as vanguardas artísticas europeias e o modernismo no brasil

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Vanguardas européias para estudo

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As vanguardas artsticas europeias e o Modernismo no BrasilMomento histrico do Pr-Modernismo

VANGUARDAdo francs, destacamento que vai frente da frotaque se adianta antes dos soltados para reconhecer o terreno e informar sobre as condies de avanoNa arte:Aquele que prev o futuro, os novos temposAs vanguardas artsticas europeias

Belle poque

Belle poqueDo incio do sculo at a Primeira Guerra MundialGrande Euforia pelo progresso, pela velocidade, pelas comodidadesEra da MquinaBurguesia: culto do conforto

Revoluo dos Costumes... at as guerras.ConsumoDiverses ao ar livre

Fim da Euforia BurguesaPrimeira Guerra 1914 a 1918Segunda Guerra 1939 a 1945Belle poqueDesiluso, perpexidade, falncia das ideiasSofrimento humanoMutilaes, perdas irreparveis

Grandes pensadores aprofundam indagaes sobre o homem e o mundoDesestabilizao do cientificismo racionalista do sc. XIXUniverso cientfico-filosficoSigmund Freud, publica A interpretao dos sonhosHerry Bergson, francs, cria o intuicionismoFriedrich Nietzche, alemo, proclama a morte do Deus soberano e absoluto1900X+-VelocidadeProgressoVertiginosa acelerao tcnico-cientficaAusncia de valores humanosExpresses artsticas revolucionrias e fundadoras da modernidade: descoberta de novas linguagens e nova temticaEnfoque tanto na euforia (Belle poque) quanto no pessimismo (ps-guerras), ambos frutos da Era da MquinaCrtica s convenes culturais e artsticas burguesasIrracionalismoNegao dos museus, bibliotecas, academiasNegao das formas artsticas fixas: o soneto, a rima, a mtrica, a linguagem culta e linear, o preciosismo vocabularDevesa da interdependncia das linguagens artsticas (pintura, msica, escultura, arquitetura, literatura, cinema)As vanguardas europeiasMovimentos que procuram expressar as contradies desencadeadas por tantas mudanas, tantos ganhos e tantas derrotas, na Era da MquinaAs vanguardas europeias

FuturismoAutomvel correndoGiacomo Balla

Futurismo

1909 Itlia, Fillipo Tommaso MarinettiArte sintonizada com a beleza da velocidade, as grandes multides agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta

Futurismo1919 porta voz do fascismo: aliana de Marinetti com MussoliniDiferentemente das demais vanguardas, o Futurismo assume claramente uma postura poltica direitista. Esgotou-se em 1940

Ns queremos cantar o amor ao perigo, o hbito energia e temeridade (...) Tendo a literatura at aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o xtase e o sono, ns queremos exalar o movimento agressivo, a insnia febril, o passo ginstico, o salto-mortal, a bofetada e o soco (...) a beleza da velocidade. (...) Ns queremos glorificar a guerra [nica higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destrutor dos anarquistas, as velas ideias que matam, e o menosprezo mulher. preciso destruir a sintaxe, dispondo os substantivo ao acaso, como nascem (...)Deve-se usar o verbo no infinitivo (...) deve-se abolir o adjetivo (...) Deve-se abolir o advrbio (...) Assim como a velocidade area multiplicou o nosso conhecimento do mundo, a percepo por analogia torna-se sempre mais natural para o homem (...) necessrio fundir diretamente o objeto com a imagem que ele evoca (...) Abolir tambm a pontuao. (...) Destruir na literatura o eu, isto , toda a psicologia.Futurismo ManifestoGilberto Mendona Teles16Multiplicidade e Fragmentao do homem contemporneo: Fernando Pessoalvaro de Campos: engenheiro navalPoema-sntese do FuturismoOde Triunfal dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fria!Em fria fora e dentro de mim,Por todos os meus nervos dissecados fora,Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos,De vos ouvir demasiadamente de perto,E arde-me a cabea de vos querer cantar com um excessoDe expresso de todas as minhas sensaes,Com um excesso contemporneo de vs, mquinas!

Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro.Porque o presente todo o passado e todo o futuroE h Plato e Virgllo dentro das mquinas e das luzes elctricasS porque houve outrora e foram humanos Virglio e Plato,E pedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinqenta,tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem,Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes,Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,Fazendo-me um excesso de carcias ao corpo numa s carcia alma.

Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!Ser completo como uma mquina!Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo!Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passentoA todos os perfumes de leos e calores e carvesDesta flora estupenda, negra, artificial e insacivel!(...)

Delrio do homem moderno pela mquina17CubismoViolino e uvasPicassoPINTURAGuilhaume ApollinaireLITERATURA

Frana 1907 / 1914Proposta: Fragmentao e RealidadeCubismoIdeal Comum de Renovao ArtsticaCubismo pictricoCubismo literrioApoio nas ideias filosficas e poticaDecomposio em figuras geomtricasAssimilao das tcnicas pictricasTipo de poesia em que a realidade era tambm fracionada e expressa atravs de planos superpostos e simultneos

No desejo de transmitir a estrutura total do objeto, os cubistas comearam a decompor as formas em diferentes planos geomtricos e ngulos retos, que se interceptam e sucedem. Tentavam sugerir a representao do objeto sob todos os seus aspectos, de face e perfil, em suma, na sua totalidade, como se tivesse sido contemplado sob diferentes ngulos de viso ou tivssemos dado uma volta em seu derredor. Gilberto Mendona TelesCubismo pictrico(...) sistema potico de subjetivao e desintegrao da realidade (...) uma poesia cujas caractersticas so o ilogismo, o humor, o anti-intelectualismo, o instantanesmo, a simultaneidade e uma linguagem predominantemente nominal e mais ou menos catica.Gilberto Mendona TelesCubismo literrioAquele cacto lembrava os gestos desesperados da estaturia:Laocoonde constrangido pelas serpentes,Ugolino e os filhos esfaimados.Evocava tambm o seco nordeste, carnaubais, caatingas...Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais.

Um dia um tufo furibundo abateu-o pela raiz,O cacto tombou atravessado na rua,Quebrou os beirais do casario fronteiro,Impediu o trnsito de bonde, automveis, carroas,Arrebentou os cabos eltricos e durante vinte e quatro horas privou a cidade de iluminao e energia:

- Era belo, spero, intratvel.O cactoManuel BandeiraCacto e a MitologiaCacto e o NordesteCacto: objeto, enfoque no convencionalNarrao: cenas cinematogrficasDescontinuidade e simultaneidadeCacto: objeto analgico (e no lgico)REFLEXOestaturia,: coleo de esttuasLaocoonte personagem da mitologia grega; sacerdote de Apolo, que atraiu sobre si a clera de seu deus, ao unir-se mulher diante da esttua consagrada, o que constitua um sacrilgio. Como castigo, duas grandes serpentes saram do mar e envolveram seus dois filhos. Laocoonte foi socorr-los, mas os trs pereceram, asfixiados pelos animaisUgolino Della Gherardesca tirano de Pisa (Sc. XIII), que com os filhos foi preso em uma torre por seus inimigos, para morrer de fomeFeracidade fertilidade, fecundidade.23DadasmoMais radical e demolidor dos movimentos de vanguardaSuia, 1916 1921Reunies no Cabar Voltaire: discusso de formas possveis de contestao s atrocidades decorrentes da Primeira Guerra

DadasmoA fonteMarcel DuchampO ready-made, exemplo de antiarte dad: escolher um objeto qualquer e retir-lo de seu uso corrente, de seu ambiente convencional, para torn-lo no utilitrio e, portanto, artstico.

