universidade federal do rio grande do norte departamento ... · como docente assistido nas...

25
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Departamento de Práticas educacionais e Currículo Curso de Pedagogia Professor orientador: Francisco Vitorino de Andrade Junior Priscila Christina Dias da Silva A docência na EJA: relatos das experiências no estágio supervisionado. Natal-RN, 2015

Upload: ngoliem

Post on 01-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

0

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Departamento de Práticas educacionais e Currículo Curso de Pedagogia

Professor orientador: Francisco Vitorino de Andrade Junior

Priscila Christina Dias da Silva

A docência na EJA: relatos das experiências no estágio

supervisionado.

Natal-RN, 2015

1

Priscila Christina Dias da Silva

A docência na EJA: relatos das experiências no estágio

supervisionado.

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________________________________________

Prof.º Dr. Francisco Vitorino de Andrade Junior

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

(ORIENTADOR)

________________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Maria da Paz Siqueira de Oliveira

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

(MEMBRO DA BANCA)

________________________________________________________________

Prof.º Dr. Francisco Cláudio Soares Júnior

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

(MEMBRO DA BANCA)

Natal, 2015.

Relatório apresentado à Universidade Federal do Rio Grande

do Norte/UFRN como requisito para avaliação da conclusão

do curso para obtenção de título de Licenciatura em

Pedagogia.

Orientador: Francisco Vitorino de Andrade Junior

2

RESUMO

A educação de Jovens e Adultos é uma realidade na educação básica em nosso

país, expectativas e realidades são encontradas nos ambientes da EJA, nos como

profissionais da educação devemos nos ater a esta forma de modalidade de

ensino, com o intuito de garantir uma formação eficiente e de qualidade. Este

relatório tem o objetivo de demostrar nossa experiência de atuação nas turmas de

4º e 5º ano da EJA na Escola Estadual Djalma Aranha Marinho, nossas

realizações e procedimentos utilizados para promoção do ensino e aprendizagem

dos alunos. Para isso foi por nos utilizado uma metodologia fazendo uso do

projeto de ensino, projeto este proposto mediante escolha de tema gerador, isto é,

escolhido como em consenso pelas turmas. É relatado como o projeto foi inserido

nas turmas e como o mesmo foi desenvolvido, as impressões da turma e das

professoras imbuídas em realizar o mesmo. E como o estágio surpervionado

proporcionou esta experiência tão satisfatória para o enriquecimento pessoal e

profissional dos então docentes que o realizam.

Palavra chave: Educação de jovens e adultos, experiências.

3

SUMÁRIO

I.INTRODUÇÃO................................................................................................04

II. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA..............................................................06

III. RELATO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.......................................10

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................20

V. REFERÊNCIAS............................................................................................21

VI. ANEXOS......................................................................................................22

4

I – INTRODUÇÃO

O curso de pedagogia proporciona a seu alunado a possibilidade de atuar

como docente assistido nas disciplinas de estagio supervisionado em três etapas,

visando inserir os futuros docentes no ambiente escolar, por isso o estágio

supervisionado tornou-se uma exigência segundo a resolução CNE/CP 02, de 19

de dezembro de 2002, bem como uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (nº 9394/96). Assim, por intermédio destas disciplinas o

graduando terá a oportunidade de conhecer na efetivamente as atividades

relacionadas à prática docente.

No estágio supervisionado III que foi o arcabouço teórico deste relato,

vemos a formação de professores sendo o objetivo primordial, levando o aluno e

futuro professor a vivencia as experiências advindas de sala de aula diretamente

no campo dos acontecimentos e não mais teoricamente, levando-nos a produzir

uma prática reflexiva sobre a relação sociedade-escola-educação.

Ao passo em que iniciamos nosso primeiro contato com a turma e com a

realidade da escola, sempre somos alvo de certa desconfiança e estranheza, tanto

por parte do corpo escolar como dos alunos da turma a qual somos inseridos. É

nesse momento que somos postos a prova, pois temos que nos abster do espirito

de educando para assumir uma postura de professor.

Este também é um objetivo das disciplinas de Estagio Supervisionado, levar

o futuro pedagogo a pensar e agir como docente, a entender como efetivamente o

ambiente educativo se porta e como os conhecimentos adquiridos em sala de aula

em nosso curso superior podem ser usados na nossa prática docente.

No momento em que somos inseridos em uma instituição de ensino, temos

que ter a consciência que os processos sociais em construção atuam em prol da

qualidade do ensino e da aprendizagem da educação, mas também devemos

contemplar a realidade que circunda todo esse processo em todas as suas

instancias, seus avanços, dificuldades e desafios enquanto promotora da

socialização do conhecimento para os sujeitos sociais

5

Assim, do contato direto com o ambiente escolar temos que levar em

consideração os aspectos econômicos, político e, sobretudo, culturais, pois é de

fundamental importância que o docente tenha plena consciência destes pontos,

para que ele possa desenvolver suas atividades levando em consideração essas

vertentes e que possa fazer coerência entre os recursos que o cercam e as

limitações sociais de seus alunos.

