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SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SANTOS, SL., et al., corp. aut. PICULO, F. et al. Morfologia da uretra. In: Guia ilustrado da morfologia do tecido uretral de ratas [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2014, pp. 31-40. ISBN 978-85-68334-51-5. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. 3 - Morfologia da uretra Fernanda Piculo Gabriela Marini Débora Cristina Damasceno Yuri Karen Sinzato Angélica Mércia Pascon Barbosa Selma Maria Michelin Matheus Marilza Vieira Cunha Rudge Sérgio Luis Felisbino Jaqueline Rinaldi Flávia Karina Delella Sérgio Alexandre Alcântara do Santos Talísia Moreto Gelson Rodrigues (collab.)

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SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SANTOS, SL., et al., corp. aut. PICULO, F. et al. Morfologia da uretra. In: Guia ilustrado da morfologia do tecido uretral de ratas [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2014, pp. 31-40. ISBN 978-85-68334-51-5. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.

All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license.

Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0.

Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0.

3 - Morfologia da uretra

Fernanda Piculo Gabriela Marini

Débora Cristina Damasceno Yuri Karen Sinzato

Angélica Mércia Pascon Barbosa Selma Maria Michelin Matheus

Marilza Vieira Cunha Rudge

Sérgio Luis Felisbino Jaqueline Rinaldi

Flávia Karina Delella Sérgio Alexandre Alcântara do Santos

Talísia Moreto Gelson Rodrigues

(collab.)

3 MORFOLOGIA DA URETRA

Anatomia da uretra de ratas

A uretra feminina localiza-se imediatamente ventral à

vagina e abre-se independentemente dela. Possui aproxi-

madamente 10 mm de comprimento (Figura 13). O óstio

uretral externo localiza-se dorsalmente ao clitóris em uma

protusão na forma de cone sob a pele, que também recebe

as aberturas das glândulas clitoriais.

Figura 13 – Representação do comprimento da uretra de rata (cm)

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32 FERNANDA PICULO E OUTROS

Com a rata em decúbito dorsal, por meio de incisão

em “Y” invertido, iniciada no primeiro terço caudal da

linha mediana do abdome e na altura da sínfise púbica,

bifurcando-se para a face interna das coxas, é possível ob-

servar as estruturas que compõe o trato genito-urinário. A

uretra atravessa quase adjacentemente a sínfise púbica e é

separada por uma pequena quantidade de tecido adiposo.

A seguir, a pele dos animais é rebatida para expor a porção

caudal da parede ventro-anterior do abdome, da região

inguinal, das faces internas e posteriores das coxas e da ge-

nitália externa para remoção do tecido conjuntivo fibroa-

diposo da região ventral abdominal, inguinal e perigenital

até a face posterior das coxas. É feita a dissecação fina da

uretra (ventral) e da vagina (dorsal) em conjunto com a

remoção do tecido conjuntivo e exposição da túnica mus-

cular superficial desses órgãos e remoção do óstio vaginal.

A uretra e a vagina são retiradas em monobloco por meio

de secção na porção mais cranial possível junto à sínfise

púbica (Figura 14).

Figura 14 – Anatomia da pelve feminina de rata

(A) e (B) retirada do conjunto uretra-vagina; (C) visão interna: bexiga (1), vagina

(2), cornos uterinos (3), sínfise púbica (4) e uretra (✩)

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GUIA ILUSTRADO DA MORFOLOGIA DO TECIDO URETRAL DE RATAS 33

Estrutura da uretra

Por meio de cortes transversais corados com Hemato-

xilina-eosina (HE), é possível observar a morfologia geral

da uretra normal (Figura 15).

A uretra apresenta luz irregular parcialmente cola-

bada, constituída por várias pregas de mucosa formada

por epitélio estratificado pavimentoso e lâmina própria/

submucosa de tecido conjuntivo frouxo. Duas camadas

de músculo liso envolvem as túnicas mucosa e submucosa,

sendo uma com orientação longitudinal (interna), e outra,

circular (externa). Em vários pontos, um entrelaçamento

dessas camadas é observado. Mais externamente, uma

camada de fibras musculares estriadas, orientada circular-

mente, circunscreve a uretra ao longo de toda sua exten-

são. Essa camada denomina-se músculo uretral externo.

Entre as camadas de músculo liso e estriado está presente

um plexo vascular.

