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- GOVERNO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO COORDENAÇAO ESTADUAL DO PLANEJAMENTO MINISTERIO DO INTERIOR PREFEITURA MUNICIPAL DE CARIACICA - - ELABORAÇAO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO PARA O MUNICIPIO DE CARIACICA COMPONENTE c.40 - ESTUDO BASICO DO MEIO AMBIENTE VOLUME I (VERSÃO FINAL) INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES

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-GOVERNO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTOCOORDENAÇAO ESTADUAL DO PLANEJAMENTO

MINISTERIO DO INTERIORPREFEITURA MUNICIPAL DE CARIACICA

- -ELABORAÇAO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTOURBANO PARA O MUNICIPIO DE CARIACICA

COMPONENTE c.40

-ESTUDO BASICO DO MEIO AMBIENTEVOLUME I

(VERSÃO FINAL)

INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES

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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOCOORDENAÇ;AO ESTADWAl" DO Pl"ANEJAMENTO

MINISTERIO DO INTERIORPREFEITURA MUNICIPAl" DE CARIACICA

INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES

El"ABORAÇ;ÃO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTOURBANO PARA O MUNICIPIO DE cARIACIcA

COMPONENTE c.4ü

-ESTUDO BASICO DO MEIO AMBIENTEVOL.UME I

(VERSÃO FI NAL)

DEZEMBRO/1983

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GOVERNADOR DO ESTADO DO ESP!RITO SANTOGerson Camata

COORDENADOR ESTADUAL DO PLANEJAMENTOOrlando Ca liman

MINIST[RIO DO INTERIORMário Andreazza

PREFEITO MUNICIPAL DE CARIACICAVicente Santório Fantini

INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVESManoe l Rodrigues Martins Fi lho

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EQUIPE TÉCNICA

Paulo de Melo Freitas Júnior - Eng9 Civil

Almir Bressan Júnior - Biólogo

José Constantino Mazzaco - Fotointérprete

PARTICIPAÇ~O TtCNICAMaria da Penha Padovan - Bióloga

ESTAGI~RIO

Fernando Antônio Alencar - Eng9 Civil

3

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para

aqu~

calhas

4

APRESENTAÇAO

o Estudo Bãsico do Meio Ambiente representa o suporte fIsico-primãrio p~

ra a elaboraçâo da Polltica Urbana de Cariacica. Sua integraçâo ã umaPolltica de Desenvolvimento Urbano para o MunicIpio, se prende ao entendimento da import~ncia de preservaçâo do equillbrio dos processos naturais, essencial a própria sobrevivência humana. Em um municIpio pobree problemãtico, como Cariacica, esse fato representa, também, a longoprazo, economia preciosa de recursos que, de outro modo, serâo direcionados para carIssimas obras de recuperaçâo, quando nâo de calamidades.De outro lado, representa ainda a identificaçâo de recursos posslveis deserem explorados de modo a melhorar a renda da populaçâo. Acima de tudo,o ambiente natural constitui o quadro da vida quotidiana da populaçâo ea preocupaçao, com ele, é a preocupaçâo com a própria populaçâo, especialmente no que tange ã saude e saneamento.

Esse estudo tem ainda o papel de fornecer subsIdios e dados bãsicosos cãlculos e dimensionamento de obras municipais, principalmentelas relativas a escoamento de ãguas pluviais, esgotos, galerias ede cursos d1ãgua.

Nâo é um estudo acabado do ambiente em Cariacica, mas conta com um conjunto de informações capazes de dar um panorama geral de identificar osseus principais problemas. r, sem duvida, um instrumento precioso paratrabalbos futuros.

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I ND ICE

VOLUME I

APRESENTAÇAO

I. INTRODUÇAO ....................... ' ..

5

PAGINA

6

11. GEOLOGIA E PEDOLOGIA 9

111. CLIMA I I ' 1.. 24

IV. HIDROLOGIA 62

V. BIOGEOGRAFIA 93

V-A. BIOGEOGRAFIA - RELATORIO FOTOGRAFICO

VI. CONCLUSAo

VII. APÊNDICE

VOLUME 11 - MAPAS

- Geologia e Pedo1ogia- Hidrologia- Biogeografia- Clima

- Apêndi ce

118

144

146

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I -

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-INTRODUÇAO

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o MunicTpio de Cariacica se situa na encosta oriental do Planalto Cristalino Brasileiro, a oeste da Baia de Vitoria. Estã situado entre aslatitudes de 20°12 1 e 20°24' e das longitudes de 40°21' e 40°38 1 W. Ocupauma superficie de 272,430Km~ dos quais 34,lkm2 se encontram recobertos por assentamentos urbanos efetivos. (A ãrea de loteamentos aprov~

dos soma a 20,5km2 não incluidos ai os assentamentos espontâneos antigos,os loteamentos clandestinos e as invasões).

No territõrio municipal, se apresenta três feições geomorfolõgicas distintas:

- A região cristalina montanhosa do interior e litoral, ondea Serra de Duas Bocas e o maciço do Mounchuara.

- A região sedimentar aplainada dos Tabuleiros Litorâneos.

- A região sedimentar Fluvio-marinha.

sobressaem

Correspondentemente, os solos do municipio se apresentam em três grupos:

- Os formados no perlodo pre-cambriano:

Podzõlico. Cambissõlicos. Litol,iticos

- A formação Barreiras.

- Os solos Quaternários:HidromorficosAluvionaisDe restinga alta e com pouca expressa0

Quanto ao clima pode-se dizer que o Municipio vai se tornando mais umidoe menos quente, na medida em que se desloca do litoral para o interior,com temperatura medias, variando de 23°C a 20°C e pluviosidade entre1.200mm e 1.550mm, respectivamente no litoral e na montanha.

