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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
MAIRA CRISTINA SCHUSTER RUSSIANO
POTENCIAL ANTAGONISTA DE Bradyrhizobium spp. SOBRE
PATÓGENOS DE SOLO NA CULTURA DA SOJA
DISSERTAÇÃO
PATO BRANCO
2020
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
MAIRA CRISTINA SCHUSTER RUSSIANO
POTENCIAL ANTAGONISTA DE Bradyrhizobium spp. SOBRE
PATÓGENOS DE SOLO NA CULTURA DA SOJA
DISSERTAÇÃO
PATO BRANCO
2020
MAIRA CRISTINA SCHUSTER RUSSIANO
POTENCIAL ANTAGONISTA DE Bradyrhizobium spp. SOBRE
PATÓGENOS DE SOLO NA CULTURA DA SOJA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Pato Branco, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de Concentração: Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Miguel Mazaro Coorientador: Prof. Dr. Francisco Menino Des-
tefanis Vítola
PATO BRANCO
2020
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Pato Branco Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
TERMO DE APROVAÇÃO
Título da Dissertação n°
POTENCIAL ANTAGONISTA DE Bradyrhizobium spp. SOBRE
PATÓGENOS DE SOLO NA CULTURA DA SOJA
Por
MAIRA CRISTINA SCHUSTER RUSSIANO
Dissertação apresentada às 9 horas do dia 18 de fevereiro de 2020 como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE EM AGRONOMIA, Linha de Pesquisa – Produção Vegetal, Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área de Concentração: Produção vegetal) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Pato Branco. A candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos membros abaixo designados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho APROVADO. Banca examinadora:
Dr. Marco Antônio Nogueira EMBRAPA Soja
Prof. Dra. Deborah Catharine de Assis Leite UTFPR/Dois VizinhosUFPR
Prof. Dr. Sérgio Miguel Mazaro UTFPR/Dois Vizinhos
Orientador
Prof. Dr. Alcir José Modolo Coordenador do PPGAG
“O Termo de Aprovação, devidamente assinado, encontra-se arquivado na Coordenação do PPGAG, conforme Norma
aprovada pelo Colegiado do Programa.”
Dedico este trabalho à Deus, aos meus pais, ao meu marido, e ao meu orientador, porque acreditaram, torceram, apoiaram e mantiveram-se ao meu lado nos bons e nos maus momentos.
AGRADECIMENTOS
Aqui expresso minha gratidão à Deus pela vida, saúde, pelas bênçãos
concedidas e por me manter em pé frente as provações.
Agradeço a minha mãe Edemilde C. V. Schuster, que desde pequena foi minha
principal apoiadora, sonhou por mim e nunca duvidou da minha capacidade. Pela
pessoa otimista que és, sempre dando esperança a todos, a ela toda a minha
admiração.
Ao meu pai Ilço Schuster, que enquanto esteve comigo, sempre manifestou o
seu amor e admiração por mim e pela nossa família, sempre apoiou e defendeu meus
estudos, demonstrando-se um pai orgulhoso pelo que conquistei, a ele todo o meu
amor e saudade.
Ao meu marido Carlos Guilherme S. Russiano, meu porto seguro, um
verdadeiro amigo e companheiro, o qual segurou as pontas em todos os momentos
difíceis, nunca saiu do meu lado, sendo a tranquilidade em meio a tribulação, a ele
todo o meu apreço.
Ao meu orientador Sérgio Miguel Mazaro, pela oportunidade de estar sob sua
orientação, pela confiança em mim depositada, por sempre ter um conselho e uma
palavra amiga nos momentos difíceis, por ter sido um paizão, por toda ajuda e tempo
dedicado, a ele toda minha gratidão.
Aos demais familiares, irmãos, cunhados, sobrinhos, sogros, amigos e colegas
meu muito obrigado.
“Estou em todo o caso convencido de que Deus não joga aos dados”. (Albert Einstein)
RESUMO SCHUSTER-RUSSIANO, Maira Cristina. Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp sobre patógenos de solo da cultura da soja 103 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área de Concentração: Produção vegetal), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2020. Bradyrhizobium spp. se caracteriza como um inoculante utilizado na fixação biológica de nitrogênio em soja, porém seu potencial no controle de fitopatógenos ainda é pouco explorado. Deste modo, o presente trabalho objetiva avaliar o potencial antagonista de quatro estirpes/estirpes de Bradyrhizobium spp. disponíveis no Brasil, sendo elas SEMIA 587, SEMIA 5019, SEMIA 5079 e SEMIA 5080 no controle biológico de Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum. Em experimento in vitro foi avaliado o antagonismo exercido por Bradyrhizobium spp. por meio de confronto direto envolvendo dois métodos, sendo eles o método de confronto do agente de controle biológico versus o fitopatógeno em meio de cultura, que consiste em placas de Petri com meio YM, onde as estirpes de Bradyrhizobium spp. foram colocadas em um círculo de 4 cm de diâmetro, e no centro deste círculo foi transferido um disco de micélio de 7mm de diâmetro do fungo fitopatogênico; e pelo método da microbiolização de sementes de soja com as estirpes de Bradyrhizobium spp., onde as sementes microbiolizadas foram postas a 1cm de distância da borda da placa de Petri com meio BDA, e do lado oposto foi transferido um disco de micélio de 7mm de diâmetro do fitopatógeno à 1cm de distância da borda oposta. As amostras de cada tratamento do método do confronto em meio de cultura foram submetidas à microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, a fim de observar as modificações morfológicas das hifas fúngicas quando em contato direto com as estirpes estudadas. Também foram realizados ensaios para verificar o potencial de antifúngico dos filtrados dos cultivos (metabólitos) das estirpes de Bradyrhizobium spp., isento de células, o qual foi incorporado em meio BDA fundente na concentração de 10% e transferido em placas de Petri, no centro da placa foi disposto um disco de micélio de 7mm de diâmetro do patógeno conforme tratamentos. Ainda avaliou-se a ação antifúngica dos metabólitos pela metodologia da Concentração Inibitória Mínima, através da microdiluição seriada de metabólitos das estirpes de Bradyrhizobium spp. Para ambos os métodos de confronto direto e para a avaliação antifúngica, as placas foram mantidas em BOD a 25°C com fotoperíodo de 12 horas, diariamente, quantificou-se o crescimento micelial dos fitopatógenos, até que o tratamento testemunha contendo apenas o fitopatógeno atingisse o crescimento completo na borda da placa de Petri. O delineamento experimental adotado em todos os experimentos, foi o inteiramente casualizado com quatro repetições. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de normalidade de Lilliefors; e por se tratarem de experimentos qualitativo x quantitativo, realizou-se a ANOVA seguido da análise de regressão no software Genes. Pode-se observar no confronto direto tanto pelo método das estirpes de Bradyrhizobium versus fitopatógenos, quanto pela microbiolização das sementes de soja, que as estirpes SEMIA 5080 e SEMIA 5019 foram as que obtiveram melhor controle dos quatro fitopatógenos estudados, seguido pelo bom desempenho da estirpe SEMIA 5079, sendo que a estirpe SEMIA 587 não demonstrou controle algum sobre os fitopatógenos. Os metabólitos das estirpes de Bradyrhizobium
spp. na concentração de 10%, não apresentaram ação antifúngica sobre os fitopatógenos estudados.
Palavras-chave: Fitopatógenos, cepas, competição, antibiose, confronto, metabólitos.
ABSTRACT SCHUSTER-RUSSIANO, Maira Cristina. potential antagonist of Bradyrhizobium spp. in the biological control of soybean diseases. 103 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área de Concentração: Produção vegetal), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2018. Bradyrhizobium spp., it is characterized as a good inoculant for biological nitrogen fixation in soybean, but its potential in the control of phytopathogens is still little known. Thus, the present work aims to evaluate the potential antagonist of four strains Bradyrhizobium spp. SEMIA 587, SEMIA 5019, SEMIA 5079 and SEMIA 5080 in the biological control of Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani, and Sclerotinia sclerotiorum. The in vitro experiment was evaluated or antagonized by Bradyrhizobium spp. through direct confrontation involving two methods, the method of confrontation with the biological control agent versus the adjustment in the culture medium, which consists of Petri plates with YM medium, where the strains of Bradyrhizobium spp. they were placed in a 4 cm diameter circle, and no center of this circle was transferred to a 7 mm diameter mycelium disk of the phytopathogenic fungus; and by the soybean seed microbiolization method with strains of Bradyrhizobium spp., where microbiolized seeds were placed 1 cm away from the edge of the Petri plate with BDA medium, and on the opposite side was transferred to a 7mm mycelium disk adjustment diameter 1 cm away from the opposite edge. As the samples of each treatment of the confrontation method in the culture medium were subjected to scanning electron microscopy with 500 times magnification, an end of observation as morphological changes of the fungal hyphae when in direct contact with the studied cephae. Assays were also performed to verify the antibiosis of Bradyrhizobium spp. Strains using the cell-free agent filtrate, which was incorporated into 10% concentration BDA flux media and transferred to Petri plates in the center of the plate, a 7mm diameter mycelium disc of the pathogen was arranged according to treatments. The Minimum Inhibitory Concentration (MIC) methodology was used for the verification of antibiosis through serial microdilution of Bradyrhizobium spp. free from living cells. For both confrontation methods and plaque antibiosis evaluation, mycelial growth evaluations were performed daily with the aid of a graduated ruler every 24 hours until the control containing only the phytopathogen reached full growth at the edge of the plate. Petri plate. The experimental design adopted in all experiments was completely randomized with four replications. The obtained data were submitted to the Lilliefors normality test; and because these were qualitative x quantitative experiments, ANOVA was performed followed by regression analysis in the Genes software. It can be observed in the confrontation by both the adapted method of the circle and the microbiolization of soybean seeds that the SEMIA 5080 and SEMIA 5019 strains obtained the best control of the four studied phytopathogens, followed by the good performance of the SEMIA 5079 strain. The SEMIA 587 strain showed no control over phytopathogens. The strains of Bradyrhizobium spp. showed no antibiosis on phytopathogens at 10% concentration, as well as on MIC. Keywords: Phytopathogens, strains, competition, antibiosis, confrontation, metabolites.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 - Quebra da ampola com o auxílio de instrumento de madeira..................33 Figura 02 - Retirada do algodão da embalagem, hidratação do material, retirada e
transferência do material em placa de Petri......................................34 Figura 03 - Repicagem de estirpes de Bradyrhizobium spp. utilizando becker...........35 Figura 04 - Placas contendo Fusarium crassistipitatum (CMES 24), Macrophomina
phaseolina (CMES 1574), Rhizoctonia solani (CMES1861) e Sclerotinia sclerotiorum (CMES 2131) aos nove dias de crescimento micelial......36
Figura 05 - Unidade experimental composta pela placa de Petri contendo o círculo
com Bradyrhizobium spp. de 4 cm de diâmetro formado pelo becker com um disco de micélio de 7mm do fitopatógeno no centro. A foto da direita apresenta os tratamentos acondicionados na BOD..................38
Figura 06 - Acompanhamento diário para medir o diâmetro da colónia com auxílio
de régua graduada..............................................................................38
Figura 07 - Unidade experimental composta por placa de Petri com meio BDA, do
lado esquerda a semente de soja microbiolizada com Bradyrhizobium spp. e a direita o disco de micélio do fitopatógeno..............................40
Figura 08 - Microscópio Hitachi TM 3000 a esquerda, e a direita o aparato com fita de cobre utilizado para leitura da amostra......................................41
Figura 09 - Tubo falcon contendo o sobrenadante das células de Bradyrhizobium
spp. após ser centrifugado a esquerda. A direita encontra-se a membrana Millipore® acoplada a seringa para a filtragem dos metabólitos.....................................................................................42
Figura 10 - Solução de trabalho correspondente aos quatro tratamentos contendo
as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587..................................................................................................44
Figura 11 - Adição de meio BD à placa de elisa, e na direita a realização da microdiluição da solução de trabalho..................................................45
Figura 12 - Resultado do potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA
5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum em 168 horas de avaliação utilizando o método adaptado do círculo..................................................................................................48
Figura 13 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA
5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro
de Fusarium crassistipitatum aos nove dias após início do experimento........................................................................................49
Figura 14 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5079 de
Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum aos nove dias após início do experimento.................49
Figura 15 - Resultado do potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA
5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina em 168 horas de avaliação utilizando o método adaptado do círculo..................................................................................................50
Figura 16 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA
5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina aos nove dias após início do experimento........................................................................................51
Figura 17 - Resultado do potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA
5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani em 168 horas de avaliação utilizando o método adaptado do círculo..................................................................................................52
Figura 18 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA
5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani aos nove dias após início do experimento........................................................................................53
Figura 19 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5079 de
Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani aos nove dias após início do experimento..........................................53
Figura 20 - Resultado do potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA
5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum em 192 horas de avaliação utilizando o método adaptado do círculo..................................................................................................54
Figura 21 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA
5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum aos nove dias após início do experimento........................................................................................55
Figura 22 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA
5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum aos nove dias após início do experimento........................................................................................55
Figura 23: Resultado do potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da
inoculação via semente das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum em 96 horas de avaliação..........................................57
Figura 24 - Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da inoculação via semente das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum...........58
Figura 25 - Comparação do crescimento micelial de Fusarium crassistipitatum através
da inoculação via semente com as estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5080 aos seis dias após início do experimento............................................59
Figura 26 - Resultado do potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da
inoculação via semente das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina em 72 horas de avaliação.................................................60
Figura 27 - Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da inoculação via
semente das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina..........61
Figura 28 - Comparação do crescimento micelial de Macrophomina phaseolina
através da inoculação via semente com as estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5080 aos nove dias após início do experimento........................................................................................61
Figura 29 - Resultado do potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da
inoculação via semente das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani em 96 horas de avaliação...................................................................62
Figura 30 - Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da inoculação via
semente das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani......................63
Figura 31 - Comparação do crescimento micelial de Rhizoctonia solani através da
inoculação via semente com as estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5080 aos nove dias após início do experimento.................................................63
Figura 32 - Resultado do potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da
inoculação via semente das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum em 72 horas de avaliação...............................................64
Figura 33 - Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da inoculação via
semente das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum........................................................................................65
Figura 34 - Comparação do crescimento micelial de Sclerotinia sclerotiorum através da inoculação via semente com as estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5080 aos nove dias após início do experimento..........................................65
Figura 35 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado
as hifas da testemunha de Fusarium crassistipitatum aos nove dias de avaliação.............................................................................................66
Figura 36 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Fusarium crassistipitatum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 587 aos nove dias de avaliação.............................................................................................67
Figura 37 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado
as hifas da testemunha de Macrophomina phaseolina aos nove dias de avaliação.............................................................................................68
Figura 38 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Macrophomina phaseolina quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5080 aos nove dias de avaliação.............................................................................................69
Figura 39 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Macrophomina phaseolina quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5079 aos nove dias de avaliação.............................................................................................70
Figura 40 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Macrophomina phaseolina quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5019 aos nove dias de avaliação.............................................................................................71
Figura 41 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Macrophomina phaseolina quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 587 aos nove dias de avaliação.................................................................................72
Figura 42 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado
as hifas da testemunha de Rhizoctonia solani aos nove dias de avaliação.............................................................................................73
Figura 43 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Rhizoctonia solani quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 587 aos nove dias de avaliação.............................................................................................74
Figura 44 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado as hifas da testemunha de Sclerotinia sclerotiorum aos nove dias de avaliação.............................................................................................75
Figura 45 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado
as hifas de Sclerotinia sclerotiorum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5080 aos nove dias de avaliação.............................................................................................76
Figura 46 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Sclerotinia sclerotiorum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5079 aos nove dias de avaliação.............................................................................................77
Figura 47 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Sclerotinia sclerotiorum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5019 aos nove dias de avaliação.............................................................................................78
Figura 48 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes,
apresentado as hifas de Sclerotinia sclerotiorum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 587 aos nove dias de avaliação.............................................................................................79
Figura 49 - Efeito dos filtrados (metabólitos) das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079,
SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. na concentração de 10% aplicado no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum em 120 horas de avaliação..................................................................81
Figura 50 - Aplicação dos filtrados metabólicos na concentração de 10%, obtidos das
estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum aos nove dias após início do experimento..................82
Figura 51 - Efeito dos filtrados (metabólitos) das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079,
SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. na concentração de 10% aplicado no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina em 72 horas de avaliação.................................................83
Figura 52 - Aplicação dos filtrados metabólicos na concentração de 10%, obtidos das
estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina aos nove dias após início do experimento.........................83
Figura 53 - Efeito dos filtrados (metabólitos) das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079,
SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. na concentração de 10% aplicado no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani em 72 horas de avaliação..............................................................................84
Figura 54 - Aplicação dos filtrados metabólicos na concentração de 10%, obtidos das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani aos nove dias após início do experimento..........................................85
Figura 55 - Efeito dos filtrados (metabólitos) das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079,
SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. na concentração de 10% aplicado no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum em 72 horas de avaliação...................................................................86
Figura 56 - Aplicação dos filtrados metabólicos na concentração de 10%, obtidos das
estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum aos nove dias após início do experimento......................87
Figura 57 - Método da microdiluição realizada em placas de elisa para obtenção da
concentração inibitória mínima dos metabólitos das estirpes de Bradyrhizobium spp. para o controle dos fitopatógenos em estudo.....88
Figura 58 - Placas bipartidas contendo do lado esquerdo a estirpe fúngica de M.
