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COOL HUNTING COMO METODOLOGIA DE PESQUISA DE TENDE2NCIAS E GESTA3O DA INOVAÇA3O APLICADA AO SECTOR DA MODA
DISSERTAÇA3O DE MESTRADO
AUTOR(A): Diana V. Carriço
ORIENTADOR(A): Drª. Mafalda Ferreira
IPAM PORTO , 27 DE JULHO DE 2012
Agradecimentos
Sendo os agradecimentos a unica parte de uma dissertaçao escrita na primeira pessoa e nao sujeita a avaliaçao por orientadores ou membros do juri, sinto‐me assim com total liberdade para dizer o que me vai na alma. A emoçao habitual pelo Zinalizar de mais uma etapa importante e dura da minha vida proZissional e pessoal, tem uma certa tendencia em exagerar os sentimentos, ainda que positivamente. Sendo esse o espırito que deve caracterizar estes momentos, vou aproveita‐lo.
Este foi um trabalho longo e difıcil, com altos e baixos pontuais, mas pelo qual me sinto satisfeita. Satisfeita, mas nao realizada, pois por uma etapa que Zinda, ha outra que recomeça.
E^ assim altura de elencar uma serie de agradecimentos, obviamente com importancias e signiZicados completamente dıspares, mas todos eles verdadeiramente sentidos.
Em primeiro lugar, agradeço aos meus pais e irma, que estiveram e estao comigo nas maiores alegrias e nos piores momentos e a todos os restantes elementos da minha famılia (e nao somos poucos), avos, primos e primas, tios e tias, pelas alegrias que me dao quando nos reunimos e por sempre acreditarem no meu potencial.
Aa memoria do meu Avo, que partiu ainda este ano, mas que ainda mesmo antes de a dissertaçao começar, me marcou nos valores que me transmitiu, como honestidade e integridade, que me levam a tentar ser uma mulher exemplar (tarefa nem sempre facil) e cuja curiosidade, paciencia e atençao aos detalhes sempre o deZiniu e sempre me transmitiu. A ele devo‐lhe grande parte de mim.
Ao Luıs, que esta sempre la para mim, no matter what.
Aos meus amigos, que nao nomearei mas que sabem quem sao, e que foram neste perıodo isso mesmo, Amigos, pelo que nada mais ha a dizer ‐ com um especial agradecimento ao Jorge, Ely, Frederico, Tiago, Joao, Miguel e Eduardo pela imprescindıvel (des)orientaçao, bom humor e amizade que Zizeram com que alguns momentos tensos fossem bem mais divertidos e menos pesados.
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A toda a equipa que conheci no Marangoni em Milao, mesmo antes de começar nesta jornada, que considero como tendo sido das etapas que despoletaram a minha verdadeira paixao pelo Cool Hunting, com especial agradecimento ao Lorenzo, Paolo e Elena.
Aos meus professores especiais do IPAM Lisboa, nomeadamente: Fernando Acabado, Luis Valentim e Fatima Geada ‐ tres proZissionais exemplares, pelos quais me orgulho de ter sido aluna. Desde os conhecimentos Lean, sinceridade e transparencia, e rigor cientıZico, respectivamente, ajudaram a contribuir para o meu crescimento como aluna e proZissional ao longo de todos estes anos.
Gostaria tambem de agradecer as pessoas interessantes que conheci em conferencias e workshops pelo mundo fora. Como em todas as actividades que incluam pessoas, existem aquelas que nao importa referir. Das relevantes, destaco algumas, como a Salome, o Miguel, o Eduardo, o Luıs Rasquilha, Nuno Laginha, Carie Chan, Carl Rhode, Marco Van Hout, Negarin Sadr, Aaron Geree, Ashfaq Ishaq, Ian Forrester, Alissa Walker, Shaswati Sengupta e Stephane Laidebeure. A estas pessoas agradeço a abertura de novos horizontes, culturas e realidades, e ao Enric Bas em especial, o ‘meu irmao gemeo espanhol’ cuja colaboraçao proZissional trouxe uma amizade especial assim como ajuda, preocupaçao e disponibilidade para ajudar em todas as etapas desta tese que foram indispensaveis e inexcedıveis, e nao encontro forma de lhe retribuir.
Last, but not the least, a minha orientadora de tese, Mafalda, com quem tive o prazer de trabalhar ao longo destes semestres, e cujo pragmatismo e clarividencia permitiram chegar ao termino desta ‘epopeia’. O facto de me ter sempre mantido motivada e focalizada (algo extremamente difıcil) foram indispensaveis para me conseguir manter no caminho certo.
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Resumo Actualmente, e inevitavel falar de tendencias e de todas as transformaçoes que estas provocam pelo que empresas e pesquisadores procuram aprofundar o estudo das mudanças no sistema de moda, tentando prever o que esta por vir, com o intuito de minimizar quaisquer riscos em relaçao ao futuro e tornar‐se mais competitivo no sector da moda. Da necessidade de procurar na cultura jovem o reZlexo de uma sociedade, surge o coolhunting como um metodo de pesquisa que observa habitos, costumes, gostos e interesses da sociedade traduzindo‐se em sinais para, posteriormente, compreender a mente humana e desenvolver prospecçoes de comportamento e inovaçao para o sector da moda.
Esta dissertaçao pretende responder a algumas interrogaçoes e indeZiniçoes de conceitos na area bem como contribuir de forma pratica e eZicaz para a falta de uma metodologia deZinida na area de estudo em questao. Em primeiro lugar, apresenta‐se o estado da arte actual em relaçao as metodologias actualmente utilizadas por duas agencias de renome a nıvel mundial bem como os metodos tradicionais de forecasting no sector da moda. Em segundo lugar, colocou‐se em pratica o metodo de Delphi constituıdo por quatro rondas, ambas com objectivos distintos mas com um proposito em comum: responder de forma efectiva e pratica ao problema de investigaçao da presente dissertaçao. Na metodologia Delphi, foi utilizando um leque de experts, em areas relacionadas e complementares ao Coolhunting e ao estudo de tendencias, cujo objectivo Zinal visou a validaçao Zinal do modelo criado ao longo de todas as rondas do metodo Delphi. Por ultimo, foi desenvolvido um modelo inovador que incorpora nao so a fase de coolhunting propriamente dita, isto e de observaçao e pesquisa, como tambem integra os resultados provenientes dessa mesma na implementaçao de insights de valor com integraçao de fases criativas e de geraçao de inovaçao para a criaçao de um projecto inovador ou melhoria de um existente. Como factor inovador do modelo em causa, foi ainda desenvolvida uma formula com um algoritmo especıZico para a avaliaçao quantitativa da qualidade do modelo W6 quando implementado num projecto real, tendo como linhas orientadoras as fases processuais do modelo mas tambem a Zlexibilidade da actividade em causa e o coolhunter no centro do modelo desenvolvido, visionado e surgindo assim como o mensageiro da distinçao, potenciador de qualidade de um projecto e agente de mudança e o ponto de conexao entre as necessidades de distinçao dos consumidores e a tentativa das empresas ao criarem produtos e serviços distintos.
Palavras‐Chave: Moda, Coolhunting, Previsao, Tendencias, Antropologia, Zeitgeist Urbano, Inovaçao, modelo W6
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Abstract Currently, it is inevitable to talk about trends and the changes they cause, so that companies and researchers seek to deepen the study of changes into the fashion system, trying to predict what lies ahead, in order to minimize any risks for the future and become more competitive in the fashion industry. From the need to look at the youth culture the reZlection of a society arises coolhunting as a research method that notes habits, customs, tastes and interests of society translating them into signs and then, to understand the human mind and develop behavioral forecasts and innovation in the fashion industry.
This thesis aims to answer some questions and uncertainties of concepts in the area and contribute in a practical and effective way for the lack of a deZined methodology in the study area in question.
First, we present the current state of the art in relation to the methodologies currently used by two agencies renowned worldwide as well as the study of traditional methods of forecasting in the fashion business.
Secondly, put into practice the Delphi method that consists on four rounds, each with different goals but with one common purpose: to respond effectively to the scientiZic problem of this dissertation. In the Delphi method it was used a range of experts in areas related and complementary to Coolhunting and trends, whose Zinal objective aimed at the Zinal validation of the model created during all rounds of the Delphi method.
Finally, it was developed an innovative model that incorporates not only the phase coolhunting itself, that is observation and research, but also integrates the results from this same insight in the implementation of the integrated value of creative phases and generation of innovation to create an innovative project or improvement of an existing one. The innovative factor of the model in question, was the developed of a mathematical formula with a speciZic algorithm for quantitative assessment of the quality of the model W6 when implemented in a real project.
It was also taking into count the guidelines of the procedural steps of the model and also the Zlexibility of the activity concerned, having the coolhunter at the center of the model developed, emerging and envisioned as the messenger of distinction, quality enhancer of a project and change agent moreover, the matching point ofconsumers ‘ need of distinction and the Zirms attempt of creating distinctive products and services.
Key Words: Fashion, Coolhunting, Forecasting, Trends, Antropology, Urban Zeitgeist, Innovation, W6 model
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Índice
I^ndice de Ziguras e tabelas 9
Lista de siglas e abreviaturas 10
Introduçao 11
Capıtulo I ‐ Revisao da literatura 14
1.1. Origem e evoluçao da Moda 14
1.2. Globalizaçao e estrategias 24
1.3. Competitividade 24
1.4. Cool Hunting e tendencias 26
1.5. Inovaçao 29
Capıtulo II ‐ Estado da Arte 33
2.1. Metodologias utilizadas por agencias de Coolhunting 33
2.1.1. Metodologia Coolhunting ‐ AYR Consulting 33
2.1.2. Metodologia CoolHunting & Cult Researching ‐ FCL 35
2.2. Metodologias tradicionais de forecasting de tendencias 38
Capıtulo III ‐ Design metodologico 45
3.1. Aplicaçao do Metodo Delphi 46
3.2 Caracterizaçao da amostra 48
Capıtulo IV ‐ Recolha e analise de dados 53
4.1. Analise do Pre‐teste 53
4.1.1. Analise das questoes do pre‐teste 55
4.1.2. Reformulaçoes no metodo de Delphi apos analise do pre‐teste 56
4.3. Elaboraçao e analise intermedia da ronda II 58
4.4. Elaboraçao e analise intermedia da ronda III 60
4.5. Elaboraçao e analise intermedia da ronda IV 60
4.6. Analise geral das rondas I, II, III e IV 61
Capıtulo V ‐ Proposta de modelo de pesquisa de tendencias 62
5.1. Premissas base de suporte ao modelo 62
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5.2. Etapas processuais do modelo 62
5.3. Formula prototipo 68
5.3.1 DeZiniçao do peso percentual de cada vertice do modelo W6 68
5.3.2 Variavel CoolHunter 71
5.3.3 Formula deZinida 72
Conclusoes 74
Referencias 77
Apendice I 80
Apendice II 88
Apendice III 95
Apendice IV 101
Apendice V 107
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Índice de Figuras e tabelas
Figura 1Quadro 1Quadro 2Quadro 3Quadro 4Quadro 5Figura 2Quadro 6Quadro 7Figura 3Quadro 8Quadro 9Quadro 10Figura 4
DeZiniçao de Cool by AYRBase tecnica metodologica da AYRAbordagem a projectos de clientesAbordagem de pesquisa da FCLEtapas de Fashion Forecasting Zeitgeist por NystromProcesso relativo ao metodo DelphiSumario de consideraçoes previas da aplicaçao do metodo DelphiParticipantes no metodo Delphi ‐ rondas I, II e IIIRepresentatividade da amostra em termos de localizaçao geograZicaParticipantes do metodo Delphi ‐ ronda IVAnalise das questoes do pre‐testeAnalise intermedia da ronda IIModelo W6 ©
1515161820224647495151556063
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Lista de siglas e abreviaturas
AYRFCLCH
..........................................................................................................................................AYR Consulting
.................................................................................................................................Future Concept Lab
...................................................................................................................................................Coolhunter
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Introdução
Nos anos 60, assistiu‐se a uma transiçao no mundo da moda que levou esta industria secular da Haute Couture ao Prêt‐a‐porter, criando uma revoluçao tanto no lado da produçao como do consumo. O aspecto mais relevante neste processo transitorio e essencialmente o emergir de uma procura desesperada por prever e antecipar tendencias futuras, a Zim de obter um maior nıvel de competitividade em relaçao a concorrencia, que e vasta, neste ramo da Moda.
Actualmente as empresas de moda encontram‐se subdivididas em duas categorias no que toca a sua performance no mercado: as poucas que criam ondas e as muitas que as surfam ‐ ou se afogam ‐ pelo que e necessario repensar os processos e a forma como a pesquisa de tendencias e respectiva gestao da inovaçao e feita numa sociedade que se encontra em constante mudança.
E^ aqui que surge o Coolhunting, conhecida por ser uma actividade de pesquisa semi‐estruturada, que implica uma ideia de pesquisa intuitiva de ‘caça’ de sinais incipientes na moda e em outras areas complementares como o estilo de vida dos consumidores e movimentos sociologicos /polıtico‐economicos que possam reZlectir futuras tendencias e comprovar tendencias existentes.
Para uma melhor compreensao do exposto, e essencial remontar a pesquisa as origens do termo Coolhunting. O termo Coolhunting, começou como sendo uma abordagem e metodo de pesquisa na decada de 90, cujo proposito teria sido a quebra dos esquemas tradicionais de marketing e obter um melhor entendimento sobre o mundo do consumo atraves de uma imersao dos Coolhunters em acontecimentos da vida diaria com uma maior incidencia na populaçao jovem como objecto de estudo, recorrendo a tecnicas de antropologia e sociologia qualitativa, em que a abordagem quantitativa dos tıpicos estudos de mercado utilizados ate entao, dava agora lugar a uma observaçao etnograZica impulsionada na sua maioria pela intuiçao dos Coolhunters. A actividade proZissional Coolhunter começa entao a emergir, consistindo essencialmente em pesquisas sobre as tendencias emergentes atraves da observaçao das culturas urbanas e suburbanas, tendo sido visto como um sinal da inversao das regras no mundo da moda em que o modelo Trickle‐down (da elite social para as massas) dava lugar ao modelo Trickle‐up, passando a ser os jovens e subculturas a espalhar a inovaçao neste ramo para as classes sociais mais elevadas ‐ o que mais tarde se veio a veriZicar e hoje em dia o fenomeno da inZluencia dos fashion bloggers pode comprovar essa mesma corrente de pensamento.
Em relaçao ao sector em estudo na presente dissertaçao, sao conhecidas as posiçoes de destaque e a importancia da industria e do sector da moda nao so em Portugal como pela
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Europa, tendo sido esta a verdadeira ‘mae’ da evoluçao e propagaçao da moda pelo mundo. Contudo, o feroz aumento da concorrencia dos mercados devido a uma crescente globalizaçao das economias, o constante avanço das tecnologias, a par do alargamento da Uniao Europeia e das transformaçoes que se tem vindo a veriZicar na Europa e no nosso paıs quer ao nıvel da produçao, das polıticas, dos comportamentos sociais e de consumo, das polıticas e medidas de regulaçao bem como do funcionamento do mercado e ainda as transformaçoes igualmente operadas noutras areas do globo, em particular pelos designados paıses emergentes, coloca e oferece grandes desaZios as empresas de moda.
E^ neste quadro de pressoes e desaZios, nomeadamente, a concorrencia e o desejo de criar um espaço de mercado novo, que as empresas sao incentivadas a inovar. O sucesso empresarial depende, em grande medida, da capacidade de inovar e de diferenciar da empresa, isto e, da sua capacidade de fazer algo diferente e melhor do que aquilo que o mercado ja tem ou ainda nao antecipou.
Assim, uma boa gestao da inovaçao torna‐se um factor determinante da competitividade que incide nao so sobre os processos, mas tambem sobre os produtos e os serviços, nao apenas sobre a tecnologia, mas tambem sobre a organizaçao e a gestao estrategica.
Aa medida que as empresas procuram vantagens competitivas nas varias mudanças que se vao veriZicando na Europa e no mundo, a importancia de novas ferramentas de pesquisa de tendencias desempenha um papel coordenador crıtico para um grande numero de empresas, os seus clientes e consequentemente consumidores Zinais.
Portanto, as empresas para sobreviverem devem assumir novas estrategias relativamente as condiçoes que emergem dos mercados, dos produtos e dos processos e, particularmente, no tipo de relaçoes com os clientes dos seus produtos ou serviços. Neste quadro sugestivo, propoe‐se as empresas do sector da moda, constantes inovaçoes nao apenas em processos produtivos e semelhantes mas principalmente na exploraçao de novas formas de pesquisa de tendencias reais e consequente aplicaçao pratica com resultados comerciais viaveis, criando mecanismos verdadeiramente competitivos na propria industria assegurando a sua sustentabilidade futura atraves da inovaçao daı gerada.
E^ aqui que se enquadra o Coolhunting, uma area de pesquisa de tendencias com aplicaçao pratica no que concerne a gestao da inovaçao, sendo de evidenciar que nao e uma area exclusiva no ramo da moda.
No entanto, apesar de ser uma tipologia de pesquisa que tem proporcionado bons resultados para as empresas que a utilizam, devido essencialmente a rapidez com que se processa e a produçao da informaçao necessaria e relevante para as mesmas, a actividade de Coolhunting tem sido tambem apontada como uma actividade frıvola e com valor comercial
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discutıvel pondo em causa a autenticidade das informaçoes geradas neste processo metodologico e aplicabilidade pratica das informaçoes por ele geradas devido ao facto de nao ser considerada uma ferramenta de pesquisa cientıZica e de muitos proZissionais terem o seu proprio metodo de actuaçao, nao estando muitas das vezes devidamente estruturada em termos metodologicos.
E^ neste enquadramento de descredibilizaçao do processo que a presente tese se enquadra, pretendendo investigar e credibilizar o Coolhunting, ao desenvolver uma proposta de metodologia viavel e pratica na pesquisa de tendencias e consequente gestao da inovaçao enquadrada no sector da moda.
Apesar deste tema existir ha decadas em termos praticos, tem sido muito pouco explorado do ponto de vista de existencia de obras de referencia e artigos cientıZicos, constituindo o primeiro obstaculo a ultrapassar ao longo da elaboraçao da presente dissertaçao, mas sendo tambem ele a principal motivaçao e interesse.
Problema de investigação
O encurtamento do ciclo de vida dos produtos no sector da moda, as pesquisas cıclicas sobre o comportamento do consumidor puramente quantitativas revelam‐se insuZicientes para acompanhar o ritmo de mudança do mercado, sendo aqui que o coolhunting pode contribuir para complementar as informaçoes macro de estudos de mercado, contribuindo com uma perspectiva inovadora, focalizada no contacto e observaçao directa dos grupos e movimentos sociologicos que sao responsaveis pela criaçao de tendencias. No entanto, a pesquisa de tendencias precisa de ser nao so realizada continuamente, para que as empresas desenvolvam seus produtos com apoio em informaçao permanentemente actualizada, como tambem deve ser ela propria estruturada e metodologica para que possa gerar inovaçao e posteriormente resultados com valor acrescentado para as empresas de moda.
Tendo como base este quadro argumentativo, o problema central visa responder a seguinte questao: “Como fazer do Coolhunting uma metodologia de pesquisa de tendencias estruturada e valida com aplicabilidade pratica na gestao da inovaçao no sector da moda?”.
JustiFicativa e objectivos globais da investigação
Esta dissertaçao tem como principal objectivo, numa primeira fase, fazer um estudo profundo da metodologia Coolhunting utilizada em projectos por varias agencias e Coolhunters independentes analisando com maior detalhe as suas caracterısticas e processos de pesquisa bem como traçar um perZil dos proZissionais envolvidos na area com o objectivo de desenvolver e percepcionar quais as caracterısticas dos proZissionais que se tornam relevantes para uma boa pratica do Coolhunting.
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Numa segunda etapa, serao comparadas varias formas de pesquisa de tendencias tradicionais com o Coolhunting, abordando a tematica das tendencias, como e que surgem, qual o impacto e forma de propagaçao que tem e de que forma podem ser utilizadas para a criaçao de valor e geraçao de inovaçao.
Como terceira e ultima fase, sera utilizada a metodologia Delphi como forma de validaçao do modelo de Coolhunting que se propoe criar, por parte de um painel de especialistas que se encontram activos nas areas em estudo quer a nıvel proZissional quer academico.
Com este estudo pretende‐se, essencialmente, contribuir para uma estruturaçao e implementaçao deste metodo de pesquisa de tendencias ‐ Coolhunting ‐ nas empresas de moda, com capacidade de gerar inovaçao e valor acrescentado.
Consequentemente, e dada a escassez de estudos sobre o tema em questao, pretende‐se que o presente traga valor acrescentado para o tema e contribua para o mundo academico como um ponto de partida para futuras pesquisas do ramo.
Segue‐se a explicitaçao do contexto teorico no qual o problema de investigaçao se insere, atraves da Revisao da Literatura que se encontra subdividida em temas que mantem uma sequencia logica da evoluçao do tema, permitindo um enquadramento geral da tematica em estudo. Posteriormente, segue‐se o Estado da Arte que visa obter uma visao mais realista do conhecimento empırico e experimental sobre o problema em questao, incluindo conhecimentos ja estabelecidos, modelos utilizados sobre o tema em questao e ainda contradiçoes nos varios metodos existentes.
Capítulo I ‐ Revisão da literatura
1.1. Origem e evolução da Moda
Moda e uma forma especializada de ornamentaçao do corpo. Exploradores e viajantes foram os primeiros a documentar e a comentar os ornamentos corporais e os estilos de vestir que encontravam pelo mundo fora. Alguns voltaram das suas viagens com desenhos e exemplos de vestuario, ascendendo o desejo nao so pelos artefactos em si, mas tambem por uma maior compreensao dos mesmos.
Reconhecidos como parte da antropologia, os estudos apresentados sobre o vestuario ate ao presente, apontam para que este tenha essencialmente tres Zinalidades principais: adorno, pudor e protecçao (Lipovetisky, 1994). Para Flugel (1966), o adorno e o verdadeiro motivo que conduziu o homem a adopçao de vestuario, para alem de suas funçoes de preservaçao da temperatura corporal e do pudor. Vestir o corpo sempre foi um dos meios pelos quais o ser humano se torna relevante e essa motivaçao, de caracter tanto social como
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psicologica, mostra que o vestuario foi adoptado como forma de expressao pela humanidade (Stefani, 2005).
O adorno tem como Zinalidade essencial embelezar a aparencia fısica, de modo a atrair os olhares e a admiraçao de outros e fortalecer a auto‐estima; ja o pudor procura ocultar partes do corpo que possam chamar a atençao ou causar desejo. Segundo Flugel (1966) “por meio das roupas, procuramos satisfazer duas tendencias contraditorias, de dois pontos de vista aparentemente, incompatıveis: por um lado, exibir atractivos; por outro, ocultar vergonhas”.
Ao longo dos seculos, a sociedade evoluiu e as caracterısticas das roupas, foram‐se adaptando a cada epoca. Mesmo sendo o adorno uma das principais caracterısticas do vestuario, o pudor e a protecçao sao igualmente importantes, pois estao presentes em todos os momentos e inZluenciaram, cada um a sua maneira, a evoluçao da moda ao longo do tempo (Laver 1989, Flugel 1966, Lipovetsky 1989).
Seguindo o mesmo pensamento dos autores citados acima, Jones (2005) relata que existem outras Zinalidades no uso de roupas e que estas evoluem com a sociedade. A primeira que o autor destaca e a utilidade, pois considera que “as roupas tem evoluıdo para cumprir uma serie de requisitos praticos e de protecçao”. Devido as mudanças climaticas constantes, o corpo necessita de se manter a uma temperatura estavel, daı a criaçao de vestuario apropriado que supra estas necessidades, oferecendo conforto ao utilizador. Tem‐se assistido a uma evoluçao no vestuario produzido com tecidos que permitem a manutençao da temperatura corporal, com tecidos que contem protector solar e outros produtos terapeuticos/cosmeticos. Os chamados texteis inteligentes tem contribuıdo para aumentar o valor para o utilizador do vestuario (Lee, 2005).
O consumidor actual esta inconscientemente preocupado com questoes de utilidade do vestuario. Procura maior conforto, durabilidade, funcionalidade e obviamente, sentido de estetica (Jones, 2005). A segunda Zinalidade do uso do vestuario e o pudor, pois as pessoas utilizam as roupas como forma de cobrir o corpo, devido as exigencias morais da sociedade. Esta caracterıstica e geralmente deZinida pelo contexto cultural e religioso de cada sociedade.
VeriZica‐se em alguns paıses, ou entre praticantes de certas religioes que a mulher deve andar coberta, enquanto que, pelo contrario, noutros paıses ou noutras religioes o uso de roupas muito curtas e justas nao e sinal de falta de respeito ou falta de pudor. Sendo a terceira funçao do vestuario a ornamentaçao, os adornos possibilitam o enriquecimento dos nossos atractivos fısicos, aZirmando a nossa criatividade e individualidade ou associaçao a algum grupo / movimento cultural.
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O surgimento da moda, no sentido do termo, ocorre em meados do seculo XIV, tendo como uma das causas a diferenciaçao dos trajes masculino e feminino. “Moda e o uso ou habito geralmente aceite, variavel no tempo, resultante de determinado gosto ou ideia, de interferencias do meio, reZlectindo os costumes e os valores da sociedade num determinado perıodo de tempo / epoca. Por isso, a moda tambem e considerada um fenomeno social e cultural, ja que expressa os valores da sociedade, usos, habitos e costumes, em um determinado momento, consistindo na mudança constante de estilo, mudança esta advinda da necessidade de conquistar ou manter uma determinada posiçao social (Hartkopf et al. 2001”. Segundo Bergamo (1998), moda e o reZlexo das transformaçoes da sociedade, dos costumes e do comportamento em geral. Na sua obra A Roupa e a Moda, Laver (1989) aZirma, que “foi na segunda metade do seculo XIV que as roupas, tanto masculinas quanto femininas, adquiriram novas formas e surgiu algo ao qual podemos chamar de “moda”. Segundo Lipovetsky, transformaçoes relevantes na forma de vestir das sociedades podem ser consideradas sinalizadores para o surgimento embrionario da moda, que nao pertence a todas as epocas nem todas as civilizaçoes, mas surgiu e consolidou‐se no ocidente. A roupa sempre foi o diferenciador social, uma especie de retrato de uma comunidade ou classe e segundo Feghalli (2001) a roupa pode revelar o perZil de uma pessoa em particular e da sociedade em geral.
