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  • 8/18/2019 Anais Do Xxxi Eeg

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    ISSN: 1983-070X

    XXXI Encontro Estadual de

    Geografia

    O professor, o bacharel e o estudante:

    diferentes ações, as mesmas geografias?

    ANAIS

    De 18 a 20 de Maio de 2012/ Rio Grande/RS

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    Capa: FURG –  Campus Carreiros

    E56a Encontro Estadual de Geografia (31 : 2012 : Rio Grande,RS)

     Anais do XXXI Encontro Estadual de Geografia  – O professor, o bacharele o estudante : diferentes ações, as mesmas geografias? [Recurso Eletrônico]- FURG; realizado em 18 a 20 de maio 2012 / organizado por Tuana da CostaHeres .- Rio Grande : Editora da FURG, 2012.

    22,8 KB ; PDF.

    ISSN:Disponível em: http://agb-portoalegre.webnode.com.br

    1. Geografia 2. Educação 3. Ensino I. Heres, Tuana da Costa II.Título

    CDU: 91(816.5)

    Bibliotecária responsável pela catalogação: Jandira Maria Cardoso Reguffe - CRB 10 / 1354

    Informações recebidas :O tamanho do arquivo é 21,4MB e será disponibilizadono formato PDF na página: http://agb-portoalegre.webnode.com.br/ 

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    MEMBROS DA GESTÃO 2012 –  2014 DA AGB – SEÇÃO PORTO ALEGRE

    Adriana Dorfmann –  Comissão de Publicações e IntercâmbioAndréa Ketzer Osório –  Diretoria e Comissão de Ensino e Educação Popular

    Artur Czermainski Klassmann - Comissão de Ensino e Educação PopularBruno Xavier Silveira - Coletivo de Secretaria e Comissão de Ensino e Educação PopularCarlos Aigner - Comissão de Ensino e Educação PopularCláudia Pires - Comissão Interdisciplinar de Assuntos Profissionais e Comissão deMovimento UrbanoCristiano Quaresma de Paula - Comissão de Geografia e AmbienteDilermando Cattaneo da Silveira –  Comissão de Geografia e AmbienteDirce Maria Antunes Suertegaray - Comissão de Geografia e AmbienteEvelin Cunha Biondo - Comissão de Geografia e AmbienteEverton de Moraes Kozeniesky –  Comissão Interdisciplinar de Assuntos ProfissionaisFabrício da Silva Caetano - Comissão de Geografia e Ambiente e Comissão Interdisciplinar

    de Assuntos ProfissionaisFelipe Akauan Silveira - Coletivo de Publicações e IntercâmbioFelipe da Costa Franco - Coletivo de Comunicação e Comissão de Movimento UrbanoGerson Pagano Galli - Comissão Interdisciplinar de Assuntos ProfissionaisIgor Dalla Vecchia - Coletivo de Publicações e Intercâmbio e Comissão de Movimento UrbanoJoão Pedro Izé Jardim - Comissão de Movimento UrbanoKinsey Pinto - Comissão de Ensino e Educação PopularLara Machado Bitencourt –  Coletivo de Comunicação e Comissão de Movimento UrbanoLara Caccia Schmitt - Coletivo de Tesouraria e Coletivo de Publicações e IntercâmbioLuciana de Mello - Coletivo de Comunicação e Comissão de Geografia e AmbienteLucimar Fátima Siqueira –  Comissão de Movimento UrbanoMarcelo Lopes de Souza - Comissão de Movimento UrbanoMarília Guimarães - Coletivo de Tesouraria e Comissão de Movimento Urbano

     Nelson Rego - Comissão de Movimento Urbano Neudy Alexandro Demichei - Comissão de Ensino e Educação PopularRafael Zílio - Comissão de Movimento UrbanoRenan Darski - Coletivo de Secretaria e Comissão de Ensino e Educação PopularRenan William Freitas –  Coletivo de Secretaria e Comissão de Ensino e Educação PopularRenata Ferreira da Silveira –  Diretoria e Comissão de Movimento UrbanoRosilene Mendonça Dutra - Comissão de Ensino e Educação PopularSabrina da Rosa Freitas - Coletivo de Secretaria e Comissão de Movimento Urbano

    Shaiane Carla Gaboardi - Comissão de Movimento EstudantilSian Carlos Alegre - Comissão de Movimento EstudantilSilvana Campos Silveira - Comissão de Geografia e AmbienteSinthia Cristina Batista - Comissão de Movimento AgrárioSuhellen Maiochi - Comissão de Movimento Estudantil e Comissão de Ensino e EducaçãoPopularTânia Ferreira da Luz - Comissão de Movimento AgrárioTarso Germany Dornelles - Comissão de Ensino e Educação PopularTheo Soares de Lima - Coletivo de Publicações e IntercâmbioTiago Bassani Rech –  Tesouraria e Comissão Interdisciplinar de Assuntos ProfissionaisTuana da Costa Heres - Comissão de Ensino e Educação Popular

    Wagner Innocencio Cardoso –  Coletivo de comunicaçãoWilliam Martins da Rocha –  Coletivo de Secretaria

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    COMISSÃO CIENTÍFICA

    Ail Conceição Meireles OrtizAlexandre Eslabão Bandeira

    Aline Weber SulzbacherAna Cristina AguiarAna Stumpf MitchellAndrey Luis BindaCarla HirtCarlos Henrique de Oliveira AignerCarmem Rejane Pacheco PortoCésar Augusto Ferrari MartinezCláudia Luísa Zeferino PiresCristiano Quaresma de PaulaDariane Raifur Rossi

    Débora Pinto MartinsDirce Maria Antunes SuertegarayÉderson NascimentoEdilson W. Pedroso JúniorElsbeth Léia Spode BeckerEvelin BiondoÉverton de Moraes KozenieskiFabio de Oliveira SanchesGisele Leite de LimaGislaine Mocelin AuzaniJosé Francisco MouraJuliane Magagnin Da SollerJussara MantelliKinsey Santos PintoLia Margot VieroLucimar Fatima SiqueiraMárcio Freitas EduardoMaurício MeurerPaola Gomes PereiraPaula Florencio RamiresRafael Zilio Fernandes

    Ricardo Antônio Santos da SilvaSinthia Cristina BatistaValdemar ValenteVitor Ângelo Villar BarretoWagner Batella

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    PROGRAMAÇÃO

    SEXTA-FEIRA (18/05) 

    9hs as 12hs –  Credenciamento

    Local: Saguão do CIDEC-SUL

    13:30hs as 17:30hs –  Minicursos e Oficinas

    Local: Pavilhões do Campus

    17:30 às 19hs –  Espaço de convivência

    Local: todo o lugar.

    19hs –  Abertura do encontro

    Local: CIDEC-SUL (Auditório Oceanos)

    19:15hs –  Apresentação "Circo Rosa dos Ventos"

    Local: CIDEC-SUL (Auditório Oceanos)

    20:00hs –  Diálogo de Abertura

    "O lugar da formação profissional na produção geográfica brasileira"  

    Paulo Roberto Rodrigues Soares (UFRGS)

    Paulo Roberto Raposo Alentejano (UERJ-FFP/AGB-DEN)

    Debatedor: William Martins da Rocha (FURG/AGB Porto Alegre)

    Local: CIDEC-SUL (Auditório Oceanos)

    SÁBADO (19/05) 

    9hs as 12hs e 13:30hs às 17:30hs –  Espaços de Diálogos e Práticas (EDP’s) 

    Local: Pavilhões do Campus

    18hs às 19hs –  Lançamento de livros

    Local: CIDEC-SUL (Auditório Oceanos)

    19:30hs

    Mesa 1 - "Tecendo o ensino de Geografia no século XXI"

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    Antônio Elisio Garcia Sobreira

    Vânia Alves Martins Chaigar (FURG)

    Debatedor: Bruno Xavier Silveira (Rede municipal de Taquara/AGB Porto Alegre)

    Local: CIDEC-SUL (Auditório 1)

    19:30hs

    Mesa 2 - "O papel do bacharel em Geografia: da formação à atuação profissional"

    Cristiano da Silva Rocha Diógenes (UNICAMP)

    Rafael Lacerda Martins (ULBRA/AGP-RS)

    Debatedora: Lucimar Fátima Siqueira (AGB Porto Alegre)

    Local: CIDEC-SUL (auditório 2)

    22:30hs –  Jantar de confraternização

    Venda dos ingressos no saguão do CIDEC-SUL

    Local: Recanto do Sabor, av. Itália (RS 734) junto ao Posto Energia (próximo do acesso ao

    aeroporto)

    DOMINGO (20/05) 8hs às 11hs –  Assembléia Estadual da AGB

    Local: CIDEC-SUL (Auditório 1)

    11hs –  Diálogo de Encerramento

    "O professor, o bacharel e o estudante: diferentes ações, as mesmas geografias?” 

    Ana Cristina Duarte de Aguiar (FURG/MNLM)

    Roberto Verdum (UFRGS/AGP-RS)Felipe da Costa Franco (Coletivo de Apoio a Reforma Urbana - CARU/AGB Porto Alegre)

    Debatedora: Renata Ferreira da Silveira (AGB Porto Alegre)

    Local: CIDEC-SUL (Auditório Oceanos)

    13:30hs às 18hs –  Saídas de Campo

    Local da saída dos ônibus: Estacionamento do CIDEC-SUL

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    DIÁLOGOS E MESAS-REDONDAS

    - Diálogo de abertura: 

    "O lugar da formação prof issional na produção geográfica brasil eir a "

    Paulo Roberto Rodrigues Soares (UFRGS)

    Paulo Roberto Raposo Alentejano (UERJ-FFP/AGB-DEN)

    Debatedor: william Rocha (FURG/AGB Porto Alegre).

    - Mesa redonda 1:

    "Tecendo o ensino de Geografia no século XXI"

    Antônio Elisio Garcia SobreiraVânia Alves Martins Chaigar (FURG)

    Debatedor: Bruno Xavier Silveira (Rede municipal de Taquara/AGB Porto Alegre)

    - Mesa redonda 2 

    "O papel do bacharel em Geografia: da formação à atuação profissional"

    Cristiano da Silva Rocha Diógenes (UNICAMP)

    Rafael Lacerda Martins (ULBRA/AGP-RS)Debatedora: Lucimar Fátima Siqueira (ONG CIDADE/AGB Porto Alegre)

    - Diálogo de encerramento 

    "O professor, o bacharel e o estudante: diferentes ações, as mesmas geografias?”  