No que tange a recursos hidricos, o Municipio e coberto por 39 bacias,

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sendo que,quase todas,nascem no Maciço de Duas Bocas, com sentido dedrenagem predominantemente de oeste para leste. A maior destas bacias,

com 82KmL, dentro domunicipio, (108Km2 area total) e a do Rio Duas Bocas.

Originariamente, 90% da area do municTpio era recoberta por florestatropical, hoje reduzida apenas a reserva estadual de Duas Bocas. Esserecobrimento se divide em duas formas: a Floresta Atlântica de Encostae a Floresta dos Tabuleiros Terciarios (ocupando respectivamente 70% e20% da ârea municipal). Os campos de vârzea e a floresta paludosa marTtima recobriam os outros 10% da area. Com reduzida expressão em superfJcies, outras formações compareciam no municTpio: - Floresta Paludosa LitE..rânea, o Complexo de Restinga, o SCRUB Lenhoso Atlântico e a Floresta Riparia, das quais ainda restam alguns vestTgios. O quadro atual mostra agrande devastação da floresta originaria, apresentando em seu lugar vasta area de aparência savanizadas em pastarias. r de se dar mais atençãoa area plantada com bananais.

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GEOLOGIA E PEDOLOGIA

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o Municipio de Cariacica apresenta três feições geomorfológieas distintas: a região cristalina montanhosa do interior e litoral, na qual sesobressaem a serra de Duas Bocas e os maciços do Munchuara; a região sedimentar aplainada dos tabuleiros litorâneos e a região sedimentar aplainada fluvio-marinha.

Es~a divisão ~ paleograficamente coerente, pois situa historicamente bemas formações: o aparecimento dos primeiros escudos sõlidos da região doembasamento cristalino data da era Pre-Cambriana (ou Arqueozõica Indivisa, ha 2 milhões de anos); a deposição dos sedimentos dos tabuleiros litorâneos verificou-se na era Terciaria (ou Cenozõica Superior, ha 35 milhões de anos) e a deposição dos sedimentos dos rios e do oceano, verificou-se ja na era Quaternaria (Antropozõica, de menos de 1 milhão de anospara ca).

T~mb~m em relação ã litologia, ã geologia estrutural e ã estratigrafia,esta divisão em classes convence: o embasamento cristalino ~ profundo econstitui-se num conjunto de rochas cristalinas poli-metamõrficas, intensamente tectonizadas e migmatizadas; os sedimentos dos tabuleiros litorâneos são grosseiros, mal classificados, de estratificação confusa,desprovidos de vestigios do embasamento cristalino e de fõsseis, assentes discordantemente sobre o manto continental; e os sedimentos das pl~

niceis aluviais e marinhas são pouco coesos, de pequena profundidade eassentes concordantemente sobre o embasamento terciario e discordantemen~

sobre o embasamento cristalino, e algumas vezes fossiliferos.

Neste estudo, esta divisão foi sistematizada da seguinte forma:

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PRE-CAMBRIANO

Assoc~a;2o Paraiba do Sul - gnaisse composto de metamorfitosmente tectonizados e migmatizados .

intensa

. Co~plexo ~i0mat{tico - fácies da Associação Paraíba do Sul, constituí

do por migmatitos (diatexitos) homogêneos.

TERCIJl:RIO

Formação Barreiras - sedimentos dos platôs litorâneos, sem vestígio da

rocha-mãe, afossilíferos.

QUATERNJl:RIO

Aluviões fluviais - Sedimentos pouco profundos, mal classificados e

recentes, depositados pelos rios na era atual (vargens aluviais, engl~

bando solos de aluvião e hidromôrficos).

Aluviões marinhos - Sedimentos arenosos, nao coesos, pouco profundos,

depositados pelos diversos movimentos do oceano na era atual (resti~

gas) .

Aluviões flúvio-marinhos - sedimentos argilosos, depositados pelos rios

sob influência das mares (solos de mangue).

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1. PRE-CAfimRIANü

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A era Prê~Cambriana,na área do Munidpio de Cariacica, apresenta-se como

um conjunto de rochas polimetamorficas pertencentes aos planaltos cristali

nos rebaixados do Brasil, estruturalmente relacionadas ao Sistema da Man

tiqueira - Caparao, formadas basicamente por rochas cristalinas metamôrfi

cas (gr~isses), intensamente afetadas por sucessivas fases tectônicas e

de metamorfismo regional, alem de efeitos de granitização. Este conjunto

de rochas recebe o nome generico de Associação Paraiba do Sul.

Os minerais fundamentais do gnaisse sao quartzo, feldspatos e mica e en

centram-se orientados em camadas (~~stosic~de). Os gnaisses são de ori

gem metamorfica e encontram-se locaimente muito variados na granulação,

textura e composição. Os minerais acessarias mais comuns são silimanita,

cordierita, granada, andaluzita, piroxênio e anfibolio. A mica e geral

mente a biotita e o felJspato o ortoclãsio.

Os gnaisses possuem uma foliação secundária marcante evidenciada pelo ali

nhamento subparalelo dos minérais micáceos e ferromagnesianos, bem como o

esti ramento dos grãos de quartzo e fe ldspa to, cons ti tu i ndo o bandalTzento

caracteristico.

Dependendo ainda do conte~do em mica, apresentam ainda estas rochas umafo

1iação (xtstosidade) caracte~'lsti ca.