Essa consciência crítica da realidade, bem como de suas articulações, será

fundamental no processo de construção do caráter profissional do docente e o

possibilitará trabalhar de uma maneira mais satisfatória e promovendo uma

educação de maior qualidade e eficácia.

Diante disso, este trabalho tem como objetivo a produção de um relato

reflexivo da docência desenvolvida no estágio supervisionado III na modalidade

EJA, destacando seus processos de ensino, aprendizagem e os relatos da

experiência docente efetivada nesta modalidade de ensino. Assim, pretendo

desenvolver discussões reflexões sobre aspectos relativas a temática de

Educação de Jovens e Adultos, no intuito de compreender como essa modalidade

de ensino ajuda na promoção do conhecimento dos sujeitos incluídos nesta

educação.

Portanto, faz-se necessário apresentar a escola campo de atuação do

estágio docente, e, por conseguinte a explanação do relato das minhas

experiências durante o contato com a sala de aula no estágio supervisionado e,

por fim, a discussão acerca de como o ensino da educação de jovens e adultos

pode garantir uma educação efetiva de desenvolvimento do sujeito.

6

II. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA.

A Escola Estadual Djalma Aranha Marinho – Ensino Fundamental foi criada

em 9 novembro de 1982. O prédio escolar tem uma localização central, próximo

ao centro comercial e à Universidade do Vale do Acaraú – UVA. No seu entorno

dispõe de uma ampla área livre, tendo acesso à linha telefônica, rede de

saneamento básico e luz elétrica. A princípio foi criada para atender à clientela do

ensino fundamental, logo com a evolução do quadro de alunos e professores e

diante da necessidade da comunidade local, passou a atender na modalidade

supletiva de Educação de Jovens a Adultos (EJA) de nível fundamental do 1º ao

4º Nível e ao Ensino Médio da 1ª à 3ª Série. No entanto, a promotoria pública junto

à mantenedora, determina a retirada da modalidade de Ensino Médio por volta de

2008, alegando o estado não suportar duas escolas de bairro com as mesmas

modalidades de ensino. Desta forma ficou na administração da escola Djalma

Aranha Marinho o Ensino fundamental e a Educação de jovens e Adultos.

A construção do prédio, bem como a inauguração, deu-se no ano de 1982,

porém nunca passou por reformas consequentemente possui uma estrutura física

pouco conservada. Podemos perceber que a escola precisa urgentemente de uma

manutenção na parte instalações físicas, elétricas e hidráulicas. Atualmente a

estrutura física da escola dispõe de: 11 salas de aula, 01 sala multifuncional, 01

sala de educação física, 01 sala de professores, 01 secretaria, 01 pátio coberto,

01 espaço de apoio de pessoal de segurança, 01 cozinha, 01 bloco de banheiros

femininos para alunas, 01 bloco de banheiros masculinos para alunos, 01 sala da

supervisão, 01 diretoria com 01 banheiro interno, 01 banheiro para professor –

masculino 01 banheiro para professor – feminino, 01 sala de biblioteca, 01 sala

para projeção de vídeo, 01 depósito para armazenamento de alimentação escolar,

01 depósito para diversos e 01 espaço de almoxarifado.

No seu quadro geral de discentes a escola atende a um total de 692

(seiscentos e noventa e dois) alunos distribuídos por modalidade dentre os seus

turnos de funcionamento. Na modalidade EJA, turno noturno atende a 5 (cinco)

turmas da EJA com um total de 148 (cento e quarenta e oito) alunos. O quadro de

7

docentes da escola tem de 36 (trinta e seis) professores do quadro efetivo

atuando-nos diversos níveis e modalidades de ensino, com mais 05 docentes

temporários, totalizando assim 41 professores no quadro. Apesar de ter um

quadro efetivo relativamente significativo do corpo docente a escola enfrenta a

necessidade de professores, por anos seguidos, em disciplinas específicas das

áreas das ciências exatas e das biológicas, em língua estrangeira dentre outras.

Segundo a escola o gerenciamento dos recursos financeiros é feito,

conforme orientação da SEEC/RN, na qual vem um determinado valor para a

escola, e este valor é distribuído de acordo com as necessidades da escola.

A escola possui livros didáticos especifico para modalidade de Educação de

jovens e adultos, todos os alunos têm acesso a esse material e há uma

quantidade razoável que consegue suprir as necessidades dos alunos, em nossas

observações notamos que os professores utilizam os livros como principal

ferramenta para ministrar as aulas, mas às vezes de uma forma fragmentada.

Com relação às avaliações esta é diária, ou seja, qualquer atividade que o

professor propõe em sala de aula tem um valor quantitativo, devido às dificuldades

que alguns alunos possuem tais como: trabalho, greve, frequência, etc. No que se

refere ao planejamento das atividades, é realizado duramente 6 sábados durante

todo o ano letivo contando a com a semana pedagógica.

A escola, apesar de estar localizada em um conjunto habitacional onde

predomina a presença de pessoas de classe média, atende, em sua maioria, a

alunos e alunas carentes. Recebe alunos do próprio bairro, do bairro Planalto e de

outras comunidades. São filhos e filhas de trabalhadores bem como alunos jovens

e adultos trabalhadores dos mais diversos campos da economia formal e informal

e também alunos na condição de desempregados almejando a garantia de uma

vaga no mercado de trabalho, e para que esses alunos possam se deslocar de

sua residência para a escola, o governo do estado disponibiliza três ônibus para

dá suporte a ida e volta desses estudantes para a escola.

