correcao latim

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Legenda: 1. Texto; 2. Tradução, quando há; 3. Referência à Carta aos Romanos; a) 1. Rudolf Cornely cita Tertuliano: Dei aemulus universam conditionem certis usibus homini mancipatam cum ipso homine corrupit; unde eam et Apostolus invitant ait vanitati succidisse, vanis primum usibus, tum turpibus et iniustis et impiis subversam 2. Tradução: O rival de Deus corrompeu, com o próprio homem, toda a condição subordinada ao homem, por certos costumes, donde o apóstolo a declara que ela está a contragosto, sujeita à vaidade, pervertida, primeiro por práticas vãs e mesmo torpes e injustas (Tertuliano, De conor. 6). 3. Rm 8,18. b) 1. A Vulgata Clementina acrescenta eam (ela [acusativo]), e põe erroneamente uma vírgula diante de qui (mas [?]). Ela seria melhor empregada diante de in spe (na esperança [ablativo]), que seria melhor traduzida por in spem (para a esperança) Wordswhite & White conserva: qui subiecit in spem “que submeteu na esperança” [cf. verbo indica um movimento]).

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Legenda:1. Texto;2. Traduo, quando h;3. Referncia Carta aos Romanos;

a)1.Rudolf Cornely cita Tertuliano: Dei aemulus universam conditionem certis usibus homini mancipatam cum ipso homine corrupit; unde eam et Apostolus invitant ait vanitati succidisse, vanis primum usibus, tum turpibus et iniustis et impiis subversam2. Traduo: O rival de Deus corrompeu, com o prprio homem, toda a condio subordinada ao homem, por certos costumes, donde o apstolo a declara que ela est a contragosto, sujeita vaidade, pervertida, primeiro por prticas vs e mesmo torpes e injustas (Tertuliano, De conor. 6).3. Rm 8,18.

b) 1. A Vulgata Clementina acrescenta eam (ela [acusativo]), e pe erroneamente uma vrgula diante de qui (mas [?]).Ela seria melhor empregada diante de in spe (na esperana [ablativo]), que seria melhor traduzida por in spem (para a esperana) Wordswhite & White conserva: qui subiecit in spem que submeteu na esperana [cf. verbo indica um movimento]).Texto da Vulgata: vanitati enim creatura subiecta est non volens sed propter eum qui subiecit in spem (Rm 8,20).3. Rm 8,20.

c).1. ut sicut spiritus noster redemptus est a peccato, ita corpus nostrum redimatur a corruptione et morte, Toms de AQUINO. Super Epistolam B. Pauli ad Romanos lectura, Cap. VIII, lectio 5.2. assim como nosso esprito redimido fora do pecado ( redimido do pecado), assim o nosso corpo seja redimido da corrupo e da morte) de tal modo o nosso esprito redimido do pecado, que o nosso corpo se redime da corrupo e da morte.3. Rm 2,23.Texto completo: porque, assim como o nosso esprito redimido do pecado, assim tambm o nosso corpo possa ser redimido (seja redimido) da corrupo e da morted)1. A Vulgata acrescentou illa (ela) [a criatura] para dar (maior) clareza ao texto, porm, sem razo suficiente para elucid-lo. Dei eliminado (cf. WW). Porm se quisssemos conformar o texto latino ao texto que nos parece mais seguro, dir-se-ia: sed et ipsi primitias nos et ipsi in nobis ipsis gemimus... (porm ns mesmos [temos] as primcias e ns tambm gememos em ns mesmos).

e)

1. Igualmente, seus discpulos e seguramente Toms de Aquino, ainda que escreva: et ideo Deus omnia convertit in bonum (e Deus transforma [se converte] tudo em bem) e, ento, Deus tudo transforma em algo bom(cf. Toms de AQUINO. Super Epistolam B. Pauli ad Romanos lectura, Cap. VIII, lectio 6).3. Rm 8,28.

f)1. Essa primeira noo (cf. supra) no exclui, alis, a predestinao post praevisa merita gratiae (depois da previso dos mritos), para aqueles que a sustenta. (no ante previsa merita gratiae > predestinao em vista dos merecimentos da graa previstos

3. Rm 8,28.g)A Vulgata pe no fim do termo sancti (), que deveria ser suprimido. Admitindo que Deus o sujeito de synergei, coopera, escrever-se-ia cooperatur (coopera).3. Rm 8,28.

