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DESIGN DA IMAGEM

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DESIGN DA IMAGEM

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BÁRBARA COELHO071235004

DESIGN DA IMAGEMFBAUP 10|11

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DESIGN E CULTURA

ANÁLISE DO TEXTO SIGNIFICA ESTUDAR, DECOMPOR, DISSECAR E DIVIDIR PARA INTERPRETÁ-LO. CADA PARTE DO TEXTO DEVE SER ANALISADO, PROCURANDO OS ELEMENTOS CHAVES DO AUTOR E A RELAÇÃO ENTRE AS PARTES CONSTITUINTES. A DECOMPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS E A SUA CLASSIFICAÇÃO LEVAM-

NOS ATÉ À IDEIA-CHAVE, QUE É O CONJUNTO DE IDEIAS MAIS PRECISAS.

O OBJECTIVO DA ANÁLISE DO TEXTO É: APRENDER A LER, A VER, A ESCOLHER O MAIS IMPORTANTE DENTRO DO TEXTO E FAMILIARIZAR-SE COM OS TERMOS TÉCNICOS, IDEIAS, ETC; HIERARQUIZAR O CONTEÚDO DO TEXTO; PERCEBER QUE AS IDEIAS SE RELACIONAM E, IDENTIFICAR AS CONCLUSÕES E AS BASES QUE AS SUSTENTAM.

BÁRBARA COELHO | DIANA VILA POUCA | LÚCIA ROCHA | SÓNIA PESTANA

Oliviero Toscani, director criativo da Benetton, realizava os cartazes publicitários para a mar-ca italiana com o objectivo de promover preo-cupações sociais, criticas e ideologias, utilizan-do como temas os desastres ambientais, a paz, a AIDS, terrorismo, homicídio, a tolerância da di-versidade cultural e a luta contra o racismo.Esta campanha publicitária mos-tra retratos de assassinos, conde-nados à morte dos EUA, e tem como objectivo chamar atenção para a oposição de ideias acer-ca da condenação que, ora é uni-versal ora é apedrejada. No total eram 26 fotografias de condena-dos, com a data de execução, o nome e uma espécie de carimbo “SENTENCED TO DEAD”.Um dos aspectos negativos desta imagem publicitária é que de fac-to em nada está relacionado com o produto que a Benetton preten-de vender, contudo, retrata um aspecto real da sociedade. Tal ati-tude levantou problemas com os familiares dos condenados, tendo

You have to get all the lies trough,

and everybody accept that. As

soon as you come up with something that really exists,

everybody get offended.

Oliviero Toscani

em conta que não foi pedido qualquer tipo de auto-rização para a sua publicação, ou seja, não foi poli-ticamente correcto enquanto designer.Independentemente do choque que a mensagem possa causar, esta acaba por tornar-se um ícone, neste caso pelo insucesso, visto que foi o último trabalho de Toscani para a marca.

Relativamente à segunda ima-gem “United Nations” (selo rea-lizado pelo israelita Israeli Elie-zer Welshoff), que se trata de um selo de natureza social que foi concebido para um cliente muito específico, um organismo que pretende que todos os países se relacionem saudável e civiliza-damente, associado à paz.O selo é simples e objectivo, serve a função a que é destinado e não inspira reflexões complexas. Este objecto de design, produzido à mão, a lápis de cor acaba por ser apelativo e amigável não só pelas cores das bandeiras, como tam-bém pelas formas acolhedoras a que remetem os desenhos.

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GLOBAL&LOCAL

LOCALIZAÇÃO DA IMAGEM DA COCA-COLA PARA UMA ZONA DO PORTO. ESTA LOCALIZAÇÃO PODE USAR IMAGENS LOCAIS DO PORTO, EXPRESSÕES DO PORTO,

APROVEITAR UM ACONTECIMENTO NO PORTO .

REFORÇO DA IMAGEM DA COCA-COLA JUNTO DO SEGMENTO DE MERCADO NUMA ALTURA EM QUE MARCAS AFINS INVADEM O MERCADO PORTUGUÊS.

UM DOS OBJECTIVOS PRINCIPAIS DA COCA-COLA É O DE FORNECER A SUA BEBIDA FAVORITA E SATISFAZER AS NECESSIDADES DO CONSUMIDOR E AS SUAS

VONTADES. O SEGUNDO OBJECTIVO DA COCA-COLA É ATINGIR LUCRO PARA OS SEUS ACCIONISTAS E CONSECUTIVAMENTE AUMENTAR A SUA QUOTA NO MERCADO.

