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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA

COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

JOÃO ANTÔNIO ROSA DOS SANTOS CARRILHO

UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COM

DISPOSITIVOS MOVÉIS PARA GESTÃO DA QUALIDADE

NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Salvador

2014

JOÃO ANTÔNIO ROSA DOS SANTOS CARRILHO

UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COM

DISPOSITIVOS MOVÉIS PARA GESTÃO DA QUALIDADE

NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada ao Curso de graduação em

Engenharia Civil, Escola Politécnica, Universidade

Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do

grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Emerson de Andrade Marques Ferreira

Salvador

2014

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Prof. Emerson de Andrade Marques Ferreira, orientador deste trabalho,

pelo apoio, dedicação e acompanhamento durante todo o desenvolvimento do mesmo.

Agradeço aos Engenheiros Paulo Henrique Amorim e José Inácio por suas

contribuições ao trabalho.

Agradeço aos queridos amigos, colegas da UFBA e colegas de obra pelo apoio durante

todo período de faculdade e de estágio, em especial a Jonas Lima por ter me ajudado na

execução deste trabalho.

Por último e tão importante, agradeço a minha família e principalmente a meus pais

pela atenção e carinho incondicional de sempre, dando maior incentivo a minha graduação em

engenharia civil.

"Seja a mudança que você quer ver no mundo."

Dalai Lama

CARRILHO, J. A. R. S., Utilização da Tecnologia da Informação com Dispositivos Móveis

para Gestão da Qualidade na Construção Civil. 88 f. il. 2014. Monografia (Trabalho de

Conclusão do Curso) – Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.

RESUMO

Na maior parte dos setores econômicos, os avanços da tecnologia da informação

proporcionaram formas eficazes de gerenciar o fluxo de informações das empresas e assim

alcançar melhores níveis de desempenho. Diante desse cenário, o setor da construção civil,

frequentemente conhecido como conservador com relação à adoção de novas tecnologias,

vem passando por mudanças significativas. O potencial benefício no uso de tecnologias para

gerenciar estas informações é óbvio e muito grande. Este trabalho teve como objetivo

principal avaliar a utilização da tecnologia da informação com dispositivos móveis para

gestão da qualidade na construção civil. Para isso foi desenvolvido um novo método de coleta

e tratamento de dados de FVS (fichas de verificação de serviço). Os dados coletados são

transformados em informações relevantes e apresentados em painéis de bordo no site

desenvolvido pelo autor, através da comunicação entre o mesmo e um aplicativo. Os

resultados obtidos apontaram as vantagens, limitações e potencialidades do método proposto e

indicam que o mesmo é viável, devido principalmente a sua versatilidade e adaptabilidade a

qualquer realidade de obra/empresa e ao aumento da velocidade e da qualidade do fluxo de

informações, o que ajuda a dar confiabilidade às decisões.

Palavras-chave: tecnologia da informação, painéis de bordo, gestão da qualidade,

dispositivos móveis.

LISTA DE SIGLAS

3D - Três Dimensões

4D - Quatro Dimensões

BSC - Balanced Scorecard

CAD - Computer Aided Design

CAM - Computer Aided Manufacturing

CIB - Conseil International du Bâtiment

CNC - Computer Numeric Control

ERP - Enterprise Resource Planning

FVS - Ficha de Verificação de Serviço

IDDS - Integrated Design and Delivery Solutions

KPI - Key Performance Indicator

PDA - Personal Digital Assistant

PDCA - Plan, Do, Check, Action

TI - Tecnologia da Informação

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo PDCA (SOUZA, 1995). ................................................................................. 16

Figura 2 - Método de Solução de Problemas (Adaptado de CAMPOS, 1992) ........................ 16

Figura 3 - Representação clássica do fluxo de processos. ........................................................ 17

Figura 4 - Exemplo do diagrama de Pareto. ............................................................................. 18

Figura 5 - Exemplo do diagrama de Ishikawa. ......................................................................... 19

Figura 6 - Exemplos de KPI e suas métricas. ........................................................................... 22

Figura 7 - Etapas do processo de implementação de TI (COOPER; ZMUD, 1990). ............... 28

Figura 8 - Quadro de objetivos. ................................................................................................ 39

Figura 9 - Estrutura genérica do sistema. ................................................................................. 41

Figura 10 - Criando um site de equipe. .................................................................................... 41

Figura 11 - Inserindo conteúdo ao site. .................................................................................... 42

Figura 12 - Adicionando listas ao site. ..................................................................................... 42

Figura 13 - Acessando as configurações da lista. ..................................................................... 43

Figura 14 - Adicionando páginas ao site. ................................................................................. 44

Figura 15 - Inserindo a lista de links promovidos ao site. ........................................................ 44

Figura 16 - Adicionando um novo item à lista de links promovidos. ....................................... 45

Figura 17 - Inserindo informações do novo link promovido. ................................................... 45

Figura 18 - Alterando a aparência do site. ................................................................................ 46

Figura 19 - Inserindo uma logomarca ao site. .......................................................................... 46

Figura 20 - Layout da página inicial do site. ............................................................................ 47

Figura 21 - Estrutura final do site. ............................................................................................ 47

Figura 22 - Gráfico de não conformidades por critério. ........................................................... 49

Figura 23 - Gráfico de não conformidades por critério (Pareto). ............................................. 50

Figura 24 - Gráfico de não conformidades por pavimento. ...................................................... 50

Figura 25 - Gráfico de não conformidades por oficial (Pareto). .............................................. 51

Figura 26 - Gráfico de conformidades x não conformidades por oficial.................................. 51

Figura 27 - Gráfico de não conformidades por local. ............................................................... 52

Figura 28 - Gráfico de conformidades x não conformidades por local. ................................... 53

Figura 29 - Gráfico de não conformidades por período. .......................................................... 54

Figura 30 - Gráfico de não conformidades relativas por serviço. ............................................ 54

Figura 31 - Gráfico de não conformidades relativas por período (Obra A). ............................ 55

Figura 32 - Gráfico de não conformidades relativas por serviço (Empresa). ........................... 55

Figura 33 - Fluxograma da coleta de dados das FVS. .............................................................. 57

Figura 34 - Habilitando o suporte offline. ................................................................................ 57

Figura 35 - Preenchendo uma FVS. ......................................................................................... 58

Figura 36 - Acessando pastas do aplicativo.............................................................................. 58

Figura 37 - Acessando metodologias de inspeção. ................................................................... 59

Figura 38 - Visualizando projetos da obra................................................................................ 59

Figura 39 - Inserindo uma foto do local inspecionado. ............................................................ 60

Figura 40 - Visualizando FVS em aberto. ................................................................................ 60

Figura 41 - Reinspecionando um serviço não conforme. ......................................................... 61

Figura 42 - Pesquisador coletando dados na obra B. ................................................................ 61

Figura 43 - Sincronizando FVS com o site. ............................................................................. 62

Figura 44 - Baixando uma cópia da planilha de processamento dos dados. ............................ 62

Figura 45 - Sincronizando dados entre o Excel e o SharePoint. .............................................. 63

Figura 46 - Fluxograma da auditoria das FVS. ........................................................................ 63

Figura 47 - Acessando uma FVS preenchida. .......................................................................... 64

Figura 48 - Auditando uma FVS. ............................................................................................. 64

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11

1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................. 11

1.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 12

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 13

2. GESTÃO DA QUALIDADE ............................................................................................. 14

2.1 A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL .......................... 14

2.2 FERRAMENTAS PARA CONTROLE DA QUALIDADE ......................................... 15

2.2.1 PDCA .................................................................................................................. 15

2.2.2 Fluxograma ........................................................................................................ 17

2.2.3 Diagrama de Pareto ........................................................................................... 17

2.2.4 Diagrama de Ishikawa ....................................................................................... 18

2.3 INDICADORES DE DESEMPENHO .......................................................................... 19

2.4 PAINEL DE BORDO E SCORECARD......................................................................... 21

3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ............................................................................... 23

3.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO .................................................................................. 23

3.2 SISTEMAS ERP ............................................................................................................ 24

3.2.1 Conceitos de sistemas ERP ............................................................................... 24

3.2.2 Conceitos relacionados aos sistemas ERP ....................................................... 26

3.3 ESTÁGIOS RELACIONADOS ÀS TEORIAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE TI ....... 28

3.4 SHAREPOINT ................................................................................................................ 29

3.4.1 Conceito .............................................................................................................. 29

3.4.2 Família de produtos SharePoint ....................................................................... 29

3.5 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................ 30

3.5.1. Barreiras para o uso da TI na construção civil .............................................. 31

3.5.1.1 Barreiras à tecnologia da informação ligadas aos profissionais .............. 32

3.5.1.2. Barreiras à tecnologia da informação ligadas aos processos .................. 33

3.5.1.3. Barreiras à tecnologia da informação ligadas ao setor/empresas ........... 33

3.5.1.4. Barreiras à TI ligadas à tecnologia ......................................................... 34

3.6 CIB ................................................................................................................................. 34

3.6.1 Missão, escopo e objetivos ................................................................................. 35

3.6.2 IDDS .................................................................................................................... 35

4. MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................................ 37

4.1 ESTRATÉGIA DA PESQUISA .................................................................................... 37

4.2 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DA PESQUISA ............................................................. 37

4.2.1 Revisão Bibliográfica ......................................................................................... 37

4.2.2 Definição de softwares e elaboração da ferramenta ........................................ 38

4.2.3 Utilização da ferramenta ................................................................................... 39

4.2.4 Avaliação da ferramenta ................................................................................... 39

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................ 40

5.1 APRESENTAÇÃO DA FERRAMENTA ..................................................................... 40

5.2 ELABORAÇÃO DA FERRAMENTA ......................................................................... 40

5.3 OBRA A ........................................................................................................................ 48

5.3.1 Caracterização da obra A ................................................................................. 48

5.3.2 Utilização da ferramenta na obra A ................................................................. 49

5.3.2.1 Gráfico de não conformidades por critério ............................................. 49

5.3.2.2 Gráfico de não conformidades por critério (Pareto) ................................ 50

5.3.2.3 Gráfico de não conformidades por pavimento ........................................ 50

5.3.2.4 Gráfico de não conformidades por oficial (Pareto) ................................. 51

5.3.2.5 Gráfico de conformidades x não conformidades por oficial ................... 51

5.3.2.6 Gráfico de não conformidades por local (Pareto) ................................... 52

5.3.2.7 Gráfico de conformidades x não conformidades por local ..................... 52

5.3.2.8 Gráfico de não conformidades por período ............................................. 53

5.3.2.9 Gráfico de não conformidades relativas por serviço ............................... 54

5.3.2.10 Gráfico de não conformidades relativas por período ............................ 55

5.3.2.11 Gráfico de não conformidades relativas por serviço ............................. 55

5.4 OBRA B ......................................................................................................................... 56

5.4.1 Caracterização da obra B ................................................................................. 56

5.4.2 Utilização da ferramenta na obra B ................................................................. 56

5.4.2.1 Procedimento de coleta dos dados .......................................................... 56

5.4.2.2 Procedimento de processamento dos dados ............................................ 61

5.4.2.3 Procedimento de auditoria ....................................................................... 63

5.5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................. 65

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 68

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69

APÊNDICE A ......................................................................................................................... 73

APÊNDICE B .......................................................................................................................... 84

11

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a indústria da construção civil vem passando por mudanças

significativas, geradas principalmente pelo desenvolvimento da sociedade, as inovações

tecnológicas e pelo crescente grau de competição existente entre as empresas do setor.

A globalização dos mercados, o crescente nível de exigência por parte dos

consumidores e a reduzida disponibilidade de recursos financeiros para a realização de

empreendimentos, entre outros fatores, tem estimulado as empresas a buscar melhores níveis

de desempenho, através de investimentos em gestão e tecnologia da produção. Assim, a

exemplo do que vem acontecendo em outros setores industriais, a função produção vem

assumindo um papel cada vez mais estratégico na determinação do grau de competitividade

das empresas de construção, assim como o setor como um todo. (FORMOSO, 2001)

A gestão da qualidade e os sistemas da informação são fatores com bastante potencial

para aumentar estes níveis de desempenho. O Brasil começa a descobrir a Tecnologia da

Informação (TI) como ferramenta imprescindível para a construção civil. Programas como

PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e Minha Casa, Minha Vida, e a realização de

grandes obras de infraestrutura por conta de eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas,

acordaram empreendedores, construtoras e contratantes públicos para o tema. A TI, além de

agilizar as obras, ajuda a dar qualidade aos projetos e confiabilidade às decisões.

Já a gestão da qualidade propicia um constante desenvolvimento dos índices de

produtividade do setor, uma vez que, bem gerenciada, fornece insumos para treinamento das

equipes, diminui o número de retrabalhos e conduz a empresa à excelência na execução dos

seus serviços.

Neste contexto, o desenvolvimento e consolidação tanto da gestão da qualidade como

da tecnologia da informação passam a cumprir um papel fundamental no setor da construção,

pois agregam valor ao produto, tornando-o diferenciado dentre os demais.

1.1 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal avaliar a utilização da tecnologia da

informação com dispositivos móveis para gestão da qualidade na construção civil.

E como objetivos secundários têm-se:

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a) Conhecer a gestão da qualidade e a utilização da TI na construção civil;

b) Desenvolver um novo método de coleta e processamento de dados sobre

qualidade;

c) Aplicar o método proposto;

d) Avaliar a utilização do novo método.

