esquizofreniaplanejada antonioherci encun-2014
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Esquizofrenia planejada Concerto assintônico, disléxico e estranho à harmonia
Música e performance no campo ampliado: declamação, vozes, guitarra, piano/sintetizador, percussão e projeção multimídia.
Textos e poemas dadaístas escritos, colhidos e executados pelo grupo, através de performances vocais e instrumentais com a técnica do ‘concerto preparado’ (ver abaixo) e projeções de imagens através de controladores e disparadores midi.
Voz e declamação: Antonio Herci, Mariana Teófilo, Roberto Gava
Piano e sintetizadores: Antonio Herci
Guitarra/baixo: Roberto Gava
Percussão: Ricardo Stuani
Programação e operação digital: todos
Recursos necessários: Mesa com canais separados de retorno (via cabo), entradas e saídas normais, microfones, equipamento de projeção multimídia (Datashow ou similar).
Duração prevista: 30min.
Músicas:
1. A música não pode ser erudita1 2. Desde Lampião até o Morro do Alemão
(Inédita: leituras de Canudos) 3. A buceta universal 2
(Inédita: Performance vocal inédita) 4. Esquizofrenia planejada
(Inédita: primeira experiência com a técnica completa)
1 Publicada e apresentada no SEFIM, Porto Alegre, 2013.
2 Sobre poema de Antonio Herci (“A buceta universal”) ganhador do prêmio Chico Science de Poesia da Cidade de São Paulo, 2005.
Utiliza-se a técnica do ‘concerto preparado’, inspirado em John Cage. O compositor americano amarrava coisinhas e cacarecos nas cordas do piano e, através de uma intervenção material mudava a dimensão do Piano como instrumento, que passava a produzir sons para além de sua própria construção e habitualidade.
No ‘concerto preparado’ penduramos coisinhas e cacarecos virtuais, diretamente a partir dos sons gerados pelos instrumentos e voz e processados em um reconhecedor de frequência, que re-endereça cada som executado para uma mesa de ruídos, timbres e sequências pré programadas.
A lírica trabalha através do recurso de ‘corte e colagem’: os poemas são decompostos até se transformarem em sons desarticulados ou que montam novas sequências de significado.
Além disso, cenicamente, trabalha-se com uma ‘esquizofrenia planejada’, que dá nome ao concerto. Esta técnica tenta separar, cindir e reordenar os momentos que caracterizam, na produção do som musical: movimento, evento sonoro, audição, entendimento, significação, retorno.
Através de mímicas, efeitos de retardos, ecos ou loops, tenta-se transformar a própria cadeia de transmissão do objeto sonoro e musical em tema de si mesma.
São utilizados recursos de programação e lógica modal na organização da escrita e planejamento dos eventos sonoros e timbres que compõe a mesa, de forma que seja possível sua grafia através de partituras para teclado: teclados preparados virtualmente.
As imagens são controladas via teclados e comandos sonoros.
Antonio Herci
São Paulo, 2 de setembro de 2014
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Antonio Herci foi discípulo de H. J. Koellreutter, é graduado em Filosofia (FFLCH/USP) e aluno do curso de Pós Graduação em Estética e História da Arte (FFLCH, ECA, EAD, FAU, MAC), onde desenvolve pesquisas com performances. É regente do “Coralocha, coral de galochas”, trabalha com música para teatro, radionovelas e experimentações eletroacústicas e canções em diversas parcerias com poetas: Maria Rita Kehl, Renata Pallottini, Amneres Santiago e outras.