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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA JOSE AUGUSTO GUERREIRO PEREIRA PSICOPEDAGOGIA - READEQUAC;AO COMPORTAMENTAL Curitiba 2005

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

JOSE AUGUSTO GUERREIRO PEREIRA

PSICOPEDAGOGIA - READEQUAC;AO COMPORTAMENTAL

Curitiba2005

JOSE AUGUSTO GUERREIRO PEREIRA

PSICOPEDAGOGIA - READEQUA<;Ao COMPORTAMENTAL

Monografia apresentada a Coordenayao do Cursode Psicopedagogia,da Universidade Tuiuli doParana, como requisito parcial para obtengao detitulo de Psicopedagogo.

Orientadora: Mestre Maria Letizia Marchese

Curitiba2005

TERMO DE APROVAI;AO

JOSE AUGUSTO GUERREIRO PEREIRA

PSICOPEDAGOGIA - READEQUAI;AO COMPORTAMENTAL

Esta Monografia foi julgada e aprovada para a obtenr;:ao de titulo deEspecialista em PSicopedagogia no CurSD de Psicopedagogia, daUniversidade Tuiuti do Parana, com nota 10 JO

Orientador(a) Profa. Mestre Maria Letizia Marchese

iii

DEDICAT6RIA

o aprendizado e essencial para a evolu/y.3o do pensar de cada pessoa,

seja at raves da transmissao de conhecimentos, au momentos de colaborac,;:ao e

participa9ao em trabalhos de grupo, principalmente quando 0 aprendizado

envolv8, 0 processo Psicopedagogico, cujo resultado e urn caminhar na

construc;ao de urn cidadao consciente sobre seu processo aprendizante, onde

a conduta e mOdificac,;:ao de comportamento sao essenciais neste processo de

transic,;:ao.

Este trabalho e dedicado aos professores, colegas e demais pessaas,

que contribuiram para meu conhecimento sobre 0 processo Psicopedag6gico.

iv

MENSAGEM

PSICOPEDAGOGIA

Aprender e urn ato constante.

Aprender e estar disposto a urn novo caminho.

Ha pessoas que aprendem.

Hit pessoas que transformam 0 conhecimento.

Hi! conhecimentos que ensinam pessoas.

He de S8 aprender para a vida.

Ha de S8 aprender para S8 transformar 0 mundo.

Ha de S8 respeitar a educador.

Hi:!de S8 respeltar 0 aprendizante.

Hit conhecimento a ser aprendido.

(Jose Augusto Guerreiro Pereira)

SUMARIO

Dedicat6ria ..Mensagem ..

Resumo.

iv

x

1. Introdu~ao 11

2. 0 Comportamento no Processo Psicopedag6gico ..

2.1 Concep,ao Psicologica do Comportamento...

2.2 0 Comportamento Familiar..

2.3 0 Comportamento Escolar...

2.4 0 Comportamento Social.

18

18

22

23

24

3. A Indisciplina e a Aprendizagem no Processo PSicopedag6gico ..

3.1 Concepyao de Indisciplina Escolar...

3.1.1 A Indisciplina Escolar e a Rela,ao Professor/Aluno..

3.2 Comportamento: Normas e Puni~oes..3.3 Esquiva e Fuga..

3.4 Agressividade e V(ncu!os com a Aprendizagem ..

3.5 0 estresse na Psicopedagogia ..

27

29

29

31

32

33

34

4. A PSicopedagogia Institucional: Realidade Educativa na Perspectiva da

Readequa~ao Comportamental.. 36

4.1 A Concep~ao da Psicopedagogia Institucional.. 37

4.2 Agregando Grupos: Motiva,ao e Afetividade... 38

4.3 Enquadre da fase de Desenvolvimento dos Educandos Pesquisados.. 41

4.4 Estudo dirigido sobre observayao de classe da 5 ' serie do Ensino Regular

do Colegio Estadual Gabriela Mistral EJA.. 434.4.1 Caracterizayao Escolar... 44

4.4.2 Filosofrada Escola . 44

4.4.3 Rela,oes Pedagogicas do Estabelecimento.. 45

4.4.3.1 Direitos dos Alunos . 45

vi

4.4.3.2 Deveresdos Alunos..

4.5 Observa<;:aoda Pesquisade Campo..

4.5.1 Localiza,ao da Escola..

4.5.2 Depend€mcias Internas/Esparyo ffsico e materiais ..

4.5.3 Comportamentoe forma<;:aodos Professores....

4.5.4 Comportamentoe a Forma,ao dos alunos .

4.5.5 Atividades participativas solicitadas palos professores ao Piscopedagogo

em formac;ao ..

4.5.6 MerendaEscolar..

4.5.7 Receptividadepara coma Pesquisade Campo..

4.5.8 Problemas Observados frente ao comportamentodos alunos e pais no

processo conduzido a direvao ..

4.5.9 PerspectivasFuturas.

4.5.10 Cronograma das principais atividades realizadas no decorrer do

processo de observayao.. 51

46

46

46

47

47

49

49

49

50

50

50

4.5.11 PontosPositivose os Pontosa seremMelhorados.. 51

4.5.12 ParadigmasPre - Existentes... 52

4.6 Gn;ficos:analise. . 53

4.7 Graficos:PesquisaPsicopedagogia.. 55

4.7.1 Sexo.. 55

4.7.2Idade.. 55

4.7.3As dependenciasda Escolasao Satisfatorias?.. . 55

4.7.4 CostumoContribuirpara os cuidadosdas dependEmciasda Escola... 56

4.7.5 Ocorre ausencia de Professores nas aulas?... 56

4.7.6 As informa,oes sobre 0 funcionamento da Escola sao repassadas de

formaque consigoentender?.. 56

4.7.7 Minhafamilia participae tem interessepor minhavida na escola?.. 57

4.7.8 Quando inieiei 0 ana fui bern recebido na Escola.. . 57

4.7.9 Costumorespeitaros Professores?.. 57

4.7.10 Fico atento(a)as Explica,oesdos Professores?.. 58

4.7.11 Participodas AtividadesSociaisda Escola.. 58

4.7.12 Fica satisfeitacammeuaprendizadana Escala.. 58

vii

4.7.13Geralmentediscutocomos Professores.. 59

4.7.14Quala maiordificuldadequeencontrouao frequentara Quintaserie?.. 59

4.7.15Sobrequalassuntogostariade ter umapalestra?.. 59

4.7.16 Qualmateriatemmaiorfacilidade?. 60

4.7.17QualmateriatemmaiorDificuldade?.... 60

4.7.18Emsuaopiniao0 quehi! de bomno ambienteEscolar? 60

4.7.19 Em sua opiniao a que ha de ruim no ambiente Escolar?. 61

4.7.20 Casoqueiraacrescentaralgo,utilizeas linhasabaixo.. 61

5. TesteESI- Escalade StressInfantil 62

5.1.Sexo.. 62

5.1.1Tenhodificuldadede PrestarAtenyao.. 62

5.1.2 Derepente,passeia naogostarmaisde estudar.. 62

5.1.3 Tenhovontadede baternoscolegas,semrazao.. 63

5.1.4 Brigocomminhafamilia emcasa.. 63

5.1.5 Penso que sou teio, fuim, que nao consigo aprender as coisas.. 635.1.6 Rea90esFisicas.. 64

5.1.7 Rea90esPsicologicas.. 64

5.1.8 Rea90es Psicofisicas clcomponentes depressivos.. 64

5.1.9 Reag6es Psicofisiologicas... 65

Conclusao.. 66

Referencias.. 69

Anexos.. 71

viii

TABELA DE ANEXOS

. Formulario para Pesquisa .

. Artigo: UMA ANALISE SOB AS OPTICAS MORAL E INSTITUCIONAL

ix

RESUMO

o objeto deste trabalho 8 direcionado a Psicopedagogia focada na observayao eatuac;ao das influ€mcias inadequadas comportamentais, no ambiente escolar.Apresenta bases teoricas, pesquisa de campo e observac;oes, bern como inferecomentarios sobre as formas comportamentais, cuja repercussao S8 manifestan3 noprocesso de ensina e aprendizagem, levando-se em consideray8o, populay8o dealunos da quinta seris, de uma escola publica em Curitiba cuja transi980 insere-seno periodo da pre adolescemcia e estadio pre-operatorio. A Readequ8r;8oComportamental esta ligada aos processos cognitivos, seja atraves de atosindisciplinares - manifestos ou latentes, dificuldades advindas do meio familiar,social au biologica, dificuldades da construyao do propria repertorio socia-individual:- atitudes e comportamentos frente aos vinculos estabelecidos frente a socio-aprendizagens, a que refor93 dificuldades no ambito intelectual. Para aPsicopedagogo, al8m das informayoes contidas neste trabalho monognifico, poder,;contribuir como base avaliativa para diagnostico Interventivo frente a situary80problematizada relativas ao Comportamento Inadequado, cuja queixa, e freqOenteno meio educacional.

Palavras-chave: Psicopedagogia, comportamento, aprendizagem, escola.

1. INTRODUC;Ao

As queixas constantes do meio escolar em re18980 80 comportamento dos

alunas e destaque essencial no processo do en sino aprendizagem, em especial,

comportamentos inadequadas que interferem na aprendizagem: comportamentos

que variam desde atos agressivos verbals au chegando-se a vioh~ncia fisica, dentro

do ambiente escolar.

H3 de S8 ressaltar, que a Psicopectagogia utiliza-s8 de argumentos e

instrumentos fecados tanto no educando quanta na Instituic;ao educacional, 0 que

foea tambem as quest6es do comportamento individual au em grupo, e ainda voltado

a aten<;ao, percepc;ao, concentrac;c3.o, au seja ao processo cognitiv~, pois este nao

esla dissociado do sujeito e da organiz8C;8o educacional, vejamos alguns dados

publicados pelo Inep/Mec:

Incidencia de ViolEmcia, segundo a percep~ao de 10 mil pais de alunos darede Public3-20Q5

Incidimcia de Violencia sim nflo s/resp

• Roubo a alunos. Prof(s) ou funcionarios dentro da escola". 30,0 64,0 6.0

o Brigas conslanles enlre alunos denlro e perto da escola'. 52,0 44,8 3,2

• Pichacao de muros e paredes da escola'. 34,2 62,4 3.4

, Consume de drogas denlro da escola' 15,3 74,1 10,6

, Trafico de drogas dentro da escola'. 6.1 80,9 13,6

• Exislencia de gangues denlro ou perto da escola'. 24,5 68,6 6.9

o Roubo ou furto de materiais e equipamenlos da escola" 28,2 64,4 7.4

, Amea'YCIa vida das pessoas denlro da escola' 12,8 81,5 5,7

• Falta guardas de seguran~ dentro au proximo da escola'. 50,1 47,4 2.4

•A violencia atrapalhando 0 funcionamento da escola" 28,6 69,2 2.2

Fonte: Inep/MEC - Pesquisa Nacional Qualidade da Educac;ao : a escola publica na opiniao dos pais

o PSicopedagogo, deve discriminar as dificuldades apresentadas no ambiente

e no educando, cujos resultados Ihe possibilita uma interveny80 adequada neste

12

processo de formaC;:8o, dos instrumentos avaliativos, diagnostico e prognosticos, da

forma de intervenc;ao e conduc;ao para que se chegue aos resultados esperados na

supera9aO das diliculdades apresentadas.

o aluno de quinta-serie , tende apresentar -se dentro de urn quadro de

transi,ao, vale salientar que conlorme TIBA(1996, p.123):

Quem nunca repetiu de ano chega a Quinta-serle aos 11 anos. Asmeninas, em periodo de plenas modificar;oes corporais, podemmanifestar no organismo seus problemas psicologicos(mudan<;asfamiliares, socia is ou a propria alterac;ao psicopedag6gica da Quartapara a Quinta serie).Assim, sao bastante comuns as queixas de tonturas, mal-estar, daresgeneralizadas, sem que 0 medico encontre causas fisio16gicas para assintomas.O menino comee;a a adquirir pensarnento abstrato.Portanto, e freqOente a dificuldade de concentrayao e de organizayao.Se ele for urn entupido, a tendencia e ficar cada vez mais isolado, -nornundo da lua" Se for um diarreico, pode ~falar mats do que a boca-,provocar os colegas e nao parar quieto.

Esta monografia tern por objetivo contribuir com pesquisa liter;3ria e de

campo, direcionados a observa9ao e pesquisa de comportamentos manifestos e

inadequados no ambiente escolar e que prejudicam 0 processo de aprendizagem,

inter-relacionando justificativas bibliograficas para analise e comprova9ao dos

resultados apresentados.

o Projeto de Pesquisa, foi direcionado atraves do tern a -

PSICOPEDAGOGIA: READEQUACAO COMPORTAMENTAL, sendo delimitado

para a estuda e analise do comportamenta dos alunos da sa serie do ana de 2004,

no Processo Ensino X Aprendizagem do Colegio Estadual Gabriela Mistral EJA

situado no bairro Santa Quiteria em Curitiba-Pr. 0 objetivo geral foi 0 de realizar

estudas direcionados aos procedimentos de inadequa9ao comportamental dos

alunos em sala de aula: - s6cia aprendizagem, atraves de pesquisa de campo

13

associado a inter-relaC;80 bibliografica. Em relac;ao aos objetivos especificos

destacam-se:

Pesquisar sabre a influencia do comportamento no processo de Ensino

Aprendizagem inter-relacionando-os com bibliografias especificas;

. Relatar sobre as dificuldades comportamenlais encontradas que inlerferem

no Processo de Ensino X Aprendizagem ,

Pesquisar atraves de questionario as posslveis interferencias no Processo

de Ensino Aprendizagem;

Aplicar 0 Teste Psicclogicc E.S.I ( Escala de Stress Infanlil), para avaliar a

dinamica de Stress da turma.

o Objeto de estudo foi 28 Alunos da 5' serie do ana letiva de 2004, Ensina

Fundamental, do Turno Vespertin~, da rede Publica Estadual de Ensino, do Colegio

Calegia Estadual Gabriela Mistral EJA, na faixa etaria de 10 a 14 anas.

o problema: Como S8 mostra a perfil da sa serie do Coh~gio Estadual Gabriela

Mistral EJA nas rela96es interpessoais disciplinares e ate que ponto 0

comportamento inadequado interfere no Processo de Ensino X Aprendizagem?

A justificativa desta monografia, surgiu do interesse em verificar se

comportamentos inadequados manifestos no ambiente escolar tendem repercutir no

processo de ensino aprendizagem e como 0 Psicopedagogo pode intervir no

processo de adequaC;13ocomportamental para a produtividade da aprendizagem.

