominada cuidados primários de saúde:
Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados
em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e
socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da
comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o
país possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de
33
autoconfiança e autodeterminação. Fazem parte integrante tanto do sistema de
saúde do país, do qual constituem a função central e o foco principal, quanto do
desenvolvimento social e econômico global da comunidade. Representam o primeiro
nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional
de saúde, pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais proximamente
possível aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro
elemento de um continuado processo de assistência à saúde.
No que diz respeito à organização da APS, a declaração de Alma-Ata propõe
a instituição de serviços locais de saúde centrados nas necessidades de saúde da
população e fundados numa perspectiva interdisciplinar envolvendo médicos,
enfermeiros, parteiras, auxiliares e agentes comunitários, bem como a participação
social na gestão e controle de suas atividades. O documento descreve as seguintes
ações mínimas, necessárias para o desenvolvimento da APS nos diversos
países: educação em saúde voltada para a prevenção e proteção; distribuição de
alimentos e nutrição apropriada; tratamento da água e saneamento; saúde materno-
infantil; planejamento familiar; imunização; prevenção e controle de doenças
endêmicas; tratamento de doenças e lesões comuns; fornecimento de
medicamentos essenciais.
A Declaração de Alma-Ata representa uma proposta num contexto muito
maior que um pacote seletivo de cuidados básicos em saúde. Nesse sentido, aponta
para a necessidade de sistemas de saúde universais, isto é, concebe a saúde como
um direito humano; a redução de gastos com armamentos e conflitos bélicos e o
aumento de investimentos em políticas sociais para o desenvolvimento das
populações excluídas; o fornecimento e até mesmo a produção de medicamentos
essenciais para distribuição à população de acordo com a suas necessidades; a
compreensão de que a saúde é o resultado das condições econômicas e sociais, e
das desigualdades entre os diversos países; e também estipula que os governos
nacionais devem protagonizar a gestão dos sistemas de saúde, estimulando o
intercâmbio e o apoio tecnológico, econômico e político internacional (Matta, 2005).
Apesar de as metas de Alma-Ata jamais terem sido alcançadas plenamente, a
APS tornou-se uma referência fundamental para as reformas sanitárias ocorridas em
diversos países nos anos 80 e 90 do último século. Entretanto, muitos países e
organismos internacionais, como o Banco Mundial, adotaram a APS numa
perspectiva focalizada, entendendo a atenção primária como um conjunto de ações
34
de saúde de baixa complexidade, dedicada a populações de baixa renda, no
sentindo de minimizar a exclusão social e econômica decorrentes da expansão do
capitalismo global, distanciando-se do caráter universalista da Declaração de Alma-
Ata e da idéia de defesa da saúde como um direito (Mattos, 2000).
No Brasil, algumas experiências de APS foram instituídas de forma incipiente desde
o início do século XX, como os centros de saúde em 1924 que, apesar de manterem
a divisão entre ações curativas e preventivas, organizavam-se a partir de uma base
populacional e trabalhavam com educação sanitária. A partir da década de 1940, foi
criado o Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp) que realizou ações curativas e
preventivas, ainda que restritas às doenças infecciosas e carências. Essa
experiência inicialmente limitada às áreas de relevância econômica, como as de
extração de borracha, foi ampliada durante os anos 50 e 60 para outras regiões do
país, mas represada de um lado pela expansão do modelo médico-privatista, e de
outro, pelas dificuldades de capilarização local de um órgão do governo federal,
como é o caso do Sesp (Mendes, 2002).
Nos anos 70, surge o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e
Saneamento do Nordeste (Piass) cujo objetivo era fazer chegar à população
historicamente excluída de qualquer acesso à saúde um conjunto de ações médicas
simplificadas, caracterizando-se como uma política focalizada e de baixa
resolutividade, sem capacidade para fornecer uma atenção integral à população.
Com o movimento sanitário, as concepções da APS foram incorporadas ao ideário
reformista, compreendendo a necessidade de reorientação do modelo assistencial,
rompendo com o modelo médico-privatista vigente até o início dos anos 80. Nesse
período, durante a crise do modelo médicoprevidenciário representado pela
centralidade do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(Inamps), surgiram as Ações Integradas de Saúde (AIS), que visavam ao
fortalecimento de um sistema unificado e descentralizado de saúde voltado para as
ações integrais. Nesse sentido, as AIS surgiram de convênios entre estados e
municípios, custeadas por recursos transferidos diretamente da previdência social,
visando à atenção integral e universal dos cidadãos. Um conjunto de ações de
saúde no âmbito individual e coletivo que abrangem a promoção e proteção da
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção
da saúde. É desenvolvida através do exercício de práticas gerenciais e sanitárias
democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a
35
populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade
sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas
populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que
devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu
território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-
se pelos princípios da universalidade, acessibilidade e coordenação do cuidado,
vínculo e continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, equidade,
e participação social.
Ressalta-se também na ABS a importante participação de profissionais de
nível básico e médio em saúde, como os agentes comunitários de saúde, os
auxiliares e técnicos de enfermagem, entre outros responsáveis por ações de
educação e vigilância em saúde.
A Estratégia Saúde da Família começou a ser implantada em 1991, com a
criação do Programa Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Em 1994 foram
formadas as primeiras equipes do Programa Saúde da Família (PSF), hoje
responsável pela cobertura de aproximadamente 50% da população brasileira. A
estratégia busca melhorar a saúde e a qualidade de vida dos cidadãos, priorizando
ações de prevenção e promoção da saúde de forma integral e contínua. Quase 100
milhões de pessoas já são beneficiadas pelo PSF, que vem substituindo o modelo
tradicional de atenção básica. A meta do Ministério da Saúde é alcançar 70% de
cobertura até 2011. E preciso valoriza-la. A definição de APS formulada pela
Organização Mundial da Saúde diz que: “A atenção essencial à saúde, baseada em
métodos práticos, cientificamente evidentes e socialmente aceitos e em tecnologias
tornadas acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis e a
um custo que as comunidades e os países possam suportar, independentemente de
seu estágio de desenvolvimento, num espírito de auto-confiança e auto-
determinação. Ela forma parte integral do sistema de serviços de saúde do qual
representa sua função central e o principal foco de desenvolvimento econômico e
social da comunidade. Constitui o primeiro contato de indivíduos, famílias e
comunidades com o sistema nacional de saúde, trazendo os serviços de saúde o
mais próximo possível aos lugares de vida e trabalho das pessoas e constitui o
primeiro elemento de um processo contínuo de atenção”. Esta definição ressalta a
importância da APS, que, por sua vez, reforça os princípios da integralidade, da
36
universalidade e da equidade do Sistema Único de Saúde. A “baixa complexidade
da APS”, equivocadamente, instiga sua desvalorização e isso se reflete diretamente
nos demais desafios da atenção, citados anteriormente. “Saúde não tem preço, mas
tem custo”, ressalta Maria José Evangelista.
O sanitarista Eugênio Vilaça Mendes, destaca em seu livro “A Atenção
Primária à Saúde no SUS”, que: “Essa visão distorcida de complexidade leva,
consciente ou inconscientemente, a uma banalização da atenção básica à saúde e a
uma sobrevalorização, seja material, seja simbólica, das práticas que exigem maior
densidade tecnológica e que são exercitadas nos níveis de “maior complexidade”.
Sobre o financiamento, atualmente, cerca de R$ 8 bilhões dos recursos federais da
saúde são destinados para a Atenção Primária à Saúde. Do ponto de vista do
tamanho do Brasil e da meta do Ministério da Saúde de alcançar 70% de cobertura
para a população até 2011, nota-se a necessidade de incremento destes recursos,
já que a estratégia ampliou o acesso e os serviços e melhorou os indicadores de
saúde.