O fato de maior relevância nos sucessivos eventos metamórficos da Associa

ção Para1ba do Sul no munic1pio de Cariacica e o efeito de granitização

sofrido pelos gnaisses. Este efeito de granitização foi causado basic~

mente pela anateria (refusâo) da rocha metamorfica por efeito de intrusão

de magma.

Estas intrusâes do magma devem ter ocorrido entre 450 a 650 m. a., causan

do a reordenação e recristalizaçâo da rocha. A parte neossomática e um

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mobilizado tóide de composiçao quartzo-feldspatica e o paleossoma

sao gnaisses diversos. Quando bastante homogêneas, estas intrusões magma

ticas chegam a receber o nome de gra' itó~des (Rosier, 1965) e

sua composição e predominantemente granltica. Outro nome que se da a essas rochas e 0{ti~o.

Este Complexo ~Iigmatl co aparece numa extensa faixa na regiao, orientado

grosseiramente no sentido oeste-leste, vindo da Serra de Duas Bocas, pa~

sando pelos maciços do Munchuara e chegando a aflorar novamente em PortoSantana.

A grande importãnci~ desses migmatitoü esta ligada ã sua gênese: as in

trusões do magma llquido e gasoso pelas camadas dos gnaisses vinham acom

pat:hadas de grande produçao de gas carbõnico e fluldos os quais se depositavam nas hinge das dobras dos gnaisses pois lã criava-se ambiência de

-baixa pressao.

Uma vez resfriado e solidificado,esses compostos gasosos carbônicos se li

Qavam a cations de metais (mais comumente Fe e Al), formando os carbor~

tos, tão comuns no municlpio.

Os carbonatos são soluveis em ãgua via de regra e com o desenvolvimento do

intemperismo, formaram solos bastante coloridos (em geral rosas, verme

lhos, brancos) e extremamente erodZveis em relação ã textura. A influên

cia da granitização ê evidenciada inclusive na Formaçao Barreiras do con

tato litolõgico com o Pre-Cambriano, a qual se a~resenta extremamente co

lorida e com baixo teor de late~:zação em varios pontos, como o morro atras da fabrica da Coca-Cola ou nos cortes da estrada do contorno de Vitõ

ria.

Estas rochas granitizadas sao em geral claras, com variações para tipos

acinzentados e escuros e os constituintes mineralõgicos principais sao

quartzo, nlagioclasio, microclina e biotita e recebem algumas vezes a de

nominaçao de te~:tos.

Estas intrusões do magma causaram a form~ção de extensas areas na região

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do latossol podzólico (variação mais arenosa do solo zonal da região de

Vitória que e o latossolo) sobre a Formação Barreiras e sobre o Pre-Cambriano. A principal caracterlstica desses solos e a relação textural argila do horizonte B/argila do horizonte A, em torno de 2,0 (horizontes superficiais mais arenosos, solos erodlveis); bem como valores de Ki

°Si 2) e Kr Si °2 altos (superiores a 1,5), caracterizan

A1 2 0 3 A1 2 °3 + Fe203

do intemperismo e estãgio de latossolização nao muito adiantados.

Destaca-se ainda no municlpio uma mancha de solo podzólico nos vales docõrrego Montanha e Roda D'Ãgua (afluentes da m.e. do rio Formate) no peda Serra do Munchuara. Estes solos podzõlicos são ideais para a agricultura, pois têm maior reserva mineral e estrutura ideal para os plantios.Estes solos infelizmente não estão tendo utilização agrlcola e~sim. sendourbanizados. Sobre as formações Pre-Cambrianas do munidpio destacam-setambem os cambissolos e os solos litólicos, de pequena profundidade, assentes diretamente sobre as nochas cristalinas-mãe.

Esses solos, algumas vezes, têm sido utilizados para o plantio de bananais,em geral pelo elevado teor de umidade da ãgua que escorre no contato dasrochas.

o restante dos solos sobre o Pre-Cambriano no municlpio são os latossolo~

solos zonais das regiões equatoriais e subequatoriais umidas, basicamenteargilosos em todo o perfil, de valores Ki e Kr baixos (inferiores a1,5), altos teores de õxido de Fe e Al, ãcidos (ph menor. que 5,0) e qulmicamente pobres.

Sobre o ponto de vista da urbanização, a maior restrição que se pode fazer às rochas Pre-Cambrianas e aos solos delas derivados no municlpio deCariacica, diz respeito a ocorrência de altas declividades muitas vezes,pequenas espessuras do sóZum algumas vezes, bem como a textura mais arenosa, de fãcil erodibilidade. Dos estudos morfometricos que serao realizados poder-se-ã precisar melhor estas limitações ã ocupação urbana.

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TERCIARIO

A era terciaria no município de Cariacica apresenta-se sob a forma dos

platôs argilosos sedimentares litorâneos, provenientes de material decom

posto das rochas Pre-Cambrianas. O nome generico dessa formação tercia

ria e Barreiras, a qual se constitue num dos maiores depósitos sediment~

res do mundo, estendendo-se desde o Amazonas até o Estado do Rio de Ja

neiro. Esses tabuleiros apresentam um relevo monótono, bastante plano

e com pequeno caimento em direção ã costa e têm uma drenagem caracterís

tica, de vales profundos e que caem bruscamente dos platôs. Nas regiões

do contato litoZógico com o Pre-Cambriano o relevo é mais movimentado,

pois reflete as pequenas profundidades do embasamento cristalino.

A formaçâo Barreiras formou-se no perfod0 Terciario (talvez Mioceno Su

perior e Inferior - 30 m.a.), às custas dos ciclos de erosão denominados

Ciclo Velhas e Paraguaçu.