A principal queixa relatada por educadores no ambiente escolar refere-se a

indisciplina comportamental dos alunos frente ao processo de aprendizagem, cuja

maior responsabilidade recai sobre a triade: eduC8c;ao familiar, educac;.ao social e

ac;13oescolar., ,~~-, .\.~_0 ambito da educaqiia escolar a queixa discarre sobre a triade:

:,:.".,;

14

1)ProblemalicadaEscola:falladerecursosfinanceiros-maadminislra.ao

- ensina considerado traco;

2) Problemalicavolladaaoprofessor:-falladeforma.ao - falla de didiilica

- falla de eslimulo salarial;

3) Problemalica do aluno queslao social - queslao familiar - queslao

comportamenlal.

Observa-se a partir dos pressupostos da triade : Escola X Professor X Alunos

, que hit urn destaque maior na parcela do processo de ensine aprendizagem

focada no aluno, fato este, que advem de uma formayao para 0 futuro, e que a

sociedade legitima esta formay8o, hit de S8 formar cidadaos conscientes,

organizados e disciplinados, e a ascota e 0 ambiente propricio e farmadar deste

cidadao para a futuro, cujo papellhe e delegado culturalmente.

A familia seria a precursora da identidade existencial deste atuno, a escota

o local propfcio e a intermediadora do processo ensina aprendizagem, atraves dos

conteudos pedag6gicos programillicos pre estabelecidos para a seriayao, cabendo,

portanto, ao aluno ser a instrumento aquisitivo da aprendizagem, fato este, que

desconsidera-se caracteristicas de personalidade e individu8C;80 das

potencialidades, 0 que tende acarretar na inadequ8C;8o comportamental em sal a de

aula, somatizando em grupos operativQs, repercutindo em dificuldades de controle

do professor na s6cio aprendizagem.

o Psicopedagogo Institucional pode vir a contribuir atraves de estudos da

analise de procedimentos observaveis do comportamento dos alunos da turma da 5a

serie, do ana de 2004, do Colegio Estadual Gabriela Mistral EJA, tendo em vista

queixa por parte do corpo docente da Institui980, fatores como dificuldades

15

interativas, comportamentais e pedag6gicas em sala de aula, oriundas do Processo

Ensino Aprendizagem interrelacionadas ao convivio do Aluno versus Professor.

Portanto, justifica-se a necessidade de estudos direcionados para a

interveny8.o da Psicopedagogia Institucional, focada na adequayao comportamental,

tendo como base de estudo asta populac;ao de alunos, para direcionamento da

pr6xima turma do ana laliva de 2005, cuja pesquisa sabre as influemcias do

comportamento na aprendizagem serao expostas no desenvolvimento de

monografia deste Projeto de Pesquisa.

Como hipateS8, ateva-S8 80 seguinte argumento: E passive1 atrav8S de

estudos da Psicopedagogia Institucional abordar atrav9S da observa<;8.o identificar a

perfil de comportamento inadequado dos alunos da 5' serie do Colegio Estadual

Gabriela Mistral EJA.

Para direcionamento da hip6tese basica, questionou-se:

. E posslvel constatar e identificar que tipo de Organiza9ao comportamental

prevalece na turma no Processo de Ensino X Aprendizagem?

. 0 stress da turma, sendo determinado atraves do perfil do Teste E.S.I e

questionario contribui para a inadequac;ao do comportamento?

Em rela9ao as

argumentos:

Os professores manifestam comportamentos adequados para transmitir os

hip6teses secundarias, destacam-se os seguintes

conteudos curriculares, predispondo a comportamentos dispersivos e inadequados

desencadeando para a improdutividade em sala de aula.

Os alunos sao organizados e participam das atividades em sal a de aula.

Existe motiva98o e interesse dos alunos na Aprendizagem desde que sejam

motivados a participar das atividades em sala de aula.

16

o perfil de interesse da turma predisp6e a comportamento aversive a

Aprendizagem.

As variaveis propostas fcram:

Quais componentes predisp6em e interferem na inadequ8C;8o

comportamental dos alunos da sa serie do ana lelive de 2004, Ensino Fundamental,

do Turno Vespertino, da rede Publica Estadual de Ensino, do Colegio Colegio

Estadual Gabriela Mistral EJA, na faixa etaria de 10 a 14 anos.

Em rela9ao as variaveis dependentes:

as alunos direcionam atitudes comportamentais agressivas aos professores.

Os alunos dispersam-se e organizam-se em grupos cujos as

comportamentos S8 traduzem em inadequados na sal a de aula.

as alunos desencadeiam interesses e motiv8c;oes em sala de aula que

repercutem na desorganiz8980 comportamental.

As variaveis independentes:

Os professores proporcionam atitudes de dispersao comportamental na sala

de aula .

. A sala predisp6e a ruidos externos como refon;:adores comportamentais

inadequados em sala de aula

o desenvolvimento biologico e a crise de desenvolvimento cronologico

interfere em atitudes de inadequayao comportamental

A metodologia do trabalho sera iniciado atraves do processo observa98o, e

aplicayao de questionario especffico e paralelamente a pesquisa bibliografica,

sendo 0 metodo de abordagem utilizado sera 0 Indutivo, e a de Procedimento a

Historico associ ado ao Metodo Estatistico e Observacional

17

o trabalho devera iniciar-se com pesquisa de campo simultaneamente a

teoria que contemplara os seguintes procedimentos:

Sera realizada observaC;8o direta e intensiva de investigac;ao

comportamental atraves de aulas presencial em sala de aula, no periodo de uma

semana, conforme malriz de carga horaria curricular, como forma de detectar as

fenomenos comportamentais inadequados em sal a de aula;

Sera realizado pesquisa atraves da aplic8c;ao de questionarios com 13

perguntas dirigidas, 07 semi dirigidas e urn desenho livre representativD da escola

cujo objetivo sera componente para estabelecer 0 perfil da turma;

Sera realizada entrevista com professores para analise , cujo objetivo sera

componente para estabelecer 0 perfil da turma;

Sera aplicado 0 Teste ESI ( Escala de Stress Infantil), cujo objetivo sera

componente para estabelecer 0 perfil da turma;

Sera tabulada as informal;6es do questionario aplicado e duas diretivas do

Teste ESI ( Escala de Stress Infantil), para composi9ao de graficos explicativos

sobre 0 perfil da turma da 5' serie do ana de 2004 do Colegio Estadual Gabriela

Mistral EJA;

. Sera realizado pesquisa bibliografica para integrar 0 objeto de pes qui sa para

consistencia de referencial te6rico.

Os capitulos foram organizados com tematica direcionados a

Psicopedagogia, para que 0 leitor, tambem possa entender, avaliar e concluir os

resultados apresentados.

2. 0 COMPORTAMENTO NO PROCESSO PSICOPEDAGOGICO

A PSicologia e uma ciencia originada da Filosofia, cujo objeto de estudo e a

psique, 0 comportamento. Sua sistematiza~ao e explicada atraves de estudos

fundamentados em escolas filos6ficas que posteriormente S8 estruturaram em

escolas pSicologicas, cujos modelos sao expostos de acordo com seus fundadores,

dentre as quais destacam-se a Gestaltista, a Psicanalitica e a Reflexol6gica, entre

outras.

Comportamento 8, Uem senti do restrito, designa~o generica de cada modo

de reacrao em face a urn estimulo presente; em sentido amplo, qualquer atividade ou

fata au experiencia mental, passive I de observa<;ao direta au indireta". (Enciclopedia

Mirador Inlernacional).

o comportamenlo influi no processo de ensino - aprendizagem, portanlo.

essencial ao Psicopedagogo(a}, porque e 0 delimitador da forma de interven9ao

que devera ser feita e adequa9ao do metoda a ser utilizado, buscando-se viabilidade

na sua aplicabilidade.

2.1 CONCEPC;:AO PSICOLOGICA DO COMPORTAMENTO

A concepl'ao psieol6gica para a forma<;iio da conduta humana eonism

fundamentos de analise diferenciados conforme origem de sua abordagem, mas

todas, sem exce9ao, chegam ao mesmo objetivo: 0 comportamento. Para que haja

um comportamento, seja adequado ou nao, havera em seu contexto urn ser

humano, que e unico e que expressara na sua resposta( comportamento), a forma

de concepc;ao de mundo e valores de forrna9ao que Ihe foram transmitido pelo meio

19

cultural, au seja, cada ser percebe a meio de acordo com sua propria experiencia de

vida.

Determinar S8 0 comportamento e adequado ou nao, requer informay6es de

como este processo e apresentado no meio social. Para esta observayao, estudos

da PSicologia contemplam informayoes necessarias que propiciam 0 entendimento

destas concep96es, vejamos, algumas correntes:

Para a Gestalt, a percepg80 est'; ligada ao comportamento e a forma como

a pessoa percebe as situagoes e faz seu pr6prio fechamento. Nas leis da gestalt

(similaridade, fechamento, proximidade), observa-se que nesta simbologia leva-nos

a concretude de que a perceP980 diferencia-se para cada passoa e portanto,

interfere no comportamento.

Para a Psicanalise, a consciencia detem 0 funcionamento do

comportamento, e para tornar ests funcionamento adequado utiliza-s8 de tres

estruturas: ego, superego e id, 0 que torna as reagoes do comportamento baseados

nesta divisao psiquica. 0 ego e a consciencia propria mente dita e no relata de

Telles:

Suas funtyoes principais sao:•Resolver problemas do momento presente.•Pensar a realidade presente.•Planejar a Realidade futura.•Proteger a si mesrna.Sua funyao e ajustar 0 homern ao meio escasso da realidade ffsica esocial em que vive: E basicamente urn instrurnento de adaptayao domeio.'

Os estudos direcionados da linha psicanalitica contemplam tambem

conforme Telles: "Superego: Tem fung80 semelhante a do ego deixar 0 homem

ajustado, integrado na vida social. Para tanto precisa reprimir os impulsos instintivos.

, TELLES, A. X. PsicoJogia Modema. 2Sa ed. Sao Paulo: Atica S. A, 1976, p. 45.

20

Cria normas, leis e exigencias. Seu modelo foi a ac;ao e as ensinamentos dos pais e

da sociedade. E a propria personalidade enquanto age guiada par principios, regras

e proibi90es"?

o ID e a parte mais primitiva, portanto, manifesta-s8 par atos e impulsos

inconscientes que surgem conforme situ8goes conflituosas e que podem S8 tornar

conscientes.

Pode-S8 transpor estes conhecimentos para 0 processo Psicopedag6gico e

deduzir-se, que no equilibria entre estas tres estruturas e que estaria 0 equilibria

esperado para urna boa conduta, seja no meio familiar, escolar ou social, pelo tata

de que as leis sociais e que imperam no meio cultural.

A psican;ilise aborda de forma estrutural a formayao do sujeito atravas da

influencia familiar, e de como esta lOSer"~elabera suas frustragaes, compens8g6es e

alegrias para urna conduta social possa ser significativa, porque no ambiente socia

educacional pode vir a manifestar conteudos inconscientes de forma desajustada,

seja atraves de atos repressivos au abusivos principal mente quando se trabalha com

leis e normas disciplinares.

Para as Comportamentalistas 0 processo de comportamento est'; ligado a

situacyao de exposi9BO do sujeito ao meio, a forma de treina-Io, modifica-Io au

melhorar a nfvel da resposta esperada, esta ligada a forma de conduta pre-

estabelecida, porque a comportamento nao a inato a aprendido, a sujeito constroi

respostas adequadas ou nao, conforme sua forma9Bo e modelo esperado pel a

sociedade. A aprendizagem no meio e que modela comportamentos, entretanto,

observa-se tambem urn cognitivismo no sujeito. Estes pensarnentos podem

influenciar condutas no meio social escolar.

2 TELLES, A. X. Psicologia Modema. 2Sa ed. Sao Paulo: Atica S. A, 1976, p. 45.

21

Telles refere-se da seguinte forma em rela,ao ao comportamento e a

Psicologia:

Atualmente, a Psicologia apresenta-se como uma ciencia positiva,construida a partir de observa90es e experimenta90es mais rigorosas.Para tanto, tomou como objeto de pesquisa a comportamento humano,considerado como qualquer resposta dada a estimulos, quer intemos,quer extemos. Estas respostas podem ser observadas eexperimentalmente provocadas. E claro que a meta da Psicologia e 0conhecimento da pessoa (personalidade). Mas para atingir esseobjetivo, devemos partir do comportamento das pessoas, de suasrea90es. 0 individuo se comporta, reage, em conformidade como que e,de acordo com sua personalidade. Assim, partindo do comportamento,podemos chegar ao conhecimento da pessoa (personalidade).3

No ambiente escolar 0 componente S-R (Estimulo-Resposta), e urn dos

grandes geradores de confiitos e adapta,6es, ou seja, quando urn estimulo e dado,

a resposta e evidenciada (positiva ou negativa), como por exemplo: ao se estimular

o educando no processo aprendizante atraves de atividades curriculares, 0

educando pode apresentar urn comportamento inadequado de resposta, seja de

esquiva ou fuga e entao havera uma puniyao (notas baixas e ou suspensao), como

forma de adequa-Io a resposta esperada. Podera tambem apresentar urn

pensamento automatico de que 0 professor ou a escola 0 persegue.

A escola e um espayo social cornpartilhado, envolve urna cornunidade, urn

grupo social, e este processo requer necessidade de canduta disciplinadora, para

que haja uma interven9i\o de forma adequada, estudos e avalia,6es constantes

devem ser realizadas.

3 TELLES, A. X. Psicofogia Modema. 2Sa ed. Sao Paulo: Atica S. A, 1976, p. 17.

22

2.2 COMPORTAMENTO FAMILIAR

A familia e 0 primeiro cantata da pessoa com 0 mundo, e ende S8

manifestarn as primeiros comportamentos, seja na forma de sobrevivencia DU de

defesa. 0 sistema familiar e 0 principal modelo de aprendizagem ende S8 constitui 0

desenvolvimenlo do sujeito, para Telles (1976, p. 156):

Uma atmosfera familiar e boa quando a pai faz 0 seu papel de pai e amae seu papel de mae, ista e, 0 pal sendo eficaz em seu trabalho ecorreto em suas intera~oes com as outras pessoas e respeitavel em seumundo. A mae deve ser competente em seu papel de mae, sendocompreensiva e carinhosa. 0 casal deve harmonizar-se bern et comoinstrutor de seus mhos deve enfatizar valores de responsabilidade ejusti~.Os pais devem encorajar a participac;ao da crianc;a nas discussoes defamilia e as seus esfors;os em crescer. Carinho e acessibilidade emrelas;ao as crians;as sao fatores importantissimos numa educac;:aoadequada. Numa situas;aoinversa, a familia desarmoniosa e aquela emque as pais discutem e desentendem par qualquer coisa (sexo,educac;:aodos filhos etc.)."Nao bater", nao significa "deixar fazer tudo". Todas as crianc;:asnecessitam de limites que devem ser colocados de forma gradual ecompativel com 0 desenvolvimento. 0 pai, assim como 0 professor,deve saber a hora de frustrar 0 filho e guardar proporcionalidade entre afalta e a pena.