phaseolina e na direita a testemunha com água destilada, SEMIA 5080 e SEMIA 5019 respectivamente, aos sete dias de avaliação...............95
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - ANOVA correspondente aos ensaios com Macrophomina phaseolina, Sclerotinia sclerotiorum e Fusarium crassistipitatum................................47
Tabela 02 - ANOVA correspondente ao ensaio com Sclerotinia sclerotiorum...........47 Tabela 03 - ANOVA correspondente ao ensaio com Fusarium crassistipitatum........56 Tabela 04 - ANOVA correspondentes aos ensaios com Macrophomina phaseolina e
Sclerotinia sclerotiorum.............................................................................56 Tabela 05 - ANOVA correspondente ao ensaio com Rhizoctonia solani...................56 Tabela 06 - ANOVA correspondente ao ensaio com Fusarium crassistipitatum.......80 Tabela 07 - ANOVA correspondente aos ensaios com Macrophomina phaseolina,
Sclerotinia sclerotiorum e Fusarium crassistipitatum.............................. 80
LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná PR Paraná Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento CONAB Companhia Nacional de Abastecimento PPGAG Programa de Pós-Graduação em Agronomia °C Unidade de medição de temperatura, graus célsius µL Unidade de volume equivalente à milionésima parte de um litro,
microlitro mL Unidade de volume L Unidade de volume, litro mm Unidade de medida, milímetros cm Unidade de medida, centímetros kg/ha Unidade de medida em rendimento, quilograma por hectare kg Unidade de grandeza em massa, quilogramas g Unidade de massa, gramas K2HPO4 Fosfato de Potássio dibásico MgSO4.7H2O Sulfato de Magnésio NaCl, Cloreto de Sódio YM Meio de cultivo yeast manitol, para cultivo de Bradyrhizobium spp. BDA Meio de cultivo, batata dextrose e ágar BD Meio de cultivo, batata e dextrose X Vezes : Divisão + Soma % Porcentagem ® Marca registrada BOD Estufa incubadora Demanda Química do Oxigênio ANOVA Análise de Variância MEV Microscopia Eletrônica de Varredura CIM Concentração Inibitória Mínima UFC Unidade formadora de colônias
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 22
1.2 OBJETIVO ........................................................................................................... 23
1.2.1 Geral................................................................................................................. 23
1.2.2 Específicos ....................................................................................................... 23
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 25
2.1 A CULTURA DA SOJA ......................................................................................... 25
2.2 Bradyrhizobium COMO INOCULANTE ............................................................... 27
2.3 CONTROLE BIOLÓGICO ................................................................................... 28
2.3.1 Patógenos habitantes de solo .......................................................................... 30
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 33
3.1 CULTIVO DAS ESTIRPES DE Bradyrhizobium spp. ........................................... 33
3.2 CULTIVO E REPICAGEM DOS FITOPATÓGENOS ........................................... 35
3.3 AVALIAÇÃO DO ANTAGONISMO DE Bradyrhizobium spp. VERSUS
FITOPATÓGENOS EM CONFRONTO DIRETO EM MEIO DE CULTURA ............... 37
3.4 AVALIAÇÃO DO ANTAGONISMO DE Bradyrhizobium spp. VIA
MICROBIOLIZAÇÃO DA SEMENTE ......................................................................... 39
3.5 ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS HIFAS DOS PATÓGENOS POR MEIO DA MEV
.................................................................................................................................. 41
3.6 AVALIAÇÃO DOS METABÓLITOS DE Bradyrhizobium spp. SOBRE OS
FITOPATÓGENOS .................................................................................................... 42
3.6.1 Concentração Inibitória Mínima (CIM) .............................................................. 43
3.6.2 Efeito dos metabólitos voláteis de estirpes de Bradyrhizobium spp. sobre os
fitopatógenos ............................................................................................................. 46
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 47
4.1 POTENCIAL ANTAGONISTA DE Bradyrhizobium spp. POR MEIO DE
CONFRONTO DIRETO ............................................................................................. 47
4.1.1 Antagonismo pelo método de confronto das estirpes de Bradyrhizobium spp.
versus os fitopatógenos em meio YM....................................................................... 47
4.1.2 Antagonismo pela microbiolização das sementes em meio BDA ..................... 56
4.2 ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS HIFAS DOS PATÓGENOS CONFRONTADOS
POR Bradyrhizobium spp. ......................................................................................... 66
4.2.1 Fusarium crassistipitatum ................................................................................. 66
4.2.2 Macrophomina phaseolina ............................................................................... 68
4.2.3 Rhizoctonia solani ............................................................................................ 72
4.2.4 Sclerotinia sclerotiorum .................................................................................... 74
4.3 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS METABÓLITÓS DE Bradyrhizobium spp. ... 79
4.3.1 Concentração Inibitória Mínima dos metabólitos das estirpes de
Bradyrhizobium spp. .................................................................................................. 87
4.4 DISCUSSÃO DO EFEITO ANTAGONISTA DE Bradyrhizobium spp. EM
CONFRONTO DIRETO ............................................................................................. 89
4.5 DISCUSSÃO DO EFEITO DOS METABÓLITOS DAS ESTIRPES DE
Bradyrhizobium spp. APLICADO SOBRE OS FITOPATÓGENOS ............................ 94
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 96
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 97
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 98
22
1 INTRODUÇÃO
A cultura da soja adquire importância mundial, tendo o mercado estabelecido
para seus derivados como farelo e óleo (HENNING, 2017), além de ser destacada sua
importância no sistema de plantio direto, por ser uma boa opção na rotação de culturas
(ZITO et al. 2007).
Também se constitui uma cultura em ascensão no país, estimando-se um
aumento de 1,6%, atingindo 245,8 milhões de toneladas na safra 2019/2020 (CONAB,
2019). Que segundo a balança comercial do agronegócio de março de 2019, foi o
principal setor exportador do agronegócio em março de 2019, somando 46% do valor
total, atingindo vendas de US$ 3,98 bilhões.
Para sustentar esta alta produtividade, deve-se levar em consideração a
demanda nutricional, sendo o nitrogênio o elemento de maior exigência pela planta. A
cada tonelada de grãos, são requeridos 80 kg de nitrogênio, dos quais 65% saem da
cultura pelos grãos (ZITO et al. 2007). Cerca de 50 a 60% desta demanda é suprida
pela fixação biológica, realizada pela simbiose com bactérias do gênero
Bradyrhizobium spp. (ADAMI et al. 2017).
Tais bactérias pertencem à família Bradyrhizobiaceae, conhecidas como
“rizóbios” (REIS; TEIXEIRA, 2006). Estas penetram via pelo radicular, formando
nódulos nas raízes, e através da enzima nitrogenase adquirem a capacidade de
reduzir nitrogênio atmosférico a amônio (FERNANDES, RODRIGUES, 2012).
Por tanto nota-se a importância desta bactéria no suprimento de nitrogênio na
cultura da soja, porém outros aspectos ainda foram pouco explorados cientificamente,
como sua capacidade antagonista no controle biológico.
O controle biológico é a ação de introduzir organismos vivos capazes de
suprimir um ou mais organismos patogênicos na planta (PAL, GARDENER, 2006).
Bradyrhizobium spp. é considerado uma rizobactéria, pois atua na rizosfera. Agentes
de biocontrole da rizosfera são considerados promissores, tendo em vista que o solo
é um ambiente com condições estáveis de temperatura e umidade, em contraste com
a parte aérea, que sofre variações climáticas afetando a dinâmica da microbiota
(BETTIOL, MORANDI, 2009).
Dentre os mecanismos de ação das rizobactérias, pode-se destacar a
competição por nutrientes e espaço, onde competem por nichos ecológicos ou
nutrientes; e produção de substâncias antimicrobianas capazes de suprimir
microrganismos (ROMEIRO, 2007).
Espécies de rizóbio, tem sido estudadas no biocontrole, como Rizhobium
23
japonicum, em trabalho descrito por Rakib et al. (2012) o utilizaram no controle de
patógenos de solo, constatando o controle in vitro, em casa de vegetação e a campo
em plantas de soja.
Quanto aos patógenos de solo, pode-se destacar para a cultura da soja os
fungos Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e
Sclerotinia sclerotiorum. Fusarium crassistipitatum ocasiona podridão de raízes,
formando micélio branco-acinzentado; o gênero Rhizoctonia causa damping off ou
tombamento de plântula (AMORIN, REZENDE, BERGAMIN FILHO, 2011);
Macrophomina phaseolina causa podridão de carvão em soja, atingindo raiz e caule
(ALMEIDA et. al. 2014); e Sclerotinia sclerotiorum é o agente causal da doença
chamada mofo branco, ou podridão branca da haste e da vagem (GOULART, 2005).
Para tanto, é de importância científica verificar o potencial antagonista de
estirpes/estirpes de Bradyrhizobium spp. disponíveis no Brasil (SEMIA 587, SEMIA
5019, SEMIA 5079 e SEMIA 5080) sobre os fitopatógenos Fusarium crassistipitatum,
Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum.
1.2 OBJETIVO
1.2.1 Geral
Verificar o potencial antagonista de quatro estirpes de Bradyrhizobium spp.
disponíveis no Brasil (SEMIA 587, SEMIA 5019, SEMIA 5079 e SEMIA 5080) no
controle biológico de Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina,
Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum.
1.2.2 Específicos
• Avaliar se Bradyrhizobium spp. possui potencial no controle sobre Fusarium
solani, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum
em condições in vitro;
24
• Verificar quais os modos de ação são utilizados por Bradyrhizobium spp. no
controle dos fitopatógenos em estudo;
• Observar a melhor estirpe em específico de Bradyrhizobium spp. (SEMIA 587,
SEMIA 5019, SEMIA 5079 e SEMIA 5080) para o controle de cada
fitopatógenos;
• Avaliar os possíveis danos nas hifas dos fitopatógenos proporcionados pelo
contato direto com Bradyrhizobium spp;
• Verificar o efeito dos metabólitos produzidos pelas estirpes de Bradyrhizobium
spp. sobre os fitopatógenos.