1.2 JUSTIFICATIVA

Em uma obra, quando os gestores se deparam com fortes pressões externas em relação

a cumprimento de prazos e entrega de resultados, um dos primeiros setores a ser afetado é o

setor da qualidade. Isso ocorre pois, culturalmente, outros setores como o de produção,

sempre foram considerados mais importantes. Além disso, o fato da grande demanda de

tempo e de recursos humanos necessários para coletar os dados, processá-los e por fim avaliar

a execução dos serviços, fazem com que o setor muitas vezes seja negligenciado.

Diante deste contexto, a ideia deste trabalho é analisar a utilização da tecnologia da

informação com dispositivos móveis na gestão da qualidade, mais precisamente na coleta e

processamento de dados de fichas de verificação de serviços, já que hoje em dia no Brasil

grande parte das empresas utilizam métodos antigos, principalmente em papel, o que traz uma

série de dificuldades como perdas de informações, lentidão no seu processamento e

consequentemente na tomada de decisões, grandes volumes de papel para serem arquivados,

dentre outras. Muitas dessas dificuldades deixariam de existir com a utilização da TI, que,

aplicada no setor da qualidade de uma obra, iria auxiliar na tomada de decisões e no

aperfeiçoamento dos processos executivos, além de fornecer insumos para o treinamento das

equipes de produção.

Espera-se que este trabalho possa ser utilizado em outros estudos para reforçar a

possibilidade da utilização da tecnologia da informação com dispositivos móveis não só na

gestão da qualidade que é o foco deste trabalho, mas também em outros setores da indústria

da construção civil, uma vez que o tema passa a ser cada vez mais estratégico para as

empresas do setor.

13

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho é composto por seis capítulos. Neste primeiro capítulo de introdução,

foram apresentados os objetivos e a justificativa da pesquisa.

No Capítulo 2, será apresentada uma revisão bibliográfica sobre a gestão da qualidade.

No Capítulo 3, será apresentada uma revisão bibliográfica sobre as ferramentas de

tecnologia da informação e sua utilização na construção civil.

No Capítulo 4, é apresentado o método de pesquisa utilizado, com sua respectiva

estratégia e descrição das etapas realizadas ao longo do trabalho.

No Capítulo 5, são apresentados e discutidos os resultados obtidos na pesquisa.

Finalmente, no Capítulo 6, são apresentadas as considerações finais do trabalho.

14

2. GESTÃO DA QUALIDADE

2.1 A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A qualidade é considerada universalmente como algo que afeta a vida das

organizações e das pessoas de uma forma positiva. Um serviço tem qualidade se vai ao

encontro ou se supera as expectativas de seus usuários.

Segundo Campos (1992) um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende

perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às

necessidades do cliente. A qualidade pode ser definida por mudança. A empresa que pretende

implementá-la, deve ter a vontade de mudar, como se pode analisar no conceito de Juran

(1992): “Qualidade é adequação ao uso”. Ou seja, ou a empresa muda ou ela perde

competitividade devido a sua defasagem perante ao mercado.

Na indústria da construção civil, os empresários do setor têm sido impulsionados a

repensar as antigas formas de produção para aumentarem a eficiência no processo produtivo,

por meio de ações voltadas à organização e à gestão do processo de produção (CARDOSO,

1998 apud SANTOS, 2003). No entanto, é preciso analisar como aplicar as teorias e as

ferramentas para a melhoria de qualidade, pois as mesmas existem e estão disponíveis,

necessitando-se apenas adaptá-las ao setor da construção civil, principalmente dada a natureza

e as características únicas da indústria da construção, onde existe a necessidade de se

desenvolverem estratégias que permitam às empresas não só sobreviver, mas principalmente

competir. (FORMOSO et. al., 1999).

A implantação do sistema de qualidade nas empresas da construção civil tem como

objetivo, portanto:

1) Regulamentar e documentar;

2) Controlar e planejar as atividades do projeto;

3) Controlar e planejar as atividades de construção;

4) Assegurar a adequação dos recursos necessários à construção, que incluem

equipes, materiais, equipamentos e outros insumos;

5) Melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços;

6) Reduzir os custos do empreendimento;

7) Otimizar as relações com os clientes;

15

8) Melhorar a imagem da empresa, obtendo maiores e melhores participações no

mercado.

Segundo Formoso et. al. (1999), esse programa traz muitos benefícios para as

empresas, setor público e também para o consumidor. Para as empresas gera grandes

oportunidades no aumento da competitividade, redução de desperdícios, melhor formação dos

profissionais, materiais de melhor qualidade e adequação às normas técnicas. Já no setor

público, é uma oportunidade para utilizar seu poder de compra para selecionar fornecedores

com maior qualidade, otimizando o uso dos recursos públicos e solicitando, quando

necessário, os atestados de qualificação. E ainda, beneficia o consumidor, pois traz grande

oportunidade para sua decisão no poder de compra, podendo escolher aquelas empresas que

produzem com qualidade.

No entanto, Dalcul (1996) mostra que as empresas não estão alcançando plenamente

os seus objetivos, mesmo com investimentos, pelo fato de muitas vezes haver uma ação

pontual, sem a preocupação com o todo, não garantindo o aperfeiçoamento contínuo dos

processos, ou seja, não se faz um controle e análise dessas ações.

2.2 FERRAMENTAS PARA CONTROLE DA QUALIDADE

Buscando garantir o aperfeiçoamento contínuo dos processos de uma empresa é que

existem as ferramentas para o controle da qualidade, dentre as quais pode-se destacar o

PDCA, os fluxogramas, o diagrama de Pareto e o diagrama de Ishikawa.

2.2.1 PDCA

A sigla PDCA vem do inglês e significa Plan (Planejar), Do (Executar), Check

(Verificar) e Action (Ação Corretiva). O Planejamento consiste em estabelecer objetivos e

metas e os métodos para o alcance dos mesmos. A execução consiste em executar as tarefas

exatamente como foi previsto na etapa de planejamento e coletar dados que serão utilizados

na próxima etapa de verificação do processo. A verificação consiste em analisar os dados

coletados na execução e comparar os resultados alcançados com os objetivos e metas

planejados. A ação corretiva consiste em atuar no processo em função dos resultados obtidos,

podendo-se adotar como padrão o plano proposto, caso a meta tenha sido alcançada ou agir

16

sobre as causas do não atingimento da meta, caso o plano não tenha sido efetivo. (SANTOS,

2011)

A Figura 1 apresenta de forma esquemática o ciclo PDCA:

Figura 1 - Ciclo PDCA (SOUZA, 1995).

As metas que não foram atingidas, geram problemas que a empresa deverá solucionar.

Para isso pode-se utilizar o ciclo PDCA como Método de Solução de Problemas (Figura 2).

Figura 2 - Método de Solução de Problemas (Adaptado de CAMPOS, 1992)

17

Portanto, pode-se dizer que o PDCA é uma ferramenta gerencial para melhoria dos

processos, podendo ser utilizado em todos os tipos de empresa.

2.2.2 Fluxograma

O fluxograma é uma representação gráfica mostrando todos os passos de um processo,

apresentando uma excelente visão do mesmo e sendo uma ferramenta útil para verificar como

os vários passos do processo estão relacionados entre si. (SANTOS, 2011)

O fluxograma é basicamente formado por três módulo:

Entrada - Insumos que serão utilizados no processo;

Processo - consiste no conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas

que transformarão os insumos em produtos;

Saída - Produtos gerados pelo processamento dos insumos.

Figura 3 - Representação clássica do fluxo de processos.

2.2.3 Diagrama de Pareto

O diagrama de Pareto é uma ferramenta que permite determinar quais problemas

resolver e qual a prioridade. Elaborado com base em uma folha de verificação ou em uma

outra fonte de coleta de dados, auxilia a direcionar as atenções e esforços para problemas

verdadeiramente importantes. (SANTOS, 2011)

18

Segundo Campos (1992), Juran aplicou a ferramenta como forma de classificar os

problemas da qualidade em “pouco vitais” e "muito triviais”, e denominou-o de Análise de

Pareto. Desta forma, demonstrou que a maior parte dos defeitos, falhas, reclamações e seus

custos advêm de um número pequeno de causas.

Figura 4 - Exemplo do diagrama de Pareto.

2.2.4 Diagrama de Ishikawa

O diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de Espinha de Peixe ou

de Causa e Efeito, torna possível identificar rapidamente, explorar e mostrar todas as

possíveis causas relacionadas com a não conformidade e sua imediata correlação com as

“categorias” ou “famílias”. (SANTOS, 2011)

Os 6 M como são conhecidas essas categorias correspondem a:

Método: o método está relacionado às rotinas, normas e procedimentos

existentes na organização que não foram cumpridos total e/ou parcialmente ou

a ausência dos mesmos;

Mão-de-Obra: esta categoria está relacionada às pessoas e contempla o

comportamento, a competência, a habilidade, a experiência, a qualificação, etc;

Material: esta categoria tem como objetivo identificar as possíveis causas que

estejam relacionadas aos materiais, seja por sua falta, defeito, utilização

indevida, etc;

19

Meio Ambiente: esta categoria relaciona-se às causas diretas do espaço físico,

layout, temperatura, iluminação, ruído, gases, resíduos industriais, poluição,

lixo, etc;

Máquina: esta categoria tem como objetivo identificar as possíveis causas que

estejam relacionadas ás máquinas ou equipamentos, seja por sua falta, defeito,

parada, etc;

Medida: toda causa que envolve os instrumentos de medida, sua calibração, a

efetividade de indicadores em mostrar as variações dos resultados, etc.

A partir da análise dessas causas é possível tomar as decisões cabíveis para resolução

dos problemas e através dos indicadores de desempenho avaliar se essas medidas estão sendo

efetivas.

Figura 5 - Exemplo do diagrama de Ishikawa.

2.3 INDICADORES DE DESEMPENHO

Numa organização industrial, desde o momento em que se busca medir o desempenho

dos equipamentos, dos produtos, dos processos produtivos ou até mesmo da execução da

estratégia empresarial, a meta básica por trás de todas essas atividades é melhorar a

compreensão organizacional de sua realidade, permitindo que melhores decisões e ações

sejam tomadas no futuro. No próprio conceito de medição de desempenho está inserida a ideia

20

de melhoria (KIYAN, 2001). Segundo Bandeira (1997), "medir o desempenho, de fato,

somente se justifica quando existe o objetivo de aperfeiçoá-lo."

Não se pode controlar o que não se mede, da mesma forma que é impossível gerenciar

o que não se controla. As medições condicionam o comportamento dos indivíduos; não raro,

tão logo se começa a medir algo, este “algo” melhora. Daí a importância dos indicadores, que

são as referências de desempenho da organização em cada objetivo estratégico, dentro de cada

perspectiva avaliada – no caso do Balanced Scorecard (BSC), por exemplo, as quatro

perspectivas: cliente e mercado, processos internos, aprendizado e crescimento e financeira.

Estas perspectivas estão relacionadas, respectivamente, às características dos produtos

ofertados pela empresa aos clientes; aos processos de negócios críticos para a empresa; à

inovação dos produtos e processos e ao aprendizado da organização; e, por fim, aos lucros, ao

crescimento da empresa e à geração de valor para os acionistas. (MARTINS; NETO, 1998)

Segundo os autores Kaplan e Norton (1992), os indicadores afetam fortemente o

comportamento das pessoas dentro e fora da empresa. Ainda de acordo com os autores, é

preciso bom senso para a escolha e elaboração dos indicadores. Além do bom senso, outro

ingrediente essencial para o trabalho com indicadores é a disciplina, que pressupõe

organização. O primeiro passo é ter em mente o que se quer fazer; depois disso, vem a

execução das ações; na sequência – e daí a importância dos indicadores – é a vez das

intervenções, ou seja, dos ajustes necessários caso não se chegue ao resultado desejado. E é só

por meio dos indicadores que o gestor saberá se os resultados foram efetivamente alcançados.

No mundo contemporâneo, mais do que nunca, a maior compreensão da realidade

organizacional representa um fator essencial para sustentar sua competitividade. Segundo

Spinola e Pessôa (1997) a informação é uma ferramenta poderosa para uma organização, pois

através dela pode-se ter um domínio dos diversos parâmetros que regem a sua dinâmica.

Segundo Kiyan (2001) a medição de desempenho pode ser empregada para retratar o

desempenho de elementos presentes tanto no âmbito interno quanto externo à empresa:

Âmbito interno - empregados, clientes e fornecedores internos, insumos de

produção, produtos, serviços, atividades, processos, modelos de gestão,

unidade de negócio, etc;

Âmbito externo - produto em campo, clientes e fornecedores externos, marca,

concorrentes, cadeia de suprimentos, comunidade, entre empresas do mesmo

setor, etc.

21

Contudo, de nada adianta um rol de indicadores selecionados com critério e bom senso

se a ideia for apenas medir por medir. É preciso interpretar esses indicadores, extrair deles um

retrato da atuação da empresa, comunicá-los aos setores de interesse e utilizá-lo de fato como

um apoio para a consecução do plano estratégico, no sentido de indicar se a companhia está

seguindo a trajetória previamente traçada.

E com o intuito de apresentar estas e outras informações de maneira clara e organizada

para que se possa ter uma visão holística do desempenho da organização, uma das soluções

mais utilizadas são os painéis de bordo e os scorecards.

