cidades na china antiga
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As Cidades na China AntigaAs Cidades na China AntigaAs Cidades na China AntigaAs Cidades na China Antiga
No presente artigo estudaremos de forma introdutória o processo de formação das
cidades na China antiga. Para tal, devemos apontar para dois fatores fundamentais na
compreensão da cultura chinesa:
envolve o desenvolvimento das formas de pensar nesta sociedade.
Em primeiro lugar, devemos conceituar de forma razoável a noção de ritual aqui
aplicada (1): ela está ligada a constituição de uma sér
adaptação ao ambiente, e a operacionalização e eficácia do mesmo, se comprovada, er
fixada sob forma ritualística
eram atribuídos. Daí se incorre que a prática de fi
necessidade de “sobrevivência”, e sua reprodução transformava
sua significação.
Devido a essa concepção do ritual, articulamos o segundo ponto de análise: a
estrutura de longa duração do pensamento
domínio do território, os chineses criaram uma idéia de passado mítico, onde os antigos
líderes eram filhos de deuses que ensinaram aos homens como viver. Neste ponto,
muitos dos rituais são sacralizados, deixando d
práticas para também ganharem um caráter religioso (embora nem todos os rituais
fossem igualmente absorvidos pelas diversas religiões da China, e nem as mesmas os
compreenderiam da mesma forma). O que importa, por
de atrito estrutural onde o modelo (ritual)
As Cidades na China AntigaAs Cidades na China AntigaAs Cidades na China AntigaAs Cidades na China Antiga
Revista Gaia, LHIA-UFRJ, 2000
No presente artigo estudaremos de forma introdutória o processo de formação das
cidades na China antiga. Para tal, devemos apontar para dois fatores fundamentais na
compreensão da cultura chinesa: a questão do ritual e da estrutura de longa duração que
envolve o desenvolvimento das formas de pensar nesta sociedade.
Em primeiro lugar, devemos conceituar de forma razoável a noção de ritual aqui
aplicada (1): ela está ligada a constituição de uma série de modelos (2) sucessivos de
adaptação ao ambiente, e a operacionalização e eficácia do mesmo, se comprovada, er
fixada sob forma ritualística, absorvendo posteriormente os elementos místicos que lhes
eram atribuídos. Daí se incorre que a prática de fixação desses modelos constituía uma
necessidade de “sobrevivência”, e sua reprodução transformava-se quase em lei, dada
Devido a essa concepção do ritual, articulamos o segundo ponto de análise: a
estrutura de longa duração do pensamento chinês (3). Em virtude da apreciação do
domínio do território, os chineses criaram uma idéia de passado mítico, onde os antigos
líderes eram filhos de deuses que ensinaram aos homens como viver. Neste ponto,
muitos dos rituais são sacralizados, deixando de possuir tão somente suas características
práticas para também ganharem um caráter religioso (embora nem todos os rituais
fossem igualmente absorvidos pelas diversas religiões da China, e nem as mesmas os
compreenderiam da mesma forma). O que importa, porém, é que se criou aí um ponto
de atrito estrutural onde o modelo (ritual) - construído para manter e expandir a vida
No presente artigo estudaremos de forma introdutória o processo de formação das
cidades na China antiga. Para tal, devemos apontar para dois fatores fundamentais na
a questão do ritual e da estrutura de longa duração que
Em primeiro lugar, devemos conceituar de forma razoável a noção de ritual aqui
ie de modelos (2) sucessivos de
adaptação ao ambiente, e a operacionalização e eficácia do mesmo, se comprovada, era
, absorvendo posteriormente os elementos místicos que lhes
xação desses modelos constituía uma
se quase em lei, dada
Devido a essa concepção do ritual, articulamos o segundo ponto de análise: a
chinês (3). Em virtude da apreciação do
domínio do território, os chineses criaram uma idéia de passado mítico, onde os antigos
líderes eram filhos de deuses que ensinaram aos homens como viver. Neste ponto,
e possuir tão somente suas características
práticas para também ganharem um caráter religioso (embora nem todos os rituais
fossem igualmente absorvidos pelas diversas religiões da China, e nem as mesmas os
ém, é que se criou aí um ponto
construído para manter e expandir a vida -
começava a se chocar com as novas necessidades advindas da própria expansão
possibilitada pelo modelo. Entenderemos isso observando melh
desses modelos (4) de complexo urbano criados na China antiga.
Inicialmente, tivemos a criação de comunidades rurais, cujo território era
coletivamente trabalhado por duas (no máximo três) famílias de poder patriarcal (mas
em menor número também matriarcais), onde a liderança era exercida por conselhos de
anciãos. Posteriormente, com a agregação de novos trabalhadores vindos de outros
territórios, essas famílias iniciaram uma fase de liderança, exercendo poder servil através
de obrigações de trabalho em troca de habitação, comida e defesa aos estrangeiros que
vinham habitar suas terras.
Na organização desta primeira comunidade, é de fundamental importância a
análise do "Lugar-santo" (que podia ser um campo
mesmo um cemitério). Esse espaço era um centro de importância comunitária, pois se
acreditava que nele estava depositado um grande poder, uma fabulosa energia
acumulada pela terra e pela natureza resultante das orgias, da prática dos ritos e que, por
conseguinte, atraía a presença dos antepassados e dos espíritos.
Próximo, ou em torno deste lugar
cidades eram construídas em círculos, tais como aldeias muradas, com uma função
protetora que dispensava a privacid
dos mortos (5) era o único que ficava fora do restritíssimo perímetro urbano, além dos
campos, claro.
