a constru~ao de llmites na educa~ao...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KARINA DE AZEVEDO A CONSTRU~AO DE LlMITES NA EDUCA~AO INFANTIL Curitiba 2005

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

KARINA DE AZEVEDO

A CONSTRU~AO DE LlMITES NA EDUCA~AO INFANTIL

Curitiba2005

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)~ Universidade Tuiuti do Parana

FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVA<;AO

NOME DO ALUNO: KARINA DE AZEVEDO

TITULO: "A ConstrUl;ao de Limites nil EduCilr;ao Infilntil"

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTEN<;AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE

PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CltNClAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA,

MEMBROS DA COMISSAO AVALIADORA:

__~-1-r~ORIEN~~ORA

~Prof', Dr', VILMA FERNANDES NEVES

MEMBRO DA BAN A

CURITIBA - PARANA

2005

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KARINA DE AZEVEDO

A CONSTRUC,;:Ao DE LlMITES NA EDUCA~Ao INFANTIL

Monc::v" __1JI apr8loelltad:l ao CuflO de f"redIgogia da

F~diCiliflci.I-iurn3n3s.Letr8:leArter;d3UniYenidlde Tuiuti do Pat.".... oomo requisdo p;wcial per1lootenc;60dograJdo~.

0riIIIntma": PTct. Dr. Joe Garcia.

Curitiba

2005

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Os limites, quando necessarios.

devem incidir sabre as a~Oes

noo sobre os sentimentos.

Yves De La Taille (2002, p. GO)

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AGRADECIMENTOS

Agrade90 em primeiro lugar a Deus pela minha vida, e por iluminar sempre

as meus passos e caminho percorridos e par me aben~oar em tude.

Sou grata ao meu orientador Professor Dr. Joe Garcia, sem 0 qual nao teria

realizado este estudo. Agrade90 por ele ter dedicado seu tempo e aten9iio comigo

e trocando sua experiencia no assunto, para a realizayao deste trabalho.

A minha 8terna gratid~o a voces, pai e m~e, que acompanham desde os

meus primeiros passos a minha caminhada e S8 esforc;:aram para me manter na

faculdade. Apoiando~me em todos as momentos.

Agradec;o a voce Romulo, que foi urn companheiro e entendeu a minha

preocupa9aO e a falta de tempo, tambem compartilhando desse momento

importante de minha vida.

As minhas calegas de faculdade que, durante asses 4 anos, trocamos

experiencias, choramos, nos divertimos muito. E assim criamos urn grande vinculo

de amizade em especial a Adriana, Sheila e Marinalva.

Agrade9Q ainda, a todos os professores que me ajudaram diretamente e

indiretamente na minha formaC;;ao academica.

E enfim, agrade90 a eseola CECI por abrir 0 espa90 para a realiza9ao do

meu trabalho. E por acreditar e confiar no profissional que estou me tornando.

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SUMARIO

1 INTRODUCAO ...

2 LlMITES NA EDUCACAo INFANTIL ..

2.1 0 CONCEITO DE LIMITE. ....

2.2 0 LIMITE NA EDUCAC;;AO INFANTIL...

2.3 A COSTRUC;;AO DE L1MITES ...

3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DE CAMPO ..

3.1 ASPECTOS GERAIS ...

3.2 TRABALHO DE CAMPO ...

. 6

..9

. 9

. 13

. 16

22

...... 22

. 23

3.3 OS DADOS OBTIDOS... . .24

. 304 CONSIDERACOES FINAIS .....

REFERENCIAS ..

APENDICE ..

. 35

. 37

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RESUMO

o estudo tern como objetivo analisar como urn grupo de professores

trabalha a construl'ao de limites na sala de aula, com seus alunos na

Educat;ao Infanti!. Inicialmente, apresentamos urna revisao literatura sobre 0

tema, cnde levantamos alguns pontcs essenciais para esle estudo. Fai

realizada urna leitura sobre 0 conceito de limite na visao de varios autores.

Em seguida, abordamos a ideia de limite na Educa.;:ao Infantil, e analisamos

como as professores tratam a questao de limite dentro da sala de aula.

Para 0 desenvolvirnento deste estudo, recorremos a urna abordagem

qualitativa, as dados das entrevisias fcram obtidos, com professores da

Educal'ao Infantil, de uma escola particular da cidade de Curitiba, no bairro

Agua Verde.

Entre os resultados obtidos, pudemos conslatar a possibilidade de S8

construir Iimites na EducaC;ao Infantil, com a participa980 de professores e

alunos atraves de regras e combinados. Constatamos a importancia dessa

constru98o ser feita em grupo, com discuSS80 e clareza, para que tad os os

envolvidos entendam 0 que esta sendo proposto.

Palavra-chaves: Educal'ao, Educal'ao Infantil, Limites.

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1 INTRODUCAO

Esta monografia trata de analisar como urn grupo de professores de

Educayao [nfantil trabalham a construc;ao de Iimites em sala de aula, com seus

alunos.

o nossa interesse em estudar a constru~o de limites partiu da necessidade

da pr6pria pn'itica profissional, na qual pudemos vivenciar diversas situayOes na

relat;ao professor e aluno, e aluno e aruno, com conflitos gerados pela falta de

limites dos alunos de Educayao Infanili. Os professores buscarn as respostas para

essas situa4fOes, pois e comum se depararem com esse problema na sal a de aula

com alunos da EducaC;ao [n(anlil. Mas lemas observado que eles passam a se

preocupar, sobretudo quando a falta de limites ja decorreu, e quando comeyam a

tomar as provid~ncias necessarias. Os professores necessitam antecipar-se para

trabalhar a construyllo de limites, a tim de evilar depois os problemas a com sua

falta,

A construyao de limites sempre co~a antes do problema ser reah;;;ado, por

isso os professores devem corneyar no inicio do ana, e na.o depois que aconteceu,

pois dificulta e atrasa mais 0 trabalho em sala de aula.

Como professora de Educayao Infantil ha sete anos, percebi que a educa~ao

de hoje esta muito diferente. Temas visto que os professores procuram alguns

artificios para contribuir para urn melhor andamento de sua pratica profissional, com

a construyao de regras e combinados com seus alunos.

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Conseguem assim, manter ordem e disciplina em sala de aula, ande os

alunos se respeitam uns aos outros. Como participaram do trabalho da constrw;:ao

de limite, sabem 0 que podern e nao podern fazer denlro do ambiente escolar.

Assim, tarnam-s9 menos freqOentes brig as 9 conflitos, 9 aos poucos os alunos vao

interiorizando as regras e combinados, e isso acaba fazendo parte de sua conduta

escolar.