2.4 PAINEL DE BORDO E SCORECARD

O painel de bordo ou dashboard é utilizado na apresentação de dados transformados

em informações formatadas e organizadas, de acordo com necessidades específicas. Estas

informações podem ser imagens ou gráficos estáticos ou exibições de dados altamente

interativas, possibilitando ao seu usuário classificar, filtrar e aumentar ou diminuir o nível de

detalhamento dos dados. Ilustrando essa ideia de maneira simples podemos citar como um

exemplo, o painel de indicadores de um avião (indicador de velocidade, indicador de altitude,

indicador de nível de combustível etc). Dentre os tipos de informações que podem ser

exibidas em um dashboard, estão os scorecards.

Um scorecard mede o desempenho em relação a metas. Geralmente, um scorecard

exibe indicadores gráficos que expressam visualmente o sucesso ou a falha geral de uma

organização em seus esforços para atingir uma meta específica. O scorecard é baseado em um

conjunto de KPI (Key Performance Indicator), cada um dos quais representa um aspecto do

desempenho organizacional. (MICROSOFT, 2014)

KPI é a sigla para o termo em inglês Key Performance Indicator, que significa

indicador-chave de desempenho. Esse indicador é utilizado para medir o desempenho dos

processos de uma empresa e, com essas informações, colaborar para que alcance seus

objetivos. Dessa forma, por meio dos resultados apontados nos KPI, é possível quantificar o

desempenho da empresa e permitir que os trabalhadores entendam o quanto suas atividades

colaboram para o sucesso desses números. É importante perceber a diferença entre o KPI e as

métricas, já que os dois são indicadores. As métricas apontam para um número bruto, por

exemplo, quantidade de visitantes, taxa de rejeição e origem do tráfego. Já com um KPI, são

22

informados os resultados que surgem a partir das métricas, pois ele demonstra se determinada

meta de conversão foi atingida ou não. (INTERNET INNOVATION, 2013)

A Figura 6 mostra exemplos de KPI e como as métricas são utilizadas.

Figura 6 - Exemplos de KPI e suas métricas.

Dashboards e scorecards asseguram que qualquer número de usuários possa, com

segurança, ter acesso aos relatórios de que necessitam em qualquer parte e a qualquer

momento usando qualquer interface. A personalização automática do conteúdo de dashboards

e scorecards é um recurso importante que requer uma robusta arquitetura de plataforma que

garanta uma rápida compilação dos dados, interatividade e acesso as informações apenas a

usuários autorizados.

Tais ferramentas estão ficando cada vez mais complexas e poderosas graças a

evolução e aprimoramento das tecnologias da informação.

23

3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

3.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

O conceito de sistema invadiu os campos da ciência e desempenha um importante

papel em diversos setores das empresas. Um sistema é algo com partes inter-relacionadas, ou

seja, cada uma delas afeta e é afetada pelas demais. Ele pode ser analiticamente quebrado para

propósitos de estudo científico, mas sua essência só pode ser identificada se for confrontado

como um todo. Para compreendê-lo, deve-se transcender a visão das partes individuais para

encontrar o sistema inteiro em seu nível de complexidade (HATCH, 1997 apud JESUS;

OLIVEIRA, 2007).

De acordo com Laudon e Laudon (1996), sistemas de informação podem ser definidos

tecnicamente como um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam (ou

recuperam), processam, armazenam e distribuem informação com a finalidade de dar suporte

à tomada de decisões e controle em uma organização. Ainda segundo os autores, sob um

enfoque empresarial, os sistemas de informação podem ser definidos como uma solução

organizacional e gerencial, baseada em tecnologia da informação, em resposta a um desafio

apresentado pelo meio ambiente. Esta definição salienta o papel da organização como um

todo no planejamento de sistemas de informação, como solução ou parte de solução de um

problema real, imposto pelo ambiente em que a empresa opera.

Destacando o resultado (produto) da coordenação desses subsistemas com os objetivos

e finalidades das organizações, Riccio (1989) afirma que o sistema de informação é um

conjunto de subsistemas que atuam coordenadamente para, com o seu produto, permitirem às

Organizações o cumprimento de seus objetivos principais.

Portanto, o sistema de informação pode ser definido como um meio, um instrumento à

disposição do administrador e a serviço da empresa, devendo ser flexível e adequado a cada

momento da vida da organização, para que possa ser utilizado como instrumento de gestão

(RICCIO, 1989 apud VALENTE, 2004).

Riccio alerta ainda, que, para funcionar plenamente, o sistema necessita de recursos.

Esses recursos, tanto físicos como humanos, podem então ser representados pelo conjunto de

tudo aquilo que está dentro ou entra no sistema para ser utilizado durante o processo de

transformação.

24

No que se refere ao grau de sofisticação da tecnologia utilizada pelo sistema, Riccio

(1989) reforça que quanto mais avançada for a tecnologia empregada pelo sistema, mais

sofisticado ele se torna e, provavelmente, mais eficiente. A determinação dos níveis

tecnológicos ideais para um sistema de informação é função de inúmeros fatores, tais como

disponibilidade financeira, tipo de empresa, cultura interna, e principalmente da importância

do sistema para a empresa.

Todos os tipos de empresas, de grande ou pequeno porte, estão utilizando sistemas de

informação, redes e tecnologia de internet para realizar uma parcela maior de seus negócios

eletronicamente e alcançar novos patamares de eficiência e competitividade. (LAUDON E

LAUDON, 2004)

Destacando a importância e necessidade dos sistemas de informação não somente para

o sucesso das empresas, mas também para a sua sobrevivência nos dias atuais, Laudon e

Laudon (2004) afirmam que conhecer os sistemas de informação é essencial para os

administradores, porque a maioria das organizações precisa deles para sobreviver e prosperar.

Esses sistemas podem auxiliar as empresas a estender seu alcance a locais distantes, oferecer

novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e trabalho e, talvez, transformar

radicalmente o modo como conduzem os negócios. (LAUDON E LAUDON, 2004 apud

VALENTE,2004)

Um dos tipos de sistemas de informação mais utilizados atualmente são os ERP

(Enterprise Resource Planning).

3.2 SISTEMAS ERP

3.2.1 Conceitos de sistemas ERP

Os ERP têm sido, desde a década de 90, um dos principais focos de atenção da

utilização da Tecnologia de Informação (TI) pelas organizações. Adquiridos na forma de

pacotes comerciais de softwares, utilizam uma base única de dados, que permite a integração,

em tempo real, de todos os sistemas de informações transacionais e dos processos de negócios

da organização como um todo e não apenas de departamentos isolados como nos pacotes

tradicionais (SOUZA; SACCOL, 2003).

25

O ERP, que traduzido literalmente para o português significa “Planejamento de

Recursos Empresariais” é um sistema integrado e possui uma arquitetura aberta, viabilizando

a operação com diversos sistemas operacionais, banco de dados e plataformas de hardware.

Desta forma, é possível a visualização completa das transações efetuadas por uma empresa.

Esses sistemas oferecem às organizações a capacidade de modelar todo o panorama de

informações que possui e de integrá-lo de acordo com suas funções operacionais. Eles devem

ser capazes de relacionar as informações para a produção de respostas integradas a consultas

que digam respeito à gestão de todo negócio (JAMIL, 2001).

No Brasil, os sistemas ERP são também denominados de Sistemas Empresariais

Integrados, Sistemas Integrados de Gestão Empresarial ou Sistemas Integrados de Gestão ou,

ainda, Sistemas Integrados em Tempo Real.

Riccio (2001) afirma que os ERP são sistemas de informação que visam a

sincronização em tempo real dos processos de uma empresa, pelo emprego de tecnologia da

informação avançada.

Buckhout et al. (1999) definem ERP como um software de planejamento de recursos

empresariais que, integrando os dados-chave e a comunicação entre as áreas da empresa,

permite a criação de operações mais eficientes e possibilita o fornecimento de informações

detalhadas sobre suas operações.

Valente (2004) define o ERP como sendo um sistema de informações integrado que

serve a todos os departamentos em uma empresa. Tendo sido desenvolvido a partir de

indústrias de manufatura, o ERP implica no uso de pacotes de software ao invés de sistemas

desenvolvidos internamente ou apenas para um cliente. Os módulos do ERP podem ser

capazes de interagir com outros sistemas da organização com grau de dificuldade variável e,

dependendo do fornecedor, o ERP pode ser alterado através de programação.

Segundo Souza e Saccol (2003), essa integração que possibilita a expansão e

utilização do ERP por toda a empresa, ao invés da utilização restrita e localizada em

departamentos, é justamente o que diferencia os ERP dos pacotes de softwares existentes

desde a década de 60.

Os ERP apesar de terem como objetivo integrar os processos de negócios da empresa,

não podem ser considerados como um modelo de gestão pois são apenas uma ferramenta de

auxílio e apoio à tomada de decisões, visto que a gestão em si depende de inúmeros outros

fatores, não comentados aqui por não serem o foco deste trabalho.

26

3.2.2 Conceitos relacionados aos sistemas ERP

Segundo Souza (2000) conceitos como funcionalidade, módulos, parametrização,

configuração, customização, localização e atualização de versões, também são significativos e

importantes quando o assunto é sistema ERP. O mesmo autor descreve aspectos relevantes

relacionados a cada um deles, enfatizando que:

Funcionalidade: diz respeito ao conjunto de funções embutidas no sistema

ERP, suas características e suas diferentes possibilidades de uso. O termo

também é normalmente utilizado para representar o conjunto total de diferentes

situações que podem ser contempladas e diferentes processos que podem ser

executados no sistema.

Módulos: são os menores conjuntos de funções que podem ser adquiridos e

implementados separadamente em um sistema ERP. Os sistemas ERP são,

normalmente, divididos em módulos para possibilitar que as empresas

implementem apenas as partes do sistema que lhes interessam e também para

que possam implementá-lo por etapas quando a intenção for implantar todo o

sistema. Essa divisão é apenas conceitual, pois, ainda que sigam a divisão

departamental das empresas, desenvolvimentos recentes dos sistemas ERP

incorporam o conceito da divisão da empresa por processos.

Parametrização: significa o processo de adequação da funcionalidade de um

sistema ERP a uma determinada empresa através da definição dos valores de

parâmetros já disponibilizados no próprio sistema. Souza (2000) ressalta ainda

que, quanto mais parametrizáveis, maior o número de possibilidades de

realização de processos contemplados pelo mesmo sistema sem necessidades

de alteração e desenvolvimentos posteriores e, por conseguinte, maiores as

possibilidades de ganho para o fornecedor. Entretanto, a parametrização só

pode ser realizada se as funcionalidades alternativas já estiverem embutidas no

sistema.

Configuração: é representada pelo conjunto total de parâmetros do sistema

após a sua definição, englobando o conjunto das opções de funcionamento das

diferentes funções de um sistema ERP.

27

Customização: corresponde à modificação de um sistema ERP para adequá-lo

a situações empresariais específicas, inviáveis de serem reproduzidas por meio

dos parâmetros preexistentes no sistema. De modo a complementar a

funcionalidade necessária, Souza (2000) enfatiza que apesar de qualquer tipo

de customização poder ser feita para adaptar um sistema ERP às necessidades

imediatas do cliente, quanto maior for a quantidade de customizações

realizadas, mais o sistema utilizado se afasta do modelo de sistema ERP e mais

se aproxima do modelo de desenvolvimento interno de aplicações. Decorrem

daí dois grandes problemas que as empresas que customizam acabam tendo de

enfrentar: primeiro, a elevação dos custos de manutenção, visto que, de acordo

com Laudon e Laudon (1996): o aumento das modificações realizadas a um

pacote provoca o respectivo aumento nos custos de sua implementação, pelo

fato de, segundo Souza (2000), rotinas altamente customizadas normalmente

não receberem o suporte dos fornecedores. O segundo grande problema

aparece quando das atualizações do sistema, pois, a cada implementação de

uma nova versão, a empresa deverá rever todo o trabalho das customizações já

realizadas, refazendo-as ou adaptando-as para a utilização adequada da nova

versão implementada.

Localização: corresponde à adaptação – realizada por meio de parametrizações

ou customizações - dos sistemas ERP desenvolvidos em determinado país para

utilização em outro, a fim de adequá-lo às leis e procedimentos comerciais

locais, como: impostos, taxas, legislações específicas etc. No Brasil, essas

localizações normalmente recebem o nome de “tropicalização”.

Atualização de versões (upgrading): compreende o processo por meio do qual

o fornecedor do software disponibiliza aumentos na funcionalidade do sistema

ao mesmo tempo em que fornece correções de problemas e erros para

instalação na empresa. Souza (2000) lembra que no caso de sistemas

complexos como os ERP as atualizações de versão podem exigir grandes

esforços da empresa envolvida.

O entendimento destes conceitos é muito importante para que os sistemas ERP ou

qualquer outro tipo de sistema seja implementado na empresa com sucesso.

28

3.3 ESTÁGIOS RELACIONADOS ÀS TEORIAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE TI

As pesquisas realizadas até a década de 90, envolvendo o tema implementação de

tecnologia da informação nas empresas, enfocaram em três importantes aspectos relacionados

a esse campo: fatores, processos e aspectos políticos. As pesquisas sobre fatores tratam de

aspectos importantes para a implementação bem sucedida de sistemas, envolvendo não

somente os fatores relacionados às forças individuais, como também às organizacionais e

tecnológicas. O apoio da alta direção e o relacionamento adequado entre usuários e

responsáveis pelo desenho do sistema foram apontados por essas pesquisas como fatores de

grande impacto para a efetividade da implementação de sistemas. (COOPER e ZMUD, 1990),

Tomando por base o modelo de processo de implementação de TI desenvolvido por

Kwon e Zmud (1987), adaptado por Zmud e Apple (1989) apud Souza (2000),

fundamentados nas teorias de mudança organizacional, inclusive a de Lewin (1952), inovação

e difusão tecnológica, os autores propõem um modelo para o processo de implementação

composto por 6 estágios. De acordo com o modelo proposto por Cooper e Zmud (1990), as

fases ou etapas existentes num processo de implementação de TI são: iniciação, adoção,

adaptação, aceitação, rotinização e incorporação (infusion).

