business connect janeiro 2016

48
1 www.revistabusinessconnect.com MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE NOVAS VIAS PARA AUTOCARROS EM MAPUTO NEW ROAD NETWORK FOR BUSES IN MAPUTO COBRANÇA DE IMPOSTOS ESTÁ A AUMENTAR TAX COLLECTION IS IMPROVING HORA DE ARREGAÇAR AS MANGAS TIME TO START WORKING 2016: PARA ONDE VAI O MUNDO? 2016: WHERE IS THE WORLD GOING TO? Pag. 14 JANEIRO/JANUARY 2016 NACALA INTERNATIONAL TAKES OFF IN 2016 NACALA INTERNACIONAL ARRANCA EM 2016 Pag. 8 Pag. 32-29 Pag. 32-29

Upload: mario-lino

Post on 25-Jul-2016

227 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Business Connect Mozambique January 2016 Revista de Negócios mensal Bilingue sobre Moçambique e Países Vizinhos. Monthly Business Magazine on Mozambique and Neighbouring Countries

TRANSCRIPT

Page 1: Business Connect Janeiro 2016

1www.revistabusinessconnect.com

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

NOVAS VIAS PARA AUTOCARROS EM MAPUTO

NEW ROAD NETWORK FOR BUSES IN MAPUTO

CObRANçA dE IMPOSTOS ESTá A AUMENTAR

TAX COLLECTION IS IMPROVING

HORA dE ARREgAçAR AS MANgAS

TIME TO START WORKING

2016: PARA ONdE VAI O MUNdO?

2016: WHERE IS THE WORLD GOING TO?

Pag. 14

JAN

EIR

O/J

AN

UA

RY

201

6

NACALA INTERNATIONAL TAKES OFF IN 2016

Nacala INterNacIoNal arraNca em 2016

Pag. 8

Pag. 32-29

Pag. 32-29

Page 2: Business Connect Janeiro 2016

2

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

O BancABC tem imenso orgulho em passar a fazer parte do Atlas Mara; uma instituição

financeira em rápida expansão na África Subsaariana.

O BancABC possui uma rede bancária, uma marca forte, património e história, bem como

conhecimento do mercado local. O Atlas Mara tem acesso a capital, liquidez, e conta

com gestores com experiência mundial e liderança maduras, tudo isso aliado a processos

e sistemas de primeira linha. Juntos, abraçamos o compromisso de redefinir a banca

africana através da melhoria do acesso ao financiamento, utilizando novas tecnologias e

fornecendo soluções inovadoras a empresas, instituições, particulares e a todos os que,

como nós, estão a redefinir a África.

Renovando a Banca Africana.Redefinindo África.

bancabc.com | atlasmara.com

Business Connect 210mm x 273mm.indd 1 2015/08/25 2:53 PM

Page 3: Business Connect Janeiro 2016

3www.revistabusinessconnect.com

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

Page 4: Business Connect Janeiro 2016

4

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

NESTA EdIçÃOIN THIS EDITION

MOçAMbIQUEON MOZAMBIQUE

Estrada que liga Moçambique à África do Sul vai ser alargadaRoad linking Mozambique to South Africa will be widened

Odebrecht vai construir rede viária para autocarros em MaputoOdebrecht to build a road network for buses in Maputo

Moçambique vai ter mais pesquisa históricaNew Association for historical research in Mozambique

PAÍSES VIZINHOSNEIGHBOURING NEWS

África do Sul: Natal mais pobreSouth Africa: a humbler Christmas

Austrália e Nova Zelândia: mercados promissores para turismo zambiano

Australia and New Zealand: promising markets for Zambian tourism sector

ECONOMIABUSINESS AS USUAL

PM diz que cobrança de impostos está a aumentarPM says that tax collection is improving

Isenção de impostos entre EU e SADC cada vez mais pertoTax exemption between EU and SADC is close

Bola de cristal: para onde vai o mundo em 2016?Crystal ball: where is the world heading to in 2016?

Zambézia: Banco Mundial potencia reabilitação de regadiosZambezia: World Bank enables rehabilitation of irrigation systems

Moçambique aumenta processamento de castanha de caju

Mozambican Industry increases cashew nut processing

Aeroporto de Nacala receberá tráfego internacional em Março de 2016

Nacala Airport starts receiving international traffic in March 2016

Especial empreendedorismo Special Entrepreneurship

TECNOLOgIATECHNOLOGY

Gaza e Cisjordânia terão tecnologia 3GGaza and West Bank with access to 3G technology

Tecnologia ajuda a combater assédio sexualTechnology helping to fight sexual harassment

INSÓLITOSODD STUFF

Empresa cria meias sem cheiroCompany create anti-smell socks

Prisioneiros fazem video clip de rap dentro da prisãoPrisoners do rap music video inside jail

Super-prisão vai recorrer a tigres e piranhas Tigers, piranhas may join Indonesia crocodile prison guard

FICHA TÉCNICATECHNICAL SPECIFICATIONS

Número da Edição: 24Periodicidade: MensalTiragem: 25.000 exemplaresEscritórios: Sublime Media, R. Kamba Simango, 71 Moçambique [email protected]: Ryan Cass - [email protected] Editorial Executivo: Mário Lino - [email protected]: Tunelga Manjate - [email protected], Layout e Paginação: Osório Chembene Jr. - [email protected]ção: Rogério Júnior - [email protected]

PUBLICIDADE: [email protected]ão: Pinetown Printers, Pinetown, África do Sul DISTRIBUIÇÃO: Aeroportowww.revistabusinessconect.com

01

02

03

| 6

| 8

| 9

| 10

| 11

| 14

| 16

| 17

| 22

| 26

| 27

| 32

| 40

| 41

| 43

| 44

| 45

Edition Number: 24Frequency: MonthlyCirculation: 25.000 copiesOffices: Sublime Media, R. Kamba Simango, 71 Moçambique [email protected]: Ryan Cass - [email protected] Editorial Director: Mário Lino - [email protected]: Tunelga Manjate - [email protected], Layout and Pagination: Osório Chembene Jr. - [email protected] desk : Rogério Júnior - [email protected]

PUBLICIDADE: [email protected]ão: Pinetown Printers, Pinetown, África do Sul DISTRIBUIÇÃO: Maputo Intternational Airport www.revistabusinessconect.com

A revista Business Connect é propriedade da Sublime Media.Business Connect magazine is property of Sublime Media.

05

04

Page 5: Business Connect Janeiro 2016

5www.revistabusinessconnect.com

EDITORIAL | EDITOrIAL

A revista Business Connect é propriedade da Sublime Media.Business Connect magazine is property of Sublime Media.

MÁRIO LINOEDITOR

[email protected]

5www.revistabusinessconnect.com

Imagino o que estarão a pensar. Então este fulano, que ainda há pouco falava de dar um passo atrás para poder andar dois para a frente (no meu último editorial, bastante optimista sobre o crescimento de Moçambique), finalmente acordou???

Sim e não. O meu pai costuma dizer uma frase que eu acho acutilante: “As coisas verdadeiramente importantes nunca são urgentes”. Por isso, se é certo que no curto prazo a subida louca do dólar, a queda do metical e dos preços das commodities não estão a ajudar Moçambique, continuo a acreditar que ao olharmos para o potencial do país, tudo continua aqui.

Mais, exis em ainda assim vários sinais positivos que podemos isolar. Uma nova estrada, mais larga, entre Maputo e a África do Sul, uma nova rede viária para autocarros, Moçambique e a União Europeia estão mais perto de chegar a um acordo fiscal que permitirá isenção de taxas nas trocas comerciais… Por outro lado, parece que o Aeroporto de Nacala vai finalmente arrancar com voos internacionais, trazendo novas rotas da Ásia e evitando as escalas em Joanesburgo para chegar a Maputo. Só isto, trazer mais competição ao mercado com novas companhias aéreas que voem directamente para Moçambique, é uma luz de esperança para este novo ano.

É verdade que há uma imensa nuvem negra a pairar por cima das nossas cabeças, mas aqui na Business Connect somos resilientes e por isso continuamos à procura do lado positivo. Encontrámo-lo em projectos como o IdeiaLab e o Mywil, por exemplo, que poderão conhecer mais adiante.

Dito isto, é verdade que ninguém gosta de sofrer. Como surfista, comparo esta situação à de quando estamos no mar, com ondas grandes. Para podermos apanhar uma onda, temos de primeiro chegar ao outside, lá longe. Conseguir passar a rebentação nem sempre é tarefa fácil. Levamos com muitas ondas em cima da cabeça, há espuma, há correntes. É preciso conseguir suster o fôlego, aguentar a respiração às vezes por bastante tempo, mesmo quando andamos às voltas debaixo de água, apanhados no turbilhão. Imagino que é a sensação que muitas empresas estarão a ter, no momento. Gostavam de poder respirar, mas não podem. Não vale a pena stressar, porque só vão consumir o oxigénio mais rápido. Será preciso aguentar. Vocês, nós.

Mas claro, se alguém aí tiver um comando e puder carregar no botão de fast-forward, para podermos saltar esta parte, por aqui agradecemos…

2016. CAN wE DO FAST FORwARD?

I know what you’re thinking. This guy, that was talking about one step back two steps forward (my last editorial was an optimistic one, about the future growth of Mozambique) now finally woke up?

Well, yes and no. My father has this saying that I find most interesting: “What is really important is never urgent”. So, whereas I do believe that in the short run, the hike of the dollar, the fall of the metical and prices of commodities, they’re not helping Mozambique, I still believe that once we look at the potential of the country… everything is still here.

Moreover, if we look carefully there are some positive signs out there. A new, wider road from Maputo to South Africa, a new network of bus lanes in Maputo, Mozambique is getting closer to the European Union and maybe setting an agreement with tax exemption… On the other hand, it seems that Nacala Airport is finally going live for international flights, hopefully bringing new routes from East and helping skip the circuit through Johannesburg before coming to Maputo. This alone, bringing more competition to the market with new airliners that can fly directly to Mozambique, is also a share of hope for this New Year.

So while at the moment there is a big dark cloud over our heads, here at Business Connect we are resilient and so we dug deeper to find success stories, such as IdeiaLab and Mywil, for instance, which you can get to know in this edition.

That said, nobody likes to hurt. As a surfer I picture this as when you’re out at sea, with big waves coming in. In order to catch the waves, first you need to go out, and sometimes it’s not an easy task. You get a lot of water breaking over you, big foam, powerful currents. You need to be able to hold your breath, sometimes for longer, even if you’re twisting and turning underwater. That’s what I guess some of the companies are feeling right now. They would love to be able to breathe, but they can’t. No point in stressing, ‘cause you will only consume your oxygen faster. So you, we need to wait.

But sure, if someone out there has the remote and can put this into fast-forward, so we skip this part, please feel free to go ahead.

2016. POdEMOS FAZER FAST-FORwARd?

Page 6: Business Connect Janeiro 2016

6

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

O governo de Moçambique autorizou a Trans African Concessions (TRAC) a alargar a Estrada Nacional Número 4, para acomodar o tráfego crescente naquela via que liga o país à África

do Sul, afirmou em Maputo o porta-voz do governo.A autorização está numa adenda ao contrato de

concessão da estrada assinado entre os governos de Moçambique e da África do Sul e a TRAC, adiantou o porta-voz e vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saíde, citado pelo jornal Notícias, de Maputo.

A adenda aprovada pelo Conselho de Ministros visa responder ao elevado nível de tráfego, sobretudo nas secções 19 e 20 que serão alargadas das actuais quatro para seis faixas, a mobilização de mais meios para o controlo de carga e reparação dos danos causados pelo excesso de mercadoria em trânsito.

Os problemas de tráfego têm vindo a aumentar na Estrada Nacional Número 4. As estimativas apontam para uma circulação diária 53 mil viaturas, o que faz com que nas horas de ponta ocorram prolongados engarrafamentos.

A estrada faz parte do Corredor de Desenvolvimento de Maputo, concebido para promover o intercâmbio comercial entre Moçambique e a África do Sul. Inicialmente, a estrada ia do porto de Maputo até Witbank, de modo a estimular o desenvolvimento da indústria na região de Mpumalanga, mas as necessidades determinaram que fosse prolongada até Pretória, adicionando-lhe cem quilómetros ao traçado original.

A empresa sul-africana TRAC foi seleccionada através de um concurso internacional para gerir o projecto durante 30 anos, no sistema “Build, Operate and Transfer”, que significa construir, operar e transferir a infra-estrutura para o Estado moçambicano no termo do contrato.

ROAD LINKINg MOzAMbIquE TO SOuTH AFRICA wILL bE wIDENED

The government of Mozambique has authorized Trans African Concessions (TRAC) to widen National Road Number 4, in order to address the increasing traffic flow in that road connecting the country to South Africa, the government spokesman said in Maputo.

The addendum approved by the Council of Ministers aims at addressing the high traffic levels, namely on sections 19 and 20, which will be widened from four to six lanes, there will also be more resources allocated to load control and reparation of the damages caused by excessive goods in transit.

Traffic issues in National Road Number 4 have been increasing. Estimates point to 53 thousand vehicles using the road every day, resulting in lengthy jams at peak times.

The road is part of the Maputo Development Corridor, designed to boost commercial exchanges between Mozambique and South Africa. Initially, the road was built from the port of Maputo to Witbank, in view of fostering the industrial development in Mpumalanga area, but, considering the existing needs, it was then extended until Pretoria, with one hundred kilometres added to the initial planning.

The South-African company TRAC was selected, through an international tender, to manage the project for 30 years, using the system “Build, Operate and Transfer”, meaning that the infrastructure will be transferred to the Mozambican State at the end of the contract.

ESTRAdA QUE LIgA MOçAMbIQUE à áFRICA dO SUL VAI SER ALARgAdA

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

Page 7: Business Connect Janeiro 2016

7www.revistabusinessconnect.com

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

Mais de cinco milhões de dólares, o equivalente a duzentos e trinta e cinco milhões de meticais serão aplicados pelo Banco Mundial (BM), a partir de Dezembro, no programa de conservação da biodiversidade na reserva de Chimanimani, distrito de Sussundega, em Manica.

O projecto, denominando Mozbio, terá igualmente a componente de responsabilidade social o que vai beneficiar as comunidades que vivem no interior e em redor daquela área de conservação. O coordenador do referido projecto explicou que o mesmo consiste em acções que contribuem para a redução de emissões de estufa e desmatamento.

Afonso Matope diz que o valor será investido na implementação de infraestruturas e no financiamento de projectos comunitários de geração de rendimento. Até ao ano de 2018 várias áreas no país, serão contempladas por projectos deste género.

wb pROTECTS bIODIvERSITy AT CHIMANIMANI NATuRAL RESERvE

Over five million dollars, corresponding to two hundred and thirty-five million Metical shall be used by the World Bank (WB), from December onwards, in the program to conserve the biodiversity at Chimanimani reserve, Sussundega district in Manica.

The project, named Mozbio, will also include the component of social responsibility, benefiting the communities living inside and around that conservation area. The coordinator of the project explained that it consists of actions to reduce the greenhouse gas emissions and logging.