É no "Lugar-santo" que os chineses jovens fogem com suas amadas e deixam cair
no chão seu esperma fecundo; lá, encontram
florescem; é onde se realiza a orgia, onde se bebe, onde se deixa parte da vida pelo vinho,
pois o esquecimento da bebedeira é um momento roubado da mesma. Quem detém o
começava a se chocar com as novas necessidades advindas da própria expansão
possibilitada pelo modelo. Entenderemos isso observando melhor o desenvolvimento
desses modelos (4) de complexo urbano criados na China antiga.
Inicialmente, tivemos a criação de comunidades rurais, cujo território era
coletivamente trabalhado por duas (no máximo três) famílias de poder patriarcal (mas
ero também matriarcais), onde a liderança era exercida por conselhos de
anciãos. Posteriormente, com a agregação de novos trabalhadores vindos de outros
territórios, essas famílias iniciaram uma fase de liderança, exercendo poder servil através
es de trabalho em troca de habitação, comida e defesa aos estrangeiros que
Na organização desta primeira comunidade, é de fundamental importância a
santo" (que podia ser um campo-santo, um ponto de culto ou at
mesmo um cemitério). Esse espaço era um centro de importância comunitária, pois se
acreditava que nele estava depositado um grande poder, uma fabulosa energia
acumulada pela terra e pela natureza resultante das orgias, da prática dos ritos e que, por
seguinte, atraía a presença dos antepassados e dos espíritos.
Próximo, ou em torno deste lugar-santo, se formava a comunidade. As primeiras
cidades eram construídas em círculos, tais como aldeias muradas, com uma função
protetora que dispensava a privacidade entre seus habitantes. Assim, o lugar dos ritos,
dos mortos (5) era o único que ficava fora do restritíssimo perímetro urbano, além dos
santo" que os chineses jovens fogem com suas amadas e deixam cair
cundo; lá, encontram-se os antepassados quando as árvores
florescem; é onde se realiza a orgia, onde se bebe, onde se deixa parte da vida pelo vinho,
pois o esquecimento da bebedeira é um momento roubado da mesma. Quem detém o
começava a se chocar com as novas necessidades advindas da própria expansão
or o desenvolvimento
Inicialmente, tivemos a criação de comunidades rurais, cujo território era
coletivamente trabalhado por duas (no máximo três) famílias de poder patriarcal (mas
ero também matriarcais), onde a liderança era exercida por conselhos de
anciãos. Posteriormente, com a agregação de novos trabalhadores vindos de outros
territórios, essas famílias iniciaram uma fase de liderança, exercendo poder servil através
es de trabalho em troca de habitação, comida e defesa aos estrangeiros que
Na organização desta primeira comunidade, é de fundamental importância a
santo, um ponto de culto ou até
mesmo um cemitério). Esse espaço era um centro de importância comunitária, pois se
acreditava que nele estava depositado um grande poder, uma fabulosa energia
acumulada pela terra e pela natureza resultante das orgias, da prática dos ritos e que, por
santo, se formava a comunidade. As primeiras
cidades eram construídas em círculos, tais como aldeias muradas, com uma função
ade entre seus habitantes. Assim, o lugar dos ritos,
dos mortos (5) era o único que ficava fora do restritíssimo perímetro urbano, além dos
santo" que os chineses jovens fogem com suas amadas e deixam cair
se os antepassados quando as árvores
florescem; é onde se realiza a orgia, onde se bebe, onde se deixa parte da vida pelo vinho,
pois o esquecimento da bebedeira é um momento roubado da mesma. Quem detém o
poder sobre o "lugar-santo" é
para os membros de sua comunidade: é ele quem observa os ritos, quem controla as leis,
que lida com as áreas consagradas aos espíritos. De lá, ele retira parte do fundamento de
seu poder Esse simples, porém complexo modelo, surge como o embrião das vilas
chinesas, que depois seriam como “ilhas produtivas” (cf. GRANET, 1979, v.1, 1o cap.)
Nessas vilas, o trabalho é dividido, mas todos alternam
Com a re-distribução de te
século XII A.C.) temos o desenvolvimento de centros urbanos comerciais e econômicos,
que aperfeiçoam o sistema de trocas e especializam diversas funções técnicas. Como,
então, conciliar essa pequena
por um novo tipo de comunidade mais dinâmica e integrada?
Temos aí duas respostas: gradativamente, essa evolução veio pelo próprio poder
do "campo-santo", que gerava um pequeno mercado a sua volta,
novas terras advindas do crescimento das comunidades em virtude do sucesso de seu
modelo produtivo e da ritualização dos relacionamentos matrimoniais, através da
sacralização das orgias. Esse crescimento força a expansão da comunidade,
atividades produtivas. Por outro lado, aperfeiçoou
habitação e do controle das forças naturais, que dariam origem ao feng shui (arte da
água e do vento) (7), cujo domínio possibilitava a escolha dos melhores locais pa
moradia, produção, etc. Essa técnica possuía, originalmente, um sentido prático, e não
apenas os caracteres estéticos que hoje lhe são atribuídos.
Por conseguinte, temos o surgimento de um novo modelo de cidade: um lugar
escolhido, que possui um campo
aumenta, surgindo então as grandes cidadelas ou muralhas. Neste período feudalizado, a
delimitação das cidades pelas muralhas também muda, ganhando novas características:
santo" é o líder da aldeia, pois seu poder é igual ao do campo santo
para os membros de sua comunidade: é ele quem observa os ritos, quem controla as leis,
que lida com as áreas consagradas aos espíritos. De lá, ele retira parte do fundamento de
ples, porém complexo modelo, surge como o embrião das vilas
chinesas, que depois seriam como “ilhas produtivas” (cf. GRANET, 1979, v.1, 1o cap.)
