amor e sexo visao crista do problema sexual

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Mary Perkins Ryan John Julian Ryan

AMOR E SEXOVisão cristã do problema

sexual

Edições Paulinas

Aos nossos filhos John, Thomas, Peter, Michaele David

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as2soluções !ue nos comunicaram atrav&s de suaami$ade e eperincia, ajudaram#nos acompreender, pelo menos em parte, o papel !uedesempenha o amor n(o s) na vida matrimonial,

como em todas as formas de vida crist(' 0ai a!uinosso irrestrito reconhecimento a todos os nossosamigos, %em como aos colegas !ue nos auiliarama concreti$ar e dar corpo 3s nossas id&ias'Desejamos manifestar nossa particular gratid(o atodos os !ue, com 4 encorajamentos e cr*ticas,persuadiram#nos n(o s) a escrever como areestruturar este livro'As id&ias !ue a!ui apresentamos n(o visam aconstituir um 5manual so%re o matrim+nio5'.irmando#nos no conteto informativo pr)prio dosmanuais !ue versam so%re a vida de matrim+nio,procuramos, acima de tudo, sugerir linhas de

orientaç(o aplic"veis a todos os !ue desejamaprender a amar, n(o importa !ual seja seu estadode vida crist(' Mas nossa firme esperança & !ueestas orientações sejam particularmente 6teis aoscasais, %em como a pessoas encarregadas decursos em preparaç(o ao matrim+nio, ou

diretamente relacionadas com !uestõesmatrimoniais' Tampouco foi nossa intenç(o redigir uma o%rapolmica' .omos o%rigados a nos empenhai ou pe#lo menos a entrar em contato com a maior partedas !uestões !ue hoje em dia se de%atem, maisou menos relacionadas com o seo, o matrim+nio

e a vida familiar' Mas n(o o fi$emos com intuito desuscitar ou dar continuidade a controv&rsias sem

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visando promover um consciencioso de%ate emtorno da melhor maneira de remover os o%st"culosao amor, e a fomentar os meios mais favor"veispara increment"#lo'

7omo cat)licos, & natural !ue encaremos os pro#%lemas atuais e suas poss*veis soluções noconteto espec*fico, hist)rico e hodierno dadoutrina e das teorias a%raçadas pela /grejacat)lica' Entretanto, sendo estes pro%lemas, sen(oidnticos, pelo menos an"logos aos !ue severificam em outras esferas do 7ristianismo,nutrimos a esperança de !ue tam%&m a eles possaeste livro oferecer alguma utilidade'

Mar8 Per9ins :8an John Julian :8an

$% &'MA(#)A)E E SEXO

Desde a &poca dos Padres, at& agora, eerceu no#t"vel influo so%re algumas correntes da doutrinacrist( a id&ia de !ue o seo constitui um aspectonegativo da nature$a humana, s) restaur"velmediante repress(o ou a%stendo#se de us"#lo' ;impulso original !ue levou a semelhante atitude

parece provir de doutrinas estranhas aocristianismo, entre estas, as correntes est)icas eoutras categorias de pensadores enfadados com alicenciosidade !ue imperava na!ueles tempos' ;ensinamento crist(o, por&m, sempre proclamoucomo realidades fundamentalmente %oas e

suscet*veis de redenç(o, o corpo, o matrim+nio, aprocriaç(o' Apesar disso, certas praes predomina#

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ainda fulminem do alto do p6lpito a 5lu6ria5' Talve$ algumas freiras ainda endossem em suasescolas as cr*ticas suscitadas por uma superioraencarregada de muitas centenas de jovens alunas'

>olicitada a adotar o livro de 0on Gilde%rand? "EmDefesa da Pureza", uma das primeiras o%rascat)licas modernas !ue procuraram enfrentar a!uest(o matrimonial ressaltando os aspectospositivos do seo e colocando#o em relaç(o com avirgindade consagrada, disse ela muitodesenvolta? 5<ada sei so%re isso e nem !uerosa%er5' <ossos pais e educadores estavamim%u*dos desta mentalidade, !ue provocousemelhantes fen+menos' :a$(o por !ue n)stam%&m, por influo deles, nascemosimpregnados, at& certo ponto, nesse clima denegativismo' Por conseguinte, a maior parte da

nossa geraç(o dificilmente consegue evitar opensamento, consciente ou n(o, de !ue para n)smelhor seria, moralmente falando, 5n(o ter vidaseual5, para usarmos o t*tulo de um livro atual emuito 6til, escrito por :ichard Gettlinger? Livingwith Sex: The Student’s Dilemma @<eH Ior9?

>ea%ur8 Press, KK'; mundo de hoje sofre uma verdadeira inundaç(o5do seo5' ;s carta$es eploram cada ve$ maisclamorosamente a atraç(o seual, fomentando aid&ia de !ue o o%jetivo da vida & aumentar opr)prio poder de seduç(o usando o melhor

sa%onete, o perfume mais suave ou o mais efica$desodorante 5A filosofia do play!y" propunha

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viver consiste no uso t(o fre!Lente !uanto pos#s*vel da pr)pria capacidade seual' Estudoseistem, como os de inse8 e Masters, !ueanalisam cientificamente o comportamento seual,

normal e anormal, cujas conclusões rece%em amais ampla divulgaç(o' :evistas e livrosdestinados a um p6%lico de classe m&dia des#crevem e de%atem a vida seual no matrim+nio efora dele' .ilmes, art*sticos ou pseudo#art*sticos,encaram o pro%lema com desini%iç(o cada ve$maior' <(o podemos fechar olhos e ouvidos diantedisso tudo, seja !ue nos consideremos culpados,seja inocentes, no !ue di$ respeito 3s nossasreações perante estes multiformes est*mulos'Al&m disso, nesta &poca p)s#freudiana, & dif*cil es#capar do influo da hip)tese atualmente em vogasegundo a !ual ningu&m pode go$ar de %oa sa6de,

ser verdadeiramente homem, desenvolver#se ereali$ar#se plenamente, se reprimir os pr)priosinstintos seuais' <a divulgaç(o dos princ*piosfreudianos, !ue n(o raro foram alvo de e!u*vocose de falsas interpretações, colocou#se a repress(odas atividades seuais f*sicas no mesmo plano da

repress(o da seualidade como dimens(o dapessoa humana, e as demonstrações de .reud emtorno da cone(o entre as dimensões da pessoahumana e as pertur%ações mentais foramaplicadas a toda e !ual!uer a%stenç(o dasfaculdades seuais'Do mesmo modo, a palavra 5seo5 deiou de sig#

nificar apenas 5uma peculiaridade do macho ou dafmea ou coisas !ue distinguem o macho da

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relacionadas com a satisfaç(o ou reproduç(oseual, e em especial a atraç(o !ue eerce umseo so%re outro5' Mas este sentido assimampliado j" se tornou de novo insuficiente, pois,

em nossa cultura popular, a palavra 5seo5significa em primeiro lugar o ato seual @eemplot*pico disso & o recruta !ue escreveu a palavra5ocasionalmente5 em ve$ de 5masculino5 noespaço do formul"rio reservado 3 referncia doseo' Por conseguinte, os aspectos f*sicos daseualidade humana ad!uiriram etraordin"riaimport=ncia, e o seo se tornou algo impessoal,uma esp&cie ds rem&dio para certos psi!uismosdoentios e uma fonte de pra$er para indiv*duossadios' /nsistem ainda os epoentes da culturamoderna !ue o seo, em sentido impessoal, &necess"rio para a salvaç(o terrena, ao passo !ue

a religi(o e os condicionamentos de outroraapresentam#no como um perigo para a salvaç(oeterna' <ingu&m se admira !ue tais contrastessuscitem pro%lemas'Estes pro%lemas s(o ainda acrescidos pelas id&iasconfusas referentes ao amor rom=ntico, em voga

na sociedade moderna' ; amor rom=ntico pareceassumir proporções c)smicas, !ual forçaimpessoal fadada a su%jugar o homem, a pontoat& mesmo de destru*#lo, como os her)is da lendade Trist(o e /solda' Tal conceito mant&m#se muitovivo ainda em nossa cultura, e para ele apelamtodos os !ue se deiam arrastar pelas paiões' ;

5amor5 justifica tudo, e o povo identifica 5apai#onar#se5 com uma grande variedade de impulsos

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5amor5 aparecem entrelaçadas com outrasreferentes ao seo, sem atingir, por&m, uma realintegraç(o' A famosa caricatura Play!y, !uedescreve um casal em apaionado ampleo, e

refere estas palavras do rapa$ 3 jovem? 5Por !uefalar de amor em um momento como esteN5:esume toda a tem"tica play!y, segundo a !ualo amor rom=ntico n(o & a%solutamenteindispens"vel para a satisfaç(o seual, e !uesomente um sentimentalismo sofisticado poderiasustentar tal hip)tese' Mas, ao mesmo tempo,canções populares, filmes, e romances continuama encorajar o 5Jovem >onho de Amor5' Destarte,n(o apenas nos de%atemos entre duas men#talidades opostas? 5o seo & um %em5 e 5o seo &um mal5, mas entre duas id&ias? 5; amor & tudo5,e o 5amor & uma desilus(o sentimental5'

As /grejas procuram enfrentar esta situaç(o, fa#$endo notar !ue o verdadeiro amor n(o seconfunde com sentimentalismos rom=nticos, e !ueo seo & realmente um %em !uando retamenteusado na vida matrimonial- procuram tam%&majudar seus mem%ros a compreender e a p+r em

pr"tica esta doutrina' <as 6ltimas d&cadas, a/greja 7at)lica tem se esforçado em dar maisnfase 3 id&ia de !ue o seo n(o & somente um%em, mas tam%&m uma coisa santa, !uando se fa$reto uso de suas funções na vida matrimonial paracooperar com a o%ra criadora de Deus, dando vidaa novos seres humanos' A tendncia mais recente

& a de sugerir !ue o seo alimenta o amorrec*proco do casal Mas estes aspectos n(o

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solteiros, dos separados e divorciados, dos casais!ue julgam n(o terem mais condições para criaroutros filhos, assim como para os !ue n(oconseguiram superar o pr)prio sentimento de

culpa em relaç(o ao pra$er seual' Em verdade, anova maneira de tratar a !uest(o n(o resolvetodos os pro%lemas'; motivo deste insucesso n(o est" em !ue taisensinamentos deiem de encorajar o seo, namedida do poss*vel, mas eplica#se pelo fato deassumirem a noç(o a%strata de seo, !uepredomina em nossa sociedade' Talve$ estaatitude se deva, em primeiro lugar, a umaapresentaç(o terrena e ca%almente pragm"tica doseo como realidade f*sica e %iol)gica, !ue 5fa$parte do plano divino5' Eis um eemplo? 5visto !ueas criaturas humanas s(o preciosas para Deus, ele

deseja !ue um homem gere filhos' 0isandogarantir a perpetuidade da raça humana, tornoupra$eirosa a uni(o f*sica entre homem e mulher nomatrim+nio' ; corpo feminino ecita o homem' Eiso plano de Deus5' Em segundo lugar, pode serfruto de uma apresentaç(o do ato seual como

realidade !ue se torna su%lime e so%re#humana nomatrim+nio' Eis outro eemplo? 5Em%ora muitasve$es repetida, a uni(o seual continua sendo,para um n6mero ilimitado de casais, o !ue foidesde o in*cio? fonte inetingu*vel de doçura e%enç(o espiritual- nascente !uase milagrosa esu%lime de pra$er, !ue leva o casal a se entrelaçar

em m6tuo amor5' Estas citações de livrospu%licados nos 6ltimos anos representam as duas

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e do ensinamento popular cat)lico em relaç(o aoseo e ao matrim+nio' >eja !ue o consideremoscomo realidade simplesmente %iol)gica, seja !ue oencaremos por um motivo de su%limaç(o, o seo

ser" sempre uma realidade inferior ou superior 3esfera do comportamento especificamentehumano'Mas a !uest(o suscitada pela sociedade hodierna& precisamente a de sa%er como humani$ar o5seo5, como elev"#lo ao n*vel da li%erdade e daresponsa%ilidade humana, como atri%uir#lhefunç(o positiva em cada indiv*duo, casado ousolteiro' 0"rias influncias interdependentespossi%ilitam atingir este o%jetivo' Primeira, e talve$a mais importante, & a !ue nos oferecem asteorias psicol)gicas' /nepta seria nossa com#preens(o do .reudianismo, se o consider"ssemos

como uma teoria !ue redu$ o amor er)tico eafetivo 3 seualidade genital' A teoria psicol)gicamoderna parece preferir afirmar !ue a seualidade& um impulso !ue atua n(o somente na esferagenital, mas em todas as "reas do comportamentohumano, mesmo !uando este se relaciona apenas

indiretamente com as funções seuais' Tal campocarece ainda de !ual!uer determinaç(o, e n(o seconhece claramente !ue sentido teriam as5funções seuais5 para a pessoa humana, al&m daesfera %iol)gica' 7onsidera#se, entretanto, estaesfera como um campo !ue a%range todo ocomportamento afetivo e toda conduta em %usca

do pra$er, incluindo, por conseguinte, uma verda#deira gama de atitudes seuais desde as mais

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palavras, & uma força !ue constitui propriamenteum aspecto integral de todo impulso afetivo dapessoa humana, poss*vel, portanto, de serhumani$ada e personali$ada'

Al&m disso, o ideal do am!r !rtes#! envolviaa!uilo !ue modernamente chamar*amos de5relações interpessoais5 entre dois !ue se amam,em%ora eclu*sse teoricamente a relaç(o seual' Tal coisa foi se tornando, aos poucos,familiarmente aceita !ual desej"vel pressupostoao matrim+nio, e influiu no desenvolvimento deid&ias, so%re o comportamento seual e omatrim+nio, mais centrali$adas na pessoa' Adespeito da verdadeira o%sess(o pelo seo, !ue seapoderou da cultura moderna, ou talve$ em ra$(oda intoler"vel opress(o !ue ela eerce, pareceestar em via de desenvolvimento uma apreciaç(o

dos aspectos verdadeiramente humanos daseualidade' ;s assim chamados matrim+nios5entre colegas5 tm sido modelos !ue encontrammais aceitaç(o, particularmente entre jovens den*vel universit"rio, e as relações seuais pr&#matrimoniais v(o se centrali$ando cada ve$ mais

na 5pessoa humana5' Al&m disso, n(o constatamosapsnas uma inundaç(o de imagens 5se85,escritas ou filmadas- h" um n6mero incont"vel defilmes e romances, !ue, mediante uma neur)ticaid&ia de 5salvaç(o pelo seo5, procuram encontraro sentimento da seualidade humana e seesforçam por integr"#la em es!uemas mais amplos

de valores' Tanto na vida real !uanto na esfera daimaginaç(o a!uilo !ue muitos cr*ticos crist(os

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em muitos casos n(o passa de su%limaç(o contraalgo !ue se apresenta como uma moral va$ia deconte6do, e uma %usca sincera do sentido real davida'

7onsidere#se ainda !ue os mem%ros de muitas/grejas est(o procurando, com o au*lio da psicolo#gia moderna e de outras cincias sociais, entendero verdadeiro alcance do c)digo de moral crist( no!ue di$ respsito ao comportamento seual e suasaplicações na sociedade atual' Entre os cat)licos,v(o se multiplicando os de%ates em torno daseualidade, vista so% um prisma mais humano,so%retudo !uanto 3 limitaç(o da prole, e, maisrecentemente, !uanto 3 disciplina relativa aoceli%ato do clero' Muitos c+njuges começaram atomar parte nestes de%ates' <(o resta d6vida de!ue a tonalidade, ou pelo menos uma das

cam%iantes !ue caracteri$am os ensinamentos do0aticano //, no !ue di$ respeito ao matrim+nio e 3srelações seuais no matrim+nio, s(o assa$ di#ferentes e muito mais genuinamente humanas do!ue o clima !ue impregna a Enc*clica so%re omatrim+nio de O e grande parte da literatura

cat)lica, mesmo atual'Mas, al&m destas tendncias !ue di$em diretarelaç(o com o conceito de seo como tal, oprogresso !ue o 0aticano // operou no pensamentocrist(o, fornece o conteto para desenvolvermosnosso estudo acerca da doutrina atual da /grejareferente ao seo, como tam%&m para

eaminarmos as suas conse!Lncias pr"ticas'Pois o principal o%st"culo !ue impede uma

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positiva da funç(o do seo no amor, e da funç(odo amor na vida humana, & a id&ia impessoal eisolada do seo como se fosse uma con!uistadefinitiva de um vasto conjunto de outras atitudes

!ue influenciaram o pensamento crist(o ao longodos s&culos' >e eaminarmos nosso pr)prio sentirem relaç(o ao seo' perce%#lo#emos entrelaçadocom id&ias so%re a finalidade da vida, so%re opecado, assim como com id&ias a respeito doamor, do matrim+nio, da funç(o do homem e damulher na vida matrimonial e na sociedade' ;mesmo acontece com os ensinamentos !ue diretaou indiretamente influenciaram nossas id&ias enossos sentimentos'

Devido a v"rios fatores hist)ricos, pr)imos eremotos, certas praes crist(s pareciam inculcar

!ue a finalidade da vida era apenas a de conseguira salvaç(o no c&u, em ve$ de insistir nanecessidade de compartilhar a o%ra de 7ristodestinada a reunir os homens em comunh(o deamor e de vida com Deus e com o pr)imo' Taispraes talve$ salientassem !ue o pecado consisteprimariamente em uma transgress(o material,mais ou menos s&ria, de mandamentos ar%itr"rios,em ve$ de ser a recusa do amor divino' Pareciamafirmar !ue nosso corpo fosse a parte 5inferior5 ou5animal5 da nature$a, perigo constante para aeterna felicidade de nossas almas, e n(o um as#pecto essencial do nosso 5eu5, !ue possi%ilita

nossa presença junto ao pr)imo e nos d" o poderde comunicar#nos com ele <este conteto era

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positivo na seualidade al&m da finalidade degerar filhos e de garantir uma comunidade familiarest"vel, prop*cia 3 educaç(o da prole' Todas asoutras manifestações ou resson=ncias do seo,

desde !ue reconhecidas como tais, apresentavam#se como um em%araço, um tormento, um5mist&rio5, ou tudo isso ao mesmo tempo'Mas os te)logos e os eegetas vm tra%alhando,h" v"rios anos, para li%ertar o povo crist(o destasinterpretações simplicistas e unilateralmenteenf"ticas, fruto de influos culturais ou filos)ficos'Este tra%alho, corro%orado pela força do Esp*rito>anto no pensamento e na vida dos crist(os, j"propicia uma nova vis(o da vocaç(o humana ecrist( centrali$ada no amor? o amor de Deus noschama e nos proporciona os meios decorresponder- tal resposta h" de ser dada por n)s,

n(o como 5almas5, Q sim integralmente, como5pessoas5, amando#nos mutuamente, produ$indoo%ras de amor, construindo uma comunidade deamor'Esta vis(o nos fa$ tomar uma atitude renovadaperante a seualidade humana, encarando#a como

um elemento da nature$a !ue contri%ui para avocaç(o do homem ao amor, tanto do casadocomo do solteiro' Mas nesta vis(o urge renovemosnossas atitudes, %uscando suas implicações eeigncias' Pois, ocioso seria supor !uepoder*amos ensinar os homens a sa*rem de simesmos e a se amarem reciprocamente sem

provocar desgaste ps*!uico @e at& mesmo desastresocial se n(o lhes oferecermos alguma

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funç(o da seualidade no amor' <a culturamoderna, as pessoas n(o conseguem mais seamar como esp*ritos desencarnados- devemos,pois, patentear#lhes !ue o 6nico modo de

conseguirem o amor, em sentido crist(o, & sa%eramar como pessoas humanas completas, comopessoas providas de seo';s autores deste livro est(o, pois, convencidos daurgncia de refletir so%re a vocaç(o crist( ao amore a funç(o da seualidade nesta vocaç(o, semesperar !ue te)logos e soci)logos completem seustratados !ue poderiam, talve$, oferecer soluçõesa%ali$adas a esse respeito' ; povo n(o pode pararde viver e de amar, na epectativa destassoluções 1 se & !ue um dia chegar(o a serformuladas em sentido definitivo' ; povo tem deenfrentar o dilema da vida seual no mundo de

hoje, e este dilema s) ter" soluç(o se lheanontarmos uma meta positiva para a pr)priaseualidade' Parece, pois, um dever participarmosaos outros, certas intuições !ue conseguimos, naesperança de !ue sejam 6teis e despertemulteriores refleões tanto por parte dos leitores em

%usca de diretri$es para o amor, !uanto por partedos peritos !ue procuram melhores soluções paraos pro%lemas !ue trataremos'Por isso, na primeira parte do livro, indicaremos%revemente a harmonia !ue eiste entre asintuições da psicologia moderna em torno dafundamental import=ncia do fator afetivo na

psi!ue humana, e a vis(o crist( da posiç(o centraldo amor nos des*gnios de Deus Passaremos em

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maduro e respons"vel, os aspectos do desejo deestar !m ! outro e de viver pel! outro, de sair desi mesmo para ir ao encontro do outro, de seengajar em o%ras de amor pelo %em do outro'

<este ponto, esperamos demonstrar a identidadeessencial entre a tarefa humana de crescer comopessoa, dentro da comunidade e atrav&s dela, e atarefa crist( de amar o pr)imo como 7risto nosamou'Eaminaremos, em seguida, a funç(o da seua#lidade no amor, como pessoas dotadas de seo,como homens e mulheres, e o tra%alho necess"riopara colocarmos nosso seualismo a serviço doamor' A esse respeito, sugeriremos !ue a normano comportamento seual moral pode se eprimirmais clara e persuasivamente em termos de amordo !ue como 5pra$er deli%eradamente admitido5'

Mais adiante, considerando a pessoa humanacomo um todo formado de corpo e esp*rito, e opapel do corpo nas relações humanas, teremostalve$ condições para demonstrar a validade doideal crist(o !ue s) permite o ato e as intimidadesseuais no conteto matrimonial'

A segunda parte ser" dedicada, em primeiro lugar,ao de%ate em torno da capacidade de agir poramor 1 desenvolvimento de uma conscinciacrist( adulta cada ve$ mais sens*vel aos valoreshumanos, conscincia esta !ue h" de serfomentada pelo agir conforme a lei do amor 1 e afunç(o da sa%edoria humana, da >agrada

Escritura, da /greja e das suas leis na formaç(o eno eerc*cio da conscincia Passaremos depois a

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crescimento no amor 1 o cultivo das atitudes edas relações do amor 1 assim como as linhas deuma vida afetiva crist('A terceira parte ser" dedicada 3 consideraç(o dos

trs principais estados da vida crist( 1 do solteiro,da pessoa consagrada pela virgindade e peloceli%ato, e dos casados 1 3 lu$ da vocaç(o crist(?crescimento no amor, agir inspirado pelo amor'Dedicaremos tam%&m nossa atenç(o 3s !uestõescontroversas relativas ao celi%ato, 3 limitaç(o daprole, ao a%orto, 3s leis e aos processosmatrimoniais, 3 estrutura da vida familiar'.inalmente, apresentaremos algumas soluçõespara o urgente pro%lema da 5educaç(o seual5'

*% AMOR E MA+'R#)A)E

>e pud&ssemos imaginar um computador capa$ deregistrar nossas mais profundas preocupações,c+nscias ou inc+nscias, tal aparelho iria !uase comcerte$a desco%rir !ue nossas preocupações maisprofundas s(o a!uelas !ue geralmente chamamosde 5amor5 e 5aç(o5' 5>ou amado e estimado5N5Minhas relações com o pr)imo s(o a!uelas !ueeu gostaria de ter5N ;u ainda? 5Estou conseguindomeus o%jetivos, estou reali$ando alguma coisaN5Eis as principais !uestões !ue colocamos para n)smesmos, em nosso su%consciente, e, muitasve$es, na pr)pria superf*cie de nossa conscincia'<a terminologia cl"ssica do pensamento ocidental,

estas duas preocupações centrais da nature$ahumana rece%iam o nome de 5concupisc*vel5 e

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estamos 5sujeitos5, isto &, !ue nos impulsionam etendem a su%verter nossa ra$(o e livre vontade,em ve$ de constitu*rem forças positivas para odesenvolvimento da atitude humana' Mas os

psic)logos modernos falam de impuls!s 5afetivos5e 5agressivos5, encarando#os como duas formas deenergia ps*!uica, colocadas 3 disposiç(o da pessoahumana em seu conjunto' Estes impulsos devem,realmente, ser canali$ados para uma sa*daaceit"vel e criativa, se a pessoa !uiserdesenvolver sua potencialidade na vida social-mas, se reprimidos ou sufocados, provocar(odistorções emocionais' .reud n(o notou nenhumadistinç(o marcante entre esses dois impulsos- paraele, a força impulsora central, a energia ps*!uicacatalisadora da pessoa humana & a 5li%ido5, oincitamento ao amor, 3 reali$aç(o de si mesmo

atrav&s do amor @considerado, em certo sentido,como amor seual' ; impulso agressivo oueecut)rio seria apenas um aspecto da!ueleimpulso primordial'Esta intuiç(o corresponde su%stancialmente aosdados da eperincia' Agimos 5agressivamente5,

no estrito sentido do termo, para nos defender an)s mesmos, as pessoas, as coisas, as id&ias, e ascausas !ue encarecemos' >omos agressivostam%&m !uando tratamos de remover o%st"culosao conseguimento de %ens necess"rios para n)s epara os outros' A criança, !ue %ate em outra paratomar#lhe o %rin!uedo, ou para recuperar o seu, o

soldado !ue com%ate para defender seu pa*s, oestudante !ue luta por uma nova id&ia o

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amou'>e isso & verdade, n(o pode parecer estranho !ueDeus, ao criar o homem, o tenha feito de tal forma!ue o amor 1 por mais am%*guo !ue seja em sua

concreti$aç(o individual 1 constitua o dinamismocentral, a mola propulsora da atividade humana'>e algo houver de falho na nature$a do homem,dever" ser atri%u*do 3 orientaç(o e 3 !ualidadedeste impulso amoroso, n(o ao impulso em simesmo' Por isso, o principal papel da vida crist(ser" o de organi$ar, dirigir e fortalecer esteimpulso, n(o de suprimi#lo- de permitir !ue oamor, infundido pelo Esp*rito >anto em nossoscorações, permeie, dirija, revigore este impulsoem todas as suas manifestações, n(o de pro#curarmos nos livrar dele' Em outras palavras, Deusn(o !uer !ue evitemos ou negligenciemos nossas

preocupações centrais referentes ao amor e 3aç(o- muito pelo cont"rio, deseja !ue amemos eajamos em plenitude, com eficincia? 5a gl)ria deDeus & o homem !ue vive em plenitude5 @>'/rineu'Em certas camadas do cristianismo, pelo menos

nas esferas populares, tem#se a impress(o de !ueDeus seja contr"rio ao nosso ser plenamentehumano' Deus parece interessado nas 5almas5 en(o na pessoa humana integral- parecepreocupado apenas em !ue o%edeçamos 3s suasleis, e n(o em !ue amemos a ele e aR pr)imo eutili$emos nossa vida para fa$er o %em'

Ensinaram#nos !ue Jesus se fe$ homem e morreupara pagar a d*vida !ue contra*mos com Deus por

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a graça !ue nos possi%ilita alcançarmos afelicidade perene no para*so, !ue, por&m, nosencontramos sempre em perigo de perd#la comuma nova deso%edincia' Destarte, forjou#se a

vida crist( como sendo algo impessoal, destinadoa evitar pecados mediante a omiss(o de o%raspecaminosas, n(o uma realidade voltada para aaç(o, em m6tuo au*lio, visando o%ter a plenitudeda vida' :a$(o por !ue ningu&m admira !ue ela setenha tornado sempre mais irrelevante para ohomem moderno' ; homem moderno, hoje, maisdo !ue em !ual!uer &poca passada, v comclare$a !ue seu destino & o amor e a aç(o'7hegamos 3 conclus(o de !ue este modo de mos#trar a vida crist( foi conse!Lncia de apreciaçõessimplistas e unilaterais' A tendncia atual &apresentar a mensagem crist( mais em harmonia

com o <ovo Testamento, cuja orientaç(o a serviçodo amor e da aç(o podemos agora o%servar emperspectivas cada ve$ mais profundas' Deus !uerunir#nos a ele e ao pr)imo em uma comunidadede amor e de vida' 7risto veio 5para !ue oshomens possu*ssem a vida, e a possu*ssem com

a%und=ncia5 @Jo ,' Ele veio para nos tornarcapa$es de amar a Deus e ao pr)imo, paradesenvolvermos todas as nossas possi%ilidadeshumanas de vida e de amor, e assim edificarmos o:eino de Deus'; pecado consiste, portanto, na re%ei&#! d! am!rde Deus e do pr)imo, e se manifesta na recusa

de agir por amor e na vontade de agir sem amor'7risto veio li%ertar#nos das cadeias do nosso

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morreu e ressuscitou para elevar nossa nature$ahumana de seu estado 5carnal5, isto &, fraco epecaminoso, at& a presença de Deus, e fa$er#nosparticipar da sua pr)pria plenitude de vida e amor'

<)s o seguimos, e continuamos sua o%ra,precisamente amando e vivendo de tal forma !uepossi%ilite desenvolver a vida em n)s e nos outros,e aeindo para unir todos os homens com Deus eentre si atrav&s do amor'7ausa ainda surpresa a muitos cat)licos, mesmoap)s o 7onc*lio 0aticano //, ouvir di$er !ue 5a!uilo!ue # a /greja ensina5, ou ensinou, possa ser de!ual!uer forma imperfeito e causa igualmentesurpresa a muitos protestantes !ue haja cat)licosdispostos a admitir semelhante asserç(o'<aturalmente, 5a!uilo !ue o povo pensa !ue a/greja ensina5, ou ensinou, em torno de certos

t)picos, pode incluir semi#heresias ou piaseagerações inculcadas outrora por certos pais ouprofessores mal informados, como tam%&m podeser fruto de opiniões teol)gicas proclamadas comose fossem Evangelho, pela imprensa ou do alto dosp6lpitos' Mas, 3 medida !ue tomamos conscincia

dos efeitos da evoluç(o da /greja em seu contatocom as culturas de v"rias &pocas e lugares,dever*amos acaso surpreender#nos ao constatar!ue, em certas regiões, o pensamento oficial das/grejas em comunh(o com o sentir comum doscrist(os, tenha inconscientemente adaptado oEvangelho a in6meros preconceitos ideol)gicos e

sociaisN ; racismo & o eemplo mais atual eem%araçante? !uantos cat)licos ou protestantes

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nidade de ouvir sermões so%re o pecado da discri#minaç(o racialN Por isso, assim como estamosagora purificando e aperfeiçoando nossacompreens(o das eigncias evang&licas neste

campo, o mesmo podemos fa$er no !ue di$respeito a outras esferas do pensamento crist(o' Tal afirmaç(o n(o vem a%solutamente negar apresença e a inspiraç(o do Esp*rito >anto na/greja- significa apenas a aceitaç(o de um fatomuitas ve$es acentuado pela 56men Sentium5? a/greja & uma comunidade 5peregrina5, constitu*dade s&culo em s&culo por homens possuidores deuma vis(o do mundo !ue assume aspectospeculiares com o passar dos tempos' 0ivendo emam%iente diferenciado cultural e socialmente, oscrist(os n(o puderam deiar de rece%er ainfluncia destes fatores !uanto ao modo de

conce%er e praticar a doutrina de 7risto' 0erdade &!ue n(o podemos jamais separar o Evangelho5genu*no5 da maneira humana de entend#lo-entretanto, sempre nos & l*cito procurarcompreender e eprimir o ensinamento e aseigncias de 7risto com mais clare$a, iluminados

pelo Esp*rito >anto e pelos esclarecimentos !uenos oferece o progresso humano em mat&ria deauto#compreens(o e de cultura'Este tra%alho de repensar o Evangelho e de pro#gredir em sua compreens(o, de apresent"#lo demaneira compreens*vel a pessoas possuidoras dasmais variadas culturas, foi sempre uma

preocupaç(o da /greja 7at)lica :omana, assimcomo de outras /grejas crist(s Mas parece !ue

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6ltimas d&cadas, talve$ por!ue tivesse parecidoecessivamente lenta no passado, e tam%&mpor!ue o 7onc*lio 0aticano >egundo, com toda asua pu%licidade e suas conse!Lncias, fe$ com

!ue !uase todos tomassem conscincia danecessidade de 5renovaç(o5 e perce%essem otra%alho !ue a /greja cat)lica e outras /grejascrist(s est(o empreendendo neste sentido' Tal renovaç(o, j" formulada nos documentos con#ciliares, imprime 3 vida cat)lica orientaç(o %em di#ferente da!uela geralmente tida como 5cat)lica5nos 6ltimos s&culos' ;s estudos em torno daeducaç(o cat)lica passada e atual, levados atermo por Sreele8 :ossi e pelo grupo de '!treDame, mostraram com clare$a !ue o ponto aialdo ensino cat)lico n(o fora o amor de Deus e dopr)imo ordenado por 7risto' ;s documentos

conciliares restauram o amor no centro din=micoda vida crist(, !ue lhe & pr)prio, e acentuam comveemncia a aç(o !ue este amor re!uer nasociedade'

Di$ a 5Saudium et >pes5?

"(elemrand! as palavras d! Senh!r: )nist!re!nheer#! t!d!s *ue s!is meus dis+pul!s, sev!s amardes uns a!s !utr!s) -! ./,/01, nadadese%ar2 mais ardentemente ! rist#! d! *ueservir a! h!mem d! mund! atual !m resentegener!sidade e efi2ia3 P!r iss!, aderind! fiel4

mente a! Evangelh!, e enefiiand!4se de suasri*uezas, em uni#! !m t!d!s !s *ue amam e

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tarefa gigantesa a ser exeutada nesta terra333'em t!d! ! *ue diz )Senh!r, Senh!r) entrar2 n!rein! d!s $us, mas !s *ue fazem a v!ntade d!Pai e lan&am m#!s 5 !ra !m ard!r3 6ra, ! Pai

dese%a *ue re!nhe&am!s 7rist!, n!ss! irm#!, emt!d!s !s h!mens e ! amem!s realmente !m palavras e fat!s3 Dand! testemunh! da verdade,!muniarem!s a!s !utr!s ! mist$ri! d! am!r d!Pai eleste"3

>e aceitarmos o amor como o ponto aial da vida

crist(, eis a primeira pergunta !ue deveremos noscolocar? !ue $ "am!r"8 ;s pensadores modernos,sugerindo respostas a essa !uest(o, refletem comtonalidades diferentes a doutrina da Escriturasegundo a !ual o amor re!uer prontid(o para agirpelo %em alheio? um relacionamento s) &

verdadeiro amor !uando se transforma emcomunicaç(o de vida' 5'''<(o amemos compalavras ou discursos, mas com fatos e emverdade5 @Jo O,B, ou, como di$ um velho ditadohe%raico, 5o amor tudo con!uista, mas amor comtalharim & ainda melhor5' Tanto a >' Escritura como o pensamento modernoindicam, pois, como dever*amos procurar dirigir edesenvolver todo o nosso impulso afetivo paraamadurecermos como pessoas humanas, incluindon(o somente o aspecto 5afetivo5, mas tam%&m ocar"ter 5agressivo5' Entretanto a definiç(otradicional do amor em sentido crist(o parecia

ecluir o elemento 5afetivo5' Por isso, cumpreindagarmos se esta eclus(o & v"lida Pois se n(o

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crist(o- & o mesmo amor humano !ue seaperfeiçoa at& alcançar a plenitude do huma#nismo' E, se isso & verdade, os crist(os, os judeuse os humanistas podem se irmanar em um

tra%alho comum para ensinar o povo a amar, e,assim fa$endo, partirem em %usca de soluções n(oapenas para os urgentes pro%lemas do 5seo5,mas tam%&m para as !uestões, igualmenteurgentes, relativas ao uso da agressividadehumana no mundo atual, orientando#a n(o parao%jetivos !ue destroem, mas para metas !ueconstroem'

O amor trata o outro como pessoa

; conceito de Martin u%er da relaç(o Eu#Tu comoverdadeira relaç(o de amor entre pessoas, em

contraposiç(o ao relacionamento Eu#7oisa, no !ualuma pessoa trata outra @ou am%as reciprocamentese tratam como coisas, foi talve$ empregado sema devida conscincia de suas profundasconse!Lncias para a moral crist(' Di$ >'Agostinho !ue o pecado consiste em usar a!uilo

de !ue dever*amos go$ar, e em go$ar da!uilo !uedever*amos usar' A distinç(o de u%er aplica estemesmo crit&rio ao amor e ao uso das coisas noserviço de Deus' Tratar o outro como 5Tu5, comopessoa, significa respeit"#lo e aceit"#lo como ele &,prescindindo da resposta atual ou virtual !ue elepossa dar- significa estar preparado a se alegrar

por sua individualidade atual e por a!uilo !ueDeus !uer !ue ele seja- significa o desejo de

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favorecer o seu caminho para a autenticidade' Tratar outra pessoa como 5coisa5 & perguntar?57omo posso dela me servir para a minha pr)priaealtaç(oN5 e depois partir para a aç(o concreta'

Apli!uemos esta norma 3s diversas situações hu#manas e entenderemos sua validade' A m(edecidida a fa$er sua filha o%ter, na sociedade,a!uele sucesso !ue ela nunca alcançou, est"tratando sua filha como coisa, como instrumento aserviço de seu pr)prio ego*smo- n(o age comom(e amorosa, muito em%ora esteja convencida deser uma 5serva5 !ue se sacrifica altruisticamentepor sua filha' Um homem e uma mulher, !ue seservem um do outro apenas para o pra$er seual,est(o se usando reciprocamente como coisa, ainda!ue acreditem ser dois amantes' ; %enfeitor, !ueprocurasse dominar seus %eneficiados, estaria

servindo#se deles para satisfa$er seus pr)priosinstintos'; amor, ao contr"rio, procura li%ertar o outro,deiando#o viver e se# desenvolver, ajudando#o areali$ar o direito de se tornar plenamente pessoa'F assim !ue Deus nos ama, criando#nos como

pessoas respeitando a vontade livre, !ue nos deucom tanta plenitude, sem jamais violent"#la' >euamor n(o & escravid(o, & li%erdade' 7onvida cadaum de n)s a uma relaç(o pessoal com ele, na5gloriosa li%erdade dos filhos de Deus5 @:om B,C'E & assim !ue devemos procurar amar#nos uns aosoutros'