    Ana Cristina Duarte de Aguiar (FURG/MNLM)

    Roberto Verdum (UFRGS/AGP-RS)

    Representante do CARUDebatedora: Renata Ferreira da Silveira (AGB Porto Alegre)

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    TRABALHOS DE CAMPO

    Centro Histórico de Rio Grande

    Proponente: Solismar Fraga Martins

    Laguna dos patos, Praia do Cassino e Barra do Rio Grande

    Proponente: Ulisses Arrieche

    Pólo Naval

    Proponente: Marcelo Vinícius de la Rocha Domingues

    Taim –  Reserva Ecológica e Lagoa Mirim

    Proponentes: Silvana Campos Silveira e NEMA

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    APRESENTAÇÃO

    É com grande satisfação que divulgamos o livro de anais do XXXI   Encontro

    Estadual de Geografia - “O professor, o bacharel e o estudantes: diferentes ações, as mesmasgeografias?”, realizado entre os dias 18 e 20 de maio de 2012, no município de Rio Grande,

    nas dependências da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) –  Campus Carreiros.

    O EEG contou com aproximadamente 350 participantes inscritos (e visitantes)

    que puderam interagir ao longo das atividades do encontro. Tivemos   mais de 120

    contribuições nos Espaços de Diálogo e Práticas (EDP), além de 9 Oficinas e Minicursos, 4

    conferências (diálogo de abertura, diálogo de encerramento, mesa redonda 1 e mesa redonda

    2), 4 Trabalhos de Campo,  além de outros diversos espaços de convivência e troca deexperiências. 

    O presente livro está estruturado inicialmente na apresentação das   informações

    gerais referentes ao XXXI Encontro Estadual de Geografia. Na sequência seguem os trabalhos

    completos apresentados ao longo dos 9 eixos  de Espaços de Diálogo e Práticas.  

    O sumário está ordenado por eixos (1 ao 9) e, por ordem alfabética de títulos.

    Gestão 2012 - 2014 da AGB - Seção Porto Alegre 

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    SUMÁRIO

    EIXO 1 –  GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO

    A CONTEXTUALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

    ADULTOS...............................................................................................................................11

    A GEOGRAFIA FÍSICA ATRAVÉS DA IMAGEM FOTOGRÁFICA: TENDANDO

    ROMPER COM O IMAGINÁRIO SOCIAL......................................................................27

    A IMPORTÂNCIA DE CONHECER E VIVENCIAR O COTIDIANO ESCOLAR PARA

    A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA: UM RELATO DEEXPERIÊNCIA.......................................................................................................................38

    A PAISAGEM COMO CONCEITO ESTRUTURADOR NO ENSINO DE GEOGRAFIA:

    PERCEPÇÃO E (RE)CONSTRUÇÃO DA PAISAGEM...................................................45

    ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA ATRAVÉS DO (RE)CONHECIMENTO DO

    LUGAR: JOGO DIGITAL “PEDRINHO EM: CONHECENDO O MAPA”..................55 

    ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA: construindo o conceito de espacialidade.............66ANÁLISE DOS CONTEÚDOS DE GEOMORFOLOGIA DO MATERIAL DIDÁTICO

    DE GEOGRAFIA DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL UTILIZADO PELAS

    ESCOLAS MUNICIPAIS DE UBERABA-MG...................................................................77

    AS CONTRIBUIÇÕES DA GEOGRAFIA COMO DISCIPLINA ESCOLAR PARA O

    CAMPO....................................................................................................................................85

    CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO TERMO CULTURA E SUAS

    VINCULAÇÕES NA PERSPECTIVA DA PROPOSTA FREIREANA...........................95

    EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: PRÁTICAS E

    PERSPECTIVAS GEOGRÁFICAS EM ESCOLAS DE IJUÍ/RS E

    GRAVATAÍ/RS.....................................................................................................................105

    EDUCAÇÃO BRASILEIRA: FRACASSO OU PROGRESSO SOCIAL?!........................113

    ENSAIOS SOBRE AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO CONTINENTE

    AFRICANO...........................................................................................................................122

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    ENSINO DE GEOGRAFIA E O ESTUDO DO LUGAR......................................................133

    ENSINO E TECNOLOGIA: ELABORAÇÃO DE CD INTERATIVO SOBRE OS

    ASPECTOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS DE RESTINGA SECA/RS,

    COMO AUXÍLIO ÀS PRÁTICAS DIDÁTICAS DO ENSINO

    FUNDAMENTAL.................................................................................................................139

    FUTEBOL E IMAGEM NO ENSINO DE GEOGRAFIA....................................................147

    GEOGRAFIA E A CARTOGRAFIA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL E

    MÉDIO: uma relação complexa..........................................................................................154

    METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM: DINAMISMO NAS PRATICAS DE ENSINO

    DE GEOGRAFIA.................................................................................................................160

    MÍDIA, IMAGINÁRO SOCIAL E CONSUMO ENTRE CRIANÇAS E

    ADOLESCENTES: UMA DISCUSSÃO SOBRE AS DIFCULDADES DO

    DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A PARTIR DE UMA EXPERIENCIA NO

    ENSINO DE GEOGRAFIA.................................................................................................169

    O (RE)PENSAR DAS MEMÓRIAS ESCOLARES: UM PROJETO INTERDISCIPLINAR

    COM O AUXÍLIO DO ENSINO DA GEOGRAFIA........................................................178

    O ENSINO DE GEOGRAFIA E A ESCOLA DO CAMPO: TECNOLOGIAS DE

    INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS)...................................................................188

    O ENSINO DE GEOGRAFIA FRENTE AO ENEM: desafios e reflex(ações)...................196

    O ENSINO DE GEOGRAFIA NAS ESCOLAS DO CAMPO: A IMPORTÂNCIA DA

    FORMAÇÃO CONTINUADA............................................................................................207

    O ESTUDO DO MEIO COMO METODOLOGIA PARA A PERCEPÇÃO DA

    PROBLEMÁTICA SOCIO AMBIENTAL: VIVÊNCIAS TECIDAS NO

    PIBID......................................................................................................................................216

    O LIVRO DIDÁTICO: EDUCAÇÃO DO CAMPO..............................................................222

    O RURAL VIVENCIADO: EXPERIÊNCIA PRÁTICA NO ENSINO

    FUNDAMENTAL.................................................................................................................233

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    O TEMA SOLO NO ENSINO DE GEOGRAFIA NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO

    FUNDAMENTAL SANTO ISIDORO  –  GAURAMA/RS: UMA ANÁLISE A PARTIR

    DOS LIVROS DIDÁTICOS................................................................................................240

    O USO DO LIVRO DIDÁTICO COMO FERRAMENTA NO ESTÁGIO

    SUPERVISIONADO DE GEOGRAFIA............................................................................250

    RODAS DE FORMAÇÃO: DIÁLOGO NA FORMAÇÃO INICIAL COM O ESTÁGIO

    NA GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA..............................................................................258

    SITE PANORAMA LAVRENSE: A GEOGRAFIA REGIONAL APLICADA À

    INTERNET............................................................................................................................265

    UM BREVE RELATO, SOBRE A DIFÍCIL ARTE DA AVALIAÇÃO ESCOLAR,

    CONCEBIDO EM ESTÁGIO EM GEOGRAFIA NO ENSINO

    FUNDAMENTAL.................................................................................................................274

    UM OLHAR GEOGRÁFICO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA O

    PROFESSOR DE GEOGRAFIA........................................................................................280

    EIXO 2 –  PENSAMENTOS GEOGRÁFICOS

    A BUSCA DE CAMINHOS INVESTIGATIVOS A PARTIR DA COMPLEXIDADE DE

    EDGAR MORIN...................................................................................................................288

    ANÁLISE DOS EGRESSOS DO CURSO DE GEOGRAFIA BACHARELADO DA

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA OS

    FUTUROS GEÓGRAFOS...................................................................................................297

    AS MATRIZES GEOGRÁFICAS E O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA...........303

    EIXO 3 –  GEOGRAFIA E ESPAÇO AGRÁRIO

    A APOSENTADORIA RURAL E A PERMANÊNCIA NO CAMPO: ALGUMAS

    CONSIDERAÇÕES..............................................................................................................312

    A DIVERSIDADE PRODUTIVA DA AGRICULTURA NO MUNICIPIO DE CANGUÇU:

    REALIDADE E PERSPECTIVAS......................................................................................320

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    A FRUTICULTURA E A SILVICULTURA: NOVOS ATORES ECONÔMICOS NO

    PROCESSO DE DINAMIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA MICRORREGIÃO DA

    CAMPANHA CENTRAL/RS..............................................................................................331

    A REORGANIZAÇÃO ESPACIAL DO COREDE CENTRAL/RS: NOVAS DINÂMICAS

    ATRAVÉS DA LAVOURA EMPRESARIAL DA SOJA.................................................341

    ABORDAGEM SISTÊMICA E INTEGRADA DO ESPAÇO AGRÁRIO APLICADA NA

    ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL..........350

    AS RELAÇOES ENTRE AGROECOLOGIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UM

    CONTEXTO ESCOLAR: Um estudo na E.E.E.F. Dirceu Moreira - Santa

    Silvana/Pelotas-RS................................................................................................................361

    CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DO CONSUMIDOR DE PRODUTOS ORIUNDOS

    DA AGRICULTURA FAMILIAR COMERCIALIZADOS NAS FEIRAS LIVRES DO

    MUNICÍPIO DE ERECHIM-RS........................................................................................370

    O TERRITÓRIO RURAL EM UMA ANÁLISE: PARTIR DA MODERNIZAÇÃO

    AGRÁRIA PARA REFLETIR SOBRE A INFLUÊNCIA TERRITORIAL DAS

    AGROINDÚSTRIAS............................................................................................................379

    OS REFLEXOS DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO SOBRE A AGRICULTURA

    FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE LAJEADO –  RS..........................................................386

    OS AGRICULTORES FAMILIARES PRODUTORES DO ARROZ ECOLÓGICO NOS

    ASSENTAMENTOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE: SEUS

    IMPACTOS E SUAS INTERAÇÕES COM A COMUNIDADE E O MEIO-

    AMBIENTE...........................................................................................................................395

    REFLEXÕES SOBRE AS ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO SOCIAL E

    TERRITORIAL DA AGRICULTURA FAMILIAR CAMPONESA: O Cooperativismo

    em Assentamentos de Reforma Agrária.............................................................................401