Nessas vilas, o trabalho é dividido, mas todos alternam-se nos serviços existentes.
distribução de territórios no período de feudalização (6) (aproximadamente
século XII A.C.) temos o desenvolvimento de centros urbanos comerciais e econômicos,
que aperfeiçoam o sistema de trocas e especializam diversas funções técnicas. Como,
então, conciliar essa pequena comunidade agrária - cujo modelo ritual é "abençoado"
por um novo tipo de comunidade mais dinâmica e integrada?
Temos aí duas respostas: gradativamente, essa evolução veio pelo próprio poder
santo", que gerava um pequeno mercado a sua volta, e pela conquista de
novas terras advindas do crescimento das comunidades em virtude do sucesso de seu
modelo produtivo e da ritualização dos relacionamentos matrimoniais, através da
sacralização das orgias. Esse crescimento força a expansão da comunidade,
atividades produtivas. Por outro lado, aperfeiçoou-se o domínio das técnicas de
habitação e do controle das forças naturais, que dariam origem ao feng shui (arte da
água e do vento) (7), cujo domínio possibilitava a escolha dos melhores locais pa
moradia, produção, etc. Essa técnica possuía, originalmente, um sentido prático, e não
apenas os caracteres estéticos que hoje lhe são atribuídos.
Por conseguinte, temos o surgimento de um novo modelo de cidade: um lugar
escolhido, que possui um campo santo, um mercado e uma guarda. O perímetro
aumenta, surgindo então as grandes cidadelas ou muralhas. Neste período feudalizado, a
delimitação das cidades pelas muralhas também muda, ganhando novas características:
o líder da aldeia, pois seu poder é igual ao do campo santo
para os membros de sua comunidade: é ele quem observa os ritos, quem controla as leis,
que lida com as áreas consagradas aos espíritos. De lá, ele retira parte do fundamento de
ples, porém complexo modelo, surge como o embrião das vilas
chinesas, que depois seriam como “ilhas produtivas” (cf. GRANET, 1979, v.1, 1o cap.)
s serviços existentes.
rritórios no período de feudalização (6) (aproximadamente
século XII A.C.) temos o desenvolvimento de centros urbanos comerciais e econômicos,
que aperfeiçoam o sistema de trocas e especializam diversas funções técnicas. Como,
cujo modelo ritual é "abençoado" -
Temos aí duas respostas: gradativamente, essa evolução veio pelo próprio poder
e pela conquista de
novas terras advindas do crescimento das comunidades em virtude do sucesso de seu
modelo produtivo e da ritualização dos relacionamentos matrimoniais, através da
sacralização das orgias. Esse crescimento força a expansão da comunidade, e de suas
se o domínio das técnicas de
habitação e do controle das forças naturais, que dariam origem ao feng shui (arte da
água e do vento) (7), cujo domínio possibilitava a escolha dos melhores locais para
moradia, produção, etc. Essa técnica possuía, originalmente, um sentido prático, e não
Por conseguinte, temos o surgimento de um novo modelo de cidade: um lugar
santo, um mercado e uma guarda. O perímetro
aumenta, surgindo então as grandes cidadelas ou muralhas. Neste período feudalizado, a
delimitação das cidades pelas muralhas também muda, ganhando novas características:
sua forma de ser construída e o perímetro
definidos pelos senhores locais. Este processo ocorre, obviamente, em decorrência do
pragmatismo desses líderes: afinal, só se investiria tempo e dinheiro em muralhas fortes
para cidades mais importantes. Existiam trê
templo, ou com templo não consagrado, havia uma muralha de barro; para as cidades
com templo consagrado, uma de tijolos; e por fim, para as cidades sagradas, dos líderes
ou com mais de um templo, muralhas de pedra.
A consagração de um templo está ligada a importância da cidade na região: é
preciso um alto funcionário para fazê
santo e um grande mercado. A muralha é feita pelos súditos em regime de convocação:
eles tiram alguns dias de seu trabalho para construí
armados com bastões, recebendo comida e tendo direito de amaldiçoar a muralha e
cantar.(cf. GRANET, 1979, v.2, p.91)
Neste contexto, a sacralização de alguns rituais, principalmente
construção das cidades, leva à algumas diferenciações antes não existentes ou
identificáveis: os nobres começam a morar no lado esquerdo, virados para o sul, a
direção sagrada; os camponeses e mercadores do lado direito, virados para o nor
detalhes apontam para o início do convívio entre eles, mas ao mesmo tempo da
separação mais distinta de grupos dentro da sociedade chinesa.
O que se concebe, dessa forma, é o surgimento de um novo modelo de cidade
adequado ao novo contexto, cujo
inovadoras singularidades.
Foram identificadas três formas de surgimento de uma cidade na China antiga: o
espontâneo, baseado na antiga comunidade rural; a escolhida, onde uma nova cidade
era formada, segundo o interesse de algum senhor de terras em aglutinar trabalhadores,
sua forma de ser construída e o perímetro que as mesmas vão cobrir passam a ser
definidos pelos senhores locais. Este processo ocorre, obviamente, em decorrência do
pragmatismo desses líderes: afinal, só se investiria tempo e dinheiro em muralhas fortes
para cidades mais importantes. Existiam três tipos de amuradas: para as cidades sem
templo, ou com templo não consagrado, havia uma muralha de barro; para as cidades
com templo consagrado, uma de tijolos; e por fim, para as cidades sagradas, dos líderes
ou com mais de um templo, muralhas de pedra.
