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Domingo • 28 de março de 2010 • Ano I • Número 4 TERCEIRA IDADE DESTAQUES Cinco indústrias do Vale do Aço já assinaram contrato para a utilização do gás natural da Gasmig. Estatuto da Criança e do Adolescente protege criminosos que riem da cara da polícia. E a sociedade, como fica? Obesidade infantil. Problema se alastra e preocupa as autoridades. Mas a educação começa em casa. Brasil começa a aparecer na relação dos mais ricos, da Forbes. E a lista para catalogar os mais pobres? O governo não vai retirar totalmente os benefícios concedidos ao setor de móveis, que acabariam no próximo dia 31. EXPEDIENTE Suplemento Diário Popular O Vale Econômico é uma publicação de A Gazeta Me- tropolitana Editora e Gráfi- ca. Email: [email protected] Redator: Wilton Rodrigues Edição: Anna Sylvia Rodrigues Diretor: Fernando Benedito 5 3 4 6 5 EDITORIAL Cidades mais justas O 5° Fórum Urbano Mundial da Organização das Nações Uni- das, que terminou na semana passada na capital fluminense, resul- tou na Carta do Rio. Em seis pontos, o documento defende a busca por cidades mais justas, democráticas, sustentáveis e humanas. Se- gundo a carta, o mundo se urbanizou e neste milênio haverá um fluxo de pessoas para as cidades ainda maior do que o já ocorrido. Brasil sobe Argentina cai Enquanto o Brasil faz planos ousados para Explo- ração do Pré-sal, a Argentina (2.900.000 mil km2 e 45 milhões de habitantes) enfrenta a derrocada de sua indústria petrolífera e luta para manter a histó- rica auto-suficiência que detém no uso de combus- “O Brasil é um canteiro de obras”. Exclamou um jorna- lista da BBC de Londres, que percorreu o país durante vinte dias, reunindo material para um especial na emissora bri- tânica. David Brigges listou pelo menos quinze grandes obras em execução ou em fase final de licitação: - Usinas hidrelétricas no Norte - Refinarias de petróleo no Nor - deste (Pernambu- co) - Ferrovia Bahia-Tocantins (1.500 km) - Trem de alta velocidade Rio- Campinas - Exploração do petróleo na cama- da do Pré-sal, do- brando as reservas brasileiras. - Quatro usinas nucleares - Duplicação da fronteira agrícola capaz de dobrar a produção de grãos até 2022 -Seis mil quilômetros de novas rodovias -Aumento da produção de aço para 60 milhões de tone- ladas/ano -Perspectiva de produção anual de 5 milhões de veícu- los até 2015, o que lhe daria o quarto lugar no mundo. O jornalista citou também o polo de tecnologia de in- formática do Recife e o início da construção da primeira fá- brica de semi-condutores da América Latina em São Car - los, no interior de São Paulo. Nem mesmo as 214 escolas técnicas já equipadas e inau- guradas pelo governo foram esquecidas. Enquanto isso a Argentina vê esgo- tados seus princi- pais poços petrolí- feros e diminuídas suas reservas. O parque industrial está sucatado. O país já importa gás e eletricidade do Brasil. O cenário tende a piorar. A indústria automo- bilística está despe- jando 500 mil car - ros leves por ano nas ruas do país. Isso aumenta o consumo de com- bustível, levando a Argentina a ter de importá-los. Um detalhe a creditar a seu fa- vor é a possível existência de petróleo em grande profun- didade, mas falta tecnologia para explorá-lo. Buscar petró- leo a milhares de quilômetros no fundo do mar é quase uma exclusividade do Brasil. Vizinho pobre traz aborrecimento. A Argentina desce a ladeira. Não é bom para o Brasil.O país é nosso terceiro maior comprador Poucos aposentados se sustentam. Apenas 1% Idoso no Brasil só pode aproveitar a aposentadoria no Brasil se tiver outras fontes de renda Quem não guardou dinheiro durante o período de vida ativa terá padrão de vida di- minuído. Mas a questão é outra. Como guar- dar dinheiro enquanto trabalha? A situação do aposenta- do brasileiro não é nada boa. Quase metade (47%) depende de parentes para sobreviver, conforme levantamento do IBGE, realizado em 2008. O restante vive da caridade ou é obrigado a trabalhar. Trabalhadores que perten- ceram a grandes empresas re- cebem atenção especial, atra- vés de Caixas de Empregados, onde as partes empregado-em- pregador formam um fundo especial para complementar o salário nominal no momento da aposentadoria. CEMIG O Serviço Social do Co- mércio (SESC) foi uma das referências utilizadas para os programas de aposentadoria da Cemig no início da década de 1980. A coordenação do Progra- ma de Preparação para Apo- sentadoria (PPA) da Cemig criou programa para contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos empregados. No PPA da Cemig orçamento pessoal e familiar, voluntariado e empre- endedorismo são os assuntos tratados em um dos tópicos.