O financiamento talvez seja o mais delicado desafio da APS, pois,
historicamente, as demandas que aparecem nas pautas de financiamento da saúde,
inclusive no Congresso Nacional, são por aumento nos valores de tabelas, de
procedimentos de alto custo, medicamentos excepcionais etc. Além disso, os
inegáveis avanços da APS podem levar ao equívoco de que a atenção não precisa
de incremento nos seus recursos. ClaunaraSchilling reconhece estes avanços, mas,
destaca que é preciso buscar o incremento para recuperar as desigualdades de
financiamento do país.
Atenção primaria a saúde permite uma atenção essencial e universalmente
acessível a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis e a um custo
que tanto a comunidade como o país possa suportar. Parte integral que forma a
base e determina o trabalho de todos os outros níveis do sistema de saúde, sendo o
primeiro nível de contato de indivíduos, famílias e comunidades. Aborda os
problemas mais comuns na comunidade, ou seja, problemas mais comuns e menos
definidos, com serviços de prevenção, cura e reabilitação para melhorar a saúde e o
bem-estar. Permite a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as
pessoas vivem e trabalham, em um processo de atenção continuada à saúde. Nível
de um sistema de saúde que oferece a entrada no sistema para todas as novas
37
necessidades e problemas, fornece a atenção sobre a pessoa no decorrer do tempo,
e coordena ou integra a atenção fornecida em algum outro lugar do sistema.
Considera como princípios ordenadores da APS primeiro contato,
longitudinalidade, integralidade, coordenação da atenção, focalização na família,
orientação comunitária. Coordenação e a capacidade de garantir a continuidade da
atenção através da equipe de saúde, com o reconhecimento de problemas que
requerem seguimento constante. Focalização na família considerar a família como
sujeito da atenção, o que exige uma interação da equipe de saúde com essa
unidade social e o conhecimento integral de seus problemas de saúde. Orientação
comunitária reconhecimento das necessidades familiares segundo o contexto físico,
econômico, social e cultural em que vivem, o que exige uma análise situacional das
necessidades de saúde das famílias.
Primeiro contato, acessibilidade e uso de serviços de saúde na ocorrência de
problema de saúde. Longitudinalidade, acompanhamento dos cuidados prestados
pela equipe, de forma regular e consistente ao longo do tempo, num ambiente de
relação mútua e humanizada entre equipe de saúde, indivíduos e famílias, ou seja,
estabelecendo vínculo e relações implicadas. Integralidade, Implica na prestação de
um conjunto de serviços que atendam às necessidades mais comuns da população,
a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e
o reconhecimento adequado dos determinantes que causam doenças/agravos.
Considera como princípios do SUS equidade, universalidade, integralidade,
descentralização, participação social, regionalização, hierarquização. A equidade
busca assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade
que o caso requeira, more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras;
corrigir as iniquidades sociais e em saúde, ou seja, reduzir as disparidades na oferta
de serviços e ações de saúde e Incorporação de tecnologias e do planejamento para
a identificação de prioridades na atenção as situações agudas ou extremas.
Considerar a realidade local no planejamento das ações e serviços. Universalidade é
a oferta dos serviços e ações a todos que deles necessitam.
É a possibilidade efetiva de acesso a todo e qualquer cidadão, oferta das
ações devem ir do nível de atenção primária ao mais complexo, tem que ser
eficiente, eficaz e efetivo. Integralidade: Conjunto articulado e contínuo de ações e
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigido para cada caso, em
todos os níveis de complexidade. Deve ser estruturado em níveis de atenção
38
hierarquizados de baixa, média e alta complexidade, organizados de forma integrada
(referência e contra referência) = Dimensão horizontal. Deve considerar as
necessidades específicas de cada pessoa ou grupo de pessoas, ainda que
minoritários. Capacitação profissional, acesso a tecnologias e humanização da
assistência. A visão do ser humano como um todo, único e indivisível, e que
extrapola a atenção fundamentada apenas nos aspectos biológicos (determinação
social) = Dimensão vertical. Descentralização: Implica em transferir poder e recursos
para mais próximo de onde estão as pessoas que necessitam de atenção à saúde.
Redistribui as responsabilidades às ações e aos serviços de saúde.
Permite maior participação social na definição de prioridades para a saúde,
aproximando população dos gestores responsáveis. Possibilita a
adequação/mudança da forma que se organiza a assistência à saúde. Possibilita
fiscalização mais próxima e melhor aplicabilidade dos recursos destinados a saúde.
Participação social: É um instrumento de controle que possibilita a população
através de seus representantes definir, acompanhar a execução e fiscalizar as
políticas de saúde.
Regionalização: Distribuição dos serviços em uma determinada região,
levando-se em conta a oferta de serviços e a população a ser atendida. Evita a
duplicidade de ações e desperdício de recursos. Possibilita oferecer as ações de
saúde mais próximas de onde as pessoas moram além de permitir o oferecimento de
outras ações de saúde.
Hierarquização: Organiza os níveis de atenção na saúde numa cadeia de
complexidade. Primário, Secundário e Terciário.
A atenção básica em saúde Caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no
âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos
e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que
impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e
condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de
práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho
em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em
que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas
que devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde de maior
39
frequência (baixa densidade) e relevância em seu território, observando critérios de
risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda,
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. Considera o sujeito em
sua singularidade e na inserção sociocultural, na complexidade, na integralidade e
busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução
de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver
de modo saudável. É desenvolvida próxima da vida das pessoas. Deve ser o contato
preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da
Rede de Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção,
da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social.
A primeira definição sobre a Atenção Primária à Saúde (APS) foi proposta na
Conferência Internacional Sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em Alma-
Ata. De acordo com a declaração de Alma-Ata, a APS corresponde aos cuidados
essenciais à saúde, baseados em tecnologias acessíveis, que levam os serviços de
saúde o mais próximo possível dos lugares de vida e trabalho das pessoas,
constituindo assim, o primeiro nível de contato com o sistema nacional de saúde e o
primeiro elemento de um processo contínuo de atenção.
Atenção Primária à Saúde forma a base e determina o trabalho de todos os
outros níveis dos sistemas de saúde, promovendo a organização e racionalização da
utilização dos recursos, tanto básicos como especializados, direcionados para a
promoção, manutenção e melhoria da saúde. Assim, a APS é aquele nível do
sistema de saúde que oferece a entrada do usuário para todas as novas
necessidades e problemas, fornecendo atenção sobre a pessoa (não direcionada
para a enfermidade), no decorrer do tempo e para todas as condições.
A atenção primária à saúde (APS) pode ser entendida como o primeiro nível
do sistema de serviço de saúde, o qual deve funcionar como porta de entrada
preferencial do sistema, com ações resolutivas sobre os problemas de saúde,
articulando-se com os demais níveis de complexidade, formando assim uma rede
integrada de serviços. Pode ser vista como uma estratégia flexível, caracterizada
através de um primeiro contato entre pacientes e equipes de saúde, que garante
uma atenção integral oportuna e sistemática em um processo contínuo, sustentado
por recursos humanos cientificamente qualificados e capacitados, a um custo
adequado e sustentável, que transcende o campo sanitário e inclui outros setores,
40
organizado em consonância com a comunidade a fim de proteger, restaurar e
reabilitar a saúde dos indivíduos, suas famílias e da comunidade em um processo
conjunto de produção social de saúde, mediante um pacto social que inclui aspectos
biopsicossociais e do meio ambiente não discriminando nenhum grupo humano por
sua condição econômica, sociocultural de raça ou sexo.
No Brasil, o Programa de Saúde da Família (PSF) é a principal estratégia de
implementação e organização da APS.