h) preciso, portanto, deixar na sua inderteminao; distingui-lo da predestinao, como faz Toms de Aquino: praescientia importat solam notitiam futurorum, sed praedestinatio importat causalitatem quamdam respectu eorum a prescincia comporta somente o conhecimento das coisas futuras, mas a predestinao comporta certa causalidade em relao a essas [coisas]/ ao futuro. A prescincia comporta somente o conhecimento das coisas futuras, mas a predestinao comporta uma certa causalidade com relao a elas (= as coisas futuras)E, contudo, ainda necessrio conservar o sentido bblico de ver com predileo, sem que Paulo d por outra parte uma causa para esta predileo eterna. A prescincia no a dos mritos, mas ela no tampouco, adoptio qua filios suos a reprobis semper discrevit [a] adoo pela qual os seus filhos diferem sempre dos condenados/ adoo pela qual ele discerne [distingue] [separando] sempre os seus filhos dos rprobos) (Cf. Calvino, citado por W. Sanday & A. C. Headlay, cf. bibliografia alhures)[footnoteRef:1]. [1: adoptio qua filios suos a reprobis semper discrevit. Cf. Calvino, citado por W. Sanday; C. Headlam. Ver Jean CALVIN. Commentarius in epistolam Pauli ad Romanos, caput VIII, 29, 5. Genve: Librairie Droz, 1999.]

>> a adoo, pela qual sempre ele separou os seus filhos dos rprobosi)1.Na Vulgata, no lugar de nam ()[footnoteRef:2], seria melhor quoniam (), A relao entre praescivit (presciencia; previu conheceu de antemo) e praedestinavit (predestinao: predestinou) seria mais clara se acrescentasse hos (eles) antes e praedestinavit (predestinou) (cf. Hilario). Wordswhithe & White manteve (filii) eius ([filho] dele) no lugar de sui (dele), que o nico correto. [2: Nam [quoniam] quos praescivit et praedestinavit conformes fieri imaginis Filii eius ut sit ipse primogenitus in multis fratribus (Rm 8,29).]

3. Rm 8,29.

j)1.A cadeia dos atos divinos o conduz salvao, porque Paulo supe que o fiel no se furtar sua bondade. Segundo Rudolf Cornely: quia autem in toto hoc loco id maxime intendit, ut futuram gloriam certam esse demonstret (cf. ad. v. 19), hominis in salutis suae opere cooperationem cum gratia divina tacite supponit atque solos actus divinos recenset, quibus obiectiva gloriae certitudo clarius illucescit porque em todo lugar, e mais ainda aqui, a fim de demonstrar a glria futura (cf. v. 19), do homem com sua ao, em vista da salvao cooperando com a graa divina, tranquilamente se submete e acolhe somente os atos divinos, com os quais brilha mais claramente a certeza objetiva da glria[footnoteRef:3]. [3: Cf. Rudolf CORNELY. Op. cit.,.]

>>Porque em toda esta parte quer dizer sobre tudo isso, para provar que a glria futura garantida ( ) supondo tacitamente a cooperao do homem com a graa divina, para a sua salvao, e indica somente os atos divinos, pelos quais aparece (resplandece) a certeza objetiva da gloria

3. Rm 8,30.

k)Segundo Horcio: sapiens, sibilique imperiosus. Quem neque pauperies neque mors neque vincula terrent... O sbio comanda a si mesmo. A quem nem a pobreza nem morte, nem as amarras terrenas...[footnoteRef:4]. [4: Cf. Horcio. Sat. II, VII, 83s.]

>> O sbio comanda a si mesmo. A quem nem a pobreza, nem a morte, nem a cadeia amedrontam...l)[...] a construo hos ge (com ge no sentido relativo no Novo Testamento) no sentido de quippe qui (), ou ille quippe idem qui (), o mesmo Deus que. Aluso a Gn 22,16 [...], no confivel....aquele que...aquele mesmo que....3. Rm 8,32.

m)1. L-se na Vulgata donabit[footnoteRef:5] () e no donavit[footnoteRef:6] (). [5: Segundo Wordswhite & White] [6: Cf. Vulgata Clementina.]

n)1.Christus Jesus qui mortuus est? magis autem qui resurrexit? qui est in dextera Dei? qui et interpellat pro nobis? Cristo Jesus que morreu? Mais ainda, que ressuscitou? Que est direita do Pai? Que interpela por ns?)[footnoteRef:7]. [7: Cf. R. Cornely, segundo sua citao de S. Agostinho.]

>> Cristo Jesus que morto? ainda mais, que ressuscitou? que est direita do Pai? que tambm intercede para ns?