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Cinco indústrias do Vale do Aço já assinaram contrato para a utilização do gás natural da Gasmig. EXPEDIENTE O governo não vai retirar totalmente os benefícios concedidos ao setor de móveis, que acabariam no próximo dia 31. Quem não guardou dinheiro durante o período de vida ativa terá padrão de vida di- minuído. Mas a questão é outra. Como guar- dar dinheiro enquanto trabalha? Domingo • 28 de março de 2010 • Ano I • Número 4 4 6 5 5 3

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Domingo • 28 de março de 2010 • Ano I • Número 4

TERCEIRA IDADEDEsTAquEsCinco indústrias do Vale do Aço já assinaram contrato para a utilização do gás natural da Gasmig.

Estatuto da Criança e do Adolescente protege criminosos que riem da cara da polícia. E a sociedade, como fica?

Obesidade infantil. Problema se alastra e preocupa as autoridades. Mas a educação começa em casa.

Brasil começa a aparecer na relação dos mais ricos, da Forbes. E a lista para catalogar os mais pobres?

O governo não vai retirar totalmente os benefícios concedidos ao setor de móveis, que acabariam no próximo dia 31.

EXPEDIENTESuplemento

Diário PopularO Vale Econômico é uma publicação de A Gazeta Me-tropolitana Editora e Gráfi-ca.

Email: [email protected]:Wilton RodriguesEdição:Anna Sylvia Rodrigues Diretor:Fernando Benedito

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EDITORIAl

Cidades mais justasO 5° Fórum Urbano Mundial da Organização das Nações Uni-

das, que terminou na semana passada na capital fluminense, resul-tou na Carta do Rio. Em seis pontos, o documento defende a busca por cidades mais justas, democráticas, sustentáveis e humanas. Se-gundo a carta, o mundo se urbanizou e neste milênio haverá um fluxo de pessoas para as cidades ainda maior do que o já ocorrido.

Brasil sobe Argentina cai

Enquanto o Brasil faz planos ousados para Explo-ração do Pré-sal, a Argentina (2.900.000 mil km2 e 45 milhões de habitantes) enfrenta a derrocada de sua indústria petrolífera e luta para manter a histó-rica auto-suficiência que detém no uso de combus-

“O Brasil é um canteiro de obras”. Exclamou um jorna-lista da BBC de Londres, que percorreu o país durante vinte dias, reunindo material para um especial na emissora bri-tânica. David Brigges listou pelo menos quinze grandes obras em execução ou em fase final de licitação:

- Usinas hidrelétricas no Norte

- Refinarias de petróleo no Nor-deste (Pernambu-co)

- Ferrovia Bahia-Tocantins (1.500 km)

- Trem de alta velocidade Rio-Campinas

- Exploração do petróleo na cama-da do Pré-sal, do-brando as reservas brasileiras.

- Quatro usinas nucleares

- Duplicação da fronteira agrícola capaz de dobrar a produção de grãos até 2022

-Seis mil quilômetros de novas rodovias

-Aumento da produção de aço para 60 milhões de tone-ladas/ano

-Perspectiva de produção anual de 5 milhões de veícu-los até 2015, o que lhe daria o quarto lugar no mundo.

O jornalista citou também o polo de tecnologia de in-formática do Recife e o início da construção da primeira fá-brica de semi-condutores da América Latina em São Car-los, no interior de São Paulo. Nem mesmo as 214 escolas técnicas já equipadas e inau-guradas pelo governo foram esquecidas.

Enquanto isso a Argentina vê esgo-tados seus princi-pais poços petrolí-feros e diminuídas suas reservas. O parque industrial está sucatado. O país já importa gás e eletricidade do Brasil. O cenário tende a piorar. A indústria automo-bilística está despe-jando 500 mil car-ros leves por ano nas ruas do país. Isso aumenta o consumo de com-bustível, levando a

Argentina a ter de importá-los. Um detalhe a creditar a seu fa-vor é a possível existência de petróleo em grande profun-didade, mas falta tecnologia para explorá-lo. Buscar petró-leo a milhares de quilômetros no fundo do mar é quase uma exclusividade do Brasil.

Vizinho pobre só traz aborrecimento.

A Argentina desce a ladeira. Não é bom para o Brasil.O país é nosso terceiro maior comprador

Poucos aposentados se sustentam. Apenas 1%

Idoso no Brasil só pode aproveitar a aposentadoria no Brasil se tiver outras fontes de renda

Quem não guardou dinheiro durante o período de vida ativa terá padrão de vida di-minuído. Mas a questão é outra. Como guar-dar dinheiro enquanto trabalha?

A situação do aposenta-do brasileiro não é nada boa. Quase metade (47%) depende de parentes para sobreviver, conforme levantamento do IBGE, realizado em 2008. O restante vive da caridade ou é obrigado a trabalhar.