    REFLEXÕES SOBRE AS FORMAS DE DOMINAÇÃO PURA NA PESCA ARTESANAL

    DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL........................................................................411

    SISTEMATIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE A PRODUÇÃO DA PISCICULTURA

    EM SANTA MARIA, COMO SUBSÍDIOS AO PLANEJAMENTO E À TOMADA DEDECISÕES - EDIÇÃO 2011................................................................................................421

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    EIXO 4 –  GEOGRAFIA E ESPAÇO URBANO

    A DESINDUSTRIALIZAÇÃO E O SURGIMENTO DAS FRICHES INDUSTRIELLES  

    NA ZONA PORTUÁRIA DE PELOTAS-RS....................................................................430

    A MOBILIDADE SUSTENTÁVEL E O MODO FERROVIÁRIO EM MUNICÍPIOS DA

    AGLOMERAÇÃO URBANA DO SUL..............................................................................441

    A ORGANIZAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL DAS CHARQUEADAS SANTA RITA E SÃO

    JOÃO E SEU ENTORNO: UM PROCESSO DE OCUPAÇÃO DO ESPAÇO POR

    SOCIEDADES DISTINTAS................................................................................................447

    A PRODUÇÃO NO TERRITÓRIO DO GRUPO DE ARTESÃS DA BARRA EM RIO

    GRANDE/RS.........................................................................................................................453

    AS POLITICAS PARA PRODUÇÃO DE MORADIA POPULAR EM RIO GRANDE  –  

    RS: OS EFEITOS DE UMA CRISE NAS DÉCADAS DE 1980/90.................................462

    AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE VIZINHANÇA: ESTUDO DE CASO EM

    SUPERMERCADO..............................................................................................................472

    BAIRRO NÃO É SOMENTE O LOCAL... .............................................................................481

    ENSAIO SOBRE PLANENJAMENTO URBANO SUSTENTÁVEL INTEGRADO: UMA

    PROPOSTA PARA O MUNICÍPIO DE TURUÇU-RS....................................................489

    ERECHIM PARA QUEM QUISER VER, DISCUTIR E INTERVIR: SOCIALIZANDO O

    PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOCIAMBIENTAIS

    DA CIDADE..........................................................................................................................499

    FORMAÇÃO DO BALNEÁRIO HERMENEGILDO EM SANTA VITÓRIA DO

    PALMAR/RS.........................................................................................................................510

    GEOGRAFIA DO CRIME: ANÁLISE DOS ÍNDICES DE CRIMINALIDADE NAS

    MODALIDADES DE CRIME CONTRA A PESSOA E CRIME CONTRA O

    PATRIMÔNIO, TENDO COMO BASE AS OCORRENCIAS CRIMINAIS

    RELATADAS PELO JORNAL A RAZÃO NO, NO PERÍODO DE SETEMBRO DE

    2008 A FEVEREIRO DE 2010 NA CIDADE DE SANTA MARIA/RS -

    BRASIL..................................................................................................................................520

    LEIS E PLANOS URBANOS E A PRODUÇÃO DA CIDADE DE ERECHIM-RS..........531

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    NOTAS SOBRE A RELAÇÃO CIDADE-CAMPO NO PENSAMENTO DE HENRI

    LEFEBVRE...........................................................................................................................542

    O NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO EXÓGENO E O IMPACTO SOBRE A

    ATIVIDADE PESQUEIRA NO MUNICÍPIO DE RIO GRANDE/RS...........................555

    OS IMPACTOS DA TERCEIRA PERIMETRAL (EM PORTO ALEGRE/RS)

    DISCURSIVIZADOS PELA VOZ DO POVO: O URBANO NA WEB..........................566

    PAISAGEM E AMBIÊNCIAS NA PERIFERIA URBANA: UM TEXTO A SER

    LIDO.................................................................................................................................... ..575

    PLANEJAMENTO URBANO: UM INSTRUMENTO DE

    REESTRUTURAÇÃO/REMODELAÇÃO DO ESPAÇO URBANO.............................584

    PLANEJANDO ARROIO DO PADRE...................................................................................593

    POLÍTICAS DE CONTROLE NO ESPAÇO PÚBLICO DE PORTO ALEGRE: UM

    OLHAR SOBRE O LARGO GLÊNIO PERES.................................................................602

    PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO: RIO GRANDE (RS) E OS IMPACTOS DO POLO

    NAVAL NO MERCADO IMOBILIÁRIO.........................................................................611

    TRAILERS , UMA FORMA LOCAL DE COMÉRCIO ALIMENTAR EM ESPAÇOS

    PÚBLICOS: ESTUDO DE CASO DA AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, PELOTAS-

    RS............................................................................................................................................619

    VILA CATINGA: UMA ANÁLISE SÓCIO TERRITORIAL..............................................626

    EIXO 5 –  GEOGRAFIA E QUSETÃO AMBIENTAL

    A PALEONTOLOGIA NO ENSINO DE GEOGRAFIA: EXPERIÊNCIAS A PARTIR DE

    ATIVIDADES LÚDICAS.....................................................................................................633

    ANÁLISE DE UM TRABALHO DE CAMPO: A CONSTRUÇÃO DA USINA

    HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE E O PROCESSO DE

    RETERRITORIALIZAÇÃO DAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS

    AFETADAS...........................................................................................................................644

    ASPECTOS FITOGEOGRÁFICOS DA VEGETAÇÃO VIÁRIA NA PAISAGEM

    URBANA DE CACHOEIRA DO SUL/RS.........................................................................655

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    BREVE ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DO ALUMÍNIO NO BRASIL –  ORIGEM,

    PRODUÇÃO, CONSUMO E A IMPORTÂNCIA RECICLAGEM................................666

    CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL E USO DA TERRA NAS MARGENS DO RIO

    VACACAÍ-MIRIM NO 5º DISTRITO ARROIO DO SÓ NO MUNICÍPIO DE SANTA

    MARIA, RS............................................................................................................................677

    ESTUDO SOBRE A  PERCEPÇÃO DE ALUNOS DA ESCOLA DE ENSINO

    FUNDAMENTAL CARLOS ANDRÉ LAQUINTINIE DE PELOTAS/RS ACERCA DO

    TEMA IMPACTO AMBIENTAL.......................................................................................686

    GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS JUNTO AOS CATADORES DO MUNICÍPIO DE

    RIO GRANDE (RS)..............................................................................................................695

    LICENCIAMENTO AMBIENTAL PORTUÁRIO  –   ESTUDO DE CASO: PORTO DO

    RIO GRANDE-RS................................................................................................................705

    MAPEAMENTO DA ÁREA CONSTRUÍDA SOBRE DUNAS ENTRE OS ANOS DE 2002,

    2006 E 2009 NO LOTEAMENTO ATLÂNTICO SUL, RIO GRANDE (RS)................711

    MINERAÇÃO DE AREIA E SUSTENTABILIDADE: ALGUMAS REFLEXÕES..........721

    O ENVERDECIMENTO DOS RESULTADOS FINANCEIROS........................................731

    OS IMPACTOS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE ARROIO DO SAL –  RS...............738

    OS PROBLEMAS AMBIENTAIS E A EVOLUÇÃO ANTRÓPICA DO ESPAÇO NO

    LOTEAMENTO MARINA ILHA VERDE.......................................................................749

    RECICLAGEM: UMA ALTERNATIVA CONSCIENTE PARA OS RESÍDUOS

    SÓLIDOS...............................................................................................................................759

    RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EXTRACURRICULAR: UM OLHAR

    DO GEÓGRAFO SOBRE A ATUAÇÃO DE ÓRGÃO PÚBLICO NA GESTÃO

    AMBIENTAL........................................................................................................................769

    RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PELOTAS - RS:

    GERAÇÃO, MANEJO E DESTINO..................................................................................776

    RESÍDUOS DE UMA OFICINA MECÂNICA E SEUS IMPACTOS NO MEIO

    AMBIENTE, SANTA MARIA, RS.....................................................................................786

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    EIXO 6 –  DINÂMICAS E PROCESSOS NATURAIS

    A SECA NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE SETEMBRO DE 2011 E FEVEREIRO DE

    2012.........................................................................................................................................793

    ANÁLISE DE SISTEMAS GEOMORFOLÓGICOS GLACIAIS COM A UTILIZAÇÃO

    DE EVIDÊNCIAS TEMPORAIS, SENSORIAMENTO REMOTO E SISTEMA DE

    INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS.....................................................................................806

    ATLAS DE NUVENS..................................................................................................................815

    COMPARAÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES MENSAIS EM ERECHIM (1999-2010) COM A

    NORMAL CLIMATOLÓGICA (1961-1990).....................................................................823

    ESTUDO DA AMPLITUDE TÉRMICA DA REGIÃO ADMINISTRATIVA AREAL DA

    CIDADE DE PELOTAS (RS) VERÃO DE 2011............................................................834

    ESTUDO DO AMBIENTE TÉRMICO DA REGIÃO ADMINISTRATIVA FRAGATA DA

    CIDADE DE PELOTAS (RS) VERÃO 2011.....................................................................841

    FATORES INFLUENCIADORES PARA A OCORRÊNCIA DE NEBULOSIDADE NA

    SERRA GAÚCHA................................................................................................................849

    MAPEAMENTO DOS PADRÕES DE FORMA DO RELEVO NA SUB-BACIAHIDROGRÁFICA ARROIO SANTA ISABEL, RS..........................................................862

    PROCESSOS EROSIVOS URBANOS: ESTUDO DE CASO NA BACIA

    HIDROGRÁFICA DO ARROIO OLARIAS, PONTA GROSSA –  PR..........................873

    UM BREVE ESTUDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE ENCOSTA

    EM CAÇAPAVA DO SUL...................................................................................................883

    VALIDAÇÃO ESTATÍSTICA DE DADOS DE PRECIPITAÇÃO NA AMÉRICA DO

    SUL.........................................................................................................................................894

    EIXO 7 –  GEOGRAFIA E CULTURA

    ANÁLISE DA ATIVIDADE TURÍSTICA NA ILHA DOS MARINHEIROS  –   RIO

    GRANDE/RS.........................................................................................................................904 

    CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-SOCIAL DA OCUPAÇÃO DA PEDREIRA DO