Este trabalho teve por objetivo investigar como urn grupo de professores

trabalham a eonstrug80 de limites com seus alunos da Educagao Infantil.

Recorremos ao trabalho com enlrevistas, atraves das quais pudemos obler dados

sobre suas concepgOes e suas praticas sobre Iimites.

Para inidar a pesquisa, foi necessario realizar uma revisao de literatura sobre

o objeto de interesse. Em seguida fizerros a escolha do local a ser investigado para

entao, inieiarrros a coleta de dad os.

o local investigado foi a pr6pria escola onde leeiona, uma instituit;ao

particular da cidade de Curitiba, localizada no bairro Agua Verde. Essa escolha foi

importante para este tipo de pesquisa, pOis possibilitou que a pesquisadora

mantivesse contato direto com a realidade da escola que ja conhecia. A coleta de

dados foi realizada em duas semanas, atraves das entrevistas.

No capitulo do refereneial te6rico, apresentarros os autores estudados que

deram embasamento para este trabalho de campo. No capitulo seguinte

apresentamos uma renexao em Ires mementos sobre limites na Educayao Infantil.

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No primeiro momenta abordamos 0 conceito de limite na visao dos autores

utilizados. Num segundo momento, analisarms corm os limites podem ser

trabalhados, teoricamente, na Educay.ao Infanti/' Verificamos que a (xmstruyao de

linites pode oeaner atraves de urn trabalho coletivo, em sala, acerca dos

combinadas e suas regras. Essa constru~o possibilita que juntos os alunos

decidam 0 que pode e nao pode ser feito. Finalizando 0 capitulo refletimos sobre

oulras questOSs, como os professores trabalham a constru~o de limite na

Educa~o Infanti/' Isso pode ocorrer na hora que os alunos estao em grupo, e os

professores podem conversar sobre alguns habitos e atitudes, que ultrapassam os

limites e acabam atrapalhando a boa convi~ncia em grupo. E importante utilizar

esses rrx:>mentospara mostrar aos alunos a importancia dos Iimites.

No terceiro capitulo tratamos do trabalho de campo. Ali apresentamos os

dados obtidos atraves das entrevistas qualitativas, e delinearnos uma analise sobre

a construc;ao de limiles na Educa~o Infanti/'

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2 LlMITES NA EDUCA~AO INFANTIL

Este capitulo tern COm::l objetivo analisar 0 conceito de limite, como essa

no9Ao esta presente na Educa~o Infant;I, e como as professores trabalham sua

construyao neste nivel de ensino. Apresentarnos uma revisa.o da literatura sabre

esse tema, procurando levantar algumas questOes vivenciadas sobre limites.

Inicialmente refletimos sabre a conceito de Hrnites na visao de varies autores.

Em seguida foi discutido como essa notyao esla presente na EduC8980 Infantil, e

depois analisamos como as professores podem trabalhar a construyao de limite

dentro da sala de aula.

21. 0 CONCEITO DE LlMITES

A construc;;a.o de lirnites na EduGar;ao Infantil e muito importante. Isso esta

relacionado ao respeito entre as alunos, e com si mesl11Os.0s limites ajudam a

perceber que certas atitudes prejudicam outras pessoas, e que aprendam a

conviver em 9rupo. A Educayao Infanti] e a primeira etapa des alunos na escola, na

qual cOrlleY3m a explorar suas caracterfsticas dfferentes e aprendem a ]idar com as

diferen9Cls e, tambem come98:m a ter autonomia em suas ayOes. Devido a fase em

que estao passando, do egocentrisrro, os all/nos sentem mais dificuldades de

assumir a perspectiva dos outros e tambem de respeitar 0 que pensam. as

professores neste momento podem auxiliar seus alunos em suas condutas do dia-a-

dia.

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Por isso as limites sa.o importantes, eles ajudam a refletir sobre 0 que

acontece e assim as alunos percebem 0 que podem e nao podem fazer, e em quais

momentos, e quais conseq~ncias das suas ay6es.

Na visao de La Taille (2002), Vasconcellos (2000), e Rego (1996) 0 conceito

de limite envolve algumas quest6es.

Em uma de suas obras, De La Taille (2000) sugerem que as limites possuem

trtts dirnensOes: limite como algo a ser transposto, limite como algo a ser respeitado

e limite como algo a ser preservado no acesso dos Qutros a nossa intimidade.

A n09ao de limite a ser transposto se refere a necessidade dos alunos em

alguns contextes, superarem a si mesrrx>S e as condic;:Oes que 0 acercam.

Nas patavras De La Taille (2002, p. 15):

Desenvolver - Ie e luperar limites, tranpb-Ios. Permaneoer infantil e,justamente, sucumbir, seja a distanaa, S4!ja a diflCuldade d3. traveaia, Siejaainda am misteri<» inquietantes que eocondem. Em poucas palavra!l,educar uma criam;a, longe de ser apenas impor-lhe limites, e, antes demais nada, ajuda-Ia COJniliva e emocionalmenle a transp6-los.. ir alemdeJes pols, "a aianca rwa deseja nada alem do que 5ef mai. criartc;.3"

o outro conceito de limite, apresentado p~r De La Taille, refere-se algo a ser

respeitado. Nesta concepyao entra a constru~o de regras, do que podemos ou nao

fazer. Essa not;ao sugere mestrar aos alunos que respeitar antes de qualquer coisa

e aprender a conviver em grupo. Para isso deve desenvolver uma capacidade de

percept;ao de respeitar 0 proibido.

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II

A vida e cheia de limites, regras e nornlaS desde cedo. As-sim, 0 aluno

precisa aprende a conviver com isto, pois vive em sociedade nas quais seguimos

regras e leis para uma melhor conviv~ncia.

E a terreira dimensao dos limites, para De La Taille, S8 refere a algo a ser

respeitado. Os alunos precisam aprender que tais limites sao urn direito e que

devern sar construidos em sala de aula, coletivamente para que S8 aprendam a

respeitar a intimidade uns dos Quiros e para que desenvolvem 0 respeito par 51

proprios.

A crian~ necessita tar seus pr6prios segredos. De La Taille escreve que·o

segredo significa capacidade de a crianc;a impor limites a intrusaa de Qutram na

esfera de sua intimidade" (2002, p. 133).