Afonso Matope says that the amount will be invested in implementing infrastructures and funding community-based projects for income generation. Until 2008, several areas in the country shall be covered by similar projects.

bM PROTEgE bIOdIVERSIdAdE NA RESERVA dE CHIMANIMANI

Page 8: Business Connect Janeiro 2016

8

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

O grupo brasileiro Odebrecht começa a construir em Maputo, em 2016, uma rede viária exclusiva para transportes públicos, afirmou o director de Relações Públicas e Institucionais do grupo em

Moçambique, Miguel Paiva.A rede, que segue o modelo “Bus Rapid Transit”,

contempla a construção de 17 quilómetros de faixas exclusivas para autocarros, com capacidade para 18 500 passageiros por hora, com um custo estimado em mais de 200 milhões de dólares.

Ao apresentar os projectos da Odebrecht em Moçambique para os próximos anos, Miguel Paiva adiantou que o empreendimento terá vinte estações para autocarros e a velocidade média será de 26 quilómetros por hora, de acordo com a agência noticiosa Lusa.

O Conselho Municipal da Cidade de Maputo anunciou recentemente que o projecto prevê o alargamento de algumas das principais avenidas da capital moçambicana, estando prevista a compra de 63 autocarros articulados, cada um com capacidade para transportar 140 passageiros.

O responsável anunciou ainda que o grupo vai montar um projecto avícola na província da Zambézia, orçado em 65 milhões de dólares bem como um de produção e processamento de mandioca para a extracção de amido, onde prevê vir a investir 21 milhões de dólares.

ODEbRECHT TO buILD A ROAD NETwORK FOR buSES IN MApuTO

The Brazilian group will start, in 2016, building a road network for the exclusive use of public transports in Maputo, said the Group Public and Institutional Relations Manager in Mozambique, Miguel Paiva.

The network, following the “Bus Rapid Transit” model, includes the building of 17 kilometers of lanes for the exclusive use of buses, with a capacity for 18 500 passengers per hour, with an estimate cost of over 200 million dollars.

When presenting Odebrecht projects in Mozambique for the coming years, Miguel Paiva revealed that the project will include twenty bus stations and the average speed will be 26 kilometers per hour, according to Lusa news agency.

The Municipal Council of the City of Maputo recently announced that the project included the widening of some of the main avenues at the Mozambican capital city, and that it foresees the acquisition of 63 articulated buses with capacity to transport 140 passengers.

The official further announced that the group will implement a project in the poultry sector in Zambezia, budgeted in 65 million dollars, as well as a project in the area of cassava production and processing for starch extraction, where the estimate is to invest 21 million dollars.

OdEbRECHT VAI CONSTRUIR REdE VIáRIA PARA AUTOCARROS EM MAPUTO

8 JANEIRO 2015 | jANUAry 2015

Page 9: Business Connect Janeiro 2016

9www.revistabusinessconnect.com

MOÇAMBIQUE | ON MOZAMBIQUE

Estudantes e professores moçambicanos criaram uma associação de historiadores, com o objectivo de incentivar a pesquisa e refletir sobre a forma como é contado o passado em Moçambique.

“O nosso objectivo principal é claro: fomentar a pesquisa histórica no país”, disse Joel das Neves Tembe, presidente da assembleia-geral da Associação de Historiadores de Moçambique (Ahimo), em entrevista à agência de notícias Lusa.

O projecto pretende juntar, além de historiadores, estudantes e professores de diversas áreas do conhecimento em Moçambique para discutir esta área em Moçambique.

Joel das Neves Tambe, também diretor do Arquivo Histórico de Moçambique, disse que a iniciativa visa também criar um espaço para que os jovens historiadores apresentem suas pesquisas, um incentivo para o surgimento de “ formas mais equilibradas” de contar a História de Moçambique.

“Este é um país que praticamente não conhece a sua História”, lamentou Joel das Noves Tambe, acrescentando que Moçambique precisa “voltar, em termos cronológicos, e recuperar a sua História”, sob o risco de perder a sua identidade como nação.

Citado pela Lusa, Carlos Quembo, historiador e cofundador da associação, enalteceu a importância do projecto na preservação das fontes históricas do país, destacando o papel da História na criação da consciência coletiva de uma “jovem nação”.

“A História oficial tem de ser percebida como uma interpretação e existem outras e variadas interpretações”, reiterou o historiador.

CRIAdA ASSOCIAçÃO PARA PESQUISA HISTÓRICA EM MOçAMbIQUE

“Our main objective is clear: to promote historical research in the country”, said Joel das Neves Tembe, president of the General Assembly of the Mozambican Historians Association (AHIMO – Associação de Historiadores de Moçambique), in an interview to Lusa news agency.

The project intends to bring together, not only historians, but also students and professors from several fields to discuss this subject in Mozambique.

Joel das Neves Tembe, who is also the director of Mozambique Historical Archives, said that the initiative also aims at creating a space for young historians to present their research projects, an incentive to the emergence of ‘more balanced ways’ of telling Mozambique History.

“This is a country that barely knows its History”, regretted Joel das Neves Tembe, adding that Mozambique needs to “go back, chronologically, and recover its History”, at the risk of loosing its identity as a nation.

Quoted by Lusa, Carlos Quembo, historian and co-founder of the association, commended the relevance of the project in preserving the country’s historical sources, highlighting the role of History in the creation of the collective conscience of a ‘young nation’.

“The official History has to be perceived as an interpretation and there are further and diverse interpretations”, the historian said.

NEw ASSOCIATION FOR HISTORICAL RESEARCH IN MOzAMbIquE

Mozambican students and professors have instituted an historian’s association, with the purpose of encouraging research and reflect on how the past is communicated in Mozambique.

Page 10: Business Connect Janeiro 2016

10

PAÍSES VIZINHOS | NEIGHBOUrING NEWS

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

áFRICA dO SUL:NATAL MAIS PObRE

Vários economistas dizem que a subida da taxa de juro pelo Comité de Política Monetária do Banco da Reserva (MPC) em 25 pontos base de 6% para 6,25% afectou negativamente os consumidores sul-africanos durante o período de Natal fazendo com que todos os reembolsos de dívida, tais como hipotecas e veículos de pagamentos com cartão de crédito aumentassem, colocando pressão financeira adicional sobre os consumidores.

Neil Roets, CEO da empresa de gestão de dívida “Dept Rescue”, diz que a combinação da forte seca em áreas de produção de alimentos básicos, juntamente com o aumento da taxa de juro e o enfraquecimento do rand, teve consequências desastrosas para as pessoas pobres, tal é o caso da inflacção dos alimentos em 10%. Nos últimos seis meses, a empresa diz ter registado taxas de crescimento mais elevadas de pessoas que buscam aconselhamento sobre gestão de dividas dada a sua incapacidade de reembolso, disse Roets.

Raymond Parsons, Professor da North West University Business School Potchefstroom, disse que o aumento da taxa de juro teve um impacto negativo sobre os já baixos níveis de confiança de empresários e consumidores. Sobretudo estes últimos, os consumidores, ficaram profundamente endividados por causa de questões como o enfraquecimento do rand face ao dólar que se traduziu no aumento de preços para todos os produtos importados.

SOuTH AFRICA: A HuMbLER CHRISTMAS

Several economists defend that the interest rate increase by the Monetary Policy Committee (MPC) in 25 basis points, from 6 to 6,25% has negatively impacted South African consumers during Christmas season, resulting in a rise of all debt repayments, such as mortgages and payments with credit card, putting additional financial pressure on consumers.

Neil Roets, CEO of the debt management company “Debt Rescue”, says that the combination of severe droughts in production areas of elementary food products, together with the increase in the interest rate and the depreciation of Rand, had disastrous consequences for poor people, for instance a 10% inflation rate on food items. Over the past six months, the company says there is a higher demand for debt management counseling, from people facing difficulties with repayments, said Roets.

Raymond Parsons, Professor at the North West University Business School Potchefstroom, said that the increase in the interest rate had a negative impact on the already low trust levels of businessmen and consumers. The latter, consumers, in particular, became severely indebted due to events like the depreciation of rand towards the dollar, which resulted in a price increase for all imported products.

10 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

Page 11: Business Connect Janeiro 2016

11www.revistabusinessconnect.com

PAÍSES VIZINHOS | NEIGHBOUrING NEWS

11www.revistabusinessconnect.com

AUSTRáLIA E NOVA ZELâNdIA: MERCAdOS PROMISSORES PARA TURISMO ZAMbIANO

O director do Conselho de Turismo da Zâmbia (ZTB), Felix Chaila revelou que os turistas da Austrália e Nova Zelândia estão entre os poucos que visitam a Zâmbia e fazem férias

mais longas. Por esta razão, como forma de angariar mais lucros no sector turístico, o ZTB tem produzido road shows de turismo na Austrália e Nova Zelândia dado constituírem um mercado importante e lucrativo.

Chaila diz que o objectivo dos road shows é comercializar e aumentar a consciencialização entre os australianos e neozelandeses sobre o turismo na Zâmbia. 80 por cento dos operadores turísticos na Austrália e Nova Zelândia não têm informações sobre o turismo praticado na Zâmbia, e apenas 20 por cento sabem e visitam com alguma frequência o país.

Por este motivo, o dirigente de turismo na Zâmbia defende ser a tarefa do seu órgão expandir informações vitais e expor-se aos operadores turísticos da Nova Zelândia e Austrália bem como convidá-los em viagens de familiarização. “O turista procura um lugar seguro, pacífico e interessante para fazer turismo no mundo e a Zâmbia está entre poucos países no mundo com essa oferta”, garante.

O Alto Comissário da Zâmbia na Austrália, George Zulu, diz que a missão vai trabalhar em estreita colaboração com a ZTB na comercialização de Zâmbia para a Austrália e Nova Zelândia, até porque diferentemente da maioria dos outros países do mundo –diz ele - a vida selvagem na Zâmbia está ainda na sua forma original e natural.

AuSTRALIA AND NEw zEALAND: pROMISINg MARKETS FOR zAMbIAN TOuRISM SECTOR

The director of Zambia Tourism Board (ZTB), Felix Chaila, revealed that Australian and New Zealand tourists are amongst the few visiting Zambia and staying for longer holidays. Hence, in order to increase the profits in tourism, ZTB has been organizing tourism road shows in Australia and New Zealand, considering the importance and potential of those markets.

Chaila says the purpose of the road shows is to promote the tourism in Zambia and raise awareness about it amongst Australians and New Zealanders. 80 per cent of tour operators in Australia and New Zealand have no information about the touristic options in Zambia, and only 20 per cent are aware of it and visit the country regularly.

Therefore, the head of tourism in Zambia advocates that his institution shall undertake to disseminate crucial information and be exposed to tour operators in New Zealand and Australia, as well as to invite them to go to Zambia for familiarization trips. “Tourists look for a safe, peaceful and interesting location to travel abroad and Zambia is amongst the few countries in the world that can provide it”, he assures.

Zambian High Commissioner in Australia, George Zulu, says that the mission will work closely with ZTB in marketing Zambia for Australia and New Zealand, also because, contrary to most other countries in the world – he says – wildlife in Zambia is still in its original and natural condition.

PAÍSES VIZINHOS | NEIGHBOUrING NEWS

Page 12: Business Connect Janeiro 2016

12

PAÍSES VIZINHOS | NEIGHBOUrING NEWS

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um empréstimo de cerca de USD42 milhões para Madagáscar a fim de ajudar o país Africano a atender “a necessidade urgente de financiamento

do balanço de pagamentos.” Através deste mecanismo, informa o portal web de francês “Jeune Afrique”, o FMI concedeu um empréstimo sujeito a revisão de dois em dois anos, por um período de cinco anos e meio.

A primeira tranche de um montante semelhante já havia sido aprovada para Madagáscar em Junho de 2014. A ajuda internacional representa uma parte significativa do orçamento de Madagáscar e este défice é resultante da crise política de 2009, diz um comunicado do FMI. No entanto, acrescenta o Fundo, apesar do retorno dos doadores no país e a retomada do crescimento, a economia malgaxe ainda está a viver uma situação difícil.

Apesar dos desafios que enfrentam Madagáscar, as políticas macroeconómicas conseguiram manter a estabilidade e sustentabilidade da economia em 2015. Para o futuro, as autoridades já começaram a implementar medidas significativas para consolidar ainda mais a estabilidade económica, e em especial para reforçar a mobilização de receitas, melhorar a qualidade da despesa

MAdAgáSCAR: EMPRÉSTIMO E NOVAS MEdIdAS PARA 2016

orçamental, reforçar as operações do banco central, e garantir um melhor funcionamento do mercado de câmbio.

O objectivo final é aumentar os gastos em infraestruturas básicas e desenvolvimento social, para garantir um crescimento forte e sustentável, conducente à redução da pobreza, o que permite inverter a deterioração dos indicadores de desenvolvimento. As autoridades também adoptaram uma nova estratégia de luta contra a corrupção.

De acordo com o jornal “La Gazette”, as novas medidas tomadas para reforçar a administração fiscal consistem principalmente em melhorar o cumprimento das obrigações fiscais, evitar a fraude, eliminando algumas isenções e em enfrentar a grande dimensão do sector informal. As autoridades vão também tomar medidas para evitar a acumulação de novos atrasos internos e para limpar backlogs existentes no menor tempo possível.

O mesmo jornal faz saber que a recapitalização actual do banco central, a revisão do seu quadro jurídico e uma gestão mais deliberada de liquidez bancária irá fortalecer a capacidade de manter a estabilidade dos preços e do sector financeiro.

PAÍSES VIZINHOS | NEIGHBOUrING NEWS

Page 13: Business Connect Janeiro 2016

13www.revistabusinessconnect.com

PAÍSES VIZINHOS | NEIGHBOUrING NEWS

13

MADAgASCAR: LOAN AND NEw MEASuRES FOR 2016

The International Monetary Fund (IMF) has approved a loan of about USD 42 million to Madagascar, to help the African country addressing ‘the urgent need of funding the balance of payments’. Through this mechanism, the French website ‘Jeune Afrique’ informs, IMF has granted a loan subject to reassessment every two years, for a period of five and a half years.

The first tranche of a similar amount had already been approved for Madagascar in June 2014. International Aid accounts for a great part of the Malagasy budget and such deficit results from the 2009 political crisis, says an IMF release. Nonetheless, the Fund adds, despite the donors returning to the country and the increasing growth, Malagasy economy is still going through tough times.

In spite of the challenges faced by Madagascar, macroeconomic policies have managed to maintain the economy stability and sustainability in 2015. Looking forward, authorities have already started to implement relevant actions in order to further consolidate economic stability, and, in particular, to strengthen the revenue mobilization, to improve the quality of budget spending, to strengthen the central bank transactions

and to ensure an improved performance of the exchange market.

The ultimate goal is to increase the spending in basic infrastructures and social development, in order to ensure a solid and sustainable growth, conductive to poverty reduction, which will enable the reversing of the development indicators deterioration. The authorities have also adopted a new strategy to fight corruption.

