diagnóstico da vegetação nativa do bioma caatinga

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47 Diagnóstico da vegetaçªo nativa do bioma Caatinga Ana Maria Giulietti Universidade Estadual de Feira de Santana Ana Luiza du Bocage Neta Empresa Pernambucana de Pesquisa AgropecuÆria Antônio Alberto J. F. Castro Universidade Federal do Piauí Cíntia F. L. Gamarra-Rojas Associaçªo Plantas do Nordeste/ Centro Nordestino de Informaçıes sobre Plantas Everardo V. S. B. Sampaio Universidade Federal de Pernambuco Jair Fernandes Virgínio Associaçªo Plantas do Nordeste Luciano Paganucci de Queiroz Universidade Estadual de Feira de Santana Maria AngØlica Figueiredo Universidade Federal do CearÆ Maria de Jesus Nogueira Rodal Universidade Federal Rural de Pernambuco Maria Regina de Vasconcellos Barbosa Universidade Federal da Paraíba Raymond M. Harley Universidade Estadual de Feira de Santana / Royal Botanical Gardens, Kew

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Page 1: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

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Diagnósticoda vegetação

nativa do biomaCaatinga

Ana Maria GiuliettiUniversidade Estadual de Feira de Santana

Ana Luiza du Bocage NetaEmpresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária

Antônio Alberto J. F. CastroUniversidade Federal do Piauí

Cíntia F. L. Gamarra-RojasAssociação Plantas do Nordeste/

Centro Nordestino de Informações sobre Plantas

Everardo V. S. B. SampaioUniversidade Federal de Pernambuco

Jair Fernandes VirgínioAssociação Plantas do Nordeste

Luciano Paganucci de QueirozUniversidade Estadual de Feira de Santana

Maria Angélica FigueiredoUniversidade Federal do Ceará

Maria de Jesus Nogueira RodalUniversidade Federal Rural de Pernambuco

Maria Regina de Vasconcellos BarbosaUniversidade Federal da Paraíba

Raymond M. HarleyUniversidade Estadual de Feira de Santana /

Royal Botanical Gardens, Kew

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INTRODUÇÃO

Dentre os biomas brasileiros, aCaatinga é, provavelmente, o mais des-valorizado e mal conhecido botanicamente.Esta situação é decorrente de uma crençainjustificada, e que não deve ser maisaceita, de que a Caatinga é o resultado damodificação de uma outra formaçãovegetal, estando associada a umadiversidade muito baixa de plantas, semespécies endêmicas e altamentemodificada pelas ações antrópicas. Apesarde estar, realmente, bastante alterada,especialmente nas terras mais baixas, aCaatinga contém uma grande variedade detipos vegetacionais, com elevado númerode espécies e também remanescentes devegetação ainda bem preservada, queincluem um número expressivo de táxonsraros e endêmicos.

Quem primeiro reconheceu estasituação foi Andrade-Lima (1981), quepublicou uma primeira aproximação paraa classificação dos diferentes tipos decaatingas, utilizando aspectos fisionô-micos e dados florísticos para caracterizaros agrupamentos, destacando, também,a importância de fatores abióticos comoclima, especialmente a precipitação, esolo. Para o Workshop de Avaliação eAções Prioritárias para a Conservação daBiodiversidade da Caatinga, realizado emPetrolina, em 2000, Rodal & Sampaio

(2002) propuseram mudanças no sistemade Andrade-Lima, analisando as unidadespropostas e associando-as ao recenteZoneamento Agroecológico do Nordeste -ZANE (Silva et al. 1993). Porém, adiversidade de padrões de vegetaçãodetectados, não permitiu, até o momento,a elaboração de um sistema de classificaçãoideal, persistindo inúmeras questões nãorespondidas e lacunas a serem preenchidas.

A falta de informação sobre locaisque provavelmente têm grandeimportância científica mas que requeremmais pesquisa, foi um dos grandesproblemas detectados. De particularinteresse poderiam ser citados os enclavesde �caatinga� existentes fora do Nordestee que são classificados em outros tiposde vegetação. Poderiam ser destacados:1) áreas mais ao sul da região da Caatinga,especialmente em Minas Gerais; 2)possíveis enclaves de caatinga naAmazônia, onde ocorrem espécies típicasda caatinga nordestina, como Schinopsisbrasiliensis (baraúna), recentementereferida para a região, provavelmenteassociada com áreas rochosas, onde odesenvolvimento de floresta é maisrestrito; e 3) áreas dentro da zona de MataAtlântica, como, por exemplo, Pedra Azul,em Minas Gerais, e Cabo Frio, no Rio deJaneiro.

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Nas últimas décadas, os biólogostêm voltado sua atenção para a Caatinga.Em vários dos seus trabalhos, Andrade-Lima (1981,1989) chamou a atenção paraa riqueza da flora da Caatinga e destacouos exemplos fascinantes das adaptaçõesdas plantas aos hábitats semi-áridos.Dessa forma, a Caatinga, tem sedestacado por conter uma grandediversidade de espécies vegetais, muitasdas quais endêmicas ao bioma, e outrasque podem exemplif icar relaçõesbiogeográficas que ajudam a esclarecer adinâmica histórica vegetacional da própriaCaatinga e de todo o leste da América doSul.

A lista mais ampla de espécies deangiospermas endêmicas da Caatingahavia sido elaborada por Prado (1991), querelacionou 12 gêneros e 183 espéciesendêmicas, e demonstrou as fortesrelações florísticas existentes entre essebioma e outros tipos vegetacionais daAmérica do Sul, especialmente os das áreasperiféricas do Chaco, no Paraguai, Bolíviae noroeste da Argentina.

Harley (1996), analisando a floraherbácea das caatingas, mencionou setegêneros endêmicos, parte deles ligados àsáreas próximas a lagoas temporárias. Parao Workshop da Caatinga, Giulietti et al.(2002) listaram para o bioma, 18 gênerose 318 espécies endêmicas, pertencentesa 42 famílias, incluindo tanto plantas deáreas arenosas como rochosas (Anexo 1).A família com maior número de espéciesendêmicas (80) é a Leguminosae, que étambém o grupo mais bem representadonas caatingas (Queiroz 2002). Outra

família com grande número de espéciesendêmicas (41) é a Cactaceae, que temsido muito estudada por Taylor & Zappi(2002). Dessas, várias estão incluídascomo vulneráveis ou em perigo deextinção.

Outras famílias destacam-se pelonúmero de gêneros endêmicos:Scrophulariaceae (3); Malpighiaceae (2);Compositae (2). Dentre os gêneros da famíliaScrophulariaceae, Anamaria e Dizygostemon,são exclusivos das margens de lagoastemporárias do oeste de Pernambuco e limitecom Piauí e Bahia, e Ameroglossum foidescrito em 2000, sendo restrito aos vãos dosblocos de granito da região de Bonito, PE, etambém da Paraíba (Castro et al. 2002). Afamília Malpighiacae inclui os gênerosmonotípicos Barnebya e Macvaughia, oprimeiro ocorrendo principalmente no Rasoda Catarina e o segundo recoletado pelaequipe da Associação Plantas do Nordeste �APNE � no mesmo local do material-tipo(Filadélfia, BA), durante o trabalho de camporealizado por ocasião da preparação domaterial para o Workshop da Caatinga.

A realização de novas coletas na regiãoNordeste e o estudo e identificação dosespécimes já depositados nos herbários daregião, levarão, com certeza, à detecção denovos táxons endêmicos. Deve-se, também,enfatizar a recoleta de táxons endêmicosrestritos, como por exemplo, o gêneroHaptocarpum (Capparaceae), só conhecidodo material-tipo coletado nas redondezas deMaracás (BA).

A análise da flora da Caatinga mostraque a maior diversidade está associada às

ESPÉCIES ENDÊMICAS DA CAATINGA

A água, como um fator limitante naCaatinga, também destaca um ponto muitoimportante, que é a preservação dos riospermanentes. Esses rios têm um papelessencial, provendo água durante todo o ano,tanto para as espécies da fauna e flora, comopara as populações que nela residem. Aconservação de tais rios depende da proteção

de suas cabeceiras, que geralmente estãolocalizadas fora da zona da Caatinga, porexemplo, nos brejos ou florestas montanasda Borborema, Chapada Diamantina, Serrado Araripe, dentre outros. Dessa forma, aconservação dessas florestas torna-seprioritária para a manutenção da principalfonte de água da região da Caatinga.

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maiores altitudes, principalmente em áreasrochosas. Tais condições permitiram,provavelmente, a formação de uma zonamais protegida durante as marcantesoscilações climáticas do Pleistoceno eQuaternário. Durante os períodos maisúmidos, é provável que grande parte doNordeste do Brasil tenha sido coberto pordiversos tipos de florestas, desdeperenifólias até caducifólias. Tal situaçãoisolava as espécies não arbóreas nas áreasmais altas e abertas, com solos rasos e semcondições de suportar uma coberturaarbórea. Porém, durante os períodos maissecos, as áreas altas com relevo maisacentuado e rochas expostas captavammaior umidade atmosférica, tanto sob aforma de neblina como de chuvas. Dessamaneira, as vertentes mais protegidasatuaram com refúgio para as espéciesflorestais, como pode ser visto hoje pelapresença das florestas de brejo dentro daregião de Caatinga. Certamente essesrefúgios montanhosos guardam evidênciasflorísticas das muitas mudanças climáticasque ocorreram no Nordeste do Brasil, e porextensão em toda a América do Sul.

As lagoas ou áreas úmidas tempo-rárias, nas terras mais baixas, representamum conjunto de hábitats frágeis dentro daCaatinga, ricos em espécies, e até mesmoem gêneros, de plantas raras e endêmicas.Essas são áreas de refúgio para muitasespécies aquáticas, vegetais e animais, edesempenham um papel fundamental nasobrevivência de muitas espécies de peixes,aves e mamíferos, que completam seu ciclode vida associados a esses ambientes.Entretanto, tais áreas são tambémutilizadas nas atividades da agropecuárialocal, constituindo-se em refúgios onde osanimais de criação podem ser reunidosquando o período de seca se torna maisintenso. A presença do gado é um fatornegativo para o ambiente natural, uma vezque os animais pisoteiam o solo úmido,destruindo sua estrutura e produzindocondições eutróficas, insatisfatórias para osorganismos nativos. É, portanto, necessáriodesenvolver estratégias de conservação queconciliem a prática agropecuária com aproteção às áreas de maior biodiversidade.

Tratar da classificação da vegetação dobioma Caatinga implica em reconhecê-locomo uma entidade identificável, compostapor um conjunto de plantas que a distinguedos conjuntos que formam os outros biomas.Isto já implica em uma classificação prévia, ados biomas, que foi utilizada pelo Ministériodo Meio Ambiente para definir áreasprioritárias para conservação da biodiver-sidade brasileira e que corresponde àclassificação regional utilizada, com algumavariação, na maioria das classificações préviasda vegetação brasileira.

Caatinga é o tipo de vegetação quecobre a maior parte da área com clima semi-árido da região Nordeste do Brasil.Naturalmente, as plantas não têmcaracterísticas uniformes nesta vasta área,mas cada uma destas características, e asdos fatores ambientais que as afetam, sãodistribuídas de tal modo que suas áreas deocorrência têm um grau de sobreposiçãorazoável. Isto permite identificar áreasnucleares, onde um número maior dascaracterísticas consideradas básicas sesobrepõem, e áreas marginais, onde essenúmero vai diminuindo, até chegar-se aoslimites com as áreas onde as característicasdas plantas e do meio definem outro tipode vegetação (bioma). Essa não é umaforma convencional de identificação de tiposde vegetação, mas é uma forma que temficado implícita em qualquer um dossistemas de classificação que tenha tratadoda Caatinga. Isso levanta dois problemas: aidentificação das características básicas e a

FITOFISIONOMIAS DA CAATINGA

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seleção de um número mínimo daquelasconsideradas essenciais para permitir oestabelecimento dos limites. Uma análisedas classificações já feitas permite constatara ausência de características bem definidas,o que tem resultado em conflitos de opiniãoe imprecisão de conceitos, áreas e limites.

A falta de informações sobre a flora,as características morfofuncionais dasplantas que a compõem e os fatoresambientais que condicionam suadistribuição e abundância, tem sidosubstituída pelo conhecimento subjetivo dealguns poucos estudiosos, com experiênciasuficiente para definir conjuntos coerentes,mas imprecisamente caracterizados. Umaconseqüência disso é a dificuldade detransmissão de seus resultados, visto queas classificações resultantes são aceitasmais pela autoridade de quem as propõedo que pelos argumentos científicos queelas encerram. Ainda que não seja umaforma perfeita de ação, até o momento nãoé possível um trabalho isento desseconhecimento subjetivo. Apesar do avançodo conhecimento que se tem hoje, commais dados sobre a flora e sua distribuição,esse ainda não é completo e não permiteque se prescinda da experiência de campo,intraduzível em termos de determinação dacomposição florística e características dasplantas e do meio.

Analisando as definições edelimitações já feitas sobre a Caatinga, épossível identificar as característicascomuns, que podem ser consideradascomo um conjunto das característicasbásicas da vegetação, a saber: 1) é avegetação que cobre uma área mais oumenos contínua, submetida a um climaquente e semi-árido, bordeado por áreasde clima mais úmido. Esta área seca está,na sua maior parte, confinada à regiãopoliticamente definida como Nordeste, euma pequena parte está no norte de MinasGerais, dentro da área definida,politicamente, como polígono das secas;2) possui espécies que apresentam adapta-ções à deficiência hídrica (caducifolia,herbáceas anuais, suculência, acúleos eespinhos, predominância de arbustos eárvores de pequeno porte, cobertura

descontínua de copas); 3) a existência deespécies endêmicas a esta área semi-áridae outras espécies que ocorrem nessa áreae em outras áreas secas, mais ou menosdistantes, mas não ocorrem nas áreas maisúmidas que fazem limite com o semi-árido.

Colocadas as questões acima sobrea classificação da vegetação do biomaCaatinga, optou-se por utilizar a clas-sificação proposta por Andrade-Lima(1981) para discutir os dados de florística,fisionomia e características do hábitat dessaheterogênea cobertura vegetal. Nestadiscussão são tratados, principalmente,dados obtidos a partir dos anos 80, quandolevantamentos sistemáticos passaram a serrealizados nos estados do Ceará, Paraíba ePernambuco.

Andrade-Lima (1981) observou que,em termos da classificação da vegetaçãodo domínio das Caatingas, duas questõessão inegavelmente claras: 1) os diferentestipos vegetacionais resultam da integraçãoclima-solo e o número de combinações e,conseqüentemente, o número decomunidades vegetais é muito alto; 2) asinformações sobre as relações entrevegetação e fatores físicos não sãosuficientemente conhecidas. Assim, o autoroptou por definir grandes unidades comum ou mais tipos, embora reconheça apossível existência de um número maior deunidades e tipos. Essa posição reflete, demodo inequívoco, que sua proposta é a deuma classificação ecológica, onde avegetação (flora e fisionomia) tem um papelimportante, do que a de uma classificaçãode vegetação propriamente dita.Aparentemente, essa opção deveu-se àfalta de maior conhecimento da vegetação,para assim poder classificá-la.

Como produto de sua classificaçãoecológica para o domínio da Caatinga,aquele autor reconheceu seis unidades,cada uma com um ou vários tipos,totalizando 12 tipos. As unidades e tiposnão foram mapeados, em função depassarem de um para outro de modogradual, apesar de muitos deles terem suaárea de ocorrência descrita com maior oumenor precisão.

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As unidades e tipos propostas porAndrade-Lima (1981) para o domínio daCaatinga são:

Unidade I

Tipo 1 � Tabebuia-Aspidosperma-Astronium-Cavanillesia

Unidade II

Tipo 2 � Astronium-Schinopsis-Caesalpinia

Tipo 3 � Caesalpinia-Spondias-Bursera-Aspidosperma

Tipo 4 � Mimosa-Syagrus-Spondias-Cereus

Tipo 6 � Cnidosculus-Bursera-Caesalpinia

Unidade III

Tipo 5 � Pilosocereus-Poeppigia-Dalbergia-Piptadenia

Unidade IV

Tipo 7 � Caesalpinia-Aspidosperma-Jatropha

Tipo 8 � Caesalpinia-Aspidosperma

Tipo 9 � Mimosa-Caesalpinia-Aristida

Tipo 10 � Aspidosperma-Pilosocereus

Unidade V

Tipo 11 � Calliandra-Pilosocereus

Unidade VI

Tipo 12 � Copenicia-Geoffroea-Licania

Com o objetivo de localizar, noespaço nordestino, as unidades e tiposda classificação de Andrade-Lima (1981),os mesmos foram comparados com asdivisões do Zoneamento Agroecológico doNordeste (Silva et al. 1994). Nessa últimaclassificação, as unidades agroecológicasforam definidas com uma forte basegeomorfológica, mas contendo tambéminformações sobre a vegetação.A vegetação de caatinga foi dividida em

hipoxerófila e hiperxerófila, havendo aindaanotações quanto ao tipo de vegetaçãodenominado de grameal, vegetação comcarnaúba e vegetação mista de caatinga,cerrado e/ou florestas. A subdivisão davegetação de caatinga, em apenas duasclasses, não permite um detalhamentomaior dos possíveis tipos de caatinga.

Por outro lado, a classificação das20 Grandes Unidades de Paisagem,subdivididas em 172 unidades geoambien-tais, permite o mapeamento do Nordesteem um número grande de ambientes comcaracterísticas semelhantes (Tabela 1).

É possível traçar a equivalênciaambiental de algumas unidades geo-ambientais com a divisão de tipos decaatinga feita por Andrade-Lima (1981).Com isto, pode-se quantificar as extensõesdesses tipos e, também, localizar nestasunidades geoambientais, as áreasprotegidas existentes, e identificar anecessidade do estabelecimento de outras.

Deve-se ressaltar que as 172unidades não têm, necessariamente, tiposdistintos de vegetação, mas sabe-se quediferenças ambientais condicionamdiferenças na composição florística e nadensidade e porte das populações dasespécies presentes. Por outro lado,algumas das unidades têm partes emestados distantes e é possível que tenhamvegetação distinta. Convêm lembrar quea distinção de tipos vegetacionais não foium critério usado na diferenciação dasunidades geoambientais. Infelizmente,falta informação sobre a vegetação paraum melhor embasamento das sub-divisões.

Vegetação de caatinga estavapresente em 17 das 20 Grandes Unidadesde Paisagem e em 105 das 172 unidadesgeoambientais (Tabela 1), ocupando umaárea de 935 mil km2, sendo 297 mil km2

com caatinga hiperxerófila, 247 mil km2

com caatinga hipoxerófila, 169 mil km2 decaatinga mesclada com florestassubperenifólias, subcaducifólias oucaducifólias, 110 mil km2 de caatingamesclada com cerrado, 101 mil km2 commistura de caatinga, floresta e cerrado e

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22 mil km2 com caatinga e campos dealtitude. Obviamente, essas são áreas deocupação potencial, sendo grande partedelas já desmatadas ou muito antropizadas.Infelizmente, não se dispõe da quan-tificação da cobertura vegetal atual nasunidades geoambientais.

Segundo Andrade-Lima (1981), aUnidade I representa uma floresta alta decaatinga, que tem como maior área dedistribuição o norte de Minas Gerais ecentro-sul da Bahia, geralmente em rochascalcárias ou cristalinas do pré-cambriano.São as áreas com maior disponibilidadehídrica no conjunto do domínio (índicexerotérmico entre 100 e 150). O autorconsiderou que, embora a fisionomiaflorestal alta dessa unidade seja distinta dados demais tipos fisionômicos das outrasunidades de caatinga, as espéciesdominantes não são muito diferentes.Corresponde às caatingas das superfíciescársticas, no sul da Bahia (J2, 5.682km2)

e norte de Minas Gerais (J1, J2 e J3, 9.130,3.325 e 9.991km2). Nelas, foram feitos oslevantamentos florísticos e fitossociológicosde Jaíba e Januária (Vale 1991, Ratter etal. 1978). A primeira área teria os locaisreservados para conservação no projeto deirrigação mas, fora esses, não conta comoutras áreas protegidas. Andrade-Lima(1981) observa que Cavanillesia arborea(Willdenow) K. Schum. (Bombacaceae) écaracterística dessa unidade, emboraocorra em outros tipos de caatinga.