O turno noturno apresenta uma realidade diferenciada, atende alunos

jovens e adultos com idade que ultrapassa a faixa etária escolar regular variando

entre 14 a mais de 60 anos, em sua maioria são trabalhadores. Muitos deles têm

8

uma intensa carga-horária de trabalho, saindo direto do local de emprego para a

escola, convivendo com problemas como cansaço físico e mental, falta de tempo

para estudar, dificuldades financeiras, mudança de residência, dentre outros,

levando-os ao desestímulo e ao abandono escolar, quando não resulta na

reprovação, além disso, se percebe uma evasão bastante acentuada como

mostram as estatísticas apresentadas pela secretaria da escola. A defasagem de

aprendizagem se torna ainda mais visível, principalmente nos alunos que

frequentam a EJA.

Tais fatos ocorrem em diferentes períodos do ano letivo. Muitos dos alunos

matriculados sequer compareceram à escola no início do ano letivo. Alguns deles

atribuem ao relacionamento com alguns professores o motivo de ainda estarem

frequentando a escola. Apesar das estatísticas desanimadoras temos alunos que

apresentam um bom desempenho nas atividades escolares e um bom nível de

aprendizagem.

E para tratar destas e de outras questões vamos trabalhar com a turma de

EJA nos ciclos 4º e 5º ano. Estas turmas são constituídas de 25 alunos e 23

alunos consecutivamente, composta de jovens e adultos de 14 a 60 anos, tendo

em sua maioria alunas do sexo feminino e com trabalhadores das mais variadas

profissões desde de comerciantes liberais, trabalhadores de empresas

terceirizadas, empregadas domesticas e alguns que ainda estão almejando um

emprego. Todos têm na educação da EJA um caminho para melhorar suas

posições em seus respectivos trabalhos e para melhorar seus currículos com o

intuito de conseguir um emprego.

9

III. RELATO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.

Durante o curso adquirimos variados conhecimentos nas disciplinas que

nos são propostas no currículo do curso de pedagogia e com estes conhecimentos

internalizados passamos a perceber e a questionar várias ações do nosso dia a

dia como docentes e alunos do curso de formação de professores. Indagações

estas que nos fizeram optar por tratar da temática Educação de jovens e Adultos.

Para iniciar o tema vamos discursar um pouco sobre a EJA, ela pode ser

percebida desde muito antigamente com a chegada dos jesuítas ao Brasil com o

intuito de converter e ensinar valores cristãos aos gentios. Com a expulsão dos

Jesuítas essa educação só foi retomada no período imperial.

A constituição de 1824 dava direito a todos os cidadãos a instrução primária

e gratuita para todos, mas isso não ocorreu, a educação só era oferecida a

pessoas da elite e com restrições, no final do império a grande parte da população

acima de 5 anos ainda era analfabeta.

No início do século xx a maioria da população continuava analfabeta, e não

havia uma preocupação com a educação de jovens e adultos. A preocupação

maior era com a formação de mão de obra para o crescente aumento das

indústrias.

Em 1947 aconteceu a campanha de educação de adultos. Com a retomada

dessa educação, os adultos analfabetos “eram” vistos como incapazes e

infantilizados, não existia um pensamento pedagógico ou de políticas

educacionais especificas para essa classe de pessoas socialmente excluídas.

Na época da ditadura militar no Brasil foi criado o MOBRAL (Movimento

Brasileiro de Alfabetização) que traz a lógica da alfabetização funcional e da

semiprofissionalização. O objetivo era “erradicar” o analfabetismo e também inserir

o alunado na indústria. O processo de alfabetização da EJA estava restrito a

alfabetização, no sentido de ensinar a ler e a escrever, a cartilha era o recurso e a

silabação o método.

10

Com a constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB) a EJA alcançou conquistas de suma importância para o seu atual

desenvolvimento, uma das principais foi atribuição aos municípios a

responsabilidade do Ensino Fundamental, estabelecendo que os sistemas de

ensino assegurem gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar

os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,

considerando as características do aluno, seus interesses, condições de vida e de

trabalho. Também cabe a esses sistemas de ensino, viabilizar e estimular o

acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e

complementares entre os diversos setores das esferas públicas.

Por considerar que este relatório simbolicamente representa a

concretização da minha constituição como pedagoga, ponderei importante

construir um referencial teórico a partir, primeiramente, do breve resgate das

concepções de jovens e adultos, que também se modificaram com o passar do

tempo. Em princípio, os jovens e adultos que não possuem nenhum tipo de

escolaridade não são reconhecidos e valorizados como sujeito, que pensa, que

aprende, que sente. Porém, depois de alguns séculos passou a ser vista como

alguém que precisa ser cuidado, escolarizado e preparado para uma função futura

da vida cotidiana de qualquer cidadão.