BÁRBARA COELHO | DIANA VILA POUCA | LÚCIA ROCHA

Neste trabalho tivemos como ideia principal a apropriação da tipografia da marca Coca-Cola, mundialmente conhecida. Através da tipografia característica e individual, criámos um billboard de rua, onde nos apropriámos de um design glob-

al e localizamos a imagem da Coca-Cola para a zona dos Clérigos, da cidade do Porto. A palavra “Clérigos” desenhada com a mesma tipografia e cores - vermelho e branco – permitem-nos uma associação imediata á marca.

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ANÁLISE DE IMAGEM

A LITERACIA VISUAL É ESSENCIAL PARA NA CONSTRUÇÃO DE UM CONSUMIDOR CONSCIENTE/ESPERTO E UM CRITÍCO CULTURAL.

BÁRBARA COELHO | FILIPA MARTINS | PEDRO LOPES

A narrativa internaTrata-se de uma fotografia sem manipulação de ima-gem e de natureza emocional. Para o enquadramen-to foi utilizada a “regra dos terços”, uma simplifica-ção da espiral dourada utilizada pelos pintores na pintura, o que confere maior dinamismo á imagem. Existem 3 planos distintos na fotografia: o pla-no mais próximo situado no primeiro terço ver-tical, e no último terço horizontal da imagem, e que é composto por uma coluna, um quadro, e pela parte de trás do que parece ser um outro quadro; o segundo plano é composto por um ca-sal de meia-idade que está no centro do último terço vertical da imagem; no restante, o plano de fundo, vê-se a fachada de uma loja, duas pesso-as em frente a uma montra, e uma outra a passar.O ponto de luz é inserido no canto superior es-querdo e acaba por ref lectir maior intensidade no primeiro e segundo plano, introduzindo-lhes uma maior relevância.

A narrativa externaRobert Doisneau, Ano de 1948 e França, Paris.Segundo todo o percurso deste fotógrafo que se dedicava ao registo dos lugares mais diversos, como um café de esquina, um terraço com car-rinhos de bebé ou até uma pequena mercearia, o objectivo principal desta foto deve ser a cap-tação da espontaneidade sincera destas pessoas.Foi tirada numa montra de uma galeria de arte da seguinte forma: Doisneua cuidadosamente posicio-nou sua máquina fotográfica Rolleyflex numa ca-deira antiga que estava em exibição numa galeria de forma a parecer despercebida, por isso o enquadra-mento da sequência de fotos ser sempre o mesmo.“Bela foto, não? Bem contruida e com um toque de humor refinadissimo!... “ Moizes Vasconcellos“A foto inicial é realmente uma FOTO-SÍNTESE das outras. É preciso a série inteira para surtir o mes-mo efeito que a 1ª solicita. C’est génial !!“ Cássio

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DESIGN ÉTICO

MENTIR É UM DOS MUITOS PROBLEMAS ÉTICOS COM OS QUAIS O DESIGNER GRÁFICO SE DEPARA. A MANIPULAÇÃO É UMAS DAS MUITAS FORMAS DE MENTIR

ATRAVÉS DA IMAGEM.

BÁRBARA COELHO | PEDRO LOPES

O nosso objectivo, foi através de uma metáfora evidenciar os perigos do cancro da pele. A tenta-tiva desenvolveu-se através da modelação de su-perfícies áridas (terra e areia seca) sobre o cor-po Humano. A fotografia original captava dois corpos nus, envolvidos quase que numa forma de protecção. Esse mesmo conceito foi incutido na fotomontagem, quase que a descrever que a pro-tecção dos nossos corpos do sol, é um factor im-portante para a nossa saúde.

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DESIGN E GÉNERO

Um elemento importante é que os produtores pensam, racionalizam a partir dos estereótipos de gênero, em busca de referências já impregnadas pela audiência a fim de

facilitar a adesão e aceitação.

