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Título original: the princess saves herself in this one Copyright © 2017 Amanda Lovelace Tradução para a língua portuguesa © 2017, Casa da Palavra/LeYa, IzabelAleixo
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.02.1998. É proibida a reprodução total ou parcial sem a expressa anuência da editora eda autora.
Preparação: Lina Rosa Revisão: Cris Cessim Caz Capa: Leandro Dittz
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Lovelace, AmandaA princesa salva a si mesma neste livro / Amanda Lovelace ; tradução de
Izabel Aleixo. – Rio de Janeiro : LeYa, 2017.
ISBN 978-85-441-0659-4Título original: The Princess Saves Herself in This One
1. Poesia Norte-Americana. 2. Autorrealização (Psicologia) em Mulheres –Poesia. 3. Mulheres – Poesia. 4. Feminismo. I. Título. II. Aleixo, Izabel.
17-1476 CDD 811.6
Índices para catálogo sistemático:1. Poesia Norte-Americana
Todos os direitos reservados à EDITORA CASA DA PALAVRA Avenida Calógeras, 6 | sala 701 20030-070 — Rio de Janeiro — RJ www.leya.com.br
para o menino que sobreviveu.obrigada por me inspirar a ser
a garota que resistiu.você tem
um raio na testapara mostrar isso,
e meu corpo inteiro éuma tempestade.
sumário
I. a princesa
II. a donzela
III. a rainha
IV. você
aviso I:
este livro não éum conto de fadas.
não há nenhumaprincesa.
não há nenhumadonzela.
não há nenhumarainha.
não há nenhumatorre.
não hádragões.
há apenasuma garota
diante dadifícil tarefa
de aprender aacreditar
nela mesma.
aviso II:
final felizà frente.
aqui jazemas cruas
não lapidadas,& na sua maioria
desarticuladaspartes da
minha alma.
ah, a vida...a coisaque acontececonoscoenquanto estamos distraídosem algum outro lugarsoprandodentes-de-leão& desejandoestar naspáginas donosso conto de fadasfavorito.
era uma vez...
I. a princesa
a princesa eu nascimeio louca por livros.
podiam me encontrar acariciandoas lombadas dos meus livros
sozinha, trancada dentroda minha torre do meu quarto.
o tempo todo, eu esperava que meus livrosderramassem suas palavras delicadas
sobre o exuberante tapete verdepara que eu pudesse recolhê-las uma a uma
e saboreá-las como se fossemfrutas vermelhas na minha boca.
– para sempre colecionadora de palavras.
quando eu nãotinha amigosentrava nosmeus livrosamados& esculpia algunscom times new romancorpo 12.
– & isso era quase bom o bastante.
a garotinhanão está escutando...
está muito, muito ocupadaolhando pela janela,
fantasiando sobreum mundo de
acontecimentos mágicos,envelopes voadores,
corujas que piam,gigantes adorados,
vassouras quefazem mais do que varrer,
amigos que sãosempre leais,
& um tremque a levará
para um lugar encantadomuito muito muito
longedaqui.
– sob um feitiço perpétuo.
a rainhaminha mãesorriaao me oferecerum torrão deaçúcarnapalma da mão.
avidamente,eu aceitava.
abriaminha boca,e delicadamente colocava um(apenas um)no centroda minha língua,& eu oapertava.
sal.
isso é o que chamo de abuso:saber que você vaireceber sal,e ainda esperar receber açúcardurante dezenove anos.
– você pode ter ido embora, mas ainda tenho dorno estômago.
uma noitea princesaeua princesaeua princesaeu
a princesa acordousentindo o castelo balançar
para trás & para frentepara trás & para frente para trás & para frente
para trás & para frentepara trás & para frente para trás & para frente
para trás & para frentepara trás & para frente para trás & para frente
primeiroela pensouum furaçãodeve estar passando,mas estavaerrada.
aondetodas as
memórias vão,aquelas que
escondemosà chave& trancamas estão
a nos moldardo mesmo
jeito?
– se não me lembro, isso aconteceu?
aos onze anoso médico me pesou& em seguida,minha mãe me disseque eu estava muito gorda& precisava fazeruma dietaimediatamente.por um ano inteiro,a comida mal passoupelos meus lábios.eu nem permitia a mim mesmatomar um gole de águaporque queria sertão magra quepudesse ser carregadapela brisa mais suave...desaparecer.perdi vinte e sete quilosem poucos meses& tinha que usar mangas compridaspara cobrir minhaúnica catarse.
– no entanto, todo mundo me dizia como euestava ótima.
existemalgumas mãesque vão lhe avisar
para nunca, jamais,(nunca nunca)encostar no fogão,
mas existemalgumas mães quevão arrastar você para lá,
pulando & dando gritinhos,& rindoenquanto
assistem às chamaslamberem a pontados seus dedos.
– quando lhe ensinam a ver o mundo através dofogo, nada parece seguro.
“solicitação de amizade ____________”
a) da garota que disse que você era feia.b) da garota que disse que sua voz era desafinada. c) da garota que se recusou a defender você.d) da garota que riu de você pelas suas costas & na sua cara. e) da garota que roubava o dinheiro do seu lanche todos os dias porque diziaque você não precisava comer. f) da garota que dizia que você era “gorda” mesmo depois de você quasemorrer de fome. g) da garota que supostamente era sua melhor amiga. h) todas as respostas acima.