A crian9'l deve encontrar estrutura~ao adequada em sua familia porque enesta instituic;30 que tera maior probabilidade de constitulr-se em um adulto

disciplinado em relaryBo as normas sociais prs-estabelecidas, porque s neste

relacionamento que concebe limites e regras e que para Costa:

Nao e a escola e sim a familia que proporciona as primeirasexperiencias educacionais a crianc;:a.Na infancia, com as primeirastentativas de orientar e dirigir a crians;a, pais realizam de fonnaconsciente au inconsciente estas experiencias. Em diferentes niveis deconsciencia, simultaneamente, pais e professores estao ensinando e ascrianc;:asaprendendo. Aprendendo tanto conceitos de si proprias comoas conceitos de mundo.Sabemos ser a Familia a primeiro uespelho·, organismo destinadoessencialmente ao cuidado da vida (procrias;ao, sallde, preservas;ao,aquisil(Bo de conhecimentos, aquisil(Bo de habiJidades profissionais,aprendizagem da convivencia familiar e social, e transmissao,aperfeir;oamento e crias;ao de normas sociais e culturais). Sornenteap6s, comunidade (vizinhanc;:a,igreja, clube) e escola passarao tambem

23

a fomecer um uespelho" e contribuirao na construc;:ao do conceito de si ede mundo,4

Hit de S8 pensar, que os valores culturais em que a familia insere-se na

atualidade, apresentam distor\'iio da constela\'iio familiar: Pai, mae, filhos, 0 que,

repercute num processo simbi6tico, atribuindo-se em determinados momentos aos

professores 0 papel de "pais simb6licos", cabendo aos alunos 0 papel de filhos

devolutos de uma sociedade consumista e Hberdadora, quer seja de limites ou

preceitos morais, ande 0 social e 0 princfpia do prazer lidera, sabre uma hierarquia

de respeito e responsabilidades sobre a conduta e formar;:8o da crian~ em processo

da construy80 de uma identidade socializante.

A familia devido a estas mudanyas comportamentais e sociais, perde uma

identidade de referencial 0 que repercute, tambem em uma desorganiz8C;;Elo no meio

educacional e consequentemente no processo de aprendizagem.

2.3 COMPORTAMENTO ESCOLAR

No ambiente escolar manifestam-se os primeiros comportamentos

adaptativos socials, au seja, e neste ambiente onde ocorrem ajustes de

comportamentos advindos do meio familiar e que se agregaram aos conheclmentos

de adequa9ao social.

Para que ocorra um grau de inter-relacionamento satisfat6rio, a Instltui9ao

Escolar tambem estabelecera regras e transmitira conhecimentos basicos para a

forma9ao do cidadao atraves da educa9ao, para Costa (1995, pAD)

4 COSTA, C. R.; SOUZA, I.E.R.; RONCAGLIO, S. M. Momentos em Psicologia Escolar. 2. ed. SaoPaulo: Contexto, 1995, p. 71.

24

A educac;ao, enquanto processo de formac;ao, atraves de relac;oesinterpessoais, caminha junto com a educ8c;ao enquanto forma depreparar a individuQ para estas mesmas relac;oes. Par issa, podemosate afirrnar que a aluno educado atraves do processo de inter-relacionamento ten3: maior facilidade nas suas relac;oes com Quirosindividuos fora da sala de aula. Islo se torna compreensivel seconsiderarmos que a imagem que temas de nos mesmas e, em grandeparte, dada pelos QuirOS, a imagem que temas dos Quiros dependetambem da imagem que lemas no nossa eu.Se a educac;ao se dB. nurn processo de intera9ao constante, a alunoeducado em condic;oes equilibradas, tende a estabelecer relac;oesequilibradas e, ao conlrario, a aluno vive em situagoes de desajustetendera a apresentar dificuldades no seu relacionamento social.

o conhecimento do ser humano especificamente do seu comportamento,

influi no processo educacional. Quanta mais se conhece a homem, mais e possivel

se atingir a objetivo da eduC8yao como processo que e leva-Io a agir como cidadao

participante e responsavel.

A escola, como sequencia do aprendizado educativo, deve associar-se ao

meio familiar e social, educar e ajudar a criar. Todos as pais cuidando de seus filhos

estao natural mente educando-os, bern ou mal. E nesse processo natural de criar e

educar, e mister que as pais ten ham responsabilidade, orientando e estimulando,

mais pelo exemplo do que pela palavra. No processo educativo aquele que disp6e a

educar, antes de tudo precisa bern agir, dando exemplo de vida. Palavras

dissociadas das ayoes nao surtem nenhum efeito. Urn born exemplo produz mais

efeitos do que muitos sermoes.

2.4 COMPORTAMENTO SOCIAL

o comportamento social envolve uma codificagao (silogismos), sinais de

comunica9ao, de normas e para uma melhor interiorizagao e necessaria que a

individuo tenha princfpios de moral, au seja, os valores que a pr6pria sociedade

venha legitimar. Esta conduta requer principios eticos e marais para Vazquez:

25

"A moral e urn sistema de narmas, principios e valores, segundo 0 qual saoregulamenladas as rela¢es mutuas entre as individuQ$ au entre estes e acomunidade, de tal maneira que estas narmas, dotadas de urn can::.terhisl6rico e social, sejam acatadas livres e consclentemenle, par urnaconvj~ao intima, e nao de urna maneira mecanica, extema au impessoal~5

Para que haja uma concretiza9ao de juizos morais em rela9ao a

comportamentos esperados, Vazquez refers-59:

"Toda Moral compreende urn conjunto de principios, valores e normas decomportamento. Mas, enquanto tende a regular as rela~6es efetivas entreindividuQs, au entre estes e a sociedade, deve concretizar-se em atosconcretos, nos quais as principios, valores au norm as ganham vida. Existena moral urna exigencia de realiza~o que se deduz de sua particularfunr;:ao social".6

A liberdade e condicionadapelo meio social com 0 qual se interage pelo

processo educativo como parametro de referencia para legitimayao do

comportamento social. 0 homem, ainda que um ser livre e independente, tem

deveres para consigo, proprio, como as tem tambem para com a sociedade em que

vive. Educar nao e suprimir a sua liberdade, bitolando a ser humano, no aspecto

psicologico, mas disciplina-Io para conviver com as demais. Educar pressup6e

tambem escolher 0 que melhor convem ao corpo social e, nesse sentido, a natureza

humana deve ser encaminhada ao cumprimento das disposiy6es comuns. Qualquer

viola9aOdas normas sociais pode trazer danos aos membros da comunidade. 0

homem dotado de liberdade, tern assim limitadas suas ay6es par um determinismo

social, que ninguem pode negar. E a educay80, em ultima analise, implica predispor

as individuos para uma vida social harmonica e responsavel.

As habilidades sociais sao representadas pelos componentes

comportamentais, cognitivo-afetivos e nao somente verbais.

5 VAZQUEZ, A. S. Elica. 7" ed. Rio de Janeiro: Civilizar;:ao BrasHeira, 1984, p. 69.6 id.

26

As s6cio-aprendizagens ocorrem, ininterruptamente, nas inter relar;:oes com

os pares e, no dia-a-dia, em centextos coletivQs, S8 ajustadas as mensagens aos

interlocutores. Esses ajustes sao possibilitados pelas auto-avalia9iies ou pelas

avaliac;6es dos Qutros e, assim, S8 da a construC;80 do pr6prio repertoria s6cio-

individual(atitudes e comportamentos), que e alicer9ado, basicamente, por

componentes fisicos, emocionais e intelectuais; talent05 e crenc;as: habitos e

tendemcias, percep96es e pensamentos; formas de raciocinio e lembranC;8s.

3. A INDISCIPLINA E A APRENDIZAGEM NO PROCESSO

PSICOPEDAGOGICO

o ato de indisciplina requer uma 89ao sabre uma norma de conduta pre-

estabelecida, aD burlar regras e leis, manifesta-se a indisciplina, conforme Aquino:

"Ja 0 termo indisciplina refere-s8 ao procedimento, ato ou dito contrario a disciplina;

desobediencia; desordem; rebeliao" 1

Sando assim, indisciplinado e aqua Ie que ~se insurge contra a disciplinan•

(FERREIRA, 1986, p. 595)

Atos de indisciplina podem ser aceitos socialmente. Na observa9iio de

casas de alunos que abusam de seus direitos, discutem e agridem verbalmente

professores, pressupoem-se que a propria sociedade naD Ihe imp6e regras de

condutas. Para Aquino:

o proprio conceito de indisciplina, como tada criayao cultural, naD eestatico, unifonne, nem tampouco universal. Ele se relaciona com 0conjunto de valores e expectativas que variam ao Iongo da historia,entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade: nas diversasclasses sociais, nas diferenles insliluiryoes e ale mesmo denlro de umamesma camada social ou organismo. Tambem no plano individual apalavra indisciplina pode ter diferentes sentidos que dependerao dasvivencias de cada sujeito e do contexto em que foram aplicadas. Comodecorrencia, as padroes de disciplina que pautam a educaryao dascrianryas e jovens, assim como os criterios adotados para idenlificar umcomportamento indisciplinado, nao somente se transformam ao longo dotempo como tambem se diferenciam no interior da dinamica social.2

indisciplina.€I dinamica, como tambem a menyao de

, AQUINO, J. G. Indisciplina na EscoJa. 6:1ed. Sao Paulo: Summus, 1996, p. 85.2 Ibid., p. 84.

28

19arni Tiba, esclarece

o dicionario da lingua Portuguesa, de Aurelio Buarque de HolandaFerreira, traz varias definiifoes para 0 terma disciplina:- Relal(oes de subordina.yao do aluno ao mestre ou instrutor;- Ordem que convem ao funcionamento regular de uma organizaryao(militar, escolar, etc.);- Observancia de preceitos ou normas;- Ensino, instruyao, educayao;- A palavra "disciplinaM carrega em si um certo ranC;o de autoritarismo ede faUa de dialogo que era comum no comportamento das gerac;:6esanteriores.J

E em complemento 19ami Tiba, afirma:

Em linhas gerais: disciplina e 0 conjunto de regras eticas utilizadas paraatingir urn objetivo. A etica e entendida, aqui, como a criteria qualitativodo comportamento humane que envolve e preserva 0 respeito ao bernestar biopsicossocial.Esse conjunto de regras pode ser:

Treinado simplesmenteAdquirido pela propria experienciaApreendido por intermedio de alguem que atue como professor

• Absorvido pela imitayao de urn mestre ...o maior estimulo para ter disciplina e a desejo de atingir urn objetivo.4

o ata de indisciplina requer uma analise das atitudes anti-sociais ja

internalizadas au das situ8c;6es a que 0 sujeito esta exposto. Para que estas atitudes

se manifestem 0 meio tambem pode contribuir, evidentemente a meio familiar e

escalar, casa estes ambientes nao tenham condic;oes saudaveis de desenvalvimento

para 0 futuro cidadao, este tendera a romper regras e manifesta-Ias no convivio

social.

Burlar regras, transgredir normas, manifestar comportamentos agressivas,

seja atraves de discuss6es ou ameac;as com a rmas ou forc;a fisica, sao fatos que

se abservam constantemente no ambiente escolar.

3 TIBA, I. Disciplina, Limite na medida certa. Sao Paulo: Gente, 1996, p. 172.

29

Pode-s8 argOir que a fragmentac;:ao dos limites esta associ ada a normas e

regras sociais, cujo processo S8 realiza atraves da educayao. Educar e orientar no

born sentido. Os instintos naturais tendem a destruir 0 homem, encaminhando-Q

para a realiz8c;:ao de todos as seus desejos.

3.1 CONCEPCAO DE INDISCIPLINA ESCOLAR

A concep9ao do que seja indisciplina e polemica, pelo fato, que indisciplina

pode referir-se a atitudes agressivas desencadeadas no meio esco[ar como atitudes

de agitaC;80e desobediencla a narmas na escota. Conforme artigo publicado

ZANDONATO, Zilda Lopes - UNESP-GT: Educa9ao Fundamental/n° 13, destaca-se:

A indisciplina na sala de aula e hoje, urn fenomeno que vern sendodiscutido na nossa sociedade de forma quotidiana, seja em meiesacademicos, familiares ou nos midias. Considerando que a indisciplinaocupa lugar de destaque entre as maiores preocupa~6es pedagogicas,sentimo-nos impulsionados a compreender este fenomeno a partir daanalise de no~6es trabalhadas par diferentes autores.

A indisciplina escolar nao envolve somente caracteristicasencontradas fora da escola como problemas sociais, sobrevivenciaprecaria e baixa qualidade de vida, alem de confiitos nas rela~6esfamilia res, mas aspectos envolvidos e desenvolvidos na escola como arela~ao professor-aluno; a possibilidade do quotidiano escolar serpenneado par urn curricula oculto; entre outros.

Portanto, a indisciplina escolar pode ser atribuida a fatoresexternos a escola e/ou a fatores que envolvem a conduta do professor,sua pratica pedag6gica e ate mesmo, praticas da propria escola quepodem contribuir para a exclusao.

Constata-se, que a amplitude de indisciplina interfere na aprendizagem.

3.1.1 INDISCIPLINA ESCOLAR E A RELACAO PROFESSORIALUNO:

As rela<;6esno ambiente escolar, tendem a ser conflitantes pelo fato de haver

uma defazagem nos inleresses e objelivos par parte dos alunos e professores, no

4 Ibid., p. 173.

30

artiga publicada par ZANDONATO, Zilda Lopes - UNESP-GT: Educa9aa

Fundamentallno 13:

Oessa forma, Aquino (1996) discute que a escola passa areceber sujeitos nao homogeneos, provindos de diferentes classessociais, com diferentes historias de vida e com uma ~bagagem~ que,muitas vezes e negada pela escola.