Amor si,ni-ica abertura em doar e

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receber. ,enerosidade e ,ratidão

uem ama n(o s) deseja doar e prestar serviços,mas tam%&m, de !ual!uer modo, oferecer algo de

si mesmo, desenvolver a pessoa do outro, anim"#la, ajud"#la a se tornar mais autntica' Todos os!ue se apaionam, sentem o desejo de dar tudo o!ue a pessoa amada deseja 1 flores, doces,alimentos, %ailes 1 mas, acima de tudo, almejamcomunicar#se com ela, pois a comunicaç(omediante palavras, gestos e coisas n(o passa deum sinal da doaç(o de si mesmo' uem j" seapaionou, conhece o irresist*vel sentimento degratid(o !ue sentimos !uando a pessoa amadaaceita nossas d"divas' Tudo isso se verifica, em#%ora atenuadamente, em todas as outras relaçõesafetivas' Por eemplo, pais !ue nutrem especial

amor por seus filhos e filhas adolescentes,conhecem profundamente este desejo, tantasve$es contrariado e frustrado, de doar tudo !uepodem a seus filhos, e eperimentam uma vivagratid(o !uando estes aceitam e correspondera0erdade & tam%&m !ue !uem ama mostra#se re#

ceptivo em relaç(o a tudo !ue o outro deseja dar,e grato pelo dom !ue rece%e' Di$ >' Tom"s !ue umdos aspectos da caridade crist( & a aceitaç(o doamor alheio- isto se verifica realmente em todos os!ue amam' ; desejo de dar e de nunca se p+r naposiç(o de !uem rece%e, & uma forma deprodigalidade ego*stica, n(o de amor- ningu&m

gosta de ser amado assim' Deus, !ue & amor, &generosidade infinita- t(o generoso & ele !ue

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rece%e' Podemos, realmente, doar a 7risto,servindo#o em nosso pr)imo' Podemos cola%orarcom ele na reali$aç(o de seus planos de amorpara a humanidade' Podemos doar#nos a ele e

constatar !ue lhe agrada nossa oferta'Este duplo aspecto do amor corresponde 3!uilo!ue alguns psic)logos denominam 5cam%iantes davontade e do impulso afetivo5? dom*nio e su%mis#s(o, dar e rece%er, ser sujeito ativo e passivo daaç(o' Todos conhecemos pessoas !ue se deliciamem mandar e tirani$ar, e indiv*duos !ue gostam deservir- homens !ue desejam ser adorados e outroscuja felicidade & adorar' Estes etremospertencem 3 nossa pr)pria constituiç(o- dom*nio esu%miss(o, !uando oportunamente eercidos,desempenham um papel de e!uil*%rio em todas asrelações afetivas' <o amor normal, dar e rece%er

s(o inseparavelmente rec*procos' Pouco importaindagar !uem & !ue d" ou rece%e o %eijo- !uandodois se %eijam, cada um d" e rece%e, sem pensarem prioridade' /sto se verifica profundamente narelaç(o seual !uando reali$ada por amor, poistanto o homem !uanto a mulher n(o procuram

apenas o pra$er rec*proco, mas um deseja sercausa do pra$er do outro, dominar e ao mesmotempo ser dominado'

Amor / doa0ão de 1ida

<aturalmente, em teoria, cada criança deveria ser5filho do amor5, no sentido pr)prio do termo? fruto

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Mas nem sempre & assim' <ossa eistncia n(odepende, necessariamente, de um amor, a n(o serdo amor de Deus, !ue cria uma nova pessoa' Masele nos criou de tal forma !ue, para crescer e

desenvolvermos at& o amadurecimento,precisamos do afeto tanto !uanto do amor divino'As crianças se tornam doentias e morrem deinaniç(o se n(o as nutrirmos c n(o cuidarmos dcsuas necessidades f*sicas' Em%ora n(o eistamainda estudos so%re a funç(o do amor nodesenvolvimento humano, a !uotidianaeperincia j" indica !ue o amor & indispens"velpara o crescimento normal do homem' Daniel A'Prescott, depois de definir o amor em termos desimpatia e de interesse de uma pessoa por outra,propõe seis hip)teses !ue, na sua opini(o, teriamsido comprovadas pela pes!uisa cient*fica? 5A

sensaç(o de ser amado pode oferecer a todacriatura humana a %ase da!uela segurança de !uetanto carecemos- possi%ilita aprender a amar a sipr)prio e aos outros- ser amado e amar torna maisf"cil conseguir a formaç(o de grupos- facilita aidentificaç(o com os pais, parentes, professores e

companheiros- ajuda a pessoa a se adaptar emface de circunst=ncias !ue implicam emoçõesfortes e dolorosas5'; epis)dio de ill >ands, o e#presidi"rio !ue contasua vida em 9y Shad!w (an ast & o mais como#vente eemplo de amor !ue vivifica e fa$ oindiv*duo ressurgir de uma vida emocionalmente

morta' A m(e de >ands era s"dica, e seu pai,ecessivamente alienado e t*mido n(o era capa$

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de odiar a sociedade e a si pr)prio' ; afeto e aconfiança !ue lhe demonstrou o carcereiro foi osegredo !ue o fe$ sair de seu estado deisolamento' Assim, começou ele o longo caminho

em %usca de um genu*no e a%negado humanismo,rledicando#se a uma o%ra !ue visava 3 recupera#ç(o dos transviados e a impedir !ue outrosdescam%assem para um estado de vida sem amor,!ue transforma o homem em criminoso'7omo di$ o ra%ino A%raham Geschel? 5; homemdeve ser resp!nsiv! antes de se tornarrespons"vel5' Esta necessidade de ser amadoantes de amar e agir por amor eplica a etremaimport=ncia de se eigir !ue os pais compreendama funç(o vital do amor 1 do marido para com amulher e de am%os para com os filhos 1 nodesenvolvimento emocional da criança'

7onselheiros, professores ou assistentes sociaispodem procurar assistir algu&m !ue n(o rece%eudos pais o devido amor, mas, s) com grandedificuldade, conseguir(o ajud"#lo a sair de seuisolamento e a começar a amar' >er amadoinfunde#nos segurança e autoconfiança, valores

necess"rios para sairmos de n)s mesmos ecomeçarmos a amar e a agir por amor' Tal amoroferece#nos suced=neo para nossa aç(o e, aomesmo tempo, incentivo para operar partindodeste ponto inicial' /sso se verifica especialmentenas crises de auto#firmaç(o da primeira inf=ncia, ese repete na adolescncia @como veremos mais

detalhadamente nas p"ginas seguintes' Mas, cmtoda a nossa vida eperimentamos alguns dos

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conscincia de ser amado pode levar a uma novacriaç(o do mundo' Em sentido menos dram"tico,mas n(o menos real, cada ve$ !ue nos renovamospelo amor, parecemos desco%rir um novo

manancial dc vida, !ue restaura nossa capacidadede amar e de agir'Al&m disso, somente o amor de um outro por n)s1 naturalmente, sem falar da graça do Esp*rito5!ue sopra para onde !uer5 @Jo O,B 1 & !ue nosfa$ desco%rir e reconhecer o amor de Deus' <oprocesso normal do desenvolvimento religioso deuma criança, o fato de seus pais lhe falarem doamor de Deus, vai despertando gradualmente nelaa conscincia e a desco%erta do 5Tu5transcendente da pessoa humana, %em como danecessidade de corresponder ao 5Tu5, amando eagindo por amor' Entretanto, sem a eperiencia do

amor humano 1 dos pais e dos outros 1 n(opoderia a criança reconhecer o amor de Deus, nemcorresponder#lhe, em%ora possa ter rece%idomuita instruç(o religiosa e moral' 7om efeito,como j" começam a constatar sempre com maisclare$a os educadores religiosos, certa eperincia

de amor e de comunh(o de amor entre professor ealuno, e entre os pr)prios alunos, & %aseindispens"vel de toda instruç(o religiosa efetiva!ue pretenda atingir a mente e, ao mesmo tempo,o 5coraç(o5'Destarte, atrav&s de nossas relações de amor paracom Deus e para com nossos conhecidos & !ue ini#

ciamos nossa vida de amor, tornando#nos capa$esde amar tam%&m os !ue n(o conhecemos e de

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autodifusivo5, di$ o prov&r%io- assim tam%&m oamor' uem ama, procura remover o%st"culos,li%ertar, desenvolver, ajudar t!d!s os seussemelhantes a conseguirem a plenitude da vida

atrav&s do tra%alho, da aç(o e dos desejos, e emtodos os modos poss*veis' Mas esta atituderespons"vel deriva da correspondncia ao amor di#vino e humano !ue se comunica e se fortalecepela familiaridade com os outros'

Amor humano e amor cristão

A maioria, por&m, n(o rece%emos educaç(o sufi#ciente para chegarmos 3 id&ia de !ue o amor, !uepor lei devemos a Deus e ao pr)imo, h" de serplenamente humano, capa$ de englo%ar o afeto ea aç(o' ; catecismo de altimore, por eemplo,

ensina#nos !ue 5para amar a Deus, ao pr)imo e an)s mesmos, devemos o%edecer os mandamentosde Deus e da /greja e reali$ar o%ras demiseric)rdia espiritual e corporal5- isto &, limita oamor apenas ao campo da aç(o c da miss(o' Maisainda? a caridade & definida como 5a virtude pela!ual amamos a Deus acima de todas as coisas, porsua majestade, e ao pr)imo, como a n)smesmos, por amor de Deus5' Assim definida, acaridade n(o tem a m*nima conotaç(o com a vidaafetiva- ao contr"rio, amar algu&m 5por amor deDeus5 parece pressupor !ue n(o amamos essealgu&m como pessoa, em ra$(o da!uilo !ue ele &'

A id&ia de !ue a caridade, amor infundido em nos#sos corações pelo Esp*rito, & uma realidade muito

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todosW'7umpre#nos, entretanto, rever esta distinç(o entreamor crist(o e amor humano, tanto em sua formaantiga !uanto em sua roupagem moderna'

X lu$ de nossa eperincia do amor, de nossasnoções de psicologia, e mesmo do Antigo Testamento, fa$#se cada ve$ mais evidente !uedever*amos, antes, distinguir entre o amorego*stico, !ue procura a pr)pria ealtaç(o, e oamor !ue considera os outros como pessoas, !ueultrapassa as fronteiras do pr)prio eu para afirmare valori$ar o ser alheio' <(o s(o as cam%iantes doamor !ue colocamos em !uest(o- isto &, n(o!ueremos indagar se se trata de um amor !uente,apaionado, ou n(o- mas !uestionamos se a suaorientaç(o fundamental volta#se para si mesmo oupara os outros'

<(o negamos a necessidade da graça de Deuspara o verdadeiro amor'5Por sua pr)pria nature$a, nenhum ser podetranscender#se a si mesmo, valendo#se apenas desuas forças' <ecessitar" sempre de energias !ueprovm de uma fonte eterna' ; ato pelo aual o

5ego5 humano sai de si mesmo por amor deoutrem, dando igual ou at& mesmo maiorimport=ncia ao outro do !ue a si pr)prio, at& oponto de oferecer, se necess"rio, a pr)pria vidapelo outro 1 a formaç(o de genu*na comunidade1 implica uma autotranscendncia' <a ordematual das coisas, tal ato s) & poss*vel por um dom

proveniente de fonte eterna, isto &, de Deus, dom!ue h" de ser considerado como realidade

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de ser amado, e pode, com toda ra$(o,denominar#se 5graça5' Este dom, como tal, fa$parte do ato pelo !ual Deus se doa 3s criaturas eem seu pr)prio n*vel, @eceto a comunicaç(o

hipost"tica de Deus com o homem em 7risto e,por sua no%re$a, & a forma principal de doaç(odivina5':a$(o por !ue, o dom de Deus, a caridade, ou o2gape, em ve$ de se opor ao amor humano, f"#locapa$ de se tornar autntico e de amadurecer' Etodo a!uele !ue, no ato de amar, afirma esteaspecto fundamental do ser e da personalidade dooutro, corresponde, conscientemente ou n(o, 3comunicaç(o !ue Deus fa$ de si mesmo' Procuraro %em do outro, ser pelo outro, constitui semd6vida, como vimos, o elemento mais importantedo verdadeiro amor' <(o se pode falar a!ui de

!ual!uer contradiç(o entre a doutrina crist( e asintuições dos psic)logos modernos !ueconsideram a capacidade de amar o outro,servindo ao %em alheio, como ponto aial damaturidade afetiva' 7risto disse ter vindo para !ueos homens pudessem rece%er a vida, e a tivessem

em a%und=ncia' Para amar como ele amou,cumpre animar, nutrir e incrementar a vidaremovendo os o%st"culos ao amor, e auiliar#semutuamente em %usca de maior vivncia'Devemos amar deste modo todos os nossos seme#lhantes'Mas, ecluir a afetivid(de do amor 5crist(o5, n(o &

consent=neo com o esp*rito da *%lia, e pode pro#du$ir v"rios reveses psicol)gicos Deus na pessoa

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!m os homens e para os homens' Ele convida#nosa todos para uma uni(o pessoal consigo' ; amorcrist(o, portanto, inclui, propriamente, o desejo deuni(o, como lam%em o esforço em se colocar a

serviço dos outros' Al&m disso, a Ediç(o <nh!r doEvangelho de >' Jo(o afirma !ue o Evangelistaparece considerar os termos  phile e 2gape comopossuindo, praticamente, o mesmo sentido' Ainda!ue o termo phile signifi!ue um amor mais afetivodo !ue 2gape, am%os os ver%os s(o usados paradescrever o modo com o !ual Jesus amou' >emd6vida, demonstrou Jesus caloroso afeto pelaspessoas' Possu*a a!uilo !ue hoje denominamosrelaç(o interpessoal, com os ap)stolos, com"$aro, Marta e Maria' Permitiu !ue a mulherpecadora %eijasse seus p&s, e lhe disse !ue seuspecados lhe haviam sido perdoados por!ue muito

amara @com um amor !ue era, certamente,5afetivo5'Al&m disso, um dos aspectos da %oa#nova & ea#tamente o de tra$er calor humano para as relaçõesentre os homens e Deus, de tal forma !uepodemos chamar nosso Deus de Pai em sentido

pessoal' 7om efeito, o <ovo Testamento lançam(o de todas as relações humanas para descrevero relacionamento entre Jesus e os seus, recorrendoaos termos m(e, irm(o, irm(, amigo, e 3 analogiado amor matrimonial aparece em !uase toda a*%lia' 7laro &, pois, !ue o elemento afetivo n(o h"de ser eclu*do do amor crist(o, do nosso amor

para com o Pai, o 7risto e o pr)imo'7omo acima dissemos s) nos tornamos capa$es

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formos tam%&m o%jeto de calorosa relaç(o pessoalde amor' A 5relaç(o de ajuda5 1 do pai para ofilho, do m&dico para o paciente, do conselheiropara o dirigido 1 !uando reali$ada na devida

maneira, & o%viamente um dos meios de fa$er%em aos outros' Mas, esta relaç(o deve incluir aaceitaç(o do outro, assim como ele &, e a vontadede se a%rir para com ele como tam%&m de aceitarsuas confidncias- em outras palavras, a vontadede esta%elecer uma relaç(o pessoal' Devemosmostrar nosso desejo de estar !m o outro, se!uisermos !ue ele acredite !ue estamosrealmente a seu servi&!3 .oi assim !ue Deus agiupor n)s mediante a Encarnaç(o'<aturalmente, & verdade !ue nosso dever crist(ode amar nossos vi$inhos, nossos concidad(os, ouos imigrantes !ue vieram 3 procura de tra%alho,

h" de se concreti$ar votando leis a favor deles,demonstrando#lhes nossa solidariedade, erecorrendo a outros meios, !ue os ajudem a o%terha%itaç(o decente, oportunidade de tra%alho e justo sal"rio' >em esses esforços, as tentativas deesta%elecer relações com eles seriam ofensivas'

Mas, o pro%lema maior & o de aceitar#se m6tua erealmente como pessoas, isto &, o de esta%elecera possi%ilidade de relações' Por isso, o amorafetivo e o amor !ue procura o %em#estar dopr)imo interagem mutuamente'

+emos necessidade de amar e de ser

amados

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conforme o ponto de vista de <8gren, de .letcher,e de muitos outros, no passado e no presente, ofato de !ue ele & necessariamente uma procura desi mesmo, ao passo !ue amar como Deus e 7risto

amam, significa procurar somente o %em do outro'Entretanto, a!ui tam%&m parece !ue se criou umadistinç(o ecessivamente simplista e fala$'Devemos, sim, procurar a perfeiç(o em nossagenerosidade para com o pr)imo, assim comoperfeito & nosso Pai celeste' Devemos procuraramar a!uilo !ue n(o & am"vel, assim como 7ristomorreu por n)s, !uando &ramos ainda pecadores'Mas, a revelaç(o de !ue 5Deus & amor5 n(o signi#fica apenas !ue ele & infinitamente generoso paraconosco em 7risto- significa, tam%&m, !ue suavida *ntima & vida de amor, de relaç(o interpessoalentre o Pai e o .ilho no Esp*rito' <ossa capacidade

humana de amar como Deus nos ama n(o &,contudo, diminu*da pelo fato de precisarmos partirradicalmente para relações interpessoais no amora fim de nos tornarmos realmente autnticos' >)na relaç(o pessoal com Deus, em 7risto, !ue setornou poss*vel pelo dom do seu Esp*rito, podemos

conseguir a plenitude do nosso ser- conseguimo#lo,tam%&m, nas relações pessoais com as criaturas,!uando nosso esforço & completado eaperfeiçoado pelo mesmo Esp*rito' Pois, aconsumaç(o final do plano de amor esta%elecidopor Deus em relaç(o ao gnero humano n(oconsiste em uma multid(o de almas !ue vivem

so$inhas com o 6nico a%soluto, mas cm umacomunidade de pessoas reunidas !ue formam um

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pessoas divinas'Destarte, o fato de serem rec*procas as relaçõesdc amor n(o significa !ue se oponham ao amorentendido como generosidade' Ao contr"rio, a

maior necessidade do pr)imo & eatamente a deser amado, necessidade !ue o amor generosoprocurar" satisfa$er com a maior plenitudeposs*vel' >e, como crist(os, somos chamados aajudar#nos mutuamente para conseguirmos aplenitude da vida, e a nos interessarmos pelo %em#estar alheio, devemos dar aos outros a opor#tunidade de nos amarem e de serem amados porn)s @muito em%ora isso redunde em nossavantagem' Por isso, o amor crist(o deve contar,entre suas metas primordiais, a %usca de umacalorosa relaç(o interpessoal, e o amor afetivo dopr)imo'

/sso n(o significa !ue devemos estar sentimental#mente apaionados por todas as pessoas, nem!ue pretendamos amar igualmente a todos, eforç"#los a nos amar' >ignifica !ue dever*amosencarar com seriedade as nossas relações,dispondo#nos a aceitar outras- significa, tam%&m,

!ue o cultivo destas relações n(o & etr*nseco,mas pertence 3 essncia da vida crist('

O amor humano / necessariamenteexclusi1o2

Eis outro motivo !ue n(o raro se adu$ para dis#

tinguir o amor crist(o do afeto humano? o afetohumano & por nature$a eclusivo <(o podemos

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crist(o deve amar todos os seus semelhantes' Asrelações do amor s(o necessariamente eclusivas,consumam#se entre duas pessoas, ao passo !ue oamor crist(o deve ter por o%jeto o gnero humano'

 Tam%&m esta distinç(o parece etremamente sim#plista' 7omo vimos, s) conseguimos nos tornarpsicologicamente capa$es de ultrapassar os limitesdas relações pessoais no amor e de amar o n(o#am"vel, !uando somos amados e aprendemos aamar atrav&s, das relações pessoais com Deus ecom os outros' Enfim, por!ue Deus ama a cada umde n)s, pessoalmente, em 7risto, & !ue podemosamar a Deus e ao pr)imo com amor generoso'Al&m disso, a verdadeira relaç(o entre duas pes#soas n(o & eclusiva por nature$a, nem & um5duplo ego*smo5, mas um foco radiante de amor ede vida' Toda tentativa de duas pessoas, tanto no

matrim+nio como na ami$ade, de viver 5s) etotalmente um pelo outro5 terminar" fatalmenteem falsificaç(o e esterilidade'F )%vio !ue s) podemos cultivar profundas re#lações pessoais com Lm limitado n6mero depessoas' Mas as relações n(o se dividem

ade!uadamente em 5superficiais5 e 5profundas5-h" uma infinita variedade de graduaç(o e deimplicações, e & amando !ue cresce nossacapacidade de amar' Todos conhecemos pelomenos uma ou duas pessoas !ue tm o dom deesta%elecer relações pessoais com todos os !ueencontram, de fa$er ami$ades com todos os tipos

de indiv*duos onde !uer !ue estejam' Talcapacidade deveria ser comum caracter*stica do

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podemos forçar#nos diretamente a 5nos apaionar5por algu&m, em nenhum dos sentidos !ue estaepress(o encerra'<em podemos forçar algu&m a ter ami$ade ou

amor por n)s' <ossa li%erdade psicol)gica, !uenos move a agir por amor, pelo %em do pr)imo,acha#se, por&m, condicionada por um granden6mero de fatores emotivos, de !ue 3s ve$es nemtemos conscincia' Um %ranco fanaticamenteracista & realmente livre de optar por umcomportamento amig"vel em relaç(o aos negrosNA n(o ser por milagre da graça, n(o teria elenecessidade de um longo e penoso processo parase li%ertar dos preconceitos e reeducar suasemoções antes de poder agir com li%erdade nestecampoN Pode um o%sessionado amar livre egenerosamente o o%jeto de sua o%sess(o como

!ual!uer outra pessoaNPor outro lado, mediante um tra%alho de com#preens(o, de atento eame dos nossos impulsos epreconceitos, podemos ad!uirir uma li%erdadecada ve$ maior no amor, para amarmos umn6mero sempre maior de pessoas, enri!uecendo

amplamente o c*rculo de nossas relações' Poreemplo, um psi!uiatra ou um diretor espiritualdeve estudar#se a si mesmo, eaminar suasdiferentes reações perante v"rios tipos depessoas, e aprender a superar a pr)pria tendnciaa rejeitar certos tipos, antes de poder realmenteajudar seus clientes' ; mesmo acontece em todas

as situações !ue eigem confronto imediato? 5;su%consciente falar" 3 conscincia mesmo !ue o

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nutrirmos antipatia por algu&m, este o perce%er",mesmo !ue multipli!uemos as atenções a seurespeito, a sua tendncia ser" de rejeitar#nos an)s e ao 5%em5 !ue procuramos fa$er por ele' >e,

realmente, procurarmos tra%alhar pelo %em dopr)imo, n(o podemos deiar de lado nossasemoções' 7umpre#nos orient"##las e coloc"#las aserviço do amor generoso'

Amor e maturidade

7laro & !ue o mandamento de amarmos mutua#mente, como 7risto nos amou, eige o tra%alhocont*nuo de colocarmos nosso impulso afetivo, emtodos os n*veis, na linha do verdadeiro amorhumano, assim como o esforço de aprendermos amaneira de escolher o !ue & melhor para o

pr)imo e de agirmos conforme esta opç(o' >edevemos, como di$ >' Jo(o, amar 5com os fatos eem verdade5, & mister procuremos amar n(o s)com nossa vontade, mas com todo o nossocoraç(o'/sto significa aplicar as intuições modernas aodif*cil e 3s ve$es la%orioso processo eigido pelacon!uista da li%erdade, da maturidade e daresponsa%ilidade da pessoa humana- aplic"#las,tam%&m, ao ensinamento crist(o em torno danecessidade de perder a pr)pria vida para lucr"#la'."cil n(o & tratar os outros como pessoa, amarcada indiv*duo assim como ele &, e se dispor tanto

a dar !uanto a rece%er' Temos a tendncia inatade agir como se f+ssemos o centro do universo e

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servidores' A criança & naturalmente egocntrica-se for amada e amadurecer normalmente,aprender", pouco a pouco, a sair de si mesma e atender para os outros' Mas ningu&m consegue

atingir a plena maturidade, na doaç(o de si pr)#prio' Aprender a amar re!uer toda uma eistnciade esforços conscientes e cont*nuos para nos 5con#vertermos5 plenamente e 5reconvertermos5 cadadia, !ue%rando as cadeias do egocentrismocriadas pela falta de amadurecimento'Este tra%alho eige !ue orientemos nosso impulsoafetivo, !ue nos impele tanto para a introvers(o!uanto2 para a etrovers(o, envolvendo#nos emuma tens(o confusa !ue nos pode levar em am%asas direções' ;s te)logos est(o chegando 3conclus(o de !ue o impulso central do nosso serconstitui um dos sinais mais evidentes do pecado

original, n(o importa !ual seja o sentido destepecado' <ossa 5condiç(o humana5 & egocntricadesde !ue nascemos, com todos os m6ltiplosefeitos !ue isso acarreta so%re n)s e nossasociedade- tais efeitos compreendem influosherdados do passado e outros peculiares de nossa

&poca' A graça de 7risto oferece#nos, pois, todosos meios para !ue%rarmos os grilhões destaautopris(o, e orientarmos nosso impulso afetivopara os outros ou para Deus'Mas este tra%alho de aprender a amar implicanecessariamente muitas 5mortificações5 mais oumenos dolorosas e conscientes para se desapegar

das garantias coaretadoras do pr)prioegocentrismo A criança deve superar seu mundo

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vasto das relações familiares' ; adolescente devea%andonar as garantias e os limites da inf=nciapara tecer novas relações e amadurecer comoadulto' Destarte, todo crescimento para a

maturidade implica uma esp&cie de 5morte5 parauma condiç(o mais limitada, egocntrica eaparentemente mais segura a fim de se projetarem uma vida de amor mais ampla e verdadeira'X medida !ue atingimos uma capacidade emo#cional suficiente para tra%alharmos comconscincia em %usca de maior maturidade, torna#se mais evidente o grande paradoo do amor' >)no amor de Deus e do pr)imo podemos alcançara maturidade e reali$ar#nos' Por&m, seprocurarmos primeiramente nossa auto#reali$aç(o,nossa %usca ser" frustrada- voltando#nos para o5eu5, s) encontraremos a n)s mesmos' A

eperincia de cada um comprova este fato? 3medida !ue nos concentramos em nossossentimentos e nos %enef*cios !ue nos tra$ arelaç(o de amor, seja ela de ami$ade ou denamoro, de matrim+nio ou de paternidade, acorrente afetiva fica %lo!ueada, e a relaç(o cessa

de se desenvolver' <o amor, devemos realmenteperder nossa vida para ganh"#la- devemos noses!uecer de n)s mesmos e de nossa auto#reali$aç(o, se !uisermos encontrar nossoverdadeiro ser e a plenitude do amor'Ali"s, as o%servações dos psic)logos modernos,segundo os !uais a maturidade humana consiste

na capacidade de amar sem ser egocntrico, e !uepara conseguir tal maturidade fa$#se necess"rio o

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doutrina crist( segundo a !ual s) se consegue ocrescimento no amor mediante um longo processode auto#ren6ncia a fim de se tornar cada ve$ maissolid"rio com o pr)imo e se p+r a seu serviço,

conforme o eemplo de 7risto' Aprender a amarcomo crist(o significa aprender a amarhumanamente? processo dif*cil e 3s ve$esdoloroso, mas o 6nico caminho pelo !ual podemosencontrar a plenitude da vida e con#tri%uir paravitali$ar a sociedade'5Um c)digo moral, mesmo !uando aceito pelosmelhores motivos, tende necessariamente a sermais negativo !ue positivo, a se ocupar mais do5n(o far"s5 do !ue da!uilo !ue um indiv*duodeveria dar a seus semelhantes' /nteressa#nosmuito o inteiro conte6do das relações humanas, osentido do 5ama teu pr)imo5 em toda a etens(o

e profundidade de suas conse!Lncias' Amar n(osignifica apenas fa$er %oas o%ras- vai muito al&mdo !ue dar de comer a !uem tem fome, e vestir osnus' >ignifica intimidade e calor humano, coraç(oa%erto, e irresist*vel generosidade em o%ras e emesp*rito' >ignifica um desejo de conhecer e uma

corajosa vontade de ser conhecido' Amar &comprometer#se com o pr)imo, compartilhar suavida, a custo de !ual!uer sofrimento, seja !ue estaafliç(o provenha de sermos repudiados por ele, ouidentificados com ele, ou da pr)pria participaç(oem sua vida' A vida e a sociedade pedem deses#peradamente este contato caloroso e *ntimo5'

Por isso, a conscincia de sermos chamados, comocrist(os a um amor rec*proco n(o como esp*ritos

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humanas, demonstra o alcance infinito de nossavocaç(o ao amor para a soluç(o de nossasnecessidades e dos males !ue afligem o gnerohumano' Podemos, livre e conscientemente,

orientar todo nosso impulso afetivo para fora den)s mesmos, em ve$ de procurarmos sufoc"#lo ousuprimi#lo' Mas, tudo isso coloca esta vocaç(o emnovas perspectivas, por!ue agora temos condiçõespara constatar !ue todo o nosso eu e nossa psi!uedevem se engajar no tra%alho de aprender a amar5n(o s) com palavras, mas com os fatos e emverdade5 @ Jo O,B'

3% AMOR E SEXO

>e devemos aprender a amar com todo o nossoeu, & )%vio !ue n(o podemos fa$#lo como

5almas5 neutras' Temos de amar, como homens emulheres seuados, outras pessoas seuadas, demaneira plenamente humana' ; esforço emamarmos como pessoas maduras deve tam%&mincluir o tra%alho de integrar nossa seualidade@compreendida na!uele sentido %iol)gico, !ue lheatri%u*mos no primeiro cap*tulo, como impulsooperante em toda a esfera do comportamentoseual, !ue compreende a conduta afetiva e aprocura do pra$er como elemento vital de todosos nossos impulsos afetivos, a serviço do amor'/d&ias, !ue por longo tempo prevaleceram nocristianismo, olhavam com suspeita o amor afetivo

@com eceç(o do amor manifestado pelos espososregularmente unidos em matrim+nio, e pelos pais,

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seual reprov"vel' Tal risco, entretanto, & inerente3 condiç(o humana- & dever precaver#nos, masisso n(o h" de levar#nos a a%andonar o tra%alhoprofundo de aprendermos a amar'

<este cap*tulo, portanto, indicaremos, primeira#mente, a necessidade de nos reconhecermos a n)sc aos outros como seres sexuad!s e como pess!as3 /ndagaremos, em seguida, o sentido daseualidade humana !ual elemento indispens"velpara o amor humano, e sua funç(o positiva n(osomente no amor conjugal, mas em toda esp&ciede amor' Tal pes!uisa confirmar" novamente anecessidade de reformular as normas cat)licasatuais referentes 3 moral seual, assim como anecessidade de incentivar os crist(os a cultivaremv"rios tipos de relações afetivas para seauiliarem reciprocamente em %usca de um ama#

durecimento' Este cap*tulo ser" completado pelocap*tulo seguinte, em !ue consideraremos afunç(o do corpo nas relações humanas,esclarecendo v"rios pontos de duplicidaderelativos 3 moral seual, e, em especial, lançandolu$es so%re o sentido humano das intimidades

seuais f*sicas e do ato seual'Somos pessoas sexuadas

F interessante constatar !ue a mesma mentali#dade respons"vel pela id&ia de seo como coisasuperior ou inferior 3 realidade humana, considera

as mulheres como seres so%re#humanos ou infra#humanos' A concepç(o herdada dos gregos,

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plenamente humanas, eerceu profunda influnciano pensamento crist(o ao longo dos s&culos,em%ora o pensamento crist(o tenha tam%&msustentado e favorecido a id&ia da dignidade da

mulher e seu direito a ser tratada como pessoa' Frelevante constatar !ue para os escritoresespirituais crist(os a 5alma5 & um elementofeminino- tiveram eles, geralmente, alto conceitoda alma e pouca consideraç(o pela mulher- mas,na concepç(o deles, nem a alma, nem a mulherapareciam como seres humanos completos'>anto Tom"s, por eemplo, considerava a mulheraual 5macho mutilado5' Afirmações menosentusi"sticas ainda podemos colher nos escritosdos Padres da /greja, segundo os !uais n(o s)ineiste nas mulheres a plenitude humana dohomem, mas constituiriam estas uma cont*nua

ins*dia 3 sua racionalidade, li%erdade e virtude' Aomesmo tempo, outra corrente muito aceita nopensamento crist(o considerava as mulherescomo criaturas mais puras e 5espirituais5 !ue ohomem- inspiradoras de suas atitudes, tornam ohomem mais gentil, guiando#o para metas mais

su%limes' Eis um eemplo recente destamentalidade- o P' Eugene 7' enned8, M'M', em&#rito diretor espiritual e psic)logo, contri%ui maispara  em%araçar do !ue para esclarecer o seofeminino !uando assim se eprime falando das5mulheres din=micas da /greja atual5? 5A fontegenu*na da afetividade delas deriva do

cumprimento de sua tarefa feminina, !ue & a deser fonte do Esp*rito >anto para os outros

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inspirar#nos, a infundir#nos Esp*rito e vida5' <estesentido, a%undante literatura procura convenceras mulheres de !ue 5a sua vocaç(o & amaternidade5 1 5f*sica ou espiritual5 1 e  !ue s)

poder(o reali$ar#se mergulhando na 5feminilidade5a pr)pria personalidade';utra vers(o desta mesma mentalidade, nacultura do >ul dos Estados Unidos, & a tendncia aconsiderar todas as mulheres %rancas como5senhoras5- em outros am%ientes, s(o elasapelidadas de 5fmeas5, empregando#se tam%&mconceitos e!uivalentes !ue se aplicam 3 mulhern(o como 5pessoa5, mas como encarnaç(o de!ual!uer 5feminilidade5 estereotipada, no sentidodeterior da palavra, ou como o%jeto de um desejoseual impessoal' Talve$ as mulheres tam%&mnutram id&ias semelhantes, ou piores ainda, a

respeito dos homens, !ualificando#os com termosconvencionais? 5%rotos5, 5fustos5, etc, ou comoencarnaç(o de conceitos populares demasculinidade' Tudo isso influi em nosso modo de julgar os outros e   at& mesmo no modo derefletirmos so%re n)s mesmos, levando#nos a

procurar imitar este ou a!uele clich ou a fugir detodos'>e devemos aprender a amar#nos uns aos outroscomo pessoas humanas, cumpre#nos, porconseguinte, procurar superar todos estes tiposestereotipados, %em como todos os modelosculturais e sociais !ue os inculcam, e esforçar#nos

por considerar cada indiv*duo como uma pessoa!ue & homem ou mulher

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torno da seualidade humana, ningu&m pode de#finir ade!uadamente o ponto essencial !uediferencia psicol)gica, e muito menos5espiritualmente5 o homem e a mulher, a

prescindir da!uelas diferenças !ue emergem noprocesso de sociali$aç(o desta ou da!uela cultura'Afirma a %iologia !ue, seja no homem seja namulher, eistem horm+nios masculinos e fe#mininos, em%ora em proporções diferentes' <ossaeperincia !uotidiana atesta !ue at& o homemmais 5viril5 pode possuir as assim chamadas!ualidades 5femininas5 1 ternura, atenç(o,intuiç(o, praticida#de 1 e !ue at& as mulheresmais 5femininas5 podem possuir as assimchamadas !ualidades masculinas 1 iniciativa,energia, ha%ilidade administrativa, capacidade,pensamento a%strato 1' As pes!uisas de inse8

puseram em relevo as diferenças entre as res#postas do homem e da mulher no campoespecificamente seual, mas ningu&m & capa$ dedi$er com segurança at& !ue ponto estasdiferenças podem ser atri%u*das a umcomportamento ad!uirido, e n(o 3 essncia da

masculinidade ou da feminilidade humana' Poreemplo, as revistas !ue ei%em seo n(o tm,entre as moças, aceitaç(o e!uivalente 3 !ue rece#%em entre os rapa$es, pois as mulheresnormalmente n(o se ealtam vendo o corpo dohomem, ao passo !ue este se ecita ao ver ocorpo feminino' 7a%e, por&m, perguntar se isso

pode ser tido como regra geral em todas asculturas ou & apenas efeito de nossa pr)pria

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homem e a mulher ajam com toda a plenitude damasculinidade e da feminilidade, a mulher n(o &,teoricamente, apenas um elemento passivo esu%misso, e o homem, ativo e dominador, mas

am%os se comportam ao mesmo tempo ativa epassivamente'Por outro lado, a id&ia %*%lica e fenomenol)gica doser humano como um todo psicof*sico, e n(o comoalma 3 !ual se acrescenta um corpo, eige, comoveremos mais pormenori$adamente no cap*tuloseguinte, !ue nossos corpos constituam parteessencial de n)s mesmos, em%ora n(o sejam tudoo !ue temos' Em outras palavras, n(o somos feitosde almas seuadas, e de corpos seuados' Finteressante indagar at& !ue ponto as pessoaseducadas no tradicional pensamento dicot+mico,segundo o !ual 5o homem & criatura composta de

alma e corpo5, julgam !ue as almas tenham umgnero e chegam at& a determin"#lo' As criançasparecem imaginar a pr)pria alma como algodentro delas semelhante a pe!uenos %alões, umacoisa neutra' Poder*amos di$er tam%&m !ue asmulheres, especialmente se levarmos em conta

!ue a piedade crist( classifica a alma como enti#dade feminina, s(o naturalmente propensas a con#siderar suas almas como uma realidade feminina' Talve$, por&m, muitas mulheres de cultura ociden#tal, desejando fugir do tipo convencional paraserem consideradas como pessoas, encarnam apr)pria alma como algo !ue ultrapassa as

fronteiras do gnero' E !ue di$er dos homens,particularmente dos cl&rigos acostumados a se

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<(o pensam eles na pr)pria alma como em algofemininoNEm todo caso, para conseguirmos uma completaautenticidade masculina ou feminina, 6til ser"

usarmos o termo 5alma5 para significar a 5pessoahumana5, e educarmos as crianças, ha%ituando#asa pensar em si mesmas como em um todoorg=nico, formado de corpo e esp*rito, !ueconstitui a pessoa seuada' :epresenta,realmente, uma enorme diferença na estruturaps*!uica de cada pessoa, o fato de ser homem oumulher, com todas as caracter*sticas anat+micas efisiol)gicas !ue isso implica, em%ora n(o sai%amoso conte6do eato dessa diferença'Por eemplo, pergunta#se, hoje, !ue h" realmentede errado no comportamento dos homosseuais?essa anomalia afeta apenas o interessadoN Tal

maneira de agir & capa$ de lhe oferecer umacompleta reali$aç(o de suas aptidõesN X lu$ dosprinc*pios j" enunciados, dever*amos di$er !ue talprocedimento n(o & 5natural5 por!ue implica, pelomenos em um dos interessados, *ntimacontradiç(o em sua estrutura ps*!uica, !ue coloca

a psi!ue de certo modo em contraste com o corpo,e contraria, portanto, o valor humano constitu*dopela integridade, pela plenitude, proveniente dofato de algu&m ser homem ou mulher' Uma dasra$ões, talve$, do aumento da homosseualidadeem nossos dias' al&m de outras geralmente apon#tadas, & !ue o papel tanto do homem !uanto da

mulher acha#se, atualmente, em estado detransiç(o ;s indiv*duos est(o divididos por

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fa$er como homens viris e mulheresautenticamente femininas, conforme a figuraconvencional j" pr&#esta%elecida em oposiç(o3!uilo !ue perce%em !ue s(o e !ue fa$em na

realidade' Tal' confus(o pode levar a aceitar maisfacilmente o comportamento homosseual' Por&m,numa sociedade em !ue as funções do homem eda mulher fossem claramente distintas ecaracteri$adas, ou em !ue ningu&m se afligissepor tais pro%lemas, um indiv*duo n(ocompletamente seguro de sua identificaç(oseual, teria menos ra$(o de duvidar a esserespeito'; conhecido antrop)logo ingls Seoffre8 Sorer,comentando a o%ra de onrad oren$ "6n <ggressi!n", descreve algumas pe!uenassociedades primitivas, as !uais, amantes da

gentile$a, n(o fa$em muita distinç(o entre homense mulheres e n(o inculcam o ideal damasculinidade corajosa e agressiva' 5<enhuma cri#ança ouvia sugestões como estas? 5; verdadeirohomem fa$ assim'''5 ou 5nenhuma verdadeiramulher se comporta assim'''5- desta forma n(o se

criava nenhuma confus(o !uanto 3 identidadeseual- por isso, n(o se registrou entre elesnenhum caso de invers(o seual5' ; autorprossegue afirmando !ue a atual 5juventude semfronteiras, os %eats, os sHingers, os provos e osstil8agi5, com seus ca%elos compridos, suas vestesindistintas, a procura da pa$, 5sentiram vagamente

a necessidade de redefinir os conceitos de 2homemverdadeiro2 c de 2mulher verdadeira2 cumpre#nos