Trabalhadores que perten-ceram a grandes empresas re-cebem atenção especial, atra-vés de Caixas de Empregados, onde as partes empregado-em-pregador formam um fundo especial para complementar o salário nominal no momento da aposentadoria.

CEMIG O Serviço Social do Co-

mércio (SESC) foi uma das referências utilizadas para os programas de aposentadoria da Cemig no início da década de 1980.

A coordenação do Progra-ma de Preparação para Apo-sentadoria (PPA) da Cemig criou programa para contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos empregados. No PPA da Cemig orçamento pessoal e familiar, voluntariado e empre-endedorismo são os assuntos tratados em um dos tópicos.

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Mosaico TEM GRAÇA?A morena, a ruiva e a loira batiam papo.A morena disse: já fui à lua.A ruiva repetiu: já fui a marte.A loira: não tem importância; eu irei ao sol.As outras se assustaram: mas o sol é quente!E a loira: e daí? eu vou de noite!

VALE ECONÔMICO • Página 2 • Domingo • 28 de março de 2010

O PADREE A MOÇA

Abordei meu amigo Padre Elpídio com seu trombone de vara na mão.

- Vossa Reverendíssima vai tocar três noites de carnaval so-prando esse troço, com batina preta e calor de 35 graus?

- Vou, sim. Minha vida de sacerdote é regrada, saudável. Tenho reservas musculares e fôlego. Gosto de ver os jovens alegres, divertindo-se.

- Vossa Reverendíssima acha que Cristo vai aprovar sua ati-tude aqui na festa do diabo?

- Cristo não é contra o que é feito de coração puro. Aqueles que estão num salão de carna-val, celebrando a vida com res-peito e amor ao próximo (ou à próxima!), apenas entoam um hino à existência.

Taí, concordo em número, gênero e grau com Vossa Reve-rendíssima, principalmente com o grau... Cristo e seus apóstolos até gostavam de um tinto seco. Não se tem notícia, nem está escrito em lugar algum que Ele tenha transformado vinho em água. Mas é sabido que fez água virar vinho.

Penso que Cristo era meio comunista. Só meio. Amava os pobres sem odiar os ricos de bom coração.

De repente, Padre Elpídio deu uma guinada de 360 graus. Despiu-se da batina cor de uru-bu, vestiu calças brancas e ca-misa gola roulê. Ele era meu conselheiro desde os tempos em que eu estava sendo força-do a casar com uma solteirona

feia, ligada a uma família rica e “braba”.

Padre Elpídio aproximou-se dela e fez uso da proverbial abordagem dos tempos de an-tanho: quer dar o prazer desta contra-dança?

- Boa, Elpídio! Agora já posso tirar o “Vossa Reveren-díssima”. Você tomou minha namorada.

Elpídio largou a batina, ca-sou-se com a moça feia e foram felizes para sempre...

Até hoje, acho que Elpídio me deu o tombo. Ele estava de olho no meu patrimônio.

Nota: Essa mini-história é verdadeira. QUEM, ONDE E QUANDO ficam omissos por questão de segurança...

A safra de douto-res advogados que as universidades par-ticulares do interior têm colhido ultima-mente anda meio bi-chada. O problema talvez tenha raiz mais profunda. Residiria na qualidade dos exa-mes vestibulares.

Já sabendo que estudantes egressos do segundo grau não conseguem interpre-tar um texto de Lín-gua Portuguesa com bom nível de acerto e – aí nem se fala – fal-tando raciocínio lógi-co para questões de matemática, física e, química, as faculda-des tendem a estabe-lecer critérios de con-teúdo muito abaixo do nível desejado.

Alunos de univer-sidades públicas, em geral, os mais quali-ficados, não abrem mão de tirar uma “casquinha” nas fa-culdades que eles mesmos já batizaram de “Sedex”: “pagou, chegou”.

A nova piada nos corredores das esco-las públicas é mais picante que “festa de

calouros”. Alguém, na por-

taria da faculdade particular pede para falar com o dono da escola

- Pois, não. Em que posso ajudá-lo?

- Gostaria de ma-tricular aqui.

- Você sabe ler?- Não, senhor.- Então vai lá na

secretaria e faz a ma-trícula no primeiro ano de Direito.

Um segundo al-guém faz a mesma coisa, porém, infor-ma que sabe ler, mais ou menos.

- Então, vai lá na secretaria que você vai ser fichado como professor.

Um terceiro al-guém dá informações mais detalhadas de seu currículo. Diz ter abandonado os estu-dos na sétima série do fundamental.

- Então fica aqui no meu lugar.

Acho que o diabo não é tão feio como se pinta. Esses críti-cos não conhecem algumas escolas que formam “profissio-nais” da imprensa!