Até o surgimento do Programa Saúde da Família (PSF), em 1994, a atenção básica
à saúde organizava-se, sobretudo com base em serviços norteados pelos princípios
de um modelo que entendia a saúde apenas como a ausência de doença,
baseando-se em práticas frequentemente clientelistas e de conteúdo curativo. A
oferta de atenção concentrava-se no indivíduo e suas demandas, desconsiderando a
realidade e autonomia locais, o planejamento a partir de perfis epidemiológicos e a
participação comunitária. De acordo com Sampaio (2008), muitos movimentos foram
realizados visando ao fortalecimento da APS no país, merecendo destaque a criação
do Departamento de Atenção Básica pelo Ministério da Saúde em 2000, a
implementação da Política Nacional de Atenção Básica e do Pacto pela Saúde e
Pela Vida no ano de 2006, documentos que reiteraram como prioridade a
consolidação e a qualificação da Estratégia Saúde da Família como modelo de APS
e centro ordenador das redes de atenção à saúde.
O PSF incorpora os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e desponta
como um novo paradigma na atenção à saúde, com diretrizes que criam uma nova
forma de produzir as ações e serviços de saúde, na perspectiva de mudança e
conversão do modelo assistencial mecanicista e biomédico. Desde sua implantação,
o PSF se propõe a transformar o tradicional modelo sanitário brasileiro médico,
medicamentoso, curativo e individual, que tem no hospital o lócus de solução para
todo e qualquer problema de saúde, em um modelo de saúde coletivo,
multiprofissional e centrado na família e na comunidade,, no entanto, apenas a
implantação do PSF não garante o alcance da mudança do modelo assistencial
proposto pelo SUS. Faz-se necessário uma estruturação dos serviços com base nas
necessidades da população, o qual implica a implementação de abordagens mais
amplas e complexas do que as centradas no cuidado curativo, que viabilizem a
compreensão de como os problemas de saúde se manifestam na população. Nessa
perspectiva, a atuação dos trabalhadores de saúde não deve restringir-se apenas à
41
unidade básica de saúde (UBS). É necessário que ocorra também nos domicílios e
demais espaços comunitários, permitindo maior contato com as singularidades de
cada indivíduo, família e comunidade, de forma a contribuir para as ações efetivas e
adaptadas às desigualdades dos grupos sociais e diferentes demandas em saúde
garantindo assim uma atenção integral à saúde. A formulação de uma política
voltada para a organização de um sistema de saúde equânime, integral e resolutivo
requer, para o atendimento efetivo dos problemas de saúde da população, a
realização de um conjunto de ações articuladas entre os diferentes níveis de
complexidade da atenção à saúde. O modelo atual de organização da atenção
encontra-se estruturado em três níveis hierárquicos complementares de atenção à
saúde: atenção básica, de média e alta complexidade. Nessa estrutura, destaca-se a
Média Complexidade como parte importante do sistema, componente fundamental
para a efetiva implementação das diretrizes previstas nas orientações que
estruturam o SUS.
Organização de Redes Regionais de Atenção à Saúde no SUS: As
necessidades de saúde da população brasileira na atualidade veem se alterando em
função das mudanças demográficas observadas no país, que apontam para o
envelhecimento de nossa população, e também pelo significativo aumento das
condições crônicas em seu perfil de morbimortalidade. Esse aumento de condições
crônicas, ocasionado não só pela maior presença das doenças crônico-
degenerativas, mas também pelo aumento da sobrevida de pacientes portadores de
outras patologias, cujo controle foi viabilizado pelo próprio desenvolvimento científico
e tecnológico incorporado ao setor saúde, coexistindo com doenças
infectocontagiosas e também com um aumento expressivo da morbimortalidade por
causas externas, caracterizam um quadro epidemiológico bastante complexo, cujo
enfrentamento exige profundas mudanças no SUS. O SUS, da forma como está
estruturado, mostra-se hoje mais preparado para o manejo clínico das condições
agudas presentes nesse quadro de necessidades do que para o manejo clínico das
condições crônicas, já que isso se constitui em processo complexo que envolve o
desenvolvimento de práticas de autocuidado, abordagens multiprofissionais e
garantia de continuidade assistencial, o que só pode ser obtido através de sistemas
integrados. A exemplo do que ocorre em sistemas de saúde de vários países no
mundo, o SUS apresenta-se hoje como um sistema fragmentado, que dificulta o
42
acesso, gera descontinuidade assistencial e compromete a integralidade da atenção
ofertada. Em outras palavras, como sistema de saúde fragmentado, o SUS não dá
conta de responder adequadamente às exigências colocadas por esse quadro de
necessidades de saúde. A fragmentação do SUS manifesta-se de diferentes formas,
mas principalmente: como fragilidade na articulação entre as instâncias gestoras do
sistema e/ou entre essas e a gerência dos serviços; como desarticulação entre os
serviços de saúde e/ou entre esses e os de apoio diagnóstico e terapêutico; e, como
desarticulação entre as práticas clínicas desenvolvidas por diferentes profissionais
de um ou mais serviços, voltadas a um mesmo indivíduo ou grupo de indivíduos. O
grande desafio parece, pois, estar na construção de um sistema integrado, que,
respeitando a autonomia de gestão de cada município, consiga articular suas
práticas em âmbito regional, visando garantir uma atenção de qualidade e a
observância de boas práticas administrativas. Nessa perspectiva, a estruturação de
redes de atenção à saúde, a exemplo do que vem sendo tentado em vários países,
visando à consolidação de sistemas de saúde integrados que favoreçam o acesso
com continuidade assistencial, a integralidade da atenção e a utilização racional dos
recursos existentes, apresenta-se como um caminho possível. No SUS, a
modelagem de redes regionais de atenção à saúde é favorecida atualmente pelo
Pacto de Gestão (Brasil, 2006b) e se constitui em uma das estratégias para sua
regionalização. Esse processo exige a cooperação solidária entre os municípios de
determinada região de saúde e a qualificação da APS como instância organizadora
do sistema e coordenadora do cuidado ofertado.
A assistência seria então entendida como um conjunto de procedimentos
clínico-cirúrgicos dirigidos a indivíduos, estejam eles doentes ou não. A atenção
seria um conjunto de atividades intra e extra-setor saúde(intersetorialidade) que,
incluindo também a assistência individual, não se esgota nela, atingindo grupos
populacionais com o objetivo de manter a condição de saúde, requerendo ações
concomitantes sobre todos os determinantes do PSA.
Podemos entender a atenção à saúde como sendo o campo de competência
do profissional de saúde dentro de um PSa, compreendido como complexo e
multideterminado, reconhecendo-se as limitações importantes do setor de saúde
nesse processo. Também, e com a mesma conotação, a atenção à saúde seria o
objeto de atuação dos serviços de saúde, tanto os de Saúde Pública, quanto os de
Saúde Suplementar. As ações de atenção em saúde de modo geral, deve-se
43
promover ações individuais e açõescoletivas dentro de um modelo ampliado
de atenção à saúde. As ações individuais, dentro desse conceito ampliado,
reconhecem os indivíduos como sujeitos, portadores de direitos e responsabilidades
– não mais como objetos de ações coletivas, que antes não reconheciam as
singularidades das pessoas e comunidades. Essas ações podem ser preventivas ou
terapêuticas, como por exemplo: aplicação de vacina, restauração dentária, sutura,
entre diversas outras. As ações coletivas devem impactar grupos ou organizações,
pressupondo algum tipo de interesse específico compartilhado, ou ainda a interação
entre os participantes. Os exemplos seriam as atividades educativas em grupo,
palestras, peças publicitárias em meios de comunicação de massa, entre outras.