Andrade-Lima (1981) sugeriu, semuma definição mais clara, que poderiahaver um subtipo dessas caatingas altassobre solos do cristalino, na parte leste daárea das caatingas. É possível quecorrespondam à transição com as matassecas (florestas caducifólias a sub-caducifólias), nas áreas denominadas deagrestes, em parte do Planalto daBorborema (Grande Unidade de PaisagemD) e das Superfícies Dissecadas Diversas

Grande Unidade de Paisagem Unidades EstadosTotalGeoambientais MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG

Chapadas Altas (A) 5 - 3,7 10,7 1,0 0,1 3,3 - - - 8,8 27,5Chapadas Intermediáriase Baixas (B) 7 - 96,5 2,2 - - - - - 1,3 - 100,0Chapada Diamantina (C) 4 - - - - - - - - 59,0 - 59,0Planalto da Borborema (D) 6 - - - 3,2 12,4 15,1 4,1 - - - 34,8Superfícies Retrabalhadas (E) 4 - - - - - - - - 33,7 5,6 39,3Depressão Sertaneja (F) 34 - 17,5 77,8 24,5 23,5 54,7 5,0 5,2 137,9 12,6 358,5Superfícies Dissecadas no PI e MA (G) 5 3,2 16,3 - - - - - - - - 19,5Superfícies Dissecadas Diversas (H) 3 9,2 24,0 7,3 - 4,7 0,2 2,0 4,1 6,4 - 58,0Bacias Sedimentares (I) 8 - - 0,7 - - 6,2 - 0,1 24,7 - 31,7Superfícies Cársticas (J) 11 - - 3,5 11,5 - - - 0,3 37,4 22,4 75,2Tabuleiros Costeiros (L) 5 - 1,9 16,2 4,4 - - - - - - 22,4Grandes Áreas Aluviais (N) 3 1,8 0,6 1,9 - - - - - 6,2 6,4 16,8Dunas Continentais (Q) 2 - - - - - - - - 9,8 - 9,8Complexo de Campo Maior (R) 1 - 5,4 - - - - - - - - 5,4Maciços e Serras Altas (S) 2 - - - - - - - - 36,1 1,6 37,7Maciços e Serras Baixas (T) 3 - - 12,3 1,4 6,9 8,0 - - 6,8 - 35,4Serrotes, Inselbergues eMaciços Residuais (U) 2 - 0,5 1,0 0,4 1,4 0,1 0,2 - - - 3,6Total 105 14,2 166,4 132,5 46,4 49,0 86,6 11,2 9,7 359,4 57,3 934,8

Tabela 1 - Áreas das Grandes Unidades de Paisagem (103 km2) e número de Unidades Geoambientaisque primitivamente incluíam vegetação de caatinga (adaptado de Silva et al. 1993).

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(Grande Unidade de Paisagem H).A Borborema tem uma diversidadevegetacional grande, incluindo desde ascaatingas baixas dos Cariris Velhos eCurimataú, na Paraíba (unidadesgeoambientais D5 e D7), até matas muitosemelhantes às costeiras (definidas comoMata Atlântica), e as matas serranas dosbrejos de altitude. As caatingas dos CaririsVelhos foram incluídas por Andrade-Limana Unidade IV. As unidades geoambientaiscom caatingas altas, no Planalto daBorborema, são D1 (Alagoas, Pernambucoe Paraíba, 4.067, 13.173 e 2.119km2), D3(Alagoas, Pernambuco e Paraíba, 1.444,5.694 e 1.595km2) e D4 (Pernambuco,1.962km2). Nas Superfícies DissecadasDiversas, elas são H1 (Paraíba, 559km2) eH3 (Bahia a Paraíba, 2.635, 4.147, 2.034,88 e 1.776km2). Deve-se ressaltar quecaatingas altas podem ocorrer em váriasoutras unidades, em locais dispersos,desde que as condições hídricas sejam umpouco mais favoráveis, pela precipitação(maior altitude) ou acumulação de água(baixios e beiras de rio). Nas SuperfíciesDissecadas Diversas, em Sergipe (H3),foram feitos levantamentos fitosso-ciológicos em Nossa Senhora da Glória eem Frei Paulo (Souza 1983) e no Planaltoda Borborema, em Pernambuco (D1), foifeito levantamento em Caruaru (Alco-forado-Filho et al., dados não publicados).As matas serranas, em Pernambuco, forammais intensamente estudadas quanto àlocalização e conservação de rema-nescentes (Rodal et al. 1998) e quanto àflorística (Sales et al. 1998). Nessas áreasde agreste, não há unidades deconservação com vegetação típica decaatinga, estando as existentes cobertascom matas (Pedra Talhada, em Alagoas ePernambuco; Brejo dos Cavalos, emPernambuco; e Mata do Pau Ferro, naParaíba).

A Unidade III apresenta índicexerotérmico variando entre 150 e 200 e seconstitui de uma floresta baixa de caatingaque ocorre em solos arenosos e profundosda série Cipó e outras geologiasrelacionadas. Do ponto de vista geológico-estrutural, apesar do semi-árido apresentar

significativa parcela de terrenos nadepressão sertaneja, os planaltos sedimen-tares paleozóicos ou mesozóicos tambémse destacam por sua extensão (Andrade1977, Moreira 1977). Sua maior área deocorrência está na bacia sedimentar domeio norte, na bacia Tucano-Jatobá(Bahia/Pernambuco) e em outras áreascom pequenas dimensões no Ceará, RioGrande do Norte e Paraíba (Souza et al.1994). Os índices pluviométricos são maiselevados no planalto do Piauí (600 a900mm) e decrescem abaixo de 600mmna direção sudoeste até a bacia do Jatobá(Souza et al. 1994).

A classificação da vegetação arbus-tiva caducifólia das chapadas sedimentares,especialmente no Piauí, Ceará, Pernam-buco e Bahia, tem gerado controvérsias.No caso da vegetação arbustiva caducifóliaque recobre o topo do planalto do Ibiapaba,no estado do Ceará, Araújo et al. (1998a,1998b) observaram que a vegetação decarrasco que ali ocorre é distinta, do pontode vista florístico e fisionômico, da caatinga.No caso do Piauí e Pernambuco, autorescomo Vasconcelos-Sobrinho (1941), Egler(1951), Andrade-Lima (1957, 1978) eEmperaire (1985) consideraram que avegetação caducifólia que recobre aschapadas é um tipo de caatinga, apesarda flora particular, ligada a solos de origemsedimentar e altamente arenosos. Paraesses autores, a identidade com a caatingaseria confirmada pela presença decomunidades vegetais comandadas porum ambiente climático geral da regiãosemi-árida, isto é, plantas caducifólias eespinhosas.

Com relação a essas questões, Rodalet al. (1999) consideraram que a flora daschapadas sedimentares de Pernambucorepresenta um conjunto florístico maisespecializado a ambientes com solosarenosos e profundos, embora essasespécies também ocorram, com menorfreqüência, em áreas de caatinga instaladassobre o cristalino. Lemos (1999),estudando uma área com vegetaçãocaducifólia espinhosa no sudoeste do Piauí,citou como famílias mais importantes, emnúmero de espécies, Mimosaceae,

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Caesalpiniaceae, Euphorbiaceae eFabaceae, táxons comuns em áreas decaatinga instaladas sobre o cristalino,embora com espécies distintas. Todavia,assinalou que a riqueza de Bignoniaceae eMyrtaceae da área é incomum para áreasdo cristalino.

Das unidades de Andrade-Lima(1981), a III corresponde razoavelmentebem às Bacias Sedimentares (GrandeUnidade de Paisagem I), podendo incluirtambém as Dunas Continentais (GrandeUnidade de Paisagem Q), e parte dasChapadas Altas (Grande Unidade dePaisagem A) e Chapadas Intermediárias(Grande Unidade de Paisagem B). AsBacias Sedimentares com caatinga (I5 aI12) ocupam 31,7 mil km2, sendo a maiorparte na Bahia. Elas incluem o Raso daCatarina, onde há uma Estação Ecológica,com cerca de um mil quilômetrosquadrados (99.772ha) e onde foi feito umlevantamento florístico preliminar (Guedes1985). As Dunas Continentais (Q1 e Q2),todas pertencentes à Bahia, têm uma floracom algumas espécies características(Queiroz, informação pessoal) e, apesar daárea ocupada não ser grande (9,8 mil km2),mereceriam uma área protegida. Nelas, aocupação humana é muito baixa, o quefacilitaria a desapropriação da unidade deconservação e o controle da antropização.

As Chapadas Altas ocorrem noAraripe (A4 e A5; no Ceará, 5.955km2,Pernambuco, 3.269km2, e Piauí, 630km2)e na Ibiapaba (A8; Ceará, 3.309km2, Piauí,3.084km2, e zona CE/PI, 1.391km2). Sãoáreas onde misturam-se caatinga e cerradoe onde aparece o carrasco, como umaunidade de vegetação distinta, comlevantamentos feitos por Araújo et al.(1998a, 1998b). Também aparece caatinganas serras de Santana, Portalegre, Martinse Cuité (A6), no Rio Grande do Norte(988km2) e na Paraíba (145km2), associadaà florestas subperenifólias. A área doAraripe conta com a Floresta Nacional,uma extensão protegida razoável para ospadrões do Nordeste (38.626 hectares) euma Área de Proteção Ambiental, que teriamais de um milhão de hectares. NaIbiapaba, embora localizada numa área

com cobertura mais florestal, há o pequenoParque Nacional de Ubajara (563 hectares).

As Chapadas Intermediárias (B)ocupam uma grande área do Piauí (B2, B4,B5, B6, B8 e B9, 96.476km2) e extravazampara o Ceará (B4, 2.224km2) e para a Bahia(B1 e B2, 1.303km2). Possuem caatingashipoxerófilas, por vezes mescladas acerrado, sobre solos, em geral profundose bem drenados. Há alguns levantamentosna área (Emperaire 1985), que conta como Parque Nacional da Serra da Capivara,uma das maiores unidades de conservação(100.000 hectares) com caatinga.

As Unidades II e IV, com suas oitosubdivisões (Andrade-Lima 1981),correspondem à vasta área incluída nasGrandes Unidades de Paisagem daDepressão Sertaneja (F, 358.537km2), quefoi dividida em 34 unidades geoambientais,e a partes das Superfícies Retrabalhadas(E), do Planalto da Borborema (D), dasSuperfícies Dissecadas Diversas (H), dasSuperfícies Cársticas (J), dos Maciços eSerras Baixas (T) e dos Serrotes,Inselbergues e Maciços Residuais (U).Chama a atenção a ausência quase totalde áreas protegidas oficiais neste espaçotão grande e tão típico das caatingas.

Segundo Andrade-Lima (1981), aUnidade II apresenta quatro tipos, variandode floresta média a baixa de caatinga e umacaatinga arbórea aberta, todos em áreascom índice xerotérmico entre 150 e 200, einstalados principalmente em rochascristalinas do pré-cambriano. Segundo oautor, essa unidade representa a típicacaatinga florestal com um estrato arbóreonão muito denso, com altura entre 7 e 15m,e presença de estrato herbáceo aberto combromeliáceas e espécies espinhosas.Observa ainda, que a vegetação dessaunidade tem sido bastante utilizada,especialmente para agricultura, extração demadeira e produção de lenha.

A maioria dos levantamentos járealizados na caatinga de Pernambuco, oforam nessa unidade (Drummond et al.1982, Tavares et al. 1970, Rodal 1992,Araújo et al. 1995), especialmente nafloresta média de caatinga e na caatinga

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arbórea aberta, tipos de difícil separaçãosegundo Rodal (1992).

Santos et al. (1992) encontraramuma boa relação entre vegetação(fisionomia-flora) e tipos de solos,confirmando as observações de Andrade-Lima (1981) sobre a estreita relação entrevegetação e solo no semi-árido. Rodal(1992) observou que a proximidadegeográfica e a geomorfologia são aspectosimportantes para compreender assemelhanças florísticas das caatingas,especialmente nessa unidade. O autorindicou que áreas próximas, mas comaspectos morfopedológicos distintos,mostraram maior semelhança entre si doque com outras áreas, e que a flora dasáreas da depressão sertaneja (cristalino) édistinta daquela das chapadassedimentares. Com relação às áreas dadepressão sertaneja, o oeste dePernambuco apresenta uma flora decaatinga particular, possivelmenterelacionada com a grande mancha delatossolo vermelho-amarelo que ali ocorre.A estreita relação entre a vegetação decaatinga e as superfícies interplanálticas daregião semi-árida, apontada por diferentesautores (Rizzini 1979, Fernandes 1996),deve ser observada com cautela, uma vezque Andrade-Lima (1964, 1981) registroua presença de caatinga na chapada doApodi e no planalto da Borborema, o qualrepresenta a superfície exposta do escudocristalino. Sem dúvida, a maior parte davegetação do planalto da Borborema,localizado no semi-árido de Pernambuco,é constituída por uma caatinga com porteelevado e uma acentuada riqueza florística,o que possivelmente pode ser explicadopelas menores temperaturas, especial-mente noturnas (Jacomine et al. 1973).

A localização de dois dos quatro tiposde caatinga da Unidade II não foi definida(tipos 2 e 3), exceto por constituírem onúcleo central do domínio (Andrade-Lima1981). O tipo 4 cobriria parte do centro-norte da Bahia, região caracterizada pelapresença do licuri (Syagrus), planta da qualse explora o óleo dos frutos. O tipo 6 estariamais associado ao sudoeste do Ceará,embora também ocorra em outros locais.

São caatingas com plantas arbóreas, emgeral de porte maior que as da Unidade IV,embora o autor reconheça que, dada suaextensão, têm variações de altura, den-sidade e composição. Elas correspondemà maior parte das Grandes Unidades dePaisagem listadas acima, quando começoua tratar-se das Unidades II e IV (DepressãoSertaneja, Superfícies Retrabalhadas,Planalto da Borborema, SuperfíciesDissecadas Diversas, Superfícies Cársticas,Maciços e Serras Baixas e Serrotes,Inselbergues e Maciços Residuais). Nestavasta área, praticamente inexistem áreasprotegidas oficiais. Apenas no sudoeste doCeará há a pequena Estação Ecológica deAiuaba (5.000 ou 12.000ha, mas semdiploma legal até 1998), no limite com umaextensão da Chapada do Araripe (A4) e comserras mais baixas (T3), para a qual existeregistro de um levantamento (Oliveira et al.1988). Os levantamentos florísticos efitossociológicos na grande área daUnidade II, por estarem concentrados emPernambuco, não permitem que seindiquem áreas preferenciais para unidadesde conservação, com base nos dados dasplantas. Na ausência desses dados, arecomendação possível é que sejamrepresentadas, no mínimo, as grandesunidades cobertas por essa vegetação.É possível que exista muita diferença navegetação dentro de uma grande unidade,e há fortes evidências, nos estudosflorísticos, da presença de algumasespécies em apenas um ou poucos pontosde uma mesma unidade de paisagem.O exemplo mais característico é a distri-buição, de algumas espécies da famíliaCactaceae, em locais restritos das unidadesdos Serrotes, Inselbergues e MaciçosResiduais (U) e Maciços e Serras Baixas (T)(Taylor & Zappi 2002).

Assim, recomenda-se o estabele-cimento de unidades de conservação oumedidas de incentivo à proteção em: 1)Planalto da Borborema (D), em Pernam-buco ou na Paraíba. Como toda a área temsido intensamente antropizada, a loca-lização depende da existência de vegetaçãopreservada; 2) Superfícies Retrabalhadas,na Bahia; 3) Depressão Sertaneja, na parte

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central do Ceará (F21) e no oeste dePernambuco (F22); 4) SuperfíciesDissecadas no vale do Gurguéia (G17) oudo Parnaíba (G18). Essas são áreas comvegetação de caatinga mesclada comcerrado e a primeira inclui um dos núcleosde desertificação (Gilbués); 5) SuperfíciesDissecadas Diversas, na Paraíba (H4), nosertão do Piancó; 6) Superfícies Cársticas,na Bahia, na região de Irecê (J5), e no RioGrande do Norte, na Chapada do Apodi(J12). São áreas de solos calcários,distintos da maioria dos demais daCaatinga; 7) Tabuleiros Costeiros, no Ceará(L14, L15 ou L17). Essa área poderia sercontígua à de conservação da caatingacom carnaubais, da Unidade VI; e 8)Maciços e Serras Altas (S3), na Bahia, naregião de Sento Sé a Sobradinho.

A Unidade IV ocupa áreas comíndice xerotérmico variando entre 150 e300 e apresenta quatro tipos ouassociações (7 a 10), predominantemente,de porte baixo, muitas vezes de baixadensidade e pobres em espécies arbustivo-arbóreas. Esses tipos têm uma equivalênciarazoavelmente clara com algumas dassubdivisões da classificação da EMBRAPA(Silva et al. 1993) e dois deles � CaririsVelhos e Seridó � têm sido identificadoscomo grupos distintos de vegetação porvários autores regionais (Duque 1980).

Andrade-Lima (1981) separou, naUnidade IV, os tipos de vegetação 8 e 10que ocorrem nos Cariris Velhos, Paraíba. Éuma área onde a precipitação decresce dosaltos da Borborema, limite comPernambuco, até os valores mais baixos noNordeste, em Cabaceiras, e volta a subirem direção ao Brejo Paraibano (H1). Avegetação é baixa e pobre em espécies(Gomes 1979) mas segue o gradiente deprecipitação e profundidade do solo(Sampaio et al. 1981). Nessa área, foramfeitos levantamentos fitossociológicos porGomes (1979) e Lira (1979). Estes tiposcorrespondem a parte do Planalto daBorborema (D7, 5987km2) que incluitambém o Curimataú, às vezes colocadocomo uma área com vegetação especial(Duque 1980). A ocupação agrícola é baixa,

pela falta de água, predominando apecuária e a extração de lenha. Sugere-sea criação de uma unidade de conservaçãonessa área.

O tipo de vegetação 9 ocorre noSeridó, parte na Paraíba e parte no RioGrande do Norte, no Planalto daBorborema (D2, Rio Grande do Norte,1.730km2 e Paraíba, 1.221km2), naDepressão Sertaneja (F30, Rio Grande doNorte, 7.530km2) e em partes dos Maciçose Serras Baixas (T3, totais no Rio Grandedo Norte de 1.411km2 e na Paraíba de6.925km2). É uma área de solos rasos epedregosos, vegetação esparsa e baixa,com graves riscos de erosão e sinais dedesertificação, reforçados pela retiradaintensa de lenha. Em Serra Negra (RN) háuma pequena Reserva Biológica (1.100hectares).

O tipo 7, dessas caatingas baixas daUnidade IV, ocorre nas áreas mais secas domédio São Francisco, sendo típica a doentorno de Petrolina. Ela corresponde àsunidades geoambientais F22 (17.914km2

em Pernambuco e 3.548km2 na Bahia),F29 (13.412 km2 na Bahia) e F30 (16.204km2 em Pernambuco) da DepressãoSertaneja, e parte da J7 (5.279km2) dasSuperfícies Cársticas. Não há unidades deconservação oficiais nesta área, mas aEmbrapa Semi-Árido � CPATSA, dentro desua estação, possui área preservada e aCHESF pretendia estabelecer uma áreaprotegida nos terrenos desapropriados paraa construção da UHE - Xingó.

A Unidade V, caracterizada pelaassociação Calliandra-Pilosocereusrepresenta um tipo de caatinga arbustivaespalhada em pequenas manchas em todosemi-árido, especialmente sobre rochasmetamórficas do pré-cambriano (Andrade-Lima 1981). Sua presença requer umacombinação de baixa precipitação (350-400mm), longo período de seca (8 a 9meses), e solos pedregosos ou rasos earenosos, em superfície levementeondulada. Calliandra depauperata Benth.é abundante nas áreas de solo bruno nãocálcico litólico do oeste de Pernambuco(Santos et al. 1992). As poucas

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informações apresentadas sobre essaunidade não permitem maiores conside-rações. Não é possível identificá-la comnenhuma unidade geoambiental especí-fica, mas ela ocorre dispersa em locais daDepressão Sertaneja. Para sua preservação,pode-se procurar certificar que aassociação de plantas que a caracterizaesteja incluída em áreas indicadas paraconservação na Depressão Sertaneja.