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nossa autodestruiç(o5'<(o raro se considera, hoje, o pro%lema da con#fus(o entre as funções masculinas e femininascomo sendo apenas um pro%lema para mulheres,

ao passo !ue se trata realmente de um pro%lema!ue afeta am%os os seos, em%ora de mododiferente, como & natural' Muitas mulheres est(oprocurando fugir dos es!uemas convencionais,se!uiosas de serem consideradas, antes de tudo,como pessoas' 7ertamente n(o desejam sertratadas como homens ou como seres neutros'Entretanto, visto !ue a personalidade foi por longotempo, identificada com a personalidade mascu#lina, muitas ve$es d(o elas a impress(o deprocurar ser 5em tudo igual aos homens5, ou deultrapassar os limites de sua feminilidade, echegam a perguntar se por acaso n(o o%tiveram

sucesso at& demais neste sentido'Por outro lado, muitos homens sentem#se amea#çados por mulheres !ue assumem, 3s ve$es commuita eficincia, a!uilo !ue se convencionouclassificar como tarefas do homem, desenvolvendotra%alhos masculinos e pretendendo rece%er

tratamento igual aos homens' Al&m disso, sentem#se eles muitas ve$es confusos, sem sa%er !ueatitude assumir perante suas colegas de tra%alho,pois os modelos familiares convencionais decomportamento s(o evidentemente inade!uados'Uma ilustre psic)loga social, !ue & tam%&m freira,e traja ainda um enorme h"%ito mon"stico,

o%servava !ue o h"%ito parece constituir umelemento positivo para deiar os homens seus

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reali$ar, as profissões e ocupações, a arte e acincia se %eneficiariam, muito mais !ue agora, docontri%uto de pessoas !ue agem conforme apr)pria estrutura de homem e mulher' <ingu&m

sa%e ainda !uanto enri!uecimento poderiam asmulheres oferecer, por eemplo, 3 medicina, 3ar!uitetura, 3 teologia especulativa, se sesentissem livres e fossem incentivadas a serplenamente mulheres na profiss(o de m&dica, dear!uiteta, de te)loga, em ve$ de serem mais oumenos forçadas a assumir uma atitude masculinaem seu tra%alho profissional'

Por isso, nossa tarefa crist( eige !ue tra%alhemosneste sentido, para rever nossos modelos dcpensamento e de comportamento social- re!uer!ue façamos todo o poss*vel para colocar a

personalidade em primeira linha, de tal forma !ueo seo seja considerado como elemento vital, n(o,por&m, como caracter*stica a%solutamentedeterminante' Em%ora assumindo, em muitaspassagens, a posiç(o convencional da sociedadede seu tempo, di$ia >' Paulo !ue, em 7risto, 5n(oh" masculino ou feminino5' Esta afirmaç(o deveser entendida neste sentido? a feminilidade ou amasculinidade h" de ser, na vida crist(, su%metida3 personalidade do indiv*duo, nunca, por&m,eliminada ou minorada'

O sentido humano ao sexo

A palavra 5seo5 deriva, provavelmente, da

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cortar' Em todo caso, os mitos antigos apresentamo primeiro ser humano como um ser originalmente%isseuado, !ue depois foi 5cortado em duaspartes5 para formar o primeiro homem e a

primeira mulher- desta forma, a!uele & incompletosem esta' ; Snesis @C,B cont&m a mesma id&ia?homem e mulher necessitam um do outro paraserem completos' 5<(o & %om !ue o homem estejas)' 0ou dar#lhe uma auiliar semelhante a ele5'Destarte, o fato de sermos homens ou mulheresindica !ue nenhuma pessoa & inteiramente auto#suficiente' 5<enhum homem & uma ilha5- s) noamor de Deus e no amor rec*proco podemosreali$ar#nos plenamente' Estas profundasverdades est(o escritas em todo o nosso serpsicof*sico por!ue somos, por nature$a, pessoassexuadas3

A seualidade &, portanto, a força da nature$ahumana destinada a suscitar a necessidade e aurgncia !ue2 impulsiona todo o nosso ser aprocurar se reali$ar na 6nica direç(o capa$ desatisfa$#lo? na uni(o e comunh(o com o pr)imo'; seo nos impele, f*sica e psi!uicamente, a

procurar completamento em um ser 5oposto5 aonosso' <ossa seualidade coloca logo emevidncia !ue n(o somos auto#suficientes e nosimpele a procurar reali$ar#nos fora de n)smesmos'Esta reali$aç(o plena 1 isto &, a consecuç(o detodos os o%jetivos de nossa potencialidade, a

perfeiç(o e o uso integral de nossas capacidadesde amar e de agir por amor 1 s) pode ser

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propõe 3 nossa f&' <este mundo, s) podemosgalgar metas relativas de perfeiç(o- conseguimo#las mediante o tra%alho, !ue satisfa$ anecessidade de aç(o, desenvolvendo nossas

capacidades e talentos, assim como mediante asrelações de amor, !ue satisfa$em, em medidamais ou menos ampla, o anseio de amar e seramado, por!uanto desenvolvem a capacidade deamor' ; poder de agir pode se esgotar em umdeterminado per*odo de nossa vida' Mas acapacidade de amar jamais se etingue? aamplitude da seualidade, assim como a urgnciapsicof*sica do impulso afetivo, sempre ultrapassamseus limites, impelindo#nos a sairmos de n)smesmos em direç(o dos outros e a procurarmos!ue os outros se a%ram para conosco'Desta forma, o o%jetivo %iol)gico da uni(o seual,

!ue & um dos aspectos da seualidade humana,sugere#nos !ual seja a sua meta integral? impelir#nos para a uni(o com o pr)imo e com Deus, !ue& fonte da vida' A' urgncia da seualidade emplano f*sico manifesta, apesar da am%igLidadepr)pria de nossa condiç(o atual, toda a

necessidade de rece%ermos e darmos a vida poramor' As perspectivas a%ertas por Teilhard de7hardin sugerem !ue a diferenciaç(o do seo noprocesso evolutivo, e a necessidade de uni(oseual para criar uma nova vida, podem serconsideradas como preparaç(o e antecipaç(o dacapacidade humana de amar e, em sentido mais

amplo, de comunicar a vida, poder este !ue ser"aperfeiçoado na fase de 5amori$aç(o5

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; amor & a 6nica força no mundo capa$ de criarpersonalidade atrav&s de um processo totali$ador'7onstitui, portanto, o est"dio mais alto da!uelaenergia !ue Teilhard denominava 2radial2' >) ele

une as criaturas humanas de forma a complet"#lase reali$"#las, pois s) ele f"#las atingir o maisprofundo de si mesmas''' :a$(o por !ue oshomens, para continuarem livremente o caminhoem %usca da!uela unidade de noosfera, !ue & odestino de cada um, necessitam desenvolvergradualmente a pr)pria capacidade de amar at&poderem a%raçar toda a humanidade e a terrainteira' Em outras palavras, a!uilo !ue Teilhardchamava de 2planeti$aç(o2 @intensificaç(o da tem#peratura ps*!uica da noosfera em virtude de umestreitamento mais compacto dos homens na superf*cie da terra deve se tornar eventualmente

uma 2amori$aç(o2' 7ostuma#se o%jetar contra estaid&ia, !ue a capacidade humana de amar n(oultrapassa o limite de um grupo de pessoas es#colhidas- pretender amar todo mundo & uma con#tradiç(o, um passo errado, !ue, em definitivo, n(onos fa$ amar ningu&m' A esta o%jeç(o responderia

eu !ue, se o amor universal fosse imposs*vel,como pretendem os nossos argLidores, por !ueent(o eperimentamos em nossos coraçõesa!uele irresist*vel instinto !ue nos condu$ para aunidade toda ve$ !ue surgem em n)s as maisprofundas emoções, n(o importa !ual seria a suaorientaç(oN Um amor universal n(o & s)

psicologicamente poss*vel- & o 6nico modocompleto e definitivo pelo !ual podemos amar

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A seualidade destina#se, pois, a caracteri$ar e aafetar toda a pessoa do indiv*duo em luta para ad#!uirir uma completa personalidade como serhumano, e assim fa$endo, mediante as relações e

os atos de amor, visa ajudar os outros a con!uistara pr)pria personalidade' A seualidade n(o &elemento isolado, em nossa nature$a, !ue deveser descartado 3 medida !ue o homem se tornamenos 5animal5- & força intr*nseca de nossahumanidade integral' 7om isso, n(o pretendemosnegar ou minorar o seu poder de destruir apersonalidade, !uando desencaminhada,desumani$ada' Ao contr"rio, !uanto mais clara fornossa vis(o do seo como força positiva entre oselementos da nature$a humana, com maisevidncia perce%eremos o desperd*cio esentiremos horror por seu a%uso' Mas a força e a

insacia%ilidade do seo n(o constituem, por simesmas, sinais da desordem da nature$a humanaem sua condiç(o 5carnal5, no sentido paulino defra!ue$a, de falta de integraç(o, de alienaç(o' >(oantes, manifestaç(o do dinamismo positivo danature$a humana, da energia inerente 3 psi!ue

humana, !ue procura seu complemento'Esta vis(o do seo concorda com o uso constante!ue fa$ a >agrada Escritura de imagens do amor eda uni(o conjugal para descrever as relações entreDeus e seu povo, entre 7risto e a /greja' ; aspectodin=mico do matrim+nio 1 m6tuo au*lio entremarido e mulher a fim de o%terem o pr)prio

completamento 1 ilustra, muito em%oraimperfeitamente a aç(o de Deus !ue leva o

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matrim+nio, como completamento m6tuo,reevoca, em%ora mais imperfeitamente ainda, aid&ia da reali$aç(o integral da pessoa humana,inclusive da sua seualidade, al&m dos limites

da!uilo !ue o coraç(o humano pode conce%er, e!ue esperamos conseguir no dia da :essurreiç(o?a uni(o din=mica perfeita na vida e no amor deDeus e do pr)imo' Di$#nos a Escritura !ue, ent(o,5n(o haver" nem casado, nem solteiro5 @c C,O, justamente por!ue todo o anseio humano de amorser" perfeitamente satisfeito, e se atuar", comtoda perfeiç(o, nossa capacidade de amor e deagir por amor' Tal id&ia da seualidade concorda tam%&m comnossos conhecimentos a respeito do papel !ue eladesempenha nas maiores crises dedesenvolvimento emotivo e seual' ; primeiro

despertar da criança para o seo 1 para a suapr)pria seualidade e para a de seus pais 1acompanha o primeiro despertar de suaconscincia e de sua eistncia como pessoa emrelaç(o aos outros, e principalmente em relaç(o aseus pais, cujas intimidades rec*procas começa a

perce%er' A criança vai se inteirando de !ue elan(o & o centro do universo de seus pais, aomesmo tempo !ue começa a perce%er anecessidade de ser por eles amada e a diferenci"#los como homem e mulher' Desenvolvendo#senormalmente, o menino se identifica, nesta fase,com seu pai @a menina, com sua m(e, e !uando

se certifica do amor de seus pais, começa a sair doegocentrismo infantil e a procurar relacionamento

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; despertar do adolescente para o seo acontecedurante a segunda grande crise de procura da pr)#pria identidade' ; rapa$ começa a perce%er !ueele 5gosta das moças5, !ue a iovem completa, de

!ual!uer forma, a sua personalidade masculina, esente, ao mesmo tempo, o desenvolver das forçasseuais f*sicas !ue o capacitar(o a ser um 5outro5em relaç(o a uma mulher, no matrim+nio e napaternidade' A jovem perce%e !ue ela 5gosta dosrapa$es5, sem !ue isso comporte,necessariamente, o despertar dos desejos seuaisf*sicos, em%ora as mulheres atinjam a maturidadef*sica antes !ue os homens' Mas o rapa$ e a jovemad!uirem conscincia do pr)prio seo, de mododiferente, !uando sentem necessidade de sair desi mesmos para esta%elecer novos relaciona#mentos e desco%rir#se a si pr)prios em relaç(o aos

outros e ao seu mundo interior'A superaç(o mais ou menos %em sucedida destasduas crises, e a integraç(o de seus elementosseuais na desco%erta de si mesmos e dos outros,s(o condições necess"rias para umdesenvolvimento emocional sadio' Tanto &

verdade !ue muitas pessoas competentes noassunto consideram o %lo!ueio do processonormal de desenvolvimento em um destes doisest"gios como causa principal dohomosseualismo' <a primeira inf=ncia, ou nacrise de auto#identificaç(o da adolescncia, acriança n(o conseguiu identificar#se com o pai ou

com a m(e, e o impulso principal de suaseualidade desviou#se da procura de

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por !ue alguns especialistas acreditam !ue ohomosseualismo, pelo fato de ser pro%lemapreponderantemente psicol)gico, pode encontrarna psicoterapia um grande instrumento para

recondu$ir o homosseual 3 linha normal deconduta, se estes enfermos se convencerem de!ue podem ser ajudados e %uscarem au*lio'Muitos outros pro%lemas emocionais 1 poreemplo, os pro%lemas de psicopatia 1 podemtam%&m remontar ao modo e 3s circunst=ncias em!ue um determinado indiv*duo atravessou as duascrises de !ue falamos, e s(o provocados pela defi#cincia em integrar o sentido de auto#identificaç(ocom o seo e com a capacidade de se a%rir para ooutro mediante o amor'>e a integraç(o deste ou da!uele aspecto da se#ualidade na vida emocional de cada um & t(o

relevante nestas duas primeiras fases cruciais docrescimento, tal processo deve continuar a seressencial em nossa progressiva caminhada para amaturidade, e no tra%alho para conseguirmos oamadurecimento no amor, !ue constitui nossavocaç(o crist(' >e o seo possui tarefa positiva no

desenvolver da criança para uma adolescncianormal, e do adolescente para um adulto normal,deve continuar a eercer papel positivo em nossodesenvolvimento para a 5estatura da maturidadede 7risto5' <a criança e no adolescente, oprocesso de integraç(o se desenrola, em grandeparte, no su%consciente- por&m, !uanto mais

maduros nos tornamos, mais capa$es dever*amosser de levarmos a termo esta tarefa com

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+odo amor / sexual4 mas o amor / mais5ue sexualidade

7umpre reconhecer !ue todo amor & seual, isto&, !ue amamos como pessoas seuadas, comohomem ou mulher, e !ue nosso amor se diferenciaem cada uma das suas relações- ad!uiredeterminadas modalidades !uando se dirige parauma pessoa do mesmo seo, e outras, %emdiferentes, !uando tem por o%jeto pessoa do seooposto' ; amor do pai n(o & igual ao da m(e- umpai n(o ama sua filha como ama seu filho, nem am(e ama o filho como ama a filha' ; afeto dealgu&m pelo irm(o & muito diferente do afeto pelairm( e vice#versa' A ami$ade entre mulheres &algo %em diferente da ami$ade entre homens, e,

o%viamente, a ami$ade homem#mulher muitodifere das precedentes, e toma caracter*sticaspeculiares no homem e na mulher- o amorconjugal n(o s) se diferencia de todos os outros,mas possui traços !ue divergem no esposo e naesposa'

Por isso, o seo & elemento integrante do amor,mesmo antes de se falar de !ual!uer orientaç(oincipiente ou atual para o amor conjugal ou para auni(o seual f*sica' Ele & respons"vel pelavariedade de mati$es, de calor e de urgncia !ueespecificam estas v"rias relações' Desempenha,por conseguinte, uma tarefa positiva em todos os

tipos de afeto, em%ora n(o constitua o 6nicoconte6do da relaç(o afetiva

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conjugal' A seualidade do marido e da mulher, eo ato seual em !ue este indiv*duo reali$a suamais alta epress(o, constituem um aspectoessencial da relaç(o entre os c+njuges, n(o a

totalidade desta relaç(o' ; seo desempenha suafunç(o na vida conjugal impelindo marido emulher a procurarem a!uela singular uni(o entream%os, de !ue & elemento relevante a conjunç(ocarnal' 0erdade & tam%&m !ue a /greja semprereconheceu a validade de um matrim+nio n(o#consumado em !ue marido e mulher concordamem n(o ter relações seuais' Tais matrim+nios,contudo, s(o considerados como pass*veis dedissoluç(o, eatamente por!ue lhes falta ocomplemento !ue adv&m da uni(o seual- e ocasamento em !ue uma das partes se revelaincapa$ de reali$ar o ato seual & considerado

inv"lido' A eperincia do m6tuo pra$er e doorgasmo peculiar ao ato seual pode a%rir maisainda as portas da personalidade dos c+njuges, demaneira singular, persuasiva e determinante,tornando#os capa$es de se amarem re#ciprocamente com maior profundidade,

proporcionando#lhes uma vida !uotidiana maisplenamente comunit"ria' Mas eles n(o se amamapenas no ato seual, e devem aprender a colocaro pr)prio seo a serviço do amor, na conjunç(ocarnal e em todos os instantes da vida' seauiserem !ue seu amor seja verdadeiramenteconjugal'

A 5satisfaç(o seual5, no sentido geralmente acei#to parece referir#se em primeiro lugar ao uso e 3

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capa$ de satisfa$er o desejo de conjunç(o carnalmediante a uni(o com um 5outro5 atrav&s do seo'<o caso da mulher, isso pode tam%&m implicar agravide$' Senerali$a#se cada ve$ mais a id&ia de

!ue a satisfaç(o seual, assim entendida, &necess"ria para a reali$aç(o da seualidade emseu' mais amplo sentido psicof*sico e humano' Masa uni(o seual f*sica s) & reali$adora !uandofavorece a uni(o humana integral das duaspessoas interessadas, seu crescimento no amor, ouso e o desenvolvimento de todas as suas forçasafetivas'7omo aca%amos de o%servar, o pra$er e o rela#amento psicof*sico !ue se eperimenta no atoseual consumado como ato plenamente humano,& elemento vital para o crescimento do amorconjugal assim como para viver a vida matrimonial

como vocaç(o ao amor' <ingu&m duvida tam%&mde !ue & no matrim+nio !ue a maioria das pessoasencontrar(o a!uele grau relativo de perfeiç(ohumana poss*vel de se o%ter nesta vida' Todavia,sendo !ue o seo tem uma funç(o em toda aesp&cie de amor, uma pessoa s) poder" ser

completa seual e humanamente, sem contrairmatrim+nio e sem relações carnais, se atri%uir 3seualidade sua funç(o espec*fica no uso e nodesenvolvimento da pr)pria capacidade de amarnos v"rios tipos de relações interpessoais'Em outras palavras, o seo imprime seu dina#mismo em todas as relações de amor, e assim

desempenha sua funç(o espec*fica em nossa vida3 medida em !ue o fi$ermos seguir a corrente

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procurarmos orientar este impulso para o amor'uanto mais pusermos o seo a serviço do amor,tanto mais seremos 5perfeitos no amor5' Tudo isso verificou#se, em grau supremo, na vida

de Jesus, assim como no#la descreve o Evangelho'Di$ Gettlinger?5; modo inteiramente natural das relações de Jesus com os homens e as mulheres nos fa$perce%er !ue ele atingiu um harmonioso controlede si e da seualidade, !ue lhe proporcionaram ali%erdade necess"ria para cumprir sua especialvocaç(o de 5servo de Deus5' Poucos ousar(oafirmar !ue Jesus tenha manifestado sinais dedesordem emocional ou ps*!uica' A conscincia desua miss(o tornava praticamente imposs*vel !ueele a%raçasse a vida matrimonial' >e devemosreconhecer !ue Jesus viveu uma vida plenamente

humana, forçoso & admitir, tam%&m, !ue seu amorpor seus amigos n(o foi asseuai' <ossoconhecimento da funç(o do seo na inf=ncia e naadolescncia, como tam%&m a constataç(o de !uetodas as relações entre o homem e a mulhercontm um elemento seual, tornam a%surdo

supor o contr"rio' /sso n(o deve, contudo, dar asasa fantasias mor%osas, !ue pretendem desco%rirligações il*citas entre Jesus e Maria Madalena' ;spadrões de comportamento seual, no juda*smode ent(o, eram r*gidos, e tanto na!uela &poca,como agora, os pol*ticos se apressariam emdestruir a autoridade de um mestre propagador de

doutrina su%versiva, se pudessem vislum%rar emseus atos a menor som%ra de comportamento

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tanto !uanto para o li%ertino, admitir estaconstataç(o, parece certo aue Jesus viveu umavida de completa normalidade seual, n(omostrando repugn=ncia pelo corpo, nem se

sujeitando a nenhum trauma ps*!uico por efeito de!ual!uer pai(o estranha ao nosso mundoegocntrico, ainda !ue percept*vel por algu&m !uesai%a sair do pr)prio ego*smo5'<este aspecto, como em todos os outros, Jesus &supremo modelo da verdadeira humanidade- masn(o & o 6nico eemplo' Muitos homens emulheres, dentro e fora da vida consagrada peloceli%ato, n(o s(o, a%solutamente, criaturasfrustradas ou n(o reali$adas, mas pessoas !uerealmente amam, homens e mulheres completos,capa$es talve$ de mais intensas e numerosasrelações de amor do !ue se tivessem optado pelo

matrim+nio' E todos n)s podemos, pelo menos,procurar completar#nos, no casamento ou loradele, se aceitarmos a tarefa integral de aprender aamar como um processo progressivo e sem limite,capa$ de utili$ar e desenvolver todas as nossasenergias ps*!uicas, inclusive seus aspectos

seuais' @/sto n(o significa negar a import=ncia deencontrarmos sa*das ade!uadas para nossoinstinto agressivo, aspecto da nature$a humana!ue vem sendo cada ve$ mais profundamenteestudado so% v"rios pontos de vista, como, poreemplo, nos coment"rios de Sorer 3 supracitadao%ra de oren$' 7omo notamos no cap*tulo

anterior, a agressividade parece um fen+menoorientado a superar os o%st"culos !ue se opõem

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por!ue h" de ser colocada a serviço do amor emsua atividade restauradora e vital'Al&m disso, deveria o crist(o, consciente e espe#rançosamente, perce%er !ue o dinamismo da

seualidade, assim como de todo o impulsoafetivo, mediante as relações humanas e al&mdelas, & uma procura de Deus !ue 5nos amou porprimeiro5, e !ue nos torna capa$es de amar a ele eao pr)imo' Pode o crist(o esperar conseguira!uela reali$aç(o plena, !ue supera 5tudo o !ue ocoraç(o humano pode imaginar5, por Deusprometida 3!ueles !ue procuram am"#lo e seesforçam por amar o pr)imoN

6ual seria esse es-or0o2

; !ue dissemos n(o pretende, a%solutamente, mi#

norar as dificuldades inerentes ao tra%alho decolocar o seo a serviço do amor' nas relaçõesmatrimoniais e em todas as outras' ; seo podeser perce%ido pela conscincia como imperiosanecessidade f*sica, ps*!uica, ou psicof*sica, !uedeve ser satisfeita a !ual!uer custo com outraspessoas- ou como um apelo a nos doar por amor-ou ainda 1 e isso & mais comum 1 como umaassociaç(o destas duas coisas'Al&m disso, n(o nascemos nem crescemos dota#dos de perfeita harmonia em todos os setores denossa nature$a, e talve$ menos ainda na esferaseual' Pode, 3s ve$es, surgir um violento desejo

f*sico, sem ser, em a%soluto, provocado por!ual!uer emoç(o, e muito menos ainda pela

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relaç(o a pessoas pelas !uais n(o nutrimosnenhum afeto e nem mesmo os primeiros ind*ciosdo amor' Muitos, por outro lado, e em particular asmulheres, podem amar com intensa seualidade

emocional, sem eperimentar nenhuma vi%raç(of*sica etraordin"ria' ;s homens, tanto !uanto asmulheres, s(o capa$es de levar uma vida de fan#tasia er)tica, !ue pode, ou n(o, se relacionar coma realidade em !ue vivem, ou com a suacapacidade atual cm mat&ria de seo, cie afeto oude amor' ; tratamento contra este desperd*cio deenergia f*sica deve ser procurado em um serenoconfronto com a realidade' Por eemplo, um s"%iodiretor espiritual aconselhava um seminarista, !uese dirigia a ele muito pertur%ado, por!ue tinha5maus pensamentos5 !uando via mulheres%onitas, de tirar um dia de folga para ir 3 <ova

/or!ue e passar o tempo olhando as mulherescomo se apresentavam na realidade !uotidiana,caminhando pelas ruas, sentadas no +ni%us,fa$endo compras nas lojas' Admirou#se o semi#narista constatando !ue as mulheres eram muitomenos sedutoras na realidade do !ue na sua

imaginaç(o, e, desde a!uele dia, deiou de serpertur%ado pelos pensamentos !ue o afligiam'

Diga#se mais, o fen+meno da atraç(o seual n(oparece inteiramente previs*vel ou control"vel'0erdade & !ue, em nossa cultura mais ou menospadroni$ada, nota#se uma multiplicidade de 5se

appeal5 em v"rios am%ientes, !ue mudam com amoda e condicionam o comportamento de muitos

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para desco%rir 5compati%ilidades5 entre os casaisde namorados, nunca ter*amos certe$amatem"tica de eistir entre eles atraç(o seualrec*proca, seja em sentido meramente f*sico, seja

no sentido mais amplo de desco%erta do outrocomo seo 5oposto5, capa$ de completar e de sercompletado, coisa !ue todos julgam de vital im#port=ncia'5Apaionar#se5, conforme a definiç(o comum,significa desco%erta do 5oposto5' Teoricamente,dever*amos 5nos apaionar5 s) pela pessoa !ue 1entre todas as !ue poder*amos encontrar na vida1 fosse a mais apta a nos completar e a nosconsiderar como seu perfeito 5oposto5' Podecertamente acontecer !ue tal desco%ertarec*proca do 56nico no mundo para mim5 venha oser selada pela vida conjugal, em !ue am%os

continuam a se deleitar reciprocamente e acrescer no amor, sem jamais pensarem de ter er#rado em sua identificaç(o original' F mais comumacontecer !ue os c+njuges, cedo ou tarde,constatem !ue a sua pai(o inicial encerrava umgrau mais ou menos profundo de irrealismos-

entretanto, a %oa vontade, a intenç(o sincera deviver um pelo outro no matrim+nio, o amor de !uedispõem, tornam#nos capa$es de se esforçaremcontinuamente para aceitar o c+njuge assim comoele & realmente'Mas a maioria 1 seja ou n(o' em definitivo, feli$no matrim+nio 1 eperimenta v"rios tipos de 5pai#

(o5 em !ue inconscientemente se ilude so%re aeistncia de uma real complementariedade

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como elemento determinante, e so%re elafundamos a eistncia de uma relaç(o de amor'Al&m disso, certa necessidade ps*!uica pode noster impelido a considerar algu&m como nosso

5outro5 ideal, sem !ue a%solutamente oconhecssemos- e nos enfatuamos com nossosonho' Uma jovem pode, inconscientemente,procurar no homem a imagem de seu pai, ou um jovem, a imagem da m(e, !uando a necessidadede apoio paterno ou materno n(o foiade!uadamente satisfeita na inf=ncia- chegar",assim, a 5se apaionar por algu&m !ue lhe faça asve$es do pai ou da m(e sem se revestirpropriamente das funções de marido ou mulher5' Tais erros derivam do desconhecimento de n)smesmos e das eigncias das v"rias relaçõeshumanas- decorrem, tam%&m da incapacidade de

orientarmos nossa seualidade, em seus v"riosn*veis, a serviço do amor' Ainda !ue tais erros n(onos condu$am a uma trag&dia familiar @em%oraisso tam%&m possa acontecer, !uandoperce%emos o !ue fi$emos, eperimentamos asensaç(o de termos tra*do a n)s mesmos, e um

desgosto diferente da!uele !ue sentir*amos seam"ssemos algu&m !ue n(o correspondesse anosso amor' Entretanto, erros como estes consti#tuem, para a maioria, um aspecto inevit"vel dacondiç(o humana, e podem ser salutares se,atrav&s deles, aprendermos algo mais so%re n)smesmos, e so%re a realidade do amor'

7umpre#nos ent(o reconhecer todas estas possi#

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realismo e ao controle de nosso comportamentoseual, tanto em campo f*sico !uanto ps*!uico,sem permitir, todavia, !ue isso desanime nossotra%alho de aprender a amar' A meta & tornar#nos

mais realistas e controlados, sem, por&m,cessarmos de amar' <ossa tarefa n(o & eliminarou reprimir a seualidade, mas procurar organi$"#la, orient"#la, de tal forma !ue possa contri%uircom todas as suas forças para o amor de Deus edo pr)imo' ; pro%lema n(o deveria ser de5suportar o seo5, mas, antes, de procurar vivermais plenamente poss*vel, como pessoas humanasseuadas, em um esforço para harmoni$ar e fa$erprogredir a vida, n(o para minor"#la'A 5su%limaç(o5, em sentido psicol)gico, & umprocesso inteiramente inc+nscio, pelo !ual umapessoa canali$a seu impulso seual para outras

formas de atividade' Um professor celi%at"rio, poreemplo, !ue se julga reali$ado em seus C ou Oanos de tra%alho atuante a serviço da juventude,se alarmaria e ficaria pertur%ado se lhediss&ssemos, 3 !ueima#roupa, !ue seu tra%alho foiuma forma de su%limaç(o das energias seuais'

Em verdade, seu tra%alho poder" chegar at& a serimprodutivo se n(o rece%er devida assistncia !ueo ajude a enfrentar essa nova desco%erta- mas, seconseguir enfrent"#la, com ou sem ajuda, ele setornar" %em mais maduro, emocionalmente, do!ue antes' Assim, n(o podemos dedicar maiorempenho a este ou 3!uele tra%alho, com o

prop)sito epl*cito de desfrutar nossa energiaps*!uica ou su%limar nosso impulso seual e

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podemos, conscienciosamente, procurar tornar#nos mais a%ertos ao amor, cultivar relações deamor, fa$er o%ras de amor nas relações !ueestejam a nosso alcance, c+nscios de !ue o seo &

elemento fundamental em !ual!uer tipo de amor,procurando control"#lo e orient"#lo a serviço denossos afetos'

F de fato essencial cultivar muitas e variadas re#lações, se n(o !uisermos !ue apenas uma delasad!uira peso ecessivo, revestindo#se de vator

a%soluto em detrimento do amor' /sto se fa$necess"rio tam%&m na vida de casado, em%ora asrelações matrimoniais possuam, por si mesmas,car"ter de singularidade e de relativo a%solutismo-transformar o outro, mesmo o pr)prio marido, ou apr)pria mulher, em +d!l!, significa o%staculi$ar o

crescimento do amor, !ue aceita o outro com seuslimites e o ajuda a se a%rir cada ve$ mais para aami$ade' 7ultivar muitas relações & necess"riotam%&m em todas as formas de vida celi%at"ria,pois, se o celi%at"rio procurar unir#se por amor auma s) pessoa, ecluindo as outras, ser" levado 3%usca da uni(o seual f*sica e fa$er da pessoa !ueama um 5oposto5, na!uele sentido singular, !ue &pr)prio da relaç(o matrimonial'; m6ltiplo esforço em amar plena e maturamente,cultivando v"rias relações, &, portanto, o modo po#sitivo de agir para colocar o seo a serviço doamor' Provavelmente, jamais o%teremos completo

sucesso- mas de n)s n(o se eige pleno sucesso, esim !ue procuremos durante toda a vida

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opç(o moral pode avaliar, pelo menosaproimadamente, os motivos !ue definem suaatitude em relaç(o 3 determinada pessoa? estouprocurando seu %em ou apenas o meu pra$erN

Pode tam%&m estimar a motivaç(o imediata dedeterminada aç(o? agindo assim, estouprocurando a mim mesmo, minha satisfaç(opessoal, ou o %em do outroN Tal norma de amorn(o deve ser interpretada como se n(o importasseo !ue fa$emos, se a intenç(o 7or %oa' Agir poramor, como veremos mais amplamente nopr)imo cap*tulo, significa ir em %usca dc valoreshumanos o%jetivos, valendo#se dos meiosapropriados para discernir o maior %em em jogoem determinada decis(o e pleitear a!ueles valores!ue constituem o maior %em de todos osinteressados'

<aturalmente, no uso de !ual!uer norma referente3 nossas atitudes ou ações, podemos cair emengano, pelo conhecimento insuficiente de n)smesmos, e por nossa auto#ilus(o' Mas a norma doamor, retamente entendida, deveria levar aoconhecimento de n)s mesmos e a uma humildade

mais intensa, ao passo !ue o esforço !ue certosam%ientes impuseram so%re gerações de crist(os,para com%ater e eliminar todos os vest*gios de5pra$er seual deli%eradamente consentido5,levou#os 3 uma escrupulosidade mals(, em ve$ defavorecer a verdadeira pure$a de coraç(o' Al&mdisso, ningu&m pode di$er at& !ue ponto o pra$er

!ue sente por outra pessoa, por uma hist)ria, porum filme por uma m6sica @em%ora isso seja

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uma oraç(o, n(o seja tam%&m 5seual5, t(o *nfimo& o poder do seo em toda a nossa vida afetiva'Podemos, entretanto, tomar cada ve$ mais cons#cincia de nossas atitudes e de nosso

comportamento para desco%rir se se orientam, emlinha geral, ao amor ou ao n(o#amor, tornando#nos, assim, sem escr6pulos, sempre mais sens*veis3!uilo !ue mais se inspira no amor, em nossasdisposições e em nossa conduta'7omo procuraremos demonstrar nos cap*tulos 0 e0/, adotar uma norma de amor n(o significa p+r delado os de$ mandamentos, os ensinamentos da/greja, ou as intuições tradicionais da sa%edoriahumana e crist(? nem !uer di$er cair no su%jetivis#mo sentimental ou numa desenfreada 5&tica dasituaç(o5' >ignifica esforço disciplinado paraacrescer a capacidade de discriminar os valores

humanos, capacitando#nos, destarte, a optar e agirconforme as eigncias do verdadeiro amor'A lei do amor, por&m, aplicada 3 moral seual, n(oconstitui esp&cie de crit&rio a%strato, destinadoapenas a uma elite espiritual' >er" o%viamentemais f"cil aplic"#la !uando toda a formaç(o

religiosa seguir, desde a inf=ncia, suas linhasorientadoras' Mas !ual!uer pessoa capa$ dedecisões morais pode compreender a diferença!ue h" entre tratar#se a si mesmo e os outroscomo pessoas e trat"#los como coisas'Eemplificando, o adolescente normal temcondições para entender !ue a leitura de revistas

pornogr"ficas ecita o instinto seual como fim asi pr)prio e como fonte impessoal de pra$er- o

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n(o & certamente inspirada pelo amor'Este modo de apreciar o valor moral das atitudesseuais parece oferecer argumentos muitoconvincentes contra a mastur%aç(o, !ue & um

claro eemplo da procura de pra$er seualego*stico, sem amor' Muitos especialistas,entretanto, est(o convencidos de !ue concentrar aatenç(o dos adolescentes e incutir#lhes temor poresta forma de comportamento & etremamenteinoportuno' Tais autores acreditam !ue amastur%aç(o, como pr"tica ocasional, poderiaconstituir uma fase do amadurecimento seual, es) deveria despertar preocupaç(o se setransformasse em h"%ito persistente depois daadolescncia' <este caso, seria sintoma de algumapertur%aç(o ps*!uica a eigir uma tempestivaassistncia m&dica' @Atualmente, !uase todos

est(o convencidos de !ue os terr*veis efeitos !uese costumavam alegar como argumento contra amastur%aç(o, eram inteiramente imagin"rios,confundiam#se com as suas causas, ou resultavamde medo instilado pelo sentimento de culpa' Eisum campo em !ue moralistas e psic)logos crist(os

devem, juntos, militar 3 procura de uma com#preens(o mais profunda, e de soluções maisrealistas- setor em !ue um conselho ade!uado,!ue leve em consideraç(o todos os fatoresimplicados em cada caso particular, seria muitomais vantajoso para a juventude'Mas jovens e adultos deveriam admitir como )%vio

!ue uma pessoa n(o se comporta por amor emrelaç(o 3 outra !uando procura satisfaç(o seual

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amorosa doaç(o de si, !ue transforma aintimidade f*sica e o ato seual em atospropriamente humanos' Al&m disso, & )%vio !aeuma pessoa se serve de outra como coisa, como

meio para satisfa$er seus fins ego*sticos, !uandorecorre 3 atraç(o seual, ou a estratagemasemocionais, para garantir#se determinada posiç(osocial, segurança econ+mica, etc' F o !ue acon#tece, por eemplo, !uando uma jovem procuracon!uistar um rapa$ por!ue ele & o capit(o dotime de fute%ol, n(o por!ue deseja o seu amorcomo tal' Em sentido mais amplo, toda aç(o de5con!uista5 seual, por parte seja do homem sejada mulher, ser" amolamente iluminada se aanalisarmos conforme a lei do amor' Tentarcon!uistar outra pessoa para a pr)pria satisfaç(o,para demonstrar valentia seual, ou simplesmente

pelo gosto de mais uma con!uista, n(o &,o%viamente, uma conduta de amor- o outroconstituiria, no caso, simples pedra de adre$numa partida !ue se joga so$inho'Al&m disso, recorrer 3 lei do amor ajudar#nos#ia adistinguir entre enfatuaç(o e amor verdadeiro,

distinç(o de grande relevo para o amadurecimentoemocional, assim como para uma ponderadadecis(o no !ue di$ respeito ao matrim+nio' Pois,na enfatuaç(o' o outro n(o & considerado comopessoa !ue devemos conhecer e amar e !ue, porsua ve$, nos deve conhecer e amar, mas, antes,como encarnaç(o do pra$er de !ue necessitamos?

desejamos apenas mergulhar#nos na satisfaç(o!ue o outro nos d" proporcionando#nos tudo