Afinal 05 limites sao necessarios, sua aus~ncia prejudica nao 56 a pr6pria

passoa, mas a todos que a rodeiam. Nessa sentido 0 professor embora n~o dave

exigir que as alunos gostem uns dos outros precisa trabalhar para que exista

respeito entre eles. Atraves desse trabalho a professor pode desenvolver entre os

alunos a respeito mUtua, uma pratica moral importante e que sustente a construyAo

de limites como uma ayao coletiva.

o conceito de limite e uma refer~ncja necessaria para a conviv~ncia do grupa

em sala de aula, para que os alunos respeitem e compreendam uns aos outros. Par

isso a imporMncia do estabelecimento e 0 cumprimento de limites como algo nao

impasto, mas sim discutido e construido com os alunos.

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Essa vis:to encontramos em Vasconcellos (2000, p. 81):

(..) a coostnK;:Ao do relacionamento humano ~ fundamental para 0pro::::es.so educativo O~ pr6prios alunos percebem que uma classe unida.oode h:8 caor humano, re5peito, aceilacao, e motivo de -dar goslo de virpart! a escoIit", ajudando, inclusive, cada um a !idar com seus "defe;los",com 5eUS limites. Nao rx>dem~ perder de vista que a coostru;:ao doconhecimento em sala de aula neceMoila da conslruc;Ao cia pessoa e esladepende eta oonstrucao do coIetivo, base de tooa construyao

Considerando que na sal a de aula as limites sao necessarios para uma

melhor organiza~o e entendimento entre as membros que ali convivem

diariamente, e necessario que as crianyas participem da constru9aO de uma

disciplina consciente e interativa (VASCONCELLOS, 2000).

Com Rega (1996) aprendemos sobre a importancia das regras e seus Iimites,

para a vida social, na conviv~ncia entre as diferentes.

Rage (1996) e De La Taille (2002) se aproximam em algumas afirmac;Oes

quando oomparam 0 limite no sentido negativo e positiv~. 0 limite em urn sentido

negativo se refere ao que naD pode ser ultrapassado. No sentido positiv~, 0 limite

situa a consci~ncia em algum espayo social, tal qual a escola.

Concluimos destacando a conceito de limite como uma refert!ncia necessaria

a ser trabalhada no contexto social da eseela, que possa servir para siluar os

alunos na relayao uns aos outros e a 5i mesma. Os limites ,entao, podem ser algo a

ser construido em grupe.

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2.20 LIMITE NA EDUCA<;Ao INFANTIL

Na edLJca~o Infantil 0 limite e5M presente atraves de regras e combinados

que sao construidos na sala de aula. Os limites tambem sa referem aD modo qlJe os

professores respeitam as alunos. Alunos e professores s~o atares muito

importantes e estao intimamente ligados. Quando a professor nao tern LIma atitude

correta. a aluno, podera agir assim tambem. Tudo deve ser bern discutido e nada

impasto, porque 0 Knao" para muitos alunos e uma forma de fazer ao contra rio 56

para abter a aten~o.

A construr;:ao de limites, afinal pode ajudar estabelecer um horizonte

dernocratica nas escolas. Conforme Garcia (2(04):

(.. ) a foc:o na qLJeStio dos limites reflete uma da3 preocupaQOes maiaQefltrais prsent.es no tlOtidi3/1Odon es.cdas til:: educa~ ~oa. (.·1Apesar del .ua tegitimidade CQ'Ijuntural, a noc:.o de limitM, bern como suapriMica nas eMXI[a., pareGe refletir mais uma nec.es-';dade de pr~rvar um~ado de ordem que hi!toricamente tern Ie 3101tOCiaoo a ~ deautoridade dos profesK)ff!$. que poMibilital" in't..1{~ de novos horizon!"de rexionamento ~l6giooa demOOlali(X)3;, nas escaIas-

sao diversos fatores qll8 contribuem para a falta de limites na Educa~ao

Infantil. Um dos mais provclveis e a falta de rotina em casa que acaba se refletindo

na escola. Antes de vir a esoola, 0 aluno noo tinha hora para nada agora ele tem um

tempo certo e estipulado para fazer deterrninadas atividades, e isto resulta em

atitudes que VaG para escola.

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Quando a falta de limite acaba em briga entre alunos, a professor tern que

estar preparado para ser 0 mediador da conversa entre os dois para saber 0 porqu~

aconteceu e, como aconteceu, para que tudo possa ser esclarecido e para aquele

corrportamento nao se repetir. Muitas vezes 0 aluno acaba fazendo as ooisas sem

pensar, par isso precisa da media~o do professor para perceber as rela96es entre

a,ao (causa) e rea,ao (efeito).

o professor nao dave pedir apenas para os alunos se desculparem, para

nao automatizar 0 bater e pedir desculpa. Devern pedir uma conversa entre as

pessoas envolvidas e par tim pedir que se desculpem depois de urna reflexao do

acontecido, entao tefa multo mais significado.

Os alunos t!m que aprender a escutar seus amigos e a respeitar a mane ira

de pensar porque cada urn tern uma forma de pensar e interpretar as coisas. Esse e

urn modo dos alunos aprenderem a viver com as diferengas.

Para DeVries e Zan, quando uma crianga viola os direitos (1998, p. 105):

( .. ) eo importante tamar poarvel uma oompensa;;ao. Se a criarw;:a asr"f!MQf3pede fazer alga para que a outre se sinta melhot. entAo estara mer")(»prq:Jefl5a a levar consigo senlimentos de culpa ou renentiment~ A5conpensa:;:6es preparam a terrene de lima relacaa amigbvel depti5 que aconflila teonina e lam~ ~udam a perpetrodor a manter uma imagempositiva _ aos oIhos de si mesmose de ootros.

Para DeVries e Zan, para trabalhar 0 senso de compensayao ( 1998, p. 107):

(.. ) jamais pedimos que as criancas desculpem-se. Esta visao e umareayAo a preva~f"lCia desta insist~.:a nas casas e escoIas, 0 que leva ascrianyas a simplesmente dizerem as palavras que fazem os adultos~Iarguemdo 5eU ~~. Per;lidos forc;ados de delculpa sAo geralmenteilUinoeros e opcram contra 0 descentramentoe a desenvotvimenta deempatia

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Numa educagao construtivista se destaca 0 papel do sensa de cooperayao

para a construc;ao de limite. Mas, ua cooperat;aa exige a coordena~o de pontcs de

vista, urn ajuste progressivo na compreensao do Qutro, na aceitayao de iniciativas

ou no intert:ambio de propostas OU contrapropostas" (DEVtRES E ZAN, 1998).

Quando as alunos sao proibidos de tude, a falta de limite fica em evid~ncia.

Ah~m disso, essa condi~o pode desafiar as alunos a rol1l>er com as proibi90es

para ver 0 que vai acontece.