25
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A CULTURA DA SOJA
A soja (Glycine max (L.) Merrill) pertence à família Fabaceae, subfamília
Faboideae, tribo Phaseoleae, subtribo Glycininae e gênero Glycine. O processo de
domesticação iniciou-se entre os séculos 17 a.C e 11 a.C na região centro-leste do
norte da China (BARBIERI, STUMPF, 2008).
É um vegetal muito presente na alimentação mundial, tendo seu emprego na
forma de farinha, usado em rações para bovinos, aves e suínos, e no enriquecimento
de pães, bolos e biscoitos; óleo, utilizado no preparo de alimentos, representando 30%
do total de óleos vegetais produzido mundialmente; leite de soja, isento de lactose,
colesterol e com baixo teor de gordura; proteína texturizada de soja, ou carne de soja,
usado em salsichas, hambúrgueres, massas, etc.; além do shoyu e brotos, entre
outras formas da utilização alimentícia da soja pelos japoneses e chineses
(SEDIYAMA, 2009).
A planta é uma leguminosa anual, nativa da Ásia oriental, tendo como seu
primeiro relato de cultivo no Brasil em 1882 na Bahia. Possui em sua composição
cerca de 35-45% de proteína, 25-30% de materiais feculentos, 18-20% óleos, 5%
minerais e 10% de água, o que revela sua importância nutricional (SANTOS, 1995).
É uma cultura bastante dependente de luminosidade, fotoperíodo, umidade,
temperatura e latitude. Caracteriza-se por ser herbácea, ereta e autógama, atingindo
de 30 a 200 cm de altura. O ciclo de uma cultivar pode variar de 70 a 200 dias;
cultivares precoces geralmente possuem porte baixo, as de ciclo longo apresentam
porte alto e de fácil acamamento, já a maioria das cultivares brasileiras tem ciclo de
90 a 150 dias (SEDIYAMA, 2009).
Preferem solos com pH entre 6,0 a 6,8 (preferência do rizóbio), com fertilidade
média, pois solos muito férteis podem comprometer a nodulação das raízes, exige
solos com textura média (15-35%de argila) a argilosa (35-60% de argila), com
profundidade de 1-2 metros, sendo a temperatura de 30°C a ideal para
desenvolvimento da cultura (CASTRO, KLUGE, SESTARI, 2008).
Considerada uma cultura exigente em nitrogênio, onde cerca de 50 a 60% da
26
demanda é suprida pela fixação biológica de nitrogênio (FBN) realizada por
Bradyrhizobium japonicum e Bradyrhizobium elkanii, e tem se otimizado o processo
através da coinoculação com Azospirillum brasilence que é um microrganismo
promotor de crescimento (ADAMI, 2017).
Tal cultura adquire importância mundial, tendo o mercado estabelecido para
importação e exportação de seus derivados, como óleo e farelo. O farelo é insumo na
produção animal, sendo utilizado sobretudo na alimentação de suínos, aves e
ruminantes. Com o aumento mundial no consumo de proteína animal, tem-se um
aumento na comercialização do farelo, em especial no Brasil e China (HENNING,
2017).
Em 2017, o PIB do agronegócio correspondeu a 21,58% do PIB brasileiro, com
um aumento de 7,6% em relação ao ano anterior. Neste ano ocorreu queda no
faturamento da soja, contudo foi marcado pela maior área cultivada de soja no Brasil,
com incremento na produção em 19,53% (CEPEA, 2017).
O primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)
para a safra 2019/2020 revela uma produção estimada de 245,8 milhões de toneladas,
com um aumento de 1,6%, ou seja 3,9 milhões de toneladas em relação a safra
2018/2019. Com previsão de 63,9 milhões de hectares de plantada no país, 1,1%
maior que a última safra.
Segundo a balança comercial do agronegócio de março de 2019, publicada
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o principal setor
exportador do agronegócio em março foi o complexo soja, representando 46% do
valor total exportado, com vendas de US$ 3,98 bilhões. Houve o recorde na
exportação de soja em grão em 3%, atingindo 9,1 milhões de toneladas, contudo com
a redução no preço de 6,8%, houve uma queda de 3,9% chegando a 3,30 bilhões. A
exportação do farelo de soja também atingiu seu recorde no mês de março de 2019,
com 1,61 milhão de tonelada, um aumento de 21,3%, atingindo o valor de US$ 597,30
milhões, um aumento de 17,8% em relação a última safra, mesmo com a queda de
2,9% no preço. A exportação de óleo rendeu US$ 81,53 milhões.
27
2.2 Bradyrhizobium COMO INOCULANTE
Anteriormente conhecido como Rhizobium japonicum, foi renomeado a
Bradyrhizobium japonicum, a qual inclui as mais importantes estirpes utilizadas na
cultura da soja, e é conhecido por seu crescimento lento (ARAÚJO, HUNGRIA, 1994).
É uma bactéria pertencente à família Bradyrhizobiaceae, fixadora de nitrogênio,
conhecida por “rizóbio”. Por possuir a enzima nitrogenase, capaz de reduzir nitrogênio
atmosférico na forma de íons amônio assimilável para plantas (REIS, TEIXEIRA,
2006).
São consideradas bactérias gram-negativas, ovais, que apresentam relações
simbióticas com leguminosas formando nódulos nas raízes. Estes nódulos surgem
após o reconhecimento e adesão do microrganismo nos pelos radiculares, em seguida
há o deslocamento para a raiz principal, e neste local ocorre a diferenciação celular,
formando nódulos (FERNANDES, RODRIGUES, 2012).
Os nódulos na planta de soja podem indicar a eficiência do método. Nódulos
presentes na raiz principal, como descrito acima, são provenientes da inoculação, e
nódulos dispostos nas raízes secundárias, na parte inferior, indicam nodulação tardia
por estirpes já presentes no solo. O ideal é que o interior dos nódulos esteja róseo,
indicando a presença de hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio para
as células que fixam nitrogênio. Nódulos brancos indicam deficiência nutricional ou
ineficiência da estirpe (SEDIYAMA, 2009).
A inoculação por Bradyrhizobium spp. é amplamente utilizada com sucesso em
diversas culturas agrícolas. Guimarães et al. (2016) mostrou que diferentes estirpes
de rizóbios isoladas de feijão caupi e inoculadas em feijão guandu resultaram em um
incremento produtivo na cultura. Outros experimentos demonstram sua eficiência na
inoculação em feijão-fava (Phaseolus lunatus L.) (ANTUNES, et al. 2011), em feijão
comum (Phaseolus vulgaris L.) (SOARES, et al. 2006), (RUFFINI et al. 2011), em soja
(Glycine max L. Merrill) (HUNGRIA, CAMPO, MENDES, 2001), em amendoim
(Arachis hypogaea L.) (SILVA, et al. 2017), entre outras culturas de interesse
agronômico.
Contudo, devido a elevada importância na economia mundial, a soja merece
destaque neste processo. Esta cultura demanda grande quantidade de nitrogênio para
sustentar sua produtividade, a cada uma tonelada de grãos, são requeridos 80 kg de
28
nitrogênio, dos quais 65% saem da cultura pelos grãos (ZITO, et al. 2007). Logo o
emprego da simbiose com Bradyrhizobium é indispensável para reduzir custos de
produção. Se somente utilizasse fertilizantes para suprir a demanda de nitrogênio, a
quantidade exigida dobraria (160 kg). Além dos custos com a aplicação de nitrogênio
serem elevados, outros fatores ambientais como a lixiviação e contaminação de
corpos hídricos seriam agravantes (CAMPO, HUNGRIA, 2000).
Os fertilizantes nitrogenados estão prontamente disponíveis para as plantas, e
são rapidamente assimilados, enquanto que para a fixação biológica de nitrogênio
(FBN) há um gasto inicial de energia para a formação dos nódulos, por isso nos
primeiros dez dias após emergência, onde surgem os primeiros nódulos (quatro a oito
nódulos por planta), as plantas apresentam-se amareladas em comparação às que
receberam aplicação inicial de nitrogênio, porém os sintomas desaparecem
rapidamente e não há diferença em termos de produtividade (HUNGRIA, CAMPO,
MENDES, 2007). Entretanto a presença de adubação nitrogenada inibe a nodulação
por Bradyrhizobium (SEDIYAMA, 2009).
Os inoculante comerciais no Brasil utilizam quatro estirpes de Bradyrhizobium
spp. na cultura da soja, são eles SEMIA 5019, SEMINA 5080, SEMIA 5079 E SEMIA
578, Chueire et al. (2003), distinguiram as estirpes em dois grupos, onde SEMIA 587
e SEMIA 5019, estirpes de B. elkanii; e SEMIA 5080 e SEMIA 5079, estirpes de B.
japonicum. Contudo, Delamuta et al. (2013) de acordo com as características de
SEMIA 5080 a reclassificou como B. diazoefficiens.
2.3 CONTROLE BIOLÓGICO
Controle biológico é a ação de introduzir organismos vivos capazes de suprimir
um ou mais organismos patogênicos na planta (PAL, GARDENER, 2006). Tem se
buscado cada vez mais esta prática, além da utilização de produtos e metodologias
alternativas para o controle de doenças, visando a redução da aplicação de defensivos
agrícolas. Para tanto, novos estudos vêm sendo feitos a fim de explorar a capacidade
dos agentes de biocontrole, entre eles fungos e bactérias, no controle de doenças
vegetais.
29
Neste sentido, rizobactérias ganham destaque, pois podem atuar no controle
biológico e contribuir como promotoras de crescimento em plantas, quando aplicadas
de forma massiva no solo (VIEIRA JUNIOR, et al. 2013). O solo é um ambiente mais
constante em relação às oscilações climáticas do que a filosfera, por exemplo,
microrganismos habitantes da parte aérea sofrem mais com alterações climáticas de
temperatura e umidade do que microrganismos habitantes de solo (BETTIOL,
MORANDI, 2009), por isso, agentes de biocontrole da rizosfera são altamente
promissores no controle de doenças.
Como exemplo do sucesso das rizobactérias no controle biológico, tem-se o
gênero Bacillus spp., uma rizobactéria com diferentes mecanismos de ação, a qual foi
utilizada para a produção de diversos bioprodutos, entre eles o Serenade (com B.
subtilis), Sonata (B. pumilus), ambos com registro no Brasil. Além de diferentes
espécies de Pseudomonas, usadas como produtos de biocontrole, como o Biomonas
a base P. fluorescens, usado no tratamento de sementes para o controle de Sclerotinia
spp., Rhizoctonia spp., Pythium spp., entre outros patógenos de solo (BETTIOL,
2012).
Quanto aos modos de ação das rizobactérias, pode-se citar a competição por
nutrientes e espaço, onde competem por nichos ecológicos ou nutrientes; produção
de substâncias antimicrobianas capazes de suprimir microrganismos, podendo ser ou
não voláteis; predação e parasitismo, onde o agente de biocontrole se nutre do
patógeno; produção de sideróforos, que são sequestradores de ferro, elemento
essencial para microrganismos; e através da indução de resistência (ROMEIRO,
2007).
No caso da indução de resistência, o microrganismo age como um eliciador,
fazendo com que a planta responda rapidamente ao ataque patogênico, pois é levada
ao estado de indução. Neste momento ocorre a síntese de compostos químicos,
através da ativação dos genes de resistência, e a indução de resistência pode ser
mensurada pelo aumento da atividade de enzimas como quitinases, β-1,3-
glucanases, fenilalanina amônia-liases, lipoxigenases e peroxidases (BETTIOL,
MORANDI, 2009).
30
2.3.1 Patógenos habitantes de solo
Entre os fitopatógenos habitantes do solo que atingem a cultura da soja,
podem-se destacar os fungos Fusarium spp., Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia
solani e Sclerotinia sclerotiorum.
Entre as espécies de Fusarium spp. que estão relacionadas com a podridão
vermelha das raízes estão F. brasiliense, F. crassistipitatum e F. tucumaniae. Estes
fitopatógenos apresentam hifas septadas, formando micélio branco-acinzentado. As
hifas desenvolvem os clamidósporos, que são as estruturas de resistência do fungo,
estas apresentam parede lisa ou rugosa, de formato globoso a oval. A forma perfeita
se dá pelo Haematonectria haenatococca (AMORIN, REZENDE, BERGAMIN FILHO,
2011). O sintoma inicia-se abaixo do solo, através de mancha avermelhada na raiz
principal, se expandindo e atingindo uma coloração mais arroxeada e por fim negra.
Sob alta umidade há a formação de anel vermelho na base da haste, coberta por
conídios de cor bege; ocorre então a formação de folhas “carijó” e as raízes
secundariam apodrecem ficando apenas a raiz principal (KIMATI et al. 1997);
Já a Macrophomina phaseolina causa podridão de carvão em soja, atingindo
raiz e caule. Apresenta micélio uninucleado, com presença de picnídios de coloração
marrom escura, sendo os conídios hialinos, de formato elipso a oval. A forma de
sobrevivência do fungo é através de microescleródios, os quais sobrevivem a
condições adversas no solo, capazes de germinar em contato com o hospedeiro, na
região do colo ou raiz, disseminando-se via semente. Prefere baixa umidade de solo
e alta temperatura; plantas infectadas apresentam amarelecimento na época de
formação das vagens (ALMEIDA et. al. 2014).
Macrophomina phaseolina pode acometer plântulas apresentando manchas no
hipocótilo de coloração marrom avermelhadas, podendo ocasionar a morte em locais
quentes e secos. Já em plantas, aparece acima das raízes até o caule, sob cor
marrom-clara. Inicialmente não há sintomas na parte aérea, porém com a progressão
da doença ocorre amarelecimento e morde das folhas, ficando presas à planta. Há a
formação de escleródios dando um aspecto cinza a região atacada. Com corte
longitudinal da hasta observam-se estrias escuras e escleródios na medula (SANTOS,
31
1995).