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Enfim, a lei do amor oferece orientaç(o maisreal*stica c 6til !ue a norma do 5pra$er deli%erada#mente consentido5, !uando se trata de julgar, so%

o aspecto moral, as intimidades f*sicas fora do ma#trim+nio 1 tanto as car*cias muito 5reservadas5!uanto o pr)prio ato seual 1 toda ve$ !ue eistarealmente uma relaç(o pessoal de amor' As5concessões ao afeto5 representam uma tendnciacada ve$ mais generali$ada no comportamentoseual pr&#matrimonial da classe m&dia' /sto

constitui, sem d6vida, um grande progresso emdireç(o ao comportamento seual por amor, !uesupera a 5licenciosidade sem afeto5, e o seodespersonali$ado, sem amor' Entretanto, n(o noscumpre apenas perguntar#nos? 5Estou realmenteapaionado por tal pessoaN5, 5desejo realmente

doar#me a ela e ela a mimN5, mas tam%&m? 5nossocomportamento est" realmente promovendonosso %em em todas as circunst=ncias em !ue nosencentramosN <ossas ações miram ao melhor paraam%osN <(o seria melhor para n)s, nesta situaç(o,a%ster#nos de certas epressões de nosso amorN5A !uest(o n(o & sa%er se 5nosso amor justifica o!ue estamos fa$endo5, mas, antes, 5se noscomportamos realmente por amor nestascircunst=ncias e neste preciso conteto5'<o pr)imo cap*tulo procuraremos delinear adistinç(o, !ue nos parece fundamental, entre asepressões f*sicas de afeto, peculiares a todas as

relações de amor, e a!uelas !ue eigem umconteto matrimonial para increment"#lo

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a respeito dos elementos !ue constituem, de fato,o comportamento seual por amor, emdeterminadas circunst=ncias, n(o s(o piores, nemmenos fre!Lentes, em virtude da fra!ue$a

humana, do !ue os erros em torno da!uilo !ueconstitui %em para os outros ou para n)s em todosos outros tipos de decisões' Destarte, !uem agesem amor no comportamento seual n(o & pior de!uem age sem amor em !ual!uer outra esfera daconduta humana' <em se torna, por isso, mais5auda$5 e sua conduta n(o constitui um desafiomais orgulhoso !ue outros a certos ta%us semsentido' ; comportamento !ue n(o & ditado pelo%em#!uerer, opõe#se aos valores humanos- nestesentido, ser" tanto mais desumano !uanto maiscarecer de amor' Mas a tarefa de nos tornarmosplenamente humanos dura a vida inteira'

A lei do amor convida#nos, portanto, a amadure#cermos como pessoas humanas, e a contri%uirmospara nosso crescimento rec*proco' Entendida noconteto do amor de Deus e da nossa vocaç(o aoamor, esta norma n(o nos impõe regra nova er*gida com a !ual devemos medir nossa conduta'

<(o & l*cito perguntarmos 5at& onde posso chegarpara n(o faltar ao amor5' Esta norma condu$#nos,antes, 3 autoconscincia e 3 confiança no amor deDeus, sempre pronto a perdoar nossos erros, comotam%&m nossas falhas no amor, sempre pronto anos ajudar mais uma ve$ a superarmos nossoego*smo e a caminharmos para o amor no

comportamento seual e em todas as esferas davida humana

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7Olha como estes cristãos se amam87

7om uma compreens(o mais profunda das ei#gncias do amor e da funç(o positiva da

seualidade em todas as esferas do %em#!uerer,poder*amos começar a li%ertar#nos dos temores!ue afligem muitos dentre n)s !uando iniciamosuma relaç(o de profunda ami$ade com pessoas deam%os os seos, ad!uirindo id&ias mais claras ecoraç(o mais a%erto'; temor !ue inspiram as relações de ami$ade,entre homem e mulher, fora do matrim+nio, & pro#fundamente inveterado em muitos padrões &ticose sociais' Mas a vida moderna est" condu$indo aum irrealismo cada ve$ maior por!ue procuraevitar os riscos inerentes a estas ami$adesseparando o mais poss*vel os homens das

mulheres' Melhor seria reconhecer estes riscos eprocurar orient"#los de maneira e!uili%rada eadulta, no conteto positivo de nossos esforçospara crescer no amor' Deveriam, pois, os crist(osdeiar de se agarrarem a modelos leigos, clericaisou religiosos da vida, !ue tornam dil*cil, !uando

n(o imposs*vel, fomentar ami$ade entre homens emulheres- cumpre oferecer mais amplo apoio asituações !ue possi%ilitam cultivar muitas esp&ciesde ami$ade' Al&m disso, necessitamos de ami$adecom pessoas tanto do mesmo seo !uanto do seooposto para enri!uecer e elevar as nossaspossi%ilidades, como homens ou mulheres, na vida

real' A 5rivalidade do seo5 h" de ser entendidaem termos de interc=m%io apra$*vel e estimulante

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valor de sua pr)pria posiç(o, e a necessidade deserem complementadas pelo seo oposto'.eli$mente, parece estar desaparecendo a segre#gaç(o seual no curso secund"rio e superior' ; sis#

tema segregacionista, !ue s) permite o encontrocom jovens de outro seo em condições !uereevocavam o cultivo de flores em estufas, n(o &6til 3 moralidade nem fa$ amadurecer acapacidade de amar' Uma jovem de uma dasmelhores faculdades para moças, constatou, emeperincia pessoal, !ue as jovens se!uiosas deentrelaçar relações de ami$ade, mais !ue denamoro, com rapa$es, podiam fa$#lo muito maisfacilmente com estudantes de uma universidademista adjacente, do !ue com os !ue estudavam narepartiç(o masculina da mesma faculdade' ;sprimeiros estavam acostumados 3 companhia de

mulheres no dia#a#dia e em situações alheias 3svicissitudes escol"sticas, e eram, por conseguinte,muito mais a%ertos aos v"rios tipos derelacionamento' Mas, naturalmente, a posiç(o daescola ou da faculdade n(o constitui o 6nico fator-as atitudes familiares e sociais s(o muito mais

importantes para encorajar ou desencorajar umavis(o mais ampla das relações entre rapa$ e moça,entre homem e mulher, de !uanto n(o o sejam osassim chamados 5encontros5'<(o & paradoo, como poderia parecer, afirmar!ue numa &poca na !ual, segundo a opini(o demuitos, o n*vel moral se acha em decl*nio, e

aumenta a imoraridade, dever*amos preocupar#nos menos com as situações !ue favorecem um

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situações favor"veis ao florescimento da ami$ade'7riando clima prop*cio 3 ami$ade entre pessoas domesmo seo, ou de seos diferentes,proporcionaremos 3 grande n6mero de pessoas

uma id&ia mais realista das implic=ncias morais docomportamento seual' 7omo n(o raro acontece,a integraç(o do seo no verdadeiro amor humanotornou#se mais dif*cil para jovens e adultos, do !uedeveria ser, pois escasseiam os est*mulos e asoportunidades de se criar novas ami$ades visandoa promover o impulso afetivo' Jovens e adultos n(oreconhecem mais este impulso por a!uilo !uerealmente &, nem encontram nenhuma sa*da paraa afetividade e o seo, a n(o ser em relações !ueconstituem intimidades carnais, ou para elas seencaminham' Destarte, a moral crist(, como j"dissemos, seria fortalecida e n(o enfra!uecida, se

se criassem maiores oportunidades para seentrelaçar ami$ade'Promover clima favor"vel ao afeto humano po#deria constituir, tam%&m, uma das grandescontri%uições do cristianismo para resolver ofen+meno do homosseualismo, em franca

epans(o' Tal anomalia parece,fundamentalmente, um pro%lema provocado poralguma deficincia afetiva no am%iente familiardurante o per*odo crucial do desenvolvimento dapersonalidade- ra$(o por !ue, !uanto maisajudarmos os pais, a compreenderem o processoda evoluç(o psico#seual e a se compenetrarem

de sua importante tarefa no !ue di$ respeito 3criaç(o de um clima de amor para seus filhos

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homosseualismo';s rapa$es de col&gios internos caem muitasve$es neste v*cio, devido 3 impossi%ilidade deterem relações com moças' Eliminando os

inconvenientes destes internatos, e encorajando aami$ade entre rapa$es e moças, estar*amoscontri%uindo, em grande escala, para redu$ir on6mero da!ueles !ue, na incerte$a da pr)priaidentificaç(o seual, s(o levados a um caminhoerrado, !ue corre o risco de se tornar situaç(oest"vel' Tam%&m o medo do homosseualismo,!ue o%sessionou a disciplina de tantas ordensreligiosas, de escolas e semin"rios, deve serenfrentado com o conhecimento !ue temos desuas causas psicol)gicas, %aseando#nos na certe$ade !ue a falta de relações normais com outraspessoas deve ser considerada mais como causa do

!ue como rem&dio para esta anormalidade'Enfim, um clima sadio de afeto crist(o pode serconsider"vel au*lio para um homosseual !uedeseja voltar 3 normalidade- oferece uma sa*dapara seu impulso afetivo capa$ de redu$ir seudesejo de contato com homosseuais e de

incentivar a procura de au*lio psicol)gico' De umlado, as leis contra o comportamento homosseualentre adultos parecem mais prejudiciais do !ue6teis, de outro lado, maior toler=ncia social emrelaç(o a esta pr"tica poderia introdu$ir taisenfermos a julgarem menos necess"ria a procurade ajuda e de um poss*vel tratamento' Mas, a

aceitaç(o completa de um homosseual comopessoa constitui certamente uma o%ra de amor

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Podemos resumir o !ue dissemos, repetindo !uetodos os verdadeiros riscos *nsitos na tentativa deamarmos uns aos outros como pessoas humanascompletas 1 pessoas seuadas 1 s(o muito

inferiores aos perigos !ue surgem da falta deamor' .omos feitos para amar, para procurarcontinuamente reali$ar#nos de forma cada ve$mais completa @em%ora sempre relativali%ertando#nos da escravid(o do nosso ego*smoatrav&s do amor e do serviço de Deus e dopr)imo' <ascemos e crescemos com impulsoafetivo e seualidade desordenada- am%os, afeto eseualidade, tendem a arrastar os outros para a)r%ita de nosso egocentrismo, ao mesmo tempo!ue nos impelem a sairmos de n)s mesmos e aprocurarmos os outros' 7omo crist(os,acreditamos !ue 7risto oferece 3s criaturas

humanas, !ue respondem ao dom divino do amor@n(o importa como o reconheçam a capacidadefundamental de !ue%rar as correntes do pr)prioego*smo para amar como ele ama' Devemos optarmuitas ve$es em nossa vida por um amor 5comfatos e em verdade5, mas s) podemos aprender a

amar, amand! e n(o reprimindo nosso desejo deamar'

9% A '(:;O )O "ORPO (AS RE<A:=ES&'MA(AS

>e !uisermos !ue a afetividade e o seo influamna vida e no amor de cada um de n)s n(o

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seual, nota#se tam%&m outra tendnciadiametralmente oposta, !ue considera os )rg(osseuais como partes peculiarmente 5sagradas5 docorpo humano' Eis um eemplo? 5Aos adolescentes

pode#se dar uma eplicaç(o em termos comoestes? s(o estas as partes santas, ou +ntimas, ousagradas do corpo, por!ue Deus fe$ o menino detal forma !ue, !uando crescer, possa tornar#se pai,se o >enhor assim o !uiser5' Mas, estas e outrastendncias semelhantes, !ue consideram o atoseual no matrim+nio como coisa 5santa5 n(omudam muito as coisas, como poderia parecer' ;santrop)logos e os peritos em religiões comparadasdi$em !ue o sentido de 5impuro5 e de 5sagrado5s(o muito afins' Am%os constituem "reas5intoc"veis5, !ue devem ser mantidas separadasda vida humana normal' Este dado da antropologia

tem sua confirmaç(o? a mentalidade !ue suspeitacomo 5impura5 toda atividade seual, tam%&mconsidera o smen humano como coisa sagrada,em%ora a racionali$aç(o %iol)gica desta atitude 1isto &, !ue o smen contenha potencialmente umacriatura humana completa 1 j" tenha sido de h"

muito a%andonada'Demonstrou#se, claramente, !ue tal atitude n(o &autenticamente crist(' 7omo dissemos acima, a*%lia n(o considera o homem como um5composto de alma e corpo5, duas entidadesseparadas, mas, antes, como um conjunto decorpo e esp*rito, pois usa eatamente o termo

5coraç(o5 em sentido psicof*sico' <em a palavra5esp*rito5 na *%lia significa uma 5realidade sem

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em he%raico, assim como no grego e no latim,vem de uma rai$ !ue significa 5respiro5' ; respirarde uma criatura & sinal de !ue est" viva- por isso,o respiro passou a significar a verdadeira vida, a

vitalidade de um ser vivo, o seu 5esp*rito5' Assim,Deus & 5Esp*rito5 por!ue & o supremo 0ivente, !ueconcede ao homem uma participaç(o de suapr)pria vida, a !ual supera o grau de vida ating*velpelas criaturas, pois o homem & capa$ de sair de simesmo e de se unir a Deus e ao pr)imo peloconhecimento e pelo amor'

uando >' Paulo esta%elece oposiç(o entre 5carne5e 5esp*rito5, n(o tenciona descrever#nos umcontraste entre corpo e alma, mas a diferençaentre o homem integral, em sua 5condiç(ohumana5 de fragilidade, pecado, ego*smo, falta de

vitalidade e de capacidade para amar, e o homem!ue possui realmente a vida e & capa$ de sair de simesmo pelo amor, em virtude do Esp*rito de Deus'; 5estado de graça5 & precisamente este dom devida e de capacidade para amar' Destarte, levaruma vida 5espiritual5 significa cooperar na o%ra doEsp*rito com todo o nosso ser psico#f*sico,aprender a amar e produ$ir o%ras de amor comopessoas humanas completas' Devemos passarpela morte antes de sermos, 3 semelhança de7risto ressuscitado, totalmente 5espirituali$ados5pelo Esp*rito- mas, em nossa condiç(o atual,devemos esforçar#nos por 5caminhar no amor5,

como di$ >' Paulo, como todo o nosso ser'A vis(o %*%lica do homem n(o resolve todas as

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corporeidade humana e da morte' Mas nosdemonstra !ue elevemos deiar de considerar ohomem como alma !ue ha%ita em, um corpo, oucomo anjo !ue opera no corpo atrav&s de

gl=ndulas @assim descrevia Maritain a concepç(ode Descartes? nosso corpo & nossa pr)priarealidade, em%ora sejamos algo mais !ue simplescornos' A concepç(o, !ue fa$ do homem uma justaposiç(o de duas entidades separadas,contraria este outro conceito mais fundamental,!ue considera nosso corpo como 5eu5, em%ora n(oseja Ytodo o nosso eu5' 7ada um de n)s tem uma5imagem corp)rea5, como di$em os psic)logos,!ue n(o & toda a 5imagem do eu5, mas fa$ partedela e eerce profunda influncia em nossaimagem pessoal' A perda de um dente ou de umca%elo pode levar algu&m a sentir !ue todo o seu

ser esteja se decompondo' Pessoas !ue perdemum olho eperimentam profunda sensaç(o dedetrimento em toda a pr)pria personalidade,por!ue pensam !ue j" n(o s(o mais um sercompleto' >ujeitando#se a uma histeroctomia,muitas mulheres eperimentam uma fase de

depress(o em grande parte atri%u*vel ao fato de julgarem ter perdido algo de sua personalidadefeminina, sentimento este inteiramenteinjustificado' Por outro lado, como todoseperimentamos uma mudança para melhor emnossa imagem corporal, pode operar maravilhasem nossa imagem pessoal' ar%ear#se pode

restituir ao homem o sentimento, antes vacilante,de auto#afirmaç(o- o mesmo se diga da mulher

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realmente ornar, pode dar#nos a sensaç(o desermos mais n)s mesmos'A vis(o %*%lica da nature$a humana corresponde,portanto, 3 realidade psicol)gica' Al&m disso, esta

concepç(o permite#nos acolher sem temor todasas desco%ertas da cincia so%re a interaç(o entreesp*rito e corpo' Muito 6til seria conhecer commais clare$a, por eemplo, se as caracter*sticasemocionais, !ue sa%emos acompanham asdoenças em geral, s(o causa ou resultado destasenfermidades' E ser" tam%&m interessanteconhecer mais a fundo como uma vontade fortepode' 3s ve$es, o%ter %ons resultados n(o o%s#tante os defeitos corporais' 7larence Da8, poreemplo, autor da o%ra Life with ather, continuaa tra%alhar e a mostrar alegria apesar dos longosanos de penosa artrite' 7ertas pessoas,

fisicamente feias, parecem %elas, graças a suairradiante personalidade' /nteressa tam%&m sa%erse certos psicotr)picos conseguem realmentecolocar os indiv*duos, em determinadascircunst=ncias, a contato direto com a realidadefundamental, e como isso pode acontecer' uanto

mais conhecermos esta mat&ria, mais condiçõesteremos de considerar nosso corpo cm sua eatarealidade, isto &, como sendo n)s mesmos,em%ora n(o constitua todos nosso eu- n(o umo%st"culo ao amor, mas epress(o e instrumentodos nossos afetos'

Estamos com o pr>ximo e o ser1imos,ra0as a nosso corpo

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; modo de conce%er a realidade corporal, de vivernela e por ela, representa o ponto mais importanteda especulaç(o de v"rios fil)sofos atuais !uandoenfrentam o pro%lema da funç(o do corpo como

instrumento indispens"vel para compartilharmos avida do pr)imo, em comunh(o e amor rec*proco'>) podemos perce%er a realidade sens)ria, e a5etra#sens)ria5, atrav&s dos instrumentos e meios!ue o corpo coloca 3 nossa disposiç(o' Destarte, &somente atrav&s do corpo !ue podemoscomunicar#nos com outras pessoas, em%ora apessoa seja algo mais !ue simples corpo, e as coi#sas a serem comunicadas constituam realidades!ue ultrapassam a esfera dos sons e das imagens'A 5uni(o dos esp*ritos5 jamais poder" se reali$ar seas pessoas n(o se encontrarem mediante o pr)priocorpo'

Mais ainda, a presença f*sica real parece neces#s"ria para uma plena comunica%ilidade entrepessoas' ; engenho humano tem inventadomuitos meios de comunicaç(o indireta e 3 longadist=ncia, !ue, em 6ltima an"lise, sempre eigema mediaç(o do corpo- mas nenhum destes meios

possui a plena capacidade de comunicaç(o, !ueoferece o encontro face a face' Todos temoseperincia das vantagens !ue oferece o encontrocom uma pessoa, com a !ual nos comunic"vamossomente por carta ou por telefone, para incre#mentar nossas relações com ela, em%ora seja real#mente dif*cil definir tais vantagens' Todos

sa%emos tam%&m o !ue seja desejarardentemente a presença f*sica de algu&m?

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!ue teremos em pr)imo futuro, n(o podema%solutamente su%stituir o encontro pessoal' Averdadeira 5companhia5 eige !ue a pessoa estejacorporalmente presente junto ao outro'

Entretanto, esta presença f*sica entre duas pes#soas s) produ$ intercomunicaç(o pessoal 3medida !ue am%as desejarem c forem capa$es dese comunicarem mutuamente atrav&s de seuscorpos, de eprimir mediante olhar, tato, gestos,tom de vo$, e toda a pr)pria atitude, sentimentoscomo estes? 5estou com voc e sou para voc- soufeli$ em estar a!ui com voc e para voc- estouprocurando dar#lhe algo de mim mesmo e rece%ertudo o !ue voc !uiser me dar5' 7omo %emsa%emos, podemos estar fisicamente presentes junto a pessoas com as !uais n(o temos nenhuminteresse de nos comunicar, por eemplo, em um

+ni%us' Podemos estar fisicamente presentes juntoa um indiv*duo de !uem n(o gostamos, e criarentre am%os verdadeira %arreira, !ue impede acomunica%ilidade- o mesmo podem os outros fa$erem relaç(o a n)s' 7onhecemos, tam%&m, !uantafrustraç(o nos causam certos encontros em !ue,

pelo cansaço, pelas circunst=ncias do encontro, oupor nossa pr)pria incapacidade, parece !ue n(oconseguimos nos comunicar com algu&m !ueamamos, em%ora o tenhamos profundamentedesejado' ue imensa satisfaç(o nos proporcionao simples fato de estarmos com algu&m !ueamamos, comunicando#nos com ele s) com nossa

presença e nossa atitude'<osso corpo & pois elemento essencial em todas

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nos, portanto, assumir a tarefa de torn"#loinstrumento apto e h"%il n(o s) para reali$ar o%rasde amor, mas tam%&m para eprimir e fomentaras relações de fato'

Esta eigncia esclarece, outrossim, a !uest(o damod&stia, !ue levou certos crist(os a esforços 3sve$es t(o rid*culos, como o de o%rigar os *ndios decertas ilhas a se vestirem como os europeus, ainstituir as 57ru$adas Marianas5, etc' 7onforme opensamento dos Padres, a 5nude$5 culp"vel dascriaturas humanas, descrita no Snesis comoconse!Lncia do pecado, & a carncia da!uela5veste5, !ue & a graça de Deus- & nossa falta departicipaç(o no esplendor da caridade divina' 7omefeito, >' 7irilo de Jerusal&m, em um de seussermões aos neo#%ati$ados, congratula#se comeles por terem recon!uistado a!uela 5veste5, e

com ela, e per ela, a virtude de n(o seenvergonharem da pr)pria nude$, !uandoemergiam da fonte %atismal pe*ante os crist(os!ue tomavam parte na cerim+nia'A mod&stia crist( n(o pode, pois, consistir emescondermos nossos corpos ou !ual!uer de suas

parles como algo de !ue dever*amos nosenvergonhar' Antes, a mod&stia & o inverso doei%icionismo, !ue procura atrair a atenç(o so%resi para sujeitar os outros aos pr)prios interesses'Ela & um dos aspectos da atitude de amor paracom os outros, !ue e!uivale a este desejo? 5Eugostaria de entrar em relaç(o com voc, se voc o

!uisesse5' Ali"s, ela nos guia na escolha dasroupas dos cosm&ticos dos gestos e atitudes !ue

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manifestar 5discretamente nossa personalidade 3spessoas !ue vamos encontrar em diferentes po#sições sociais e culturais, isto &, levando em contaas epectativas, os preconceitos, as condições

s)cio#culturais !ue lhe s(o pr)prias' Poder#se#ia,com efeito, ela%orar toda uma teologia das vestes,do penteado, dos cosm&ticos, para demonstrarcomo tudo isso & %om, !uando orientado a facilitarnossa melhor apresentaç(o perante os outros,conforme as valias circunst=ncias- e & mau,!uando se destina a projetar falsa aparncia den)s mesmos para enganar o pr)imo' Todas as gamas de cortesia tm a!ui sua apli#caç(o, se disserem respeito ao uso de nosso corpopara eprimir e reali$ar o amor' <(o & ins)litoencontrarmos pessoas cujas maneiras rudes e cujocomportamento grosseiro fa$em fracassar seu

desejo de amor' Perce%emos a 5%oa intenç(o5 de!ue s(o dotadas, mas preferir*amos !ue n(o nosprocurassem' 7onhecemos, tam%&m, pessoasego*stas, !ue se apresentam com tanta atraç(o ecortesia, !ue somos !uase levados a perdoar suainsinceridade- estas, realmente, n(o desejam

amar, mas n(o deiam de oferecer uma agrad"velcompanhia' Um crist(o deveria ser sempre uma5agrad"vel companhia5, muito mais do !ue po#deria s#lo o mais irresist*vel con!uistador'7umpre#mos, pois, cuidar !ue possocomportamento e nossas maneiras eprimamrespeito pela dignidade da pessoa alheia, desejo

de servir#lhe, e a%ertura em aceitar a ami$ade !ueporventura se nos oferece

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deleitam reciprocamente, procuram conhecer#semelhor e se unir  preisamente mediante asensaç(o rec*proca dos seus corpos, e, no atoseual, mediante a penetraç(o e permeaç(o do

corpo feminino pelo corpo do homem'<aturalmente, !ual!uer demonstraç(o de afetopode pecar por insinceridade e constituir,portanto, falsos sinais e violaç(o mais ou menoss&ria da dignidade humana' At& mesmo umacriança, por eemplo, tem ra$(o de estranhar!uando agarrada e a%raçada por algu&m !ue elasente n(o possuir nenhum afeto por ela comopessoa, cujo gesto & movido apenas por umsentimentalismo gen&rico em relaç(o 3s crianças'Muito mais ainda, constituir(o afronta 3 pessoahumana, as intimidades e o ato seual !uando serevestem de car"ter simplesmente f*sico, pois n(o

s) representam um falso sinal do amor mastam%&m uma procura de pra$er em um corpo, n(oem uma pessoa como tal- uma tentativa deconhecer e possuir outro corpo, n(o de se unir aoutra pessoa ern unidade de corpo e esp*rito' Todas as verdadeiras demonstrações de afeto

constituem, portanto, sinais e epressões de amor'Mas, atrav&s das intimidades f*sicas e do atoseual 5centrali$ados na pessoa5 e animados peloamor, um homem e uma mulher procuram n(osomente exprimir suas relações de amor, mastam%&m  pr!m!v>4las pelo conhecimento, e pelopra$er rec*proco !ue deste conhecimento f*sico e

amoroso diretamente deriva' Destarte, aconjunç(o carnal reali$ada por amor e com a

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profundamente real, o ato mais plenamentehumano !ue um homem e uma mulher podemeecutar, !ue os engaja plenamente em dar erece%er como pessoas constitu*das de corpo e

esp*rito, em conhecer e deiar#se conhecer, emcompra$er#se um no outro' Tal uni(o seual colocao homem e a mulher na mais *ntima reciprocidadef*sica e psicof*sica, unindo#os e fa$endo#os viverum pelo outro no mais singular dos modos'Eis por!ue as intimidades f*sicas e a c)pula carnaleigem e implicam o conteto do matrim+nio'<osso corpo & t(o intimamente o nosso ser, !ueum conhecimento f*sico t(o *ntimo, para ser atoplenamente humano, deveria reali$ar#se somentenum conteto cm !ue um homem e uma mulherse engajam reciprocamente em um conhecimentom6tuo como pessoas, de modo singularmente

completo e eclusivo, !ue os leva a se doar um aooutro numa uni(o vital e perp&tua' 50iver juntos5,em sentido seual, implica e eige a 5uni(o devida5 no sentido mais vasto, !ue consiste emcompartilhar a vida de cada dia, com a intenç(ode assim fa$er durante toda a eistncia'

/sto n(o significa, naturalmente, !ue o conheci#mento f*sico rec*proco o%rigue um homem e umamulher a tal compromisso' F eatamente ocontr"rio? o engajamento pr&vio da mente e docoraç(o fa$ com !ue o conhecimento f*sico sejaum ato verdadeiramente humano, dando#lhe valore autenticidade- as intimidades e a conjunç(o

carnal, por sua ve$, acrescentam a esteengajamento uma nova e singular dimens(o

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gradual, entre as ações !ue se destinamsimplesmente a exprimir o amor e a!uelas !ueprocuram tam%&m o conhecimento f*sico *ntimo daoutra pessoa' Tal distinç(o pode ser eemplificada

pela diferença !ue eiste entre um 5%eijo 3francesa5 e o mais caloroso %eijo por afeto'Entretanto, a interrogaç(o !ue um homem e umamulher n(o unidos por v*nculos matrimoniaisdevem colocar n(o & esta? 5at& onde podemoschegar nos atos de amorN5 Mas? 5desejamos real#mente chegar ao amorN5 Pois o amor, comosa%emos, n(o s) significa o desejo de estar !malgu&m, mas tam%&m de servir4lhe, de procurarseu %em no conteto de uma situaç(o concreta'Procurar intimidades e uni(o seual sem profundodesejo de uni(o pessoal, constitui, o%viamente,uma negaç(o do amor' Mas, procurar o primeiro

tipo de relações fora do engajamento matrimonial,!ue & a 6nica e mais completa comunh(o de vida,significa minorar os valores realmente humanos doseo em relaç(o a si mesmo e ao pr)imo' Talve$ um dos pro%lemas mais agudos para os jovens !ue procuram encontrar o pr)prio caminho

em todas as "reas de relações humanas & oseguinte? como podem duas pessoas chegar a seconhecer o %astante para decidirem se realmentedesejam contrair v*nculo matrimonial, se n(ocomeçaram a se conhecer pelo menos atrav&s dasintimidades f*sicasN Uma das respostas & !ue aspessoas podem se conhecer mutuamente atrav&s

de outras formas de relacionamento humano, !uen(o incluem relações seuais? conversar tra%alhar

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t=ncias, interc=m%ios, etc' 7om efeito, estasaproimações preliminares s(o necess"rias para!ue a intimidade f*sica venha a constituir oconhecimento de uma outra pessoa e n(o

simplesmente de um corpo'Al&m disso, podemos aproimar#nos de algu&mmediante demonstrações f*sicas de afeto, !ue n(oincluem intimidade seual' F )%vio !ue, nomatrim+nio, marido e mulher cheguem a seconhecer psicofisicamente atrav&s de muitasformas de contato f*sico e de afeto fora dasrelações seuais, e estas eigem o contetoda!uelas para serem realmente epressõesplenamente humanas de afeto'Dispõem, portanto, as criaturas humanas, de mui#tos meios para chegarem a um conhecimento rec*#proco, !ue dispensam a!uela forma singular de

aproimaç(o constitu*da pelas intimidades f*sicas cpela conjunç(o carnal' >e compreendesse melhora necessidade e o valor destes outros meios, n(osentiria o homem tanta urgncia em recorrer 3intimidade seual f*sica' <as conjunturas atuais, ao%sess(o pelo 5seo5 tende a esconder#nos estas

outras possi%ilidades de contato afetivo' >ecultiv"ssemos com mais conscincia, chegar*amosa apreciar melhor as especiais caracter*sticas daintimidade f*sica seual, e mais f"cil seria a%ster#nos toda ve$ !ue n(o se tratasse de um ato deamor plenamente humano'/dealmente falando, a relaç(o entre um homem c

uma mulher !ue pretendem se casar, deveriaamadurecer 5pari passu5 com o temperamento e a

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de conhecimento rec*proco em v"riascircunst=ncias, aumentando o afeto e suas v"riasepressões' >e chegaram a um m6tuocompromisso atrav&s de um noivado formal ou

informal, o progresso das intimidades f*sicasdever" caminhar de tal forma !ue o casal chegueao matrim+nio !uando suas relações j" estejamprontas para a uni(o seual- protrair esta fase decompromisso sem chegar 3 relaç(o seual, podeprovocar tensões e desgaste, !ue n(o raro ir(oprejudicar a pr)pria conjunç(o f*sica'<aturalmente, poucos namoros e noivadosconseguir(o proceder conforme esta linha ideal'Por isso, trata#se apenas de uma orientaç(o para!uem se esforça em evitar erros e procura adap#tar#se 3s circunst=ncias'Muitos, por&m, perguntam? 5Por !ue esperar at& o

casamento, se j" estamos verdadeiramenteengajados um com o outroN ue poder"acrescentar uma cerim+nia matrimonial ao nossocompromissoN5 Um dos aspectos da respostaconsiste na pr)pria nature$a da c)pula carnal'Muitas pessoas se enganam, pensando tratar#se

de uma eperincia maravilhosa em !ual!uercircunst=ncia- ficam desorientadas e desiludidasauando perce%em !ue isso n(o & a%solutamenteverdadeiro, tanto no matrim+nio !uanto fora davida maravilhosa? fatores f*sicos, psicof*sicos ecircunstanciais- alguns destes n(o caem so% ocontrole direto das pessoas interessadas'

 Transformar estas eperincias em um ato decomunicaç(o interpessoal de m6tuo

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reali$"#las com ternura e pai(o, estar preparado adar e a rece%er o pra$er, constituem, sem d6vida,aspectos essenciais para o pleno sucesso' >)!uem despende esforços neste sentido,

conseguir" o%ter as v"rias tonalidades !ueimpedem a conjunç(o carnal de se esva$iar, de setornar rotineira- entre estes mati$es, enumerern#se a consolaç(o, a alegria, o risco, a serenidade, aintensa ternura, o descanso'>endo a conjunç(o carnal, potencialmente, um atohumano t(o completo !ue envolve a participaç(opsicof*sica total cie duas pessoas no esforço de seconhecer, de dar e rece%er, de mutuamente seunir, ela constitui uma verdadeira arte3 >e todasas formas de comunicaç(o eigem inteligncia,esforço e pr"tica para conseguirem o pr)prioo%jetivo, !uanto mais o eigir" esta forma de

inter#relacionamento, !ue & potencialmente a maiscompleta de todasV As ações !ue envolvem amente e o corpo re!uerem ha%ilidade e, porconseguinte, pr"tica inteligente a fim de se o%terum resultado %om e harmonioso' ue di$er, ent(o,deste engajamento completo de duas criaturas

humanas, prontas a colocar seus corposplenamente a serviço do amor, utili$ando#se delespara eprimir e incrementar o afeto e oconhecimento rec*procoNA* est" uma das ra$ões v"lidas para se admitir !uea conjunç(o carnal antes do matrim+nio, ou etra#matrimonial, n(o & humanamente desej"vel,

mesmo !ue haja sincero engajamento entre asduas pessoas ; homem e a mulher devem viver

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esta convivncia deve ser aceita pela sociedadeem !ue vivem, se !uiserem ter condições reaispara desenvolver os valores inclu*dos naconjunç(o carnal e torn"#la instrumento entre os

mais v"lidos para favorecer o m6tuo engajamento'Para ser uma elevada eperincia humana e umato de amor su%lime, a c)pula carnal eige umestado de esp*rito livre de !ual!uer preocupaç(o,a escolha do tempo oportuno, a oportunidade defalhar e de tentar outra ve$, no conteto de umavida amorosamente condividida' Apesar dosm&todos anticoncepcionais modernos e daacolhida cada ve$ maior dispensada, em algunsam%ientes, 3s relações etra#matrimoniais,semelhantes li%erdades n(o podemordinariamente eistir fora do matrim+nio' Mesmoo assim chamado 5matrim+nio eperimental5 n(o

assegura a!uelas li%erdades de !ue falamos, justamente por!ue 5eperimental5'Esperamos !ue estes conceitos contri%uam paraesclarecer um pouco a ra$(o pela !ual o afeto n(o justifica certas 5licenças5 1 termo em voga nosestudos so%re o comportamento seual pr&#

matrimonial 1 mesmo !uando ecluem o atoseual, a menos !ue tal afeto, por parte de am%os,tenha atingido uma sincera vontade de amor, levea um engajamento m6tuo matrimonial, e omatrim+nio futuro constitua uma possi%ilidadeeistencial n(o ecessivamente remota' 5icença5& termo sem d6vida infeli$, !ue se usa !uando a

mulher permite ao homem 5tomar li%erdades5 emrelaç(o a seu corpo e 3 sua pessoa >e um homem

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seual como 5licença5, dificilmente o conce%er(oem termos de amor' ; comportamento epressopelo termo 5licença5 identifica#se, especificamen#te, com a relaç(o seual, e eige, pelo menos em

intenç(o, o mesmo conteto, para !ue seja umcomportamento plenamente humano'<utrimos, outrossim, a esperança de !ue nossaspalavras contri%uam para esclarecer por !ue ac)pula carnal eige comunh(o de vida e de amor,se !uisermos se torne, como deve, umaeperincia humana' ;s argumentos geralmenteadu$idos contra a liceidade do ato seual antes domatrim+nio costumavam firmar#se napossi%ilidade de uma gravide$ e de contrairmol&stias ven&reas' Em%ora se trate de pos#si%ilidades reais, cada um tende a responder? 5isson(o acontecer" comigo5' Alguns especialistas em

pro%lemas atuais so%re comportamento pr&#matrimonial afirmam, com efeito, !ue muitasmoças n(o usam a 5p*lula5 nem se premunem comoutras esp&cies de anticoncepcionais, por!uesentem !ue s) poder" justificar o ato seual o fatode serem 5arre%atadas5 pela pai(o, e & dif*cil !ue

algu&m se convença de ter sido 5arre%atada5 se seprepara, antes, contra poss*veis conse!Lncias dauni(o carnal'<a realidade, tal 5arre%atamento5 tem poucapossi%ilidade de constituir a!uela eperincia !uese procura' De !ual!uer forma, uma eperinciaseual feli$ & !uase sempre algo !ue h" de ser

preparado com muito tra%alho, e !ue n(o pode sereali$ar com sucesso sen(o em um conteto

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vida de matrim+nio'Muitas concepções diferentes do seo negam de#cididamente um ou am%os os re!uisitos' Em certascamadas da sociedade, a relaç(o seual & tida

simplesmente como necessidade %iol)gica, pelomenos para o homem, e n(o se fa$ a m*nima!uest(o de procurar uma eperincia ou umsentido humano mais completo para a uni(ocarnal' Mas t(o logo a educaç(o nos introdu$a naseperincias passadas e atuais do outro e nostorne sens*veis a estas eperincias, taisinterrogações começam a ser colocadas' ; tipohedonista das revistas pornogr"ficas responde aestas interrogações di$endo !ue, por !uanto lhedi$ respeito, a relaç(o seual se propõe alcançaruma eperincia do mesmo n*vel da !ue se o%t&mem uma refeiç(o %em preparada, e inclui talve$ as

dimensões de um interc=m%io pra$eiroso eestimulante entre pessoas, como acontece, justamente, em um apra$*vel jantar 5 deux3 Massemelhante eperincia condividida, di$ ohedonista, n(o implica nenhuma doaç(o de si enenhuma responsa%ilidade em relaç(o 3 outra

pessoa'7umpre afirmar !ue os partid"rios desta con#cepç(o, em%ora aparentem sutile$a de racioc*nio,pecam por imaturidade e insegurança' >(oimaturos por!ue nem mesmo começaram a levar as&rio o outro e as relações pessoais- permanecemfechados no pr)prio 5ego5- inseguros, por!ue n(o

ousam sair de si pr)prios pelo amor, e assumir orisco da responsa%ilidade

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capacidades, no seu futuro 5por toda a vida5' >e,como sa%emos, a hist)ria & uma dimens(oessencial da personalidade humana, como podealgu&m engajar#se totalmente com um outro sem

se comprometer com a sua hist)ria futura, comseus dotes atuais e com as esperanças !uenutrimos nele para o futuroN Um m6tuocompromisso, firmado e favorecido pelas relaçõesseuais, n(o eige engajamento em um futur!condivididoN Esperamos !ue ulteriores estudosfilos)ficos e psicol)gicos em torno dapersonalidade humana e da seualidade em seudesenvolvimento possam confirmar a tradiç(ocrist(, !ue responde afirmativamente ao pro%lemaem de%ate'7omo & natural, o princ*pio crist(o de !ue a c)pulac o ato pr)prio do matrim+nio, e s) pode reali$ar

suas potencialidades humanas em um enga# jamento de vida intencionalmente perp&tua, n(osignifica !ue o matrim+nio ofereça algum poderm"gico para reali$ar o ato seual com amor e comsentido humano' Muitos casais nem mesmoperce%em por !ue procurar fa$#lo, pois as regras

morais em !ue foram educados nunca fi$erammenç(o desta eigncia' Mas, tanto no matrim+niocomo fora dele, ser" il*cita !ual!uer manifestaç(oseual !uando algu&m procura usufruir do corpoalheio como fonte impessoal de pra$er, em ve$ de%uscar a doaç(o rec*proca com alegria e amor' Aid&ia de relaç(o seual como 5dever5 1 a

epress(o & de >' Paulo 1 a ser prestadoreciprocamente pelos c+njuges parece redu$i#la 3