– continue ignorando, querida.
gorda(gor.da) [ô]adjetivo
1: palavra descritiva. não tem nenhum significado profundo. não deve determinar o valor (ou a falta de) de um ser humano.
– o que sei agora que gostaria de saber então.
paus & pedrasnunca quebraram
meus ossos,
mas palavrasfizeram eume deixar morrer de fomeaté
você poder ver todos eles.
– pele & osso.
minha irmã & eupassávamos as noitesdesejandoas estrelasde plástico,que brilhavam no escurono nossoteto.
– afinal de contas nós as colamos lá.
não havianunca
álcool o bastantepara manter mamãe aquecida
numa casatão fria quanto
essa.
– mas você continuava tentando, não?
você não devenunca amar
nada
mais do queamaseus própriosfilhos.
você não devenunca amar
ninguém
mais do queamaseus própriosfilhos.
– como você pôde?
agora quepenso sobre isso,
ela semprefez questão
de que eu a vissearrancando
o balãoda minha mão
&deixando-o
voar para longe.
haviauma vezseis cincogarotasquedividiamcada partedelas mesmas
sangue&segredos&amores&até mesmoum diário.
masuma garotapode apenassangrarmuitoantes deencontrarseu próprio óbito.
– vejo você na califórnia.
como podealguémserjovem demaispara seapaixonarquando somosfeitosde
ondas do mar& luz de estrelas?
– um amor jovem.
uma manhãacordei
com meus lençóis do menino bruxopreferidos
manchadosde sangue.
implorei paranão acontecer,
& de repenteera como se
meu corpo nãofosse mais meu
mas de todomundo.
– não mudou muito desde então.
meu primeiro beijo: à força imobilizada, uma boca repetindo não não não.
depois: manchas roxas & o inconfundível gosto de sangue.
– nunca vou perdoar você.
você setornou oastrode todo& qualquerum dosmeuspesadelos.
– você foi embora mas ficou.
sinto muitopornão sera filhaque você tinhaem mente.
– só queria que você se orgulhasse de mim.
I.a visãodo fio vermelhodesenhadopelalâminade aço.
II.ojeansantes muito apertadosambandonomeu corpo.
– dois alívios inesperados para uma garota.
é estranhocomo
i r m ã s
podemser
i n d i s p e n s á v e i s
ou
i n i m i g a
s
& às vezesum pouco das duas coisas.
– irmãs.
haviaalguns segredos
que ameaçavamdespedaçar
minhaspeças de porcelana
mas era precisome manter
inteira.
– eu não sabia nada.
– o silêncio sempre foi meu grito mais alto.
a princesa conta:1. as cicatrizes no seu joelho.2. o número de vezes em que o balanço vai lá no céu.3. os livros na sua estante.4. os fios soltos na sua blusa.5. as letras nas suas palavras.6. as telhas no teto.7. os segundos que passam por ela.8. os deveres de casa esquecidos.9. as horas que faltam para ela voltar para cama.
10. os quilos na balança.11. o número de vezes que ela mastiga.12. a som suave dos seus passos.13. as marcas de contar que faz no seu corpo.14. os fios de cabelos que caem.15. as estrelas que se apagam.
& depois começa de novo.& depois começa de novo.& depois começa de novo.& depois começa de novo.& depois ela começa de novo.
pássarosnão podem
voar
quando vocêcortauma dassuas asas.
você
não ficousatisfeitaem cortarapenasuma dasminhas asas.
você tosouas duasbem pertoda raizpara ter certezade que eu
nunca mais voasse
para nenhum lugarjamaisoutra vez.
– mãe & filha.
como eu não tinhamaisminhas asasusavaumasfalsascobertasde glitterdourado.
– uma aspirante a fada ao contrário.
chegouum tempoem quea poesiame mostroucomosangrarsema necessidadede sangue.
– meu amor mais leal.
costumava pensarque estava doente
porquenunca na vida
fiqueisonhando acordada
que comiaromãs suculentas
da árvorede outra pessoa.
– depois aprendi que a sociedade é queestá doente, não eu.
observara casaque erameu santuário& meu infernose consumirem chamasfoitriste e alegremas muito mais
apenasalegre.
– uma confissão.
se uma casanão éautomaticamenteum lar,então um corpotambémnão éautomaticamenteum lar.
– sempre me senti uma estranha na minhaprópria pele.
ela começaa rasgaras páginas
dosseus livrosfavoritos
& a enfiar freneticamentea maçaroca de palavrasna boca,
rezando que fosse verdadeo fato de você sero que come
enquanto sugao sabor da tinta daponta de seus dedos enegrecidos.
– não posso ser apenas uma garota de papel comuma vida de papel?
você podenão ter deixado(muitas) manchas roxasna minha pele,mas deixou manchasroxas escuras gigantespor todaminha alma.
– ainda me pergunto quem eu deveria ter sido.
a princesafechou a si mesma longena torre mais alta,esperando um cavaleirode armadura brilhanteque viria pararesgatá-la.
– não me dava conta de que podia ser meu próprio cavaleiro.
II. a donzela
a donzeladeixou que os dragõesdescessem do céu& a levassem para longeda feiurado seu mundo.sem saber,ela estava apenas trocandouma torrepela outra.