Tanto as ações individuais quanto as coletivas devem buscar a integralidade,
entendida em suas 3 dimensões: Vertical, que busca atender a todas as
necessidades de saúde do indivíduo (desde a promoção da saúde até a
reabilitação), entendido em toda a sua complexidade biopsicosocial e espiritual;
Horizontal, que busca a integração de ações e serviços de atenção à saúde ao longo
do tempo, para garantir a condição de saúde das pessoas; Intersetorial, que
reconhece os setores extra-saúde (educação, segurança etc.) como fundamentais
para a promoção da saúde (NARVAI, 2008), como veremos com mais detalhes na
seção específica sobre a promoção da saúde.
5.3 HIPERTENSÃO ARTERIAL
A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para a ocorrência
do acidente vascular cerebral, tromboembólico ou hemorrágico, enfarte agudo do
miocárdio, aneurisma arterial (por exemplo, aneurisma da aorta), doença arterial
periférica, além de ser uma das causas de insuficiência renal crônica e insuficiência
cardíaca. Mesmo moderado, o aumento da pressão sanguínea arterial está
associado à redução da esperança de vida.(WHITWORTH.2003) Segundo a American
Heart Association é a doença crônica que ocasiona o maior número de consultas
nos sistemas de saúde, com um importantíssimo impacto econômico e social.
( LLOYD-JONES, Donald; Adams, Brown, Carnethon2010)
Numa análise bibliográfica efetuada entre 1998 e 2000, usando Medline,
complementada por pesquisa manual, foi feito um estudo estatístico na Universidade
de Tulane (Nova Orleães) que chegou à conclusão de que cerca de mil milhões de
44
pessoas sofrem de hipertensão arterial, o que corresponde a 26% da população
adulta mundial (KEARNEY, Whelton, Reynolds, Muntner. 2005) No entanto, outros
estudos mostram que a taxa varia de região para região, desde taxas de 0% nos
Bushmen do deserto do Kalahari (a ausência de sal na alimentação tem sido
considerada como uma das razões mas também a alimentação à base de carnes
com pouca gordura, ausência de alimentos fritos, etc), 3,4% (homens) e 6,8%
(mulheres) na Índia rural, até taxas alarmantes de 34% na população americana,
apresentando os adultos afro-americanos as taxas de hipertensão mais altas do
mundo (44%) ( LLOYD-JONES, Donald; Adams, Brown, Carnethon2010)
Nos países em desenvolvimento, o crescimento da população idosa e o
aumento da longevidade, associados a mudanças nos padrões alimentares e no
estilo de vida, têm forte repercussão sobre o padrão de morbimortalidade. No Brasil,
projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) (2002) indicam que a mediana
da idade populacional passará, de 25,4 anos em 2000 a 38,2 anos em 2050 (World
Health Organization. 1998) Uma das conseqüências desse envelhecimento
populacional é o aumento das prevalências de doenças crônicas, entre elas a
hipertensão.
São muitos os fatores identificados que contribuem para a elevação dos
níveis pressóricos, entre os quais se destacam idade avançada, etnia negra,
obesidade, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, dislipidemias, diabetes
mellitus e alto teor de sódio na alimentação (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arterial 2010; Beilin, Puddey, Burke 1999). Deste modo, para tornar o controle da
hipertensão mais eficaz, torna-se indispensável, além do seu tratamento, também o
controle de seus fatores de risco. Um dos maiores desafios no combate à
hipertensão arterial ainda se deve a não adesão ao tratamento (Leite, Vasconcellos.
2003). Estudos mostram baixos níveis de adesão à terapia anti-hipertensiva, além de
os maiores índices estarem associados a serviços de saúde especializados
(Barbosa, Lima. 2006). A adesão, segundo Leite e Vasconcelos (Leite SN,
Vasconcellos. 2006), corresponde à concordância entre a prescrição médica e a
conduta do próprio paciente.
45
Porém, são muitos os fatores que contribuem para a falta de adesão, tais
como as dificuldades financeiras, o maior número de medicamentos prescritos, o
esquema terapêutico, os efeitos adversos dos medicamentos, a dificuldade de
acesso ao sistema de saúde, a inadequação da relação médico-paciente, a
característica assintomática da doença e a sua cronicidade (Leite SN, Vasconcellos.
2006; Busnello, Melchior, Faccin, Vettori, Petter, Moreira, Fuchs.2001) . Outras
formas de manejo da hipertensão arterial, como a prática de atividade física e a dieta
também são importantes (Vitor, Sakai, Consoni. 2009). Alguns estudos mostram
baixa adesão a essas práticas na população em geral, e em grupos específicos,
como os hipertensos e diabéticos, mais sujeitos aos efeitos danosos do
sedentarismo e da dieta não adequada. Em pesquisa realizada com hipertensos
e/ou diabéticos de Francisco Morato (SP), foram identificados apenas 33,3% e
42,2% de indivíduos com dieta adequada e parcialmente adequada,
respectivamente, e somente 25,0% realizavam atividade física de forma regular
(Paiva, Bersusa, Escuder. 2006). Investigação com hipertensos cadastrados no
programa Hiperdia verificou que a restrição de consumo de sal é o principal artifício
alimentar utilizado para o controle da hipertensão (63,0%), seguido da redução do
consumo de gorduras (21,0%) e açúcar e doces (8,0%) (Piati, Felicetti, Lopes. 2009)
O tratamento da hipertensão pode ser sem ou com medicamentos. O primeiro
é, feito por meio do controle do peso, da melhora do padrão alimentar, da redução
do consumo do sal, da moderação no consumo de bebidas alcoólicas, da prática
regular de exercício físico, da abstenção do tabagismo e do controle do estresse
psicoemocional; já o medicamentoso tem por base o uso de drogas prescritas pelo
médico, conforme a gravidade do quadro (V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arterial. 2006). Em um estudo realizado em São Luís, Maranhão, dos 462 pacientes
entrevistados, 75% aderiam ao tratamento medicamentoso; os pacientes que não
seguiam o tratamento relataram como motivos principais: esquecimento, sensação
de não necessidade do uso da medicação e efeitos colaterais provocados pela
medicação (Mochel, Andrade, Almeida, Tobias, Cabral, Cossetti. 2007). A
porcentagem de adesão foi menor ainda em um trabalho que investigou a
prevalência de hipertensão em uma cidade de Minas Gerais (Castro, Moncau,
Marcopito. 2007): 66,7% dos indivíduos com conhecimento prévio da doença e
medicados referiam fazer uso regular da medicação. Considerando que a adesão ao
tratamento foi autorreferida em ambos trabalhos citados, este percentual pode estar
46
superestimado. A adesão ao tratamento não medicamentoso parece ser mais difícil.
Observando os relatos dos pacientes entrevistados verifica-se que o seguimento de
uma dieta devidamente prescrita é negligenciada (Falcão, Guedes, Silva. 2006)
A não-adesão é um impedimento para o alcance dos objetivos terapêuticos e
pode constituir-se em uma fonte de frustração para os profissionais. Cabe enfatizar
que essa situação é um problema a ser enfrentado por todos os envolvidos na
situação: o paciente hipertenso, sua família, a comunidade, as instituições e as
equipes de saúde. Neste sentido vê-se a importância de reunir esforços para
aperfeiçoar recursos e estratégias, com participação ativa do hipertenso e
manutenção da qualidade de vida, visando a minimizar ou evitar essa problemática
tão frequente (MEDEIROS; VIANNA, 2006;). entre paciente/profissional, para que
seja alcançado o comprometimento dos portadores de hipertensão com seu próprio
cuidado; e o interesse do profissional na tentativa de diante disso, destacam-se
como fatores relevantes para o controle da doença a relação desenvolver e estimular
o processo de mudança de hábitos e transformação no modo de viver do paciente.