Uma ayao educativa e necessaria e COnfOf!'Te, De La Taille, (2002, p. 145):

(.. )!Ie IUl uma "crise', ela tanto pede ser interpretada como "falta de limite"quanta como "excesso ~. N.a verdade, sao fenOmeflQ6complementares. FreqOentemente, e 3 mesma pe1i$OB que nao atingiu amaturidade. que desconhece critenCG e exoel~ncia e que infringe limiles.prejudicando a si prOprio e act oulros. E, n80 raras vezes, tambem IImesma pesSCla que nao sabe resguardar sua intimidade e respeilar a dolQuiros.

Quando em familia as crianyas experimentam rotinas, relativas ao tempo de

brincar, assistir televisi:'lo, e fazer os deveres de casa, par exemplo, teriamos outro

quadro de limite nas escolas.

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2. 3 A CONSTRU~AO DE LlMITES

Na Educayao lnfanti! as professores devem trabalhar 0 conceito de limite

com lodos em sala, nao somente com aqueles que necessitam diretamente e

indiretamente de limites, para uma melhor convi~ncia em grupo. Na escola as

retinas a que seguem, como atividades prograrnadas com horarios certos, e todos

devem atender a elas. Para os professores essa e a maior dificuldade dos alunos,

pais, acreditam que a maioria deles naD tern urna ratina em casa pel os pais.

Quando os professores abrem espavo para as alunos pensarem quais as

regras que devemos construir para que 0 nossa ambiente seja melhor, 0 aluno

dara mais valor a elas, porque par1icipou de todo processo de sua criayao. Os

limites terae muito mais sentido, pois resultam de uma refiexilo feita pelos alunos

sabre causas e efeitos. 0 professor deve abrir 0 espayo para os alunos tambem

pensarem 0 que e certo e errado. Quando os alunos participam dessa constru99-o

os resultados sao mais positivos.

Os 1imites que vao ser construidos na sala au em casa terAo que ser

cumpridos por tados, ate mesmo pel os pr6prios professores au pais e tambem para

aqueles que ja as seguem. Porque os 1imites nilo sao individuals, mas sao para 0

grupo todo e terao de sar seguidos por todos.

·0 professor deve proporclonar a estabelecimento em conjunto das regras de

trabalho em sal a de aula, atraves do levantamento das necessidades des alunos (e

da escola), da avalialOlio das regras existentes' (VASCONCELLOS, 2000).

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Estabelecer e cumprir limites para Vasconcellos (2000, p. 102), torna-se

necessaria parque,

pel'~bem()lj, hoje duas realidacle5 oontradit6ri.n nas fClmliias. ausencia deregras, ou a impoli~ autorit:.ria de normal, Muitas vezes, pol" medointerno de nM serem aceilos, 00 pais acabam oAo ~abelecendo e I ounOO fazer cumprir as limites, levando a Uffill relaQ&o muHo permi~v8Oulra vez, sentindo nece$$idade de faxer alguma coisa, acabam impondolimiles, sem explicar a rauto. A super~ desta situa~ pode Ie dar pelodi.logo, oom afeto e seguranr;.a, chegando a limit.es razoeveis. Assimsendo, tffil.-4e condiQ5es de rm ceder di;;;nte da inlist~ia infantilfmanha,,) ou da chanlagem emocionaf.

Alguns professores percebem que as regras ajudam a oonstruir limites na

sala de aula. E nesse momenta que os professores e alunos estabelecem

algumas rnaneiras boas de conviver em grupo, respeitando-se uns aos Qutros.

Nas escolas conslrutivistas1 para DeVires e Zan, a construc;ao de limites e

comum, pois, eles t~m loda um rotina antes de chegar as lomadas de dedsOes.

Utilizam muito a ~hora da roda" para esclarecer os conflitos e resolver problemas, e

quando v~o para a construyao de limites ja estao bem preparados para considerar

suas pr6prias necessidades. Resulta em uma construyao de limites bern mais

apropriada, onde as regras sao conslruidas com a partidpayao de todos.

A seguir discutimos 0 modo como os limites sao construidos numa educac;:~o

construtivista. Para isso recorrerros a urn texto de DeVires e Zan (1998). Muitos s~o

os trabalhos feitos com combinados e as regras, nas quais trabalham com a

1 Conoepyao le6rica que parte do princIpia de que a des.envarvimento da inteliglmcia e determinadoperas ayOes mUtual entr~ a indivJdua e 0 mekl. A ideja e que 0 homem nOOmnoe intehgente, mastambem nao e passivo lOb a innu!ncia do melo. Ao oonlrluio, responde aos estimulos ex\emosagindo sabre e(es para conslruir e organizar ° seu pr6prio conhecimento. de forma c.ada vez maise(abofada.

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"

constru~o de limites. E hoje, sao reflexos nas escolas construtivistas, pois todos

param para pensar e refletir atitudes e habitos que acontecem em sala, e partem

para a construyao de limites juntos.

As regras sociais e morais segundo, DeVries e Zan, (1998, p. 193):

( .. ) con$lruieial pefas crianc;.as esl:'K> enfaUzadas para em was pr6priasexper~ncjas pM)OO:is no dia-a-diB E$$3'$ experj~nci<n pe~is comccmpanheirc. e adulto'l levam - nas a oonatruir relat;:Oes de causas eefeilos entre suas ayOese r~s dos oulros.

E preciso, entretanto tr·abalhar 0 sensa de engajamento como sugeremDeVries e Zan (1998, p. 156):

as criancas nas salas de aula con-strutiviatas t~m uma sensayao depropriedade, neceuidade e respon53bilidade em rel~ as regras dilcla~, que e resultado de fazerem auas pr6prias regras. 0~abelecimenlo de regras e as lomadas de decis6es do ali ..••idacJe1; nasquais as C1ianyas tffil ~e pcx:Ier, os professores reduzem a heteronomia.o papel do prof~ ~ selecionar lemas para discouao cias criancasorientar a e5tabelecimenlo de A:!Qfas e a tomada de deci!iOes, registrar eexpor as ~ras e coIoca-Ias em pratica rom auxilio das ccianc;a'

Algumas situac;:oes que ocorrem na sala de aula os professores pooem

utilizar dessas conversas na sala e os debates, e com isto vao trabalhando

situac;:oes do dia·a-dia, e avaliando uma maior compreensao dos alunos sobre

estes aspectos.

Mas ha outras coisas tambem a considerar, as crian~s para Devries e Zan(1998, p. 151):

podem ser envolllidas em muitas outras c\ecis6es altorn cia eJaborayao deregras, como pol' exemplo, deciBOes 50bre alillidades, proc:edimenl05 sem

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..ala 00 aula e pr0t4em8. especiais_ Em gercd, as diretrizes para", tomadaoe decio!6es Ilk> mllilo similares <lqltE'las pwlra 0 est.,1belecfmento de repras.

o professor em certas ocasiOes t.atnbem pode deixar que seus alunos

decidam e que elejam algumas atividades a serem realizadas escutando os seus

pontos de vista.