Nesta perspectiva, é importante mencionar os aspectos legais relativos à

EJA no Brasil, os quais também sofreram transformações e foram se aprimorando

ao longo dos anos, por exemplo, através da inserção da Educação de Jovens e

adultos na educação básica, entendendo-se, com isso, que houve o

reconhecimento de que a educação pode começar a qualquer momento e é

essencial para o cumprimento de sua finalidade. Sendo assim, como afirma

Romão:

Em sala de aula, os dois lados aprenderão junto, um com o outro - e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar. Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo. (Revista Nova Escola, 2013, p.2)

11

Seguindo essa lógica, a função socializadora da escola também é

elencada, pois a escola é uma instituição social com objetivo explícito: o

desenvolvimento de capacidade cognitiva e afetiva, indispensáveis ao

atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos.

Dessa maneira, parte-se do pressuposto de que a educação se torna uma forma particular de responsabilidade da ação entre os homens para com a sociedade em que estão inseridos, através da escola, compreendendo a humanização como questão orientadora da função que ela assume (VASCONCELLOS, 2001).

Por concordar com Vasconcellos (2001, p. 92), quando ele sugere que “a

escola deve ser ligada à vida, ou mais do que isso, deve ser vida”, compreende-se

que a humanização é a questão orientadora da função que ela assume. Sendo

assim, acredita-se que a função socializadora da escola só se dá quando essa é

voltada para o pleno desenvolvimento do educando, ou seja, quando valoriza a

transmissão e a construção do conhecimento, mas também enfatiza outro aspecto

fundamental: as boas formas de convivência entre as pessoas.

E a pratica docente se inicia assim, com uma atividade desenvolvida

partindo dos interesses e conhecimentos dos alunos. Eles escolheram o assunto

que desejaram entender melhor; chamamos esse assunto de tema gerador. Após

a escolha do assunto, dentro da perspectiva dos conteúdos desenvolvidos na

etapa, eles, apoiados pela mediação docente, construíram seu conhecimento. As

principais características do trabalho por projetos são a problematização de um

tema e a produção de um objeto ou de uma ação por parte dos alunos.

O destino final deste produto deve ser a aplicação social dos conteúdos

estudados, relacionados com os temas geradores escolhidos. Partindo sempre do

princípio de que os alunos jovens e adultos conhecem muitos assuntos, iniciar a

atividade sempre com uma conversa informal é necessário, pois assim o educador

começa a conhecer seus interesses e ter uma ideia de seus conhecimentos

prévios. A utilização dos projetos não impede que nos educadores desenvolvamos

conteúdos não previstos no programa de ensino da etapa, mas no nosso caso, os

temas geradores escolhidos pelos alunos estiveram incluídos no respectivo

programa.

12

No primeiro encontro com os alunos das turmas que desenvolvemos o

presente estudo, conversamos e explicamos a eles a forma do trabalho por

projetos, procurando descobrir quais seus interesses em estudar história e o que

esperavam dos encontros que teríamos até o final do semestre.

A este respeito, perguntamos: o que vocês acham que iremos estudar neste

semestre e o que acham da disciplina de história? As respostas foram as mais

variadas; alguns dos alunos já haviam participado de estratégias utilizando os

projetos didáticos em outros momentos, mas uma das turmas era nova e não fazia

ideia de como iriam aprender. A seguir estão algumas respostas dos alunos da

turma que era nova. “ É uma disciplina difícil e com muito conceito para entender. ”

“Acho que iremos estudar e resolver muitos problemas. ” “No semestre passado

achei tudo muito difícil e acredito que não aprendi muita coisa. ” “O professor do

semestre passado só deu lista de exercícios, quase não tinha matéria escrita no

caderno. ” “Como eu não gosto de geografia, também não gosto de história. ” “No

semestre passado quase não tive aula desta matéria. ” Como já foi dito, as

conversas sobre os seus interesses são necessárias para desenvolver trabalhos

por projetos didáticos. É o ponto de partida do educador para construir seu ensino.

Nas próximas atividades desenvolvidas com os alunos está a parte de “pesquisa”,

onde eles buscaram informações, reportagens e artigos que falassem dos

conceitos de história indígena referentes ao programa da etapa.

O trabalho aconteceu em diferentes meios de comunicação; a ideia era que

eles procurassem em jornais, revistas e Internet. Os alunos foram orientados de

que deveriam realizar uma busca e trazer o material que encontrassem sobre

assuntos relacionados com a história indígena. Eles trouxeram alguns materiais;

no entanto, tiveram alguma dificuldade em encontrá-los, pois não estão

acostumados a realizar buscas nestes meios de informação. Este foi o primeiro

momento de socialização da leitura e interpretação feita por eles dos assuntos

escolhidos de cada tema gerador. Os alunos escolheram o assunto, realizaram

uma leitura, discutiram em grupo os aspectos mais relevantes para explicar aos

colegas de outros grupos da turma.

13

Ao final da explanação oral feita por cada grupo, eles entregaram um

resumo feito para a apresentação. Após esta apresentação oral dos alunos, foi

feita uma análise dos conceitos históricos envolvidos em cada um dos temas e

sugerida a eles uma lista de palavras que foram expressas em suas

apresentações e as relações destas com temática que seria estuda no decorrer do

semestre. Após este primeiro contato com a pesquisa bibliográfica e a

socialização do material pesquisado com os colegas, nós começamos a explicar

alguns conceitos envolvidos nos assuntos escolhidos por eles.