Vida ÚtilVocaBulárIo comer-

Budget orçamentocash flow Fluxo de caixaPartnership SociedadeStrike GreveSurplus excelente

Pagou, passou

Flat yield rendimento fixoFree trade comércio livreGood will Fundo de comércioGrowsth rate Taxa de crescimentoIssue emissão

InGlêS PorTuGuêS InGlêS PorTuGuêS

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ComportamentoDomingo • 28 de março de 2010 •VALE ECONÔMICO • Página 3

usiminas e a construção civilE a Usiminas avança no seu projeto de ampliar o uso do aço na construção civil. Na semana que passou, a siderúrgica, juntamente com as construtoras de que é acionista, assinaram com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com a Prefeitura de Volta Redonda (RJ), contrato para a construção de seis prédios com estrutura de aço dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Adolescentes. Até quando?

“Dimenor” aos dezesseis anos de idade podevotar, mas ri, cinicamente, na cara de umpolicial quando é preso

Na década de 30, Adolf Hitler manipula-va os bastidores da po-lítica já visando ao salto espetacular para chegar à condição de Primeiro Ministro da Alemanha. Na verdade, o outrora indisciplinado soldado austríaco tomou o país de assalto e patrocinou o maior genocídio da his-tória humana. A guerra começou oficialmente no dia 1º de setembro de 1939 com a invasão da Polônia. O foco prin-cipal do ditador maluco era “acabar” com os ju-deus.

Nessa época Einstein já era um físico famoso, professor na Universida-de de Berlim. Mas, como descendente de judeu era

“observado” de perto pelas SS, famosa e cruel polícia política de Hitler.

Um professor, colega de Einstein, embora pu-ro-sangue, era amigo do judeu. E, para desp i s ta r o convi-dou para assistir a um desfile das tropas alemãs, tão g r a n d i o -so quanto pos s í v e l . Hitler pre-tendia e conseguiu impressio-nar os em-presários alemães para tê-los a seu lado quando fosse o momento opor-

tuno de por em prática sua sinistra missão.

O desfile foi gigantes-co. Soldados escolhidos a dedo por seu porte físi-co e treinamento militar marchavam espichando a perna à altura do joelho, cegos e obedientes à or-dem de comando.

Einstein era avesso a qualquer regime de for-ça e se irritava com sua manifestação. A certa al-tura do desfile, deu um leve cutucão no colega e amigo e indagou, impa-ciente:

- Você tem certeza de que alguém pôs um cérebro na cabeça desses homens?

LEI NÚMERO 8069/90

O que tem a ver uma coisa com a outra? Si-gam-me, por favor.

Essa lei dispõe sobre o Estatuto da Criança e

do Adoles-cente, e foi promulga-da pelo ex-presidente Fernando Collor. É considera-da criança a pessoa até 12 anos de idade incomple-tos. Daí até 18 anos é ADO-LESCEN-TE. A lei leva em

conta certamente alguns aspectos biológicos e fi-siológicos da pessoa.

Se Einstein estivesse vivo hoje faria a mesma pergunta ao ex-caçador de marajás:

- Será que alguém pôs um cérebro em sua cabeça?

Aliás, no caso de Collor a pergunta se-ria impertinente. Todo mundo sabe que três meses depois de sua pos-se, tanto ele quanto sua ministra Zélia Cardoso de Melo tinham a cabe-ça oca. Confiscaram de-pósitos bancários, sob o cômico argumento de combate à inflação. Numa retórica brilhante, Collor disse que só tinha uma “bala na agulha”. Queria dizer com isso que não poderia errar o alvo. Se tivesse pensado melhor, talvez tivesse dado um tiro no ouvido, o melhor emprego para sua bala única.

Ao promulgar uma lei que praticamente tor-nou impunes pessoas de 12 a 18 anos o governo estaria distribuindo sal-vo-condutos para margi-nais digamos, pelo me-nos na faixa de 15 a 18 anos. Essa lei é de 1990. Nestes vinte anos de sua vigência os meios de in-formação cresceram em progressão geométrica. Uma pessoa de dezesseis anos, atualmente, pobre ou rica, culta ou analfa-beta, dispõe de arsenal de conhecimentos três ou quatro vezes maior do que uma de trinta anos em 1970.

No Brasil, nas dé-cadas de 1960/70 a in-

formação ainda chegava por via mecânica, analó-gica, lenta. Mas, a partir de 1985, começaram a chegar ao mercado os primeiros computado-res da série 86, xt-86, 286, 386, 486, 586 e, finalmente, os velozes Pentium. Daí à rede de internet foi um pulo. As lan-houses se espalha-ram e democratizaram o acesso à informação, globalizando-a.

Não há, pois, nenhu-ma razão para que um marmanjo de 16, 17, 18 anos seja considerado “menor” para os efeitos da lei, e – pior ainda - protegidos por parte da sociedade que ingenu-amente justifica toda a sorte de crimes pratica-

dos por um exército de mal feitores, traficantes, e cruéis assassinos. Cla-ro: as exceções ficam por conta, na maioria dos casos, de pais pobres mas de boa formação moral e religiosa que, de uma ou de outra forma, conduzem seus filhos para o bem, fazendo-os responsáveis.