Afinal, tallado sugere para DeVries e Zan, que e rrelhor (1998, p, 140):

(.. ) iniciar um~ discus.s:k> ~bre 0 e!\tabelecimento de I'e.9rcts obaervandoo problemil que fei pefCEb1do em sal21, e .soIicitar urn3 soItx;OO doncriancas. Isto foealiza a di5CU'5lBAo,e ~icita a participaoao dos alunQ5. E$Cfllpre bam oonvers;ar 001'11os alunos e reflt'tir .'5C:lbr~ a importl1ncia deqUO!Indoem gatpo temas de o.nnp!ir algumas regras p.'W'iaque ali ooorra 0tipo de oonviv~nci.a deoe1ad~.

A crian~, na Educa~o Infantil experimenta uma fase do egocentrisroo onde

tudo gira em torno dela masma. Embora esteja cornec;;ando a pensar nos outros,

muitas vezes nao percebem como podem afetar os outros, com um determinado

comportarrento.

Para DeVries e Zan. professores da EdLlca~O Infantil precisam estar atentos

a suas atitudes, pois (1998, p, 113):

(.. ) tugere-n que 0 almOOera l6cio moral coostrutivisl8 e unl contextomeH10f p.."l'f~ a Pf'ClI1'fOr'lo do entendimenlo interpesaool do que atrnoo.ferasa\.rt.oritafias. A atiflJde gem! do profe.eor OOOSilrutivi6ta para com osool1flit05 c.a. Cfja~, <Seve ser a tie permaneoer calmo e controlar su.n~, recx>nheo!!lndo que osoonflitos pertencem c\1;;C/ia!"lCM envolvid9!l,aCfeditando non capacKJQdt.>s deuM para soIllI;6es de seUI prOpriosoonftilos.

Os professores construtivistas deixam os alunos agirem sozinhos para

resolver sells problemas, sem a intetvenyao, e quando 0 aluno na.o toma. a iniciativa

eles orientam sobre a que pede ser dito para seu amigo. e 0 encoraja, ajudando-o a

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lidar com essas situa~s, e tarnbem para que soludone seu problema, e assim

desenvolva a autonomiB em seus atos e a~s.

As regras nao devem ser boas 56 para as professores, mas tambem para as

alunos. Quando sao ditadas, sem que os alunos participem de sua elaborac;ao,

estes podem nao compreender seu fundamento m:>ral, 0 que nao teria sentido

algum. As regras devem ser trabalhadas e discutidas em grupo, e estar claras para

todos.

Quando fazemos alguma caisa 56 por fazer sem pensar e refletir, ela tera 0

mesmo resultado de algo bern planejado e refletido?

o professor pode utilizar urn momento quando, em sala de aula, urn aluno

nae seguiu uma regra, para debater em sala as motiv~s do que aconteceu, como

forma de viwndB desse momento. E preciso dialogar, pois NA moral

verdadeirarnente humana pede muito rnais do que conhecer e introjetar urn certo

numero de regras' (DE LA TAILLE, 2002p. 43).

A constru~o de limites atraves das regra5 nao, e 56 uma forma de ordem na

sala de aula, mas, sim serve como urna forma de orientar os alunos para respeitar

as diferenyas e tambem uma forma de convi~ncia.

A construl'ao de limites, na visllo de Carvalho (1996, p. 136):

(.. ) e .traves w conl/:ruy.io de regras, nIo e sCI uma forma deorganiza;ao da &ala de aula, mas gerve como uma forma de referlmdapara 05 alun05 respeitarem as diferenq.as e para sua convivencia. Asregras que orientam a discipli~ escolar nAo t~ uma f~ exdU!liva deregutey.lo, mas tcvnbem s3;) conslitutivn, no sentido que possibilitam acria;.:to

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Para Lajonquiere (1996, p. 30) a falta de limites, "esta diretamente ligada com

a maturayao dos alunos" Muitas vezes alguns alunos rompem as limites

estabelecidos para chamar atenyao do professor. Na Educac;:,ao Infantil, as criant;:as

nao est:io suficienlemente maduras para compreender a conseqO~ncia dos seus

atos, e nem sempre percebem que podem estar prejudicando seus amigos.

Assim a maturayao pode estar ligada com a falta de limite. Quando 0 aluno

nao esla maduro para compreender uma regra em sala, pade aeabar nao

cumprindo a que foi combinado. Entao 0 professor pode utilizar hist6rias, exemplos

como forma de ilustrayao das regras que (cram construidas juntamente com seu

aluno para uma melhor compreensao.

A construyao das regras na sala de aula ajuda tanto ao professor, quanta ao

aluno. Porque assim ele tera uma referancia do que pode e nao fazer em seus atos,

atitudes e assim ele pede evitar para nao prejudicar os seus amigos, refletindo em

suas reaC;oes. E importante que 0 professor exponha as regras e combinados na

sala e tamoom, pedir para os alunos que ja comeyam a tragar formas (8 partir dos 3

anos), para que os alunos desenhem ilustrando 0 que cada regra que quis dizer.

Pois estao na rase do simbolismo, e os desenhos ajudam muito na col1l>reensao

dos fatos. Para os alunos mais novos a professor pode pegar algumas ilustrac;;oes

de livros para colocar as figuras das regras para uma visualizac;ao dos alunos.

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3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DE CAMPO

Neste capitulo apresentamos como toi desenvolvido 0 trabalho de campo

realizado nesta investigac;ao. 0 trabalho de campo envolveu a participayao de urn

grupo de professoras de Educayao Infantil. A coleta de dados ocorreu atraves de

entrevistas. Buscamos dados sabre suas praticas pedag6gicas como agem em

sala de aula, relativas a construc;ao de limites com os alunos. Tambem buscamos

abler dados sabre 0 canceilo de limite para aquelas professoras.

Assim, com 0 desenvolvimento desta elapa, foi possivel abler dados sabre

as praticas das professoras com relac;:Ao a forma que trabalhavam limites na sal a de

aula, e suas concep90es.

Neste capitulo, inicialmente, irerros abordar as caracteristicas do trabalho de

campo realizado, indicando que tipo de pesquisa que foi realizada. Em seguida,

apresentamos como 0 trabalho de campo foi desenvolvido, explicando como e onde

ele ocorreu. E ao final, analisamos os dados obtidos no trabalho de ca~o.