Para os dadastas, a guerra desvendou a barbrie que se esconde por detrs da civilizao burguesa ocidental, o que os incitou a desmascarar todos os valores ditos civilizadosIlogismoNonsense recusa de qualquer sentido decodificadoHumor niilista (nihil = nada. Niilismo: a desvalorizao e a morte do sentido, a ausncia de finalidade e de resposta ao porqu)Humor irracionalistaSubstituio de palavras por rudos e gritos inarticuladosSer dad ser antidad

A arte no sria, eu lhes asseguro

Ns escarramos na humanidadeSlogans antolgicos do DadasmoTristan Tzara

Mais importante defensor no campo da literatura

SurrealismoSupera a destrutividade radical da arte dadNova ciso nesse movimento: Andr Breton um dos criadores do Surrealismo

Andr BretonCreio na resoluo futura desses dois estados, aparentemente contraditrios, tais sejam o sonho e a realidade, em uma espcie de realidade absoluta, de superrealidade, se assim se pode chamar

Grandes NomesLUIS BUUELSALVADOR DALI

Salvador DaliSurge em ParisDesenvolve-se entre as duas guerras: 1918 e 1939Defende que o carter destrutivo do dadasmo deveria corresponder a apenas uma das etapas do processo de criao

Surrealismo

Como etapa posterior demolio das tradies burguesas, estaria a inaugurao de um novo conceito de realidade, baseado no surreal.Mandem trazer algo com que escrever, depois de haverem estabelecido em um lugar to favorvel quanto possvel concentrao do esprito sobre si mesmo. Ponham-se no estado mais passivo , ou receptivo que puderem. Faam abstrao de seu gnio, de seus talentos e dos de todos os outros. Digam a si mesmos que a literatura um dos mais tristes caminhos que levam a tudo. Escrevam depressa, sem um assunto preconcebido, bastante depressa para no conterem e no serem tentados a reler. A primeira frase vir sozinha. (...)No ser o temor da loucura que nos forar a hastear a bandeira da imaginao a meio pau (...)Surrealismo: automatismo psquico peo qual algum se prope a exprimir seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausncia de todo controle exercido pela razo, fora de qualquer preocupao esttica ou moral. (...)O Surrealismo assenta na crena da realidade superior de certas formas de associao, negligenciadas at aqui, no sonho todo-poderoso, no jogo desinteressado do pensamento. Tende a arruinar definitivamente todos os outros mecanismos psquicos e a substituir-se a eles na soluo dos principais problemas da vida (...)Acrescenta razo a imaginao, o sonho e a fantasia criadora do inconsciente, desvendada em seus mistrios mais profundos pela psicanlise de Freud, que influenciou fortemente o movimento.SurrealTua cabea uma dlia gigante que se desfolha nos meus braos.Nas tuas unhas se escondem algas vermelhas,E da rvore de tuas pestanasNascem luzes atradas pelas abelhas.Caminharei esta manh para teus seios:Virei ciumento do orvalho da madrugada,Do tecelo que tece o fio para teu vestido.Virei, tendo aplacado uma a uma as estrelas,E, depois de rolarmos pela escadaria de tapetes submarinos,Voltaremos, deixando madreprolas e conchas,Obedecendo aos sinais precursores da morte,Para a grande pedra que as idades balanam beira-nuvem.Estudo n 6Murilo MendesImagens da naturezaMetfora da mulher amadaMetfora da relao amorosaMetfora da morteRealidade e sonho se conjugamErotismoSensualidadeEspiritualidadeExemplo genudo da busca surrealista de uma realidade absoluta: superrealidadeDestino

FUTURISMO: arte-ao, expresso artstica da velocidade do mundo moderno.CUBISMO: decomposio geomtrica dos objetos; fragmentao da realidade, simultanesmo e intantanesmoDADASMO: arte como antiarte, radical demolio das convenes artsticas tradicionaisSURREALISMO: a realidade do imaginrio, o surreal ampliando o conceito de realidade em direo s dimenses onricas da existncia.RESUMOAs vanguardas artsticas europeiasPegue um jornal.Pegue a tesoura.Escolha no jornal um artigo do tamanho que voc deseja dar a seu poema.Recorte o artigoRecorte em seguida com ateno algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.Agite suavemente.Tire em seguida cada pedao um aps o outro.Copie conscienciosamente na ordem em que elas so tiradas do saco.O poema parecer com voc.E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do pblico.Receita para fazer um poema dadastaTristan TzaraPardia de uma receitametalinguagemirracionalismononsenseHumor sarcsticoAntiarte anrquica