    ESTADO - CAPÃO DOLEÃO-RS......................................................................................914 

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    ESPAÇOS CULTURAIS: A MANIFESTAÇÃO NA CULTURA POLONESA NO

    MUNICÍPIO DE GUARANI DAS MISSÕES/RS.............................................................924 

    PERSPECTIVAS DA JUVENTUDE RURAL NA MODERNIDADE LÍQUIDA..............935 

    VISÕES DE MUNDO NA OBRA ‘DESCOBRIMENTO DO BRASIL’ DE

    PORTINARI..........................................................................................................................945 

    EIXO 8 –  GEOGRAFIA E POLÍTICA

    A TERRITORIALIDADE DO GRUPO ÉTNICO CIGANO EM GUARARAMIRIM-

    SC............................................................................................................................................952

    CHEFES DE FAMÍLIAS E POLÍTICAS PÚBLICAS: O CONTRASTE COM A

    REALIDADE NO BAIRRO GETÚLIO VARGAS (BGV), RIO GRANDE (RS)..........960

    FORMAÇÃO DE UMA REGIONALIDADE DA ACUMULAÇÃO CAPITALISTA: UMA

    PRIMEIRA CARACTERIZAÇÃO DA AGLOMERAÇÃO URBANA DE CAXIAS DO

    SUL/RS...................................................................................................................................970

    O MUNICÍPIO COMO ESCALA DE ANÁLISE PARA A GEOGRAFIAPOLÍTICA.............................................................................................................................979

    QUEM REGULA O SUCO DE LARANJA? AS BARREIRAS SANITÁRIAS

    AMERICANAS E A CITRICULTURA BRASILEIRA...................................................987

    EIXO 9 –  CARTOGRAFIA E GEOTECNOLOGIAS

    ALTERAÇÕES NO USO DO SOLO NA BACIA DO RIO DOS SINOS/RS NO PERÍODODE 1993-2009.........................................................................................................................998

    ANÁLISE DO POTENCIAL DAS ROTAS TURÍSTICAS DA MESOMERCOSUL COM

    O USO DA CARTOGRAFIA............................................................................................1008

    CARTOGRAFIA GEOGRÁFICA COMUNITÁRIA: A DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO

    ASSENTAMENTO ROSELI NUNES - DESAFIOS E POSSIBILIDADES.................1019

    COMPARAÇÃO ENTRE AS IMAGENS DOS SATÉLITES ALOS E LANDSAT PARA OMAPEAMENTO AUTOMÁTICO DE VEGETAÇÃO E USO DO SOLO..................1033

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    CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O PROCESSO DE ASSOREAMENTO DO LAGO

    DA SOCIEDADE CONCÓRDIA DE CAÇA E PESCA –  ITAARA/RS.......................1040

    MAPEAMENTO TEMÁTICO DA PESQUISA CIENTÍFICA PARA UM

    PLANEJAMENTO INTEGRADO ATRAVÉS DO GOOGLE EARTH ........................1051 

    O SENSORIAMENTO REMOTO COMO RECURSO DIDÁTICO PARA EDUCAÇÃO

    AMBIENTAL......................................................................................................................1061

    O USO DA CARTOGRAFIA NA ANÁLISE E QUANTIFICAÇÃO DE

    INUNDAÇÕES....................................................................................................................1073

    USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA ESTUDO DA VULNERABILIDADE NATURAL

    DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEA DO MUNICÍPIO DE RESTINGA SECA, RS...........1084

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    CONTEXTUALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

    ADULTOS.

    Eduardo Pinheiro Urrutia1 

    Resumo

    O presente artigo tem por objetivo demonstrar a importância de se trabalhar commetodologias dinâmicas e conteúdos contextualizados na Educação de Jovens e Adultos. Paratanto, foi efetuado estudos prévios em uma turma noturna da Escola Municipal de EnsinoFundamental França Pinto na cidade do Rio Grande, e posteriormente aplicado os conteúdos

     baseados nas premissas de aulas dinâmicas e contextualizadas. Este trabalho foi efetuadodentro da disciplina de Estágio do curso de Geografia Licenciatura da Universidade Federal

    do Rio Grande. O presente artigo irá demonstrar as análises que foram efetuadas com a turma,as metodologias aplicadas e os resultados que dão fundamentação e importância para serdescrito este trabalho.

    Palavras-Chave:  Geografia e Educação, Metodologia de Ensino, Educação de Jovens e

    Adultos.

    Introdução

    Este trabalho surge de um ideal, que inicialmente vislumbrava aplicar conteúdos

    específicos de Geografia de forma dinâmica e contextualizada, acreditando que com isto seria

     possível conquistar maior interesse e comprometimento dos alunos da EJA aos estudos.

    Acreditar nos ganhos que podem ser gerados para uma sociedade através da

    construção do conhecimento, é o que faz existir a essência e vontade de ser um profissional de

    licenciatura, e um trabalho sério é comprometido aliado a isso, é o que efetivamente pode

    transformar uma sociedade.

    Diante dessas premissas, foi desenvolvido um trabalho com este foco, na

    oportunidade de estágio de ensino fundamental do curso de Geografia Licenciatura da

    Universidade Federal do Rio Grande, buscando visualizar efetivamente um resultado que

    antes era apenas desejado.

    Desta forma, este trabalho descreve todas as metodologias que foram aplicadas

    neste processo de estágio e quais foram os resultados atingidos. 

    1 Graduando do Curso de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande. E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]

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    A análise do conhecimento prévio e contextos dos alunos.

    Tratando da questão da Educação de Jovens e Adultos, é fundamental sempre se

    ter a ideia que os alunos trarão conhecimentos prévios consigo, conhecimentos que

    constituíram ao longo de suas vidas. Estes conhecimentos prévios são o que constroem em

    todo jovem e adulto seus ideais e interesses pessoais. Desta forma, estar a par destes interesses

    dos alunos é o ponto primordial para ser feito um trabalho com uma metodologia dinâmica e

    contextualizada.

    Trabalhar com metodologias dinâmicas, devido à crescente modernização do

    mundo, acaba sendo algo fundamental para buscar um melhor aproveitamento dos alunos em

    um conteúdo trabalhado, contextualizar este conteúdo com a realidade, conhecimento einteresse dos educandos, é o que fará o próprio aluno a buscar o melhor entendimento sobre as

    questões. Assim, trabalhar com os conteúdos de forma contextualizada com a realidade dos

    alunos e com metodologias dinâmicas leva o conhecimento de forma atrativa aos alunos e

    também traz os mesmos, por próprio interesse, ao conhecimento. Diante desta premissa, Lima

    (1997), afirma que:

    [...] uma pedagogia culturalmente relevante não é, então, aquela que restringe o conhecimento formala ser trabalhado pelo aluno àquele diretamente relacionado à experiência cultural do educando. Aocontrário, o que ela propõe é o alargamento do conhecimento formal do indivíduo, apoiando-se naexperiência cultural para a elaboração do currículo e da proposta pedagógica (p.11).

    Dentro da disciplina de estágio, foi proposto então, efetuar uma análise prévia da

    escola, abordando estudos da história da escola, seu contexto político, social, cultural, suas

    relações com a comunidade, seu Plano Político Pedagógico e também fazer entrevistas com os

    alunos e os observar em algumas aulas com a professora regente. Este trabalho então foi

     primordial, pois através do mesmo, foi possível analisar o conhecimento prévio da turma eentender o contexto que a maioria dos alunos se apresentava.

     Neste trabalho, foi notado que a escola encontrava-se em um bairro de classe

     baixa, onde a diretoria fazia todo esforço possível para integrar os pais ao cotidiano da escola,

    visando valorizarem o espaço escolar, mas neste quesito, a escola encontrava muitas

    dificuldades, devido o baixo grau de instrução da comunidade como um todo. O foco

     principal buscado pela escola, conforme demonstrava-se também nos objetivos do P.P.P. não

    era a aprendizagem de conteúdos específicos, mas devido o contexto dos alunos, onde muitosestavam a muitos anos longe dos estudos e outros com dificuldades sociais, o foco da escola

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    se encontrava em buscar no aluno uma melhor integração social, visando estimular nele o

    interesse pela educação, melhorar sua habilidades cognitivas, de interpretação do cotidiano,

    de leitura, escrita e reflexão, deixando os educandos prontos para continuar sua jornada de

    vida. E através das entrevistas pessoais feitas com os alunos, foi possível enriquecer o

    entendimento sobre a turma.

    Após o estudo das questões acima informadas, foi possível então, entender de

    forma geral, o perfil da turma, onde os alunos mais jovens estavam na turma ou por terem

    sido designados ao turno noturno por serem repetentes no turno diurno ou por terem a

    necessidade de trabalhar durante o dia. Porém em ambos os casos, foi possível perceber que

    os alunos mais jovens possuíam interesses em questões tecnológicas, de integração social,

    emprego e qualidade de vida. Quanto aos de maior idade da turma, buscavam o retorno aosestudos por questões de suprir uma necessidade pessoal de completar os estudos, buscar

    informação e atualizar-se quanto às questões do mundo, e também, para buscarem

    qualificação para o mercado de trabalho.

    Diante deste entendimento, foi possível entender o contexto da turma, trabalhar no

    desafio de contextualizar o conteúdo e aplicá-lo de forma dinâmica e interessante aos

    educandos.

    Planejamentos de aulas direcionadas a turma.

    Planejar a aula de determinados conteúdos, de forma que englobe a realidade dos

    educandos, é o maior desafio criativo que tem ser enfrentado neste processo, mais difícil

    inclusive que ministrar a aula, pois uma vez que a aula esteja bem planejada e de forma

    atrativa aos interesses dos alunos, caso não ocorra contratempos alheios, à aula será

    tranquilamente ministrada.Dentro deste desafio, existe o anseio dos conteúdos, onde paira a dúvida se é

     possível contextualizar todos os conteúdos. Aqui, entra duas questões primordiais, a primeira

    que diz respeito à questão anteriormente trabalhada, onde a análise do conhecimento prévio e

    o contexto dos alunos são eminentes para que se consiga criar aulas dinâmicas e

    contextualizadas. Conforme Menegolla, (1992),

    O ato de planejar sempre parte das necessidades e urgências que surgem a partir de uma sondagem

    sobre a realidade. Esta sondagem da realidade é a primeira etapa do processo de planejamento. Éatravés do conhecimento da realidade que se pode estabelecer, com mais precisão, quais as mais

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    importantes urgências e necessidades que devam ser enfocadas, analisadas e estudadas durante o atode planejar (p.15).