Com o desenvolvimento da moda, novas caracterısticas surgiram alem da diferenciaçao de sexo ‐ entre a quais se destaca a diferenciaçao de classes. Embora esta caracterıstica fosse comum na generalidade das sociedades ate ao advento da moda, enquanto codigo de vestuario, foi em sociedades caracterizadas pela mobilidade vertical que a moda, enquanto tal, se tornou uma caracterıstica diferenciadora entre classes.
Nas sociedades nao aristocraticas, as classes sociais mais elevadas viram no constante Zluir da moda uma forma de manterem a sua identiZicaçao em relaçao as classes sociais menos favorecidas.
A sazonalidade, isto e, duraçao por um determinado perıodo de tempo das propostas de moda e outra caracterıstica marcante. Ate ao seculo vinte, as modas aZirmavam‐se com lentidao e com igual lentidao eram substituıdas (Baldini, 2006). O processo de adaptaçao das roupas por parte da classe baixa era lento, pois as novidades nao eram constantes, era um ciclo que reZlectia um processo contınuo, mas lento. A moda surgia nas classes dominantes, a aristocracia, que era criadora de novos trajes e ditava as proximas novidades em termos de vestuario. As outras classes, por sua vez tentavam adaptar ao seu vestuario as novas caracterısticas das classes altas para tentar assim adquirir mais status. Isto desencadeava um processo de contagio social no qual os estilos eram adoptados por grupos de status sucessivamente inferiores (Crane, 2006).
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Quando a moda chegava as classes mais baixas a classe alta ja havia adoptado estilos novos, os grupos superiores procuravam novas modas para assim manterem a sua imagem (Crane, 2006), altura em que Baldini (2006) aZirma que “a moda difundia‐se das classes altas para as mais baixas”.
A teoria mais conhecida sobre moda e a de George Simmel, que e denominada de trickle down effect e deZine as mudanças na moda como um processo de imitaçao das elites sociais por parte de seus inferiores. Esta teoria indica que as classes mais altas iniciam as tendencias de moda e estas Zluem para as classes medias e depois descem e atingem as classes sociais mais baixas (Lima, 2006; Baldini, 2006). Segundo Neves e Branco, “isto signiZica que os grupos sociais inferiores tentam adoptar os sımbolos dos grupos superiores procurando subir na escala da mobilidade social” pelo que “podemos entao considerar que com estas mudanças no vestuario, o mesmo deixou de ser um fenomeno raro ou acidental e passou a regular os prazeres das classes dominantes, instaurando o culto das novidades” (Campos, 2007). Quanto mais as classes inferiores copiavam, mais a classe alta mudava, passando a cultuar essas mudanças e a apreciar as novidades, fazendo com que elas começassem a ser cada vez mais presentes na sociedade. Se ate ao seculo XVIII as inovaçoes se difundiam das classes altas para as mais baixas, a partir do seculo XIX, com o surgimento da alta‐costura, o conceito de moda sofreu algumas modiZicaçoes, tornando o costureiro o “ditador de moda”. Assim, era ele quem decidia o que seria adoptado pelas classes altas e mais tarde imitado pelas classes menos favorecidas. “A alta costura foi pioneira no lançamento de tendencias ‐ como as conhecemos hoje ‐ ditando conceitos, formas, estilos e cores que seriam imitados pelas industrias (Campos ,2007). Caldas (2004) relata ainda que, a deZiniçao das tendencias durante cem anos dependeu quase exclusivamente das visoes de moda proposta pelos costureiros franceses.
Se no inicio as tendencias eram ditadas pela corte, depois pelos costureiros, no perıodo que antecede a II Guerra Mundial, era deZinida pelos adultos e copiada pelos jovens. Nas decadas de 50 e 60 a moda voltou‐se para um novo grupo de consumidores, os adolescentes, tambem chamados de baby boomers ‐ jovens que impuseram ao mundo um novo estilo e um novo comportamento. Foi nessa altura que a moda saiu dos ateliers e começou a ter mais contacto com as ruas, ou seja, a moda de rua passou a ser adoptada pelas classes superiores. Para Lipovetsky (1989), o baby boom foi o fenomeno de “consagraçao da juventude”, mais preocupada com a originalidade e a espontaneidade, revigorando desta forma a moda. Ao fenomeno trickle down effect, proposto por Simmel, veio associar‐se o fenomeno inverso, o trickle up effect, assim designado por Field e Blumberg, que defendem que a moda se difunde de baixo para cima. Isto resulta da crescente inZluencia da cultura jovem na moda, causando grandes mudanças na sociedade.
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As alteraçoes que ocorrem na segunda metade do seculo XX atingem praticamente todos os aspectos da sociedade e resultam, entre outras, numa atitude pro‐juventude, numa recusa de envelhecer e como reZlexo, a moda jovem inZiltra os grupos etarios mais velhos. Os comportamentos sociais dos adolescentes que legitimam estilos vindos da rua, como o hip‐hop, tem sido importantes para as mudanças a nıvel social, fazendo emergir novas necessidades e desejos nos consumidores (Jones, 2005). Nesse contexto, as produçoes esteticas juvenis passaram a ser referencia para produçao da moda, dando origem ao ‘supermercado de estilos’ (Polhemus, 1994). A juventude entra na moda e a padronizaçao acontece, quando o desejo de ser e parecer jovem e imposto pela moda (Rohrig, 2001) mantendo vivo esse conceito ate os tempos actuais. Os jovens lançam as tendencias e os mais velhos, na procura por estar inseridos na sociedade e pelo rejuvenescer pelo menos na aparencia, adaptam‐se a essas tendencias ‐ o ideal de juventude passou a ser celebrado (Morais, 2005).
E^ nesta epoca que aparecem os primeiros grupos de jovens que procuram expressar sua identidade atraves da roupas, os teddy boys e os beatnicks, que iniciaram o que hoje se designa como cultura de rua (Polhemus, 1994). Segundo Rohrig (2001), a moda começou a concentrar‐se nos adolescentes e a expressar o seu desejo de ruptura, liberdade, revolta, modernidade, diferenciaçao e assume o que se torna a caracterıstica acrescida da moda ‐ a expressao e a contestaçao. Sendo a moda o modelo estabelecido que satisfaz a procura por adaptaçao social, diferenciaçao e desejo de pertencer a um grupo social (Miranda et al 2005), acaba por fazer com que os jovens consolidem essas caracterısticas cada vez mais presentes na moda.
Os seguintes exemplos citados por Baldini (2006), no caso do trickle up effect, revelam estas mudanças,“os mocassins dos ındios, a musica jazz, alguns penteados dos negros e as roupas casuais das subculturas jovens.” assim como por exemplo a moda punk, levada por Vivienne Westwood para as passareles, em que a criadora desenvolve as suas colecçoes inspirada na cultura punk difundindo esta cultura de rua para as classes mais altas da sociedade. O caso dos jeans que tambem foi levado da cultura de rua para a passarele e hoje em dia sao uma peça universal em todas as classes e tribos urbanas. Baldini (2006), exempliZica que este uso de novos tecidos e novas utilizaçoes para tecidos ate entao marginalizados como a ganga, começaram a fazer parte do vestuario de todas as classes sociais. Segundo Rohrig (2001), a moda passou a ser um reZlexo do que se via nas ruas, dos novos estilos musicais e artısticos, das mudanças de valores, pensamento, comportamento e formas de olhar o mundo.
A partir de 1980, o ritmo das mudanças na moda acelerou. “O novo seculo chegou imprimindo mais complexidade e multiplicidade nos caminhos e escolhas”, (Campos, 2007) e
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desde entao novos sinalizadores de moda foram adicionados aos ja existentes. Ja no perıodo de 1980 e 1990, os sinalizadores de tendencias dividiram‐se: na moda institucional (alta costura, pret‐a‐porter, industrias de corantes, Zibras, tecidos e revistas de alta inZluencia); nas subculturas jovens e movimentos de rua e no proprio indivıduo ‐ personalizaçao (Campos, 2007). Isto quer dizer que no Zinal do seculo XX nao existia apenas um grupo lançador de tendencia mas sim varios que se complementavam e ajudavam no desenvolvimentos dos produtos de moda.
“Algumas destas particularidades ainda se mantem, porem, acrescidas de uma que envolve a questao comercial. O facto de vivermos numa sociedade capitalista e de consumo, onde tudo passa a ter um prazo de validade curto, a moda precisa sempre de se reinventar. E^ logico, tambem, que as questoes esteticas e de pesquisa agregam, por sua vez, essa busca incessante pelo novo ou the next big thing” (Braga, 2005).
Resultando desta questao de renovaçao contınua, a moda agora tem ciclos com perıodos cada vez menores, tornando as propostas de vestir cada vez menos duraveis (Braga, 2005). Por este motivo, as empresas precisam sempre de captar novas tendencias para desenvolver produtos que satisfaçam os seus consumidores, uma vez que este nao procura produtos apenas com valor estetico, mas tambem um produto diferenciado, confortavel, pratico, com qualidade e funcionalidade. A moda, actualmente, vive o seu apogeu numa sociedade dominada pela efemeridade, sendo o sımbolo maximo da renovaçao e ansia pelo consumo de novos produtos (Stefani, 2005), transformando‐se ao longo destes anos e desde sua origem ate a actualidade, possui cada vez menos o imperativo da distinçao social e cada vez mais a sede pela novidade e diferença.
Os modelos e ciclos de valores tanto da moda contemporanea como da sociedade, alternam‐se e modiZicam‐se de forma cada vez mais rapida em que o que a alimenta e o aparecimento incessante de novas tendencias ‐ atracçao, inclinaçao, direcçao, intençao – seja qual for o angulo que se observe, ou o contexto que se considere – toda a tendencia refere‐se a um movimento em direcçao a um objecto‐valor. Na moda, o problema das tendencias diz respeito a adopçao de um novo ponto de vista, capaz de garantir um princıpio alternativo, mas que, ao mesmo tempo, seja suZicientemente compartilhado para obter um numero signiZicativo de adeptos (Duarte e Fensterseifer, 2007). As tendencias sao hoje um dos principais pontos a analisar no desenvolvimento de produtos, uma vez que dispondo das informaçoes correctas sobre as mesmas, as empresas terao mais dados Ziaveis e conseguirao atingir o seu consumidor da melhor forma possıvel.
Devido a essas mudanças, tanto no ciclo de vida dos produtos, como em relaçao as exigencias dos consumidores, um novo sinalizador surgiu, expressando a força que o indivıduo adquiriu no mundo contemporaneo. Segundo Caldas (2004), os trendsetters, “sao
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indivıduos que, pela inZluencia dos seus comportamentos e aparencia exercem sobre outros, criam modas, lançam novos estilos e apontam tendencias”. Actualmente, qualquer indivıduo pode, em algum momento, lançar um estilo que tenha inZluencia sobre outros, contagiando e propagando assim a moda (Campos, 2007).
Esta nova realidade de difusao de moda foi designada como trickle across effect ou bubble up. Summer defende que as tendencias se propagam como contagio e nao hierarquicamente de cima para baixo como o modelo proposto por Simmel, mas horizontalmente, e em sentido de leque. Lima (2006), aZirma que actualmente as tendencias podem surgir de qualquer classe socio‐economica. Por seu vez, Vinken (2005) aZirma que actualmente a moda nao e criada pelas classes sociais mais altas mas sim na rua. Segundo Seivewrigth (2008), o bubble up effect descreve de que modo as actividades, interesses especiais e subgrupos culturais inZluenciam a corrente geral e e considerado como uma fonte de novas direcçoes da moda actual.
Segundo Summer, a moda difunde‐se hoje atraves de todas as naçoes civilizadas por contagio e por contacto, ao mesmo tempo que Pendleton (1999) e Alter (1989) defendem que neste sistema de propagaçao a moda se difunde transversalmente e em todas direcçoes tendo em conta que os consumidores tendem a ser mais inZluenciados pela opiniao de lıderes com os quais se identiZicam (Solomon, 1983). O conZlito social acontece pela competiçao, que reside entre os mainstreamers que representam estabilidade e identidade cultural e os trendsetters que simbolizam a mudança cultural (Blumer, 1969).
Todas estas correntes de pensamento levam a conclusao que aZinal de contas, moda nao e apenas vestir, e um conjunto de informaçoes que orientam costumes e comportamentos e varia no tempo e na sociedade tendo inZluencias de musica, literatura, arquitectura, economia, polıtica e tudo o que pode inZluenciar o comportamento sociologico em determinada epoca. A moda hoje representa uma nova categoria cultural ‐ uma nova maneira de entender a evoluçao da sociedade, e uma forma de intervençao na realidade cultural actual, o zeitgeist urbano. E neste universo que as empresas precisam de actuar, conhecendo as proximas tendencias e respectivas inZluencias, bem como entender como o seu consumidor se comporta e aquilo que deseja. Mais do que isso, ha ainda uma temporalidade que interfere na produçao de moda ligada ao mundo economico e mercado, cuja impaciencia e ansiedade fazem da moda um Zluxo incessante de momentos fugazes, em que o presente a cada temporada, sacriZica os signos e valores da temporada precedente, embora, em cada uma delas, ela se apresente como eterna uma vez que o mercado da moda e um segmento que esta sempre rodeado por mudanças e novidades, independentemente da epoca ou lugar.
Quanto ao estudo do comportamento do consumidor, este teve o seu inıcio na decada de 1960, a partir de conceitos de outras areas cientıZicas, como a psicologia, a sociologia, para o
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estudo dos grupos sociais e a antropologia para entender a inZluencia que a sociedade exerce sobre o individuo, para alem da propria economia, essencial na deZiniçao das estrategias comerciais (Fioravanti, 2002). Este estudo e essencial no desenvolvimento de praticamente todos os produtos e serviços sendo particularmente crıtico para os produtos de moda, levado a cabo pelos cult researchers.
O actual contexto socio‐historico, ja denominado por muitos como pos‐moderno, caracteriza‐se por uma restruturaçao na organizaçao da actividade economica. Entre outros aspectos, nota‐se uma passagem do consumo de massa para uma cultura do consumo marcada pela existencia de diversos estilos de vida que reZlectem a explosao de micro identidades. Essa mudança obriga as empresas a re‐pensarem estrategias de segmentaçao de mercado, para alem das tradicionais classiZicaçoes por regiao geograZica e estratos sociais (Junior, 2001).
Pesquisar para conhecer os consumidores, e parte dos esforços para solucionar problemas de vendas, marcas e empresas, uma vez que saber entender o cliente‐alvo pode signiZicar a diferença entre sucesso e fracasso de produtos e serviços. O estar atento a todos os sinais emitidos pelos consumidores pode auxiliar as empresas a nao falharem, ou a direccionarem o seu produto ao consumidor‐alvo. Desta forma, o estudo do comportamento do consumidor, procura identiZicar os comportamentos de compra, de uso e substituiçao de artigos, serviços, ideias ou experiencias para satisfazerem as suas necessidades e os seus desejos (Ferreira, 2003).
As pesquisas sobre o comportamento do consumidor, segundo Gade (1998), devem analisar os factores que inZluenciam a decisao de compra e consumo. Estes factores sao de natureza cultural, social e psicologica.
Os factores culturais ‐ englobam a cultura, habitos, costumes, pensamentos e ideologia do consumidor; os factores sociais ‐ referem‐se aos grupos sociais aos quais o consumidor pertence. O estudo dos mesmos permite identiZicar os lıderes, inovadores e seguidores e analisar os efeitos da aceitaçao social; os factores psicologicos incluem a analise de factores pessoais de processamento da informaçao, captaçao e descodiZicaçao atraves de mecanismos de sensaçao, percepçao, aprendizagem e memoria, aspectos motivacionais, emocionais e comportamentais e de personalidade.
Contudo, o autor Featherstone (1995), apresenta uma abordagem diferente sobre o assunto. Considerando que os factores que regem o conceito de cultura do consumo sao de natureza economica, sociologica e psicologica. Os factores economicos tem como base a concepçao de que a cultura de consumo tem como premissa a expansao da produçao capitalista das mercadorias, que originou uma vasta acumulaçao de cultura material na forma
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de bens e locais de compra e consumo, sendo este o factor que condiciona a procura contınua do novo. No que se refere aos factores de natureza sociologica, este autor salienta que a relaçao entre a satisfaçao proporcionada pelos bens e o seu acesso socialmente estruturado e um jogo de soma zero, no qual a satisfaçao e o status dependem da exibiçao e da conservaçao das diferenças em condiçoes de inZlaçao, ou seja, ao adquirir um produto novo, o consumidor satisfaz os seus desejos e ao mesmo tempo, mostra aos outros que pode e possui algo novo. Segundo esta perspectiva, as pessoas usam as mercadorias para criar vınculos ou distinçoes sociais.
Quanto aos aspectos psicologicos, Featherstone (1995) considera que os prazeres emocionais, sonhos e desejos do imaginario cultural consumista, produzem diversos tipos de excitaçao fısica e prazeres esteticos, pelo que muitas vezes as pessoas adquirem produtos para tentar parecer algo que nao sao mas que gostariam de ser e recorrem a moda como um auxılio para o conseguir.
Como grupo preferido pelas empresas de moda, os jovens sao o foco de um mercado de consumo cada vez mais competitivo e soZisticado. Esta faixa etaria cria os seus proprios codigos e atitudes, tentam expressar os seus ideais, comunicando‐os e, devido a grande oferta fornecida pelo mercado, torna‐se mais Zlexıvel e menos inZluenciavel e leal o que a torna muito mais entusiasmante de analisar e estudar. Como aZirma Massarotto (2007), “A sociedade moderna muda continuamente, sem parar, e isso vai provocar uma revoluçao na cultura subjectiva, na relaçao do homem com os outros, com o mundo e consigo mesmo. Esta nova maneira de se relacionar vai ao encontro de novas formas de realizaçao pessoal numa variedade de objectos que formam um novo repertorio material advindo da modernizaçao, o qual e importantıssimo na (re)deZiniçao de si mesmo, da personalidade e do proprio estilo de vida em que o consumo adquire novos contornos”. E^ a busca por novos estımulos e por novas sensaçoes que esta na origem do comportamento do consumidor moderno e pelo facto do prazer ser algo altamente subjectivo e pessoal.
Neste contexto, a pesquisa de consumo voltada para a moda torna‐se um imperativo para as empresas pois as tendencias, conjunto de habitos, preferencias e desejos de uma sociedade em determinado momento, condicionam as preferencias dos consumidores e a sua aceitaçao ou rejeiçao das propostas das marcas.
O comportamento do consumidor e um processo que parte de uma motivaçao, envolvendo diversas actividades e que possui uma dinamica complexa, inZluenciada por factores intrınsecos e extrınsecos, diferindo entre pessoas (Terci, 2001), e que “pode ser explicado pela necessidade de expressar signiZicados mediante a posse de produtos que comunicam a sociedade como o indivıduo se percebe enquanto inter‐agente com grupos sociais” (Miranda et al 1999).
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Segundo Terci (2001), “O consumidor, por sua vez, assume papeis intercambiaveis de comprador, inZluenciador e utilizador, que podem existir isolados ou conjuntamente. Este comportamento deve ser observado e entendido dentro de um contexto ambiental de referencia que envolve a estrutura social e os grupos onde o consumidor participa, sendo uma forma de pensar o Homem contemporaneo nos seus multiplos papeis e funçoes, observando como estes sao construıdos no quotidiano. O ser humano constroi a sua identidade, ama, inclui, apoia, despreza e excluı atraves de actos de consumo sem se dar conta disso, conscientemente (Migueles, 2007).
Cada vez e mais importante saber o que e o porque do consumidor comprar, descobrir o que ele deseja e necessita, como pensa e como se comporta. Segundo Neves e Branco (2000), “a moda hoje funciona como uma interface em tempo real, como um dos pontos mais avançados junto das novas instancias do consumo, uma vez que ela funciona por antecipaçao, baseando parte importante da investigaçao que dara origem a novos produtos atraves do estudo e da analise dos estilos de vida dos consumidores”. Para Lipovetsky, o surgimento de uma multiplicidade de oferta possibilitou uma multiplicidade de escolha em que as pessoas sao estimuladas a pesquisar os seus gostos, costumes, personalidades e investir em si a partir das suas proprias caracterısticas e nao segundo a dos outros. Hoje, os indivıduos procuram legitimar‐se e nao legitimar o grupo ao qual pertencem (Toaldo, 1997).
Desta forma, a previsao de tendencias tornou‐se um produto de alto valor acrescentado no mercado, mobilizando equipas de especialistas ‐ especialmente a nıvel internacional ‐ o que permite antecipar e monitorizar as tendencias emergentes no mercado, sendo actualmente, um serviço crıtico para o sucesso dos produtos e das empresas (Perdigao, 2006). A sociedade contemporanea passou a participar activamente da moda, nao so atraves da manifestaçao de gostos, necessidades e desejos, mas tambem consumindo a propria moda, enquanto informaçao. A adesao crescente a moda e os comportamentos que esta determina, fornece informaçoes sobre as atitudes dos consumidores que ajudam os proZissionais a captarem essas novas tendencias, dando como exemplo o caso dos fashion bloggers.
Em suma, a pesquisa de tendencias e vital para empresas que perseguem o desaZio de criar produtos inovadores e que sejam ao mesmo tempo uma resposta as necessidades do mercado e do consumidor e antecipaçao de novos lifestyles. Este processo, para alem do mais, deve gerar crescimento e assegurar a sustentabilidade no mercado das marcas e empresas, mantendo tres pontos essenciais: ser atractivo, inspirador e com potencial de crescimento ‐ deZiniçao de Cool da AYR.
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1.2. Globalização e estratégias
A globalizaçao dos mercados, a diminuiçao do ciclo de vida dos produtos, a crescente externalizaçao de actividades produtivas e de distribuiçao, associadas a um elevado grau de especializaçao, a par da importancia que hoje assume o “nıvel de serviço ao cliente” e o poder crescente dos canais de distribuiçao e das novas tecnologias, tem vindo a conferir um papel cada vez mais relevante na estrategia do negocio, na captaçao e retençao de clientes e mercados, na eZiciencia da gestao de operaçoes e na rendibilidade das empresas.
Ao longo deste capıtulo aborda‐se o conceito de estrategia, a relaçao estrategia empresarial vs meio envolvente e a relaçao estrategia empresarial vs cadeia de valor.
Apesar do facto de a estrategia ter estado sempre presente na actividade da gestao, o seu estudo teorico so começou a ser realizado mais tarde, cerca da decada de 1960. Contudo, conceptualmente, a estrategia empresarial nao tem tido uma deZiniçao consensual. Dos varios autores que tem abordado esta tematica, destacam‐se o contributos de Ansoff (1962), Porter (1980), Mintzberg (1994) e Prahalad e Hamel (1994). Da analise as conceptualizaçoes destes autores devemos realçar que e comum a todas elas a ideia de que a estrategia deve permitir a rendibilidade da empresa (e dos seus investimentos), o que so e possıvel se as organizaçoes empresariais conseguirem um desempenho eZiciente e, ao mesmo tempo, conseguirem satisfazer os seus clientes. Por outro lado, as empresas nao existem sozinhas, sendo confrontadas com um conjunto de restriçoes provenientes da sua envolvente externa, cada vez mais turbulenta. Assim, a estrategia empresarial esta directamente relacionada e condicionada pelo meio envolvente. Nesse sentido, a gestao do Zluxo de informaçao veio conferir as ferramentas tecnologicas um novo papel na concepçao estrategica de forma a permitir as empresas Zidelizar os seus clientes e promover uma laboraçao eZiciente e eZicaz (criando, para eles, valor). A gestao da informaçao permite uma melhor prestaçao do serviço ao cliente e da cadeia de valor, atraves de uma maior transparencia na gestao dos Zluxos de informaçao.
1.3. Competitividade
A relevancia do fenomeno da competitividade em termos de desenvolvimento e de crescimento economico das naçoes, das regioes e das empresas, tem estimulado a crescente utilizaçao deste conceito bem como originado debates acesos sobre o tema entre empresarios, economistas, governantes e polıticos. No entanto o conceito de competitividade continua a ser um tema polemico e, segundo Krugman (1996), aparece frequentemente desacompanhado de alguma precisao conceptual no seu uso, existindo ainda varias abordagens possıveis para estudar a competitividade. Analisando a competitividade nao se consegue ter uma abordagem ao seu conceito sem que se fale de produtividade uma vez que o conceito de produtividade se
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encontra intrınseco a competitividade. Sendo a competitividade um dos conceitos economicos mais importantes e que maior interesse desperta, encontra‐se longe de ter alcançado um consenso relativamente ao seu signiZicado e a sua justiZicaçao.
Segundo Buckley (1998), deZinir e medir competitividade obriga a um exercıcio de comparaçao entre agentes e espaços economicos, tendo em conta distintos momentos temporais.
A competitividade ao nıvel da empresa e vista como a capacidade da empresa produzir bens e serviços de qualidade adequada, a preço adequado, e no prazo certo, satisfazendo as necessidades dos clientes mais eZicientemente que as outras empresas, ou seja, identiZica‐se directamente com a capacidade da empresa operar com lucro num contexto de mercado aberto, sendo geralmente aferida por indicadores relativos a rentabilidade, ao nıvel de custo, a produtividade e a quota de mercado. A competitividade de uma empresa corresponde a sua aptidao, em condiçoes de mercado livre e justo, de produzir mercadorias e serviços reconhecidos e aceites como vantagens pelos clientes e concorrentes e de, simultaneamente, manter e expandir o rendimento real dos seus empregados e proprietarios.