– os mentirosos mais perversos de todos.
não tenho medodos monstros
escondidos debaixoda minha cama.
tenho medodos garotos
com cabelos castanhos despenteados,olhos apertados,
& bocasque só sabem
como dizermeias verdades.
– meus dragões.
se lembra quandovocê me disseque escreveu aquelacanção lindapara mim& apenas para mim...a sua“única”?
bem,
possoapostarque você nãose lembrade que já tinhame mostrado a letra,dizendo que erapara ela.
– você estava apaixonado pela ideia do amor, nãopor mim.
promessas sussurradasna chuvaserão levadas pela
á
g
u
a.
– direto para a porra do ralo.
eu era a única coisaque ele tinha que negar...a verdade beladentro daterrível mentira dele.
– quem sabia que um coração tão jovem poderiase partir?
quandomeu dragãode olhosverdesfoi embora,
eupegueiuma faca& corteimeu cabelolongo e lindo,tirandoa única coisaqueeleamavaemmim.
– terminou antes de começar.
“eupodiafácilengolirvocêinteira.”
– da boca insaciável do lobo mau.
ele me ama.ele não me ama. ele a ama. ele não a ama.ele me ama.ele não me ama. ele a ama. ele não a ama.ele me ama.ele não me ama. ele a ama. ele não a ama.ele me ama.ele não me ama. ele a ama. ele não a ama.ele me ama.ele não me ama.
– eu ia arrancando as pétalas.
o sanguecorriatoda vezque eleme tocavacom a pontados dedos.
– meu punhal & espinhos.
por um tempome pareciaque éramos iluminados pelas estrelas,
sem conseguirperceber queéramos na verdade amaldiçoados pelas estrelas.
– as estrelas nunca estiveram do nosso lado.
ele era feito de fogo& eu era feita de gelo.
cheguei perto demais dachama dele
& ele me derreteucom suas brasas,
me reduzindoa uma poça.
com o tempocongelei de novo,
mas não eramais a mesma...
uma imitação frágil e ralado que eu era.
– onde estava o medo que eu sentia do fogoquando cheguei perto de você?
“odeio você.”
– a versão dele para “amo você”.
quandofinalmentechegoua horadeir embora,eleguardoutoda minhapoesianumamala& a levoucomele.
– primeiro meu coração, depois minhas palavras.
eleprometeume consertar& me deixoumais destroçadado que eu eraantes.
– mas agora tenho ouro nas rachaduras.
tenho queacreditarque chegaráo diaem que não vou estremecertoda vezque ouviro nome dele.
– alguns nomes serão sempre malditos.
tenhotanto amorpara dar,mas ninguémnuncao quis.
– um copo transbordando.
seo amoré umcampo de batalha,então eudevo teresquecidotodas asminhas armadurasemcasa.
– uma guerra que nunca me dispus a lutar.
em todosos meus sonhosme viacolhendomeus dentesdecima dotapete.
– o que o dicionário dos sonhos diz?
minhamãecontou aomédico educadoque era como se ela tivesseestrelas brilhandonos olhos& elas eramquasebonitasna opinião dela...como se oquatro dejulhotivesse decididochegarantes.
o médicohesitouantesde lhe dara notícia.
“não sãoestrelas.
é câncer.”
– fumante por quarenta anos.
foiquando estávamostomando nossocostumeirocafétarde da noite.semnenhum tremornaquelavozsolene,ela se viroupara mim& disse queseu últimodesejoera que euespalhasse suas cinzasno oceanopara que ela pudessefinalmente voltarparacasa.
– uma sereia fugitiva.
quando sua mãecomeça a esquecerseu nome,você começa a se perguntarse existe mesmoafinal.
– estágio 4, terminal.
você pensaque seus pais são à prova de destruiçãoaté que um diadescobre que eles não são.
– o que perder a inocência significa de verdade.
estou exaustade todo mundoficar me dizendocomo souforte.
eu?forte?
apenas finjo ser forteporque éa única distraçãoque tenho depensar na
minha inevitável vidasem mãe.
– uma pena disfarçada de aço.
todo mundome encoraja ame manter firmenos meus sonhospara passar otempo,
maso que acontecequando seus sonhossão pesadelosque serepetemrepetemrepetem?
– por favor, me acorde.
quem eu vou ser sem ela?
comoeupossosersemela?
ironia:quando suairmãsaudável& inteligente& impressionantementelindamorremenos deum mêsantesda sua mãedoente terminal.
– ninguém percebeu que você estavatão doente quanto.
minutosantes desua mãeligarpara avisar,
sentio cheirode baunilhado seuperfume
& minhabocase encheu deum gostode terra.
– a morte é um dos sentidos.
filhos nãodevem morrerantes dospais. eu não devia ficar mais velha do que minha irmã mais velha.
era parasermosquatro irmãs,não três.
você não devia ser uma urna de cinzas na mesinha de cabeceira da sua mãe.
afinal de contas,você era aquelaque semprebrilhava.
– destino é a porra de uma mentira.
a piorparte é nuncaser capazde saberse foi suicídioou não.
– a verdade me libertará.
elauma vezfez apromessademesalvar
quandodesdeo começo
nósé que devíamostê-lasalvadodesimesma.
– por favor, volte.
irmã...onde quer quevocê esteja agoraespero que tenhauma praia.