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americanos' A tendncia da pu%licidade e dacultura de nossa classe m&dia visa, em geral,fa$er#nos conhecer apenas os aspectos5simp"ticos5 de nossos corpos' ;s doentes s(o

levados para o hospital, fora das vistas dos !uetm sa6de' <ascemos e morremos em hospitais-por isso, pode acontecer vivermos mais decin!Lenta anos sem nunca termos visto algu&mnascer ou morrer' Usamos desodorantes eperfumes para nossos corpos como se fossem%onecas' Empregamos todos os tipos deeufemismos para indicar os lugares destinados a5li%ertar a nature$a5, como di$ia uma velhatraduç(o da *%lia' <(o possu*mos termos neutroseatos para as funções ecretorias e seuais-temos de escolher entre a epres(o licenciosa,vulgar, e o termo cient*fico' >omos ami6de

definidos como 5materialistas5, mas com muitadificuldade começamos a apreciar o pra$er dascoisas materiais? alimentos, %e%idas, perfumes,cores, sons, estruturas' E & %em noto !ue osamericanos, homens e mulheres, s(ointernacionalmente respeitados como epertos na

arte de copular'Por outro lado, gastamos muito tempo e energiacom o nosso corpo, n(o s) para mant#lo sadio,mas tam%&m para ad!uirir o conforto e as coisas!ue julgamos atra*#lo' ; seo, de !ue nossacultura est" saturada, & tido por n)s,primariamente, como atividade f*sica seual'

 Tudo isso denota atitude am%*gua cm relaç(o aocorpo? uma esp&cie de vers(o p)s#vitoriana @e p)s#

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n(o importa sa%er !ue uso fa$emos do corpo, poistudo !ue & mat&ria & mal- importa apenas !ue asalmas sejam puras' Temos, em geral, eageradavergonha de certas partes de nossos corpos-

prodigamo#lhes muita atenç(o, mas n(o nospreocupamos em us"#las com ha%ilidade e pra$er,visando uma vida mais plena para n)s e para osoutros' Tal atitude & fruto da nossa concepç(o deseualidade, pois a consideramos como algoestranho a n)s mesmos, como realidade de !uedevemos nos envergonhar, ou como coisa de !uedevemos go$ar- falta#nos a vis(o do seo comoalgo de !ue nos cumpre usar em vista de o%jetivosplenamente humanos' Estas atitudes encontramapoio em certas noções segundo as !uais seriaerrado @ou 5pouco simp"tico5 para os solteirospensar nos aspectos da relaç(o seual'

Da* resulta !ue muitos consideram a uni(o seualcomo ato puramente f*sico- necess"rio seria !uechegassem a compreend#la em termos maisvastos, como realidade psicof*sica na !ual oaspecto f*sico h" de ser colocado a serviço do atohumano de comunicaç(o interpessoal' Por outro

lado, muitas mulheres se de%atem com opro%lema de aceitar plenamente o ato seual emseu aspecto f*sico como algo relacionado com oamor' Muitos manuais so%re a vida matrimonialpassam diretamente de uma descriç(o ealtadadas %ele$as do amor conjugal 3 descriç(ocient*fica e aos diagramas dos )rg(os seuais

femininos e masculinos, do ato seual, daconcepç(o da gravide$ ; cho!ue !ue nos causa

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outro, & compar"vel 3 sensaç(o de des=nimo !ueeperimentam muitas mulheres ao desco%rirem anua realidade do coito em seu aspecto f*sico, pormais informadas e preparadas !ue sejam, e muito

em%ora tenham sido muito 5permissivas5 antes domatrim+nio, chegando at& os limites da relaç(oseual completa';s manuais so%re o matrim+nio d(o geralmente%ons conselhos so%re como deve o marido ajudara esposa a alcançar todo o pra$er poss*vel no atoseual- alguns s(o realmente 6teis, pois ensinamaos c+njuges a maneira de o%terem relaçõesmatrimoniais %em reali$adas' Mas estes conselhosseriam mais efica$es 1 pelo menos na opini(o dosautores deste livro 1 se tomassem comofundamento uma correta atitude em relaç(o aocorpo humano, conforme delineamos neste

cap*tulo, encarando o corpo do homem e damulher, em sua plenitude f*sica, como elementoessencial de n)s mesmos, como instrumentoindispens"vel para estarmos com o outro,servindo#o e comunicando#nos com ele' Tal atitudenos dar" a reconhecer o erro !ue constitui o mau

uso do pr)prio corpo, e do corpo de outrem,!uando o tratamos sem amor, ecompreenderemos como & importante servir#nosdo corpo, retamente, !ual instrumento de amor'<os versos de urn? 5Sin @if a %od8 meet a %od8 Z7omin thro2 the r8e5 @>e um corpo encontra outroem meio ao centeio a palavra 5%od85 @corpo

significa toda a pessoa, como em 5some%od85 ou5an8#%od85 algu&m ningu&m @;s eegetas di$em

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na 6ltima ceia? 5Este & o meu corpo5' Destacitaç(o pretendemos dedu$ir !ue, !uando umcorpo encontra outro corpo, e o encontro de duaspessoas- por isso, devemos assumir, com

seriedade, a funç(o !ue desempenham nossoscorpos em todos os nossos encontros'<a primeira parte deste livro, procuramos mostrar!ue n(o podemos cumprir nossa vocaç(o crist( aoamor sem !ue aprendamos a amar como pessoashumanas, isto &, como pessoas dotadas de seo ede corpo' <os pr)imos cap*tulos vamos de%ater opro%lema referente ao modo de crescermos, comopessoa, na arte de amar, pes!uisando a maneirade cultivar relações de afeto, e de levar a termo ao%ra do amor, amadurecendo#nos como pessoas!ue amam'

@% 7AMA E AE O 6'E 6'ERES7;rientar todo o dinamismo *ntimo em nossa na#ture$a e personalidade para o amor de Deus e dopr)imo, & tarefa primordial da vida humana- porisso, o amor h" de ser norma definitiva de toda anossa conduta' A vida de afeto e a vida de amorn(o precisam mais construir dois compartimentosestan!ues da eistncia' <osso agir pode servivificado e humani$ado pelo calor de profundasatenções para com o pr)imo' A vida afetiva e aspaiões podem ser li%ertadas dos entraves dosentimento e da emoç(o por!ue procuramos o

%em verdadeiro da!ueles !ue amamos, emsituações concretas' E a vida moral n(o ter" mais

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ansiosamente, se praticamos o mal, !uantas ve$ese em !ue medida' 7onsistir" em um esforço !uevisa ao futuro, e s) eaminar" o passado em vistade melhor agir para o futuro? esforço em

corresponder ao amor de Deus como pessoas !uese aprofundam no "gape fraterno e cumprem omaior n6mero poss*vel de ações por amor' Assim,imprimiremos gradual unidade cm todo odinamismo de nossa vida'7omo j" dissemos, os te)logos est(o empenhadosna reorgani$aç(o da moral, tendo por fundamentoa lei positiva do amor, em ve$ de se firmarem nospreceitos negativos, ou na fuga do pecado' Masn(o devemos esperar !ue cheguem ao fim destaspes!uisas para fa$ermos do amor a normadefinitiva de nossa conduta' ; !ue de n)s se eige& o esforço para desenvolvermos uma conscincia

crist( adulta, e isso deve ser poss*vel a todos oscrist(os normalmente preparados' Devemossuperar o est"dio do superego infantil, no !ualsomos v*timas do temor de transgredir ta%us epreceitos materiais, em %usca de uma autocr*ticacada ve$ mais madura em torno das atitudes e das

motivações !ue determinam o nosso agir- cumpreinterrogar#nos so%re nosso proceder e seusmotivos, em ve$ de aceitar passivamente certospreceitos meticulosos, em determinados setoresdo comportamento, como 6nico crit&rio do l*cito edo il*cito- devemos produ$ir normas crist(s emtodos os campos, normas !ue encarnem os

valores humanos a serem ativamente fomentadospor nossas ações F mister superemos a imatura

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alguma autoridade para nos indicar o retocaminho, em determinadas circunst=ncias, eaprendamos a tomar decisões !ue tenham em justo apreço a sa%edoria e a autoridade crist(,

mas !ue tam%&m constituam decisões nossas,pessoais, de !ue nos sentimos respons"veis'7omo j" dissemos, para nos tornarmos resp!ns24veis, devemos, ser, antes, resp!nsiv!s3/nfeli$mente, em%ora tenhamos ouvido di$erami6de !ue devemos 5amar a Deus so%re todas ascoisas, por ele mesmo5' Deus nos tem sidoapresentado de tal forma !ue este preceito se nostorna psicologicamente muito dif*cil de cumprir' Ainsistncia so%re o pecado e o medo do infernocomo puniç(o por nossas faltas, apresenta#nos afigura de Deus como a de certos pais insensatos,!ue s) sa%em di$er ao filho? 5n(oV5, 5n(o faça

issoV5, dando#lhe a entender !ue perder" seu amorse deso%edecer' Uma criança educada nestesistema ter" dificuldade em fa$er algo mais !ue asimples o%edincia por temor das ordens do pai, e jamais conseguir" elevar#se a um desejo mais ma#duro de agrad"#lo por amor, a uma participaç(o

ativa pessoal e espont=nea nos desejos doprogenitor'Mister se fa$, ent(o, procuremos, com o au*lio deDeus reali$ar uma mudança em nossa perspectivamoral, convencendo#nos de !ue nunca podemosperder o amor de Deus 1 em%ora possamos nosafastar dele, ele jamais nos a%andona 1 e to#

mando conscincia de !ue agir %em significa res#ponder ao amor de Deus participar em suas

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pois, começar a perce%er !ue necessitamos pedira Deus perd(o por nossa falta de amor, e pora!uilo !ue nos indu$iu a agir assim' <ecessitamosde seu au*lio para superarmos nosso ego*smo,

tornando#nos mais a%ertos ao amor, c evitando!ual!uer aç(o !ue n(o seja por ele ditada'7omeçaremos, assim, a perce%er a necessidadede uma autocr*tica mais profunda do !ue o simpleseame de nossos 5pensamentos, palavras eações5' F mister desenvolvermos n(o s) aconscincia da!uilo !ue fa$emos, mas tam%&m omotivo pelo !ual agimos- indagaremos as causasde nossa falta de amor, e a maneira de super"#las,incrementando os est*mulos !ue condu$em ao%em#!uerer' :econheceremos, ent(o, anecessidade de cultivar uma atitude de amolemtodas as nossas relações com os outros e de li%er#

tar#nos dos impulsos !ue nos impedem assumir aami$ade no relacionamento com os outros'Desco%riremos, em outras palavras, !ue & neces#s"rio encetar um tra%alho constante de5convers(o5, isto &, de ren6ncia a viver e agirconforme a 5carne5, conforme a nature$a humana

em seu ego*smo, procurando viver e agir noesp*rito, isto &, de acordo com o esp*rito de 7risto,!ue & amor vivificante' Muitos tetos da Escriturae da iturgia em torno do arrependimento e daconvers(o, !ue antes, talve$, n(o tivessem muitosentido para n)s, por!ue s) procur"vamos, emgeral, 5evitar o pecado mortal5, começam a nos

apresentar realidades etremamente relevantes'Mas devemos tam%&m inteirar#nos de !ue Deus

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instante- & um processo de lento amadurecimento,um 5morrer22 sem cessar ao pr)prio ego*smo paraviver mais livre e humanamente'

Para a -orma0ão de uma consciBnciacristã

 Tudo !ue fa$emos, & sempre para reali$ar oupromover algo !ue acreditamos constitua umvalor, tenhamos, ou n(o, conscincia disso noinstante em !ue agimos' uando escovamos osdentes depois das refeições, por eemplo, assim ofa$emos por!ue nossa educaç(o infantil, odentista, o reclame da pasta dental, convenceram#nos de !ue conseguiremos o valor !uerepresentam os dentes sadios escovando#os ap)sas refeições' uando deiamos de fa$#lo, & por#

!ue temos em vista outra coisa !ue parecerepresentar, na!uele instante, um valor maior 1por eemplo, chegar ao tra%alho na hora certa,responder ao telefone, etc'; processo !ue usamos para ela%orar normas deconduta !uotidiana 1 isto &, selecionar valores e

esta%elecer hierar!uia entre eles 1 parece muitocompleo' <o est"dio de desenvolvimento dosuperego infantil, assimilamos consciente ouinconscientemente, as normas !ue nossos pais nosapresentam' Em seguida, !uando nos a%rimospara um mundo de relações mais amplas, eencontramos outras crianças, começamos a

confrontar a!uelas normas com as nossas, e aformular certos ju*$os cr*ticos so%re a validade das

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compleo 3 medida em !ue nos deparamos comas normas de comportamento dos outros, naescola, na vida social em nossas leituras, notra%alho, etc' Durante toda a vida, desco%rimos

valores @reais ou fict*cios, mas sempre aceitoscomo valores e continuamos esta%elecendo umaesp&cie de hierar!uia entre eles, so%re a !ualfundamos as pe!uenas e as grandes decisões denossa vida'Por isso, a formaç(o de uma conscincia crist(adulta inclui a cr*tica dos valores !ue motivamnossa vida, e a reestruturaç(o dos mesmos 3 lu$da norma suprema do amor' Teoricamente, nossaeducaç(o familiar e religiosa deveria ajudar#nosnesta tareia durante a inf=ncia e a adolescncia'Mas a dificuldade prov&m de !ue o ensino religiosono passado insistiu ecessivamente em preceitos

negativos, ou relacionados somente com certasesferas do comportamento, despreocupando#secom a constante necessidade de formar nossasconscincias 1 isto &, de sermos cada ve$ maiscapa$es de discernir os atos !ue mais se inspiramno amor' 7onse!Lncia disso & !ue os cat)licos

dotados de consider"vel formaç(o religiosa podempossuir informações %astante detalhadas, poreemplo, so%re a!uilo !ue, para os te)logos,constitui pecado mortal no furto, demonstrando#se, por&m, completamente alheios face 3 injustiçada discriminaç(o racial, pois este aspecto docomportamento n(o se costumava incluir no

ensino religioso' Mas, ainda, muitos cat)licos n(otomaram conscincia do dever de fomentar a

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usava inculcar como o%rigaç(o crist( o desenvolvi#mento dos valores humanos'A /greja tem sido fre!Lentemente criticada por seter preocupado em ditar normas pormenori$adas a

respeito da moral seual, dando pouca atenç(o 3moral social' Por&m, pedir aos moralistas !ueindi!uem o limite eato entre pecado mortal evenial no !ue di$ respeito, por eemplo, 3discriminaç(o de raças, ao pro%lema ha%itacional,3 educaç(o, e !ue promulguem suas conclusões,nas c"tedras e nos livros, n(o resolveria opro%lema, mas iria fomentar ainda a moral ne#gativa do 5n(o far"s5- nem ajudaria a convencer oscat)licos do dever de se engajarem na tarefa detransformar a cidade secular em cidade maishumana, de perce%er os valores humanos !ueest(o sendo agora destru*dos ou sufocados, de

começar a intervir, em maior escala e maispositivamente, para socorr#los' Tra%alhar para !ue a vida do homem seja maishumana, eis eatamente a vocaç(o crist(' ;>enhor disse ter vindo para !ue os homensrece%am a vida e a possuam em a%und=ncia' Tal

como o amor do 7risto, o amor crist(o h" de serrealidade vivificadora- nossas ações n(o devemapenas n(o impedir !ue outros vivam de maneirahumana @como nos prescrevem os seis 6ltimosmandamentos, e sim promover concretamente odesenvolvimento humano de nosso pr)imo @comonos ordena o segundo 5grande mandamento5'

Al&m disso, devemos d!ar4n!s em nosso tra%alho!uotidiano era nossas atividades comunit"rias e

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mandamento, pois nossa miss(o & amar#nos unsaos outros !m! 7rist! n!s  am!u, a ponto desacrificar a pr)pria vida'

Para formar uma conscincia crist( adulta, n(o%asta, portanto, desco%rir sempre maisclaramente o !ue n(o se h" de fa$er' Dever*amos,tam%&m, procurar conhecer, com evidncia cadave$ mais l6cida, a!uilo !ue nos cumpre fa$er parareali$armos a lei do amor' >egundo o ensinamentode Arist)teles, aceito e desenvolvido pela doutrina

crist(, a norma suprema para agir retamente comohomem & 5o maior %em do maior n6mero poss*velde pessoas5' >e compreendermos esta norma, noconteto do interesse divino pela pessoa humana,em particular, c do seu supremo des*gnio emrelaç(o aos homens, o 5%em5 deve consistir na

dignidade e na inviola%ilidade da pessoa humana,no direito de possuir todos os meios para sesustentar e se desenvolver como seres livres, emtodas as dimensões da humanidade, amparados eao mesmo tempo amparando a sociedadeorientada para levar a uma plenitude de vida aspessoas mutuamente relacionadas' ; %em, !uedevemos desejar a todos @inclusive a n)s mesmose procurar promover, em nossas resoluções, e como nosso tra%alho, & o conjunto de valores !uetornam os homens capa$es de serem maisperfeitamente humanos':ealmente, n(o & sempre f"cil discernir os valores

humanos em jogo nas decisões a serem tomadas,e optar por um deles !uando parecem

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ao tra%alho em !ue um deles, ou am%os, se achamengajados' >e este fator resultasse negativo, !ualseria sua incidncia na situaç(o econ+mica dafam*liaN E se este tra%alho representasse uma

contri%uiç(o t(o importante para a sociedade, !uen(o pudesse ser comprometidoN ue peso deveriater, so%re a sua decis(o, um poss*velachatamento, ou a estagnaç(o de suas condiçõesde vidaN uando se pede di$er !ue algu&m,realmente,  preisa de uma nova geladeira cu deum carro mais do !ue de outro filhoN E at& !ueponto pode influenciar nesta decis(o o desejo!uase inconsciente de menores dificuldades ou deuma vida mais seguraN ue peso teria tudo issoNMais ainda, !ue di$er do amplo conteto social em!ue se coloca semelhante decis(o, n(o s) no !uedi$ respeito 3 5eplos(o demogr"fica5, mas

tam%&m em relaç(o 3s crianças j" eistentes 1)rf(s, a%andonadas, desamparadas, 1 !uenecessitam de cuidados especiais e amorososN<(o seria talve$ melhor, para o casal, adotar umacriança, ou financiar#lhe um asilo, do !ue ter outrofilhoN E 3 m(e !ue dispusesse de tempo e energia,

seria l*cito preferir tra%alhar em um asilo vi$inho,para crianças a%andonadas, do !ue ter outro filhoN>eria l*cito ao casal enviar o dinheiro !ue gastariacom mais um filho a uma organi$aç(o interna#cional, como a U</7E., para sustentar criançasnecessitadas cm !ual!uer regi(o do mundoNEis por !ue tomar uma decis(o so%re o modo de

agir mais inspirado pelo amor em v"rias situaçõesconcretas & pro%lema compleo !ue implica n(o

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geral, e da!ueles particularmente envolvidos nocaso, mas tam%&m sensi%ilidade e conhecimentoade!uado da situaç(o concreta e da!uilo !ue sepode fe$er, na pr"tica, para atuar uma outra

opç(o' Por eemplo, para decidir se dever" ou n(oreali$ar uma cirurgia, dever" o m&dico levar emconsideraç(o, al&m do %om resultado !ue poder"advir para o paciente, as pro%a%ilidades desucesso com a t&cnica, a ha%ilidade e outrosmeios de !ue poder" valer#se' ; amor crist(o n(odeve ser apenas te)rico- h" de ser pr"tico,levando#nos a peguntar? 5At& !ue ponto ser*amoscapa$es de condu$ir a %om termo este ou a!uelecompromisso em determinada circunst=nciaN5

Pensar com a humanidade e com a#,reCa

:eali$amos, por&m, este compleo tra%alho dediscernimento e de opç(o como mem%ros dacomunidade humana e crist(' Podemos, pois,%eneficiar#nos da sa%edoria humana e crist(,

passada e presente, para discernirmos !uaissejam os valores humanos autnticos, e !uaisdevamos preferir !uando se apresentemconflitantes, %em como a maneira de promov#losem determinada situaç(o concreta' Atingirmosesta sa%edoria do modo mais profundo e etenso

poss*vel, atrav&s da leitura, do estudo, dosde%ates, das consultas, & um aspecto integrante

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7umpre#nos, todavia- inteirar#nos de !ue, assimfa$endo, estaremos mergulhando em umacorrente din=mica de desenvolvimento, !ue,começou com os prim)rdios da hist)ria humana, e

continua at& hoje' ;s homens sempre se colocamesta !uest(o? 57omo posso ser feli$ e viver maisplenamenteN5 <a procura de uma resposta, foram%eneficiados por a!uela 5lu$ !ue ilumina todohomem5' A revelaç(o de Deus ao povo de /sraelesclareceu, em muitos aspectos, as intuições !ueoutros povos haviam alcançado, !uanto aos va#lores humanos, e proclamou, tam%&m, anecessidade de promover estes valores paraagradar a Deus? se pretender ser justo aos olhosde IahHeh, deve o homem ser justo emisericordioso para com seu pr)imo' Jesusacolheu e interiori$ou o ensinamento da Escritura,

resumindo a ei e os Profetas no mandamento doamor de Deus e do pr)imo' A /greja, comunidadeda!ueles !ue reconhecem e aceitam o 7risto como>enhor c procuram viver em seu esp*rito,empenhou#se atrav&s dos s&culos, na tarefa deaprofundar a compreens(o desta doutrina, e de

mostrar aos crist(os como viver em harmonia comela'Deste modo, a lu$ !ue resplandece na revelaç(ode Deus pelo 7risto, e se manifesta, de muitosmodos, na humana sa%edoria levou a conscinciado homem a se tornar cada ve$ mais sens*vel aosvalores terrenos? 3 vida, 3 dignidade, 3 li%erdade

da pessoa, e a seu direito de possuir os meios paradesenvolver a pr)pria personalidade A Declaraç(o

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uma prova deste progresso- em%ora n(o sejarigorosamente o%servada, oferece um padr(o%"sico de conduta e de avaliaç(o docomportamento humano' Este processo de desen#

volvimento da conscincia continua- estamosengajados nele, e podemos tanto promov#lo!uanto o%staculi$"#lo' Por eemplo, como ahumanidade chegou lentamente a perce%er !ue aescravid(o, por tantos anos aceita comoinstituiç(o social, era reprov"vel por!ue se opunha3 dignidade e 3 li%erdade, assim tam%&m, emnossos dias, estamos chegando a sentir o erro dadiscriminaç(o de raças e da injustiça social' Emnossas opções e conversas, com o nosso voto,afinal, em todas as nossas atividades sociais,podemos impedir, ou favorecer, a difus(o e aimplantaç(o desta tomada de conscincia'

<aturalmente, em muitos pro%lemas atuais, n(o seconsegue, ainda, uma clara convergncia das opi#niões de pessoas sinceras e esclarecidas' G" diver#gncias no !ue di$ respeito 3 moralidade de umadeterminada guerra, ou das guerras, em nossasituaç(o atual- h" tam%&m os !ue sustentam !ue

a imoralidade da guerra j" esteja fora dediscuss(o' Mais prec"ria ainda & a concord=nciadas opiniões !uanto ao pro%lema do a%ortoteraputico' Podemos, contudo, cola%orar para odesenvolvimento do gnero humano, procurandoformar nossas pr)prias conscincias em tornodestes pro%lemas da atualidade, mediante es#

tudos, de%ates, refleões c oraç(o' 7om efeito,nosso dever & agir sem ficar esperando !ue as

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os pro%lemas se multiplicam muito maisrapidamente do !ue as soluções apresentadaspelos )rg(os competentes' Tomem#se comoeemplo as !uestões atinentes ao reto uso das

desco%ertas no campo da gen&tica' Mem%rosrespons"veis por nossa sociedade, devemoscola%orar na %usca de respostas !ue sejam asmais humanas poss*veis'7rist(os !ue somos, formamos nossas conscin#cias como mem%ros da comunidade eclesial,guiados por seus ensinamentos' Dever*amos, pois,considerar, com a mais s&ria atenç(o, asafirmações do Magist&rio, no passado e nopresente' Mas, cumpre inteirar#nos de !uetam%&m este ensinamento acha#se em fase evo#lutiva' <(o podemos permanecer fios e est"ticos!uando a pr)pria /greja deve crescer na

compreens(o do Evangelho, e tem por tarefaindicar aos povos de v"rias mentalidades, culturase condições sociais, o comportamento eigido peloEvangelho' Al&m disso, !uanto mais minuciosasforem as leis propostas pela /greja, e suaformulaç(o, !uanto mais condicionadas por uma

mentalidade particular, e pelas circunst=ncias !uea provocaram, tanto menos ser(o aplic"veis 3 to#dos os tempos e situações'Muitos cat)licos de hoje acham#se desorientadospor!ue, di$em eles? 5tudo est" mudado, e a!uilo!ue nos ensinaram como sendo errado, n(o o &mais5' ;nde vamos pararN Uma caricatura do 'ew

?!r@er, !ue apareceu logo, ap)s promulgada anova disciplina so%re o jejum e a a%stinncia

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outro mais adulto? 5ue vamos fa$er com todosa!ueles cat)licos !ue comiam carne nas setas#feirasN5, demonstra a grande confus(o reinante,!ue culmina com a determinaç(o de muitos

cat)licos de a%andonar a /greja, se ela modificar adoutrina tradicional em relaç(o aos m&todosanticoncepcionais'F lament"vel !ue tantos cat)licos tenham crescidosem conhecerem as ra$ões !ue fundamentam ospreceitos da /greja em v"rios setores, e apossi%ilidade de mudanças, ficando, por isso,profundamente desorientados com asmodificações atuais, e com a possi%ilidade deoutras ainda para o futuro' Todos os preceitos da/greja, tanto os !ue se revestiam de car"ter de leipositiva, como a a%stinncia na seta#feira, !uantoos !ue interpretam a lei moral, como as normas

!ue regulam o uso dos m&todos anticoncepcionais,tm por finalidade proteger ou promoverdeterminados valores' A lei da a%stinncia dacarne 3s setas#feiras, por eemplo, visavapromover o valor da penitncia crist(, tornandoo%rigat)ria uma determinada pr"tica penitencial'

7om a mudança das circunst=ncias, e com o variarda mentalidade dos povos, esta pr"tica n(oparecia mais atingir sua finalidade- as novasnormas tm em mira inculcar o esp*rito depenitncia, dando aos cat)licos maior li%erdade deescolher o modo mais id+neo de atu"#lo na pr)priavida'

;ra, a prop)sito da lei moral, constitui eemplocl"ssico de mudança as normas introdu$idas pela

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epl*citas condenações da usura, pois, at& ent(o,considerava#se usura 5tudo !ue se eigia al&m docapital emprestado5?5ue %ens procurava a /greja protegerN ue meta

atingirN ual a funç(o espec*fica da!uela normaN Aestas !uestões, poder*amos responder afirmando!ue a /greja visava proteger os %ens da justiça eda caridade- !ue o escopo era defender o po%recontra a eploraç(o do rico, impelir o rico acompartilhar seus %ens com os outros, e conseguiruma justa distri%uiç(o da ri!ue$a, em %enef*cio detoda a comunidade' .unç(o da lei de usura eraatingir estes fins, e proteger estes valores' <aeconomia das pe!uenas povoações medievais, alei da /greja alcançava seu o%jetivo' A Europaocidental n(o chegou a conhecer o terr*vel mal dausura !ue sufocou as aldeias da Sr&cia antiga e a

7hina do s&culo vinte''' Mas, a!uela norma deconduta, epressa em forma de proi%iç(oa%soluta, n(o devia se confundir com a lei moralimut"vel'''7a%e 3 /greja proclamar, at& o fim dos tempos, oeemplo de 7risto, repetir a cada crist(o o 2novo

mandamento2 de amar o pr)imo 2como eu vosamei2' A proclamaç(o do Evangelho implicanecessariamente o ensinamento da justiça e dacaridade' Entretanto, depende das circunst=nciasconcretas de uma sociedade determinar !uais asações justas e caridosas' >e mudarem os aspectosecon+micos, mudar(o tam%&m as eigncias da

 justiça e da caridade- alguns atos rece%er(o maisenfo!ue moral outros menos- a atitude moral em

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normas !ue prescrevem certos atos, e pro*%emoutros, ser(o sujeitas a reeame' A!uilo !ue seproclamou essencial, pode ser considerado comotal somente em determinado conteto' Tal

reeame se deu !uanto 3s normas da usura' Afinalidade da lei, !ue era a de orientar os homensa um maior amor nas transações financeiras, podiaser atingida com mais proveito mediante novasnormas, e a proi%iç(o a%soluta da usura, nosentido antigo, foi realmente reformulada peloste)logos de [\ a K'Do mesmo modo, a norma da /greja acerca dosanticoncepcionais visa proteger v"rios %ens'5<unca & l*cito agir diretamente contra uma vidainocente' A dignidade pessoal de um c+njuge deveser respeitada pelo outro' ; amor seual & santono matrim+nio' <o conteto de costumes !ue

ameaçam a procriaç(o, propagados por v"riosgrupos dualistas durante mais de C anos, anorma acerca dos anticoncepcionais eerceu afunç(o de proteger o valor do ato procriativo' Emum conteto am%iental em !ue n(o se tinha emconta a vida do em%ri(o, nem se fa$ia eata

distinç(o entre a%orto e m&todosanticoncepcionais, a norma teve o o%jetivo deproteger vidas inocentes, considerando comosagradas todas as fases do processo da geraç(o'Em um conteto am%iental em !ue a li%erdade naescolha do futuro c+njuge era coisa rara, e eragrande o perigo da eploraç(o das mulheres, a

norma teve a funç(o de salvar a dignidadeprocriativa da mulher <o conteto de uma

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apenas, !ue ela propõe uma norma diferentecomo meio para incrementar estes valores em umnovo conteto'Al&m disso, o conceito de 5lei natural5, herdado em

particular dos est)icos, !ue inspirou a ela%oraç(ode muitos preceitos, inclusive dos !ue se referemao uso de anticoncepcionais, era um conceito !uecompreendia a nature$a humana como 5realidade5est"tica' <(o se inculcava ao indiv*duo e 3sociedade o dever de 5agir por autodeterminaç(o5,mas se eigia apenas um conformismo com omodslo preesta%elecido na mente divina, cujostraços podiam ser claramente averiguados,o%servando o homem em sua nature$a concreta'Parecia assa$ satisfat)rio determinar umafinalidade peculiar para cada uma das faculdadese )rg(os do homem' Podia#se afirmar !ue estavam

sendo retamente usados somente !uando serviam3 finalidade para a !ual foram criados? ainteligncia, para procurar a verdade, a vontadepara fa$er o %em, o sistema digestivo, para anutriç(o, etc' A alma e suas potncias superiores,conforme esta mentalidade, eram tidas como

entidades distintas do corpo- ra$(o por !ue aspotncias f*sicas do homem podiam ter apenasuma finalidade f*sica, e a preservaç(o de suaintegridade f*sica era um valor !ue devia ser man#tido at& mesmo sacrificando a!uilo !ue hojechamar*amos de %em#estar ps*!uico'Goje, com o progresso de nossos conhecimentos

em torno da constituiç(o psicof*sica do homem@em%ora muito longe de serem completos

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%iol)gica de um )rg(o, ou de uma funç(o, n(oesgota todos os seus o%jetivos' Por eemplo,comer e %e%er, podem satisfa$er muitasnecessidades ps*!uicas, ao mesmo tempo !ue

apagam as necessidades f*sicas- comer e %e%er juntos podem incrementar toda uma escala devalores humanos, !ue superam os estritamente%iol)gicos' @E nenhum moralista, pelo !uesa%emos, jamais p+s em !uest(o a moralidade deum ato eecutado de tal forma !ue frustre a suafinalidade %iol)gica, por eemplo, comer alimentos!ue contm poucas calorias'/ndo mais a fundo, o conceito de responsa%ilidadehumana como concord=ncia entre o anr e um idealpredeterminado ou uma 5lei natural5 est"tica, est"cedendo passo a uma id&ia din=mica do homemcomo ser respons"vel por seu pr)prio

desenvolvimento, !ue pretende ad!uirir um graucada ve$ mais pleno de humanidade' 5ei natural5seria, ent(o, o consentimento evolutivo do gnerohumano, atrav&s dos s&culos, !uanto aos valores!ue constituem e desenvolvem a humanidade'<este conteto, parece menos importante

preservar a integridade das funções corporais do!ue tornar a pessoa capa$ de agir de maneiramais plenamente humana, ou de possi%ilitar !ueoutros atinjam esse n*vel de aç(o'; pro%lema da liceidade dos transplantes de rins &caso %em caracter*stico' ;utrora, os moralistascondenavam tais operações, fundamentando#se na

id&ia de !ue o doador n(o tinha nenhum direito desacrificar sua integridade f*sica a n(o ser em

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em%ora n(o seja opini(o un=nime, a liceidade dostransplantes & admitida por muitos moralistas, emra$(o do maior %em humano !ue estas operaçõesproporcionam' ; mesmo pensamento poderia ser

aplicado, tam%&m, 3 !uest(o da liceidade daesterili$aç(o do marido, !uando o casal j" procriouo n6mero de filhos !ue lhe & poss*vel educarconvenientemente' >em d6vida, & um valormanter intactas as pr)prias funções procriativas'Mas, se uma vasectomia @operaç(o muito simplese recuper"vel em cin!Lenta por cento dos casoslevasse os c+njuges a viver em pa$ a pr)pria vidamatrimonial e a cuidar conscienciosamente dosfilhos !ue j" possuem, n(o deveria o valor daintegridade f*sica su%meter#se a estes outrosvalores mais plenamente humanosN<o passado, os moralistas desenvolviam as pr)#

prias id&ias mais ou menos em =m%ito privado- agrande massa dos fi&is, !ue viviam entre [\ eK, n(o perce%ia, e por isso n(o se pertur%ava,pela mudança !ue sofriam as normas da /greja'Goje, os meios de comunicaç(o, e o elevado n*velde cultura geral, modificaram as perspectivas'

Devemos, pois, inteirar#nos de !ue o pensamentoda /greja, em campo moral, est" sofrendo umnecess"rio processo de desenvolvimento, e !ueisto n(o significa a%andonar os valores dopassado, mas discernir, cada ve$ mais claramente,os verdadeiros valores humanes, e os meios deproteg#los e increment"#los do melhor modo

poss*vel com o mudar das circunst=ncias' <(odever*amos pertur%ar#nos por!ue o 5ensinamento

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comportamentos est" mudando' Antes,dever*amos alegrar#nos por pertencermos a uma/greja viva, !ue responde ao Esp*rito, e procuranovas lu$es no Evangelho, sens*vel 3 mudança das

condições humanas, compreensiva e, ao mesmotempo, operante, em relaç(o ao desenvolvimentoda conscincia dos homens' @Por 5ensinamento da/greja5 entendemos a!ui os pronunciamentos n(oinfal*veis dos Papas e dos ispos, o ensino nosp6lpitos, as opiniões dos te)logos e suasepressões nos manuais, etc''Di$em, por&m, muitos cat)licos? se n(o possocontar com a autoridade da /greja para ter a eatasoluç(o de um pro%lema moral- se, ap)s ter#meaconselhado com o representante da hierar!uia,devo eu mesmo tomar minha decis(o, como possosa%er se estou agindo %emN A resposta foi %em

resumida nestas linhas de Serard >' >lo8an?5>ei !ue estou agindo %em se procuro ter retaintenç(o em todas as coisas !ue faço' F isso !ue7risto chamava de 2pure$a de coraç(o2, ou de

2sinceridade total2 @cf' Mt \,B'>ei !ue estou agindo retamente se levo em con#

sideraç(o o ensinamento de 7risto, 7a%eça da/greja, epresso com suas pr)prias palavras no<ovo Testamento, assim como a doutrina deMois&s e dos Profetas 3 !ual ele se referiu, dePaulo, e des outros ap)stolos, !ue ensinaram emseu nome'>ei !ue estou agindo %em !uando, consciente#

mente, assumo meu amor por Deus, epresso me#diante meu interesse pelos homens @por este

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as minhas opções'>ei !ue estou agindo retamente !uando faço apelo3 /greja para !ue me ajude a resolver ospro%lemas da minha conscincia? ao ensinamento

do Papa e dos ispos, dos te)logos e pensadoresreligiosos, dos s"%ios e santos !ue conheço'uando, em tudo !ue faço, procuro o conselhofraternal dos !ue crem, e de todos os homens de%oa vontade'>ei !ue estou agindo %em !uando permaneço fiel3 minha conscincia, !uando faço todo o poss*velpara esclarec#la'>ei !ue estou agindo %em !uando sigo com aten#ç(o os de%ates em torno dos pro%lemas morais denosso tempo, e suas implicações sociais, !ueaguardam ainda a palavra definitiva da /greja' Eusou a /greja, e todos os meus irm(os necessitam

de meu au*lio neste campo'>ei !ue estou agindo %em !uando suplico a Deussua graça em tudo o !ue faço'>ei !ue estou agindo retamente se me arrependode meus pecados, e os confesso humilde esinceramente, sem enco%ri#los nem desculp"#los'

>ei !ue estou agindo %em se peço !ue o Esp*rito>anto faça de mim uma criatura de amor, um ser!ue ama, na fam*lia humana e na /greja,apegando#me 3!uilo !ue & justo, rejeitando o !ue& errado, sem compromissos, e sem respeitohumano' ue o Esp*rito reali$e em mim a imagemde 7risto, filho do Pai, e o !ue justamente lhe

peço'

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prudBncia

;s crit&rios mencionados n(o s(o condições aserem reali$adas de improviso ou casualmente-

constituem um programa para a vida inteira'; fil)sofo Silson fa$ia notar !ue a 5piedade n(odispensa a t&cnica5' Assim, tam%&m o amor n(odispensa a prudncia, capacidade ad!uirida, !uenos leva a tomar decisões s"%ias tanto no !ue di$respeito 3!uilo !ue devemos fa$er, !uanto no !ueconcerne ao modo de melhor reali$armos nossasações' Estas duas coisas s(o correlativas, poisin6til seria tomar uma decis(o !ue n(o fosse,depois, reali$"vel na pr"tica' ; !ue se p!de fazerrepresenta uma interrogaç(o vital a ser colocadaem referncia 3!uilo !ue se deve  fa$er, em%ora aimaginaç(o, a coragem, e a esperança crist(

consigam ver possi%ilidades, e julgar fat*vel, a!uilo!ue a outros poderia parecer irreali$"vel' Por isso& !ue os crist(os deveriam conce%er a pol*ticacomo 5arte do poss*vel5, e dedicar#se a ela'>' Tom"s enumera oito partes ou elementos dife#rentes, !ue concorrem para formar esta

capacidade de decidir com sa%edoria? eaminar osfatos- determinar os valores su%jacentes e ospro%lemas implicados- raciocinar com l)gica-tomar conselho- proceder passo a passo- tercerte$a de !ue todos os fatores foram tomados emconsideraç(o- usar criatividade e recursos pr)priospara chegar 3 soluç(o e 3 decis(o final- e, o

elemento mais importante, pedir as lu$es doEsp*rito >anto 7om uma epress(o americana