Um “dimenor” aos dezesseis anos de idade pode escolher pelo voto um presidente da repú-blica, um deputado ou um prefeito. Ao mesmo tempo ri, cinicamente, na cara de um policial quando é preso por fur-to, roubo, assassinato ou tráfico de drogas.

“Não adianta você me prender. Daqui a pouco

eu estarei solto. Esses marginais costumam ter massa física maior que a do policial que os prende. É ridícula a cena. Nas es-colas públicas a situação tende só a piorar. Não se respeitam mais professo-res, os quais são às vezes subjugados pela força ou pela agressão moral.

Muitos pais acham que é só “fazer” filhos e mandá-los para as escolas públicas, que seriam um depósito de marginais.

O Brasil tem o hábi-to de copiar tudo, ainda que com certo atraso. Por que não imitar os Estados Unidos? Lá, quem mija fora do pi-nico vai para a cadeia. Tenha 10, 12, 15, 20 ou 80 anos.

Ao promulgar uma lei que praticamente deixou impunes pessoas de 12 a 18 anos, o governo estaria distribuindo salvo-condutos para marginais digamos, pelo menos na faixa de 15 a 18 anos

Protegidos pela lei, menores matam, roubam e traficam, diante da certeza da impunida-

Arquivo DP

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Viver MelhorVALE ECONÔMICO • Página 4 • Domingo • 28 de março de 2010

Diário de CaratingaCaratinga ganhou seu jornal diário há 15 anos. É uma das poucas cidades com menos de 100 mil habitantes a terem informações via mídia impressa. Orgulho-me de tê-lo implantado.

Educação deve começar em casa

Gordura faz mal. Entope as artérias.Aumenta o colesterol ruim (LDL); diminui o bom (HDL). Para achar a taxa de risco cardíaco, os especialistas mandam dividir o colesterol total pelo HDL. Se o resultado da operação chegar aos nove pontos,o paciente precisa acender o sinal amarelo. 4,3 é a taxa média do brasileiro. O que muita gente não sabe é que 70% do colesterol total é produzido pelo próprio corpo.

Meditação diminui sensibilidade à dor

Homens mal casados têm mais AVCHomens solteiros ou in-

felizes no casamento correm mais risco de sofrer aciden-te vascular cerebral (AVC),

também conhecido como “derrame”, aponta pesquisas divulgadas esta semana nos Estados Unidos. A pesquisa

utilizou um estudo sobre do-enças cardiovasculares feito em 50 anos com mais de 10 mil homens.

NewYork. A me-ditação Zen contribui para aumentar a espes-sura do cérebro e, con-sequentemente, reduz a sensibilidade à dor, segundo pesquisas da Universidade de Mon-treal divulgadas em um estudo publicado na re-vista “Emotion Ameri-can Psychological Asso-ciation”.

Os pesquisadores compararam a massa encefálica do cérebro de praticantes e não praticantes de medita-ção Zen e descobriram que a antiga disciplina oriental pode fortale-cer a região central do cérebro que regula a dor, afirmou o autor principal do estudo Dr. Joshua Grant, da cadei-ra de fisiologia da Uni-versidade de Geriatria de Montreal.

Os resultados con-firmaram as conclusões

de um estudo anterior feito por Grant sob a direção de Pierre Rain-ville, da mesma univer-sidade.

Os cientistas recru-taram 17 adeptos da meditação e 18 que não a praticavam. Mediram sua sensibilidade à dor com a aplicação de uma placa quente nas pan-turrilhas e com o re-gistro por ressonância magnética nuclear es-trutural de seu cérebro.

Segundo a ressonân-cia, as regiões centrais do cérebro que regu-lam as emoções e a dor eram significativamen-te mais grossas entre os seguidores da medita-ção Zen em compara-ção com os outros. “As posturas da meditação Zen podem contribuir no crescimento da es-pessura e para melhor tolerância à dor”, disse Grant.

os canais infantis na Tv trazem propaganda de biscoitos, chocolates, refrigerantes e outros alimentos “engordativos”

a primeira-dama michelle obama iniciou uma campanha contra a obesidade infantil

coitos, salgadinhos, doces, refrigerantes, hambúrgueres e batata frita. E dois terços dos adultos estão acima do peso (excesso de gor-dura). Consequente-mente, uma em cada três crianças nos Esta-dos Unidos está obesa. As crianças acima do peso correm risco de desenvolver proble-mas de saúde graves e dispendiosos que antigamente estavam restritos a adultos de meia idade, como dia-betes tipo 2 e doenças cardíacas.

A lista de proble-mas é grande. Mas vale a pena mentalizar a imagem de um “bo-lão” deixando a sala de aula, sacudindo per-nas, braços e barriga, sob olhares de soslaio de meninas e com meio sorriso de canto de boca!

Esse é, de todos, o menor dos males!

(Matéria adaptada do The NewYork Times e traduzida por

André Luiz Araújo).

A primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, ini-ciou neste mês uma campanha contra a obesidade infantil. Ela destacou que os moti-vos para isso são bas-tante traiçoeiros.Os pais estão atarefados. O fast-food é barato e fácil (e as crianças adoram). A tecnologia pode ajudar (e ajuda) a manter as crianças sedentárias. Os canais infantis na TV trazem propaganda de bis-

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Domingo • 28 de março de 2010 •VALE ECONÔMICO • Página 5

Gasoduto 28 de AbrilNa segunda e na terceira edições deste suplemento abordamos a situação do “envelheci-

mento” urbano da avenida 28 de Abril, no Centro, e os prejuízos causados pela inexistência de um Plano Diretor para Ipatinga. Alguém leu a notícia e movimentou as chamadas “forças vivas”. O assunto acaba de aparecer na “grande imprensa” e será tema de discussão, pelo menos no

Gasmig tem contrato com cinco empresas da região

Cinco indústrias do Vale do Aço já assinaram contrato para a utilização do gás natural que será fornecido pela Gasmig a partir do segundo se-mestre de 2010, com a conclusão do lote 3 da obra, orçada em R$ 635 milhões. Cipalam, Lami-nação Paraíso, Vamtec, ArcelorMittal Inox Brasil e Cenibra.

Maior cliente regional até o momento, com um consumo diário de 200 mil metros cúbicos, a Ar-celorMittal estima uma redução de 30% com a substituição do GLP para o gás natural. Outra vantagem prevista pela siderúrgica é a redução das emissões do dióxido de carbono (CO2) em 37 mil toneladas anuais.

De acordo com o ge-rente de Novos Negócios da Gasmig, Décio Abreu, o gás natural é mais van-tajoso do ponto de vista econômico e ambiental. “Ele possui um melhor rendimento térmico, fa-cilita o controle do pro-cesso industrial, contri-bui para maior vida útil dos equipamentos, não

Nova alíquotade IPI paramóveis fica em5% a partir de abril

BRASÍLIA - O go-verno não vai retirar to-talmente os benefícios concedidos ao setor de móveis, que acabariam no próximo dia 31. A partir de abril, a nova alí-quota de Imposto sobre Produtos Industrializa-dos (IPI) para os móveis será de 5% para todos os produtos. Segundo in-formou o Ministério da Fazenda, antes da deso-neração a alíquota inci-dente sobre alguns itens, como móveis estofados, era de 10%.

A Fazenda informou também que a alíquota de IPI sobre painéis de madeira (inclusive de madeira maciça), aglo-merados de madeira e placas laminadas tam-bém será de 5%. Antes da desoneração, essa alí-quota de IPI sobre estes produtos era de 10%.

De acordo com co-municado do Ministério da Fazenda, o decreto com a especificação do IPI por código de pro-duto será publicado até o dia 31 deste mês. A Receita Federal está cal-culando o impacto da medida na arrecadação.

emite particulados, nem enxofre e reduz a emissão de CO2”, disse.

A questão da segurança tam-bém é ressaltada pela empresa, pois não é preciso estocar o produto – que chega através da tubulação -, reduzindo, inclusive, o prêmio dos seguros pagos pelas empresas. Dé-cio explica que o investimento va-ria conforme o porte da empresa, mas, em geral, o valor já se paga entre 5 e 10 meses.

Associada ao Sindimiva, a Ci-palam, localizada no bairro Igua-çu, também assinou o contrato. Conforme a Gasmig, a empresa vai consumir 310 mil metros cú-bicos mensais. A mesma quantida-de está prevista para a Laminação Paraíso, localizada em Santana do Paraíso, que pertence ao mesmo grupo.

Para as empresas do Pólo Me-talmecânico, o gás natural pode

ser utilizado em caldeiras, fornos de reaquecimento, de tratamento térmico e no corte de chapas. As indústrias associadas podem entrar em contato através dos telefones disponibilizados no site www.gas-mig.com.br.

Devido à legislação em vigor, ainda não é permitida a contra-tação conjunta do serviço. (Texto originalmente publicado na revis-ta “Negócios Indutriais”)

Microempresas devem entregar declaração do Simples até 31(Da Redação)-Termina

no dia 31/3 (quarta-feira) o prazo para as microempre-sas e empresas de pequeno porte optantes do Simples Nacional apresentarem a DASN – Declaração Anu-al do Simples Nacional – Exercício de 2010.

A obrigatoriedade é a declaração única e sim-plificada de informações socioeconômicas e fiscais (DASN) de 2009 e deve

ser entregue à Secretaria da Receita Federal através do portal do Simples Nacio-nal na página da Receita na internet (http://www.receita.fazenda.gov.br).