– estrelas-do-mar me farão sempre lembrarde você.
segureia concha do marna minha orelha,
não naexpectativade escutaro bater dasondas do mar
mas coma esperança prementede capturar ao menosum pequeno timbreda sua voz
umaúltimavez.
– imortalizada numa mensagem.
foda-se,câncer,
por ter me tiradoa possibilidade
da mãeque eu nunca
mais vouter agora.
– 03/11/10.
fui euque encontrei seu corpo
(você não estava num lugarpara ser encontrada),
a boca toda aberta,grande o suficiente
para sugar todo o oxigêniodo quarto,
grande o suficientepara se plantarem lírios nela,
grande o suficiente como setivesse chamado meu nome...
isto é, se ao menos vocêse lembrasse dele.
– quero esquecer, esquecer, esquecer.
seuatestado de óbitoafirmaquevocêmorreu em3 de novembroàs 3h03 da madrugada.isso émentira.você morreumuitoantes disso.
– 3 não é mais o meu número da sorte.
quandoum ente queridomorre,dizemque você deveabrir uma janelapara deixar sairaquela últimarespiraçãoarquejante,entãoa alma delepodeselibertar.mas a dela aindaestá aquicomigo.noiteapós noite,após noite,ela batecom os punhosnas paredesdos meus sonhos,implorandoque eu lhemostrea saída.
– o outro lado.
num enterro: lágrimas de dor por uma vida que se foi muito jovem, muito cedo... uma tragédia.noutro: lágrimas de alívio por um sofrimento que durou tempo demais... misericórdia.
– & no entanto ambas me deixaram vazia.
durante maisda metadedo anoeu ficava apavoradatoda vezque o telefone tocavacom medode que fosse mais um avisode que alguém tinha morrido.
– outros três viriam.
todo mundo que amo está partindo.
a quantosenterros podealguém irantes de completardezenove?
– a família amaldiçoada.
nuncaesperei quea mortefosse minhacompanheira mais fiel,mas ela éa únicaque virásem que eutenha quechamar.
– a única que nunca irá embora.
o lutose agarrou a
elacomo umvestidovelho,
desbotado,de segunda mão,
que pinicae veste mal.
a mortese enrola em voltados ossos dela comoum pedaço defio vermelho.
uma imagem:
uma garotacom olheirasdebaixodos olhosde dormir muitoou pouco.
uma garotacom umgato de coração partidopermanentementeaninhado nosbraços dela.
uma garotaignorando as pilhasde livros preciososque a cercampor todosos lados.
uma garotaincapaz de fazerchorar a si mesmaporque se elafinalmente chorarentão isso quer dizer
que aconteceu mesmo.
será queexiste
algumacoisacomoo diadas mães mortas?
meses depoisque minha mãemorreu,achei o livroque ela estavalendopor últimocom um reciboficando amareloainda dentro dele,marcando onde ela parou& finalmenteme dei conta de que
vocênuncavai terminaresse livro específicovocê nuncavai começarou terminaroutro livronunca maisvocê nuncavai ver eume formarna faculdadevocê nuncavai conhecer o amorda minha vidavocê nunca vaiestar presente no meucasamento
você nuncavai ler essas palavras
nós não vamosnunca nunca nunca maissentar na varanda dos fundos& contar uma a outra histórias defantasmascom canecas de caféfumegantenuncanuncanuncamais.
&tentoimaginaro que vocêiriadizerse eulhe contasseque não fuicapaz derirdurantemuito tempoporque quando eu ria,alguém me diziaque eu riaigualzinhoa você,
masacho que issoé apenas otipode coisaque vou ter queguardar para mim& dar para vocêmais tarde.
– para sempre colecionadora de palavras II.
tantashorasdiasmesesanosda minha vidadesperdiçadospara que tivesse certezade que estava
vazia.
estouapavoradaaté a raizdos cabelosporque podem existirpartes de mimque nuncamaisse
preencham.
– às vezes penso que seria melhor se alguémderrubasse a árvore inteira & começasse denovo.
ela não vai parar de me
perseguir.
– meu fantasma.
elenão vaipararde mecaçar.
– meu fantasma II.
foda-se a ideiade que existeessa coisade destino,de que existealgum tipo deplano misterioso,de que existe um deus quesimplesmentenão nosdá nadacom que não possamoslidar.
a dornão fezde mimuma pessoa melhor.não meensinou a nãodar as coisascomo certas.não meensinou nadaa não ser comoficar com medode amar alguém.
soumuitojovempara estar tãodesgraçadamente
destruída&se eu pudesse voltar atrásno tempo& dara mim mesmaa infância delade volta,
eu daria.
– qual o objetivo?
talvezeu achetão difícilacreditar no céuporquenão seise vai ter poesialá.
– preocupações legítimas de uma mortal.
eu tinha umsorriso largono meu rostoquando queimeias pontespara todas as coisasque eu não podiarestaurar.
– a fumaça ainda sufoca você?
foi preciso perdê-lo para finalmente encontrar a mim mesma.
foi preciso perdê-lo uma segunda vez para estar segura de mim mesma.
esse foi meu primeiro ato de
– eu gostaria de lhe agradecer, mas nós doissabemos que você não merece.
quem euteriasido sema inspiraçãopor trás dos meus demônios?