A Unidade VI, definida pelaassociação Copenicia-Geoffroea-Licania,representa uma floresta ciliar de caatingaque ocorre nos principais rios do semi-áridodo Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, emáreas com solos aluviais e com índicesxerotérmicos variando entre 150 e 200.Sampaio et al. (1987) observaram que taisáreas praticamente não apresentam maisvegetação nativa por tratarem-se de localpreferencial para atividades agrícolas nosemi-árido. Não existe levantamentoflorístico ou fitossociológico nessas áreas,e o único levantamento quantitativodisponível da floresta ciliar de caatinga foifeito às margens do rio São Francisco(Nascimento 1999). É possível queAndrade-Lima não tenha incluído asflorestas ciliares daquele rio em função desuas distintas características florísticas,justificadas pelas diferenças do hábitat,uma vez que as áreas da Unidade VIapresentam vales inundados na épocachuvosa, ao contrário das do rio SãoFrancisco. Embora Andrade-Lima (1981)não apresente uma lista florística para essaassociação, além dos três gênerosmencionados, algumas espécies devem seras mesmas que também estão presentesnas florestas ciliares do rio São Francisco,como Copernia prunifera (Miller.) H.E. More(Arecaceae) e Geoffroea spinosa Jacq.(Fabaceae).

A Unidade VI (Andrade-Lima 1981)não corresponde a uma Grande Unidadede Paisagem única mas a partes dasGrandes Áreas Aluviais (N2, no Ceará,1.865km2) e aos vales dos TabuleirosCosteiros (L13 a L17; áreas totais no Ceará,Piauí e Rio Grande do Norte de 16.153,1.872 e 4.362km2) e de pequena parte daDepressão Sertaneja, no Piauí (F34,

611km2). Carnaubais também sãoencontrados em Áreas Aluviais do Piauí eMaranhão (N3), porém mais mesclados amatas que a caatingas, e na Bahia (F10,21.670km2), na área dominada pelogrameal, que não foi incluída na UnidadeVI. Os Aluviões do Baixo Jaguaribe (N2)constituem a área mais típica destaUnidade VI e, portanto, seria importante acriação de uma área protegida oficial nolocal, já que não há nenhuma em toda aunidade. As carnaúbas são exploradas paraextração de cera e a oiticica para extraçãode óleo, e esse uso não predatório poderiaser mantido na área protegida, talvez coma criação de uma unidade de usosustentável. Não existem levantamentosflorísticos e fitossociológicos nessa área, enão se conhece o estado de conservaçãoda vegetação associada aos carnaubais.

O Zoneamento Agroecológico doNordeste (Silva et al. 1994) registra apresença de caatinga em outras grandesunidades que não se enquadram nasunidades descritas por Andrade-Lima(1981). Em geral, são caatingas mescladascom outros tipos de vegetação.

O Complexo de Campo Maior (R), noPiauí, é uma área onde predomina ocerrado mas onde ocorrem espécies decaatinga (R1, 5.435km2), em maior oumenor concentração. Essa área inclui oParque Nacional de Sete Cidades (7.700hectares) e foi enquadrada no biomaCerrado quando da realização do exercíciode identificação de áreas para conservaçãodeste bioma (Workshop do Cerrado), nãosendo considerada aqui.

A área da Chapada Diamantina (C),na Bahia e em Minas Gerais também foiincluída no Workshop do Cerrado. Nas suasencostas pode ocorrer vegetação decaatinga hipoxerófila (Bahia, C7 e C8,21.715 e 5.872km2) ou suas associaçõescom cerrado (Minas Gerais, C2,20.524km2) e com campos de altitude(Bahia, 10.902km2). A área nuclear daChapada Diamantina conta com umParque Nacional, de grande dimensão paraos padrões do Nordeste (152.000hectares), mas que praticamente não incluiáreas de caatinga.

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Uma parte do nordeste do Maranhãofoi incluída na área tratada no Workshop daCaatinga. Corresponde aos tabuleiroscosteiros da unidade geoambiental L12(9.395km2), onde predominam os cerrados,mesclados a florestas subcaducifólias, compresença de babaçuais nos vales. Nessaárea, aparecem algumas espécies quetambém ocorrem na caatinga, mas elas nãoformam conjuntos que possam serenquadrados como vegetação de caatinga.

agricultura, até a produção de cultivarestransgênicos. Todo esse incremento nomanuseio do meio ambiente foiconsiderado, entusiasticamente, comosendo o avanço da civilização, tendoproporcionado marcante crescimento dapopulação humana, da expectativa de vidae do conforto da existência.

No século XIX, atingiu-se uma fasena qual a interferência humana se faziapresente em todo o mundo, e os paísesindustrializados já haviam alterado quasetoda sua extensão territorial, além de teremafetado significativamente suas colônias eoutros países mais pobres. Surgiu, então,nos países industrializados, o desejo e anecessidade de preservação das áreasnaturais mais significativas.

Mais de um século depois, luta-sepela expansão das áreas protegidas visandoa conservação dos recursos naturais, emuma queda de braço permanente com anecessidade de aumento das áreasprodutivas para garantir o crescimentoeconômico das populações. Esse conflitoganhou novos contornos com osmovimentos ecológicos das últimasdécadas que se espalharam por todo omundo, e com a preocupação crescentecom a conservação da biodiversidade.

A necessidade de conservação dabiodiversidade tem conseguido amplaaceitação, em grande parte, devido àsuperação do conflito entre preservação euso da natureza, que advoga a importânciada proteção atual em nome do benefíciopotencial. Essa aceitação ganha mais forçaà medida em que a ciência descobre novosusos para plantas e animais até então seminteresse, e à medida em que as áreas ondeessas espécies ocorrem vêm sendoalteradas.

O objetivo desta seção é analisar ouso da vegetação nativa na ampla área quecorresponde à Caatinga. No presentetrabalho, considera-se que esse biomaocupa o semi-árido nordestino e parte donorte de Minas Gerais, além de formaçõesassociadas ou mesclas de caatinga comvegetação de outros biomas, em área queinclui o nordeste do Maranhão, cobrindo

USO DAS PLANTAS DA CAATINGA

Os seres humanos têm sempreutilizado espécies vegetais na suaalimentação. A esse uso mais primordialtêm sido acrescidos usos cada vez maissofisticados à medida em que oconhecimento sobre o manejo doambiente foi sendo acumulado. Do uso damadeira para fogo e construção de abrigos,passou-se à seleção de plantas e à

Ad

riano

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barin

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Cabeça-de-frade

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um total de 1.116 municípios, distribuídosem dez estados.

Esta seção está organizada emquatro partes. Na primeira e segunda, éanalisada a ocupação do espaço comagricultura e com pastagens. A terceiratrata da utilização da vegetação nativa paraprodução de lenha e carvão, e a quarta dosusos das plantas que requerem seleção ecoleta na vegetação nativa.

AgriculturaQuando as comunidades apren-

deram a propagar algumas das plantas quelhes eram mais úteis e a eliminar as quenão lhe interessavam, começaram a serformados campos de vegetação antrópica.O processo de seleção continua e novasplantas estão sendo incorporadas aosistema agrícola. No entanto, apesar daantigüidade desse processo, as plantasusadas na agricultura constituem umafração pequena do total de espéciesexistentes, e algumas poucas espéciesrespondem pela maior parte das áreascultivadas no mundo. Nas áreas daCaatinga, predominam os cultivos demilho, feijão e algodão, além de outraspoucas espécies que possuem uma certaimportância econômica, como amandioca, mamona e agave. Existe, ainda,uma multiplicidade de espécies cultivadasem pequena escala, freqüentemente emquintais ou consorciadas aos roçados, cujaprodução nem sempre é comercializada, eque muitas vezes sequer é citada noscensos e anuários estatísticos.

As áreas cultivadas reduzem aspopulações das espécies nativas e, tantopodem ter apenas um pequeno impactonegativo na diversidade, como tambémsignificar a eliminação de muitas espécies.Isso depende da área cuja diversidade estásendo considerada, da proporção das áreascultivadas e do tamanho e distribuição daspopulações das espécies nativas que estãona área total. As áreas individuais cultivadasou campos agrícolas (quase sempremenores que 10km2) formam um agregadogrande e distribuído irregularmente pelaregião. Informações sobre áreas cultivadas

estão disponíveis por unidade política, demunicípio a estado, passando por micro emesorregião. A distribuição original e atualde cada uma das milhares de espéciesnativas é quase totalmente desconhecidae raramente está ligada às unidadespolíticas. Assim, a análise do impacto daagricultura tem de se ater à vegetaçãonativa como um todo, sem separação porespécies. A avaliação da área cultivada, porunidade política, dá uma idéia do que restada cobertura vegetal nativa.

Para avaliar o uso do solo comagricultura, foram utilizados os dados docenso do IBGE de 1995/1996. Tomaram-se as variáveis: 1) soma das áreas plantadascom lavouras temporárias, permanentes etemporárias em descanso, e das áreasplantadas com pasto; 2) áreas com pastonativo; 3) áreas com mata nativa; e 4) áreastotais das propriedades. Além disso, foiobtida, também do IBGE, a área total dosmunicípios. Foram calculadas asproporções das áreas plantadas e nativasem relação às áreas das propriedades e dosmunicípios (Tabela 2).

O valor calculado para as áreascultivadas em relação às áreas dosmunicípios deve ser menor do que emrelação às áreas das propriedades, pois aspropriedades não cobrem todo omunicípio. O fato de haver municípios emque a área das propriedades é maior que aárea do município (às vezes até o dobro),revela que a base de dados do IBGE possuifalhas. A despeito disso, e sendo essa aúnica base de dados disponível, a mesmafoi utilizada para a avaliação.

Na grande maioria dos casos, asáreas cultivadas em relação às áreas dosmunicípios foram menores que as áreascultivadas em relação às áreas daspropriedades. Em alguns casos, elas sãomuito menores. Isso pode resultar de umlevantamento incompleto das proprie-dades, bem como da presença de grandesáreas no município que não pertencem apropriedades agrícolas. Esse é o caso dascapitais incluídas na área da Caatinga(Fortaleza, Teresina e Natal) e pode ocorrercom outras cidades com área urbana

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grande. Poderia também ser o caso demunicípios com áreas pouco ocupadas oucom unidades de conservação.O cruzamento dos dados com áreas demata e pastos nativos auxilia a esclarecero padrão de uso do solo.

Mais da metade dos municípios dosestados do Piauí e Maranhão possuemmenos de 30% de área plantada em relaçãoà área das propriedades. Já em relação aárea dos municípios, mais de 2/3 deles

apresentam menos de 10% de áreaplantada, e a quase totalidade deles, menosde 30% (Tabela 2). Isso indica a baixaproporção das áreas das propriedades emrelação às áreas totais municipais,possivelmente pelo vazio populacional damaior parte dos municípios. Como os doisestados também apresentaram a maiorparte dos municípios com mais de 20% decobertura de mata nativa, sendo mais de1/5 dos municípios com mais de 40% de

Variável AL BA CE MA MG PB PE PI RN SE Total

Número de municípiosPlantada / propriedades ≤ 10% 0 6 8 2 1 12 1 15 18 0 63Plantada / propriedades ≤ 30% 4 56 97 10 5 84 34 86 92 5 473Plantada / propriedades ≥ 60% 18 34 4 1 2 9 18 1 9 13 109Plantada / município ≤ 10% 0 41 35 15 2 23 16 78 35 0 245Plantada / município ≤ 30% 13 156 157 20 20 115 72 116 121 7 797Mata / propriedades ≥ 20% 2 121 143 10 20 39 42 91 96 2 566Mata / propriedades ≥ 40% 0 14 24 5 0 3 20 38 27 0 131Pasto nativo / propriedades ≥ 40% 17 38 15 1 1 75 29 11 33 17 237Pasto plantado > pasto nativo 13 102 1 2 20 5 18 9 2 16 188Pasto plantado / propriedades ≥ 30% 10 72 0 0 15 4 12 0 0 24 137Pasto plantado / propriedades ≥ 10% 23 198 12 2 24 41 55 13 17 38 423Animais /pasto nativo e plantado < 1 7 163 35 5 25 79 26 34 59 27 460Carvão + lenha /mata > 1 20 117 127 14 20 104 73 52 51 26 604Carvão+lenha/mata+pasto nativo >1 3 67 83 10 19 31 29 25 18 8 293Total 50 261 184 20 29 154 114 118 144 42 1116

Proporção dos municípios (%)Plantada / propriedades ≤ 10% 0 2 4 10 3 8 1 13 13 0 6Plantada / propriedades ≤ 30% 8 21 53 50 17 55 30 73 64 12 42Plantada / propriedades ≥ 60% 36 13 2 5 7 6 16 1 6 31 10Plantada / município ≤ 10% 0 16 19 75 7 15 14 66 24 0 22Plantada / município ≤ 30% 26 60 85 100 69 75 63 98 84 17 71Mata / propriedades ≥ 20% 4 46 78 50 69 25 37 77 67 5 51Mata / propriedades ≥ 40% 0 5 13 25 0 2 18 32 19 0 12Pasto nativo / propriedades ≥ 40% 34 15 8 5 3 49 25 9 23 40 21Pasto plantado > pasto nativo 26 39 1 10 69 3 16 8 1 38 17Pasto plantado / propriedades ≥ 30% 20 28 0 0 52 3 11 0 0 57 12Pasto plantado / propriedades ≥ 10% 46 76 7 10 83 27 48 11 12 90 38Animais / pasto nativo e plantado < 1 14 62 19 25 86 51 23 29 41 64 41Carvão + lenha / mata > 1 40 45 69 70 69 68 64 44 35 62 54Carvão+lenha /mata+pasto nativo > 1 6 26 45 50 66 20 25 21 13 19 26

Tabela 2 - Número e proporção dos municípios da Caatinga, dos diferentes estados, que têm distintas porções de áreasplantadas, cobertas com matas nativas, pastos nativos ou pastos plantados em relação às áreas das propriedadesou dos municípios, e também carga animal, produção de carvão e lenha por área de mata e pasto nativos.

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mata, é provável que eles tenham aindauma boa cobertura de vegetação nativa. OPiauí se distingue do Maranhão pelo maiornúmero de municípios incluídos na área deCaatinga (118 e 20, respectivamente),tendo, assim, o maior número absoluto demunicípios, entre os estados, com mais de40% de cobertura de mata (38). Segundoo MMA (1997), em 1991, o Piauí tinha umaenorme área coberta com vegetação nativade caatinga e com vegetação mista decaatinga e cerrado (24 e 13% da área doestado, correspondendo a 61.000 e32.000km2, respectivamente), enquanto oMaranhão tinha, apenas, uma pequenaárea de caatinga (140km2).

Alagoas e Sergipe apresentam-se emsituação oposta, pois quase todos osmunicípios possuem mais de 30% de áreacultivada, e cerca de 1/3 deles apresentammais de 60% de área plantada em relação àárea das propriedades. O quadro não sealtera muito calculando a área plantada emrelação à área dos municípios. A proporçãode municípios com cobertura de mataacima de 20% foi baixa e acima de 40% foinula. Já cerca de 1/3 dos municípios tiverammais de 40% de cobertura por pasto nativo.É possível que parte dessas áreas de pastonativo corresponda à caatinga com um graurazoável de preservação. Há evidências distopara outros estados (discutido mais adiante).De todo modo, parece mais provável queesses dois estados tenham poucosmunicípios com áreas significativas devegetação nativa. A avaliação do MMA(1997) é de que eles tinham, em 1991, umacobertura total de caatinga muito pequena(< 20% das áreas totais dos estados, 3.500e 3.800km2, respectivamente).

Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norteapresentaram entre 2/3 e metade dosmunicípios com menos de 30% de áreacultivada, em relação à área das pro-priedades. Considerando a relação áreaplantada/área município, cerca de 4/5 dosmunicípios apresentam valores menores que30% e o quinto restante possui menos de10%. Nos três estados, municípios com maisde 60% de área plantada representarammenos de 6% do total. Pode-se concluir que,nesses estados núcleo do semi-árido, a

agricultura e os pastos plantados têm poucopeso, exceto em poucos municípiosespecíficos, quase sempre situados nas áreasde transição para um clima mais úmido.Quanto à área de mata, a Paraíba diferiu doCeará e Rio Grande do Norte: enquanto só1/4 dos seus municípios apresenta mais de20% de cobertura de mata, e quase nenhummais de 40%, nos outros dois estados, amaioria dos municípios (cerca de 3/4 e 2/3,respectivamente) tem mais de 20% decobertura de mata.

Os números absolutos de municípioscom mais de 40% de mata no Rio Grandedo Norte (27) e no Ceará (24) só foraminferiores aos do Piauí. Na Paraíba, o usoprincipal do solo é com pastos nativos, queocuparam mais de 40% das áreas daspropriedades em quase a metade dosmunicípios. No Rio Grande do Norte essamesma proporção somente foi detectadaem 1/4 dos municípios, e no Ceará emapenas 8% dos municípios. Assim, pareceque a Paraíba tem poucas áreas devegetação nativa que não sejamenquadradas como pastos, o Rio GrandeNorte tem uma área maior, enquanto oCeará apresenta a maior área de vegetaçãonativa classificada, pelos proprietários,como mata nativa. Os dados do MMA(1997) confirmam essas posições: entre ostrês, em termos absolutos, a Paraíba tinha,em 1991, a menor cobertura de caatinga(33% da área do estado, 18.200km2), oCeará, a maior (39%, 56.900km2) e o RioGrande do Norte, uma situaçãointermediária (47%, 24.700km2). Pode-sedizer que esses estados ainda têm umaextensão razoável de caatinga, porémbastante fracionada pelas áreas agrícolas,e muito utilizada como pasto nativo.

Pernambuco apresentou apenas 1/3dos municípios com menos de 30% de áreaplantada e 1/6 deles com mais de 60% deárea cultivada, principalmente os da regiãomais úmida do agreste. Também, apenas1/3 tinha mais de 20% de matas e somente20 municípios (1/5 do total) com mais de40% de cobertura de matas nativas. E 1/4dos municípios apresentou mais de 40% depastos nativos. Assim, parece que o Estadotem zonas com características bem distintas:

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algumas com pouca cobertura vegetalnativa e outras com cobertura nativa maissignificativa, porém utilizada, predomi-nantemente, como pastos, além de outrasonde ainda persiste uma cobertura razoávelde matas nativas. Os dados do MMA (1997)indicavam uma cobertura com caatinga de42% da área do estado (43.000km2),principalmente na região do Sertão.

A Bahia possui a maior área e omaior número de municípios incluídos,nesse trabalho, como pertencentes aobioma Caatinga. A situação de uso do soloé parecida com a de Pernambuco: apenas1/5 dos municípios possuem menos de30% da área das propriedades cultivadas,enquanto cerca de 2/3 dos municípiosapresentam menos de 30% da áreamunicipal cultivada. Em apenas 1/8 dosmunicípios baianos mais de 60% da áreadas propriedades é cultivada. Cerca demetade dos municípios apresenta mais de20% de mata nativa, mas a proporção demunicípios com cobertura de matasuperior a 40% foi muito baixa. Municípioscom mais de 40% de pastos nativossomaram apenas 1/6 do total. Como emPernambuco, a área de caatinga do estadoé dividida em muitos padrões distintos deuso de solo. O MMA (1997) estimou 21%da área do estado da Bahia (116.500km2)com cobertura de caatinga, e um poucomais de 40% da área total com vegetaçãonativa. Pela dimensão do Estado, a áreaabsoluta com caatinga era maior que a dequalquer outro estado.

A maioria dos poucos municípios donorte de Minas Gerais incluídos nessetrabalho apresentou entre 30 e 60% da áreadas propriedades cultivada, e com mais de20% de cobertura por matas nativas. Quasenenhum município apresentou mais de40% de pasto nativo, confirmando que nãoé uma característica da região usar avegetação nativa, uma mistura de caatingaarbórea alta, como pastagem nativa. Osmunicípios se caracterizam, portanto, pelapresença generalizada de áreas cultivadas,intercaladas com resquícios de vegetaçãonativa.