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5hunch5, !ue significa fus(o definitiva e pessoalentre eperincia e intuiç(o do agir e do modo deproceder, e constitui a resposta espec*fica dapessoa e uma situaç(o espec*fica' >endo estes

elementos t(o essenciais como todos os outrosneste sentido a &tica crist( deve ser sempre uma5&tica de situaç(o5'F, pois, norma 6til procurar analisar as decisões@ou os passos dados sem tomar nenhuma decis(oa fim de constatar at& !ue ponto levamos emconsideraç(o todos estes elementos @e, emdecisões mais s&rias, o elemento mais importante,!ue >' Tom"s considera como )%vio? pedir as lu$esdo Esp*rito >anto' Pode#se fa$er semelhantean"lise tam%&m a respeito de decisões claramente&ticas, principais ou secund"rias 1 por eemplo,tomar posiç(o pr) ou contra a segregaç(o em

alguns casos espec*ficos, criticar certas normas!ue pro*%em dirigir autom)vel a !uem tomou%e%ida alco)lica 1 assim como outras !ueenvolvem a motivaç(o fundamental da pessoa, e osentido dos valores, em ve$ do aspecto %om oumau de um determinado fato' F 6til tam%&m

procurar analisar os fatores !ue deveriam serlevados em consideraç(o ao tomar decisõeshipot&ticas so%re !uestões !ue ainda n(o foramenfrentadas? comprar uma casa nesta ou na!uelavi$inhança, em determinadas circunst=ncias-escolher uma escola para os pr)prios filhos,aceitar este ou a!uele tipo de emprego' Tal pr"tica

auilia a pessoa a n(o se deiar influenciar pelapress(o de forças internas e eternas !uando deve

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apenas o pr)prio %em, mas tam%&m o %em dosoutros'<aturalmente, n(o podemos nem devemos fa$erum ensaio geral antes de cada decis(o de nossa

vida !uotidiana' F, entretanto, claro !ue, paratermos condições de escolha s"%ia e amorosa emnossas decisões mais importantes, cumpre#noslutar a fim de ad!uirir as %oas disposições e acapacidade para isso' 7umpre con!uistarmos estacapacidade, se n(o !uisermos ser simplesmentearrastados por forças internas e eternas, e sepretendermos alcançar uma verdadeira li%erdadepessoal' Al&m disso, se & mister ponhamos em jogo todos os elementos necess"rios parachegarmos a uma s"%ia decis(o, devemos lutarcontinuamente para sermos mais informados,melhor instru*dos, mais afetivos, como tam%&m

mais a%ertos ao amor' Ali"s, devemos ser tudoisso para reali$armos com sinceridade nossao%edincia ao amor'Di$er, como >' Paulo, !ue 5o amor c consumaç(oda lei5, ou com >' Agostinho, 5ama e fa$e o !ue!ueres5, n(o significa um convite 3

irresponsa%ilidade emocional' Trata#se, antes, deum convite a unificar nossa vida e aç(o no serviçorespons"vel do amor, perpetuando n) mundo dehoje a o%ra %enfa$eja de 7risto e seu an&lito !uetodos 5tenham a vida em a%und=ncia5'

D% AMARSE M'+'AME(+E 7(A

VER)A)E7

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s) podemos reali$ar este ideal procurando tornar#nos mais a%ertos ao amor, assim nas atitudescomo no agir' Di$ia >' Paulo, !ue podemos fa$ertoda sorte de %oas o%ras, at& distri%uir nossos

%ens aos po%res e entregar nossos corpos 3chama- se n(o o fi$ermos por caridade, tudo issoseria, em 6ltima an"lise, simples futilidade @7orO' 7omo assinalamos nos primeiros cap*tulosdeste livro, o amor crist(o n(o pode serconfundido com uma esp&cie de %enevolncia friae a%strata, mas tenciona ser um amor humanoreal, entre pessoas realmente humanas, capa$ deintegrar e orientar toda a vitalidade de nossoimpulso afetivo' Por outro lado, como crist(os, n(osomos chamados a 5fa$er o %em5 3 dist=ncia, aestranhos, mas a nossos 5vi$inhos5, a pessoas com!uem estamos, de !ual!uer forma, relacionados,

em virtude de nossa filiaç(o comum 3 comunidadedo gnero humano, !ue Deus ama e protege- porisso, nossa atitude em relaç(o a todos h" de serpessoal e amorosa' Por outro lado, em todorelacionamento, devemos ser realmenteamorosos, procurando transform"#lo em

verdadeiro entrelaçamento do amor'<este cap*tulo, consideraremos alguns dos re!ui#sitos destas relações de amor, sua variedade ediferenciaç(o nos v"rios 5estados de vida crist(5'

(ossa rela0ão com )eus /-undamental

F verdade !ue podemos reali$ar o amor de Deusatrav&s do amor do pr)imo e !ue em toda a

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nossa vida, con!uistamos seu amor maisplenamente amando e sendo amados- entretanto,se devemos crescer e atingir a maturidade crist(,nossa relaç(o com Deus em 7risto deve se tornar,

de !ual!uer modo, relaç(o cada ve$ mais pessoale mais profunda, centrali$ando nossa eistncia enosso impulso vital' <(o !ue devemosnecessariamente dar mais tempo 3 oraç(o, emsentido formal, ou aos encontros em !ue ele seacha eclesialmente presente 1 a Eucaristia, aEscritura, a reuni(o de dois ou trs em seu nome1 mas cumpre tornar#nos cada ve$ maisconscientes de sua presença amorosa, de seuestar conosco e por n)s em nosso dia#a#dia'Muitos fomos educados na mentalidade do temor,!ue & paralela 3 vis(o legalista da vida crist(, eachamos dif*cil renunciar 3 id&ia de Deus como de

algu&m !ue se coloca constantemente 3 nossaespreita, para ver se estamos deso%edecendo 3ssuas leis, e admitir, ao reverso, !ue sua presença&, antes de tudo, uma atenç(o amorosa paraconosco' Em 7risto, Deus se comprometedefinitivamente em estar conosco e para n)s' Por

isso, ele est" conosco e para n)s em todo o nossoamor' se!uioso de ajudar#nos a amar mais plena ehumanamente' 5Deus & amor, e !uem vive noamor vive em Deus, e Deus nele5 @Jo [,K'Al&m disso, Deus mesmo se apresentou comogarantia de !ue o amor & poss*vel, e vale a penaser praticado' Precisamos ter o sentido de nosso

pr)prio valor para sairmos de n)s mesmos peloamor- necessitamos acreditar !ue possu*mos algo

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mesmo a nosso respeito' Deveria a criança, desdeo in*cio, rece%er de seus pais este sentido deautoconfiança, de ser por si mesma merecedorade amor' Ad!uirimos novamente este sentido toda

ve$ !ue somos amados' Mas, em 6ltima an"lise, &o amor de Deus !ue constitui o fundamentoina%al"vel do sentido maduro da confiança em n)smesmos, !ue nos torna capa$es de !ue%rar os gri#lhões de nosso ego*smo, para aventurar#nos nadoaç(o rec*proca do amor' Podemos crer !uesomos dignos de amar por!ue Deus nos ama,por!ue nos dotou de personalidade 6nica, por!ueoferece a cada um de n)s uma relaç(o pessoalcom ele em 7risto'Do mesmo modo, Deus & garantia da dignidadepessoal dos outros' Entramos em contato com omist&rio de cada pessoa humana no clima da

%enevolncia amorosa !ue Deus nutre por a!uelapessoa e por todas as suas capacidades' <(odevemos, portanto, procurar amar os outros 5poramor de Deus5, como se n(o possu*ssem valor emsi mesmos' <(o encontramos 57risto nos outros5como se fossem simples meio para chegarmos a

7risto' Devemos am"#los por a!uilo !ue s(o em simesmos, procurando condividir a mesma estima!ue 7risto tem por eles, e o modo com !ue osserviu- assim fa$endo, encontraremos o 7risto'Deus & garantia da validade de toda iniciativa deamor, por mais imperfeita, frustrada e infrutuosa,possa 3s ve$es aparecer' :essuscitando 7risto

dentre os mortos, mostrou#nos !ue, em 6ltimaan"lise o amor & fonte de vida- amar at& o

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para os outros' 7risto, vivo e glorioso, capa$ deestar com os homens e de se doar totalmente aeles mediante sua ressurreiç(o, garante !ue avida por ele prometida & totalmente dedicada ao

amor, ao supremo amor, e !ue podemos apressara vinda do seu reino esforçando#nos, agora, emamar como ele nos ama'.inalmente, por!ue Deus nos fa$ capa$es de pro#cur"#lo em nossos amores humanos, e acimadeles, & !ue podemos estimar seu valor, comotam%&m suas limitações' <enhuma pessoa podeser para outra o 6ltimo 5tu5, o 6ltimo fim, a suareali$aç(o suprema' >e esperarmos isto de outracriatura, mesmo na relaç(o conjugal, iremos aoencontro de frustraç(o e amargura' ; crist(operce%e !ue as aspirações de seu impulso afetivoultrapassam o poder das criaturas- por isso, n(o

deve esperar delas mais do !ue possam ouestejam dispostas a dar' 7hega, tam%&m, a intei#rar#se de !ue a sua %usca 1 por !uanto fuga$es seapresentem as suas intuições 1 n(o procurachegar a um 5tu5 evanescente, mas a algu&m !uelhe vem ao encontro e o procura com amor' A

relaç(o de amor do crist(o com Deus n(o visa seruma esp&cie de suced=neo para compensar asfrustrações da falta de correspondncia por partedas criaturas, mas & a %ase da esta%ilidade e daforça do seu relacionamento amoroso com opr)imo' ; crist(o pode, verdadeiramente, amaroutras pessoas, precisamente por!ue se inteira de

!ue nenhuma delas pode ser Deus para ele, nemele um Deus para elas pois seu amor e suas ações

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seu des*gnio de dar a vida aos homens'

"ulti1ar ati1idade amorosa para com

todos / essencial F 1oca0ão cristãDeus ama cada pessoa humana- devemosprocurar amar como ele nos ama- somoschamados a cultivar para com todos, a atitudefundamentalmente inspirada pelo amor, !ue nosdispõe a aceitar o outro como ele &, reconhecendo

sua dignidade e personalidade, desejando ser#lheamigo a%erto e acess*vel' Tal atitude implica,naturalmente, a nossa %oa vontade de procurar o%em do outro, usando todos os meios dispon*veispara consegu*#lo efetivamente' Mas preservatam%&m nossas %oas o%ras da esfera de uma

condescendncia impessoal' ; %em de  pess!as!nretas, n(o de seres a%stratos, & o !ueprocuramos reali$ar, tendo presente !ue cada umpossui seu valor singular, e se relaciona conosco,de !ual!uer forma, no amor e na atenç(o de Deus'5<enhum homem & uma ilha5, somos de algummodo mem%ros uns dos outros, nossas atitudes,at& mesmo em relaç(o 3!ueles !ue n(oconhecemos e jamais conheceremospessoalmente, importam muit*ssimo para o %emda humanidade' Tais conceitos v(o se lornandocada ve$ mais )%vios no mundo atual' >eperce%emos !ue nossos sentimentos relativos a

pessoas de outra cor levam#nos a consider"#lascomo pr)imos indesej"veis, se vemos os he%reus

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!ual!uer custo, se julgamos !ue ossu%desenvolvidos nos incomodam e deveriam sermantidos 3 dist=ncia, devemos fa$er um esforçopositivo para mudar estas atitudes começando a

travar conhecimento com pessoas !ue pertencema essas categorias 1 atrav&s da leitura, se forimposs*vel um contato direto 1 de tal forma !uepossamos considerar as pessoas sem levar emconta clichs j" preesta%elecidos' Aos crist(oscumpre desfa$er#se de todo convencionalismo,desenrai$ar todo preconceito capa$ de forç"#los atratar os v"rios grupos como 5coisas5, n(o comopessoas, nos contatos pessoais, na vida decomunidade, nos col)!uios, e nas decisões pelovoto'Podemos, ali"s, devemos, manter uma atitude deamor autntico em nossa vida, como mem%ros da

comunidade em !ue vivemos, de nossa igreja, denosso pa*s, do mundo' Mas cumpre#nos manterigual atitude tam%&m nos mais casuais encontros'Mesmo ao varredor de rua, ou ao jornaleiro,devemos estar dispostos a manifestar nossa%enevolncia com um simples sorriso ou com uma

o%servaç(o so%re o tempo' Muito diferem estesinterc=m%ios se motivados por mera cortesiaconvencional, por familiaridade forçada e ofensiva,ou !uando, ao contr"rio, eprimem a alegria de seencontrar com algu&m, em%ora por %reve tempo' Todos sa%emos como agradam estas manifes#tações de cordialidade- s(o capa$es de alegrar um

pouco nosso dia, influindo#nos uma nova coragem'F o !ue acontece por eemplo !uando um

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trata como pessoa, ou um passageiro intran!uilose depara com um agente da companhia deaviaç(o, !ue se comporta como ser humano'Manifestar esta atitude em nossos contatos

!uotidianos de tra%alho, & um modo de cola%orarpara tornar mais humana a cidade do homem- &um aspeeio do amor !ue devem!s  uns aosoutros'Mas & muito mais f"cil manter esta atitude amo#rosa em relaç(o a estranhos, !uando se perce%e!ue o desejam, do !ue com pessoas com !uemestamos diariamente em contato, e pelas !uaisn(o sentimos atraç(o' Transcorremos grandeparte da vida acolhendo apenas um grupo restritode pessoas no c*rculo de nosso relacionamentopessoal, e julgamos os outros como meios, ouo%st"culos, ou inc+modos em relaç(o ao

conseguimento de nossas metas' /sto pode acon#tecer at& mesmo no =m%ito das fam*lias' <utrocerto ceticismo so%re as relações pessoais entremarido e mulher !uando ele a chama de 5m(e5?parece, ent(o, !ue a mulher se tornou para eleuma funç(o e cessou de ser uma pessoa'

Al&m disso, devemos eaminar#nos !uanto 3s nos#sas relações com os colegas, professores ouestudantes, chefes ou su%ordinados,companheiros ou conhecidos? estamos procurandotrat"#los como pessoas, no conteto de umadeterminada situaç(oN ;u usufru*mos deles, e osnegligenciamos, como se fossem coisaN /sto n(o

significa !ue devemos cultivar uma falsacamaradagem ou familiaridade com os outros e

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de impersonalismo desumano em todas estas rela#ções' uando perce%emos uma atitude negativaou hostil de nossa parte em relaç(o a outro,conv&m procuremos suas origens, tanto em n)s

como no outro' Talve$ nutramos algumpreconceito ou id&ia convencional em relaç(o atodas as pessoas !ue ostentam determinado modode falar e de se trajar, possuidoras de determinadaesfera de interesses, origin"rias de peculiarantepassado &tico ou de determinada regi(o dopa*s' Tudo !ue fi$ermos, %uscando olhar o outrocomo pessoa, em sua verdadeira identidade, antes!ue como encarnaç(o de coisa a%strata ou de!ualidades desagrad"veis, ajudar#nos#" em nossotra%alho de transformar nossas relações em algopessoal' <aturalmente, n(o & f"cil tarefa' F muitomais dura para alguns do !ue para outros,

especialmente em se tratando de pessoaseducadas em am%ientes !ue nutrem preconceitose id&ias convencionais, sem jamais !uestion"#los'Mas, tent"#la & nosso dever de crist(os' 7omosugere 7arl :ogers, s) um incremento destaatitude, em larga escala, poder" oferecer um

futuro favor"vel para a humanidade'"ulti1ar rela0Ges sinceras de amor /

essencial F 1oca0ão cristã

Pelo menos em certo sentido, pode ser muito dif*cilmanter uma atitude fundamental de amor em

nossas relações mais profundas, !ue engajam commais veemncia nossas emoções e nossa

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impulso afetivo, em sua carga seual, poder"indu$ir#nos a sair de n)s mesmos, era direç(o aosoutros- ou poder" procurar atrair o outro para a)r%ita de nosso interesse ego*stico' uanto mais

nossas emoções e nossa seualidade feremenvolvidas, maiores ser(o nossas possi%ilidadesnum ou noutro sentido' Todavia, no amor rec*#proco, originado de relações profundas 1 certadose de egocentrismo de am%os os lados &imposs*vel evitar#se 1 & !ue aprendemos a amar,a encontrar forças para amar al&m dos limitesdestas relações, e a amar at& mesmo pessoas !uen(o s(o am"veis'Analisar a !ualidade destas relações profundas, eprocurar melhor"#las, n(o significa pretender des#vendar o mist&rio do amor rec*proco, mas antesdesco%rir como tal mist&rio possa tornar#se mais

vital e frutuoso' Todos sofremos, de um modo oude outro, e !uiç" muito profundamente, pelaincapacidade de amar ou pela falta ele amor, !ueencontramos no outro' Todos tivemos, igualmente,ocasi(o de arrepender#nos das feridas !ueprovocamos nos outros' Eaminar os elementos de

uma verdadeira relaç(o de amor 1 ami$ade,namoro, matrim+nio, paternidade 1 n(o significadeturpar a %ele$a da rosa ou diminuir nossaalegria' /sso deveria, ao contr"rio, ajudar#nos aevitar o desperd*cio de energias em nossa vidaafetiva, a orient"#la e orden"#la, para !ue se tornemais ro%usta e frutuosa'

Devemos precaver#nos contra o perigo de dissiparmuita energia emocional em relações irreais A

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a pessoa amada com uma aur&ola de atrativosirresist*veis, fa$endo cair numa esp&cie deadoraç(o un*voca por ela, & fen+meno comum naadolescncia' Para muitos rapa$es e moças, pelo

menos, isso pode servir como tiroc*nio para overdadeiro amor' Mas os adultos, tam%&m, n(oraro perce%em !ue continuam ainda cultivandoesta esp&cie de relaç(o imatura, !uiç" por medoinconsciente do verdadeiro amor, ou por algumaoculta desilus(o em suas relações concretas' A ati#tude de 5enfatuaç(o unilateral5, muitas ve$esatri%u*da, nos romances, 3s secret"rias em relaç(oa seus chefes, redu$ a possi%ilidade de umaverdadeira relaç(o de amor coni o outro, !uepoderia levar ao matrim+nio, e favorecer a fiaç(oem algo indispon*vel e irreal'; rem&dio, !uiç" %astante doloroso, consiste em

cultivar uma sincera relaç(o interpessoal com apessoa por !uem nos apaionamos, se isto forposs*vel, %em como com todas as !ue fa$em parteda esfera de nosso relacionamento'Devemos, tam%&m, precaver#nos contra falsas re#lações !ue levam ao dom*nio ou 3 su%miss(o, a

possuir ou a ser possu*do' Podemos inteirar#nos daprecariedade das relações entre marido e mulherem !ue um domina e o outro se su%mete, ou dasrelações entre pai e filho em !ue a!uele se tornaum tirano e este um escravo' Eric erne, em seulivro Aames Pe!ple Play, acentua !ue todospropendemos a colocarmos reciprocamente em

falsas posições, e %uscamos sempre prevalecer,como dominadores ou dominados vencedores ou

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maneira de comportar#nos em todas as nossasações, inclusive nas mais *ntimas- verificar se, pelomenos em linha de m"ima, estamos dispostos apermitir !ue o outro eprima a pr)pria

personalidade, constatar se procuramos ali%erdade e o desenvolvimento do outro, ou se nospreocupamos primordialmente em sujeit"#lo anosso serviço'<aturalmente, toda verdadeira relaç(o implica odelicado e misterioso entrelaçamento da livreopç(o de duas pessoas, e o compromisso derespeitar a li%erdade rec*proca' /sso eige !ueam%os se esforcem em sair do pr)prio eu, em sea%rir para dar e rece%er- !ue procurem servir umao outro, valori$ar a personalidade um do outro,favorecer o m6tuo desenvolvimento dasrespectivas potencialidades' <(o significa, apenas,

encontrar no outro o pr)prio pra$er' 7omosa%emos, este g"udio desperta um vivo desejo denos doarmos ao outro para !ue ele possa ser maisplenamente a!uilo !ue &, e de rece%ermos dele, afim de sermos mais plenamente n)s mesmos, etermos mais para dar'

Uma verdadeira relaç(o n(o &, por isso, algo esrt"tico, nem se confunde com a rotina, mas h" dese colocar em um processo de cont*nuocrescimento' Am%os devem se esforçar para sairde si mesmos e ir ao encontro do outro, para ciar erece%er' >e marido e mulher considerarem suasrelações rec*procas como ponto est"tico, o amor

matrimonial de am%os corre grave perigo'7umpre#lhes cultiv"#las se!uiosos de maior

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relações 5eu#tu5 artificiais de namoro, semchegarem 3 dimens(o do 5n)s5, as dificuldades emesta%elecer relações autnticas tornar#se#(oagudas'

De fato, as relações mais s)lidas e vitais nascem,em geral, da corresponsa%ilidade e da aç(o paraatingir determinada meta, e continuam5orientadas para uma tarefa5, pelo menos nosentido amplo do termo? interesse comumconcreto pelo progresso humano e pelo futuro do:eino de Deus' Al&m disso, as verdadeirasrelações s(o a%ertas- os dois desejam viver uni#dos, um servindo ao outro, sem chegar, por&m, aoeclusivismo' A 5comunh(o em%rional5, !ue elesconstituem, est" a serviço de uma 5comunh(o5mais ampla com um grupo ou com umacomunidade, da !ual rece%em o necess"rio vigor'

; fato de se colocarem a serviço um do outro f"#los a%rirem#se, em m6tuo interesse, pelo desejo deacrescer n(o apenas o pr)prio %em#estar, mastam%&m, de um modo ou de outro, para promovero desenvolvimento de todos a!ueles pelos !uaiss(o respons"veis' Uma ami$ade entre dois

homens, por eemplo, !ue leve !ual!uer dos doisa negligenciar suas relações com a pr)pria esposa,& ami$ade imatura' A ami$ade entre um sacerdotee uma mulher casada s) ser" autntica !uandoauiliar am%os a cumprir os pr)prios deveres' Tal sentido de responsa%ilidade em nosso amor sefa$ tanto mais necess"rio !uanto mais a vida mo#

derna, e nossa melhor compreens(o do idealcrist(o vem facilitando a criaç(o de relações n(o

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Em muitos casos, esta familiaridade pode n(oencerrar nenhuma verdadeira relaç(o nem a elacondu$ir' Uma tagarela de aldeia, !ue surpreendetodas as manh(s suas vi$inhas para tomar caf&

com elas, talve$ nunca chegar" a uma relaç(opessoal com nenhuma delas'Uma verdadeira a%ertura, ou a calorosa simpatia,n(o eigem este tipo de familiaridade para o !ualgrande n6mero de pessoas, tanto da cidade comodo campo, n(o dispõe de tempo nem se senteinclinada' Por outro lado, como sa%iamente afirmao livro T!wards a Bua@er Ciew !f Sex, 5vidasocial eige, terminantemente, o calor do contatoe da intimidade pessoal' 0emos, em toda parte,eemplos de socia%ilidade sem a procura destescontatos, e, em nossas cidades, pode coeistir amultid(o !ue se atropela com o isolamento e a

solid(o mais profunda' 0emos energias humanas,!ue deveriam estar a serviço da criatividade e doamor, fechadas em atividades !ue miramfriamente 3 auto#afirmaç(o- vemos o amor ini%ido,frustrado e negado, voltando#se para o oposto? acrueldade e a agress(o5'

Parece#nos, pois, necess"rio amar com todo ocalor poss*vel, sem p+r limites 3 etens(o e aograu de intimidade, e sem fechar#se 3possi%ilidade de novas relações ou de umdesenvolvimento mais profundo das j" eistentes'Al&m disso, como anteriormente dissemos, o cul#tivo de autnticas relações com muitas pessoas

redu$ ao m"imo a possi%ilidade de concentrartodo o nosso impulso afetivo em uma s) pessoa

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Destarte, tam%&m o conteto matrimonial eigemultiplicidade de relações' ;s casados necessitamcultivar outras relações de ami$ade, com homensc mulheres, para o desenvolvimento do m6tuo

amor conjugal, %em como da personalidade dosseus amigos' Destas relações, algumas h(o de sero%viamente compartilhadas tanto pelo marido!uanto pela mulher' ;utras, por&m, ser(ocondivididas somente no sentido de !ue marido emulher poder(o oferecer ao relacionamentomatrimonial o enri!uecimento !ue delas deriva' >emarido e mulher tm, por eemplo, profiss(odiferente, cada um criar" ami$ade entre oscolegas de profiss(o de am%os os seos, com os!uais o outro c+njuge ter" pouco em comum- iston(o se deve deplorar- antes, h" de ser encorajado,contanto !ue a relaç(o matrimonial continue

sendo o centro de tudo'Assim, a forma de vida afetiva do crist(o casado &diferente das manifestações de afeto da!ueles !ueoptaram pela vida de celi%ato ou de virgindadeconsagrada' Todos os crist(os podem,conscientemente, procurar em Deus o pr)prio 5tu5

final, encontrando esta%ilidade e força, para todasas suas relações, neste sustent"culo supremo davida humana' ; crist(o casado escolheu outrapessoa humana, n(o para ser o seu 5tu5 nestesentido eterno, mas para viver com ela e por elacomo 5dois em uma s) carne5, isto &, emcomunh(o total e singular, !ue implica a uni(o de

seo e de vida' Mas a!ueles !ue se engajaram emum estado de vida celi%at"rio 5pelo amor do reino5

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soa humana para ocupar esta funç(o em suasvidas' Podem ad!uirir maior disponi%ilidade paraoutras relações, pois n(o possuem esteengajamento centrali$ado, nem sua

complementaç(o normal, o compromisso dapaternidade, ao !ual todos os outros devem serreferidos'

; mesmo pode#se di$er de muitas outras formasde vida celi%at"ria' uem n(o se engajou no matri#m+nio nem no celi%ato consagrado, forçosamente

carecer" da!uela esta%ilidade !ue estesengajamentos proporcionam, e n(o provar" asensaç(o de uma vida afetiva definitivamenteresolvida' Eiste, por&m, a possi%ilidade deconseguir uma esp&cie de e!uil*%rio din=mico, napr)pria tens(o criada por esta falta de

engajamento afetivo' >e o solteiro, homem oumulher, evitar uma esp&cie de esta%ilidadeprematura e falsa em determinada relaç(o @comos pais, com outro parente, com amigo ou amiga,procurar viver cultivando as relações !ue a suasituaç(o concreta lhe proporciona, e permanecera%erto para poss*veis relações futuras, pode#sedi$er !ue seu comportamento & profundamentereal' >ua vida pode apresentar as mesmaspossi%ilidades de crescimento no amor !ueoferecem o matrim+nio ou o celi%ato consagrado,em%ora tais perspectivas sejam mais dif*ceis aindade serem atuadas do !ue na!ueles outros estados

de vida !ue possuem formas emotivas maisclaramente definidas

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Destarte, os v"rios 5estados de vida5 s(o real#mente diferentes? a carga afetiva deveria sediversificar em se tratando de casado, de solteiro,ou de pessoa !ue escolheu a vida celi%at"ria 5por

amor do reino5' Por&m, todos estes s(o estados devida rist#!s3 Em !ual!uer condiç(o, nosso destino& procurar a Deus, cultivar as atitudes e asverdadeiras relações de ami$ade, con!uistar maisamor em todas as nossas ações' Em !ual!uerestado, pode o crist(o, em%ora com dificuldade,lentamente, sujeito a muitos erros e fracassos,aprender a amar e reali$ar as o%ras do amor' E!uanto melhor aprendermos a amar, tornaremosmenos dif*cil para os outros a tarefa de viverem noamor'<esta vida, sofrimento e tra%alho est(o sempreimplicados em nosso amor, mas tam%&m alegria e

satisfaç(o' <(o podemos esperar !ue os outrosamem perfeitamente, em medida maior do !uen)s mesmos amamos' Todos estamos em %uscada maturidade- ainda n(o a atingimos' Estamosprocurando sair de n)s mesmos, e vencer nossoego*smo, mas necessitamos de convers(o

cont*nua' 7ada !ual 3 seu modo, e em graudiferente, participamos da mesma luta paracolocar a seualidade e o impulso afetivo a serviçodo amor @e a id&ia de !ue esta luta se tornar" maisf"cil com o passar dos anos & pura veleidade-poder" tomar aspectos diferentes, emdeterminadas pessoas, mas s) cessar" se

deiarmos de nos interessar pelas vicissitudes davida Mas neste esforço de amar plena e

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reino, da sociedade de amor, !ue & o des*gniosupremo de Deus para a humanidade'

H% A V#)A )E SO<+E#RO "OMO

VO"A:;O AO AMOR;s autores cat)licos, !ue tratam da vocaç(oreligiosa, costumam distinguir trs 5estados5? avida sacerdotal e religiosa @celi%ato, a vidamatrimonial, e a vida de solteiro 5no mundo5' Taisdistinções n(o correspondem, eatamente, 3realidade, pois os sacerdotes e os religiosos n(o sedestinam a viver 5fora do mundo5, e o sacerd)cion(o se vincula essencialmente com o celi%ato':a$(o por !ue melhor seria falar de vida desolteiro n(o engajado, vida celi%at"ria escolhida,5por amor do reino5, e vida matrimonial'

At& h" trinta anos, somente o segundo 5estado5,constitu*do pela vida sacerdotal e religiosaconsiderava#se como vocaç(o, como chamamentode Deus para servi#lo de maneira especial' <as6ltimas trs d&cadas, o matrim+nio foigradualmente admitido como vocaç(o' Estes dois

modos de vida foram altamente institucionali$adosem muitos aspectos- motivo por !ue devemosestudar as mudanças a serem introdu$idas nosistema esta%elecido, te)rico e pr"tico, a fim derecondu$irmos a vida consagrada e o matrim+nioa seu conceito primordial, como modalidades da6nica vocaç(o crist( ao amor- & o !ue procuramos

fa$er nos trs cap*tulos seguintes'7onsiderando !ue a vida de solteiro n(o espe#

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celi%at"rio, nunca foi institucionali$ada, l*cito &di$ermos !ue os solteiros s(o, hoje, os mem%rosda /greja mais livres e deso%stru*dos de es!uemase regulamentos, capa$es de criar estilos de vida

crist( consent=neos com as necessidades atuais'At& hoje, contudo, as v"rias formas de celi%atosem compromisso n(o foram consideradas comoaspectos da vocaç(o crist( ao amor' ; n6mero deadultos solteiros, !ue vivem fora do contetofamiliar, ou de !ual!uer instituiç(o, foi crescendode tempos para c"' 0"rios fatores levaram a isso'Por eemplo, a possi%ilidade de vida aut+noma,con!uistada pelas mulheres, a decomposiç(o daunidade do n6cleo familiar, o crescente n6mero deseparações conjugais, e a proporç(o elevada depessoas idosas, so%retudo mulheres, na sociedadeatual' A doutrina crist( continua, entretanto,

refletindo a estrutura social dos velhos tempos,!uando as pessoas ou se casavam muito cedo oua%raçavam o sacerd)cio ou a vida religiosa, aopasso !ue os !ue n(o se casavam, nem emitiamprofiss(o religiosa, permaneciam amparados p&lafam*lia ou se agregavam a uma instituiç(o

eclesi"stica'7onstatava#se, ent(o, !ue o ensino religioso cat)#lico, nas escolas superiores, inclu*a um cap*tulo so#%re a vocaç(o ao matrim+nio, ao celi%atoconsagrado e 3 virgindade, mas omitia !ual!uerreferncia so%re a vida de solteiro e, !uando ofa$ia, considerava#a como per*odo de transiç(o'

>urgiram, assim, os consult)rios destinados apreparar e orientar noivos e c+njuges para a

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e pelas interrogações da &poca, ancorada no medode transgredir um ta%u, outra resposta n(o tinhasen(o essa? 5A /greja di$ !ue isso & pecado5' Enutrimos a esperança de !ue este livro apresente

a o%rigaç(o de aprender a amar como umcompromisso de pessoas humanas completas,como esforço louv"vel e vital, de tal forma !ue aslimitações e os interditos sejam apenas con#se!Lncias de um aspecto do engajamentopositivo em amar e em agir por amor'>em d6vida, tam%&m as pessoas com as !uaismantemos !ual!uer relacionamento, devemaprender a amar' Muitos apresentam#se mais oumenos c+nscios desta necessidade, ou de algunsaspectos !ue 3 especificam- outros n(o tmnenhuma conscincia deste dever' uem !uer !uepossua alguma noç(o do !ue seja amar, e da

funç(o pr)pria do seo no amor, n(o podepretender atitudes sempre compreensivas porparte da!ueles a !uem deseja oferecer o pr)prioafeto' Podemos muitas ve$es colocar#nos naem%araçadora e dif*cil posiç(o de !uem deve dartestemunho do amor sem nada rece%er- isso n(o

raro acontece nos c*rculos de ami$ade em !uetentamos ser admitidos e %em rece%idos' Por outrolado' onde !uer !ue encontremos respeito,simpatia e interesse pelo outro, a* desco%riremossempre uma atmosfera de amor, em%oraimpensada e impl*cita'; crist(o n(o deve, portanto, julgar#se munido de

princ*pios de f& para dar com%ate ao mundo, 3carne ao dem+nio Deve antes julgar#se como

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n(o somente nos ensinamentos de 7risto, mastam%&m nos mestres da sa%edoria humana, e emcompanhia de outros disc*pulos' A arte de amareige luta contra a negaç(o do amor em n)s, nos

outros, nas instituições, na organi$aç(o dasociedade' 7omo crist(os, temos a vantagem da f&e da esperança no poder a%soluto do amor- temosa graça para amar, !ue nos c concedida por 7risto'5; Esp*rito >anto, em cuja virtude amamos, podeser doado por Deus mesmo aos !ue n(opertencem ao cristianismo hist)rico' ; crist(o,entretanto, conhece algo imensamente importan#te, !ue outros n(o chegam a perce%er? o reino deDeus, a graça e a miseric)rdia' A capacidade paraamar o pr)imo em esp*rito e verdade n(o derivade suas forças, mas do poder !ue 7risto lhe d"atrav&s de sua graça'

 Tudo isso & certo' 7umpre, todavia, di$er !ue esteconhecimento n(o & como sa%er !ue os trs=ngulos de um tri=ngulo e!uivalem a dois =ngulosretos' Trata#se, antes, de conhecimento igual ao!ue temos de nossos pais' Poder*amos at& di$er!ue uma criança, !ue cresce sem conhecer seus

pais, somente por esta falta de conhecimento sediferencia do resto da humanidade' Mas & )%vio!ue semelhante conhecimento, ou a falta dele,n(o constitui para ela apenas um pro%lema te)ricode informaç(o? & algo capa$ de alterar toda a suaeistncia'; crist(o consciente espera, sem restrições, a

vinda do reino de Deus, isto &, o triunfo definitivodo poder do amor- possui a!uela intuiç(o

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amor outra coisa n(o & sen(o o Esp*rito de 7risto'Em definitivo, a caminhada do gnero humanopara a formaç(o dc uma comunidade de amordeve ter, na vanguarda, a!ueles elementos !ue

possuem esta esperança e esta vis(o';s crist(os n(o ignoram, tam%&m, !ue Deus co#nhece de !ue mat&ria somos feitos, e !ue somosprincipiantes na arte de amar- ra$(o por !ue elen(o pretende !ue sejamos perfeitos desde o in*cio'Devemos recordar !ue a 5virtude5 n(o nasceconosco- cumpre#nos con!uist"#la' Mulher ouhomem virtuoso n(o & !uem jamais errou, emmat&ria de comportamento seual, e, menosainda, !uem n(o fracassou em seus afetos-virtuoso & !uem, ap)s anos de esforços, e com oau*lio de Deus, con!uistou gradualmente umacapacidade para amar de maneira cada ve$ inais

plena e perfeita'<em mesmo a virgindade, em seu sentido crist(omais profundo, deve ser conservada como fen+#meno f*sico !ue pode ser irremediavelmenteperdido, e cuja perda fora do matrim+nio impli!ue,tam%&m, uma necess"ria ausncia de 5virtude5'

uando o Apocalipse fala da!ueles !ue n(o secontaminaram com mulheres, !ue permaneceramvirgens, e seguem o 7ordeiro para onde !uer !uev" @['[#\, n(o se refere 3s pessoas !ue nuncativeram contato seual, mas 3!ueles !ue, segundoa epress(o do Antigo Testamento, n(o5fornicaram seguindo falsos *dolos5' 0irgindade

significa sentimento puro de amor para com Deuse o pr)imo cujo eemplo mais su%lime & a M(e

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neste sentido profundo' 5Puro de coraç(o5 & !uemprocura amar a Deus e aos homens comsinceridade' Deus & !uem 5ama e reintegra ainocncia5, por!ue, !uando nos afastamos

intencionalmente do amor, ele nos ajuda areencontr"#lo- restitui#nos sempre a graça, !uandoa desejamos, para tornar#nos capa$es de maiorpure$a de coraç(o e de sinceridade maistransparente em nosso amor'7onvidar os crist(os solteiros a crescer no amor,reconhecer a pr)pria seualidade, e procurarcoloc"#la a serviço de todas as suas relações eatos de amor, significa incentiv"#los a a%andonaras torres de niai fim, reais ou imagin"rias, em !uese acham fechados- & convid"#los a viver nomundo real como seres humanos, enfrentando osriscos inerentes 3 condiç(o de homem e outros

peculiares a !uem deseja viver o celi%ato comoaspecto da vocaç(o crist( ao amor' Mas, o convitea amar fa$ parte do mandamento de 7risto a todosos seus seguidores' ; >enhor n(o pode deiar dedesejar !ue o aceitemos, em%ora seja incerta eimperfeita a nossa vontade em cumpr*#lo'

G" muitas esp&cies de celi%ato' ; celi%ato de um jovem universit"rio, ou de !uem, pe2a primeirave$, encontra um emprego, & %em diferenteda!uele do adulto, para !uem as possi%ilidades dematrim+nio parecem diminu*das ou talve$ mesmoesgotadas- h", tam%&m, o celi%ato das pessoas!ue deiaram de lado a id&ia de casamento para

mais livremente se dedicarem ao pr)prio tra%alho,ou em virtude de uma situaç(o familiar Estas

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Do mesmo modo, a vida dific*lima de um cat)licodes!uitado, com ou sem prole, sofre a grandetentaç(o de procurar ref6gio em relações irreaisou superficiais, ou de se isolar na solid(o' Por

maior !ue seja o esforço eigido, & necess"riodispor#se a aceitar outras relações, para continuara crescer no amor, nelas e por elas'Assim, tam%&m, os vi6vos e as vi6vas, em !ual#!uer idade, n(o devem ter a sensaç(o de !ue avida tenha terminado, e !ue a ra$(o de suaeistncia sejam apenas os filhos e netos'7onhecemos pessoas !ue, em%ora mais idosas,apresentam#se t(o viva$es e dispostas a aceitar!ual!uer relaç(o nova !ue se lhes ofereça, t(oa%ertas para o presente e para o futuro, !ue n(os) os coevos, mas tam%&m os mais jovensprocuram a sua companhia' A arte de amar & tal,

!ue se pode praticar em !ual!uer idade- sa%emos!ue isso & poss*vel por!ue h" pessoas !ue oreali$am'; professor ;2Malle8, de <otre Dame, !ue se con#servou solteiro, costumava di$er aos alunos? 5>evos casardes, ou se permanecerdes solteiros,

sempre havereis de arrepender#vos5' Era um modoespirituoso de afirmar !ue todo gnero de vidapossui suas dificuldades' As !ue apresenta a vidade solteiro s(o %em conhecidas, mas5 raramentese consideram as potencialidades deste estado' ;5testemunho5 peculiar !ue um celi%at"rio anci(opode oferecer aos outros mem%ros da /greja acha#

se muito %em epresso em um romance, pu%licadoem B]K escrito por uma solteira de !uarenta e