– provavelmente não seria poeta.
estoupresa entrechorarpor você
&
pensarque sua mortemesalvou.
– você será capaz de me perdoar algum dia?
a princesapulou datorre& elaaprendeuque podiavoardesde o começo.
– ela nunca precisou daquelas asas.
III. a rainha
era umavez,uma princesaque nasceu das cinzasque seus amores-dragãofizeram dela&secoroouaporra darainha desi mesma.
– como é que fica o felizes para sempre?
na minhamentesempre vejo vocêsentada sozinhana mesa da cozinhafumando um cigarro& bebendo café& querendo estarem qualquer outro lugarmenosaquiconosco.
– você era livre?
talveznós nos encontremos de novoem outro lugar...um lugar ondeo perdão cresçatão adorável quantoos tomates que vocêcostumava plantarno seujardim.
– a esperança vermelha e brilhante que me fazficar acordada tarde da noite.
três geraçõesde mulheressentadas em volta da mesaenorme da cozinha...
algumas bebericamxícaras de café,algumas bebericamxícaras de chá.
apesar de nossas muitas diferenças,estamos todas rindo tantoque o trovão lá foratem que competir conosco.
ela não pode mais se sentaraqui conosco& tenho certeza de que todas nós podemos sentiro peso da ausência dela,
mas mesmo quando todas as cadeiras estãoocupadas& as outras pessoas têm que ficar em pé,ainda parece que há sempreum lugar para ela.
– sua energia não pode ser destruída.
quandominha mãemorreufinalmentefuiconhecermeu pai,que eutinha vistotodos os diasdurantedezenoveanos.
é verdadeo quedizem:o pesoda dorcompartilhadapode tantofazer vocêsse aproximaremouseafastarem.
– nunca é tarde para um relacionamento.
quando você escolhese sentar numtronofeito dementiras
&corposde pessoas queerroneamente pensavamque podiam c o n f i a rem você,a únicacoisa que restaa fazeré c a i r.
– mas aposto que foi divertido enquanto durou.
o quevocê vai fazerquando todo mundoparar de acreditarnas suasmentirasmanchadas debatom vermelho?
– amigos podem partir seu coração também.
ah,apostoque você lamentafazerdemimuma inimiga.
– um dorso, duas facas.
você podeme odiarpara semprese é issoquerealmente quer,
masamigosnão deixamamigostornarem-sedragões sonolentos,
nãoquandoas marcas das garraseram tão frescasquantos asminhas.
– machucar os outros é uma opção.
fico me perguntandoquantas vezesvocê tocou nela& teve quefingirque eraeu.
– isso ainda dói?
espero que vocêa trate melhordo que vocêjamaisme tratou.
– você pode ter o meu perdão, mas nãopode me ter.
por favoracredite em mimquando digo quevingançanuncafoia minha intenção.
– mas, no entanto, tem um gosto maisdoce que mel.
você umatrouxe agulha& eu trouxe a linha.
queríamos remendar nossosdois corações partidos,
mas terminamosferindo - os
juntos.
se ele eraminha xícara de chá,então você éminha xícara decafé.
bem, é que o chánão ésuficientepara mimàs vezes,
maso cafépode me fazerpassar porqualquer coisa.
– inventei você?
antes de ele me deixar,embrulhou meu coraçãoem arbustos cheiosde espinhos & arame farpadopara ter certezade que ninguém maispoderia entrar nele,mas você estavamais que dispostoa fazer suas mãossangrarempor mim.
– você nunca se espetou.
o talento dele: nunca nem uma vez teve que usar as mãos para tocar cada uma & todas as partes de mim.
– ele podia me tocar mesmo do outro lado daestrada.
de algum modo,minha almaconheciaa sua almaantes quetivéssemos tidoa chancede nos encontrar.
– foi como voltar para casa depois de um diamuito, muito longo.
eu diriaque você tinha a chavedo meu coração,
mas vocênunca precisoudela.
– desde o começo eu sabia que podia deixá-loaberto para você.
I. ele me chamade linda.
II. ele lêtodos os meuslivros favoritos& depoisme pedemais.
III. ele sabeexatamente comofazer meu café.(“suave e doce,igual a você”,brinco com ele.)
IV. ele me perguntacomo estoutodo santo dia&genuinamentese importacom a resposta.
V. o melhor de tudo,sei que eleainda vai me amarquandoacordaramanhã de manhã.
– cinco coisas que você me fez acreditar que nãoeram possíveis.
digo a ele,
“nós sempreteremos nossos outubros.
– quando tudo o mais se apagar.”
eleme abriucomo um livro& derramou apoesiadentro de mimoutra vez.
– minha caneta & papel pessoais.
uma lista de coisas vermelhas: I. os cabelos dele. II. nossos lábios. III. minhas unhas. IV. nossa respiração. V. meus lençóis.
– valeu a espera.
florescrescemonde quer quea pontados dedos delemetoquem.
– meu sol & chuva.
isso:
você & eu,ao cair da tarde em outubro,
com o ar um pouco frio,narizes ficando rosa na ponta,
bebendo nossos cafés muito doces,dedinhos entrelaçados,
esquecendo de tudo& de todos.isso, isso,
isso.
– 13/10/12.
meu amor?ele é muitomelhor do quelivros.