Deve-se ressaltar que as áreasagrícolas são subtrações das áreas de

vegetação nativa, mas nem todas as plantasnativas são eliminadas desses campos.Algumas plantas são deixadas quando avegetação nativa é cortada, outras rebrotam,nascem do banco de sementes do solo ousão introduzidas por propágulos vindos dasvegetações nativas das vizinhanças. A práticade deixar árvores nos campos é bastantefreqüente no semi-árido e faz sentido doponto de vista do aproveitamento derecursos (Menezes & Sampaio 2000). Hávários trabalhos sobre as invasoras doscampos cultivados, geralmente sobre comoeliminá-las. Não cabe, aqui, revisá-los,bastando apenas citar que as informaçõesque eles contêm podem ser úteis emestudos sobre a capacidade de dispersãodessas espécies e sobre o processo desucessão das áreas em regeneração, já quemuitas das invasoras são espécies pioneiras.Além da substituição da vegetação nativa, aagricultura tem efeitos sobre os outroscomponentes da biota. Vale a penamencionar a perda de hábitat para osanimais e as modificações nas populaçõesdos microrganismos do solo e plantas,causadas pela aplicação de pesticidas efertilizantes, pelo revolvimento do solo e pelairrigação e drenagem.

PastagemO extrativismo foi perdendo impor-

tância à medida em que as plantas maisúteis foram sendo incorporadas ao sistemaagrícola, mas ainda é praticado em todo omundo. E isso ocorre por várias razões: 1)algumas plantas são difíceis de se propagarartificialmente; 2) o seu uso é limitado; 3)existe um suprimento, em relação ao uso,abundante e de fácil acesso na vegetaçãonativa; 4) há interesse na manutenção deáreas de vegetação nativa e alguns usos sãocompatíveis com esta manutenção; e 5) avegetação nativa fornece um agregado deprodutos mais rentável que o de culturasplantadas. Esse último caso é comum nasregiões semi-áridas e nas que têm extensaspastagens naturais.

Uma área considerável no semi-árido é destinada às pastagens,predominando as pastagens nativas em

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todos os estados, exceto no norte de MinasGerais. Só nesse Estado, a maioria dosmunicípios tem maior área de pastagemplantada que de pastagem nativa (Tabela2). Em Alagoas e Sergipe, quase 40% dosmunicípios também têm mais pastagemplantada que nativa mas, nos outrosestados, essa proporção é menor que20%. No Ceará, Rio Grande do Norte eParaíba essa proporção é muito maisbaixa.

As pastagens plantadas têm efeitosemelhante ao das outras culturas, jádiscutido quando se tratou da agricultura,e também tendem a ter extensas áreas demonocultura ou consorciação de poucasespécies. Nas pastagens predominam asgramíneas introduzidas da África,principalmente dos gêneros Cenchrus,Urochloa e Andropogon. Poucasleguminosas são plantadas, predominandoaquelas introduzidas dos gêneros Prosopise Leucaena.

Em Minas Gerais e Sergipe, a maioriados municípios tem mais de 30% das áreasdas propriedades ocupadas com pastosplantados, e acima de 4/5 dos municípiospossuem mais de 10% desses pastos (Tabela2). São, geralmente, áreas com dispo-nibilidade hídrica maior que a do núcleo dosemi-árido.

Dentre os outros estados, destacam-se Bahia e Alagoas, com cobertura de pastosplantados acima de 30%, além dePernambuco, com 10%. Também nessescasos, as pastagens plantadas tendem apredominar nos agrestes e outras áreaslimítrofes do semi-árido.

Praticamente não existem muni-cípios com mais de 30% da área daspropriedades coberta com pastosplantados nos estados do Maranhão, Piauí,Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. NoMaranhão e em parte do Piauí, isso se deveà baixa intensidade de exploração daspropriedades. Nos outros três estados, adeficiência hídrica e o baixo potencial deprodutividade de biomassa não justificamo investimento na retirada da vegetaçãonativa e plantio da pastagem.

As pastagens nativas têm umadiversidade muito maior que as plantadase são uma forma de conciliar o uso e amanutenção da biodiversidade. Entretanto,o uso atual poderia ser melhorado com ummanejo mais adequado. A capacidadesuporte da pastagem nativa diminui com adisponibilidade hídrica e, em geral, é maisbaixa que a da pastagem plantada. Isto sedá pela presença de plantas não forrageiras,especialmente as de porte alto. Nascaatingas mais secas, a proporção deplantas de porte alto é menor que nas maisúmidas. Assim, os agrestes e outras áreaslimítrofes do semi-árido têm maispastagens plantadas, enquanto o núcleosemi-árido quase não tem plantios deforrageiras, exceto nos baixios, vazantes erevenças de açudes.

As pastagens da área de caatingasuportam grandes populações de animaisdomésticos, principalmente bovinos,caprinos e ovinos. Essas pastagens têmcapacidade suporte variável, masproporcional à disponibilidade de água, eem quase todas, a capacidade reco-mendada tende a ser ultrapassada, havendouma sobrecarga animal constante.Em grande parte da área, os animaisalimentam-se não só das pastagens, mastambém dos restos das culturas e, emmuitos casos, de rações adquiridas fora daspropriedades, principalmente na épocaseca. Isto justifica, em parte, as lotações altasencontradas na região.

A lotação foi estimada tomando-seo número de animais dos municípiosdividido pela área de pastos, nativos eplantados. Para a determinação do númerode animais, somaram-se as populações debovinos, eqüinos, muares e asininos, e asde caprinos e ovinos divididas por cinco,para compensar seu menor tamanho emenor uso da área. Em muitos municípiosessa lotação foi maior do que um animalpor hectare, enquanto em áreas decaatinga nativa seriam necessários mais de10 hectares para suportar um animaldurante todo o ano. A capacidade desuporte dos pastos plantados tende a sermaior que a dos nativos, mas, no semi-árido, dificilmente atingiria a um animal por

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hectare. É paradoxal constatar que nosestados onde há mais pastos plantados emaior capacidade de produção, aproporção de municípios com lotaçãoabaixo de um animal por hectare é maior.Isso acontece em Minas Gerais, Sergipe eBahia (Tabela 2). Em Alagoas, que tambémtem uma boa proporção de municípioscom de mais de 30% de cobertura porpastos plantados, existe uma grandequantidade de municípios com lotaçãoacima de um animal por hectare. O excessode lotação fica mais patente na Paraíba eRio Grande do Norte, que apresentam baixaproporção de pastos plantados e quetiveram aproximadamente metade dosmunicípios com lotação acima de umanimal por hectare. O excesso atinge oauge em Pernambuco e, especialmente, noCeará, onde quase não há municípios commais de 30% de pastagens plantadas, masaproximadamente cerca de 4/5 delesapresentam lotação acima de um animalpor hectare. Os estados do Piauí eMaranhão apresentaram situaçãosemelhante, com lotações altas apesar dasbaixas proporções de pastos plantados enativos.

Essa carga excessiva tem efeitosmarcantes para as populações de animaise plantas nativas. As populações animaissofrem forte competição e muitas podemser eliminadas. A composição dascomunidades vegetais é alterada, pois,enquanto as populações das espécies maispalatáveis, que sofrem uma grandepressão, tendem a se reduzir, as populaçõesdas espécies não consumidas pelosrebanhos podem aumentar bastante. Sãoconsideradas tanto as espécies herbáceasquanto as arbustivas e arbóreas que podemter seus indivíduos jovens consumidospelos animais. O pisoteio e a abertura detrilhas são efeitos adicionais na vegetação.Apesar da obviedade desses efeitos, poucotem sido estudado sobre eles no Nordeste.A comparação da composição florística deáreas com e sem exclusão de rebanhosdomésticos praticamente não existe. Ospoucos trabalhos (Silva et al. 1995,Albuquerque & Bandeira 1995) sãorecentes, de curta duração e em áreas sem

histórico conhecido, mas que incluempastoreio anterior.

Apesar desses efeitos, muitas dasáreas de pasto nativo do semi-áridoconservam uma boa cobertura devegetação nativa. São áreas que não sãoqueimadas e nem roçadas, e onde a açãoantrópica limita-se à exploração pecuáriae à eventual coleta de produtos vegetais.Essa situação explica como a coberturavegetal de caatinga verif icada nostrabalhos do projeto PNUD/FAO/IBAMA,como o de Pernambuco (1998), é maiordo que as áreas consideradas como matanos censos e, em muitos casos, eqüivaleà soma de matas e pastos nativos. Issovale para muitas áreas mas não paratodas, já que muitos pastos nativosconstituem áreas de abandono recente daagricultura itinerante e da exploração delenha, com corte raso. Até o momento,não existe quantificação desses diferentestipos de pasto e, freqüentemente, torna-se difícil separar caatingas empobrecidaspelo trato indevido de caatingas pobresdevido às condições ambientais.

As espécies nativas consumidaspelos animais são muitas, incluindo, alémdas gramíneas (Poaceae) e leguminosas(Caesalpinaceae, Fabaceae e Mimosa-ceae), espécies de várias outras famílias.Não há um levantamento completo paraa Caatinga, mas os existentes sobre asleguminosas da Bahia (Anexo 2) e asforrageiras nativas do Parnaíba, no Piauí(Anexo 3), dão uma medida de suavariabilidade. Chama a atenção o fato deque esse potencial foi muito poucoestudado pelo nordestino, e tem sido maisfácil importar espécies do que selecionare melhorar as nativas. Há um certoconsenso de que as gramíneas nativas sãomuito inferiores, em potencial produtivo,às africanas, mas há muito poucacomparação científ ica e nenhumatentativa de melhoramento das espécieslocais. É verdade que elas são poucovisíveis nos campos, exceto as poucopalatáveis, mas mesmo quando sua massaaparente é pequena, podem constituir umafração alta da dieta dos animais (Silva

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1988). Acredita-se que as leguminosasnativas têm um grande potencial forrageiro,mas sua quantificação é incipiente(Tabela 3). Sobre as forrageiras de outrasfamílias, há pouco mais que listagensparciais (Anexo 3, como exemplo). Esse éum vasto campo de estudo, compossibilidade de conciliar o uso e aconservação da biodiversidade, à espera demaior atenção dos setores governamentale empresarial.

LenhaA produção de lenha é a mais

importante contribuição do extrativismo noNordeste (cerca de R$65 milhões) registradanos censos do IBGE, já que os mesmos nãoincluem o valor do pasto nativo (Tabela 4).A ela podem ser acrescidas as produçõesde carvão, estacas, moirões, postes emadeira, que utilizam a vegetação nativaem geral, sem uma coleta específica deuma ou poucas espécies de plantas. Emtodas elas, principalmente na produção deestacas, moirões, postes e madeira, há oreconhecimento das diferenças dequalidade entre as plantas, mas osuprimento maior vem de cortes rasos,com a derrubada geral da vegetação eseleção posterior. A produção de moirões,postes e madeira é pequena e serádiscutida na seção sobre coletas seletivas.

A produção de lenha está dispersaem toda a área da Caatinga, sendo maiorno Ceará (4,3 milhões de metros cúbicos)e na Bahia (4,0 milhões), seguidos do Piauí(1,4 milhões) e de Pernambuco (1,3milhões), e menor em Sergipe (0,3 milhões)e Alagoas (0,1 milhões). A Bahia tem,também, uma grande produção de carvão(146 mil toneladas), mas inferior à do nortede Minas Gerais (176 mil toneladas), apesarda diferença do tamanho da área. Osdemais estados têm produções menores,variando de 19.130 toneladas, no Piauí, a560 toneladas, em Sergipe.

As produções de lenha e carvão temsido decrescentes nos últimos anos. Em1980, a produção de lenha era cerca detrês vezes maior que a de 1995/1996, e ade carvão apenas um pouco maior(Sampaio et al. 1987). Supõe-se que essatendência continue, e até se acelere, coma substituição, cada vez maior, de seu usodoméstico pelo gás. O uso industrial nãotem um declínio tão previsível, e dependeda presença de indústrias consumidoras.As cerâmicas, olarias, padarias e casas defarinha são usuárias tradicionais, e asindústrias de gesso e de cimento, usuáriasem expansão. É possível que as informa-ções do censo diminuam os valores reaisde produção, já que há uma proibição

Tabela 3 - Leguminosas da Caatinga selecionadaspelo potencial forrageiro(adaptado de Queiroz 1999).

Espécie Nome vulgarEspécies lenhosas

Acacia bahiensis Benth. Jurema-brancaAcacia langsdorfii Benth. Unha-de-gatoAlbizia polycephala (Benth.) Killip MonzêBauhinia cheilantha (Bong.) Steud. MiroróCaesalpinia ferrea Mar t. ex Tul. Pau-ferroCaesalpinia pyramidalis Tul. Catinga-de-porcoCanavalia dictyota Piper Feijão-de-porcoCratylia mollis Mar t. Ex Benth. Camaratuba Dioclea grandiflora Mart. Ex Benth. Mucunã Mimosa arenosa (Willd.) Poir. CalumbiMimosa gemmulata Barneby Jurema-cor-de-rosaPiptadenia moniliformis Benth. Angico-de-bezerroPoecilanthe ulei (Harms)Arroyo & Rudd CarrancudoSenna macranthera (Collad.)H.S.Irwin & Barneby CanjuãoSenna rizzinii H.S.Irwin & Barneby Canjuãozinho

Espécies herbáceo-subarbustivasAeschynomene mollicula Kunth Carrapicho-amareloCrotalaria holosericeaNees & Mart. Mata-pasto-brancoDesmanthus virgatus (L.) Willd. DesmantoGalactia jussiaeana Kunth Feijãozinho-bravoGalactia remansoana Harms Feijão-de-ramaMacroptilium bracteatum(Nees & Mart.)Maréchal & Baudet Feijão-de-rola-rasteiroMacroptilium lathyroides (L.) Urb. Feijão-de-rolaMacroptilium martii (Benth.)Maréchal & Baudet Orelha-de-onçaPeriandra coccinea(Schrad.) Benth. Jequitirana-vermelhaRhynchosia edulis Griseb. Feijão-bravoZornia myriadena Benth. Arroiozinho

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conhecida de corte sem autorização, e essararamente é solicitada.

Tradicionalmente a produção delenha era um subproduto da abertura deáreas para plantio na agricultura itinerante,mas com o declínio desta, começa a seruma atividade independente (MMA 1997).Com o aumento da demanda, pode passara ser uma fonte de renda esporádica emáreas onde não existam outras alternativasde exploração rentável. Essa possibilidadejustifica a proposição de planos de manejoda vegetação nativa, para orientar osproprietários. Vale lembrar que a simplesproibição de corte não resolve o problema,

em vista da impossibilidade de umafiscalização efetiva.

Para estimar o impacto da produçãode lenha e carvão sobre a vegetação nativa,foram somadas suas produções e divididaspela área de mata nativa. A produção decarvão foi transformada em produção delenha, admitindo-se que 19m3 de lenhaforneçam uma tonelada de carvão. Comoparte da lenha no semi-árido pode vir deáreas consideradas pasto nativo, foi feito,também, o cálculo dividindo-se asproduções pela soma das áreas de mata epasto nativos. As diferenças refletem o pesodo pasto nativo em cada município, maspodem indicar, também, quanto as áreasde pasto estariam contribuindo para aprodução de lenha e carvão. Quanto maiora contribuição, mais degradadas devem seras áreas de pasto, do ponto de vista depreservação da vegetação nativa.

Para simplificar a apresentação, osmunicípios foram separados em doisgrupos: os que possuem produção de lenhamaior que um metro cúbico por hectare eos com produção menor que um metrocúbico por hectare (Tabela 2). Esse é umvalor arbitrário e razoavelmente conservadorem termos de capacidade de produção delenha na caatinga. A caatinga produz,geralmente, de 40 a 100m3/ha (ou estéreo/hectare, como seria mais apropriado), emcorte raso, ou seja, cortando toda avegetação e deixando tocos pouco acimado solo. Assim, um valor de 1m3/ha deixa,como média geral municipal, de 40-100anos de recuperação de cada área antes deser novamente cortada.

Na divisão pela área de mata nativa,muitos municípios, em cada estado,tiveram valores maiores que 1m3/ha, ealguns, valores bem mais altos que aprodução provável se toda a área de matativesse sido cortada. Seis dos dez estadosanalisados tiveram cerca de 60% de seusmunicípios acima do limite, e a menorproporção foi de 35% no Rio Grande doNorte. Tais dados podem resultar de falhasna base de dados do IBGE, da contribuiçãodos pastos plantados e de informaçãoequivocada da produção de matasplantadas, mas os municípios com valores

Tabela 4 - Principais produtos do extrativismo nos estados nordestinos, comênfase no semi-árido (em toneladas, exceto quando especificado).

Produto AL BA CE MA PB PE PI RN SE 103 R$Andiroba, semente 2 24 29 171 - 1 43 1 9 72Angico, casca - 17 0 0 0 16 0 0 - 4Babaçu, coco - 2 154 943 - - 139 0 - 115Babaçu, amêndoa (103 t) - 0 0 114 0 - 7 - - 37.094Buriti, coco - 668 4 570 - - 3.293 - - 539Buriti, palha - 8 8 700 - 5 3 - - 61Carnaúba, cera - 1 5.019 138 7 0 350 304 - 2.651Carnaúba, palha - 3 6.874 667 76 27 4.346 1.116 - 1.741Carnaúba, pó - 19 3.074 304 7 - 3.305 261 - 6.784Carnaúba, óleo - 0 2.315 43 0 - 385 24 - 1.426Caroá, fibra - 0 195 - - 0 11 - - 16Carvão (103 t) 1 157 119 140 6 17 21 3 1 48.330Estacas (106 unidades) 0,1 1,5 10,5 0,9 1,2 1,6 5,4 1,4 0,2 8.906Lenha (106 m3) 0,1 5,2 4,2 3,0 0,9 1,3 1,9 0,9 0,3 65.475Licuri, coquilho 2 326 0 1 - - - - - 141Licuri, folha 1 6.439 - - - - - - - 356Madeira tora (103 m3) 17 740 142 489 39 15 117 15 6 17.812Mangaba, fruto 5 135 1 - 13 1 1 1.002 545 755Moirões (103 unidades) 1 113 402 264 74 78 109 256 10 937Murici, fruto - 16 33 58 - 14 5 - 0 65Oiticica, semente - - 234 - 170 - - 11 - 61Ouricuri, coco 5 180 1 - - 68 - - - 66Pequi, fruto - 332 1556 423 - 30 402 - - 485Piaçava - 11.395 1 - - 14 - - - 8.643Pitomba, fruto 14 6 44 40 72 434 15 23 14 143Postes (103 unidades) - 191 - 36 3 8 540 - 16 701Taperebá, fruto - 34 100 4 - 19 5 33 - 49Timbó, cipó - 24 462 3 - 2 419 - - 418Tucum, fibra - - 0 4 - 40 33 - - 10Umbu, fruto 35 5.195 14 1 1.812 1.540 120 129 12 1.971Vigas (103 unidades) - 35 24 3 216 78 30 - 2 376

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anormalmente altos merecem atenção.Deve-se lembrar que lenha e carvãoprovenientes de matas plantadas sãoregistrados separadamente, nos censos desilvicultura, e não de extrativismo. Noentanto, muitos municípios tiveram valoresbastante baixos, mostrando que suavegetação nativa permanece sem maiorimpacto de corte.

Considerando as áreas de mata epasto nativos houve um número bemmenor de municípios acima da produçãolimite (1m3/ha), em quase todos os estados,exceto Minas Gerais e Maranhão, quetiveram mais da metade de seusmunicípios, acima desse limite. Metade dosmunicípios do Ceará, e menos de 26% dosmunicípios no restante dos estadostambém apresentaram valores acima daprodução limite (1m3/ha). A diferença entreos dois cálculos aponta para uma pressãogrande sobre a vegetação das pastagensnativas em Alagoas, Sergipe, Paraíba,Pernambuco e Rio Grande do Norte.