Guimaraes (1996), expoe que a escola esta p/anificadaobjetivando homogeneizar as pessoas pois, segundo ela, hi! quemacredite que quanta mais igua/, mais facil de dirigir. Guimaraes (1996)exp6e, ainda, que a escola tern mecanismos disciplinares que levam audisciplinariza9ao· dos comportamentos de alunos, professores e Quirosfuncionarios. Dessa forma, aponla a indisciplina como urna passivelforma de resistencia par parte dos alunos que nao se submetem asnormas impostas pela escola.

A perspectiva institucional aponta, portanto, alguns indicativos deque a indisciplina esta relacionada com problemas oriundos da e napropria instituir;ao, embora nao negue a existencia de que conflitosextemos tambem intervenham na relar;ao interpessoal na escola.

Refere-se, ainda 0 artigo as questoes morais, onde:

Castro (1996), aponta que par a Piaget , as virtudes marais saodesenvolvidas de forma activa, durante a infancia e a adolescencia enao ensinadas par transmissao verbal. Segundo Piaget, em Macedo(1996), 0 ser humane tem duas tendencias marais a autonomia e aheteronomia. 0 desenvolvimento moral da-se pela evolur;ao destasmorais seguindo da heteronomia ate a autonomia moral. Esta evolur;aoda-se em nfveis e Piaget nao garante que todo ser humano sedesenvolva de forma a atingir lodos os niveis.

A evolur;ao da heteronomia para a autonomia depende,principalmenle, dos fatores relacionados com as experiencias entrepares, das relar;oes interpessoais que 0 ser humano estabelece. Destaforma, pais e professores devem estar atentos sobre 0 "contra to" que seestabelece nas relar;oes, considerando que a educar;8o e dada peloproprio comportamento, pela propria postura e julgamentos morais.

Observa-se, entao que aham do relacionamento, ha uma imitay8lo de juizos de

valores sobre a conduta esperada pelo professor e pelo atuno, 0 que

reciprocamente, da-se atribuit;oes valorativas ao que seja indisciplina pelo juizo de

valor do professor, do aluno, e qual limite rege as relat;oes entre ambos, quando

envalvidas num pracessa de ensina aprendizagem.

31

3.2 COMPORTAMENTO: NORMAS E PUNIC;:OES

Diante da queixa de educadores sabre a indisciplina comportamental

de seus alunos, as normas e punic;6es nas Instituic;6es educacionais devem sar

adequadas. para BARBOSA (2001. p.16) :

Comportamentos a serem aprendidos pelos alunos:• Desenvolver conduta coerente as regras estabelecidas;

Participar sem atrapalhar 0 andamento do processo educativ~;Respeitar as colegas e as educadores;Agir de forma organizada para pader aprender;Ser educado, au seja, utilizar termos e aryoes necessarios para 0bamconv[v;o social;

• Perceber as seus limites e as limites dos oulros;Realizar a rotina necessaria para aprender;Responsabilizar-se pelos seus alos;Ser responsavel com suas tarefas.

Observaryc3o:talvez nesla listagem estejam descritos alguns objetivossobre os quais nos referiamos no itens anterior. Em situac;6es de naocumprimento dos combinadas, par parte dos alunos, 0 educador podeidentificar qual destes itens estao ausentes na aC;aodo aluno e auxilia-Iona transformac;ao do mesmo em objetivo pessoal, a ser atingido numdeterminado tempo a ser combinado,

Determinados tipos de comportamentos sao geradores de indisciplinas.

alguns provenientes dos professores e outros dos alunos, evidentemente: -

professores e alunos permissivos, desorganizados e desinteressados, repercutem

entre si a mesmo referencial comportamental. Alunos que atrapalham a bam

andamento das aulas, e agem de forma inapropriada ao que Ihe e solicitado.

enquanto aprendiz, recaem num processo de inadequac;ao comportamental

psicopedag6gica.

Ao serem transgredidas regras comportamentais, estas repercutem no

processo de aprendizagem , onde 0 professor, a escola e 0 ambiente social, punem

a aluno trangressor, quer seja com um poder coercitivo para que realize as

atividades que Ihe sao propostas, cujas ameayas recaem na reduyao de notas,

32

expulsao ou exclusao da Instituiyao escolar, a que tende repercutir numa

desmotiva<;ao, baixa auto-estima e marginalizac;ao frente ao grupo social.

3,3 ESQUIVA E FUGA

o comportamento de esquiva e fuga no processo da aprendizagem,

interage de forma direta na assimila,.ao dos conteudos propostos, h8 de se ter uma

intera<;Elo adequada com a meio propiciador da aprendizagem, observa-S8 que

conforme cital'ao de BARBOSA (2001, p,338) :

Para Vygotsky, a intera~ao com mundo tambem e fundamentalpara que a individuo possa ir se organizando intemamente, em niveiscada vez mais complexos, pOr!3m,a mesma supoe a cultura como aelemento que possibilitara a transfonnayao de fun90es psicol6gicaselementares em fun96es psicoJogicas superiores. Ete acreditava que acomportamento humano e basicamente frule das intera96es socia is enao determinado biologicamente.

Diante deste postulado, pode-se inferir que 0 processo cornportamental

do educando na Quinta serie, ainda em fun9ao de seu desenvolvimento, este, nao

tenha habilidades e condil'oes para organizar-se, adequando diante da fun,.ao que

Ihe e imposta pelo meio cultural.

Obviamente, que as modelos comportamentais tendem a inflluir no

processo de esquiva e fuga, existe casas de alunos que esquivam-se de tarefas e

das atividades propostas pelos professores, ou que fogem da escola, no senti do de

justificar frente a familia encobrimento de atividades escusas durante 0 periodo

escolar.

Tambem ha de se pensar em atitudes de saidas da sal a de aula

frequente, como forma de naG aceita980 ou falta de comprometimento frente ao

33

desafio proposto no processo da aprendizagem: ou 0 conteudo e muito facil. au

muito dificil de entende-Io.

3.4 AGRESSIVIDADE E ViNCULOS COM A APRENDIZAGEM

Atitudes agressivas envolvem palavroes e agress6es fisicas no ambiente

escolar, alunos S8 agridem como forma de disputa de territorios e torma<;8o de

guetos, onde para se pertencer hi! necessidade de atitudes enfrentadoras frente ao

grupo e no ambiente escolar tambem manifesta-se l8is comportamentos, muitas

vezes, dentro da sala de aula, portanto 0 professor necessita sar urn Construtor de

Vinculos PositivQs.

Uma atua9ao psicopedag6gica nao se constr6i da noite para 0 dia. E um

processo de reorganizayao e reelabora<;8o do docente, um exercicio constante e

infinito. A partir de vinculos construidos, pode-s8 perceber, atrav9S das sinaliz8<;oes

dos alunos, como a fenomeno da comunica<;ao esta acontecendo em sala de aula.

Entao 05 vinculos serao os indicadores, "os pontos chaves" para que se possa

desenvolver uma atua~ao psicopedag6gica.

Pichon Riviere (1995) atraves da sua Teoria do Vinculo di! uma contribui9ao

notavel para a educac;ao: permite analisar a relac;ao professor x aluno em tres

dimensoes: mente, corpo e mundo exterior que se integram dialeticamente, levando

em considera~ao a dimensao mais importante: a humana, portanto, estudar este ser

humane na sua totalidade, configurando uma gestalt propria para cada sujeito.

Atraves da Teoria do Vinculo de Pichon Riviere (1995), pode-se perceber a

complexidade de a~6es e reac;oes que podem acontecer numa sala de aula. Se 0

professor nao tiver conhecimento, para saber lidar com tais situac;oes, pod era

34

contribuir, sem desejar, para a constru9ao de vinculos negativos com ele, com a

materia etc,

3.5 0 ESTRESSE NA APRENDIZAGEM

o sistema escolar, assim como a malaria da sociedade, recompensa ou pune

(au pelo menDS ignora) 0 fracasso ou 0 mau desempenho. Esse sistema altamente

competitivo e estressante para todos, quer seja bem OU mal-sucedidos.

Quando as professores usam 0 melhor aluno como modele, as estudantes

que obtem menes sucesso podem S8 sentir sobrecarregados na tentativa de

competir com esse modele, sentindo-se muitas vezes desencorajados a lutar. Em

resposta a esse estresse as estudantes S8 abandonam fisica ou intelectualmente,

cDnlorme LlPP (1998, p.?):

o stress tambem aparece na infimcia e assemelha-se ao stressdo adulto em varios aspectos, podendo gerar serias consequencias paraa crianIYa quando excessivo(Upp e Romano, 1987). Mudangaspsicol6gicas, fisicas, quimicas ocorrem com a crianga quando esta sedepara com eventos que excedem a capacidade adaptativa doorganismo, ou seja, eventos que a excitem, a amedrontem, a faga feliz,ou representem mudanyas na sua vida.

Lipp e Romano(1987)descrevem, com base em observalYoesclinicas, os sintomas do stress infantil, que, assim, como no adulto,podem ser psicol6gicos, fisicos ou ambos. Segundo essas autoras, saoconsiderados como possiveis efeitos psicol6gicos a ansiedade, 0 terrornoturno, os pesadelos, as dificuldades interpessoais, a introversaosubita, 0 desanimo, a inseguranya, a agressividade, 0 choro excessiv~,a angustia, a depressao, a hipersensibilidade, a birra e 0 medoexcessivo. E as reayoes fisicas que ocorrem com maior frequemcia saodores abdomina is, diarn§ia, tique nervoso, dor de cabega, nausea,hiperatividade, enurese noturna, gagueira, tensao muscular, ranger dosdentes, dificuldade para respirar e disturbios do apetite.

Apontam tambem 0 aparecimento de disturbios pSico16gicos ecomportamentais - como delinqOemcia, abuso de drogas, suicidio,depressao, alteragao do humor, altera~o na auto-estima e nodesempenho, hiperatividade, agressividade, impulsividade e apatia -associ ados a situagoes desgastantes para a crianIYa.

35

Os adolescentes sao particularmente sensiveis a sua aparencia flsic8. Essa

sensibilidade ligada a imagem do corpo e parte da pesquisa de identidade que

caracteriza a adolescencia. E e justa mente nesse periodo da vida que a aumento da

produc;ao de harmonics sexuais e de cresci menta causa profundas alterac;:6es no

carpa, como 0 desenvolvimento dos seias, nas meninas, e 0 crescimento de palos

no rosta dos meninos. as adolescentes podem sentir grande necessidade de

parecerem iguais as Qutras pessoas au, ao contraria, de serem diferentes,

expressando sua individualidade e independencia. Nao importa como urna pessoa

determina sua aparencia, levando em conta roupas au modo de agir; cad a decisao

traz consigo a luta pela construc;ao de uma auto-imagem, e isso pode causar

estresse.

Pode-se associar a estresse, como alga vivenciado frente a uma crise de

passagem, on de no perfodo letivo anterior as alunos estavam na quarta sarie e

tinham apenas um professor, ja na quinta serie , tem que adequar-se aD ritmo de

mudanc;a de disciplinas, professores e horarios, onde veem-se obrigados a

organizar-se frente a um sistema desconhecido e muitas vezes perdem um

referencial mais proximo frente a vinculos criados com professores, a que leva um

determinado tempo para sentirem-se seguros frente ao processo de ensino e

aprendizagem.

4. A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: REALIDADE

EDUCATIVA NA PERSPECTIVA DA READEQUA(:AO

COMPORTAMENTAL.

A Psicopedagogia e uma area do conhecimento que S8 dedica ao estudo do

processo de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais,

surgiu no Brasil no final da decada de 70, neste contexte: - diagnostica, orienta,

alende em tratamento e investiga as problemas emergentes nos processes de

aprendizagem; esclarece as obstaculos que interferem para haver uma boa

aprendizagem, favereee 0 desenvolvimento de atitudes e processo de aprendizagem

adequado, realiza 0 diagnostico-psicopedag6gico, com especial enfase nas

possibilidades e perturbagoes da aprendizagem; a orienta<;ao de pais e professores.

Na escota, 0 Psicopedagogo institucional vai aluar junto aos professores e a

outros profissionais para a melhoria das condic;6es do processo ensino

aprendizagem, bem como para a prevenyiio dos problemas de aprendizagem.

o trabalho do Psicopedagogo se da numa situal'ao de relal'ao entre pessoas.

Nao e uma relay80 qualquer, mas um encontro entre educador e educando, em que

o Psicopedagogo precisa assumir sua funC;8o de educador, numa postura que se

traduz em interesse pessoal e humano, que permite 0 desabrochar das energias

criadoras. trazendo de dentro do educando capacidades e possibilidades muitas

vezes desconhecidas dele mesmo e incentivando-o a procurar seu propria

desenvolvimento enquanto aprendizante.

Para se conhecer a respeito da indisciplina no ambiente Institucional Escola,

e necessaria se conhecer alguns itens importantes, BARBOSA (2001, p.64)·

37

Quais sao as normas estabelecidas?Como elas fcram instituidas?Os respons8IJeis pelo cumprimento das mesmas conhecem suaorigem e necessidade?Como sao colocadas e cobradas as regras em relayao aqueles quedevem cumpri-Ia?Qual 0 papel do modele no que se refere ao cumprimento dasregras?Quem fica responsavel pelo controle?A visao de autoridade supoe 0 encaminhamento para a autonomia?

A realidade educacional , envolve urn processo hist6rico social vivenciado, 0

que relata BARBOSA(2001, p.74):

Em determinadas epocas da Hist6ria da Educa/yao, preocupou-se com 0 cidadao carpa, fon~a. habilidade guerreira; em Qutras, centrou-se no cidadao artesao, fazedor de caisas; preocupou-se tambem com acidadao pensador, ·cabe~·, capaz de articular ideias em favor darealidade. Houve, em muitos momentos, interesse pelo cidadao ·serinterior!, senslvel, afetivo, capaz de ser born; e, em tantos outros,preocupou-se com a ~ ser social~, defensor de uma ideologia, capaz delular pelos seus direitos e cumprir seus deveres, unidos a tantos outros.

Em cada epoca uma enfase, um ideal, uma tendenciapedag6gica e uma determinada forma de pensar e de fazer educar;ao.

Qual sera, nos dias de hoje, a significado da palavra cidadao?Qual 0 caminho a ser escolhido para que realmente possamos forma-Io?Sera a escola capaz de desempenhar esta tarefa, au fazer parte destedesafio?