    A segunda questão trata do fato de que se não for possível contextualizar de forma

    direta, determinado conteúdo com a realidade dos alunos, deve ser contextualizado de forma

    indireta. Ou seja, todo conteúdo tem um sentido de ser estudado e este conhecimento gera um

     benefício, um sentido de utilidade. Então, esse benefício é o que deve ser explorado de forma

    que o conhecimento ministrado gere significado ao aluno. E isto, é mais uma questão difícil,

    que também entra no planejamento, pois é responsabilidade do educador, ter conhecimento

    sobre os benefícios que geram o conhecimento que está sendo ministrado. Conforme

    Menezes, (2010),

    Consciência do próprio valor e da importância dos conhecimentos e das competências que promovem.Por isto, esses profissionais não se acomodam com o que sabem, mas buscam aperfeiçoamentodidático e cultural permanente. (p.106).

     Neste artigo, o conteúdo que terá o processo de planejamento ilustrado, é o

    conteúdo escolhido pela professora regente da turma trabalhada, que foi ministrado no

     processo de estágio, este conteúdo é a Globalização.

    Este conteúdo, Globalização, tem uma temática atual e vinculada à realidade dos

    alunos, porém, os educandos não possuem ciência, de forma geral e metodológica, dos

     principais fenômenos que ocorrem na globalização, e nem como tais questões estão ligadas

    em suas vidas e seus interesses. Aqui então, está identificado o desafio, que é contextualizar

    este conteúdo com a realidade dos alunos e trabalhá-lo de forma dinâmica, “desnudando”

    questões que não viam que o processo de globalização interfere em sua realidade.

    Metodologia: da teoria a prática.

    Devido à grande quantidade de questões que foram abordadas nas doze aulas

    deste estágio, será descrito neste trabalho, apenas os pontos primordiais ocorridos, que irão

    nos fazer refletir sobre as questões de metodologias dinâmicas e aulas contextualizadas.

    Partindo da visão sistêmica, que Globalização é a integração mundial de aspectos

    econômicos, políticos, sociais e culturais, e que de forma geral, todos na turma precisavam

    ver como estas integrações ocorriam. Assim, na primeira aula foi efetuada uma dinâmica com

    telefones de lata, onde todas estas relações foram abordadas de forma contextualizada, ou com

    a realidade dos alunos, ou com os objetivos de vida deles.

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    Esta dinâmica se articulou da seguinte maneira: Foi colado em cinco classes uma

    folha com o nome de um do continente, e os alunos que ficassem nestas classes, ficavam com

    um telefone de lata para se comunicar com mais dez alunos que foram selecionados para

    interpretar uma ação, onde seriam jogadores de futebol ligando para outro continente para

    alugar casa, seriam médicos indo ajudar gratuitamente pessoas nos continentes mais pobres,

    seriam amigos separados pela distância se comunicando entre continentes diferentes,

     presidentes marcando hotéis em outros continentes, empresários fazendo vendas, organizando

    trânsito de mercadorias e etc.

    O resultado desta aula foi surpreendente, gerou-se um sentimento tão bom em

    toda a turma que na interpretação do médico indo ajudar necessitados em outros continentes

    os alunos usaram a expressão: “Isto seria um ato de Deus”. De pronto já informei quequestões assim, ocorriam de verdade, e todos precisavam acreditar e lutar por seus objetivos.

    Os alunos mais tímidos acabaram tendo uma ajuda na ação, porém de forma geral,

    o resultado foi tão grande ou maior que o esperado.

    Em todas as aulas foram apresentados mapas, imagens, gravuras, feito trabalho

    com colagens, pesquisa e etc, ou seja, foi trabalhado de forma dinâmica. E também em todas

    as aulas foi procurado relacionar o conteúdo com a realidade dos alunos, nas aulas que

    apresentavam os modais, ferroviário, hidroviário, marítimo, rodoviário, aéreo e duto-viário,foi articulado com a locomoção que faziam os produtos que chegavam em suas vidas, a

    questão de como eles, pendularmente, se locomoviam de sua casa para a escola, serviço e etc.

    Foi solicitado sempre apontarem os pontos positivos e negativos a respeito de problemas no

    trânsito, problemas com custos dos produtos, soluções geradas pela evolução dos transportes,

    mercados de trabalho gerados por estas questões e etc.

    E quanto às questões da evolução tecnológica e meios de comunicação, foi

    apresentado a necessidade de alimentação do mundo atual, de forma que, se demonstrou quedevido à evolução das máquinas, que se consegue suprir as demandas geradas pelo mundo,

    também tratando os pontos negativos gerados pelos altos consumos, modismos e perigos dos

    meios de comunicação.

     Na parte dos meios de comunicação, inclusive foi apresentado um gráfico

    impresso, em folha A3, com a porcentagem da receita do Esporte Clube Internacional com

    direito do uso da imagem, que ficava em cerca de 30% da receita do clube, enquanto que a

     bilheteria com 5%, com isto foram instigados a pensarem que se o clube pagava milhões para

    os jogadores, quanto o clube ganhava? E quanto à televisão ganhava em propagando no

    horário dos jogos? E quanto então ganhava as marcas que divulgavam a propaganda! Com

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    isto, os fiz refletir sobre o poder de manipulação dos meios de comunicação e o quanto é

    importante pensarem nestas questões, para terem opinião e tomarem a melhor decisão no

    direcionamento de suas vidas e nas questões que envolvem as decisões em conjunto de uma

    sociedade.

    Resultados: Relacionando o que se estuda.

    Enfim, estes exemplos foram expostos apenas para demonstrar que através de

    aulas dinâmicas e contextualizadas, é possível aumentar o interesse dos alunos nos estudos,

    uma vez que aula ficará atrativa e eles irão ver utilidade no conhecimento que estão

    aprendendo.O resultado deste trabalho foi tão satisfatório que os próprios alunos solicitaram

    que fossem apresentados todos os cursos técnicos e superiores disponíveis na cidade de Rio

    Grande.

    Com isto, é possível percebermos que através da contextualização foi possível

    demonstrar utilidade e valor ao que se estuda, levando os alunos a terem maior interesse pelos

    estudos.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

    LIMA, Elvira Souza. Desenvolvimento e aprendizagem na escola: aspectos culturais,neurológicos e psicológicos. São Paulo. GEDH, Série Separatas, 1997.

    MENEGOLLA. Maximiliano, SANT’ANNA, Ilza Martins. Porque planejar? Comoplanejar? Editora Petrópolis, 1992.

    MENEZES, L. C. As fronteiras da educação. Nova Escola, v. 230, p. 106-106, 2010.

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    A GEOGRAFIA FÍSICA ATRAVÉS DA IMAGEM FOTOGRÁFICA:TENDANDO ROMPER COM O IMAGINÁRIO SOCIAL

    FURTADO, Ires de Oliveira2

     VIEIRA, Rosana da Silva 3 

    Resumo –  Este trabalho relata uma experiência realizada nos estágios de ensino fundamentale médio constituintes do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal dePelotas, onde o uso de fotografias como ferramenta didática foi de grande importância para oestudo dos conteúdos sobre vegetação e relevo, incentivando o olhar crítico sobre o EspaçoGeográfico.

    Palavras-chave:  Geografia Física, Fotografia, Mídias na Aprendizagem, InovaçãoPedagógica.

    1 INTRODUÇÃO

    Uma questão muito pertinente ao ensino da Geografia é como trabalhar o quadro

    físico sem recorrer a métodos tradicionais baseados na descrição e memorização. Esta

    atividade torna-se mais difícil quando não se tem a disponibilidade de muitos recursos, e olivro didático aborda o meio físico como ambientes livres da ação humana.

     No espaço geográfico acontecem as relações dos seres humanos entre si e com o

    meio natural, mas esse meio deixa de ser natural à medida que o homem o transforma de

    acordo com as suas necessidades. E são essas relações que são objetos de estudo da ciência

    geográfica. Segundo SANTOS (1997), “o espaço é um misto, um híbrido, um composto de

    formas-conteúdo”, ele é constituído por múltiplos objetos e ações, então torna inviável estudar

    Geografia de forma fragmentada, isolando alguns componentes do espaço.

    Porém, a Geografia como disciplina escolar na maioria das vezes é vista sob uma

    concepção de que é uma área do conhecimento que “deve proporcionar um acúmulo de

    informações sobre os lugares” (AZAMBUJA, 1994, p.22) e dessa forma, acaba com uma

    grande quantidade de informações fragmentadas que não proporcionam ao aluno a

    2 Licenciada em Geografia pela Universidade Federal de Pelotas e Especialista em Educação pelo InstitutoFederal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense/Campus Pelotas –  [email protected].

    3 Licenciada em Geografia e aluna do Curso de Especialização em Geografia pela Universidade Federal dePelotas/ICH - [email protected]

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     possibilidade de relacionar o conteúdo trabalhado com a sua realidade. Os conteúdos

    referentes à Geografia Física, como os sobre vegetação e relevo abordados neste trabalho, são

     bastante afetados por essa visão fragmentada e descritiva.

    Essa fragmentação da Geografia Física e a concepção do meio natural livre da

    ação humana foi nitidamente percebida ao visualizar as fotografias contidas nos livros

    didáticos com os quais a disciplina de Geografia era trabalhada nas turmas onde este trabalho

    foi realizado. No quinto ano do Ensino Fundamental, o livro utilizado continha uma grande

    quantidade de belas fotografias, mas nelas o espaço era retratado como livre da ação humana.

    Já na turma de Totalidade 8 de EJA, no livro didático utilizado pela escola encontram-se

    longos e cansativos textos e poucas e pequenas imagens fotográficas referentes à Geografia.

    De acordo com Filho e Tomazello (2002), em muitos casos:

    “[...] as imagens de ecossistema nos livros didáticos evidenciam uma visão estereotipada do conceito deecossistema, considerando-o um espaço limitado com relativa autonomia, com animais característicos, além denão incluir os seres humanos em seu ambiente mais comum: as cidades” (FILHO & TOMAZELLO, 2006, p.6).  

    A partir dessa concepção, nesse momento foi possível perceber que era de grande

    importância que os alunos conhecessem os lugares trabalhados pelo conteúdo como espaços

    onde existem sociedades humanas atuando sobre eles e modificando-os de acordo com as suas

    necessidades.