De maneira geral, as proporções nãosão alarmantes, mas inspiram cuidado,principalmente considerando o impactosobre a biodiversidade, que extrapola a preo-cupação com a renovação da biomassa. Aprodução de lenha e carvão envolve o corteraso anual de milhares de hectares, e osefeitos sobre a biodiversidade não são bemconhecidos, mas alguns podem seravaliados. Muitos animais perdemimediatamente seu hábitat, e a renovaçãoda vegetação leva muitas dezenas de anos,ao longo de todo o processo sucessional.Além disso, muito tempo depois que abiomassa atinge um patamar semelhanteao original, a composição florística ainda édiferente. A regeneração da população dealgumas espécies na caatinga é muito lenta(Sampaio et al. 1998), muitas das quaisdesempenham um papel crítico nofornecimento de alimento aos animais,através de sua floração e frutificação(Machado et al. 1997). Os levantamentosfitossociológicos têm revelado um númerogrande de espécies representadas, noslocais amostrados, por um único indivíduo(Sampaio 1996). Tais indivíduos podem nãorebrotar, suas sementes podem estar

ausentes e suas plântulas podem não seestabelecer, de forma que a espécie seriaeliminada do local. Não se conhece aextensão do problema e nem como aeliminação desse indivíduo afetaria adistribuição da espécie e a sua área deocupação total. Dessa forma, muito maisinformação é necessária antes que planosde manejo apropriados sejam traçados. Poroutro lado, independente da existência deplanos adequados a exploração nãocessará, e a extração de lenha e outrosprodutos madeireiros tem grandeimportância econômica para as populaçõesque dela dependem. Por isso, mesmosendo difícil, é necessário se tomardecisões buscando conciliar o uso e aconservação dos recursos biológicos, aindaque sem dispor de informações completas.

Coleta de plantas isoladasDiversas plantas são listadas nos

censos do IBGE para os estadosnordestinos, como tendo produtos deextrativismo. A maioria tem valor baixo e éproduzida em uma só parte do semi-árido,muitas vezes de forma mais concentradaem um único estado. Os produtos que sedestacam, em toda a região, são o babaçu(R$37 milhões), carnaúba (12 milhões),piaçava (R$9 milhões), umbu (R$2milhões), mangaba (R$0,8 milhão), buriti(R$0,6 milhão), licuri (R$0,5 milhão) epequi (R$0,5 milhão) (Tabela 4). Noentanto, a maior parte da produção debabaçu e piaçava está fora da região daCaatinga, o mesmo acontecendo compartes consideráveis das de mangaba, buritie pequi. Assim, carnaúba, umbu e licuri sãoos produtos mais importantes das áreasmais típicas da Caatinga.

Alguns produtos são originários deextrativismo e também de culturas, poispodem ser coletados da vegetação nativaou espontânea, e podem também sercultivados. O caso típico é o do caju, sejaaproveitado como fruto ou castanha. Naverdade, em muitos casos, a linha divisóriaentre extrativismo e cultivo é pouco nítida,e algumas espécies são referidas comosemi-domésticas ou em vias de

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domesticação (Giacometti 1993). Noprocesso de coleta é comum haverinfluência do homem na dispersão dasplantas. Essa influência pode ter váriosníveis, até o limite do recolhimento dospropágulos e seu cultivo em locaisespecíficos, que já é a agricultura. Umainfluência forte pode ser detectada, aindahoje, em várias comunidades indígenas,através do favorecimento da propagaçãodas plantas úteis nas vizinhanças das suasroças ou locais de moradia (Albuquerque1999). É possível que isso tenha ocorridoem áreas de caatinga, antes da colonizaçãoeuropéia, mas não se conhecemevidências. Com uma possível exceção parao babaçu e a carnaúba, não parece haveraglomerados de plantas úteis no meio davegetação nativa que possam ser atribuídosà intencionalidade humana. Por outro lado,ocorre a transferência de plantas nativaspara jardins e quintais, que se constitui emum passo para a agricultura, e o uso muitodisseminado de várias plantas, ou suaspartes, colhidas diretamente das formaçõesvegetais nativas. Essas plantas podem vira ser cultivadas, até em larga escala, casohaja uma demanda maior por seusprodutos. Entretanto, a questão dademanda não é simples, na medida em queinterage com a oferta e o conhecimentodo potencial de uso.

Do ponto de vista da conservação davegetação nativa, o incremento do uso podelevar a um maior interesse na preservaçãoda espécie e da vegetação onde ela ocorre,mas pode também ter o efeito oposto,levando a uma coleta excessiva, destruiçãoda vegetação do entorno durante a coleta eao corte da vegetação nativa para abrirespaço para o novo cultivo. Cabe àsinstituições governamentais controlar o usoe regular o incentivo à exploração dasespécies nativas. Há, ainda, uma intensacontrovérsia sobre o uso da biodiversidadenativa e quem dela se beneficia, par-ticularmente, quanto às plantas medicinaisque podem originar medicamentos comfaturamentos milionários.

O uso das plantas nativas é muitodiverso, e em termos práticos, pode serdividido pelo tipo de produto fornecido:

óleos fixos; ceras, látex e produtosquímicos; fibras; alimentos; óleosessenciais; medicinais; e madeiras.

Há muitos trabalhos dispersos sobreo uso de plantas específicas, mas poucossobre o conjunto dos usos (Sampaio et al.1987). Alguns deles trazem listas deespécies, mas, geralmente, sem apreocupação em localizá-las nas áreas daCaatinga. Seria ideal, portanto, que essaslistas fossem confrontadas com a lista geralda flora da área de caatinga. Entretanto,essa lista não existe ainda, e mesmo aslistas parciais, como a das lenhosas daCaatinga (Rodal & Melo 1999), sãoreconhecidamente incompletas, pelaenorme dificuldade de sua elaboração.

Óleos fixosAs produtoras nativas de óleo têm a

maior expressão comercial no extrativismonordestino, excetuando-se lenha e carvão.Várias plantas são exploradas: babaçu,pequi, licuri, ouricuri, oiticica e andiroba.Como já mencionado, o babaçu ocorreprincipalmente no Maranhão, fora da áreada Caatinga. A produção nos municípiosincluídos como da Caatinga é menor que20% do total. O pequi é uma planta maiscaracterística do cerrado e só aparece emáreas de caatinga quando essa formaçãose mistura à de carrasco ou cerrado, comona Chapada do Araripe (microrregião doCariri), a zona de maior produção no Ceará.Há uma produção razoável de pequi nonorte de Minas Gerais, principalmente namicrorregião de Montes Claros. A andiroba,além do pequeno valor de produção, ocorrecom mais abundância no Maranhão, forada área da Caatinga.

As produtoras características daCaatinga são o licuri e o ouricuri, palmeirasdo gênero Syagrus, e a oiticica. O licuri éexplorado quase que exclusivamente naBahia, principalmente nas microrregiões deJacobina, Itaberaba e Euclides da Cunha.Além da produção de coquilhos, dos quaisse extrai o óleo, as palmeiras produzem ceranas folhas. O interesse em um ou outroproduto tem variado ao longo do tempo, enão são compatíveis porque o corte das

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folhas leva a uma menor produção defrutos (Sampaio et al. 1987). Com isso ecom a influência das secas na frutificação,as safras de óleo têm sido muito variáveis.Ouricuri e licuri são nomes vulgares deespécies que se confundem, sendo o licurimais característico na Bahia. O ouricuri éexplorado quase na mesma área, na Bahia,mas também em Pernambuco,principalmente na microrregião deGaranhuns, município de Paranatama.

A oiticica ocorre ao longo dasmargens de cursos de água do semi-áridodo Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.O vale do Jaguaribe é o maior produtor,destacando-se a microrregião do médioJaguaribe. Como as áreas das margens dosrios são áreas preferenciais de agricultura,as oiticicas são cortadas e, geralmente, nãosão replantadas ou mesmo deixadasregenerar naturalmente. Desse modo, aprodução tem diminuído, sendo que noinício da década de 80 atingia 10 miltoneladas, já menor que o auge de décadasanteriores (Sampaio et al. 1987), eatualmente mal chega a 5% desse valor.Mesmo assim, a sua exploração aindaoferece a oportunidade de combinarextrativismo com conservação davegetação nativa.

Outras plantas potenciais produtorasde óleos têm sido listadas para o Nordeste(Sampaio et al. 1987), incluindo pinhão efaveleira, que têm boa distribuição no semi-árido. Estudos recentes ampliam essaslistas e também se aprofundam nascaracterísticas dos óleos das espécies deEuphorbiaceae (Silva 1998). Entretanto,sua exploração continua sem despertarinteresse econômico, devido à baixaprodutividade e dificuldade de coleta dassementes. Ainda que exista um potencialde exploração futura, o mesmo é incerto enão deverá ser atingido a curto prazo.

Ceras, látex e produtos químicosA carnaubeira é a grande produtora

nativa de cera no Nordeste (incluindo palha,pó e óleo) (Tabela 4). A espécie ocorre nosvales inundáveis dos estados do Ceará,Piauí e Rio Grande do Norte, princi-

palmente nos rios Jaguaribe, Coreaú,Acaraú, Parnaíba, Mossoró e Açu. Em1970, a SUDENE estimou que essa plantacobria uma área de 180 a 250 mil hectares(Sampaio et al. 1987), e, como os níveisde produção ainda estão em patamarsemelhante ao dessa época, estima-se quea área deve ser aproximadamente amesma. Apesar de existir algum plantio daespécie, a maior parte da área é devegetação nativa. O tipo de caatinga aoqual está associada é bastante peculiar,devido às condições de inundação de seuslocais de ocorrência. Seu uso econservação poderiam ser combinados,mas a vegetação associada às carnaubeirasnão apresenta interesse para osexploradores de cera e, portanto,necessitaria de uma proteção especial.

Além da cera de carnaúba, é tambémextraída cera do licuri. A produção ocorrenas mesmas áreas da produção de óleo,na Bahia, já descritas acima.

A produção de látex e gomas é muitobaixa no Nordeste, excetuando-se osplantios de seringueira nas áreas maisúmidas. Há apenas pequenas extrações degomas de mangabeira, maniçoba emaçaranduba, que totalizam menos deuma dezena de toneladas e de algunsmilhares de reais, sendo a Bahia o maiorprodutor de todas elas. Em tempospassados, principalmente quando asguerras impediram o acesso à borracha daÁsia, já houve maior extração de látex demaniçobas (Manihot spp.). Entretanto, aprodutividade é baixa e não chega a pagara mão-de-obra para coleta, não havendoperspectiva de maior extrativismo que oatual.

Outros compostos podem serextraídos das plantas nativas, comomucilagens e princípios ativos diversos.O único que mereceu destaque no últimocenso foi a casca do angico, cuja extraçãoconcentra-se em Pernambuco (Parna-mirim) e na Bahia (Andorinha), mas já foibastante disseminada em outras áreas decaatinga e de cerrado. O tanino do angicoé cada vez menos utilizado na curtição decouros, sendo substituído por produtos

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sintéticos e sais. Por isso, a produção vemcaindo há décadas, de dezenas de milharesde toneladas nas décadas de 50-60, apoucos milhares de toneladas no início dadécada de 80 (Sampaio et al. 1987), atéapenas algumas dezenas de toneladas noúltimo censo.

Há outras possibilidades de usopouco exploradas no Nordeste. Assaponinas podem ter vários usos, como asextraídas comercialmente do joazeiro, queentram na composição de pasta de dentes.O uso da maioria desses compostos passapela identificação e quantificação de suapresença nas plantas, determinação de umaforma eficiente e de baixo custo de extração,identificação do potencial de utilização emprodutos comerciais, estabelecimento deprodução piloto e montagem de estratégiasde venda. É um processo complexo edemorado que requer pesquisa einvestimento de longo prazo, além de quesua viabilidade depende de interessegovernamental ou de empresas de grandeporte. Considerando que plantas de regiõesáridas tendem a uma maior produção decompostos secundários do que as deregiões mais úmidas, que o potencial deprodução dessas plantas é aindadesconhecido e que os produtos extraídospodem ter alto valor, seria interessantedestinar maior atenção ao tema.

FibrasAs fibras extraídas de plantas nativas

registradas no censo do IBGE de 1995/1996foram palha de buriti, caroá, tucum e piaçava(Tabela 4). Entre elas, a piaçava alcançou omaior valor (R$9 milhões), mas foi quase todaproduzida fora da região da Caatinga,especialmente no sul da Bahia. Dos outrosestados do Nordeste, Pernambuco era omaior produtor de piaçava, em municípiosda região do Agreste, mas em quantidadepouco maior que um milésimo da produçãoda Bahia. As produções das outras fibrastiveram valores muito baixos, atingindo paratodo o Nordeste apenas 61, 16 e 10 mil reais,respectivamente. Entre essas últimas, aspalhas de buriti são mais produzidas noMaranhão, nas áreas dos alagados que

entremeiam os cerrados de Barreirinhas ePrimeira Cruz.

A fibra mais característica da Caatingaé o caroá, produzido principalmente no Ceará(município de Ibiapina). Sua produção já foimaior, mas foi sendo substituída, primeiropelo agave, e depois pelas fibras sintéticas(Sampaio et al. 1987). Desde a década de80 a produção está estabilizada no patamaratual. O tucum é produzido em Pernambucoe Piauí, em pequena escala. Não parece quehaja potencial, maior que o atual, paraexploração futura de produtoras de fibras.

AlimentosVárias partes das plantas podem ser

utilizadas para alimentação: raízes, túberas,caules, seiva, folhas, flores, sementes efrutos, mas predominam os últimos, que sãoos únicos a constarem na lista dos produtosdo extrativismo do Nordeste. Umbu,mangaba, pitomba, murici e taperebá (cajá)são os principais. Outros frutos nativos sãocultivados em escala agrícola e foramexcluídos desse texto, como, principalmente,o caju e, também, o cajá.

O umbu é uma fruta típica daCaatinga, principalmente da Bahia,Pernambuco e Paraíba, e tem um grandepotencial de exploração, com a produçãoda polpa congelada. As vantagens que essesistema oferece são o processamentopróximo ao local de produção, unidadesprocessadoras de baixo custo e oferta doproduto por prazo bem mais longo que ode produção (o umbuzeiro, como quasetodas as nativas, tem safras de duraçãomuito curta). Na Bahia, a produçãoespalha-se pelas mesorregiões Centro-Sul,Centro-Norte, Nordeste e Vale do SãoFrancisco. Em Pernambuco e Paraíba, aprodução vai do agreste ao sertão.

A produção de mangaba predominanas áreas costeiras do Rio Grande do Nortee Sergipe, em locais mais de restinga quede caatinga, embora atinja algumas áreasde caatingas de areia e de cerrado na Bahia.Os frutos têm bom valor de mercado e háplantios comerciais em expansão. O muriciocorre, também, nos locais arenosos

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próximos à costa (Ceará e Maranhão), masé mais típico dos solos arenosos do interior,tanto em áreas de cerrado como decaatinga de areia (região do São Francisco:Glória, BA e Petrolândia, PE). A produção,que se espalha por quase todos os estadosnordestinos, tem um valor relativamentebaixo pela pouca massa comestível dosfrutos. A pitomba também tem poucamassa comestível, valor unitário baixo eprodução disseminada em todos osestados nordestinos. Ela é mais típica deáreas relativamente úmidas, ocorrendo dasmatas úmidas e secas às caatingas deagreste. O taperebá é uma fruta típica deáreas úmidas e subúmidas, bemdisseminado em todo o Nordeste, sóaparecendo na Caatinga quando plantado.Na Caatinga, o taperebá é explorado nasregiões costeiras, de maior precipitação(Fortaleza, Leste Potiguar), nos limites maisúmidos do agreste e nas regiões serranase pés de serra do Ceará (Cariri, Baturité) edo Rio Grande do Norte (Portalegre, SãoJoão do Sabuji)

Naturalmente, muitos outros frutossão consumidos sem que sua produção sejaregistrada. Grande parte deles sequer écomercializada e é consumida diretamentepelo coletor ou seus familiares. Alguns sãocoletados da vegetação nativa e outros dosquintais das residências, das margens decercas, caminhos e cursos d�água e deárvores isoladas preservadas no meio doscampos de cultivo. Não há uma lista dasespécies frutíferas da Caatinga, mas a listadas frutíferas nordestinas, elaborada porPinto (1993), deve incluir a maior parte delas,embora inclua também espécies que nãoocorrem nessa área (Anexo 4).

A expansão do cultivo das nativas temcomo limitações o desconhecimento dopotencial de mercado e das técnicas deprodução em larga escala de fruteiras sócultivadas para uso doméstico, além dolongo prazo entre o plantio e a produçãoestabilizada para muitas espécies. Aspequenas quantidades de massa comestívele as épocas de frutificação muito curtas sãocaracterísticas indesejáveis que podem sermelhoradas com um processo de seleção emelhoramento genético, aproveitando a

variabilidade existente. Esse pode ser umprocesso longo e, por isso, deveria seriniciado o quanto antes.

Óleos essenciaisMuitas são as plantas produtoras de

óleos essenciais no Nordeste (Sampaio etal. 1987), mas não há exploração registradapelo IBGE. Apesar do potencial produtivode algumas plantas ter sido reconhecido hámuitos anos, principalmente em estudos noCeará (Craveiro et al. 1981), seu uso nãoalcançou dimensão comercial. Os marme-leiros (Croton spp.) e outras espécies deEuphorbiaceae têm quantidades razoáveisde óleo e algumas têm ampla distribuiçãoem Pernambuco, especialmente no Sertão.Espécies de outras famílias também têmpotencial de produção de óleos essenciais(Sampaio et al. 1987), entretanto, não háum uso popular dos óleos essenciais querequerem, para sua obtenção, um processoquímico sofisticado demais para práticacaseira, embora simples para as indústrias.Sua utilização está, geralmente, ligada àindústria de cosméticos e produtos delimpeza.

MedicinaisHá uma vasta literatura regional sobre

o uso das plantas na medicina popular, ecentenas de espécies são usadas para osmais diversos fins. Em Pernambuco, porexemplo, um levantamento preliminar, emapenas quatro municípios, listou mais de 400plantas (Victor 1990). Na Bahia, o volumosotrabalho do SEPLANTEC (1979) citacentenas de espécies. O entendimento doassunto é complicado porque uma mesmaplanta pode ser recomendada para cura deenfermidades diferentes em distintos locaisou até em um mesmo local. Vários gruposna região têm comprovado a ação benéficade muitas plantas e, a partir daí, têm atuadoem duas linhas de ação diferentes: algunstêm difundido o uso das plantas com efeitocomprovado entre a população, geralmentetrabalhando com comunidades pobres,enquanto outros têm tentado a extração dosprincípios ativos, como início de um processode industrialização.

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O uso popular tradicional, apesar deamplamente difundido, tem pouco impactonegativo na vegetação nativa pois,geralmente, as quantidades usadas sãopequenas, grande parte do material vem deplantios domésticos, sendo que para muitasespécies, apenas parte da planta é colhida,sem eliminá-la, e, quando a colheita envolvea eliminação de plantas, muitos doscoletores tradicionais têm o cuidado de nãoesgotar a população. Por outro lado, o usopode ter um impacto positivo, por aumentaro interesse na preservação de áreas nativas.

A difusão de formas simples de usoé melhor exemplificada pelo programaFarmácias Vivas, iniciado na UFCE e hojecom abrangência regional (Matos 1999a).O Anexo 5 apresenta uma lista das plantasselecionadas por esse programa, incluindoalgumas nativas. Há outros programas naregião, geralmente conduzidos pororganizações não governamentais,envolvendo algumas das plantas listadas.Quase todos recomendam o plantio dasespécies selecionadas, buscando poucoafetar a vegetação nativa.