O gênero Rhizoctonia spp. causa damping off ou tombamento de plântula.
Durante a fase vegetativa não produz esporos, possui micélio inicialmente hialino, que
evolui para marrom claro, e posteriormente para marrom escuro. Apresentam
escleródios de formato irregular e coloração escura. A fase perfeita do fungo
corresponde ao Thanatephorus cucumeris (AMORIN, REZENDE, BERGAMIN FILHO,
2011).
Damping off na pré-emergência faz com não haja a emergência da semente,
ao desenterrá-la está em estado de putrefação. Na fase pós-emergência apresenta
no colo manchas encharcadas, que com o progresso da doença atingem coloração
marrom, formato elíptico e deprimidas, causando estrangulamento na região da haste.
Nestas lesões que podem chegar até o sistema radicular, pode-se verificar o micélio
de coloração castanho claro (GALLI, 1980).
O patógeno Sclerotinia sclerotiorum é o agente causal do mofo branco, ou
podridão branca da haste e da vagem. Sobre os escleródios, o fungo produz
apotécios, estes geralmente apresentam-se pedicelados, e os ascósporos hialinos,
unicelulares, de formato oval alongado (GOULART, 2005). A doença é favorecida por
alta umidade, e atinge principalmente tecidos da parte aérea que entram em contato
com o solo. A temperatura ideal para o desenvolvimento da doença é de 15-21°C, e
por apresentar estruturas de resistência, os escleródios, é de difícil controle, e pode
disseminar-se via semente (LOPES, AVILA, 2005).
Os sintomas iniciam-se através de manchas de anasarca que progridem para
lesões de cor castanho claro, desenvolvendo micélio denso e branco; seguido de um
adensamento deste micélio, que formam escleródios negros na superfície e interior
das hastes e das vagens; as plantas afetadas murcham, secam e morrem (SEIXAS,
MAZARO, REY, 2017).
Tais patógenos descritos são de importância agrícola devido às enfermidades
que ocasionam em soja. Deste modo, inúmeros estudos com agentes de controle
biológico vêm sendo realizados com vistas a reduzir a incidência e severidade de
doenças oriundas destes patógenos de solo.
Em experimento realizado por Rakib et. al. (2012) avaliou-se o potencial de
Rizhobium japonicum no biocontrole de F. solani e M. phaseolina. Constatando-se a
redução no crescimento dos fundos em meio de cultura, redução da doença em vasos
32
e a campo, e apresentando maior porcentagem de germinação. Alice e Sundravadana
(2012) observaram que através da aplicação de produtos comerciais a base de
Trichoderma viride e Pseudomonas fluorescens houve inibição do crescimento
micelial de M. phaseolina e controle da doença a campo.
Souza Junior, et al. (2010) estudaram o emprego de isolados de rizobactérias
no controle de R. solani, causador da queima-das-bainhas em arroz, destacando que
Pseudomonas synxantha combinada com outro isolado controlou eficientemente R.
solani, atuando também como um indutor de crescimento nas plântulas de arroz.
Silva et. al. (2015) ao estudarem o controle biológico por meio de Trichoderma
spp. nativo em solo com a presença de mofo branco e nativos em solo sem histórico
de mofo branco, observou que o agente de biocontrole isolado de solo com histórico
de mofo branco foi efetivo no controle da doença, apresentando um desenvolvimento
de plântulas sadio na presença do patógeno.
33
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Os experimentos foram conduzidos na Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, campus Dois Vizinhos, no laboratório de fitopatologia e no laboratório de
sementes.
3.1 CULTIVO DAS ESTIRPES DE Bradyrhizobium spp.
Foi utilizado o protocolo de recuperação de estirpes liofilizadas da Embrapa
Soja, para as estirpes de Bradyrhizobium spp. oriundas do laboratório da Emprapa
Soja – Londrina PR. Em câmara de fluxo laminar, as ampolas contendo as quatro
cepas: SEMIA 5080 (Bradyrhizobium diazoefficiens), SEMIA 5079 (Bradyrhizobium
japonicum), SEMIA 5019 (Bradyrhizobium elkanii) e SEMIA 587 (Bradyrhizobium
elkanii) foram rompidas utilizando um instrumento cilíndrico de madeira de 20 cm de
comprimento, composto por duas partes iguais, esterilizado em autoclave por 20
minutos a 120°C, no qual a ampola foi acoplada nas extremidades onde havia um
orifício com o mesmo diâmetro da ampola, quebrando com cuidado para evitar a perca
do material (Figura 01).
Figura 01 - Quebra da ampola com o auxílio de instrumento de madeira.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
34
Em seguida, com o auxílio de uma pinça estéril foi retirado o algodão contido
na ampola, e 200 µL do meio de cultivo YM (Yeast Manitol) líquido, formulado seguindo
o mesmo protocolo da Embrapa, foi transferido para dentro da ampola com o intuito
de hidratar as estirpes liofilizadas, homogeneizando por um período de cinco minutos.
Quantidades de 20 µL dessa mistura foram vertidos em placa de Petri contendo meio
YM sólido, e incubados em BOD a 28°C (Figura 02).
Figura 02 - Retirada do algodão da embalagem, hidratação do material, retirada e transferência do material em placa de Petri.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Formulação do meio YM: Para a produção de 1 L utilizou-se 0,5 g de K2HPO4;
0,2 g de MgSO4.7H2O; 0,1 g de NaCl, 5,0 g de manitol; 0,4 g de extrato de levedura;
10 mL de solução de vermelho Congo (composta por 0,25g de vermelho congo em
100 mL de água deionizada) 1000 mL de água deionizada e para meio sólido
35
adicionou-se de 10-15 g de ágar. O meio pronto foi vertido em frascos de Erlenmeyer,
tampados com algodão, e fechados com papel kraft e fita crepe, transferidos para a
autoclave e esterilizados por 20 minutos a 120°C.
Após passados 15 dias do procedimento de recuperação das estirpes e
crescimento em placas de Petri, estas foram repicadas em câmara de fluxo laminar.
Aproximadamente 15 mL do meio YM sólido foi vertido em placas de Petri. Utilizaram-
se beckers de 50 mL autoclavados para repicar as estirpes, as extremidades do
becker foram postas em contato com as placas contendo as cepas, em seguida
utilizou-se o becker para “carimbar”, ou seja, encostá-lo na placa de Petri para
repicagem (Figura 03).
Figura 03 - Repicagem de estirpes de Bradyrhizobium spp. utilizando becker.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
3.2 CULTIVO E REPICAGEM DOS FITOPATÓGENOS
Os fitopatógenos Fusarium crassistipitatum (CMES 24), Macrophomina
phaseolina (CMES 1574), Rhizoctonia solani (CMES1861) e Sclerotinia sclerotiorum
36
(CMES 2131) foram obtidos da Embrapa Soja em Londrina, PR. Estes foram
recebidos em placas de Petri, que foram repicadas com auxílio de ponteiras
autoclavadas, obtendo-se discos de meio com 7mm de diâmetro. Cada disco de
micélio formado foi transferido utilizando alça de platina estéril, para placas de Petri
contendo meio BDA, e posteriormente acondicionadas em BOD a 25°C, com
fotoperíodo de 12 horas por um período de 8 dias (Figura 04).
Figura 04 - Placas contendo Fusarium crassistipitatum (CMES 24), Macrophomina phaseolina (CMES 1574), Rhizoctonia solani (CMES1861) e Sclerotinia sclerotiorum (CMES 2131) respectivamente, aos nove dias de crescimento micelial.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
37
Em todo o trabalho foi utilizado meio BD comercial para a repicagem dos
fitopatógenos, sendo 21g deste meio, mais a adição de 15g de ágar, e 1L de água
deionizada, compondo 1L do meio BDA, seguido de autoclavagem durante 20 minutos
a 120°C.
3.3 AVALIAÇÃO DO ANTAGONISMO DE Bradyrhizobium spp. VERSUS FITOPATÓGENOS EM CONFRONTO DIRETO EM MEIO DE CULTURA
Para o teste de confronto direto, foram utilizadas placas de Petri descartáveis
com 8,3 cm de diâmetro, que compuseram a unidade experimental deste estudo. Em
câmara de fluxo laminar, cada placa recebeu aproximadamente 15 mL de meio YM.
Com o uso de beckers autoclavados, de 4 cm de diâmetro, sendo a boca do mesmo,
em contato com as estirpes repicadas citadas no item 3.1, com 10 dias de
crescimento, foi “carimbado” no centro da placa contendo o meio YM, formando um
círculo de Bradyrhizobium spp., método adaptado de Mariano (1993).
Todas as placas foram fechadas e vedadas com filme de PVC em seu entorno,
em seguida alocadas em BOD a 25°C com fotoperíodo de 12 horas por um período
de 7 dias. Este procedimento ocorreu devido Bradyrhizobium spp. ser uma bactéria
de crescimento lento, foi dado assim um período de uma semana para que pudesse
se estabelecer no meio.
Passados os 7 dias, as placas foram transferidas novamente para a câmara de
fluxo laminar e abertas. Com o auxílio de uma alça de platina estéril foi posto no centro
de cada placa um disco de micélio de 7 mm de diâmetro de cada fitopatógeno do
referido tratamento. As placas foram fechadas e vedadas com filme de PVC e
retornaram a BOD sob o mesmo regime de temperatura e fotoperíodo (figura 05).
38
Figura 05 - Unidade experimental composta pela placa de Petri contendo o círculo com Bradyrhizobium spp. de 4 cm de diâmetro formado pelo becker, com um disco de micélio de 7mm do fitopatógeno no centro. A foto da direita apresenta os tratamentos acondicionados na BOD.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
A testemunha foi composta apenas pelo disco de micélio do patógeno de cada
tratamento, isento do círculo de Bradyrhizobium spp. formado pelo becker.
Diariamente foi realizado o acompanhamento do crescimento micelial dos
fitopatógenos, por meio de uma régua graduada. Duas retas foram feitas na placa de
Petri, uma vertical e uma horizontal, para acompanhar o crescimento em diâmetro da
colônia (figura 06).
Figura 06 - Acompanhamento diário para medir o diâmetro da colônia com auxílio
de régua graduada.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
39
A cada 24 horas foi realizado o acompanhamento do crescimento micelial com
régua graduada, até a testemunha atingir o crescimento completo da placa.
Cada placa obteve por dia duas medidas, uma do diâmetro vertical e outra do
diâmetro horizontal, deste modo as duas medidas foram somadas e divididas por 2,
para obtenção da média, que foi usada na estatística.
A porcentagem de inibição do crescimento micelial foi calculada com base na
fórmula de Menten et al. (1976): X = (Crescimento da testemunha - Crescimento do
tratamento) x 100) : crescimento da testemunha.
Em resumo, o experimento foi composto por quatro patógenos, quatro estirpes
de Bradyrhizobium spp., mais testemunha, com quatro repetições. O delineamento
experimental adotado foi o inteiramente casualizado, em esquema bifatorial para cada
patógeno, levando em consideração os diferentes tratamentos x o crescimento mice-
lial diário. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de normalidade de Lilliefors;
por se tratar de um experimento qualitativo x quantitativo, realizou-se a ANOVA se-
guido da análise de regressão no software Genes (CRUZ, 2016).
3.4 AVALIAÇÃO DO ANTAGONISMO DE Bradyrhizobium spp. VIA MICROBIOLIZAÇÃO DA SEMENTE
As sementes de soja utilizadas foram da cultivar NIDERA 5909, as quais foram
imersas em solução de hipoclorito de sódio a 5% por 15 minutos, posteriormente
lavadas com água deionizada conforme RAS (BRASIL, 2009) e submetidas ao UV por
um período de 20 minutos.
A suspensão utilizada para a microbiolização das sementes de soja, foi
composta por 150 mL de meio YM autoclavado em erlenmeyer, acrescidos de 3 discos
de cada estirpe de Bradyrhizobium spp. com crescimento num período de dez dias
em BOD a 28°C, posto em agitador diariamente para aeração do meio.
Após a higienização das sementes, estas foram postas em um becker
autoclavado para cada cepa, foram transferidos 1 mL da suspensão para cada 20
semente no becker, isto para os tratamentos correspondentes a estirpe SEMIA 5080,
SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587, quanto a testemunha foi utilizado água
deionizada autoclavada. As sementes ficaram no becker por um período de 15
minutos antes de serem transferidas para a placa de Petri.
Utilizaram-se discos de micélios de 7mm obtidos das placas de F.
40
crassistipitatum, M. phaseolina, R. solani e S. sclerotiorum repicados do item 3.2.
Cada disco de micélio de cada patógeno do respectivo tratamento foi posto de um
lado da placa de Petri, numa distância de 1 cm da borda, do outro lado da placa foi
colocada a semente microbiolizada com a mesma distância da borda (figura 07). As
placas foram fechadas e vedadas com papel filme de PVC em seu entorno, em
seguida alocadas em BOD a 25°C com fotoperíodo de 12 horas.
Figura 07 - Unidade experimental composta por placa de Petri com meio BDA, do lado esquerda a semente de soja microbiolizada com Bradyrhizobium spp. e a direita o disco de micélio do fitopatógeno.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Foram utilizadas placas de Petri descartáveis com 8,3 cm de diâmetro, com
meio BDA.
O acompanhamento do crescimento micelial dos fitopatógenos, foi realizado
diariamente por meio de uma régua graduada. Duas retas foram feitas na placa de
Petri, uma vertical e uma horizontal, as duas medidas obtidas das retas foram
somadas e divididas por 2 para obtenção da média, que foi usada na estatística.