4.1 A CONCEPCAo DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

o trabalho psicopedag6gico Institucional e essencial quando as objetivos

propostos sao conseguidos, porem, para que isto ocorra ha necessidade de vinculo

afetivo, para BARBOSA (2001, p.196):

o trabalho psicopedag6gico na instituir;ao tera como objetivo aintegrar;ao da tarefa objetiva e subjetiva, promovendo uma mediar;aoque permita a execul(iio eficaz da tarefa. Os medos, as ansiedades e asculpas podem se tomar serios obstaculos para 0 desenvolvimento deuma instituiyao e precisam ser enfrentados, tendo-se em mente 0objetivo comum e a compreensao dos sentimentos que decorrem dadinamica institucional.

Este fato, no entanto, nao significa que as elementos querealizam a tarefa precisam ter caracterlsticas semelhantes, pensar damesma forma e sentir as mesmas coisas. Segundo PICHON-

38

RIVIERE(1988 a), quanta mais heterogemeo for 0 grupo e quanta maiorhomogeneidade houver na tarera, maior sera a produtividade.

A leitura dos vinculos afetivos que se estabelecem na dinamicainstitucional e ou grupal auxiliam na interveny:ao psicopedagogica epermitem que 0 grupo possa evoluir tanto em relayao a tarefa objetiva,quanta no que se refere a tarefa subjetiva.

Em rela9ao a atitude operativa do Psicopedagogo e do

professor, hi> de se pensar em sua consistencia, BARBOSA (2001, p.215):

Atitude operativa, do psicopedagogo, consiste em cnar, manter efomentar a comunicayao para que as envolvidos possam sedesenvolver, progressivamente, ao ponto de poderem se aproximarafetivamente da tarefa e realiza-[a.

Para assumir uma atitude operativa, e necessaria que seaprenda a fazer a leitura dos processos de adaptac;:ao ativa e deaprendizagem, assim como dos obstaculos que podem surgir,decorrentes do sentimento de gratificac;:aoou frustrac;:aoque acompanhaa configurac;:ao do vinculo inidal estabelecido com aquela situac;:ao deaprendizagem.

4.2 AGREGANDO GRUPOS: MOTIVAC,ii,O E AFETIVIDADE.

No ambiente escolar uma das formas de trabalho e direcionada ao grupo,

tornar a grupo homogeneo, tarefa ardua, pelo fato dos alunos pertencerem a classes

sociais distintas e processos de maturaryao distintos, em alguns momentos insere-se

comportamentos desajustados ao grupo, observa-se, entao, a questao do Grupos

Operativos no Ensino, proposto por Enrique J. Pichon- Riviere, conforme Bleger

(1998,p.59)

o grupo operativ~, segundo a definic;:aodo iniciador do metodo, EnriqueJ. Pichon-Riviere, "e um conjunto de pessoas com um objetivo comum"que procuram abordar trabalhando em equipe. A estrutura de equipe 56se consegue na medida em que opera; grande parte do trabalho dogrupo operativo consiste, em resumo, no treinamento para trabalharcomo equipe.

No campo do ensino, 0 grupo prepara-se para aprender e isl0 56se alcan'ra enquanto se aprende, quer dizer, enquanto se lrabalha.

39

A motivac;ao tambem interfere na produc;ao da turma, sendo essencial para

urn me thor desempenho: - tanto os Motivadores Externos como Internos,

contrap6em-se para uma melhoria na qualidade total da aprendizagem na sala de

aula, RAMOS (1995,p. 102):

Motivadores ExtemosQuais sao as instrumentos mais comuns empregados nestas salas deaula tradicionais a tim de obrigar(fonyar) as educandos a aprender?

o mais famosa e a nota: usada para punir aqueles estudantes "quenaa presta ram aten~aol na aula; "que naD fica ram caladinhos", comoa professora mandou; "que naD ouviram a explana9ao· do docenteQutros sao as recompensas: que podem assumir a fonna dedistins:oes e elegies publicos a determinados alunos ~que secomportaram", -que tiraram boas notas"', e que podem servir de-bom exemploB. possibilitando Btrazer para i bom caminho· as outrosedueandos que nlao proeederam de maneira identiea.Qutros sao as eriticas: que, tambem publicas, tem a funryao detransmitir uma mensagem clara: se ele ou ela nao consegueaprender a "culpa" e do proprio aluno ou da propria aluna, porque eum "Ierdo"', "debil mental","retardado", ~burro", e outros adjetivossemelhantes, que hi! anos vern afetando negativamente a ~auto~estima· e a -dignidade"dos educandos.

Ainda, segundo 0 autor RAMOS (1995,p. 102):

Estes tn§s instrumentos - as notas, as reeompensas, as eriticas - saoutilizados pelos professores tradieionais para "motivar" os alunos paraaprender(ou mais precisamente, para obrigar os alunos a aprender),funcionando portanto como motivadores extemos.

Em rela~ao aos motivadores Internos Ramos(1995,p.1 03):

Motivadores intemos:

A ideia consiste em inverter 0 quadro: em vez de coagir, buscar-se~a

estimular o(a) aluno(a) a aprender atraves de atitudes, palavras e

atos do{a} professor{a), sendo que esta transformarrao comerra com a

substituirr30 dos motivadores extemos pelos motivadores intemos.

De onde vem este conceito de motivadores Internos?

Decorre de uma visao modema, de novos estudos da psicologia, ligados

it motivarrao, que pretendem ressaltar a importimcia de, no lugar de

40

destruir, trabalhar no de construir e refofyar positivamente tanto a auto-

e51ima como a dignidade dos alunos.

As relac;6es afetivas sao essenciais para as educandos que estao na 5a serie,

pais advieram de uma 4a serie e ainda encontram-se imaturos para urn convivio

individualizado de disciplinas que exigem urn esforgo maior de concentrac;ao e de

adaptac,;:ao grupal, portanto, algumas Necessidades Humanas Basicas Ihes sao

Necessarias, Ramos (1995,p.105):

Necessidade de SobrevivenciaSe o(a) professor(a) conslruir, na sua sala de aula, urn ambiente detrabalho no qual estejam ausentes a ameaya, 0 medo e a coaryao, o(a)aluno(a) ten~ a sua necessidade basica de sobrevivencia garantida e,portanto, podera se automotivar para aprender.

Necessidade de AlegriaSe o(a) professor(a) construir, na sua sala de aula, um ambiente detrabalho no qual estejam presentes 0 humor e a brincadeira, entre asestudantes e deles com a educador, o(a) aluno(a) tera a suanecessidade basica de aJegria atendida e, portanto, podera seautomotivar para aprender.

Necessidade de AmorSe o(a) professor(a) construir, na sua sala, um ambiente de trabalho noqual sejam valorizados a amizade, a companheirismo e a bem-querer,entre as estudantes e deles com a educador, o(a) aluno(a) tera a suanecessidade basica de amor considerada e, portanto, podera seautomotivar para aprender.

Necessidade de LiberdadeSe o(a) professor(a) construir, na sua sala de aula, urn ambiente detrabalho no qual sejam oferecidas ao estudante oportunidades deapresentar suas ideias, de sugerir e de criticar, tanto em relayao aoscolegas como ao educador, o(a) aluno(a) tera a sua necessidade basicade liberdade atendida e, portanto, podera se automotivar para aprender.

Necessidade de PoderSe o(a) professor(a) construir, na sua sala de aula, um ambiente detrabalho no qual 0 estudante seja ouvido, respeitado, valorizado econsiderado~ importante~, um Usujeito· a quem e delegada uma parcelade autoridade nas decisoes, o(a) aluno(a) tera a sua necessidade basicade poder atendida e, portanto, podera se automotivar para aprender.

41

Satisfeitas estas necessidades 0 educando e 0 educador podem melhor a

desempenho de ambos no processo Ensino Aprendizagem, porque 0 tanto 0

educando como 0 educador podem reverter quadros de tens6es, alem do que, 0

educando compartilha do processo com uma auto-compreensao de seu paps I frente

ao educador e a aprendizagem, a tende as rela96es Pedag6gicas serem adequadas

ao Diiliogo e a Amizade, destacam-se como Ramos (1995,p.109):

Uma rela~o Pedag6gica baseada na Amizade se caracteriza parcomportamentosque o(a) professor(a) e as aluncs exibem no dia-a-diado trabalho conjunto, lais como: ser cortes e delicado; Ter considerayBopara com os oulros; demonstrar uma atitude prestativa e interessehumane; desenvolver bem-querer e respeitar um aD Qutro, com basepara relat;:oes positivas.

A questeo do relacionamento adequado, pode-s8 agregar comportamentos

que propiciem vinculos afetivos, on de a rela980 de confian~, tende a diminuir os

conflitos interpessoais e consequentemente com a aprendizagem.

A este relacionamento deve inserir-se condutas advindas da familia e do

meio social, onde propicie estimulos de condutas socializadoras que venham a

fortalecer a permanencia do educando no meio escolar, com produtividade e

qualidade nos conteudos aprendidos.

4.3 ENQUADRE DA FASE DE DESENVOLVIMENTO DOS EDUCANDOS

PESQUISADO.

A faixa etaria dos educandos pesquisados situa-se entre 11 e 12 an os,

correspondendo a 69%, sendo 59% do sexo masculino, que segundo 0 ECA -

Estatuto da crianya e do Adolescente:

42

ART 2° Considera-se crian98, para as efeitos desta Lei, a pessoa ate 12

(doze) anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 (doze) e 18

(dezoito) anos de idade.

Estudos realizados por Piaget, Freud e Eric Erikson, posicion am

delineamentos para que S8 possa entender 0 processo do desenvolvimento de

crianc;:as nesta faixa etaria. Segundo Piaget, a estrutura de inteligencia que 0

educando deve-se encontrar nesta faixa etaria, DOLLE (1978, p.52) :

Esladio da Inlelig,mcia operal6ria concrela (de 7-8 anos it 11-12 anos).

Complementando, segundo Kaplan(1997,p.159):

Este estagio e assim chamado porque, neste perfodo, a crianrya opera eage sabre 0 mundo concreto, real e visivel dos objetos e evenlos. 0pensamento egocentrico e substituido pelo pensamento operatorio, queenvolve a atenryao e manipularyao de uma vasta 9ama de infonnaCfoesextern as a crianrya. Portanto, a crianry8 pede, agora, ver as coisas apartir das perspectivas de Quiros. As crianc;:as deste estagio comec;am autilizar processos de pensamento logicD, limitados, sendo capazes deserializar, ordenar e agrupar coisas em dasses, com bases emcaracteristicas comuns.o resultado evolutivo mais desejavel para este periodo e que a crianyaobtenha um respeito saudavel pelas regras, e que compreenda queexistem exceyoes legitimas a elas.

Segundo a linguagem Freudiana, nesta idade, 0 educando enquadra-se no

Estagio de Latencia (5-6 anos ate 11-13 anos), Kaplan(1997,p.240):

Descrir;8o: A instituir;ao do superego no final do periodo edipico e aposterior maturar;80 das funr;oes do ego permitem um grauconsideravelmente maior de controle dos impulsos.

Objetivos: 0 Objetivo primario deste periodo e a integrar;80 dasidentificar;oes edipicas e a consolidar;8o da identidade sexual e dospapeis sexuais. Elementos de identificar;80 adicionais podem seracrescentados aos componentes edipicos, com base nos contatos comoutras figuras importantes fora da familia: professores, treinadores eoutros aduftos.

Tra~os Patol6gicos: A falta de controle pode Jevar ao fracasso dacrianr;a na sublimar;80 de suas energias em prol da aprendizagem e dodesenvolvimento de habilidades.

43

Para Eric Erikson, a enquadre seria, Kaplan (1997,p.240):

EsrAGIO 5. Identidade versus Difusao de Papeis.( 11 anos ate 0 final da adolescencia)Luta para desenvolver identidade do ego{ sensa de uniformidade econtinuidade interior)Preocupay8o com aparemcia, culla a her6is, ideologia.Desenvolvimento da identidade com 0 grupo(com seus pares)Perigo de confusao de papeis, duvidas sabre identidade sexual sexual eocupacional.Moratoria psicossexual, eslagio entre a moralidade aprendida pelacriany8 e a etica desenvolvida pelo adulto.o adolescente encontra-se numa moratoria psicossexual entre ainf€mcia e a idade adulta. Durante a moratoria, varies papeis saotestados. 0 adolescentes pode fazer as "falsos comeryos" antes de sedecidir quanta a uma ocupayao ou pode abandonar a escola, retornandomais tarde para completar os estudos.

Transpondo-se os respectivos achados para a populayao estudada, percebe-

se ainda uma transiy80 na adequac;ao comportamental, 0 que interfere no

aprendizado. Na observayao em sala de aula, brincadeiras regredidas e atitudes de

enfrentamento, cujos arquetipos constituem delimitac;oes frente a aprendizagem,

onde existe uma confusao e preocupayao com uma identidade grupal e a papel a

ser desenvolvido frente as necessidades s6cio-educacionais.

4.4 ESTUDO DIRIGIDO DA 5' SERlE DO EN SINO REGULAR DO COLEGIO

ESTADUAL GABRIELA MISTRAL.

o estudo focal referenda pesquisa para coleta de dados, observayao,

analise e conclusao.

44

4.4.1. CARACTERIZACAO ESCOLAR:

o COl8gio Estadual Gabriela Mistral EJA, foi fundada, pelo Decreto N° 8525

de 25/02/57, e em 04/06/98 pela resolu~ao nO 1915198 passou a denominar Col8gio

Estadual Gabriela Mistral, passui 10 salas de aula, biblioteca e sal a de video.

Atualmente conta com 493 alunos matriculados, sendo 155 no ensina

fundamental, 200 no ensino m8dio e 138 no EJA. A equipe pedag6gica compoem-se

de 30 professores, 05 funcionarios administrativDS, 07 no Servic;os Gerais e 05

pedagogas, 0 funcionamento ocorre nos turnos matutina, vespertino e noturno.

As atividades extra curriculares proporcionadas aos alunos no decorrer do

ano de 2004 foram: Feira Cultural, Visita Cultural, Palestras, Festa Junina, Filmes

,Comemorac;6es.

4.4.2. FILOSOFIA:

o Col8gio Estadual Gabriela Mistral EJA tem em sua PRO POSTA

PEDAGOGICA, a meta principal, valorizar 0 aluna, educando, em todos os seus

aspectos. Onde 0 papel do professor e ensinar a educando a aprender a aprender,

nao importando 0 meio que existe no colegio.

Sua lir'(ha pedag6gica e Hist6rico - Critiea, dando €mfase ao afetivo e

cognitiv~ resultante numa estimulac;ao do intelecto. 0 que Ihe permitira ensaiar e

construir em sua mente urn modele de vida e de mundo, com inteligencia,

criatividade, amor e liberdade, despertando - Ihe 0 gosto de aprender sempre e

participar da vida em sociedade como cidadao consciente, responsavel e atuante.