A consagração de um templo está ligada a importância da cidade na região: é
preciso um alto funcionário para fazê-la, ela também precisa ter um afamado campo
santo e um grande mercado. A muralha é feita pelos súditos em regime de convocação:
guns dias de seu trabalho para construí-la. São estimulados por guardas
armados com bastões, recebendo comida e tendo direito de amaldiçoar a muralha e
cantar.(cf. GRANET, 1979, v.2, p.91)
Neste contexto, a sacralização de alguns rituais, principalmente no tocante ao da
construção das cidades, leva à algumas diferenciações antes não existentes ou
identificáveis: os nobres começam a morar no lado esquerdo, virados para o sul, a
direção sagrada; os camponeses e mercadores do lado direito, virados para o nor
detalhes apontam para o início do convívio entre eles, mas ao mesmo tempo da
separação mais distinta de grupos dentro da sociedade chinesa.
O que se concebe, dessa forma, é o surgimento de um novo modelo de cidade
adequado ao novo contexto, cujo processo de fundação deve ser identificado por suas
Foram identificadas três formas de surgimento de uma cidade na China antiga: o
espontâneo, baseado na antiga comunidade rural; a escolhida, onde uma nova cidade
egundo o interesse de algum senhor de terras em aglutinar trabalhadores,
que as mesmas vão cobrir passam a ser
definidos pelos senhores locais. Este processo ocorre, obviamente, em decorrência do
pragmatismo desses líderes: afinal, só se investiria tempo e dinheiro em muralhas fortes
s tipos de amuradas: para as cidades sem
templo, ou com templo não consagrado, havia uma muralha de barro; para as cidades
com templo consagrado, uma de tijolos; e por fim, para as cidades sagradas, dos líderes
A consagração de um templo está ligada a importância da cidade na região: é
la, ela também precisa ter um afamado campo
santo e um grande mercado. A muralha é feita pelos súditos em regime de convocação:
la. São estimulados por guardas
armados com bastões, recebendo comida e tendo direito de amaldiçoar a muralha e
no tocante ao da
construção das cidades, leva à algumas diferenciações antes não existentes ou
identificáveis: os nobres começam a morar no lado esquerdo, virados para o sul, a
direção sagrada; os camponeses e mercadores do lado direito, virados para o norte. Estes
detalhes apontam para o início do convívio entre eles, mas ao mesmo tempo da
O que se concebe, dessa forma, é o surgimento de um novo modelo de cidade
processo de fundação deve ser identificado por suas
Foram identificadas três formas de surgimento de uma cidade na China antiga: o
espontâneo, baseado na antiga comunidade rural; a escolhida, onde uma nova cidade
egundo o interesse de algum senhor de terras em aglutinar trabalhadores,
arrotear terras novas, conquistar território, etc, forma essa que se aperfeiçoou com a
evolução do feng shui, utilizado também para remodelar as cidades existentes. E uma
terceira forma, surgida principalmente durante o período imperial, a partir do Século III
a.C. Esta era uma cidade para fins comerciais, surgida do interesse de mercadores em
estabelecerem-se em uma região. Estes procuravam o senhor das terras, ou o governo
local, e acordavam a construção de uma cidade fundamentada no mercado, e não no
campo ou no "campo-santo". Fruto do modo de pensar mascate, esse novo modelo de
cidade estava de acordo com os padrões e modelos de construção, sendo a diferença sua
função e origem. Esse tipo de cidade recebeu grande impulso imperial porque favorecia
o domínio de rotas comercias e de novos territórios. A cidade comercial era singular:
seus mercadores pagavam a proteção do senhor local (ou de uma guarda) e uma taxa
pela entrada e saída de produtos estrangeiros de seus perímetros: podiam vender o que
quisessem (concessão especial, já que outros tipos de perímetros urbanos sofriam
restrições nesse sentido, não podendo negociar mercadorias sem autorização dos
protetores locais), construíam a
o senhor das terras ou o governo local a comprar seus produtos. Da mesma forma, esses
líderes locais não podiam exigir, sob forma alguma, qualquer espécie de tributação em
mercadorias dos comerciantes
anteriormente citadas.
Este novo modelo de cidade aparece em um momento de transformação da
China: antes, um reino que vivia da essencialmente do campo, administrado por seus
rituais antigos, e depois, uma
mesmo tempo, manter uma estrutura que respondesse a todos os seus questionamentos
anteriores...como dar o próximo passo? Como ir contra a razão de sua própria
grandeza?