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com qua-
tro repetições, em esquema bifatorial para cada patógeno, levando em consideração
41
os diferentes tratamentos x o crescimento micelial diário. Os dados obtidos foram sub-
metidos ao teste de normalidade de Lilliefors; por se tratar de um experimento quali-
tativo x quantitativo, realizou-se a ANOVA seguido da análise de regressão no software
Genes (CRUZ, 2016).
3.5 ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS HIFAS DOS PATÓGENOS POR MEIO DA MEV
Para as análises de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) foram utili-
zadas amostras de hifas dos fitopatógenos do item 3.3 do ensaio do método adap-
tado do círculo.
Utilizou-se o microscópio Hitachi TM 3000 para as avaliações.
Para a realização das leituras, uma fita de cobre era colada sobre o aparato
visto na imagem (figura 08), em seguida este aparato com a fita era posto em
contato com as placas de cada tratamento, para que as hifas fúngicas pudessem
se aderir a fita de cobre, para a realização da leitura no microscópio.
Figura 08 - Microscópio Hitachi TM 3000 a esquerda, e a direita o aparato com fita de cobre utilizado para leitura da amostra.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
As leituras foram padronizadas numa ampliação de 500 vezes, numa escala de
visualização de 200 µm.
42
3.6 AVALIAÇÃO DOS METABÓLITOS DE Bradyrhizobium spp. SOBRE OS FITOPATÓGENOS
Em câmara de fluxo laminar, erlenmeyers com 150 mL de meio YM líquido
autoclavado foram abertos e 3 discos das estirpes de Bradyrhizobium spp. foram
transferidos, após fechados com algodão e papel kraft foram alocados em BOD a
28°C, com fotoperíodo de 12 horas, por um período de 10 dias e posto em agitador
diariamente para aeração do meio.
Em câmara de fluxo laminar foram retirados 10 mL de cada erlenmeyer que
continha a solução de cada estirpe (SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA
587), além de água deionizada autoclavada, foram transferidas para tubos falcon com
capacidade de 15 mL, e centrifugadas a 4000 rpm por 10 minutos. O sobrenadante foi
retirado e filtrado com membrana Millipore® com espessura do poro de 0,22 µm e
diâmetro de 33 mm, com o uso de uma seringa acoplada (Figura 09).
Figura 09 - Tubo falcon contendo o sobrenadante das células de Bradyrhizobium spp. após ser centrifugado a esquerda. A direita encontra-se a membrana Millipore® acoplada a seringa para a filtragem dos metabólitos.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
43
Foram utilizados 1,5mL do metabólito filtrado incorporado e homogeneizado em
15 mL de meio DBA fundente para cada placa de Petri, obtendo a concentração de
10% de metabólito. No centro da placa foi depositado um disco de micélio do patógeno
de 7mm de diâmetro conforme tratamentos (Adaptado de SOLINO et al. 2017).
Diariamente, de 24 em 24 horas, com o auxílio de uma régua graduada foi
medido o diâmetro vertical e horizontal do crescimento micelial em cada placa e
posteriormente feito a média, até que a testemunha contendo água destilada
crescesse por toda a placa.
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com qua-
tro repetições, em esquema bifatorial para cada patógeno, levando em consideração
os diferentes tratamentos x o crescimento micelial diário. Os dados obtidos foram sub-
metidos ao teste de normalidade de Lilliefors; por se tratar de um experimento quali-
tativo x quantitativo, realizou-se a ANOVA seguido da análise de regressão no software
Genes (CRUZ, 2016).
3.6.1 Concentração Inibitória Mínima (CIM)
A concentração inibitória mínima é a menor concentração de um antifúngico
que aplicado é capaz de cessar o crescimento de um organismo (Normas NCCLS,
2002).
A metodologia empregada foi baseada em Vismara (2019).
A solução de trabalho foi preparada utilizando 150 mL de meio de cultivo YM
líquido vertido em erlenmeyers com capacidade de 250 mL, autoclavados a 120°C por
20 minutos. Após autoclavagem transferiu-se três discos das estirpes de
Bradyrhizobium spp. de 7 mm de diâmetro, em seguida o orifício da vidraria foi fechada
com algodão e papel kraft e alocado em BOD a 28°C, com fotoperíodo de 12 horas,
por um período de 10 dias e diariamente posto em agitador para aeração do meio. Em
seguida 5mL da solução de trabalho de cada tratamento foi filtrada por membrana do
tipo Millipore® com diâmetro de poro de 0,22 µm, para a extração dos metabólitos
livres de célula. A solução de trabalho foi considerada o tratamento de 100% (Figura
10).
44
Figura 10 - Solução de trabalho correspondente aos quatro tratamentos contendo as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Já a suspensão fúngica foi composta por uma placa de Petri contendo a colônia
fúngica fitopatogênica com 7 dias de crescimento, sobre a placa foram vertidos 10 mL
de solução fisiológica e raspado o micélio com auxílio de uma alça de platina estéril.
A suspensão foi transferida para um becker autoclavado e realizou-se a contagem dos
esporos realizando diluições com solução fisiológica até atingir 105 UFC . mL-1, a
contagem foi feita em câmara de Neubauer, segundo apresentado por Alfenas e Mafia
(2007).
Para o experimento foram utilizadas 8 placas de elisa de 96 poços, sendo 12
poços na vertical e 8 poços na horizontal (nominados da letra A até H), onde:
As três primeiras linhas A, B e C eram destinadas a um tratamento (tratamento
01), sendo que cada linha formada por 12 poços, foi considerada uma repetição.
A linha D era a testemunha contendo apenas o meio de cultura. As linhas E, F
e G continham outro tratamento (tratamento 02); e a linha H apresentava nos 4
primeiros poços o meio de cultura com a suspenção fúngica utilizada no tratamento
01; os quatro próximos poços, a suspenção fúngica utilizada no tratamento 02; e nos
quatro últimos poços, a solução de trabalho utilizada.
Nas oito placas de elisa, com o auxílio de uma micropipeta multicanal com 12
canais foram adicionados 100 µL de meio de cultura BD autoclavado em cada poço.
No primeiro poço das linhas A, B, C, E, F e G adicionaram-se 100 mL da solução de
trabalho correspondente a cada tratamento (SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019
45
e SEMIA 587), a partir daí fez-se a microdiluição para os demais 11 poços na
sequência (Figura 11).
Figura 11 - Adição de meio BD à placa de elisa, e na direita a realização da microdiluição da solução de trabalho.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Por fim, 20 µL da suspenção fúngica foram adicionados conforme tratamento
(F. crassistipitatum, M. phaseolina, R. solani e S. sclerotiorum), exceto na linha D e
nos quatro últimos poços da linha H.
Em seguida utilizou-se filme plástico de PVC para vedar as placas de elisa, que
na sequência foram acondicionadas em BOD a 25°C por um período de 48 horas.
Passadas as 48 horas foram adicionados 10 µL de tetrazólio a 1% em todos os
poços de todas as placas. O tetrazólio está ligado as enzimas desidrogenases, as
quais reduzem o 2,3,5-trifenil cloreto de tetrazólio nos tecidos vivos durante a glicólise
no ciclo de Krebs, fazendo com que quando adicionado de forma incolor fique após a
reação num tom vermelho (FRANÇA NETO et al. 1988). Por ser fotossensível foi
mantido em BOD no escuro a 25°C por mais 48 horas para revelação do resultado.
A avaliação é visual e qualitativa, nos poços onde houve a presença da
coloração vermelha, é porque o fitopatógeno se manteve vivo, e não teve seu
crescimento inibido pela solução de trabalho.
46
3.6.2 Efeito dos metabólitos voláteis de estirpes de Bradyrhizobium spp. sobre os fitopatógenos
Para avaliar o efeito dos metabólitos voláteis de Bradyrhizobium spp., foram
utilizadas placas bipartidas descartáveis com 8,3 cm de diâmetro, que compuseram a
unidade experimental deste estudo. Em câmara de fluxo laminar, foi transferido meio
YM de um lado da placa. Após o meio solidificar, foi vertido 100 µL do meio líquido de
dez dias, contendo as com as quatro estirpes de Bradyrhizobium spp., descrito no item
3.6.
As placas foram fechadas com filme plástico de PVC e colocadas em BOD a
25°C com fotoperíodo de 12 horas por um período de 7 dias. Foi realizado o mesmo
procedimento proposto no item 3.6, tendo em vista que Bradyrhizobium spp. é uma
bactéria de crescimento lento, dando um período de sete dias para que a mesma
pudesse se estabelecer no meio.
Passados os sete dias, em câmara de fluxo laminar, as placas bipartidas foram
abertas, e no lado vazio da placa, onde não havia meio de cultura, foi transferido meio
BDA. Sobre este meio foi colocado um disco de micélio de 7 mm de diâmetro do
respectivo fitopatógeno (F. crassistipitatum; M. phaseolina, R. solani e S.
sclerotiorum). As placas foram fechadas com filme de PVC e levadas à BOD a 25°C
com fotoperíodo de 12 horas até o fitopatógeno atingir o crescimento total na metade
da placa em que estava localizado.
47
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 POTENCIAL ANTAGONISTA DE Bradyrhizobium spp. POR MEIO DE CONFRONTO DIRETO
4.1.1 Antagonismo pelo método de confronto das estirpes de Bradyrhizobium spp. versus os fitopatógenos em meio YM
Nas tabelas 01 e 02 encontram-se as ANOVAS dos ensaios realizados com
Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e
Macrophomina phaseolina.
Tabela 01 - ANOVA correspondente aos ensaios com Macrophomina phaseolina, Sclerotinia sclerotiorum e Fusarium crassistipitatum.
QM
Causas da variação GL Macrophomina Rizhoctonia Fusarium
Cepas 4 191.0629* 448.3381* 219.3017*
Tempo 7 30.1851* 4.9717* 25.3742*
Tempo x Cepas 28 4.3735* 1.5319* 5.3528*
Erro 120 0.0938 0.0042 0.0061
Total 159
Média 3.8084 4.0112 3.1428
CV (%) 8.0430 1.6191 2.4784
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Tabela 02: ANOVA correspondente ao ensaio com Sclerotinia sclerotiorum.
Causas da variação GL QM
Cepas 4 67.3044*
Tempo 8 13.8878*
Tempo x Cepas 32 3.0679*
Erro 135 0.0669
Total 179
Média 2.1922
CV (%) 11.8065
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
48
Houve interação significativa entre as estirpes e o tempo para todos os
fitopatógenos em estudo.
Pode-se perceber pela figura 12, que em relação a testemunha nas 168 horas,
houve redução do crescimento micelial de Fusarium crassistipitatum de 49,40% com
a utilização da estirpe SEMIA 5079, e de 91,97% com as estirpes SEMIA 5080 e
SEMIA 5019. Já a estirpe SEMIA 587 não diferiu com a testemunha.
Figura 12 - Resultado do potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum em 168 horas de avaliação utilizando o método adaptado do círculo.
Brady.. Equação Rajustado Pmáx.
x Y
TESTEMUNHA Y= 1,9635+0,0642x-0,0002x2 95,58 160,50 7,12
SEMIA 5080 ȳ= 0,70 - - -
SEMIA 5079 Y= 0,9875+0,0184x 96,12 - -
SEMIA 5019 ȳ= 0,70 - - -
SEMIA 587 Y= 2,8177+0,0372x 94,01 - -
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Notou-se neste ensaio que com as estirpes SEMIA 5080 e SEMIA 5079, não
houve crescimento do patógeno (figura 13), e a estirpe SEMIA 5079 não impediu o
crescimento micelial de Fusarium crassistipitatum, porém obteve um bom resultado
no controle, como observado na figura 14.
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
10.00
0 24 48 72 96 120 144 168
Cre
scim
en
to m
ice
lial (
cm)
Tempo (horas)
Teste SEMIA 5080 SEMIA 5079 SEMIA 5019 SEMIA 587
49
Figura 13 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum aos nove dias após início do experimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Figura 14 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5079 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum aos nove dias após início do experimento.
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
SEMIA 5079 SEMIA 587
Testemunha
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
50
Na figura 15, para Macrophomina phaseolina há uma redução de 81,45%; 0%;
76,63% e de 16,14% para as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e
SEMIA 587 respectivamente, quando comprado à testemunha às 168 horas de
avaliação.
Figura 15 - Resultado do potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina em 168 horas de avaliação utilizando o método adaptado do círculo.
Cepa Equação ou média Rajustado Pmáx.
X y
TESTEMUNHA y = 3.2005+ 0.0882x-0.0004x2 96.69 110.25 8.06
SEMIA 5080 y = 0.9229+0.0031x 88.7
SEMIA 5079 y= 1.5998+0.0375x 97.84
SEMIA 5019 y = 1.0843+0.0054x 98.15
SEMIA 587 y = 2.125+0.0288x 98.14 Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Nota-se para este fitopatógeno, que a estirpe 5079 não impediu o crescimento
micelial, porém o crescimento do mesmo não acompanhou a testemunha, houve uma
supressão no crescimento no decorrer do tempo, fazendo com que este atingisse o
diâmetro da testemunha apenas no final das 168 horas. Ao comparar a avaliação de
72 horas, há uma redução de 52,13% da estirpe SEMIA 5079 e de 42,77% de SEMIA
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 24 48 72 96 120 144 168
Cre
scim
ento
mic
elia
l (cm
)
Teste SEMIA 5080 SEMIA 5079 SEMIA 5019 SEMIA 587
51
587 em comparação a testemunha.
Portanto como observado na figura 16, a estirpe não impediu o crescimento,
porém o retardou.
Figura 16 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina aos nove dias após início do experimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Para Rhizoctonia solani, a eficácia das estirpes SEMIA 5080 e SEMIA 5019 se
repetem, como o observado na figura 17. Há uma redução no crescimento micelial em
comparação com a testemunha aos 168 dias, de 91,57% para as estirpes SEMIA 5080
e 5019; de 51,81% para SEMIA 5079 e de 0% para SEMIA 587 que atingiu o
crescimento completo da placa em 72 horas, juntamente com a testemunha.
