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Aula 1
Cuidados no Laboratório de Farmacognosia e Morfodiagnose Vegetal (Características Macroscópicas de Folhas)
Aula 2
Morfodiagnose Vegetal: Características Microscópicas de Folhas
Morfodiagnose: constitui-se na aplicação de conhecimentos morfológicos e
anatômicos da botânica na confirmação da identidade de drogas vegetais (Fig 1).
Figura 1 Mesófilo da folha de Bardana (Arctium lappa Lin.)
Metodologia para obtenção de cortes histológicos
O passo inicial consiste na escolha de uma folha em bom estado. A seguir
coloca-se a mesma entre dois pedaços de isopor (aproximadamente 2 cm) e
prensa-se o sistema com os dedos. Na seqüência, nivela-se superficialmente e
corta-se transversalmente fatias finas do vegetal, num movimento único do
começo até o fim. Recolhem-se e seleciona-se os cortes em água, e a seguir
passa-se os cortes para hipoclorito (água sanitária) para descoloração (retirada da
clorofila), aproximadamente 5 minutos, e a seguir voltou-se para a água para
retirada do excesso de hipoclorito bem os cortes.
Epiderme da face adaxial
clorofiliano paliçádico
Parênquima clorofiliano lacunoso
Parênquima
Inicia-se então a coloração na seqüência (sistema safrina - azul de astra).
Primeiro deixando-se o corte (material vegetal selecionado) 40 segundos na
safrina (corante vermelho), e após o mesmo é novamente levado para a água para
retirado do excesso desse corante. Em seguida coloca-se o corte vegetal cerca de
dois minutos no azul de astra (corante azul), e novamente lava-se com água para
retirada do excesso de corante. O material vegetal corado é colocado sobre uma
lâmina contendo uma gota de água destilada e sobre esse sistema é colocada
uma lamínula de vidro. Esse sistema é então, observado no microscópio iniciando-
se pelas lentes de maior aumento.
Dados de microscopia: Observa-se nas folhas os seguintes itens:
- Presença e tipo de tricomas (pêlos) (glandulares e tectores, uni ou
pluricelulares)
- Presença de estômatos e em qual epiderme
- Tipo de mesófilo (parênquima paliçádico e lacunoso)
o Mesófilo homogêneo (mesmo tipo de células)
o Mesófilo heterogêneo (tipos diferentes de células)
Simétrico
Assimétrico
- inclusões: cristais, grãos de amido, glândulas, etc.
Atenção: Todas as estruturas observadas deverão ser desenhadas e destacadas
com lápis de cor
Aula 3
Confecção de exsicatas
Introdução
Estudos sugerem que o total de espécies vegetais no globo está em torno
de 550.000 espécies. Essa diversidade é responsável pela dificuldade que os
biólogos têm em reconhecer todas as plantas, e classificá-las em sistemas que
reflitam a sua real posição hierárquica na natureza. Nesse sentido, alguns
procedimentos precisam ser utilizados para facilitar a identificação de um ser vivo
e sua colocação em um sistema já estabelecido.
A identificação consiste na comparação de uma espécie já descrita, e é
feita a cada vez que se deseja conhecer o nome de um ser coletado ou
encontrado na natureza; pode ser baseada na comparação com outro existente
em uma coleção ou na comparação de suas características com descrições e
ilustrações encontradas na literatura.
Quando se trabalha com plantas, a identificação da espécie e sua
perpetuação como testemunho são os passos mais importantes para que qualquer
investigação possa ser reproduzida. Estudos com plantas medicinais nas diversas
áreas da ciência para que mereçam confiabilidade, devem partir da certeza de que
as espécies envolvidas estejam corretamente identificadas e depositadas no
herbário de uma instituição. Para tanto, alguns procedimentos devem ser
seguidos, tais como coleta, herborização (confecção de exsicatas) e registro de
dados.