According to the newspaper ‘La Gazette’, the new measures taken to strengthen tax administration consists mainly of improving the compliance with tax obligations, avoiding fraud, eliminating some exemptions and addressing the pronounced informal market. The authorities will also take measures to avoid accumulating new backlogs and eliminate the existing ones as fast as possible.

The same newspaper informs that the current recapitalization of the central bank, the review of its legal framework and a more cautious management of bank liquidity shall strengthen the capacity to maintain the stability in prices and in the financial sector.

PAÍSES VIZINHOS | NEIGHBOUrING NEWS

Page 14: Business Connect Janeiro 2016

14 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

PM dIZ QUE CObRANçA dE IMPOSTOS ESTá A AUMENTAR

O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, garante que a cobrança de impostos e a redução da economia paralela, nos mercados informais, tem vindo lentamente a melhorar. Mas o responsável

admite que, apesar dos esforços das administrações para a sustentabilidade económica e financeira, prevalecem desafios para tributar a economia informal.

Carlos Agostinho do Rosário falava em Maputo na abertura do Fórum Diálogo Africano sobre a Tributação, em representação do chefe do Estado, Filipe Nyusi, desafiando a administração tributária dos países africanos a tornar robusto o sector, para pôr fim à dependência dos orçamentos de parceiros internacionais.

Segundo o Primeiro-Ministro, a robustez do sistema tributário vai permitir que os governos africanos tenham recursos para combater a pobreza e criar infraestruturas sociais.

“Encoraja-nos notar que o rácio fiscal médio tem aumentado, em África, desde o início da década 90, o que significa que muitas economias realizam progressos significativos na cobrança de impostos”- frisou o Primeiro-Ministro, citado pelo jornal “Notícias”.

Carlos Agostinho do Rosário disse esperar que a conferência traga resultados que permitam o crescimento das economias africanas. Segundo o Primeiro-Ministro, o aumento das trocas comerciais entre os países, em especial o trânsito de mercadoria de e para o Interland, e o papel das Autoridades Tributárias, deve também direccionar-se para a promoção da facilitação do comércio internacional seguro e legítimo.

A Presidente da Autoridade Tributária de Moçambique, Amélia Nakhare, disse que as administrações tributárias africanas estão preocupadas com a erosão fiscal, a dupla tributação, incentivos fiscais e fluxo ilícito de capitais.

pM SAyS THAT TAx COLLECTION IS IMpROvINg

The Prime Minister, Carlos Agostinho do Rosário, ensures that tax collection and a decrease in the parallel economy, in the informal markets, has been slowly improving. But he acknowledges that, in spite of the efforts of the government towards economic and financial sustainability, the challenges to taxing informal economy prevail.

Carlos Agostinho do Rosário was speaking in Maputo, at the opening of the Africa Tax Dialogue Forum, representing the head of State, Filipe Nyusi, challenging the tax administration of African countries to strengthen the sector, in order to end with the dependence from the international counterparts’ budgets.

According to the Prime Minister, a sound tax system shall allow for African governments to have resources to fight poverty and create social infrastructures.

“We are motivated by noticing that the average tax ratio has been increasing in Africa since the early 90’s, which means that many economies are doing important progresses in tax collection” – the Prime Minister pointed out, quoted by the newspaper ‘Notícias’.

Carlos Agostinho do Rosário expressed his hopes that the outcomes of the conference would enable the growth of African economies. According to the Prime Minister, the trade increase among countries, namely the commodities transit from and to Hinterland, and the role of Tax Authorities, shall also be directed to promoting the facilitation of a safe and lawful international trade.

The President of Mozambique Tax Authority, Amélia Nakhare, said that African tax administrations are concerned with tax erosion, double taxation, tax incentives and unlawful flow of capital.

Page 15: Business Connect Janeiro 2016

15www.revistabusinessconnect.com

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

UNIÃO EUROPEIA ANUNCIA APOIOS PARA PROJECTOS dE dESENVOLVIMENTO

A União Europeia vai desembolsar 740 milhões de dólares para apoiar, nos próximos cinco anos, vários projectos de desenvolvimento em Moçambique, anunciou em Lichinga o chefe da delegação

europeia em Moçambique Sven Kühn von Burgsdorff.O embaixador disse também que o acordo para a

concessão daquela verba seria assinado em Bruxelas, em Novembro, entre o governo de Moçambique e a Comissão Europeia, de acordo com a Rádio Moçambique.

O chefe da delegação da União Europeia em Moçambique, que falava à sua chegada a Lichinga, para uma visita de seis dias à província do Niassa, disse que o objectivo da deslocação é verificar quais as prioridades de investimento na região. Sven Burgsdoff adiantou que as províncias de Nampula, Zambézia, Sofala e Tete, incluindo algumas zonas da província do Niassa, são as que registam níveis de pobreza mais elevados.

Acompanharam Sven Kühn von Burgsdorff na deslocação os embaixadores da Itália e dos Países Baixos, o director da agência de cooperação internacional da Bélgica e os encarregados de negócios da Finlândia e Portugal.

EuROpEAN uNION ANNOuNCES SuppORT TO DEvELOpMENT pROjECTS

The European Union will disburse 740 million dollars to support several development projects in Mozambique over the next five years, announced, in Lichinga, the head of the European Delegation in Mozambique, Sven Kühn von Burgsdorff.

The ambassador also said that the agreement for granting the amount would be signed in Brussels, in November, between the government of Mozambique and the European Commission, according to Rádio Moçambique.

The head of the European Delegation in Mozambique, speaking at his arrival to Lichinga, for a six-day visit to Niassa province, said that the goal of his trip is to assess the investment priorities in the region. Sven von Burgsdoff pointed out that Nampula, Zambezia, Sofala and Tete Provinces, including some areas in Niassa Province, are the ones with higher poverty indexes.

The Ambassadors of Italy and The Netherlands, the director of the Belgium Development Cooperation and the Finnish and Portuguese Chargé d’Affairs joined Sven Kühn von Burgsdorff in this trip.

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

Page 16: Business Connect Janeiro 2016

16 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

ISENçÃO dE IMPOSTOS ENTRE EU E SAdC CAdA VEZ MAIS PERTO

Os países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), da qual Moçambique é membro, pretendem assinar um acordo de cooperação económica com a União Europeia (UE) que poderá permitir o acesso ao mercado europeu com isenção de impostos e quotas.

Falando durante o Seminário Sobre Empresas Europeias e Questões Laborais em Moçambique, o embaixador da UE, Sven Von Burgsdorff, explicou que decorrem negociações visando finalizar o acordo que entrará em vigor em 2016.

O acordo permite o acesso directo ao mercado Europeu, com mais de 500 milhões de consumidores que beneficiarão dos serviços e produtos de África, sem pagamento de impostos e quotas, disse Von Burgsdorff.

À margem do seminário, o embaixador avançou a hipótese de a cerimónia de celebração do acordo de isenção de impostos e quotas, por um período indeterminado, ser realizada em Bruxelas.

Rubricado o acordo, Von Burgsdorff acredita que o fluxo de investimento irá aumentar, em Moçambique, caso as condições socio-económicas melhorem. O acordo poderá representar uma boa notícia para o sector privado moçambicano, porque garante, de maneira sustentável, o acesso ao mercado europeu, disse a fonte.

O acordo prevê igualmente, segundo o embaixador, a liberação dos produtos europeus, com destaque para os industriais e maquinarias ao mercado da região.

As empresas europeias trazem também divisas para os países, com os seus investimentos, e permitem o alargamento da base tributária, afirmou a fonte, acrescentando que nos últimos três anos, os investimentos do mercado europeu aumentaram consideravelmente em Moçambique.

TAx ExEMpTION bETwEEN Eu AND SADC IS CLOSE

The countries from the Southern Africa Development Community (SADC), of which Mozambique is part, intend to sign an economic cooperation agreement with the European Union (EU), which may allow the access to the European market with exemptions from tax and quotas.

In a speech at the Seminar on European Companies and Labour Issues in Mozambique, the EU ambassador, Sven Von Burgsdorff, explained that negotiations are ongoing to finalize the agreement that shall enter in force in 2016.

The agreement enables the direct access to the European market with over 500 million consumers that will benefit from African services and products, without taxes and quota charges, said Von Burgsdorff.

In sidebar conversations, the ambassador revealed the possibility of the ceremony to sign the open-ended tax and quota exemption agreement taking place in Brussels.

After the agreement is signed, Von Burgsdorff believes that the investment flow will increase in Mozambique, in case of improved social and economic conditions. The agreement may represent good news for the private sector in Mozambique, because it guarantees a sustainable access to the European market, the source said.

The agreement also envisages, according to the ambassador, the liberation of European products to the regional market, specially the industrial products and machinery.

Along with their investments, the European companies also bring foreign currency to the country and allow for the widening of the tax base, the source said, adding that over the past three years, the European market investments have had a significant rise in Mozambique.

16 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

Page 17: Business Connect Janeiro 2016

17www.revistabusinessconnect.com

ANTEVISÃO 2016 / 2016 OUTLOOK

PARA ONdE VAI O MUNdO A NÍVEL ECONÓMICO?

Por volta de Abril de 2016, um terceiro conjunto de esclusas no Canal do Panamá vai poder acomodar navios 2,6 vezes maiores que os que maiores que agora cruzam as águas. A abertura das esclusas do Canal do Panamá é apenas um acontecimento provável naquele que se antecipa um ano repleto de acontecimentos para a economia global. O acordo comercial Trans-pacífico poderá obter a aprovação de 12 nações que, juntas, representam 40 por cento da produção global. Haverá eleições presidenciais nos EUA e em Taiwan, Jogos Olímpicos de Verão no Brasil e um novo plano quinquenal na China. É provável que o maior acontecimento de todos seja um referendo no Reino Unido sobre a permanência ou não na União Europeia.

A economia mundial no próximo ano está a preparar-se para ser mais forte do que em 2015 e aproximadamente ao nível das médias de crescimento a longo prazo, segundo o Fundo Monetário Internacional e os economistas questionados pela Bloomberg. Mas “um regresso a uma expansão global robusta e sincronizada continua difícil”, disse o FMI nas suas previsões de Outubro.

Os economistas do Fundo estimam um crescimento mundial de 3,6 por cento, uma subida em relação aos 3,1 por cento neste ano e quase o mesmo que a média de 3,5 por cento entre 1980 e 2014. Esses números baseiam-se no método preferencial do FMI de medir resultados, usando o poder real de compra das moedas nacionais. Usando o método tradicional – através das taxas de câmbio de mercado – as projecções do FMI e os valores do histórico seriam cerca de 0,6 pontos percentuais mais baixos.

O próximo ano será “Mais ou menos OK”, diz Adair Turner, ex-presidente da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido e autor de um novo livro, Between Debt and the Devil (Entre a Dívida e o Demónio). Mais pessimista do que a maioria, Adair está preocupado com o surgimento de guerras monetárias não assumidas, à medida que a Europa e o Japão tentam baixar o valor da sua moeda para impulsionar as exportações e o emprego interno – essencialmente roubando crescimento dos seus parceiros comerciais.

wHERE IS THE wORLD gOINg IN TERMS OF ECONOMICS?

Sometime around April 2016, a third set of locks on the Panama Canal will begin handling ships as much as 2.6 times the size of the biggest ones now able to ply the waterway. The opening of the Panama Canal locks is just one likely event in what promises to be an eventful year for the global economy. The Trans-Pacific Partnership trade agreement could win approval from 12 nations that together account for 40 percent of global output. There will be presidential elections in the U.S. and Taiwan, a Summer Olympics in Brazil, and a new five-year plan in China. The biggest event of all could be a referendum in the U.K. on whether to remain part of the European Union.

The world economy next year is shaping up to be stronger than in 2015 and roughly in line with long-term growth averages, according to the International Monetary Fund and economists surveyed by Bloomberg. But “a return to robust and synchronized global expansion remains elusive,” the IMF said in its October outlook.

The fund’s economists project world growth of 3.6 percent, up from 3.1 percent this year and about the same as the 3.5 percent average from 1980 through 2014. Those numbers are based on the IMF’s preferred method of measuring output, using the real purchasing power of national currencies. Measured the standard way—using market exchange rates—the IMF’s projections and historical figures would be about 0.6 percentage point lower.

The coming year will be “OK-ish,” says Adair Turner, former chairman of the U.K.’s Financial Services Authority and author of a new book, Between Debt and the Devil. More pessimistic than the consensus, he worries there will be undeclared currency wars as Europe and Japan try to cheapen their money to boost exports and employment at home—essentially stealing growth from their trading partners.

Cont.

ANTEVISÃO 2016 / 2016 OUTLOOK

Page 18: Business Connect Janeiro 2016

18

ANTEVISÃO 2016 / 2016 OUTLOOK

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

GUIA BÁSICO PARA 2016Aqui vai uma previsão geral em poucas palavras: a

China vai continuar a desacelerar. Os EUA vão continuar a ultrapassar os seus pares das nações ricas. Com a procura global baixa, é provável que o preço do dinheiro (taxas de juro) e do petróleo e outras mercadorias continue baixo. Os banqueiros centrais Janet Yellen, Mario Draghi e Haruhiko Kuroda estarão no centro das atenções, à medida que a Reserva Federal tenta aumentar as taxas e o Banco Central Europeu e o Banco do Japão procuram formas para estimular o crescimento. “A variável mais importante para 2016 é a China, onde a taxa de crescimento anual do produto interno bruto caiu 7 por cento no terceiro trimestre de 2015, pela primeira vez desde a crise financeira de 2008-9”, afirma a Bloomberg.

“Os países em desenvolvimento que passaram a depender fortemente da China como consumidor dos seus recursos incluem o Brasil, o Chile, a Malásia, as Filipinas, a África do Sul, a Tailândia e o Vietname. Mas o apetite mundial pelos produtos chineses já não está a crescer ao mesmo ritmo e a China já não tem necessidades urgentes para mais das infra-estruturas que tem vindo a construir ferozmente”, acrescenta.

O FMI estima que o crescimento da China abrande para 6,3 por cento em 2016, dos 6,8 por cento que registou este ano. Willem Buiter, economista global chefe do Citigroup, afirma: “Consideramos que a China está com um risco elevado e em rápido crescimento de uma aterragem dura cíclica,” escreveu em Setembro, citando a capacidade excessiva e as altas cargas de endividamento. Com a Rússia e o Brasil já em recessão, um abrandamento abrupto na China iria arrastar outros mercados emergentes para uma situação difícil, alertou Buiter.

O petróleo barato é um factor chave que deixa a maioria dos economistas mais optimistas que Buiter. Embora os preços baixos prejudiquem os exportadores, incluindo a Rússia e os membros da OPEP, estes impulsionam as

THE ESSENTIAL GUIDE TO 2016

Here’s the mainstream outlook in a nutshell: China will continue to decelerate. The U.S. will continue to outperform its rich-nation peers. With global demand soft, the price of money (interest rates) and the prices of oil and other commodities are likely to remain low. Central bankers Janet Yellen, Mario Draghi, and Haruhiko Kuroda will be in the spotlight as the Federal Reserve attempts to nudge rates higher and the European Central Bank and Bank of Japan look for ways to stimulate growth. “The most important variable for 2016 is China, where the annual gross domestic product growth rate dipped below 7 percent in the third quarter of 2015 for the first time since the 2008-09 financial crisis”, Bloomberg says.