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
52
Figura 17 - Resultado do potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani em 168 horas de avaliação utilizando o método adaptado do círculo.
Brady.. Equação R ajustado Pmáx.
x Y
TESTEMUNHA Y= 6,963+0,0295x-0,0001x2 53,33 147,50 9,14
SEMIA 5080 ȳ= 0,70 - - -
SEMIA 5079 Y= 0,8031+0,0216x 90,17 - -
SEMIA 5019 ȳ= 0,70 - - -
SEMIA 587 Y= 6,6094+0,0357x-0,0002x2 70,96 89,25 8,20
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Já para a estirpe SEMIA 5079, a partir das 144 horas o fitopatógeno atingiu o
diâmetro de 4cm, ou seja, houve o crescimento micelial até próximo ao
Bradyrhizobium, porém não ultrapassou o mesmo até os 168 dias (figura 18 e 19).
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
10.00
0 24 48 72 96 120 144 168
Cre
scim
en
to m
ice
lial (
cm)
Tempo (horas)
Teste SEMIA 5080 SEMIA 5079 SEMIA 5019 SEMIA 587
53
Figura 18 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani aos nove dias após início do experimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Figura 19 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5079 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani aos nove dias após início do experimento.
SEMIA 5079 SEMIA 587
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
54
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Por meio da figura 20, observa-se uma redução de crescimento micelial de
Sclerotinia sclerotiorum nas 192 horas de 79,48%; 82,46%; 82,71% e 50,25% paras
as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 respectivamente,
em comparação com a testemunha.
Figura 20 - Resultado do potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum em 192 horas de avaliação utilizando o método adaptado do círculo.
Brady.. Equação R ajustado P. máx.
x y
TESTEMUNHA Y= 1,0868+0,0321x 95,59 - -
SEMIA 5080 Y= 0,5453+0,0151x-0,00005x2 87,57 151 1,68
SEMIA 5079 Y= 0,6406+0,009x-0,00005x2 93,12 90 1,05
SEMIA 5019 Y= 0,648+0,0102x-0,00005x2 88,62 102 1,17
SEMIA 587 Y= 0,625+0,0471x-0,0002x2 98,22 117,75 3,40 Fonte: Arquivo pessoal (2020)
As médias de SEMIA 5080, SEMIA 5079 e SEMIA 5019 não diferiram
significativamente entre sí, logo obtiveram a mesma eficácia na redução do
crescimento deste fitopatógeno.
Já a estirpe SEMIA 587, reduziu o crescimento micelial, que se tornou
constante a partir das 144 horas, onde atingiu diâmetro de 4cm. Desde modo,
percebe-se que o crescimento foi restringido ao local em que estava a colônia de
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 24 48 72 96 120 144 168 192
Cre
scim
en
to m
ice
lial (
cm)
Tempo (horas)
Teste SEMIA 5080 SEMIA 5079 SEMIA 5019 SEMIA 587
55
Bradyrhizobium spp. demarcada pelo diâmetro do becker. Observando que este
fitopatógeno não ultrapassou esta barreira da bactéria (figura 21 e 22), ficando contido
pela mesma.
Figura 21 - Potencial antagonista das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum aos nove dias após início do experimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Figura 22 - Estirpe SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum aos nove dias após início do experimento.
SEMIA 587
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
56
4.1.2 Antagonismo pela microbiolização das sementes em meio BDA
Nas tabelas 03, 04 e 05 encontram-se as ANOVAS dos ensaios realizados com
Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e
Macrophomina phaseolina.
Tabela 03 - ANOVA correspondente ao ensaio com Fusarium crassistipitatum.
Fonte de variação gl QM
Estirpes (A) 4 1.4573* Tempo (B) 6 54.1553*
A x B 24 0.4303* Erro 105 0.0413 Total 139 345.4295
Média - 4.71 CV(%) - 4.32
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Tabela 04 - ANOVA correspondentes aos ensaios com Macrophomina phaseolina e
Sclerotinia sclerotiorum.
Fonte de variação GL
QM
Sclerotinia Macrophomina
Estirpes (A) 4 1.737* 1.63098* Tempo (B) 3 9.48608* 2.93311*
A x B 12 0.23202* 0.2883* Erro 60 0.0240 0.0182 Total 79
Média 5.87 6.08
CV(%) 2.64 2.22 Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Tabela 05 - ANOVA correspondente ao ensaio com Rhizoctonia solani
Fonte de variação GL QM
Estirpes (A) 4 1.58766* Tempo (B) 4 32.75673*
A x B 16 0.30047* Erro 75 0.0289
Total 99 144.3489
Média 5.38 CV(%) 3.16
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
57
Pode-se observar que houve diferença significativa no crescimento micelial de
todos os fitopatógenos em estudo.
Pela figura 23 observa-se que a testemunha e a estirpe SEMIA 587 não
diferiram entre sí, o mesmo ocorre para as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079 e
SEMIA 5019 que não diferem entre sí, porém diferem da testemunha, havendo uma
redução de 20,55% no crescimento micelial de F. crassistipitatum nas 96 horas de
avaliação.
Figura 23: Resultado do potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum em 96 horas de avaliação.
Cepa Equação ou média Rajustado Pmáx.
x y
Testemunha y = 0.0001x2 + 0.0552x + 1.9848 0.9728
SEMIA 5080 y = -0.0002x2 + 0.06x + 1.7941 0.9786
SEMIA5079 y = -0.0001x2 + 0.0552x + 1.9848 0.9939
SEMIA 5019 y = 1.9707+ 0.0624x-0.0003x2 0.9757 104 5.21
SEMIA 587 ȳ= 4.94
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
58
Este controle observado pelo gráfico, pode ser verificado nas figuras 24 e 25.
Onde há o crescimento de F. crassistipitatum sobre a estirpe SEMIA 587, enquanto
para as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079 e SEMIA 5019 o fitopatógeno não cresce
por sobre a semente, a mantendo protegida do mesmo.
Figura 24 - Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
59
Figura 25 - Comparação do crescimento micelial de Fusarium crassistipitatum através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5080 aos seis dias após início do experimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Da mesma forma, não há diferença estatística no crescimento micelial de M.
phaseolina em relação a testemunha e a estirpe SEMIA 587. Já as estirpes SEMIA
5079 e SEMIA 5019 também não diferem entre sí, havendo uma redução de 20% no
crescimento micelial do fitopatógeno para estas estirpes em relação a testemunha, e
uma redução de 13,42% no crescimento micelial quando a semente é inoculada com
a estirpe SEMIA 5079 (Figura 26).
SEMIA 5080 SEMIA 587
60
Figura 26 - Resultado do potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina em 72 horas de avaliação.
Cepa Equação ou média R² ajustado(%) Pmáx.
x y
Testemunha y = 5.8314+0.0446x-0.0004x2 78.54 55.75 7.07
SEMIA 5080 y = 5.3931+0.026x-0.0003x2 84.61 43.33 5.96
SEMIA5079 y = 5.6309+0.0258x-0.0003x2 94.37 43.00 6.19
SEMIA 5019 y = 5.2774+0.0307x-0.0003x2 84.70 51.17 6.06
SEMIA 587 y = 5.8095+0.046x-0.0004x2 81.18 57.50 7.13
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Este resultado pode ser evidenciado pelas figuras 27 e 28, onde mostram que
não há o crescimento micelial de M. phaseolina por sobre as sementes inoculadas
com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079 e SEMIA 5019.
61
Figura 27 - Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Figura 28 - Comparação do crescimento micelial de Macrophomina phaseolina através da microbiolização com as estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5080.
SEMIA 5080 SEMIA 587
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
62
Pela figura 29 observa-se que a estirpe SEMIA 587 também não diferencia-se
estatisticamente da testemunha, atingindo o crescimento micelial por toda a placa às
96 horas de avaliação. Enquanto SEMIA 5019 e SEMIA 5080 reduzem em torno de
17,62% do crescimento micelial e SEMIA 5079 reduz 12,86% do crescimento micelial
de R. solani.
Figura 29 - Resultado do potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani em 96 horas de avaliação.
Cepa Equação ou média R² ajustado(%) Pmáx.
x y
Testemunha y = 3.8244+0.039x 91.75
SEMIA 5080 y = 3.3592+0.0685x-0.0004x2 96.38 85.63 6.29
SEMIA5079 y = 3.5171+ 0.0667x-0.0004x2 98.49 83.38 6.30
SEMIA 5019 y = 3.2913+0.0716x-0.0005x2 99.09 71.60 5.85
SEMIA 587 y = 3.7846+0.039x 92.13
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
As figuras 30 e 31 ilustram os resultados observados na figura 29. Onde as
estirpes SEMIA 5080, 5079 e SEMIA 5019 apresentam uma proteção à semente
quando inoculadas; enquanto a estirpe SEMIA 587 observada também na figura 20,
63
não protege a semente, ocorrendo o crescimento de R. solani por sobre a semente.
Figura 30 - Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Figura 31 - Comparação do crescimento micelial de Rhizoctonia solani através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5080 aos nove dias após início do experimento.
SEMIA 5080 SEMIA 587
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
64
Observa-se pela figura 32 que a estirpe SEMIA 587 não diferiu da testemunha,
enquanto que as demais estirpes reduziram o crescimento micelial de Sclerotinia
sclerotiorum em 13,47% e 17,34% para SEMIA 5079 e SEMIA 5019-SEMIA 5080
respectivamente.
Figura 32 - Resultado do potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum em 72 horas de avaliação.
Cepa Equação ou média R² ajustado(%) Pmáx.
x y
Testemunha y = 5.1482+0.0294x 97.40
SEMIA 5080 y = 4.7582+ 0.0462x -0.0004x2 93.41 57.75 8.76
SEMIA5079 y = 4.9763+ 0.0428x-0.0004x2 98.73 53.50 8.41
SEMIA 5019 y = 4.7819+0.043x-0.0004x2 93.11 53.75 8.25
SEMIA 587 y = 5.1944+0.0287x 97.02
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Da mesma forma as figuras 33 e 34 ilustram os resultados apontados na
figura 32, mostrando que quando a semente foi inoculada com a estirpe SEMIA 587
não houve proteção na semente, pois o fitopatógeno cresceu sobre a mesma,
enquanto nas sementes inoculada com as demais estirpes não houve crescimento
micelial sobre as sementes.
65
Figura 33 - Potencial antagonista de Bradyrhizobium spp. através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Figura 34 - Comparação do crescimento micelial de Sclerotinia sclerotiorum através da microbiolização das sementes com as estirpes SEMIA 587 e SEMIA 5080 aos nove dias após início do experimento.
SEMIA 5080 SEMIA 587
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
66
4.2 ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS HIFAS DOS PATÓGENOS CONFRONTADOS POR Bradyrhizobium spp.
4.2.1 Fusarium crassistipitatum
Por meio de amostras obtidas do experimento com o confronto direto em meio
de cultura, foi realizada a microscopia eletrônica de varredura (MEV), a fim de
observar as mudanças presentes nas hifas dos fungos fitopatogênicos estudados.
A figura 35 mostra as hifas da testemunha aos nove dias de crescimento
micelial. Nota-se pelos círculos vermelhos a produção de esporos de Fusarium
crassistipitatum, e nenhum dano nas hifas.
Figura 35 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado as hifas da testemunha de Fusarium crassistipitatum aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
67
Para as amostras dos tratamentos contendo as estirpes SEMIA 5080, SEMIA
5079 e SEMIA 5019 não foi conseguido realizar a microscopia, devido a ausência de
crescimento, e da forma como se apresentou no meio de cultivo.
Na figura 36, pode-se perceber que não houve grandes diferenças nas hifas
que estiveram na presença da estirpe SEMIA 587, em relação a testemunha (figura
35). Observa-se que há a produção de esporos (círculo em vermelho) e nenhum dano
visível na hifa. O que vem de encontro com o observado na figura 12, onde o
crescimento micelial de F. crassistipitatum foi muito similar ao da testemunha ao longo
do tempo.
Figura 36 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Fusarium crassistipitatum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 587 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
68
4.2.2 Macrophomina phaseolina
Na figura 37 são vistas as hifas da testemunha de Macrophomina phaseolina
aos nove dias de crescimento micelial.
Figura 37 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado as hifas da testemunha de Macrophomina phaseolina aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Na figura 38 observam-se as hifas de M. phaseolina quando confrontadas com
a estirpe SEMIA 5080, pelos círculos em amarelo, nota-se que há o estreitamento das
hifas seguido pelo rompimento da mesma em diversos pontos da imagem. Nos
círculos em azul há a percepção do início do estreitamento da hifa, onde as
extremidades apresentam-se mais espessas enquanto o meio é estreitado.
69
Figura 38 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Macrophomina phaseolina quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5080 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Pela figura 39 são vistas as hifas de M. phaseolina confrontadas pela estirpe
SEMIA 5079. Na imagem é visível o início do estreitamento das hifas (círculos em
azul), bem como o dobramento das hifas mostrado nos círculos em amarelo, podendo
ter sido proporcionado devido a perca do conteúdo celular.
70
Figura 39 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Macrophomina phaseolina quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5079 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Quando confrontado pela estirpe SEMIA 5019, também é percebido na figura
40, o inicio do processo de estreitamento de hifa (círculos em azul), o que torna a hifa
bastante fina em alguns pontos (círculo em amarelo), e o que ocorre com maior
intensidade neste caso, é o dobramento das hifas (círculos em verde).