No ambito da competitividade da empresa existe uma postura de posicionamento relativo face as empresas e industrias que operam no mesmo negocio, ou competem pelos mesmos mercados alvo. Relativamente a competitividade das naçoes, esta abordagem de jogo de soma nula surge desprovida de sentido. Assim, o nıvel de vida de uma naçao, enquanto funçao do crescimento do seu PIB per capita, nao sera prejudicado pelo facto do crescimento do produto nos outros paıses ter ritmos superiores. De facto, tal pode, inclusive, traduzir‐se num potencial de crescimento do proprio produto nacional, caso se trate, por exemplo, dos paıses destinatarios das exportaçoes dessa naçao (Amorim, 2003).
Nesta perspectiva, Simoes et al. (2002), aZirmam que a competitividade de um paıs so pode ser vista como a medida das posiçoes competitivas das empresas/sectores, motores da competitividade nacional, em relaçao as de outros paıses. Este fenomeno complexo, que envolve as empresas e que pode traduzir o posicionamento de um paıs, nao e passıvel de ser explicado atraves da utilizaçao de ferramentas tradicionais de analise economica como o PIB, inZlaçao, investimento, produtividade ou balança comercial. E^ assim que surgem indicadores com abordagens mais globais para a deZiniçao de competitividade, a qual tem evoluıdo ao longo dos tempos.
Porter (1990), refere quatro elementos fundamentais como base da competitividade de uma naçao ou espaço economico: as condiçoes/dotaçoes de factores; as condiçoes de procura interna; a existencia e dinamica das industrias correlacionadas e de apoio; a estrategia, estrutura e rivalidade das empresas. Na medida em que as empresas e as industrias
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conseguirem reforçar estes quatro elementos, a posiçao de competitividade da naçao saira reforçada, a medida que se constroem barreiras a entrada para as outras industrias e naçoes rivais. Uma visao proxima da fornecida por Michael Porter, embora adaptada para ter em conta o emprego, e aquela que e apresentada pela Comissao Europeia no European Competitiveness Report (Comissao Europeia, 2001), que deZine competitividade pela “capacidade de uma economia proporcionar a sua populaçao padroes de vida elevados e crescentes e altas taxas de emprego, de forma sustentada”.
Lança (2000), refere que “ao nıvel da empresa ou da industria, esta ultima quando confrontada com o quadro da concorrencia externa, a competitividade consiste na aptidao para ganhar ou manter quotas de mercado, no primeiro caso, ou quotas de exportaçao, no segundo caso, e de oferecer preços relativos mais baixos ou uma relaçao qualidade‐preço mais favoravel”. O papel do preço tem de ser equacionado no contexto do tipo de estrutura concorrencial da industria e, segundo Lança (2003), essa estrutura depende do tipo de produto e do tipo de tecnologia dominante.”
Ultimamente, tem havido preocupaçao em estudar os factores que determinam a competitividade e permitem a criaçao de vantagens competitivas para a globalidade das empresas de um sector/paıs, tendo sido construıdo um elevado numero de indicadores para medir a posiçao real do paıs/sector (Simoes et al., 2002). Varios autores tem apresentado diferentes formas de medir a competitividade, e que de acordo com Simoes et al. (2002), podem ser agrupadas em tres grandes grupos: indicadores baseados no poder de troca internacional; indicadores baseados na especializaçao e indicadores globais normalizados pela capacidade de troca.
1.4. Cool Hunting e tendências
A mudança das condiçoes de mercado provocou a emergencia de novos metodos de pesquisa de tendencias nao tradicionais ‐ o coolhunting. Segundo Cortez (2006), os coolhunters – proZissionais que utilizam este metodo de pesquisa de tendencias – surgiram para poder contracenar com a vida dos consumidores, entende‐los e assim ajudar marcas a criar uma conexao emocional. Um dos motivos que levou ao surgimento deste novo metodo foi a necessidade das empresas de moda conhecerem o seu consumidor‐alvo de forma mais profunda ao compreender o seu comportamento, as suas atitudes e os seus valores. Segundo Fioramonti (2004), “devido ao numeroso crescimento de estilos, antecipar o “gosto” do publico e indispensavel”, assim como observar o seu comportamento, sentimentos, emoçoes, em busca das futuras tendencias de consumo. Outro motivo, baseia‐se no facto de hoje a sociedade sofrer mudanças sistematicas, por isso esta forma de pesquisa de tendencias tem como objectivo principal captar estas mudanças de estilo, gosto e valores onde elas ocorrem para que muito rapidamente as empresas consigam deZinir os conteudos relevantes das
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proximas tendencias (Gentile, 2006). Porem nao basta apenas detectar essas caracterısticas uma vez que a correcta interpretaçao das mesmas e tao ou mais importante como detecta‐las. Para Scapecchi (2004), a proposta dessa nova ‘proZissao’ no sector de moda, nasce do problema fundamental que as empresas enfrentam ‐ unir todo o contexto de um produto, a sua criaçao, a satisfaçao do consumidor e a rentabilidade para a empresa. O recurso a pesquisa contınua das novas tendencias facilita as empresas atingirem os seus objectivos e Gloor e Copper (2007) aZirmam que o coolhunting e uma forma de pesquisar tendencias que consiste em observar pessoas tanto na web, blogs, jornais e revistas bem como a sociedade em geral. Fioramonti (2004) esclarece que “o nascimento de novas proZissoes relacionadas com a criatividade e, por conseguinte, a justiZicaçao para a Zigura do coolhunter, possıvel graças as mudanças que tem afectado a conceptualizaçao e composiçao destas duas realidades fundamentais da dinamica social: a noçao de grupo / tribo, e o conceito de classe criativa”. Os coolhunters foram provavelmente os primeiros a perceber que a inZluencia social decorre de caracterısticas inerentes a personalidade, tais como admiraçao, grau de autenticidade, atitudes, gostos, expressao e que estes factores nada tem a ver com o estatuto social. A partir desta revoluçao nasceu o coolhunting que desde as suas origens, e um fenomeno intimamente ligado ao triunfo da cultura de rua (Fioramonti, 2004).
O coolhunting e um sistema de pesquisa e antecipaçao de tendencias, que consiste na identiZicaçao, no presente do inıcio de um movimento que num dado momento se começa a formar e se tornam moda num futuro proximo (Ferrari, 2002). Movimentos culturais, atitudes e provaveis necessidades futuras dos consumidores sao os pontos analisados neste tipo de pesquisa: conhecer o comportamento do consumidor e sempre bom e antecipar‐se as suas tendencias de consumo futuro e ainda melhor (Rohde, 2006). Fioramonti (2004), concorda quando diz que o trabalho deste proZissional e observar a sociedade, estar constantemente rodeado por novidades, diversidade e diferença, nos varios estilos de vida para assim tirar conclusoes sobre o comportamento do consumidor.
Autores como Fioramonti (2004) e Barile (2004) defendem a ideia de que os coolhunters estao a procura da autenticidade que existe na cultura jovem. A conquista da autenticidade da cultura jovem sera uma das principais razoes que levam as empresas a mudar suas atitudes em relaçao as futuras tendencias (Cristante, 1995).
“As tendencias hoje sao uma mistura de memoria e criatividade, uma forma de comunicar um dialecto que se pode tornar uma linguagem universal, e o coolhunting representa o espelho desta nova realidade em movimento, pronto para captar um sinal interessante, entende‐lo e interpreta‐lo e observar com atençao os elementos da musica, literatura, moda, desporto e todos os sinais de mudanças presentes na sociedade” (Gentile, 2006).
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O surgimento desta nova forma de pesquisar tendencias veio de encontro a actualidade e ao novo conceito de futuro em que vivemos. Segundo Morace (2003), “O futuro e uma tensao e nao uma realidade, deve‐se saber le‐lo para saber construi‐lo, no passado o futuro era visto como uma projecçao linear do presente, mas hoje e visto como uma dimensao nao linear, complexa e labirıntica, tendo‐se muitas chaves de leituras para compreende‐lo”. Este futuro, descrito por Morace, seria a chave para o sucesso do coolhunting e seria a descoberta dos sinais e comportamentos dos consumidores, que auxiliariam a detectar as futuras tendencias. O desenvolvimento e a emergencia de novos modelos de comportamento e valores mudam a cada dia nao havendo contextos privilegiados nos quais as tendencias tomam forma, veriZicando‐se uma ampliaçao do numero de ocasioes em que as mesmas sao retomadas e direccionadas para areas cada vez mais amplas de disseminaçao, crescendo e propagando‐se pela sociedade. Conhecer a composiçao desta cadeia de contagio, compreender as fases atraves das quais se vao desenvolver estes novos modelos permite antecipar e, de alguma forma, acompanhar a sua evoluçao (Fioramonti, 2004). Gentile (2006), defende ainda que esta forma de pesquisa deve considerar a criatividade e a inovaçao e nao deve seguir uma logica linear. Trata‐se de nao seguir um pensamento vertical e modelos conceptuais, mas antes o que se chama de pensamento lateral, no qual a mente combina informaçoes novas com o Zim de produzir ideias novas. O princıpio basico da investigaçao que os coolhunters realizam e nao intervir no objecto de estudo mas sim adaptar‐se ao seu contexto da forma menos evasiva possıvel, tornando‐se mais facil observar e deZinir as mudanças, sem intervir directamente nas mesmas.
Concluiu‐se que quem utiliza esta forma de pesquisa, tem que falar a linguagem do nosso tempo ‐ partilhar do zeitgeist (um termo da lıngua alema, que signiZica espırito do tempo). Na antropologia, o termo estaria ligado a cultura contemporanea. Na moda, zeitgeist refere‐se a tudo que esta no ar e que, muitas vezes ainda nao foi totalmente aceite ou visto. As pesquisas de tendencias tem como objectivo observar o espırito do tempo, encontrando sinais que devem ser compreensıveis a maioria dos consumidores.
Segundo Campos (2007), “nada deve escapar a prospecçao das tendencias; todos os sectores da sociedade sao sinalizadores em potencial deste zeitgeist, desde o polıtico, o economico, o comportamental, o cultural e inclusive o tecnologico”. Cada epoca possui caracterısticas proprias e uma linguagem especıZica que a torna reconhecıvel atraves de seu repertorio. Os coolhunters estavam, inicialmente, vinculados ao sector da moda, e muitos ainda sao vistos como proZissionais exclusivos desse mundo, mas na verdade, a necessidade de orientar a pesquisa de tendencias no sector da moda afecta igualmente outras areas (Fioramonti, 2004).
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A ligaçao entre empresas e coolhunters esta a crescer cada vez mais e muitas marcas estao interessadas nas informaçoes fornecidas por estes proZissionais (De la Torre, 2007) e perante a constante mudança na sociedade, que transparece tambem na analise classica de tendencias, e possıvel perceber que agora o consumidor e o protagonista da moda.
Devido a essa evoluçao, e preciso redeZinir tecnicas e instrumentos de pesquisa ‐ o coolhunting foi ao encontro desta necessidade, unindo qualidade e credibilidade nas suas pesquisas (Morace, 2007), utilizando diversas tecnicas conhecidas ‐ como as pesquisas qualitativas e antropologica e partindo de princıpios novos e actuais, tais como fazer parte do mundo que se pesquisa, uniao de diversas areas tanto na observaçao como interpretaçao de suas pesquisas. Este novo metodo de analise resulta da uniao de diversas areas tanto na observaçao como na interpretaçao da informaçao e proporciona excelentes resultados fornecendo uma visao clara das futuras tendencias de mercado.
Sendo assim o coolhunting possui diversas aplicaçoes no mundo dos negocios, em particular em duas areas: a observaçao de mercados e o desenvolvimento de inovaçoes. Aplicando o coolhunting aos seus mercados‐alvo, as empresas conseguem detectar novas tendencias, sendo beneZico para a estrategia de mercado da empresa, pois permite uma analise profunda do mercado e dos padroes de compra dos consumidores, o que facilita a tomada de decisoes na fase de desenvolvimento e lançamento de produtos. Para alem deste benefıcio, o coolhunting permite a empresa e aos designers de moda obter insights sobre os consumidores e produtos quase em tempo real (Gloor e Cooper, 2007) complementando as tradicionais pesquisas de mercado, especialmente as quantitativas. Visa ainda descobrir o que esta a acontecer na sociedade e que sera mais importante no futuro ao fazer com que determinadas tendencias se tornem em Inovaçao. (Gladwell, 2005). A principal diferença entre o coolhunting e as outras ferramentas de pesquisa de mercado e que esta nova forma de pesquisa requer um processo contınuo e nao cıclico e a principal razao por ser assim que funciona, e o facto de as mudanças de nıvel cultural e social ocorrerem continuamente e, se o foco de observaçao depende dos objectivos de pesquisa do coolhunter, a pesquisa incide sempre, em primeiro lugar, sobre os grupos e indivıduos responsaveis pela importaçao, criaçao ou adaptaçao da novidade que se pode tornar uma tendencia e posteriormente potencial inovaçao (Hernandez, 2004).
1.5. Inovação
Como o proprio nome indica, inovaçao refere‐se a novidade e renovaçao. Num mercado cada vez mais competitivo onde os pequenos players se tornam bastante competitivos e essencial que se inove com base nos 4P’s da Inovaçao – Product Innovation; Process Innovation; Position Innovation e Paradigm Innovation, isto e, em termos de produtos, a propria organizaçao, processos inerentes e em marketing. Ao acrescentar inovaçao a estes
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quatro pontos essenciais que fazem parte da actividade de uma empresa estao a criar‐se vantagens estrategicas atraves de determinados mecanismos, nomeadamente a criaçao de novos produtos ou serviços que geram oportunidades de oferecer exclusividade; novidades nos processos que fazem com que mecanismos internos e externos se tornem mais competitivos; A inovaçao com valor e criada na area onde a actuaçao de uma empresa tem um impacto favoravel sobre a sua estrutura de custos e a sua proposta de valor para os clientes. As poupanças de custos conseguem‐se atraves da eliminaçao e reduçao dos factores em que a industria concorre. O valor para o cliente aumenta por meio da elevaçao e da criaçao dos elementos que a industria nunca ofereceu. Ao longo do tempo, os custos vao sendo reduzidos a medida que se criam economias de escala resultantes de elevados volumes de vendas gerados por esse valor superior (Kim, 2008). A inovaçao e, por isso, conduzida pela habilidade de visualizar interligaçoes e/ou parcerias, de marcar oportunidades e obter vantagens competitivas atraves das mesmas criando sustentabilidade e diferenciaçao.
A variedade e complexidade das inovaçoes e enorme dependendo do sector industrial, do grau de novidade, da tecnologia, da natureza, entre outros factores mas por outro lado, as empresas incorporam a inovaçao de formas muito diversas, podendo faze‐lo para obter uma maior qualidade nos seus produtos ou serviços, diminuir custos, oferecer uma maior gama de produtos ou serviços, ou ser mais rapidas na sua introduçao no mercado. Qualquer que seja o caso, a sua unica exigencia e a de implantar mudança dentro da organizaçao. O estabelecimento de tipologias de inovaçao tem atraıdo o interesse de numerosos estudiosos e investigadores. A diversidade de criterios utilizados na classiZicaçao das inovaçoes explica a divergencia entre autores quando propoem taxinomias que as agrupam em conjuntos coerentes:
‐ uma das tipologias corrente distingue inovaçao ao nıvel do produto ou serviço, de inovaçao de processo ou da organizaçao (Pavit, 1984; Freire, 2000; Dantas, 2001; Tidd et al., 2001; Nuchera et al., 2002). Ainda dentro desta linha, e possıvel encontrar outras propostas ou subdivisoes adicionais, como a inovaçao de marketing, a difusao (OCDE, 1998), a inovaçao de conceito, de marca, de design ou de embalagem (Freire, 2000);
‐ uma outra classiZicaçao e aquela que diferencia a inovaçao de acordo com o seu grau de disrupçao com as soluçoes preexistentes no mercado, classiZicando‐a como radical ou incremental (Utterback, 1994; Pavon e Hidalgo, 1997; COTEC, 2001; Dantas, 2001; Tidd et al, 2001; Nuchera et al, 2002);
‐ um outro criterio, mais centrado em torno dos efeitos das inovaçoes sobre os padroes de consumo de produtos e serviços, considera que a inovaçao pode ser: contınua, contınua dinamica e descontınua (Strutton, et al., 1994);
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‐ Abernathy e Clark (1985), propoem uma outra classiZicaçao da inovaçao em funçao do binomio tecnologia/mercado que conduz a quatro tipos de inovaçao: revolucionaria, arquitectural, regular e criadora de nichos;
‐ Barreyre (1980), classiZica as inovaçoes com base em tres criterios de ındole estrutural: a sua natureza intrınseca, que lhe permite isolar subconjuntos de inovaçoes de dominante tecnica, comercial, organizacional e socio‐institucional; a sua incidencia economica, social e tecnologica, com que distinge inovaçoes radicais ou absolutas e inovaçoes de variaçao ou relativas; a transformaçao que exige nos modos de organizaçao da empresa, hierarquizando‐as de acordo com a genese do problema que visam solucionar, o modo como o processo e conduzido e o estadio do seu ciclo de vida;
‐ uma ultima perspectiva, coloca a tonica nas motivaçoes e condicionantes para a inovaçao, classiZicando‐a como ofensiva, reactiva, defensiva ou via subcontrataçao (Coimbra, 2003).
Segundo Coimbra (2003), a pertinencia da analise dos desempenhos de inovaçao sob estas tipologias reside no facto de se observar uma predominancia diferenciada de um ou de outro tipo em diferentes momentos do ciclo de vida dos produtos ou serviços, ou ainda do ciclo de vida das empresas e mesmo entre diferentes industrias ou regioes, de acordo com a sua cultura, organizaçao, antiguidade ou estrutura de concorrencia. Consequentemente, tambem sera diferenciado, o desenho de polıticas ou de estrategias de reforço de competitividade via estımulo a inovaçao. A formalizaçao conceptual da inovaçao permitiu construir a chave de leitura em termos de desempenho inovador de empresas e paıses, capturaveis atraves de indicadores relativos ao lançamento de novos produtos ou aZirmaçao de novos processos. No entanto, a capacidade de intervençao no sentido do reforço desses desempenhos inovadores, apenas e possıvel mediante conhecimento dos correspondentes processos e determinantes, que os modelos de inovaçao tentam descrever.
O estudo do processo de inovaçao tecnologica tem sido analisado por diversos autores, os quais tem procurado apontar modelos que permitam compreender tanto as fases que intervem neles como as principais caracterısticas que os conZiguraram. Os sucessivos modelos de inovaçao esquematizaram gradualmente as fontes e determinantes de inovaçao, estabelecendo a base analıtica que sustenta a concepçao de estrategias de intervençao para o seu estımulo – ao nıvel da empresa, da industria ou da regiao.
Os denominados modelos de primeira geraçao, ou technology‐push, representam o processo de inovaçao de forma linear. Esta forma de conceptualizar o processo de inovaçao tecnologica contempla a causalidade que vai desde a ciencia ate a tecnologia e representa‐a
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mediante um modelo linear que interpreta a origem de uma inovaçao tecnologica como um processo sequencial e ordenado que, a partir do conhecimento cientıZico e apos diversas fases (investigaçao aplicada, desenvolvimento e produçao), comercializa um produto ou serviço que pode ser de interesse para o consumidor (Nuchera et al., 2002). A hipotese basica aqui era a de que, quanto mais I&D houvesse no sistema, maior seria o Zluxo de inovaçoes (ou pelo menos de transformaçoes tecnologicas) daı derivadas, ou seja, como refere Rothwell (1994), “mais I&D signiZica mais resultados inovadores”. No entanto, e dentro desta focagem linear, a partir da segunda metade da decada de sessenta começa a prestar‐se mais atençao ao papel do mercado no processo inovador, ou seja, a incorporar no novo produto ou serviço aquelas ideias provenientes da identiZicaçao das necessidades dos proprios consumidores. Estes modelos designados de segunda geraçao, ou market pull, colocam ja um maior enfoque no papel do mercado no processo de inovaçao. Os defensores desta abordagem argumentam que o processo tecnologico e determinado por factores economicos e sociais (Schmookler, 1966). Assim, nesta nova perspectiva, o modelo linear incorpora o mercado como elemento desencadeante do processo de inovaçao tecnologica. No Zinal da decada de 70, na sequencia do estudo empırico realizado na industria quımica por Freeman (1979), teve lugar uma ruptura com a perspectiva tradicional, com o modelo interactivo da inovaçao, que combina os factores das abordagens demand‐pull e technology‐push. Surge uma visao interactiva do processo de inovaçao que considera como principais forças impulsionadoras da inovaçao, as oportunidades cientıZicas e tecnologicas, combinadas com as necessidades economicas que emergem do mercado e da sociedade (Freeman, 1979).
O modelo interactivo, ou chain‐link model, proposto por Kline e Rosenberg (1986), embora continue a considerar o processo de inovaçao como uma sequencia logica de fases distintas, realça a “interacçao entre as oportunidades oferecidas pelo mercado, por um lado, e os conhecimentos e recursos da empresa, por outro, estando as principais funçoes – estrategias de produto e determinaçao das oportunidades de mercado, concepçao analıtica e tecnica, engenharia de produçao e comercializaçao e distribuiçao – permanentemente inter‐relacionadas” (OCDE, 1992). Embora o modelo interactivo reZlicta uma maior aproximaçao da teoria a pratica, mantem ainda um caracter sequencial, conduzindo a um processo demasiado longo. De acordo com Rothwell (1992), a partir da segunda metade dos anos oitenta, o processo de inovaçao devera ser explicado pelo modelo integrado, ou de quarta geraçao. Este modelo veio enriquecer a abordagem anterior com a perspectiva da integraçao funcional da empresa. O processo de inovaçao e concebido como um conjunto de actividades paralelas atraves de unidades funcionais na empresa. A sua gestao, apesar de poder ser concebida a partir de um conceito de um novo produto ou serviço, devera materializar‐se num trabalho conjunto e integrado das areas de marketing e de engenharia. Neste modelo, começa, pois, a
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veriZicar‐se uma signiZicativa enfase na cooperaçao interempresarial, que pode tomar diferentes formas e onde a vertente tecnologica joga, quase sempre, um papel relevante. Posteriormente, o modelo de quinta geraçao veio reforçar a abordagem da integraçao organizacional, identiZicando processos funcionais paralelos e cruzados, que envolvem fornecedores e clientes – lead users. Este modelo procura capturar as dinamicas de rede intra e extra organizacionais, centrando‐se em estruturas mais Zlexıveis que sublinham o caracter determinante da rapidez de resposta e da adaptabilidade no processo de inovaçao. Este modelo caracteriza‐se pela electroniMication of the innovation, ou seja, pelo recurso sistematico a sistemas inteligentes, tornado possıvel pelo grande desenvolvimento das tecnologias de informaçao (Rothwell, 1992). Nestas circunstancias, os modelos de quinta geraçao apropriam, sob uma abordagem sistemica, a importancia da gestao da informaçao em ambos os nıveis (interno e externo) e a ligaçao com os parceiros (a montante e a jusante).
O modelo em rede, que Rothwell (1992) apresenta como o modelo do futuro, considera, pois, a empresa como um sistema aberto, com umas fronteiras cada vez mais difusas, o que implica a adopçao de estruturas organizacionais Zlexıveis, visando integrar a inovaçao no quotidiano da empresa.
A importancia destes modelos reside num esforço, progressivamente melhorado e orientado para a intervençao, de identiZicaçao de determinantes da inovaçao sendo que estas contribuiçoes teoricas permitem veriZicar que a eZiciencia e eZicacia do processo de inovaçao “passa pelo desenvolvimento de uma cultura de abertura, de cooperaçao e de redes” (Prouvost, 1991), obrigando assim, a integraçao dos recursos (tecnologias) e capacidades (pessoas) proprias, com um vasto conjunto de agentes externos, com os centros de investigaçao publicos e privados, as universidades, os fornecedores, os clientes e os concorrentes.
Capítulo II ‐ Estado da Arte
O Estado da Arte da presente tese, a explicaçao cientıZica fez‐se atraves de tres pontos
essenciais: A utilizaçao de metodologias Cool Hunting nas duas principais agencias de cool
hunting, AYR Consulting e Future Concept Lab e posteriormente, analizar‐se‐a as metodologias
tradicionais de pesquisa de tendencias no sector da moda.
2.1. Metodologias utilizadas por agências de Coolhunting
2.1.1. Metodologia Coolhunting ‐ AYR Consulting
A AYR Consulting, e uma empresa de Consultoria em Tendencias e Inovaçao Estrategica, ex‐membro da rede internacional de CoolHunting Science of the Time, que actua na interpretaçao, traduçao e aplicaçao de Tendencias de Consumidor e estrategia de Inovaçao das Empresas.
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O metodo de actuaçao da AYR baseia‐se na antecipaçao do futuro, no sentido de ajudar a construir novos modelos de negocio que acrescentem valor as estrategias e acçoes dos seus clientes. Procuram o conhecimento baseado na observaçao e analise de tendencias, articuladas em insights com aplicaçoes praticas, de forma a inspirar e suportar decisoes, ideias para novos negocios e produtos, novos conceitos de comunicaçao e novas formas de relacionamento entre empresas e os seus respectivos clientes. A AYR destaca‐se ainda por ser a primeira e unica empresa em Portugal especializada em tendencias e inovaçao, com uma abordagem estruturada com o suporte da sua rede internacional de coolhunters.
Figura 1 ‐ DeZiniçao de Cool by AYR
A deZiniçao de cool da AYR e a base de actuaçao de pesquisa de tendencias. Algo e cool quando e atractivo, inspirador e com potencial de crescimento.
Como tecnica base da metodologia pratica a AYR utiliza um modelo de 4P’s, descrito na tabela que se segue.