Seguindo estes pressupostos, 0 ColE~gio se propoe a:

45

1- Capacitar 0 aluno a exercer sua cidadania plena atraves de urn ensina

adequado aos seus niveis reais de desenvolvimento mental, cognitiv~ e

social.

2- Proporcionar aos alunos urn ensina atualizado e inovador compativel com

as mudany8s do mundo medema, levando em conta 0 principia educativo

do trabalho.

3- Manter urn clima favoravel a inov8y6es, facilitando aos professores a

participaC;8o em situ8<;oes de aperfeic;oamento e atualizac;ao dentro da sua

area de atua<;ao.

4- Favorecer 890es de integra<;ao entre alunos, professores, funcionarios e

comunidade, a fim de atingir as metas propostas.

4.4.3 Rela~6es Pedag6gicas do Estabelecimento:

A Direyao, Equipe Pedagogica e Professores do Colegio Estadual Gabriela

Mistral preocupa-se com a formayao de seus alunos mediante as mudanyas

aceleradas que ocorrem no mundo do trabalho e na sociedade brasileira. Par este

motivo, frequentemente sao discutidos temas como: qualidade de ensino, resultados

obtidos, novas metodos de ensino e estrategias.

De acordo com esta filosofia sao embasados na LDB 9394/96, 0 plano

curricular, a regimento escolar e as planejamentos sao constantemente reformulados

para garantir a modernidade do processo pedag6gico.

A Equipe Pedag6gica coordena e assessora estes processos.

4.4.3.1 Direitos dos Alunos

Entre as direitos dos alunos esta:

46

- Usufruir de todos os beneffcios de carcflter educativD, recreativD, cultural e

social que a estabelecimento proporciona;

4.4.3.2 Deveres dos Alunos

Entre as deveres:

- Respeitar as determinagoes do Regimento Escolar.

- Ser assfduo e participar das festas, comemora<;6es e atividades escolares

programadas pelo Estabelecimento e definidas em seu calendario;

Aproveitar as ocasi6es que 0 estabelecimento oferece para desenvolver

habitos de sociabilidade e convivencia em grupo, tratando as calegas com respeito e

dignidade.

Portar-S8 convenientemente em todas as dependencias do Estabelecimento e

quando representando 0 mesma;

Zelar pela conserva<;8o do predia, mobiliario e material didatico, bern como de

tudo que e de usa coletivo e social e responsabilizar-se pelos danos que, porventura,

causar, entre outros.

4.5 OBSERVA9AO DE PESQUISA DE CAMPO

A observag8o foi realizada no periodo de 16 a 27 de novembro de 2004, nas

dependencias da Institui98.0, onde destacam-se os seguintes t6picos:

4.5.1 Localiza~ao da Escola

Dificuldade para localiza-Ia pel a fato de nao canter placa indicativa

com a nome da Escola, e as muros estarem grafitados e cobrirem a fachada da

escola;

47

4.5.2 Dependencias Internasl Espac;o Fisico e Materiais

a) Patio/ corredores:

. Pequena para 0 acesso dos alunos, pouca area de lazer, limpeza e

conservayao adequadas.

b) BibliotecalSala de Video:

. A biblioteca e adequada, tanto nos move is quanta na luminosidade,

seu aeervo e acessivel e adequado a proposta da escola;

c) Sala de Aula:

Percebeu-se adequada nos [tens:

Sala, luminosidade, carteiras, quadro, numera de alunos em sal a de

aula.

d) Recursos de materiais utilizados palos professores:

Recursos materia is: giz, mapas, tivros disponiveis adequados.

4.5.3 Comportamento e forma~ao dos Professores:

a) Formac;ao dos Professores;

Denotam em grande maiaria experiemcia na profissao e tormayao

adequadas, oriundos de Universidades de Curitiba - Pr.

Os professores que lecionam atualmente nao permanecerao lecionando na

Instituiyao no proximo ano. Alguns jit estao com aposentaria marcada, outros serao

remanejados para outras escolas. Hit perspectiva de ingressarem na InstituiyBO

professores que nao tern referendal de trabalho nesta Instituiyao, 0 que tende no

proximo periodo letivo processo de integrayao destes profissionais na formayc30 da

equipe de professores;

48

b) Comportamento e Didittica dos Professores em Sal a de aula.

Tenderam demonstrar dominic e adequ8yao para a transmissaa da

aprendizagem conforme conteudos da aula, esmeraram-se em proporcionar

adaptayao com as alunos, procurando centra-los para a atenc;ao e comportamento

necessarios para a aprendizagem interessando-se para a produc;ao do aluno.

A caracteristica da conduta de cada professor para trabalhar com as alunos

determinava, no infcio de cada aula, uma desestabilizac;ao interna na sala de aula, a

que apos a chamada e atenc;ao desdobrada para as alunos, tin ham pouco espaC;o

para transmitirem as centaudos da disciplina.

Os professores, em determinadas situ8c;6es, procuram fazer intervenc;ao

para que as alunos nao arranquem folhas de cadernos aleatoriamente para

desperdic;ar ou brincar. Nos conflitos de agressao e ma conservac;ao dos utensilios

da escola, pontuavam corre9€l0 de comportamento.

Os professores, em geral, tem um relacionamento imposto com os alunos,

gerando conflitos na comunica9€lo. 0 atendimento ao atuno com dificuldades de

aprendizagem, foi baseado em ameac;as e sermoes em publico, impondo desta

forma sua autoridade em sala de aula.

c) Queixa dos Professores sabre as alunos;

Imaturidade, bagunt;a, falta de interesse em aprender, dispersao, fala e

movimentac;ao excessiva, seduc;a,o, manipulac;ao, egocentrismo e carencia. Em

alguns momentos nao se pode ser rigido para nao hostilizar as alunos frente a

aprendizagem. Destaque maior para fatores comportamentais e sobre a

aprendizagem: Leitura e opera<;oes mate mati cas basi cas.

Falta de interesse na produ9iio das atividades propostas.

49

4.5.4 Comportamento e forma~ao dos Alunos:

lmaturidade, relapsos, atitudes agressivas em sala de aula, esquiva

freqOente das atividades pro pastas pelo professor, formagao de grupos inadequados

tanto no comportamento quanta na produgao dos trabalhos, alunos que fazem c6pla

de uma mesma produgao de Dutro aluno, brincadeiras inapropriadas como

aviaozinho, jogar bola, fazer maquiagem e [er revistas triviais durante a aula,

brincadeiras e agress6es no ambiente da sala de aula. Nao trazem materiais,

esquecem de fazer a tarefa, falta de iniciativa e colaborac;ao na limpeza e

conservac;ao da sal a. Disputam 0 espac;o pelo grito, saidas constantes para fora da

sala de aula com justificativas inadequadas.

Na sal a de aula nao he. nenhum aluno portador de necessidade especial,

porem ha 4 alunos com idade inapropriada cronologicamente ao perfil da turma e 7

repetentes, sendo um total de 28 alunos.

Os alunos, em sua grande maioria, tem um perfil socio econ6mico de c1asse

medial baixa. A idade varia de 10 a 14 anos.

4.5.5 Atividades Participativas solicitadas pelos professores ao

Psi coped ago go em forma~ao:

. Na aula de Filosofia. solicitado para falar sobre 0 "Amor", tema da aula;

Na aula de Matematica, Historia e Geografia foi solicitado ao estagiario para

observar a produyao no caderno de determinados alunos;

4.5.6 Merenda Escolar:

Merenda adequada, porem nesta semana nao foi diversificada, ha sobras

porque os alunos tenderam a brincar no periodo do recreio ao inves de lancharem,

50

fato este informado tanto pela merendeira como por alguns alunos. A merenda da

escola e aprovada pel os alunos, naD houve reclama~6es.

4.5.7 Receptividade para com a Pesquisa de Campo:

Receptividade dos Profissionais e alunos da Escola para com 0 observador

durante a Pesquisa de campo:

Adequada par todos os niveis hierarquicos da escola. No inicio urn pouco

de resistencia, 0 que depois fluiu conforme posicionamento dos estagiarios, frente

aos questionamentos, sem maior constrangimento, inclusive excelente

receptividade, 0 que motivou um maior aprofundamento no trabalho inicial proposto.

4.5.8 Problemas Observados Frente ao Comportamento dos Alunos e Pais no

Processo conduzido a Direc;ao:

. Adequada par parte da Dire~ao,porem os conflitos existentes devern-s8 a

falta de estrutura familiar, limites e inadequ8980 de comportamento.

Pais atendidos de forma adequada, postura da dire9ao, no papel da

Orientadora e Oiretora, frente a intermedia<{8o dos conflitos.

Servente orientando, atraves de procedimentos adequados, no trato com

pais para naa fumar nas depend€mcias da Escola.

4.5.9 Perspectivas Futuras:

Conforme perspectivas da Diretoria da Escala, ha uma tendencia de no

pr6ximo ana letivo haver 3 turmas de quinta Serie.

51

4.5.10. Cronograma das principais Atividades realizadas no decorrer do

processo de observa~ao:

Entrevista e reuniiio com a Diretora da Escola e Supervisora da Pas

Gradu8g8o de Psicopedagogia;

Aplic8C;30 de question aria de Pesquisa na Quinta sarie;

Compilagiio e tabulagao dos dados da Pesquisa realizada;

. Aplicagiio do Teste Psicologico ESI( Escala de Stress Infantil);

Compilagao e tabulagao dos dados do Teste E.S.I;

Entrevista e reuniao informal com as professores;

. Entrevista informal com as alunos;

Observayao dos alunos e professores da 5a, saA e 6a B, durante as aulas;

Observac;ao e pesquisa junto a funcionarios e circula<;8o do espac;o fisico da

escola e da sala de aula;

Observay8o do atendimento ao publico, pais e alunos da direc;ao da Escola.

Pesquisa documental sabre a Escola;

4.5.11 Pontcs PositivQS e as Pontcs a serem Melhorados

PONTOS POSITIVOS PONTOS A SEREM MELHORADOS

· Limpeza da Escola. · Animais circulando nas dependencias.

· Materiais Didilticos Disponiveis na • Organizayao dos alunos em sala.

escola Adequados.

· Interesse dos Professores. · Colaboragao por parte dos alunos para

com as professores.

· Merenda. · Participagiio e colaboragiio dos alunos

na distribuiy8o .

· Danga. · .Adequagiio de espago para

acolhimento da danga.

52

· Os alunos gostam de esporte. . Viabilizar espac;o para praticasesportivas.

· Luminosidades das salas de aula. . Controle de consumo de luz eh~trica e

reduyiio de custos.

· Liberdade aos alunos para uso da • Campainha para portao de entrada.

criatividade em eventos sociais.

· Responsabilidade da Escola pela • Placa indicativa da Escola.

Seguran9a dos alunos.

Grafites estilizados no muro da Escola, . Renov8yao da pintura do muro

organizado palos alunos. externa, a ser realizado pel os alunos.

· Localiz8c;ao da Escala e privilegiada.

4.5.12 PARADIGMAS PRE - EXISTENTES

1) Ma Influimcia dos grupos;

2) Informay8o da utili dade pratica de aprendizagem para 0 desenvolvimento critieo;

3) Centaudos desvinculados com a pn3.tica;

4) Aulas pre estabelecidas pelos livres didaticos selecionados;

5) Falta de participa9ao dos pais na educa9ao dos filhos;

6) Falta de interesse dos professores pelos alunos;

7) Falta de entusiasmo do professor pela profissao;

8) Ma remunera9ao do professor;

9) Stress da Profissao;

10) Pouca utiliz8C;80 de recursos audiovisuais;

11) Inclusao de conteudos irrelevantes nas aulas;

12) Problemas Familiares e Psicol6gico;

13) Muitos alunos oriundos de famllias desestruturadas;

14) Falta de dialogo aluno/professor;

53

15) Pouca utiliz89ao de exemplos ilustrativos concretos

4.6 GRAFICOS ANALISE

Foram aplicados 29 questionarios, sendo que destes 59% foram respondidos

par alunos do sexo masculino e 41 % do sexo feminino.

A idade prevalecente e de 11 anos, ou seja 48% dos alunos, em segundo

lugar com 21% tem-se a idade de 12 anos, ficando em terceiro lugar com 17% a

faixa eta ria de 14 anos. Em relagao as depend€mcias da escola 69% acham que

raramente sao satisfat6rias, porem 66% dizem que costumam contribuir para a

cuidado das dependencias da escola, ficando apenas 3% referinda-se aos cuidados

da escola.

Os alunos posicionaram que algumas vezes 59%, ocorre ausencia de

professores nas aulas, e que 93% das inforrna,oes sobre 0 funcionamento da

escola Ihes sao repassados de forma que conseguem entender. A familia 69%

participa e tern interesse na vida escolar dos alunos, no inicio da quinta sarie 76%

disseram ser bern recebidos.

Em relac;ao ao respeito pelos professores: 34% dizem respeitar algumas

vezes, e raramente 14%, que se somados chega-se ao percentual de 48%, sendo

que 38% dizem respeitar sempre e freqOente 10%, totalizando 48%, 0 que observa-

se uma fac~ao na sal a em rela~ao a questao de respeito ao professor.

Apenas 10% dizem ficar atentos as explica90es do professor, e 41%

freqOentemente, sendo raramente 21 % e algumas vezes tambem 21 %, enos

evenlos sociais da escola 14% dizem nunca terem participado e raramente 28%, e

apenas 31% diz ter sempre participado.

54

Dos entrevistados 69% diz estar satisfeito com a aprendizado, 52% dizem

nunca ter discutido com as professores, 50% disseram nao ter dificuldades para

IreqOentara quinta serie, 25% relataram diliculdade para entender as materias e

15% disseram ter dificuldades par terem muitos professores.

Sabre os temas de palestras a serem abordados, 52% solicitaram para que

fosse sabre drogas, 31% esporte e 10% sexo, a materia com maior facilidade fo;

Educay80 Fisica 31% em seguida Ingles com 24% e as com maiores dificuldades

Icram Matematica61%e Geografia17%.

No ambiente escolar as materias para 35% dos alunos sao consideradas

como boas e 27% considera 0 recreio e 23% os amigos, 53% naD gas tam de fazer

li980 em casa, 26% dizem que tudo nao e born na escola e 21% citaram a violencia

como algo ruim na escola. No futuro 30% esperam que a Escola seja ampliada, 40%

maior seguranca e 30% a atenyao dos professores.