“Para que sejam evita-dos problemas relaciona-dos à tecnologia, como len-tidão na internet, erros na conexão e dificuldades no preenchimento da Decla-ração, o ideal é que os em-preendedores reservem um

tempo no final de semana e se dediquem à declara-ção. Caso haja dúvidas, há tempo de esclarecê-las com o próprio contador. A multa mínima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo é de R$ 200,00”, explica Glauco Pinheiro da Cruz, diretor do Grupo Candinho Assessoria Con-tábil e também presiden-te do Sesconapi Grande ABC.

Também em 31 de mar-ço deve ser apresentada pelo contribuinte optante pelo SIMEI – Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional a DASN SIMEI – Declaração Anual para o Microempreendedor In-dividual – Exercício 2010. O atraso na entrega da DASN SIMEI terá multa mínima de R$ 50.

a questão da segurança é ressaltada, pois não é preciso estocar o produ-

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VALE ECONÔMICO • Página 6 • Domingo • 28 de março de 2010

Economia Vergonha no TREO TRE-MG anunciou esta semana “novo julgamento” do processo que cassou o prefeito de

Timóteo por 6 x 0, por causa de um “erro material”: deixaram de julgar um dos recursos do pro-cesso. Suas excelências elegeram o município de Timóteo para explodir os nervos de seus 80 mil habitantes. Há quatro anos a egrégia Corte não sabe o que faz. Isso é uma vergonha!

Os poderosos Os americanos, por fora, são liberais, democratas; por dentro, são o povo mais nacionalista do mundo. Para eles só existe a “América”. O resto é resto. Uma bandeira nacional fincada em cada telhado e outra em cada bicicleta

O Brasil começa a figurar na lista da Revista Forbes como possui-dor de alguns dos homens mais ricos do mundo. Pena que não exis-te uma Forbes para catalogar os mais pobres...

Eike Batista, Antônio Hermírio de Moraes, José Cutrale (falecido), os Sa-fras dispõem de grandes for-tunas pessoais. O homem mais rico do mundo é o mexicano Carlos Slim, dono de redes de comunica-ção, cassinos e, possivelmente, de muitos negó-cios escusos. Eu não colocaria nessa lista Bill Gates, a dona do edifício Em-pire State Buil-ding, o diretor-proprietário da

Coca-Cola e outros magnatas norte-americanos. Destaca-se aí Mr.Harvard que doou

todo o dinhei-ro para o início das atividades da universidade que tem o seu nome. Harvard, a universidade, imperou como centro de exce-lência em estu-dos avançados até o surgimen-to do Caltec na Califórnia. Mesmo assim a tradicional Universidade de Boston, es-pecializada em estudos de ne-

gócios, está muito à frente da USP – a maior universidade brasileira. O seu orçamento anual é de 3% da receita do estado de São Paulo, tendo como base o ano de 2000. Na época equivalia a 18 bilhões de reais. Somente as doações de milionários americanos em forma de bolsa de estu-dos para Harvard ultrapassa a dotação oficial da USP.

Ricaços do Brasil só fazem doações à frente de potentes holofotes e não escondem que estão fazendo marketing esperando resultado a curto prazo.

Os americanos, por fora, são liberais, democratas; por dentro, são o povo mais na-cionalista do mundo. Para eles só existe a “América”. O

resto é resto. Uma bandeira nacional fincada em cada te-lhado e outra em cada bici-cleta.

Preste bem atenção na hora em que se executa o Hino Nacional Brasileiro num jogo de futebol de certa importância no Brasil. Quan-do a TV foca os jogadores perfilados, apenas dois ou três jogadores cantam partes do hino. A maioria mal ba-langa os beiços à frente de um playback.

Vamos trazer o assunto da riqueza para bem perto de nós. No Vale do Aço já existem “capitalistas”. Gente com mais de 50 milhões de patrimônio. Alguns traba-lharam duro e deram sorte. Outros só deram “sorte”. O

acúmulo de fortunas e sua origem não podem ser ques-tionadas, extrajudicialmente por falta de provas. Ficam as perguntas cretinas: “mas como foi possível”?!

Quando se lembra que Bill Gates e seu ex-sócio Ste-ve Job abandonaram a facul-dade e começaram a produzir software numa garagem dos fundos da sua casa, dificil-mente alguém poderia ima-ginar que Gates e sua mulher hoje gerenciam uma funda-ção beneficente com recursos de 10 bilhões de dólares, do-ados pelo próprio casal.

O negócio é repetir Kate Lyra, americana casada com o músico e compositor Car-los Lyra: brrasileirro serr muito bonzinho!...

Vamos trazer o assunto da riqueza para bem perto de nós. No Vale do Aço já existem “capitalistas”. Gente com mais de 50 milhões de patrimônio. Alguns trabalharam duro e deram sorte. Outros só deram “sorte”

Brasileiros como eike Batistaaparecem entre os detentores degrandes fortunas

o mexicanocarlos Slimé o homem

mais ricodo mundo

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Domingo • 28 de março de 2010 •VALE ECONÔMICO • Página 7

Vidas Mal Traçadas – Capítulo IV

Diretora aposentada de escola es-tadual, Dona Ione conhecia de per-to o modo como terminavam certas relações entre alunas e professores e vice-versa. Tinha alguma razão para questionar Maria Rita sobre “essas aulas de Matemática”. Minha aparência de desprezo por dogmas inspirava pouca confiança nas “au-toridades”. Cansado de apanhar, na-quele momento queria viver a vida ou pelo menos passar pó-de-arroz nas rugas de um tempo recente, marcado pela incerteza, pela pobre-za material. Não tivera norte até aí. Meu sol começou a dar as caras no momento da chegada à Pensão.