– ficção não tem nada a ver com você.
meteorospodem começarespontaneamente a c a i r
docéuno crepúsculo
& ele não olhariapara elestão deslumbrado
como olha quandoescuta minharisada.
– você faz eu me sentir um fenômeno.
basta apenasuma só palavrasua
para fazer eu mesentir comose pudesse
comandartodos os exércitosdo mundo
&dominarreinos
&direcionaros oceanos
&por fim derrotar aluz do inverno.
– sou forte o bastante para qualquer coisa.
estou tão contente quetenhamos nascidoneste mesmotempo.
– posso não acreditar em destino, masacredito em você.
preciso das suasmanhãspreguiçosas, bebendo café.
preciso das suastorradas francesasfamosas.
preciso das suastardescolhendo abóboras.
preciso dos seuspassos me seguindoenquanto vasculho a livraria (de novo).
preciso das suasroupasespalhadas pelo chãoda minha nossa casa.
preciso dos seusolhares enviesadosque só eu entendo.
preciso dos seusmomentos tarde da noiteconfortavelmente calmos.
precisode tudoisso.
– você é um poema de verdade, querido.
o sorriso dele faz meus ossos doerem.
– uma dor bem-vinda.
quando vejosuas peças clarasjunto comminhas peças escurascomeço aentender por quedizem queos opostos se atraem.
– chiaroscuro.
no inverno,são os flocos de neve.
na primavera,as gotas de chuva.
no verão,as pétalas de flor.
no outono,as folhas.
todas essas coisascaem em algum momento,
mas nenhuma delastem uma queda igual
a que tenho por vocêquando acordo todas as manhãs.
– todos os clichês foram escritos pornossa causa.
eu sinto muitopor todas as vezesem que os dragões sombrios e diabólicosque vivem nosmeus recantosmais escurosvieramrugindo,lançando fogo,funestamente determinadosaextinguir toda a luz em você.
– por favor, não vá.
a constelaçãodas estrelas dispersasnascostas deleé omapaque me guiapara casatoda vezque me sintoperdida.
– você é o meu lar.
I. um livro adorado.II. um dia frio e nublado.III. uma caneca de café.IV. um cobertor quentinho.V. você.
– as únicas coisas de que preciso parame sentir livre.
elenão me ensinoucomoamara mim mesma,mas elefoia pontequeme ajudoua chegar lá.
– agradeço ao universo todos os dias por você.
ele me levoupelapontemarcada comnossos nomes,eseajoelhou,& abriumeu livrofavorito...aquelecom alinda princesa& seu própriolivro adoradona capa.
dentro deleachei
a minúscula eperfeitaesperançade um anel de ametista.
– para sempre.
eudeixei a mim mesmasaberque minha vidanãoprecisa acabarapenas porquea delas terminou& fuiem frente& pinteio solde volta nomeu céu.
– tenho permissão para viver a minha vida.
“o que você estápensando em fazerdepois que se formar?”
“eu vouabrira cabeça daspessoas& plantarum jardimcoloridoem cadacérebro.”
“eu vouentrelaçarum colarde palavraspara cadapessoaque encontrar.”
“pela primeira vezna minha vidavouter certeza de quealguém finalmenteestá meouvindo.”
“eu não sei.”
– & tudo bem não saber.
ficção: o oceano em que mergulho de cabeça quando não posso mais respirar na realidade.
– uma sereia fugitiva II.
por décadasos livros se tornaramtanto uma partedela
quea tintade algum modo vazoudas suas veias
& floresceunas suas palavraspreferidas & imagensna sua pele.
agorao mundonão temmais dúvida:
elaera agarotafeita de páginas.
– da página para a pele.
quando eu morrernãopercaum minutochorando por mim.posso ir emboramas voudeixar para trástodas as minhasmil & umavidas.
– uma garota louca por livros nunca morre.
todos os oceanos& galáxiasnãoconspiraram juntospara me criarapenas para que eu pudessereproduzir paravocê.
– fato alarmante #1.
eu gostaria de comersó uma única refeição
sem me sentir
culpada.
– a cura está a caminho.
eu gostaria de me olharno espelhosem imediatamente
desviar os olhos.
– a cura está a caminho II.
se eu tiveruma filhaalgum dia,a primeiracoisaque vouensiná-la a amarseráa palavra“não”&nãovoudeixar que ela se sintaculpadapor usá-la.
– “não” é uma abreviação para “foda-se”.
eles dizemque só queremflorescrescendo daminha boca.
então vouolhá-losdiretonosolhos
quando euenfiarpétalas suavespor entremeus lábios,
mastigá-lascomminha mandíbulacompletamentedesarticulada,
& cuspi-lasno chãoaospés deles.
– nunca serei igual às suas expectativas.
eu souuma tigresaque ganhou
listrasmais macias do que veludo.
– uma ode às minhas estrias.
eu souuma leoaque não tem maismedo de deixar o mundoouvir seurugido.
– uma ode a mim.
euesperoque vocêpossa se sentirorgulhosano seucoraçãodamulherque me torneiapesardevocê.
– ainda esperando por açúcar em vez de sal.
&o dragãovoltava voandopara a garota(como os dragões fazem)
esperando encontrara donzela destroçadaque ele abandonaramuito tempoatrás.
ele ficouhorrorizadode encontrar arainha poderosade pé na frente dele.
afinal de contas,apenas rainhastêm o poderde exterminar dragõescomo ele.
ele ousouse sentarno tronoque ela construiu com suaspróprias mãos
&disse que elanunca seria forte o suficiente
para governar sozinha.a rainhaolhava diretona cara do dragãoe riadas suas palavras tolas
entãosoltousobre eleo fogo que dançanas suas mãos.