    Este recurso didático teria que possibilitar a retratação do espaço e a reflexão

    crítica sobre ele, que fosse além da descrição e localização das grandes paisagens vegetais, e

    que também fosse de baixo custo e fácil acesso e manuseio, pois ambas as escolas eram

     públicas e enfrentam dificuldades quanto à falta de recursos financeiros, e também devido à

     baixa carga horária da disciplina de Geografia, que contava somente com duas horas/aula de

    45 minutos por semana.

    Em ambas as turmas, o conteúdo programático indicado pelas professoras titulares para o período foram Vegetação e Relevo do Brasil e do Mundo, e apesar dos mesmos

    conteúdos, as turmas tinham realidades bem distintas. Porém, mesmo com as diferenças entre

    as turmas, foi possível notar que ambas necessitavam de um meio diferenciado para a

    construção do conhecimento sobre essas temáticas da Geografia Física, que rompesse com o

    Paradigma Tradicional de Ensino, que é baseado na transmissão de conhecimento.

    Geralmente, os recursos usados durante as aulas da disciplina, em ambas as

    turmas, limitam-se a textos descritivos e mapas cartográficos, que muitas vezes são de difícil

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    entendimento aos alunos, principalmente para os do ensino fundamental, que estão tendo o

    seu primeiro contato com a Geografia.

    Diante de tal situação, a fotografia se mostrou como uma ferramenta importante

    no estudo e compreensão desses conteúdos, pois além de sua fácil obtenção, estando presente

    em revistas, jornais, na internet, em propagandas e no próprio livro didático. Através dela é

     possível que se visualize os objetos de estudo do conteúdo que está sendo abordado,

    construindo o conhecimento geográfico sobre aquele material. Essa visualização e

    interpretação das fotografias auxiliam o aluno a transpor o conhecimento da sala aula para a

    sua vida cotidiana, desenvolvendo um olhar crítico sobre a produção do espaço Geográfico.

    2 A EXPERIÊNCIA NAS SALAS DE AULAS

    Em ambas as turmas, foi priorizado o estudo da vegetação em sua totalidade,

    relacionado-a com as diferentes formas de relevo. Ao analisar um mapa sobre a vegetação ou

    relevo, tanto em escala mundial, quanto em escala nacional, percebe-se que a maneira como a

    sua localização é ilustrada, passa a idéia para o aluno de que não existe ocupação humana

    nesses lugares. De acordo com Oliveira (2007), a relação da fotografia com a Geografia é

    estreita “pois a imagem fotográfica permite ao  geógrafo avaliar as mudanças da paisagem”(p.10). Trabalhando com fotografias de um mesmo lugar em épocas diferentes, por exemplo,

     pode-se perceber quais foram as transformações sofridas pela paisagem.

    Porém, ao utilizar o termo paisagem durante as aulas, foi possível perceber que

    vários alunos a relacionaram a lugares belos e naturais, sem ocupação ou transformação

    humana, mas a paisagem não é só isso. No âmbito da Geografia e da Fotografia profissional, a

     paisagem é a retratação de qualquer recorte do espaço, seja ele de uma floresta sem habitantes

    ou a uma grande metrópole com milhares de edificações. A paisagem é “um recorte específicoque sintetiza os diversos tempos que traçaram a fisionomia atual do lugar” (SCHÄFFER,

    2000), sejam eles naturais moldadas pelas ações do intemperismo natural, ou transformadas

     pela ação do trabalho humano.

    A leitura da paisagem, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais,

    (1998) pode ocorrer de forma direta, quando o professor leva os alunos a uma saída de campo,

    ou indireta, através de vídeos, textos e da fotografia. Na experiência aqui relatada, as

    fotografias foram utilizadas em aula neste sentido, de incentivar o olhar do aluno sobre o

    espaço geográfico constantemente produzido e transformado, pois de acordo com Melo

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    (2008), através da fotografia é possível entender processos que estruturam a sociedade no

    decorrer do tempo e espaço.

    Com a turma de 5ª série do Ensino Fundamental, as fotografias foram levadas

     pelas professoras para que, em conjunto com a leitura de textos sobre os grandes tipos de

    vegetação, fossem analisadas e também comparadas às fotografias do livro didático,

    auxiliando os alunos na compreensão de que existem paisagens naturais, como as presentes no

    livro, mas que também existem paisagens transformadas de tal maneira que perderam todas as

    suas características naturais. Foi solicitado que os alunos escolhessem um lugar, tanto do

    Brasil como do mundo e buscassem fotografias sobre esse lugar, tanto em revistas, jornais,

    internet e etc., para ser entregue a professora como parte da avaliação.

    Já na turma da Totalidade 8 do EJA, a presença de um equipamento de data-show possibilitou que as fotografias fossem levadas de forma digital, o que despertou grande

    interesse nos alunos, pois os mesmos nunca não haviam tido aulas com tal recurso. Após, os

    alunos foram divididos em grupos e cada um ficou responsável por um tipo de vegetação do

    Brasil, sobre as quais confeccionaram painéis em sala de aula com fotografias levadas por eles

    e pela professora. Esses painéis foram apresentados aos colegas e expostos nos corredores na

    escola.

    3 ROMPENDO COM O IMAGINÁRIO SOCIAL 

    Com o excesso de textos descritivos sobre a vegetação, muitos alunos não

    conseguiam ter ideia de como realmente é a aparência da vegetação de muitos lugares, e as

    fotografias auxiliam muito nesse sentido. Quando o conteúdo sobre vegetação foi iniciado, os

    alunos foram questionados sobre como imaginavam as vegetações de Florestas, Savanas,

    Pradarias, Tundra, e Deserto, foi possível perceber que muitos alunos, tanto os do EnsinoFundamental que estavam tendo seu primeiro contato com a Geografia, como os alunos do

    Ensino Médio, tinham uma visão fortemente ligada ao senso comum quanto ao imaginário

    social sobre algumas regiões.

    De acordo com Ferreira (1992, p. 17), o imaginário social é “um conjunto

    coordenado de representações, com uma estrutura de sentidos, de significados que circulam

    entre seus membros, mediante diversas formas de linguagem”, ou seja, é uma construção

    social descritiva que se realizada sobre um objeto, mas que, às vezes, pode não ser condizente

    com a realidade.

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    Um exemplo disso no foi quando questionados sobre o que eram Savanas, em

    ambas as turmas, muitos alunos relacionaram-na com a África, e tratando este continente

    como um país chamado África, falando que, de acordo com o que haviam visto em filmes e

    em reportagens em geral, o clima era seco e a pobreza espalhava-se por todo o território

    devido a esses fatores físicos. Já ao serem questionados sobre as florestas, a primeira a ser

    citada pelos estudantes foi a Floresta Amazônica, descrita por muitos como um lugar

     praticamente inabitado e alvo do desmatamento ilegal.

    Em resposta a isso, foram levadas a sala de aula fotografias de Floresta Equatorial

    do Parque Nacional de Odzala, na República do Congo (IMAGEM1), que, em um primeiro

    momento, muitos associaram a paisagem retratada na foto como sendo a Floresta Amazônica,

    e relatando, após, que desconheciam a existência de florestas deste porte no continenteafricano.

    Também foram levadas fotografias da cidade de Durban (IMAGEM 2), uma das

    maiores e mais ricas cidades litorâneas da África do Sul, erguida após o desmatamento da

    Floresta Tropical. Notou-se que muitos alunos percebiam toda a África como um continente

    coberto por savanas, com muitos animais selvagens e ocupações nativas primitivas.

    Os alunos de ambas as turmas possuíam a mesma visão generalizada sobre o

    continente africano, e foi possível perceber que também era a mesma imagem retratada peloslivros didáticos. Nestes livros, a Savana Africana (IMAGENS 3 e 4) era retratada de forma

    natural, com animais  selvagens e com aparência seca, reforçando a ideia que os alunos

     possuíam sobre esse tipo de paisagem vegetal.

    Os alunos também possuíam esse tipo de visão sobre o nordeste brasileiro,

    ressaltando a seca como principal característica de toda a região. Para romper com essa visão,

    foram levadas fotografias da Zona da Mata (IMAGEM 5), que retrata um trecho de Mata

    Atlântica do litoral nordestino, que é fortemente explorada e desmatada pelo turismocrescente nas praias (IMAGEM 6).

    Através do livro didático, os alunos também desconheciam a vegetação que se

    encontrava mais próxima deles. Pois sendo um livro publicado em outro estado, as referências

    ao Rio Grande do Sul eram escassas e não havia nenhuma citação sobre a cidade de Pelotas.

    Sobre isso, foram levadas a sala de aula fotografias de trechos da mata nas praias do Laranjal

    (IMAGEM 7), do município de Pelotas, e os impactos ambientais devido ao seu

    desmatamento (IMAGEM 8).

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    IMAGEM 1 - Parque Nacional de Odzala, naRepública do Congo, em 2003. Imagem associada pelos alunos à Floresta Amazônica.Fonte: Internet/Autor Desconhecido

    IMAGEM 2 - Cidade de Durban, na África do Sul,construída após a devastação da Floresta Tropical.Fonte: Internet/Autor Desconhecido

     

    IMAGEM 3 - Única imagem da SavanaAfricana do Quênia, no livro didático da 5ª

    série.Fonte: CID. Livro Didático da 5ª Série.

    IMAGEM 4 - Única imagem da SavanaAfricana da Tanzânia, no livro didático do

    Ensino Médio.Fonte: Linda Richardson/Corbis. LivroDidático.

     

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    IMAGEM 5  –   Trecho de floresta da Zona daMata no nordeste brasileiro.Fonte: Internet/Autor Desconhecido 

    IMAGEM 6 - Cidade de Recife/Pernambuco,construída após desmatamento da MataAtlântica.Fonte: Internet/Autor Desconhecido

    IMAGEM 7 –  Ecocamping Municipal de Pelotas. IMAGEM 8 –  Voçoroca causada pelo desmatamentoAutora: Cristiane Franz. Fonte: no Balneário dos Prazeres. Fonte:

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    Com a apresentação dessas imagens, os alunos conseguiram compreender que tipo

    de vegetação está mais próximo a realidade dele, facilitando a compreensão e “possibilitando

    a ampliação para escalas regionais, nacionais e globais, [...] com isso o aluno pode sentir-se

     parte integrante do mundo e dos processos que nele ocorrem” (FURTADO, 2009, p. 53). 