As explicações foram dadas de acordo com as relações entre conceitos e

aplicações dos assuntos propostos pelos alunos. As aulas eram sempre

intercaladas com explicações e apresentações dos grupos sobre os assuntos

escolhidos por eles.

A forma como os alunos apresentaram cada trabalho foi bem conceitual, a

proposta de trabalhar com projetos didáticos era fazer com que o aluno adulto

estabelecesse relações entre conceitos e aplicações úteis em seu modo de vida.

No decorrer do semestre, os alunos receberam um material com orientações de

como os projetos deveriam ser desenvolvidos.

Neste material constava: o título do tema gerador do projeto; os conteúdos

que podiam ser abordados no respectivo projeto; as competências e habilidades

que deveriam desenvolver durante o estudo destes conteúdos e na realização do

projeto de trabalho; questões que deveriam ser respondidas até o fim do

semestre, o produto final do projeto, e uma proposta de como esse produto

poderia ser apresentado ao término do semestre.

Na metodologia de projetos, cada tema gerador deve ter uma orientação de

como o projeto deve ser desenvolvido. Para cada projeto de trabalho, os alunos

realizaram três apresentações. O primeiro grupo escolheu um artigo para falar ao

grande grupo sobre o seu trabalho. No segundo eles apresentaram parte do

projeto, nesta etapa foi proposto que respondessem a algumas questões mais

gerais do material de orientação; foram apenas três questões básicas que cada

grupo deveria pesquisar, até a data de apresentação aos colegas de outros

grupos. Já o terceiro – foi a finalização dos projetos, na qual eles deveriam referir-

14

se a todos os conteúdos relativos ao assunto do tema gerador e explicar ao

grande grupo.

Portanto Oliveira pensa que:

Ao professor cabe balancear os limites e desafios, auxiliar os alunos para evitar que a pretensão de assumir projetos complexos os leve ao fracasso dos resultados, ajudá-los a desenvolver uma adequada auto-percepção e a sentir-se estimulados para a realização de atividades que ampliem seu potencial. (2006, p. 7)

Com a utilização desta forma de trabalho foi possível inserir os alunos

efetivamente na ação de ensino e aprendizagem, pois foram os mesmos que se

engajaram em adquirir os conteúdos necessários para apresentarem seus projetos

para os colegas da turma. Isso com o auxílio da mediação das professoras.

Percebemos que esta forma de ação tratou os alunos e nós professoras como

iguais em determinados momentos os deixando mais à vontade para lidar com

nossa presença e interferência em seus cotidianos em sala de aula. E

principalmente os atraindo ao processo de aprendizagem.

Como já foi mencionado, este relato envolve duas classes que optaram pelo

mesmo tema gerador, mas que abordaram assuntos diferentes. Após as

orientações recebidas, eles partiram para o desenvolvimento dos projetos. A partir

de agora serão apresentadas as formas que um dos grupos propôs suas

atividades e como foram desenvolvidas por eles, juntamente com a mediação

docente.

O grupo escolheu falar sobre as questões indígenas, a escolha do assunto

aconteceu porque um dos integrantes do grupo conhecia um legitimo índio, e eles

conversavam muito sobre o assunto. Na primeira apresentação do projeto eles

falaram da utilização do termo índio, comentaram sobre como a colonização do

território brasileiro se desenvolveu e os demais assuntos referentes ao tema.

A grande discussão, após a apresentação, foi a respeito das informações

trazidas pelo grupo. E surgiram outros questionamentos: mas qual a comprovação

existente? O debate em torno de comprovação científica foi bem entusiasmado.

Após, os alunos propuseram trazer algum estudioso da área, para uma palestra na

escola; marcou-se uma data e a professora de história da instituição de prontificou

15

a ele veio conversar com os alunos da turma. Na segunda fase do projeto, na qual

eles deveriam responder às questões básicas muitos dividas surgiram na turma, e

foi pedido que os mesmos fossem fazendo registro delas para que posteriormente

tivéssemos possibilidade de respondê-las.

Considerando esse aspecto, as atividades pensadas para a turma da EJA

subverteram a partir da intencionalidade de trabalhar as relações sociais através

das histórias indígenas, pois os conteúdos do livro didático tratam das questões de

maneira muito superficial e em alguns momentos tratando os fatos como únicas

verdades. Os discursos que ele produz fazem circular significados culturais. Veiga-

Neto (2000, p. 56) argumenta que “os discursos podem ser entendidos como

histórias que, encadeadas e enredadas entre si, se complementam, se

completam, se justificam e se impõem a nós”.

É nesse sentido que o material didático pode corroborar para o

entendimento das diversas e distintas relações sociais existentes. Sendo assim, a

Literatura foi utilizada para favorecer momentos de prazer em grupo; provocar o

hábito (para quem não o tem) de escutar histórias; enriquecer o imaginário;

favorecer o contato com textos de qualidade literária (clássicos e modernos);

desenvolver o gosto e o prazer pela leitura compartilhada como forma de

aprender, socializar-se e interagir, considerando que as histórias quando

trabalhadas significativamente e problematizadas nos ensinam a conviver com as

pessoas.