Coleta A coleta é o processo de se retirar uma ou mais plantas, inteira ou parte
delas da natureza. Na escolha da espécie a ser coletada devemos ter cuidado
para não retirarmos da natureza exemplares em risco de extinção que são alvo de
fiscalização de agências federais (IBAMA, FATMA, etc). Quando se coleta com o
intuito de identificar uma espécie, pode-se retirar da natureza pouco material, mas
quando o objetivo é o de se obter extratos ou substâncias ativas grande
quantidade de material deve ser coletada.
A preparação da exsicata (do latin excsicco = secar) inicia com a coleta
tendo-se cuidado de coletar plantas que contenham estruturas reprodutivas, como
flores e frutos, o que facilita a identificação. Plantas pequenas podem ser retiradas
inteiras, e plantas maiores devem-se retirar porções terminais com tamanho
aproximado de 30 cm (3 amostras no mínimo). Também devemos ter cuidado para
retirada de amostras vegetais sadias, sem fungos, parasitas, quebradiças, nem
retirar amostras de material do solo. Em resumo o material deve ser representativo
do todo do vegetal e estar em ótimas condições de desenvolvimento.
Para finalizar, essa etapa deve ser acompanhada da elaboração de uma
ficha de coleta, contendo data, hora, local, parte coletada, estação do ano,
condições climáticas do dia, um local de refer6encia, nome do coletor, abundância
da planta no local, etc.
Herborização e registro de dados É o processo de preparação do material coletado para preservá-lo em uma
coleção de plantas denominada herbário. Mesmo que o objetivo da coleta seja a
obtenção de um extrato ou de substâncias ativas, é obrigatória a preparação de
uma exsicata que servirá de testemunho de que aquela espécie foi utilizada para
este ou aquele procedimento.
COLETA
Identificação botânica Trabalho em laboratório
A metodologia consiste em colocar o material coletado em várias folhas de
papel absorvente (geralmente jornal), procurando-se estender as folhas e as flores
para que não fiquem dobradas ou enrugadas. Pode se realizar a elaboração de
dois ou três conjuntos. A seguir os conjuntos devem ser colocados entre duas
lâminas de material resistente e duro, como por exemplo, madeira, para serem
apertados com barbantes ou cintos formando uma prensa. Para plantas que
possuem uma grande quantidade de água, o papel deve ser trocado nos
primeiros dois ou três dias.
Com esse material vegetal seco, depois de retirado da prensa e dos jornais
é colocado no centro de uma folha de cartolina branca medindo 42 X 28 cm
(padrão do laboratório de Farmacognosia), e inicia-se processo de fixação do
mesmo, através de linhas de costura de cor branca.
Depois de fixado o material vegetal, na parte inferior esquerda da folha de
cartolina (2 cm da base e 2 cm da lateral) cola-se a fixa de identificação de dados
de coleta que deve estar totalmente preenchida, conforme modelo do laboratório
de Farmacognosia o que facilita o trabalho do botânico.
A folha de cartolina branca com o material vegetal fixado, contendo ficha de
coleta é então colocada em uma capa de cartolina de cor preta que serve de capa
para exsicata. Sobre o papel cartolina de cor branca dentro da capa preta aplica-
se naftalina em pó para evitar o crescimento de microorganismos que poderiam
danificar o material.
Para encerrar este material herborizado, coloca-se sobre a cartolina branca
papel manteiga com mesmo tamanho da cartolina branca servindo de forração
para o material.
Na seqüência amarra-se o material pronto com barbante nos quatro lados e
estoca-se ou remete-se para identificação botânica em herbário.
Aula 4
Métodos extrativos
Introdução Os variados métodos de extração que se conhece, juntamente com os
solventes utilizados são de extrema importância para os estudos farmacêuticos.