71
Figura 40 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Macrophomina phaseolina quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5019 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Na figura 41, quando o fitopatógeno é confrontado com a estirpe SEMIA 587, é
observado o estreitamento das hifas (círculo em amarelo), bem como o dobramento
das hifas proporcionado pela perca do conteúdo celular (círculos em verde). A figura
entra em concordância com o resultado obtido na figura 15 e 16, onde mesmo o
crescimento micelial passando por sobre o círculo formado pelo Bradyrhizobium, há
um retardo no crescimento, evidenciando na figura 41 os danos causados pela estirpe
SEMIA 587 sobre as hifas de M. phaseolina.
72
Figura 41 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Macrophomina phaseolina quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 587 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
4.2.3 Rhizoctonia solani
No confronto entre Rhizoctonia solani e as estirpes de Bradyrhizobium spp. não
foram observados os confrontos com SEMIA 5080, SEMIA 5079 e SEMIA 5019, pelo
mesmo motivo apurado no confronto com F. crassistipitatum.
Ainda pela testemunha e o confronto com a estirpe SEMIA 587, nas figuras 42
e 43, é difícil verificar diferenças e similaridades entre imagens, pois há um grande
aglomerado de hifas num aumento de 500 vezes, e não foi possível observar numa
73
ampliação maior, visto que a amostra era queimada pelo feixes de elétrons do
equipamento de microscopia de varredura.
Figura 42 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado as hifas da testemunha de Rhizoctonia solani aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
74
Figura 43 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Rhizoctonia solani quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 587 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
4.2.4 Sclerotinia sclerotiorum
Observa-se pela figura 44 a microscopia das hifas da testemunha de Sclerotinia
sclerotiorum, numa ampliação de 500 vezes.
75
Figura 44 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado as hifas da testemunha de Sclerotinia sclerotiorum aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Quando S. sclerotiorum é confrontada pela estirpe SEMIA 5080, na figura 45, é
percebido um estreitamento de hifa, seguido do rompimento e extravasamento do
conteúdo celular.
76
Figura 45 - Microscopia eletrônica de varredura ampliada em 500 vezes apresentado as hifas de Sclerotinia sclerotiorum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5080 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Na figura 46 é visto o dano proporcionado ao fitopatógeno no confronto com
SEMIA 5079, observa-se pelos círculos em amarelo alguns pontos onde houve
afinamento da hifa, seguido do rompimento da mesma; e nos círculos em verde o
dobramento da hifa, apontando a perca de conteúdo celular.
77
Figura 46 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Sclerotinia sclerotiorum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5079 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Já a figura 47 ilustra o confronto com SEMIA 5019, onde ainda há maior dano
morfológico, apresentando alto estreitamento de hifa, que comparado a testemunha
da figura 44 é bastante agravado.
78
Figura 47 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Sclerotinia sclerotiorum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 5019 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
A figura 48 mostra a microscopia do confronto com SEMIA 587, apresentando
alguns danos pontuais nas hifas, como o estreitamento visto nos círculos em amarelo.
Porém não há grandes danos se comparado com as figuras 45, 46 e 47, pois a maioria
das hifas ainda se apresentam morfologicamente similares à testemunha (figura 44).
79
Figura 48 - Microscopia eletrônica de varredura com ampliação de 500 vezes, apresentado as hifas de Sclerotinia sclerotiorum quando confrontado pelo método do círculo com a estirpe SEMIA 587 aos nove dias de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
4.3 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS METABÓLITÓS DE Bradyrhizobium spp.
Nas tabelas 07 e 08 encontram-se as ANOVAS dos ensaios realizados com
Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e
Macrophomina phaseolina.
80
Tabela 06 - ANOVA correspondente ao ensaio com Fusarium crassistipitatum.
Fonte de variação GL QM
Estirpes (A) 4 0,01680ns
Tempos (B) 6 108,32199*
A x B 24 0,0214ns
Erro 105 0,02371
Total 139 -
Média - 4,93
CV(%) - 3,13 Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Tabela 07 - ANOVA correspondente aos ensaios com Macrophomina phaseolina, Sclerotinia sclerotiorum e Fusarium crassistipitatum
QM
Fonte de variação GL Rizhoctonia Macrophomina Sclerotinia
Estirpes (A) 4 0,09495* 0,03083ns 0,12434ns
Tempos (B) 3 126,37521* 188,00561* 138,01361*
A x B 12 0,0432* 0,00845ns 0,12039*
Erro 60 0,0218 0,0354 0,0563
Total 79
Média 5,53 5,73 6,67
CV(%) 2,67 3,28 3,56 Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Nota-se pelas tabelas 08 e 09 que não houve interação significativa no
crescimento micelial de F. crassistipitatum e M. phaseolina entre o tempo x metabolitos
obtidos das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 na
concentração de 10%.
Na figura 49, como não houve diferença, formou-se uma única curva no
processo de regressão para os cinco tratamentos, incluindo a testemunha com água
destilada.
81
Figura 49 - Efeito dos filtrados (metabólitos) das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. na concentração de 10% aplicado no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum em 120 horas de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Observa-se também pela figura 50 que não houve efeito de antibiose das
estirpes de Bradyrhizobium spp. estudadas sobre F. crassistipitatum na concentração
de 10%, não havendo diferença dos tratamentos com a testemunha.
82
Figura 50 - Aplicação dos filtrados metabólicos na concentração de 10%, obtidos das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Fusarium crassistipitatum aos nove dias após início do experimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
O mesmo resultado pode ser visto na figura 51, onde os metabólitos obtidos
das estirpes de Bradyrhizobium spp. não diferiram significativamente da testemunha
com água destilada no crescimento micelial de M. phaseolina. Mostrando desta forma,
que não houve efeito de antibiose na aplicação dos metabólitos, como observado na
figura 52.
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019
SEMIA 587
Testemunha
83
Figura 51 - Efeito dos filtrados (metabólitos) das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. na concentração de 10% aplicado no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina em 72 horas de avaliação.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Figura 52 - Aplicação dos filtrados metabólicos na concentração de 10%, obtidos das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Macrophomina phaseolina aos nove dias após início do experimento.
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
84
Para o crescimento micelial de Rhizoctonia solani os metabólitos de R. solani
também não se mostraram eficientes, pois nas 72 horas de avaliação as retas se
encontram, observado na figura 53, indicando que o crescimento micelial atingiu a
placa toda em todos os tratamentos.
Figura 53 - Efeito dos filtrados (metabólitos) das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. na concentração de 10% aplicado no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani em 72 horas de avaliação.
Cepas Equação ou média Rajustado
Testemunha y = 2,8682+0,0776x 98,99
SEMIA 5080 y = 2,6396+0,0798x 99,56
SEMIA5079 y = 2,5207+0,0819x 99,50
SEMIA 5019 y = 2,5234+0,0838x 98,03
SEMIA 587 y = 2,5498+0,0815x 99,53
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
A figura 54 ilustra o crescimento do fitopatógeno em placas de Petri, mostrando
que não houve diferença dos tratamento com metabólitos sobre o crescimento
micelial, havendo o fechamento completo da placa.
85
Figura 54 - Aplicação dos filtrados metabólicos na concentração de 10%, obtidos das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Rhizoctonia solani aos nove dias após início do experimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Os metabólitos das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA
587 na concentração de 10% também não impediram o fechamento da placa de Petri,
pelo crescimento micelial de S. sclerotiorum como observado nas 72 horas pela figura
55 e figura 56. Não apresentando antibiose sobre o fitopatógeno.
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
86
Figura 55 - Efeito dos filtrados (metabólitos) das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. na concentração de 10% aplicado no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum em 72 horas de avaliação.
Cepa Equação ou média Rajustado Pmáx,
x y
Testemunha y = 3,3038+ 0,2004x-0,0018x2 94,48 55,67 8,88
SEMIA 5080 y = 3,1638+ 0,1951x-0,0017x2 97,42 57,38 8,76
SEMIA5079 y = 2,5613+0,2286x-0,0021x2 95,29 54,43 8,78
SEMIA 5019 y = 2,697+0,2238x-0,0021x2 94,27 53,29 8,66
SEMIA 587 y = 2,8613+0,2182x-0,002x2 94,78 54,55 8,81
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
87
Figura 56 - Aplicação dos filtrados metabólicos na concentração de 10%, obtidos das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079, SEMIA 5019 e SEMIA 587 de Bradyrhizobium spp. no controle biológico in vitro de Sclerotinia sclerotiorum aos nove dias após início do experimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
4.3.1 Concentração Inibitória Mínima dos metabólitos das estirpes de Bradyrhizobium spp.
Tendo em vista que os metabolitos das estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079,
SEMIA 5019 e SEMIA 587 na concentração de 10% não exerceram antibiose sobre
os fitopatógenos Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia
solani e Sclerotinia sclerotiorum, foi realizada a metodologia da Concentração
Inibitória Mínima (CIM), obtido através da microdiluição dos metabólitos extraídos pela
filtragem do meio líquido contendo as estirpes de Bradyrhizobium spp.
SEMIA 5079 SEMIA 5080
SEMIA 5019 SEMIA 587
Testemunha
88
Nesta metodologia observou-se que em nenhum dos poços diluídos, nem
mesmo na maior dose de 100%, houve inibição do crescimento ou morte dos quatro
fitopatógenos em estudo, como ilustrado na figura 57.
Figura 57 - Método da microdiluição realizada em placas de elisa para obtenção da concentração inibitória mínima dos metabólitos das estirpes de Bradyrhizobium spp. para o controle dos fitopatógenos em estudo.
Fonte: Arquivo pessoal (2020)
Percebeu-se que os metabólitos de Bradyrhizobium spp. não exerceram
antibiose sobre os fitopatógenos em nenhuma concentração, notando que em todos
os poços houve ativação do tetrazólio (coloração vermelha) através da respiração
celular, exceto na linha testemunha contendo apenas o meio de cultura BD, e nos
quatro últimos poços da última linha, contendo o filtrado dos metabólitos da estirpe de
Bradyrhizobium spp.
Sclerotinia sclerotiorum x Microdiluição dos metabólitos filtrados da estirpe SEMIA 5080
Fusarium crassistipitatum x Microdiluição dos metabólitos filtrados da estirpe SEMIA 5080
R1 R2 R3
R1 R2 R3
Linha Testemunha
Sclerotinia sclerotiorum Fusarium crassistipitatum SEMIA 5080
89
4.4 DISCUSSÃO DO EFEITO ANTAGONISTA DE Bradyrhizobium spp. EM CONFRONTO DIRETO
Percebe-se no confronto direto entre os patógenos versus as estirpes de
Bradyrhizobium spp. um destaque na redução do crescimento micelial para as estirpes
SEMIA 5080 e SEMIA 5019, as quais foram as mais eficazes no controle de Fusarium
crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e Sclerotinia
sclerotiorum em todos os confrontos, tanto pelo método adaptado do círculo, quanto
pela inoculação das sementes com as cepas; seguido pelo bom desempenho da
estirpe SEMIA 5079.
Verificou-se que dentro das quatro estirpes de Bradyrhizobium spp. estudadas,
duas se destacaram, portanto cabe elucidar que num mesmo gênero de bactéria,
existem diferentes respostas no controle à determinados fitopatógenos; o mesmo foi
visto em outras espécies de rizobacterias retratadas por Lima et al. (2014) em
condições de experimento in vitro e por Carrer-Filho et al. (2015) em casa de
vegetação.
A mesma variação ocorre entre fitopatógenos, onde cada estirpe desempenha
um papel diferenciado no controle de cada patógeno em estudo, como ocorre com a
estirpe SEMIA 5079, a qual obteve maior eficiência no controle do crescimento micelial
de Sclerotinia sclerotiorum na metodologia adaptada do círculo (figura 21), e não nos
demais patógenos testados. Isto também é verificado por Pane et al. (2014), ao
testarem novas linhagens de Bacillus spp. no controle biológico de Rhizoctonia
solani, Sclerotinia minor e Fusarium solani, constataram uma distinta eficácia para
cada estirpe no controle de cada patógeno, atribuindo a este resultado à complexidade
do mecanismo adquirido nas interações bióticas, as quais considera distintas para
cada caso em particular.
Enquanto a estirpe 5079 obteve um maior desempenho na redução do
crescimento micelial de Sclerotinia sclerotiorum pelo método adaptado do círculo em
meio YMA (figura 21 e figura 22), não controlando o crescimento micelial de
Macrophomina phaseolina, pois ainda que tenha retardado o crescimento micelial em
tempo, houve o crescimento do fitopatógeno por sobre o círculo/barreira formada pelo
Bradyrhizobium; e contendo também, o crescimento de Fusarium crassistipitatum
(figura 12 e figura 14), e de Rhizoctonia solani (figura 17 e figura 19), onde o
90
crescimento micelial foi restrito até próximo a barreira formada pelo círculo contendo
Bradyrhizobium spp., apresentando para os últimos três patógenos citados uma
resposta de controle inferior para a estirpe SEMIA 5079 em comparação com as
estirpes SEMIA 5019 e 5080.
Enquanto que no método utilizando a inoculação das sementes de soja com as
estirpes de Bradyrhizobium spp. em meio BDA houve uma resposta muito próxima
entre as estirpes SEMIA 5079 e SEMIA 5019-SEMIA 5080 na redução do crescimento
micelial de Fusarium crassistipitatum, e inferior porém muito próxima no controle de
Macrophomina phaseolina (figura 26 e figura 27), Rhizoctonia solani (figura 29 e figura
30) e Sclerotinia sclerotiorum (figura 32 e 33).