A extração de princípios ativos, afabricação de medicamentos a partir delese o teste de seus efeitos diretos e colateraisé um processo caro, que requer um altoinvestimento em equipamentos e mão-de-obra qualificada. Há poucas empresas noNordeste que investem nesse processo, ea quase totalidade dos novos medica-mentos vem de multinacionais. Essasempresas podem identificar o uso de umaplanta e passar a comprá-la em quan-tidades que ameacem sua sobrevivência navegetação nativa. Entretanto, os registrosdesses casos são raros, citando-se oexemplo do jaborandi, usado para extraçãoda pilocarpina. O risco não é grande pois,naturalmente, não interessa às empresasesgotar seu suprimento de matéria prima,e dessa forma elas procuram cultivar asplantas que usam. O jaborandi é o únicoproduto do extrativismo listado no censodo IBGE de 1995/1996 para fabricação demedicamento. Sua produção é quase todano Maranhão, fora da Caatinga, esten-dendo-se um pouco para o Cerrado do

Piauí, e já existem propriedades na regiãoimplantando o cultivo desta espécie.

O potencial econômico das plantasmedicinais pode ser grande, embora sejauma questão complexa. Um novomedicamento pode custar milhões de reaismas pode dar um retorno muito maior.A maior parte desse retorno fica com aindústria farmacêutica, restando poucopara a região de origem da planta, mesmoquando essa passa a ser cultivada naregião. Esse desequilíbrio tem provocadoum amplo movimento de proteção ao usoda biodiversidade, incluindo debates etentativa de estabelecimento de legislaçãoem nível, inclusive, internacional.

Alguns grupos governamentais têmtrabalhado na região com o teste de efeitose o isolamento de princípios ativos, algunsdeles ligados a universidades federais, noCeará (Matos 1999b), Alagoas (Sant�Ana etal. 1999) e Paraíba (Agra 1996). Uma lista,sem dúvida incompleta, das plantastestadas ou em teste, está apresentada noAnexo 6. Como o assunto pode envolver aobtenção de patentes ou registros de uso,o conhecimento obtido nem sempre éamplamente disseminado.

Madeiras e ornamentaisA produção de madeira, exceto para

fins energéticos (lenha e carvão) e paraobtenção de estacas, é muito baixa nasáreas de caatinga (Tabela 4). A vegetaçãotípica de caatinga tem poucas árvores comfuste adequado para produção de tábuas,linhas, vigas, postes, etc. Algumas espécies,como a baraúna, a aroeira e outrasmadeireiras, são mantidas quando acaatinga é cortada para plantio, peloreconhecimento de sua utilidade.Eventualmente são cortadas, para umalinha de telhado, um eixo de carro de boiou outra função, apesar da proibição legalde corte de baraúna e aroeira, consideradasameaçadas de extinção. A maior produçãode madeira em toras da Bahia, Maranhãoe Piauí vem de áreas fora do biomaCaatinga. Os outros estados têm produçãomuito menor e apenas o Ceará tem umaextração razoável em áreas de caatinga.

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A produção de estacas para cerca ébastante disseminada em toda a Caatinga,mas ocorre principalmente no Ceará, ondesão extraídas mais de 10 milhões deunidades (Tabela 4). Muitas espéciescontribuem para essa produção, mas osabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.),pela sua qualidade, vem sendo muitoexplorado, reduzindo suas populaçõesnativas. Por outro lado, a produção deplantios comerciais começa a tomar olugar do extrativismo. Depois do Ceará, oPiauí é o maior produtor de estacas.Na Bahia, a pequena produção de muitasáreas, chama a atenção.

Algumas nativas, pelo seu caráterornamental, são usadas para arborização deruas, praças e jardins, seja pelo porte(palmeiras, em geral) ou pela floração (ipês ecássias, por exemplo). Além desse uso, asornamentais nativas têm um mercado restritoe ainda pouco estudado, como plantas dejardins e interiores, e como produtoras deflores. Orquídeas e bromélias têm comércioreconhecido, mas muitos outros tipos deplantas têm potencial de exploração aindapouco desenvolvido. Não há uma listagemdas ornamentais nativas ou ocorrentes noNordeste, e nem estudos sobre seu potencialatual, ou com seleção e melhoramento.

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No Família (número de espécies) / espécie

Anacardiaceae (2)1 Apterokarpos gardneri (Engl.) Rizzini2 Spondias tuberosa Arruda Cam.

Annonaceae (3)3 Annona vepretorum Mar t.4 Oxandra reticulata Maas5 Rollinia leptopetala R.E.Fries

Apocynaceae (5)6 Allamanda blanchetii A.DC.7 Allamanda puberula A.DC.8 Aspidosperma cuspa Blake ex Pitt.9 Aspidosperma pyrifolium Mar t.10 Aspidosperma riedelii M.Arg. spp. oliganthum (Wood.) Mare-Ferr.

Asclepiadaceae (4)11 Matelea roulinioides Agra & Stevens12 Marsdenia ulei Rothe13 Marsdenia zehntneri Fontella14 Ditassa dolichoglossa Schlecht.

Bignoniaceae (12)15 Adenocalyma marginatum (Cham.) DC.16 Anemopaegma athayde Gentry17 Anemopaegma laeve DC.18 Arrabidaea bahiensis (Schau) Sandw. & Moldenke19 Arrabidaea dispar Bur. ex K.Schum.20 Arrabidaea harleyi A.Gentry21 Fridericia speciosa (Mart.) Mar t.22 Godmania dardanoi (J.C.Gomes) Gentry23 Melloa quadrivalvis (Jacq.) A.Gentry24 Sparattosperma catingae Gentry25 Tabebuia spongiosa Rizzini26 Piriadacus erubescens (DC.) Pichon

Bombacaceae (4)27 Bombacopsis retusa (Mart.& Zucc.) Robyns28 Ceiba glaziovii K.Schum. ex Chod. & Hassl.29 Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil.) A.Robyns30 Pseudobombax simplicifolium A.Robyns

Boraginaceae (8)31 Auxemma glazioviana Taub.32 Auxemma oncocalyx (Allemão)33 Cordia dardani Taroda34 Cordia globosa (Jacq.) Kunth.35 Cordia leucocephala Moric.36 Cordia leucomalloides Taroda37 Cordia longifolia A.DC.38 Patagonula bahiensis Moric.

Bromeliaceae (14)39 Aechmea leucolepis L.B.Sm.40 Billbergia euphemiae E.Morren41 Billbergia fosteriana L.B.Sm.42 Dyckia elongata Mez.43 Dyckia limae L.B.Sm.44 Dyckia maracasensis Ule45 Dyckia pernambucana L.B.Sm.46 Encholirium spectabile Mar t. Ex. Schultes & Schultes f.47 Hohenbergia catingae Ule48 Hohenbergia utriculosa Ule49 Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez.50 Orthophytum maracasense L.B.Sm.51 Orthophytum rubrum L.B.Sm.52 Orthophytum saxicola (Ule) L.B.Sm.

No Família (número de espécies) / espécie

Burseraceae (1)53 Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett

Cactaceae (41)54 Arrojadoa rhodantha (Gürke) Britton & Rose55 Arrojadoa penicillata (Gürke) Britton & Rose56 Brasilicerus phaeacanthus (Gürke) Backeberg57 Cereus jamacaru DC. spp. jamacaru58 Coleocephalocerus goebelianus (Vaupel) Buining.59 Discocactus bahiensis Britton & Rose60 Espostoopsis dybowskii (Roland-Goss.) Backbg.61 Harrisia adscendens Britton & Rose62 Melocactus lanssersianus P.J.Braun63 Melocactus azureus Buining & Brederoo spp. azureus64 Melocactus azureus spp. ferreophilus (Buining & Brederoo) N.P.Tayl.65 Melocactus bahiensis (Britton & Rose) Luetzelb. spp. bahiensis66 Melocactus conoideus Buining & Brederoo67 Melocactus ernestii Vaupel68 Melocactus glaucescens Buining & Brederoo69 Melocactus oreas Miq.70 Melocactus pachyacanthus Buining & Brederoo71 Melocactus salvadorensis Werderm.72 Melocactus zehntneti (Britton & Rose) Luetzelb.73 Opuntia inamoena Britton & Rose74 Opuntia palmadora Britton & Rose75 Pereskia aureiflora Ritter76 Pereskia bahiensis Gürke77 Pereskia stenantha Ritter78 Pilosocereus densiareolatus Ritter79 Pilosocereus floccosus Byles & Rowley spp. quadricostatus (Ritter) Zappi80 Pilosocereus fulvipulvinatus (Buining & Brederoo) Ritter81 Pilosocereus glaucochrous (Werderm.) Byles & Rowley82 Pilosocereus gounellei (Weber) Byles & Rowley spp. gounellei83 Pilosocereus gounellei (Weber) Byles & Rowley spp. zehntneri (Britton & Rose) Zappi84 Pilosocereus magnificus (Buining & Brederoo) Ritter85 Pilosocercus multicostatus Ritter86 Pilosocereus pachycladus Ritter spp. pachycladus87 Pilosocereus pachycladus Ritter spp. pernambucoensis (Ritter) Zappi88 Pilosocereus pentaedrophorus (Cels) Byles & Rowley spp. pentaedrophorus89 Pilosocereus pentaedrophorus (Cels) Byles & Rowley spp. robustus Zappi90 Pilosocereus piauhyensis (Gürke) Byles & Rowley91 Pilosocereus tuberculatus (Werderm.) Byles & Rowley92 Pseudoacanthocereus brasiliensis (Britton & Rose) Ritter93 Stephanocereus leucostele (Gürke) Berger94 Tacinga funalis Britton & Rose

Capparaceae (5)95 Capparis cynophallophora L.96 Capparis flexuosa (L.) L.97 Capparis jacobinae Moric.98 Capparis yco Mar t.99 Haptocarpum bahiense Ule

Caricaceae (1)100 Jacaratia heptaphylla (Sessé & Moç.)

Celastraceae (2)101 Fraunhofera multiflora Mar t.102 Maytenus rigida Mar t.

Chrysobalanaceae (1)103 Licania rigida Benth.

Combretaceae (3)104 Combretum monetaria Mar t.105 Combretum pisonioides Taub.106 Combretum rupicola Ridley

Anexo 1 � Lista das espécies endêmicas da Caatinga, separadas por família (Giulietti et al. 2002).

Page 34: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

80

Anexo 1 � Lista das espécies endêmicas da Caatinga, separadas por família (Giulietti et al. 2002).

No Família (número de espécies) / espécie

Commelinaceae (1)107 Dichorisandra glaziovii Taub.

Compositae (3)108 Argyrovernonia harley K. & R.109 Blanchetia heterotricha DC.110 Telmatophila scolymastrum Mar t.

Convolvulaceae (11)111 Evolvulus chamaepitys Mar t. var. desertorum112 Evolvulus diosmioides Mar t.113 Evolvulus flexuosus Helwig.114 Evolvulus gnaphalioides Moric.115 Evolvulus speciosus Moric.116 Ipomaea brasiliana (Choisy) Meisn.117 Ipomaea decipiens Dammer118 Ipomaea franciscana Choisy119 Ipomaea longistaminea O�Donnell120 Ipomaea marsellia Meisn.121 Ipomaea pintoi O�Donnel

Cucurbitaceae (7)122 Apodanthera congestiflora Cogn.123 Apodanthera fasciculata Cogn.124 Apodanthera glaziovii Cogn.125 Apodanthera hatschbachii C.Jeffrey126 Apodanthera succulenta C.Jeffrey127 Apodanthera trifoliata Cogn.128 Apodanthera villosa C.Jeffrey

Cyperaceae (1)129 Rhynchospora calderana D.A.Simpson

Euphorbiaceae (17)130 Cnidoscolus bahiensis (Ule) Pax. & Hoffm.131 Cnidoscolus caesifolius (Müll.Arg.) Pax. & Hoffm.132 Croton argyrophylloides Müll.Arg.133 Croton campestris St.-Hil.134 Ditaxis desertorum (Müll.Arg.) Pax. & Hoffm.135 Ditaxis malpighiacea (Ule) Pax. & Hoffm.136 Jatropha mollissima Baill.137 Jatropha mutabilis (Pohl) Baill.138 Jatropha ribifolia Baill.139 Manihot brachyandra Pax. & Hoffm.140 Manihot catingae Ule141 Manihot dichotoma Ule142 Manihot epruinosa Pax. & Hoffm.143 Manihot glaziovii Müll.Arg.144 Manihot heptaphylla Ule145 Manihot maracasensis Ule146 Manihot pseudoglaziovii Pax. & Hoffm.

Gramineae (2)147 Neesiochloa barbata (Nees) Pilger148 Panicum caatingense Renvoize

Labiatae (9)149 Hyptidendron amethystoides (Benth.) Harley150 Hyptis calida Mar t. ex Benth.151 Hyptis leptostachys Epling ssp. caatingae Harley152 Hyptis leucocephala Mar t. ex Benth.153 Hyptis mar tiusii Benth.154 Hyptis pinheiroi Harley155 Hyptis platanifolia Mar t. ex Benth.156 Hyptis simulans Epling157 Hyptis viaticum Harley

No Família (número de espécies) / espécie

Leguminosae (80)158 Acacia kallunkiae Grimes & Barneby159 Acacia piauhiensis Benth.160 Aeschynomene martii Benth.161 Arachis pusilla Benth.162 Arachis triseminata Krapov. & Gregory163 Bauhinia cacovia subsp. blanchetiana Wunderlin164 Blanchetiodendron blanchetii (Benth.) Barneby & Grimes165 Caesalpinia calycina Benth.166 Caesalpinia gardneriana Benth.167 Caesalpinia laxiflora Tul.168 Caesalpinia microphylla Mar t. ex G.Don169 Caesalpinia pyramidalis Tul. var. pyramidalis170 Calliandra aeschynomenoides Benth.171 Calliandra depauperata Benth.172 Calliandra duckei Barneby173 Calliandra imperialis Barneby174 Calliandra leptopoda Benth.175 Calliandra macrocalyx Benth. var. aucta Barneby176 Calliandra macrocalyx Benth. var. macrocalyx177 Calliandra spinosa Ducke178 Calliandra squarrosa Benth.179 Calliandra ulei Harms180 Calliandra umbellifera Benth.181 Chamaecrista belemii (Irwin & Barneby) var. belemii182 Chamaecrista belemii var. paludicola (Irwin & Barneby) Irwin & Barneby183 Chamaecrista brevicalyx (Benth.) Irwin & Barneby var. elliptica (Irwin &

Barneby) Irwin & Barneby184 Chamaecrista coradini Barneby185 Chamaecrista swainsonii (Benth.) Irwin & Barneby186 Chloroleucon dumosum (Benth.) G.P.Lewis187 Chloroleucon extor tum Barneby & Grimes188 Coursetia rostrata Benth.189 Coursetia vicioides (Nees & Mar t.) Benth.190 Cratylia mollis Mar t. ex Benth.191 Crotalaria holosericea Nees & Mar t.192 Dalbergia catingicola Harms193 Dalbergia cearensis Ducke194 Dalbergia decipularis Rizzinni & A.Mattos195 Dioclea marginata Benth.196 Hymenaea eriogyne Benth.197 Indigofera blanchetiana Benth.198 Leucochloron limae Barneby & Grimes199 Mimosa adenophylla Taub. var. armandiana (Rizzini) Barneby200 Mimosa adenophylla var. mitis Barneby201 Mimosa brevipinna Benth.202 Mimosa caesalpiniifolia Benth.203 Mimosa campicola Harms var. planipes Barneby204 Mimosa coruscocaesia Barneby205 Mimosa exalbescens Barneby206 Mimosa glaucula Barneby207 Mimosa hor tensis Barneby208 Mimosa lepidophora Rizzini209 Mimosa leptantha Benth.210 Mimosa marröensis Barneby211 Mimosa mensicola Barneby212 Mimosa misera Benth. var. misera213 Mimosa misera var. subnermis (Benth.) Barneby214 Mimosa modesta Mar t. var. modesta215 Mimosa modesta Mar t. var. ursinoides (Harms) Barneby216 Mimosa niomarlei A.Fernandes217 Mimosa nothopteris Barneby

Continuação

Page 35: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

81

Anexo 1 � Lista das espécies endêmicas da Caatinga, separadas por família (Giulietti et al. 2002).

No Família (número de espécies) / espécieLeguminosae (80)

218 Mimosa ophthalmocentra Benth.219 Mimosa pseudosepiaria Harms220 Mimosa setuligera Harms221 Mimosa subenervis Benth.222 Mimosa ulbrichiana Harms223 Mimosa xiquexiquensis Barneby224 Mysanthus uleanus (Harms) G.P.Lewis & A.Delgado225 Parapiptadenia zehntneri (Harms) M.P.Lima & H.C.de Lima226 Pterocarpus simplicifolius Barneby Klitgaard. L.P.Queiroz & G.P.Lewis227 Senna acuruensis (Benth.) var. acuruensis228 Senna acuruensis var. caatingae (Harms) Irwin & Barneby229 Senna acuruensis var. interjecta Irwin & Barneby230 Senna aversiflora (Herb.) Irwin & Barneby231 Senna gardneri (Benth.) Irwin & Barneby232 Senna harleyi Irwin & Barneby233 Senna mar tiana (Benth.) Irwin & Barneby234 Senna rizzin Irwin & Barneby235 Stylosanthes bahienses L.�t Mannetje & G.P.Lewis236 Zornia echinocarpa (Meissner) Benth.237 Zornia ulei Harms

Malpighiaceae (4)238 Barnebya harleyi Anderson & Gates239 Byrsonima pedunculata W.R.Anderson240 Macvaughia bahiana W.R.Anderson241 Stigmaphyllon harleyi W.R.Anderson

Malvaceae (15)242 Gaya aurea St.-Hil243 Gossypium mustelinum Miers ex Watt244 Herissantia crispa (L.) Briz.245 Herissantia tiubae (K.Schum.) Briz.246 Pavonia blanchetiana Miq.247 Pavonia erythrolema Gürke248 Pavonia glazioviana Gürke249 Pavonia mar tii Colla250 Pavonia repens Fryxell251 Pavonia spinistipula Gürke252 Pavonia varians Moric.253 Pavonia zehntneri Ulbr.254 Sida galheirensis Ulbr.255 Wissadula contracta (Link.) R.E.Fries256 Wissadula patens (St.-Hil.) Gürke

Molluginaceae (1)257 Glischrothamnus ulei Pilg.

Myrtaceae (1)258 Campomanesia eugenioides var. desertorum (DC.) Landrum

Palmae (5)259 Attalea seabrensis Glassman260 Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore261 Syagrus microphylla Burnet262 Syagrus vagans (Bondar) Hawkes263 Syagrus x matafome (Bondar) Glassman

Polygonaceae (1)264 Ruprechtia glauca Meisn.

Pontederiaceae (2)265 Heteranthera seubertiana Solms266 Hydrothrix gardneri Hook.

Rhamnaceae (5)267 Alvimiantha tricamerata C.Grey-Wilson268 Crumenaria decumbens Mar t.269 Rhamnidium molle Reiss.270 Ziziphus cotinifolia Reiss.271 Ziziphus joazeiro Mar t.

No Família (número de espécies) / espécieRubiaceae (6)

272 Alseis involuta Schum.273 Guettarda angelica Mar t. ex. Müll.Arg.274 Guettarda sericea Mull.Arg275 Machaonia spinosa Cham.& Schlecht.276 Randia nitida (H.B.K.) DC.277 Simira gardneriana M.R.Barbosa & A.L.Peixoto

Rutaceae (7)278 Balfourodendron molle (Miq) Pirani279 Esenbeckia decidua Pirani280 Pilocarpus sulcatus Skorupa281 Pilocarpus trachylophus Holmes282 Zanthoxylum hamadryadicum Pirani283 Zanthoxylum stelligerum Turcz.284 Zanthoxylum syncarpum Tul.

Sapindaceae (3)285 Averrhoidium gardnerianum Baill.286 Cardiospermum oliveirae Ferruci287 Serjania conradinii Ferruci

Scrophulariaceae (10)288 Anamaria heterophylla (Giulietti & F.C.Souza) F.C.Souza289 Ameroglossum pernambucense Eb.Fischer, S.Vogel & A.Lopes290 Angelonia biflora Benth.291 Angelonia campestris Nees & Mar t.292 Angelonia cornigera Hook f.293 Bacopa angulata (Benth.) Edwall294 Bacopa depressa (Benth.) Edwall295 Dizygostemon floribundum Benth. ex Radlk.296 Dizygostemon angustifolium Giulietti297 Monopera micrantha (Benth.) Barringer

Solanaceae (2)298 Heteranthia decipiens Needs & Mart.299 Solanum jabrense M.F.Agra

Sterculiaceae (7)300 Ayenia blanchetiana K.Schum.301 Ayenia erecta Mar t. ex K.Schum.302 Ayenia hir ta St.-Hil ex Naud.303 Helicteris mollis K.Schum.304 Melochia betonicifolia St.-Hil.305 Raylea bahiensis Cristobal306 Waltheria ferruginea St.-Hil.