Considerando a importância do tema e o destaque da HAS em termos
epidemiológicos, assim como suas conseqüências sobre o quadro de morbidade-
mortalidade cardiovasculares da população, já foram desenvolvidos diversos
estudos sobre a adesão ao seu tratamento, demonstrando que a maior parte dos
pacientes apresenta seu controle inadequado (LOPES et al., 2008;).
É difícil detectar a falta de adesão e, mais ainda, quantificá-la. Apesar da
adesão ser freqüentemente descrita como variável dicotômica (adesão versus não-
adesão), ela pode variar ao longo de um contínuo de zero a mais de 100% em
pacientes que usam mais do que as medicações prescritas pelo médico. Ainda não
há consenso acerca do padrão que constitui a taxa de adesão adequada para o
tratamento de doenças crônicas. Alguns ensaios, relativos à hipertensão,
consideram taxas acima de 80% aceitáveis. Existem poucos estudos no Brasil e no
mundo que descrevem índices de adesão entre os pacientes hipertensos. Os
estudos muitas vezes não são comparáveis, por abordarem diferentes perfis de
indivíduos e utilizarem diferentes métodos para identificar a adesão. Nos últimos
anos, a adesão terapêutica tornou-se um dos maiores problemas enfrentados na
prática médica pela sua complexidade. Cerca de 40% a 60% dos pacientes não
fazem uso da medicação prescrita (Higgins, Regan. 2004). Essa porcentagem
aumenta quando a falta de adesão relaciona-se a itens como estilo de vida,
47
ressaltando-se dieta, sedentarismo, tabagismo, etilismo, entre outros fatores
(Béria,1996) .
Quanto à adesão às consultas, em estudo realizado na Liga de Hipertensão
Arterial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HC-FMUSP), na década de 1980, verificou-se que 33,5% dos pacientes
compareciam a apenas uma consulta, sendo pior a adesão dos mais jovens do sexo
masculino . Após dez anos, havendo um médico fixo para cada paciente, a taxa de
abandono reduziu-se para 25%, mas apenas 41% dos pacientes compareceram a
quatro consultas previstas (Krasilcic, Matavelli, Santello et AL. 1996). Entrevistando
200 pacientes ambulatoriais de baixo nível social, um estudo desenvolvido em
Salvador, BA, verificou que a adesão às consultas foi de 37%, sendo a adesão às
consultas e ao tratamento, simultaneamente, de 30,5%, observando-se que 21,5%
dos indivíduos estudados não aderiram a nenhum dos dois (Lessa, Fonseca. 1997).
Em recente estudo realizado na Unidade Clínica de Hipertensão Arterial do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, durante o período
de um ano, observou-se maior adesão dos pacientes assíduos, que representavam
a maioria deste ambulatório terciário (89,7%), ao tratamento medicamentoso, ao
não-medicamentoso e maior taxa de controle, ao serem comparados com os faltosos
(91% versus 56%; p < 0,05; 63% versus 44%; p < 0,05 e 30% versus 8%; p = 0,02,
respectivamente) (Coelho, Moysés Neto, Palhares, et al. 2005) Foram estudadas as
principais dificuldades para a boa adesão em idosos hipertensos acompanhados em
ambulatório especializado de geriatria na cidade de Ribeirão Preto. Foi citado o fator
econômico, sendo que 60% não ficavam sem comprar a medicação e 33,3% não
podiam comprar.
Entre os pacientes, 80% referiram não compreender a letra do médico e 40%
não compreendiam a receita. Verificou-se completa adesão aos medicamentos anti-
hipertensivos em 66,6% dos pacientes e apenas 13,3% de adesão aos outros
medicamentos, sendo o ácido acetilsalicílico o medicamento com menor adesão
(Bastos-Barbosa, Ueta, Santos, Nobre, Lima. 2005). Neste estudo, apesar das
dificuldades relatadas pelos idosos, o índice de adesão foi razoável em relação aos
anti-hipertensivos. Outro estudo transversal analisou as razões que levavam os
pacientes à interrupção do tratamento para hipertensão arterial. Foram entrevistados
401 pacientes em diferentes centros do estado da Bahia e as maiores razões
observadas, que levaram à não-adesão, foram: a normalização da pressão arterial,
48
efeitos colaterais da medicação, esquecimento de tomar as medicações, custo das
medicações, medo de misturar medicamento e bebidas alcoólicas, desconhecimento
da necessidade de continuidade do tratamento, uso de tratamentos alternativos,
medo de intoxicação, medo de hipotensão e medo de misturar a medicação anti-
hipertensiva com outras drogas (Andrade, Vilas-Boas, Chagas, Andrade. 2002).
Em estudo realizado em Porto Alegre, RS, foi possível obter tratamento
medicamentoso na prática clínica tão eficaz como nos estudos clínicos bem
controlados, conseguindo-se também efeito redutor da pressão arterial associado à
perda de peso. Não houve queda da pressão arterial associada à restrição de sal e à
atividade física, o que pode refletir baixa adesão ou intensidade de modificação
insuficiente (Fuchs FD, Gus M, Moreira WD, et AL. 1997). Nos países em
desenvolvimento é grande o desperdício de recursos destinados a medicamentos,
podendo chegar até a 40% das verbas da saúde, enquanto em países
desenvolvidos essa cifra é de 8%. O grau de adesão dos pacientes deve ser sempre
examinado, assim como o comportamento prescritivo dos profissionais de saúde,
como parte das avaliações da qualidade do atendimento, pois freqüentemente uma
prescrição sinaliza o fim de uma consulta, ao invés do início de um trabalho conjunto
(Béria,1996) .
Uma avaliação clínica e laboratorial mínima, porém completa, de pacientes
hipertensos foi encontrada somente em 10% dos casos em estudo italiano,
mostrando a baixa adesão médica às recomendações das diretrizes, evidenciando
que o problema da adesão não é restrito aos pacientes (Cuspidi, Michev, Lonati, et
AL. 2002). A magnitude e o impacto da baixa adesão em países em
desenvolvimento também é conseqüência tanto da escassez como da desigualdade
de acesso aos serviços de saúde, como ocorre na China, na Gâmbia e Seychelles,
que apresentam índices de adesão à medicação de apenas 43%, 27% e 26%,
respectivamente. A adesão completa ao tratamento farmacológico foi de apenas 7%
na Eslováquia, utilizando avaliação prospectiva com questionários, sendo que os
pacientes que aderiram mais tiveram maior queda na pressão arterial (Horvathova,
Kimlikova, Balazovjech, Kyselovic. 2003)
Traçar estratégias visando melhorar a prevenção, o diagnóstico, o tratamento
e o controle da HTA devem ser objetivo de todos os profissionais de saúde que
atuam na rede pública, privada e de seus gestores, levando em conta que a
hipertensão arterial é uma doença altamente prevalente, com custo social elevado, e
49
que, apesar dos avanços no conhecimento da sua fisiopatogenia e tratamento,
continua a manter baixas taxas de adesão e controle, com conseqüentes
repercussões nos altos índices de morbidade e mortalidade cardiovascular
relacionadas a ela (MACHADO, KAYANUMA, 2010).
5.4 Educação em Saúde.
Educação em saúde constitui um campo de conhecimento e de prática do
setor saúde que tem a finalidade de promover a saúde e atuar na prevenção de
doenças. Trata-se de um recurso por meio do qual o conhecimento cientificamente
produzido no campo da saúde, com auxílio dos seus profissionais, pode alcançar a
vida cotidiana das pessoas. Objetiva integrar os saberes científico e popular, na
tentativa de colaborar com o indivíduo para uma maior participação responsável e
autônoma frente à saúde no cotidiano. Deve ser compreendida ainda como um
espaço em que a população pode refletir criticamente, valorizando de forma coletiva
as suas formas de aprender, apreender e explicitar os saberes da vida em sociedade
e em família.