– açúcar, tempero & fogo.
eu voupegaros espinhoscom sangueque elesenfiaramem você&com elesvouensinar vocêa tecera coroaquemerece.
– você é mais forte do que eu jamais soube.
IV. você
ataque a biblioteca.leia tudoem que colocarsuas mãos& maisalguma coisa.
vá em frente,colecione palavras& comece a poli-lasaté que brilhemcomo a luz das estrelasna palma dasua mão.
faça das palavrasa sua melhor arma...uma espada douradapara lançarseus inimigosp o r t e r r a.
– um tipo de plano de sobrevivência.
se a poesia éuma casa
tomadapor chamas
então corrode volta para ela
para salvar cada uma &todas as palavras
para que eu possaatravessá-las
junto comvocê.
– palavras devem salvar, não queimar.
árvorestêm palavrasque o ventonão pode levar,então devemosescrevernelasas históriasaté que não sobrenenhumaparacontar.
– escreva a história.
escreva a história.
enfiesuas mãosnas partes maissujas de si mesma.
pegue apodridão & a deterioração& transforme-as emalimento & vida.
regue a planta& cante para ela& a coloque naluz do sol.
cultive um belo jardimdas suas dores& ensine a si mesmacomo crescer a partir disso.
escreva sua história.
– o sinal que você estava esperando.
1. preencha o espaço vazio: poesia é ________________________.
– qualquer coisa que você quiser que ela seja.
se vocênão querterminar nopoemade alguém, então talvez você deva começar a tratar as pessoas melhor para variar.
– uma poeta que não pede desculpas.
quando você viveem nova yorkou nova jersey
é quaseum rito de passagemquando alguémpula na frentedo seu trem.
o primeiro pensamentoé sempre“vou chegaratrasada ao trabalho”.nunca é“que tragédia,ela achava quenão havia maisnenhuma saída”.
mas é.é a porra deuma tragédiaquandoo mundonão parapara vocêmesmo quandovocê lhe deuaté a últimagota do seusangue.
– nunca fiquei sabendo do seu nome, mas me
importo com você.
eu ando atéonde a ruaencontra acalçada.
um homemvem até mimimplorando que euo deixe saber
se estou vendo algumasfotos de família,no chão lamacentoe cheio de lixo.
ele não ligaque a casa deletenha sido reduzida auma pilha de destroços,
que ele tenha perdidocada última peça de roupacada último livro,cada último aparelho eletrônico.
eleapenas querum jeito delembrar.
– furacão sandy.
não háágua da chuvasuficienteno céutodopara lavarosangueinocentedassuas mãos.
– a vida deles importará sempre.
você foienviadodas estrelas
da maneira exataque deviaser...
da maneiraque vocêamaria,
da maneiraque vocêcobiçaria,
& da maneiraque você encontrariasuas asas...
& ninguémdeveter
o poderde levá-las emborade você.
– você merece sua pulsação.
ummundo
onde todos
os seres humanossejam cuidados
não deve ser chamado
de um mundo“revolucionário”
& no entantoé.
– queima.
nós somos a geraçãoa quem você deu umtroféu de participante.
nós somos a geraçãoque você fez usar capacetes,cotoveleiras & joelheiras.
nós somos a geraçãoa quem você deu cds censurados& filmes com classificação indicativa.
nós somos a geraçãoa quem você passou anos superprotegendoe depois jogou aos lobos.
agora nós somos a geraçãoque segue em frente com nada a não sercafé& três horas de sono.
nós somos a geraçãotrabalhando por um salário mínimocom diploma universitário.
nós somos a geraçãoganhando só o suficientepara sobreviver.
nós somos a geraçãoque você não queria ver fracassandoentão se assegurou de que fracassássemos.
– millennials.
emily...quase sempreme pegopensandose você ainda estálá foratentando achara si mesma comluz de velas.
sylvia estáao seu lado,mostrandoo caminho coma velhafanfarronicedasbatidas deseu coração?
será quevirginiatemum quartosó dela?& que dizer deharriet& anne& harper?
será queuma mulheralgum dia
fica empaz?ou é a mortenossa únicaesperançacoberta de penas?
– estarei lá com fósforos.
os seus quadristentarão irromperpela sua pele.
suas coxastentarão se unircomo a cauda de uma sereia.
um jardim agradávelbrotarápor sobre elas.
(& entre as suas pernas,em cima dos seus lábios,nas suas axilas, etc.)
não, você nãoestá aqui apenas para sersexy para ele.
o mundo começa& terminaquando você diz isso.
– o que eles não querem que você saiba.
a comidanãoéoinimigo.
– a sociedade é.
se você sempreolha parao seu reflexo& sente o desejode dizer a si mesma
que não éboa o suficientebonita o suficiente,magra o suficientegostosa o suficiente,
então achoque é horade você quebraresse espelhoem pedaços,
não acha?
– use esses estilhaços para traçar o caminhopara amar a si mesma.
estoubem segura deque você tem poeira de estrelascorrendoporessas veias.