3.1 ASPECTOS GERAIS

o trabalho de campo desenvolvido segue uma abordagem qualitaliva

(TRIVINOS, 1997, p. 27). Atraves de entrevistas semi-estruturadas em anexo, na

qual procuramos obler dados para analisar as caracteristicas presentes nas praticas

pedag6gicas das professoras invesligadas no que se refere a constru~o de limites.

As entrevistas semi-estruturadas partem de certos questionamentos basicos,

apoiados em teorias.

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'V

A partir de um roteiro basico noves questionamentos v~o surgindo

espontanearnente, a conversa se adapta a partir das experi@ncias da pessoa

entrevistada em suas respostas. Analisamos diferentes pontos de vistas das

professoras sabre 0 conceito de limite. Observamos a irl'llortancia dessa construc;ao

de lirnites em sal a de aula, na Educayao Infanti!.

Para obter os dados desejados, fizemos uma entrevista com cada

professora. Recorremos a entrevistas semi-estruturadas por julgar que elas seriam

urn instrumento adequado para coletar a tipo de dado desejado. As entrevistas

tamoom passibilitaram que as dados fossem obtidos sem que fosse preciso uma

observayao sistematica e prolongada, dentro da sala de aula de cada professora.

Ao longo das entrevistas as professores falaram-nos sabre a trabalho com limites

feito no inicio do ana.

3.2 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DE CAMPO

Para nortear teoricamente 0 deserllJolvimento do trabalho de campo,

inicialmente realizamos uma revisa.o de literatura a respeito da construC;ilo de limites

na EducaC;ao Infanti!. A partir disso elaboramos um roteiro de entrevista, incluindo

algumas perguntas para saber, par exemplo, como as professoras de Educac;ao

Infantil conceituavarn "limite", quais causas que atribuiam a falta de limites em sala

de aula, e como trabalham a constrw;:ao de limles corm seus alunos.

Depois de elaborar 0 roteire da entrevista, escolherrK>S 0 local para que a

pesquisa fosse realizada. 0 trabalho de campo ocorreu na pr6pria escola onde

leGiono, uma jnstitui~o particular de Educayao lnfantil, 10caJizada em Curitiba, no

bairro Agua Verde.

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Nesta escola estudam cerca de 150 crianyas de 0 a 6 anos de idade. Todas

as profeSSDf"8S entrevistadas 2ja atuavam na Educa~o Infantil, pDr um periodo de 5

a 12 anos de trabalho. As entrevistas ocorreram entre 0 dia 8 e 15 de abril de 2005,

e cada uma durou cerca de 10 a 25 minutos.

As entrevistas foram feitas com 5 professores daquela escela. Cada uma

esta identificada, neste texto, par uma letra: A, B, C, 0 e E. A escolha par ter feito

as entrevistas com essas professoras, decorreu do fato delas ja terem experi~ncias

e trabalharem limites em sal a de aula.

3.3 OS DADOS DO TRABALHO DE CAMPO

Para atingir 0 objetivo do trabalho qualitativo, tivemos que analisar as

entrevistas das professoras de Educayao Infantil, focalizando em especial a modo

como elas trabalham a construyao de limite na sala de aula com seus alunos.

AD 10090 da analise dos dados, voltarros aD referencial te6rico, apresentado

no capitulo anterior, para pensar a que encontramos no conteudo das entrevistas.

As entrevistas forneceram diversos dados sobre 0 conceito de limites e a

pratica peda.g6gica que as professoras utilizavam em sala se aula, para trabalhar a

constrUf;.aO de limite.

~ rur:UlllIClociOlI~ 5 pro(<.'5l101"a.\ p.1m SI..'fI."1TI1..1l1rc..•••;&l.M;u. pcIa \!.:mpo do! tml»lho c pcb rorm:~. Tai"prorc !I(lr"l~Ir.lwlh:ull com dili....-cnll'S lurmll., do TlIJlcol,.1 ao pre

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Inicialmente vamos refletir sobre 0 conceito de limite para identificar 0 que as

entrevistadas pensam sobre 0 assunto.

As professoras entrevistadas concordam entre 5i, que 0 conceito de limite

esta relacionado a construr;a.o da cidadania, ao desenvolvimento de consciencia e

percepyao, entre as crianyas, dos seus atos, sobre a que podem fazer e qual a

atitude correta a ser tomada. Os limites tambem referem, a saber, respeitar norrr18S

para que tenham uma melhor conviv~nda em grupe.

As concepc;:oes do que seja limite, nas respostas das professoras, se

aproximam muito das concepyOes de Vasconcellos (2000, p. 76), De La Taille

(2002, p. 12), e Rego (1996 p. 85). Tais autores tambi!m afirmam que limite deve

5er uma referenda a ser respeitada par lodos, para uma melhor convivencia em

grupo.

Em urn segundo momento, anailsamos as causas atribuidas pel as

professoras a falta de limites que enfrentam na sala de aula, na Educayao Infantll.

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2.

Neste item encontrarTK)s respostas divergentes. As causas da falta de limite

para as entrevistadas A e C referem se a desorganizayao na sala de aula, porque

as alunos querem fazer 0 que sentem vontade.

A professora A aponta como causas da falta de limite: "a bagunya que os

alunos fazem na sala de aula~. E a professora C afirma: "que ocorre tumulto e

desordem na sala de aula"

Per seu turno, a professora B ressalla que uma das causas da falta de limite

seria "a falta de aten~o para com 0 aluno". Ja a entrevistada 0 declara que a

causa da falta de limite "vern pel a auslmcia de limites e regras par parte dos pais.

Porque deixam seus filhos livres fazendo 0 que querem~. A entrevistada E conclui

que isso se deve a "rna postura do professor na sala de aula, sendo as vezes

permissivQs e outras autoritarios. Os alunos sentem dificuldade para conviver em

grupo, porque nao sabem como 89ir. Causando a falta de limite em sala de aula".

Vemos concordancia parcial entre Vasconcellos (2000, p. 26) e a professora

D, quando ele escreve que uma das causas da indisciplina escolar estaria na

familia, que por diversas raz6es, nao estaria cumprindo sua tarefa de fazer a

inidayao civilizat6ria dos mhos. Parece-nos que as lacunas deixadas pela

educayao familiar, quanto as questoes dos limites, estariam se refletindo tambem

na escola. Na escola, quando as crian9Bs se deparam com os tantos limites ali

necessarios, podem se sentir pouco a vontade, inseguros e mesma confusos.