O processo de educar em saúde pode ser entendido também como um
diálogo que se estabelece entre as pessoas, com o objetivo de mobilizar forças e
motivação para mudanças, seja de comportamento, de atitude ou de adaptações às
novas situações de vida5 , contribuindo para a melhoria das condições de saúde da
população. As atividades de educação em saúde potencializam o alcance da
melhoria qualitativa dos serviços ofertados, a democratização do conhecimento, a
utilização de tecnologia simplificada e a participação da população na definição dos
problemas de saúde e das prioridades e estratégias a serem implementadas , sendo
considerada como um dos mais importantes elos entre as perspectivas dos
indivíduos, os projetos governamentais e as práticas de saúde. Destaca-se que a
educação em saúde se constitui em instrumento essencial na construção histórica
da assistência integral requerida na Atenção Primária à Saúde.
No Brasil, do século XIX até meados do século XX, a prática educativa em
saúde também estava relacionada às regras e às normas de prevenção de doenças,
através da orientação de discurso higienista e intervenções normalizadoras, em
virtude das necessidades de domínio sobre epidemias de varíola, peste, febre
amarela, tuberculose, entre outras, nos grandes centros urbanos. Na década de 20,
50
com a urbanização crescente das cidades, os problemas de saúde se diferenciaram
e se agravaram, havendo a necessidade de maior atuação do Estado sobre as
populações. O Ministério da Saúde tem proposto a Educação Permanente como
uma estratégia de transformação das práticas de formação, de atenção, de gestão,
de formulação de políticas, de participação popular e de controle social no setor
saúde. Parte da concepção de que a formação e o desenvolvimento devem ocorrer
de modo descentralizado, ascendente e transdisciplinar, deve ser construída de
forma locorregional e interinstitucional, envolvendo dirigentes, trabalhadores,
estudantes e usuários. A população ocupa o espaço central na política de educação
permanente, já que o seu objetivo final é contribuir com uma atenção à saúde de
qualidade, estimulando o desenvolvimento do exercício da autonomia da população
em relação à sua saúde, satisfazendo suas necessidades de saúde e de educação
em saúde, exercendo conscientemente a participação popular e o controle social
das políticas públicas para o setor.
A saúde e a educação representam as bases para o crescimento de
empresas, expansão de serviços e do segmento industrial, da agricultura e de todo o
chamado livre mercado. Tem-se, assim, cidadãos/trabalhadores ainda mais
qualificados e mais comprometidos, gestores mais esclarecidos e políticos mais
fiscalizados. Dessa forma, também é semeado o terreno para um círculo virtuoso de
transferência de renda, de crescimento econômico sustentável e de qualidade de
vida para todos.
A prática educativa em saúde, além da formação permanente de profissionais
para atuar nesse contexto, tem como eixo principal a dimensão do desenvolvimento
de capacidades individuais e coletivas visando à melhoria da qualidade de vida e
saúde da comunidade assistida pelos serviços, tomando por princípio norteador a
Política Nacional de Promoção da Saúde, conforme as diretrizes também
estabelecidas pela carta de Otawa, reforçando que a educação e a saúde são
práticas sociais inseparáveis e interdependentes que sempre estiveram articuladas,
sendo consideradas elementos fundamentais no processo de trabalho dos
profissionais da saúde.
Para produzir mudanças no processo de trabalho das equipes, nas práticas
de gestão, de atenção e de controle social, é fundamental dialogar com as práticas e
51
concepções vigentes no SUS de forma a problematizá-las não em abstrato, mas no
concreto do trabalho de cada equipe e nos espaços de interação entre elas, a
comunidade e a gestão, construindo novos pactos de organização do sistema, a
partir da convivência e de estratégias e de ações que aproximem o SUS que temos
dos princípios da reforma sanitária. A Educação Permanente em Saúde (EPS) parte
do pressuposto da aprendizagem significativa e problematizadora, propondo
estratégias que possibilitam a construção coletiva, além de nortear caminhos para
uma relação dialógica e horizontal, em que cada protagonista do SUS
(trabalhadores, usuários e gestores) possa compartilhar, ensinar e aprender,
construir e desconstruir concepções, ideias e conceitos acerca da saúde, de sua
produção e operação e de seus papeis. Por tanto, pressupõe o desenvolvimento de
práticas educativas que foquem a resolução de problemas concretos, em um
processo de discussão em equipe, ou de autoavaliação, na perspectiva de buscar
alternativas de transformação do processo de trabalho para o alcance de resultados
mais efetivos e eficazes.
A política nacional de EPS (estratégia permanente em saúde)constitui-se,
portanto, em uma ferramenta importante para o trabalho da equipe multidisciplinar
com projeções relevantes para a efetivação da interdisciplinaridade, a partir de
ações integralizadas e humanizadas, ampliando a liberdade dos trabalhadores e
criando espaços coletivos comprometidos com os interesses e as necessidades dos
usuários. Desse modo, a EPS se torna não só uma estratégia de mudança dos perfis
dos profissionais, uma vez que permite a criação de espaços de coletividade, nos
quais cada indivíduo é visto em seu processo de trabalho como protagonista desse
meio, tornando-se instrumento e ator social do cenário no qual está inserido.
A ação entre diferentes disciplinas pressupõe, além das ligações tradicionais,
a possibilidade de a prática de um profissional se reconstruir na prática do outro,
transformando ambas na intervenção do contexto em que estão inseridas. Assim,
para lidar com a dinâmica da vida social das famílias assistidas e da própria
comunidade, além de procedimentos tecnológicos específicos da área da saúde, a
valorização dos diversos saberes e práticas contribui para uma abordagem mais
integral e resolutiva. Sendo assim, cabe a todos os integrantes das Equipes de
Saúde da Família, nos seus campos de saberes e a partir das necessidades do
52
serviço, efetivar o compromisso de realizar e participar das ações de EPS de forma
colaborativa e contextualizadora, não se limitando a ações verticalizadas e
programáticas focadas na doença. A EPS vem para romper essa prática cartesiana,
ao propor produzir conhecimento a partir da democratização do saber, por isso
também é considerada uma ferramenta importante para a gestão de coletivos, pois
apresenta um conceito e um fazer que se diferenciam dos processos de Educação
Continuada.
O objetivo é a integralidade como ação resultante da interação dos atores
envolvidos, tecendo propostas democráticas, uma vez que a ESF está em constante
interação com os processos de viver da comunidade, ou seja, das reais
necessidades de saúde das pessoas, projetando dessa forma possibilidades para
transformações significativas na qualidade de vida, por ser uma grande ferramenta
de transformação, oportunizando a produção de novos acordos coletivos no trabalho
e na comunidade, ampliando horizontes para participação social, para a
democratização do saber e para a cidadania.
Educação, saúde e trabalho são compreendidos como práticas sociais que
fazem parte do modo de produção da existência humana, precisando ser abordados
historicamente como fenômenos constituintes - produtores, reprodutores ou
transformadores - das relações sociais. Nas sociedades ocidentais, tem
predominado a compreensão da educação como um ato normativo, no qual a
prescrição e a instrumentalização são as práticasdominantes. Essa forma de
conceber a educação, baseada numa pretensa objetividade e neutralidade
doconhecimento, produzido pela razão cientificamente fundada, guarda
correspondência com uma compreensão da saúde como fenômeno objetivo e
produto de relações causais imediatamente apreensíveis pela ciência hegemônica
no campo, a biologia. A busca por uma objetivação das ações humanas, fruto de um
racionalismo de ímpeto controlador, tanto na educação quanto na saúde, acaba
contribuindo para um processo de objetivação dos próprios sujeitos destas ações.