Em rela9iio ao teste E.S.I (Escala de Stress Inlantil), loram aplicados 23

questionarios, sendo 48% masculino e 52% feminin~, 39% disseram ter urn pouco

de dificuldade para prestar aten9iio e 13% sempre. Niio gostar de estudar sempre

13% e quase sempre 17%, vontade de bater nos colegas loi citado 17% tem

vontade de bater, as vezes 13% e 9% urn pouco, contrapondo-se a 57% que

disserarn nao Ter vontade de bater nos colegas sem razao.

As brigas com a familia 9% dizem brigar quase sempre, as vezes 30% e 35%

citaram que nunca brigam em casa, 52% dos alunos nunca pensam que sao feio,

ruim ou que nao conseguem aprender as coisas.

Nas Rea90es Fisicas pontuaram abaixo, nas Rea90es Psicologicas 8%

pontuaram acima, nas Reac;6es Psicologicas com componentes depressivos 13%

pontuaram acima e nas Reac;6es PSicofisiologicas33% pontuaram acima.

4.7 GRAFICOS: PESQUISA PSICOPEDAGCGICA

55

4.7.1SexoSexoMasculine 59% 17Feminine 41% 12Tolal 100% 29

4.7.2IdadeIDADE Total10 anos 7%11 anos 48% 1412 anos 21% 613 anos 7% 214 anos 17% 5

Total 100% 29

TotalSEXO

DMasculino

II Feminine

tDADE

010 anos.11 anos012 anos013 anos.14 anos

4.7.3 As dependencias da Escola sao satisfat6rias?Algumas vezes 24% 7Fre uenlemente 7% 2 Dependenclas Satisfatorias

Raramente 69% 20Sempre/Nunca 0% 0Total 100% 29 "" 24%

G I~7%[]Alguma5veze5

• Frequenlementeo Raramenteo Sempre/Nunca

4.7.4 Costumo contribuir para 0 cuidado das dependencias da escola.AI umas vezes 66% 19Frequentemente 10% 3Raramente 14%

ZELO PELAS DEPENDENCIAS DAESCOLA

Sem re 3%Nunca 7%

100% 29Total

47 5 Ocorre ausencia de Professores nas aulas?

CAlgumasvezes

66% 11Frequentemente

CRaramente

[]Sempre

• Nunca

56

..Algumas vezes 59% 17

AUSENC1A PROFESSORFrequentemente 10% 3Raramente 28% 8

(}JNunca 3% 1Sempre 0% 0 28%Total 100% 29

59% []Algumasvezesa Frequentemente

10% []Raramente[]Nunca

.Sempre

4.7.6 As informa~oes sobre 0 funcionamento da Escola sao repassadas de forma queconsi 0 entender?Algumas Vezes 7%Sempre 93% 27Raramente/Nunca 0% 0Fre uentemente 0% 0Total 100% 29

INFORMAC;OES REPASSE ENTENDIMENTO

CAlgumasVezes

.Sempre

CRaramentefNunca

o Frequentemente

93%

4.7.7 Minha familia partici a etem interesse par minha vida escolar?Algumas vezes 3% 1Fre uentemente 14% 4 FAMiLIA PARTICIPATIVARaramente 14% 4 0%Sempre 69% 20 \3% 14%Nunca 0% 0

G ~'4%Total 100% 29

DAlg"ma, veze,69% • Frequentementeo Raramente

OSempre.Nunca

478 Quando iniclei 0 ana fui bem recebido na escola?Sim 76% 22Nao 14% 4Nao respondeu 10% 3Total 100% 29

14~T ~

qqllllllllllll~76%OSim.NftoONfto respondeu

RECEPCAO ESCOLAR

10%

4.7.9 Costumo res eitaros rofessores?AI umasvezes 34% 10Frequentemente 10% 3 RESPEITAR PROFESSORRaramente 14% 4

Sempre 38% 11 4%

Nfto Res ondeu 4% 1

~4%Total 100% 29

[]Algumas vezes

14% 10% ~~~~~~~~~ente

~~~~F{:spondeu

57

1221%10%7% 2

100% 29

2'

58

ATENC;AO EXPLICACOES PROFESSOR

CAIgumas vezes• Frequentementeo RaramenteDSempre• Nunca

4.7.11 Participo das atividades sociais da escola.AI umas vezes 17% 5 ,-:.---------------~

Frequentemente 7% 2Semore 31% 9

PARTICIPAC;Ao EVENTOS ESCOLAR

Raramente 28%Nunca 14%NaoRes ndeu 3%Total 100% 29

14% 3% 17%f ~7% o Algumas vezest::: •Frequentemente28% OSempre

31% 0 Raramente• Nuncao Nao Respondeu

4.7.12 Fico satisfeito com meu aprendizado na escola?Algumas vezes 21% 6

SATISFACAo PROPRIA COM 0 APRENOIZAOOFrequentemente 3% 1 ESCOLAR

Sempre 69% 20Raramente 7% 2Total 100% 29

~3%

[]Algumas vezes

69% • FrequentementeDSempreo Raramente

rofessores.

Total

17%7%7%17%52% 15100% 29

DlSCUT1R COM 0 PROFESSOR

,DAlgumasvezes• Frequentemente[]Sempre[]Raramente

• Nunca

DIFICULDADES QUE ENCONTROU NA QUINTASERlE

B Muitos ProfessoresDAprender Materiaso 8arulho dos alunos

ual assunto gostaria de ter uma palestra?52% 15

PALESTRAS DE INTERESSE31%10%7%100% 29

59

DDrogasBEsporteDSexoDComputa ~o

4.7.16 Qual materia tern maior facilidade?Educa ~o Fisica 31% 9 MAT~RIA COM MAIOR FACIUDAOEIn h§s 24%Matematica 17%CiEmcias 14%Portu ues 14%Total 100% 29

o Educae;aoFisica24% .'nglesoMatematica

DCiencias• portugues

4.7.17 Qual materia tem maior dificuldade?Matematica 61% 22 '::'::'~--M-A-TE-R-'A-C-O-M-M-A-'O-R-D-'F-'C-U-L-DA-D-E---'

Geo ratia 17% 6Ciencias 8% 3CiEmcias 8% 3Histona 6% 2Total 100% 36

Obs;Conslderada as 5 mids eitadal.

HOf.Ive aluno que eilou mals de uma

dlselpllna

Matena 35%

4.7.18 Em sua 0 iniao 0 ue hi de born no ambiente escolarRecreio 27% 7 ~-.-::.-::------------,

AMBIENTE ESCOLAR TEM DE BOM

Ami os 23%

Nada 15%Total 100%

Obs;ConSlderadaas4malseifadas

26

35%

o Recreio

• MaleriaOAmigos

DNada

23%

60

AMBIENTE ESCOLAR TEM DE RUIM

Total 100% 19

4.7.20 Caso queira acrescentar algo utilize as linhas abaixo.

Expectativas Futuras

oAumento Colegio

~ ~r~nur~~~rofessor

61

.Tudoo Llc;aode casa

OVlolencia

62

5. TESTE E.S'!. ( Escala de Stress Infantil)

5.1 SexoSexo Total

Masculine 48% 11Feminino 52% 12Total 100% 23

SEXO

..,'"

CMasculino

BFeminino

AS VEZES 9%

5.1.1 Tenho dificuldade de festar aten~ao.NUNCA 35% 8 ~------------------------------,UM pouca 39%

DIF1CULDADE PRESTAR ATENCAO

QUASE SEMPRE 4%SEMPRE 13%TOTAL 100% 23

DNUNCA

~~~;~z'i~Oo QUASE SEMPRE_SEMPRE

5.1.2 De repente, assei a nao gostar mais de estudar.

NUNCA 48% 11 NAO GOSTAR DE ESTUDARUM POUCO 13% 3AS VEZES 9% 2

~

QUASE SEMPRE 17% 4SEMPRE 13% 3

...TOTAL 100% 23 .. ,

DNUNCA.UM POUCODAS VEZESD QUASE SEMPRE.SEMPRE

UM POUCO 9% 2ASVEZES 13%QUASE SEMPRE 4%

5.1.3 Tenho vontade de bater nos colegas, sem razao.NUNCA 57% 13 VONTADE DE BATER NOS COLEGAS, SEM

RAZAo

SEMPRE 17%TOTAL 100%

5.1.4 Brigo com minha familia em casa.NUNCA 35% 8

423

CNUNCABUM POUCOoAs VEZESo QUASE SEMPRE.SEMPRE

63

UM POUCO 22%AS VEZES 30%QUASESEMPRE 9%SEMPRE 4%TOTAL 100% 23

BRIGA FAMILIAR

5.1.5 PensoNUNCAUM POUCOAS VEZES 13%aUASE SEMPRE 9%SEMPRE 13%TOTAL 100% 23

AUTO ESTIMA

13%

13%

5.1.6 Reacoes Fisicas0 5 48% 116 10 17% 4 REACOES FislCAS11 - 15 26% 616 - 20 9% 221 - 26 0% 0 9% 0% 00 5

TOTAL 100% 23 26%~48%86 10

Obs; maior ou igual 27 011 - 15016 - 20

17% .21 - 26

35% REACOES PSICOLOGICAS

11 - 13%16 - 22% 00

21 - 0% 86 1026 - 30 4% 011 1531 - 35 4% 1 016 - 20

TOTAL 100% 23Obs;maioroulguai27

821 - 2535% 026 - 30

031 - 35

REAC<OESPSICOLOGICASC/COMPONENTES DEPRESSIVOS

13%

6 10 26%11 - 15 22%

16 - 20 4%

21 - 25 9%26 - 30 13% 3

TOTAL 100% 23Obs: maior ou Igual 27

DO - 5.6 - 10

011 - 15016 - 20.21 - 25026 - 30

64

5.1.9 Rea oes Psicofisiol6 icas0 5 22% 56 10 39% 911· 15 9%16· 20 17%21 • 25 13%

TOTAL 100% 23Obs: malor ou igual 24

65

REAC;OES PSICOFISIOLCGICAS

00.6 10011 15016· 20.21 . 25

CONCLUSAO

No trabalho de pesquisa literaria encontraram-se justificativas pertinentes de

que a Psicopedagogia Institucional pode intervir na adequ8c;ao comportamental

individual ou grupal para melhoria do processo ensina aprendizagem e que 0

comportamento apresentado no meio escolar tende a apresentar -S8 no meio social

e ja constituir-se com determinados componentes de espelhamento ja adquiridos e

refon;:ados no meio familiar. Portanto, S8 0 ambiente escolar e urn espago de

convivio social, estas rela96es ficam predispostas a comportamentos inadequados

advindos da formag8.o e constitui980 do sujeito, que como pessoa, no papel de

cictactao, esta constituindo num processo bio-psico-social e que interagem no

processo da s6cia aprendizagern.

A familia e a escota, como Instituiryoes formadoras do cidadao, apresentam

caracteristicas diferenciadas, porem no exercfcio do papel que a sociedade Ihes

confere, deverao apresentar como resultado um cidadao ajustado psicologicamente

e social mente e intelectualmente, ou seja, as emoryoes e conhecimentos adquiridos

devem concretizar-se de forma adequada ao meio atraves do autocontrole e

gerenciamento das situayoes vivenciadas: - 0 que e vivenciado atraves da

aprendizagem e assimilado neste percurso de formayao, 0 que, justifica-se todo 0

processo de Diagnostico Psicopedag6gico para interven9ao corretiva da

Readequal'ao Comportamental para melhoria da aprendizagem.

A conscientiza9ao, atraves das regras, normas e leis confere ao cidadao

capacidade de analisar sua condury8.o no meio social-escolar, legitimado pela

sociedade em que estabelece suas rela90es humanas, a cultura e hist6rica. A

sociedade espera que 0 cidadao apresente-se atraves do processo de conhecimento

67

introjetado uma maior conscientizac;ao para as leis e conduta, sendo estes

conhecimentos agregadores da formayao do "SER", esperado dentro do

desenvolvimento de uma estrutura cognitiva de pensamento e ayoes, facada no

processo do aprender evolutivo e con stante.

o diagn6stico da pesquisa de campo realizada nesta populayao detectou

que as alunos nao encontram-se estressados, e que os comportamentos

apresentados inserem-se num contexto adaptativQ da socia aprendizagem, bem

como existem conflitos de ordem familiar que interferem no emocional dos

educandos, 8stabelecendo assim urn conjunto de comportamentos inadequados de

ajustamento que interferem na cogni<;ao e consequentemente no aprendizado.

Em relayao aos objetivos propostos pelo trabalho de pesquisa, estes fcram

comprovados quer seja pela literature au pela pesquisa de campo, 0 que justifica

intervenyEio na formayEio de futures cidadaos, atraves do ambiente escolar, que

tende a influenciar na modifica<;ao de comportamento at raves da conscientiza<;ao do

cidadao para 0 futuro.

A Psicopedagogia deve contribuir imensamente para este desenvolver

conjuntamente com a equipe pedag6gica, pelo fato de confirmar a dificuldade dos

alunos na linguagem e raciocinio mate matico, conforme relato dos professores, 0

que estabelece um paralelo com 0 periodo Operat6rio Concreto( 7-8 anos a 11-12

anos), portanto, ainda em fase de mudanc;a e adaptagao dentro de seu proprio

estagio.

A confirmayao da hip6tese foi confirmada, portanto, 0 Psicopedagogo, pode

identificar atraves de um trabalho, proposta, esquematizar um perfil de turma, para

interven<;ao psicopedagogica, principalmente facado na orienta<;ao aos professores

que atuam diretamente com os aprendizantes. Os estilos de Iideran9a observados

68

variam entre: Situacional, Laissez-Faire, Patemalista e Autocratico. Em relac;ao aos

alunos, trabalhos ludicos, direcionados a psicomotricidade, podem contribuir para 0

aprimoramento e transmissao dos conteudos a serem trabalhados, devido aD

comportamento ainda muito facado no principia do prazer, 0 que tendem a acentuar

devido a pre adolescencia, interferindo, assim, na inadequ8930 comportamental,

seja em atos indisciplinares au cognitivos, conforme relatado pelos autores citados

no contexto da

PSICOPEDAGOGIA - READEQUA<;AO COMPORTAMENTAL II!

REFERENCIAS

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ZANOONATO, Zilda Lopes - UNESP, GT: Educa\'iio Fundamentalln" 13www.ordiama.com/deusmenor/indisciplina2.htm.