arrotear terras novas, conquistar território, etc, forma essa que se aperfeiçoou com a
evolução do feng shui, utilizado também para remodelar as cidades existentes. E uma
ma, surgida principalmente durante o período imperial, a partir do Século III
a.C. Esta era uma cidade para fins comerciais, surgida do interesse de mercadores em
se em uma região. Estes procuravam o senhor das terras, ou o governo
cordavam a construção de uma cidade fundamentada no mercado, e não no
santo". Fruto do modo de pensar mascate, esse novo modelo de
cidade estava de acordo com os padrões e modelos de construção, sendo a diferença sua
e tipo de cidade recebeu grande impulso imperial porque favorecia
o domínio de rotas comercias e de novos territórios. A cidade comercial era singular:
seus mercadores pagavam a proteção do senhor local (ou de uma guarda) e uma taxa
produtos estrangeiros de seus perímetros: podiam vender o que
quisessem (concessão especial, já que outros tipos de perímetros urbanos sofriam
restrições nesse sentido, não podendo negociar mercadorias sem autorização dos
protetores locais), construíam a cidade segundo seus interesses, mas não podiam obrigar
o senhor das terras ou o governo local a comprar seus produtos. Da mesma forma, esses
líderes locais não podiam exigir, sob forma alguma, qualquer espécie de tributação em
iantes instalados em suas cidades-feiras, além das taxas
Este novo modelo de cidade aparece em um momento de transformação da
China: antes, um reino que vivia da essencialmente do campo, administrado por seus
rituais antigos, e depois, uma civilização em expansão que lutava para crescer e, ao
mesmo tempo, manter uma estrutura que respondesse a todos os seus questionamentos
anteriores...como dar o próximo passo? Como ir contra a razão de sua própria
arrotear terras novas, conquistar território, etc, forma essa que se aperfeiçoou com a
evolução do feng shui, utilizado também para remodelar as cidades existentes. E uma
ma, surgida principalmente durante o período imperial, a partir do Século III
a.C. Esta era uma cidade para fins comerciais, surgida do interesse de mercadores em
se em uma região. Estes procuravam o senhor das terras, ou o governo
cordavam a construção de uma cidade fundamentada no mercado, e não no
santo". Fruto do modo de pensar mascate, esse novo modelo de
cidade estava de acordo com os padrões e modelos de construção, sendo a diferença sua
e tipo de cidade recebeu grande impulso imperial porque favorecia
o domínio de rotas comercias e de novos territórios. A cidade comercial era singular:
seus mercadores pagavam a proteção do senhor local (ou de uma guarda) e uma taxa
produtos estrangeiros de seus perímetros: podiam vender o que
quisessem (concessão especial, já que outros tipos de perímetros urbanos sofriam
restrições nesse sentido, não podendo negociar mercadorias sem autorização dos
cidade segundo seus interesses, mas não podiam obrigar
o senhor das terras ou o governo local a comprar seus produtos. Da mesma forma, esses
líderes locais não podiam exigir, sob forma alguma, qualquer espécie de tributação em
, além das taxas
Este novo modelo de cidade aparece em um momento de transformação da
China: antes, um reino que vivia da essencialmente do campo, administrado por seus
civilização em expansão que lutava para crescer e, ao
mesmo tempo, manter uma estrutura que respondesse a todos os seus questionamentos
anteriores...como dar o próximo passo? Como ir contra a razão de sua própria
Nestas condições, a idéia de re
pensamento chinês em todos os sentidos. Nenhuma resposta era encontrada fora do
ritual, e se este mudava, era por que assim os deuses queriam. Logo, sacralizar este tipo
de cidade também era importante, já que no mo
construção, e que este se encontra abençoado pelo céu, os homens passam a
operacionalizar sua existência, controlando
Desta forma, podemos concluir que a ritualização da pratica de
na China Antiga manifesta
chinesas, onde o conhecimento, quando funcional, e demonstrando respostas
satisfatórias as questões materiais, é logo associado (ou ainda, interpretad
ascendência mítica que a vontade celeste e o culto as tradições antigas impunham ao
sistema representativo e simbólico do pensamento chinês.
Apesar do aparente imobilismo que se insere na cultura chinesa justamente pela
formação dessa estrutura de pensamento, completamente voltada para um passado
mítico glorioso, devemos notar que a materialização de algumas respostas no campo
material, mesmo que pautadas nesse pensamento, representam avanços respeitáveis;
afinal, em Chang An, capital da dinast
domínio da natureza permitiu as técnicos de feng shui construírem um porão de pedra
onde era guardado gelo para servir uma espécie de "so
Esse é apenas um detalhe no complexo siste
das cidades nada mais é do que uma manifestação em grande escala de uma estrutura
cultural onde a questão ritual domina todos os sentidos e áreas produtivas da civilização.
Nestas condições, a idéia de recorrer à tradição terminou por permear o
pensamento chinês em todos os sentidos. Nenhuma resposta era encontrada fora do
ritual, e se este mudava, era por que assim os deuses queriam. Logo, sacralizar este tipo
de cidade também era importante, já que no momento em que se domina o seu modo de
construção, e que este se encontra abençoado pelo céu, os homens passam a
operacionalizar sua existência, controlando-o e o expandindo segundo sua vontade.
Desta forma, podemos concluir que a ritualização da pratica de construção das cidades
na China Antiga manifesta-se como parte integrante do desenvolvimento das ciências
chinesas, onde o conhecimento, quando funcional, e demonstrando respostas
satisfatórias as questões materiais, é logo associado (ou ainda, interpretad
ascendência mítica que a vontade celeste e o culto as tradições antigas impunham ao
sistema representativo e simbólico do pensamento chinês.
Apesar do aparente imobilismo que se insere na cultura chinesa justamente pela
a de pensamento, completamente voltada para um passado
mítico glorioso, devemos notar que a materialização de algumas respostas no campo
material, mesmo que pautadas nesse pensamento, representam avanços respeitáveis;
afinal, em Chang An, capital da dinastia Han (século III a.C a III d.C) o nível de
domínio da natureza permitiu as técnicos de feng shui construírem um porão de pedra
onde era guardado gelo para servir uma espécie de "sorvete" ao imperador no verão...