BÁRBARA COELHO | PEDRO LOPES

Nesta busca por eminentes situações em que o género é o factor principal de estudo, abordamos dois lados: a imagem gráfica e a relação entre pro-duto e vendedor. No primeiro caso capturamos imagens, onde a cor da fachada e o logo nos en-caminham para um determinado género. São op-ções evidentes, as que tomamos e descrevem o seu teor de uma forma directa. É também importan-te realçar que a atenção do espectador é focada, ou seja este método de elaboração de uma divisão entre masculino/feminino demonstra ser eficaz, apesar de nem sempre ser bem conseguida.

No segundo caso, optamos por introduzir uma diferente perspectiva, seguindo a relação entre o produto e aquele que o vende. No mercado do Bolhão encontramos um contraste, determina-do pelo vendedor de carne e o vendedor de pei-xe. No caso da carne/enxidos encontrávamos, na maioria das vezes homens no papel de vendedo-res. Na peixaria, as mulheres tratavam do nego-cio. Foi uma observação interessante, que pen-samos ser uma ref lexão de antigos costumes que ainda marcam a nossa cultura.

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BRANDING

APPLE // PEPSI

BÁRBARA COELHO

The brand that I love is Apple.Empresa fundada em 1976, por Steave Jobs e Steve Wozniak. Posso dizer que tudo começou por ser um sonho hippie e acabou neste culmi-nar de desenvolvimento. O primeiro logo da empresa era um tanto quanto exagerado e representava a cena de Newton e a sua maçã. Não é necessário pensar duas vezes para ter a certeza de que o logo não iria fazer sucesso, afinal, ele vai totalmente contra um dos mais fortes argu-mentos de Jobs: a simplicidade. Jobs desenvolveu o seu conceito e deu à luz um dos mais famosos lo-gos de todos os tempos: a maçã com uma “trinca”.A Apple é um fenômeno impressionante que está a tirar o sono a muitas empresas - Microsoft. Cada vez que Steve Jobs sobe ao palco, o mundo para. Afinal, todos querem saber o que vem a seguir!É uma marca forte, independente, carismática, e elitista. Estes são os termos que associo à Apple, apesar de se situar para muitos acima do seu po-der de compra. A verdade é que se compreender-mos minimamente de tecnologia, qualquer pro-duto da marca Apple, vem revigorar o mercado, tornando-o mais competitivo e perspicaz. Aliás a quando o lançamento do Macintosh, o slogan que era divulgado demonstrava isso mesmo “The Computer For The Rest of Us” o que acaba ainda hoje, por colocar a faisca sempre mais alta no pró-ximo passo. A Apple é hoje um culto para muitos e eu própria me tornei adepta, já que consigo com-

preender que a qualidade por vezes está a cima de qualquer eventualidade. Se comparar o Macin-tosh com o PC (da Microsoft), percebo que cada vez mais é evidente a competitividade, porém as duvidas acabam por se dissipar, já que os avanços são sempre efectuados pela mesma equipa. “Think different” é o actual slogan da Apple, e eu como utilizadora, tento sempre cumpri-lo.

The brand that I love to hate is Pepsi.Assim como a sua rival Coca-Cola, a Pepsi foi con-cebida e baptizada no meio farmacêutico. Tudo começou quando Caleb Bradham tentava desen-volver um remédio para combater a dispepsia, do-ença causada pela falta de pepsina no organismo. Em 1893 uma bebida chamada “Brad s Drink” é criada. A bebida foi bem aceite pelos consumi-dores, que passaram a consumi-la mesmo quan-do não estavam de mau estar. Em 1898, essa bebida ficou oficialmente conhecida por Pepsi--Cola palavra oriunda de seus principais ingre-dientes (pepsina e nozes de cola), que acabariam por formar o seu primeiro logotipo.A Pepsi é para mim, uma má reprodução da Co-ca-Cola. O sabor é pior e o ultimo logo surge como um péssimo exemplo de redesign. Além disso utiliza figuras publicas para revitalizar a marca, acabando por denotar a falta de criativi-dade existente na empresa.