Consequentemente, através das histórias contadas pelos colegas na classe

a pluralidade cultural também foi trabalhada (o eu e o outro, o que eu gosto, o que

o outro gosta, as estruturas familiares de cada um, onde vivem, como vem para a

escola) pelo conhecimento e valorização das diferentes culturas e distintas formas

de ser e agir (tradições, valores, costumes, crenças) e pelo (re)conhecimento das

relações sociais do meio em que vivemos.

Dessa forma, as relações entre natureza e sociedade foram estabelecidas e

o cotidiano e o conhecimento geográfico explorados através da relação do

alunado com o espaço em que estão inseridas, da criação, recriação, organização,

16

manipulação das coisas que as cercam, espaço produzido e reproduzido pela

sociedade, consciência espacial e raciocínio geográfico.

Diversos conteúdos, como os citados acima, foram explorados com

objetivos específicos através de inúmeras atividades. A partir das concepções de

Hentz (1999, p. 12), entende-se que atividade “não é qualquer ação”, é o “conjunto

de ações que tem uma finalidade, uma motivação e uma profunda vinculação com

a vida do agente”. Para o autor, o termo está associado à concepção de

aprendizagem sociointeracionista, pois o “ser humano é resultado das interações

sociais”.

As atividades realizadas em aula foram pensadas acerca de uma

intencionalidade. Isso implica que elas foram planejadas.

Vesse em Ostetto, o ato de planejar pressupõe o olhar atento à realidade:

O planejamento educativo deve ser assumido no cotidiano como um processo de reflexão, pois, mais do que ser um papel preenchido, é atitude e envolve todas as ações e situações do educador no cotidiano do seu trabalho pedagógico. Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar, elaborar um roteiro para empreender uma viagem de conhecimento, de interação, de experiências múltiplas e significativas para com o grupo de crianças. Planejamento pedagógico é atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. (2000, p.177)

E por estarmos trabalhando com turmas da EJA é que nosso planejamento

foi ainda mais minucioso pois tínhamos em uma mesma sala de aula realidades

muito distintas, vivencias sociais variadas e expectativas múltiplas. Tínhamos

alunos que não podiam comparecer as aulas todos os dias por motivos de

trabalho, outros não detinham as habilidades e/ou de disponibilidade de conseguir

adquirir os conteúdos propostos para pesquisas em suas residências e tantos

outros fatores que deveriam ser levados em consideração para que o trabalho em

sala de aula pudesse decorrer satisfatoriamente. Tínhamos que elaborar uma

maneira de que todos pudessem participar sem qualquer distinção, isso foi feito

através de uma investigação da realidade de cada um, onde eles nos foram

relatando suas dificuldades e o que tinham disponibilidade de fazer ou não.

Para que todos esses acontecimentos acontecessem de uma forma

favorável, colocamos em pratica todos os nossos estudos sobre metodologia de

17

ensino através de projeto, como cada passo deveria ter feito e acreditamos que

esta forma de ação foi muito bem tratada de maneira a culminar com uma ótima

aquisição dos conhecimentos por parte dos alunos.

No contexto da experiência adquirida durante o estágio, foi proposto pela

orientadora de estágio o preenchimento de um quadro que serviu para subsidiar

as proposições de atividades. O quadro contém perguntas/hipóteses (dos

jovens/adultos e dos professores sobre a temática do projeto), conhecimentos

(advindos da pesquisa realizada), objetivos (organizados na perspectiva do aluno

– exemplos: aprender, descobrir, pesquisar, conhecer, etc.) e atividades (listadas)

e fez parte de todo o processo de elaboração do planejamento do que era

explorado em sala de aula.

Durante todo o processo de realização das atividades (pois se considera

que o processo é tão – ou mais – importante do que o produto final) a

aprendizagem dos alunos foi evidenciada pela observação da participação deles

nas atividades. Especificamente relacionado as histórias foi observado os

educandos são capazes de contar e recontar histórias, de imaginar a partir delas,

de interpretar o enredo apresentado a eles e se são capazes de distinguir os

diferentes papéis sociais assumidos pelos diversos personagens apresentados.

Foi observado também se houve concentração e envolvimento na produção

das tarefas e no manuseio dos materiais usados para a realização das atividades.

Se eles tiveram facilidade em realizá-las com qualidade e se aproveitam as

oportunidades de socialização para avançar em questões como interação e

colaboração.

No decorrer de todo o processo de aprendizagem, diferentes formas de

registros foram elaboradas, como por exemplo: painel de histórias com a escrita

dos títulos escolhidos e os registros escritos dos questionamentos.

Com a realização do Curso de Pedagogia posso afirmar que nas leituras

realizadas ao longo da minha formação, principalmente, a partir das disciplinas de

Educação de jovens e Adultos, Inserção e Monitoria, Organização da Ação

Pedagógica, PED e, fundamentalmente, pelo Estágio Supervisionado em

Educação, bem como na convivência com os professores do curso fui me

18

constituindo como Pedagoga e compreendendo que “ensinar exige risco,

aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação” (FREIRE, 1996

p. 38-9). Portanto, não é uma tarefa fácil!