Esse é apenas um detalhe no complexo sistema de pensamento chinês onde a construção
das cidades nada mais é do que uma manifestação em grande escala de uma estrutura
cultural onde a questão ritual domina todos os sentidos e áreas produtivas da civilização.
correr à tradição terminou por permear o
pensamento chinês em todos os sentidos. Nenhuma resposta era encontrada fora do
ritual, e se este mudava, era por que assim os deuses queriam. Logo, sacralizar este tipo
mento em que se domina o seu modo de
construção, e que este se encontra abençoado pelo céu, os homens passam a
o e o expandindo segundo sua vontade.
construção das cidades
se como parte integrante do desenvolvimento das ciências
chinesas, onde o conhecimento, quando funcional, e demonstrando respostas
satisfatórias as questões materiais, é logo associado (ou ainda, interpretado) á luz da
ascendência mítica que a vontade celeste e o culto as tradições antigas impunham ao
Apesar do aparente imobilismo que se insere na cultura chinesa justamente pela
a de pensamento, completamente voltada para um passado
mítico glorioso, devemos notar que a materialização de algumas respostas no campo
material, mesmo que pautadas nesse pensamento, representam avanços respeitáveis;
ia Han (século III a.C a III d.C) o nível de
domínio da natureza permitiu as técnicos de feng shui construírem um porão de pedra
rvete" ao imperador no verão...
ma de pensamento chinês onde a construção
das cidades nada mais é do que uma manifestação em grande escala de uma estrutura
cultural onde a questão ritual domina todos os sentidos e áreas produtivas da civilização.
Notas
1 - Entendemos aqui o conceito de
Robertson Smith (1889), que afirmava que os rituais não surgiam para “satisfazer uma
necessidade teórica ou técnica, mas por uma necessidade “prática” (V.V. Rito
Enciclopédia Einaudi. Lisboa, Imprensa Nacional,
determinada problemática material, a civilização chinesa desenvolvia uma série de
respostas que, se comprovadas em eficácia, eram fixadas sob forma mecanizada e
posteriormente ritualística, quando sua função original se p
elementos místicos a integrava no contexto geral dos conhecimentos culturais. Embora
antiga, este conceito de ritual parece servir aos períodos iniciais da civilização chinesa.
2 - A Noção de modelo aqui apresentada refere
Vocabulário da História, Lisboa, Plátano, 1996. P.184
três interpretações dos quais duas nos são pertinentes; 1. “Instrumento de trabalho
mental que consiste em reproduzir qualquer realidade complexa
simbólica e simplificada, em ordem a permitir verificar seu comportamento no caso de
uma modificação de qualquer uma de suas variáveis” e 2. “padrão que se destina a ser
copiado ou reproduzido”. Embora seja necessário avaliar, ao longo do text
modificações que surgem do desenvolvimento dos modelos de cidades chinesas,
empregamos o termo aqui em sua segunda significação.
3 - No livro O Pensamento Chinês, Granet nos dá uma elucidação abrangente sobre o
desenvolvimento da maneira de pensar da
caracteriza pelo aparente “imobilismo”, causado pela fixação das práticas operacionais
sob forma ritual, o que dificultava o desenvolvimento de novas respostas técnicas às
crescentes demandas materiais em virt
modo de pensar chinês tendia a não diferenciar sob qualquer forma aos avanços
Entendemos aqui o conceito de ritual dentro da perspectiva Funcionalista de
Robertson Smith (1889), que afirmava que os rituais não surgiam para “satisfazer uma
necessidade teórica ou técnica, mas por uma necessidade “prática” (V.V. Rito
Enciclopédia Einaudi. Lisboa, Imprensa Nacional, 1994 v.30 p.328.) A partir de uma
determinada problemática material, a civilização chinesa desenvolvia uma série de
respostas que, se comprovadas em eficácia, eram fixadas sob forma mecanizada e
posteriormente ritualística, quando sua função original se perdia e a atribuição de
elementos místicos a integrava no contexto geral dos conhecimentos culturais. Embora
antiga, este conceito de ritual parece servir aos períodos iniciais da civilização chinesa.
A Noção de modelo aqui apresentada refere-se à conceituação de FREITAS, G.
a, Lisboa, Plátano, 1996. P.184. Ao definir Modelo, ele emprega
três interpretações dos quais duas nos são pertinentes; 1. “Instrumento de trabalho
mental que consiste em reproduzir qualquer realidade complexa
simbólica e simplificada, em ordem a permitir verificar seu comportamento no caso de
uma modificação de qualquer uma de suas variáveis” e 2. “padrão que se destina a ser
copiado ou reproduzido”. Embora seja necessário avaliar, ao longo do text
modificações que surgem do desenvolvimento dos modelos de cidades chinesas,
empregamos o termo aqui em sua segunda significação.
No livro O Pensamento Chinês, Granet nos dá uma elucidação abrangente sobre o
desenvolvimento da maneira de pensar da civilização chinesa. Em linhas gerais, ela se
caracteriza pelo aparente “imobilismo”, causado pela fixação das práticas operacionais
sob forma ritual, o que dificultava o desenvolvimento de novas respostas técnicas às
crescentes demandas materiais em virtudes das mesmas “confrontarem” o sagrado. O
modo de pensar chinês tendia a não diferenciar sob qualquer forma aos avanços
ritual dentro da perspectiva Funcionalista de
Robertson Smith (1889), que afirmava que os rituais não surgiam para “satisfazer uma
necessidade teórica ou técnica, mas por uma necessidade “prática” (V.V. Rito
1994 v.30 p.328.) A partir de uma
determinada problemática material, a civilização chinesa desenvolvia uma série de
respostas que, se comprovadas em eficácia, eram fixadas sob forma mecanizada e
erdia e a atribuição de
elementos místicos a integrava no contexto geral dos conhecimentos culturais. Embora
antiga, este conceito de ritual parece servir aos períodos iniciais da civilização chinesa.