Figura 15 – Micrografia do corte transversal da uretra de ratas corada

em HE

(A) aumento de 4x; (B) aumento de 10x; (C) aumento de 20x; (D) aumento de 40x

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34 FERNANDA PICULO E OUTROS

A coloração de Tricômico de Masson mostra simulta-

neamente as fibras musculares lisas e estriadas (em ver-

melho) e fibras de colágeno (em azul) uretral (Figura 16).

Figura 16 – Micrografia do corte transversal da uretra de ratas corada

com Tricômico de Masson

(A) aumento de 4x; (B) aumento de 10x; (C) aumento de 20x; (D) aumento de 40x

Por meio da coloração de Picrosirirus Red (Figura

17), obtém-se a confirmação da quantidade de colágeno

presente entre as fibras musculares da uretra, sejam elas

lisas sejam estriadas. Essa coloração, juntamente com a

Reticulina de Gomori (Figura 18), confirma a presença

de colágeno e torna possível identificá-lo em fibras de

colágeno tipo I e III.

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GUIA ILUSTRADO DA MORFOLOGIA DO TECIDO URETRAL DE RATAS 35

Figura 17 – Micrografia do corte transversal da uretra de ratas corada

com Picrosirius Red

(A) aumento de 4x; (B) aumento de 10x; (C) aumento de 20x; (D) aumento de

40x

Figura 18. Micrografia do corte transversal da uretra de ratas corada

com Reticulina de Gomori

(A) aumento de 4x; (B) aumento de 10x; (C) aumento de 20x; (D) aumento de

40x

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36 FERNANDA PICULO E OUTROS

A análise dos açúcares neutros presentes nas glico-

proteínas das membranas basais das fibras musculares

da uretra pode ser feita através da coloração de PAS, que

ainda permite destacar o endomísio das fibras musculares

(Figura 19).

Figura 19 – Micrografia do corte transversal da uretra de ratas corada

com PAS

(A) aumento de 4x; (B) aumento de 10x; (C) aumento de 20x; (D) aumento de

40x

A coloração de azul de toluidina evidencia a presen-

ça de glicosaminoglicanos sulfatados e carboxilados e,

no caso da figura abaixo, evidenciou discreta quantidade

desses polissacarídeos na membrana basal das fibras mus-

culares uretrais (Figura 20).

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GUIA ILUSTRADO DA MORFOLOGIA DO TECIDO URETRAL DE RATAS 37

Figura 20 – Micrografia do corte transversal da uretra de ratas corada

com Azul de Toluidina

(A) aumento de 4x; (B) aumento de 10x; (C) aumento de 20x; (D) aumento de

40x

Ultraestrutura da uretra

A análise ultraestrutural do músculo estriado uretral

por meio da microscopia eletrônica de transmissão revela

miofibrilas bem organizadas formando sarcômeros ín-

tegros com características morfológicas relacionadas aos

diferentes tipos musculares. Mitocôndrias intermiofibri-

lares e raras gotículas de lipídeos são observadas. Não é

detectado aumento do conjuntivo intersticial e há pouco

colágeno entre as miofibrilas. São observados grânulos de

glicogênio dispersos, subsarcolemais e intermiofibrilares

(Figura 21).

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38 FERNANDA PICULO E OUTROS

Figura 21 – Micrografia eletrônica do músculo estriado uretral de

ratas

Imunoistoquímica: anticorpos para miosina rápida e lenta

As reações de imunoistoquímica revelam que as mio-

fibrilas do músculo estriado expressam predominante-

mente as cadeias de miosina pesada rápida. As camadas

de fibras rápidas estão presentes em uma camada externa

espessa, em toda a circunferência. As fibras lentas apre-

sentam-se em uma camada interna delgada, com fibras

individuais pequenas e finas (Figura 22).

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GUIA ILUSTRADO DA MORFOLOGIA DO TECIDO URETRAL DE RATAS 39

Figura 22 – Micrografias do corte transversal da uretra de ratas após

imunoistoquímica para fibras rápidas (A e C) e lentas (B e D)

(A) e (B) aumento de 4x; (C) e (D) aumento de 40x

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conteúdo deste guia ilustrado não apenas pode faci-

litar o entendimento das estruturas que compõem a uretra,

como também pode servir de modelo para a reprodutibi-

lidade das técnicas e análises com finalidade científica.

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