São sedimentos desprovidos de vestígios das rochas-mãe, afossilíferos e

basicamente argilosos.

E característica nessa formação a presença da canga Zateritica (deposi

ção química de óxidos de Fe e Ai sob a influência dos climas árido à se

mi-ãrido da epoca das glaciações). Os minerais fundamentais são quartzo,

argilas, areias e o feldspato jã muito alterado (cauZim). Comparecem

também a magnetita, o óxido de ferro, zircão, barita, ilmenita (pouca)e

fluorita. Ocorrem tambem minerais pesados e magnéticos próximos aos ho

rizantes da canga laterítica.

O que mais sobressai da Formação Barreiras no município de Cariacica e

que ela faz contato ZitoZógico muito íntimo com o complexo migmatítico

Duas Bocas - Munchuara - Porto de Santana, caracterizando-se por uma gr~

nulação mais grosseira, extremamente colorida e desagregavel em muitos

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pontos, além da presença de carbonatos, feldspato alterado e conseque~

te diminuição dos processos lateríticos (a canga não se forma muitas ve

zes devido a presença dos carbonatos).

16

Os solos desenvolvidos nestas condições sobre a Formação Barreiras em C~

riacica têm adiantado estado de podzolização (mais arenosos e estrutura

dos), sendo classificados a maior parte deles como latossol podzólico.

As principais limitações do Barreiras em Cariacica ã urbanização são os

fundos dos vales, sempre alagáveis e com solos hidromórficos, bem como

as escarpas dos platôs, essas de grande tendência ã erosão.

A absorção tridimensional e muito variada localmente, de acordo com os

horizontes, atingindo valores entre O a 50 11m2 x dia.

A facilidade ã urbanização diz respeito ao relevo suave e as altas taxas

de resistência mecânica dos solos. No mapeamento geológico executado,

sempre que possível, o Barreiras foi dividido em amarelo (mais argiloso)

e vermelho (colorido e mais arenoso).

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3.

1. ALUVlcrES FLUVIAIS

17

QUATERi,jÃR lO

Sob essa designação genérica quer-se indicar os depositos quaternãrios de

competência dos rios. E de se destacar aqui que todos os rios e bacias

hidrogrãficas que cortam o municTpio de Cariacica descem das vertentes

orientais da Serra de Duas Bocas*,atingindo rapidamente o perfil longit~

dinal de rios de planTcie aos pes da Serra, onde começam a ocorrer as var

gens aluviais. Assim e que as principais vargens aluviais sao formadas

pelos rios Duas Bocas, são Miguel, Bubu, Piranema, Formate e ~larinho. Os

sedimentos são constituTdos de argilas e areias intercaladas, sem contr~

le estratigrãfico, de côr em geral negra ou cinza, não consolidados. Como

são regiões alagadas boa parte do ano, a decomposição da materia orgânica

é lenta e sua lixiviação nula, ocasionando dep6sitos de sapropelitos e

turfeiras. Esses aluviões fluviais foram subdivididos basicamente em so

los aluviais (solos basicamente minerais, pouco desenvolvidos, recentes)

e solos hidromorficos (formados sob influência das ãguas, de alto teor de

matéria orgânica não decomposta - peat, bastante ãcidos e porosos).

Os solos aluviais podem ser aproveitados para a agricultura, desde que

corrigida a acidez e drenados convenientemente. Os solos hidromorficos

não salinos prestam-se bastante ã cultura do arroz e de gramTneas forra

geiras, como acontece nas baixadas do rio Reis Magos, no municTpio da Ser

ra.

O principal obstãculo ã urbanização destes solos e a drenagem impedida

(lençol freãtico a pequenas profundidades) e o alto teor de materia orgi

nica. Pode-se dizer quetnuma escala de prioridades, os solos hidromorfi

cos são mais problemáticos ã urbanização que os solos aluviais, devido ao

alagamento (inclusive esgotos), e baixas taxas de resistência mecânica.

*Ã exceção do rio Santa Maria da Vitoria.

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Os solos hidromorficos no mapeamento realizado foram divididos ainda em

duas classes: substrato mineral arenoso e não arenoso.

2. ALUVIOES MARINHOS

são os depositos arenosos de competência do Oceano (restingas), os quais

no municlpio apresentam pequena expressão de área, praticamente apenas

às margens do Rio Santa Maria da Vitória e do Rio Marinho. A textura earenosa em todo o perfil, serdo o quartzo hialino dominante. Estes alu

viões marinhos foram subdivididos em restingas altas (areias não alagá

veis, cujo lençol f~eãtico e profundo) e restingas baixas (alagáveis no

perlodo das chuvas, que via de regra apresentam um horizonte iluvial de

acumulo de materia orgânica, denominadas solos podzoí hidromórfico).

Quando ã ocupação urbana, as restingas altas são excelentes(alta permeabl

lidade, chegando a mais de 200f/m2 xdia; alta taxa de compressão mecânica,

não alagáveis), ao passo que as restingas baixas tem o inconveniente do

alagamento temporãrio.

3. ALUVIOES FLOVIO-MARINHOS

são solos recentes, formados pelo deposito de materiais carreados pelos

rios sob influencia da maré (soíos de mangue). Apresentam alto teor de

sais e compostos de enxofre, não tem diferenciação nltida dos horizontes

e podem apresentar horizontes de acumulo de matéria orgânica ou de con

chas.

A vocação ecologica destes solos não é urbana nem agrlcola, e sim de pr~

dução protéicaJ

pois localizam-se nos estuários onde a produtividade é a

mais alta dos ecossistemas Jo planeta e a fauna muito intensa. Os mangu!

zais tem importantlssima função ecologica de primeiro elo da cadeia ali

mentar que sustenta a vida na plataforma continental.