Enquanto permanecemos na escola percebemos coisas, presenciei ações

que vão de encontro ao que eu aprendi na academia, ao que eu pratico e ao que

eu acredito. Por essas coisas, estar naquele ambiente, em determinados

momentos, machucava-me bastante e fazia-me sentir quase que uma dor física

por ver a situação de descaso do Estado com nossa educação.

Por outro lado, impulsionava-me a estabelecer práticas diferenciadas

daquelas com os alunos, então me propus a arriscar a ter a pretensiosa intenção

de modificar o ambiente não apenas físico, mas espiritual observado na sala de

aula e acredito que algumas transformações aconteceram, pois percebi o

entusiasmo da classe ao saber que teríamos mais um momento juntos.

Desta que a principal, acredito, que foi relativa à interação dos jovens e

adultos, que passaram a dialogar, trocar ideias e opiniões, dar sugestões, criar

hipóteses sobre as coisas, simplesmente porque passaram a ter espaço e

abertura para isso. Simplesmente, porque o ato de comunicar-se é inerente ao ser

humano, portanto, nada mais natural que eles efetivamente se comuniquem

quando é dada a oportunidade para isso.

Em função da minha atitude, eu enfrentei muita resistência e passei a ouvir,

com frequência, que eu não deveria ter feito assim, que essa atividade não dará

certo e que os alunos não irão conseguir. Mesmo assim, eu continuei acreditando

que eu deveria ter feito assim, que essa atividade daria muito certo e que esses

sujeitos iriam conseguir, pois eu estaria ali para proporcionar que conseguissem.

Ao finalizarmos nosso trabalho na escola, chegamos à conclusão de que o

estágio supervisionado é capaz de nos proporcionar inúmeras experiências tanto

de cunho pessoal e principalmente nos da bagagem para nossas futuras carreiras

como profissionais da educação, aprendemos e compreendemos várias formas de

tratar o sujeito educando, de como os mesmos se portam diante de determinadas

formas de apreciação dos conhecimentos didáticos, de como estas formas de

19

tratar os assuntos pode ou não instiga-los a prosseguir nos estudos e muitas

outras questões tão peculiares no trato com a pessoa humana.

Concluímos com a certeza de que tentamos ao máximo produzir a

curiosidade e o estímulo aos estudos e acreditamos ter feito mudanças em cada

um dos alunos incluídos no projeto, de forma a agradecer o empenho de todos

eles e parabeniza-los por todo o comprometimento e esforço em garantir a si

próprio o título de capaz e bem sucedido.

20

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se que a realização deste relatório pensado a partir das

vivências proporcionadas pela realização do Estágio Supervisionado IlI, que

simbolicamente representa toda uma trajetória de formação, possibilitou a reflexão

sobre importantes aspectos relacionados ao jovem e ao adulto. Neste sentido, de

acordo com Marques (1992, p. 97), o estágio assume “prevalente caráter de

pesquisa, isto é, caráter processual de investigação das condições do exercício da

profissão”.

Ensinar e aprender envolve aspectos que permitem contribuir para a

criação de oportunidades de aprendizagem. Cabe ao educador ser o mediador

desse processo, definindo metas, estratégias e objetivos que poderão ser

elaborados com os educandos, partindo do seu contexto, do seu interesse, para

assim enriquecer ainda mais o processo de ensino aprendizagem. Destaco aqui

que a clientela da EJA tem curiosidade de descobrir, explorar, conhecer, vivenciar

e experimentar o novo e que através dessas descobertas que eles se tornam

capazes de expressar sentimentos e emoções.

Quando fiz a minha intervenção, procurei transformar o que parecia estar

instituído naquela sala de aula e durante o meu estágio busquei incansavelmente

a realização de uma prática norteada primordialmente pelo afeto. E, apesar da

resistência da gestora da escola em alguns momentos, estive em um processo

maravilhoso com meus alunos posso assim dizer, cujo resultado foi encantamento

e amor, já que no meu trabalho coloquei-os sempre como um de meios focos

principal.

21

V. REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa.

São Paulo: Paz e Terra, 1996.

HENTZ, Paulo. Dos diferentes significados do termo Atividade. In. Tempo de

Aprender: subsídios para classes de aprendizagem nível 3 e para todas as

escolas de Florianópolis. Florianópolis: DIEF/

SED, 1999.

MARQUES, Mário Osório. A formação do profissional da educação. Ijuí: UNIJUÍ,

1992.

OLIVEIRA, Cacilda Lages - Significado e contribuições da afetividade, no contexto

da Metodologia de Projetos, na Educação Básica, dissertação de mestrado –

Capítulo 2, CEFET-MG, Belo Horizonte-MG, 2006.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Planejamento na Educação Infantil: mais que a

atividade, a criança em foco. In: Encontros e encantamentos na educação infantil.

Campinas, Papirus, 2000.

ROMÃO, Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-

pedagogica/mentor-educacao-consciencia-423220.shtml?page=1 acesso em

14/05/2013.