    Em conjunto aos estudos sobre os tipos de Vegetação e Relevo do Mundo e do

    Brasil, foram sendo estudados também os impactos humanos sobre o meio natural. Para este

    estudo, foram utilizados textos de apoio e fotografias. Essas imagens fotográficas foram

    interpretadas de acordo com os conteúdos vistos em aula, inserindo-as em um contexto

    histórico e relacionando o recorte de paisagem fotografado com as demais áreas estudadas, de

    acordo com os textos lidos.

    4 A FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO

    A importância do estudo da vegetação através do uso da fotografia no estudo da

    vegetação está na possibilidade da visualização da influência humana sobre a vegetação. Os

    alunos também poderão visualizar aspectos da paisagem que não são percebidos e entendidos

    na leitura de um texto escrito. Segundo Travassos (2001, p.2) “não podemos, por exemplo,

    falar de geleiras ou montanhas, sem que o aluno nunca tenha visto uma. Um simples desenhono quadro muitas vezes não é suficiente para seu entendimento”, por isso a fotografia é tão

    importante para a construção do conhecimento geográfico, no sentido de que os alunos

     poderão visualizar elementos presentes nos conteúdos.

    Porém, essas fotografias precisam ser trabalhadas no sentido de incentivo ao olhar

    desbravador, que procura ir além do retratado, fazendo relações do que está sendo observado

    na fotografia, com outros lugares presentes na sua realidade. O uso da fotografia em sala de

    aula permite “desacelerar o olhar” (DANTAS, 2000, p. 5), para ver detalhes que no cotidiano,

    ao olhar acostumado, parecem não portar sentido no processo de modificação do mundo.

    Com a realização do estudo da vegetação através da utilização da fotografia como

    um recurso didático foi perceptível o interesse dos alunos quanto aos conteúdos da aula. As

    fotografias despertaram o interesse de muitos alunos, que através do exercício de foto-

    interpretação participaram mais do que nas aulas em que foram dados somente textos.

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    A fotografia mostrou-se como uma grande aliada no estudo desse tipo de

    conteúdo geográfico, onde a visualização é fundamental para o entendimento do aluno. Pois,

    segundo Travassos (2001):

    além de tornar-se uma lembrança dos locais por onde andamos, a fotografia pode ser entendida como uma fonteinfinita de dados, fatos e informações, transformando-se por isso, em um poderoso instrumento de"materialização" de lugares nunca antes visitados por alguns. (TRAVASSOS, 2001, p.2).

    A fotografia irá auxiliar o aluno a visualizar lugares que ele desconhece,

    auxiliando na sua percepção e leitura da paisagem, e essa prática com a interpretação de

    imagens fotográficas deve ser constante na disciplina de geografia. Auxiliando o aluno com a

    análise crítica de fotografias dentro da sala de aula, o professor estará criando condições paraque os alunos interpretem outras situações fora da escola e consiga entender seu papel nas

    alterações do espaço.

    5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Os conceitos da Geografia Física são muito importantes na compreensão do

    mundo, porém o professor não deve usá-los apenas como elementos para descrever uma paisagem e fazer com que os alunos os memorizem sem a contextualização. É importante que

    estes conceitos sejam trabalhados de forma relacionada à ocupação das sociedades humanas

    no espaço geográfico, mostrando aos alunos que os aspectos físicos dos lugares irão definir

    muitas das atividades humanas, como a ocupação, exploração, como também a pobreza e o

    subdesenvolvimento.

    Partindo dos conceitos já formulados e formulando conceitos com os alunos,

    relacionando os quadros físicos e humanos, o professor estará trabalhando a Geografia

    enquanto “ciência que estuda as relações entre sociedade e a natureza, ou melhor, a forma

    como a sociedade organiza o espaço terrestre, visando melhor explorar e dispor dos recursos

    da natureza” (ANDRADE, 1987). 

    Ao analisar a “paisagem natural” de uma floresta, cabe ao professor estimular os

    seus alunos a enxergarem além do visível, ou seja, saber que naquela floresta existem

    atividades humanas, como tribos indígenas, atividades de exploração, vias de transporte,

    desmatamento, atividades ilegais, etc. Unindo o quadro físico e quadro humano dentro do

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    estudo de um mesmo lugar ou paisagem, o professor estará produzindo o verdadeiro

    conhecimento geográfico, que é o estudo da Terra em todas as suas dimensões e direções.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

    ANDRADE, Manuel Correia. Geografia ciência da sociedade. Uma introdução à análise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, 1987.

    AZAMBUJA, Leonardo Dirceu. A construção de uma prática de ensino de Geografia no 1ºgrau. In: Revista Espaços da escola. nº 14. Ijuí, 1994.Disponível em: http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/9177Acesso em 04 de junho de 2010.

    Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: história, geografia. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

    DANTAS, Eugênia Maria. Memória, educação, fotografia: leituras complexas.  I Congresso Brasileiro de História da Educação. 2000.Disponível em:www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe1/anais/052_eugenia.pdf  

    Acesso em: 10 de julho de 2010

    FERREIRA, Nilda Teves. Imaginário Social e Educação. Rio de Janeiro: Gryphus, 1992.

    FILHO, João Mendonça & TOMAZELLO, Maria Guiomar C. As imagens de ecossistemasem livros didáticos de ciências e suas aplicações para a educação ambiental. In:  Revista

     Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental . Volume 09. Rio Grande: FURG, 2006.Diponível em:

    Acesso em: 15 de julho de 2010.

    FURTADO, Ires de Oliveira. A utilização da fotografia como recurso didático nas aulas deGeografia. Monografia (Trabalho de Conclusão). Orientadora: Dra. Rosa Elane Antória

    Lucas. Licenciatura em Geografia. Instituto de Ciências Humanas. Universidade Federal dePelotas. Pelotas, 2009.

    LAJOLO, Marisa (org). Livro didático: um (quase) manual de usuário. In: Em aberto. INEP.v.16. n 69. 1996.

    MELO, Evaneide Maria de. A paisagem em foco: leituras fotográficas de Jardim doSeridó/RN. In: Revista Eletrônica Inter-Legere. n. 3. UFREN: 2008.Disponível em:

    Acesso em: 12 de março de 2011. 

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    OLIVEIRA, Airton Donizete de. A fotografia como leitura da paisagem.  Anais do I Simpósio sobre Pequenas Cidades e Desenvolvimento Local  e  XVII Semana de Geografia. Maringá:UEM, 2007.Disponível em:

    < http://www.dge.uem.br/semana/eixo5/trabalho_93.pdf>Acesso em: 15 de julho de 2010.

    SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço - Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo:Hucitec, 1997.SCHÄFFER, Neiva Otero. Ler a paisagem, o mapa, o livro... Escrever nas linguagens dageografia. In: NEVES, Iara Conceição Bitencourt et. al. (org). Ler e escrever. Compromissode todas as áreas. Porto Alegre: UFRGS, 2000. (p. 84 –  101).

    TRAVASSOS, Luiz Eduardo Panisset. A fotografia como instrumento de auxilio no ensino daGeografia. In: Revista de Biologia e Ciências da Terra. Volume 1, n. 2, p. sn, 2001.

    Disponível em:

    Acesso em: 14 de dezembro de 2010.

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    A IMPORTÂNCIA DE CONHECER E VIVENCIAR O COTIDIANO ESCOLAR

    PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA: UM RELATO DE

    EXPERIÊNCIA

    Maristel Coelho San Martin

    [email protected]

    Universidade Federal do Rio Grande - FURG

    Tuana da Costa Heres

    [email protected]

    Universidade Federal do Rio Grande - FURG

    Palavras-chave: Ensino de Geografia. Formação de Professores. Práxis.

    INTRODUÇÃO

    O primeiro contato com as distintas realidades escolares concebe aos futuros

    docentes de Geografia, a expectativa do início da construção de uma identidade como professor. Esse primeiro contato faz com que nós, alunas do curso de Geografia  –  

    Licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, refletíssemos sobre as diversas

    formas de desenvolvimento das teorias aprendidas ao longo do nosso curso, constatando as

    diferenças entre a mesma e a prática, como também o muito que temos que aprender com essa

     práxis e contexto escolar.

    O presente artigo aborda uma reflexão sobre o aprimoramento da formação

    docente a partir de uma experiência vivenciada na sala de aula, bem como as discussões

     pautadas na teoria e na prática, além das perspectivas para o estágio 1.

    Objetivos

    Esse trabalho tem como objetivo desenvolver uma discussão sobre a formação

    docente, ressaltando a importância das observações do contexto escolar para a nossa formação

    acadêmica. Ainda pretende-se demonstrar que teoria e prática são indissociáveis, ou seja, uma

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    depende da outra para consolidar a ação pedagógica. E apresentar também o que esperamos

    enquanto professoras em processos de formação inicial, nos estágios, após esse primeiro

    contato com os alunos.

    Metodologia

    O presente trabalho partiu de uma reflexão teórico-metodológica iniciada durante

    as aulas da disciplina de Didática e na construção e desenvolvimento de um plano de aula,

    visando à preparação para os futuros estágios. Sendo assim, fizemos um breve levantamento

     bibliográfico, além de reflexões sobre a formação das práticas docentes e as nossas

     perspectivas para o estágio.

    Discussão e Resultados

    Atualmente, a formação e capacitação de professores estão em debate, visto que,

    são elementos de extrema importância para um ensino de qualidade. Essa formação

     profissional é um processo amplo a qual, sua trajetória influenciará no tipo de profissional que

    se concretizará, refletindo na construção de sua identidade profissional e determinando aqualidade de seu trabalho. Pode-se dizer que a prática docente é uma atividade fundamental

    no processo de formação de professores, pois permite momentos de contínua aprendizagem,

    uma vez que, trocamos e partilhamos experiências e saberes com alunos e colegas de

     profissão.

    O primeiro contato com as diferentes realidades escolares concebe os futuros

     professores de Geografia uma reflexão relacionada aos saberes adquiridos durante a formação

    acadêmica e sua aplicação. Ao mesmo tempo, surgem questionamentos a respeito de como serum bom profissional docente e até mesmo trazendo certo anseio se estaremos preparados para

    lidar com situações diversas, incluindo a realidade social dos futuros alunos, entre outros

     problemas reais que possam vir a dificultar o processo de aprendizagem dos discentes, tais

    como: bullying , falta de políticas de inclusão, etc.