No municTpio de Cariacica destacam-se os manguezais situados nos estuâ

rios dos rios Santa Maria da Vitoria, Bubu e Piranema, todos na baia de

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Vitória, devendo-se destacar que o principal deles e o rio Santa Maria

da Vitória, formador da Ria de Vitória e localizado no fundo da bara de

Vitória (terceiro maior manguezal do Espirito Santo).

Apresentam-se no anexo a este trabalho algumas analises fisico-quimicas

de solos semelhantes aos que ocorrem em Cariacica, analises essas reali

zadas pela E~BRAPA em 1978 no Estado do Espirito Santo.

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4.

1. QUATERNARIO

20

CONSIDERACOES SOBRE AGEOLOGIA ESOLOS DA REGIAO DE CARIACICA

A era Quaternari a no muni cipi o apresenta uma area consi derave 1, cons ti

tuindo-se nas baixadas formadas pelos rios, pelos coluviões (sedimentos

transportados de pequenas distâncias pelos agentes erosivos) e pelo mar.

Houve por bem dividi-los em:

1.1. Solos hidromorficos

Foram formados sob influência do lençol d'agua.

Pode-se dividi-los em:

1.1.1. Solos de mangue

A vocação destes solos ê a de produção ecolõgica. O maior manguezal da

região da capital do Estado ê forméldo basicamente pelo rio Santa Maria

da Vitoria e tem parte dele no municipio de Cariacica (fundo da baia de

Vitoria). Sendo assim, não devem ser ocupados.

Entretanto alguns pedaços menores de manguezais, como os proximos a Por

to de Santana, ja comprometidos com a poluição e urbanização, admite-se

poderiam ser aterrados e desenvolvidos, desde que haja uma ocupação ra

cional (em especial altura e material do aterro convenientes).

1.1.2. Solos hidromorficos orgânicos

são as turfeiras das baixadas litorâneas. Se forem ocupados, note-se

os graves problemas de drenagem e esgotos (lençol freatico pouco profu~

do), de resistência mecânica dos solos (muito baixa), de compressibilida

de diferencial sob carga. Ha que se investir muito em infra-estrutura p~

ra urbaniza-los convenientemente.

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21

Se forem urbanizados em toda sua área de ocorrência (ou em sua maior

parte), haverá danos ecolõgicos consideráveis (destruição de biotas especificas,termino dos transbordamentos anuais, fertilizantes e beneficos

dos rios às baixadas e às águas a jusante).

Podem ser bem aproveitados para a agricultura, desde que realizadus en

saios de salinidade, pH, N total, P. Nesses solos se dão muito bem em

Nova Almeida o arroz e as gramlneas forrageiras. Se forem drenados, mis

ter se faz calcular os prováveis efeitos da salinização do solo devido

ao rebaixamento do lençol freático, cuidados com a possível murcha perm~

nente do peat (materia orgânica não decomposta) e prever-se o grande

grau de compactabilidade com maquinas pesadas.

1.1.3. Restingas baixas (podzol hidromõrfico)

Há tambem os problemas de drenagem e esgotos (lençol freático pouco pr~

fundo) e inundações. As taxas de resistência mecânica possivelmente

são bem maiores do que nos solos hidromôrficos orgânicos. Se ocupados,

ha que se prever aterros e/ou obras de drenagem e esgotos específicas.

Não são muito propícios à agricultura. Note-se que a solução fossa su

midouro para esgotos e inviável nesses solos hidromõrficos.

1.2. Solos de Aluvião

São menos alagáveis que os hidromõrficos, têm menor teor de materia ar

gânica (resistência mecânica maior) e, sendo assim, mais facilmente ur

banizaveis. são tambem propícios ã agricultura, desde que realizados

ensaios específicos de fertilidade (pH, P, N, K, C orgânico).

1.3. Solos de Restinga Alta

Têm pequena expressa0 de area no município. O lençol freatico e profu~

do, nao sao alagaveis e a taxa de resistência e alta. Alem disso pre~

tam-se bastante bem para as soluções de fossa sumidouro. Entretanto,

em Cariacica, a area destes solos e diminuta. As restingas altas exis

tentes serão melhor detalhadas botanicamente na prõxima fase do traba

lho.

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22

Z. TERCIÃRIO

A Formação Barreiras ocupa uma grande area no município. O relevo dos

platôs e suave ondulado; entretanto o Barreiras em Cariacica e bastante

dissecado (rede de drenagem e densa), muito mais do que no Norte do Esta

do, devido as aguas fluviais que descem do Pre-Cambriano. Esta disse

cação formou platôs estreitos e bastante barrancas e gratas inadequadas

a urbanização pela declividade.

Os platôs sao facilmente urbanizãveis (N.A. freatico a mais de 20m de

profundidade, taxas de resistência mecânica bastante altas), mas deve-se

tomar cuidados extremos nessa urbanização com os fundos de vale, depos~

tarios naturais dos esgotos e ãguas pluviais, para não se criarem os

problemas sanitãrios-ambientais hoje tão comuns no município da Serra

(planalto de Carapina).

E bastante relevante tambem o carãter podzolico da maior parte dos solos

que se formaram sobre o Barreiras (ao contrario do resto do Estado, on

de o carãter latossolico e marcante).