FEDERAL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília:

SENADO 1996.

VASCONCELLOS, Celso dos S. O professor como produtor de sentido em busca

de um novo sentido para a escola. Revista Educação AEC, São Paulo, n. 118, p.

80 – 90, Janeiro/Março 2001.

VEIGA-NETO, Alfredo. Michel Foucault e os Estudos Culturais. In: COSTA, Marisa

V. Estudos Culturais em Educação: mídia, arquitetura, brinquedo, biologia,

literatura, cinema. Porto Alegre: Ed. Universitária/UFRGS, 2000.

22

ANEXOS

Anexo 01:Projeto desenvolvido pelos alunos da turma do 5º ano da EJA da Escola

Estadual Djalma Maranhão.

PROJETO INDIOS DE ONTEM E HOJE: Um estudo histórico.

O seguinte projeto tem como objetivo trabalhar o tema Índios ontem e hoje,

mostrando as principais tribos indígenas presentes no Rio Grande do Norte e

como seu deu o processo de colonização e resistência desses sujeitos. E também

permitir aos alunos a percepção sobre diferenças culturais entre os eles, pois este

assunto é de suma importância na sala de aula para que cada sujeito possa

entender o seu modo de vida e o do outro e como a influência do homem

contribuiu nesse processo. Pois na sala de aula (coloca turma) que vamos

trabalhar a (há) uma diversidade cultural muito ampla, e com isso, permitir através

do tema tratado, tanto conhecimento como reflexão (refletir) sobre as dificuldades,

o modo de pensar de cada um e também construir um pensamento consciente

sobre suas ações na sociedade.

OBJETIVOS (GERAIS E ESPECÍFICOS)

Objetivos Gerais de História

Espera-se que ao longo do ensino fundamental os alunos gradativamente

possam ampliar a compreensão de sua realidade, especialmente confrontando-a e

relacionando-a com outras realidades históricas, e, assim, possam fazer suas

escolhas e estabelecer critérios para orientar suas ações.

Eixo temático: História das Relações Sociais da Cultura e Trabalho

As relações sociais, a natureza e a terra.

Relações entre a sociedade, a cultura e a natureza, em diferentes

momentos da História brasileira: primeiros homens no território brasileiro,

povos coletores e caçadores, a natureza representada na arte, nos mitos e

nos ritos dos povos indígenas;

23

Natureza e povos indígenas na visão dos europeus, exploração econômica

de recursos naturais pelos colonizadores europeus, agricultura de

subsistência e comercial, criação de animais; os sertões, os caminhos, a

conquista, a ocupação e a produção e a extração de riquezas naturais;

Objetivos específicos:

Permitir que o aluno possa perceber como o papel do homem influência nas

mudanças culturais e também conhecer a cultura dos índios. Além disso, fazer

que o aluno reflita sobre sua própria vida, em relação a tomadas decisões e

desenvolver a consciência, sobre suas ações na sociedade, pois dependendo do

seja pode (possa) influenciar, mudará e transformará a sociedade. E também

fazer relacionar (relação) ao modo de vida que eles têm hoje com a do início do

processo de colonização.

MÉTODOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM E RECURSOS

1ª SEMANA

1º Momento- os conhecimentos prévios dos alunos em relação ao tema tratado.

2º Momento- Cada um fala um pouco do seu modo de vida.

3º Momento- Apresentação do tema tratado.

A origem da palavra ÍNDIO

Tribos no RN

4º MOMENTO- Construção de uma história coletiva a respeito do tema tratado,

com a concepção que o aluno possui.

5º MOMENTO- Leitura da história coletiva.

2ª SEMANA

1º MOMENTO-. CONTINUAÇÃO DO TEMA

Tradições culturais

Territórios indígenas

Primeiro contato com o homem branco

Exploração da mão de obra

2º MOMENTO- Imagens dos índios durante o processo de colonização e índios

atuais. Com referência no site da FUNAI- SITE http://www.funai.gov.br

24

3º MOMENTO- Releitura da Imagem – Os alunos após apreciarem as imagens

mostradas, vão pensar numa forma de resgatar a imagem do índio antes da

colonização e propor uma forma de colonização sem resistência dos mesmos.

4ºMOMENTO- Reflexão Indígena:

Um velho índio descreveu certa vez em seus conflitos internos: “Dentro de mim

existem dois cachorros, um é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil”. Os dois

estão sempre brigando... “Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros

ganharia a briga, o sábio índio parou e refletiu e respondeu: “Aquele que eu

alimentar”“.

http://drjoaosavio.blogspot.com.br/2011/10/reflexao-indigena.html

3ª SEMANA

1º MOMENTO

Primeiro contato com o homem branco.

Exploração da mão de obra.

2º MOMENTO

Breve explicação de como os índios estão nos dias atuais

AVALIAÇÃO

A avaliação será feia diariamente de acordo com a participação dos alunos

e as construções desenvolvidas em sala, pois será levado em consideração o

pouco tempo que cada um tem para estudar, pois muitos desses alunos são

trabalhadores. Levar em conta a qualidade desenvolvida na prática é melhor do

que a quantidade.