eituação de FREITAS, G.
definir Modelo, ele emprega
três interpretações dos quais duas nos são pertinentes; 1. “Instrumento de trabalho
mental que consiste em reproduzir qualquer realidade complexa duma maneira
simbólica e simplificada, em ordem a permitir verificar seu comportamento no caso de
uma modificação de qualquer uma de suas variáveis” e 2. “padrão que se destina a ser
copiado ou reproduzido”. Embora seja necessário avaliar, ao longo do texto, as
modificações que surgem do desenvolvimento dos modelos de cidades chinesas,
No livro O Pensamento Chinês, Granet nos dá uma elucidação abrangente sobre o
civilização chinesa. Em linhas gerais, ela se
caracteriza pelo aparente “imobilismo”, causado pela fixação das práticas operacionais
sob forma ritual, o que dificultava o desenvolvimento de novas respostas técnicas às
udes das mesmas “confrontarem” o sagrado. O
modo de pensar chinês tendia a não diferenciar sob qualquer forma aos avanços
técnicos do estudo da natureza, da religiosidade e do misticismo. Assim, o
desenvolvimento técnico, muito vezes embasados no próprio a
era visto sob a ótica de uma “ciência
como “abençoadas” ou derivadas do divino. Um exemplo bem claro está na produção
dos cereais, citado na p.245 (v.1) do livro Civilização Chinesa
descoberta do cultivo do painço é conscientemente entendida como prática humana,
mas atribuída, por sua eficácia, ao Deus Houzi, ou “príncipe painço”. Para compreender
mais sobre os avanços técnicos, recomendamos também a consulta
Needham, Joseph; Science and civilization in China. Cambridge, Cambridge Univer.
Press, 1976.
4 - Nos remetemos novamente à idéia de modelo aqui apresentada, como um padrão à
ser copiado. Ela resulta do conjunto de práticas pelo qual o esquema
uma cidade, em todas as suas características, atinge potencialidade, reconhecimento,
sendo por fim sacralizado.
5 - M. Granet (1979) conceitua de forma singular a questão do “lugar
visão, a origem do termo é mais a
(vol.1) do seu livro Civilização Chinesa, os “lugares santos” seriam tidos inicialmente
como lugares de orgias sagradas ou cultos anímicos que conquistaram gradativamente,
dentro das comunidades, sua importância r
religiosas. Cemitérios foram construídos próximos desses locais, objetivando a
aproximação dos mortos com um centro de energia ou “poder”. No enta
afirmação do autor, não devemos restringir o “lugar s
ele pode ser um lugar na natureza, ou mesmo um rio. Mas em todos os casos, sem
exceção, a presença desses espaços fora dos perímetros urbanos está fundamentada
justamente em seu processo de formação espontânea além dos lim
técnicos do estudo da natureza, da religiosidade e do misticismo. Assim, o
desenvolvimento técnico, muito vezes embasados no próprio arcabouço cultural chinês,
era visto sob a ótica de uma “ciência-ritual”, ao qual as respostas obtidas eram tidas
como “abençoadas” ou derivadas do divino. Um exemplo bem claro está na produção
dos cereais, citado na p.245 (v.1) do livro Civilização Chinesa, do mesmo autor, onde a
descoberta do cultivo do painço é conscientemente entendida como prática humana,
mas atribuída, por sua eficácia, ao Deus Houzi, ou “príncipe painço”. Para compreender
mais sobre os avanços técnicos, recomendamos também a consulta
Needham, Joseph; Science and civilization in China. Cambridge, Cambridge Univer.
Nos remetemos novamente à idéia de modelo aqui apresentada, como um padrão à
ser copiado. Ela resulta do conjunto de práticas pelo qual o esquema de construção de
uma cidade, em todas as suas características, atinge potencialidade, reconhecimento,
M. Granet (1979) conceitua de forma singular a questão do “lugar
visão, a origem do termo é mais antiga, praticamente não datável: nas páginas 293
(vol.1) do seu livro Civilização Chinesa, os “lugares santos” seriam tidos inicialmente
como lugares de orgias sagradas ou cultos anímicos que conquistaram gradativamente,
dentro das comunidades, sua importância ritual, atraindo então a prática das crenças
religiosas. Cemitérios foram construídos próximos desses locais, objetivando a
aproximação dos mortos com um centro de energia ou “poder”. No enta
, não devemos restringir o “lugar santo” a um local pré
ele pode ser um lugar na natureza, ou mesmo um rio. Mas em todos os casos, sem
exceção, a presença desses espaços fora dos perímetros urbanos está fundamentada
justamente em seu processo de formação espontânea além dos limites da cidade, onde
técnicos do estudo da natureza, da religiosidade e do misticismo. Assim, o
rcabouço cultural chinês,
ritual”, ao qual as respostas obtidas eram tidas
como “abençoadas” ou derivadas do divino. Um exemplo bem claro está na produção
, do mesmo autor, onde a
descoberta do cultivo do painço é conscientemente entendida como prática humana,
mas atribuída, por sua eficácia, ao Deus Houzi, ou “príncipe painço”. Para compreender
mais sobre os avanços técnicos, recomendamos também a consulta trabalho de
Needham, Joseph; Science and civilization in China. Cambridge, Cambridge Univer.