Esse carâter podzolico, devido às intrusões migmatíticas do Pre-Cambria

no das proximidades, originou solos mais arenosos, coloridos, carbonâti

cos muitas vezes, pouco lateríticos, facilmente desagregaveis e erodí

veis. Os cuidados conservacionistas com as barrancas da formação Barrei

ras em Cariacica são dessa forma fundamentais. Para se exemplificar, v~

ja-se o desaterro executado pela ESCELSA em Campo Grande (atrâs da fãbr~

ca da Coca Cola), o qual se constitui numa das maiores erosões da Grande

Vitoria. Na nossa opinião, a urbanização das barrancas do Barreiras de

ve ser fortemente impedida e deve-se proteger estas encostas, seja com

mberturavegetal, seja com obras de drenagem pluvial.

A taxa de absorção de agua do Barreiras em Cariacica e extremamente va

riavel, tendo-se encontrado valores que vão de O ate 50l/m2 x dia (em

testes de permeabilidade realizados na região, de acordo com os ensaios

de campo recomendados pelo U.S. Bureau of Reclamation). Sendo assim a

solução de disposição de esgotos tipo fossa-sumidouro não pode ser assu

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23

mida em toda a reglao, necessitando ensaios especificas para cada caso.

A presença dos carbonatos e das areias talvez dificulte bastante a uti1i

zação dos solos do Barreiras podzoliza como material para a construção

civil. Pode-se entretanto aventar a possibilidade de se utilizar as

variadas cores locais do Barreiras (rosa, vermelho, branco, amarelo,

etc) como corantes e pigmentos.

3. PRE-CAr'1BRI

A principal característica dessas formações em Cariacica são as intru

soes migmatlticas pelos gnaisses. Dos solos formados sobre o Pre-Cam

briano destaca-se uma região de solos estritamente podzolicosprôxima a

Piranema, em relevo suave (mais bem estruturados, maior reserva mineral

para a agricultura, menor acidez). São solos propícios ãs práticas agri

colas, mas vêm sendo intensamente urbanizados. Devido ã sua homogenel

dade, talvez pudessem servir para jazida de argila com a finalidade de

cerâmi ca.

Destaca-se ainda no Pre-Cambriano em Cariacica os solos cambissôlicos e

solos litõlicos, de pequena espessura, cuja rocha-mãe está a pequenas pr~

fundi dades .

Há bastante inconvenientes ã urbanização da maior parte do Pre-Cambria

no no município (altas declividades, solos rasos muitas vezes).

o lençol freãti co no Pre-Cambri ano tem profundi dades extremamente variá

veis com a topografia, profundidade da rocha, rede hidrogrãfica, etc e

a taxa de absorção de água e menor ainda que na Formação Barreiras (mais

argiloso, rocha a pouca profundidade), inviabi1izando assim soluções

fossa sumidouro para grandes áreas.

Provavelmente a brita extraída dos gnaisses e dos migmatitos deve ser

de inferior qualidade se comparada com a brita extraída dos granitos,

esses bastante comuns principalmente nos municípios de Serra e Vitoria.

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II I -

24

CLIMA

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Dois fatores estaticos têm importância fundamental no clima dopio: a posição e o relevo.

25

munici

Quanto ã posição, ressalta ã vista a proximidade da costa do AtlânticoSul, que confere o carater de maritimidade ao clima. O relevo, que vaidesde o nivel do mar ate altitudes de cerca de SOOm, na direção geralleste-oeste, atua no sentido de aumentar a turbulência do ar pela ascendência orogrãfica, notadamente durante a passagem de correntes perturb~

das.

Quanto aos fatores dinâmicos da circulação atmosferica, o munlClplO einfluenciado principalmente pelo anticiclone semifixo do Atlântico Sul

(oriundo das altas pressões das massas de ar sobre o Oceano), que orlg~

na a massa tropical Atlântica (m Ta) que, condiciona o clima durante qu~

se todo o ano; pelo anticiclone semifixo dos Açopes~ que origina a massaequatorial Atlântica (m Ea), menos atuante no verão; pelo ciclone da

Amazônia~ que origina a massa equatorial Continental (m Ec), mais atuante durante o verão, e pelo anticiclone permanente da Antáptica~ origemda massa Polar Atlântica (m Pa), que atua durante o inverno.

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-CARACTERIZAÇAO REGIONAL DO CLIMA DO

MUNICIPIO SEGUNDO THORNTWAITE

Baseando-se no trabalho Baluaço H{drico do Estado do Esp{rito Santo (E~

CAPA, 1978) e nos mapas de clima do Projeto Análise Ambiental da Região

de Vitória - Vol. I - Tomo 1 (FJSN, 1979) e tomando-se como referência os

dados da precipitação, evapotranspiração potencial e real, armazenamento

e deficiência hldrica (125mm de armazenamento) para cerca de 20 postos

nos municlpios de Vit6ria, Serra, Cariacica, Vila Velha, Viana, Santa

Leopoldina, Alfredo Chaves e Guarapari, chegou-se à elaboração dos map~

amentos de:

- Ml - Precipitação total anual

- M2 - Indice hldrico

- M3 - Deficiências hldricas

- M4 - Isotermas anuais

- MS - Provlncias termais

M6 Bioclima e associações fitogeogrãficas primitivas

Estes mapeamentos estão em anexo a este trabalho e deles podemos con

cluir, com relação ao munidpio de Cariacica, principalmente que:

1) A pluviosidade total anual varia desde 1.200mm na faixa litorânea,

ate valores mãximos prõximos a 1.550mm anuais, subindo o maciço de

Duas Bocas. O aumento de precipitação com a altitude era esperado,

em virtude das chuvas orograficas e da posição a barlavento das mon

tanhas em relação às massas de ar umido do oceano.