Figura 7 - Etapas do processo de implementação de TI (COOPER; ZMUD, 1990).

Um dos softwares de TI disponíveis no mercado é o Microsoft SharePoint.

29

3.4 SHAREPOINT

3.4.1 Conceito

Quando se fala do Microsoft SharePoint, na verdade estamos falando de uma família

de produtos que a Microsoft disponibiliza para trabalharmos com o conceito de integração e

colaboração nas empresas. O SharePoint está crescendo cada vez mais rápido, é uma vertical

onde se tem uma grande demanda de serviço e isso consequentemente gera inúmeras vagas de

emprego, onde profissionais capacitados na tecnologia tem grandes chances de integrar-se a

excelentes empresas. (CITRANGULO, 2012)

O Microsoft SharePoint basicamente é uma ferramenta que ajuda a criar e manter

páginas de intranet e extranet com um esforço bem menor do que o modo convencional de

criar e manter intranets e extranets. (CITRANGULO, 2012)

É claro que esta é a definição mais simples que pode-se ter para o Microsoft

SharePoint, porém ao longo deste item será possível perceber que é muito mais do que isso.

3.4.2 Família de produtos SharePoint

Segundo a Microsoft (2014), atualmente a família do Microsoft SharePoint é

composta pelos seguintes produtos:

SharePoint Online - Um serviço baseado em nuvem hospedado pela Microsoft

para empresas de todos os portes. Em vez de instalar e implantar o SharePoint

Server no local, agora qualquer empresa pode simplesmente assinar um plano

do Office 365 ou o serviço autônomo do SharePoint Online, e seus

funcionários poderão criar sites a fim de compartilhar documentos e

informações com colegas, parceiros e clientes.

SharePoint Foundation - A tecnologia subjacente a todos os sites do

SharePoint. O SharePoint Foundation está disponível para implantação

gratuita no local, sendo chamado Windows SharePoint Services nas versões

anteriores. É possível usar o SharePoint Foundation para criar rapidamente

muitos tipos de sites em que você pode colaborar em páginas da web,

documentos, listas, calendários e dados.

30

SharePoint Server - As organizações podem implantar e gerenciar o

SharePoint Server no local. Ele inclui todos os recursos do SharePoint

Foundation, além de outros recursos e capacidades, como o Gerenciamento de

Conteúdo Corporativo, business intelligence, pesquisa corporativa, sites

pessoais e feeds de notícias.

SharePoint Designer - Um programa gratuito para projetar, criar e

personalizar sites executados no SharePoint Foundation e no SharePoint

Server. Com o SharePoint Designer, você pode criar páginas da web ricas em

dados, criar soluções avançadas habilitadas para fluxo de trabalho e criar a

aparência do seu site. Os sites criados podem variar de pequenos sites de

equipes de gerenciamento de projetos a soluções de portal controlados por

painéis para grandes corporações.

Espaço de Trabalho do SharePoint - Um programa de desktop que você pode

usar para colocar o conteúdo do site do SharePoint offline e colaborar no

conteúdo com outras pessoas enquanto está desconectado da rede. Enquanto

você e outros integrantes da equipe estiverem offline, é possível fazer

alterações no conteúdo do SharePoint, que eventualmente será sincronizado

novamente com o site do SharePoint.

Sincronização de pastas do OneDrive Pro - Um programa desktop que você

pode utilizar para sincronizar uma versão offline de um site de equipe ou

biblioteca do OneDrive Pro para uma pasta em seu computador.

3.5 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Na maior parte dos setores econômicos, os avanços da tecnologia de informação

proporcionaram formas eficazes de gerenciar o fluxo de informações entre empresas. Diante

desse cenário, o setor da construção civil, frequentemente conhecido como conservador com

relação à adoção de novas tecnologias, vem passando por mudanças significativas. (MORAES

et. al., 2006).

A área da Construção Civil é intensiva na utilização de informações já que um projeto

típico produz milhares de documentos (NEWTON, 1998 apud NASCIMENTO; SANTOS,

2003), boa parte representada graficamente, o que lhes adiciona mais informação ainda. O

31

potencial benefício no uso de tecnologias para gerenciar estas informações é óbvio e muito

grande. Os resultados de uma iniciativa que fosse capaz de agregar a TI de forma eficaz no

cotidiano dos profissionais da Construção teria um enorme impacto devido a dois fatores: a

fatia considerável que o setor representa do PIB e a baixa produtividade que caracteriza o

setor (SCHWEGLER et al., 2001). As oportunidades para aumento da eficiência desta

indústria pela aplicação destas tecnologias são muitas, proporcionando impacto significativo

no crescimento nacional, provavelmente maior que na maioria dos demais setores

(NEWTON, 1998 apud NASCIMENTO; SANTOS, 2003).

Embora essas oportunidades sejam bastante positivas e vantajosas, existem algumas

barreiras para a implementação da TI na construção civil.

3.5.1. Barreiras para o uso da TI na construção civil

A área da tecnologia da informação para a construção civil é um dos setores onde a

distância entre o que se pesquisa e se desenvolve academicamente e a correspondente adoção

e prática no mercado é das maiores já vistas. Enquanto a pesquisa, por exemplo, de

tecnologias CAD-4D (Computer Aided Design-4D) tenha quase 10 anos, poucas empresas do

setor já incorporaram o CAD-3D em sua rotina de trabalho. (NASCIMENTO; SANTOS,

2003).

Nascimento e Santos (2003) destacam que algumas oportunidades de se utilizar TI no

canteiro de obras como robótica, PDA (Personal Digital Assistant), ferramentas de

comunicação avançadas ou sistemas de automação como CNC (Computer Numeric Control) e

CAM (Computer Aided Manufacturing) são inviabilizadas técnica e economicamente pelo

emprego, em seu nível operacional, de mão de obra barata e desqualificada. A pouca

utilização dessas tecnologias é também em grande parte devido a barreiras ligadas aos

profissionais que atuam na área, aos seus processos longamente estabelecidos, às

características e culturas do próprio setor e a deficiências da tecnologia. A maior parte destas

barreiras não é ligada a fatores econômicos ou de subdesenvolvimento já que o que se observa

no Brasil em relação ao uso da TI na construção civil é muito parecido com o que se vê em

países desenvolvidos.

32

3.5.1.1 Barreiras à tecnologia da informação ligadas aos profissionais

Os profissionais do setor da Construção Civil normalmente possuem mais dificuldades

para trabalhar com TI em relação a profissionais de outros setores. Segundo Nascimento e

Santos (2003) existem vários fatores que contribuem para este “atraso tecnológico” nas

práticas dos profissionais:

A utilização da TI nas empresas de construção tem características diferentes de outros

setores da indústria. Na utilização de ferramentas CAD específicas não é exigida muita

precisão, tanto no detalhamento das medidas quanto nos detalhes de apresentação do artefato.

Não são utilizadas tecnologias CAM-CNC pois os artefatos são construídos manualmente;

Os profissionais recrutados têm perfis diferentes aos das outras indústrias e com

menos exigências. Não há um trabalho de validação dos produtos projetados com software de

(a verificação é feita e corrigida muitas vezes pela mão de obra operacional);

A metodologia de trabalho com TI nas diversas empresas do setor é muito diferente

ocasionando disparidades na forma de trabalhar de um mesmo profissional de uma empresa

para a outra;

Os diversos profissionais trabalham com ferramentas muito diversificadas, não

havendo uma ferramenta que tenha hegemonia, à exceção da ferramenta CAD genérica, mas

que por ser genérica, quando bem utilizada, é customizada para ganhar características

diferenciadas. No entanto, a maioria dos profissionais subutiliza esta ferramenta;

Já Hassell et al. (2000) destaca que os profissionais são conduzidos por gerentes e

administradores que têm formação técnica porém que não possuem desenvoltura com a TI, já

que tiveram pouca ou nenhuma experiência com sistemas CAD ou outro software.

Atualmente este cenário está mudando lentamente já que estes profissionais começam a ter

algum conhecimento, porém a nível operacional, não compatível com suas funções. Mesmo

os jovens engenheiros e arquitetos que se formam hoje, terão por muitos anos um impacto

ainda limitado;

Os profissionais estão habituados a utilizar ferramentas para monousuários (ilhas de

automação) e têm dificuldades em utilizar ferramentas em rede e compartilhadas

(NASCIMENTO; SANTOS, 2003);

Os profissionais do setor são resistentes a inovações das mais várias áreas, e a TI não é

exceção (FREITAS et al., 2001);

33

Os profissionais não conseguem trabalhar colaborativamente através da TI pois o nível

diversificado do porte das empresas não permite que todos os intervenientes tenham estruturas

para suportar a colaboração (estrutura física e de pessoal) (NASCIMENTO; SANTOS, 2003).

3.5.1.2. Barreiras à tecnologia da informação ligadas aos processos

Enquanto outros setores veem a web como uma oportunidade importante para reduzir

custos com intermediários nas compras, muitos construtores veem os fornecedores e

empreiteiras locais como um elo crucial e insubstituível da cadeia de suprimentos (HASSELL

et al., 2000);

Falta de padronização na comunicação. O desenvolvimento de padrões de

interoperabilidade para a indústria da construção tem demonstrado ser uma atividade

complexa (ROE, 2001);

Os métodos de gestão de processos são ultrapassados e há uma carência de disciplinas

voltadas a gestão que tratem de conceitos e ferramentas vindas da Sociologia das

Organizações (MELHADO, 2001).

3.5.1.3. Barreiras à tecnologia da informação ligadas ao setor/empresas

O setor da Construção Civil investe muito pouco em TI comparado com as indústrias

de outros setores, como atestam vários estudos internacionais (NEWTON, 1998 apud

NASCIMENTO; SANTOS, 2003);

A área de TI, mesmo quando existe nas empresas do setor, tipicamente não tem

orçamento significativo que permita investimento adequado para alavancar resultados

positivos (HASSEL et al., 2000);

O tamanho da indústria da construção civil é muito grande, diversificado e

fragmentado (ZEGARRA et al., 1999). Isso faz com que o impacto causado por

transformações em quaisquer de seus agentes seja muito pequeno no setor como um todo.

Agrava a situação, o fato de que quanto menos agentes usam a TI, menores são os benefícios

de tal investimento (HASSEL et al., 2000);

Há incerteza dos dirigentes do setor sobre a compensação dos investimentos em TI

devido ao aspecto cíclico do mercado da construção, no qual aquelas empresas que

minimizaram seus investimentos em equipamento e pessoal foram recompensadas com maior

34

lucratividade. Assim, os dirigentes desta indústria temem em ordenar investimentos em TI

que podem rapidamente se tornar obsoletos (HASSEL et al., 2000);

Normalmente não há treinamento adequado na implantação de novas tecnologias. Isto

é fundamental mesmo em se tratando de tecnologias relativamente simples como as extranets

de projeto para uso adequado de todo o potencial das ferramentas (FROESE, 2002 apud

NASCIMENTO; SANTOS, 2003).

3.5.1.4. Barreiras à TI ligadas à tecnologia

Incertezas sobre a segurança dos dados (intrusão, violação, vírus), particularmente

quando a Internet é a mídia de suporte (NASCIMENTO; SANTOS, 2003);

Necessidade de conexão à internet de banda larga, nem sempre acessível

(disponibilidade, custo);

As tecnologias podem facilmente introduzir o problema de excesso de informação

(FROESE, 2002 apud NASCIMENTO; SANTOS, 2003), implicando em maior gasto de

tempo e dificuldade para identificar informações relevantes.

Com o objetivo de romper estas e outras barreiras, unindo a busca por melhorias na

qualidade da execução dos serviços e a implementação de novas tecnologias é que existe o

CIB.

3.6 CIB

CIB é a abreviatura do (antigo) nome francês: "Conseil International du Bâtiment"

(em português: Conselho Internacional de Construção). Durante o ano de 1998 a abreviatura

foi mantida, mas o nome completo mudou para: Conselho Internacional de Pesquisa e

Inovação na Construção. (CIB, 2014)

O CIB foi fundado em 1953 sob a forma de Associação com os objetivos de estimular

e facilitar a cooperação internacional e a troca de informações entre institutos de pesquisas

governamentais do setor da construção, com ênfase nos institutos ligados a campos técnicos

de pesquisa. (CIB, 2014)

Desde então, o CIB se tornou uma rede mundial com mais de 5000 especialistas de

cerca de 500 organizações a ele associadas que atuam na comunidade científica, na indústria

35

ou na educação, cooperando ou trocando informações em mais de 50 comitês do CIB em

todos os campos da pesquisa e inovação relacionadas à construção. (CIB, 2014)

3.6.1 Missão, escopo e objetivos

O propósito do CIB é proporcionar uma rede global para a troca e a cooperação

internacional em pesquisa e inovação na construção como apoio a um processo de construção

aprimorado e a um desempenho aprimorado do ambiente construído. (CIB, 2014)

O escopo do CIB cobre os aspectos técnicos, econômicos, ambientais, organizacionais

e outros do ambiente construído durante todas as fases do seu ciclo de vida, abordando todos

os passos do processo de pesquisa básica e aplicada, documentação e transferência de

resultados de pesquisa e sua implementação e aplicação de fato. (CIB, 2014)

Os objetivos do CIB são: constituir uma fonte relevante de informações sobre pesquisa

e inovação na construção em todo o mundo, ser um ponto de acesso confiável e eficaz para a

comunidade científica global e um fórum para a realização de trocas significativas entre todo

o espectro de interesses do setor da construção e a comunidade científica global. Ao alcançar

seus objetivos, o CIB promoverá, para o interesse da comunidade internacional, uma

colaboração adequada com outras organizações nacionais e internacionais. (CIB, 2014)

Quase todos os membros do CIB são organizações, dentro da comunidade CIB existe

uma forte ênfase nos interesses das pessoas como indivíduos. E de acordo com isso, outra

forma de caracterizar o CIB é como uma rede mundial de especialistas em construção que

aprimoram o seu desempenho diário através da cooperação internacional e da troca de

informações com seus pares. (CIB, 2014)

Dentre os temas prioritários de pesquisa do CIB temos o IDDS.