Turneraceae (7)307 Piriqueta asperifolia Arbo.308 Piriqueta assuruensis Urb.309 Piriqueta carnea Urb.310 Piriqueta densiflora Urb. var. densiflora311 Piriqueta dentata Arbo312 Piriqueta duar teana (St.-Hil) Urb. var. ulei Urb.313 Piriqueta scabrida Urb.

Ulmaceae (1)314 Phyllostylon brasiliense Capan.

Velloziaceae (1)315 Xerophyta cinerascens Roem. & Schult.

Verbenaceae (3)316 Lantana caatingensis Mold.317 Lippia bahiensis Mold.318 Lippia gracilis Schauer

Continuação

Page 36: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

82

CaesalpiniaceaeApuleia leiocarpa (Vogel) Macbr.Bauhinia acuruana Moric.Bauhinia cacovia Wunderlin subsp. blanchetiana WunderlinBauhinia catingae HarmsBauhinia cheilantha (Bong.) Steud.Bauhinia dumosa Benth.Bauhinia estivana WunderlinBauhinia flexuosa Moric.Bauhinia forficata LinkBauhinia harleyi WunderlinBauhinia microstachya (Raddi) Macbr.Bauhinia pentandra (Bong.) Vogel ex Steud.Bauhinia pulchella Benth.Bauhinia rufa (Bong.) Steud.Bauhinia trichosepala WunderlinCaesalpinia bracteosa Tul.Caesalpinia calycina Benth.Caesalpinia ferrea Mar t. ex Tul.Caesalpinia gardneriana Benth.Caesalpinia laxiflora Tul.Caesalpinia microphylla Mar t.Caesalpinia pyramidalis Tul.Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC.Cenostigma macrophyllum Tul.Chamaecrista absus (L.) H.S.Irwin & Barneby var. absusChamaecrista acosmifolia (Benth.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista amiciella H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista barbata (Nees & Mart.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista belemii (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista brevicalyx (Benth.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista carobinha (H.S.Irwin & Barneby) H.S.IrwinChamaecrista cuprea H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista desvauxii (Collad.) KillipChamaecrista eitenorum H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista flexuosa (L.) Greene var. flexuosaChamaecrista hispidula (Vahl) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista jacobinae (Benth) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista nictitans (L.) MoenchChamaecrista pascuorum (Benth.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista philippii H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista pilosa (L.) GreeneChamaecrista ramosa (Vogel) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista repens (Vogel) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista roraimae (Benth) GleasonChamaecrista rotundifolia (Pers.) GreeneChamaecrista serpens (L.) GreeneChamaecrista supplex (Benth.) Britton & RoseChamaecrista swainsonii (Benth.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista zygophylloides (Taub.) H.S.Irwin & BarnebyCopaifera coriacea Mar t.Copaifera langsdorffii Desf.Copaifera martii HayneDictychandra aurantiaca Tul.Goniorrhachis marginata Taub.Hymenaea courbaril L.Hymenaea eriogyne Benth.Hymenaea martiana HayneHymenaea stigonocarpa Mar t. ex HayneHymenaea velutina DuckeMartiodendron mediterraneum (Mart. ex Benth.) KoeppenMelanoxylon brauna SchottParkinsonia aculeata L.Peltogyne confer tiflora (Hayne) Benth.Peltogyne pauciflora Benth.Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.Poeppigia procera PreslPterogyne nitens Tul.Senna acuruensis (Benth.) H.S.Irwin & Barneby

Caesalpiniaceae (continuação)Senna affinis (Benth.) H.S.Irwin & BarnebySenna alata (L.) Roxb.Senna aversiflora (Herb.) H.S.Irwin & BarnebySenna cana (Nees & Mar t.) H.S. Irwin & Barneby var. canaSenna gardneri (Benth.) H.S.Irwin & BarnebySenna harleyi H.S.Irwin & BarnebySenna macranthera (Collad.) H.S.Irwin & BarnebySenna martiana (Benth.) H.S.Irwin & BarnebySenna mucronifera (Benth.) H.S.Irwin & BarnebySenna obtusifolia (L.) H.S.Irwin & BarnebySenna occidentalis (L.) LinkSenna pendula (Willd.) H.S.Irwin & BarnebySenna rizzinii H.S.Irwin & BarnebySenna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby var. exelsaSenna splendida (Vogel) H.S.Irwin & BarnebySenna uniflora (P. Mill.) H.S.Irwin & Barneby

MimosaceaeAbarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.GrimesAbarema langsdorfii (Benth.) Barneby & J.W.GrimesAcacia adhaerans Benth.Acacia bahiensis Benth.Acacia farnesiana (L.) Willd. Acacia glomerosa Benth.Acacia kallunkiae J.W.Grimes & BarnebyAcacia langsdorfii Benth.Acacia martii Benth.Acacia monacantha Willd.Acacia piauhiensis Benth.Acacia polyphylla DC.Acacia riparia KunthAlbizia inundata (Mart.) Barneby & J.W.GrimesAlbizia polycephala (Benth.) KillipAnadenanthera colubrina (Vell.) BrenanAnadenanthera peregrina (L.) Speg.Blanchetiodendron blanchetii (Benth.) Barneby & J.W.GrimesCalliandra axillaris Benth.Calliandra depauperata Benth.Calliandra leptopoda Benth.Calliandra macrocalyx HarmsCalliandra squarrosa Benth.Chloroleucon dumosum (Benth.) G.P. LewisChloroleucon extor tum Barneby & J.W.GrimesChloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. LewisDesmanthus virgatus (L.) Willd.Enterolobium contortisiliquum (Vell.) MorongEnterolobium timbouva Mar t.Leucochloron limae Barneby & J.W.GrimesMimosa acutistipula Benth.Mimosa adenophylla Taub.Mimosa arenosa (Willd.) Poir.Mimosa bimucronata (DC.) KuntzeMimosa campicola HarmsMimosa coruscocaesia BarnebyMimosa exalbescens BarnebyMimosa gemmulata BarnebyMimosa glaucula BarnebyMimosa hexandra MicheliMimosa hirsuticaulis HarmsMimosa hypoglauca Mar t. var. hypoglaucaMimosa invisa Mar t.Mimosa ir rigua BarnebyMimosa lewisii BarnebyMimosa mensicola BarnebyMimosa misera Benth.Mimosa modesta Mar t.Mimosa morroensis BarnebyMimosa nothopteris Barneby

Anexo 2 - Leguminosas da caatinga da Bahia (adaptado de Queiroz 1999).

Page 37: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

83

Anexo 2 - Leguminosas da caatinga da Bahia (adaptado de Queiroz 1999).

Papilionoideae (continuação)Dalbergia catingicola HarmsDalbergia cearensis DuckeDalbergia decipularis Rizzini & Matt.Dalbergia miscolobium Benth.Desmodium barbatum (L.) Benth.Dioclea grandiflora Mar t. ex Benth.Dioclea guianensis Benth.Dioclea lasiophylla Mar t. ex Benth.Dioclea marginata Benth.Dioclea violacea Mar t. ex Benth.Discolobium hir tum Benth.Erythrina velutina Willd.Galactia jussiaeana KunthGalactia remansoana HarmsGeoffroea striata (Willd.) MorongIndigofera blanchetiana Benth.Indigofera microcarpa Desv.Indigofera suffruticosa Mill.Lonchocarpus araripensis Benth.Lonchocarpus campestris Benth.Lonchocarpus sericeus (Poir.) KunthLonchocarpus virgilioides Benth.Luetzelburgia andrade-limae LimaLuetzelburgia auriculata (Allemão) DuckeLuetzelburgia bahiensis YakovlevMachaerium acutifolium VogelMachaerium angustifolium VogelMachaerium leucopteum VogelMachaerium punctatum (Poir.)Macroptilium bracteatum (Nees & Mart.) Maréchal & BaudetMacroptilium erythroloma (Mart. ex Benth.) Urb.Macroptilium gracile (Poepp. ex Benth.) Urb.Macroptilium lazthyroides (L.) Urb.Macroptilium martii (Benth.) Maréchal & BaudetMacroptilium panduratum (Mart. ex Benth.) Maréchal & BaudetMacroptilium sabaraense (Hoehne) V. P. Barbosa-FereveiroMysanthus uleanus (Harms) G.P.Lewis & A.Delgado var. uleanusPeriandra coccinea (Schrad.) Benth.Platymiscium floribundum VogelPlatymiscium pubescens MicheliPlatypodium elegans VogelPoecilanthe subcordata Benth.Poecilanthe ulei (Harms) Arroyo & RuddPoiretia punctata (Willd.) Desv.Pterocarpus ternatus RizziniPterocarpus villosus (Mart. ex Benth.) Benth.Pterocarpus zehntneri HarmsPterodon abruptus (Moric.) Benth.Rhynchosia edulis Griseb.Riedeliella graciliflora HarmsStylosanthes bahiensis t Mannetje & G.P.LewisStylosanthes capitata VogelStylosanthes debilis M.B.Ferreira & Souza CostaStylosanthes humilis KunthStylosanthes scabra VogelStylosanthes viscosa Sw.Tephrosia cinerea (L.) Pers.Tephrosia purpurea (L.) Pers.Vigna candida (Vell.) Maréchal, Mascherpa & StainierZornia brasiliensis VogelZornia echinocarpa (Moric.) Benth.Zornia gemella (Willd.) VogelZornia glabra Desv.Zornia harmsiana StandleyZornia myriadena Benth.Zornia sericea Moric.Zornia ulei Harms

Mimosaceae (continuação)Mimosa ophtalmocentra Mar t. ex BenthMimosa pellita Humb. & Bompl. Ex Willd.Mimosa pithecolobioides Benth.Mimosa pseudosepiaria HarmsMimosa pudica L.Mimosa quadrivalvis L. var. leptocarpa (DC.) BarnebyMimosa sensitiva L.Mimosa setuligera HarmsMimosa setosa Benth. Var. paludosa (Benth.) BarnebyMimosa somnianus Humb. & Bompl. Ex Willd. var. somniansMimosa subnervis Benth.Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.Mimosa ulbrichiana HarmsMimosa ursina Mar t.Mimosa verrucosa Benth.Mimosa xiquexiquensis BarnebyNeptunia plena (L.) Benth.Parapiptadenia blanchetii (Benth.) Vaz & M.P. de LimaParapiptadenia zehntneri (Harms) M.P. de Lima & LimaPiptadenia irwinii G.P.Lewis var. irwiniiPiptadenia moniliformis Benth.Piptadenia obliqua (Pers.) J. F. Macb. Piptadenia stipulacea (Benth.) DuckePiptadenia viridiflora (Kunth) Benth.Pithecellobium diversifolium Benth.Plathymenia reticulata Benth.Pseudopiptadenia bahiana G.P.Lewis & M.P.LimaPseudopiptadenia brenanii G.P.Lewis & M.P.LimaPseudopiptadenia contorta (DC.) G.P.Lewis & M.P.LimaSamanea inopinata (Harms) Barneby & J.W.Grimes

PapilionoideaeAcosmium fallax (Taub.) YakovlevAeschynomene elegans Schltdl. & Cham.Aeschynomene evenia WrightAeschynomene filosa Mar t. ex Benth.Aeschynomene histrix Poir.Aeschynomene martii Benth.Aeschynomene viscidula Michx.Amburana cearensis (Allemão ) A.C.SmithAndira anthelmia (Vell.) J.F.Macbr.Andira fraxinifolia Benth.Arachis dardanoi Krapov. & W.C.Greg.Arachis pusilla Benth.Arachis sylvestris (A.Chev.) A.Chev.Arachis triseminata Krapov. & W.C.Greg.Bocoa mollis (Benth.) CowanCamptosema aff. paraguariense (Chodat & Hassl.) Hassl.Camptosema pedicellatum Benth.Camptosema spectabile (Tul.) Burk.Canavalia brasiliensis Mar t. Ex Benth.Canavalia dictyota PiperCentrolobium sclerophyllum Lima sp. nov.Centrosema arenarium Benth.Centrosema brasilianum (L.) Benth.Centrosema virginianum (L.) Benth.Chaetocalyx blanchetiana (Benth.) RuddChaetocalyx scandens (L.) Urb.Clitoria stipularis Benth.Coursetia rostrata Benth.Coursetia vicioides (Nees & Mar t.) Benth.Cratylia bahiensis L.P.QueirozCratylia mollis Mar t. ex Benth.Crotalaria bahiensis Windler & SkinnerCrotalaria brachycarpa Benth.Crotalaria harleyi Windler & SkinnerCrotalaria holosericea Nees & Mar t.

Continuação

Page 38: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

84

Anexo 3 - Forrageiras nativas da bacia do Parnaíba (adaptado de Nascimento et al. 1999).

Família / espécie Família / espécieConvolvulaceaeJacquemontia ferruginea ChoisyMerremia aegyptia (L.) Urb.

CucurbitaceaeMomordica charantia L.

CyperaceaeCyperus amabilis VahlCyperus articulatus L.Kyllinga squamulata VahlScleria lacustris WrightScleria micrococca Steud.

EuphorbiaceaeCroton compressus Lam.Croton glandulosus L.Croton heliotropiifolius KunthCroton hir tus L�Her.Croton mucronifolius Muell. Arg.Croton pedicellatus KunthCroton sonderianus Muell.- Arg.Manihot caerulescens (Pohl em.) Müll.Arg.Manihot sp.

GentianaceaeSchultesia brachyptera Cham.

LabiataeHyptis pectinata (L.) Poit.Hyptis suaveolens (L.) Poit.Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze

CaesalpiniaceaeBauhinia brevipes VogelBauhinia dubia G.DonBauhinia flexuosa Moric.Bauhinia glabra Jacq.Bauhinia cf. membranacea Benth.Bauhinia pentandra (Bong.) Vogel ex Steud.Bauhinia platipetala Burch.Bauhinia pulchella Benth.Bauhinia subclavata Benth.Bauhinia ungulata L.Bauhinia sp.Caesalpinia bracteosa Tul.Caesalpinia ferrea Mar t. ex Tul.Caesalpinia cf. gardneriana Benth.Cenostigma gardnerianum Tul.Chamaecrista calycioides (Collad.) GreeneChamaecrista desvauxii (Collad.) KillipChamaecrista eitenorum H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista rotundifolia (Pers.) GreeneChamaecrista sp.Hymenaea courbaril L. var. stilbocarpaMartiodendron mediterraneum (Mart. Ex Benth.) KoeppenSenna lechriosperma H.S.Irwin & Barneby

AcanthaceaeAnisacanthus trilobus LindauRuellia paniculata L.

AmaranthaceaeAlthernanthera brasiliana (L.) KuntzeAlthernanthera tenella CollaAmaranthus lividus L.Amaranthus spinosus L.Blutaparon vermiculare (L.) MearsFroelichia humboldtiana (Roem. & Schult.) Seub.Gomphrena leucocephala Mar t.

AsteraceaeSpondias tuberosa ArrudaSpondias sp.Acmella uliginosa (Sw.) Cass.Aspilia cearensis J.U.SantosBlainvillea rhomboidea Cass.

BignoniaceaeMelanthera latifolia Gardn.Pectis oligocephala (Gardner) Sch.Bip.Stilpnopappus pratensis Mar t. ex DC.Stilpnopappus procumbens GardnerStilpnopappus cf. trichospiroides Mar t. ex DC.Adenocalymma marginatum DC.Adenocalymma sp.Arrabidaea sp.Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Stand.Tabebuia sp.

BixaceaeCochlospermum regium (Mart.) Pilg.

BombacaceaePseudobombax sp.

BoraginaceaeCordia piauhiensis Fresen.

CapparaceaeCapparis cynophallophora L.Cleome spinosa Jacq

ChrysobalanaceaeLicania tomentosa (Benth.) Fritsch

CombretaceaeCombretum leprosum Mar t.Terminalia sp.Thiloa glaucocarpa Eichl.

CommelinaceaeCommelina sp.

Page 39: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

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Anexo 3 - Forrageiras nativas da bacia do Parnaíba (adaptado de Nascimento et al. 1999).

Caesalpiniaceae (continuação)

Senna obtusifolia (L.) H.S.Irwin & BarnebySenna occidentalis (L.) LinkSenna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & BarnebySenna uniflora (P. Mill.) H.S.Irwin & BarnebySenna sp.

MimosaceaeAcacia langsdorfii Benth.Acacia riparia KunthAcacia sp.Albizia niopioides (Spruce ex Benth.) Burkar tCalliandra sp.Desmanthus virgatus (L.) Willd.Dimorphandra gardneriana Tul.Mimosa acutistipula Benth.Mimosa caesalpiniifolia Benth.Mimosa hirsutissima Mar t.Mimosa quadrivalvis L. var. leptocarpa (DC.) BarnebyMimosa sensitiva L.Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.Mimosa ursina Mar t.Mimosa verrucosa Benth.Mimosa sp.Parkia platycephala Benth.Piptadenia moniliformis Benth.Piptadenia stipulacea (Benth.) DuckeSamanea saman (Jacq.) Merr.Plathymenia sp.

PapilionoideaeAeschynomene aff. brasiliana (Poir.) DC.Aeschynomene evenia WrightAeschynomene paniculata Willd. ex VogelAeschynomene sp.Calopogonium mucunoides Desv.Calopogonium sp.Canavalia brasiliensis Mar t. ex Benth.Centrosema brasilianum (L.) Benth.Centrosema coriaceum Benth.Cratylia argentea (Desv.) KuntzeCratylia mollis Mar t. ex Benth.Crotalaria sp.Desmodium glabrum (Mill.) DC.Desmodium incanum (Sw.) DC.Desmodium tortuosum (Sw.) DC.Dioclea grandifolia Mar t. ex Benth.Dioclea guianensis Benth. (Benth.) MaxwellDioclea sp.Discolobium hir tum Benth.Galactia texana (Scheele) A.GrayLuetzelburgia auriculata (Allemão) DuckeMacroptilium gracile (Poepp. ex Benth.) Urb.Macroptilium longepedunculatum (Mart. ex Benth) Urb.Macroptilium lathyroides (L.) Urb.Stylosanthes angustifolia VogelStylosanthes capitata Vogel

Papilionoideae (continuação)

Stylosanthes humilis KunthSwartzia sp.Zornia aff. brasiliensis VogelZornia cearensis HuberZornia cf. gemella (Willd.) VogelZornia cf. latifolia Sm.Zornia sericea Moric.

MalvaceaeMalachra fasciata Jacq.Malvastrum coromandelianum (l.) GarckePavonia cancelata (L.f.) Cav.Sida acuta Burm.f.Sida aggregata C.Presl.Sida ?angustissima A.St.-Hil.Sida ciliaria L.Sida cordifolia L.Sida decumbens A.St.-Hil. & NaudinSida rhombifolia L.Sida spinosa L.

MoringaceaeMoringa sp.

MyrtaceaeEugenia pucinifolia (Kunth) DC.

NyctaginaceaeBoerhavia diffusa L.

OnagraceaeLudwigia hyssopifolia (G.Don) Exell

OpiliaceaeAgonandra brasiliensis Benth. & Hook.f.