O desenvolvimento da educação sanitária, a partir dos EUA, deu-se de forma
associada à saúde pública, tendo sido instrumento das ações de prevenção das
doenças, caracterizando-se pela transmissão de conhecimento. Mesmo que
realizada de forma massiva, como no caso das campanhas sanitárias no Brasil, a
53
perspectiva não contemplava a dimensão histórico-social do processo saúde-
doença. Entretanto, numa perspectiva crítica, a educação parte da análise das
realidades sociais, buscando revelar as suas características e as relações que as
condicionam e determinam. Atualmente, considerando a importância adquirida pelo
projeto de promoção da saúde, que busca capilarizar-se em várias dimensões da
vida social (família, escola, comunidade) e individual (cuidados com o corpo,
desenvolvimento de hábitos saudáveis), a discussão sobre as dimensões individuais
e coletivas da saúde/doença torna-se oportuna e particularmente importante.
O modelo da promoção, no qual a educação em saúde se apresenta como
um dos seus eixos de sustentação, vê-se diante do desafio de não reproduzir, a
partir da incorporação instrumental da categoria de risco e da ênfase na mudança de
comportamento, a mesma redução operada pelo higienismo, que ao responsabilizar
o indivíduo pela reversão da sua dinâmica de adoecimento, acabou por culpabilizá-
lo, esvaziando a compreensão da dimensão social do processo saúde/doença. O
potencial da educação como processo emancipatório, na interface com os
movimentos sociais, tem na categoria de práxis social, criadora/transformadora da
realidade.
A educação em saúde tradicional, inicialmente chamada de Educação
Sanitária, surge no Brasil a partir da necessidade do Estado brasileiro de controlar
as epidemias de doenças infecto-contagiosas que ameaçavam a economia
agroexportadora do país durante a República Velha, no começo do século XX. Esse
modelo de educação em saúde é assim denominado por caracterizar-se pelo diálogo
bidirecional entre as duas partes envolvidas no processo educativo, profissional de
saúde e comunidade.
É radical por que rompe com as práticas educativas tradicionais como, por
exemplo, as palestras e os grupos de patologias. Outras características importantes
desse modelo são a valorização do saber popular, o estímulo e respeito à autonomia
do indivíduo no cuidado de sua própria saúde e o incentivo à sua participação ativa
no controle social do sistema de saúde do qual é usuário.
As metodologias de educação em saúde mais adequadas para poder
satisfazer as necessidades de saúde da população, preservando a sua autonomia,
valorizando o seu saber e buscando uma melhoria na sua qualidade de vida são a
educação popular em saúde e a educação dialógica, na qual uma complementa a
54
outra. Isto por que, ambas mantém o diálogo com a população e troca de saberes e
enquanto o movimento popular em saúde prima pela luta de uma sociedade mais
justa, a educação dialógica incentiva a autonomia do cuidado em saúde e a
participação do indivíduo no controle e fiscalização do serviço de saúde.
6 PLANODE INTERVENÇÃO 6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo)
Na Villa Arataú temos 191 pacientes com hipertensão arterial para um 12.7 %
da população. Doença crônica com maior incidência e prevalência na comunidade.
Associados a fatores de riscos como sobrepeso, dislipidemias, sedentarismo, habito
de fumar, estres, consumo excessivo de sal e bebidas alcoólicas, baixo nível de
escolaridade e informatividade na comunidade. Ações encaminhadas pelo equipe de
saúde para mudança de estilos de vida são feitas cada dia para prevenção de casos
novos de hipertensão e para controle dos casos diagnosticados e evitar
complicações preveníveis.
6.2 Explicação do problema selecionado (quarto passo)
Com tendência incrementar, maiormente devido estilos de vida inadequados.
Sendo um 90 % da etiologia idiopática (desconhecida) mesmo assim um 10 % dos
fatores de riscos são identificáveis e modificáveis para prevenção e para controle da
hipertensão arterial. Sendo HTA responsável de complicações também preveníveis,
com danos em órgãos essenciais como cérebro, coração, rim. É responsável da
etiologia multifatorial da cardiopatia isquêmica e dos acidentes vasculares cerebrais,
respectivamente, caracteriza-a como uma das causas de maior redução da
qualidade e expectativa de vida dos indivíduos.
6.3Seleção dos nós críticos (quinto passo) 1. Sobre-peso-obesidade
2. Dislipidemias
3. Sedentarismo (pouca atividade física)
4. Estilos de vida inadequados.
5. Dieta hiper-sôdicas (com muita sal)
6. Consumo frequente, excessivo de bebidas alcoólicas.
55
7. Estres excessivo e personalidade Tipo A.
8. Habito de fumar.
9. Baixo nível de escolaridade-baixo nível de informação de saúde.
6.4 Desenho das operações (sexto passo) Quadro 2. Operações sobre o sobrepeso-obesidade relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
Nó crítico 1 Sobrepeso-obesidade
Operação
(operações)
-Educação sobre sobrepeso-obesidade a familiares responsabilizados com pacientes sobrepeso-obesos.
- Elaborar materiais educativos sobre obesidade-sobrepeso e sua prevenção.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Diminuir incidência de sobrepeso e obesidade na população.
Produtos
esperados
Reeducação alimentar para adoção de uma dieta saudável e controle do peso. Valorização da atividade física.
Abandono de hábitos tóxicos.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Financeiro: -
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa sobre obesidade-sobrepeso e sua prevenção.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
56
Quadro 3. Operações sobre dislipidemias relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
Nó crítico 2 Dislipidemias
Operação
(operações)
-Educação sobre dislipidemias e sua prevenção.
- Elaborar materiais educativos sobre dislipidemias e sua prevenção.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Diminuir incidência de dislipidemias na população.
Produtos
esperados
Reeducação alimentar para adoção de uma dieta saudável. Valorização da atividade física.
Abandono de hábitos tóxicos.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Financeiro: -
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa sobre dislipidemias e sua prevenção.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
57
Quadro 4. Operações sobre sedentarismo relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
Nó crítico 3 Sedentarismo
Operação
(operações)
-Educação sobre sedentarismo e sua prevenção.
- Elaborar materiais educativos sobre sedentarismo e sua prevenção.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Diminuir incidência de sedentarismo na população.
Produtos
esperados
Valorização da atividade física e importância das caminhadas diárias.
Abandono de estilos de vida sedentários e de pouca atividade física.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Financeiro: -
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa sobre sedentarismo sua prevenção.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
58
Quadro 5. Operações sobre estilos de vida inadequados relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
Nó crítico 4 Estilos de vida inadequados
Operação
(operações)
-Educação sobre estilos de vida saudáveis.
- Elaborar materiais educativos sobre estilos de vida saudáveis.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Aumentar-estimular estilos de vida saudáveis na população.
Produtos
esperados
Mudança de estilo de vida inadequados por estilos de vida saudáveis.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Financeiro: -
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa sobre estilos de vida saudáveis.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
59
Quadro 6. Operações sobre dieta hiper-sôdica relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
Nó crítico 5 Dieta hipersôdica
Operação
(operações)
-Educação sobre alimentação saudável saudáveis.
- Elaborar materiais educativos sobre alimentação saudável.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Mudança na dieta da população de dietas hipersôdicas por dietas normo-
sódicas ou hipo-sódicas.
Produtos
esperados
Abandono das dietas hipersôdicas.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Financeiro: -
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa sobre danos para saúde das dietas hipersôdicas.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
60
Quadro 7. Operações sobre consumo frequente–excessivo de bebidas alcoólicas relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
Nó crítico 6 Consumo frequente-excessivo de bebidas alcoólicas.