Se a vida me privara de um par de sapatos até os 15 anos, por outro lado, aos 25, o fascínio pelos livros, o encanto pelo Mistério da existên-cia alimentava a alma e aguçava a curiosidade pelo universo que me cercava. Enxergava no humor o ca-minho mais curto para alcançar al-guns momentos de felicidade.

Eu tentava ser um razoável pa-lhaço. Ria de mim mesmo, quando não existiam situações mais apro-priadas.

Foi com essa cara que fiz várias perguntas à Maria Rita, como pre-âmbulo para as aulas de Matemáti-ca.

- Quero estudar engenharia civil. Adoro ver obras em construção, pa-redes se levantando. Pontes fazendo comunicações.

Disse-lhe que sempre gostei de Matemática, mas detestava proble-mas específicos. Como “aprendiz” de filosofia, amava as generalizações, os por quês. Dei-lhe exemplos: em meu curso científico, antes de es-tudar Geometria Analítica, li René Descartes até entender-lhe a essên-cia do pensamento; Isaac Newton

já era meu velho conhecido quando o professor Mário de Oliveira falou na sala de aula sobre Noções Preli-minares do Cálculo.

Maria Rita levou à exaustão o método de estudo sugerido. Substi-tuímos a série repetitiva de “proble-mas “ nos livros didáticos e fomos buscar “soluções” na filologia da Matemática . Euler, Newton, Can-tor, Pitágoras, Arquimedes, etc. fo-ram revividos.

Sucesso garantido nos exames vestibulares, à época, questões dis-cursivas na maioria da prova.

Cresci na Pensão. Passei a ser vis-to pelos colegas com admiração. So-mente um deles, exatamente o que trouxera de minha cidade para o banco, com ou sem nenhuma razão aparente jogou água no meu chope literalmente. Filho de uma senhora da zona boêmia, Das Chagas, seu sobrenome, encarregou-se de fazer chegar à gerência do banco relatos de meus porres homéricos nos fins-de-semana.

Fui demitido. Maria Rita - com muito pesar e sinceros agradecimen-tos – afivelou as malas e foi estudar bem longe dali.

Outra vez o mundo me dava um chute na bunda. Sem emprego, sem perspectiva de ver Maria Rita e – fora da Pensão. Era o que pare-cia estar acontecendo, mas mulher é mulher. Ou ama ou odeia. Dona Ione percebeu logo minha inquieta-ção e comportamento de cachorro sem dono. Convidou-me a perma-necer na Pensão até que “ a cabeça esfriasse”.

- Vamos aguardar a primeira car-ta de Maria Rita. Ela se despediu de mim chorando. Torço para que as coisas voltem a seu lugar. Inclusi-ve...

Não me atrevi a questionar o “in-clusive”.

Claro, Léa já sabia de tudo.- Quebrou a cara, hein palhaço!- É nisso que dá confiar em mu-

lher.- E em homem também. O Das

Chagas não te vendeu?

Léa, apesar do realismo com que tratava a vida, tinha lá seus momen-tos de feminilidade. A gente estava sentado debaixo da mesma árvore. Perguntei:

- Vamos engatar um namoro? A gente tá jogado às traças mesmo.

Sem responder coisa alguma Léa foi logo tomando as providências cabíveis: lascou-me um baita bei-jo, no que aproveitei para colocar a mão nas suas coxas.

- Sua mão está grudada nas mi-nhas coxas!

- Não. Suas coxas é que estão de-baixo das minhas mãos.É uma ques-tão de relatividade...

Literatolice Cadê o dinheiro?Shoppings são excelentes centros de compra. Oferecem conforto, segurança, lazer. A des-

vantagem é que são verdadeiras serras-peladas. Levam o dinheiro das cidades médias onde se instalam. Os lucros apurados aqui, por exemplo, vão para Vitória, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro. Só as associações comerciais não veem isso. Ou se veem, fecham os olhos.

Maria Rita foi estudar fora. Fui demitido do banco e -

pior ainda – fiquei sem dinheiro para pagar a Pen-

Sem responder coisa alguma, Léa foi logo tomando as providências cabíveis: lascou-me um baita beijo, no que aproveitei para colocar as mãos nas suas coxas quentes.-Sua mão está grudada nas minhas coxas, advertiu sem muita convicção.-Não. Suas coxas é que estão debaixo das minhas mãos, respondi com inteira convicção!

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