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celi%ato sem particular engajamento, %em comoos sacerdotes, os religiosos e os c+njuges,necessitam de cola%oraç(o rec*proca para !ue apr)pria vida corresponda 3 vocaç(o do amor' Al&m

disso, uma comunidade de amor deve,o%rigatoriamente, incluir, no pr)prio minist&rio, oserviço 3!ueles !ue n(o possuem fam*lia, nem seafiliaram a uma comunidade religiosa'Eigem#se, portanto, duas esp&cies de esforços? otra%alho educativo e a criaç(o pastoral @no sentidomais vasto do termo' Ao concluir esta o%ra, en#frentaremos o pro%lema da 5educaç(o seual5 edos 5cursos matrimoniais5, estendendo estesconceitos 3 formaç(o para o amor, !ue inclui oselementos v"rios, es%oçados neste livro? avocaç(o ao amor, a funç(o do afeto, do seo e docorpo- o sentido de crescimento na capacidade de

agir por amor, e de amar com maior profundidade-a necessidade de aprender a amar, cultivandov"rias relações de ami$ade' 7umpre indicar comclare$a as perspectivas e as dificuldades em levara %om termo esta vocaç(o, no matrim+nio, na vidade celi%ato tempor"rio, permanente, engajado ou

sem engajamento' Acima de tudo, & misterconvencermo#nos de !ue Deus deseja !ue apren#damos a amar, e !ue nenhum crist(o ficaa%andonado neste esforço, pois pertence a umacomunidade !ue mira eatamente a 5edificar#seno amor5'

>e se desse aos adolescentes, com maior largue#$a essa formaç(o para o amor iniciariam eles os

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noções ad!uiridas so%re a maneira de enfrentar ospro%lemas da vida e do mundo afetivo' 0ivendomuitas ve$es fora do conteto familiar, n(opreparados para a li%erdade, a%andonados a si

mesmos, sentem particular necessidade deencarar este per*odo de sua vida n(o como umineplic"vel e aventuroso la%irinto, mas comoper*odo de especial oportunidade para seenri!uecerem integralmente' >e compreendessemmelhor a pr)pria vocaç(o, poderiam, semrestrições, aceitar como o%jetivo principal desteper*odo, o crescimento na compreens(o de si edos outros, a con!uista da!uela destre$a eeperincia indispens"vel para assumir a pr)priatarefa na edificaç(o da 7idade >ecular' Deveriamperce%er, com mais clare$a, a necessidade deamadurecer antes de se julgarem em condições de

optar livremente pelo matrim+nio e por de#terminada pessoa' >e conseguirem algumconhecimento em torno da funç(o do seo noamor, e do dinamismo das relações pessoais, ser"menos f"cil sujeitarem#se a eperincias seuais ea um matrim+nio sem amor, indu$idos por forças

internas ou eternas<(o !ueremos di$er !ue uma formaç(o !ual!uerseja capa$ de aplainar as dificuldades desteper*odo da vida' Mas a educaç(o para o amor,proporcionada atrav&s de col)!uios, filmes eoutros meios, inclusive conselhos, pode ajudaradolescentes e jovens a assumirem as

responsa%ilidades inerentes 3 pr)pria vida,levando#os a orientar suas energias e atividades

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recorrer ao des!uite 1 !uando necessita de umasentença para decidir so%re a cust)dia dos filhosou a separaç(o de %ens 1 e !ue isso n(o implicarompimento de relações com a /greja' Pelo

contr"rio, deiando de se unir novamente emmatrim+nio, oferece testemunho her)ico de sua f&na /greja' F hora tam%&m de as instituiçõeseclesi"sticas dedicarem maior carinho e esforçospara levar os separados e des!uitados a melhorconhecerem e tratarem seus dific*limos pro%lemas?pro%lemas dos !ue se separam sem filhos, da m(e jovem ou adulta !ue ficou sem arrimo, dos filhos!ue perderam a companhia e o afeto dos pais' Tais esforços para oferecer a celi%at"rios e casa#dos a possi%ilidade de reali$arem a vocaç(ohumana e crist( ao amor, devem caminhar  pari passu com um tra%alho de formaç(o de grupos

multiformes e a%ertos, nos !uais seja poss*vel criarverdadeiro afeto e ami$ade construtiva' <(oentendemos !ue o o%jetivo principal sejaproporcionar reuniões alegres a solteirõessimp"ticos, ou ref6gio para corações solit"rios- ameta & formar comunidades e centros em !ue os

participantes, desenvolvendo todas as formas devida crist(, tenham possi%ilidade de encontraroutras pessoas, de se comunicar e de agir emgrupo'

G" muitos anos, uma professora aposentada' Miss>arah enedicta ;2<eil, fre!Lentava um sal(o !ue,

na!uele tempo, era a 6nica livraria de 7hicagoonde era certo encontrar pessoa com !uem trocar

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do preço se o dinheiro estivesse curto' uantos jovens tra%alhadores, e inclusive um dos autoresdeste livro encontraram na!uela livraria o calor doamor crist(o, capa$ de encorajar um esp*rito

solit"rio e desorientadoV Muitos centros como esteeistem hoje, mas outros mais s(o necess"rios,nas universidades, em cidades e lugarejos, empar)!uias e agrupamentos sociais'As atuais estruturas de par)!uia seriam muitomais eficientes para formar mentalidade comunit"#ria verdadeira e a%erta, se a pr"tica pastoraltivesse por o%jetivo reunir casados e solteiros emum clima de fraternal companhia e de comumtra%alho' Mas & necess"rio criar mais !ue simplesorgani$ações' >ente#se real necessidade de seconstitu*rem centros formados por grupos a%ertospara !uantos estiverem dispostos a esta%elecer

verdadeiras relações de ami$ade com os outros,cola%orando na criaç(o de um cl ima prop*cio parao reflorescimento do afeto crist(o' Em outraspalavras, casados ou n(o, devemos ajudar#nosmutuamente a criar a!uela comunidade no amor,de !ue participam 5todos os !ue se nutrem de um

mesmo P(o5'% O "E<#KA+O ES"O<&#)O 7POR AMOR

)O RE#(O7

As palavras do Evangelho de >' Mateus, !ue pro#clamam a vocaç(o ao celi%ato 5por amor do reino5,

acham#se intimamente coneas com o ideal domatrim+nio indissol6vel 5<(o separe o homem o

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a condiç(o do homem a respeito da mulher, &melhor n(o se casarV :espondeu ele? nem todosentendem esta palavra, mas somente a!ueles a!uem foi dado''' G" eunucos !ue a si mesmos se

fi$eram tais por amor do reino dos c&us' uempuder compreender, compreenda5 @Mt ,K#C' ;conteto deia %em claro !ue o ideal domatrim+nio & mais f"cil de ser compreendido eaceito, pois somente poucos a%raçar(o vo#luntariamente o celi%ato por amor de Deus e doEvangelho' Alguns n(o duvidam em afirmar !ue oideal celi%at"rio & mais condi$ente com a moralseual crist(- e esse seria o motivo !ue indu$ aoptar por a!uele estado de vida como forma deserviço a 7risto'Em recentes de%ates so%re anticoncepcionais, arelaç(o entre matrim+nio crist(o e castidade foi

colocada em termos muito superficiais, !ue tmem conta somente a satisfaç(o seual f*sica'Di$iam alguns sacerdotes moralistas? 5>e somoscapa$es de a%ster#nos do pra$er seual, tam%&mos c+njuges conseguir(o fa$#lo5, pelo menosdurante certo per*odo' Por outro lado, &

interessante o%servar a reaç(o negativa de algunsleigos solteiros perante sacerdotes convictos de!ue a vocaç(o sacerdotal n(o inclui ne#cessariamente um chamado para o celi%ato' Mas,a correlaç(o entre as diversas formas de vidacrist( deveria entender#se de maneira %em maisprofunda'

<o tocante ao reino !ue 7risto veio fundar, avocaç(o ao celi%ato 5por amor do reino5 tem por

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de si em 7risto, como 5tu5 supremo da pessoahumana' T(o grande e real & este dom, !ue ocrist(o pode transcorrer toda a vida sem o afetomatrimonial, e nem por isso sentir#se#" frustrado

ou incompleto' F a vocaç(o a dar  testemunho darealidade humana do amor crist(o, dapossi%ilidade efetiva de cultivar relaçõesplenamente humanas fora do =m%ito da ami$adeconjugal- vocaç(o a amadurecer no amor e aajudar os outros nesta tarefa'; ideal do celi%ato 5por amor do reino5 representa,portanto, um fator de vital import=ncia para acomunidade crist(, seja pelo tra%alho !ue oconsagrado pode, ou poderia reali$ar, seja pelotestemunho especial !ue lhe ca%e dar perante oshomens' >e os c+njuges crist(os s(o chamados atestemunhar, em especial, a fidelidade e a

redenç(o !ue o amor de Deus atrav&s de 7risto,oferece 3 humanidade, em todas as vicissitudes davida e do amor humano, os !ue se consagram aDeus pelo  celi%ato s(o chamados a dartestemunho da realidade do amor de Deus, noamor humano, e al&m dos afetos terrenos, nos

acontecimentos do mundo, e al&m das vicissitudesdesta vida' Todos os outros crist(os, casados ou solteiros,precisam deste testemunho' Precisamos v#lo eapreci"#lo em nosso tra%alho, na vida social, desdeas cidades at& as mais remotas aldeias dasmontanhas, para sentirmos a amorosa presença

de 7risto no mundo, e o seu cont*nuo apelo aomundo para reali$ar o%ras de amor

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lidade dos !ue consideram a vocaç(o sacerdotal ereligiosa como a%andono do mundo e tentativa denegar o pr)prio dinamismo de vida, esforçando#sepor pertencer inteiramente a Deus, e a concepç(o

!ue encara o minist&rio sacerdotal e a vidareligiosa como apelo ao amor de Deus e dopr)imo a ser reali$ado de maneira plenamentehumana, como vocaç(o para eecutar no mundo oplano divino' uatro itens cumpre#nos mencionar,pela import=ncia !ue representam para o temadeste livro? a vocaç(o 3 vida de celi%atoconsagrado & d!m !ue n(o se concede a todos os%ons crist(os, nem mesmo 3 maioria deles- seguiresta vocaç(o n(o significa negar o afeto humano eo seo, mas integr"#lo no conjunto din=mico dapessoa !ue %usca o amor de Deus e dos homens-esta vocaç(o eige !p&#! livre para servir a Deus

e 3s necessidades do Evangelho conforme acapacidade de cada um e as especiais eignciasda /greja e da sociedade- esta vocaç(o re!uermuitos tipos de comunidade'

Esta 1oca0ão / um dom

<o <ovo Testamento, seja nos Evangelhos, sejanas cartas de >' Paulo, põe#se em relevo !ue estavocaç(o & dom especial- disto decorre, e & )%vio,!ue uma pessoa pode ser crist( perfeitamenteengajada sem ter rece%ido este dom' Entretanto,durante muitos s&culos, at& recentemente, foi

convicç(o %astante generali$ada na /greja cat)lica!ue o estado normal para se levar uma vida

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religiosa' 7onsiderava#se, geralmente, a vidamatrimonial como apan"gio dos med*ocres- n(o sepode negar !ue muitos escritos, ainda em voga,so%re a 5vocaç(o5, proclamam epl*cita ou

implicitamente estas id&ias' Tal concepç(o & fruto de longo e compleo pro#cesso hist)rico' Parece#me !ue se radicali$ou!uando terminaram as perseguições, logo ap)s apa$ constantina, ocasi(o em !ue muitos passarama aceitar o cristianismo por motivos alheios a umaprofunda convicç(o pessoal' A vida crist( ordin"riacomeçou a parecer muito pouco her)ica,especialmente depois !ue cessou a possi%ilidadede testemunhar o 7risto mediante o mart*rio' ;scrist(os fervorosos deram#se 3 procura de ummodo de vida crist( mais autntico, e de umsuced=neo do mart*rio' Um dos resultados dessa

%usca foi o nascimento e a r"pida difus(o domona!uismo em toda a /greja, e o desenvol#vimento, atrav&s dos s&culos, de muitas outras for#mas de vida 5religiosa5, apresentando#se todas,cada !ual F sua maneira, como ren6ncia aomatrim+nio e ao direito de dispor das coisas, como

o%edincia a um superior e ren6ncia 3 pr)priavontade'Atualmente, em especial ap)s o 0aticano //, a/greja esforça#se para p+r em evidncia a vocaç(ode t!d! crist(o 3 perfeiç(o e a viver como5m"rtir5, dando testemunho do amor a 7risto naa%negaç(o de si pr)prio' Em%ora os escritores

asc&ticos tenham sempre afirmado, mais oumenos eplicitamente !ue somos todos chamados

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c&us5, muito raramente o cat)lico comum levou 5as&rio5 este apelo' Admitir !ue o fiel de 7ristoorienta#se, por sua nature$a, ao amor' e a reali$arna pr"tica as 6ltimas conse!Lncias dessa

afirmaç(o, parece ainda agora, para muita gente,um fato revolucion"rio'A!uela antiga suposiç(o segundo a !ual todo fielrealmente fervoroso devia desejar a vocaç(o aosacerd)cio @celi%ato ou 3 vida religiosa, tevecomo conse!Lncia este fato? !uase todo cat)lico!ue se sentia chamado a uma relaç(o mais *ntimacom 7risto e a servir os irm(os, considerava#se,tam%&m, na o%rigaç(o de a%raçar a vidasacerdotal ou religiosa' Tal suposiç(o foiprejudicial para o matrim+nio, redu$indo#o a umestado de segunda classe- o%viamente, prejudicoutam%&m o conceito de celi%ato 5no mundo5, como

se costumava di$er'

.oi, outrossim, nociva ao sacerd)cio e 3 vida re#ligiosa, pois muitas pessoas julgavam#sechamadas a estes estados de perfeiç(osimplesmente por!ue desejavam ser crist(os maisplenamente engajados, em%ora n(o tivessema!uela graça particular !ue se eige para oceli%ato consagrado a Deus' @; n6mero elevado del*deres leigos, em v"rios setores da vida cat)lica,!ue passaram pelo semin"rio, est" a testemunhara difus(o deste fen+meno em passado n(o muitoremoto'

Diga#se ainda !ue, 3 lu$ da vocaç(o crist(, o dom

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deve consistir, pelo menos em n*vel psicol)gico, nacapacidade de crescer e amadurecer no amor,sem o normal au*lio do v*nculo matrimonial' ;indiv*duo deve estar em condições de !ue%rar as

cadeias do propilo isolamento, de aprender a amaros outros nas relações pessoais, de colocar o afetoe o seo a serviço do amor, sem a comunh(o !ueo matrim+nio oferece, sem um companheiro ouuma companheira para eecutar as o%ras do amor,sem atenuantes para a solid(o, sem a eperinciada uni(o seual, sem a!uele incentivo a crescer noamor, !ue decorre normalmente do matrim+nio'7omo salientamos no primeiro cap*tulo, h" muitos,hoje, sinceramente convencidos de !ue seja im#poss*vel ad!uirir maturidade e perfeiç(o, humana#mente falando, sem a eperincia do amor, !uederiva da necessidade seual' Mas, todos

conhecemos pessoas capa$es de desmentir estaconvicç(o com a pr)pria personalidade e a pr)priavida' F realmente poss*vel amadurecer comopessoa humana a%erta ao amor, mesmo vivendono celi%ato consagrado, por!ue h" pessoas !ueconseguiram e conseguem tal o%jetivo neste

estado de vida'Entretanto, & necess"rio um grau not"vel deautoconscincia, de eperincia, de maturidadeinicial, para !ue algu&m se veja em condições deafirmar, realmente, se rece%eu, ou n(o, este dom,se & capa$, ou n(o, de aceitar a ren6ncia aomatrim+nio, e emitir um compromisso livre e

pessoal de 5fa$er a vontade do >enhor5 e servir aoEvangelho

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didatos ao sacerd)cio e 3 vida religiosa, !ue agraça do celi%ato significa, eatamente,capacidade para a%raçar a realidade do amorcrist(o sem o matrim+nio, !ue & sinal desta

realidade e instrumento oferecido 3 maioria doshomens para con!uist"#la' Atri%uir ao celi%ato e 3virgindade consagrada o devido apreço, significaestimar tam%&m o matrim+nio crist(o'

un0ão do amor e do sexo na 1oca0ão

ao celibatoA suposiç(o de !ue todo cat)lico, se!uioso de seengajar seriamente como crist(o, deva a%raçar oceli%ato sacerdotal ou religioso, condu$ a outradelet&ria conse!Lncia? muitas pessoas !uepossu*am id&ias erradas so%re seo e matrim+nio,

ou emocionalmente imaturas, foram levadas aconfundir a pr)pria avers(o ao seo com o apeloao celi%ato consagrado' A preparaç(o para a vidaclerical e religiosa, %em como as condições em!ue viviam os candidatos antes de ingressar nosemin"rio ou noviciado, tornaram muito dif*cil aos

sacerdotes e religiosos ad!uirir vis(o clara ee!uili%rada da pr)pria seualidade e da funç(oaue ela representa em sua vida e nos seus afetos'A desconfiança geral, !ue envolve a seualidade, eo conceito negativo, !ue se criou em torno dapure$a @j" nos referimos a isso no in*cio destelivro levaram a julgar pecaminoso tudo !ue di$

respeito ao seo, e inculcaram !ue a 6nica atitudeposs*vel nessa mat&ria era n(o pensar nisso

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afetos profundos fe$ com !ue sacerdotes ereligiosos perdessem a coragem de tentar relaçõesintensas de ami$ade com pessoas do mesmo seoe, a f!rti!ri, do outro seo' /sso significou, para

muitos, a morte da afetividade, com todas astorturas psicol)gicas e as anormalidades !uegeralmente acompanham tais cat"strofes' Tentou#se, ent(o, orientar este impulso somente para7risto @ou sua M(e, decorrendo disso umsentimentalismo mals(o, uma piedade melosa einconsciente' E eis um dos resultados muitofre!Lentes dessa situaç(o? justamente a!ueles!ue mais necessitavam de maturidade emocional,e de eata orientaç(o afetiva, paracorresponderem 3 pr)pria vocaç(o, eramo%staculi$ados !uando tentavam lançar m(o demeios positivos a fim de alcançarem este

amadurecimento' Destarte, em ve$ de testemunhodo amor crist(o, deram provas muito fre!Lentesdos maus efeitos da falta de formaç(o para oamor' Autoritarismo opressor, paternalismo @oumaternalismo ecessivo, s(o v*cios comuns !uemuitas ve$es caracteri$am essa lament"vel

deformaç(o' ;utra falha pouco mencionada &a!uela inclinaç(o ao flerte, imatura e !uaseofensiva, !ue caracteri$a o comportamento dealguns sacerdotes junto 3s mulheres com as !uaismantm contato no tra%alho, nos escrit)rios, nascomissões e outras atividades semelhantes'Muitos semin"rios e noviciados começam a recor#

rer aos testes psicol)gicos como crit&rio para aadmiss(o dos candidatos Mas & mister promover

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de%ates em grupo e orientações dos peritos emtorno da funç(o do seo e do amor na vida crist(em geral, no celi%ato consagrado e, em particular,na virgindade' F tam%&m indispens"vel incentivar

a formaç(o de relações interpessoais' Srandevantagem adviria da promoç(o de cursos especiaispara sacerdotes e religiosos so%re estes temas '/sso traria enormes proveitos n(o s) para eles,mas tam%&m para as pessoas confiadas 3 orienta#ç(o ou instruç(o !ue eles proporcionam, %emcomo para !uantos lhes pedem o conselhosacerdotal'Al&m disso, h" ainda a necessidade de esclareceraos pais e demais respons"veis, incentivando#os aoferecer aos jovens noções mais s)lidas em tornodo seo, do afeto e do amor crist(o, a fim de !uese capacitem para escolher o pr)prio 5estado5 de

maneira mais segura do !ue o fa$iam outrora'

A necessidade de liberdade

>(o Paulo ensina claramente !ue uma das ra$õespelas !uais o crist(o se decide a a%raçar o celi%ato& a li%ertaç(o das preocupações e cuidados pelafam*lia, para se colocar mais frutuosamente aserviço do Evangelho @ 7or ],O\#[' Mas, nasatuais estruturas eclesi"sticas, os sacerdotes @paran(o falar dos seminaristas e os religiosos s(ogeralmente muito menos livres !ue os leigos paraservir ao Evangelho no mundo de hoje' As

dificuldades encontradas por muitos padres naluta pela aplicaç(o dos direitos civis, ou os

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tentando superar as formas medievais da clausurapara se dedicar onde a /greja mais precisa de seutra%alho, s(o claros eemplos do !ue afirmamos'

Psicologicamente falando, as pessoas !ue se con#sagram ao celi%ato, mais ainda !ue os solteiros,necessitam desenvolver a pr)pria personalidadeem ocupações apropriadas !ue, de !ual!uermaneira, ofereçam um o%jetivo para o pr)prioimpulso criativo' Para o homem ou a mulherfrustrados em seu tra%alho, o celi%ato dificilmente

poder" ser um engajamento completo no amor'Apesar disso, muitas ve$es acontece, nas diocesese nas comunidades religiosas, !ue as pessoassejam tratadas como pecas de reposiç(o- usa#sedelas conforme as necessidades do momento, en(o como pessoas !ue s) servir(o frutuosamente

3 /greja se engajadas e capacitadas paradesenvolver e p+r em pr"tica todas as suaspotencialidades'Estas falhas nas atuais estruturas eclesi"sticasparecem respons"veis, em grande escala, pelominguar dos candidatos ao sacerd)cio e 3 vidareligiosa, e pela deserç(o em massa, so%retudonas comunidades mais iluminadas e progressistas-a!ueles !ue deveriam constituir o prot)tipo dali%erdade na /greja, terminaram sendo as pessoasmais compromissadas pelas estruturas' Muitospro%lemas compleos implicados na modificaç(o ena transformaç(o das estruturas eistentes,

visando favorecer a li%erdade de !ue falamos,ultrapassam os o%jetivos deste livro Mas entre os

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atuais estruturas, trs fa$em parte do tema em!uest(o'

; primeiro di$ respeito ao conceito de o%edincia

religiosa, !ue suprime o impulso criativo e afetivo,em ve$ de orient"#lo e desenvolv#lo a serviço doamor' ; conceito original de o%edincia religiosaera a su%miss(o do principiante na vida espirituala um mestre eperimentado, !ue o ajudava a seconhecer melhor, prevenindo#o contra a auto#sugest(o e favorecendo o seu crescimento na f& e

no amor de Deus' Mas logo descam%ou para aid&ia de !ue a pessoa deveria se comportar comoinstrumento passivo nas m(os do superior'A tese de !ue a perfeiç(o consiste em aceitar avontade do superior como sendo a de Deus, levoumuitas ve$es os religiosos a a%dicar 3s suas

responsa%ilidades, impedindo o desenvolvimentoda pessoa' Esta mentalidade facilita o caminhopara a organi$aç(o, mas se opõe frontalmente 3id&ia crist( segundo a !ual o homem, por vontadede Deus, deve crescer para con!uistar umapersonalidade inteiramente livre em umacomunidade de amor' 7umpre, pois, reformular asestruturas eclesi"sticas, para adapt"#las aosvalores !ue deveriam promover, tanto nos !ue sesu%metem !uanto nos detentores da autoridade'Em !ual!uer caso, seja a autoridade, seja ao%edincia, devem favorecer o crescimento para ali%erdade pr)pria dos filhos de Deus'

Em segundo lugar, muitas estruturas eistentestiveram origem no temor do 5mundo5 em grande

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mundo'

(ecessidade de 1ida comunitIria

5<(o & %om !ue o homem esteja s)5' Tais palavrasaplicam#se, tam%&m, ao crist(o !ue se consagra 3vida de celi%ato' A resposta tradicional a estanecessidade de companhia e de amparo foi acriaç(o de comunidades religiosas' @<a tradiç(omon"stica, o indiv*duo deve passar por longoper*odo de aprendi$agem na vida comunit"ria,

antes de ser admitido 3 vida ere#m*tica, para viverso$inho com 5o ^nico A%soluto5' /nfeli$mente,muitos institutos religiosos conce%eram esta5comunidade5 como uma vida lado a lado, se#guindo a mesma regra, mas percorrendo caminhosparalelos cuidadosamente separados, sem eigir

esforço din=mico para edificar uma verdadeiracomunidade de amor crist(o' ; medo das5ami$ades particulares5 1 epress(o em voga, nosescritos asc&ticos, para indicar toda relaç(opessoal muito chegada 1 !ue poderiam afastar doamor de Deus e fa$er cair em pecados seuais,tornou !uase suspeito o afeto, at& mesmo entremem%ros de uma comunidade'F evidente !ue as 5ami$ades particulares5, nosentido de relações falsas e ego*stas, s(o mals(sem !ual!uer estado de vida' ; homosseualismofoi, e ainda pode ser, um s&rio pro%lema nascomunidades religiosas- pro%lema compleo, !ue

deriva de educaç(o falha desde a inf=ncia, comotam%&m de um tipo 5fechado5 de vida religiosa em

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tra%alho, entre eles mesmos, ou em companhia deoutras pessoas, casadas ou solteiras' Todos oscrist(os sentem necessidade do testemunhoda!ueles !ue se consagraram ao celi%ato- mas,

para isso, & indispens"vel poder encontrar outraspessoas consagradas prestando a pr)priacola%oraç(o nestes v"rios tipos de comunidade'.a$emos votos !ue 5sacerdotes, religiosos e lei#gos5 n(o mais se apresentem como trs classes ri#gidamente separadas da /greja cat)lica, e !ue, emvirtude das relações humanas, e do comumtra%alho pelo :eino, possam todos cola%orar paraa 5edificaç(o do 7orpo de 7risto no amor5'

L% O "ASAME(+O "OMO VO"A:;OPARA O AMOR

A /greja, em sua longa hist)ria, sempre consideroua realidade humana do casamento, conforme aspeculiaridades dos povos e dos tempos? entre os Judeus contempor=neos de 7risto, na civili$aç(ogreco#romana do 7ristianismo primitivo, entre astri%os %"r%aras !ue estavam sendo cristiani$adas,

na sociedade medieval do ;cidente' ; casamento,na!uelas sociedades, era uma instituiç(o socialem !ue os valores pessoais pouco importavam eas mulheres ocupavam geralmente posiç(o muitoinferior' @A id&ia do consentimento pessoal comoconstituindo a essncia do contrato matrimonialremonta 3 &poca tardia da civili$aç(o romana, e

foi julgada essencial ao casamento somentedepois de muita hesitaç(o e racioc*nio e mesmo

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consentimento 5pessoal5 parecer impessoal' T(ologo a /greja dirigiu seus esforços para aconservaç(o e o fortalecimento desta instituiç(o,os pensadores crist(os começaram a estudar o

matrim+nio a partir da realidade em !ue viviam, etentaram incorpor"#lo nos moldes da &poca? porisso, n(o surpreende !ue o seu tra%alho, at& h"%em pouco tempo, tenha sido muito impessoal einstitucionali$ado'A repugn=ncia e desconfiança em torno da se#ualidade, t(o dominantes no pensamentocrist(o, fi$eram o casamento parecer um estilo devida de segunda categoria, justificado apenas pelanecessidade de propagar a esp&cie humana emuma instituiç(o reconhecida e est"vel' Assim,te)logos e canonistas tm#se interessado muitoem emanar regras para o uso das relações seuais

no casamento, contri%uindo deste modo, em certosentido, para centrali$"#lo na instituiç(o, fa$endoda necessidade e import=ncia da procriaç(o sua6nica desculpa v"lida' 7omo %em fe$ notar John T'<oonan, a insistncia so%re a import=ncia daprocriaç(o prov&m dos est)icos' 5P+r em evidncia

a finalidade procriadora do seo pareceu a muitoscrist(os, como parecera aos est)icos pag(os e amuitos judeus pensadores, como .il(o, o melhormeio de condenar, racionalmente, apromiscuidade seual, en!uanto servia, ao mesmotempo, para realçar a !ndade da procriaç(o,contra o parecer dos agn)sticos5' Por esse motivo,

o pensamento crist(o, com relaç(o ao casamento,tem mostrado de um modo geral acentuada am#

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ç(o, en!uanto, por outro, mant&m certa repugn=n#cia e suspeita com relaç(o ao ato caracter*stico domatrim+nio'

Em d&cadas recentes, contudo, esforços crescen#tes tm sido feitos para se reconhecer edesenvolver o sentido positivo das relaçõesseuais e da vida familiar num conteto crist(o' Tais esforços foram iniciados e, at& certo ponto,levados 3 frente por casais para !uem tornou#secada ve$ mais claro !ue a 5realidade humana5 do

casamento mudou? n(o & mais a instituiç(o social!ue costumava ser' >e os crist(os, argumentameles, devem ser capa$es de sentir o matrim+niocomo 5mist&rio de salvaç(o5 1 uma resposta aoamor de Deus !ue nos foi dado em 7risto 1, essarealidade deve eprimir#se em termos de valores

pessoais e rec*procos'Di$ >chille%eec9? 5A fam*lia sofreu perda defunções' Srande variedade de encargos, anteseecutados pela comunidade familiar, foramassumidos por grupos etrafamiliares'7onse!Lncia importante de toda essa perda de

funções & !ue o casamento e a fam*lia foram, porassim di$er, a%andonados a si mesmos' ; ca#samento n(o produ$ mais o engajamento dosc+njuges nos moldes o%jetivos e permanentes dacomunidade familiar' 0eio a faltar este s)lidofundamento da vida de matrim+nio, e o casal

rec&m#casado de %oje tem de começar tudo docomeço e, o !ue & pior, deve começar so$inho, ou

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social o%jetiva, em !ue o casal, outrora, seintrodu$ia sem contrastes deiou de eistir' Mas, odecl*nio desta situaç(o social o%jetiva levou a umali%erdade e a uma vis(o mais ampla !uanto ao

aspecto pessoal e su%jetivo da vida matrimonial' ;casamento e a fam*lia passaram a contar apenascom seus pr)prios recursos' :a$(o por !ue foiindispens"vel reformular a sua nature$a o%jetiva' Tudo !uanto resta 3 fam*lia e ao casamento & esteaspecto pessoal e su%jetivo, esta vida *ntima,interior5'Mas, as autoridades da /greja nem sempre acha#ram f"cil reconhecer !ue esta mudança narealidade humana do casamento oferece aoscrist(os uma nova oportunidade de viv#lo, comomist&rio salvador, de modo mais consciente epessoal' Acostumado 3s formulações do passado,

o Magist&rio tem sido lento em reconhecer anecessidade de repensar e reafirmar oensinamento crist(o so%re o casamento emtermos pessoais, em%ora estes sejam muito maisade!uados ao Evangelho !ue os termosimpessoais e legalistas das formulações antigas'

As afirmações so%re o casamento e a vida familiarna 7!nstitui&#! s!re a gre%a n! 9und! de!%e, apresentaram realmente um enorme avançoem confronto com a En+lia s!re ! 7asament!7rist#!, pu%licada em O @a !ual representa,por sua ve$, consider"vel passo 3 frente emrelaç(o aos pronunciamentos anteriores'  <

7!nstitui&#! cont&m, por eemplo, uma %elaafirmaç(o so%re ; amor matrimonial Evita

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5fins5 do casamento, en!uanto !ue, em todos osdocumentos anteriores, o amor conjugal era muitoclaramente relegado a uma posiç(o inferior 3procriaç(o' Mas os di$eres do documento e a

hist)ria de sua formulaç(o indicam a grandedificuldade !ue encontra a mentalidade per#sonalista so%re o casamento para a%rir caminho esuperar a velha mentalidade institucionalretrataria ao seo e suas formulações'<esta afirmaç(o do 7onc*lio, as duas mentalidadesparecem apenas justapostas, cemo acontece emmuitos escritos atuais relativos ao casamento' Elasest(o, de fato, em conflito nas mentes e noscorações dos cat)licos, e talve$ de todos oscrist(os' F o casamento a forma mais ou menosinevit"vel de 5servid(o humana5 3 !ual as pessoass(o forçadas pela necessidade de legitimar o seo,

ou pode ele ser um modo de vida pessoalmentefrutuoso c reali$adorN ; seo, mesmo nocasamento, & algo sujo, em%ora inevit"vel efascinante, ou pode ser ele uma forma verdadeirade autodoaç(oN A procriaç(o e o cuidado dos filhoss(o o tri%uto !ue se paga por 5ceder5 ao seo, ou

podem eles ser o fruto de uma decis(o respons"#vel e amorosaN Deve o marido ser a 5ca%eça5 dafam*lia, e a mulher, seu 5coraç(o5, ou deveriameles tentar complementar#se en!uanto pessoas,tais como s(oN Deveria a mulher, idealmentefalando, ficar em casa, e cuidar dos filhos e do lar,ou deveria ela se dedicar a algum outro tra%alho,

mesmo se isto n(o fosse necess"rio para osustento da fam*liaN ; matrim+nio & apenas um

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educar filhosN ;u, se & um engajamentoprofundamente pessoal, emais as condições parasua validadeN Em !ue sentido devem as pessoas,lealmente, ter inten&#! de se casarN ue

significado devem dar ao casamento para !ue eleseja verdadeiroN Tais !uestões, formuladas mais ou menos cons#cientemente, provocam sentimento de culpa, eainda mais confus(o, por!uanto as necessidadesda vida moderna, em muitos casos parecem estarforçando as pessoas a respostas contr"rias 3mentalidade 5tradicional5, em !ue forameducadas' Mas a soluç(o deste conflito n(o podeser encontrada tentando projetar um ideal de vidafamiliar crist(o imcompat*vel com a realidadehumana do casamento na hora atual' Deve serencontrada tentando refletir so%re todas as

!uestões hodiernas concernentes ao casamento e3 vida familiar, 3 lu$ da vocaç(o crist( de praticaras o%ras do amor' >) nesta perspectiva, podem osvalores humanos implicados, serem maisclaramente discernidos, escolhidos e promovidos,a fim de !ue o casamento crist(o possa tornar#se,

mais plenamente, um mist&rio vivificador para osc+njuges de nossos dias'

A 1oca0ão ao matrimnio

>e levarmos a s&rio nossa o%rigaç(o de praticar aso%ras do amor, torna#se logo manifesto o motivo

por !ue o casamento & o modo de vida !ue melhorcorresponde 3 maioria das pessoas' /sto n(o

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necessidade de reprodu$ir a raça humana, maspor!ue viver juntos, como 5dois numa s) carne5 @o!ue significa dois numa s) vida, oferece aohomem e 3 mulher oportunidade, so% muitos

aspectos, de romper o auto#isolamento, de entrarna din=mica de um relacionamento amoroso,empregando a totalidade de suas pessoasseuadas, constitu*das de corpo e esp*rito, decolocar a seualidade a serviço do amor, de la$erdos seus corpos, instrumentos de doaç(o, decomunicar mutuamente a vida e de do"#la aosfilhos e 3 sociedade'F claro !ue nem todos os casais sa%em aproveitar,integralmente, estas oportunidades, e muitos malas conhecem' Marido e mulher, ou um deles,podem nunca compreender a necessidade detentar romper o auto#isolamento e de se a%rir para

o outro- um pode fechar#se ao outro' Uma pessoapode viver em matrim+nio por muitos anos antesde perce%er !ue, inconscientemente, levantou, deuma ou outra maneira, %arreiras !ue impedemuma comunicaç(o maior' Da mesma forma,pessoas casadas eistem !ue n(o reconhecem o

papel da relaç(o seual em toda a sua etens(o,ou a necessidade de aprender a eecut"#la %em,como ato de amor' E, certamente, muitos casaisn(o tm id&ia de v"rias dimensões vivificadoras docasamento, al&m da!uela de colocar filhos nomundo' <(o perce%em !ue sua miss(o & ajudarum ou outro a crescer no amor, a educar os filhos

como pessoas capa$es de amar, c !ue, comoindiv*duos e como casal s(o destinados a

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Entretanto, as pessoas !ue entendem ocasamento, de alguma forma como um s&riocompromisso, a%raçam#no com a intenç(o deamar#se reciprocamente, por mais imperfeita !ue

a sua concepç(o de 5amor5 possa ser, e com adeterminaç(o de 5lev"#lo a %om resultado5' Paraespelhar a nature$a da vocaç(o crist( e arealidade das intenções das pessoas, oensinamento so%re o matrim+nio deveria, pois,reconhecer eplicitamente o amor conjugal comoessncia do casamento, colocando a seu serviçotodos os outros aspectos? fisiol)gico, psicol)gico,econ+mico, etc'F demais fre!Lente apresentar#se o amor conjugalcomo uma esp&cie de doaç(o est"tica, na relaç(oseual, ou como confort"vel incandescncia !uepermanece depois de o fogo da pai(o e do

romantismo ter#se apagado' Mas o amor essencialao casamento crist(o n(o & nenhum destes,menos ainda um sentimento rom=ntico de mar derosas' F, antes, a vontade de um homem e de umamulher, estimulados pelo afeto e pela seualidade,de estar um com o outro e pelo outro na

comunh(o matrimonial, como mem%ros dacomunidade, da /greja e da sociedade'Esta vontade inclui, portanto, implicitamente, oesforço de crescer no amor m6tuo e de tentar agiramorosamente um para com o outro' E isto, porsua ve$, implica no desejo de aprofundar as v"riasartes re!ueridas para crescer no amor conjugal e

na capacidade de agir amorosamente 1 a arte decultivar uma relaç(o de amor as artes do

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ha%ilidade em controlar um orçamento, manteruma casa, e assim por diante' /mplica, tam%&m, avontade de ser parte de um amoroso 5n)s5,gerando filhos, educando#os no amor, e praticando

o%ras de amor na sociedade humana' Em outraspalavras, tudo !ue se pode di$er so%re aseigncias de !ual!uer relacionamento amoroso &,a f!rti!ri, verdadeiro a respeito do relacionamentoconjugal, justamente por!ue o casamentoconstitui, em potencialidade, o relacionamentohumano mais completo e o !ue oferece as maiscompletas e variadas oportunidades para crescerno amor'>emelhante id&ia do casamento capacita#nos aconsider"#lo, a um tempo, idealista erealisticamente, em ve$ de sermos 1 como & pordemais fre!Lente 1 sentimentais so% o aspecto

ideal e c*nicos face 3 realidade' Podemos seridealistas em relaç(o ao casamento, por!ueperce%emos !ue n(o h" limites para o crescimentono amor' E desde !ue o casamento oferece tantase t(o variadas maneiras de estar com e para ooutro, podem#se desco%rir maneiras novas ou ne#

gligenciadas de crescer numa ou noutra dimens(o,!uando as costumeiras parecem fracassar'Podemos, por&m, ser realistas, por!ue vemos !ueestas formas de renovar o amor e crescer nele n(oconsistem, %asicamente, em gestos, como omarido !ue se lem%ra do anivers"rio de suaesposa oferecendo#lhe flores, ou a esposa, !ue

procura apresentar#se %onita e %em arrumada!uando o marido chega em casa voltando do