Base tecnica da metodologia Cool Hunting AYR ‐ 4P’s
Etapa IPrepapar : Informaçao, material, ferramentas, metodo, pessoas, capacidade e experiencia.
Etapa IIPerform ( Fazer ): Processo de inovaçao, aprender, experimentar e tentar, gerar ideias,
observar, pensar em soluçoes
Etapa IIIPerfect ( aperfeiçoar ) : soluçoes inovadoras, objectivo Zinal, optimizaçao e
desenvolvimento do objectivo atingido
Etapa IV Progresso : Continuar a inovar, pensar de forma diferente e out‐of‐the‐box; reZinar as
soluçoes obtidas e tentar novas soluçoes
Quadro 1 ‐ Base tecnica metodologica da AYR
A deZiniçao de inovaçao da AYR que aZirma que se traduz em valor acrescentado, este e o quociente entre a soma dos benefıcios racionais e emocionais sobre o custo.
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O ponto de partida de um projecto de pesquisa de tendencias e inovaçao da AYR e baseado no negocio de cada cliente e no consumidor em que se deZinem claramente os objectivos do negocio e do cliente quer a nıvel macro quer a nıvel micro e usa as tendencias e cool examples como geradores e Ziltros de primeiras ideias.
A abordagem da AYR e bastante elaborada mas na pratica torna‐se simpliZicada. Em seguida ilustra‐se um quadro que permite perceber como a AYR actua com os seus clientes e respectivos projectos:
ObjectivosObjectivos DesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimento
Necessidade de Negocio
Necessidade estrategica
1. Fontes de
inspiraçao
2. Filtros chave : Ideias
Interpretaçao de 1 e 2
4. Resultado de ideias
Objectivo Macro
A^rea de acçao de objectivo micro
Soft spots Tendencias Emergentes
Trendslator de selecçao
Articulaçao em acçoes
Quadro 2 ‐ Abordagem a projectos de clientes
Essencialmente, este modelo tem por base os objectivos de negocio e tendencias como principais inputs do processo de inovaçao. Posteriormente com base na pesquisa gerada pelo coolhunting desenvolvem‐se novas ideias atraves da justaposiçao de conceitos aparentemente independentes. Numa terceira fase e feita uma avaliaçao da ideia e reconhecimento de oportunidade de negocio, processo, produto ou outra. Posteriormente, na fase de desenvolvimento da ideia entram em acçao os varios recursos disponıveis como tecnologia, recursos humanos, mercado, tecnicas, know‐how e estrategias. Em quinto lugar, sao gerados insights valiosos que inspiram e dao forma visual a todo o processo de pesquisa podendo ainda eles proprios gerarem novas ideias.
2.1.2. Metodologia CoolHunting & Cult Researching ‐ FCL
O Future Concept Lab e um instituto de pesquisa e consultoria estrategica, localizado em Italia, onde sao feitas analises das chamadas real trends, ou seja, dos fenomenos que nascem nas ruas e que de certa forma representam a realidade do dia a dia. Com sede em Milao, fundada ha 20 anos por um grupo de sociologos, conta actualmente, com cerca de 50 correspondentes espalhados por 40 cidades pelo mundo e com um portfolio de 100 clientes no activo.
O metodo de trabalho da FCL, baseia‐se resumidamente em 40% de trabalho em campo e 60% do chamado antes e depois. Antes ha uma preparaçao sobre o tema em causa ou brieMing, no qual e efectuada uma pesquisa previa e que sera trabalhada apos ser feita a
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pesquisa pela cidade; Depois e uma fase de selecçao de imagens e ferramentas visuais, deZiniçao de ligaçoes, como contar a historia do lugar para, aqueles que recebem a analise, entenderem a sequencia de conceitos de maneira correcta.
Critérios utilizados na localização geográFica da pesquisa Os criterios utilizados nas areas geograZicas escolhidas de uma cidade para dar inicio a pesquisa, geralmente começa do centro da cidade e vai evoluindo para as zonas mais perifericas. Locais novos, populares e com espırito Trendy sao particularmente escolhidos em primeira mao assim como mercados de segunda mao e locais de lojas vintage uma vez que regra geral, sao um bom ponto de encontro onde pessoais jovens com espirito de personalizaçao e estilo pessoal geralmente se encontram. Regra geral, o ponto inicial de pesquisa deve ser um local que expresse o espirito da cidade e do paıs.
PerFil de um Cool Hunter Intuiçao, experiencia e curiosidade natural sao tres palavras‐chave para um coolhunter. No entanto, nao sao suZicientes para o desenvolvimento de um bom trabalho. Segundo o FCL, um bom coolhunter deve ser curioso e mergulhar de forma profunda na cultura da cidade em que se insere; ter capacidade de organizaçao do material e informaçoes recolhidas; ser um jovem proZissional qualiZicado que trabalhe na area da criatividade, inovaçao e cultura (marketing, design, moda, fotograZia, arquitectura, ciencias sociais, etc.); ter bom conhecimento de fotograZia e participam activamente em um ou mais seminarios / workshops de treino da Future Concept Lab tendo enraizado a sua metodologia de trabalho. PerFil de um Cult Researcher 1
Um pesquisador, criado pelo Future Concept Lab, que aplica metodos de pesquisa que vao para alem do Coolhunting. O termo Cult signiZica duas coisas neste caso: eventos de culto locais partilhados por pessoas; cultura da cidade observada atraves da musica, literatura, moda etc. Os cult researchers observam o trabalho de pessoas criativas com as quais se cruzam ou com aquelas que os quais consideram que terao um impacto na vida das pessoas. Este tipo de pesquisadores de tendencias sao por norma mais sensıveis no que toca a catalizadores sociais, novas lojas, Zilmes, eventos, ideias conceitos e Street Signals que sugerem a direcçao de mudança de uma cidade e consequente sociedade. O trabalho destes requer ainda uma habilidade extra para a selecçao e interpretaçao do material recolhido numa pesquisa de tendencias. O resultado da pesquisa nao sao meramente imagens recolhidas nem pesquisa visual, mas sim um relatorio completo onde a pesquisa visual e alinhada e contextualizada num enquadramento conceptual do tema em causa e com uma abordagem de story telling. Os cult researchers sao pessoas por norma com um background em estudos sociais, antropologia, etnograZia e com alguma capacidade de coordenar os cool
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1 Cult researcher é um conceito criado por FCL
hunters em campo. A informaçao por eles recolhida e seleccionada e contextualizada conceptualmente com o conhecimento adquirido na sede do FCL ao longo de anos de treino e experiencia. Uma aposta da FCL para que todos os intervenientes falem a mesma lingua e utilizem os mesmos metodos e manter tanto os cult researchers como os coolhunters actualizados com os projectos que o instituto leva a cabo.
Abordagem de estudo utilizadaAbordagem de estudo utilizadaAbordagem de estudo utilizadaAbordagem de estudo utilizadaAbordagem de estudo utilizada
Etapa IDesign do mapa da cidade onde a actividade do Cool Hunting toma lugar; IdentiZicaçao
de ‘hot spots’ e bairros ‘cool’ a serem observados com particular atençao.
Etapa IDesign do mapa da cidade onde a actividade do Cool Hunting toma lugar; IdentiZicaçao
de ‘hot spots’ e bairros ‘cool’ a serem observados com particular atençao.
Etapa IDesign do mapa da cidade onde a actividade do Cool Hunting toma lugar; IdentiZicaçao
de ‘hot spots’ e bairros ‘cool’ a serem observados com particular atençao.
Etapa IDesign do mapa da cidade onde a actividade do Cool Hunting toma lugar; IdentiZicaçao
de ‘hot spots’ e bairros ‘cool’ a serem observados com particular atençao.
Etapa IDesign do mapa da cidade onde a actividade do Cool Hunting toma lugar; IdentiZicaçao
de ‘hot spots’ e bairros ‘cool’ a serem observados com particular atençao.
Etapa IIDeZiniçao do tipo de analise a efectuar e qual o local a começar a observaçao.
Etapa IIDeZiniçao do tipo de analise a efectuar e qual o local a começar a observaçao.
Etapa IIDeZiniçao do tipo de analise a efectuar e qual o local a começar a observaçao.
Etapa IIDeZiniçao do tipo de analise a efectuar e qual o local a começar a observaçao.
Etapa IIDeZiniçao do tipo de analise a efectuar e qual o local a começar a observaçao.
Estudo prévioMicrofarming ‐ Fenomeno de tendencias em nichos que traduzem comportamentos do consumidor, atitudes,
estilos e expressoes.Macrofarming ‐ Tendencias de longo prazo que ja estao estabelecidas no mercado e envolvem grandes insights.Collective Imaginary ‐ IdentiZicaçao de valores sociais
atraves de uma constante monitoriaçao a nıvel global das massas.
Genius Loci ‐ estudo do Talento do local em questao ou por outras palavras, perspectivas locais e diferenças
culturais.
Estudo prévioMicrofarming ‐ Fenomeno de tendencias em nichos que traduzem comportamentos do consumidor, atitudes,
estilos e expressoes.Macrofarming ‐ Tendencias de longo prazo que ja estao estabelecidas no mercado e envolvem grandes insights.Collective Imaginary ‐ IdentiZicaçao de valores sociais
atraves de uma constante monitoriaçao a nıvel global das massas.
Genius Loci ‐ estudo do Talento do local em questao ou por outras palavras, perspectivas locais e diferenças
culturais.
Estudo prévioMicrofarming ‐ Fenomeno de tendencias em nichos que traduzem comportamentos do consumidor, atitudes,
estilos e expressoes.Macrofarming ‐ Tendencias de longo prazo que ja estao estabelecidas no mercado e envolvem grandes insights.Collective Imaginary ‐ IdentiZicaçao de valores sociais
atraves de uma constante monitoriaçao a nıvel global das massas.
Genius Loci ‐ estudo do Talento do local em questao ou por outras palavras, perspectivas locais e diferenças
culturais.
Trabalho de campoCool Hunting
Cult Researching
Trabalho de campoCool Hunting
Cult Researching
Etapa IIITecnica 4P : Actividade de observaçao e fotograZia com base em People, Places, Plans e
Projects.
Etapa IIITecnica 4P : Actividade de observaçao e fotograZia com base em People, Places, Plans e
Projects.
Etapa IIITecnica 4P : Actividade de observaçao e fotograZia com base em People, Places, Plans e
Projects.
Etapa IIITecnica 4P : Actividade de observaçao e fotograZia com base em People, Places, Plans e
Projects.
Etapa IIITecnica 4P : Actividade de observaçao e fotograZia com base em People, Places, Plans e
Projects.
PeoplePessoas que
inspiram, intrigam ou despertam a
atençao; normalmente sao pessoas que antecipam ou
sugerem um codigo de comunicaçao
comportamental ou estetico.
PlacesMonitorizar as areas hot, os
mais avançados locais de retalho e movimentos
sociais associados aos mesmos;
PlansIdeias originais que se traduzem e manifestam sob a forma de livros, musica, arte, Zilmes,
manifestaçoes, entre outros.
PlansIdeias originais que se traduzem e manifestam sob a forma de livros, musica, arte, Zilmes,
manifestaçoes, entre outros.
ProjectsMudanças estruturais, projectos e eventos para perceber de que forma o mecanismo social se move e mudanças no territorio tendo em conta iniciativas publico‐estatais que
inZluenciam em muito o comportamento social e que nao podem ser
negligenciadas quando e feita uma pesquisa.
Etapa IVE^ elaborado um relatorio com imagens e literatura descritiva e enviado para a Future
Concept Lab semestralmente.
Etapa IVE^ elaborado um relatorio com imagens e literatura descritiva e enviado para a Future
Concept Lab semestralmente.
Etapa IVE^ elaborado um relatorio com imagens e literatura descritiva e enviado para a Future
Concept Lab semestralmente.
Etapa IVE^ elaborado um relatorio com imagens e literatura descritiva e enviado para a Future
Concept Lab semestralmente.
Etapa IVE^ elaborado um relatorio com imagens e literatura descritiva e enviado para a Future
Concept Lab semestralmente.
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Quadro 3 ‐ Abordagem de pesquisa da FCL
Modelo de Inovação
Apos o brieMing fornecido a abordagem dos 4P’s permitem a criaçao de Inovaçao sustentavel por exemplo em casos de empreendorismo. A utilizaçao das observaçoes e achados de forma criativa podem levar ao desenvolvimento de um Business Hypothesis ‐ um negocio hipotetico. Com os 4P’s que a Future Concept Lab utiliza, pode‐se construir um negocio com valor real:
People: Nesta etapa e onde o investigador pode deZinir um target ideal, possivelmente utilizadores Zinais e a identiZicaçao de caracterısticas unicas de consumo;
Plans: A identiZicaçao e descriçao de tendencias signiZicativas relacionadas com as vidas das pessoas quer a nıvel privado quer a nıvel publico;
Places: IdentiZicaçao de um mercado ideal, cidade ou paıs e todos os aspectos correlacionados.
Projects: Analise dos diferentes sectores de negocios, marcas e casos de sucesso que possam servir de inspiraçao para o proprio projecto.
2.2. Metodologias tradicionais de forecasting de tendências
Apos uma entrevista informal com Negarin Sadr, uma designer de moda persa com nacionalidade americana e que actualmente trabalha em Londres na sua recente lançada marca Negarin London, pode‐se efectuar uma analise detalhada ao processo de previsao de tendencias com base na sua experiencia e da industria em geral.
Tradicionalmente a moda tem um processo estipulado no que toca a previsao e pesquisa de tendencias para alem da utilizaçao do trabalho de coolhunters.
A previsao de tendencias na moda deve identiZicar : A fonte da tendencia, o padrao ( mudanças e oscilaçoes ) a direcçao para onde esta se desloca e a linha temporal sobre o qual ela se tem vindo a desenvolver. A previsao de tendencias permite essencialmente projectar tendencias do passado para o futuro, antecipando‐o e respectivos desenvolvimentos ao observar sinais de mudança em determinadas situaçoes.
Antes de se perceber o processo de desenvolvimento da previsao de tendencias, e conveniente distinguir alguns conceitos que podem ser falsamente interpretados, nomeadamente:
‐ Trends: Podem ser emergentes, estar em declınio ou em fase de maturidade; podem ser identiZicadas semelhanças em detalhes, estilos e outros ao longo do tempo que permitem a identiZicaçao da mesma e sao caracterizadas por uma construçao da expressividade da tendencia pelos proprios consumidores.
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‐ Fads: Sao tendencias de curta duraçao / modas aceites por uma pequena porçao dos consumidores e desaparecem facilmente porque nao sao suportadas pelo estilo de vida da sociedade actual.
‐ Classics: Sao tendencias de longa duraçao em que qualquer estilo ou item ganha visibilidade e gera uma aptidao ao consumo elevada pela capacidade de contagio que persiste ao longo de um determinado perıodo de tempo. Os classicos implementam atributos principais desejaveis na moda enquanto que evitam um styling extremo.
A visualizaçao como ja foi referido anteriormente e um dos principais meios de inspiraçao e compreensao por parte de quem estuda as tendencias. No mundo da moda ha tres padroes de visualizaçao de tendencias:
‐ Fashion Curves: Quando as tendencias sao classiZicadas pela duraçao e capacidade de penetraçao sendo visualizadas atraves de um graZico de curvas. O eixo horizontal(x) e relativo ao tempo e a adopçao pelo consumidor o eixo vertical (y).
‐ Pendulum Swing: Quando as tendencias se deZinem por movimentos de moda periodicos entre extremos como por exemplo apos os anos 80’s em que o styling e o exagero eram a tendencia que levou a que a moda seguinte fosse mais sobria e relaxada.
‐ Fashion Cycles: Quando existem padroes cıclicos na moda que ocorrem ao longo do tempo. Aos padroes que voltam a ocorrer apos um perıodo da‐se o nome de fenomeno de curva longa.
Em termos de previsao existem dois tipos de previsao:
‐ A longo prazo : 5 anos ou mais em que o tempo e suZiciente para a tomada de decisoes relativas ao reposicionamento ou extensao de linhas de produto, iniciar novos negocios, rebranding ou planear novos conceitos de retençao de clientes;
‐ A curto prazo: 1 ano em que a linha temporal permite a segmentos do retalho a coordenaçao de tendencias sazonais a ser comunicadas pela imprensa e lojas.
Em seguida segue‐se o processo de previsao de tendencias e respectivas etapas:
Fashion Forecasting
Etapa IIdentiZicar os factos base sobre tendencias e previsoes passadas.
Etapa IIDeterminar as causas de mudança no passado
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Fashion Forecasting
Etapa IIIDeterminar as diferenças entre previsoes passadas e comportamentos actuais
Etapa IVDeterminar os factores que provavelmente terao inZluencia na alteraçao das tendencias
no futuro.
Etapa VAplicar ferramentas de previsao e tecnicas e tomar atençao a questoes de ocorrencia na
sociedade que possam inZluenciar a previsao.
Etapa VISeguir a previsao continuamente e determinar razoes para possıveis desvios em relaçao
as expectativas
Etapa VIIRever as previsoes onde e se necessario.
Quadro 4 ‐ Etapas de Fashion Forecasting
Para a previsao de tendencias sao utilizadas determinadas ferramentas, entre as quais:
‐ Fashion Scan: Seguir as tendencias de moda nas noticias e imprensa com foco em cores, texteis e estilos emergentes;
‐ Consumer Scan: IdentiZicaçao de clusters de pessoas que partilham as mesmas caracterısticas geralmente combinadas com factores demograZicos, estilo de vida, atitudes e comportamentos. E^ usado tambem para determinar o mercado‐alvo e pode ser usado para entender melhor o comportamento do consumidor;
‐ Analise de moda : Combina Fashion Scan e Consumer Scan e determina o que pode acontecer a seguir;
‐ Tendencias socio‐economicas: Mudanças culturais na sociedade que envolve mudanças no estilo de vida e reZlectem mudanças a nıvel social e ciclos economicos podendo afectar decisoes de compra das massas e e tambem aqui que sao estudadas as mega‐trends que afectam em geral todas as industrias.
‐ Analise de tendencias: Detecta tendencias de curto e longo prazo que afectam os negocios usando todas as ferramentas anteriormente utilizadas e o recurso ao trabalho dos coolhunters.
‐ Analise competitiva: Pesquisa de planos e capacidade da concorrencia atraves de informaçao publica. ao longo do tempo permite a execuçao de boas praticas comerciais e o desenvolvimento do perZil do mercado em causa.
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A descoberta do Zeitgeist da moda
A palavra zeitgeist tem vindo a ser cada vez mais utilizada na industria da moda. E^ importante percebes que todos os componentes culturais numa sociedade correspondem ao tao chamado espirito dos tempos e o poder do zeitgeist pode inZluenciar a direcçao da moda ao longo do tempo. Atraves da framework de Nystrom podem‐se observar determinados movimentos importantes para a previsao de tendencias.
Dominancia Descriçao e exemplos
EventosTres tipos de eventos que podem ser visualizados: Ocorrencias signiZicativas ‐ guerra, mortes, Golden Globes ; Art Vogues ‐ Ballet Russo por exemplo; Eventos Acidentais ‐ descoberta de arquefactos.
Ideias Patriotismo, Multiculturalismo, beleza classica, Igualdade de generos, Ambientalismo, entre outros.
Grupos Sociais Celebridades, bloggers, e grupos com posiçoes de liderança e poder de inZluencia.
AtitudesAtitude dos tempos inZluenciada em parte pelo ambiente macro‐economico, exemplo: eras da diferenciaçao vs conformismo ‐ 20’s & 60’s vs 30’s )
Tecnologia Estar a par de metodos de produçao, materiais e inZiltraçao da tecnologia no nosso dia a dia.
Quadro 5 ‐ Zeitgeist por Nystrom
Propagação de tendências
“As epidemias sao sensıveis as condiçoes e circunstancias do tempo e do lugar em que ocorrem” (Gladwell 2002). No exemplo dos Hush Puppies o uso dos sapatos “explodiu” porque eram usados pelos jovens que se queriam diferenciar em East Village, ambiente este que fez as pessoas verem os sapatos sob outra perspectiva.
O contexto do vırus mostra que os seres humanos sao muito sensıveis ao seu ambiente e as alteraçoes neste meio interferem radicalmente no seu comportamento. O ambiente e o momento em que uma epidemia se concentra sao factores determinantes para seu sucesso ou fracasso. Uma ideia pode existir durante anos e “de repente” vir a superfıcie e tornar‐se uma epidemia. Quando isto ocorre, esta ideia encontrou o seu “desequilıbrio” em que uma serie de outros factores desencadeou um ambiente que proporcionou a disseminaçao desta ideia. E a ideia certa, no momento certo, no lugar certo e com as pessoas correctas. Muitas boas ideias morreram cedo ou nem sequer vingaram, pois nao se conseguiram enquadrar num determinado contexto propıcio ao seu desenvolvimento.
Uma ideia espalha‐se pelo poder do contexto de forma diferente da que se difunde atraves dos comunicadores ou dos mavens em que nao e necessario ver ou ser incentivado por
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estas pessoas para que um indivıduo seja atingido pelas ideias. O contagio pode acontecer simplesmente pelo facto de se estar num determinado contexto em que o poder do contexto e tao forte em algumas situaçoes que pode inclusive alterar caracterısticas inerentes dos indivıduos, mesmo estando estes em plena consciencia do que passa ao seu redor.
Existe mais do que uma maneira de fazer com que uma epidemia se alastre. As epidemias disseminam‐se em funçao de quem transmite o agente infeccioso, do agente infeccioso em si e do meio em que se propaga. E quando uma epidemia se dissemina, quando ela perde o equilıbrio, algo aconteceu, houve alguma alteraçao em um, dois ou mesmo nos tres elementos (Gladwell, 2002). “O desaZio esta na identiZicaçao do desequilıbrio (a necessidade) para que uma resposta possa ser prevista” (Perdigao, 2006).
Em algumas situaçoes, para que uma epidemia seja transmitida, certa pessoas sao mais importantes que outras existindo assim tres agentes de mudanças: O poder do contexto referido ate entao, a Regra dos Eleitos e o Factor Fixaçao.
Relativamente a Regra dos Eleitos, qualquer tipo de epidemia depende muito do envolvimento de pessoas dotadas de um conjunto raro e particular de talentos sociais (Gladwell 2005). Isto faz com que a mesma ideia passada boca a boca por duas pessoas, tenham efeitos diferentes sobre as sociedades.
Na classiZicaçao feita por Gladwell (2002), existem tres agentes transmissores: Conectores, Mavens, Vendedores Natos. Os conectores sao pessoas que nos poem em contacto com o mundo, os que nos apresentam novidades, os que compoem o nosso cırculo social. Sao pessoas que simplesmente conhecem muita gente ocupando muitos mundos, subculturas e cırculos sociais diferentes. Estes indivıduos sao bem relacionados em varios cırculos proZissionais diferentes e os seus relacionamentos englobam pessoas com amplo poder de inZluencia no respectivo cırculo (Oliveira, 2006). DeZinidos por uma combinaçao de curiosidade, conZiança em si mesmos, sociabilidade e energia, essas pessoas encontram em tudo uma possibilidade ‐ os conectores sao os precursores das epidemias. Sao eles quem fazem o word‐of‐mouth, repassam a mensagem, fazendo com que ela se propague a grande velocidade. “Para difundir as tendencias e preciso possuir um conjunto de competencias sociais diferentes. A pessoa que difunde uma tendencia e alguem que e muito auto‐consciente do seu papel social e ocupa um lugar privilegiado e especıZico na sua rede social” (Gladwell ,2005).
O que acontece com os comunicadores e que estando em tantos mundos conseguem junta‐los e outros dependem deles para entrar em mundos a que nao pertencem. Isto quer dizer que os conectores sao as pessoas mais importantes numa epidemia social porque, na maioria dos casos, sao eles que descobrem as novidades. E bastante visıvel a utilidade dos
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conectores na disseminaçao de uma ideia (Oliveira, 2006) ‐ o caso dos fashion bloggers. O segundo agente para difusao de uma tendencia e o Maven (conhecedor). E^ quem acumula informaçoes, quem tem curiosidade e interesse em tudo ao seu redor sendo eles que tem maior probabilidade de se encontrar com a novidade por casualidade, uma vez que possuem uma elevada versatilidade nas suas relaçoes. A caracterıstica mais importante de um maven e a sua forma de comunicaçao uma vez que sao inZluenciadores especıZicos para aquela ideia, ao contrario dos conectores (Oliveira, 2006) sendo bem mais inZluentes em determinado tema.
Em toda a epidemia social os mavens sao como um banco de dados, sao os que fornecem a informaçao existindo aqueles que se especializam em pessoas e outros em informaçao (Gladweel, 2002). Alem destes dois existe outro grupo que representam 17% da populaçao mundial, que sao os Vendedores Natos. Estes sao encarregados de nos persuadir quando nao estamos convencidos. Um Vendedor Nato possui um carisma que consegue convencer qualquer um sobre o que quer seja que argumente. Este indivıduo e quem detem inZluencia suZiciente para disseminar uma ideia sem o uso forçado de seu poder de persuasao (Oliveira 2006). Sao pessoas com uma energia especial, com entusiasmo e que querem que todas as pessoas concordem com eles. Os psicologos chamam essas pessoas de “emissores”, sao pessoas capazes de expressar muito bem as suas emoçoes e sentimentos (Sarabach, 2006). “A epidemia consegue atingir um numero muito elevado de pessoas atraves de um processo muito rapido e intenso, fazendo com que um pensamento seja implantado na cabeça dos infectados com a informaçao. Atraves de suas habilidades os comunicadores, mavens e vendedores conseguem transmitir muito bem o que querem dizer, de forma a que o outro ache interessante e relevante a ponto de continuar a propagar esta informaçao que por sua vez tambem precisa de agrupar caracterısticas especıZicas para a propagaçao e Zixaçao na mente das redes sociais envolvidas na disseminaçao” (Krolow, 2007).