Em um terceira momenta pudemos analisar como e (eito 0 trabalho de

constru<;ao de limites em sala de aula para as entrevistadas. Verificamos se a

constru<;ao era feita em grupa au se as limites derivavam da solidta<;ao das

professoras.

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27

Atraves de urn trabalho gradativD, as professores come<;:am trabalhando com

combinadas e regras, oonstruidos com as alunos, em conjunto, para uma melhor

convi~ncia em grupo, e respeito mutuo.

As professoras A. C e E informaram que e na conversa com seus alunos que

explicam as conseqOancias dos atos que exercem. Essas professoras utilizam

hist6rias e dialogos para mostrar 0 sentido de causa-efeito que os comportamentos

podem causar. A professora A declarou que ~deve ter multo dialogo entre professor

e aluno~ Ja a professora C afirrrou que as alunos devem sempre saber as

conseqOencias que seus comportamentos podem acarretar, por issa utiliza muito 0

dialogo com as alunos para expor suas conseqOancias. A professora Enos diz que

no dialogo entre professor e aluno deve ser apontada a consequimeia dos atos,

atraves de hist6rias. Per seu turno, a professora B afirrrou que para que a

construyao de Iimites d~ certa, "a familia deve partieipar da rotina escolar, sabendo

tudo 0 que seu filho faz dentro da eseola, tanto as coisas boas quanto as ruins~.

A professora 0 enfatiza que na eonstrU(;~o de limites, inieialmente, "0

professor tern que criar urn vinculo muito forte com os alunos para eles perceberem

que nao poclem ter certas atitudes em sala, mas que proporeionem 0 bern comum".

As professoras A, C e E concordariam DeVries e Zan (1998, p. 60), onde a

sua perspectiva construtivista, sobre a constru9ao de limites precisar ser algo muito

explicado as crianyas, e que 0 professor deve apontar sempre 0 que pode

acontecer, mostrando causas e efeitos das situayoos.

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Carvalho (1996) afirma que a construyao de limite e uma maneira que 0

professor desenvolve no aluno para uma fun~o exclusiva de orientar 0 respeito

entre as pessoas como uma forma de saber conviver em grupe.

Uma outra questa.o que analisamos e a rela<;a.o dos alunos com a rotina e

com as regras feitas em conjunto na sala de aula.

A relayao dos alunos com a rotina e as regras para as entrevistadas A e C,

cria urn ambiente prazeroso de uma forma harm::miosa, sendo respeitado bern e

entendendo que cada coisa tern seu tempo, quando e feito em conjunto. A

professora A declara que: "com as rotinas e as regra5 da sal a de aula conseguimos

urn ambiente prazeroso e harm:mioso·. Ja a professora C afirma que: "as crian~s

aceitam as regras e a rotina de forma harmoniosa, pois, foram elaboradas par elas~

A professora B diz que ·0 professor deve ser 0 intermediador, fazendo com

que a rotina e as regras se tarnem algo magico e g051050 de reaJizar~. A professora

o acredita que: "per imaturidade alguns alunos na.o conseguem cumprir com todas

as regra5 e seguir a rotina-. Finalmente, a enlrevistada E afirmou que para uma

melhor rela~o dos alunos com a rotina e as regras, -eles devem ser os principais

agentes na construyao das regras, que esla diretamente ligada com a rotina

escolar".

A causa da falta de limite Ii para Raga (1996, p.86):

A vida em sodedade pressupOe aiat;;Ao e 0 comprimento de regra:s epreconceitos capazes de nortear as rela<;:OOs. pcG$ibflitar 0 dial0g0, ill

cooper~ Il"OCCl entre membro <teste grupo :!OCial.A eICOIa por sua vez,

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2.

tam~m preciSZl de regrcn e normas or1entadas do 5eU fuocionamenlo e decalVivfflcia entre 0$ difcrentes elementos que nela atuam. Nesse sentido,as normoo deixam de Ie( vistas apenm cxxno preJCficOea ca!tl:racioras, epmsam 8. .er oompreendidaSi como condic:ao neoeuilria ao oolwiviosocial.

DeVries e Zan (1998, p. 46-50), Vasconcellos (2000, p. 43- 45) e Rego (1996,

86-88), apontam a mesma questao que a professora E, que afirma que as limites

devem ser criados pelo grupo tode para uma melhor convivlmcia em sala de aula

para que sejam respeitados par lados, e para que estejam ligados as rotinas dos

alunos.

De La Taille (2002, p. 145) e Lanjoquiere (1996, p. 26), concordam com a

professora Dt sabre a falta de maturidade ser tamoom uma das causas do porque 0

aluno nao segue as regras e as combinadas - as quais fugiriam da sua realidade e

compreensao.

Par ultimo analisamos como as professoras agem quando acontece a falta de

limite na sala de aula.

As entrevistadas concordam e reagem da mesma maneira, todas param a

que estao fazendo e se sentam em grupo para discutir a que aconteceu, para uma

reflexao das atitudes, ate chegarem a uma conclusao. As pro(essoras debatem com

a grupo sabre se (oi correto a que aconteceu, e como aquila poderia ser evitado.

Constatamos que esse e urn dos metodos seguidos na escola onde fizemos a

trabalho de cafTllo.

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DeVries e Zan (1998. p. 117-120), semelhante ~s professoras entrevistadas.

pensam que no momento em que os alunos estao em grupo, esses assuntos devem

ser debatidos. Tambem, as professores devem ajudar os alunos a compreender os

fatos ocorridos, e a refletir sabre as problemas que ocorrem na sala de aula.

Per tim, perceberros que todas as entrevistadas trabalham com a construy8.o

de limites junto com seus alunos, atraves de combinadas e de regras. 1550 e Feito

se~re em grupo, discutindo 0 que aconteceu, porque na Edllcayao Infanti! os

alunos sa.o corrcretos e precisam vivenciar, muitas conversas e historias

envoi venda as assuntos, como forma de ilustra9aO dos fatos.

J NeIGa f3!Je, .acrianyaja e capaz de relCk:ionar diferenta ajpec:t:08 e ab$trair dados dol reo/idadeNao s:e limila a uma repretentac,:;ao ilnediata, mas ainda depeode do mundo concreto pilra chegar aabstrnr;.ao, Des;erlVolve taml~rn a aap.;"ridade de refazer urn trajeto mental, vottanoo ao ponto inictnldeumas.itu~o

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31

4 CONSIDERACOES FINAlS

Este trabalho teve uma contribuiya.o significativa para 0 meu aprendizado

sabre 0 valor da constru~o de limites na Educaya.o Infantil.