3.6.2 IDDS

O IDDS (Integrated Design and Delivery Solutions) ou em português Projeto

Integrado e Soluções de Entrega, tem como meta a revitalização do setor da construção civil

através da rápida adoção de novos processos, do desenvolvimento de uma força de trabalho

com competências aprimoradas e auxiliada pelas tecnologias da informação e do

conhecimento. (OWEN et al., 2013)

36

O IDDS foi desenvolvido por meio de oficinas e consultas com academias, indústrias,

governos e clientes de cinco continentes durante quatro anos. Várias centenas de pessoas

foram consultadas e grandes acadêmicos e industriais de todo o mundo têm se envolvido em

focar e nutrir o tema de pesquisa. (OWEN et al., 2013)

Embora várias iniciativas desenvolvidas a partir de softwares de projetos e tecnologias

de produção, lean construction, modularização, pré-fabricação e entrega de projetos

integrados que atualmente são adotados por alguns setores na construção, o IDDS proporciona

a visão para uma transformação futura mais holística. O sucesso no uso do IDDS requer

aprimoramentos nos processos de trabalho, na tecnologia e nas capacidades das pessoas para

abranger na totalidade o ciclo de vida de uma construção a partir da concepção passando pelos

projetos, construção, equipes de trabalho, operação, remodelação/reajustes e reciclagem e

considerando a interação da construção com o ambiente. Com o conhecimento adquirido e sua

reutilização se tornando predominante, as melhores práticas do IDDS devem se tornar

normas, ao invés de uma exceção. (OWEN et al., 2009)

Influências sociais e tecnológicas significativas estão impulsionando mudanças no

setor. A tecnologia portátil com a acesso à internet penetrou no canteiro de obras e escritórios,

trazendo oportunidades sem precedentes para grandes trocas de informações. Materiais e

sistemas de construção também têm evoluído significativamente, muitas vezes com alvos

ambiciosos para novos níveis de desempenho medido em termos de custo imediato, a

facilidade ou o tempo de instalação, energia necessária e sustentabilidade. A quantidade de

materiais fabricados fora das obras também tem aumentado. (OWEN et al., 2013)

Apesar dessas influências, como visto anteriormente, alguns obstáculos evitam uma

transição tranquila para este novo paradigma da construção.

37

4. MÉTODO DE PESQUISA

Este capítulo apresenta a estratégia de pesquisa adotada no presente trabalho, a

descrição de cada etapa do processo e o delineamento da pesquisa

4.1 ESTRATÉGIA DA PESQUISA

Este trabalho teve sua estratégia de pesquisa dividida em duas etapas:

A primeira etapa consistiu no desenvolvimento de uma ferramenta de tecnologia da

informação que atendesse as exigências do trabalho, para isso foi feita uma pesquisa sobre

softwares e conceitos de programação e tecnologia da informação. O resultado final foi a

criação de um site que se comunica com um aplicativo utilizado para coleta de dados sobre

qualidade, através do uso de dispositivos móveis.

A segunda etapa consistiu em uma simulação da utilização da ferramenta em uma obra

fictícia, com o objetivo de testar suas funcionalidades e recursos e a realização de um estudo

de caso, no qual o objeto de análise foi a obra na qual o autor trabalha. Nesta etapa buscou-se

avaliar a parte prática da utilização do novo método. Segundo Yin (2001) neste tipo de

pesquisa, o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e busca-se responder as questões

relacionadas a “como” e “por que” os eventos ocorrem.

O estudo de caso é indicado em situações nas quais pode haver necessidade de algum

tipo de intervenção, mas cujo objetivo principal é o desenvolvimento de um produto,

aplicação ou experimentação de um modelo, método, ferramenta ou instrumento (HIROTA et

al., 2000 apud PIRES, 2010).

4.2 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DA PESQUISA

4.2.1 Revisão Bibliográfica

A revisão bibliográfica teve como objetivo assegurar maior controle e domínio dos

conceitos referentes a gestão de qualidade e a tecnologia da informação, com foco na

construção civil. Com esse estudo, foi possível ter um maior entendimento da situação atual

da construção civil, com destaque para utilização da tecnologia da informação no setor. Para

38

essa revisão, foram utilizadas teses, monografias, sites, artigos e dissertações que

contribuíram para a fundamentação teórica da avaliação do estudo proposto.

4.2.2 Definição de softwares e elaboração da ferramenta

Além da revisão bibliográfica, foi necessário um estudo sobre softwares que

possibilitassem a elaboração de uma ferramenta de TI que contribuísse para que o objetivo

geral deste trabalho fosse alcançado.

Inicialmente a ideia era criar um aplicativo para plataforma Android, pois os

dispositivos móveis que tem essa plataforma como seu sistema operacional são mais baratos.

Para isso, foram estudadas diversas linguagens de programação como C, Python e SQL com o

intuito de fornecer ao autor conhecimento suficiente para iniciar a criação do aplicativo. Além

disso, alguns softwares que funcionam como auxiliares no desenvolvimento de aplicativos

também foram estudados como o Eclipse e o AppInventor.

Ao final do estudo decidiu-se que o aplicativo seria desenvolvido com o auxílio do

software AppInventor, que atualmente é gerenciado pelo MIT (Massachusetts Institute of

Technology), um importante centro privado de ensino e pesquisa americano.

Após três semanas, um protótipo foi criado, porém a automatização e

interoperabilidade do aplicativo ainda eram problemas que requeriam um conhecimento

bastante elevado em programação. Tais dificuldades fizeram o autor buscar outros caminhos

para atingir seu objetivo.

Após uma conversa com o orientador, o autor começou a estudar o software Microsoft

SharePoint. No decorrer do estudo, o SharePoint demonstrou ter grande potencial e assim foi

escolhido como software para elaboração da ferramenta. Porém o SharePoint já possui uma

versão de aplicativo para plataforma iOS, o SharePlus, com várias funções interessantes e que

fizeram com que a ideia inicial de criação do aplicativo para plataforma Android fosse

abandonada. Com isso, apenas o conteúdo do aplicativo deveria ser elaborado.

Teve início então a fase de elaboração da ferramenta, que em resumo, trata-se de um

sistema de coleta e tratamento de dados sobre qualidade, especificamente utilizando a Ficha

de Verificação de Serviço (FVS), onde maiores detalhes sobre o funcionamento da ferramenta

serão apresentados no Capítulo 5.

39

4.2.3 Utilização da ferramenta

Nesta etapa, a utilização da ferramenta foi simulada em uma obra fictícia, onde os

dados inseridos serviram para testar suas funções e recursos e com isso realizar os ajustes

necessários para executar a segunda fase desta etapa que foi a utilização da ferramenta na obra

onde o autor trabalha. É importante destacar que em ambos os casos, o objetivo foi o de

avaliar a utilização e recursos da ferramenta em si, e não dos dados inseridos no sistema.

4.2.4 Avaliação da ferramenta

Nesta etapa, através da sua utilização em campo, coletando os dados, percebendo as

vantagens, as desvantagens e conversando com os envolvidos no processo, o novo método

proposto foi avaliado e comparado com o método tradicional de coleta.

A Figura 8 mostra um resumo dos objetivos e seus respectivos resultados esperados

além das atividades e ferramentas necessárias para o sucesso do trabalho.

Figura 8 - Quadro de objetivos.

40

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo inicia-se com as etapas que foram seguidas durante a elaboração da

ferramenta de TI utilizada no trabalho. Em seguida, apresenta-se uma simulação da utilização

da ferramenta em uma obra fictícia. Logo após, a utilização da ferramenta na obra em que o

autor trabalha e por fim, são apresentados e discutidos os resultados obtidos.

5.1 APRESENTAÇÃO DA FERRAMENTA

O conceito da ferramenta é bastante simples e visa otimizar a coleta, processamento e

análise dos dados das FVS que são muito importantes para a gestão da qualidade de uma obra.

O sistema funciona da seguinte forma:

- Utilizando o conteúdo do site que foi desenvolvido pelo autor no Microsoft

SharePoint Online, os dados das FVS são coletados por dispositivos móveis que têm como

plataforma o iOS (Iphone ou Ipad) através do aplicativo SharePlus. É importante destacar que

estes dados podem ser coletados, tanto online como offline, função bastante interessante pois

com isso o sistema pode ser usado em qualquer tipo de obra;

- Após o término da coleta, quando for possível ter acesso à internet, esses dados são

enviados para o site;

- Através da sincronização desses dados com o Microsoft Excel, os gráficos gerados

neste programa são exibidos em tempo real no site em painéis de bordo específicos, tais

informações visam auxiliar os gestores da obra na tomada de futuras decisões.

Pires (2010) utilizou planilhas em um PDA para coletar dados de FVS porém seu

trabalho ficou restrito a etapa da coleta, não transformando esses dados em informações que

pudessem ser analisadas.

5.2 ELABORAÇÃO DA FERRAMENTA

Como foi citado no Capítulo 4, o software escolhido para elaboração da ferramenta foi

o Microsoft SharePoint Online. Inicialmente a estrutura da ferramenta foi definida em

reuniões com o orientador. A Figura 9 apresenta de forma esquemática e genérica esta

estrutura.

41

Figura 9 - Estrutura genérica do sistema.

Após a definição da estrutura teve início a elaboração da ferramenta. Ao acessar o

Microsoft SharePoint Online existe a opção de criar um site de equipe ou um site público, por

se tratar de uma ferramenta de gestão interna, a opção ‘Site de Equipe’ como mostra a Figura

10.

Figura 10 - Criando um site de equipe.

42

Para adicionar aplicativos ao site deve-se clicar no ícone de engrenagem no canto

superior direito e em seguida clicar em ‘Conteúdo do site’, como mostra a Figura 11.

Figura 11 - Inserindo conteúdo ao site.

Inicialmente foram adicionadas quatro listas, a primeira para o cadastro dos

pavimentos da obra, a segunda para o cadastro dos apartamentos da obra, a terceira para o

cadastro dos locais de execução dos serviços e a quarta para o cadastro dos oficiais da obra.

Para adicionar uma lista deve-se clicar em ‘Adicionar um novo aplicativo’ e em seguida

‘Lista Personalizada’ como mostra a Figura 12.

Figura 12 - Adicionando listas ao site.

43

Com as listas criadas, foram inseridas as colunas que armazenariam as informações de

cada lista. Para adicionar colunas a lista deve-se clicar na guia ‘Lista’ e em seguida

‘Configurações da Lista’, como mostra a Figura 13.

Figura 13 - Acessando as configurações da lista.

Na próxima página, deve-se clicar em ‘Criar coluna’ e adicionar a coluna desejada

repetindo essa operação até que todas as colunas sejam adicionadas. É importante destacar

que existem diversos tipos de colunas como texto, data e hora, opção, consulta, moeda, caixa

de seleção dentre outros, o que facilita a inserção de dados específicos.

Com essas quatro primeiras listas finalizadas, foram criadas as listas das FVS

seguindo as mesmas etapas descritas acima. Os serviços escolhidos para serem verificados

foram: alvenaria, emboço e revestimento cerâmico de parede. Os critérios avaliados em cada

FVS foram definidos após reuniões com o orientador e com base em modelos de algumas

empresas.

Com todas as listas finalizadas, foram criadas as páginas necessárias para se navegar

dentro do site. Para adicionar páginas ao site deve-se, em ‘Conteúdo do Site’, clicar em

‘Páginas do Site’ e logo após clicar em ‘novo’, a Figura 14 mostra o resultado dessas ações.

44

Figura 14 - Adicionando páginas ao site.

Em seguida foram adicionadas algumas imagens que serviram como ícones dos links

que serão usados para se navegar no site. Para adicionar imagens basta movê-las para a

biblioteca de imagens que já faz parte do site quando ele é criado. Logo após, foram

adicionados os links do site. Para adicionar listas de links ao site deve-se, em ‘Conteúdo do

Site’, clicar em ‘Adicionar um novo aplicativo’, em seguida no campo ‘Localizar um

aplicativo’ digitar “Links Promovidos” e apertar a tecla Enter, a Figura 15 mostra o resultado

dessas ações.

Figura 15 - Inserindo a lista de links promovidos ao site.

45

A lista de links promovidos é similar as outras listas criadas anteriormente, porém com

a função específica de adicionar os links das páginas do site. Para adicionar links deve-se

clicar na guia ‘Itens’ e em seguida clicar em ‘Novo Item’. Na tela seguinte deve-se inserir o

título do item, os links da imagem e da página que será aberta ao se clicar neste item e em

seguida clicar em ‘Salvar’. A Figura 16 e a Figura 17 mostram as etapas descritas acima.

Figura 16 - Adicionando um novo item à lista de links promovidos.

Figura 17 - Inserindo informações do novo link promovido.

46

Por fim, o layout do site foi modificado, inserindo-se uma logomarca e aplicando um

tema personalizado. Para alterar o layout do site deve-se clicar no ícone de engrenagem no

canto superior direito e em seguida clicar em ‘Alterar a aparência’, como mostra a Figura 18.

Figura 18 - Alterando a aparência do site.

Para inserir uma logomarca deve-se clicar no ícone de engrenagem no canto superior

direito e em seguida clicar em ‘Configurações do site’, logo após, no tópico ‘Aparência’,

clicar em ‘Título, descrição e logotipo’. Como mostra a Figura 19.

Figura 19 - Inserindo uma logomarca ao site.

47

A Figura 20 mostra o layout da página inicial do site criado pelo autor.

Figura 20 - Layout da página inicial do site.

A Figura 21 mostra um esquema simplificado da estrutura final do site.

Figura 21 - Estrutura final do site.

48

Com estrutura e layout finalizados, foi criada uma planilha no Microsoft Excel

sincronizada com as listas do site, processando seus dados e gerando gráficos com

informações relevantes aos gestores da obra. Os gráficos que seriam gerados foram definidos

após sugestões de engenheiros entrevistados pelo autor e reuniões com o orientador. Os

mesmos foram divididos em três níveis: empresa, obra e setores da obra. É importante

destacar que é possível restringir o acesso a essas informações somente a pessoas autorizadas,

por exemplo: pode-se habilitar o acesso a todos os níveis somente para os diretores da

empresa, enquanto as informações de cada obra podem ser habilitadas apenas para os

engenheiros daquela obra.

Cada nível possui gráficos específicos que serão apresentados abaixo:

- Nível 1: Empresa

Gráfico de não conformidades relativas por serviço por obra

- Nível 2: Obra

Gráfico de não conformidades relativas por serviço

Gráfico de não conformidades por período

- Nível 3: Setores da Obra

Gráfico de não conformidades por critério

Gráfico de não conformidades por critério (Pareto)

Gráfico de não conformidades por pavimento

Gráfico de não conformidades por oficial (Pareto)

Gráfico de conformidades x não conformidades por oficial

Gráfico de não conformidades por local (Pareto)

Gráfico de conformidades x não conformidades por local

Gráfico de não conformidades por período

5.3 OBRA A

5.3.1 Caracterização da obra A

A obra A é uma obra fictícia criada com o objetivo de explorar ao máximo todo o

potencial do conjunto aplicativo-site elaborado pelo autor. Trata-se de um prédio residencial

49

com quinze pavimentos, sendo quatro de garagem e um térreo, além de uma área externa com

quadra e piscina. A obra foi dividida em dois setores: torre e área externa.

5.3.2 Utilização da ferramenta na obra A

Por se tratar de uma simulação, os dados inseridos nas FVS da obra A foram

arbitrários. O foco dessa etapa do trabalho foi avaliar a importância e quantidade das

informações apresentadas após o processamento dos dados, além de identificar possíveis erros

de software a serem corrigidos.

Foram preenchidas trinta FVS de cada serviço, testando todas suas funções como:

armazenamento de dados, sincronização entre o Microsoft SharePoint Online e o Microsoft

Excel, captura e armazenamento de fotos, utilização de filtros dentre outras.

A seguir serão apresentados os gráficos gerados após a inserção desses dados,

iniciando pelo nível 3. Como as informações apresentadas pelos gráficos deste nível em cada

serviço possuem o mesmo objetivo, serão apresentados apenas os gráficos do serviço de

alvenaria da torre da obra A.

5.3.2.1 Gráfico de não conformidades por critério

O objetivo deste gráfico é identificar quais são as principais causas de não

conformidades neste serviço. Com isso, o gestor da obra pode perceber facilmente em que sua

equipe está mais errando e assim realizar treinamentos focados na execução desses critérios.

Figura 22 - Gráfico de não conformidades por critério.

50

5.3.2.2 Gráfico de não conformidades por critério (Pareto)

O objetivo deste gráfico é priorizar quais treinamentos trariam resultados mais

abrangentes, uma vez que o gráfico de Pareto irá ordenar as não conformidades em ordem

decrescente de ocorrência e mostrar o percentual acumulado dessas ocorrências.

Figura 23 - Gráfico de não conformidades por critério (Pareto).

5.3.2.3 Gráfico de não conformidades por pavimento

O objetivo deste gráfico é avaliar se ao longo dos pavimentos as não conformidades

estão diminuindo, evidenciando assim o efeito aprendizagem.

Figura 24 - Gráfico de não conformidades por pavimento.

51

5.3.2.4 Gráfico de não conformidades por oficial (Pareto)

O objetivo deste gráfico é mostrar quanto representam as não conformidades de cada

oficial na execução daquele serviço em relação ao total de não conformidades, através de um

gráfico de Pareto.

Figura 25 - Gráfico de não conformidades por oficial (Pareto).

5.3.2.5 Gráfico de conformidades x não conformidades por oficial

O objetivo deste gráfico é apresentar o desempenho de cada oficial na execução do

serviço, mostrando o percentual de conformidades e não conformidades de cada um.

Figura 26 - Gráfico de conformidades x não conformidades por oficial.

52

É interessante destacar que ao se comparar os dois últimos gráficos, podemos perceber

que apesar das não conformidades do oficial João representarem quase quarenta e cinco por

cento das não conformidades de todos os oficiais (Figura 25), ao se analisar apenas o serviço

executado por ele (Figura 26), o mesmo possui oitenta por cento de conformidades e apenas

vinte por cento de não conformidades. Já o oficial José apesar de suas não conformidades

representarem trinta por cento das não conformidades de todos os oficiais (Figura 25),

analisando apenas o serviço executado por ele, o mesmo possui sessenta e sete por cento de

não conformidades e apenas trinta e três por cento de conformidades (Figura 26). Portanto,

podemos concluir que a produção do oficial João é bem maior que a do oficial José.

5.3.2.6 Gráfico de não conformidades por local (Pareto)

O objetivo deste gráfico é apresentar os dez locais onde foram constatadas mais não

conformidades, através de um gráfico de Pareto.

Figura 27 - Gráfico de não conformidades por local.

5.3.2.7 Gráfico de conformidades x não conformidades por local

O objetivo deste gráfico é apresentar percentualmente as conformidades e não

conformidades dos locais apresentados no gráfico anterior.

53

Figura 28 - Gráfico de conformidades x não conformidades por local.

É interessante destacar que ao se comparar os dois últimos gráficos, podemos perceber

que apesar das não conformidades na parede 03 representarem cerca de cinquenta e sete por

cento das não conformidades dos dez locais onde mais ocorrem não conformidades (Figura

27), ao se analisar apenas sua execução (Figura 28), a mesma possui setenta e sete por cento

de conformidades e apenas vinte e três por cento de não conformidades. Já a parede 14 apesar

de suas não conformidades representarem apenas cerca de oito por cento das não

conformidades dos dez locais onde mais ocorrem não conformidades (Figura 27), analisando

apenas sua execução, a mesma possui cinquenta e três por cento de não conformidades e

quarenta e sete por cento de conformidades (Figura 28). Portanto, podemos concluir que

parede 03 foi executada mais vezes que a parede 14, o que pode ter sido causado pelo plano

de ataque da obra ou que ao menos a parede 03 foi inspecionada mais vezes que a parede 14.

A análise conjunta desses dois gráficos evita que os dados apresentados individualmente em

cada gráfico acabem “mascarando” a realidade.

5.3.2.8 Gráfico de não conformidades por período

O objetivo deste gráfico é apresentar percentualmente as não conformidades ao longo

de um determinado período. Assim é possível identificar se as medidas que possivelmente

foram tomadas para melhorar a qualidade na execução do serviço estão obtendo o resultado

desejado.

54

Figura 29 - Gráfico de não conformidades por período.

No nível 2, foram obtidos os seguintes gráficos após a inserção dos dados.

5.3.2.9 Gráfico de não conformidades relativas por serviço

O objetivo deste gráfico é comparar percentualmente as não conformidades dos

serviços em todos os setores da obra. Como o número de FVS preenchidas em cada serviço

pode ser diferente, os percentuais representam o total de não conformidades em relação ao

total critérios avaliados em cada serviço, com isso a análise das informações não é

prejudicada.

Figura 30 - Gráfico de não conformidades relativas por serviço.

55

5.3.2.10 Gráfico de não conformidades relativas por período

O objetivo deste gráfico é apresentar percentualmente as não conformidades ao longo

de um determinado período e com isso analisar a evolução das não conformidades ao longo

do tempo no nível da obra como um todo. Como o número de FVS preenchidas em cada mês

pode ser diferente, os percentuais representam o total de não conformidades em relação ao

total critérios avaliados no período, com isso a análise das informações não é prejudicada.

Figura 31 - Gráfico de não conformidades relativas por período (Obra A).

O objetivo do gráfico de nível 1 é comparar o desempenho entre as obras da empresa,

neste caso específico também são apresentados os dados coletados na obra B.

5.3.2.11 Gráfico de não conformidades relativas por serviço

Figura 32 - Gráfico de não conformidades relativas por serviço (Empresa).

56

5.4 OBRA B

5.4.1 Caracterização da obra B

A obra B é localizada no bairro do Itaigara em Salvador, trata-se da construção e

reforma do complexo administrativo e operacional de uma grande empresa de

telecomunicações. A obra é dividida em quatro blocos: os blocos A, B e C que são os prédios

técnicos onde se encontrarão os equipamentos de telecomunicações e todo setor operacional e

o bloco D que é o prédio administrativo onde funcionará o atendimento ao público e a sede da

empresa em Salvador.

5.4.2 Utilização da ferramenta na obra B

O objetivo da utilização da ferramenta na obra B foi o de testar o novo método em

uma obra real. O foco desta etapa é estabelecer como deverá ocorrer a execução do processo

de controle de qualidade, desde a coleta de dados até a apresentação dos indicadores no site.

5.4.2.1 Procedimento de coleta dos dados

O procedimento de coleta de dados engloba as fases de inspeções e reinspeções que

podem ocorrer devido a presença de não conformidades. A fase de inspeção deve ser realizada

uma vez antes do início do serviço visando prevenir que não conformidades ocorram devido à

falta de condições adequadas para que o mesmo seja iniciado. Uma vez durante a execução do

serviço para avaliar seu andamento e uma vez ao término da atividade para aprovar o serviço

executado. A Figura 33 apresenta o fluxograma deste procedimento.

57

Figura 33 - Fluxograma da coleta de dados das FVS.

Inicialmente deve-se habilitar as FVS para o modo offline, como mostra a Figura 34.

Figura 34 - Habilitando o suporte offline.

A inspeção tem início com o preenchimento dos campos ‘Pavimento’, ‘Local’ e

‘Oficial’, logo em seguida os critérios do serviço que está sendo inspecionado são avaliados

como ‘Conforme’ ou ‘Não Conforme’. Existe também a opção ‘Não se Aplica’ caso não faça

sentido avaliar aquele critério no local inspecionado. A Figura 35 apresenta o preenchimento

de uma FVS no dispositivo móvel.

58

Figura 35 - Preenchendo uma FVS.

Para auxiliar na avaliação dos critérios, o usuário pode acessar a metodologia para

inspeção daquele serviço dentro do próprio aplicativo, para isso deve-se acessar

‘Documentos’ (Figura 36), clicar na pasta ‘Metodologias’ e em seguida acessar a metodologia

desejada (Figura 37). Além disso, o usuário também pode acessar os projetos da obra

armazenados no aplicativo através do AutoCAD 360 por exemplo, para isso basta ir em

‘Documentos’ clicar na pasta ‘Projetos’ e acessar o projeto desejado, sanando assim possíveis

dúvidas que possam surgir (Figura 38).

Figura 36 - Acessando pastas do aplicativo.

59

Figura 37 - Acessando metodologias de inspeção.

Figura 38 - Visualizando projetos da obra.

Caso todos os critérios estejam conformes, deve-se preencher o campo ‘Data

Fechamento’ e assim a FVS estará aprovada. Caso existam critérios não conformes, deve-se

relatar as observações e sugestões pertinentes no campo ‘Observações’. Existe também a

possibilidade de tirar fotos do local inspecionado, como mostra a Figura 39.

60

Figura 39 - Inserindo uma foto do local inspecionado.

Após um tempo julgado como adequado, deve-se realizar a reinspeção do serviço.

Para saber quais FVS não foram aprovadas, basta que o usuário selecione no item ‘Views’, a

opção ‘FVS em Aberto’. A Figura 40 mostra a utilização dessa função do aplicativo.

Figura 40 - Visualizando FVS em aberto.

Encontrada a FVS não aprovada, inicia-se a reinspeção. Caso a FVS não seja aprovada

novamente, deve-se preencher o campo ‘Data Última Reinspeção’ e no campo ‘Reinspeção’

61

marcar a opção ‘Reprovado na Reinspeção’, iniciando um novo ciclo de reinspeção. Caso a

FVS seja aprovada na reinspeção deve-se preencher os campos ‘Data Fechamento’ e no

campo ‘Reinspeção’ marcar a opção ‘Aprovado na Reinspeção’, como mostra a Figura 41.

Figura 41 - Reinspecionando um serviço não conforme.

Figura 42 - Pesquisador coletando dados na obra B.

5.4.2.2 Procedimento de processamento dos dados

Com o fim do procedimento de coleta dos dados, tem início o seu processamento.

Quando for possível ter acesso à internet, os dados devem ser sincronizados com o site,

62

atualizando assim as informações do sistema. Para isso, deve-se clicar no item

‘Synchronization’ e depois em ‘Start’ (Figura 43), com isso todas as FVS preenchidas offline

serão enviadas para o site.

Figura 43 - Sincronizando FVS com o site.

Para que os gráficos no site apresentem estas novas informações, basta baixar uma

cópia da planilha do Microsoft Excel que se encontra na biblioteca de documentos do site

(Figura 44) e clicar no botão ‘Atualizar Tudo’ na guia ‘Dados’, como mostra a Figura 45.

Figura 44 - Baixando uma cópia da planilha de processamento dos dados.

63

Figura 45 - Sincronizando dados entre o Excel e o SharePoint.

Logo após, deve-se salvar a planilha e “arrastá-la” para a biblioteca de documentos do

site novamente, assim, as informações nos gráficos serão atualizadas automaticamente.

5.4.2.3 Procedimento de auditoria

Além do procedimento de coleta dos dados, foi criado também o procedimento de

auditoria. A função da auditoria é verificar se os dados estão sendo coletados da maneira

correta, ou seja, avaliar se o responsável ou equipe responsável pela coleta estão bem

treinados, validando assim os dados coletados. A ideia é que o responsável pelo setor de

qualidade da obra realize as auditorias. Para isso, ele deverá selecionar uma amostragem que

considerar adequada de FVS e checar, em campo, se ela foi preenchida corretamente. A

Figura 46 mostra o fluxograma simplificado deste procedimento.

Figura 46 - Fluxograma da auditoria das FVS.

64

Para auditar uma FVS basta acessá-la pelo aplicativo e no ícone de chave inglesa

clicar em ‘Edit Properties’, como mostra a Figura 47.

Figura 47 - Acessando uma FVS preenchida.

Após avaliar o conteúdo da FVS e compará-lo com o serviço executado no campo,

deve-se no campo ‘Auditoria’ marcar a opção ‘Aprovado na Auditoria’ caso os critérios

tenham sido avaliados corretamente ou ‘Reprovado na Auditoria’ caso os critérios não tenham

sido avaliados corretamente e por fim preencher o campo ‘Data Auditoria’, como mostra a

Figura 48.

Figura 48 - Auditando uma FVS.

A partir das auditorias, relatórios podem ser gerados e através deles, os gestores da

obra podem concluir se os dados das FVS são confiáveis e se o responsável ou equipe

65

responsável pela coleta estão bem treinados. Caso o relatório aponte que muitos erros estão

sendo cometidos na avaliação dos critérios, revisões nas metodologias dos procedimentos e

treinamentos podem ser realizados com o objetivo de guiar o processo rumo à excelência.

5.5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Diante do que foi exposto ao longo do Capítulo 5 e tendo em vista o objetivo deste

trabalho de avaliar a utilização da tecnologia da informação com dispositivos móveis para

gestão da qualidade na construção civil, foram identificados critérios a serem avaliados. Os

mesmos são apresentados a seguir:

I) Velocidade da coleta

Devido a praticidade inerente ao uso de dispositivos móveis, foi possível perceber um

aumento na velocidade da coleta dos dados, principalmente se compararmos ao método

tradicional de coleta através do uso de fichas em papel, onde as informações devem ser

preenchidas manualmente.

II) Fluxo de informações

A utilização da ferramenta também agilizou o fluxo de informações dentro da obra,

possibilitando que decisões sejam tomadas mais rapidamente na resolução de possíveis

problemas encontrados. Além disso, devido ao processamento automático dos dados

coletados, informações atualizadas chegam quase que simultânea aos gestores que podem

visualizá-las mesmo não estando na obra.

III) Aplicabilidade

A ferramenta provou ser bastante aplicável em obras. Primeiro por sua versatilidade e

adaptabilidade, uma vez que a estrutura e o conteúdo da ferramenta podem ser facilmente

alterados para a realidade das empresas/obras. A possibilidade da coleta de dados offline

também é um recurso bastante importante, principalmente em obras mais afastadas dos

grandes centros urbanos.

66

IV) Investimento

O investimento necessário para implementar e manter a ferramenta não é tão alto se

comparado aos benefícios que a mesma proporciona. Na ferramenta utilizada neste trabalho,

optou-se pela a utilização de dispositivos móveis que operam com a plataforma iOS, devido

ao aplicativo utilizado (SharePlus) só existir nessa plataforma. Estes dispositivos são mais

caros que outros concorrentes de mercado, porém como o SharePoint é um produto da

Microsoft, existem aplicativos semelhantes como por exemplo o Microsoft SharePoint

Workspace Mobile que opera em Windows Phone, dispositivo mais barato que o utilizado no

trabalho. Além disso, o Hh necessário para coletar e processar os dados é muito menor e

possibilita uma menor quantidade de pessoas envolvidas nesse processo, aumentando sua

eficiência e também reduzindo os custos.

V) Armazenamento e Backup

Por se tratar de uma ferramenta digital, todas as informações são armazenadas

virtualmente, o que evita o acumulo de papéis. Além disso, a busca por determinadas

informações torna-se muito mais fácil e dinâmica se compararmos com o método tradicional,

onde as fichas são armazenadas em arquivos físicos que, mal organizados, podem dificultar

bastante este processo. Apesar de todos os dados ficarem armazenados na “nuvem”, eles não

estão cem por cento seguros, por isso a importância de realizar o backup dos dados. É

possível realizá-lo em hard disks externos, em outra nuvem como o Google Drive por

exemplo e também em desktops, assegurando dessa forma a integridade dos dados coletados.

Além disso, todas as listas do Microsoft SharePoint podem ser transformadas em modelos e

também serem armazenadas, preservando também a estrutura do sistema e possibilitando a

criação de um histórico de versões dessas listas.

VI) Inspeções

Devido a possibilidade de acessar os projetos no próprio dispositivo, evita-se que

projetos antigos sejam utilizados, pois os projetos mais atuais podem ser carregados no

aplicativo antes das inspeções. Além disso, não é necessário levar “pilhas” de papel para o

campo. Em contrapartida, durante a utilização da ferramenta na obra B, verificou-se que em

67

locais abertos a visualização da tela fica prejudicada, fazendo com que o usuário tenha um

pouco mais de dificuldade para realizar a inspeção, porém nada que atrapalhe

significativamente a avaliação dos serviços executados.

VII) Visão Sistêmica

Os dados coletados no método tradicional não são vistos de maneira ampla, o que

normalmente ocorre é a análise quase que individual das fichas e seu posterior

armazenamento. A compilação dos dados nesse método exige bastante trabalho braçal para

digitalizar as FVS e posteriormente trabalhar suas informações, o que demanda tempo e

consequentemente custos. A utilização da ferramenta permite que se tenha uma visão

sistêmica da qualidade dos serviços executados através dos gráficos que são exibidos no site.

Além disso, a ferramenta também possibilita a visualização destas informações no nível da

obra como um todo, com isso os gestores podem comparar o desempenho de diferentes obras

de uma mesma empresa.

68

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos objetivos específicos deste trabalho foi o de conhecer a gestão da qualidade e

a utilização da TI na construção civil. Este objetivo foi atendido através da revisão

bibliográfica, na qual foi possível assegurar maior controle e domínio dos conceitos referentes

a gestão de qualidade e as ferramentas de TI.

Outro objetivo específico foi o de desenvolver um novo método de coleta e

processamento de dados de FVS. Este objetivo foi alcançado através do desenvolvimento de

uma ferramenta de tecnologia da informação e dos processos elaborados para execução da

coleta de dados e seu posterior processamento e análise.

O terceiro objetivo específico foi o de aplicar o método proposto. Este objetivo foi

alcançado através do estudo de caso realizado na obra em que o autor trabalha.

O quarto e último objetivo específico foi o de avaliar a utilização do método proposto.

Foram identificadas vantagens, limitações e potencialidades da utilização da tecnologia da

informação para gestão da qualidade na construção civil, através de critérios como:

velocidade da coleta, fluxo de informações, aplicabilidade, investimento, armazenamento,

inspeções e visão sistêmica.

O alcance desses objetivos contribuiu para que o objetivo geral deste trabalho de

avaliar a utilização da tecnologia da informação com dispositivos móveis para gestão da

qualidade na construção fosse atingido. Além disso, as entrevistas que se encontram no

apêndice deste trabalho também foram importantes tanto no processo de elaboração da

ferramenta como no de avaliação e recomendações para futuros trabalhos.

Por fim, os resultados obtidos neste trabalho comprovam que a utilização da

tecnologia da informação com dispositivos móveis é viável não só para a gestão da qualidade

de uma obra mas também para outros setores como o de produção e planejamento. A

possibilidade do trabalho colaborativo que a tecnologia da informação oferece é muito

importante para reduzir o retrabalho, aumentar o fluxo e qualidade das informações entre os

setores e consequentemente desenvolver um produto de maior qualidade.

Recomenda-se para o desenvolvimento de estudos futuros a utilização da tecnologia

da informação:

1) Na gestão da produção e no planejamento de obras;

2) Como ferramenta de integração entre os diversos setores de uma obra.

69

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1, p. 71-80.

73

APÊNDICE A

METODOLOGIAS DE INSPEÇÃO DOS SERVIÇOS

74

METODOLOGIA DE INSPEÇÃO DE ALVENARIA

1. O QUE É?

1.1. Metodologia destinada a orientar os passos que devem ser seguidos durante a

inspeção do serviço de alvenaria através da sua respectiva ficha de verificação.

2. OBJETIVOS:

2.1. Facilitar o entendimento de quais critérios serão avaliados no serviço, como eles

serão avaliados, qual a tolerância em relação a possíveis não conformidades, qual

amostragem deve ser analisada e qual o método de verificação que deve ser utilizado,

garantindo assim a qualidade final do serviço executado.

3. RESPONSÁVEIS:

3.1. Responsável pelo preenchimento das FVS (Fichas de Verificação de Serviços).

4. PROCEDIMENTO

4.1. Critérios que devem ser avaliados:

4.1.1. Base

4.1.1.1. A base sobre a qual será executada a alvenaria deve estar concluída,

livre, desimpedida e com resistência suficiente para suportar a carga de

alvenaria ou ter atingido a resistência de projeto;

4.1.1.2. Amostragem: 100%;

4.1.1.3. Tolerância: -;

4.1.1.4. Método de Verificação: Visual e FVM (Ficha de Verificação de

Material) de Concreto.

4.1.2. Chapisco

4.1.2.1. Verificar chapisco das peças estruturais com no mínimo 03 dias de

antecedência do início da execução da alvenaria;

4.1.2.2. Amostragem: 100%;

4.1.2.3. Tolerância: -;

4.1.2.4. Método de Verificação: Visual.

75

4.1.3. Espessura

4.1.3.1. Verificar a espessura horizontal da argamassa de 1,0 cm;

4.1.3.2. Amostragem: 100%;

4.1.3.3. Tolerância: ±3 mm;

4.1.3.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.4. Esquadro

4.1.4.1. Verificar o esquadro da marcação das alvenarias. Conferir distância por

meio dos eixos da obra, conforme projeto;

4.1.4.2. Amostragem: 100%;

4.1.4.3. Tolerância: -;

4.1.4.4. Método de Verificação: Esquadro e trena metálica.

4.1.5. Ancoragem

4.1.5.1. Verificar ancoragem da alvenaria nos pilares externos com tela

galvanizada fixada ao concreto;

4.1.5.2. Amostragem: A cada 3 fiadas;

4.1.5.3. Tolerância: -;

4.1.5.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.6. Folga

4.1.6.1. Verificar folga para aperto para a fixação da alvenaria à estrutura (vigas

e/ou lajes);

4.1.6.2. Amostragem: 100%;

4.1.6.3. Tolerância: 2,5 a 4,0 cm;

4.1.6.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.7. Planicidade

4.1.7.1. Verificar planicidade da alvenaria;

4.1.7.2. Amostragem: 100%;

4.1.7.3. Tolerância: ±5 mm;

4.1.7.4. Método de Verificação: Trena metálica e régua.

4.1.8. Prumo

4.1.8.1. Verificar o prumo da alvenaria;

4.1.8.2. Amostragem: A cada 4 fiadas;

4.1.8.3. Tolerância: ±2 mm;

4.1.8.4. Método de Verificação: Trena metálica e prumo de face.

76

4.1.9. Transpasse

4.1.9.1. Verificar o transpasse das vergas e contra-vergas de 20 cm;

4.1.9.2. Amostragem: 100%;

4.1.9.3. Tolerância: ±2 cm;

4.1.9.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.10. Uniformidade Juntas

4.1.10.1. Verificar uniformidades das juntas frisadas horizontais e verticais entre

os blocos;

4.1.10.2. Amostragem: 100%;

4.1.10.3. Tolerância: ±3 mm;

4.1.10.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.11. Vão Esquadrias

4.1.11.1. Verificar posicionamento e as dimensões dos vãos das portas, janelas e

cobogós;

4.1.11.2. Amostragem: 100%;

4.1.11.3. Tolerância: ±1 cm;

4.1.11.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.12. Vão Marcação

4.1.12.1. Verificar o posicionamento e as dimensões dos vãos na marcação;

4.1.12.2. Amostragem: 100%;

4.1.12.3. Tolerância: ±1 cm;

4.1.12.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.13. EPI

4.1.13.1. Verificar o uso dos EPI de forma adequada durante a realização dos

serviços;

4.1.13.2. Amostragem: 100%;

4.1.13.3. Tolerância: -;

4.1.13.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.14. EPC

4.1.14.1. Verificar se os EPC estão instalados de forma adequada durante a

realização dos serviços;

4.1.14.2. Amostragem: 100%;

4.1.14.3. Tolerância: -;

77

4.1.14.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.15. Limpeza

4.1.15.1. Verificar se foi feita a limpeza do local após o término do serviço;

4.1.15.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

4.1.15.3. Tolerância: -;

4.1.15.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.16. Terminalidade

4.1.16.1. Verificar se o serviço foi realizado em sua totalidade;

4.1.16.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

4.1.16.3. Tolerância: -;

4.1.16.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.17. Meio Ambiente

4.1.17.1. Verificar o destino correto de todos os resíduos gerados pela execução

das atividades;

4.1.17.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

4.1.17.3. Tolerância: -;

4.1.17.4. Método de Verificação: Visual.

4.2. Demais instruções:

4.2.1. Deve-se coletar os dados da FVS ao menos uma vez durante a execução

do serviço e após seu término realizar a inspeção final;

4.2.2. Caso alguma não conformidade seja detectada a FVS ficará em aberto e

possíveis soluções para os critérios não conformes podem ser sugeridas no

campo ‘Observações’;

4.2.3. Após um tempo julgado como adequado, deve-se realizar a reinspeção

do serviço. Caso a FVS não seja aprovada novamente, deve-se preencher o

campo ‘Data Última Reinspeção’ e no campo ‘Reinspeção’ marcar a opção

‘Reprovado na Reinspeção’, iniciando um novo ciclo de reinspeção. Caso a

FVS seja aprovada na reinspeção deve-se preencher os campos ‘Data

Fechamento’ e no campo ‘Reinspeção’ marcar a opção ‘Aprovado na

Reinspeção’.

4.2.4. É possível também tirar fotos do local inspecionado a fim de armazenar

a não conformidade em uma imagem.

78

METODOLOGIA DE INSPEÇÃO DE EMBOÇO

1. O QUE É?

1.1. Metodologia destinada a orientar os passos que devem ser seguidos durante a

inspeção do serviço de emboço através da sua respectiva ficha de verificação.

2. OBJETIVOS:

2.1. Facilitar o entendimento de quais critérios serão avaliados no serviço, como eles

serão avaliados, qual a tolerância em relação a possíveis não conformidades, qual

amostragem deve ser analisada e qual o método de verificação que deve ser utilizado,

garantindo assim a qualidade final do serviço executado.

3. RESPONSÁVEIS:

3.1. Responsável pelo preenchimento das FVS (Ficha de Verificação de Serviços).

4. PROCEDIMENTO

4.1. Critérios que devem ser avaliados:

4.1.1. Espaçamento Mestras

4.1.1.1. Verificar espaçamento entre as mestras (máximo de 1,50m);

4.1.1.2. Amostragem: 100%;

4.1.1.3. Tolerância: ±10 cm;

4.1.1.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.2. Esquadro

4.1.2.1. Conferir esquadros entre taliscas de paredes perpendiculares;

4.1.2.2. Amostragem: 100%;

4.1.2.3. Tolerância: -;

4.1.2.4. Método de Verificação: Esquadro e trena metálica.

4.1.3. Planicidade

4.1.3.1. Verificar planicidade do revestimento;

4.1.3.2. Amostragem: 100%;

4.1.3.3. Tolerância: ±5 mm;

4.1.3.4. Método de Verificação: Trena metálica e régua.

4.1.4. Prumo

79

4.1.4.1. Verificar o prumo do revestimento;

4.1.4.2. Amostragem: 100%;

4.1.4.3. Tolerância: ±2 mm;

4.1.4.4. Método de Verificação: Trena metálica e prumo de face.

4.1.5. EPI

4.1.5.1. Verificar o uso dos EPI de forma adequada durante a realização dos

serviços;

4.1.5.2. Amostragem: 100%;

4.1.5.3. Tolerância: -;

4.1.5.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.6. EPC

4.1.6.1. Verificar se os EPC estão instalados de forma adequada durante a

realização dos serviços;

4.1.6.2. Amostragem: 100%;

4.1.6.3. Tolerância: -;

4.1.6.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.7. Limpeza

4.1.7.1. Verificar se foi feita a limpeza do local após o término do serviço;

4.1.7.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

4.1.7.3. Tolerância: -;

4.1.7.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.8. Terminalidade

4.1.8.1. Verificar se o serviço foi realizado em sua totalidade;

4.1.8.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

4.1.8.3. Tolerância: -;

4.1.8.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.9. Meio Ambiente

4.1.9.1. Verificar o destino correto de todos os resíduos gerados pela execução

das atividades;

4.1.9.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

4.1.9.3. Tolerância: -;

4.1.9.4. Método de Verificação: Visual.

4.2. Demais instruções:

80

4.2.1. Deve-se coletar os dados da FVS ao menos uma vez durante a execução do

serviço e após seu término realizar a inspeção final;

4.2.2. Caso alguma não conformidade seja detectada a FVS ficará em aberto e

possíveis soluções para os critérios não conformes podem ser sugeridas no

campo ‘Observações’;

4.2.3. Após um tempo julgado como adequado, deve-se realizar a reinspeção do

serviço. Caso a FVS não seja aprovada novamente, deve-se preencher o campo

‘Data Última Reinspeção’ e no campo ‘Reinspeção’ marcar a opção ‘Reprovado

na Reinspeção’, iniciando um novo ciclo de reinspeção. Caso a FVS seja

aprovada na reinspeção deve-se preencher os campos ‘Data Fechamento’ e no

campo ‘Reinspeção’ marcar a opção ‘Aprovado na Reinspeção’.

4.2.4. É possível também tirar fotos do local inspecionado a fim de armazenar a não

conformidade em uma imagem.

81

METODOLOGIA DE INSPEÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO -

PAREDE

1. O QUE É?

1.1. Metodologia destinada a orientar os passos que devem ser seguidos durante a

inspeção do serviço de revestimento cerâmico (parede) através da sua respectiva ficha

de verificação.

2. OBJETIVOS:

2.1. Facilitar o entendimento de quais critérios serão avaliados no serviço, como eles

serão avaliados, qual a tolerância em relação a possíveis não conformidades, qual

amostragem deve ser analisada e qual o método de verificação que deve ser utilizado,

garantindo assim a qualidade final do serviço executado.

3. RESPONSÁVEIS:

3.1. Responsável pelo preenchimento das FVS (Ficha de Verificação de Serviços).

4. PROCEDIMENTO

4.1. Critérios que devem ser avaliados:

4.1.1. Área Pano

4.1.1.1. Verificar tamanho da área de aplicação da argamassa antes da

colocação do revestimento. Não deve exceder 2m²;

4.1.1.2. Amostragem: Durante execução;

4.1.1.3. Tolerância: ±0,5m²;

4.1.1.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.2. Esquadro

4.1.2.1. Conferir esquadros entre taliscas de paredes perpendiculares;

4.1.2.2. Amostragem: 100%;

4.1.2.3. Tolerância: -;

4.1.2.4. Método de Verificação: Esquadro e trena metálica.

4.1.3. Planicidade

4.1.3.1. Verificar planicidade do revestimento;

4.1.3.2. Amostragem: 100%;

82

4.1.3.3. Tolerância: ±5 mm;

4.1.3.4. Método de Verificação: Trena metálica e régua.

4.1.4. Alinhamento

4.1.4.1. Verificar alinhamento do revestimento ao longo da parede;

4.1.4.2. Amostragem: 100%;

4.1.4.3. Tolerância: -;

4.1.4.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.5. Uniformidade Juntas

4.1.5.1. Verificar a uniformidade das juntas entre as peças do revestimento

(0,5cm);

4.1.5.2. Amostragem: 100%;

4.1.5.3. Tolerância: ±1 mm;

4.1.5.4. Método de Verificação: Trena metálica.

4.1.6. Prumo

4.1.6.1. Verificar o prumo do revestimento;

4.1.6.2. Amostragem: 100%;

4.1.6.3. Tolerância: ±2 mm;

4.1.6.4. Método de Verificação: Trena metálica e prumo de face.

4.1.7. EPI

4.1.7.1. Verificar o uso dos EPI de forma adequada durante a realização dos

serviços;

4.1.7.2. Amostragem: 100%;

4.1.7.3. Tolerância: -;

4.1.7.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.8. EPC

4.1.8.1. Verificar se os EPC estão instalados de forma adequada durante a

realização dos serviços;

4.1.8.2. Amostragem: 100%;

4.1.8.3. Tolerância: -;

4.1.8.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.9. Limpeza

4.1.9.1. Verificar se foi feita a limpeza do local após o término do serviço;

4.1.9.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

83

4.1.9.3. Tolerância: -;

4.1.9.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.10. Terminalidade

4.1.10.1. Verificar se o serviço foi realizado em sua totalidade;

4.1.10.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

4.1.10.3. Tolerância: -;

4.1.10.4. Método de Verificação: Visual.

4.1.11. Meio Ambiente

4.1.11.1. Verificar o destino correto de todos os resíduos gerados pela execução

das atividades;

4.1.11.2. Amostragem: Final do dia/da atividade;

4.1.11.3. Tolerância: -;

4.1.11.4. Método de Verificação: Visual.

4.2. Demais instruções:

4.2.1. Deve-se coletar os dados da FVS ao menos uma vez durante a execução do

serviço e após seu término realizar a inspeção final;

4.2.2. Caso alguma não conformidade seja detectada a FVS ficará em aberto e

possíveis soluções para os critérios não conformes podem ser sugeridas no

campo ‘Observações’;

4.2.3. Após um tempo julgado como adequado, deve-se realizar a reinspeção do

serviço. Caso a FVS não seja aprovada novamente, deve-se preencher o campo

‘Data Última Reinspeção’ e no campo ‘Reinspeção’ marcar a opção ‘Reprovado

na Reinspeção’, iniciando um novo ciclo de reinspeção. Caso a FVS seja

aprovada na reinspeção deve-se preencher os campos ‘Data Fechamento’ e no

campo ‘Reinspeção’ marcar a opção ‘Aprovado na Reinspeção’;

4.2.4. É possível também tirar fotos do local inspecionado a fim de armazenar a não

conformidade em uma imagem.

84

APÊNDICE B

ENTREVISTAS REALIZADAS COM ENGENHEIROS DURANTE A PESQUISA

85

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Engenheiro 1

1. Como funciona o processo de coleta das fichas de verificação de serviço (FVS) na

empresa?

Existem aprendizes de construção que coletam os dados em campo através de

cadernos contendo as FVS e os projetos. Depois estas FVS são passadas manualmente

para o computador, onde ocorre a análise de cada uma.

2. Qual o grau de importância/utilidade que você atribui as seguintes preposições:

(1 - Não é Importante; 2 - Pouco Importante; 3 - Importante; 4 - Muito importante; 5 -

Bastante Importante)

a. Coleta de dados de FVS via dispositivo móvel: 3

b. Atualização de dados simultânea: 5

c. Gráfico de não conformidades por critério de cada serviço: 5

d. Gráfico de não conformidades por pavimento de cada serviço: 4

e. Gráfico de não conformidades por período de cada serviço: 4

f. Gráfico de não conformidades por oficial de cada serviço: 4

g. Gráfico de não conformidades por parede de cada serviço: 3

h. Gráfico de não conformidades por critério geral: 4

3. Na sua opinião, quais vantagens, desvantagens e sugestões que você teria para ferramenta?

As vantagens são principalmente os itens b e c da pergunta anterior e a possibilidade

da análise de competências da organização por atividade. As desvantagens são o custo do

sistema e dos ativos (dispositivos móveis) e a inovação versus capacitação das pessoas.

Como sugestão eu acharia interessante se houvesse o controle entre FVS predecessoras e

sucessoras, dessa forma o sistema só liberaria para uma FVS ser preenchida se sua

predecessora estivesse em conformidade.

86

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Engenheiro 2

1. Como funciona o processo de coleta das fichas de verificação de serviço (FVS) na

empresa?

Após as ordens de serviço serem passadas para os encarregados, os estagiários

avaliam o serviço executado através das FVS, que são armazenadas em um arquivo físico

após serem analisadas.

2. Qual o grau de importância/utilidade que você atribui às seguintes preposições:

(1 - Não é Importante; 2 - Pouco Importante; 3 - Importante; 4 - Muito importante; 5 -

Bastante Importante)

i. Coleta de dados de FVS via dispositivo móvel: 5

j. Atualização de dados simultânea: 5

k. Gráfico de não conformidades por critério de cada serviço: 4

l. Gráfico de não conformidades por pavimento de cada serviço: 4

m. Gráfico de não conformidades por período de cada serviço: 3

n. Gráfico de não conformidades por oficial de cada serviço: 5

o. Gráfico de não conformidades por parede de cada serviço: 3

p. Gráfico de não conformidades por critério geral: 5

3. Na sua opinião, quais vantagens, desvantagens e sugestões que você teria para ferramenta?

A maior vantagem a meu ver é a possibilidade de visualizar informações em tempo

real. A maior desvantagem é o custo. Como sugestão, acharia interessante incluir no

sistema as ordens de serviço com a quantidade a ser executada em que período, assim

poderia se avaliar também a produtividade dos oficiais e dos serviços no geral.


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