“Developing nations that have come to depend heavily on China as a customer for their resources include Brazil, Chile, Indonesia, Malaysia, the Philippines, South Africa, Thailand, and Vietnam. But the world’s appetite for Chinese goods isn’t growing at the same pace anymore, and China has no urgent need for more of the infrastructure it’s been furiously building”, they add.

The IMF projects that China’s growth will slow to 6.3 percent in 2016, from 6.8 percent this year. Willem Buiter, chief global economist of Citigroup, says: “We consider China to be at high and rapidly rising risk of a cyclical hard landing,” he wrote in September, citing excess capacity and high debt loads. With Russia and Brazil already in recession, a sharp slowdown in China would drag other emerging markets down, Buiter warned.

Cheap oil is one key factor that makes most economists more optimistic than Buiter. While the low price harms exporters, including Russia and members of OPEC, it boosts importing nations in the

Page 19: Business Connect Janeiro 2016

19www.revistabusinessconnect.com

ANTEVISÃO 2016 / 2016 OUTLOOK

nações importadoras no mundo em desenvolvimento – a maioria da América Latina, África e Ásia, incluindo a China. O petróleo barato também ajuda os países desenvolvidos, como os EUA, mas os custos de combustível são uma pequena parte das suas despesas totais.

Infelizmente para os macroeconomistas, os preços do petróleo são ainda menos previsíveis do que a economia chinesa, estando tudo dependendo das políticas da OPEP em relação ao conflito no Médio Oriente. Uma teoria diz que o preço do crude pode cair abaixo dos 40 dólares por barril no próximo ano, porque a produção é maior que o consumo e o mundo está a ficar sem lugares para armazenar o excesso. Uma quantidade de crude sem precedentes está a bordo de navios-cisterna enquanto os seus proprietários procuram compradores.

Os bulls do petróleo defendem, pelo contrário, que o preço baixo irá atenuar suficientemente a exploração e a produção, de forma a criar carências e voltar a provocar uma subida no preço. Emad Mostaque, um estratega da Eclectic Strategy em Londres, diz que um barril de petróleo poderia atingir os 100 dólares ou mesmo 130 até 2017. Entre esses dois extremos, os investidores estão a apostar apenas numa pequena subida dos preços, com o crude Brent a atingir um valor de referencia de 56 dólares por barril até ao final de 2016, em relação aos 49 dólares actuais.

A Europa e o Japão estão mais fracos. Ao contrário da economia norte-americana, que tem vindo a crescer lentamente mas de forma estável desde 2009, ambos têm sofrido retrocessos periódicos. O BCE poderia mergulhar ainda mais as taxas de juro a curto prazo em território negativo, mesmo antes do início de 2016 e o Banco do

developing world—most of Latin America, Africa, and Asia, including China. Cheap oil also helps developed nations such as the U.S., but fuel costs are a smaller portion of their total expenditures.

Unfortunately for macroeconomists, oil prices are even less predictable than the Chinese economy, depending on everything from OPEC politics to strife in the Middle East. One theory says the price of crude could drop below $40 a barrel next year, because production is exceeding consumption and the world is running out of places to store the excess. An unprecedented amount of crude is afloat on tanker ships while its owners look for buyers.

Oil bulls counter that the low price will depress exploration and production enough to create shortages and drive the price back up. Emad Mostaque, a strategist for Eclectic Strategy in London, says a barrel of oil could fetch $100 or even $130 by 2017. Between those two extremes, traders are betting that prices will

rise only a bit, with the Brent crude benchmark reaching $56 a barrel by the end of 2016, up from about $49 now.Europe and Japan are weaker. Unlike the U.S. economy, which has grown slowly but steadily since 2009, both have suffered periodic setbacks.

Page 20: Business Connect Janeiro 2016

20

ANTEVISÃO 2016 / 2016 OUTLOOK

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

Japão está a preparar-se para aumentar as compras de obrigações para baixar as taxas a longo prazo.

A crise de refugiados da Europa é uma tensão recente na UE. O estranho é que, na verdade, isso pode estimular o crescimento económico a curto prazo, pelo menos na Alemanha. “Pensamos que será um impulso para o PIB”, afirma Malte Rieth, chefe do departamento de previsões económicas globais no Instituto Alemão de Investigação Económica em Berlim. A organização, conhecida pelo seu acrónimo em alemão DIW, calcula que o governo irá dar ajudas aos refugiados, que, por sua vez, irão gastás-la, maioritariamente em produtos e serviços nacionais, acrescentando 0,1 a 0,2 por cento ao crescimento do PIB.

Foi um ano extraordinariamente desafiante para o Brasil (crise política, petróleo) e para a Rússia (sanções, petróleo). O FMI prevê que as economias dos dois países continuem a retrair-se em 2016, mas não de forma tão acelerada. Não se prevê que nenhuma outra das principais economias esteja em recessão no próximo ano. O FMI antevê que a Índia supere novamente a China, com uma ligeira aceleração no crescimento para 7,5 por cento, enquanto o México cresce 2,8 por cento, a Nigéria 4,3 por cento e a África do Sul consegue um mero aumento de 1,3 por cento nos resultados. Moçambique ajustou as suas estimativas de crescimento de 7,5 para 6,7 por cento.

Crescimento “mais ou menos OK” pode ser o melhor que se consegue daqui para a frente, afirma Stephen King, consultor económico sénior do HSBC em Londres. Ele argumenta que o forte crescimento mundial entre 1950 e 2000 foi anormal e diz que a economia mundial está a voltar ao ritmo mais lento dos 150 anos precedentes. Por outras palavras, não se trata simplesmente de aplicar o estímulo certo aqui e ali. “O problema”, diz King à Bloomberg, “é mais profundo.”

The ECB could push short-term interest rates deeper into negative territory even before 2016 starts, and the Bank of Japan is getting ready to increase bond purchases to lower long-term rates.

Europe’s refugee crisis is a fresh stress on the EU. The strange thing is that it may stimulate short-term economic growth, at least in Germany. “We think it will be a boost for GDP,” says Malte Rieth, head of global economic forecasting at the German Institute for Economic Research in Berlin. The organization, known by its German acronym DIW, calculates that the government will give aid to the refugees, who in turn will spend it, mostly on domestic goods and services, adding 0.1 percent to 0.2 percent of GDP growth.

It’s been a hellacious year for Brazil (political crisis, oil) and Russia (sanctions, oil). The IMF is expecting both countries’ economies to continue shrinking in 2016, but not as rapidly. No other major economies are expected to be in recession next year. The IMF looks for India to outpace China again, accelerating slightly to 7.5 percent growth, while Mexico grows 2.8 percent, Nigeria expands 4.3 percent, and South Africa manages a bare 1.3 percent increase in output. Mozambique has readjusted its growth estimates, from 7.5 to 6,7 pc.

OK-ish growth might just be as good as it gets from here on, says Stephen King, senior economic adviser to HSBC in London. He argues that the strong world growth of 1950 to 2000 was an anomaly and says the world economy is returning to the slower pace of the preceding 150 years. In other words, it’s not just a matter of applying the right stimulus here and there. “The problem,” King says to Bloomberg, “is deeper.”

20 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

Page 21: Business Connect Janeiro 2016

21www.revistabusinessconnect.com

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

MOzAMbIquE’S COMMODITy ExCHANgE ISSuES FIRST DEpOSITARy CERTIFICATES (MACAuHub)

Mozambican Commodity Exchange (BMM - Bolsa de Mercadorias de Moçambique) started issuing depositary certificates for commodities on December 20, allowing farmers to have access to bank credit, said the president of the institution in Maputo.

António Grispos, speaking after the signature of agreements on the execution of the depositary certificates with Banco Internacional de Moçambique (BIM) and Banco Terra de Moçambique (BTM), said that is was still difficult to say for sure how many farmers will beneficiate from this initiative, according to the news agency Lusa.

According to the president of BMM, the depositary certificate will ease the producers’ access to bank credit, since the document serves as a title proving the ownership of the commodities deposited at the exchange silos by the holder.

Grispos declared that only the producers, who have their goods stored at BMM silos will have access to these depositary certificates, adding that at the moment the entity has seven silo complexes with capacity for at least 35 thousand tons of agricultural products.

A Bolsa de Mercadorias de Moçambique (BMM) começou a emitir certificados de depósito de mercadorias a partir de 20 de Dezembro, permitindo aos produtores agrícolas o acesso ao crédito

bancário, afirmou em Maputo o presidente da instituição.António Grispos, que falava após a assinatura de

acordos de execução do sistema de certificados de depósito com o Banco Internacional de Moçambique (BIM) e com o Banco Terra de Moçambique (BTM), disse ser ainda difícil dizer quantos produtores irão beneficiar da iniciativa, de acordo com a agência noticiosa Lusa.

Segundo o presidente da BMM, o certificado de depósito vai facilitar o acesso dos produtores ao crédito bancário, uma vez que o documento funciona como título que prova a posse de mercadoria depositada nos silos da bolsa por parte do titular.

Grispos declarou que terão acesso a certificados de depósitos os produtores que tiverem a sua mercadoria conservada nos silos da BMM, adiantando que, de momento, a entidade conta com sete complexos de silos com capacidade para pelo menos 35 mil toneladas de produtos agrícolas.

bOLSA dE MERCAdORIAS EMITE PRIMEIROS CERTIFICAdOS dE dEPÓSITO

21www.revistabusinessconnect.com

Page 22: Business Connect Janeiro 2016

22 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

O Banco Mundial (BIRD) começou a investir em Dezembro mais de dez milhões de dólares norte-americanos para a reabilitação dos regadios de

Munda-Munda e Intabo, no distrito da Maganja da Costa, na província central da Zambézia.

As obras de reabilitação, segundo o jornal “Notícias”, irão consistir na limpeza e manutenção do perímetro do canal de irrigação, limpeza das valas, restauro da corrente eléctrica, reabilitação do sistema de captação de água e reparação de estradas, bem como a manutenção dos equipamentos agrícolas.

Os regadios de Munda-Munda e Intabo, que totalizam mais de 250 hectares, foram drasticamente afectados pelos desastres naturais que, no início do ano afectaram a província da Zambézia, particularmente os distritos banhados pelo rio Licungo, onde se localiza o Posto Administrativo de Nante, no distrito da Maganja da Costa.

O gestor do Programa Nacional de Irrigação disse ao Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco, que há dias visitou a infra-estrutura de irrigação agrícola, que o investimento a ser feito tem por objectivo maximizar a exploração do potencial existente, nomeadamente terras férteis e disponibilidade de água para irrigação.

zAMbEzIA: wORLD bANK ENAbLES REHAbILITATION OF IRRIgATION SySTEMS

In December The World Bank (WB) started investing over ten million US dollars in the rehabilitation of irrigation systems in Munda-Munda and Intabo, in the district of Maganja da Costa, in Zambezia, centre Mozambique.

The rehabilitation works, according to newspaper ‘Notícias’, will be focused on cleaning and doing the maintenance of the irrigation channel perimeter, cleaning the ditches, restoring the electric current, rehabilitating the water collection system and upgrading roads, as well as to perform maintenance on farming equipment.

The irrigation systems in Munda-Munda and Intabo, with more than 250 hectares in total were severely affected by the natural disasters that affected the province of Zambezia in the beginning of the year, in particular the districts along Licungo River, where the Nante Administrative Post is located, in the district of Maganja da Costa.

The director of the National Irrigation Program told the Minister of Agriculture and Food Safety, José Pacheco, who visited the infrastructure for agricultural irrigation some days ago, that the investment to be done has the purpose of boosting the development of the existent potential, namely fertile lands and availability of water for irrigation purposes.

ZAMbÉZIA: bANCO MUNdIAL POTENCIA REAbILITAçÃO dE REgAdIOS

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

Page 23: Business Connect Janeiro 2016

23www.revistabusinessconnect.com

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

INSS VAI dIFERENCIAR dEPENdENTES E POR CONTA PRÓPRIA

O Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) está preparar-se para fazer uma gestão diferenciada dos regimes de trabalhadores por conta de outrem e por conta própria no quadro

das reformas em curso na instituição gestora de pensões.A Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social,

Vitória Diogo, que tutela a área, já deu aliás indicações à liderança do INSS para trabalhar nesse sentido.

Recorde-se que o Conselho de Ministros aprovou recentemente o decreto que fixa a taxa de contribuições para os trabalhadores por conta própria, situando a taxa em sete por cento, a mesma que vigora para os casos dos que estão por conta de outrem. A diferença é que nesse caso há uma comparticipação do trabalhador e do empregador, três por cento descontados no salário do trabalhador e quatro por cento pagos pela entidade empregadora.

Segundo Vitória Diogo, a decisão do Governo constitui mais uma base para o alargamento do sistema de segurança social obrigatória para mais cidadãos e decorre do reconhecimento de que este grupo de trabalhadores tem dado um contributo significativo para o crescimento da economia nacional e, por esse facto, tem de garantir a sua própria protecção social e a dos seus familiares.

As novas inscrições já devem ser feitas numa base informatizada, através do Sistema de Informações da Segurança Social de Moçambique (SISSMO), concebido no âmbito da modernização dos serviços da segurança social.

INSS wILL CREATE A DISTINCTION bETwEEN EMpLOyED AND SELF-EMpLOyED INDIvIDuALS

The National Institute for Social Security (INSS – Instituto Nacional de Segurança Social) is preparing for a differentiated management of regimes for employed and self-employed individuals in the context of current reforms in the institution in charge of managing pensions.

The Minister of Work, Employment and Social Security, Vitória Diogo, responsible for this sector, already instructed INSS leaders to work on that.

It is important to recall that the Council of Ministers recently approved the decree that established the contribution rate for the self-employed individuals, in 7%, the same rate used for the employed individuals. The difference is that in this last case there is a co-participation from the employee and the employer; 3% discounted from the employer salary and 4% paid by the employer.

According to Vitória Diogo, the Government’s decision represents another foundation to the expansion of the mandatory social security system to more citizens and results from the acknowledgment that this group of employees have significantly contributed to the growth of the national economy, and, therefore they must guarantee their own and their relatives’ social protection.

New registrations must already be made on a computerized database through the Mozambican Social Security Information System (SISSMO - Sistema de Informações da Segurança Social de Moçambique), created within the efforts to upgrade the social security services.

Page 24: Business Connect Janeiro 2016

24 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

jApAN INvESTS IN FISHERyJapan wants to invest in Sofala over the coming

years, mainly in the capture, processing, transportation and provision of cutting-edge technologies for the fishing industry.

This information was advanced by the spokesman of the provincial Government, Hélcio Canda, moments after a courtesy meeting with the governor from Sofala, Maria Helena Taipo and a Japanese business mission that visited that region with the purpose of assessing its fishing potential.

In that occasion, according to Canda, the governor of Sofala informed the Japanese entrepreneurs that the province captures around 100 thousand tons of several fishery products in Sofala bank, the major potential of the region.

He also said that, through this sector, the province directly employs over 19 thousand people in the subsector of the artisanal fishing distributed by 184 fishing centers. The majority is based in Beira Maritime Port.