2) O municlpio apresenta, do litoral ate o maciço de Duas Bocas, 3 prQ

vlncias de umidade, indo de umido-subumido (O < Im < 20) no litoral,

passando a umido Bl (20 < Im < 40) subindo as montanhas, at~ a umido

B2 (40 < Im < 60) no alto do maciço de Duas Bocas (provTnci.as de umi

dade segundo a classificação de Thorntwaite).

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27

3) As deficiências hTdricas (125mm de armazenamento) variam de cerca de

70mm no litoral até valores menores que lOmm no maciço de Duas Bocas.

4) As temperaturas médias anuais variam de um maximo de 230 C no litoral

ate cerca de 20°C no maciço de Duas Bocas.

5) Em relação às provTncias termais, ° clima e megatêrmico (ET> 1.140)

no litoral e mesotermico (855 < ET < 997) nas montanhas.

Conclui-se assim, de uma maneira genérica, que, caminhando-se no sentido

litoral - Duas Bocas, ° clima do munlclplo vai progressivamente se tor

nando mais umido e menos quente, fatos esses perfeitamente corroborados

pela teoria.

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28

CAP~CTERIZAÇAO LOCAL DO CLI~~ DO MUNICIPIO

Para um detalhamento maior do clima do município, elegeram-se os segui~

tes postos de observação meteorologicos, todos situados no municípioou nas suas vizinhanças imediatas:

NOME DA CODIGO MJNICIpIO ALTITUDE LATITUDE LONGITUDE PERloDO DEESTAÇÃO DNAEE m SUL OESTE PBSERVAÇAO

Duas Bocas 02040014 Cariacica 200 200 16 1 40°28 1 05/52 a1982

Fazenda Fon 02040003 Serra 8 20°12 1 40°18 1 03/47 ate Limpa 1982

Vi tõri a 02040035 Vitória 31 20 0 19 1 40°20 1 1931 a1982

A estação de Jaguaruçu, situada no município de Vila Velha, embora loca

lizada na imediação do município de Cariacica, foi desprezada em virtude

da ma qualidade dos dados que ali foram coletados pelo DNOS.

Das 03 estações acima, as estações de Duas Bocas e Fazenda Fonte Limpa

sao operadas pelo DNAEE/CPRM e dispõem apenas de pluviômetro, ao passo

que a estação de Vitória, operada pelo INMET/MA, e climatologica princ~

pal, dispondo de medidas de pluviograma, pluviômetro, temperatura (mãx~

ma, mínima, media), insolação, ventos, evaporação, pressão atmosferica,

umidade relativa e nebulosidade.

Sendo assim, nas estações de Duas Bocas e Fazenda Fonte Limpa foram real~

zados apenas estudos de precipitação e estimadas as temperaturas mensais

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29

(media das minimas, media das mãximas e medias mensais) e anuais, atra

ves dos traba lhos Estimativas das temperaturas mécHas meY'..sais e anual do

Estado do Espirito Santo (EMCAPA, 1979); Estimat~iv(ls das temperatu.Y'as mlf

dias das minimas mensais e anual no Estado do Espb!ito Santo (EMCAPA,1980) e Estimativas das temperaturas médias das máJ~mas mensais e anual

no Estado do Esp{rito Santo (EMCAPA, 1980).

2.1, POSTO DE DUAS BOCAS

ZJ.1. PRECIPITAÇOES MENSAIS MtDIAS E PRECIPITAÇÃO MEDIA ANUAL

(Vide Grãfico 2.1.1).

2.1.2. EQUAÇAO DE CHUVAS INTENSAS

2.1.2.a. CHUVA MÃXIMA OlARIA ANUAL - DUAS BOCASCARIACICA (1953-1975) - EXCEÇAO DE 1974

ANO

19531954

195519561957195819591960

19611962

1963

19641965

19661967

CHUVA MÁXIMA OlARIA

60,350,890,3

114,0105,2

101 ,4

117 ,5

231,5

106,2

183,340,0

69,8

125,070,0

140,5

------------------------------contí nua

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Continuação de 2~1 .2.a

30

ANO DI7\RIA

1968

1969

1970

19711972

19731974

19751976

2.1.2.b - BUAS BOCAS

123,295,0

113,3145,4

55,6

87,4Desprezado porque faltou novembro

e dezembro

74,0Desprezado porque faltou outubro

e novembro

PRECIPITAiAO NQ DE PROBAS ILI DADE PERToDO DE REMÁXIMA DI RIA TORNO -

ANO ORDEM OBS.mm - (ORDEM DE n n 1

n P=TI+T =n T = -p-CRESCENTE)- m+

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Continuação de 2.1.2.b

---,--

PREC I PITACÃO NQ DE PROBABILIDADE PERfODO DE

ANO MAXIMA DIÁRIA ORDEM RETORNO 08S.mm - (ORDEt~ DE n n 1n P=m:tr = T =pCRESCENTE) - m+ --zJ

1~55 90,3 14 0,6086956 1,641973 87 ,4 15 0,6521739 1,531975 74,0 16 0,6956521 1,441966 70,0 17 0,7391304 1,351964 69,8 18 0,7826086 1,28

1953 60,3 19 0,8260869 1,21

1972 55,6 20 0,8695652 1, 15

1954 50,8 21 0,9130434 1,09

1963 40,0 22 0,9565217 1,05

2.1.2.c - DUAS BOCAS

PERIoDO DE RETORNO (ANOS)DURAÇÃO 5 10 25 50 100 150

5mi n. 16,99 21 ,08 25,30 30,12 34,93 44,57

lOmi n. 26,98 33,48 40,18 47,83 55,49 70,79

30min. 49,96 62,00 74,41 88,58 102,75 131,10

01 hora 67 ,51 83,79 100 ,55 119,70 138,85 177 ,16

06 horas 115,73 143,64 172,37 205,20 238,03 303,70

24 horas 160,74 199,50 239,40 285,00 330,60 421 ,80

01 di a 141 175 210 250 290 370

OBS: Relação: *Fonte: D.A.E. E.S.p.