Estes resultados comparativos entre o método adaptado do círculo, com a
microbiolização da semente, mostram ainda que as estirpes SEMIA 5019 e SEMIA
5080 apresentam destaque no controle em relação as demais, e comprovam que a
estirpe SEMIA 587 não apresenta qualquer efeito antagonista sobre os fitopatógenos
testados. Esta diferença apresentada entre os métodos estudados pode ser explicada
em especial pela diferença inerente entre cada método, em que mostra que há uma
certa inibição nas estirpes SEMIA 5019 e SEMIA 5019, pois os fitopatógenos não se
aproximam da barreira formada pelo Bradyrhizobium spp, no método adaptado do
círculo. Além de serem métodos diferentes, o meio utilizado também contribui para as
pequenas diferenças, onde o meio YMA sem a presença do corante vermelho congo,
é específico para o crescimento de Bradyrhizobium spp. enquanto o meio BDA
utilizado na metodologia de inoculação das sementes é específico para fungos, logo
o crescimento micelial dos patógenos é diferenciado em cada meio, podendo-se
perceber e comparar pelas figuras 13, 16, 18, 21, 25, 28, 31 e 34 que a morfologia
das colônias são diferentes em cada meio, porém não impedem o controle exercido
pelas estirpes de Bradyrhizobium spp. sobre os fitopatógenos.
O mesmo foi observado por Nozaki, Camargo e Barreto (2004) mostrando que
o regime de luz, temperatura e diferentes meios de cultura corroboram para um
crescimento micelial diferenciado visto em dez isolados de Diaporthe citri agente
causal da melanose em citros.
Quanto ao antagonismo direto desempenhado contra cada patógeno em
estudo, segundo Leelasuphakul et al. (2008), tem suas justificativas pautadas nos
mecanismos de antibiose, através da produção de compostos voláteis, substâncias
91
antimicrobianas, competição por espaço, e também a competição por nutrientes
exercida pelos microrganismos desafiados.
Em trabalhos utilizando outras rizobactérias, como o de Lima et al. (2014),
verificaram que seis espécies do gênero Bacillus spp. apresentaram efeito antagonista
sobre F. oxysporum f. sp. lycopersici, reduzindo em diferentes taxas, o crescimento
micelial do fitopatógeno utilizando o método do círculo, muito similar ao usado no
presente trabalho. Os autores justificaram tal resultado devido aos diferentes
mecanismos de ação que a rizobactéria apresenta, sendo produção de compostos
voláteis, ácido cianídrico e anbibiose, atuando de forma isolada ou de forma conjunta.
Outro meio pelo qual os microorganismos podem exercer o controle biológico,
se dá pela produção de enzimas hidrolíticas, como apurado em estudo realizado por
Solanki et al. (2013), no qual isolou-se 220 bactérias da rizosfera de tomate, dentre
elas Alcaligenes sp., Enterobacter sp., Pseudomonas aeruginosa e Pseudomonas
fluorescens, verificando o potencial antagonista sobre Rhizoctonia solani. As
rizobactérias Pseudomonas aeruginosa e Pseudomonas fluorescens apresentaram o
maior efeito antagonista sobre R. solani, constatando também a produção de enzimas
hidrolíticas, cianeto de hidrogênio e ácido indolacético por tais bactérias, o que
segundo o autor auxiliou no resultado obtido, tendo em vista que as enzimas quitinase
e b-1,3-glucanase sintetizadas pelas rizobactérias degradaram as paredes celulares
do fitopatógeno.
Há relatos na bibliografia onde outras bactérias diazotróficas atuam no controle
biológico de fitopatógenos, como o estudo de Brito et al. (2018) que utilizaram
bactérias diazotróficas isoladas da cultura do milho, sendo elas Acinetobacter
johnsonii, Burkholderia ambifaria e Burkholderia sp. em confornto com os
fitopatógenos Giberela zeae, Macrophomina phaseolina, Bipolaris sorokiniana e
Colletotrichum musae, perceberam que a bactéria A. jonhsonii inibiu o crescimento de
fungo G. zeae, porém não houve redução no crescimento de M. phaseolina, C. musae
e B. sorokiniana; Já para B. ambifaria houve redução de 50% para o fungo B.
sorokiniana e 36% para G. zeae, não havendo redução do crescimento de M.
phaseolina e C. musae. E para a terceira bactéria Burkholderia sp. obtiveram redução
no crescimento micelial de 36% para C. musae, 26% para M. phaseolina e 32% para
G. zeae. Portanto, apenas Burkholderia sp. obteve controle sobre o fitopatógeno M.
phaseolina.
92
Rakib et al. (2012), observaram uma redução no crescimento micelial de
Fusarium solani e de Macrophomina phaseolina ao serem confrontados in vitro com
Rhizobium japonicum. Houve também uma redução da severidade da podridão
radicular ocasionada por estes patógenos, maior emergência e promoção de
crescimento das plantas em condições de campo e de casa de vegetação, quando
inoculadas com R. japonicum. O autor justifica este controle, ao antagonista ser um
bom simbionte, o qual além de fixar nitrogênio, produz substâncias que promovem o
crescimento, como auxina (AIA), giberelina (GA3) e citocinina (Zeatina) (CASSÁN et
al., 2009), podendo suprimir indiretamente o patógeno por meio de metabólitos que
protegem as raízes através de antibiose, inibição da germinação de esporos e indução
de resistência da planta.
Há estudos, ainda que muito antigos, que apontam a atividade antagonista
exercida por o Rhizobium spp. ou Bradyrhizobium spp., como o trabalho realizado por
Tu (1978), onde a severidade da podridão das raízes ocasionada por Phytophthora
megasperma foi reduzida com a inoculação de Rhizobium sp. no solo. Tais bactérias
colonizaram e recobriram as pontas das hifas, impedindo o contato entre o tecido das
raízes e Phytophthora megasperma.
Chakraborty e Purkayastha (1984) verificaram a mesma inibição do
crescimento de Macrophomina phaseolina exercida por Rhizobium japonicum,
constatando por meio de análises espectrofotométricas cromatográficas, ultravioletas
e infravermelha a produção de uma substância tóxica sintetizada pela bactéria,
denominada de rizobitoxina, observada nas raízes da soja inoculada de forma isolada
ou em combinação com R. japonicum e M. phaseolina. Já Sharif, Khalil e Ahmed
(2003) apresentam o controle de Rhizobium sp. isolado do sistema radicular de grão-
de-bico sobre Alternaria alternata, Fusarium sp. Ascochyta rabiei, Drechslera sp. e
Curvularia sp.
Siddiqui; Haque e Ghaffar (1998) mostram que o uso de duas estirpes
combinadas de Bradyrhizobium spp. apresentam melhores respostas no
controle de M. phaseolina e R. solani do que as estirpes utilizadas em separado
em plantas de girassol e grão de bico.
A combinação de duas estirpes é comumente utilizada na fabricação de
inoculantes comerciais, com a finalidade de nodular a soja para fixação de nitrogênio.
O RELARE (Rede de Laboratórios para Recomendação, Padronização e Difusão de
93
Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola) orientou em 1994 o uso
combinado de duas estirpes de Bradyrhizobium sp. na formulação do inoculante, mas
a partir de 2007 apresentou a possibilidade de ser utilizada apenas uma cepa. Quanto
a recomendação, em 1979 as estirpes indicadas eram SEMIA 587 e SEMIA 5019,
havendo uma mudança em 1992 para as estirpes SEMIA 5079 e SEMIA 5080
(HUNGRIA; CAMPO; MENDES, 2007). Portanto, as estirpes mais utilizadas nos
produtos comerciais do Brasil, são as mesmas indicadas desde 1992, SEMIA 5079 e
SEMIA 5080, com o uso unicamente para nodulação e fixação biológica de nutrientes,
não existindo nenhum produto para controle biológico com tais cepas, tendo em vista
que mesmo havendo estudos muito antigos que comprovem a eficácia de
Bradyrhizobium spp., estes pararam ao longo do tempo.
Outro ponto que pode ser observado nas figuras 13, 16, 18 e 21 é que tanto
SEMIA 5080, quanto SEMIA 5019, são as que mais se destacaram também no
desenvolvimento morfológico nas placas, obtendo uma consistência mucosa e
espessa, enquanto as estirpes SEMIA 5079 e SEMIA 587 apresentam-se mais
“ressecadas” ou menos mucoides no meio de cultura.
Segundo Martins et al. (1997) B. japonicum apresenta muco butirico e B. elkanii
muco viscoso. Alguns pesquisadores ao desenvolverem seus experimentos se
comparados, entram em controvérsia quanto ao desempenho destas estirpes a
campo, como os de Furhmann (1990) o qual observou que estirpes com colônias
viscosas e grandes apresentaram maior fixação de N2 em comparação as estirpes
com colônias pequenas e secas. Já para Herridge e Roughley (1975) a maior
eficiência na fixação de N2 veio de colônias pequenas e secas.
Portanto percebe-se que comparar a consistência da colônia com o
desempenho da cultura da soja em campo, é um tanto falho, tendo em vista que
pesquisas se divergem neste ponto. Sendo necessário realizar mais estudos em
ambiente controlado para afirmar se há similaridade entre as características da colônia
in vitro com o desempenho das mesmas a campo.
94
4.5 DISCUSSÃO DO EFEITO DOS METABÓLITOS DAS ESTIRPES DE Bradyrhizobium spp. APLICADO SOBRE OS FITOPATÓGENOS
Como já percebido e discutido no confronto direto entre fitopatógenos e as
estirpes de Bradyrhizobium spp. há uma restrição no crescimento de cada
fitopatógeno quando confrontados pelas estirpes SEMIA 5080, SEMIA 5079 e SEMIA
5019; porém quando em contato com os filtrados metabólicos das cepas, não houve
a mesma restrição no crescimento micelial, como visto nas figuras 49 até 57.
Chakraborty e Purkayastha (1984) afirmaram que o crescimento de
Macrophomina phaseolina em meio líquido foi inibido por filtrados de Rhizobium
japonicum, e não pela competição por nutrientes, porém os filtrados foram obtidos
através de centrifugação 8500 g por 20 minutos, e o sobrenadante foi usado como
filtrado da cultura, porém apenas a centrifugação não retira as células vivas, portanto
não foram utilizados os metabólitos livres de célula no experimento, não podendo ser
afirmado o potencial de antibiose de R. japonicum. Quanto a rizobitoxina, esta foi
extraída pelos autores por meio de nódulos de plantas inoculadas com R. japonicum
ou com R. japonicum + M. phaseolina, o uso do fitopatógeno pode ter sido um elicitor
que provocou estresse na bactéria, modificando a rizobitoxina, além de ter sido usada
de forma isolada.
Os elicitores atuam ativando a defesa da planta, ou neste caso do
microrganismo, fazendo com que ocorra a produção de metabólitos que o defendam
contra o ataque do patógeno (TAIZ; ZEIGER, 2004). Assim, é necessário realizar um
estudo envolvendo diferentes elicitores, entre eles o próprio patógeno, para verificar
se há a produção de metabólitos de defesa.
Outro ponto levantado por Pal e Gardener (2006) é que para o biocontrole do
patógeno ser efetivo, a substância antimicrobiana deve ser produzida numa escala
tóxica o suficiente para controlar o fitopatógeno. Pensando nesta questão, foi
realizada a metodologia da Concentração Inibitória Mínima, observado na figura 57,
verificando em diversas microdiluições/concentrações se há o controle do
fitopatógeno, contudo em nenhum ensaio se obteve tal resultado. Logo, a necessidade
expressa anteriormente de realizar ensaios com elicitores diversos, entre eles
estresse por temperatura, luz, luz negra, salino, utilização de microrganismo vivo,
entre outros.
Wang et al. (2013) notaram que a utilização de paredes celulares e filtrados
95
fúngicos de Penicillium chrysogenum usados como elicitores, aumentaram a produção
de natamicina, um antibiótico utilizado contra bolores e leveduras, produzido por
Streptomyces natalensis.
Ratanasakchaicharn e Thapanapongworakul (2019) constataram o efeito volátil
de isolados de rizobactérias extraídas da rizosfera de Neptunia natans sobre
Sclerotium rolfsii e Rhizoctonia solani em sistema “sanduiche”, onde um disco do
patógeno era posto na placa de Petri de baixo, e na placa de cima era posto a
rizobactéria.
Alguns testes do presente trabalho, utilizando as estirpes SEMIA 5080 e SEMIA
5019 em placa bibartida, verificou que não houve efeito volátil destas estirpes sobre
os fitopatógenos (Figura 58).
Figura 58 - Placas bipartidas contendo do lado esquerdo a estirpe fúngica de M. phaseolina e na direita a testemunha com água destilada, SEMIA 5080 e SEMIA 5019 respectivamente, aos sete dias de avaliação.
96
5 CONCLUSÕES
Pode-se observar o potencial de Bradyrhizobium spp. no controle dos
patógenos Fusarium crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani
e Sclerotinia sclerotiorum ,nos dois estudos realizados em confronto in vitro, sendo
que as estirpes SEMIA 5080 e SEMIA 5019 foram as que obtiveram melhor potencial
de supressão do crescimento dos mesmos, seguido pelo bom desempenho da estirpe
SEMIA 5079, sendo que a estirpe SEMIA 587 não demonstrou controle algum sobre
os fitopatógenos.
Os danos morfológicos mais comuns proporcionados pelo confronto direto
entre os fitopatógenos e as estirpes de Bradyrhizobium spp. nas hifas fúngicas, foi a
ruptura e o estreitamento das hifas.
Os metabólitos das estirpes de Bradyrhizobium spp. tanto na concentração de
10%, quanto no CIM, e compostos voláteis não apresentaram ação antifúngica sobre
os fitopatógenos estudados.
97
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O emprego de Bradyrhizobium spp. no controle biológico de Fusarium
crassistipitatum, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e Sclerotinia
sclerotiorum obteve êxito nos experimentos realizados in vitro. Cabe agora verificar
sua eficácia no controle de doenças a campo.
Outra metodologia deve ser empregada para verificar a capacidade de
produção de metabólitos pelas estirpes de Bradyrhizobium spp., como o uso de
elicitores, que promovam estresse e estimulem a produção de compostos
antifúngicos.
98
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