– as mulheres têm um tipo de magia.
I. você vaipassar em meio às pessoasque simplesmente não podemesperarpara ver você fracassar.
II. existirão muitas vezesnas quais vocêfracassará(miseravelmente),
III. mas suas derrotassão apenas o que aconteceu...elas não têm que serquem você é.
IV. tudo o que você pode fazeré pegar aqueles erros& usá-los como fertilizantesque ajudem você a crescer.
V. você tem quecontinuar indo em frentenão importa o queas vozes delas digam.
– a vida ainda vale ser vivida.
as folhasvãose transformar.
as folhasvão cairem espiral para ochão.
as folhasvãovoltar melhoresdo que nuncaforam
& querida,vocêtambém.
vocêtambém.
– as certezas do outono.
vocênão éobrigadaa terfilhossó porqueo seu corpotem essacapacidade.
vocêé muitomuitomuitomuito maisdo que apossibilidadede terfilhos.
você dáà luza oceanos todo santo dia.
– sua vizinha cordial que odeia homens e comecriancinhas.
seja umasereia.
seja uma sereiaque não sossegaquando agitaa água bem devagar.
seja umasereiaque nãopara até fazerondas no mar.
seja umasereiaque sabeparar antesque devasteo mundo comtsunamis.
– não deixe que o mundo leve sua bondade.
vocênão fez
absolutamentenadapara
merecerisso.
– foda-se a cultura do estupro.
repita comigo:você não devea ninguémo seuperdão.
– exceto talvez a si mesma.
o amorque algumas garotastêm poroutras garotasémuito delicado& muito suave& muito lindo pra caralho,&essas garotasmerecemterhistórias melhoresdo que aquelasem quesão assassinadasporque amamcom todoo coraçãodelas.
– o amor nunca é uma fraqueza.
a única coisanecessáriapara se seruma mulheré seidentificarcomo uma.
– ponto final, fim da história.
sua felicidadevem antes
da felicidadede qualquer pessoa.
– o significado verdadeiro de “respeito por simesma”.
apenas porqueeles nãobatem em vocênão significa quenão éabuso.
você nãopensaria queé um crimeolhar para o céubem altoà noite& dizeràs estrelasque elas não têmnenhum brilho?
adivinhe?você brilhamuito maisdo que todas asestrelasque jáexistiramou queexistirão.
– abuso emocional continua a ser abuso.
você está certa...
você tentou& tentou& tentou& depois tentoumais um pouco,
mas talvezeles apenas nãosejam capazesde amar vocêafinal de contas.
agora eu lhe pergunto:e daí?
– o único amor de que você precisa é o seu.
você merecealguémque façavocê se sentircomo acriaturade outro mundoque você é.
– você mesma.
desconfiedos garotos que
só dizemmeias verdades
porque elesapenas vão
amar vocêpela metade.
– acabe com esses dragões.
não seiluda:
existirãodragões.
o que eles nãosabem é que
você sempre estarápronta com
uma brasa cravadaentre seus lábios
& um fósforo se equilibrandoentre seus dedos.
aqui está a diferença vitalentre vocês:
eles queimam para matare você queima para viver.
– que eles nunca mais subestimem você.
quandoalguémse oferece parasalvar vocêfaça dissoa missãopara salvar a si mesma.
– acredito em você.
o fim.
querido leitor,vocêchegouagoraao fim daminha história.
querolhe agradecerpor seguir nessajornadaexaustivajunto comigo.
por favor, saiba quea cada palavraque você leu,ficou muito maisfácil para mimrespirar.
– amanda lovelace
pendente:o seu próprio final feliz.
– você vai chegar lá.
agradecimentos especiais
I. a meu sol & chuva, que acreditou que eu podia escrever este livro, mesmoquando eu não acreditava.
II. a meu pai, que provavelmente não sabia que eu era escritora, mas ficarámuito orgulhoso de eu ter escrito este livro.
III. a minha irmã-protetora, que não imaginaria desistir de mim, mesmo nosmomentos mais obscuros.
IV. a toda minha família, que sempre me encorajou a seguir em frente,mesmo que isso significasse me tirar da minha zona de conforto.
V. a meus primeiros leitores (christine, mira, danika, shauna, rob, mason,lauren & michaela), que choraram ao ler este livro & – o mais importante –apontaram minhas inconsistências & corrigiram grande parte dos meuserros de gramática.
sobre a autora
amanda lovelace é poeta e contadora de histórias e vem compartilhando suaspalavras no café do seu bairro & nos blogs tumblr. ela vive em nova jerseycom seu noivo e se formou em literatura de língua inglesa pela brookdalecomunity college em 2014 & agora está fazendo pós-graduação em literaturade língua inglesa e sociologia na kean university. o que ela vai fazer depoisdisso, ninguém sabe – nem ela mesma. por ora, você pode encontrá-la lendoqualquer coisa que lhe caia nas mãos, escrevendo quando deveria estarprestando atenção na aula, pensando em escrever mas não escrevendo,bebendo uma quantidade extraordinária de café & postando textos sobrelivros em blogs. acima de tudo ela ama qualquer coisa relacionada a gatos, etambém é uma entusiasta obstinada de sereias. ela se considera feminista &defensora da justiça social. você pode também encontrá-la comoladybookmad no twitter, instagram & tumblr.
visite amandalovelace.com
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