Quando se pesquisa tendencias, e a este mundo que se tem de estar atento, saber quem sao os agentes e analisa‐los directamente no seu ambiente, para encontrar as informaçoes necessarias com maior rapidez e eZicacia.
O Factor Fixaçao no momento em que as coisas se desequilibram e importante pois tem implicaçoes na forma de se estudar as epidemias. As empresas perdem muito tempo a pensar em como tornar as suas mensagens mais contagiantes e virais, atingindo o maior numero de pessoas, difundindo os seus produtos e ideias mas, quase sempre o difıcil na comunicaçao e descobrir como ter a certeza de que a mensagem nao vai passar despercebida Gladwell (2002). A Zixaçao signiZica que a mensagem foi percebida e que por alguma razao as pessoas nao a conseguem esquecer. Um exemplo disso sao os jingles e slogan de algumas empresas ou marcas, que acabam por se tornar referencia para todos.
43
O Factor de Fixaçao informa que existem formas especiZicas de tornar uma mensagem contagiante. Existem diferenças na apresentaçao e na estrutura de informaçoes que as dotam de maior ou menor impacto e Gladwell aZirma que, nas epidemias, o mensageiro e importante: e ele que faz com que a sugestao se espalhe, mas o conteudo da mensagem tambem e importante. A qualidade especıZica necessaria para o sucesso da mensagem e a “Zixaçao” Gladwell (2002). A eZicacia da mensagem depende tanto da estrutura quanto do seu conteudo e forma. Godin (2005), considera que, para fazer com que uma ideia se propague e necessario que ela seja de facil compreensao para todos aqueles que vao receber esta informaçao, e que ao recebe‐la o desejo de a propagar e partilhar aconteça.
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Capítulo III ‐ Design metodológico
A metodologia de investigaçao a ser utilizada no desenvolvimento da presente dissertaçao pretende ser a seguinte: o enquadramento teorico e conceptual / revisao da literatura construıdo em torno da problematica da competitividade, inovaçao e estrategia empresarial, cool hunting e a caracterizaçao do sector, teve por base uma extensa pesquisa bibliograZica num esforço de investigaçao e de posterior analise de livros, artigos de revistas cientıZicas e de publicaçoes electronicas disponıveis em diversas fontes de informaçao; a caracterizaçao e analise dos aspectos estruturais do sector da moda, resulta, nao so, de uma ampla pesquisa bibliograZica mas, sobretudo, do conhecimento que se tem do sector, resultante nao so de experiencia propria como essencialmente da transmissao de conhecimentos de algumas pessoas com experiencias proZissionais de varios anos no sector em questao. As metodologias de coolhunting ja existentes por parte de players no mercado, constam no estado da arte e resultam particularmente da experiencia de consultoras na area e de um painel de especialistas que faz do coolhunting a sua actividade.
Em termos metodologicos praticos em que o objectivo do presente estudo visa obter um modelo consensual na pratica do coolhunting, recorreu‐se a aplicaçao da metodologia Delphi para que o mesmo possa ser validado por especialistas na area. Utilizou‐se um painel de especialistas em determinada area de conhecimento, os quais respondem a uma serie de questoes de natureza previsional sobre o futuro das areas em estudo. Esta metodologia baseia‐se em inqueritos estruturados e utiliza informaçao com origem nessas respostas, dependentes da experiencia e conhecimentos dos participantes.
Em termos metodologicos, serao seguidas as seguintes etapas de forma cronologica:
Etapa I ‐ VeriZicaçao do estado da arte: foram consultados e utilizados dados e estatısticas fornecidos por agencias de pesquisa de tendencias credenciadas a nıvel mundial, bem como dados secundarios resultantes de pesquisas sobre os sectores de actividade em que a populaçao da amostra se insere. Houve ainda a necessidade de se efectuar a comparaçao de varias formas de pesquisa de tendencias tradicionais com o CoolHunting, abordando a tematica das Tendencias, como surgem, qual o impacto que tem e de que forma podem ser utilizadas para a criaçao de valor e geraçao de inovaçao; analise e comparaçao de metodologias diferentes entre duas agencias de pesquisa de tendencias atraves de resultados provenientes de entrevistas estruturadas e conhecimento pessoal sobre as mesmas ‐ AYR Consulting e Future Concept Lab.
Etapa II ‐ Numa segunda etapa, foi levada avante um tipo de pesquisa exploratoria em que os modelos de pesquisa se subdividem em dados secundarios externos. Os dados secundarios externos por sua vez visam obter informaçoes sobre a actividade do sector em
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estudo ‐ sector da moda ‐ evoluçao da moda ao longo do tempo, a evoluçao das tendencias e do coolhunting, o aumento da competitividade provocada em parte pela globalizaçao e consequentemente numa diminuiçao do ciclo de vida dos produtos e comportamento do consumidor que requer uma mudança estrategica e operacional para as empresas deste sector e ainda saber as diferentes metodologias mais tradicionais utilizadas pelo sector em si na pesquisa de tendencias. Com este tipo de pesquisa torna‐se facilitada a analise macro do sector deixando espaço para o estudo mais aprofundado a nıvel micro, numa terceira fase.
Etapa III ‐ Numa terceira e ultima fase, foi colocado em pratica o metodo Delphi, que utilizou paineis de especialistas, sendo a logica para tal apresentada de forma muito clara por Gordon (2003): O seu raciocınio incidia sobre o facto dos especialistas, principalmente quando estao de acordo, terem maior probabilidade de estarem correctos relativamente a questoes do seu campo de especialidade do que os nao especialistas. Este tipo de metodologia apela a intuiçao dos participantes e ao seu posicionamento face a questoes incertas, caracterizadas por informaçao limitada, sendo interactivo no sentido em que organiza a partilha das respostas e o feedback entre os participantes nas sucessivas rondas, fomentando a aprendizagem mutua. Implica a garantia do anonimato das respostas, facilitando quer a manutençao de respostas excentricas face ao processo de construçao de consensos quer a mudança de opiniao entre rondas. Implica a nao‐confrontaçao face‐a‐face, permitindo eliminar as pressoes que os participantes poderiam ter nesse tipo de confrontaçao. Apresenta resultados qualitativos sob a forma de relatorios / conclusoes e quantitativos (probabilidades subjectivas, medias, medianas, entre outras.). Engloba ainda elementos exploratorios , assenta no posicionamento de peritos face a statements em contexto de incerteza e na elaboraçao de previsoes subjectivas. E^ potenciado pela ideia de que o futuro pode ser “moldado” / ”construıdo”, princıpio de base da Prospectiva, tentando utilizar a força de “self‐fulMilling” e “self‐destruction” da antecipaçao, salientando como decorre alias, de outros princıpios, os processos psicologicos envolvidos na comunicaçao em detrimento dos modelos matematicos.
3.1. Aplicação do Método Delphi
Como referido anteriormente na metodologia da presente tese, o metodo Delphi junta um painel de especialistas para obter os seus conhecimentos quer teoricos quer praticos sobre determinados temas entre eles o Coolhunting de forma a que na segunda e terceira ronda se produzam insights valiosos para a concepçao de um modelo uniformizado que traduza e valorize o Coolhunting como uma verdadeira metodologia de pesquisa de tendencias e uma ferramenta de apoio a gestao da inovaçao aplicado ao sector em questao ‐ Moda. O esquema seguinte mostra a sequencia logica de todo o processo.
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Figura 2 ‐ Processo relativo ao metodo Delphi
No quadro seguinte encontra‐se sumariado os principais itens a ter conhecimento sobre o metodo aplicado e no Apendice 1 encontra‐se o questionario relativo ao pre‐teste da primeira ronda do metodo Delphi.
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Foco Rondas Numero da amostraLocalizaçao geograZica dos participantes
Desenvolvimento de um metodo de pesquisa de tendencias com base no cool hunting com o objectivo de gerar inovaçao no sector da moda.
Pre‐teste,Ronda I, Ronda II, Ronda III eRonda IV (ronda
extra Zinal)
16 Experts de varios ramos de actividade resultando numa amostra heterogenea com
resultados e opinioes diversiZicadas de forma a chegar a um consenso (privacidade dos mesmos sera mantida em relatorio ate
Zinalizaçao da elaboraçao da 3ª ronda, apos a qual serao divulgados com o consenso dos mesmos).
Os participantes encontram‐se localizados
geograZicamente por todo o mundo, incluindo paıses
como: Portugal, EUA, Brasil, China, Italia, A^frica, Reino Unido e
Japao.
Modo de interacçao Nıvel Expertise Outras consideraçoes
Os pontos e meios de
interacçao para com os
participantes estao
disponıveis atraves de e‐mail, Skype ™ e telemovel pessoal.
Os participantes no metodo delphi foram
escolhidos tendo em conta os criterios:
Conhecimento vs experiencia ; Capacidade vs vontade de participar
no estudo; tempo suZiciente disponıvel para participar nas tres rondas do metodo delphi; e com atributos de comunicaçao
eZicazes.
Os questionarios relativos ao metodo Delphi encontram‐se formulados no idioma Ingles uma vez que grande parte dos participantes se encontram no estrangeiro e recorreu‐se a lıngua universal de forma a que nao se perca o signiZicado das questoes com as traduçoes. Foi elaborado ainda um protocolo inicial para os participantes poderem veriZicar as guidelines da sua participaçao no estudo em causa assim como a estrutura da primeira ronda do estudo Delphi ( Ver apendice 1 ).
Quadro 6 ‐ Sumario de consideraçoes previas da aplicaçao do metodo Delphi
3.2 Caracterização da amostra
O metodo Delphi implica a constituiçao de um grupo de especialistas em determinada area do conhecimento, em que os mesmos respondem a uma serie de questoes sobre o futuro (de natureza previsional). Baseia‐se em inqueritos estruturados em que posteriormente a ideia passa por utilizar informaçao com origem nessas respostas, naturalmente dependentes da experiencia e dos conhecimentos dos participantes. Esta dependencia directa da qualidade e da quantidade dos conhecimentos dos participantes torna particularmente relevante e sensıvel a escolha, motivaçao e acompanhamento do painel de participantes. Os participantes no projecto Delphi sao proZissionais que actuam na area de estudo do tema em analise sendo os peritos escolhidos tendo em conta o seu conhecimento, sendo que eles podem recolher nova informaçao a medida que as rondas vao sendo realizadas. A diversidade dos
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participantes vai desde proZissionais que actuam na area das tendencias aos proZissionais na area da moda, as duas areas fundamentais para o estudo em causa.
A personalizaçao dos contactos entre o pesquisador e os participantes foi decisiva uma vez que a personalizaçao foi feita atraves da entrega pessoal e via e‐mail dos formularios, tendo sido sempre claramente explicado a cada um dos participantes o enquadramento e os objectivos do estudo. A participaçao caracterizou‐se pela garantia de anonimato e pelo facto dos participantes nao comunicarem entre si durante o processo de resposta aos questionarios, sendo este o modo de se reduzir a inZluencia dos participantes uns nos outros.
Para esta pesquisa, optou‐se entao por obter informaçoes de varios agentes inZluenciadores e experts na area do coolhunting.
Passo a caracterizar brevemente a populaçao em estudo na presente dissertaçao:
‐ Agências de pesquisa de tendências que utilizam o Cool Hunting: AYR Consulting e Future Concept Lab
‐ Painel de especialistas nas áreas envolvidas em estudo, nomeadamente Moda, Tendências, Cool Hunting: Pessoas individuais que levam o cool hunting como actividade proZissional e/ou academica localizados em varios pontos no mundo e actualmente no activo, que conZiguram o quadro seguinte.
ID Experts Ocupaçao A^reas relacionadas Localizaçao geograZica
A1 Luis Rasquilha
Vice‐Presidente da Science of the time ; Presidente
da AYR Consulting
Cool Hunting, Inovaçao, Tendencias Sao Paulo
A2 Carl RhodeFounder & CEO da Science of the
Time
Cool Hunting, Inovaçao, Tendencias Holanda
A3 Salome AreiasFashion Designer & Consultora de Tendencias
Cool Hunting, Inovaçao, Design, Tendencias e Moda Portugal
A4 Miguel de Sousa
Cool Hunter para a Trend Hunter & Science of the
time
Cool Hunting, Inovaçao, Tendencias Portugal
A5 Eduardo Garcia Senior Partner da AYR Consulting
Cool Hunting, Inovaçao, Tendencias, Publicidade Portugal
B1 Ayres Gonçalo Alfaiate Tendencias e Moda Portugal
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ID Experts Ocupaçao A^reas relacionadas Localizaçao geograZica
B2 Negarin SadrFashion Designer
& Empreendedora
Tendencias, Moda, Design e Empreendedorismo
Londres & Suiça
C1 Marlo Saalmink Relaçoes Publicas em Moda Moda Dinamarca
C2 Clemens Auer Designer Industrial Design e Tendencias Austria
D1 Lorenzo PalmeriDesigner de Produto e Arquitecto
Design, Criatividade, Sociologia, Italy
D2 Francesco Morace
Sociologo, escritor e jornalista
Presidente da Future Concept Lab, Sociologia, Antropologia, Cult Researching, EtnograZia,
Tendencias
Italy, Sao Paulo
D3 Paolo FerrariniCult Researcher & Professor de Cool Hunting
Sociologia, Antropologia, Cool Hunting & Cult Researching, EtnograZia, Tendencias, Moda
Italy
D4 Elena Marinoni Consultora na Trendwatching
Sociologia, Antropologia, Cool Hunting, EtnograZia,
TendenciasItaly
D5 Alessandro de Toni
Visual researcher para Future Concept Lab
Sociologia, Antropologia, Cool Hunting, EtnograZia,
TendenciasChina
D6 Roberto Carosio Buyer na Alessi Design, Tendencias, Inovaçao Italy
E1 Dr. Ishaq Ashfaq CEO of ICAF.org Antropologia, Gestao, Marketing, psicologia
Washington DC
Quadro 7: Participantes no metodo Delphi ‐ rondas I, II e III
Procurou‐se um leque de especialistas que abrangesse diversas areas relacionadas com o problema da presente dissertaçao. Alem de ser obviamente essencial a opiniao de um especialista em design de moda, solicitaram‐se igualmente pontos de vista sobre a moda aliados a areas como o Marketing e a Economia, tal como a pesquisa de tendencias a Zim de perceber como a Moda abraça determinados metodos de investigaçao e outras areas de investigaçao de tendencias complementares. O contributo de sociologos e antropologos, especialistas no estudo do comportamento humano ao longo do tempo e da actualidade, conduziu de uma certa forma a linha de pensamento sobre a questao de investigaçao. Nao deixa de ser da mesma forma extremamente importante a visao de Coolhunters jovens, tanto
50
em areas genericas como na moda, e de alguns especialistas em pesquisa e previsao de tendencias ‐ Cult Researchers. As suas interpretaçoes sobre a leitura dos comportamentos sociais e movimentos antropologicos sobre o que representam em termos de tendencias e uma contribuiçao imprescindıvel ao estudo das tendencias e de metodologias de pesquisa. Ainda foram inseridos alguns proZissionais na area do Design uma vez que estes encontram‐se sempre na vanguarda das tendencias e na observaçao do consumidor ao criar novos produtos.
Figura 3: Representatividade da amostra em termos de localizaçao geograZica
Na IV ronda, apenas houve a participaçao de 9 elementos do painel de especialistas inicialmente proposto, uma vez que foi uma ronda considerada extraordinaria e sendo o tempo um recurso escasso, nao houve a possibilidade de obter maior feedback. Segue‐se os participantes da IV ronda que participaram no modelo apresentado uma vez que e um painel igualmente diversiZicado, composto por experts de areas transversais e complementares a area em estudo.
ID Experts Ocupaçao A^reas relacionadas Localizaçao geograZica
B2 Negarin SadrFashion Designer
& Empreendedora
Tendencias, Moda, Design e Empreendedorismo
Londres & Suiça
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ID Experts Ocupaçao A^reas relacionadas Localizaçao geograZica
C1 Marlo Saalmink Relaçoes Publicas em Moda Moda Dinamarca
C2 Clemens Auer Designer Industrial Design e Tendencias Austria
D1 Lorenzo PalmeriDesigner de Produto e Arquitecto
Design, Criatividade, Sociologia, Italy
D2 Francesco Morace
Sociologo, escritor e jornalista
Presidente da Future Concept Lab, Sociologia, Antropologia, Cult Researching, EtnograZia,
Tendencias
Italy, Sao Paulo
D4 Elena Marinoni Consultora na Trendwatching
Sociologia, Antropologia, Cool Hunting, EtnograZia,
TendenciasItaly
D5 Alessandro de Toni
Visual researcher para Future Concept Lab
Sociologia, Antropologia, Cool Hunting, EtnograZia,
TendenciasChina
D6 Roberto Carosio Buyer na Alessi Design, Tendencias, Inovaçao Italy
E1 Dr. Ishaq Ashfaq CEO of ICAF.org Antropologia, Gestao, Marketing, psicologia
Washington DC
Quadro 8: Participantes no metodo Delphi ‐ ronda IV
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Capítulo IV ‐ Recolha e análise de dados
4.1. Análise do Pré‐teste
A redacçao da primeira versao do questionario revelou‐se uma tarefa algo complexa, conforme se procura ilustrar nas consideraçoes que se seguem. Uma das diZiculdades sentidas situa‐se ao nıvel da escolha e operacionalizaçao das variaveis a analisar. A preocupaçao em conceber um modelo de analise capaz de integrar um conjunto de variaveis de maior pertinencia para a problematica em estudo, obrigou a reformulaçao de algumas materias e questoes constantes do guiao de entrevista, o que, dependendo dos casos, se traduziu na alteraçao, supressao ou inclusao de novas variaveis. Outra grande diZiculdade experimentada na preparaçao do questionario prende‐se com o facto de o formulario ter sido elaborado com o intuito de ser aplicado a indivıduos de dois universos distintos ainda que complementares ‐ moda e tendencias. Estando o presente estudo orientado para a realizaçao de comparaçoes entre amostras de populaçoes alvo distintas ‐ proZissionais de moda e pesquisadores de tendencias ‐ foi necessario construir um unico formulario capaz de dar resposta ao problema, sem esquecer, todavia, as especiZicidades dos sujeitos a inquirir. As preocupaçoes anteriormente enunciadas (entre outras) deram lugar a um questionario algo extenso de respostas abertas focalizado no tema coolhunting, que se veio a revelar nao totalmente ajustado em materia de conhecimento de alguns proZissionais na area de moda tornando‐se necessario reajustar o mesmo a ambos os universos. Efectivamente, uma das crıticas apontadas pelos dois inquiridos no pre‐teste, um de cada universo, foi a extensao do questionario. Como se sabe, o numero exagerado de questoes tende a dissuadir os inquiridos do preenchimento dos questionarios, repercutindo‐se desfavoravelmente sobre a taxa de resposta. A isto acresce o facto de o numero excessivo de perguntas diZicultar o tratamento e analise dos dados, com consequencias obvias ao nıvel do tempo previsto para a conclusao do projecto de investigaçao. Houve, entao, que equacionar esta realidade no contexto da redacçao deZinitiva do questionario. A primeira versao do questionario foi alvo de uma rigorosa revisao, em que se procurou reduzir o numero de questoes hipoteticas e genericas, de modo a evitar reacçoes imediatas negativas por parte dos inquiridos. Os questionarios usados no pre‐teste foram analisados segundo duas perspectivas: conteudo e distribuiçao de respostas.
Na optica do conteudo, pretendeu‐se que o formulario, ao abordar os diversos aspectos da problematica a inquirir, obedecesse aos criterios de clareza e rigor na apresentaçao. Neste ponto, a versao provisoria foi sujeita a algumas alteraçoes no entanto em termos de instruçoes sobre o modo de responder a determinadas questoes nao foi necessario sofrer modiZicaçoes uma vez que os participantes perceberam o exposto. Deu‐se uma nova redacçao a determinados itens, para melhor se adequarem ao contexto ou amostras do alvo do estudo.
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Suprimiram‐se ainda algumas questoes consideradas excessivas, tendo‐se procurado substituir por outras de maior pertinencia para o estudo em questao, tendo sido retirada a secçao ‘Future Predictions’ de forma a nao tornar o questionario demasiado extenso e para fazer jus ao objectivo da ronda I. Os itens relacionados com ‘Future Predictions’ foram recolocados na Ronda II. Em termos da distribuiçao das respostas, procurou‐se veriZicar em que medida as perguntas constantes no questionario e respectivas opçoes de resposta suscitavam nos inquiridos diferentes reacçoes e tomadas de posiçao ou, pelo contrario, levavam a concentraçao das respostas. A reduzida dimensao da amostra usada no pre‐teste (2 inquiridos), deveu‐se ao facto de estes funcionarem como representativos de dois universos, fazendo com que seja possıvel uma triagem rapida do necessario e do acessorio no pre‐teste. A pequena dimensao da amostra de pre‐teste, bem como as alteraçoes introduzidas na primeira versao do pre‐teste, suscitou a realizaçao de um novo pre‐teste ja reformulado para obter um feedback rapido sobre as alteraçoes efectuadas para se poder prosseguir com o mesmo e passar para a primeira ronda. Pretendia‐se, desta forma, auscultar a opiniao de um conjunto de pessoas sobre os temas em estudo de forma a uniformizar conceitos para posteriormente, numa segunda ronda se discutirem e pre‐ aprovarem modelos de pesquisa / previsoes futuras. Para obter uma reacçao mais incisiva e imediata por parte dos respondentes ao pre‐teste do questionario, procurou‐se que este fosse feito na presença da investigadora para poder tomar nota de diZiculdades existentes acompanhado de uma pequena entrevista, destinada a questionar com um maior detalhe os inquiridos sobre algumas duvidas, crıticas e sugestoes a introduzir no instrumento de recolha de dados.
Na concepçao do questionario revisto direccionado para a primeira ronda, o objectivo primordial foi tentar uniformizar os conceitos sobre os temas em estudo por parte dos especialistas e perceber como e que os inquiridos, e de uma certa forma tambem as areas de estudo, interpretavam certos temas, como e que os utilizavam no dia‐a‐dia proZissional e como e que concebiam e previam a evoluçao desses temas.
54
4.1.1. Análise das questões do pré‐teste
Tema Questao Anotaçoes pertinentes Reformulaçoes
COOL HUNTING, TREND AND CULT RESEARCHING
1
A questao em si nao suscitou duvida para os participantes, no entanto o participante na area da moda nao estava familiarizado a 100% com o conceito. Sugeriu‐se que se pusesse um pequeno glossario com algumas deZiniçoes, no entanto nao sera uma opçao viavel uma vez que induziria a resposta de alguns participantes e portanto obterıamos resultados potencialmente falaciosos pondo em causa o estudo em questao.
Nao sofre alteraçao apesar das sugestoes anotadas. No entanto, no caso das questoes nao se aplicarem a experiencia do proZissional, existe a propria opçao de seleccionar no questionario que a mesma nao se aplica ou ainda que desconhece a resposta ou a possibilidade de nao desejar responder a questao.
COOL HUNTING, TREND AND CULT RESEARCHING
2, 3,4,5,6,7,8,9
Nao surgiu nenhuma questao que suscitasse duvidas.
Nao sofre alteraçao apesar das sugestoes anotadas. No entanto, no caso das questoes nao se aplicarem a experiencia do proZissional, existe a propria opçao de seleccionar no questionario que a mesma nao se aplica ou ainda que desconhece a resposta ou a possibilidade de nao desejar responder a questao.
DESIGN THINKING 10
Algumas duvidas quanto ao metodo em si, no entanto sendo uma pergunta especiZica para participantes da area, esta nao se aplicava aos participantes no pre‐teste.
Sendo uma pergunta direccionada nomeadamente para os designers e criativos, nao sofre alteraçao e mantem‐se no questionario.
FASHION 11, 12, 13
Nao surgiu nenhuma questao que suscitasse duvidas. Nao ha alteraçoes
INNOVATION MANAGEMENT
14, 15, 16
Nao surgiu nenhuma questao que suscitasse duvidas. No entanto surge aqui a necessidade de uniformizar mais um conceito, a deZiniçao de inovaçao.
Acrescimo de uma questao relacionada com a deZiniçao de inovaçao para cada participante.
FUTURE PREDICTIONS
17, 18, 19
Devido a uma veriZicaçao do tempo que se demorou a responder ao questionario, cerca de 1h30m, considera‐se excessivas estas questoes na primeira ronda.
Questoes reaplicadas na Ronda II.
Quadro 9 ‐ Analise das questoes do pre‐teste
55
4.1.2. Reformulações no método de Delphi após análise do pré‐teste
Conforme referenciado anteriormente, houve uma reformulaçao de alguns pontos do pre‐teste, nomeadamente em termos de estrutura. Assim, para nao tornar o questionario demasiado extenso, redeZiniram‐se algumas questoes que passaram para a ronda II e o questionario tornou‐se mais estruturado e organizado em termos de corrente de pensamento. Para a veriZicaçao do questionario deZinitivo de forma correcta estabeleceu‐se como objectivo para a primeira ronda uma uniformizaçao de deZiniçoes dos participantes em relaçao a conceitos relacionados com os temas em estudo e desenvolvimento, bem como encontrar pontos convergentes e divergentes que pudessem ser integrados na Ronda II.
O objectivo para Ronda II, baseia‐se na obtençao de previsoes sobre os temas em estudo bem como a validaçao de algumas premissas que suportarao o potencial modelo Zinal de pesquisa de tendencias em estudo.
A ronda III, foi destinada apenas a validaçao das respostas dos participantes podendo estes modiZicar a sua opiniao se assim o entendessem, com base no feedback que foi sendo atribuıdo ao longo das rondas, uma vez que o metodo de Delphi e um metodo que em parte se baseia na opiniao dos experts e sendo esta volatil e mutavel, tambem as respostas dos mesmos o poderao e deverao ser se assim o considerassem.