3. Rm 8,33.

o)

Este trecho um testemunho de Paulo assaz importante sobre a Ascenso do Cristo. Longe de condenar, o Cristo intercede: a duas aes esto, evidentemente, na mesma perspectiva, tambm foi por engano que R. Cornely escreveu: (Electis Dei non tantum in supremo iudicio sed etiam in tota sua vita auxilia Christi non es e defutura, duobus ultimis membris v. 34 iam indicatur) Aos eleitos de Deus no somente no supremo juzo, mas tambm em toda a sua vida/ no deve ser descartado o auxlio de Cristo, nos dois ltimos trechos do v. 34, j assinalados (indicados). ??

O termo ltimo desta admirvel graduao precisamente destinado a provar que o Cristo no nos poderia condenar na hora em que ele intercede por ns. A situao adquirida pelos cristos vale, (exceto, no caso de queda deles) para o seu ltimo julgamento, excetuando a queda [decadncia] deles.

3. Rm 8,34.

q)Na Vulgata l-se, qui resurrexit (quem ressuscitou), ao passo que, qui suscitatus () seria mais literal. Segundo Agostinho dever-se-ia colocar um ponto de interrogao no final da frase.

3. Rm 8,34.

r)1. Na Vulgata dever-se-ia l per eum (xx) e no propter eum (por aquele/ por causa daquele). por ele, (ou) por causa dele

3. Rm 8,37.

s)1. A morte se apresenta como primeira, praecipuum inter terribillia (xx) (cf. Toms)[footnoteRef:8], e a vida por oposio, praecipuum inter appetibilia (xx)[footnoteRef:9]. [8: Thomas DAQUIN.] [9: Thomas DAQUIN.]

.>> a primeira entre as coisas terrveis a primeira entre as coisas desejveis3. Rm 8,38.

Na Vulgata Clementina suprimir neque virtutes (nem vvirtude), que uma duplicao de neque fortitudines () e no fortitudo fortaleza (cf. Vulgata).

3. Rm 8,39.

--- Anexo:

1. Haec quidem lex spiritus lex nova, quae est vel ipse Spiritus Sanctus, vel eam in cordibus nostris Spiritus facit. Chama-se de nova lei do esprito, a qual (aquela que) o mesmo Esprito Santo ou a que obra (age, atua) o Esprito Santo em nossos coraes (cf. S. Toms de Aquino. Super epistolam ad Romanos lectura, Cap. VIII, lect. 1; ed. R. Cai. Torino: Marietti, 1953, n. 603).>> esta lei do esprito, uma nova lei, que o prprio Esprito Santo, ou tambm que o Esprito faz (inscreve) nos nossos coraes Referncia a Jer 31,33: Dabo legem meam in visceribus eorum et in corde eorum superscribam eam.>> colocarei a minha lei nas suas entranhas e a gravarei nos seus coraes

- Bibliografia.

WORDSWORTH et WHITE. Novum Testamentum Domini nostril Iesu Christi latine secundum editionem sancti Hieronymi, Partis secundae fasciculus primus, epistula ad Romanos. Oxonii: MDCCLXIII Novum Testamentum latine etc., edition minor. Oxonii, 15xx; TISCHENDORF. Novum Testamentum graece. Editio octava critica maior. Lipsiae, 1869; NESTLE. Novum Testamentum graece et latine. Stuttgart, 1914; Von SODEN. Die Schriften des neuen Testaments, II. Teil: Text mit apparat. Gttingen, 1913.

Rudolf CORNELY. Commentarius in S. Pauli Apostoli epistolas, I. Epistola ad Romanos. Paris: P. Lethielleux, 1896.THOMAS DAQUIN. Commentaire de lptre aux Romains. Traduction et tables par Jean-ric Stroobant de Saint-loy; annotation para Jean Borella et Jean-ric Stroobant de Saint-loy. Paris: Cerf, 2009.

Vulgate Clmentine (Vg.-Clm.) d. par Wordsworth et White. John WORDSWORTH; Henry Julian WHITE et al. Novum Testamentum Domini Nostri Iesu Christi, latine secundum editionem S. Hieronymi ad codicum manuscriptorum fidem. Oxford:, 1889-1954. Henry J. WHITE, The Vulgate New Testament, in E.W. WATSON. Life of Bishop John Wordsworth. London: 1915, p. 140-156; A. SOUTER. Henry Julian White and the Vulgate, in JTS 36 (1935), p. 11-13.