The mission was also informed that, in the aquaculture component, the province has an area of about 1 086 363 available hectares, 117.522 of which are available for building cages and 968 841 for tanks with promising conditions.

“The main potential species for cultivation are shrimp, mullet, crab of mangrove and tilapia fish. The districts of Beira, Dondo, Nhamatanda, Muanza, Cherigome have potential to produce this type of fish”, said the government spokesman of Sofala province.

In turn, the head of the Japanese business mission, Maki Imazu, said that: “Japan is a big consumer of marine products, that’s why we want to create this value chain and invest in these areas here in Mozambique”

JAPÃO INVESTE NA PESCA

O Japão quer investir em Sofala nos próximos anos, sobretudo na captura, processamento, transporte e disponibilização de tecnologias de ponta para o sector pesqueiro.

A informação foi avançada pelo porta-voz do Governo provincial, Hélcio Canda, momentos após um encontro de cortesia entre a governadora de Sofala, Maria Helena Taipo e uma missão empresarial japonesa que visitou aquela região do país com o objectivo de aferir das suas potencialidades pesqueiras.

Na ocasião, segundo Canda, a governadora de Sofala informou aos empresários japoneses que a província captura, anualmente, cerca de 100 mil toneladas de produtos pesqueiros diversos no banco de Sofala, o principal potencial da região.

Disse ainda que a província através deste sector emprega directamente mais de 19 mil pessoas no subsector de pesca artesanal distribuídos por 184 centros de pesca. A maioria baseia-se no Porto da Beira.

A missão foi igualmente informada de que na componente de aquacultura, a província possui uma área de cerca de 1.086.363 hectares disponíveis, dos quais 117.522 para a construção de gaiolas e 968.841 para tanques com condições favoráveis.

“As principais espécies potenciais para o cultivo são camarão, tainha, caranguejo de mangal e peixe-telapia. Os distritos de Beira, Dondo, Nhamatanda, Muanza, Cheringoma possuem potencial para a produção deste tipo de peixe”, referiu o porta-voz do Governo Provincial de Sofala.

Por seu turno, a chefe da missão empresarial do Japão, Maki Imazu, adiantou: “O Japão é um grande consumidor de produtos marinhos daí que queremos criar esta cadeia de valor e investir nestas áreas aqui em Moçambique.’’

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

Page 25: Business Connect Janeiro 2016

25www.revistabusinessconnect.com

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

PARCEIROS FINANCIAM PROgRAMA dE dESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

Um total de 26 municípios das regiões centro e norte do país poderão acelerar a implementação dos seus programas de desenvolvimento municipal com o financiamento dos governos da Dinamarca, Suíça e Áustria.

Com efeito, um acordo nesse sentido já foi assinado entre o Governo, através do Ministério da Administração Estatal e Função Pública (MAEFP), e os representantes dos três países europeus em Maputo.

Uma nota do MAEFP refere que o financiamento, em valor não especificado, também pretende apoiar as instituições nacionais que promovem o desenvolvimento municipal.

A assinatura do acordo foi testemunhada pela Ministra da Administração Estatal, Carmelita Namashulua, e os embaixadores da Dinamarca, Suíça e Áustria em Moçambique.

COuNTERpARTS FuND MuNICIpAL DEvELOpMENT pROgRAM

A total of 26 municipalities from the north and centre of the country might speed up the implementation of the municipal development programs with funding from Denmark, Switzerland and Austria Governments.

In fact, an agreement of this nature had already been signed between the Government through the Ministry of State Administration and Civil Service (MAEFP - Ministério da Administração Estatal e Função Pública) and the representatives of the three European countries in Maputo.

A memo from MAEFP refers that the funding, in an unspecified amount, is also intended to support the national institutions promoting the municipal development.

The signature of the agreement was witnessed by the Minister of State Administration, Carmelita Namashulua and the ambassadors of Denmark, Switzerland and Austria in Mozambique.

Page 26: Business Connect Janeiro 2016

26 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

As empresas moçambicanas de transformação de castanha de caju deverão processar 41 500 toneladas até ao final do ano, um acréscimo de 66% face às 25 mil toneladas processadas em 2014, informou o presidente da Associação dos Industriais do Caju (Aicaju).

Mohammed Yunus Abdul Gaffar, que falava na cerimónia de abertura da campanha 2015/2016 de comercialização da castanha, em Muecate, Nampula, disse acreditar numa boa campanha de produção e comercialização da castanha, condição para o crescimento das indústrias processadoras.

Segundo o site Macauhub, o presidente da Aicaju informou ainda que irá iniciar-se este ano em Moçambique o processamento da casca da castanha para a extracção de óleo, um passo importante no desenvolvimento integrado da indústria do caju em Moçambique.

O sector industrial do caju emprega actualmente em Moçambique cerca de 12 mil operários, número que deverá aumentar nos próximos tempos com a entrada em funcionamento de novas fábricas.

Uma nova fábrica de processamento da castanha vai ser inaugurada brevemente no distrito de Nampula, esperando-se que outra entre em funcionamento em 2016 no novo distrito de Liupo, em Nampula.

Actualmente existem 14 fábricas de processamento de castanha, a maior parte situada na província de Nampula, maior produtora, com mais de 14 milhões de cajueiros.

A meta para a campanha de comercialização de castanha de caju em 2015/2016 é de 100 mil toneladas, contra 80 mil toneladas na anterior campanha.

MOzAMbICAN INDuSTRy INCREASES CASHEw NuT pROCESSINg

Mozambican companies working in cashew nut transformation must process 41 500 tons until the end of the year, represent an addition of 66% in relation to the 25 thousand tones processed in 2014, informed the President of the Cashew Industrials Association (Aicaju).

Mohamed Yunus Abdul Gaffar, who was speaking at the cashew trading campaign 2015/2016 opening ceremony, in Muecate, Nampula, mentioned he believed in a good cashew production campaign, which is a requirement for the growth of the processing industries.

According to Macauhub website, the President of Aicaju also informed that the processing of cashew peel to extract oil with start to be done this year in Mozambique, an important step towards the integrated development of Mozambican cashew industry.

Cashew industrial sector in Mozambique currently employs around 12 thousand workers, a figure that should increase moving forward with new plants starting to operate.

In the near future, a new cashew nut processing plant will be inaugurated in the district of Nampula, and it is expected that another one starts operating in 2016 in the new district of Liupo, in Nampula.

Nowadays, there are 14 cashew nut processing plants; the majority located in the province of Nampula, the major producer, with more than 14 million cashew trees.

The cashew nut trading campaign goal in 2015/2016 is 100 thousand tons, against 80 thousand tons on last campaign.

INdúSTRIA dE MOçAMbIQUE AUMENTA PROCESSAMENTO dE CASTANHA dE CAJU

Page 27: Business Connect Janeiro 2016

27www.revistabusinessconnect.com

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

As companhias aéreas que operam para Moçambique deverão começar a utilizar o Aeroporto Internacional de Nacala entre Março e Abril de 2016, disse o presidente da empresa pública Aeroportos de Moçambique (AdM), Emanuel Chaves citado pelo Jornal Domingo.

À data de fecho da nossa edição, a certificação para operar como aeroporto internacional estava praticamente concluída, sendo esperado que a partir daí as companhias aéreas nacionais e internacionais possam vir a utilizar a infraestrutura aeroportuária.

De momento, a empresa tem estado em contacto directo com as companhias que transportam passageiros envolvidos na exploração dos depósitos de gás natural na bacia do Rovuma, de forma a garantir que Nacala passará a ser o aeroporto de entrada em Moçambique.

Emanuel Chaves adiantou ter sido já entregue às Autoridades Nacionais um pedido para que o aeroporto de Nacala seja o único na região norte do país a processar voos internacionais. Dados recentes revelam que o mercado do transporte aéreo em Moçambique envolve

AEROPORTO dE NACALA RECEbERá TRáFEgO INTERNACIONAL EM MARçO dE 2016

cerca de 1,7 milhões de passageiros por ano.Concebido e construído pela Odebrecht Infra-

estrutura – África, Emirados Árabes e Portugal - do grupo brasileiro Odebrecht, em parceria com a empresa Aeroportos de Moçambique, o Aeroporto Internacional de Nacala foi inaugurado em Dezembro de 2014 e conta com uma arquitectura e equipamentos modernos e capacidade para operar 500 mil passageiros e 5 mil toneladas de carga por ano.

As instalações do aeroporto ocupam 30 mil metros quadrados de área construída, incluindo o terminal de passageiros de 15 mil metros quadrados, torre de controlo e a pista de 3100 metros de comprimento, dimensões que permitem a operação de aviões de grande porte, como o Boeing 747.

O aeroporto entrou em funcionamento com voos comerciais operados pelas Linhas Aéreas de Moçambique e a sua gestão está a cargo da AdM, responsável pela administração das infra-estruturas aeroportuárias de Moçambique.

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

Page 28: Business Connect Janeiro 2016

28 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

Page 29: Business Connect Janeiro 2016

29www.revistabusinessconnect.com

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

NACALA AIRpORT STARTS RECEIvINg INTERNATIONAL TRAFFIC IN MARCH 2016

Airlines operating to Mozambique are expected to start using the Nacala International Airport between March and April 2016, said the chairman of the public company Airports of Mozambique (AdM - Aeroportos de Moçambique), Emanuel Chaves, quote by the newspaper Domingo.

At the closing date of our edition, the certification to operate as an international airport was almost finalized, being expected that, after the process is completed, both national and international companies start using the airport infrastructure.

Lately, the company has been in direct contact with companies that carry passengers involved in the exploration of natural gas deposits in the Rovuma basin, in order to ensure that Nacala will start being the airport chosen to enter in Mozambique

Emanuel Chaves said they had already delivered a request to the National Authorities, soliciting that Nacala airport is the only one in the north of the country to process international flights. Recent data reveal that the aviation market in Mozambique involves approximately 1.7 million passengers per year.

Designed and built by Odebrecht Infra-estrutura – África, Emirados Árabes e Portugal – part of the Brazilian group Odebrecht, in partnership with Aeroportos de Moçambique, Nacala International Airport opened in December 2014, with modern architecture and equipment, it has capacity to operate 500 thousand passengers and 5 thousand tons of cargo per year.

The airport facilities occupy an area of 30 thousand square meters, including the passengers’ terminal area of 15 thousand square meters, a control tower and a 3100-metre runway, dimensions that allow the operation of large aircraft, such as the Boeing 747.

The airport started operating with commercial flights operated by Linhas Aéreas de Moçambique (Mozambican Airline) and is managed by AdM, which is responsible managing all airport infrastructures in Mozambique.

Page 30: Business Connect Janeiro 2016

30 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ECONOMIA | BUSINESS AS USUAL

PRONAE AbRE JANELA dE OPORTUNIdAdES AOS PROdUTORES AgRÍCOLAS

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PRONAE), projecto-piloto do governo de Moçambique que está a ser desenvolvido em 12 escolas nas províncias de Gaza, Manica, Tete, e Nampula (sul, centro e norte) prevê a compra local e diversificada de alimentos, para responder às prioridades de alimentação escolar.

É algo que poderá beneficiar os agricultores que fornecem a produção, melhorando as suas condições de vida e influenciando os actuais processos de compra de alimentos praticados no país.

A opção esteve em cima da mesa num seminário realizado na província central de Tete, visando fazer uma troca de experiências com o Malawi sobre o Programa de Aquisição de Alimentos – África (PAA África), promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Mundial para a Alimentação (PMA) e os governos de ambos os países.

Segundo Jafar Ali, da Direcção de Nutrição e Saúde Escolar, Departamento de Nutrição e Alimentação Escolar, onde se faz a gestão do PRONAE no MINEDH, o evento constituiu uma grande oportunidade para o sector de educação no país, uma vez que estiveram presentes gestores do projecto-piloto a todos os níveis (central, provincial, distrital e escola).

Na óptica de António Rafael, ponto focal do PAA África em Moçambique pelo PMA, o programa desempenha um papel determinante para o alcance da segurança alimentar a nível das comunidades onde está a ser implementado.

No seminário foram partilhadas iniciativas de compras locais de alimentos, num esforço para identificar os desafios comuns, pontos de complementaridade e oportunidades para atingir o objectivo principal da promoção da segurança alimentar e nutricional.

pRONAE CREATES wINDOw OF OppORTuNITIES FOR AgRICuLTuRAL pRODuCERS

The National School Feeding Program (PRONAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar), a pilot from the Mozambican government which is being implemented in 12 schools in Gaza, Manica, Tete and Nampula provinces (south, centre and north) foresees local and diversified acquisition of food items to meet the school feeding priorities.

This is something that could beneficiate farmers who supply the production, improving their living conditions and impacting the current acquisition processes of food items in the country.

The option was tabled in a seminary hold in the central province of Tete, aiming at creating an opportunity to exchange experiences with Malawi about the Food Items Acquisition Program – Africa (PAA África), promoted by the United Nations Organization for Food and Agriculture (FAO), the World Food Program (WFP) and the governments from both countries.

According to Jafar Ali, from the Nutrition and School Health Directorate, Nutrition and School Health Department, where PRONAE is administrated within MINEDH, the event represented a great opportunity for the education sector in the country, because the directors of the pilot at all levels (central, province, district and school) were present.

In the opinion of António Rafael, focal point of PAA Africa in Mozambique for WFP, the program plays a crucial role in achieving food security in the communities where it is being implemented.

In the seminary, initiatives around local purchasing of food items were shared, in an effort to identify common challenges, complementary points and opportunities to achieve the main goal of promoting food and nutritional security.

30 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

Page 31: Business Connect Janeiro 2016

31www.revistabusinessconnect.com

OPINIÃO | OPINION

Quantos ícones de redes sociais encontra no seu telemóvel, no seu tablet ou no seu computador? Quantas vezes interrompe as suas tarefas por causa de uma mensagem no Facebook que não pára de piscar? Ou, quantas discussões já teve com a sua esposa por causa do Whatsapp? A verdade é que as redes sociais fazem, hoje em dia, parte dos nossos passos diários, muitas vezes sem nos apercebermos. Se isto o preocupa, fique descansado: não é o único.

Preocupante é a informação que estamos a dar ao mercado sem sequer nos apercebermos. Ora, já pensou que nas redes sociais pode ser quem quiser? As fotografias, os Likes, as partilhas. Tudo isto pode ser alterado e criado à medida de cada um e das relações que têm. Imaginemos: nasceu em Cabo Delgado mas já vive há 20 anos em Maputo. No entanto, tem lá toda a sua família e parte das suas relações. Faz Like no restaurante da tia da sua mulher, numa oficina do seu primo e partilha o negócio de importação de um tio. Isso faz com que goste realmente de todas estas coisas? Enquanto individuo talvez não, mas para o Facebook, talvez sim. E é essa a informação que a rede social transmite estrategicamente ao mercado. Muitas vezes estas leituras servem para perceber quais os comportamentos dos consumidores perante algum produto e é por isso que vê muitas vezes sugestões de páginas ou de posts no seu feed de notícias. Será que aqueles posts aparecem ali por acaso?