4.2. Elaboração e análise intermédia da ronda I
Análise da ronda por temas
Cool hunting, tendências e Cult Researching : Na deZiniçao de coolhunting, houve um consenso e pode ser deZinido como a observaçao e validaçao das tendencias actuais ao analisar certos movimentos sociais. No entanto, sobre o previsao de tendencias, houve principalmente duas opinioes fortes: A primeira aZirma que um coolhunter nao pode prever as tendencias, porque nao tem uma solida formaçao academica para o fazer e o segundo parecer foi de que qualquer coolhunter e capaz para identiZicar determinados padroes que podem levar a uma potencial tendencia futura.
Sobre os Coolhunters, foi estabelecido um perZil geral do que um coolhunter deve ser:
‐ Ser apaixonado por tendencias e pessoas;
‐ Ter espırito empreendedor;
‐ Seja ousado e pro‐activo/a;
‐ Estar relacionado com as ciencias sociais quando se trata da formaçao academica;
‐ Ter um pensamento de designer na soluçao de problemas;
‐ Ter boas habilidades fotograZicas;
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Houve apenas um item que os participantes divergiram quando se trata de deZinir um perZil de coolhunter: ser ou nao ser uma pessoa social. Uns defendem que ser social permite que o coolhunter entenda melhor a maneira como as pessoas se comportam e outros defendem que uma pessoa nao social e muito mais habil para observar os outros no seu ambiente sem interagir e, portanto, tem muito mais informaçao valida quando efectua uma pesquisa.
Sobre o assunto para iniciar um projecto de coolhunting, os principais passos foram diversos mas complementares, em vez de divergentes. Na segunda ronda, sera pedido para analisar um modelo de metodologia potencial em que os participantes serao convidados a analisar e dar feedback sobre o assunto com base nas outras respostas sobre este tema.
Design Thinking : Neste campo, foi respondido que o Design Thinking, nao so e um excelente metodo para complementar a investigaçao coolhunting como e a sua propria base e a base para a inovaçao em qualquer empresa, serviço, processo e produto.
As etapas da metodologia Design Thinking dividem‐se por sete etapas:
1 ‐ DeZinir / BrieZing;
2 ‐ Investigaçao / background;
3 ‐ idealizar / Gerar soluçoes;
4 ‐ Prototipo / resolver;
5 ‐ Select / Fundamentaçao;
6 ‐ Implementar / Entrega;
7 ‐ Aprender / Obter feedback.
Moda: Na moda, a maioria dos participantes concorda que o coolhunting esteve sempre ligada a moda, na verdade, foi na moda que nasceu e, assim, como sempre foi adoptado como um metodo para pesquisa de tendencias e fads. Alem disso, os participantes concordam que os blogs de moda, hoje em dia, tem um poder real forte e forte inZluencia quando se trata da comunicaçao de marcas e relaçoes publicas. Na verdade, os participantes concordam no sentido de que os blogs tem uma taxa mais elevada de inZluencia e conseguem divulgar melhor e mais eZicazmente a marca do que qualquer outro canal de marketing, depois das celebridades.
Sobre o futuro da pesquisa de moda, os participantes tem a opiniao que os paıses emergentes tem um potencial muito para colocar em pratica o coolhunting e metodos semelhantes e, por outro lado, inspirar a cultura ocidental.
Gestão da Inovação: No que respeita ao item de inovaçao, e o mais difıcil e divergente quando se trata de providenciar um consenso. Existem duas posiçoes principais sobre esta
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tematica: Uma delas e que para traduzir a pesquisa de um coolhunting numa ferramenta de inovaçao, requer proZissionais capazes de o fazer e nao um coolhunter uma vez que nao tem capacidade de o fazer nem e da sua competencia. A segunda posiçao baseia‐se nas premissas de que as tendencias descobertas por coolhunters tem de se transformar em inovaçao atraves de processos reais e posteriormente ha que adapta‐las a realidade de cada empresa.
Notaram‐se algumas questoes pertinentes ao longo da analise da primeira ronda que sao passıveis de ser evidenciadas, mesmo antes da analise geral das tres rondas nomeadamente o facto de determinadas opinioes dos experts diferirem ligeiramente em relaçao ao local onde se encontram a viver permanentemente, bem como em relaçao a experiencia ( antiguidade ) que mantem no campo; ainda de evidenciar que os experts mais ligados a vida academica possuem conhecimentos metodologicos mais bem deZinidos em relaçao aos proZissionais sem contacto com o mundo academico.
4.3. Elaboração e análise intermédia da ronda II
Conforme referido anteriormente, a ronda II teve o proposito primario de veriZicar e proceder a analise das previsoes dos experts relativamente ao futuro do coolhunting e metodologias associadas. O modelo provisorio foi apenas sustentado em algumas premissas retiradas da analise das respostas da Ronda I, baseando e criando um workMlow da potencial metodologia para analise critica estruturada pelos participantes e adequaçao posterior numa fase mais avançada do estudo.
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Tema Questao Analise
Future Predictions
1, 2 e 3
Sobre esta materia, e, em geral, os participantes entraram em um consenso sobre o futuro do cool hunting e os futuros players e trend‐setters. Desde a moda ao cool hunting tendem a tornar o cool hunting uma pratica comum entre as pessoas comuns, no entanto, existem uma serie de preocupaçoes sobre a globalizaçao do cool hunting e o facto de este deixar de ser uma actividade exclusiva de alguns proZissionais. A validade dos dados recolhidos podem ser inconclusiva devido ao facto de que quando ele se transforma em dados digitais que toda a gente possa modiZicar a informaçao recolhida de acordo com o que cada pessoa pensa. Portanto, os participantes propoem que, em cada metodologia de cool hunting, o cool hunter seja o responsavel e principal criador de todos os dados recolhidos, incluindo fotograZias, registros visuais e relatorios gerados.O futuro do cool hunter e algo que os participantes nao conseguiram deZinir exactamente, mas sim levar as expectativas de que o mundo digital tem muito a ver com a evoluçao da pesquisa de tendencias e o principal responsavel pela propagaçao de tendencias a nıvel mundial. Dizem ainda tambem, que a internet e instrumentos digitais podem ser a melhor ferramenta para apoiar uma investigaçao de cool hunting quando se trata da validaçao de certas tendencias a nıvel mundial com o apoio da rede de cool hunters mundial. Quando se trata de tendencias e os respectivos players, os bloggers sao os deZinidores de tendencias principais. Eles desempenham um papel muito importante nos dias de hoje e de acordo com os participantes continuarao a ter essa funçao na moda com um 'boom' de novos bloggers que surgirao.Quanto ao cool hunting ser o trabalho do futuro eles realmente concordam, mas tendem a mistura‐lo com o conceito do marketing afZiliate, especialmente quando um cool hunter se transforma num criador de tendencias e negocios / marcas tendem a incorpora‐lo / a em um novo nıvel de fazer negocios on‐line. Em geral, os participantes acham que as empresas nao conhecem os benefıcios de cool hunting mas a razao principal para isso e especialmente a falta de cool‐hunters ‘proZissionais’. Pelo contrario, na moda cool hunting e praticamente desenvolvido, porem, muito focado em ferramentas de previsao tradicionais.Concordam ainda que o cool hunting devesse ser incorporado em cursos graduados como disciplinas com uma componente pratica de pesquisa de campo para poder ter uma abordagem pratica e bastante viavel.
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Tema Questao Analise
Test Model Work‐Flow
4
Na analise do modelo, geraram‐se algumas concordancias e discordancias mas em geral todos os participantes acabam por concordar com o modelo de work‐Mlow de pesquisa uma vez que evidenciaram que engloba pontos pertinentes que muitas agencias tem falta e outras que possuem como pontos essenciais na sua estrategia considerando muitos dos participantes que e o modelo ‘ideal’ de pesquisa, acrescentando apenas alguns items que pudessem ser englobados no futuro, nomeadamente a divisao entre a aplicaçao do modelo a nıvel virtual e pesquisa de campo.
Test Model Work‐Flow
5Nao houve grande adiçao de ideias ao ja exposto nas respectivas questoes que pudessem inZluenciar o estudo de forma positiva e / ou negativa.
Quadro 10 ‐ Analise intermedia da ronda II
4.4. Elaboração e análise intermédia da ronda III
A elaboraçao da ronda III (apendice IV) visou conZirmar opinioes e posiçoes relativamente ao previamente exposto nas rondas I e II. Apenas e constituıda por ‘questoes’ de conZirmaçao de opinioes ou mudança das mesmas assim como a possibilidade de adiçao de opinioes que visem acrescentar valor a investigaçao em curso.
Quanto a analise da ronda III, nao houve grande modiZicaçao de opinioes que divergissem das conclusoes Zinais pelo que se tornam irrelevantes em termos de analise e acrescimo de valor ao estudo em causa.
4.5. Elaboração e análise intermédia da ronda IV
A Ronda IV nao se encontrava inicialmente prevista no estudo. No entanto, veriZicou‐se que para o estudo em causa seria relevante que os participantes tivessem uma ultima opiniao sobre o modelo criado com base no feedback que foram fornecendo ao longo das tres rondas antecedentes. Desta forma, e uma vez que o tempo para elaboraçao da ronda IV e preenchimento por parte dos participantes dos questionarios foi escasso, criou‐se um meio alternativo ‐ utilizaçao do skype™ 2 ‐ para que se pudesse explicar o modelo criado aos participantes de forma mais directa e realista e assim, atraves do formulario da ronda IV(ver apendice, obter o maximo de respostas possıveis que obteve uma taxa de sucesso relativamente positiva em que nove participantes, num total de desasseeis, participaram. Em relaçao ao feedback obtido, todos os participantes sem excepçao, se mantiveram interessados em futuros desenvolvimentos do modelo, considerando que pode ser o modelo criado ate hoje que melhor uniformiza o que de melhor e feito actualmente conjuntamente com a implementaçao dos resultados obtidos da pesquisa na criaçao de inovaçao com recurso
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2 Aplicação Voip e software de web‐conference da Microsoft ®
a tecnicas criativas com base em estrategias de Design Thinking. E^ ainda de destacar que houve um feedback extremamente positivo com o factor diferenciador do modelo em relaçao a qualquer modelo ja existente, a formula que permite a avaliaçao da qualidade do modelo implementado. Como sugestao dos participantes, o ideal seria que a formula pudesse ser analisada e posta em pratica por um organismo exterior que regulamentasse a actividade do coolhunter e nao o proprio coolhunter, dado que o mesmo possa ser tendencioso na auto‐analise. No entanto, a propria ideia e contraposta uma vez que regulamentar a actividade de todos os coolhunters sera ‘missao impossıvel’ pelo que a soluçao ideal passa pela adopçao de agencias ja no mercado da formula em questao, no que toca a avaliaçao da qualidade dos seus projectos. Houve ainda um grande interesse e pedido por parte dos participantes: a realizaçao de um paper para consulta posterior pelos mesmos, sobre o modelo desenvolvido W6 ©. 4.6. Análise geral das rondas I, II, III e IV
Os modelos dos questionarios das quatro rondas do instrumento Delphi sao disponibilizados em apendice. Os questionarios foram desenvolvidos tendo em conta as questoes de pesquisa da presente tese e foram alvo de revisao apos o lançamento do pre‐teste conforme previamente analisado. O proposito do pre‐teste visa melhorar as questoes, o formato do questionario e adequar o mesmo aos participantes e disponibilidade dos mesmos. Os questionarios da ronda 2 e 3 foram desenvolvidos apos a analise da respectiva fase antecedente, orientando a pesquisa para um rumo cada vez mais focalizado no problema principal.
Foi elaborada ainda uma ronda extra ‐ IV Ronda ‐ com o proposito de validaçao do modelo Zinal criado, que apenas contou com a participaçao de nove participantes uma vez que o tempo disponıvel pelos restantes participantes era escasso para poderem participar activamente na ronda extra criada.
No que toca a validade dos instrumentos e das informaçoes obtidas, pode‐se aZirmar que estas contem um grau de validade aceitavel uma vez que nao so provem directamente dos participantes como tambem as proprias questoes visam medir e responder ao que o proprio instrumento se propoe a ‘medir’ / validar.
Quanto a questao da conZidencialidade, as respostas ao metodo Delphi foram tratadas com o maximo de conZidencialidade possıvel.
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Capítulo V ‐ Proposta de modelo de pesquisa de tendências
5.1. Premissas base de suporte ao modelo
O estudo realizado atraves da utilizaçao do metodo Delphi permitiu compreender as opinioes de varios experts de areas multidisciplinares. Tendo ja sido caracterizado previamente o perZil de um coolhunter, as suas qualidades e caracterısticas, torna‐se essencial agora utilizar da melhor forma a informaçao recolhida, na criaçao de um modelo conceptual de pesquisa de tendencias baseado nesta metodologia e com um objectivo muito pratico ‐ geraçao de inovaçao.
Chegou‐se a conclusao tambem, que o coolhunting actualmente e praticado por uma linha de pensamento condutora das actividades da maioria destes proZissionais e que e adoptada de forma personalizada por cada um deles.
Nesse sentido, ha a necessidade de criar uma metodologia que nao seja rıgida, dadas as caracterısticas volateis da actividade em si, e essencialmente processual ‐ baseada sim, em etapas e passos como se de um mapa de pesquisa se tratasse, meramente para orientar o coolhunter na sua actividade sem deixar que a criatividade do mesmo e versatilidade sejam comprometidas pelo processo metodologico, sendo que o sucesso do trabalho depende da competencia do coolhunter e dos seus conhecimentos.
5.2. Etapas processuais do modelo
Assim optou‐se por estruturar o metodo em sete etapas e algumas destas estruturadas em fases, adequadas a duas perspectivas diferentes : a de uma deZiniçao metodologica a implementar quando se pretende inovar num negocio ja existente e por outro lado, quando se pretende criar um potencial negocio que possua o factor cool.
Numa perspectiva de inovaçao de um negocio ja existente e como todas as pesquisas a serem efectuadas no ramo da moda, inicialmente e necessario deZinir o seguinte: a pesquisa da marca do cliente, deZiniçao dos objectivos da pesquisa, selecçao dos canais de pesquisa elaboraçao do roteiro de pesquisa, o trabalho de campo (realizaçao da pesquisa), analise e selecçao dos dados e por ultimo elaboraçao da entrega da pesquisa e proposta de inovaçao aos clientes. Cada etapa apresenta objectivos e requisitos de implementaçao diferentes e encontra‐se subdividida em varias fases ou actividades que, no seu conjunto permitem que os objectivos globais sejam atingidos.
Numa perspectiva de inovaçao de um potencial negocio, torna‐se importante e essencial rumar ao campo da observaçao local e mundial, focalizando‐se nos valores e comportamentos sociais; numa segunda fase procede‐se a interpretaçao sociologica dos mesmos tendo presentes macro‐tendencias e micro‐tendencias, tendencias de design, de estetica, consumo, comunicaçao e distribuiçao. Apos a analise da informaçao obtida e confrontada com
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informaçao ja existente quer por parte de agencias, de coolhunters independentes ou cult researchers, torna‐se necessario deZinir em modo laboratorial, o socio‐culturalismo que se vive, ou o tambem chamado, zeitgeist do momento. Apos essa etapa, segue‐se para a criaçao do conceito ou ideia de negocio e o respectivo target para so depois se passar para um planeamento estrategico arquitectado com vista a criaçao de um negocio inovador.
No entanto, a estrutura base permanece igual para ambas as perspectivas, inspirada no modelo proposto e analisado pelo metodo delphi e tambem na melhor das condutas levadas a cabo pelas agencias estudadas na presente dissertaçao.
O metodo criado para o efeito, o W6 (WHAT, WHO, WHERE, WHEN, WHY, WOW) ainda que seja um modelo simples de se seguir e desenvolvido com base no investigado na presente tese, pretende ser um referencial para o coolhunter tanto na pre‐fase de pesquisa, como no trabalho em campo e ainda na aplicaçao do mesmo a realidade corporativa. O modelo e composto e deZinido pelas etapas que se sucedem:
Figura 4 ‐ Modelo W6 © Todos os direitos reservados, Diana V. Carriço (2012)
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WHAT
Esta etapa refere‐se a deZiniçao do objecto de estudo em causa. E^ necessario proceder‐se a um planeamento de cenario, estudando case studies semelhantes na area ou no negocio em causa que possam servir de inspiraçao. Escolher o melhor caso e o pior caso da area podem ajudar a desenvolver ideias e metodologias de trabalho para o negocio em causa.
Deve conter as informaçoes basicas sobre a empresa, produtos, publico‐alvo, imagem da marca, o seu historico e propostas de valor. E^ necessario o conhecimento da marca para elaboraçao da proposta de pesquisa para realiza‐la de maneira mais eZicaz, uma vez que na hora da entrega da pesquisa o coolhunter tera que adaptar as tendencias identiZicadas ou validadas a realidade da empresa. Conhecer e entender o consumidor da marca, obter um breve historico sobre o produto em causa e o consumidor com suas principais caracterısticas e imprescindıvel, para saber se a relaçao entre marca‐consumidor e a mais adequada. Caso contrario, o coolhunter podera dar a sugestao de uma re‐orientaçao de publico‐alvo ou de produtos direccionados ao publico que gostariam de atingir. Depois destas informaçoes deve‐se recolher informaçoes sobre a(s) linha(s) de produtos da empresa; caracterısticas dos produtos e os elementos de diferenciaçao da marca (exemplo: qualidade, duraçao, conforto, ergonomia, acabamento, valor agregado, familiaridade com o consumidor, entre outros). Estas informaçoes sao importantes para o coolhunter saber o tipo de produto realizado pela empresa e ter veriZicar se o publico‐alvo esta sintonizado com os produtos oferecidos pela empresa.
WHO
Na etapa WHO, e essencial uma analise macro a todos os agentes envolvidos (coolhunters, agencias, clientes, targets,entre outros), pontos de interacçao (touchpoints) e de todos os drivers inZluentes num ambiente macro (ambiente cultural, economico, civil, social, politico, tecnologico, ambiental, etico, competitivo e os chamados ‘known unkowns’3) bem como os grupos inZluentes e relacionados com a propagaçao de tendencias nomeadamente: Jovens, Designers, Celebridades, Artistas, Culturas e tribos alternativas, Homossexuais, Classes sociais elevadas, e outras subculturas interessantes e com style‐oriented mindsets (VEJLGAARD, 2008).
WHERE
A etapa WHERE, refere‐se a deZiniçao de espaço/local deZinido para a orientaçao de pesquisa ‐ ofMline, online e de campo.
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3 Citação de Donald Rumsfeld: There are known knowns; there are things we know that we know. There are known unknowns; that is to say there are things that, we now know we don't know. But there are also unknown unknowns – there are things we do not know, we don't know.
Consiste em fazer uma analise dos canais de pesquisa escolhidos, observando‐os ofMline, online e em campo. DeZinir horarios onde se podera encontrar o foco da pesquisa, anotar as ruas e locais trendy. Posteriormente, sera entao realizada a pesquisa nos canais escolhidos pelo coolhunter. Estes canais serao escolhidos de acordo com o tipo de empresa, tipo de estudo em causa e budget disponıvel. O mapa de pesquisa devera especiZicar o tipo de pesquisa em cada canal e tambem o tempo de duraçao da pesquisa, mapeamento do local a ser estudado, websites importantes, entre outros recursos que sejam pertinentes.
No decorrer desta fase, o coolhunter deve observar alguns pontos principais como o comportamento da subcultura, padroes de acçoes, traços semelhante e traços diferentes no comportamento, mas tambem na forma estetica de vestir, possıveis mudanças na sociedade atraves de sinais pertinentes como o vestuario, alimentaçao, bebida, musica, assuntos que fazem parte das suas conversas, atitudes perante o seu grupo e a sociedade em geral ‐ um pouco um genero de espionagem urbana sem ser um agente activo e baseando‐se numa fase inicial apenas na observaçao e registo.
Outras formas de registo sao a fotograZia, sendo uma optima maneira de retratar os sinais captados, o comportamento e atitude dos observados, mantendo informaçoes relevantes anotadas e situaçoes observadas (sempre com data e hora), “contar” a historia do que esta a observar pode auxiliar na hora da interpretaçao dos sinais captados, fazer desenhos, escrever musicas: podem auxiliar na elaboraçao e interpretaçao das futuras tendencias, recolher de materiais que possam ser uteis: revistas, cartazes, materiais que possam auxiliar a interpretaçao das futuras tendencias. A escolha dos materiais de recolha de informaçao depende tambem em muito do proprio perZil do coolhunter (designer, musico, gestor, fotografo, entre outros). Apenas sera aceitavel, do ponto de vista metodologico numa pesquisa de coolhunting, a interacçao do proprio com os observados, caso o estudo em questao necessite de uma conZirmaçao oZicial de determinados insights obtidos, de forma a nunca comprometer uma metodologia que tem como objectivo nao ser intrusiva e portanto nao deixar de obter informaçoes mais reais e concretas que tanto caracterizam o coolhunting.
WHEN
Na etapa WHEN e deZinido o espaço temporal de acçao em que o projecto se insere, sao determinados os deadlines do projecto Zinal, bem como o espaço temporal de interesse em termos de utilizaçao de certas tendencias em que normalmente se utiliza o espaço de acçao contemporaneo. No entanto, para alguns casos e necessario remontar a tendencias que ja se encontram inseridas na sociedade ha mais tempo. A boa deZiniçao da etapa WHEN e essencial uma vez que quanto mais disperso no espaço temporal a pesquisa se enquadrar, menor a qualidade da pesquisa em si. Deve haver um foco na epoca mais relevante para o estudo em causa, de forma a serem produzidos insights e conteudos de interesse.
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WHY
Na etapa WHY, o coolhunter deve fazer uma selecçao dos sinais que realmente poderao inZluenciar futuras tendencias e fazer uma analise dos mesmos criando assim uma base de dados. A interpretaçao destes sinais e provavelmente a fase mais importante da pesquisa. A primeira fase e a selecçao, e esta deve ser feita porque durante a pesquisa sao recolhidos muitos dados, mas nem todos poderao contribuir para a antecipaçao/previsao ou conZirmaçao de actuais tendencias. Nesta fase o coolhunter deve reunir todos os dados recolhidos nas suas pesquisas e fazer uma analise de quais sao os mais adequados e importantes para o caso de cada cliente e fazer uma montagem dos sinais encontrados na pesquisa. Na segunda fase, o coolhunter devera utilizar o material seleccionado e interpreta‐lo para logo apos iniciar a montagem da entrega da pesquisa ao cliente. Deve‐se escrever e arquivar informaçao sobre os sinais captados mais importantes e que podem marcar possıveis mudanças em certos sectores, mas tambem concretizar uma completa analise e interpretaçao destes mesmos sinais e confronta‐los com as tendencias, chegando a conclusao de quais inZluenciarao o mercado de forma mais signiZicativa.
Aqui o coolhunter utilizara a selecçao feita e com ela deve escolher o que ira propor a empresa. Este trabalho de interpretaçao e, portanto, indispensavel e no momento da interpretaçao o coolhunter deve conseguir fazer a distinçao entre uma fad (fenomeno temporario e superZicial) e uma tendencia (normalmente associado a expressoes de mudanças mais profundas). As tendencias a serem analisadas e inseridas no estudo devem ser tanto macro (economicas, sociais, polıticas etc.) como micro (estetica, comunicaçao, consumo, distribuiçao e design).
WOW
O Ponto WOW e o responsavel pela criaçao de inovaçao ‐ o chamado factor cool do negocio. Sendo este um dos pontos principais pela diferenciaçao deste metodo e tao caracterıstico do coolhunting, e subdividido nas varias etapas que se apresentam de seguida:
WOW1 ‐ Incubadora de ideias
Nesta etapa, e feita uma primeira observaçao de sinais previamente seleccionados como sendo os mais importantes para o caso. O investigador / coolhunter, faz as primeiras interrogaçoes sobre o que podera ser interessante desenvolver, gerando as primeiras ideias e sketches. E ainda uma fase para o coolhunter por a sua propria intuiçao em funcionamento, uma vez que o processo de coolhunting permite o coolhunter actuar de acordo com a sua experiencia e intuiçao sendo tambem esses factores essenciais e de acrescimo de valor a propria pesquisa. Apos a geraçao de ideias / brainstorming aparece a fundamentaçao das
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mesmas, isto e, a selecçao das melhores e das que sao realmente inovadoras para o projecto em causa.
WOW2 ‐ Prototipagem
Nesta segunda etapa, o objectivo e colocar em pratica as ideias geradas na etapa anterior ‐ a prototipagem das mesmas. As tecnicas que podem ser utilizadas neste ponto como auxılio a implementaçao‐teste das ideias, sao as seguintes:
‐ Contextual interviews: em determinados casos apenas, em que o projecto requeira um aprofundamento e contacto mais proximo e intrusivo, podem‐se efectuar entrevistas com potenciais clientes‐tipo;
‐ Journey maps / Blueprints: mapeamento das jornadas dos potenciais clientes, como se comportam, habitos e necessidades; e uma ferramenta operacional que permite a descriçao da natureza e caracterısticas de determinados movimentos sociologicos / antropologicos; todos os touchpoints e processos de backstage sao documentados e alinhados com a experiencia do usuario;
‐ A day in the life: Documentaçao audio‐visual do dia de potenciais clientes;
‐ Persona: Criaçao de uma personagem Zictıcia que representa o potencial consumidor e que possui determinadas caracterısticas de um grupo social existente. As Personas apresentam determinados atributos caracterısticos de uma faixa etaria, social, demograZica, necessidades, habitos, desejos e backgrounds culturais.
‐ Expectation maps: Sao mapas em que se podem visualizar expectativas de pessoas em relaçao a determinado produto / serviço a ser desenvolvido;
‐What if: Criaçao de varios cenarios e ideias alternativas aos ja deZinidos;
‐ Story boards: amostragem de historias hipoteticas e varios cursos alternativos que derivam do What if;
‐ Customer lifecycle maps: veriZicar o ciclo de vida de determinados consumidores tipo, muito util quando se pretende veriZicar como estimular determinado consumidor tipo.