PoaceaeAristida longifolia Trin.Aristida setifolia KunthAxonopus complanatus (Nees. Ex Trin.) DedeccaAxonopus purpusii ChaseBrachiaria fasciculata (Sw.) ParodiBrachiaria mollis (Sw.) ParodiDigitaria ciliaris (Retz.) Koell.Digitaria filiformis Koell.Digitaria insularis (L.) Mez ex EkmanDigitaria nuda Schumach.Echinochloa polystachya (Kunth) Hitchc.Eleusine indica (L.) Gaertn.Eragrostis ciliaris (L.) R.Br.Eragrostis maypurensis (Kunth) Steud.Eragrostis tenella (L.) Roem. & Schult.Gymnopogon sp.Hymenachne amplexicaulis (Rudge) NeesIchnanthus sp.Lasiacis sorghoidea (Desv.) Hitchc. & Chase

Família / espécie Família / espécie

Continuação

Page 40: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

86

Poaceae (continuação)

Mesosetum loliiforme (Steud.) ChasePanicum hir ticaule C.Presl.Panicum laxum Sw.Panicum pilosum Sw.Panicum trichoides Sw.Paspalum malacophyllum Trin.Paspalum maritimum Trin.Paspalum multicaule Poir.Paspalum plicatulum Michx.Pennisetum polystachyum Schult.Setaria parviflora (Poir.) KerguélenSetaria tenacissima Schrad. ex Schult.Sorgum halepense (L.) Pers.Steinchisma hians NashStreptostachys asperifolia Desv.Trachypogon macroglossus Trin.Trachypogon spicatus (L.f.) KuntzeUrochloa mosambicensis (Hack.) Dandy

RhamnaceaeZiziphus cotinifolia Reissek

RubiaceaeBorreria densiflora DC.Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl.Borreria sp.Chomelia obtusa Cham. & Schltdl.Diodia radula Cham. & Schltdl.Diodia teres WalterPalicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult.Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud.Richardia scabra L.Richardia sp.

SolanaceaePhysalis angulata L.Solanum crinitum Lam.

SterculiaceaeGuazuma ulmifolia Lam.Melochia parvifolia HBK.Waltheria albicans Turcz.Waltheria brachypetala Turcz.Waltheria bracteosa A.St.-Hil. & NaudinWaltheria indica L.Waltheria operculata RoseWaltheria petiolata K.Scum.

TiliaceaeCorchorus hir tus L.Triumfeta rhomboidea Jacq.

TurneraceaeTurnera melochioides Cambess.Turnera subulata sm.Turnera ulmifolia L.Turnera sp.

VerbenaceaeLippia cf. sidoides Cham.Lippia sp.Stachytarpheta sp.

ZygophyllaceaeKallstroemia tribuloides Wight & Arn.

Anexo 3 - Forrageiras nativas da bacia do Parnaíba (adaptado de Nascimento et al. 1999).

Família / espécie Família / espécie

Continuação

Page 41: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

87

Anexo 4 - Espécies frutíferas do Nordeste (adaptado de Pinto 1993).

Família Espécie Nome vulgar

Anacardiaceae Anacardium humile St. Hil. CajuíAnacardium occidentale L. CajuAnacardium prumilum CajuíSpondias dulcis Forst. CajaranaSpondias lutea L. CajáSpondias sp. Cajá-de-macacoSpondias sp. x S. tuberosa Arr. Cam. Cajá-umbuSpondias tuberosa Arr. Cam. Imbu, umbu

Annonaceae Annona coriacea Mar t. AraticumAnnona crassiflora Mar t. Bruto, cabeça-de-negro, maroloAnnona crassifolia Mar t. AraticumAnnona glabra L. Araticum-do-brejo, araticum-cortiça, panãAnnona marcgravii Mar t. AraticumAnnona salzmannii A.DC AraticumAnnona spinescens Mar t. Araticum-de-espinhoAnnona vepretorum Mar t. BruteiraDuguetia sp. Pinha-brabaGuatteria vilosissima Mar t. PindaíbaRollinia aff. laurifolia Schlecht. Pinha-do-campoRollinia cf. laurifolia Schlecht. CarapiáRollinia exalbida Mar t. Pinha-do-campoRollinia rugulosa Schlecht. CortiçaRollinia sericea R.E.Fries Cortiça

Apocynaceae Couma rigida Muell. Arg. MucugêHancornia speciosa Gomez MangabaLacmellea poussiflora (Kuhlm.) Monachino ChananãMacoubea guianensis Aubl. Piquiá, pitiá-de-leiteMacoubea sprucei Muell. Arg. Pitiá-de-leite

Arecaceae Bactris acanthocarpa Mar t. Mané-veioBactris ferruginea Burret Mané-veioSyagrus coronata (Mart.) Becc. Licuri, ouricuriSyagrus matafome (bondar) Glassm. Coco-mata-fomeSyagrus oleracea (Mart.) Becc. CatoléSyagrus olerrupacea (C.Mar t.) Becc. GuabirobaSyagrus schizophylla (C.Mar t.) Glassman Ariri

Bombacaceae Bombacopsis glabra (Pasq.) A.Robyns Castanha-do-MaranhãoPachira sp. Cacau-brabo

Boraginaceae Cordia superba Cham. Baba-de-boi, grão-de-galoBromeliaceae Ananas bracteatus AnanásCactaceae Brasiliopuntia bahiensis Br. et R. Cumbeba

Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) Berger cumbebaCaesalpiniaceae Dialium guianense Aubl. Sandw. Jitaí-amarelo

Hymenaea courbaril L. JatobáHymenaea oblongifolia Lee & Lang Jatobá-burundanga

Capparaceae Crataeva tapia L. TrapiáCaricaceae Carica quercifolia (ST. Hil.) Solms Mamão-de-saruê

Jacaratia dodecaphylla A .DC Mamão-de-veadoCaryocaraceae Caryocar brasiliensis Camb. Piqui-verdadeiro

Caryocar coriaceum Wittm. Piqui-braboCaryocar edulis Casar. Piqui-vinagreiro

Chrysobalanaceae Chrysobalanus icaco L. GuairuCouepia impressa Prance OitiCouepia rufa Ducke Oiti-boiCouepia uiti Benth. Oiti-da-mataLicania parviflora Benth. QuiriLicania salzmannii (Hook f.) Fritsch. Oiti-coróLicania tomentosa (Benth.) Fritsch. Oiti-mirim

Clusiaceae Rheedia brasiliensis (Mart.) Planch. BacupariRheedia macrophylla (Mart.) Pl. & Tr. Bacupari

Fabaceae Geoffroea striata (Willd.) Morong UmaríLecythidaceae Lecythis pisonis Comb. SapucaiaMalpighiaceae Byrsonima stipulacea ª Juss. Murici-branco

Byrsonima verbascifolia Rich. Ex Juss. Murici-de-taboleiroMelastomataceae Clidemia hir ta Don Pixixica

Henriettea succosa (Aubl.) DC. MundurucuMouriri gardneri Triana Puçá-de-porcoMouriri puca Gardn. Puçá

Page 42: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

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Anexo 4 - Espécies frutíferas do Nordeste (adaptado de Pinto 1993).

Família Espécie Nome vulgarMimosaceae Inga affinis Benth. Ingá-cipó

Inga fagifolia Willd. Ingá-iInga marginata Willd. Ingá-mirimInga nuda Salz. Ingá-sabãoInga sessilis (Vell.) Mar t. Ingá-ferraduraInga striata Benth. Ingá-cachão

Moraceae Pouroma cecropiaefolia Mar t. Tararanga-pretaPouroma guianensis Aubl. Tararanga-branca, uva-de-macacoPouroma mollis Tréc. Tararanga-vermelha

Myrtaceae Campomanesia guaviroba (DC) Kiarersk Guabiraba, guabirobaCampomanesia littoralis Legr. GuabirabaCampomanesia xanthocarpa Berg. Guabiraba, guabirobaEugenia brasiliensis Lam. GrumixamaEugenia conjuncta Amshoff GuabirabaEugenia dysenterica DC. Beba, cagaitaEugenia luschnathiana Berg. Pitomba-da-BahiaEugenia rostrifolia Legr. BatingaEugenia rotundifolia Cas. Mur ta-da-praiaEugenia sp. Cabeludinha, murta-preta, uvaiaEugenia uniflora L. PitangaGomidesia spectabilis (DC.) Berg. Guamirim-vermelhoMyrcia sp. CambuíMyrciaria cauliflora Berg. JaboticabaMyrciaria jabuticaba Berg. JaboticabaMyrciaria trinciflora Berg. JaboticabaPsidium apiculatum Mattos Araçá-ferroPsidium araca Raddi Araçá-mirimPsidium cattleyanum Sabine Araçá-manteigaPsidium guajava L. GoiabaPsidium hians Mar t. Araçá-da-catingaPsidium incanescens Mar t. AraçáPsidium oligospermum DC. Araçá-de-porcoPsidium pigmaeum Yell. MarangabaPsidium rubenscens Berg. AraçáPsidium sp. Araçá-pedraPsidium warmingianum Kiaersk Araçá-cagão

Olacaceae Ximenia americana L. Ameixa-de-espinhoPassifloraceae Passiflora coerulea L. Maracujá-da-praia

Passiflora edulis Maracujá-de-boiPassiflora quadrangularis L. Maracujá-açú

Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mar t. Joá-de-boiRosaceae Rubus erythroclada Mar t. Amora-pretaRubiaceae Alibertia edulis (L.C.Rich) O.A.C.Rich Marmelo-do-mato

Aliber tia elliptica (Cham.) Schum. Marmelo-de-cachorroGenipa americana L. GenipapoPosoqueria macropus Mar t. Carvãozinho

Sapindaceae Talisia esculenta Radlk. PitombaSapotaceae Bumelia obtusifolia Roem. & Schult. Quixaba-da-praia

Bumelia sar torum Mart. Quixaba-pretaChrysophyllum ebenaceum Mar t. InquirreChrysophyllum gonocarpum Mar t. PreacaChrysophyllum rufum Mar t. Fruta-de-pombaChrysophyllum sp. Bapeba-pretaEcclinusa obovata (Mart.) Rich. Bapeba-brancaEcclinusa ramiflora Mar t. Bapeba-branca, acáEcclinusa sp. Bapeba-amarelaManilkara elata (Fr. All) Monach. Abiu, paraju-brancoManilkara longifolia (DC.) Dub. Paraju-vermelhoManilkara salzmannii (A.DC.) H.J.Lam. Maçaranduba-da-praia, pichurraMicropholis gardneriana (A.DC.) Pierre BacumuxáPouteria chrysophylloides (Mart.) Radlk. MaçarandubaPouteria laurifolia Radlk. Maçaranduba-verdadeiraPouteria ramiflora A.DC. João-de-leite,maçapã, maçarandubaPouteria rivicoa (Gaertn. f.) Ducke TorobaPouteria sp. Abiuzinho, bapeba, macaco-gorema

Solanaceae Myrcia citrifolia (Aubl.) Urb. CambuíMyrcia tomentosa (Aubl.) DC. CambuíPhysalis angulata L. CamapúPhysalis higrophylla Mar t. CamapúPhysalis neesiana Sendtn. CamapúPhysalis pubescens L. Camapú

Continuação

Page 43: Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga

89

Anexo 5 - Plantas do Nordeste selecionadas pelo projeto �Farmácias Vivas�(Matos 1999a) por sua eficácia e segurança terapêuticas.

Nome vulgar mais Nome científico Propriedade terapêutica Princípio ativo ou grupo decomum no Nordeste mais evidente substâncias suspeitas de atividadeAcerola Malpighia glabra L. Anti-infeccioso Vitamina CAçafroa Curcuma longa L. Colagogo, digestivo, anti-PAF CurcuminaAgrião-bravo Acmella uliginosa (Sw.) Cass. Anestésico local EspilantolAgrião-do-brejo Eclipta alba Hassk. Imuno-estimulante, hepatoprotetor WedelolactonaAlecrim Rosmarindus officinalis L. Carminativo Óleo essencial (?)Alecrim da chapada Lippia gracillis HBK Anti-séptico local Óleo essencial, timolAlecrim de tabuleiro Lippia microphylla Cham. Balsâmico, expectorante Óleo essencial, 1,8-cineolAlecrim de vaqueiro Lippia aff. gracilis H.B.K. Anti-séptico local Óleo essencial, timolAlecrim-pimenta Lippia sidoides Cham. Antibacteriano e antifúngico local Óleo essencial, timolAlfavaca-cravo Ocimum gratissimum L. Anti-séptico bucal Óleo essencial, eugenolAroeira Myracrodruon urundeuva Fr.All. Cicatrizante de mucosas, antiúlcera gástrica Taninos, urundeuvinas (?)Babosa Aloe barbadensis Mill. Cicatrizante da pele, laxante Aloeferon, antraquinônicas, aloinasBatata-de-purga (amarela) Operculina alata (Ham.) Urban. Laxante, purgativo Resina, jalapina, convolvulinaBatata-de purga (branca) Operculina macrocarapa (L.) Farwel. Laxante, purgativo Resina, jalapina, convolvulinaBoldo do Chile ( * ) Peumus boldus Molina Colagogo Boldina, oleo essencialCajazeira Spondias mombin L. Anti-herpético Elagitaninos, geraninaCajueiro Anacardium occidentale L. Antiinflamatório EpicatequinaCamomila Matricaria chamomila L.) Antiespasmódico Azuleno, bisabolol, spiroeterCapim-santo Cymbopogon citratus Stapf.) Calmante, amtespasmódico Óleo essencial, citral, mircenoChá-do-rio Capraria biflora L. Antimicrobiano local Naftoquinona, biflorinaChá-preto Thea sinensis Sims. Estimulante, anticolérico Taninos especiais, catequinaChambá Justicia pectoralis var. stenophylla Leon. Bronco-dilatador Derivados cumarínicos (?)Confrei Symphytum officinale L. Cicatrizante AlantoínaColônia Alpinia speciosa Schum. Tranquilizante, Antihiper tensivo Óleo essencial (?)Cumaru Amburana cearensis (Fr. All.) A.C.Smith Broncodilatador, expectorante Derivados cumaríncos (?)Estramônio Datura stramonium L. Antiespasmódico Alcalóides tropânicos, escopolaminaEstramônio roxo Datura tatula L. Antiespasmódico Alcalóides, escopolaminaEucalipto medicinal Eucaliptus globulos Lab. Balsâmico, expectorante 1,8-cineol (eucaliptol)Goiabeira Psidium guajava L. Antidiarrêico Taninos e rutina (?)Guaco Mikania glomerata Spreng. Broncodilatador Derivados cumarínicosHortelã japonesa Mentha arvensis L. Anti-vomitivo, carminativo Óleo essencial, mentolHortelã pimenta Mentha x piperita L. Carminativo Óleo essencial, mentolHortelã rasteira Mentha x villosa Huds. Antiparasitáro (protozoários) Óxido de piperitenona (?)Juazeiro Zizyphus joazeiro Mar t. Anticárie, anticaspa SaponinasMacela da terra Egletes viscosa (L.) Less. Estomáquico Ternatina (?)Macela do reino Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip. Estomáquico PA: par tenolidiosMalva santa Plectranthus barbatus Amdr. Antidispéptico, hipossecretor gástrico Óleo essencial (?)Malvariço Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. Anti-séptico local (garganta) Timol, mucilagemMaracujá Passiflora edulis Sims. Calmante Glicosídios (?)Mastruço Chenopodium ambrosioides L. Anti-séptico local, vermífugo Óleo essencial, ascaridolMentrasto Ageratum conyzoides L. Antiinflamatório DesconhecidoMororó Bauhinia forficata Link. Hipoglicemiante DesconhecidoMoringa Moringa oleifera Lam. Antimicrobiano PterigosperminaMostarda Brassica integrifolia O.E. Schultz. Revulsivo alil-senevol, mirosinaPau d�arco amarelo Tabebuia serratifolia Nich. Antiinflamatório Naftoquinonas, lapacholPau d�arco roxo Tabebuia avellanedeae L. Antiinflamatório Naftoquinonas, lapacholPoejo Mentha pulegium L. Carminativo, emenagogo Óleo essencial, pulegona, mentolRomã Punica granatum L. Adstringente, tenífugo Taninos, peletierinaQuebra-pedra Phyllanthus niruri L. Antilitíase renal Flavonóides, filantina (?)Sene ( * ) Senna alexandrina P. Mills. Laxante Antraquinonas, senosídiosTorém ou Imbaúba Cecropia glaziovvi Sneth. Anti-hipertensivo DesconhecidoVassourinha Scoparia dulcis L. Hipoglicemiante Amelina ou antidiabetina (?)

( * ) comercial

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Anexo 6 - Plantas medicinais em estudo.

Família Espécie Nome vulgarPeumus boldus Molina (5) Boldo-do-chilePlectranthus barbatus Andr. (5) Malva-sete-dor

Acanthaceae Ruelia asperula Lindau (2) MeladinhaAmaranthaceae Gomphrena demissa Mart. (2) CapitãozinhoAnacardiaceae Anacardium occidentale L. (4) Caju

Myracrodruon urundeuva Allemão (2) AroeiraAnnonaceae Annona muricata L. (1) GraviolaApocynaceae Mandevilla velutina) Woodson (1) Jalapa-do-campo, jalapa-silvestre

Allamanda blanchetii A.DC. (2) Quatro-patacasAsclepiadaceae Calotropis procera (Aiton) W.T.Aiton (1) Flor-de-seda, ciúme, casulo-de-seda, bombardeiraAsteraceae Ageratum conyzoides L. (1) Mentrasto-roxo, catinga-de-bode, erva-de-são-joão

Artemisia vulgaris L. (5) AnadorEgletes viscosa (L.) Less. (2) MacelaMatricaria chamomilla L. (5) Camomila

Bixaceae Bixa orellana L. (4) UrucumBoraginaceae Heliotropium indicum L. (4) Crista-de-galoCaesalpiniaceae Bauhinia sp. (3) Mororó

Caesalpinia ferrea Mar t. Ex Tul. (4) Pau-ferroChenopodiaceae Chenopodium ambrosioides L. (4) MastruzCombretaceae Combretum leprosum Mart. (2) MofumboCrassulaceae Kalanchoe crenata (Andrews) Haw. (1) Prá-tudo, folha-da-costa, folha-grossaCrysobalanaceae Licania rigida Benth. (2) OiticicaEuphorbiaceae Cnidoscolus phyllacanthus Pax & K.Hoffm. (2) Favela

Croton campestris A.St.-Hil. (2) VelameCroton sp. (4) MarmeleiroEuphorbia milii Des Moul. (1) Coroa-de-cristoJatropha elliptica (Pohl.) Mull.Arg. (1) JalapaPhyllanthus amarus Schum. & Thonn. (3) Quebra-pedraPhyllanthus niruri L. (1) Quebra-pedra, arrebenta-pedraRicinus communis L. (5) Carrapateira

Gentianaceae Coutoubea spicata Aubl. (1) Genciana-brasileira, cutubeaLabiatae Mentha villosa Huds. (5) Hor telã-da-folha-miúdaLamiaceae Leonotis nepetifolia (L.) R.Br. (3) Cordão-de-São-FranciscoLauraceae Cinnamomum zeylanicum Nees (5) Canela-da-ÍndiaLilliaceae Aloe vera L. (4) BabosaMalvaceae Gossypium sp. (4) Algodão

Herissantia tiubae (K.Schum.) Brizicky (2) Mela-bodeSida galheirensis Ulbr. (2) Ervanço

Mimosaceae Mimosa ophthalmocentra Mart. Ex Benth. (2) Jurema-pretaMyrtaceae Eucalyptus citriodora Hook. (5) Eucalipto

Eugenia uniflora L. (1) Pitangueira-vermelha, pitanga, pitangueira-do-campoNyctaginaceae Boerhavia coccinea Mill. (1) Pega-pintoOlacaceae Ximenia coriacea Engl. (4) Ameixa-bravaOxalidaceae Averrhoa carambola L. (3) CarambolaPapaveraceae Argemone mexicana L. (1) Cardo-santoPapilionoideae Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. (4) (5) Cumaru

Erythrina velutina Willd. (2) MulunguPoaceae Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (5) Capim-santoPunicaceae Punica granatum L. (1) (4) Romanzeira, romeira-da-granadaRhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. (2) (4) juazeiroRubiaceae Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum. (5) Quina-quinaRutaceae Citrus aurantium L. (5) Laranja

Ruta graveolens L. (5) ArrudaSapotaceae Bumelia sar torum Mart. (4) QuixabaUmbeliferae Pimpinella anisum L. (5) Erva-doceVerbenaceae Lippia alba N.E.Brown ex Britton & Wilson (1) (5) Erva-cidreira

Vitex sp. (3) Jaramataia