A resposta é que o sistema faz isso com todos os utilizadores. Aquilo que Zuckerberg está a fazer é a ‘ler’ aquilo que os seus Likes, as suas partilhas e os seus comentários lhe dizem. Está a fazer uma leitura de comportamentos que lhe permitirá prever e sugerir o seu próximo passo.

A solução passa por se proteger com uma boa camada de bom senso e alguns quilogramas de discrição. Pense que o seu comportamento online é irreversível, e que, embora possa ser ‘apagado’ da praça pública, todas as imagens, comentários e histórias ficam registadas numa base de dados.

Tendo em conta que todas as suas acções terão repercussões e que a sua imagem se transforma em conteúdo público, o segredo é usar as redes sociais de forma divertida mas responsável, porque a tecnologia deve estar ao serviço de todos e, acima de tudo, tornar a vida das pessoas mais simples e mais feliz.

NELSON TEODORODIRECTOR-GERAL NOVABASE MOÇAMBIQUE

REdES SOCIAIS LIbERdAdE OU PRISÃO?

SOCIAL NETwORKS FREEDOM OR pRISON?

How many social networks icons can you found on your mobile phone, tablet or on your computer? How many times do you interrupt your duties because of a Facebook message that does not stop blinking? Or, how many discussions have you had with your wife because of Whatsapp? The truth is that social networks do, nowadays, part of our daily moments, often without realizing. If this worries you, rest assured: You are not the only one.

We should be concerned, instead, about the information we are giving the market without even realizing. Now, have you ever thought that in social networks you can be who you want? The photographs, the likes and the shares. All this can be changed and created as each one compared with the relationships that you have.

Imagine: you were born in Cabo Delgado but live in Maputo for 20 years. However, your family and your friends are is still in Cabo Delgado. You click like on your wife’s aunt restaurant, on your cousin mechanical workshop and share an import business of an uncle. Does it really make you like all these things? Maybe not, but for Facebook, maybe yes. For the social network this information defines your behaviours towards some product and that’s how hints pages or posts in your news feed are selected. Do those posts appear there by magic?

No, the system does it with everybody. What Mark Zuckerberg is doing is ‘reading’ your likes, your shares and your comments. Making a behavioural reading that will allow him to predict and suggest your next step.

The solution for protection is to have a good layer of common sense and a few kilograms of discretion. Your online behaviour is irreversible, and even if you ‘erase’ it from that specific post, all pictures, comments and stories are registered in a database.

Since all your actions will have consequences and your image becomes public content, the secret is to use the social networks in a fun way but responsible, because technology must be at people’s service and above all, make people’s lives easier and happier.

Page 32: Business Connect Janeiro 2016

32

ESPECIAL / SPECIAL

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ESPECIAL EMPREENdEdORISMO

SPECIAL ENTREPRENEURSHIP

Page 33: Business Connect Janeiro 2016

33www.revistabusinessconnect.com

ESPECIAL / SPECIAL

O Alto Comissariado do Canadá em Moçambique, em parceria com a New Faces New Voices, está a levar a cabo um programa denominado “Mozambique Young Women in Leadership”

(MYWIL). MYWIL visa a formação e desenvolvimento pessoal e é direccionado a jovens executivas com elevado potencial de crescimento.

Um estudo do Banco Mundial demonstra que em Moçambique se regista ainda uma diferença de 17% em termos da taxa de participação na força laboral entre homens e mulheres. Os homens detêm cerca de 78,3% de participação no emprego, contra 61% de taxa das mulheres a trabalhar. Nesta esteira, o objectivo do MYWIL é promover o lugar das mulheres no mundo empresarial e criar uma rede de futuras líderes no país.

As sessões estão a ser ministradas pelo “The Pacific Institute”, uma consultora internacional especializada em Desenvolvimento Pessoal, de Liderança e Organizacional com a duração de quatro meses, terminando num retiro de liderança em Fevereiro deste ano. Nesta primeira fase foram selecionadas 12 jovens mulheres de diferentes empresas e ramos de actividade, com a mentoria de mulheres líderes com vasta experiência no mundo da gestão empresarial em Moçambique.

Na cerimónia de lançamento do programa, Luísa Diogo, ex-Primeira Ministra e uma das apoiantes da iniciativa, disse que o projecto surge numa altura em que as mulheres no mundo tendem a conquistar cada vez mais espaço em diferentes esferas da vida, e urge que as moçambicanas em especial estejam dotadas de ferramentas para serem líderes capazes de fomentar o desenvolvimento.

Cristina Maldonado, do The Pacific Institute, disse à Business Connect que há intenção de expandir o projecto para outros países. Já há luz verde em Angola onde terá lugar um evento de género (Angola Young Women in Leadership) em 2016 replicando o modelo de Moçambique. Também já há demonstração de interesse por parte da África do sul e de outros países a volta de Moçambique. “Temos que pôr Moçambique no mapa por coisas boas. Coisas que contribuam para o desenvolvimento das pessoas. Não para a guerra ou a corrupção”, defende.

“MywILL” EMpOwERS yOuNg LEADER wOMEN

The Canadian High Commission in Mozambique, in partnership with New Faces New Voices, is promoting a program named “Mozambique Young Women in Leadership” (MYWILL). MYWILL aims at providing training and personal development and targets young businesswomen with high growth potential.

A study by the World Bank shows that in Mozambique there is still a difference of 17% in terms of the participation rate of men and women in the work force. Men hold close to 78,3% of employment participation rate, against 61% of women working. In this context, MYWILL goal is to promote the role of women in the business world and to create a network of future leader women in the country.

The sessions are being lead by “The Pacific Institute”, an international consultancy firm specialized in Personal, Leadership and Organizational Development, and will be held for four months, culminating in a Leadership retreat in February this year. 12 young women from diverse companies and areas were selected in this first stage, with coaching from leader women with broad experience in the business management world in Mozambique.

At the launch ceremony, Luísa Diogo, former Prime Minister and one of the supporters of this initiative, said that the project comes at a time where women worldwide tend to conquer more and more space in several spheres of life, and it is vital that Mozambican women, in particular, are given the tools to become leaders capable of promoting development.

Cristina Maldonado, from the The Pacific Institute, said to Business Connect that they intend to expand the project to other countries. There is already green light in Angola, where a similar event will be organized (Angola Young Women in Leadership) in 2016, replicating the Mozambican model. Also South Africa and other neighbouring countries have already expressed their interest. “We must put Mozambique on the map for good things. Things that contribute to the development of people. Not to war or corruption”, she advocates.

ESPECIAL / SPECIAL

“MywIL” POTENCIA JOVENS MULHERES LIdERES

Page 34: Business Connect Janeiro 2016

34

ESPECIAL / SPECIAL

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

CRISTINA MALdONAdO: “RESILIêNCIA É O SEgREdO dO EMPREENdEdORISMO”

Cristina Maldonado é directora de marketing e comunicação no “The Pacific institute” e consultora internacional há mais de 20 anos. Tinha 19 quando começou a dar formação, numa empresa denominada Aliança Mosaica que durou 15 anos. A força empreendedora, diz, tem uma explicação: “Venho de uma linhagem de mulheres muito empreendedoras, muito guerreiras e muito fortes”, diz.

Está em Moçambique há dois anos e meio. Veio em missão de trabalho de 10 dias. Por amor a Moçambique, diz, os dez dias prolongaram-se consecutivamente até hoje. Desde que está cá já formou centenas de pessoas. Ter uma cabeça aberta, ser livre, saber questionar as coisas que estão à nossa volta de uma forma construtiva e saber quebrar convenções são alguns aspetos que tornam Cristina Maldonado a mulher que é hoje.

Em Moçambique inspira-se noutra mulher, economista e actual presidente do Barclays: “Sou uma fã incondicional da Luísa Diogo”, garante. Maldonado acredita que são mulheres como ela, que têm coração de mãe, mas ao mesmo tempo uma força para quebrar as barreiras educacionais, sociais, profissionais, etc. que fazem com que o mundo seja maior e melhor.

Numa altura em que 48,1 por cento dos moçambicanos são analfabetos, Cristina aponta ser necessário incentivar nas mulheres moçambicanas o gosto pela leitura das mais variadas áreas e dos mais variados autores. Isso só será possível garantindo-lhes acesso à educação e, por via disso, tornardo-as abertas, de modo a poderem quebrar convicções, “saindo da caixinha que lhes é imposta desde pequena”.

CRISTINA MALDONADO: “RESILIENCE IS THE SECRET TO ENTREpRENEuRSHIp”

Cristina Maldonado is the marketing and communication director at the The Pacific Institute and international consultant for over 20 years. She started as a trainer, when she was 19, at a company called Aliança Mosaica, which lasted for 15 years. Her entrepreneur strength, she says, has a reason: “I come from a line of deeply entrepreneur, fighter and strong women”, she adds.

She has been in Mozambique for two and a half years. She came on a 10-day business trip. The love for Mozambique, she says, made the ten days be consecutively extended until today. Since she is here, she has already trained hundreds of people. To have an open mind, to be free, to know how to question things around us in a constructive way and to know how to break conventions are some of the traits defining Cristina Maldonado as the woman she is today.

In Mozambique, she is inspired by another woman, economist and current President of Barclays: “I am an absolute fan of Luísa Diogo”, she says. Maldonado believes that women like her, with a mother’s heart, but at the same time, with the strength to break educational, social, professional barriers, amongst others, are the ones making the world bigger and better.

At a moment where 48.1 per cent of Mozambicans are illiterate, Cristina points out that it is important to stimulate, amongst Mozambican women, the pleasure of reading books from diverse themes and diverse authors. This will only be possible by guaranteeing their access to education, and through it, making them more open minded, so that they will be able to break convictions, “getting out of the box imposed on them since they were children”.

ESPECIAL / SPECIAL

Cont.

Page 35: Business Connect Janeiro 2016

35www.revistabusinessconnect.com

ESPECIAL / SPECIAL

Para se ser empreendedora, garante a consultora, há uma série de características que devemos desenvolver, dentre as quais está a resiliência, a capacidade de se levantar independentemente do número de vezes que caímos, isto é, a forma como enfrentamos as adversidades da vida. “Já perdi tudo e já tive tudo outra vez.” Declara. Afinal, o segredo está em saber levantar, reerguer-se e lutar. “Aprendi que na vida só há uma coisa que não podes perder nunca, não há nada que te tire isso que é a tua capacidade intelectual. Aquilo que tens dentro de ti. A tua força interior.”

De acordo com esta profissional a chave para acordar a mulher moçambicana para o mundo do empreendedorismo é dar-lhe acesso à informação. Acesso à educação. Acesso à cultura. Ela não é a favor de igualdade de género no sentido nem genético nem de papéis na sociedade. Geneticamente homens e mulheres são diferentes. “Eu adoro ser mulher e adoro que os homens sejam homens,” assume ao mesmo tempo que pensa, sem preconceitos, ser óptimo que sejam os homens a mudarem os pneus do carro e sejam as mulheres a lavar a loiça. Entretanto, como seres humanos e tirando o máximo partido da tal diversidade genética, Cristina é de opinião que devemos todos ter acesso à mesma coisa e da mesma maneira. Acredita na igualdade das oportunidades. Na igualdade do acesso a informação. Na igualdade do acesso à cultura e à educação porque isso não tem a ver com o género.

To be an entrepreneur, the consultant says, there is a variety of skills that we should build, amongst which is resilience, the capacity to get up regardless of the number of times we fall, this is, the way we face adversities in life. “I have already lost everything and then had everything again.” She says. In the end, the secret is knowing how to get up, get back on one’s feet and fight. “ I have learn that, in life there is only one thing you can never loose, there is nothing that will take that away from you, and that is your intellectual capacity. What you have inside you. Your inner strength.”

According to this professional, the key to awaken Mozambican women to the entrepreneurship world is to give them access to information. Access to education. Access to culture. She is not pro gender equality neither in the genetic sense nor in the roles in society. Genetically men and women are different. “I love to be a woman and I love men to be men”, she acknowledges at the same time she thinks, without prejudice, it is great that men are the ones changing the car tyres and women the ones washing the dishes. However, as human beings and taking the most advantage possible of that genetic diversity, Cristina believes that we all should have access to the same things and in the same way. She believes in equal opportunities. In equal access to information. In equal access to culture and education because that is not related to gender.

35www.revistabusinessconnect.com

Page 36: Business Connect Janeiro 2016

36

ESPECIAL / SPECIAL

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

“IdEIALAb”, UM ExEMPLO dE SUCESSO

Duas mulheres moçambicanas, Tatiana e Sara, criaram há 5 anos uma empresa. Chamaram-lhe IdeiaLab. Focaram-se no apoio às startups e na promoção do empreendedorismo e inovação. “Acreditamos que Moçambique é um país empreendedor e deve continuar a ser um país empreendedor”, garante Tatiana em entrevista à Business Connect.

Desde a sua criação já desenvolveram vários projetos bem-sucedidos. Um dos exemplos é o Fora da Caixa que foi até aqui o primeiro e único concurso nacional de ideias de negócio que aconteceu em Moçambique. Ao todo, foram treinadas 250 pessoas em sobre como pensar modelos de negócios. Neste concurso o vencedor foi a UX com um projecto chamado Biscate, lançado em Dezembro do ano passado.

Em Novembro, as duas mulheres, através da IdeiaLab em parceria com a UX, empresa de tecnologia para desenvolvimento social, e de alguns patrocinadores, trouxeram pela primeira vez a Moçambique “O Startup Weekend”, um evento global, que teve lugar em Maputo, simultaneamente com mais 104 cidades no mundo inteiro. O propósito era juntar os participantes em equipas para trabalharem em ideias inovadoras e torná-las realidade em apenas 54 horas. No evento, participaram 57 candidatos com o apoio de 11 mentores e desenvolveram 10 soluções. No conjunto de soluções houve apenas 3 equipas vencedoras.

Em primeiro lugar esteve a solução “Guia” - uma plataforma que permite a partilha de informação entre automobilistas sobre tráfego, acidentes e pedidos de ajuda e monitorização. Em segundo esteve o Bumbum Telma - uma solução para produção local e personalizada de “bumbum” postiço para a mulher Moçambicana. E em último lugar esteve o Txeka Megas - uma aplicação para monitorar e gerir a utilização de dados em celulares.

Foi atribuída uma menção honrosa à equipa Khola - devido às adversidades que enfrentou - com uma plataforma para o escoamento de produtos agrícolas de comunidades locais e criou-se uma solução de bastante interesse - O-Mola - uma plataforma para pagamentos online, utilizando apenas o crédito do telefone.

IDEIALAb: AN ExAMpLE OF SuCCESS

Two Mozambican women, Tatiana and Sara, founded a company 5 years ago. They named it IdeiaLab. They focused on supporting start-ups and on promoting entrepreneurship and innovation.

‘We believe that Mozambique is an entrepreneur country and it should continue to be an entrepreneur country’, says Tatiana when interviewed by Business Connect.