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DESIGN SOCIAL

“O DESIGN SOCIAL APOIA-SE NO ENTENDIMENTO DE QUE NÓS DESIGNERS, SOMOS OS RESPONSÁVEIS POR CRIAR PONTES, FACILITAR A RELAÇÃO ENTRE O INDIVÍDUO E

O MUNDO QUE O CERCA, DEIXANDO DE LADO QUALQUER DISCURSO INOCENTE, FICA EVIDENTE O TAMANHO DA NOSSA RESPONSABILIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA

SOCIEDADE À NOSSA VOLTA. É PRECISO DEIXAR CLARO, QUE O DESIGN SOCIAL NADA TEM A VER COM ASSISTENCIALISMO, AS ACÇÕES DESTA VERTENTE DO DESIGN TÊM COMO FOCO, TRANSFORMAR SITUAÇÕES DE DESIGUALDADE SOCIAL E TECNOLÓGICA, OFERECENDO ATRAVÉS DO DESIGN, RECURSOS PARA QUE ESTAS BARREIRAS SEJAM SUPERADAS, GERANDO OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO COM RESGATE DA

CIDADANIA E A DIGNIDADE.” KLAIBERT MIRANDA

BÁRBARA COELHO | BRUNO ALMEIDA | DIANA VILA POUCA

Tendo em conta a questão da cidadania e da dig-nidade colocamos a seguinte questão: Por mais hediondo que seja o crime, até que ponto é vali-da a pena de morte? Pegando no conceito da sen-tença aplicada pelo poder judiciário, criamos um cartaz que contraria e e levanta a questão de dig-nidade desta punição que, em alguns países, ain-da é utilizada e posta em prática. Os Estados Uni-dos são uma das raras democracias, juntamente

com o Japão, a continuar a aplicar a pena de morte. A pena capital é um tema muito discuti-do, pois vai contra a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Pensamos que seja uma at-itude de extremos e que tendo em conta a ética, a decência humana. É uma punição cruel e des-umana, que viola o directo á vida. A advogada Judy Clarke afirma mesmo que a pena de morte é um “homicídio legalizado”.

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GRAPHIC EYES: DESIGN, CONCEPT AND VISUAL

IDENTITYBÁRBARA COELHO

Vivemos numa sociedade em que a informação se caracteriza pelo tratamento predominan-temente visual. Grande parte do que vemos presta-se a comunicar-nos algo: as cores, os movimentos e as for-mas são processadas, quase que instantaneamente, pelos nossos cérebros. Imersos no ecossiste-ma tecnológico às voltas com ce-nários urbanos semioticamente complexos, dependemos, cada vez mais, da visão para melhor assimilar (e incrementar) as re-gras de funcionamento do actu-al modelo civilizacional.Independentemente de acredi-tarmos ou não em “amor à pri-meira vista”, sabemos o quanto as primeiras imagens das coisas e das pessoas permanecem nas nossas memórias. Basta nos sen-tarmos num bar, à beira de uma rua movimentada e observar os transeuntes — os seus semblantes, posturas, modos de andar e roupas — para pressupor que sabemos um pouco sobre cada um.

Assim como costumamos fazer julgamentos so-bre os outros, baseados apenas em alguns dados visuais, igualmente estabelecemos juízos de va-

lor para os negócios e para os produtos. Na maioria das vezes, embora nem cheguemos a ter com estes, uma relação directa de consumo, os classificamos, segundo nos são apresentados. Daí a importância de que as primeiras imagens sejam, ade-quadamente, processadas para que nos comuniquem o que deve ser comunicado, fixando--se, positiva e consistentemen-te, nas nossas mentes.Abraçando a hipótese de que toda linguagem icónica resulta-ria de uma estratégia significa-tiva e, como tal, persuasiva, este trabalho propõe-se a analisar os “olhos gráficos” encontrados em algumas marcas desenvolvidas

por designers para clientes de perfis diferenciados, mas que possuem em comum a utilização do olho como tema e/ou objecto central da sua concepção.

INTRO

O ser humano pensa visualmente. As imagens agem

directamente sobre a percepção

do cérebro, impressionando

primeiro para serem, depois, analisadas, ao

contrário do que acontece com as

palavras.