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apropriadas num determinado casamento, comosinais e epressões de afeto' Mas, o crescimentono amor d"#se, primeiramente, dentro e atrav&sdas realidades humanas %"sicas da vida em

comum ao longo dos anos, tentando tornar#semais amoroso em situações alteradas e atrav&sdelas, procurando agir mais amorosamente notra%alho e no descanso de cada dia' D"#se nocuidado de um pelo outro e pelos filhos, 5nadoença e na sa6de5, na tarefa da manutenç(o dacasa e na de sustentar a fam*lia, na participaç(oda vida eclesial e comunit"ria'Descrever o casamento como modalidade especialda vocaç(o crist( ao amor n(o !uer di$er, pois,encorajar o su%jetivismo ou o romantismo, mas orealismo crist(o' ; amor conjugal n(o & esp&cie de%+nus acrescentado 3 essncia do casamento- &

sua %ase por direito, seu dinamismo necess"rio'Muitos casamentos, & verdade, so%retudo emculturas onde os enlaces s(o com%inados pelospais, apresentam#se muito %em sucedidos sem!ue o casal tenha, de antem(o, 5se apaionado5reciprocamente, em !ual!uer sentido !ue este

termo possa ser tomado' Mas nenhum %om ca#samento pode eistir sem o respeito pela outrapessoa, c sem a vontade de estar com e pelooutro, !ue constitui a essncia do amor, nacomunh(o peculiar do matrim+nio'

Di$er !ue o casamento &, essencialmente, vocaç(o

ao amor, n(o significa negar o ensinamento crist(otradicional surgido com >anto Agostinho so%re os

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saramentum @prole, fidelidade e sacramento' Fantes, desenvolver este ensinamento em linhaspersonalistas' A 5prole5 indicando o aspecto 5n)s5do amor conjugal e da miss(o do casamento- a

5fidelidade5, o aspecto interpessoal- e o5sacramento5, a autenticaç(o de Deus, atrav&sde 7risto, no amor conjugal, o esclarecimento deseus valores, a ha%ilitaç(o do homem e da mulherpara concreti$arem estes valores'Por!ue o casamento visa ser uma escola 6nica deamor, & !ue constitui a origem ade!uada e o %erçode uma nova pessoa humana' As declarações do7onc*lio 0aticano // so%re a prole como finalidadedo matrim+nio salientaram !ue esse o%jetivo incluin(o s) gerar filhos, mas tam%&m, educ"#los para avida humana c crist(' Educar, por&m, os filhos deforma !ue aprendam a amar, & essencial para um

%om encaminhamento na vida, e isto s) pode serdado se os pais se esforçarem em reali$ar a o%rado amor, no lar e na sociedade'5.idelidade5 significa mais do !ue n(o cometeradult&rio' >ignifica fidelidade 3 pessoa !ueescolhemos e pela !ual fomos escolhidos como

companheiro de vida- &, portanto, uma fidelidade!ue nos empenha em crescer no amor pelo outro,em a%rir#nos ao amor do outro, em todas asvicissitudes e mudanças !ue os anos e odesenvolvimento de duas pessoas diferentespodem tra$er' A inconsistncia de muitoscasamentos, aparentemente %em sucedidos,

aparece !uando casais, cujos filhos cresceram,desco%rem !ue n(o tm mais nada em comum

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repente, parece ter sido apenas umcompanheirismo na tarefa de educar filhos- de#sempenhando seu papel de pais, negligenciaram a5fidelidade5 din=mica !ue deviam um ao outro

como pessoas, a !ual lhes teria assegurado acontinuidade e vitalidade do casamento' ;sde%ates atuais so%re como mulheres casadaspossam melhor precaver#se contra o perigo dos5anos va$ios5, depois !ue seus filhos cresceram,n(o deveriam negligenciar este aspecto docasamento somado ao cultivo de v"riasha%ilidades e interesses'A sacramentalidade do matrim+nio tem sido pordemais fre!Lentemente apresentada comoconferindo#lhe uma aur&ola de santidade especial,ou fa$endo as pessoas casadas conseguirem umsuplemento de 5graça5, !ue as ha%ilita a levar vida

tran!Lila e feli$, 5como a >agrada .am*lia de<a$ar&5' A teologia sacramental hodierna prefereressaltar !ue, atrav&s do sacramento, aspotencialidades humanas do matrim+nio s(ofocali$adas na sua relaç(o essencial com a 5vidamais a%undante5 !ue 7risto veio revelar e tornar

acess*vel 3 humanidade- os c+njuges corres#pondendo 3 revelaç(o e ao convite de 7risto,capacitam#se a atuali$ar mais plenamente estaspotencialidades em suas vidas'

Deus nos criou para am"#lo, para amar#nos reci#procamente, c desenvolver#nos rumo 3 plenitude

de vida da !ual Jesus ressuscitado & eemplo efonte ; casamento ent(o sempre e em toda

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morte os separe, eles se empenham em tentarviver juntos de tal forma !ue a realidade humanade seu casamento seja sinal do amor fiel de Deus,# !ue procura condu$ir a humanidade, tanto

atrav&s das vicissitudes e deficincias, !uanto dasreali$ações e do progresso da hist)ria humana, 3plenitude de vida em 7risto' >eu compromissom6tuo constitui o 5sacramento5, sinal vis*vel eefica$ da presença e aç(o de 7risto nas realidades!uotidianas da vida, para condu$i#los @e, atrav&sdeles, outros rumo a esta plenitude' /sto n(o !uerdi$er !ue o 7risto &, por assim di$er, um terceiroem cada matrim+nio, como pareceria indicadopelo t*tulo do livro Tr>s para 7asar4se' 7risto n(oest" presente, em nenhuma relaç(o amorosa,como um 5outro5, mas se situa no 5centro5 dopr)prio relacionamento, para ilumin"#lo, dirigi#lo 3

consumaç(o atrav&s do Esp*rito? isto & verdadeiro,a f!rti!ri, 

no !ue concerne ao relacionamentoconjugal'Al&m disso, os esposos crist(os assumem seucompromisso, mutuamente, como mem%ros da/greja, da comunidade da!ueles !ue reconhecem a

7risto como >enhor da Gist)ria, e procuramconscientemente responder a seu convite paratra%alhar com ele a fim de transform"#la numahist)ria plenamente humana' A necessidade,sentida em !uase todas as sociedades, de umcompromisso p6%lico para o casamento, pareceatri%u*vel, so%retudo a uma !uest(o de ordem

social para ter certe$a de !ue a prole nasça numaunidade familiar est"vel e de !ue apenas os filhos

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fam*lia' A cele%raç(o p6%lica do casamento crist(otam%&m ressalva a nature$a essencialmente socialdesta vocaç(o, o%jetivando o compromisso dosesposos, n(o apenas reciprocamente, mas

tam%&m face 3 /greja e 3 comunidade humana, decumprir sua miss(o de amor na sociedade' E,atrav&s desta cele%raç(o p6%lica, a comunidade,por sua ve$, se compromete cm ajudar estecasamento a tornar#se o !ue deve ser'Este aspecto eclesial e social do casamento lançanovas lu$es so%re a interrogaç(o? 5Por !ue esperarpelo casamentoN5 Desde !ue a relaç(o seual & oato caracteri$ador da uni(o matrimonial, !ue, porsua ve$, & sinal de uni(o entre 7risto e a /greja,torna#se mais conveniente !ue o matrim+nio sejaprimeiro ratificado pu%licamente e reconhecidopela /greja' ; significado pleno do casamento,

corno realidade humana e crist(, eplica tam%&mpor !ue a cerim+nia deveria, a rigor, reali$ar#se noconteto da cele%raç(o eucar*stica, sinal eantecipaç(o da eterna festa nupcial'Mas, a dimens(o eclesial do casamento crist(otam%&m eige !ue os casais n(o vivam como

unidades isoladas- deveriam eles encontrar, nosoutros mem%ros da /greja, au*lio para viver emfidelidade e amor crescente' As /grejas e asociedade est(o perce%endo !ue a id&ia daunidade familiar auto#suficiente n(o & mais v"lida-tanto a ajuda material !uanto os serviços deassistncia, por eemplo, devem, mais e mais,

p+r#se 3 disposiç(o das fam*lias !ue delesnecessitam se !uisermos !ue a sociedade seja

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est" reali$ando, um grande tra%alho, reunindocasais para se auiliarem a crescer noconhecimento de 7risto, na compreens(o davocaç(o ao matrim+nio, e a resolver pro%lemas

concretos, relativos 3s fam*lias' Mas tam%&mprecisamos de maior intercomunicaç(o entre osmem%ros da /greja, casados e solteiros' A li#%erdade de algumas irm(s, por eemplo, de visitarfam*lias e grupos familiares para ajud"#los adesco%rir algumas das conotações do 7onc*lio0aticano // !ue di$em respeito 3 vida matrimonial,constitui ecelente progresso- assim tam%&m aformaç(o de e!uipes integradas por sacerdotes,irm(s, casados e solteiros, para tra%alhar juntos naprogramaç(o de v"rias atividades'Al&m do Movimento .amiliar 7rist(o, todas asassociações para a educaç(o religiosa devem

promover a id&ia da fam*lia crist( n(o como fim desi mesma, mas como escola de amor tanto para ospais !uanto para os filhos' >emelhante escoladeveria ser considerada parte integral da 5/greja>ervidora5, cujos mem%ros devem ser preparadospara servir seus semelhantes' <em toda fam*lia

crist( pode ser 5apost)lica5 no sentido de reali$aralgum tra%alho especial em nome da /greja- oscasais, por&m, deveriam compreender !ue suavocaç(o n(o & apenas 5re$arem juntos ecoa%itarem5 como fam*lia' ;s pais devem educarseus filhos para !ue se tornem pessoasrespons"veis no amor, e para formarem uma

comunidade a%erta de amor, pronta a rece%eroutras de %raços a%ertos e a servir 3s

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de limitaç(o dos interesses de uma fam*lia aos dospr)prios mem%ros !ual sociedade fechada,constitui deficincia na compreens(o domatrim+nio'

:esumindo, pois, a id&ia de !ue o casamento cris#t(o &, essencialmente, vocaç(o ao amor,esclarece, desenvolve e fortifica os valores %"sicosdo ensinamento crist(o tradicional' Em%ora n(otenha sido eplicitamente formulada semelhantevis(o do matrim+nio &, de fato, sustentada porpessoas !ue, de modo refletido e s&rio, tentamencarnar valores crist(os em suas vidas' Adotar edesenvolver, mais plena e solidamente, estesentido de vocaç(o no ensino e na prae da /grejan(o redundaria, pois, na infiltraç(o de 5valorespag(os5, !ue algumas pessoas parecem temer, seas id&ias legalistas so%re o casamento forem

a%andonadas' Este sentido, pelo contr"rio,reforçaria a 6nica %ase so%re a !ual o casamentocrist(o pode ser, solidamente, esta%elecido hojeem dia? o amor interpessoal'

6ue constitui o casamento2

A id&ia de !ue o casamento &, essencialmente,uma vocaç(o para o amor, tam%&m esclarece, em#%ora talve$ ainda sem plena evidncia,interrogações !ue se suscitam em nossos diasso%re a nature$a do consentimento matrimonial eso%re o !ue, realmente, constitui um casamento'

; pensamento crist(o de%ateu durante muitotempo este pro%lema antes de chegar 3 presente

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matrimonial & ato de vontade pelo !ual cada parted" e rece%e um direito perp&tuo e eclusivo so%reo corpo para atos !ue, por si mesmos, se destinam3 geraç(o de filhos5, antes de decidir !ue tal

consentimento, e os elementos o%jetivos da suamanifestaç(o p6%lica 5na /greja5, e suaconsumaç(o pela c)pula, constituem o matrim+nioindissol6vel' A lei can)nica acrescenta ainda? 5Para!ue seja poss*vel o consentimento matrimonial, &necess"rio !ue as partes n(o ignorem, pelomenos, !ue o casamento & uma sociedadepermanente entre o homem e a mulher para aprocriaç(o de filhos- esta ignor=ncia n(o sepresume depois da pu%erdade5'Muitos cat)licos, inclusive canonistas, est(o co#meçando a !uestionar a validade destasdefinições, e os motivos !ue as fundamentam' >e

o casamento &, essencialmente, um aspecto davocaç(o crist( para o amor, ent(o oconsentimento m6tuo deve referir#se a esta forma6nica de viver em comum no amor, e n(o apenasao 5direito perp&tuo e eclusivo so%re o corpo5':ealidade )%via, as pessoas sempre consentiram

em algo mais do !ue neste direito- consentiram nocasamento como ele estava sendo vivido em suasociedade' <a antiga sociedade ocidental,5casamento5 era termo mais ou menos un*voco'Podia#se viv#lo pessoal ou impessoalmente,amorosamente ou sem amor, mas era umarealidade social claramente definida' Era nesta

realidade !ue as pessoas realmente consentiam, ehavia pouca confus(o so%re o o%jeto do

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tida como certa'

Mas, hoje em dia, o casamento como realidadesocial n(o &, de forma alguma, necessariamente,

uma 5sociedade permanente entre o homem e amulher para a procriaç(o de filhos5' Pode#se, pois,perguntar se a maioria dos crist(os, !ue se casam,consentem no casamento indissol6vel ou nocasamento como ele &, !uer di$er, o casamentocom a possi%ilidade do div)rcio, se as coisas foremmal' Pode#se presumir !ue consentiram no

matrim+nio crist(o como definido acima, pelosimples fato de, antes, terem sido %ati$adosN Parapoder presumir !ue estejam realmente casados,mesmo no sentido da atual definiç(o can)nica docasamento, cumpre sempre perguntar? 5<o !uerealmente consentiram os espososN5

Mas, se o casamento &, essencialmente, vocaç(opara o amor, ent(o toda a perspectiva de5contrato5 h" de ser mudada' Um homem e umamulher devem pretender viver com c pelo outro,nesta forma 6nica de comunidade, se !uiserem serverdadeiramente esposo e esposa' ual &, ent(o,

a esp&cie de consentimento necess"rio paraconstituir um casamentoN A lei can+nica j"enumera v"rios fatores, tais como a violncia e omedo, capa$es de invalidar o consentimentomatrimonial' Mas, como o conhecimento de outrosfatores psicol)gicos, !ue podem condicionar o livre

consentimento, tomou impulso nos 6ltimos anos,h" muitos elementos !ue tam%&m precisam ser

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adolescentes, por eemplo, foram cele%radospor!ue a menina ficou gr"vida, e seus pais n(osuportaram a sua5desgraça5, ou por pressões mais sutis, como a ne#

cessidade desesperada de se 5arranjar5, ou apress(o ainda mais sutil eercida pelamentalidade do 5assim fa$em todos5N Emsemelhantes circunst=ncias, pode#se afirmar !ueos dois consentiram em casar livrementeNAl&m disso, !ual & o grau de maturidade emo#cional necess"rio para !ue uma pessoa seja capa$de assumir um verdadeiro compromisso de vivercom e para a outra, na uni(o do casamentoN >eria,sem d6vida, etremamente dif*cil ela%orarm&todos pr"ticos para determinar a eistncia desemelhante maturidade antes de admitir ao enlacematrimonial crist(o' 7ertamente, uma melhor

preparaç(o pr&#nupcial poderia promover aurgncia desta maturidade antes do engajamentodefinitivo' Mas, se for claro !ue o casal @ou um dosc+njuges n(o assumiu tal compromisso, e eraincapa$ de fa$#lo, pode#se di$er !ue contra*rammatrim+nio crist(oN Mais ainda, deiando de lado

o consentimento original, se um casal se mostraincapa$ de viver um com o outro e pelo outro comcerta dose de %oa vontade, tal matrim+nio seriarealmente um casamento crist(oN Deve,necessariamente, ser considerado indissol6velpela lei da /grejaN<(o se promove o sucesso do casamento crist(o,

em nossos dias, insistindo na indissolu%ilidade deum matrim+nio cuja nulidade n(o possa ser

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; casamento indissol6vel &, sem d6vida, o idealproposto por 7risto, ideal a ser fomentado pelaeducaç(o, e a ser tido como norma na pr"tica'Mas, !uando for %astante claro !ue um casal n(o

se comprometeu com a realidade do matrim+niocrist(o, e n(o pode mais viver junto, num esforçopara se amar mutuamente, & dif*cil desco%rirvalores a serem salvaguardados declarando taisc+niuges indissoluvelmente ligados pelo v*nculonupcial' Eles n(o est(o vivendo o matrim+niocidst(o, mas apenas a sua ficç(o legal' <(odeveriam ficar livres, perante a /greja, paraassumirem um verdadeiro v*nculo com outrapessoa, se e !uando forem capa$es de fa$#lo, oude o%terem a revalidaç(o de semelhantecompromisso, se j" assumidoN Mesmo se o ditocasal tiver filhos, o %em#estar destes n(o & pro#

movido se viverem num clima de desamor-possi%ilitar a seus pais de se separarem c, talve$,de tornarem a se casar, poderia tam%&m%eneficiar os filhos'Eiste, hoje em dia, profundo a%ismo entre omatrim+nio, como o considera a legislaç(o da

/greja, e a realidade humana do casamento, comoas pessoas a entendem e eperimentam' Muitosse preocupam cm viver o casamento de formarealmente humana, e muitos, !ue n(o seimpressionam com isso, a%andonam a /greja, a!ual, di$em eles, cuida apenas de preservar umainstituiç(o, n(o de ajudar as pessoas a viver

crist(mente' Mesmo casamentos consumadossacramentalmente podem ser dissolvidos

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tri%unais da /greja atina parecem inclinados aaplicar, cada ve$ mais largamente, os pric*pios !uelevam a declarar nulos os casamentos entrecat)licos e n(o#cat)licos' Desta forma, o

casamento indissol6vel n(o & a%soluto na pr"ticada /greja' Mas, ao mesmo tempo, a compleidadedo processo jur*dico adotado pelos tri%unaiseclesi"sticos em mat&ria de matrim+nio, criouo%st"culos intoler"veis ao %em#estar da!ueles aos!uais estes tri%unais deveriam servir, comotam%&m a%sorve um volume inacredit"vel detempo e energia sacerdotais, n(o s) dos !uetra%alham nos tri%unais, mas tam%&m dospastores, !ue devem coletar provas'Para proteger e incrementar, pois, valores hu#manos e crist(os do casamento, & necess"rio maise melhor preparaç(o para ele, e se eigem mais e

melhores serviços de consultoria, providenciados!uer pela /greja, !uer pela comunidade civil, a fimde ajudar as pessoas a salvar e melhorar seuscasamentos' Mas o !ue tam%&m & necess"rio,para casais !ue n(o podem viver juntos nocasamento, e n(o tm esperança de fa$#lo, & um

processo largamente simplificado para declarar talcasamento ineistente no parccer da /greja' 7omoGui$ing sugere, a melhor soluç(o poderia ser otreinamento de sacerdotes e leigos paratra%alharem ao lado de pessoas especiali$adas emassuntos matrimoniais, atri%uindo#lhes o poder dedecidir, com o parecer destes conselheiros, !ue

um dado casal n(o est" realmente vivendo emmatrim+nio e !ue seu casamento como entidade

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<aturalmente, o pensamento da /greja 7at)lica eda comunidade crist( ainda n(o se amadureceuneste sentido' <(o presumimos antever odesenvolvimento !ue o futuro nos reserva, neste

campo, do ponto de vista das cincias sociais, dateologia ou da lei can)nica' Mas podemos di$er,com alguma certe$a, !ue tal evoluç(o, para serautntica, dever" esclarecer e promover osvalores pessoais do casamento e da vida familiar,a fim de tornar menos dif*cil a compreens(o e apossi%ilidade de viver o matrim+nio como vocaç(opara o amor' En!uanto isso, a nossa tarefa decasados & tentar viver esta vocaç(o, e educarnossos filhos, procurando fa$#los compreendersua verdadeira nature$a, como forma de servir aDeus e aos homens'

$N% Educa0ão Sexual ou Educa0ãoPara o Amor2

:eformadores sociais desanimados afirmaram,certa ve$, !ue a 6nica maneira de melhorar ahumanidade seria matar todos os pais e

professores e tra$er uma legi(o de arcanjos paraeducar as crianças' A!ueles dentre n)s !ue s(opais ou educadores @e provavelmente tam%&m os jovens, dos !uais estamos encarregados, podem,de certo modo, concordar com esta opini(o' Tudo!ue temos feito parece, tantas ve$es, se n(opositivamente errado, pelo menos pateticamente

inade!uado' uase todos concordariam !ue isto &so%remaneira verdadeiro no campo da educaç(o

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em geral, desapontaram, e ainda est(odesapontando os jovens, neste ponto- !ue urgeprocurar meios e programas melhores'Mas, como esperamos ter demonstrado neste

livro, o pro%lema central consiste eatamente emnossa tendncia a considerar o 5seo5 como algoisolado, separado do resto da vida humana- porconseguinte, encaramos a 5educaç(o seual5como algo !ue se acrescenta 3 educaç(o de umacriança ou de um adolescente' A seualidade n(o& um aspecto separ"vel da vida humana- afetatodo o nosso viver e amar' A educaç(o seual,pois, n(o oode ser dada como algo separado daeducaç(o glo%al da criança para viver e amar'; per*odo crucial da primeira inf=ncia fundamentaas atitudes %"sicas da pessoa para consigomesma, para com os outros, para com a

seualidade pr)pria e alheia' A criança copia estasatitudes o%servando o comportamento !ue os paismanifestam, um pelo outro, em relaç(o a ela e aosoutros mem%ros da fam*lia' Estas atitudes s(oaprofundadas e modificadas nos anos !ue ospsi!uiatras chamam de per*odo da seualidade

5latente5, anos em !ue a criança começa a formarnormas mais conscientes de comportamento,resultantes da interaç(o com as normas depessoas !ue n(o sejam seus pais' Depois, nosegundo per*odo cr*tico, na adolescncia, odespertar para a seualidade acha#se intimamenteligado com o despertar do jovem para uma

procura mais epl*cita de sua personalidade e danecessidade de se unir com outros jovens Mas

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suas atitudes j" eistentes, rece%idas so%retudode seus pais, assim como pelas atitudes !ue ele,inconsciente ou conscientemente, perce%e emseus coet=neos e nos adultos'

Em outras palavras, os pais realmente iniciam aeducaç(o seual de seus filhos no dia em !ueestes nascem @ou talve$ mesmo antes, atrav&s desuas atitudes para consigo mesmos, para comseus corpos, de um para com o outro, para com ofilho e a vida em geral' Eles ministram essaeducaç(o pela maneira como sentem c agem navida di"ria, durante os anos de crescimento dofilho, atrav&s de todos os contatos com ele, n(oapenas !uando respondem 3s suas perguntasso%re a origem dos %e%s' ; !ue !uer !uepossam, ou n(o, di$er eplicitamente so%re oseo, est(o, sem cessar, comunicando suas

pr)prias atitudes e id&ias so%re o !ue significa seruma pessoa ciente de seu corpo, uma pessoaseuada, so%re o !ue significa amar e ser amado'G", portanto, pouca utilidade em tentar capacitaros pais a darem eplicaç(o mais claras eade!uadas dos 5fatos da vida5, a menos !ue

tam%&m lhes sejam dadas oportunidades paraeaminarem e, se necess"rio, melhorarem suaspr)prias atitudes e id&ias em relaç(o ao amor, 3seualidade e a seus pr)prios corpos'Para começar por esse 6ltimo aspecto, uma crian#ça n(o se %eneficiar" por seus pais lhe contaremalgo so%re a 5%ondade5 das partes seuais e so%re

os fen+menos do corpo humano masculino efeminino se eles mesmos se comportarem na vida

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preciso envergonhar#se, ou se lhe inculcaremmedo e sentimento de culpa a respeito de!ual!uer )rg(o ou funç(o do corpo @por eemplo,afastar suas m(os, com epress(o de horror,

!uando a criança eplora o pnis 1 uma aç(o t(onatural e inocente, como a de contar os dedos dosp&s' M(es e pais devem ser convidados aeaminar suas atitudes em relaç(o a seus corpos etodos os aspectos f*sicos da vida, inclusive aconjunç(o carnal, para ver se h" necessidade detorn"#los mais sadios e realistas- pois os paiscomunicam suas atitudes aos filhos muito antes detentar falar#lhes com fran!ue$a so%re os )rg(os eas funções seuais'Muitos psic)logos ressaltam so%remaneira a im#port=ncia do modo de ensinar o uso da toilette,n(o apenas por!ue & uma das primeiras

recomendações dos pais 3s crianças so%re comotratarem o pr)prio corpo, mas tam%&m por!ue issopode afetar muito a atitude de uma criança emrelaç(o a seu corpo' /nculcar sentido derepugn=ncia ou de culpa relativamente a !ual!uerdas partes do corpo ou de seus processos &,

naturalmente, um fundamento desfavor"vel parauma ulterior educaç(o do corpo como instrumentode amor'<este sentido, afirmou#se muitas ve$es !ue ospais deveriam ensinar aos filhos os nomescient*ficos eatos dos )rg(os genitais, mostrando#se dispostos a dar#lhes uma vers(o simplificada

dos processos de concepç(o, gestaç(o enascimento !uando fi$erem perguntas a respeito

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preparados para ministrar a seus filhosinformações ade!uadas so%re todas as partes docorpo e seus processos, para ajud"#los a ad!uirirum vasto conhecimento de toda a sua estrutura

org=nica' 7umpre proporcionar, tam%&m, 3scrianças, alguma noç(o das interações entre apsi!ue e o corpo 1 por eemplo, !ue a gente podesentir#se mal !uando est" com medo, ou !uandon(o se !uer ir 3 escola' A criança, na medida desua capacidade, deve ser instru*da so%re o pr)priocorpo como entidade pessoal, como parte do 5eu5,dando#lhe condições para trat"#lo como tal'7omo foi dito muitas ve$es, os pais n(o deveriamtentar dar 3 criança informações so%re 5a origemdos %e%s5 mais do !ue peçam, o !ue &, em geral,muito menos do !ue um adulto poderia supor' ;per*odo !ue precede a adolescncia, isto &, da

5seualidade latente5 parece a melhor &poca paraministrar 3s crianças informações mais precisas ecient*ficas' /sto poder" ser feito na escola, na aulade cincia, se os pais tiverem, antes,providenciado o necess"rio conteto de atitudessadias' ;ra, talve$, em alguns casos, tais aulas

poderiam oferecer uma oportunidade para aeducaç(o dos pais, iniciando com o por!u de aescola estar ministrando semelhantes aulas 3scrianças, em n*vel escolar' As crianças, nestaidade, interessam#se normalmente por !ual!uerfato, e, se forem educadas sadiamente, v(oencarar esta mat&ria como todas as outras' Mas,

a!ui entra em jogo a atitude dos professores' >eeles n(o estiverem em condições de tratar com

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cient*fico, e se ficarem perpleos sem sa%er o !uetransmitir 3s crianças, cumpre#lhes eaminar#se edesco%rir a ra$(o da sua incerte$a, antes deaceitar o ensino na!uela classe'

7onvidar os pais @e tam%&m os professores a ea#minarem suas atitudes so%re o corpo humano &,pois, um aspecto muito importante para melhorara educaç(o seual' Mas isto n(o pode ser feitosem convid"#los a eaminarem suas atitudes emtorno da pr)pria masculinidade ou feminilidade, daseualidade como elemento essencial no amor, emtorno do relacionamento conjugal e do amor' <(oadianta um nai di$er a seu filho !ue 5o seo &epress(o de amor5, se a criança n(oeperimentou o amor em sua vida familiar, oueperimentou#o como sufocante ou dominador, en(o sentiu a seualidade como elemento

integrante e alegre do amor' ;s pais, portanto,precisam ser auiliados a entender os re!uisitosde todo amor, as !ualidades especiais do amorconjugal, e tam%&m as caracter*sticas pr)prias doamor paterno- devem possuir algumas noções%"sicas das principais fases do desenvolvimento

emocional da criança, para poderem am"#la maisinteligentemente'A!ueles dentre n)s !ue aceitaram o cargo dapaternidade nos anos de [ viveram momentosde grande confus(o com as teorias em conflitoso%re o modo de criar os filhos? alimentar o %e%de acordo com um hor"rio ou !uando ele !ueriaN

>er r*gido ou toleranteN :ece"vamos frustrar odesenvolvimento emocional do filho se lhe

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perigo de prejudic"#lo, se nos mostr"ssemosecessivamente indulgentes' ; !ue nenhum livroso%re cuidados infantis esclarecia suficientemente1 e isso teria, se n(o facilitado, pelo menos

simplificado as coisas 1 era a etremaimport=ncia de amar a criança e evidenciar esteamor' Todos os especialistas em psicologia infantilcertamente concordavam em afirmar !ue todacriança, desde o primeiro instante de vida etra#uterina, e durante todo o crescimento, necessitaso%retudo de amor ardente e protetor, capa$ deinfundir#lhe o sentido de seu valor e a coragempara sair de si mesma, e começar a amar, em%usca de sua reali$aç(o'Mas, amar um filho n(o significa sufoc"#lo comatenções ou superproteg#lo, ou ser sentimental aseu respeito' ; amor paterno deve ser amor real,

com todos os re!uisitos !ue procuramos descreveranteriormente, neste livro 1 amor !ue respeite adignidade de criança como pessoa livre eaut+noma- amor !ue, gradualmente, a inicie noautocontrole e na li%erdade' Todos os paiscompreendem !ue devem amar seus filhos, mas

muitos tm id&ias muito confusas so%re o !ue esteamor deveria ser, e como eprim*#lo da melhorforma'Por eemplo, durante os primeiros anos, a criançainteriori$a as eigncias conscientes einconscientes de seus pais, formando o !ue osfreudianos chamam de 5superego5 1 um

am"lgama de ini%ições e canali$ações de seusanseios para satisfa$er suas necessidades

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ressaltar a import=ncia vital de impor disciplina 3criança, numa atmosfera de amor, durante estafase, ajudando#a a conseguir no futuroautocontrole, impondo#lhe controles eternos' ;

filho tem muito medo de perder o amor dos pais'Ele precisa assegurar#se de !ue umadeso%edincia ou falha em aceder 3s eignciaspaternas n(o o far(o perder a!uele amor' /sto n(osignifica !ue nunca se devam punir as crianças ou!ue ficariam elas emocionalmente prejudicadas,por toda a vida, se os pais as repreendessem'>ignifica !ue apesar dos gritos, das palmadas, oumesmo de alguma eventual injustiça real por partedos pais, a criança & capa$ de sentir !ue lhe!uerem %em, com afeiç(o ardente, !ue jamais seetingue'Ajudar os pais crist(os a terem id&ias mais claras

so%re as prerrogativas do amor paternal &importante, tam%&m, levando#se em consideraç(o!ue a criança ad!uire a primeira id&ia de Deus,o%servando o comportamento e o amor dos pais'Ad!uire a id&ia do tipo de resposta !ue Deusespera para seu amor, por analogia com a

resposta !ue os pais esperam' >e estes ameaçamretirar sua afeiç(o !uando a criança se comportamal, ser" dif*cil convenc#la, mais tarde, de !ueDeus n(o fa$ o mesmo' >e lhe impõem o%edinciapor medo, ser" dif*cil para a criança, mais tarde,tentar responder ao apelo de Deus com amor'Desde !ue todo o campo do desenvolvimento da

conscincia est" intimamente ligado com a epe#rincia da criança em torno do amor dos pais

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do verdadeiro amor? se amarem realmente seusfilhos, dever(o educ"#los, gradualmente, rumo 3li%erdade respons"vel, n(o em direç(o 3o%edincia 5cega5'

>e !uisermos proporcionar aos jovens de hoje e deamanh( uma educaç(o seual melhor do !ue aoue rece%eram at& hoje, devem os pais ad!uirirmelhor noç(o do amor humano e divino 1 e dopapel da seualidade e do corpo no amor'.eli$mente, a grande maioria dos pais dispõem#sea fa$er por seus filhos o !ue jamais fariam por simesmos' >e se convencerem da necessidade dereeaminar suas id&ias e atitudes nesta mat&ria,far(o pelo menos um esforço real para seadaptarem, aceitando a cola%oraç(o de especialis#tas'Mas n(o %asta a orientaç(o dos pais' ;s adoles#

centes, em%ora muito %em educados por paisamorosos, precisam de au*lio para começar aintegrar todos os elementos no amor humano, emcujo conhecimento v(o se iniciando, e esta ajudadeve vir preferivelmente, de adultos !ue n(osejam seus pr)prios pais' @<(o !ue os pais n(o

devam tomar parte neste tra%alho- cumpre#lhespermanecer dispon*veis, por&m sem eclusivismo-precisam estar prontos a aconselhar e ajudar, ousimplesmente a estarem juntos com seus filhos,encorajando#os, animando#os' Mas, s) seintrometer(o com conselho, ou o%rig"#los#(o aseguir determinada linha, !uando isso for

compat*vel com os ditames de uma e!uili%radaprudncia

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escolas ou associações, em discussões de grupo,ou coisa semelhante' ;s jovens poderiam serauiliados a distinguir entre relacionamentoverdadeiro e falso, a entender a din=mica das

relações autnticas, a aprender maisconscientemente as !ualidades do verdadeiroamor, e a ver como a regra do amor se aplica emsituações concretas' <este conteto, pode#semostrar#lhes o papel positivo da seualidade, suasdiferentes manifestações no homem e na mulher,a maneira de coloc"#la a serviço do amor e o usoade!uado do corpo no afeto e na relaç(o seual';utro aspecto essencial poderia ser constitu*dopor de%ates realistas so%re o modo de esta%elecerrelações com pessoas !ue n(o compartilham amesma filosofia do amor? como dar testemunho dapr)pria f& sem ser pedante' ; uso de %ons filmes e

romances, naturalmente, seria uma ajuda parapromover e fa$er refletir, descortinando acompleidade infinita das relações humanas, aspotencialidades destrutivas e criadoras do amor eda seualidade, o esforço !ue o amor eige, asalegrias e a satisfaç(o !ue oferece'

Professores e conselheiros, a !uem incum%e orien#tar tais de%ates, necessitam de informações maisdo !ue eatas so%re os )rg(os, as relações seuaise os v"rios aspectos do matrim+nio' Eles, tam%&m,precisam eaminar suas pr)prias atitudes emrelaç(o 3 vida e ao amor, 3 seualidade e aopr)prio corpo, pois s(o estas atitudes a!uilo !ue,

em 6ltima an"lise, ir(o comunicar' ; mesmo vale,o%viamente para os encarregados de cursos pr&#

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F claro, portanto, !ue a a%ordagem da educaç(oseual c da consultoria matrimonial h" decompreender um programa de educaç(o para oamor' Tal educaç(o &, propriamente, um aspecto

da educaç(o religiosa- 3 lu$ de Deus, !ue noschama e nos capacita a amarmos a ele e uns aosoutros, & !ue a tarefa do amor humano pode servista em todas as suas dimensões, e em toda asua urgncia' 7ontudo, en!uanto um humanistan(o crente, como Erich .romm, & capa$ de ajudaras pessoas a aprender a amar, um crente !uepossua id&ia de Deus e de suas relações com a hu#manidade alheia ao amor, seria incapa$ de fa$#lo'A educaç(o religiosa, em todos os n*veis, devetentar mostrar o conceito da vida crist( delineadonos documentos do 7onc*lio 0aticano //' >) assim aeducaç(o crist( para o amor humano ter"

fundamento e se en!uadrar" em um justoconteto'Mas isto n(o significa !ue a educaç(o para o amordeva ser deiada s) a cargo de educadores re#ligiosos' A cooperaç(o de especialistas em todasas cincias e artes !ue lidam com a psi!ue e o

corpo humano, com a fam*lia e com a pessoa,como mem%ro da sociedade, ser" necess"ria paraprogramar a melhor maneira de ministrar essaeducaç(o em suas multiformes epressões,tornando#a sempre mais acess*vel' F tarefa !ueeige tato, delicade$a, respeilo pela li%erdade,conhecimento das pessoas e jeito para lidar com

elas' <ossa pai(o por respostas simples apro%lemas compleos e pela apresentaç(o com#

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ser captadas pela intuiç(o, nosso gosto emprodu$ir tetos e programas ao n*vel somente depessoas treinadas, inteligentes e sens*veis, s(operigos contra os !uais cumpre tomar todas as

precauções poss*veis, a fim de !ue, tentandoajudar2 a amar, n(o manchemos o esplendor doamor, nem prejudi!uemos sua vitalidade' Poroutro lado, continuar organi$ando cursos deatuali$aç(o, ou coisas semelhantes, em vista daeducaç(o seual, separando#a de seu contetonatural do amor, & encorajar a desumanaseparaç(o entre o seo e a vida humana, entre oseo e o amor'F l*cito, pois, esperarmos !ue a cooperaç(o fru#tuosa entre educadores religiosos e seculares, e osv"rios institutos e centros de consultoria pr&#matrimonial, auiliados por especialistas nos

v"rios ramos das artes e cincias, consiga ela%orarprogramas ade!uados 3s necessidades dos v"riosgrupos, e 3s diferentes faias de idade' .a$emosvotos !ue estes programas sejam apenas umaspecto de todo o dinamismo do pensamento e davida da /greja, orientada em direç(o ao amor, 3 lu$

e no poder do Esp*rito'Podemos, ainda, esperar !ue a onda atual de in#teresse por uma educaç(o seual mais ade!uada,possa levar a um reeame de toda a educaç(o etra$er 3 tona a necessidade de orden"#la maisefetivamente numa linha personalista e realmentehumana' Ge%reus, humanistas e crist(os, todos

concordam, por mais diferentes sejam suas formasde epress(o !ue a tarefa da humanidade &

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pessoas, !ue livremente contri%uem para o %em#estar e o desenvolvimento m6tuo?<o !ue di$ respeito 3 f& em Deus e em nossatarefa, !ual!uer !ue seja nossa opini(o !uanto 3

sua fonte 1 para alguns, resposta a um chamadode Deus- para outros, criaç(o puramente humana1 ela nos impõe o dever de cuidar !ue cadahomem se torne um homem, um coraç(o ardentede iniciativa, um poeta no sentido mais profundodo termo- algu&m !ue eperimentou, dia ap)s dia,a superaç(o criadora de si mesmo 1 !ue oscrist(os denominam transcendncia, e n)s,autntica humanidade'Este ideal & %astante su%lime, e de reali$aç(oassa$ dif*cil, para eigir esforços conjugados detodos n)s, mesmo !ue tenhamos de ver !ueimarno fogo do di"logo, !ue nos permite encontrar#nos

%em no fundo de n)s mesmos, no limiar da %ase 1!uanto em n)s impede de nos tornarmos o !uesomos' Este & o sentido luminoso !ue <a$imGi9met # deu 3 chama de purificaç(o do sacrif*cio?Se eu n#! *ueim!, F Se v!> n#! *ueima, F Se nGsn#! *ueimam!s, F 7!m! $ *ue as s!mras F Se

t!rnar#! luz8 Talve$ a necessidade clara e urgente de encontrarmelhores soluções para os pro%lemas levantadospela seualidade na civili$aç(o ocidentalcontempor=nea, possa forçar um reeame dopapel do amor humano na construç(o desta

sociedade, e uma reorgani$aç(o da educaç(o e deoutras instituições para incrementar de modo

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humanas capa$es de amor e de aç(o amorosa'Este livro tentou demonstrar !ue & tanto poss*vel!uanto essencial, para os crist(os, cola%orar nestatarefa de atri%uir 3 seualidade seu pr)prio papel

no amor e, ao amor, sua funç(o pr)pria na vidahumana, em%ora isso eija mudança em nossomodo de pensar e em nossas instituições' >e, dealguma forma, nosso tra%alho inspirar os leitores aconsiderarem e de%aterem os meios para amar#nos mutuamente, da melhor maneira poss*vel, 5emaç(o e em verdade5, ter" alcançado seu o%jetivo'

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