Since its creation they have already developed several successful projects. One example is Out of The Box that was, until now, the first and sole national

contest of business ideas taking place in Mozambique. Overall, 250

people were trained on how to think about business

models. The winner of this contest was

UX, with a project called Biscate, which

was launched last year, in December.In November, these two

women, through IdeiaLab in partnership with UX, (company focused on technology for social development), and some

sponsors, brought the ‘Start-up Weekend’ to Mozambique for the

first time, a global event that took place in Maputo, simultaneously

with other 104 cities worldwide. The main purpose was to gather

all the attendees in teams to work in innovating ideas and turn them into

reality in just 54 hours. In this event, 57 candidates participated with the support of

11 mentors and 10 solutions were developed. Amongst all the solutions, there were only 3 winning teams.

First place went to solution “Guia” – a platform that allows information sharing among drivers about traffic, accidents and calls for help and monitoring. In second place was “Bumbum Telma” – a solution for local and customized manufacture of a fake butt (Bumbum in Portuguese) for Mozambican women. And third place went to “Txeka Megas” – a solution to monitor and manage the data usage in cell phones.

An honourable mention was awarded to team “Khola” – due to the challenges they faced – with a platform for marketing horticultural products from local communities, a very interesting solution was also created – “O Mola” – an online payment platform, only using airtime.

Page 37: Business Connect Janeiro 2016

37www.revistabusinessconnect.com

ESPECIAL / SPECIAL

MOçAMbIQUE: ERA dE CONSTRUIR A MOdA

O Mozambique Fashion Week (MFW) fechou 2015 em grande, repetindo o sucesso e o conceito que já tinha perseguido em 2014. “Wild Now” foi o tema que norteou a 11ª edição do evento,

reforçando assim uma visão global e futurista da moda em África. O Diretor Geral da DDB, Vasco Marques Rocha, recorda que o projecto começou em 2005 na província de Inhambane integrado num programa de Verão denominado “Summertime”, que na altura juntou 10 estilistas e 10 modelos. “Foi a partir daí que nos comprometemos a dar forma a algo que pudesse despertar talentos em todas as áreas da indústria”, conta. Só em 2014 foram mais de 100 estilistas, com mais de 50 modelos locais.

“O Slogan Wild Now” - explica Vasco, “não significa ser agressivo”. “É despontar a atitude da pessoa em termos de moda. Ser ela própria, não ter restrição, não ser uma pessoa que fica padronizada dentro de uma

MOzAMbIquE: THE ERA TO buILD FASHION

Mozambique Fashion Week (MFW) brought 2015 to a brilliant finale, repeating the success and the concept already followed in 2014.

Wild Now was the theme that guided the 11th edition of the event, reinforcing a global and futuristic vision of fashion in Africa. The CEO from DDB, Vasco Marques Rocha, recalls that this project started in 2005 in the province of Inhambane, as part of a summer program called ‘’SummerTime’’, and that at the time it brought together 10 fashion designers and 10 models. ‘As of that date we undertook to create something that could bring out talents in every area of this business, he says. Only in 2014 there were more than 100 fashion designers, with more than 50 local models.

“The Wild Now slogan” –Vasco explains, “doesn’t mean to be aggressive”. “It is to provoke someone’s attitude in terms of fashion to emerge. To be her or himself, not having restrictions, not being someone that remains standardized inside a box about a certain group of stigmas, but to loosen instead’, he adds.

In this last contest, the CEO from DDB, says that, as

Cont.

Page 38: Business Connect Janeiro 2016

38

ESPECIAL / SPECIAL

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

caixa sobre um conjunto determinado de estigmas, mas que se solte”, acrescenta.

Neste último concurso, o director geral da DDB, declara que, tal como em todos os anos, a diferença não estava na comissão organizadora mas sim nos próprios estilistas que ao longo dos anos têm crescido de forma significativa quanto à criatividade e dedicação. Para Rocha, os onze anos do MFW significam uma ruptura no modus vivendi e operandi dos moçambicanos face à moda. “Mudar mentalidades e formas de estar não se faz de um dia para o outro.” Justifica e segue dizendo que o terreno já está preparado para começar a construir. “Agora o grande plano é começar a construir”, realça.

Em termos de investimento despendido para levar a cabo o MFW, a DDB trabalha na base de parcerias, o que lhe torna difícil estimar em termos numéricos o orçamento despendido para cada evento desta dimensão, conta-nos Rocha. Por sua vez, considera que, na semana do MFW, a economia moçambicana fica mais animada na medida em que há entrada de muitos estrangeiros e Media internacionais. Estes últimos ajudam a colocar a imagem de moçambique de forma inovadora e moderna na diáspora. “Por exemplo no ano passado só na revista Flash em Portugal tivemos 39 páginas a falar de Moçambique.” Afirma.

Vasco Rocha acredita que a moda em Moçambique pode vir a gerar dinheiro, tanto é que, nos últimos tempos houve muitas aberturas de lojas de produção de roupa local. Isto, segundo ele, significa que os moçambicanos já começam a investir em roupas, adereços, etc produzidos e desenhados em Moçambique e pelos Moçambicanos. Entretanto, na sua opinião, para que o negócio seja mais rentável, os estilistas devem caminhar para uma exigência cada vez maior em níveis de qualidade bem como colocarem os seus produtos a preços acessíveis. “O que vejo são preços extremamente altos nas roupas produzidas localmente, o que não me parece lógico”, observa.

A indústria de moda não é só feita por estilistas, entre tantos outros personagens há também os modelos. Nos dias que correm os modelos moçambicanos já são chamados mais em sessões fotográficas tendo por isso um rendimento pessoal. “Pena é que não haja cá uma agência que possa fazer um trabalho sério de educação e formação de modelos para poderem ser usados no mercado externo ou interno”, lamenta. O desafio que continua a ser imposto à DDB é de levar este concurso para outras províncias de Moçambique. Sobre este ponto Vasco Rocha diz que estão em curso estudos de como levá-lo a estes lugares.

every year, the difference was not in the committee that organized the event but in the designers themselves, who throughout the years have grown in a very significant way in terms of creativity and dedication. To Rocha, the eleven years of MFW mean a rupture in the Mozambicans modus vivendi and modus operandi towards fashion. “Changing mindsets and ways of living is not something we could do out of the blue.” He justifies and proceeds saying that the field is already ready to start building. ‘Now the big plan is to start building’, he points out.

In terms of the investment already made to carry out MFW, DDB works based on partnerships, what makes it difficult to estimate the accurate budget used for each event of this dimension, Rocha says. In turn, he considers that on the MFW week, Mozambican economy is more motivated because there are a lot of foreigners and international media in the country. The latter help creating a fresh and modern image of Mozambique in the Diaspora. “For instance, last year we had 39 pages mentioning Mozambique in Flash magazine in Portugal’, he says.

Vasco Rocha believes that fashion in Mozambique can actually generate money, and proof of that are the various stores for production of local clothes that opened recently. This, according to him, means that Mozambican people already start to invest in clothes, accessories, etc., produced and designed in Mozambique and by Mozambicans. Nevertheless, in his opinion, for the business to be more sustainable, designers should go forward with increasing quality levels as well as to sell their products at an affordable price. “From what I see, the prices are extremely high for locally produced clothes, that doesn’t seem logical to me”, he says.

Fashion industry is not only made of designers, among many others, we also have models. Nowadays, Mozambican models are already more contacted to do photo shoots, hence managing to get a personal income. “It’s a pity that here we don’t have an agency to do serious modelling training so that models could be ‘used’ both in the internal and external market”, he regrets. The challenge that is still on DBB is to take this contest to other provinces of Mozambique. In this regard, Vasco Rocha says studies are already being developed in order to understand it can be taken to those places.

38 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

Page 39: Business Connect Janeiro 2016

39www.revistabusinessconnect.com

ESPECIAL / SPECIAL

Ela é natural de Quelimane, Província da Zambézia. Tem 21 anos e Chama-se Farzana de Sofia Alberto. Até 2013 nunca tinha participado no Mozambique Fashion Week (MFW) embora a paixão pelo desenho lhe tenha surgido em tenra idade. Existe uma justificação: “o MFW está voltado para a cidade de Maputo” – observa, ao mesmo tempo que defende a expansão a nível nacional do evento e que não seja apenas uma vez por ano. “Há muita gente, em Moçambique com talento para a moda ainda no anonimato”, conclui.

Na sua opinião as oportunidades no mundo da moda devem ser diversificadas e amplamente difundidas. Por isso recomenda que, à semelhança do que acontece em Maputo, capital de Moçambique, os empresários e as demais entidades de outras províncias apostem no investimento deste mercado através de concursos e não só.

Feliciano da Câmara e Taibo Bacar são as suas referências nacionais e na arena internacional está o Valentino Garavani. Participou do MFW pela segunda vez consecutiva na categoria School Designer. A sua colecção do ano passado baseou-se no filme “Divergent,” que fala de um mundo dividido em facções, onde os divergentes, todavia socialmente excluídos, conseguem vencer e passar para a categoria dos audaciosos. “Quando fazes uma colecção deves ter uma história, e responder a certas interrogações, qual é o alinhamento, qual é o tecido, etc.”, justifica.

A designer já tem uma marca - Farzana Alberto – assim como planos para tornar a moda em negócio, até porque acredita ser uma actividade que em Moçambique dá muito dinheiro. “Tenho sonho de ter um Ateliê e que a marca Farzana Alberto seja uma referência de moda no país e não só”, revela.

Lembra-se que depois de ter participado na edição do MFW de 2014, produziu um vestido para alguém e postou nas redes sociais. O acto aumentou a procura dos serviços: desde aí já produziu 15 vestidos com 20 encomendas ainda pendentes. Adolescentes, jovens e adultos são as faixas etárias dos clientes. “Eu nunca faço um modelo igual, procuro sempre inovar para cada cliente. Tudo depende do corpo, da cor da pele e da finalidade”, diz, revelando alguns dos truques do seu sucesso.

FARzANA ALbERTO INvESTS IN FASHION

She was born in Quelimane, Zambezia Province. She’s 21 years old and her name is Farzana Alberto. She had never participated in MFW until 2013, although her passion for designing had begun at an early age. There is a reason: “MFW targets Maputo city”- she claims, defending the expansion of the contest to the national level and that it should not only happen once a year. ‘There are a lot of people in Mozambique with talent for fashion and they still remain anonymous’, she says.

In her opinion, the opportunities in the fashion world should be diversified and widely spread. That’s why she suggests that, similar to what happens in Maputo, businessmen along other entities based in other provinces invest in this market through contests but not limited to it.

Feliciano da Câmara and Taibo Bacar are her national references and in the international context is Valentino Garavani. She participated in MFW for the second time in a row in School Designer category. Her last year collection was based on the movie ‘Divergent’, which is about a world divided in factions, where divergent people, socially marginalized, manage to beat it and become part of the audacious people. “When you create a collection you should have a story and answer certain questions: what’s the line-up, what’s the fabric, etc.?” she says.

The designer already has a brand name – Farzana Alberto – as well as plans to turn fashion into business, also because she believes it is an activity which brings a lot of money in Mozambique. “My dream is to have an atelier and for Farzana Alberto brand to be a fashion reference in the country and not only”, she reveals.

She remembers that after her participation in the MFW 2014 edition, she designed a dress for someone who posted it on social networks. That post increased the search for her services. Since then, she has already designed 15 dresses and still has 20 pending orders. Her clients are mostly teenagers, youngsters and adults. “I never make the same model twice; I always try to innovate for each client. Everything depends on the body, on the skin colour and the purpose”, she says, revealing some of her tricks for success.

FARZANA ALbERTO APOSTA NA MOdA

Page 40: Business Connect Janeiro 2016

40

TECNOLOGIA | TECHNOLOGy

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

gAZA E CISJORdâNIA TERÃO TECNOLOgIA 3g

Gaza e Cisjordânia estão determinados em obter a tecnologia 3G. A decisão é fruto de um acordo entre Israel e a Palestina para introduzir a rede móvel muito aguardada pelos habitantes daquela região. Israel diz que a decisão foi tomada depois de concluído um exame de segurança, bem como outros trabalhos com o Ministério das Comunicações.

As operadoras móveis palestinas, Paltel e Wataniya, que ainda usam a tecnologia 2G querem oferecer a tecnologia 3G para atender à crescente procura dada a largura de banda de dados usada por aplicações dos Media Sociais amplamente usados naquele país.

O 3G é uma tecnologia de telefonia móvel que permite aos utilizadores fazer chamadas, escrever textos e aceder à internet. O 2G permite chamadas e dados, mas com limites de transmissão.

No passado, para acederem às frequências 3G, os palestinianos tinham que migrar para operadoras israelitas. No início do ano passado, o Ministério de Comunicações de Israel atribuiu frequências 4G de alta velocidade às operadoras móveis israelitas.

gAzA AND wEST bANK wITH ACCESS TO 3g TECHNOLOgy

Gaza and Westbank are determined to get 3G technology. The decision results from an agreement between Israel and Palestine to introduce the mobile network long awaited by the region inhabitants. Israel says that the decision was made after a security check was completed, as well as other tasks within the Ministry of Communications.

Palestinian mobile networks, Paltel and Wataniya, still using 2G, want to provide 3G technology to meet the growing demand caused by the bandwidth required by social media broadly used in that country.

3G is a mobile phone technology that allows users to make calls, write texts and access the internet. 2G allows calls and data, but with transmission limits.

In the past, to access 3G frequencies, Palestinians had to migrate to Israeli operators. Early last year, the Israeli Ministry of Communications has granted high speed 4G frequencies to the mobile operators in Israel.

Page 41: Business Connect Janeiro 2016

41www.revistabusinessconnect.com

TECNOLOGIA | TECHNOLOGy

TECNOLOgIA PARA COMbATER ASSÉdIO SExUAL

Cansadas de andarem pelas ruas com medo do próximo “assobio”, jovens mulheres, pelo menos no Brasil, passaram a recorrer à tecnologia para combater o assédio sexual. “As estatísticas de violência contra as mulheres são assustadoras tornando-se evidente a necessidade de um dispositivo que protegesse as mulheres.” afirmou a presidente-executiva da empresa Roar for Good, Yasmine Mustafa ao jornal brasileiro G1.

A ferramenta chama-se Athena, um aparelhinho do tamanho de uma moeda que pode ser usado no bolso e quando accionado, envia pedidos de ajuda a conhecidos. Ao ser carregado o dispositivo também emite um barulho para afastar possíveis agressores.

Do outro lado está Babi Souza, de 24 anos, que quer levar a ideia para o mundo dos celulares. Com a ajuda de uma empresa, está a desenvolver uma aplicação que servirá como uma espécie de “Mapa para localizar o assédio”.

Nela, as mulheres são convidadas a relatar ameaças encontradas pelos caminhos que percorrem – da falta de iluminação a homens que frequentemente as assediam na rua. A partir daí, quando uma rota for traçada, os possíveis itinerários serão acompanhados das fontes de assédio que possuírem. A expectativa é que a app chegue aos celulares Android e iOS já neste mês de Janeiro.

TECHNOLOgy TO FIgHT SExuAL HARASSMENT

Tired of walking around the streets fearing the next ‘wolf-whistling’, young women, at least in Brazil, started using technology to fight sexual harassment. “The statistics of violence against women are scary, making the need for a device to protect women clear”, said the CEO of Roar for Good to the Brazilian newspaper G1.