Nos remetemos novamente à idéia de modelo aqui apresentada, como um padrão à
de construção de
uma cidade, em todas as suas características, atinge potencialidade, reconhecimento,
M. Granet (1979) conceitua de forma singular a questão do “lugar-santo”. Em sua
: nas páginas 293-294
(vol.1) do seu livro Civilização Chinesa, os “lugares santos” seriam tidos inicialmente
como lugares de orgias sagradas ou cultos anímicos que conquistaram gradativamente,
itual, atraindo então a prática das crenças
religiosas. Cemitérios foram construídos próximos desses locais, objetivando a
aproximação dos mortos com um centro de energia ou “poder”. No entanto, segundo
anto” a um local pré-determinado:
ele pode ser um lugar na natureza, ou mesmo um rio. Mas em todos os casos, sem
exceção, a presença desses espaços fora dos perímetros urbanos está fundamentada
ites da cidade, onde
seus aspectos práticos (fosse a prática do sexo longe dos olhares da comunidade, fosse a
execução de um ato religioso em particular de contato com a natureza, etc.) exigiam
certa distância do cotidiano.
6 - O termo feudalização, aqui,
embora temporalmente distante. O processo ao qual aludimos se refere, na China, a
concentração das terras por senhores e barões locais, em troca de proteção contra
estrangeiros e invasores, economicamente vi
politicamente organizados segundo práticas de servidão e vassalidade, estabelecidos por
meio de juramentos de fidelidade ao senhor. No livro
GRANET utiliza o termo por compreendê
7 - Feng Shui, (pronuncia
empregada na estética e na arquitetura chinesa. Sua descoberta foi atribuída ao místico
Duque Zhou, ou por vezes ao lendário primeiro imperador, Shi Huang
à parte, sua efetividade foi provada diversas vezes ao longo do desenvolvimento da
arquitetura chinesa e sua inserção nas práticas culturais chinesas foi plena. Para saber
um pouco mais sobre o assunto, ver o livro de Eitel, E. Fengshui.
Ground, 2001 (o texto nada tem de esotérico, apesar de ser apresentado como tal).
Alguns dos textos básicos utilizados em fengs
aumenta a especulação em torno de sua antiguidade.
Bibliografia
Bedin, F. Como reconhecer a arte chinesa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Granet, M. A Civilização Chinesa. Rio de Janeiro: Ferni, 1979.
Granet, M. O Pensamento Chinês. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
Pinschel, G. Arte Chinesa. Lisboa: BNA, 1961.
seus aspectos práticos (fosse a prática do sexo longe dos olhares da comunidade, fosse a
execução de um ato religioso em particular de contato com a natureza, etc.) exigiam
certa distância do cotidiano.
O termo feudalização, aqui, é empregado em sentido bem próximo ao ocidental,
embora temporalmente distante. O processo ao qual aludimos se refere, na China, a
concentração das terras por senhores e barões locais, em troca de proteção contra
estrangeiros e invasores, economicamente vinculados em contratos de arrendamento e
politicamente organizados segundo práticas de servidão e vassalidade, estabelecidos por
meio de juramentos de fidelidade ao senhor. No livro ‘Civilização Chinesa
GRANET utiliza o termo por compreendê-lo como conveniente.
Feng Shui, (pronuncia-se Fon shue) é a arte ou técnica de domínio do espaço,
empregada na estética e na arquitetura chinesa. Sua descoberta foi atribuída ao místico
Duque Zhou, ou por vezes ao lendário primeiro imperador, Shi Huangdi. Controvérsias
à parte, sua efetividade foi provada diversas vezes ao longo do desenvolvimento da
arquitetura chinesa e sua inserção nas práticas culturais chinesas foi plena. Para saber
um pouco mais sobre o assunto, ver o livro de Eitel, E. Fengshui.
Ground, 2001 (o texto nada tem de esotérico, apesar de ser apresentado como tal).
Alguns dos textos básicos utilizados em fengshui aparecem no Shujing e no Lij
aumenta a especulação em torno de sua antiguidade.
F. Como reconhecer a arte chinesa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
hinesa. Rio de Janeiro: Ferni, 1979.
Granet, M. O Pensamento Chinês. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
Pinschel, G. Arte Chinesa. Lisboa: BNA, 1961.
seus aspectos práticos (fosse a prática do sexo longe dos olhares da comunidade, fosse a
execução de um ato religioso em particular de contato com a natureza, etc.) exigiam
é empregado em sentido bem próximo ao ocidental,
embora temporalmente distante. O processo ao qual aludimos se refere, na China, a
concentração das terras por senhores e barões locais, em troca de proteção contra
nculados em contratos de arrendamento e
politicamente organizados segundo práticas de servidão e vassalidade, estabelecidos por
Civilização Chinesa’ vol. 1, p.121,
se Fon shue) é a arte ou técnica de domínio do espaço,
empregada na estética e na arquitetura chinesa. Sua descoberta foi atribuída ao místico
di. Controvérsias
à parte, sua efetividade foi provada diversas vezes ao longo do desenvolvimento da
arquitetura chinesa e sua inserção nas práticas culturais chinesas foi plena. Para saber
um pouco mais sobre o assunto, ver o livro de Eitel, E. Fengshui. Rio de Janeiro:
Ground, 2001 (o texto nada tem de esotérico, apesar de ser apresentado como tal).
hui aparecem no Shujing e no Liji, o que
F. Como reconhecer a arte chinesa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Speiser, W. Arte do Extremo Oriente. Lisboa: Verbo, 1969.
Watson, W. China Antiga. Lisboa: Verbo, 1969.
Arte do Extremo Oriente. Lisboa: Verbo, 1969.
Watson, W. China Antiga. Lisboa: Verbo, 1969.