AD realizar esle trabalho pude perceber que as professores devem participar

ativamente da constru~~o das regras e combinadas junto com seus all/nos, para

que possam trabalhar efetivamente as limites em suas salas de aula.

o interesse em investigar a limite faz parte da minha realidade esoolar.

Considero que com esse estudo, passei a olhar de maneira diferente, rnais ref\exiva

e atenta a construyao de limites na sala de aula. na Educayao Infantil.

o trabalho desenvolvido trouxe inumeras contribui96es, que (cram evaluindo

juntamente com a minha pr6pria pratica profissional, uma vez que passei a dar rnais

alenyao as questOes ligadas aos Jimites. Vejo que a construca,a das regras e os

combinadas em saJa de aula com as alunos devem priorizar sempre a constru~a

em grupa. A tearia deve encontrar a pratica e caminharem juntas.

A constru98o de limites e muito importante, por i550 deve ter coer~ncla com a

rotina escolar dos alunos. Tanto profes50res, quanta alunos, precisam observar

Iimites, para obterem resultados positivos, em grupo, em sala de aula.

Se os alunos participam na hora da constru~o das regras, cumprem com

mais facilidade 0 que (oi combinado, pais sua partidpa9Clo no processo de

construc;ao de limites tama mals eficaz sua apliC89Bo, e seus objetivos fiearn

acessiveis aos educandos.

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.n

o momento ideal para a conscientiza~ao deste trabalho do limite e quando os

alunos esta.o reunidos em grupe, os professares devem aproveitar para explorar

bern, conversar sabre as atitudes e a que esta acontecendo na escola. E, ainda e

importante saber 0 que as alunos pensam sabre 0 que aconteceu, a opiniao deles

tamoom e significativa para 0 trabalho, tanto para a processo de construc;ao tanto

para a execu<;ao das regras. E importante conversar com os alunos e deixarem eles

falarem 0 que pensam sabre 0 ocorrido, ao inves de ficar somente punindo ou

falando, sem deixa-Ios falarem 0 que pensam. A decorrlmcia de seus conflitos e as

suas experi~ncias de sua convi~ncia em grupo podera melhorar, pOis as alunos

devem participar de todo a processo para que tudo ocorra da rnelhor maneira

possive!.

As regras e os combinadas sao importantes para que os alunos tenham uma

refe~ncia a ser seguida em sala de aula, caso contra rio cada um faz 0 que acha

certo no sell ponto de vista. Isso gera diverg~ncias e disclisSOes entre as alunos,

pois as opini6es diferentes entre si. A educayao, crenc;as e os costumes que sao

trazidos para a escola sa.o as mais diferentes possiveis, pois nem todas as familias

seguem as mesmos parametres. Por isso a import~ncia da construt;ao das regras e

das combinadas em sala de aula, para que elaborem e compartilhem uma

referencia social comum.

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33

Se 0 professor nao cria Lim vinculo forte com 0 aluno para conversar e ajuda-

10a corrigir a comportamento nao adiantara em nada, pois se 0 aluno sente que a

professor e dono da razao e da verdade, isla estara auxiliando 05 seus alunos a

sanar a dificuldade, assim sera mais dificil de obter resultados positiv~s.

Pais, e muito importante que 0 aluno sinta-sa amado e Querida pelo professor

e, assim a respeito e a atent;ao que 0 aluno dara ao professor sera muito maior.

A faUa de maturidade per parte de alguns alunos compliea urn pOLleo a

constru~o de limite, pois nao tam a compreensao dos atos e das atiludes, par isso

a importancia do professor estar sempre usanda 0 ludico nestes momentos com

esses alunos e ainda lendo historias para a compreensao cofTllleta de todos nao

deixando ninguem de fora de nenhuma parte do processo.

Os alunos na Educa~o Infantil estao na fase pre-operatOria -4e necessitam

muito do processo ludico para compreender algumas eta pas e atividades realizadas

na Educayao Infantll. Por isso, as vezes, a necessldades de fantasiar e contar as

hlst6rias para maior compreensao de todos, enfatizando muito nas atitudes a sua

i!lla.ginay:io, para que assim percebem a importancia de seguir as regras que foram

construidas em grupo.

As necessidades partem dos pr6prios alunos em relac;ao as regras, mas 0

professor deve explicar bem as suas necessidades, as causas e as conseqOancias

que podem vir a aoontecer, quando se constroem e se aplica as mesmas.

( A crianya se torna capaz de representar mentalmente pes.tO<U; c Iitu3QOes, Ja pode a.gir parsimulac;;ao, "como ftI'!!'. Sua percepyao e glcbaI, scm dia;riminar detalhes. Deixa...se levar pelsapare-tcia, sen reaci01lar aspectos. E centrnda em si mesm3, pois nao consegue oolocar-.se,abstratamente, no Jugar do outr~.

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3·'

Quando ha par1icipaC;3o dcs alunos em todo 0 processo, estes daD rnais

importancia e 0 seu entendimento torna-se mais significativo e, ao mesmo tempo

cuidam para que todos as Qutros alunos as sigam com maior cuidado. Quando urn

aluno nao pratica as suas pr6prias construf):6es, ista a, naD cumpre as regras e as

combinadas, que eles mesmos oonstruiramjuntos.

Sendo normal que entre as pr6prias crianc;as haja uma cobranr;a, que eles

ainda chamem a aten~o entre si, agora sem mais precisar da intervenc;.ao do

professor no comportamento ou na atitude dos seus alunos. Isso tude e refiexo da

seguranc;a do trabalho desenvolvido pelos professores, que fazem com as seus

alunos sentam-se seguros e parte da constru~o de sua propria educa~o, assim

sao colaboradores da mesma, construindo autonomia para tarnbam chamar a

atenyao de seus colegas de sala de aula.

Finalmente, podemos afirmar que a minha satisfa~o e grande, pois consegui

responder algumas de minhas inquietayOes sobre uma importante questao

Educacional na atualidade. Tambem ter constatado, que as professoras

entrevistadas constroem 0 limite em grupo com seus alunos. E p~r tim, poder

compartilhar deste conhecimento com oulros profissionais que atuam e estudam na

area da Educa~ao.

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APENDICE 1: ROTEIRO DE ENTREVISTA COMPROFESSORES DE EDUCA<;AO INFANTIL

OATA

NOME!DADE:

FORMA(;AOI ANO

TEMPO DE MAGtSTERIO

TURMA QUE ATUA:

1) 0 que e limite para voce?

2) Quais as causas da falta de limite em sala de aula?

3) Como Ie cooslroi limite em salOl de aula?

-4) Qual a rela:;:fK>dos alullOl com a ratina e as regras da sala de aula?

5) Como ~ age quando ha falta de limite em satol?

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