Gilberto Strunk

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BRAND

Sabemos que, dos primórdios aos nossos dias, a identidade visual percorreu um sinuoso caminho. Espontâneos e fantasiosos no passado, os elementos institucionais passaram a ser objecto de minuciosas pesquisas e procedimentos racionais. Desde cedo, nos acostumamos com um mundo de símbolos e logotipos muito úteis a quem produz, vende ou con-some, porque, além de distinguirem e identificarem as marcas num contexto mais amplo e diversificado, também incrementam a sua divulgação, reduzindo o tempo necessário à concretização dos projectos.A história das marcas é, ao mesmo tempo, antiga e recente. De forma embrionária, observa-se a sua utilização desde a Antiguidade em actividades que envolvem a fabricação e a troca de mercadorias. No entanto, só com a Revolução Industrial e, notada-mente, a partir da segunda metade do século XIX, é que as formas modernas de marca fizeram a sua aparição mais notória. Um século depois, a eclosão do consumo de massa operou uma transformação na lógica do seu funcionamento, dinamizado como nunca pelos meios de comunicação.Com a rápida disseminação das últimas desco-bertas tecnológicas, inovações foram sendo agre-gadas aos produtos, que se transformaram com uma incrível velocidade. A diferenciação entre os produtos concorrentes tornou-se menor. Des-ta forma, as tendências mais modernas passaram a apontar para estratégias que direccionam os investimentos no sentido de se estabelecer, for-temente, através de uma identificação visual.É claro que uma boa imagem por si só não basta para que um produto ou um serviço seja bem suce-dido. Faz-se, sobretudo, necessária a qualidade do que se vende. Um consumidor que teve uma expe-riência negativa com uma marca, decerto tenderá a não comprar outros produtos e serviços com ela relacionados, uma vez que uma expectativa foi quebrada, independentemente da “assinatura” atrás dela ter ou não sido bem projectada.Foi nesse mesmo contexto que algumas emissoras de televisão ganharam destaque, ao procurarem agregar valor ao conteúdo a que se propunham transmitir, mediante a utilização de signos de fácil assimilação por parte dos telespectadores. São justa-mente algumas dessas iniciativas que proponho ana-lisar agora, no caso, a utilização temática do olho em marcas dos media televisiva e em outros segmentos.

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CBS EYEA marca da CBS Company, uma das maiores em-presas televisivas norte-americanas foi assinada, em 1951, pelo designer William Golden. A primeira vinheta desenvolvida pela empresa foi concebida a partir de vários olhos concêntricos. A câmara mos-trava uma pupila como o diafragma de uma máqui-na fotográfica que se abria para mostrar a identifica-ção da emissora e, em seguida, fechava-se.Algumas outras versões foram criadas. Uma delas consistia, essencialmente, numa imagem fotográ-fica com um movimento de nuvens. Em termos operacionais, urgia simplificar o tempo a partir do ponto em que a imagem era mais utilizada. Em geral, o diafragma da íris aparecia um pouco mais, mostrando a imagem da nova atracção e, então, pis-cava novamente, revelando o título do programa.O Logo era usado em impressões como assinatura da empresa e, por vezes, como ilustração principal nas unidades móveis, câmeras, cortinas do teatro, no ex-

terior dos prédios, numa parede de azulejos, estam-pado na parte lisa dos aparelhos de iluminação, em caixas de fósforos, caixotes do lixo, gravatas, press--releases, flyers e na promoção das estações filiadas.A sua utilização tornou-se tão frequente que, oca-sionalmente, pareceu excessiva, mas Golden ficou satisfeito com a enorme versatilidade de coisas com que podia relacionar-se e com as inúmeras formas de aplicação que possuía, sem perder sua identidade.A sua função não era tanto diferenciar a CBS das ou-tras emissoras, mas demarcar o seu espaço de actuação no próprio sistema de comunicação. O Logo foi de-senhado quando a empresa fundou a Rádio e o Sis-tema de Televisão como duas divisões que não medi-riam esforços para construir, separadamente, as suas próprias identidades. Na época, a audiência estava a crescer muito rapidamente e, com mais e mais olhos focados nas tv’s, todos começavam a interessar-se pelo padrão de qualidade das imagens divulgadas.