ANEXOS

ARTIGO

www.Ordiatla.com/dcusmcnor/indisciplina2.hlm

ZANDONATO, Zilda Lopes - UNESP GT: Educa<;iio Fundamental/n° 13

lNDISCIPLINA ESCOLAR E A RELACAO PROFESSOR-ALUNO:

UMA ANALISE SOB AS OPTICAS MORAL E INSTITUCIONAL

A indisciplina oa sala de aula e hoje, urn fenorneno que vern sendo discutido oa nossasociedade de forma quotidiana. seja em meios academicos, familiares ou nos midi as.Considerando que a indisciplina acupa lugar de destaquc entre as maiores preocupa~oespedag6gicas, sentimo-nos impulsionados a compreender este fenomeno a partir da amilise denoyoes trabalhadas pcr diferentes autores.

A indisciplina escolar nao envolve somente caracteristicas encontradas fora da escolacomo problemas sociais, sobrevivencia precaria e baixa qualidade de vida, alem de conflitosnas reJar;oes famiJiares, mas aspectos envolvidos e desenvolvidos na escola como a reia¥a.oprofessor-aluno~ a possibilidade do quotidiano escolar ser permeado por urn cuniculo oculto;entre outros.

Portanto, a indisciplina escolar pode ser atribuida a fatores externos a escola e/ou afatores que envolvem a conduta do professor, sua pratica pedag6gica e ate mesmo, praticas dapropria escola que podem contribuir para a exclusao.

Durante a pesquisa elaboramos duas grandes categorias de analise; uma que analisa aindisciplina sob a 6ptica da psicologia institucional apresentados, neste texto, par Aquino(1996) e Guimaraes (1996).

Aquino (\996) rerere a rcsponsabiJidade da escola enquanto institui¥ao, que nao estapreparada para receber 0 aluno que a procura hoje. Denuncia pniticas de exclusao da escolaque, por si s6 e pelo confronto com os alunos, produz a indisciplina e, assim, aponla para umanao evolu¥ao da escola, diante das mudauyas s6cio-historicas.

Dessa forma, Aquino (1996) discute que a escola passa a receber sujeitos naohomogeneos, provindos de diferentes classes sociais, com diferentes hist6rias de vida e comuma "bagagem" que, muilas vezes e negada pela escola.

Guimaraes (1996), expoe que a escola esta plGllificada objetivando homogeneizar aspessoas pois, segundo ela, ha quem acredite que qllalllo mais igllal, muis foci! de dirigir.Guimaraes (1996) expoe, ainda, que a escola tern lIIeCallis1llOS di.sciplillare~· que levam a"disciplinariza¥a.o" dos comportamentos de alunos, professores e outros funcionarios. Dessaforma, aponta a indisciplina como uma possivel forma de resistencia por parte dos alunos quenao se submetem as normas impostas pela escola.

A perspectiva institucional aponla, portanto, alguns indicativos de que a indisciplinaesta relacionada com problemas oriundos da e na propria institui¥ao, ernbora nao negue aexislencia de que conflitos extemos tambem intervenham na rela¥ao inlerpessoal na escola.

Outra perspectiva abordada e a da psicologia da moralidade. Atraves desta perspectivaYves de La Taillc (1996), defende que quando a disciplina e relacionada ao cllmprimento denormas, a indisciplina pode ter reia¥ao com a desobediencia as normas~ porem, aponta que anao observancia das normas tern dois motivos, a revolta contra as nonnas ou 0

desconhecimenlo de/as.Araujo (1996) ressalta que moralidade esl' relacionada com regras porem, alerta-nos

que nem toda regra tem vinculo com a moralidade. Para que uma regra tcnha vinculo com a

moralidade, 0 seu principio deve ser de justica e a regra nao pode ter sido impostacoercivamente.

Assim, tanto Yves de La Taille (1996 e 1998) como Araujo (1996), baseados naperspectiva piagetiana, defendem que 0 desrespeito as normas pode ser sinal de autonomia,significando resistencia as imposicoes e ao autoritarismo.

Nao negam, entretanto, que a indisciplina tenha vinculos com a educayao moralrccebida~corn 0 modo que se da a relacao professor-aluno; tao pouco com a existencia de urncurriculo oculto excludente e as imposicoes da escola. Pelo contn'trio, a partir destas am!.lisespromovem discussoes que buscam indicar caminhos para a resolucao ou amenizac;ao de urnconflito que pode e deve ser trabalhado, alraves de uma abordagem que enroca 0

desenvolvimento do aluno enquanto ser moral.Inlerprelando Kant em Vaz (1999), podemos perceber que a educacao eo de provocar

a evolucao do homem. Assim, a educacao incumbiria-se, portanto, de conduzir 0 aluno aoesclarecimento. Para Kant em Vaz(1999), alcancar 0 esclarecimento e ter capacidade de agirautonomamente.

Para que 0 individuo alcance a autonomia moral, temos claro que e imprescindivel queo ambiente a ser propiciado na escola, seja urn ambiente cooperativo pois, as virtudes moraisnao sao transmitidas verbalmente mas, construida nas relacoes inlerpessoais.

Castro (1996), aponta que par a Piaget , as virtudes morais sao desenvolvidas de formaactiva, durante a infancia e a adolesccncia e nao ensinadas por transmissao verbal. SegundoPiaget, em Macedo (1996), 0 ser humane tern duas tendencias morais a autonomia e aheteronomia. 0 desenvolvimento moral dei-se pela evoluC;aodestas morais seguindo daheteronomia ate a autonomia moral. Esta evolucao da-se em niveis e Piaget nao garante quetodo ser humane se desenvolva de forma a atingir todos os niveis.

A evolw;:aoda heteronomia para a autonomia depende, principalmente, dos fatoresrelacionados com as experiencias entre pares, das relacoes interpessoais que 0 ser humaneestabeleee. Desta forma, pais e professores devem estar atentos sobre 0 "contrato" que seestabelece nas relacoes, considerando que a educa.;:aoe dada pelo proprio comportamento,pela propria postura e julgamentos morais.

Embacados no desenvolvimento moral segundo Piaget em La Taille (1996)~ acoopera.;:ao, a solidariedade e 0 respeito mutuo sao valores que devern fazer parte doquotidiano escolar, das relacoes interpcssoais na escola.

Piaget em La Taille (1996), defende que temos dllas altemafil'as: formal'personalidades livres 011con/ormistas. Se 0 objetivo da educaCao for 0 de formar individuosautonomos e cooperativos, e necessario propiciar que ele se desenvolva em urn ambiente decooperacao

POrlanto, e inevitavel que a educa.;:ao moral esteja presente fla forma.;:ao do serhumane enquanto individuo e que, consequentemente, urn dos fins da educa.;:ao deve ser,justamente, 0 desenvolvimento pleno do educando, ou seja, de suas funcoes mentais, atravesda aquisicao de conhecimentos e da aquisiyao de valores morais.

Por receber alunos de varios lugares, de variadas caracteristicas~ a escola e, porexcelt~ncia,ambienle socializador e esta e, a importancia de se ter claro contribuindo naformacao moral de seus alunos. 0 professor, tem a obrigacao de eolaborar para que issoefetive. Deve propieiar experiencias entre pares com bases na eooperayao, construindo urnarnbiente com regras coerentes e justas. Tambem, se deve questionar sobre a coen3ncia dasregras da propria escola.

Estamos negando desta forma, a disciplina com vista it obediencia, atraves do usc demetodos coercitivos onde impera 0 respeito unilateral. Estamos, tambem, Ilegando 0

fortalecimento da heteronomia que impoe regras, que inibe trocas entre pares onde 0 sabio e 0

professor. aquele que organiza e ordena.

E necessario esclarecermos que, atraves desta concepQao nao estamos defendendo urnensino moralista. Pelo contriuio, detendemos a ideia de que a escola exerce influencia sobre aformay30 moral de seus alunos e que, portanto, deve estar apta a faze-Io de fonna a objetivaro seu desenvolvimento moral, segundo a concepQao de Piaget e seguidores a esse respeito.

Partindo de uma perspectiva que analisa a organizayao e funyao da escota, aperspectiva institucional, Aquino (1996) aponta que a normalizac;ao atitudinal nao deveria sero foco de trabalho escolar. Segundo ele, 0 objetivo central da escola deveria ser a reposi(:iio erecria(lio do legado Cllllllral.

Aquino (1996) indica-nos que a tareta de educar em seu sentido lato /llio e dere.\p0Jl.mbilidade integral da escola. Para ele, esta tarefa e, essencialmente, da familia. ParaAquino (1996), a tarefa docente encerra-se flO conhecimento acumulado e, esla ja e umatarefa dificil de ser executada.

Entretanto, Aquino (1996) aponta que a soluc;ao pode estar na fonna como se dfl arelac;ao professor - atuno, ou seja,. nos vinculos que se estabelecem nas relac;:6es quotidianas.Aponta, como soiuyao 0 desenvolvimento de urn trabalho fund ado no resgate da moralidadediscente, atraves da relac;ao com 0 conhecimento.

Aquino (1996) aponta-nos que e atravcs do desenvolvimento de propostas de trabalhosonde 0 foco e 0 conhecimento, que pode se rejgatar a mora/idade discellle, na medida emque pressllpoe a ohSerVGl1Cia de regras, de semelhalU;as e d{ferelU;as, de regularidade e deexcep(oes.

o professor e a escola devem ter por objetivo central a transmissao e recriac;ao doconhecimento construido social mente. 0 grande problema, segundo Aquino (1996) e que 0

professor mantcm-se rigido em seu lugar de autoridade.Como eJe, Guimaraes (1996) tambem defende essa ideia e aponta que 0 professor

considera que sua posk;iio normalizadora sent suficiente para apaziguar os conflitos.Guimaraes (1996) aponta altemativa de soluc;ao ao professor que, segundo cia, deveria deixarde "ocupar" seu lugar para que os alunos possam viver com mais il1tellsidade a misleriosarela(lio qlle line 0 lugar-escola e 0 nos-ahmos ..

Aquino (1999) aponta que a relac;ao professor - aluno nao e 0 unico foco daindisciplina escolar mas, ao mesmo tempo indica sistematicamente as acc;:oes que devem serdesenvolvidas pelo professor e na escola como forma de busca a solu~ao desta problematica.

Reconhece que a rela~ao professor - aluno e tomada por ambiguidade pois, apesar deser uma relayao assirnetrica, deve ser permeada pe1a reciprocidade. Aponta que, 0 professornao e 0 tempo todo ensinante mas que tambem aprende e deve abrir mao de uma posturaautoritaria que nao considere os conhecimentos dos alunos, negando-se a ampliar seusproprios conhecimenlOS com os mesmos.

Fica claro, que a ideia a ser defend ida neste caso e a de que hit necessidade de urntrabalho pautado na reciprocidade e, consequentemente, na coopera~ao, na colabora~ao. Naoha, neste sentido, lugares fixos a serem ocupados como aprendiz e mestre mas, urn meiopropicio para 0 desenvolvimento de uma rela~ao reciproca: 0 conhecimento.

Para a eficitcia da acc;6es baseadas no principio de reciprocidade, Aquino (1999)aponla que deve haver no quotidiano escolar, urn ambienle de respeito mUluo, coopera~ao esolidariedade.

Concluimos, portanto, que hit uma congruencia entre as propostas apontadas sob aoptica da psicologia da moralidade e sob a optica da psicologia institucional, centradaprincipal mente na relayao professor-aluno, indicando que alguns principios morais de vernprevalecer no quotidiano escolar; principios de cooperayao com 0 intuito de desenvolver, nosaiunos, a autonomia.

ZANDONATO, Zilda Lopes - UNESPGT: Educac;ao Fundamental/no 13

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COLEGIO ESTADUAL GABRIELA MISTRAL EJAViiallabel.Cur~ibalPr

OBJETIVO OA ATIVlDAOE; Levantlmento de Nl'Cessid~dn no rocnso de enslno ap~ndiza 1m

I SEXO. ( ) MASCULINe ( ) FEMININe

S~RIE

3 AS OEPEN~CIAS DA ESCOlA sAo SATISFAT6RIAS?

( ) ALGUMAS VEZES () FREOUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) SEMPRE ( ) NUNCA

4 OOSTUMOCONTRIBUIR PARA 0 CUIDAOO DAS DEPEN~NCIAS DA ESCOlA 1

( ) ALGUMAS VEZES () FREOUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) SEMPRE ( INUNCA

5, OCORRE AUS~NCIA DE PROFESSORES NAS AULAS 1

( ) ALGUMAS VEZES () FREQUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) SEMPRE ( ) NUNCA

6. AS INFORMAc;oES S08RE 0 FUNCIONAMENTO DA ESCOlA sAo REPASSADAS DE FORMA QUE CONSIGO ENTENOER 1

( ) ALGUMAS VEZES () FRECUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) SEMPRE ( ) NUNCA

7 MINHA FAMILIA PARTICIPA E TEM INTERESSE POR MINHA VIDA ESCOLAR 1

( ) ALGUMAS VEZES (I FREOUENTEMENTE ( IRARAMENTE ( ) SEMPRE ( ) NUNCA

8. QUANDO INICIEI 0 ANO LETIVO FUI BEM RECEBIDO NA ESCOLA 1

( )SIm ( )N.lO

9 COSTUMO RESPEITAR OS PROFESSORES 1

( ) ALGUMAS VEZES () FREOUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) seMPRE ( ) NUNCA

10. FICO ATENTO AS EXPLICA~S DO PROFESSOR 1

( ) ALGUMAS VEZES () FREOUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) SEMPRE ( I NUNCA

11. PARTlCIPO DAS ATIVIDADES SOCIAlS DA ESCOLA 1

( ) ALGUMAS VEZES () FREQUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) SCMPRE ( ) NUNCA

12, FICO SATISFEITO COM MEU APRENDlZAOONA ESCOlA 1

( ) ALGUMAS VEZES () FREQUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) SEMPRE ( ) NUNCA

13 GERALMENTE DISCUTOCOM OS PFi:OFESSORES 1

( ) ALGUMAS VEZES (I FREQUENTEMENTE ( I RARAMENTE ( ) SEMPRE ( ) NUNCA

14, QUAL A MAIOR DIFICULDADE QUE ENCONTROU AO FREQUENTAR A QUINTA SERlE 1

16, QUAL MATERIA TEM MAIOR FACILIDADE 1

17. OUAL MATERIA TEM MAIOR DIFICULDADE 1

18. EM SUA OPINIAo 0 QUE KA DE BOM NO AMBIENTE ESCOlAR 1

19 EM SUA OPINtAO 0 QUE KA DE RUIM NO AMBIENTE ESCOlAR 1

21 NO VERSO oeSTA FOLHA FACA UM DESENHO SOBRE A ESCOLA.Estapnqulsadestina_atrabalholnlerventivodoPslcopedagogolnsllluc!on3!