WOW3 ‐ Implementação
Esta etapa consiste na criaçao de uma proposta de inovaçao para determinada area em estudo para o cliente e respectiva organizaçao da pesquisa para apresentaçao ao cliente, sendo este o resultado da pesquisa realizado. Na proposta, o coolhunter deve ter em conta todos os pontos anteriores abordados, apresentando uma proposta coordenada e Zluida. Em termos de apresentaçao, o projecto deve ter recurso as novas tecnologias e eventualmente sketchbooks com recursos a materiais, recortes e fotograZias dando uma visao fısica e tentando
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transmitir as empresas alguns conceitos praticos e reais. Gravaçoes audio‐visuais sao uma forma de complementar os itens descritos acima, pois a empresa podera visualizar o contexto do que foi estudado e assim podera entende‐lo melhor; a elaboraçao de vıdeos explicativos sobre o estudo, apresentaçoes em multimedia sao altamente recomendadas, uma vez que se tornam dinamicas e graZicas para melhor compreensao automatica do cliente, em especial a apresentaçao da etapa da prototipagem que acrescenta valor pratico ao projecto.
Numa perspectiva de criaçao de um potencial negocio, para alem da elaboraçao do plano de negocio em si, tendo em conta o modelo ‘Business Model Canvas’ de Alexander Osterwalder (ver anexo 1), deve‐se inserir no mesmo todo o modelo W6 como proposta de acrescimo de valor ao ja apresentado.
WOW4 ‐ Aprendizagem / Feedback
Por Zim, neste ultimo ponto da aprendizagem, o feedback nao so do cliente como tambem do sucesso da implementaçao do modelo ‐ estando interligado com o feedback do consumidor Zinal ‐ e um ponto essencial para se poder efectuar uma analise do que pode ser melhorado e monitorizaçao de toda a implementaçao das ideias.
E^ aqui tambem que as ferramentas web ganham mais importancia e relevancia, sendo uma optima ferramenta para interagir com todos os intervenientes, podendo assim obter um feedback quase em tempo real.
Note‐se que o essencial neste ponto e que as ideias para que sejam implementadas com sucesso, estejam sintonizadas com todos os pontos W deZinidos anteriormente, nomeadamente o background em q s inserem, os drivers que podem impulsionar ou nao essas mesmas ideias, qual o impacto que tem conjuntamente com as consequencias que daı possam advir e qual o futuro que se preve.
5.3. Fórmula protótipo
5.3.1 DeFinição do peso percentual de cada vértice do modelo W6
Naturalmente que, cada vertice constituinte do hexagono (leia‐se, as seis premissas W), assume um peso particular e especıZico, no modelo desenvolvido.
Embora o exercıcio proposto se relacione directamente com questoes de natureza subjectiva, e absolutamente necessario criar um “mecanismo” que tenha a capacidade de responder de um modo eZicaz, sob duas perspectivas: por um lado, conseguir consubstanciar o compromisso de um projecto, ou seja, analisar o seu grau ou nıvel de sucesso/insucesso.
Por outro lado, oferecer a area em estudo, nao apenas um maior sentido de concretizaçao, como tambem maior clareza e objectividade, na leitura das problematicas adjacentes a projectos ligados a tendencias e inovaçao.
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Nesse sentido, apos uma analise meticulosa em torno de todas as variaveis imprescindıveis no modelo de Coolhunting, e depois de esgotado um conjunto signiZicativo de hipoteses, chegou‐se a formula que, pensa‐se ser a expressao que caracteriza com maior propriedade, a probabilidade de sucesso de um projecto que vise a participaçao de um Coolhunter.
Para tornar claro o peso individual de cada W, decidiu‐se atribuir diferentes valores percentuais a cada um dos seis domınios representativos do modelo adoptado. De notar que os valores percentuais foram deZinidos com base no feedback obtido nas rondas do metodo Delphi, sendo que o WHO apresenta um valor elevado (20%) por se considerar que sem uma boa analise dos sinais obtidos a qualidade do modelo pode ser colocada em causa e consequentemente toda a proposta de inovaçao ‐ WOW (40%) ‐ resultante da sequencia da analise do ponto WHO.
Com efeito, deZiniu‐se da seguinte forma:
WOW 40%
WHY 20%
WHO 10%
WHAT 10%
WHERE 10%
WHEN 10%
A partir dos valores percentuais deZinidos, facilmente se conclui que o ponto WOW assume contornos importantes na designaçao do proprio modelo, visto que na pratica, os 40% representam um valor muito proximo da metade de todo o modelo deZinido. Tal facto, explica‐se pela constituiçao da “grandeza” referida.
De notar que WOW, divide‐se em quatro subnıveis. Sao eles:
WOW1 ‐ 10%
WOW2 ‐ 10%
WOW3 ‐ 10%
WOW4 ‐ 10%
Tomando em consideraçao que o tema em estudo, se prende com o Coolhunting como metodologia de pesquisa de tendencias e gestao de inovaçao, pretende‐se privilegiar o chamado factor cool, e consequentemente o peso de inovaçao do projecto, sendo tambem um dos pontos mais referidos pelos experts participantes no estudo.
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A este nıvel, faz todo o sentido que, individualmente, a incubaçao e prototipagem de ideias, bem como a implementaçao das mesmas e respectivo feedback, assumam um peso equivalente ao objectivo do projecto (What), ou ate mesmo a deZiniçao do seu espaço temporal de acçao (When). Estes pontos cujo peso percentual se mantem nos 10% (Who, What, When e Where) sao considerados pontos meramente ‘orientadores’ da pesquisa, pelo que qualquer potencial desvio na deZiniçao dos mesmos, apenas levara a conclusoes diferentes e consequentemente um projecto inovador igualmente diferente, pelo que nao representam um peso tao elevado quando se avalia a qualidade de um projecto.
Why, assume o segundo maior peso percentual, por ser o “vector” que se relaciona com as ilaçoes retiradas a partir dos sinais observados uma vez que a interpretaçao dos mesmos e um ponto fulcral para a qualidade Zinal do projecto apresentado.
Convem referir que, nao se pretende em qualquer circunstancia negligenciar ou colocar em segundo plano, a importancia das restantes caracterısticas citadas, sendo que estas tem uma funçao de orientaçao ao passo que as restantes com peso maior (Why e Wow) uma funçao de analise e criaçao.
Em todo o caso, as interpretaçoes dos dados obtidos, reunem maior relevancia para a resposta que se pretende efectivar, ou seja, a determinaçao de um modelo de sucesso.
A variavel V, corresponde ao somatorio percentual de cada um dos seis vertices do modelo deZinido.
Para simpliZicar ao maximo possıvel a formula que se pretende originar, decidiu‐se contextualizar as percentagens acima indicadas, para uma escala que corresponde ao intervalo [0...10].
Quer isto dizer que a cada valor percentual, correspondera um numero real , previsivelmente positivo.
O numero 10, representa o chamado modelo ideal, em que todos items que deZinem o hexagono, atingem o seu maximo valor.
Ao numero 5, correspondera uma percentagem de 50%.
Novamente, para tornar Zlagrante o peso que cada vertice pode assumir, explicitaram‐se os valores percentuais possıveis (leia‐se, intervalos admissıveis) de cada W.
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A tıtulo de exemplo, se numa dada analise de um modelo, Who= 8%, evidentemente que no somatorio, para esse vertice especıZico entrarao os 8%.
Os pesos acima deZinidos para cada W, sao considerados como pesos limite/maximos.
Nenhum vertice tem de assumir necessariamente o seu peso percentual maximo, competindo ao Coolhunter, na determinaçao do valor, analisar criteriosamente as 6 premissas que deZinem o modelo, e atribuir o peso, que considerar sensato e realista.
Posto isto, e para efeitos concretos,
5.3.2 Variável CoolHunter
Depois de deZinidos os diferentes pesos percentuais do modelo a implementar, e importante enfatizar uma variavel, que se relaciona com a eventual capacidade de um dado projecto atingir patamares superiores, em termos de qualidade e excelencia.
Sendo CH = Coolhunter, E= Experiencia, PA= Pro‐Actividade e D= Diversidade
Basicamente, a variavel corresponde ao somatorio das tres valencias que mais evidenciam um Coolhunter ‐ Experiencia, Pro‐actividade e Diversidade (conhecimento academico e proZissional de diversas areas para alem da moda). De notar que as caracterısticas foram registadas como sendo as fundamentais atraves essencialmente do feedback da Ronda I do metodo de Delphi.
Posteriormente, quando se apresentar a formula prototipo, tornar‐se‐a Zlagrante a importancia da variavel, atendendo que a mesma assume um factor exponencial, ou seja, tem a capacidade de potenciar a qualidade de um projecto.
Nota suplementar: As variáveis PA e D apenas podem assumir dois valores possíveis, 0 ou 1.
Por defeito, assume‐se que todos os Coolhunters reunem valores mınimos de experiencia, quando decidem abraçar projectos desta natureza.
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Por esse motivo, do ponto de vista estritamente analıtico, o somatorio acima descrito resume‐se a:
A imposiçao unitaria, salvaguarda a impossibilidade da variavel Coolhunter assumir
valores nulos. No cenario ‘pessimista’, isto e, em que o Coolhunter apenas possui experiencia, CH
sera igual a unidade.
5.3.3 Fórmula deFinida
A formula deZinida para aferir a qualidade (Q) do modelo e a seguinte:
No fundo, por todas as razoes anteriormente explicadas, pode‐se simpliZicar :
Pensando no modelo ideal, ou seja, em que V[0...10] = 10, Q podera apresentar tres valores
distintos.
A formula obtida da enfase a propriedade que a variavel Coolhunter (CH) tem, no que diz respeito a capacidade de potenciar a qualidade de um projecto.
No caso do Coolhunter reunir na perfeiçao, as tres caracterısticas, signiZica que o proprio modelo ideal podera ser potenciado.
Da mesma forma, na eventualidade do modelo assumir valores medianos, isto e, V= 5, e o Coolhunter possuir experiencia e pro‐actividade, Q = 5 1+1+(0) = 25
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Por outro lado, mesmo que o modelo seja absolutamente fantastico (leia‐se, modelo ideal com V=10), caso o Coolhunter apenas possua experiencia, signiZica que Q = 10 1+1+(0) = 10 .
Estes dois exemplos, ilustram na perfeiçao, a importancia que as caracterısticas de um coolhunter assumem.
Pensando no modelo W6, de nada vale todos os vertices do hexagono assumirem pesos maximos, se o Coolhunter nao tiver a capacidade de acompanhar a excelencia do modelo, dando enfase mais uma vez a importancia das caracterısticas do proprio Coolhunter em todo o processo.
Nota Minal:
Numa fase inicial, ainda se ponderou incluir factores associados ao tempo do projecto,
pensando numa lógica de tempo de maturação/concretização do mesmo. No entanto, atendendo
que diferentes projectos exigem diferentes dinâmicas, diferentes prazos e diferentes lógicas de
raciocínio, julga‐se não fazer qualquer sentido incluir uma variável associada ao tempo que
tenha inMluência no resultado Minal da fórmula, que visa a medição da qualidade do modelo
implementado num projecto.
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Conclusões
O trabalho de pesquisa mostrou‐se bastante desaZiador por se debruçar sobre um tema actual e, por tal facto, nao existir ainda informaçao de qualidade e credıvel estruturada de forma adequada. No entanto, ao se proceder a fase de pesquisa, nao houve propriamente diZiculdade na obtençao de informaçoes quer de coolhunters e mesmo de empresas, uma vez que a propria investigadora trabalha directamente na area e portanto, tem facilidade de acesso a informaçao necessaria.
Houve ainda limitaçoes relativamente a aplicaçao do metodo de Delphi, nomeadamente: a existencia apenas de perguntas de resposta aberta nos questionarios, que acaba por diZicultar o trabalho do investigador na analise dos dados, ainda que tenha sido feito propositadamente tendo em conta a natureza do estudo; a diZiculdade de avaliar com precisao o grau de especialidade do participante ‐ para posteriormente na analise de respostas poderem ser consideradas mais ou menos relevantes; e uma vez que o estudo se baseou essencialmente na utilizaçao de experts a nıvel internacional e nacional, o estudo acaba por Zicar ‘limitado’ ao conhecimento dos mesmos.
Quanto a perspectivas de investigaçao futura, esta area de estudo beneZiciaria de futuros trabalhos relativos a aplicaçao desta metodologia noutras areas de estudo que nao a moda, percebendo ou nao de que forma o modelo apresentado especiZicamente para o sector da moda pode ser bem incorporado em qualquer outra area. Ainda numa perspectiva de desenvolvimento do tema da moda, e tambem importante desenvolver estudos sobre etnograZia adaptada ao mundo da moda ou gestao da inovaçao no sector em questao, de forma a poderem constituir fontes de pesquisa credıveis e poderem ser associadas ao estudo do cool hunting, uma vez que tambem ha escassez deste tipo de informaçao na comunidade cientıZica.
Seria importante ainda que estudos futuros procurassem abranger um maior numero de coolhunters e de agencias com outra metodologia de recolha de dados. Alem disso, seria tambem pertinente que futuros trabalhos implementassem o modelo criado no presente estudo em determinadas empresas e veriZicassem pontos positivos e negativos, incorporaçao de novos drivers na formula caso o ambiente assim o justiZique e no desenvolvimento do modelo em pratica podendo contribuir assim para o melhoramento e aprofundamento do tema em analise.
E^ essencial ainda que em futuras pesquisas se aprofunde mais o proprio modelo e se valide com um maior numero de especialistas, nao tendo sido possıvel obter feedback dos dezasseis participantes iniciais, na IV ronda, pelo que apenas nove conseguiram validar o modelo criado.
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Depois de enunciadas algumas limitaçoes vividas aquando do processo de recolha de informaçoes e pesquisa, e convenientemente rematadas com um quadro de sugestoes numa perspectiva de potenciar modelos futuros, torna‐se imperativo enfatizar, nao apenas a natureza subjectiva do metodo operacional do coolhunter, como tambem as aplicaçoes e tecnicas adjacentes a qualquer tipo de captaçao e/ou validaçao de tendencias. Nesse sentido, importa ressalvar de um modo transversal, as tarefas e valencias do coolhunter.
O coolhunter usa um metodo de trabalho que e necessariamente subjectivo: trabalha com base na observaçao do meio ambiente, na descodiZicaçao das sinais, ou seja, capta o que considera relevante para atingir os objectivos dos seus clientes ou simplesmente capta insights relevantes que possam ser considerados para futuras ideias de negocio. Na realizaçao do trabalho tudo passa pela sua interpretaçao, visao (antecipaçao), percepçao (captaçao de sinais, registo, interpretaçao e contextualizaçao) e posterior comunicaçao. As bases do trabalho sao as capacidades e talentos individuais muito especıZicos do coolhunter.
A aplicaçao, pelo coolhunter, das teorias, metodos e tecnicas da antropologia tem possibilitado uma maior precisao na recolha de informaçao e sua interpretaçao. A utilizaçao dos princıpios da etnograZia e particularmente relevante no uso do coolhunting e em especial no negocio da moda. Tal possibilita uma pesquisa mais qualiZicada, pois o consumidor e observado e interpretado nos diferentes aspectos, considerando as suas actividades diarias, o seu ambiente de trabalho e lazer, o seu convıvio social, assim como sua personalidade e princıpios.
Ter um olhar etnograZico e fundamental para captar, interpretar e validar ou construir futuras tendencias. Esta necessidade de multidisciplinaridade e caracterısticas especiZicas, ja citadas, sao extremamente necessarias, fazendo com que esta pesquisa seja eZicaz, se realizada por proZissionais com as competencias necessarias.
A interacçao destas areas favorece tanto o coolhunter como as empresas. O primeiro consegue desenvolver e interpretar melhor as suas pesquisas, conhecer os pequenos grupos e movimentos que estao na origem ou difusao das novas tendencias. As empresas recebem dados mais compilados, analisados e estudados segundo varios angulos, e nao apenas segundo uma perspectiva de moda, o que facilita o desenvolvimento de novos produtos a partir do conhecimento obtido directamente junto dos consumidores responsaveis pela emergencia das novas fads ou tendencias. Sendo assim o coolhunting mostra‐se muito eZicaz e rapido, devido a recolha permanente, tanto na fase da pesquisa quando na entrega da pesquisa Zinal ao cliente.
O modelo criado W6 no presente estudo, torna‐se importante, uma vez que o coolhunter tera um aporte teorico‐pratico para realizar as suas pesquisas por meio de passos
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subsequentes. Da mesma forma, facilitara ao explicar ao cliente como a pesquisa sera realizada e entregue, formalizando e credibilizando a pratica de coolhunting. E^ ainda de frisar que nao se pretende, no entanto, que o modelo se torne estanque, uma vez que e uma actividade que depende de muitos factores, seja o negocio em causa, seja o proprio perZil de coolhunter, mas sim criar um metodo processual de forma a que permita ao coolhunter ser guiado e focalizar‐se nos aspectos mais relevantes da pesquisa. Dando tambem asas ao proprio coolhunter para que este seja livre de acrescentar ou modiZicar processos, sem que o objectivo Zinal seja comprometido ‐ uma especie de mapa do tesouro em que o X remonta ao objectivo Zinal do coolhunter e todo o caminho trilhado no mapa (metodo deZinido na presente tese) possa servir de um guia para o melhor caminho a seguir sem desvio de atençoes para o acessorio e mantendo‐se focalizado no que e essencial numa pesquisa desta natureza.
O W6 pretende ser uma mais valia e contribuir de forma inovadora para a comunidade nao so empresarial como tambem academica uma vez que na presente dissertaçao se procurou criar o que se pode chamar de modelo pioneiro que integra caracterısticas de pesquisa e observaçao com criatividade, inovaçao e ainda a caracterıstica quantitativa que deriva da formula criada e que pretende avaliar a qualidade do modelo W6 quando implementado num projecto. A criaçao tanto do modelo W6 como da propria formula de avaliaçao de qualidade do modelo implementado, tenta assim responder ao problema inicial de investigaçao da presente tese ‐ “Como fazer do Coolhunting uma metodologia de pesquisa de tendencias estruturada e valida com aplicabilidade pratica na gestao da inovaçao no sector da moda?”.
Por Zim, e importante destacar que o trabalho do coolhunter nao começa e acaba na etapa de pesquisa em campo como e geralmente designado. E necessario um trabalho previo de consultoria e tambem posterior para se monitorar o sucesso da aplicaçao do modelo em pratica. So assim, se consegue obter um trabalho de qualidade, qualiZicando o coolhunter como um proZissional e agente da mudança e inovaçao, sendo ele tambem o verdadeiro responsavel por potenciar e acrescentar qualidade a um projecto ou nao.
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‐ VEJLGAARD,H., ‘Anatomy of a trend’. McGraw‐Hill, 2008
‐ VOLONTE^, P. (ed), La creativita diffusa. Culture e mestieri della moda oggi. FrancoAngeli, Milano.
79
DELPHI EXPERT CONSULTATION
ROUND I (Pre-test)
This questionnaire is part of a master degree research thesis, entitled: Cool Hunting as a trend research
methodology and innovation management tool in Fashion Business. This research is being conducted as a
Delphi Expert Consultation study in three rounds (with feedback to participants after each round). This is the
first round and feedback will be sent at the second round as a quick summary and after the third round in a
more extensive form.
It is expected to receive your completed questionnaire before the 12th of February by email sent to
81
PROTOCOL AND NOTES FOR PARTICIPANTS
About this Master Thesis
This Delphi Expert Consultation study is part of the research work of Diana V. Carriço, a student of Instituto Português de
Administração de Marketing based in Porto which master degree thesis theme is: Cool Hunting as a trend research
methodology and innovation management tool in Fashion Business.
The aim of the the research is to understand what drives cool hunting as a successful professional and academic trend
research methodology, how can the outputs originated from a cool hunting approach can turn into real innovation applied
to the fashion market and businesses.
The objective is to develop a real cool hunting methodology, based in the outcomes from experts from all over the world
who work in several fields but are aware of ‘what’s the next big thing’, in order to turn the cool hunting practice into a
professional and academic trend research methodology which the main purpose relies on improving the performance of
existing fashion businesses and generate / manage real innovation, either in business, products, services or processes.
About the Delphi Expert Consultation
Delphi is a robust research methodology with a substantial literature to support it. The Delphi approach involves
identifying experts and obtaining their views anonymously. This provides qualitative and quantitative information on expert
views. This present Delphi consultation exercise will involve three rounds with experts on the areas of study.
In Round One experts will be sent a short list of open ended questions designed to gain their views about the key issues
relevant to their area of expertise. The responses are analysed, summarised and then – in Round Two - feed back
anonymously to the group of experts for further comment. Using a rating scale, experts will be asked to rank their level of
agreement with the issues identified in Round One. The results are synthesised again and circulated again – in a third
round - in order to identify areas of consensus among the experts.
About Your Contribution
You are invited to contribute to the first portuguese academic study about the benefits of cool hunting in trend
researching and as an innovation management tool applied to fashion business. Only expert people in certain fields,
considered to represent part of a certain population opinion, were considered to be part of this study.
Participation in this Delphi consultation will involve you giving us the benefit of your expertise by taking part in each of the
Delphi consultation rounds. This will involve completing three questionnaires, sent to you over a period of about a month.
The questions in the first round will ask you to give us your views based on your knowledge and experience obtained
through research, study, practice or personal experience in your particular area(s) of expertise. If you have relevant
knowledge, we would like you to tell us about the state of academic evidence, but it is equally important that we are told
about policy and practice based challenges and successes and what works for you in your professional life. Please answer
the questions as fully as possible.
Please indicate by ticking the appropriate box(es) on page one of this questionnaire in which areas you have expertise. If
you have expertise in more than one, or possibly all of these areas, we encourage you to answer as fully as possible all
the questions with reference to all your areas of expertise.
Your answers can be as long as you want: the electronic boxes will expand to any length. If you are completing this
questionnaire in paper copy, please continue on separate sheets and attach these to the questionnaire if necessary.
The success of the Delphi will be dependent upon the quality of answers people provide for this first round of the
consultation. We would like you to support your answers with examples and evidence where relevant and possible.
82
If you are unable to answer or would prefer not to answer certain questions in this questionnaire then please could you
indicate your reasons by ticking the relevant item under each uncompleted question (eg ‘do not wish to answer’, ‘do not
know the answer’, ‘not applicable to my experience’). This will help in my analysis of results and feeding back to
participants in the next Delphi round.
Results
A final report on the Delphi findings will be produced. The findings will also be published in relevant academic and
practitioner journals. A final report of the findings will be sent to all Delphi participants at the end of the project as well as
an invitation to attend the final presentation of the master thesis.
A Unique Opportunity
This is a unique opportunity for you to directly influence policy and practice in these areas. Conversely, this is a unique
opportunity for fashion market and other subjects of study to benefit from your knowledge and expertise.
Please take this opportunity to feed into the Delphi Round One everything I need to know about your areas of expertise in
order to ensure that this study is relevant from an academic and professional point of view.
I thank you in advance for your commitment and willingness to contribute in this way. Subsequent consultations in
Rounds two and three of the Delphi will be less time consuming and less demanding.
Statement of Ethical Practice
The information taken from your questionnaires will be analysed to produce the interim and final report. Contributions
will be anonymised and no one involved in the consultation will be mentioned by name in any of the reports, or be
identifiable for other reasons.
1. Securing informed consent from participants
Information about the Delphi consultation will be given to each participant to enable them to give, or withhold consent, on
an informed basis.
There will be no formal consent form explaining the level of commitment, however it is expected from participants to be
committed to participate in the three rounds of the Delphi study. Despite the fact that it is highly desirable for participants
to be committed on the three rounds, each one has the right to withdraw their consent of participation and to stop at any
stage.
Participants can give partial or qualified consent and they may prefer to skip over and not answer a particular question.
2. Protecting the privacy and confidentiality of participants
The names, addresses and identifying details of participants in the Delphi consultation will remain totally confidential. No
other person will be allowed access to this information without securing first written consent from each participant.
3. Providing information on the outcomes of the Delphi consultation
Delphi participants will be given anonymised feedback on the findings at rounds 2 and 3 of the consultation. All
participants will also be sent a final report stating Delphi results.
Further Information
If you have any questions about the Delphi or need advice on completing this questionnaire please contact me by the
following means:
Telephone 00351 911920348
Skype dianavcarrico
Email [email protected]
83
--------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use-------
Id Checked
Entered
---
Before you answer these questions, it is important that you read the accompanying Notes for Participants.
Your individual responses to the Delphi expert consultation will be confidential and used anonymously. However, we need
you to put your name and contact details on your completed questionnaire so that we can contact you again to feed back
on the results in subsequent rounds of the Delphi, send you the final report and the official invitation to attend the final
presentation of the master degree.
Please Note: all information circulated to anyone other than yourself will be anonymised.
Name
Address
Please indicate all areas of your expertise.
[ ] Cool Hunting
[ ] Cult Researching
[ ] Marketing
[ ] Design
[ ] Fashion
[ ] Management
[ ] Economics
[ ] Anthropology
[ ] Ethnographic studies
[ ] Entrepreneurship
[ ] Innovation Management
[ ] Social behaviour & psychological studies
[ ] Trend Research & Forecasting
[ ] Other relevant ______________________________[please state which one(s)]
84
Round I - Delphi Questions
Please type within the electronic boxes. These will expand to take any amount of text. In hard copy you may continue your
answers on additional pages using as many as you like.
ADDITIONAL NOTE: There are no right or wrong answers as this is an expert panel and you may answer whatever your
opinion might be.
COOL HUNTING, TREND AND CULT RESEARCHING
1. Please describe what do you believe the definition of cool hunting is.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
2. What does it take for a cool hunter to be successful / What characteristics should a cool hunter have to succeed?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
3. What does it take to start a Cool Hunting research project? What steps should a cool hunter follow as a work
methodology?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
4. How should a cool hunter or trend researcher spot trends and interpret social change?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
5. What parts of the world today are the most fertile in terms of development and growth for the practice of cool hunting?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
6. How would do you create a cool hunting-oriented culture in a traditionally steeped organization?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
7. How do you think trend researching has changed in the last 12 years?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
8. In your opinion, what are the three rules of trend research that you consider to be the most important for a successfull
project?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
9. Do you think that there should be a global cool hunting methodology in order to uniformize the practice and give it more
academic credibility? Please explain your position.