Por exemplo, uma indústria farmacêutica de fitoterápicos deve saber qual o
método de extração mais vantajoso para obtenção de extratos que servirão de
matéria-prima para medicamentos. Também pode ser empregado para se
estabelecer qual a quantidade de compostos químicos que uma pessoa está
ingerindo através de um chá medicinal. Enfim, dadas às características de cada
vegetal (rígido ou não), do farmacógeno empregado (folhas, flores, cascas), do
solvente estabelecido (inflamável, explosivo), bem como, outras características
importantes, portanto, não existe um método extrativo ideal que sirva como regra.
Para cada vegetal tem-se que realizar os métodos extrativos variados para se
conhecer para aquela situação qual o melhor método de extração, representando
segurança para o operador, rentabilidade para empresa, rapidez, qualidade e
quantidade dos compostos químicos extraídos.
Objetivo da prática Preparar soluções extrativas (extrato-bruto) de uma droga vegetal com
vários métodos extrativos com o intuito de se estabelecer qual dos métodos é o
mais indicado para essa droga vegetal.
Técnica
Realizar métodos de extração de infusão, decocção e turbólise
empregando-se 10 g de droga vegetal e 100 ml de água por 5 minutos. Filtrar por
algodão após resfriamento diretamente para balão volumétrico de 100 ml e
completar o volume com água destilada.
Pesar previamente uma cápsula de porcelana, adicionar 20 ml de solução
extrativa com pipeta volumétrica e levar os conjuntos até estufa a 100 – 105 °C
por 24 horas.
Calcular: Qual o melhor método de extração para a droga vegetal testada.
Aula 5
Perfil Cromatográfico e Caracterização de Flavonóides através do teste de Cianidina ou Reação de Shinoda
Introdução
Os flavonóides são essencialmente empregados na insuficiência venosa.
Sua ação situa-se ao nível de pequenas veias e capilares, na diminuição da
permeabilidade e aumento da resistência dos capilares (ação vitamínica P). Certos
flavonóides possuem atividades particulares como ação diurética,
antiespasmódica, antiúlcera gástrica, antiinflmatória, antiespasmódica e
antioxidante.
Estrutura fundamental dos flavonóides
Flavonas SubstituíntesApigenina 5,7,4’-tri-OHLuteolina 5,7,3’,4’-tetra-OH
Flavonóis SubstituíntesQuercetina (C3-OH) 5,7,3’,4’-tetra-OHCanferol (C3-OH) 5,7,4’-tri-OH
Heterosídeo flavonoídico
Rutina 3-O-rutenosídeo-
quercetina
Reação de Cianidina ou Shinoda
A maioria dos flavonóides, na presença de magnésio em pó e ácido
clorídrico, apresentam colorações variáveis em função de suas características
químicas. Estas colorações podem variar de laranja a vermelho intenso e
vermelho sangue dependendo do tipo de flavonóide.
Técnica: Colocar 8 ml de um extrato de hidroetanólico (80%) da droga vegetal
que se pretende caracterizar em uma cápsula de porcelana e evaporar até secura
em chapa de aquecimento. Em seguida, lavar o extrato com 5 ml de clorofórmio
para eliminação de clorofila. Na seqüência dissolver o resíduo da cápsula com 10
ml de etanol a 70% e transferi-lo para um tubo de ensaio.
Adicionar ao tubo uma pitada (200 mg) de magnésio em pó. Com o tubo de
ensaio inclinado, adicione cuidadosamente, pelas paredes do tubo, cerca de 1 ml
de HCl concentrado (Cuidado pode ocorrer projeções, reação exotérmica).
Observar a mudança de coloração entre o extrato original e após a adição
dos reagentes.
Caracterização cromatográfica Com uma amostra do extrato hidroalcoólico inicial aplicar com capilar
volumétrico 5 μl em placa cromatográfica de sílica. Secar as amostras com
secador de cabelo e realizar marcha em cuba cromatográfica com sistema
acetato de etila:ácido fórmico: água (95:2,5:2,5 p/v). Na seqüência visualize as
bandas em UV longo e curto e revele com cloreto férrico em capela de exaustão.
Copiar o cromatograma: