entrevista panorâmica #01

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número 01 ! : O N I T S E D L A I Z E A R D O S O S P N A U P M - E D T O A B S ) P ! O S N E T T O N A S T M R A O I P S M A I ( L T E O T S E S D O B R A S I L entrevistapanorâmica ANO I - #01 - NOV 11 DIÁRIO DO TURISMO www.diariodoturismo.com.br APOIO

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Edição #01 de uma série de entrevistas da área do turismo, realizadas no Restaurante Terraço Itália

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Page 1: Entrevista Panorâmica #01

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APOIO

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Vista superior do Restaurante Terraço Itália,localizado na cobertura do Edifício Itália

(segundo maior edifício do Brasil e referênciaem passeios turísticos na cidade de São Paulo).

Restaurante Terraço Itália: 11 2189 2929www.terracoitalia.com.br

oAv Ipiranga 344 - 41 andar - Centro - SP

Foto: Renato B. Eck Zornwww.wix.com/renatoborges/zorn

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DIÁRIO DO TURISMOwww.diariodoturismo.com.br

Page 4: Entrevista Panorâmica #01

A revista eletrônica

site Diário do Turismo (www.diariodoturismo.com.br), dirigida aos profissionais

do turismo, viajantes e público em geral.

Essa primeira edição traz seis importantes entrevistas - todas realizadas no

restaurante Terraço Itália, importante parceiro na realização desse projeto, e

referência gastronômica no Centro de São Paulo.

Leia, informe-se e divulgue a ENTREVISTAPANORÂMICA e, por que não, coma

bem, muito bem!

Descubra nossa publicação e aprecie sem moderação.

ENTREVISTAPANORÂMICA é uma publicação realizada pelo

entrevistapanorâmicaDIÁRIO DO TURISMO

número01!

Paulo R. von Atzingen

Editor

editorial

Equipe Diário do Turismo

PROJETO VISUAL E DIAGRAMAÇÃO: MARCA DESIGN 11 5564 5040 [WWW.MARCADESIGN.COM.BR]

Page 5: Entrevista Panorâmica #01

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ANNIE MORRISEY, DA ATLANTICA

ANTONIO AZEVEDO, DIRETOR DA ABAV NACIONAL

AROLDO SCHULTZ, DIR. PRES. DA OPERADORA SCHULTZ

CAIO LUIZ DE CARVALHO, PRESIDENTE DA SPTURIS

DANIEL PABLO AGUILERA, SEC. TURISMO DA ARGENTINA

MARCELO MENDONÇA, DIR. ASSUNTOS CORP. DA TAM

WÂNIA SEIXAS, SECRETÁRIA DE TURISMO DE SANTOS

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

ANNIE MORRISEY, DA ATLANTICAHOJE O INVESTIDOR É MUITO MAIS SÁBIO

COM A VISTA MAIS ESPETACULAR DE SÃO PAULO, O RESTAURANTE TERRAÇO ITÁLIA FOI O AMBIENTE ESCOLHIDO PARA A ENTREVISTA COM ANNIE MORRISEY, A VICE-PRESIDENTE DE MARKETING E VENDAS DA REDE ATLANTICA DE HOTEIS. ARTICULANDO MUITO BEM O PORTUGUÊS, ANNIE QUE É INGLESA E ESTÁ ACLIMATADA EM TERRAS BRASILEIRAS À FRENTE DA REDE HOTELEIRA JÁ A 10 ANOS, ATENDEU O CONVITE DO DT - ESPECIALMENTE PARA A EDITORIA ENTREVISTA NO TERRAÇO. EM UM AGRADÁVEL DIÁLOGO INTERCALADO COM SALADAS, SUCOS E MASSAS, ANNIE APRESENTOU A ESTIMATIVA DO FATURAMENTO DA REDE PARA ESTE ANO FISCAL, FALOU SOBRE AS MÚLTIPLAS MARCAS DA ATLANTICA, DETALHOU A RELAÇÃO DE TRANSPARÊNCIA EXISTENTE ENTRE O GRUPO E OS INVESTIDORES E COM A CLASSE DE UMA INGLESA QUASE NATURALIZADA BRASILEIRA ADIANTOU OS PRÓXIMOS LANÇAMENTOS DA ATLANTICA, QUE SERÃO EM VITÓRIA E EM BELÉM DO PARÁ.

ANNIE MORRISSEY É FORMADA EM LETRAS NA UNIVERSIDADE DE PORTSMOUTH, NA INGLATERRA. CHEGOU EM SÃO PAULO, EM 1986, COMO DIRETORA REGIONAL DA CENTRAL DE RESERVAS HOTELEIRAS DA UTELL INTERNATIONAL PARA A AMÉRICA LATINA. FICOU FORA DO BRASIL DE 1992 A 1996, QUANDO AQUI RETORNOU COMO VICE-PRESIDENTE DE OPERAÇÕES PARA A REGIÃO. EM JUNHO DE 2001, MIGROU PARA ATLANTICA HOTELS INTERNATIONAL, COMO VICE-PRESIDENTE DE MARKETING, VENDAS & RECEITAS, CARGO QUE OCUPA ATÉ HOJE. EM FEVEREIRO DE 2009 FOI ELEITA PRESIDENTE DA DIRETORIA EXECUTIVA DO SPCVB E REELEITA POR ACLAMAÇÃO EM 2011. A SEGUIR, A ENTREVISTA:

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Diário do Turismo - A Atlantica é considerada a maior administradora multimarcas da América Latina, com alianças com os grupos Starwood e Carlson. Como é administrar tantas marcas?Annie - Nós temos hoje nove marcas e sempre me perguntam como é que trabalhamos com tantas bandeiras?! Na verdade é fácil, porque temos alianças estratégicas com a Carlson (Companies), que tem as marcas Radisson, Park inn by Radisson e Park Suítes, com a Choices (Hotels International) que detém as marcas Sleep in Comfort, Comfort, Comfort Suites, Quality e Clarion, além dessas nós temos nossa marca Go Inn de classificação econômica.Basicamente, como o mercado está crescendo, e existem muitas possibilidades de novos hotéis em vários destinos primários e destinos secundários, cada sistema, (ou seja, o Carlson e Choices), possui dois hotéis competindo diretamente um com o outro, porém, é evidente, não vou implantar em uma cidade pequena ou em crescimento dois Comfort um do lado do outro, porque eles dependem do mesmo sistema.O que é importante para o investidor entender é que como não somos donos das marcas, isso nos dá muita liberdade para não colocar uma marca em um mercado que não a suporte, então nós podemos ser muito independentes na hora de escolher.Claro que existem vaidades, às vezes o investidor quer uma marca Radisson em um destino que não comporta esse formato de hotel e nós precisamos explicar porque aquele mercado não suporta um Radisson, mas, o que é interessante, é que a Atlantica é muito neutra na hora de escolher a marca, o que é importante mesmo é o mercado; ele que vai decidir qual marca cabe naquele mercado naquele dia. Pode ser que mude a marca, pode ser que a cidade cresça e que possamos fazer um trade, uma conversão, de um Comfort para um Quality, porque a tarifa aumentou, por que o cliente dela mudou, sendo uma empresa multimarcas temos muita liberdade nessas adaptações.

Diário - Quantos investidores a Atlantida possui hoje?

Annie - Nós temos 7 mil investidores em todo o Brasil, principalmente aqui em São Paulo, já que só aqui possuímos 17 ou 18 hotéis. Temos hotéis com um dono apenas, e outros com até 300 donos, em que um investidor tem apenas um apartamento, ou 10 apartamentos; temos também outros investidores que possuem apartamentos em vários hotéis nossos e nos concorrentes também.

Diário – O modelo de negócio da Atlantica predominante é franquia, administração indireta?Annie - 90% é administração hoteleira e o resto é franqueado, nós temos somente oito hotéis franqueados.O investidor hoje em dia é muito mais sábio, ele entende tudo de hotelaria, então toda a nossa administração é muito transparente, porque nós temos que explicar cada vírgula, cada centavo que gastamos dentro do hotel e a gente justifica isso. Há 15, 10 anos atrás a hotelaria era uma aposta, hoje em dia é uma realidade, ela está dando retorno para os investidores.

Diário - Qual a média de tempo de retorno p a r a o i n v e s t i d o r n o s n o v o s empreendimentos?Annie- É variável, depende do hotel. Por exemplo, nós abrimos neste ano, o Comfort Campos, na Bacia de Campos, rota do pré-sal, muito lucrativo. No primeiro mês já estamos dando um retorno para o investidor; claro que não é o que eles querem, porque o investidor nunca está 100% satisfeito, mas a gente está dando retorno para os investidores no primeiro mês. Tem outras praças que são mais difíceis, depende do custo do prédio. Normalmente nos hotéis de luxo o retorno é demorado, nos hotéis econômicos, como a construção é menor, os quartos são menores, o custo é menor, então o retorno é mais rápido. Porém, quando os hotéis de luxo começam a fazer dinheiro, aí eles fazem muito dinheiro.

Diário - Você faz a interlocução entre os investidores e os incorporadores?Annie - Não, isso normalmente é feito pelo

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nosso departamento de desenvolvimento, liderado por Rafael Guaspari (vice-presidente sênior de Desenvolvimento). Nós temos diversas formas; recebemos projetos avulsos, do dono, do incorporador, existem inúmeras maneiras de início do negócio, mas esse trabalho de interlocução entre colaborador e investidor é com o desenvolvimento.

Diário - Qual o faturamento da rede Atlantica neste ultimo ano fiscal e a perspectiva para o ano seguinte?Annie - Em 2010 faturamos 410 milhões de reais e esse ano deve ser uns 10% ou 15 % acima disso.

Diário - Fale sobre o seu hotel econômico, o Go inn.Annie - O Go inn é uma marca nossa, da Atlantica; ela não é uma marca internacional, nós usamos todo o nosso know how para desenvolver um quarto que fosse econômico, porém confortável para o cliente. Nós criamos, por exemplo, uma grande área comum, já que os quartos não são muito grandes, possuem algo entre 12 a 14 metros quadrados. Essa área comum possui work stations com computadores, internet banda larga, restaurantes com telas para assistir aos jogos ou televisão normal.É interessante que em nosso primeiro Go Inn em Manaus, que tem um ano e meio, por volta das 5 horas da tarde, essa área comum encontra-se cheia de gente conversando,

fazendo entrevista com os vendedores que chegaram, fazendo um briefing com os amigos, como se fosse uma grande sala de reunião, comendo e bebendo, é uma coisa bem aconchegante.

DT - Vocês vão investir mais em unidades econômicas ou vão manter os hotéis middle scale como foco?Annie - Na verdade nós temos o middle scale superior, que são aqueles hotéis Comfort, Comfort Sleep Inn, Confort Sleep Quality e Park Inn by Radisson. A grande maioria dos nossos hotéis estão entre middle class e o superior e nós possuimos apenas dois hotéis econômicos. O formato de hotel econômico está em desenvolvimento, mas o nosso grande nicho é realmente o middle class e superior, sendo que 80% dos nossos hotéis estão nessas duas categorias.

Diário - Quais as novidades ainda para este ano?Annie – Até aqui (setembro) já abrimos seis hotéis, o Park Inn by Radisson, no Ibirapuera, que é uma conversão, o Quality Manaus, que é o nosso quinto hotel na cidade Nós abrimos o Comfort Sertãozinho a 20 km de Ribeirão Preto, o Comfort Campos, que é o do pré-sal. E o Go inn Jaguaré que é outra conversão. Nós vamos abrir o Radisson Belém, dia 15 de novembro, o primeiro da cidade. E vamos abrir o Quality Vitória aeroporto, que vai ser nosso quarto hotel em Vitória, belíssimo.

São Paulo, Zona Sul (Renato Eck Zorn)

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MERCADO MUNICIPAL(”MERCADÃO”)

Foto: Renato Eck Zorn

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

ÚNICO CANDIDATO ATÉ AGORA DECLARADO A DISPUTAR A PRESIDÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS (ABAV - NACIONAL), ANTONIO AZEVEDO, DIRETOR DA ABAV, CONCEDEU ESTA ENTREVISTA EXCLUSIVA AO DIÁRIO E APRESENTOU UM BALANÇO DA FEIRA DAS AMÉRICAS - OCORRIDA HA POUCOS DIAS NO RIO DE JANEIRO. AZEVEDO RECONHECEU E APONTOU ALGUMAS FALHAS DE LOGÍSTICA NA CIDADE MARAVILHOSA, MOSTROU COMPREENSÃO DAS NECESSIDADES DOS AGENTES DE VIAGENS, PRINCIPALMENTE NO QUE TANGE AOS CUSTOS DE ALIMENTAÇÃO, TRANSPORTE E HOSPEDAGEM PARA PARTICIPAREM DO EVENTO E DEMONSTROU ESTAR PREPARADO PARA PRESIDIR A MAIOR ASSOCIAÇÃO DE AGENTES DE VIAGENS DO PAÍS, QUE HOJE CONGREGA MAIS DE 3 MIL ASSOCIADOS. ACOMPANHE A ENTREVISTA QUE INTEGRA A EDITORIA ENTREVISTAS NO TERRAÇO, REALIZADAS NO RESTAURANTE TERRAÇO ITÁLIA, EM SÃO PAULO.

ANTONIO AZEVEDO, DIRETOR DA ABAV NACIONAL

DIÁRIO- Terminamos agora o congresso da ABAV, Feira das Américas, qual sua análise final? Antonio Azevedo - Sempre existem pontos negativos e positivos, eu destaco sempre os pontos positivos. A ABAV demonstrou claramente que está aberta a mudanças, de adequar o que é o maior evento turístico das Américas às novas realidades que estão acontecendo todos os dias e neste sentido, acho que o principal indicador disso foi, não só a cerimônia de abertura, onde marcamos a posição da ABAV como entidade aberta além de s e u s p r ó p r i o s m u r o s i n t e r n o s , m a s principalmente na programação do congresso, que teve uma mudança bastante forte, no sentido de mostrar a necessidade da qualificação e da capacitação das pessoas para os diversos cenários do turismo. Então, foi uma programação que abrangeu tecnologia, redes s o c i a i s , c o n h e c i m e n t o s d e d e s t i n o s , conhecimentos de vendas, conhecimentos de gestão, enfim, foram 55 seminários em três dias, uma riqueza muito grande, mesclado com

algumas plenárias, com assuntos que são aparentemente fora do nosso contexto, mas fazem parte do dia a dia, como foi aquela palestra do Roberto da Mata, que falou sobre antropologia, mas que também faz parte do cotidiano. Além disso, nós tivemos um acréscimo muito grande de países estrangeiros, o Brasil, como todos dizem é a bola da vez, eu não digo a bola, mas é a 'vedete' da vez, essa questão da bola está um pouco desgastada, mas é a vedete da vez e obviamente todos querem ter brasileiros em seu país, o brasileiro é o turista dos países pobres que mais gasta nos destinos, nós já estamos em primeiro lugar em Portugual, estamos em primeiro lugar, ultrapassando o Japão, nos Estados Unidos e isso obviamente se sentiu nessa presença internacional, as pessoas vieram fazer negócios no Brasil. Esse é um dos objetivos da feira, fazer negócios não só de fora para dentro, como de dentro para fora e temos um bom público, ainda não é o que a gente quer atingir.

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DIÁRIO - Quantitativamente como foi?Azevedo - O evento envolve, no seu total, uma massa muito grande de gente. O número final foi em torno de 23 mil de participantes, que envolve desde a pessoa que começou a montagem, até o funcionário que fez a última varrição na saída, depois da desmontagem; mas enfim, o número de expositores ultrapassou os 800, alguns em estandes cooperados, e tivemos cerca de 7 a 8 mil agentes de viagens, também é um número representativo. O evento depende de todos, não depende só da ABAV, a ABAV faz um esforço de organização, temos um evento que é referencial, ajuda a divulgar o Brasil lá fora, é um evento importante, mas temos algumas dificuldades na logística do Rio de Janeiro, é uma das queixas que mais nos apresentam. Custos no Rio de Janeiro e a logística da cidade, em função da posição do Riocentro, enfim, hoje o evento da ABAV só poderia ser realizado em dois lugares, no Riocentro, no Rio, ou aqui em São Paulo, no Anhembi ou no Center Norte. Um outro ponto positivo, para entender as expectativas de forma mais exata, nós realizamos uma grande pesquisa dentro deste último evento, com uma empresa referencial especializada neste fim e agora estamos aguardando o resultado; isso vai nos guiar em novas ações, o evento do próximo ano será no Rio ainda, com certeza.

DIÁRIO - Existem alternativas além do Riocentro?Azevedo - Só existe hoje três locais, o Riocentro e o Anhembi, em São Paulo. O Ceará nós sabemos que está construindo um grande centro de eventos que parece que estaria adequado, mas em outros locais não existe um espaço com condições de receber uma feira e um congresso do tamanho do da ABAV.

DIÁRIO- Nenhum Estado além de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará?Azevedo - Sim. Nós precisamos nos adequar à realidade, assim como nós sofremos em aeroportos, não tem o que gostaríamos em relação ao Riocentro, há muito tempo que se fala na melhoria dos acessos ao Riocentro,

mas até hoje (isso) não se concretizou, agora talvez melhore com a Copa do Mundo e as Olimpíadas; existem obrigações assinadas, mas é uma das dificuldades, o nosso público alvo é o agente de viagens e eles geralmente são de microempresas, e não conseguem arcar com os custos elevados de hotelaria no Rio, de alimentação, de transporte. Esse é um desafio e nós estamos estudando uma forma de viabilizar a colocação de mais agentes de viagens lá dentro. Faço uma ressalva, hoje o foco da feira não é mais exclusivamente o agente de viagens, o nosso foco é ser uma feira de negócios do trade turístico. O movimento dos agentes de viagens é um elo fundamental na cadeia produtiva do turismo, são eles que juntam as diversas partes para fazer o todo. Nós queremos dar cada vez mais esse foco, hoje, a feira ainda está muito dirigida ao agente de viagens.

DIÁRIO - Sabemos que seu nome é o mais indicado para ocupar a presidência da ABAV Nacional, digamos que isso ocorra, quais as modificações que você tem em mente em torno da entidade ou do evento?Azevedo - Quando entramos em uma candidatura é preciso ter algumas coisas em mente para poder concretizá-las, não é assumir a candidatura apenas pelo cargo e sim pelo o que se pode fazer. A ABAV tem uma característica que, ao longo do tempo, tem procurado se adequar, talvez não na velocidade que alguns desejariam, mas isso é que nem navio, navio muito grande até fazer a volta demora, mas é uma coisa que se tem procurado, tem coisas concretas que já aconteceram; o Kaká tem o mérito de realmente ter pisado mais forte nisso, fez mudanças fundamentais na ABAV, alterou o estatuto, fez uma reforma interna estrutural e organizacional, pretendemos continuar nisso, dar alguns ajustes que sejam necessários e nós temos consciência que o evento da ABAV é um referencial; como eu já disse, a nível de mundo, temos que ter sempre uma atenção concentrada nisso aí, mas eu pretendo também ter uma atenção concentrada também no pequeno agente de viagens especialmente. O agente de viagens de um modo geral, mas

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no pequeno porque ele sofre mais, e que talvez não tenha condições estruturais de enfrentar as intempér ies que vem acontecendo no cenário mundial e nacional. A nível das atividades eu pretendo desenvolver ações mais efetivas de apoio da ABAV Nacional, através das ABAVS Estaduais, nós vamos dar um apoio maior às ABAVS Estaduais para que elas possam prestar melhor atendimento aos agentes de viagens. Não sei se você sabe, mas os nossos associados são as ABAVS estaduais, é um sistema federativo. São as ABAVS Estaduais que atendem ao agente de viagens. Então, pretendo fazer isso e pretendo clarificar e endossar melhor o papel do agente de viagens em relação ao seu cliente que é o grande diferencial na verdade que nós temos.

Diário - E a compra direta de pacotes turísticos, via internet?Azevedo - Nós resolvemos os problemas para o cliente, essa é a nossa missão e com as novas tecnologias, especialmente com as vendas através da internet, está cada vez

mais fácil; exitem casos curiosos quando atendemos pessoas desesperadas “eu comprei uma passagem e agora não sei como posso mudar” e a gente é obrigado a dizer “desculpa, agora você vai ter que falar com a internet”, porque, até pelas regras de alterações, nós não temos como interagir de onde nós estamos. Por outro lado, quem compra na agência de viagens tem todo um acompanhamento integral, é uma falácia dizer que na internet é mais barato; só um bom agente de viagens sabe escolher a melhor tarifa, os melhores roteiros, a melhor época, etc. Eu vejo casos gritantes em que a pessoa diz que comprou mais barato na internet; ela compraria mais barato em uma agência de viagens, ao invés de ter comprado dois, três trechos separados, você compraria como um trecho único. A pessoa fica com a boca aberta e com cara de bobo. Então vamos procurar uma proximidade muito grande junto à sociedade, demonstrar esse diferencial e a importância que esse cliente tem para nós. Nós vivemos por causa do cliente.

Ginásio do Ibirapuera (Renato Eck Zorn)

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

AROLDO SCHULTZ, DIR. PRES. DA OPERADORA SCHULTZ:UM EXECUTIVO MOVIDO A DESAFIOS

VIAJAR PELA AMÉRICA DO SUL DE MOTOCICLETA COM O SOBRINHO. ESTE É O PRÓXIMO DESAFIO DE AROLDO SCHULTZ, DIRETOR-PRESIDENTE DA OPERADORA SCHULTZ, DE CURITIBA. AROLDO É O TÍPICO EXECUTIVO INQUIETO, NÃO SÓ CHEIO DE IDEIAS, MAS LOUCO PARA COLOCÁ-LAS EM PRÁTICA. FUNDADOR DE CINCO EMPRESAS QUE TÊM COMO PRODUTOS O LAZER E O ENTRETENIMENTO, SCHULTZ RESPIRA DESAFIOS A TODO INSTANTE. INSTALA NOVOS SOFTWARES EM SUA EMPRESA PARA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE, SE ALIA AOS PEQUENOS AGENTES DE VIAGEM PARA OFERECER-LHES SERVIÇOS E MUSCULATURA PARA ENFRENTAR O MERCADO; FAZ PARCERIA COM GRANDES OPERADORAS MUNDIAIS PARA VENDER DESTINOS INTERNACIONAIS E TEVE A CORAGEM DE ROMPER COM A MAIOR OPERADORA NACIONAL PARA SEGUIR A SUA TRAJETÓRIA DE OPERADORA INDEPENDENTE. SEM RODEIOS, AROLDO FALA DO FATURAMENTO ANUAL DE SUAS EMPRESAS, DECLARA SUA ESTREITA RELAÇÃO COM OS AGENTES DE VIAGENS E DIZ, SEM MÁGOA, QUE NÃO SE FILIA À BRAZTOA PORQUE A ASSOCIAÇÃO DE OPERADORES NÃO O QUER. ABAIXO, A ENTREVISTA EXCLUSIVA CONCEDIDA AO JORNALISTA PAULO ATZINGEN PARA A EDITORIA ENTREVISTAS NO TERRAÇO:

DIÁRIO - As suas empresas são todas ligadas ao turismo e à atividades de lazer e entretenimento. Quando você teve essa ideia de criar o grupo e trabalhar assim, em cadeia?Aroldo Schultz - As coisas foram acontecendo, ninguém criou, foi uma consequência. A partir do momento em que você lança algo vem uma necessidade. Quando estou presente em uma empresa, porque faço visita, não sou só o diretor de uma empresa, sou um promotor, estou realmente vendo as necessidades do agente e vejo que nós podemos ajudá-lo mais. Eu vejo uma necessidade, crio algo diferente. Sempre no foco do agente de viagens.

DIÁRIO - Aparenta ser uma pergunta redundante, mas aí vai: como você analisa o papel do agente de viagens hoje, no Brasil?Aroldo Schultz - O agente de viagens com o seu trabalho é um grande meio de distribuição de

qualquer produto, graças a ele hoje nós temos uma rede de distribuição; nossas empresas são compostas por mais de 10 mil pontos de venda no Brasil e aproximadamente 20 mil agentes de viagens estão cadastrados em nosso sistema. Eu jamais teria condições de abrir uma rede tão grande quanto essa. Lamentavelmente nem todos são fiéis à nossa empresa, mas isso é uma questão de tempo e trabalho, conforme o tempo vai passando nós vamos conquistando mais pessoas fiéis. Nós criamos para 2012 um projeto de agências afilhadas que irá trazer a essas agências alguns diferenciais, por exemplo: no meu site eu não vendo diretamente ao consumidor, mas posso indicar uma agência onde o consumidor possa comprar e as agências indicadas serão as afilhadas. As outras poderão comprar o nosso produto, mas nós indicaremos sempre as agências fiéis (as afilhadas).

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DIÁRIO - Fale a respeito da By Travel, que comercializa roteiros da Europa-Mundo; como está hoje o papel dessa empresa?Aroldo Schultz - A Schultz foi a empresa que trouxe a Europa-Mundo para o Brasil, a partir da Schultz, nós implantamos a Europamundo em todo o Brasil por meio de alguma operadoras regionais, dentre todas a CVC e que teve o maior sucesso de vendas. Em 2009 abrimos a By Travel, operadora especialista em Europamundo que não vende ao consumidor, vende somente atraves do agente de viagens. Nós tínhamos uma carência, os agentes de viagens reclamavam “Aroldo, eu não quero comprar com a tua concorrente, com quem eu compro?” eu não podia vender, ou a agëncia comprava com o concorrente ou não vendia. A partir de agora não, nós temos a By travel, que é uma frente que só atende ao agente de viagens. Está dando muito certo, é um projeto totalmente on line e a nossa meta, para 2012, é dar alguns diferenciais para as empresas afilhadas. By Travel é, sem dúvida, uma empresa focada no agente de viagens e especialista em Europamundo.

DIÁRIO - Você comentou a respeito de um software que irá resolver grande parte das suas operações. Que programa é esse?Aroldo Schultz - Nós temos um investimento muito alto em tecnologia; nos últimos seis anos isso girou em torno de 8 milhões de reais e todo mês cresce. Nossas soluções são focadas na nossa empresa, não são focadas em terceiros, e objetiva principalmente em facilitar o trabalho do agente de viagens. Tem dado certo e se continuar da forma que está acho que nós vamos ter sucesso. O que nós adquirimos mais recentemente foi um software administrativo chamado ERP, da empresa Benner, que atende ao Banco do Brasil (leia-se BBtur), a mais de seis anos e foi a primeira no mercado brasileiro a lançar um software de gestão para o turismo. Não adianta nada ter esse software se nós não tivermos um bom banco de dados informatizado; como nós somos 100% informatizados, até janeiro nós estaremos integrados com a pasta contábil, o que quer dizer que toda a parte de contabilidade e

administrativa vai estar integrada ao sistema da Benner, que é um sistema maravilhoso.

DIÁRIO- Fale a respeito desse projeto do Vitalcard em vender seguros para hotéis...Aroldo Schultz - O projeto Vitalcard chama-se htlassist.com.br e é focado no que? Muitos hotéis possuem uma quantidade de hóspedes absurda durante a semana e às vezes ocorre de um deles ter um mal súbito e até mesmo vir a falecer, a quem pedir ajuda? A esse produto nosso. Basta ligar para o nosso 0800 e nós cuidamos disso. Repatriação funerária, p r o b l e m a s m é d i c o s , o d o n t o l ó g i c o s , assistências jurídica, farmacêutica. Estamos negociando com grandes cadeias hoteleiras e há uma perspectiva boa para o futuro. Nada realizado até o momento, mas tem boa perspectiva, até porque é uma necessidade. Você nunca sabe quando vai acontecer um problema e o hotel que pensa dessa forma é precavido.

DIÁRIO - O brasileiro, quando compra um pacote, ainda resiste ao seguro viagem? Analise isso do ponto de vista turismo-lazer e turismo coorporativo.Aroldo Schultz - Sim. Muita gente viaja sem o seguro viagem. Não existe uma estimativa real. Falam que aproximadamente 30% das pessoas compram e 70% não. Eu acho que tudo isso é uma ilusão porque não tem uma estatística de onde tiraram os dados, mas eu posso falar para vocês que muitas pessoas não compram o seguro viagem e se quer sabem que existe esse benefício. Esse benefício, muitas das vezes, é comprado somente nas viagens para o exterior e deixado de lado nas viagens nacionais, achando que um plano de saúde, como a Unimed ou outra empresa vá suprir qualquer carência. Mas há uma grande diferença, porque o seguro de viagem ele dará assistência real, o cliente não vai pagar nada, ele não será reembolsado, ele realmente vai estar protegido e é muito importante ter esse seguro. Cuidado com os seguros oferecidos nos cartoes de crédito "Geralmente sao fracos tendo coberturas bem limitadas".

DIÁRIO – Você pode fazer um balanço das empresas Schultz?

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Aroldo Schultz - São 24 anos de história, mas sempre com boas mudanças. Há alguns anos trouxemos a Europa Mundo para o Brasil, depois nós fechamos um contrato de exclusividade com a CVC, onde nós paramos de atender as agências de viagens; só ficamos atendendo em vistos e em seguros, somente à CVC. Em 2009 nós abrimos a By Travel e no primeiro ano nós vendemos 12 milhões (de reais), no segundo ano nós passamos para 24 milhões e nesse ano provavelmente iremos superar os 35 milhões. Eu só tenho a dizer que estamos crescendo e isso só na parte terrestre; nós levamos cerca de 1.200 passageiras para Europa mensalmente, só em circuitos, sem ter grandes mobilizações aéreas. A partir de agora nós fechamos um acordo especial com a TAM, temos um relacionamento muito bom com a TAP também e eu creio que para 2012 vamos faturar em torno de 35 a 40 milhões (de reais), só de parte terrestre. O grupo Schultz, hoje, movimenta em vendas aproximadamente 150 milhões por ano.

DIÁRIO – E a viagem à Machu Picchu, aventura ou trabalho?Aroldo Schultz - Estou indo de carona no sonho do meu sobrinho Rodolfo Schultz, (que está se preparando há um ano ) existe a possibilidade de eu fazer uma viagem de moto pela América do Sul - Saindo por Foz do Iguaçu e voltando ao Brasil pelo Acre, gastando cerca

de 25 dias, 11 mil quilômetros. Existe a possibilidade de eu fazer essa viagem, ainda este ano, em dezembro, ou quem sabe no ano que vem, depende do meu preparo porque para uma viagem dessa é necessário condicionamento físico e psicológico, requer técnicas e informação, mas o foco dela vai ser visitar os pontos turísticos, conhecidos e desconhec idos , va i ser v is i tar os representantes e principalmente difundir mais a América do Sul, em um país que a despreza. Hoje nós focamos muito a Europa, os Estados Unidos e esquecemos que alguns dos lugares mais visitados do mundo são o Peru, o Chile, a Argentina, o mundo inteiro visita esses locais, a Bolívia está desprezada no meio do caminho. Talvez essa viagem me ajude também a conhecer melhor a América do Sul e quem sabe mostrar aos agentes de viagens que não é um bicho de sete cabeças e sim, um lugar que é próximo da gente e que o brasileiro precisa conhecer antes talvez de conhecer outros destinos. O foco será esse. Uma aventura no final do ano e muito anos para mostrar aos agentes o que vimos na viagem .

DIÁRIO - Por que a Schultz não se integra à Braztoa?Aroldo Schultz - Eu não me integro à Braztoa porque a Braztoa não me quer. Eles consideram minha empresa muito nova e que, portanto, não estamos qualificados.

Viveiro Manequinho Lopes, Parque Ibirapuera (Renato Eck Zorn)

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

CAIO LUIZ DE CARVALHO, PRESIDENTE DA SPTURISDEVEMOS REVER A POLÍTICA QUE PRIVILEGIA O AUTOMÓVEL

AO INICIAR SUA NOVA EDITORIA ENTREVISTAS NO TERRAÇO ITÁLIA, O DIÁRIO DO TURISMO CONVIDA O EX-PRESIDENTE DA EMBRATUR E ATUAL PRESIDENTE DA SPTURIS, CAIO LUIZ DE CARVALHO, O CAITO, PARA FALAR SOBRE OS PRINCIPAIS TEMAS QUE AFETAM DIRETA OU INDIRETAMENTE O UNIVERSO DO TURISMO PAULISTA E BRASILEIRO ATUALMENTE: A CONCLUSÃO DO ESTÁDIO DO CORINTHIANS, O ITAQUERÃO, PARA A CIDADE DE SÃO PAULO TER CONDIÇÕES EM SEDIAR A ABERTURA DA COPA DO MUNDO DE 2014; A SITUAÇÃO DO NOVO CENTRO DE CONVENÇÕES DE PIRITUBA, UM APELO DO SETOR DE FEIRAS E EVENTOS QUE JÁ CONSIDERA ESTRANGULADO O PARQUE DE EXPOSIÇÕES DO ANHEMBI; O PROJETO DO GOVERNO MUNICIPAL E ESTADUAL PARA REVITALIZAR O CENTRO DE SÃO PAULO E TORNÁ-LO APTO PARA O TURISMO DE VERDADE. ALÉM DESSAS QUESTÕES, CAIO FOI INSTIGADO PELO EDITOR DO DIÁRIO DO TURISMO, JORNALISTA PAULO ATZINGEN, AO RESPONDER MAIS DUAS PERGUNTAS: “SE ELE TIVESSE QUE CONSTRUIR SÃO PAULO NOVAMENTE O QUE EVITARIA FAZER?” E “O QUE FALTA PARA O BRASIL SAIR DOS MEDÍOCRES 5 MILHÕES DE TURISTAS INTERNACIONAIS QUE NOS VISITAM ANUALMENTE?”. ABAIXO, A ENTREVISTA:

Diário do Turismo - O senhor acredita que o Itaquerão ficará pronto a tempo de abrirmos a Copa do Mundo aqui em São Paulo? Foi divulgado que o custo total será de 820 milhões de reais, o senhor confirma?Caio Luiz de Carvalho – Eu acredito que o Itaquerão ficará pronto, eu só não sei se a tempo para a abertura da copa, isso nós vamos saber em outubro, quando a FIFA anunciará a decisão de quem vai abrir a disputa. Levando em consideração o tamanho e a competência da construtora que está envolvida, que é a Odebrecht, e a garantia que ela está dando de que a obra ficará pronta em 2013, mais a ocorrência de a FIFA ter estendido o prazo para o estádio do Corinthians, então eu acredito que ficará pronto. Agora, a questão da abertura depende da FIFA e do fato de que se o estádio vai ter os 75 mil lugares previstos ou não, porque o Corinthians está determinado a fazer 45 mil lugares, os outros serão temporários; se a FIFA aceitar os lugares temporários, eu tenho a impressão de que é possível que a abertura da copa seja em Itaquera.No entanto, eu tenho um ponto de vista de que a Copa do Mundo é importante para o Brasil e para São

Paulo. Muita gente acha que deter a abertura da copa é fundamental, eu acredito que a Copa é importante para São Paulo. A FIFA e a Copa precisam de São Paulo; no entanto se não fizermos a abertura não perderemos nada, já que a abertura tem um custo para a cidade, com obras fora do estádio, na montagem das áreas de hospitalidade, da FIFA e para os organizadores do evento. É uma questão de colocar no papel e de fazer o custo-benefício disso.Em relação aos valores, dizem que é 800 milhões de reais. Qualquer estádio, para seguir os padrões da FIFA, certamente iria custar de 800 a um bilhão, como vão custar a maioria desses estádios novos. O que me preocupa não é o valor desses estádios novos; nem a mídia, nem a sociedade, que é, de certa forma, viciada em futebol, questiona ou se preocupa em saber qual o legado do estádio pós-copa. Acho que essa é a questão que melhor caberia neste momento. Se fala somente em estádios, ninguém fala do legado, do que vão fazer para melhorar a visibilidade, a acessibilidade, melhorar as condições de vida das pessoas que moram na cidade, acho que essa é a questão.

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Diário – O novo centro de convenções em Pirituba sairá do papel e quanto deve custar?Caio - Por mim, já teria saído, o problema é a burocracia. Esse é um projeto que já recebeu as bênçãos da própria Abracci (Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade) que teve reunião com duas construtoras, a Camargo Corrêa e a Odebrecht que se uniriam. Atualmente o projeto encontra-se em uma fase de elaboração de termos de referência, para que saia uma licitação. Infelizmente, esses processos licitatórios são demorados, inclusive por questões ambientais, ainda assim, questões mais complexas já foram resolvidas.São Paulo é uma cidade que não dispõe de área do tamanho da de Pirituba, nós temos lá 5 milhões de metros quadrados. Desses, um milhão e meio, um milhão e oitocentos poderiam ser utilizados para abrigar o que seria um dos maiores centros de exposições e feiras do mundo e tem a facilidade do Rodoanel próximo, o metrô vai chegar lá, uma área de logística de 20 mil metros. Inicialmente 170 mil metros quadrados de área para exposição em uma primeira fase para 2014, um centro de convenções com capacidade para receber 5 mil pessoas que poderia receber, inclusive um congresso da FIFA, antes da copa. Há uma expectativa da prefeitura e do prefeito (Gilberto) Kassab para que este edital saia até o final de setembro e eu torço para que isso aconteça, porque há um consenso em relação a área, porém, se não sair em dezembro ou em janeiro, eu acho muito difícil que a gente consiga viabilizar isso, até porque não sabemos o que será, em uma mudança de governo, o que pode acontecer. São Paulo precisa de um novo centro de convenções, já que ele é a galinha dos ovos de ouro da cidade, é o que gera empregos, que lota os hotéis, que faz a economia crescer e o Anhembi, que passa agora por um processo de modernização e requalificação.Estamos com investimentos em torno de 15 milhões em obras, já visando a Couromoda (*maior evento de moda e negócios do setor de calçados em toda a América Latina*) que vai acontecer em janeiro. Não saindo Pirituba, que é nosso sonho, o ideal seria voltarmos novamente nossos olhos pra o Parque Anhembi e executarmos um projeto que nós temos, que amplia o Anhembi dos atuais 80 mil metros quadrados para cerca de 150 mil metros

quadrados, o que daria para suportar por mais uns 10, 15 anos.Quanto a estimativa de preço de Pirituba é difícil falar, mas é uma PPP (Parceria Público Privada) lá se prevê, além do centro de exposições, nessa primeira fase, 160 mil metros quadrados de área, depois poderia chegar até 300 mil metros quadrados de área, dois hotéis, shoppings, estacionamento, área de logística, estação de metrô, área de CPTM; trata-se de um projeto de mais de 2, próximos aos 3 bilhões de reais e obviamente são projetos modulares, seria feita toda uma engenharia financeira do setor privado, não seria dinheiro público e eu acho que é um modelo de negócios complexo mas que está sendo pensado pelo interessados. Diário - Caio, o que é preciso para efetivamente acelerar a revitalização do centro de São Paulo?Caio - É extremamente complexo, é um processo de médio e longo prazo, como em qualquer lugar do mundo. O centro é o berço da cidade, onde a cidade nasceu. Todas as metrópoles têm problemas sociais dramáticos, no Peru, nós temos o exemplo do hotel Sheraton, perto do palácio presidencial que era também uma área degradada. A ocupação dos espaços públicos por novos segmentos, por universidades, por agências de publicidade, por empresas de comunicação, acabaram ajudando a melhorar aquele local. Eu acredito que aqui é a mesma coisa, nós temos a questão da nova Luz, aliás, na Luz nós temos duas realidades, nós temos a realidade da Pinacoteca, do Museu da Língua Portuguesa e Jardins da Luz, que formam um cenário muito mais agradável e uma outra realidade ao lado da antiga rodoviária onde será construída a escola de dança e, por outro lado, temos a Cracolândia, moradores de rua, drogas, coisas que chocam os olhares de qualquer cidadão do mundo e principalmente aos dos nossos paulistanos.De qualquer forma é um trabalho que está sendo feito, esse projeto da nova Luz, por exemplo, que a meu ver é para os próximos 10 anos. E aqui destaco: esse é o mal do paulistano, esse é o mal do brasileiro, em querer resolver em 10 dias e se não resolver em 10 dias então não fazemos nada e infelizmente é um projeto que vai demorar. No centro nós enfrentamos umas questões complicadas, sociais, que diz respeito à legislação,

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por exemplo, a questão dos menores que fumam crack, isso é questão de direitos humanos, existe o fato que você não pode obrigar ninguém a sair da rua, de uma condição de indigente e ir para um albergue onde tem chuveiro quente, tem cama e tem comida e quando a pessoa é levada para lá não quer ficar, quer voltar para a rua. Tem toda uma complexidade que vai além da questão da administração e tem a ver também com aspectos da metrópole, que possui suas mazelas, seus contrastes. De qualquer forma, eu acho que o centro passa por um processo.

Diário – Se você tivesse que construir São Paulo novamente o que evitaria fazer?Caio – Primeiro, teria que repensar toda a questão do transporte público, que é aquilo que mais aflige o paulistano e que, a meu ver, tem muita solução porque, em 1965 nós tínhamos 13 mil quilômetros de via pública na cidade e 975 mil carros, hoje nós temos 17 mil quilômetros, cresceu muito pouco, e 7 milhões de carros e a cada mês nós temos 30 mil carros sendo lançados em São Paulo e a população comprando cada vez mais carros. E não vai ser possível construir quilômetros de metrô nessa velocidade, muito menos ampliar vias públicas; então o que teria que ser repensado é essa política que privilegia o automóvel, sem dúvida. E obviamente a questão de qualquer área l ivre e a desapropriação de qualquer área que possa dar espaço ao verde eu acho que seria uma política correta nesse mundo onde a agenda ambiental é muito importante; acho que nós fizemos avanços nessa área de meio ambiente em São Paulo, isso é reconhecido hoje internacionalmente, agora, é uma metrópole de 11 milhões de habitantes que não teve planejamento ao longo de todos esses anos de existência. São Paulo sempre foi a cidade de prédios, a cidade da chaminé, a cidade do cinza e que hoje é uma cidade que se posiciona diferente, é a metrópole da cultura, dos talentos criativos, da moda, do design, é a São Paulo que nós estamos sonhando, do conhecimento, que é menos matéria e mais conhecimento e mais cultura.

Diário – Como homem público que trabalha com turismo, o que você acha que falta para o Brasil sair desses cinco milhões de turistas estrangeiros e a gente possa receber mais

turistas. Deixar de exigir o visto americano, ou virar o mapa de ponta cabeça?Caio - Eu não acredito nessa questão do visto americano, sinceramente, a questão do visto americano só se for uma decisão da presidente Dilma (Roussef) de mandar um projeto de lei com o apoio do Ministério das Relações Exteriores, que é uma lei que deverá tramitar no Congresso (a Lei da Reciprocidade). Se os Estados Unidos não tomarem a iniciativa e eles primeiro liberarem o visto para os brasileiros, dificilmente, - por uma visão de soberania do Itamaraty - eles vão permitir que isso passe. Isso seria considerado algo diminuto para o Ministério das Relações Exteriores. E desde 1993 essa questão do visto é discutida e não sai do lugar até hoje. Melhorou sim a flexibilização, aumentou o prazo de concessão do visto de brasileiros e para os norteamericanos, isso já foi um avanço; eu acredito em flexibilização e não em extinção. Segundo um estudo da organização mundial de turismo 76% das viagens são de curta distância, até seis ou sete horas de vôo no máximo e nós estamos distantes dos grandes centros emissores, não adianta você comparar o Brasil com a França que recebe 77 milhões de turistas. Eu vejo grandes chances de nós mudarmos esse cenário nos próximos cinco anos, por conta da Olimpíada e da Copa, porque a única forma de nós melhorarmos isso, esses ridículos 2,5 a três milhões de sul americanos que hoje visitam o Brasil, então nesse universo de cinco milhões. Mas nós temos 18 milhões de sul americanos que viajam normalmente para fora de seus países e menos para continente sul americano. Existe um preconceito do sul americano para com o sul americano. Um evento do planeta, como uma Copa, como uma Olimpíada, pode atrair os olhos desses sul americanos para o Brasil; então é hora do Brasil criar produtos, criar mecanismos, para seduzir esses sul americanos em cima desses dois fatos relevantes que são a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que vão trazer para cá seleções desses países e que são próximos. O presidente atual da Embratur, o Flávio Dino, concorda comigo nisso e eu acho que ele está muito bem intencionado em investir dinheiro em países limítrofes ao invés de ficar jogando dinheiro fora em países em que ele vai gastar uma fortuna e que não vai resultar em mais do que mil ou dois mil turistas vindos para cá.

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AUDITÓRIO IBIRAPUERAFoto: Renato Eck Zorn

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

UM PAÍS ONDE O TURISMO É TRATADO COMO UM RAMO FORTE DA ECONOMIA

REPRESENTANDO 6% DO PIB. UM PAÍS EM QUE AS AÇÕES DO MINISTÉRIO DO TURISMO

TEM CONTINUIDADE E JÁ COMPLETAM OITO ANOS DE ENCADEAMENTO ININTERRUPTO.

UM PAÍS QUE APROVEITA A ECONOMIA FORTE DE SEU VIZINHO E PRETENDE LEVAR

PARA LÁ PARA GASTAR ATÉ O FIM DO ANO 1.3 MILHÃO DE BRAZUCAS. ESTE PAÍS É A

ARGENTINA, QUE TODO ANO RENOVA SUAS ESPERANÇAS NO MERCADO BRASILEIRO, E

QUE NOS CONSIDERA, DENTRO DE SEU PLANO NACIONAL DE MARKETING, UM

MERCADO PRIORITÁRIO. O DIÁRIO ENTREVISTOU O SECRETÁRIO DE TURISMO DA

ARGENTINA, DANIEL PABLO AGUILERA, QUE, ENTRE OUTRAS COISAS AFIRMA: 'O

TURISMO NA ARGENTINA É TRATADO COMO UMA POLÍTICA DE ESTADO'. ACOMPANHE A

SEGUIR ENTREVISTA CONCEDIDA AO EDITOR DO DT, JORNALISTA PAULO ATZINGEN.

DANIEL PABLO AGUILERA,SECRETÁRIO DE TURISMO DA ARGENTINA

Traduzido por Rosely Soares

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Diário - Daniel, o turismo na Argentina é respeitado como uma vertente da economia, um verdadeiro fator econômico?Daniel: Felizmente desde o início da gestão do presidente Kirchner e da continuidade de Cristina Kirchner o turismo foi rapidamente identificado como uma política de Estado, sempre articulando-o como uma política maior, nesse sentido tivemos muito apoio para poder fazer oficinas de turismo, criar institutos de promoção turística (o Inprotur) no exterior entre outras ações de fomento.

Diário: Em que ano foi criado o Instituto Nacional de Promoção Turística?Daniel: Nasceu em 2004 com a nova Lei de Turismo; em 2005 a Secretaria e o Instituto iniciaram a execução da promoção turística da Argentina no exterior; e é realmente uma questão de política de Estado porque o turismo hoje tem a terceira posição em ingresso de divisas em nosso país; emprega de forma direta aproximadamente 11% da força produtiva; há investimentos genuínos, a grande vantagem do turismo é que na medida em que o turismo vai crescendo o i n v e s t i m e n t o h o t e l e i r o c r e s c e p r o p o r c i o n a l m e n t e e a u m e n t a a necessidade de mão de obra.

Diário: Em termos numéricos o turismo na Argentina representa quando no PIB?Daniel: O turismo abarca aproximadamente 6% do PIB, que é muito significativo, o PIB da Argentina hoje gira em torno de 600 bilhões de dólares, o que representa muito dinheiro; o que temos de bom, que sempre digo é que o turismo não está concentrado em Buenos Aires e sim há uma distribuição em todo o país porque a Argentina tem muita oferta turística e tem uma boa distribuição em muitos lugares, o que resulta em benefícios para pequenas comunidades distribuídas pelo país.

Diário: Daniel, o Mercosul auxiliou no processo de fluxo de turistas nesse intercâmbio Brasil e Argentina, ou não?Daniel: Sim, ajudou. O Mercosul é muito importante para a interação com os países em geral, obviamente, e particularmente no turismo. Nós acompanhamos com muita atenção a evolução dos relatórios que fazem a Organização Mundial de Turismo, somos participantes e os últimos relatórios dos últimos anos da OMT apontam precisamente que os maiores crescimento de tráfego de turismo acontece com nossos v iz inhos e creio que o Mercosul ,

Garça - lago do Ibirapuera (Renato Eck Zorn)

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especialmente com o Brasil obviamente reforça essa ideia. Por isso, nosso reforços promocionais e nossos reforços mais significativos buscam esses em países vizinhos.

Diário: Em termos numéricos Daniel, como está a expectativa de brasileiros na Argentina esse ano?Daniel: Os números são bons; o Brasil se transformou em nosso primeiro mercado. Mesmo com os problemas com as cinzas do vulcão, as expectativas desse ano são muito boas. Em geral estimamos um crescimento na ordem de 6% , levando-se em conta que os brasileiros tem uma pernoite média de cerca de 4.5 e um gasto médio por volta de 186 dólares/dia. A expectativa é que cheguemos esse ano a um milhão e trezentos mil turistas brasileiros, principalmente se considerarmos que uma boa parcela desses números são brasileiros que estão indo à Argentina pela primeira vez.

Diário: Qual é a estimativa de promoção para 2012?Daniel: Temos mercados prioritários, estratégicos e potenciais. Cerca de 40% do orçamento do Instituto são para esses

mais ou menos. Dentre os mercados prioritários, encontra-se o Brasil, além de Chile, Estados Unidos, México, Espanha e Itália, França, Reino Unido e Alemanha. As feiras que participaremos, são nessa ordem de importância: Fitur (Madri), BIT (Milão), ITB (Berlim), TOP Resa (Paris), ABAV (Rio de Janeiro), IMEX (Frankfurt).

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

COM UMA MÉDIA DIÁRIA DE 911 VOOS NO SEGUNDO SEMESTRE, 13% ACIMA DOS

MESMOS TRÊS MESES DE 2010 E COM UM LUCRO LÍQUIDO DE R$ 60,3 MILHÕES NO

SEGUNDO TRIMESTRE DESTE ANO, A TAM SÓ CONVIVE COM NÚMEROS

ESTRATOSFÉRICOS. COM ESSAS CIFRAS QUE SALTAM AOS OLHOS, O DIÁRIO

RESOLVEU CONHECER MAIS DETALHES DA PRINCIPAL COMPANHIA AÉREA DO PAÍS,

ENTREVISTANDO MARCELO MENDONÇA, DIRETOR DE ASSUNTOS CORPORATIVOS

DA COMPANHIA. O LUGAR ESCOLHIDO NÃO PODERIA SER MAIS ADEQUADO: AS

ALTURAS DO RESTAURANTE TERRAÇO ITÁLIA, NO CENTRO DE SÃO PAULO. ALÉM

DOS NÚMEROS, MARCELO FALA SOBRE O ACORDO OPERACIONAL COM A TRIP (A

TAM ADQUIRIU 31% DAS AÇÕES DA EMPRESA REGIONAL), EXPLICA QUE NADA

AINDA ESTÁ DEFINIDO NA FUSÃO LATAM, FALA DO TOPTAM INTERNACIONAL E DA

RELAÇÃO AGENTE DE VIAGENS E COMPANHIA AÉREA, QUE APARENTEMENTE

VOLTOU A SER HARMONIOSA. ABAIXO, A ENTREVISTA:

MARCELO MENDONÇA,DIR. DE ASSUNTOS CORPORATIVOS DA TAM 6

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Diário do Turismo – Qual é o principal motivo da redução de vôos da TAM em algumas rotas, como as da Europa, por exemplo?Marcelo Mendonça - A projeção do cenário da economia para 2012 prevê para a Europa um crescimento menor do que para os Estados Unidos, então, nós trabalhamos com um cenário onde os Estados Unidos possuem um crescimento pequeno e a Europa, por sua vez, um crescimento zero, se não negativo. A economia nos Estados Unidos, perante um cenário de crise, se mostra mais resiliente. Pensando nisso, nós reduzimos, de sete para três as frequências do trecho Rio – Frankfurt e de seis para três no trecho Rio – Londres. Em compensação, nós transformamos, em agosto, um vôo extra, com trajeto São Paulo – Orlando, em um vôo permanente...

Diário - Como andam as negociações de compra da TRIP? Algumas fontes apontam para uma aquisição de 31% das ações da empresa. Essas negociações já terminaram? C o m o v a i f u n c i o n a r e s s a a l i a n ç a operacional?Marcelo - Exato, é uma aliança operacional e qual é o nosso interesse na empresa? Nós tínhamos um plano de code-share que era limitado, que chamamos de block space. Isso significa que havia um número de assentos bloqueados nos vôos da TAM e vôos da TRIP para serem usados nesse acordo de code share. Nós queríamos ampliar isso, com o free sale agreement, de forma que tanto a TAM consegue enxergar o inventário da TRIP quanto a TRIP consegue enxergar o nosso inventário; um consegue enxergar o vôo do outro, e com essa flexibilidade você aproveita melhor os espaços. Quando você tem o block space, ou você pode ter um número de assentos inferior ao que você precisa, então você precisaria de uma disponibilidade maior, ou, às vezes, você bloqueia os assentos e acaba usando menos, então acaba sendo pouco eficiente. Então, nós queríamos um code share bem mais amplo, com mais flexibilidade, mais otimizado para as duas companhias. Nesse ponto, nós fizemos esse memorando de petições para adquirir até 31% do capital da TRIP. Nós passamos pela fase de Due Diligence, uma espécie de auditoria

prévia, e a companhia obteve grau satisfatório; depois passamos por uma segunda fase, onde a TRIP fez uma atualização em seu sistema, na sua plataforma tecnológica de reservas e, tendo concluído isso, nós estamos implementando esse acordo de code share, com free sale e vamos avaliar até novembro, como estará funcionando, antes de passar para as próximas fases.

Diário - O mercado corporativo da TAM corresponde a quanto, em percentuais? Esse número se altera com a aliança com a LAN?Marcelo - Como a LATAM ainda não existe, esse e outros detalhes ainda vão ser definidos em seu devido tempo. O projeto está sendo analisado por tribunais chilenos desde meados de março deste ano. Acredito que as negociações sejam concluídas apenas no ano que vem. Hoje, 75% dos nossos passageiros voam a negócios e 25% a lazer. Essa é uma relação que, ao longo do tempo, com a entrada desses novos viajantes, das chamadas “novas classes médias”, que são passageiros voltados mais para o lazer, essa proporção tende a virar. Vai demorar muito para chegar no 50/50 proporcional.

Diário – Qual foi o faturamento da TAM no último balanço ou ano fiscal?Marcelo - A TAM alcançou lucro líquido de R$ 60,3 milhões no segundo trimestre deste ano e reverteu a situação de perdas do mesmo período de 2010, quando registrou prejuízo líquido de R$ 174,8 milhões. O lucro operacional (EBIT) foi de R$ 15,6 milhões, com margem de 0,5%, contrapondo-se ao EBIT de R$ 1,4 milhão, com margem de 0,1%, registrado no segundo trimestre do ano passado. Já a receita operacional bruta cresceu 16,5%, para R$ 3,2 bilhões, também na comparação anual, sendo que R$ 2,3 bilhões correspondem às receitas com passageiros, que aumentaram 8,2%.

Diário – Vocês cresceram nos números dos voos internacionais?Marcelo - Nas operações para o exterior, a companhia também registrou crescimento em 5,1 pontos percentuais na taxa de

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ocupação (load factor), que atingiu 81,4% no trimestre. Em junho, a TAM registrou ocupação internacional recorde para o mês, de 79,6%. O destaque foi a expansão de 18,2% no faturamento com passageiros de voos internacionais, para R$ 865,4 milhões. Já na operação doméstica, o faturamento de R$ 1,5 bilhão foi 3,1% superior no trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O número reflete os 8 pontos percentuais de crescimento da taxa de ocupação doméstica, que atingiu 69,2%.

Diário - Como você vê a relação entre a TAM e as agências de viagem?Marcelo - A relação está muito boa, os agentes de viagem são o nosso principal canal de venda. A questão da taxa DU foi um acordo negociado e a TAM vê muita vantagem nessa relação; os agentes representam mais de 70% das nossas vendas e isso mostra a importância desse canal. Fora isso, nós temos os incentivos por método de venda, é uma relação que está se saindo realmente muito bem e que tem muito futuro. Nós temos a premiação do top TAM, que é uma das

iniciativas que a gente tem feito, inclusive com etapas internacionais.

Diário - Fale dessas etapas internacionais do Top TAM...Marcelo - Começou em 27 de agosto uma série de eventos do Top TAM internacional, nos seguintes países: Alemanha, Argentina, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Paraguai, Reino Unido, Uruguai e Venezuela, para reunir e premiar os agentes que mais se destacaram em cada um dos seus mercados.

Diário - Agências internacionais?Marcelo - Exato. Isso mostra que os agentes de viagem são primordiais, tanto aqui quanto lá fora, para a nossa atividade, a nossa parceria é importante e só tende a crescer. A primeira etapa aconteceu então dia 27 de gosto, em Miami Beach e hoje temos eventos simultâneos na Alemanha, em Frankfurt e em Madri e depois nós teremos etapas na França, Milão, em Bogotá, e teremos nossa etapa nacional, dia 28 outubro, que será em Comandatuba (BA).

Pavilhão Japonês do Ibirapuera (Renato Eck Zorn)

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7OBELISCO

Foto: Renato Eck Zorn

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

WÂNIA SEIXAS, SECRETÁRIA DE TURISMO DE SANTOS, FALA EM ENTREVISTA

EXCLUSIVA AO DIÁRIO, SOBRE TODOS OS INVESTIMENTOS NA CIDADE QUE

BENEFICIARÃO TANTO OS TURISTAS QUE A VISITAM QUANTO OS SEUS CIDADÃOS

CIDADE QUE DISPENSA APRESENTAÇÕES, SANTOS NUNCA EXPERIMENTOU TANTO

PRESTÍGIO COMO NOS ÚLTIMOS ANOS, PRINCIPALMENTE APÓS A DESCOBERTA DE

UM GIGANTESCO RESERVATÓRIO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL, O PRÉ-SAL,

LOCALIZADO NAS BACIAS DE SANTOS, CAMPOS E ESPÍRITO SANTO. O

GOVERNADOR DE SÃO PAULO, GERALDO ALCKMIN, ESTEVE RECENTEMENTE NO

BALNEÁRIO E PROMETEU INVESTIR NADA MENOS QUE 5 BILHÕES DE REAIS NAS

ÁREAS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA, TRANSPORTE E TURISMO. ENTRE AS

OBRAS MAIS SIGNIFICATIVAS DESTACA-SE O TÚNEL QUE LIGARÁ A CIDADE DE

SANTOS AO GUARUJÁ ENTRE OUTROS BENEFÍCIOS QUE MELHORARÁ A VIDA DE

QUEM VISITA E QUEM MORA NA BAIXADA SANTISTA. QUEM DETALHA ESSA E

OUTRAS AÇÕES QUE IMPACTAM NO TURISMO SANTISTA É A SECRETÁRIA

MUNICIPAL DE TURISMO DE SANTOS, WÂNIA SEIXAS, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

À EDITORIA ENTREVISTAS NO TERRAÇO. ACOMPANHEM:

WÂNIA SEIXAS,SEC. DE TURISMO DE SANTOS 7

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Diário do Turismo - Em agosto, o governador Geraldo Alckmin, esteve na baixada santista e falou em investir aproximadamente 5 bilhões nas áreas de educação, saúde, segurança, transporte e turismo. Na área de turismo, quais são as ações que se destacam?Wânia Seixas - No caso dos investimentos na área de turismo, desses cinco bilhões, 1,3 bilhão são destinados ao túnel que vai ligar a cidade de Santos ao Guarujá. Muitas pessoas questionam a importância desse túnel, se será apenas para caminhões de carga. Esse túnel, claro, vai diminuir o tempo de viagem, principalmente na alta temporada, momento em que o trânsito entre essas cidades é muito complicado. Apesar da distância percorrida ser maior, o túnel vai diminuir o tempo. Ele vai ser destinado para ciclistas, ônibus e automóveis. Também faz parte desse pacote de investimento a instalação de um VLT, que é o veículo leve sobre trilhos. O VLT tem duas etapas. Esse valor só está contemplando uma primeira etapa. O transporte possuirá aproximadamente 15 km e vai ligar o terminal de Barreiros, em São Vicente, com a Estação do V a l o n g o e o P o r t o d e S a n t o s . Concomitantemente irá entrar no túnel e sairá na cidade do Guarujá.

Diário - A cidade recebe muitos recursos por ser uma estância turística?Wânia Seixas - Outros investimentos no t u r i s m o s ã o c a p t a d o s p e l o D A D E (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias) com recursos enviados pelo governo do estado. Na verdade não são recursos do governo, o DADE é um investimento que o governo faz, mas é baseado nos impostos recolhidos no próprio município. Aquelas (cidades) que são turísticas, 67 estâncias no Estado de São Paulo, têm o direito de obter retorno desse imposto. No ano que vem, nós teremos em torno de 25 milhões (de reais) que serão d i v i d i d o s e n t r e d i v e r s a s o b r a s d e infraestrutura para o turismo na cidade, como mudar os quiosques na praia, diminuir o número de quiosques e transformá-los em restaurantes de fato, teremos uma ciclovia que liga a região central ao Horto Municipal. Teremos uma segunda etapa de construção do

centro turístico: a ciclovia que liga Santos a São Vicente, que será toda refeita no trecho da divisa, o projeto Luiz Gonzaga de alamedas, drenagem em vários lugares, o pátio municipal, que é um ícone do centro histórico, também vai ser restaurado. Enfim, são várias obras de cunho turístico que estamos prevendo realizar com esses 25 milhões do ano que vem.

Diário - Qual o posicionamento da Secretaria do Turismo de Santos nos congressos e feiras e qual a programação até o final do ano?Wânia Seixas - Nós damos muito valor para isso. Eu estou em meu sétimo ano na secretaria e nós temos uma política de mudar o estande a cada dois anos. Nós já tivemos a mureta da praia, o bonde, o farol, sempre com o café, então as pessoas sempre se encantam e nós ganhamos muitos prêmios de criatividade, de melhor estande. Neste ano, trabalhamos com um estande do Santos Futebol Clube, mexendo um pouco com essa dualidade Cidade de Santos – time do Santos, que é muito boa para a cidade. Nós fizemos um estande interativo onde as pessoas podem jogar, chutar a gol. O Santos está nos patrocinando esse ano, inclusive montou o estande. Para o ano que vem nós queremos levar alguns jogadores da velha guarda nas feiras para fazer um talk-show, dar uma incrementada. Para esse ano, além das feiras que já aconteceram, nós teremos a ABAV, SOCCEREXPO, que é uma feira das cidades da Copa. Nosso tema agora é o time do Santos e tem sido uma loucura.

Diário - Sobre o Trem Turístico, com as viagens temáticas, esse projeto já começou, vocês conseguiram a locomotiva 'Maria Fumaça'?Wânia Seixas- A Maria fumaça nós ainda não conseguimos, só conseguimos o recurso para fazer a obra na estação, que já está em licitação, foi uma emenda parlamentar. Estamos licitando então aquela área que era o antigo armazém de bagagem da estação e que vai se transformar na estação de embarque e desembarque, acoplado ali, nós deixamos uma sala para ABPF, que é a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária e nem adianta trazer a Maria fumaça agora porque ela ainda está sendo usada. Primeiro precisamos c o n c l u i r a o b r a , q u e v a i d e m o r a r

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aproximadamente um ano, para que, em meados do final do ano que vem, a gente consiga operar com essa Maria fumaça e fazendo as viagens temáticas.

Diário - Fale desses dois projetos de 2012 que são o Museu Pelé e o Porto Valongo.Wânia Seixas - Para 2012, estamos tentando entregar o novo orquidário para o aniversário da cidade, no dia 26 de janeiro, com área ampliada. O restaurante-escola, que vai funcionar na Estação do Valongo, atenderá 24 jovens em situação de carência e o Museu Pelé está previsto para o final do ano que vem, entre novembro e dezembro de 2012.O Porto Valongo é uma coisa mais demorada, uma SEPLAM já está licitando algumas coisas, alguns projetos, por exemplo. O terminal de passageiros vai ser a primeira coisa a ser feita, a ser licitada porque aquilo foi dividido em blocos, em pedaços loteados, então ainda vai demorar uns quatro anos para poder dizer que o Porto Valongo está funcionando em pleno vapor. Na área do Valongo mesmo terá o museu do bonde e a construção das torres da Petrobrás. A primeira torre vai ser entregue no final do ano que vem, onde vai funcionar a estação de negócios, com uma previsão de 6 mil funcionários e, nesse primeiro ano, 2 mil já.

Então acho que o próximo ano promete para aquele pedacinho do centro histórico.

Diário - Você acha que esses novos atrativos podem mudar o perfil do turista de Santos?Wânia Seixas - O nosso primeiro turista é o de São Paulo, depois a gente tem o turista nacional, que viaja e a gente tem muito estrangeiro, principalmente por causa do Porto onde chegam os cruzeiros marítimos. As pessoas sentem um apelo de vir a Santos porque muitos imigrantes vieram por Santos e subiram pela Estação do Valongo. Por isso, querem conhecer a cidade por onde o avô chegou e etc.. Então possuímos esse mote emocional do imigrante que veio para o Brasil e isso nos ajuda. No caso de estarmos nos preparando para uma copa, montamos um comitê municipal e Santos tem muita chance de conseguir ser uma cidade base das seleções. Acredito que o fato de termos a Vila Belmiro, o Pelé, que é o melhor garoto propaganda que nós poderíamos ter arrumado, e o Museu Pelé vai colocar Santos em uma rota internacional pois pessoas vão querer v ir pela questão emocional , saudosista, vão querer vir para ver o Museu Pelé, que é uma pessoa do mundo.

Rua do “Arigatô”, Parque Ibirapuera (Renato Eck Zorn)

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