85
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
DESIGN THINKING
10. Many authors have been writing that a design thinking approach when it comes to practice cool hunting can be a
successful complement. Do you agree? What are your thoughts on a design thinking approach when it comes to trend
research?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
FASHION
11. Why should fashion companies care about Cool Hunting?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
12. What do you think about the rising of fashion blogs? What are your expectations and/or concerns about it?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
13. In your beliefs, what is the future of fashion trends research?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
INNOVATION MANAGEMENT
14. Do you believe that cool hunting is directly connected with the capacity to innovate? If so, how can the coolhunting of
today translate into creative laboratories able to explore new concepts and generate innovation?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
15. How to originate ideas and create hypothesis that can lead to successful projects after cool hunting? How do you turn
research insights into innovation? You may give practical examples.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
16. What challenges do innovators will have to face in the future with an economic downturn?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
FUTURE PREDICTIONS
17. In your opinion, what is the future of cool hunting? How will it be shaped? How will trends be diffused in the future and
by who?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
86
18. Do you believe that cool hunting can be the job of the future?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
19. Do you think that nowadays companies, fashion or not, are well informed about the benefits of Cool Hunting? Should
cool hunting be a subject to explore in marketing, business and design schools? If so, what would be the best ways to
explore it? ( Eg. workshops, case studies, field study, etnographic research, etc. )
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
Thank you for your colaboration!
Round II will be send to you on 17th February with feedback included about first round results.
Any additional sugestions, concerns or requests feel free to share / ask: [email protected] .
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DELPHI EXPERT CONSULTATION
ROUND I
This questionnaire is part of a master degree research thesis, entitled: Cool Hunting as a trend research
methodology and innovation management tool in Fashion Business. This research is being conducted as a
Delphi Expert Consultation study in three rounds (with feedback to participants after each round). This is the
first round and feedback will be sent at the second round as a quick summary and after the third round in a
more extensive form.
It is expected to receive your completed questionnaire before the 12th of February by email sent to
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PROTOCOL AND NOTES FOR PARTICIPANTS
About this Master Thesis
This Delphi Expert Consultation study is part of the research work of Diana V. Carriço, a student of Instituto Português de
Administração de Marketing based in Porto which master degree thesis theme is: Cool Hunting as a trend research
methodology and innovation management tool in Fashion Business.
The aim of the the research is to understand what drives cool hunting as a successful professional and academic trend
research methodology, how can the outputs originated from a cool hunting approach can turn into real innovation applied
to the fashion market and businesses.
The objective is to develop a real cool hunting methodology, based in the outcomes from experts from all over the world
who work in several fields but are aware of ‘what’s the next big thing’, in order to turn the cool hunting practice into a
professional and academic trend research methodology which the main purpose relies on improving the performance of
existing fashion businesses and generate / manage real innovation, either in business, products, services or processes.
About the Delphi Expert Consultation
Delphi is a robust research methodology with a substantial literature to support it. The Delphi approach involves
identifying experts and obtaining their views anonymously. This provides qualitative and quantitative information on expert
views. This present Delphi consultation exercise will involve three rounds with experts on the areas of study.
In Round One experts will be sent a short list of open ended questions designed to gain their views about the key issues
relevant to their area of expertise. The responses are analysed, summarised and then – in Round Two - feed back
anonymously to the group of experts for further comment. Using a rating scale, experts will be asked to rank their level of
agreement with the issues identified in Round One. The results are synthesised again and circulated again – in a third
round - in order to identify areas of consensus among the experts.
About Your Contribution
You are invited to contribute to the first portuguese academic study about the benefits of cool hunting in trend
researching and as an innovation management tool applied to fashion business. Only expert people in certain fields,
considered to represent part of a certain population opinion, were considered to be part of this study.
Participation in this Delphi consultation will involve you giving us the benefit of your expertise by taking part in each of the
Delphi consultation rounds. This will involve completing three questionnaires, sent to you over a period of about a month.
The questions in the first round will ask you to give us your views based on your knowledge and experience obtained
through research, study, practice or personal experience in your particular area(s) of expertise. If you have relevant
knowledge, we would like you to tell us about the state of academic evidence, but it is equally important that we are told
about policy and practice based challenges and successes and what works for you in your professional life. Please answer
the questions as fully as possible.
Please indicate by ticking the appropriate box(es) on page one of this questionnaire in which areas you have expertise. If
you have expertise in more than one, or possibly all of these areas, we encourage you to answer as fully as possible all
the questions with reference to all your areas of expertise.
Your answers can be as long as you want: the electronic boxes will expand to any length. If you are completing this
questionnaire in paper copy, please continue on separate sheets and attach these to the questionnaire if necessary.
The success of the Delphi will be dependent upon the quality of answers people provide for this first round of the
consultation. We would like you to support your answers with examples and evidence where relevant and possible.
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If you are unable to answer or would prefer not to answer certain questions in this questionnaire then please could you
indicate your reasons by ticking the relevant item under each uncompleted question (eg ‘do not wish to answer’, ‘do not
know the answer’, ‘not applicable to my experience’). This will help in my analysis of results and feeding back to
participants in the next Delphi round.
Results
A final report on the Delphi findings will be produced. The findings will also be published in relevant academic and
practitioner journals. A final report of the findings will be sent to all Delphi participants at the end of the project as well as
an invitation to attend the final presentation of the master thesis.
A Unique Opportunity
This is a unique opportunity for you to directly influence policy and practice in these areas. Conversely, this is a unique
opportunity for fashion market and other subjects of study to benefit from your knowledge and expertise.
Please take this opportunity to feed into the Delphi Round One everything I need to know about your areas of expertise in
order to ensure that this study is relevant from an academic and professional point of view.
I thank you in advance for your commitment and willingness to contribute in this way. Subsequent consultations in
Rounds two and three of the Delphi will be less time consuming and less demanding.
Statement of Ethical Practice
The information taken from your questionnaires will be analysed to produce the interim and final report. Contributions
will be anonymised and no one involved in the consultation will be mentioned by name in any of the reports, or be
identifiable for other reasons.
1. Securing informed consent from participants
Information about the Delphi consultation will be given to each participant to enable them to give, or withhold consent, on
an informed basis.
There will be no formal consent form explaining the level of commitment, however it is expected from participants to be
committed to participate in the three rounds of the Delphi study. Despite the fact that it is highly desirable for participants
to be committed on the three rounds, each one has the right to withdraw their consent of participation and to stop at any
stage.
Participants can give partial or qualified consent and they may prefer to skip over and not answer a particular question.
2. Protecting the privacy and confidentiality of participants
The names, addresses and identifying details of participants in the Delphi consultation will remain totally confidential. No
other person will be allowed access to this information without securing first written consent from each participant.
3. Providing information on the outcomes of the Delphi consultation
Delphi participants will be given anonymised feedback on the findings at rounds 2 and 3 of the consultation. All
participants will also be sent a final report stating Delphi results.
Further Information
If you have any questions about the Delphi or need advice on completing this questionnaire please contact me by the
following means:
Telephone 00351 911920348
Skype dianavcarrico
Email [email protected]
91
--------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use-------
Id Checked
Entered
---
Before you answer these questions, it is important that you read the accompanying Notes for Participants.
Your individual responses to the Delphi expert consultation will be confidential and used anonymously. However, we need
you to put your name and contact details on your completed questionnaire so that we can contact you again to feed back
on the results in subsequent rounds of the Delphi, send you the final report and the official invitation to attend the final
presentation of the master degree.
Please Note: all information circulated to anyone other than yourself will be anonymised.
Name
Address
Please indicate all areas of your expertise.
[ ] Cool Hunting
[ ] Cult Researching
[ ] Marketing
[ ] Design
[ ] Fashion
[ ] Management
[ ] Economics
[ ] Anthropology
[ ] Ethnographic studies
[ ] Entrepreneurship
[ ] Innovation Management
[ ] Social behaviour & psychological studies
[ ] Trend Research & Forecasting
[ ] Other relevant ______________________________[please state which one(s)]
92
Round I - Delphi Questions
Please type within the electronic boxes. These will expand to take any amount of text. In hard copy you may continue your
answers on additional pages using as many as you like.
ADDITIONAL NOTE: There are no right or wrong answers as this is an expert panel and you may answer whatever your
opinion might be.
COOL HUNTING, TREND AND CULT RESEARCHING
1. Please describe what do you believe the definition of cool hunting is.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
2. What does it take for a cool hunter to be successful / What characteristics should a cool hunter have to succeed?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
3. What does it take to start a Cool Hunting research project? What steps should a cool hunter follow as a work
methodology?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
4. How should a cool hunter or trend researcher spot trends and interpret social change?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
5. What parts of the world today are the most fertile in terms of development and growth for the practice of cool hunting?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
6. How would do you create a cool hunting-oriented culture in a traditionally steeped organization?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
7. How do you think trend researching has changed in the last 12 years?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
8. In your opinion, what are the three rules of trend research that you consider to be the most important for a successfull
project?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
9. Do you think that there should be a global cool hunting methodology in order to uniformize the practice and give it more
academic credibility? Please explain your position.
>
93
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
DESIGN THINKING
10. Many authors have been writing that a design thinking approach when it comes to practice cool hunting can be a
successful complement. Do you agree? What are your thoughts on a design thinking approach when it comes to trend
research?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
FASHION
11. Why should fashion companies care about Cool Hunting?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
12. What do you think about the rising of fashion blogs? What are your expectations and/or concerns about it?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
13. In your beliefs, what is the future of fashion trends research?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
INNOVATION MANAGEMENT
14. Please, give your definition of Innovation.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
15. Do you believe that cool hunting is directly connected with the capacity to innovate? If so, how can the coolhunting of today translate into creative laboratories able to explore new concepts and generate innovation?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
16. How to originate ideas and create hypothesis that can lead to successful projects after cool hunting? How do you turn
research insights into innovation? You may give practical examples.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
17. What challenges do innovators will have to face in the future with an economic downturn?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
Thank you for your colaboration! Round II will be send to you on 26 th February with feedback included about first
round results. Any additional sugestions, concerns or requests feel free to share / ask: [email protected] .
94
DELPHI EXPERT CONSULTATION
ROUND II
This is the second round of the questionnaire that is part of a master degree research thesis, entitled: Cool
Hunting as a trend research methodology and innovation management tool in Fashion Business. Feedback
is provided before the questionnaire of the 2nd round.
It is expected to receive your completed questionnaire before the 10th of March by email sent to
96
BRIEF FEEDBACK
Intro Note about Round I
The aim of the the first round was to uniform concepts and definitions about cool hunting, innovation, fashion
and trends in general. Here is a brief feedback on the themes.
Cool hunting, trends and cult researching
On defining cool hunting, there was a consensus and can be defined as the observation and validation
of current trends by analysing certain social movements. However, about the predition of trends, there were
mainly two strong opinions: The first one states that a cool hunter cannot predict trends because it doesn’t
have a strong academic background to do it and the second opinion was that any cool hunter is able to
identify certain patterns that can lead to a potential future trend.
About the Coolhunters, it was established a general profile of what a cool hunter should be alike:
- Be passionated about trends and people;
- Have entrepreneurship skills and sense;
- Be savy and pro-active;
- Be related to social sciences when it comes to the academic background;
- Have a design thinking sense of solving problems;
- Have good photographic skills;
There was only one item that people diverged when it comes to defining a cool hunter profile: to be or
not to be a social person. Ones defend that being social allows the cool hunter to understand better
the way people behave and other defend that a non social person is much more skilled to observe
others in their environment without interacting and therefore have much more reliable information.
On the matter to start a cool hunting project, the main steps were diversed and complementary
rather than divergent. On the second round you will be able to analyse a potential methodology model that
you’ll be asked to analyse and give feedback about it based on the other answers upon this theme.
Design Thinking
In this field, it was answeres that Design Thinking not only is a great method to complement cool
hunting research as it is its own base and the base for innovation in companies, services, processes and
products.
The stages of Design Thinking methodology rely on seven steps:
1 - Define / Briefing ;
2 - Research / Backgroung;
3 - Ideate / Generate solutions;
4 - Prototype / Resolve;
5 - Select / Rationale;
6 - Implement/ Delivery;
97
7 - Learn / Get feedback.
Fashion
In fashion, most participants agree that cool hunting has always been connected to fashion, in fact, it
was in fashion that it was born and so, as always been adopted as a method to research trends and fads.
Also, the participants agree that fashion blogs, nowadays, have a real strong power and influence when it
comes to brands communication and public relations. In fact, participants agree in a sense that blogs have a
higher rate on influence and spreading brand awareness than any other marketing channel, after celebrities.
About the future of fashion research, participants have the opinion that emerging countries have a lot
potential to put in practice cool hunting and similar methods and on the other hand, inspire the occidental &
oriental culture.
Innovation Management
Concerning the innovation item, it is the more difficult and divergent when it comes to arrange a
consensus. There are two main positions on this matter: One is that to turn cool hunting into an innovation
tool, requires professionals capable to do so and not a cool hunter himself is able to do that; and the second
position states that trends spotted by cool hunters have to turn into innovation through processes that adapt
them into each company reality.
Purpose of Round II
The objective of round two relies on the predictions of what will be the future of some concepts of the
study and to analyse and criticise a potential methodology model of Cool Hunting as a Trend Research. You
will be asked to state your opinion and make what you consider to be the perfect model. If you don’t agree
with the vision of having cool hunting as a research methodology, please explain your position. As said before,
there are no right answers, you are asked to share your valuable knowledge and experience on certain
matters.
98
--------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use-------
Id Checked Entered
Before you answer these questions, it is important that you read the Feedback
Your individual responses to the Delphi expert consultation will be confidential and used anonymously. In this round, you
will need only your name and ID given by the researcher when the delivery of the second round.
Please Note: all information circulated to anyone other than yourself will be anonymised.
Name
ID Given
Round II - Delphi Questions
Please type within the electronic boxes. These will expand to take any amount of text. In hard copy you may continue your
answers on additional pages using as many as you like.
ADDITIONAL NOTE: Once again, there are no right or wrong answers as this is an expert panel and you may answer
whatever your opinion might be.
FUTURE PREDICTIONS
1. In your opinion, what is the future of cool hunting? How will it be shaped? How will trends be diffused in the future and
by who?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
2. Do you believe that cool hunting can be the job of the future?
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
3. Do you think that nowadays companies, fashion or not, are well informed about the benefits of Cool Hunting? Should
cool hunting be a subject to explore in marketing, business and design schools? If so, what would be the best ways to
explore it? ( Eg. workshops, case studies, field study, etnographic research, etc. )
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
TEST MODEL WORK-FLOW
4. The following test-model, represents only a proposal of how Cool Hunting methodology should flow through the
process of researching. As a process itself, the main model used was based on the design thinking methodology,
featured bellow as well. Here, it is asked to participants to give your opinion / critics about the model, how it should
evolve or be modified based in your experience and knowledge. Please, do not forget to justify all your positions.
APPROACHES:
Taking into count mainly 4 items when observing and making a cool hunting research project : People, Places,
Projects and Plans.
99
People: observing people behaviour and movements, defining personas / niches to work with after the
analysis.
Places: Understand the place and cultural history, arquitecture features that have to do with the society
and culture of a certain region and therefore may have influence in their way of being.
Plans: What temporary or long term plans are hot in a urban sense? (Movies, books, exhibitions, street
art, etc.)
Projects: Spot city/urban projects that can influence people’s behaviour.
STAGES:
1st stage - Research and Diagnosis of client brand
2nd stage - Definition of research goals & company objectives
3rd stage - Selection of research channels (streets, web, companies, daily life routines, etc.)
4th stage - Map the geographic area the cool hunter is going to work in.
5th stage - Do visual and ethnographic research
6th stage - Analyse data
7th stage - Interpret data applying it to the specific business in fashion with existing trends, validated
new ones or potential trends.
8th stage - Ideate solutions, Prototype and select the most reliable and appropriate ones
9th stage - Deliver the proposal to client / Implement solutions
10th stage - Learn and get feedback from consumers with visual and field research, social media data
and other non-intrusive research approaches.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
LAST OPINIONS ON ROUND II
5. Please add your concerns, ideas and opinions in a pro-active way and sense that you find pertinent and should be
inclued in this study.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
Thank you for your colaboration!
Final Round III will be send to you on 16th March with feedback included about first and second round results.
Any additional sugestions, concerns or requests feel free to share / ask: [email protected] .
100
DELPHI EXPERT CONSULTATION
ROUND III
This is the third and last round of the questionnaire that is part of a master degree research thesis, entitled:
Cool Hunting as a trend research methodology and innovation management tool in Fashion Business.
Feedback from the second round is provided before the questionnaire of the 3nd round.
It is expected to receive your completed questionnaire before the 30th of March by email sent to
102
FEEDBACK - ROUND ONE
Intro Note about Round I
The aim of the the first round was to uniform concepts and definitions about cool hunting, innovation, fashion
and trends in general. Here is a brief feedback on the themes.
Cool hunting, trends and cult researching
On defining cool hunting, there was a consensus and can be defined as the observation and validation
of current trends by analysing certain social movements. However, about the predition of trends, there were
mainly two strong opinions: The first one states that a cool hunter cannot predict trends because it doesn’t
have a strong academic background to do it and the second opinion was that any cool hunter is able to
identify certain patterns that can lead to a potential future trend.
About the Coolhunters, it was established a general profile of what a cool hunter should be alike:
- Be passionated about trends and people;
- Have entrepreneurship skills and sense;
- Be savy and pro-active;
- Be related to social sciences when it comes to the academic background;
- Have a design thinking sense of solving problems;
- Have good photographic skills;
There was only one item that people diverged when it comes to defining a cool hunter profile: to be or
not to be a social person. Ones defend that being social allows the cool hunter to understand better
the way people behave and other defend that a non social person is much more skilled to observe
others in their environment without interacting and therefore have much more reliable information.
On the matter to start a cool hunting project, the main steps were diversed and complementary
rather than divergent. On the second round you will be able to analyse a potential methodology model that
you’ll be asked to analyse and give feedback about it based on the other answers upon this theme.
Design Thinking
In this field, it was answeres that Design Thinking not only is a great method to complement cool
hunting research as it is its own base and the base for innovation in companies, services, processes and
products.
The stages of Design Thinking methodology rely on seven steps:
1 - Define / Briefing ;
2 - Research / Backgroung;
3 - Ideate / Generate solutions;
4 - Prototype / Resolve;
5 - Select / Rationale;
6 - Implement/ Delivery;
103
7 - Learn / Get feedback.
Fashion
In fashion, most participants agree that cool hunting has always been connected to fashion, in fact, it
was in fashion that it was born and so, as always been adopted as a method to research trends and fads.
Also, the participants agree that fashion blogs, nowadays, have a real strong power and influence when it
comes to brands communication and public relations. In fact, participants agree in a sense that blogs have a
higher rate on influence and spreading brand awareness than any other marketing channel, after celebrities.
About the future of fashion research, participants have the opinion that emerging countries have a lot
potential to put in practice cool hunting and similar methods and on the other hand, inspire the occidental &
oriental culture.
Innovation Management
Concerning the innovation item, it is the more difficult and divergent when it comes to arrange a
consensus. There are two main positions on this matter: One is that to turn cool hunting into an innovation
tool, requires professionals capable to do so and not a cool hunter himself is able to do that; and the second
position states that trends spotted by cool hunters have to turn into innovation through processes that adapt
them into each company reality.
FEEDBACK - ROUND TWO
Intro note about round II
The objective of round two relied on the predictions of what will be the future of some concepts of the
study and to analyse and criticise a potential methodology model of Cool Hunting as a Trend Research. You
were asked to state your opinion and make what you consider to be the perfect model or to explain your
position if you didn’t agree with the vision of having cool hunting as a research methodology.
Future Predictions
On this matter, and in general, the participants came into a consensus about the future of cool
hunting and the future players and trend setters. From fashion to cool hunting people tend to turn cool
hunting a common practice among regular people, however there are a lot of concerns about it. The validity of
the Data gathered may be inconclusive due to the fact that when it turns digital, everybody can modify it
according to what each person thinks. Therefore, participants propose that in every cool hunting
methodology, the cool hunter must be responsible and the main creator of every data gathered, including
photographs, visual records and generated reports.
The future of cool hunting is something that participants couldn’t define exactly but lead expectations
that the digital world has a lot to due with the evolution of trend researching, and the main mean responsible
for the propagation of trends around the world. It is also said, that internet and digital instruments can be the
best tool to support a cool hunting research when it comes to the validation of certain trends around the
world with the support of cool hunters network. When it comes to trends and the players in fashion, bloggers
are the main trend setters. They play a very important role nowadays and according to participants will
continue to have this function in fashion with a ‘boom’ of new ones.
104
When asked about cool hunting being the job of the future, they actually agree but tend to mix it with
the concept of affiliate marketing specially when a cool hunter turns into a trend setter and business / brands
tend to incorporate him/her into a new level of making business online.
In general, participants think that companies don’t know the benefits of cool hunting but the main
reason to that is specially the lack of ‘professional’ cool hunters. On the contrary, in fashion cool hunting is
pretty much developed however very focused on traditional prediction tools.
About the cool hunting being a subject to explore in schools and graduation courses related to
marketing, business and design schools, every participants consider that it should exist at least a subject on
a graduated course, including a field research so that people can see in action how a cool hunting approach
works in practice. Workshops tend to be a very good approach as well but only if they attach a practic
component.
TEST MODEL WORK-FLOW
On the test model work-flow, participants agree in general terms that the model of the workflow of a cool
hunting research is very well designed and actually mixes the best of every methods that cool hunters
use nowadays. Therefore, the only items they add to the model is the difference between a virtual
approach and a field approach when it comes to research.
105
--------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use-------
Id Checked Entered
---
Before you answer these questions, it is important that you read the Feedback on both previous rounds.
Your individual responses to the Delphi expert consultation will be confidential and used anonymously. In this
final round, you will need only your name and ID given by the researcher when the delivery of the second
round.
Please Note: all information circulated to anyone other than yourself will be anonymised.
Name
ID Given
Round III - Delphi Question
Please type within the electronic boxes. These will expand to take any amount of text. In hard copy you may
continue your answers on additional pages using as many as you like.
ADDITIONAL NOTE: Once again, there are no right or wrong answers as this is an expert panel and you may
answer whatever your opinion might be.
CONSIDERATIONS & FINAL THOUGHTS
1. This is where you consider some of your previous responses and modify them if you feel to or share any
other thoughts you may have considering the study in course that you may find pertinent and worth saying to
the development of this study.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
Thank you for your colaboration!
After this round and correspondent analisys, a final report will be send to you with completed
feedback and the final model of cool-hunting research.
For any addit ional sugestions, concerns or requests feel free to share / ask:
106
DELPHI EXPERT CONSULTATION
EXTRA ROUND - IV
This is the forth round (extra) of the questionnaire that is part of a master degree research thesis, entitled:
Cool Hunting as a trend research methodology and innovation management tool in Fashion Business.
It is expected to receive your completed questionnaire as soon as possible by email sent to
108
EXTRA ROUND - IV
Note about the extra round - IV
The aim of this extra round is to mainly validate the created model W6, based on feedbacks from all the
experts given on the previous rounds, as well as from information gathered that support the present study in
theory. The goal of the final phase is to reach a consensus in the ranking of the relevant factors within the
experts panel.
THE MODEL - CONSIDERATIONS
After the analysis of the rounds, we came to the conclusion that coolhunting is currently practiced by
a line of thought of conducting activities freely from many of these professionals, which is adopted in a
customized way by each one of them.
In this sense, there is a need to create a methodology that is not rigid, given the volatile
characteristics of the activity itself, and essentially procedural - based on stages and steps as a statement of
research like a guide to the coolhunters theirselves allowing them to be creative on their business without
letting the same creativity and versatility be compromised by methodological rigid processes, and turning the
focus of the model on the competence of coolhunter and their knowledge and experience.
The method established for this purpose, the W6 (WHAT, WHO, WHERE, WHEN, WHY, WOW) though it
is a simple model to follow and developed based on the investigation in this thesis is intended as a kind of
roadmap for the coolhunter by incorporating the research and observation phases as well as the
implementation in practice with a creativity and innovation sense. Also, the model is complemented by a
numeric formula with a certain algorithm created for the purpose and based on the subjective logic of the
model.
THE MODEL - PROCESS
The explanation of the process will take place via skype, individually, with an oral presentation, so
that the process can be full understood.
After the webconference, participants will express their opinions and justify them on the following
questionnaire.
109
--------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use---------------Not for participants use-------
Id Checked
Entered
---
Before you answer these questions, it is important that you read the Feedback on both previous rounds.
Your individual responses to the Delphi expert consultation will be confidential and used anonymously. In this
final round, you will need only your name and ID given by the researcher when the delivery of the second
round.
Please Note: all information circulated to anyone other than yourself will be anonymised.
Name
ID Given
Round IV - Delphi Question
Please type within the electronic boxes. These will expand to take any amount of text. In hard copy you may
continue your answers on additional pages using as many as you like.
ADDITIONAL NOTE: Once again, there are no right or wrong answers as this is an expert panel and you may
answer whatever your opinion might be.
MODEL VALIDATION
1. What is your main opinion about the model itself? Should more drivers be considered to be part of the
model? Do you think Time is a driver that should be stated into the formula and correlated to the evaluation of
the quality of the model? Please state your general opinion about the model and if you consider if it is the
ideal model to the practice of cool hunting.
>
DO NOT WISH TO ANSWER [ ] DO NOT KNOW THE ANSWER [ ] NOT APPLICABLE TO MY EXPERIENCE [ ]
Thank you for your colaboration!
After this extra round, a final report will be send to you.
For any addit ional sugestions, concerns or requests feel free to share / ask:
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