Operação
(operações)
-Educação sobre os danos para saúde por consumo frequente e excessivo de bebidas alcoólicas. - Elaborar materiais educativos sobre os danos para saúde por consumo frequente e excessivo de bebidas alcoólicas.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Redução de consumo de bebidas alcoólicas em 50 %
Reduzir incidência de alcoolismo.
Produtos
esperados
Abandono ou redução de consumo de bebida alcoólica.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Financeiro: -
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores político-
social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa sobre danos para saúde da ingestão frequente e excessiva de álcool.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
61
Quadro 8. Operações sobre dieta estres excessivo-personalidade tipo A relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
Nó crítico 7 Estres excessivo-personalidade tipo A
Operação
(operações)
-Educação sobre os danos para saúde estrese excessivo. - Elaborar materiais educativos sobre os danos para saúde por estrese excessivo e persistente.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Aumentar e potenciar o afrontamento para estres e controle da
personalidade tipo A.
Produtos esperados Personalidade equilibrada-adequado afrontamento do estres.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores
político-social.
Financeiro: -
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores
político-social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa sobre afrontamento ao estres, e controle de personalidade tipo A.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
62
Quadro 9. Operações sobre habito de fumar relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
Nó crítico 8 Habito de fumar
Operação
(operações)
-Educação sobre os danos para saúde do tabaquismo. - Elaborar materiais educativos sobre os danos para saúde por tabaquismo.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Reduzir em 50 % o habito de fumar.
Produtos esperados Redução de doenças pulmonares e neoplasias de pulmão-controle de HTA.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores
político-social.
Financeiro: -
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores
político-social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa sobre danos para saúde do tabaquismo.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
63
Quadro 10. Operações sobre baixo nível de escolaridade-e de informação de saúde relacionado ao problema hipertensão arterial, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Arataú, do município Pacajá, estado de Pará.
O acompanhamento do plano de ação e parte importante do processo do
trabalho da equipe de saúde, pois e um processo contínuo, dinâmico, que não
conclui, e precisa de reavaliação constante para sua atualização. Sendo assim os
responsáveis para acompanhamento permanente o médico e enfermeiro, dando
prioridade hipertensão arterial e nos críticos identificados.
Nó crítico 9 Baixo nível de escolaridade-e de informação de saúde.
Operação
(operações)
- Elaborar materiais educativos sobre importância dos estudos básicos e informações em saúde.
Projeto Mais Saúde
Resultados
esperados
Aumentar o nível de conhecimento da população em matérias de saúde, e
importância de continuar estudos básicos.
Produtos esperados Aumento na cultura geral em matéria de saúde.
Recursos
necessários
Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores
político-social.
Financeiro: -
Recursos críticos Estrutural: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Cognitivo: Conhecimento atualizado sobre obesidade e sua prevenção.
Político: Colaboração- aprovação pela secretaria de saúde e setores
político-social.
Financeiro: -
Controle dos recursos críticos
Enfermeiro-Medico disponibilizam e controlam os recursos necessários: Local de reunião. 1 notebook. 1 Datashow
Ações estratégicas Palestra educativa importância da cultura geral em saúde.
Prazo Palestras de 7 em 7 dias até 2 palestras.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Medico-Enfermeiro
Processo de monitoramento e avaliação das ações
O monitoramento e permanente durante as ações e ao finalizar cada palestra.
64
Tendo em consideração que os recursos que o equipe de Arataú vai precisar
para as operações de saúde e enfrentamento dos principais problemas de saúde já
identificados e priorizados, eles são: 1 Data Show, 1 Notebook, sala de reuniões no
posto, local da escola. O equipe de Arataú tem disponível os recursos antes
mencionados, só ficando pendente coordenação previa com o pessoal da escola
para o osso do local da escola que de maior e permite maior quantidade de pessoas
para audiência, onde será planejado o uso com uma frequência de uma vez por mês
para palestras com maior número de pacientes. Os professores e administrativos da
escola sempre estão em constante colaboração com o trabalhos de saúde, sendo
um ponto em favor das ações de saúde, onde também eles são veneficiados com as
atividades programadas em matéria de saúde da comunidade. Contamos com uma
motivação favorável. Tendo em conta o anteriormente descrito, o plano é viável.
65
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Há, portanto necessidade de uma correta identificação do problema e
definição de esquema terapêutico apropriado. Neste contexto também a
educação terapêutica é fundamental para os pacientes e suas famílias,
organizada de modo que eles aprendam a conviver com a condição crônica da
doença, elevar a percepção de riscos de complicações e o desenvolvimento de
habilidades.
É assim que a equipe de saúde da Villa Arataú após uma avalição integral da
área, organizamos um conjunto de medidas e ações de saúde para reduzir
incidência de hipertensão e modificação de fatores de riscos associados
modificáveis. A participação em conjunto da equipe foi muito boa, sempre com
participação ativa de cada um dos membros do equipe, escutando, e respeitando
cada critério, escutando cada opinião de cada funcionário, junto com participação
ativa também da comunidade. O apoio também da comunidade e das
organizações sociais foi muito boa. Foi assim possível levar um diagnóstico de
saúde comunitária e atuar como consequência, com ações oportunas como parte
das funções integrais da atenção básica. É e sempre será uma continuidade com
o processo de trabalho na atenção básica, onde sempre o trabalho integrado, de
conjunto em equipe e participação da comunidade e organizações sociais, vai
garantir os melhores resultados em saúde.
Aprofundar as ações de promoção e prevenção de saúde neste sentido
constitui um desafio para a ESF Arataú para as mudanças no estilo de vida e
uma adoção adequada ao tratamento dos pacientes estimulando a participação
nos grupos operativos. O presente projeto pode estimular igualmente a
participação comunitária, constituir-se como parte de uma política pública para a
saúde no município de Pacajá.
66
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Educação em Saúde: Aspectos históricos no Brasil. Carvalho Tatiana. Disponível
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Saúde e educação no Brasil. Disponível em:
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EDUCAÇÃO EM SAÚDE. Valéria Morosini Márcia; FerreiraIsabel Angélica Brasil
Pereira. Disponível em:
<http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edusau.html> Acesso em 27
agosto 2018
Educação em saúde. Dias Maciel Marjorie Ester. Disponível em:
<http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edusau.html>. Acesso em
27agosto 2018
Prefeitura municipal de Pacajá. Disponível em: http://pacaja.pa.gov.br/. Acesso em
25 agosto 2018
73
APÊNDICE A: CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO:
AÇÕES MESES/2019 MESES/2019
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Palestra
educativa
sobre
obesidade-
sobrepeso e
sua
prevenção.
Dia 9
e 16
as 14
horas
Palestra
educativa
sobre
dislipidemias e
sua
prevenção.
Dia 1
e 8
as 14
horas
Palestra
educativa
sobre
sedentarismo
sua
prevenção.
Dia
20 e
27 as
14
horas
Palestra
educativa
sobre estilos
de vida
saudáveis.
Dias
8 e
15 as
15
horas
Palestra
educativa
sobre danos
para saúde
das dietas
Dias
3 e
17 as
15
horas
74
hipersôdicas.
Palestra
educativa
sobre danos
para saúde da
ingestão
frequente e
excessiva de
álcool.
Dias
8 e
15 as
14
horas
Palestra
educativa
sobre
afrontamento
ao estres, e
controle de
personalidade
tipo A.
Dias
7 e
14 as
15
horas
Palestra
educativa
sobre danos
para saúde do
tabaquismo.
Dias
2 e
16 as
14
horas
Palestra
educativa
importância da
cultura geral
em saúde.
Dias
6 e
20 as
15
horas
75