The tool is called Athena, a little device in the size of a coin that can be used in your pocket and, that, when activated, sends help requests to your contacts. When pressed, the devise also displays a sound to scare away potential offenders.

On the other side is Babi Souza, 24 years old, who wants to bring the idea to the world of cell phones. Supported by a company, she is developing an app that will serve as a kind of ‘Map to locate harassment’.

In the app, women are encouraged to report threats they come across along the paths they walk – reporting situations going from lack of illumination to men that often harass them in the street. After that, when a route is planned, the possible itineraries will come with the harassment sources they encompass. The app is already expected to be on Android and iOS cell phones in January.

Page 42: Business Connect Janeiro 2016

42

TECNOLOGIA | TECHNOLOGy

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ÍNdIA PROMETE USd 10 bILIõES A áFRICA PARA REdUZIR A ExCLUSÃO dIgITAL

O governo indiano prometeu aos países africanos um crédito de US$ 10 biliões durante os próximos cinco anos para desenvolver as tecnologias de informação e reduzir a

desigualdade digital, revelou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, durante a sua participação na 3ª Cimeira Índia-África realizada em Nova Deli.

O primeiro-ministro indicou ainda que a Índia vai ajudar no estabelecimento de “parques industriais e de tecnologias de informação”, colocando o seu conhecimento à disposição dos países africanos. Em concreto, mencionou a rede de internet Pan-Africana, inaugurada em 2009 e que une 48 países com a Índia, e ainda que ajudará a criação de uma universidade virtual para o Continente.

Além disso, Modi manifestou o compromisso da Índia em facultar à África “medicamentos baratos” e “conhecimento médico”. Destacou também a importância dos recursos energéticos do continente para a Índia e o seu desenvolvimento econômico.

A terceira cimeira contou, entre outros, com a presença do primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, e do presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, formalmente convidado pela Índia devido à importância da parceria e da cooperação entre os dois países.

INDIA pROMISES AFRICA uSD 10 bILLION TO REDuCE DIgITAL ExCLuSION

The Indian government has promised the African countries a US$10 billion credit over the next five years to develop information technology and reduce digital inequality, revealed the Indian prime minister, Narenda Modi, during his speech at the 3rd India Africa Summit in New Delhi.

The prime minister also pointed out that India will support the establishment of “industrial and IT parks”, making their know-how available to African countries. More precisely, he mentioned the Pan-African internet network, launched in 2008 and bringing 48 countries - including India - together, and will also help creating a virtual university for the Continent.

Besides that, Modi expressed India’s commitment in providing Africa with ‘cheap medicines’ and ‘medical knowledge’. He also pointed out the importance of the continent energetic resources to India and its economic development.

Amongst the attendants of the third summit, there was the Mozambican prime minister, Carlos Agostinho do Rosário and the President of Guinea Bissau, José Mário Vaz, officially invited by India due the importance of the partnership and cooperation between both countries.

42 JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

Page 43: Business Connect Janeiro 2016

43www.revistabusinessconnect.com

INSÓLITOS | ODD STUFF

EMPRESA CRIA MEIAS SEM CHEIRO

Prometem ser as maiores inimigas do chulé. Estão aí, vêm do Japão e querem ser a salvação da Humanidade, para nos proteger dos mal-cheirosos. Vêm do Japão e chamam-se “Curetex”, criadas pela loja de design Muse Ricette.

As meias são produzidas baseando-se nas fibras Washi, um papel tradicional no Japão que augura ter propriedades antissépticas, anti-odores e é capaz de controlar a humidade e bloquear os raios ultravioleta.

As fibras Washi, usadas desde há 1500 anos para fazer quimonos, serão o segredo para impedir as bactérias e os odores nos pés. De acordo com um dos responsáveis pelo produto, Aiko Yukawa, as meias têm uma textura suave, apesar das fibras.

COMpANy CREATE ANTI-SMELL SOCKS

They promise to be the greatest enemies of stinky feet. They’re there, they come from Japan and want to save Mankind, to protect us from stinkers. They come from Japan and are called “Curetext”, created by the design shop Muse Ricette.

The socks are produced based on Washi fibres, a traditional paper in Japan that claims to have anti-septic and anti-smell properties and is able to control humidity and block UV.

Washi fibres, which have been used for 1500 years to make kimonos, will be the secret to prevent bacteria and smells to get to our feet. According to Aiko Yukawa, one of the people in charge of the product, the socks have a soft touch, despite the fibres.

Page 44: Business Connect Janeiro 2016

44

INSÓLITOS | ODD STUFF

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

PRISIONEIROS FAZEM VIdEO CLIP dE RAP dENTRO dA PRISÃO

As autoridades da Geórgia, Estados Unidos da América estão a investigar como um grupo de detidos de uma prisão suburbana de Atlanta foi capaz de fazer um vídeo de música rap utilizando equipamento do estabelecimento prisional e, em seguida, publicá-lo em nos social media, disse a polícia local.

O vídeo, de 2 minutos e 27 segundos chamado “Thuggin” Live from DeKalb Jail” foi publicado no YouTube, adiantou a estação de televisão WSB-TV de Atlanta.

O clip mostra um grupo de reclusos a dançar, com vários deles a tirar as camisas e mostrando contrabando, DeKalb County Sheriff Jeffrey Mann, disse em um comunicado à imprensa. Ele mostra reclusos com um isqueiro proibido, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Os detidos utilizaram o sistema de vídeo da prisão para visitas, que permite que o interlocutor possa ver remotamente os reclusos enquanto falam, disse Mann. Foi publicado online por uma pessoa que recebeu a chamada de vídeo, acrescentou. As autoridades estão a rever a forma como o sistema é monitorizado para garantir que isto não volte a acontecer, disseram os funcionários da prisão, citados pela agência Reuters.

A pessoa que publicou o vídeo será proibida de visitar a prisão ou utilizar o sistema de vídeo-chamada novamente. Mann, que se recusou a responder a mais perguntas, disse no comunicado que espera que os presos “tenham aproveitado os seus 15 minutos de fama”, e que todos serão punidos.

pRISONERS DO RAp MuSIC vIDEO INSIDE jAIL

Georgia authorities are investigating how a group of inmates in a suburban Atlanta jail were able to make a rap music video using jailhouse equipment and then get it posted on social media, sheriff’s officials said.

The 2-minute-27-second video called “Thuggin’ Live from DeKalb Jail” was posted on YouTube, Atlanta television station WSB-TV reported.

It shows a group of inmates dancing, with several taking off their shirts and waving contraband, DeKalb County Sheriff Jeffrey Mann said in a news release. It shows inmates with a banned cigarette lighter, according to Reuters news agency.

The inmates used the jailhouse’s video visitation system, which allows callers to see inmates while they talk remotely, Mann said. It was posted online by a person who received the video call, he added. Authorities are reviewing how the system is monitored to make sure this does not happen again, jail officials said.

The person who posted the video will be banned from visiting the jail or using the video calling system again, the release stated. Mann, who declined to answer further questions, said in the statement he hoped the inmates “enjoyed their 15 minutes of fame,” and all will be punished.

INSÓLITOS | ODD STUFF

Page 45: Business Connect Janeiro 2016

45www.revistabusinessconnect.com

INSÓLITOS | ODD STUFFINSÓLITOS | ODD STUFF

ESCApE CLAwS: TIgERS, pIRANHAS MAy jOIN INDONESIA CROCODILE pRISON guARD

When Indonesia’s anti-drugs czar announced plans to guard a death-row prison island with crocodiles, the government rushed to explain that it was just a joke, but now Budi Waseso said he is thinking of using tigers and piranha fish too.

Media quoted the National Narcotics Agency (BNN) chief as saying that he had already obtained two crocodiles from a farm to study their power and aggression and may ultimately put as many as 1,000 in place to keep convicts from escaping.

“The number will depend on how big the area is, or whether perhaps to combine them with piranhas,” he told reporters, according to the rimanews.com portal. “Because the (prison) personnel numbers are short we can use wild animals. We could use tigers too – for conservation at the same time.”

Piranha fish, meat-eaters with sharp teeth and powerful jaws, are indigenous to South America and are not found in Indonesia.

Indonesian President Joko Widodo declared a war on what he has dubbed a “narcotics emergency” after taking office a year ago, basing his campaign on a study that showed at least 40 people a day were dying from drug use. He has repeatedly refused clemency to traffickers and more than two dozen, mostly foreign, drug convicts have been executed this year after a five-year moratorium on the death penalty.

According to Reuters, Waseso rejected critics who said his plans to use animals as jailors were trampling on the human rights of convicts. “We have to look at the whole problem,” he said. “These people are murderers - mass murderers. Shouldn’t we also look at the human rights of their victims?”

Quando o chefe da Polícia anti-drogas anunciou os seus planos para guardar uma prisão de pena máxima com crocodilos, o Governo apressou-se a explicar que se tratava de uma piada, mas agora Budi Waseso acrescentou que afinal também vai utilizar tigres e piranhas.

Os media reportaram que o Chefe da Agência Nacional Anti-Narcóticos admitiu que já tem dois crocodilos de uma quinta para poder estudar a sua força e nível de agressividade e utilizar eventualmente no futuro perto de 1.000 animais, de modo a evitar fugas indesejadas.

“O número vai depender da área, talvez possamos combiná-los com piranhas”, adiantou Waseso aos repórteres, segundo o portal rimanews.com. “Nós não temos muitos guardas prisionais por isso podemos usar animais selvagens. Poderemos usar tigres também para a conservação, em simultâneo”. As piranhas, apreciadoras de carne com dentes afiados e mandíbulas poderosas, são indígenas da América do Sul e não são encontradas na Indonésia.

O Presidente indonésio, Joko Widodo, declarou recentemente guerra contra o que apelidou de “emergência de narcóticos” depois de tomar posse há um ano atrás, baseando a sua campanha num estudo que demonstrava que pelo menos 40 pessoas morriam por dia na Indonésia devido ao abuso de drogas. O responsável recusou repetidamente clemência aos traficantes. Mais de duas dezenas, na sua maioria estrangeiros, foram executados este ano, após uma moratória de cinco anos sobre a pena de morte.

Segundo a Reuters, Waseso menorizou os seus críticos que apontavam que os seus planos de utilizar animais como carcereiros não respeitaria os direitos humanos dos presidiários. “Temos de ver isto de uma forma global”, disse. “Estas pessoas são assassinos - assassinos em massa. Não deveríamos olhar também para os direitos humanos das suas vítimas?”, questionou.

SUPER-PRISÃO VAI RECORRER A TIgRES E PIRANHAS PARA dESINCENTIVAR FUgAS

INSÓLITOS | ODD STUFF

Page 46: Business Connect Janeiro 2016

46

OPINIÃO | OPINION

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016

ÉLIO MARTINS MUDENDERPsicólogo e Consultor

[email protected]

quantos ícones de redes sociais encontra no seu telemóvel, no seu tablet ou no seu computador? quantas vezes interrompe as suas tarefas por causa de uma mensagem no Facebook que não pára de piscar? Ou, quantas discussões já teve com a sua esposa por causa do whatsapp? A verdade é que as redes sociais fazem, hoje em dia, parte dos nossos passos diários, muitas vezes sem nos apercebermos. Se isto o preocupa, fique descansado: não é o único.

Preocupante é a informação que estamos a dar

ao mercado sem sequer nos apercebermos. Ora, já pensou que nas redes sociais pode ser quem quiser? As fotografias, os Likes, as partilhas. Tudo isto pode ser alterado e criado à medida de cada um e das relações que têm. Imaginemos: nasceu em Cabo Delgado mas já vive há 20 anos em Maputo. No entanto, tem lá toda a sua família e parte das suas relações. Faz Like no restaurante da tia da sua mulher, numa oficina do seu primo e partilha o negócio de importação de um tio. Isso faz com que goste realmente de todas estas coisas? Enquanto individuo talvez não, mas para o Facebook, talvez sim. E é essa a informação que a rede social transmite estrategicamente ao mercado. Muitas vezes estas leituras servem para perceber quais os comportamentos dos consumidores perante algum produto e é por isso que vê muitas vezes sugestões de páginas ou de posts no seu feed de notícias. Será que aqueles posts aparecem ali por acaso?

A resposta é que o sistema faz isso com todos os utilizadores. Aquilo que Zuckerberg está a fazer é a ‘ler’ aquilo que os seus Likes, as suas partilhas e os seus comentários lhe dizem. Está a fazer uma leitura de comportamentos que lhe permitirá prever e sugerir o seu próximo passo.

A solução passa por se proteger com uma boa camada de bom senso e alguns quilogramas de discrição. Pense que o seu comportamento online é irreversível, e que, embora possa ser ‘apagado’ da praça pública, todas as imagens, comentários e histórias ficam registadas numa base de dados.

Tendo em conta que todas as suas acções terão repercussões e que a sua imagem se transforma em conteúdo público, o segredo é usar as redes sociais de forma divertida mas responsável, porque a tecnologia deve estar ao serviço de todos e, acima de tudo, tornar a vida das pessoas mais simples e mais feliz.

OS LAdRõES dE SONHOS

SOCIAL NETwORKS FREEDOM OR pRISON?

How many social networks icons can you found on your mobile phone, tablet or on your computer? How many times do you interrupt your duties because of a Facebook message that does not stop blinking? Or, how many discussions have you had with your wife because of whatsapp? The truth is that social networks do, nowadays, part of our daily moments, often without realizing. If this worries you, rest assured: you are not the only one.

We should be concerned, instead, about the information we are giving the market without even realizing. Now, have you ever thought that in social networks you can be who you want? The photographs, the likes and the shares. All this can be changed and created as each one compared with the relationships that you have.

Imagine: you were born in Cabo Delgado but live in Maputo for 20 years. However, your family and your friends are is still in Cabo Delgado. You click like on your wife’s aunt restaurant, on your cousin mechanical workshop and share an import business of an uncle. Does it really make you like all these things? Maybe not, but for Facebook, maybe yes. For the social network this information defines your behaviours towards some product and that’s how hints pages or posts in your news feed are selected. Do those posts appear there by magic?

No, the system does it with everybody. What Mark Zuckerberg is doing is ‘reading’ your likes, your shares and your comments. Making a behavioural reading that will allow him to predict and suggest your next step.

The solution for protection is to have a good layer of common sense and a few kilograms of discretion. Your online behaviour is irreversible, and even if you ‘erase’ it from that specific post, all pictures, comments and stories are registered in a database.

Since all your actions will have consequences and your image becomes public content, the secret is to use the social networks in a fun way but responsible, because technology must be at people’s service and above all, make people’s lives easier and happier.

Page 47: Business Connect Janeiro 2016

47www.revistabusinessconnect.com

OPINIÃO | OPINION

FOLLOW ME

FAÇA E LEIA A REVISTA NO

www.facebook.com/revistabusinessconnect

Page 48: Business Connect Janeiro 2016

48

OPINIÃO | OPINION

JANEIRO 2016 | jANUAry 2016