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OTHER EYESPer Mollerup, ao abordar a taxionomia das mar-cas em Marks of Excellence: The history and ta-xonomy of trademarks, reservou a segunda parte do livro aos temas que costumam ser recorrentes, entre eles o do olho. Ali descreve outros olhos uti-lizados em marcas de várias empresas: o sol, os deu-ses, a ciência infinita, uma divindade que tudo vê, a luz, o esclarecimento, o conhecimento, a mente, a vigilância e a proteção são alguns dos significados simbólicos que têm sido com ele relacionados. Na realidade, esse livro cita e apresenta marcas que podem ser classificadas pela taxonomia nelas apresentadas e que, no nosso caso, são os olhos. Tais classificações são possíveis porque uma mar-ca não tem necessariamente, ao mesmo tempo, o mesmo significado para todos os usuários. No exemplo da Icographic, revista e jornal de de-sign, é revelado o olhar gráfico do designer e a mão que o desenha.No exemplo da Pinkerton, uma agencia nacional de detectives, utiliza o olho em forma de escudo, formando um “P”. No exemplo da IBM, foram usados logogrifos – imagens que podem ser lidas como palavras ou como letras – e que admitem a função linguística e pictórica das marcas. O olho está entre os mais eficazes desses trocadilhos visuais. Pictoricamente, três símbolos formavam a marca. Linguisticamente, foram usa-das signos que formavam as iniciais do nome da empresa, IBM: eye + bee + M = IBM.No exemplo da AIGA, o olho trabalha em dois ca-minhos. É um signo para um som e um signo para o metier dos designers gráficos. No exemplo da Company Sight Care, o olho da marca foi circun-dado por duas lentes de contato que simbolizam a sua protecção. No exemplo da The Speakeasy Club, o tema foi representado de forma gráfica, simulação um olhar através do olho mágico de uma porta a partir do qual se poderia selecionar as pessoas que podem ou não entrar, nesse mesmo clube. No exemplo da Company Sign Groups, o olho foi concebido de forma a representar a infor-mação visual como uma direção (sinalização). A marca coroada é usada em aplicações associadas a prémios. No exemplo da The Association, a con-cepção é para um criativo consórcio Anglo-russo. No exemplo da Cambridge Contact Lenses, mais um caso de representação de uma empresa de lentes de contato. No exemplo da Company Ti-meWarner, a marca combina o olho com o ouvi-do, visão e som para a empresa do cinema, rádio e jornal. No exemplo da Company Eye Records, o Logo foi concebido para o selo de uma gravadora

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visionária, dedicada a novas formas de gravação. Nos exemplos da Emissora Bandeirantes da te-levisão brasileira, a evolução das marcas acabam por possuir o mesmo significado da emissora de televisão americana CBS. Aliás na minha opi-nião acaba por existir muitos pontos visuais em comum.

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MY EYESem um briefing limitado, mas apenas com um intui-to, o de incutir o signo - olho - numa marca a desen-volver, resolvi fazer um estudo tipográfico, já que em nenhum dos exemplos antes vistos, tenha sido apre-sentado algo identico. Crei a marca My Eye, como aplicação deste projecto, para poder emancipar o meu ponto de vista. Acaba por criar uma metáfora com o

trabalho e serve como ilustração dele mesmo.As diferentes cores, podem ser vistas apenas como estudos de cor, para poder percepcionar o comportamento. No entanto podem ser também assimiladas por determinados significados, que o espectador queira impreguenar.

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CONCLUSIONEm suma, as imagens das empresas e das instituições evoluiram significativamente e, em alguns casos, há uma redundancia na questão do significado das suas identidades, pois os seus signos quase que se repetem a ponto de se generalizarem, banalizando, até os seus marcos iniciais. Cada vez mais é difícil construir uma proposta inovadora de identidade através do es-tabelecimento de imagens, percepções e associações pelas quais os diferentes públicos irão relacionar-se

com um produto, um serviço ou uma empresa.A busca pela excelência da projecção visual deve ser o objectivo dos novos designers. Uma comunicação sinestésica - transmitida através de cores, tipos, for-mas gráficas e estilos – decerto faz parte dessa busca. Trata-se de um design invisível e segmentado que pode disponibilizar informações decisivas, entre outras coisas, para o favorecimento de uma perfeita comunicação visual.

RESEARCHGOLDEN, C. P. The visual craft of Willian Gol-den. New York: George Braziller, 1962.

GOMEZ-PALACIO, B. and ARMIN VIT Gra-phic Design Referenced. Rockport Publishers, 2009.

MOLLERUP, P. Marks of excellence: The history and taxonomy of trademarks. Phaidon: London, 1977.

SUSENER DESIGN COMPANY, Letterhead & Logo Design, Rockport Publishers, 2007.

MORIOKA, A. Logo Design Workbook, Rock-port Publishers, 2006

The History of the CBS Eye Logo 2001, http://www.youtube.com/watch?v=wB63odkphhg

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