    Outro item que causa inquietação nos futuros docentes é sobre os problemas

    relacionados à estrutura da escola, inadequação das atividades realizadas, além da ausência de

    apoio didático, pedagógico e institucional. Existe também o fator de que a Geografia por ser

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    uma ciência social complexa, acaba sendo fragmentada em seu tradicional ensino. Sendo

    assim, os atuais professores ou futuros docentes precisam trabalhar de forma integrada com

    outras áreas de conhecimento científico, porém sem se desvincular dos conhecimentos e das

    realidades que os alunos trazem para a sala de aula, ou seja, propor o desenvolvimento de

    trabalhos interdisciplinares no cotidiano escolar. Esta é, na atualidade, uma das apostas que

    está sendo implementada nas escolas de ensino médio mediadas pelo ensino politécnico.

    Portanto, a formação de professores de Geografia, é um processo inesgotável que

    se constrói e reconstrói no cotidiano escolar, de acordo com as modificações da realidade

    atual, visando a busca de conhecimentos específicos da sua área de atuação, o compromisso

    com a educação e as reflexões sobre sua prática. Daí a importância e a contribuição da

    formação inicial e continuada, pois será nestas apostas que poderemos re-significar as práticasdocentes e buscar a construção de uma melhoria da qualidade do ensino.

    Ao dialogar sobre a formação do professor provoca-se também uma reflexão e

    discussão da práxis, que é uma teoria em movimento. Para FREIRE (2004), a práxis é o “dar

    testemunho” que corrobora a palavra do docente. 

    É que na medida em que o testemunho não é um gesto no ar, mas uma ação, um

    enfrentamento, com o mundo e com os homens, não é estático. É algo dinâmico que passa afazer parte da totalidade do contexto da sociedade em que se deu. E daí em diante, já não pára.

    Freire (2004, p.176)

    A melhor experiência de vivenciar e entender essa práxis está na realização dos

    estágios e observações, os quais são de grande importância, pois possibilitam compreender no

    cotidiano escolar como se dá a articulação da teoria e da prática, além de fornecerem relações

    entre ambas, para poder melhorar a atividade docente. Aproximando os problemas queenvolvem o ensino e a realidade escolar, com o intuito de aumentar o conhecimento já

    construído e utilizá-lo no processo de formação profissional.

     Nessas observações, é imprescindível observar os diversos aspectos como: a

    aprendizagem do conteúdo, as atitudes não só dos alunos, mas também dos professores, as

    metodologias de ensino e o ambiente escolar como um todo. Essas análises servem também

     para compartilhar as experiências adquiridas com os colegas possibilitando conhecer novas

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    realidades e metodologias de ensino que irão contribuir para o planejamento de aulas que

     buscam a construção de aprendizagens significativas dos educandos.

    Segundo PONTUSCHKA (2007), é necessário também que o professor tenha

    intimidade com o processo de investigação, uma vez que os conteúdos trabalhados em sala de

    aula são construções teóricas fundamentadas na pesquisa científica. Assim, a prática do

     professor requer de si reflexão, crítica e constante criação e recriação do conhecimento.

    O nosso primeiro contato com a sala de aula foi na disciplina de Educação de

    Jovens e Adultos (EJA), quando nessa oportunidade, podemos observar um contexto escolar

     bem diversificado, alunos de diferentes idades e formas de pensar. Nessa observação já

     podemos perceber a enorme diversidade que constitui a sala de aula e como o professor deve

    estar preparado para agir diante disso. Também a importância do professor para seus alunos, pois nesse caso, estavam alunos de faixa etária entre 15 e 60 anos. Sendo assim, nossa

     primeira experiência em sala de aula, podemos concluir que ensinar é uma tarefa difícil, mas

    que precisamos, quando docentes em formação, adquirir todas as experiências possíveis seja

     pela troca de saberes entre os colegas e futuros professores, ou entre nós como aluno e nosso

     professor.

    O segundo contato foi na disciplina de Didática, quando fizemos observações

    sobre o espaço físico da escola, a direção, funcionários e professores, analisamos o ProjetoPolítico Pedagógico, regimento escolar, comunidade que a escola atendia, entre outras coisas,

    e após a observação e nossas conclusões, elaboramos um plano de aula para uma turma de

    nossa escolha, e ao final, ministramos duas horas/aula na sala de aula por nós escolhida. Para

    construir e desenvolver este plano de aula fomos orientados a trocar nossas experiências nas

    observações e adequar o plano de aula para a realidade da escola, dos alunos e a metodologia

    de ensino do professor que observamos. Esse foi nosso primeiro contato como professores e a

    conclusão que podemos tirar disto é que todo professor deve estar bem preparado para exercerseu papel de formador de opiniões e cidadãos críticos e a responsabilidade que temos quando

    entramos em uma sala de aula e mediamos processos de ensinar e aprender trocamos

    experiências com os alunos e aprendemos muitas lições, tanto de ensino-aprendizagem como

    de vida.

    Com as observações podemos conhecer mais sobre o cotidiano das escolas e sala

    de aula, o que é uma prática indispensável e de grande importância para formação dos

     professores. Também podemos analisar o professor sobre outra ótica, ou seja, como se porta

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    Muitas são nossas expectativas enquanto professoras em formação. Após as

    observações na disciplina de EJA e Didática, estamos iniciando a disciplina de Estágio em

    Geografia I, disciplina também de observações, e pretendemos que esta nos acrescente muitas

    experiências novas sobre o processo de ensino e aprendizagem. E já pensando como

     professores nos estágios seguintes, pretendemos construir aprendizagens significativas nas

    disciplinas curriculares para que tenhamos o conhecimento necessário dos conceitos básicos

    das disciplinas que futuramente iremos mediar processos educativos em sala de aula. E

    sabendo da grande responsabilidade de ser professor, entendemos que esse processo deve ser

    muito bem trabalhado e construído, de forma que sejamos professores envolvidos com a

    educação e formação dos alunos, assim como na sua capacidade de criar, produzir e re-

    significar situações no cotidiano escolar e na sociedade.Sendo a Geografia uma ciência de grande importância não só para entender

    melhor a interação do homem com a natureza e a sociedade na qual ele está inserido, é

    importante também para tornar as pessoas mais críticas e reflexivas sobre os acontecimentos.

    Entendemos que no processo de formação de professores de Geografia devemos ter

    consciência que ser um bom professor é uma tarefa difícil e que deve ser bem construída,

     passo a passo e de acordo com todas as experiências trazidas da nossa trajetória acadêmica.

    Ou seja, a formação inicial de professores de Geografia é aqui compreendida como um processo, que é basilar e que adiante, necessita de formação continuada. Ou seja, a construção

    de um bom professor é um dever permanente.

    Compreendemos que um bom professor de Geografia necessita saber pensar e

     planejar diferentes metodologias aprendidas, pois a diversidade de assuntos tratados no

    currículo é de grande importância para os alunos tornarem-se cidadãos pensantes e

    interessados com os problemas do país. Para tal, os professores devem compreender os

    conceitos básicos e encontrar a melhor forma de tratar os diversos assuntos propostos em salade aula e juntamente com isso, ensiná-los a gostar de aprender e tornar a escola um lugar

    atrativo para alunos e comunidade.

    Considerações finais

    A realização deste trabalho representou uma significativa experiência, cuja

    relevância está na oportunidade do discente de Geografia do curso de licenciatura conhecer o

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    contexto escolar, as metodologias de ensino, além de discussões e relatos de experiências em

    educação contribuindo para uma reflexão da formação docente. Visando sempre a melhorar a

     prática dos profissionais de ensino, o qual se apresenta como de suma importância na

    formação social, cultural e crítica do cidadão.

    Bibliografia

    FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 38. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

    PASSINI, E.Y. Prática de ensino de geografia e estágio supervisionado. São Paulo:

    Contexto, 2007.

    PONTUSCHKA, N.N., PAGANELLI, T.I., CACETE, N.H. Para ensinar e aprenderGeografia.  São Paulo: Cortez, 2007.

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    A PAISAGEM COMO CONCEITO ESTRUTURADOR NO ENSINO DE

    GEOGRAFIA: PERCEPÇÃO E (RE) CONSTRUÇÃO DA PAISAGEM4 

    Jaqueline Renata Schlindwein

    Mestranda em Geografia –  UnB

     [email protected]/[email protected] 

    RESUMO: Este artigo faz uma reflexão sobre a Geografia enquanto ciência escolar e suas

    contribuições para a vida dos educandos, discutindo uma metodologia que contribuiu para

    despertar o senso crítico dos educandos, seguindo sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais. O conceito de paisagem foi estruturador de uma prática pedagógica realizada no

    Ensino Médio, com o qual os educandos realizaram análise de um determinado território

    compreendendo-se como  agentes transformadores do espaço geográfico. Os educandos

    escolheram lugares, fizeram fotografias, analisaram seu conteúdo e propuseram intervenções.

    Foi possível propiciar aos educandos teorizar a vida  cotidiana e o fazer ciência, já que a

    ciência é feita através da busca de problemas e suas soluções.

    PALAVRAS-CHAVE: Geografia; Ensino; Paisagem.

    INTRODUÇÃO

    A geografia pode ser estudada de várias formas. Em sua evolução muitas

    mudanças ocorreram inclusive na forma de expressar seu objeto, o espaço geográfico.

    Primeiramente, a Geografia Tradicional teve como base a natureza determinando as ações do

    homem, seguido da conclusão de que o homem se adaptava ao meio. Porém, percebeu-se que

    o homem interfere muito na natureza, modificando-a, alterando-a, constituindo-se no

     principal agente construtor do espaço geográfico.

    Embora geografia crítica tenha importância no ensino universitário, em geral, o

    mesmo não ocorre na geografia escolar, onde pouco se discute com base nesse enfoque, quase

    sempre, parecendo que o espaço geográfico é estático e imutável. Para desenvolver a

    4 A idéia surgiu no âmbito da disciplina de Geografia e Paisagem do curso de especialização em Geografia eMeio Ambiente, da Universidade de Caxias do Sul, no Campus Universitário da Região dos Vinhedos, em Bento

    Gonçalves (RS), ministrada pela Profa. Dra. Ivanira Falcade.

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    geografia com sentido e ciência, vários são os conceitos que podem ser trabalhados na

    compreensão do espaço geográfico, entre os quais o de paisagem.

    A partir da necessidade de elaboração de um trabalho em uma disciplina no curso

    de especialização e, tendo iniciado minha vida profissional em uma escola pública de Ensino

    Médio, o Colégio Estadual São Tiago, que possui cerca de 1.200 alunos, no município de

    Farroupilha/RS (Figura 1), estruturei uma prática pedagógica para alunos de 3º ano, do turno

    da noit