*24h = 1,14 ~ = O 42 5min. = 0,34,1 di a 24h 30min.

6h = 0,72 30mi n. = 0,74 1Omi n. = 0,5424h 1 hora 30mi n.

3 1

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2.1.3. ESTIMATIVA DAS TEMPERATURAS

ESTAÇÃO: DUAS BOCAS -CARIACICA - ESTADO: Esp1RITO SANTOPERíODO: 52-75 - LATITUDE: 20 0 16'S - LONGITUDE: 4üo28'W.Grw.

MtDIA DAS MEDIA DAS MEDIA COM ALTURA TOTALMINI MAS * ~1AXIMAS* PENSADA'K (mm)**

Jan. 20,2 29,8 25,1 161 ,6

Fev. 20,2 30,3 25, 1 105,7

Mar. 19,8 29,7 24,5 136,2

Arb. 18,3 28,2 22,7 112,5

Mai. 16,5 26,7 20,6 82,4

Jun. 14,9 25,7 19,3 59,6

Ju1. 14,2 24,7 18,7 89,6

Ago. 14,7 27,3 19,5 56,3

Set. 16,4 27,8 21 ,1 101,8

Out. 17,6 28,6 22,1 162,3

Nov. 18,7 29,0 23,2 224,8

Dez. 1:J,6 29,~ 24,0 225,7

Anual 17 ,6 28,1 22,3 1.518,4

*Dados estimados pela climatologia da EMCAPA.

**Precipitação normal no periodo indicado.

32

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2.2. POSTO FAZENDA FONTE LIMPA

2.2.1. PRECIPITAÇOES MENSAIS MEDIA E PRECIPITAÇAO MEDIA ANUAL

(Vide Grãfico 2.2.1)

2.2.2. EQUAÇÃO DE CHUVAS INTENSAS

2.2.2. a. CHUVA MAXIMA OlARIA ANUAL

CARIACICA (1947-1975)

33

ANO CHUVA MÃXI~~ OlARIA

1947 70,2

1948 75,0

1949 58,0

1950 75,0

1951 13,0

1952 7,0

1953 47 ,0

19S4 11 ,0

1955 8,0

1956 10 ,O

1957 25,0

1958 25,0

1959 27,0

1960 25,0

1961 25,0

19ô2 25,0

1963 25,0

1964 63,2

1965 85,8

1966 75,6

1967 116,6

1968 56,4

1970 73,2

continua

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Continuação de 2.2.2.a

~lA OlARIA

34

1971

1972

1973

1974

1975

1976

1977

2.2.2.b - FAZENDA FONTE LIMPA

118,4

59,0

50,3

65,1

68,0

120,2

85,4

PRECIPITA~ÃO N9 DE PROBAB lU DADE PERloDO DEMÃXIMA DI RIA RETORNO OBS.

ANO mm - (ORDEM DE ORDEM m m 1CRESCENTE) - n P =m+l = 3T T = -p-

1976 120,2 1 0,032258 31 ,00

1971 118,4 2 0,0645161 15,50

1967 116,6 3 0,0967741 10,33

1965 85,8 4 0,1290322 7,75

1977 85,4 5 0,1612903 6,20

1966 75,6 6 0, 1935483 5,17

1948 75,0 7 0,2258064 4,43

1950 75,0 8 0,2580645 3,87

1970 73,2 9 0,2903225 3,44

1947 70,2 10 0,3225806 3,10

1975 68,U 11 0,3548387 2,82

1974 65,1 12 0,3870967 2,58

1964 63,2 13 0,41~3S48 2,38

1972 59,0 14 0,4516129 2,21

1949 58,0 15 0,4838709 2,07

1968 56,4 16 0,516129 1 ,94

1973 50,3 17 0,548387 1,82

continua

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Continuação de 2.2.2.b

PRECI PITAiAO N9 DE PROBABILIDADE PERrODO DE

ANO M]l;Xlrv'iA DI RIA ORDE1Vl RETORNO 085.mm - (ORDEM DE

n m m 1CRESCENTE) - P = = -3T T - -P-m+

1953 47,0 18 0,5806451 1,721959 27,0 19 0,6129032 1 ,63

1957 25,0 20 0,6451612 1,55

1958 25,0 21 0,6774193 1,48

1960 25,0 22 0,7096774 1,41

1961 25,0 23 0,7419354 1 ,35

1962 25,0 24 0,7741935 1,29

1963 25,0 25 0,8064516 1,24

1951 13,0 26 0,8387096 1, 19

1954 11 ,0 27 0,8709677 1, 15

1956 10,0 28 0,9032258 1,11

1955 8,0 29 0,9354838 1,07

1952 7,0 30 0,9677419 1,03

35

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OB5: Relação - *FONTE: D.A.E.E.5.P.

36

*24h

1 dia= 1,14 lh

24h= 0,42 5mi n.

30m; n.= 0,34

6h

24h= 0,72 30min. = 0,74

1 hora

10m; n.

30min.= 0,54

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2.2.3. ESTIMATIVA DAS TEMPERATURAS

ESTAÇAo: FAZENDA FONTE LIMPA - SERRA - ESTADO: ESPÍRITO SANIO

PERfoDO: 47-68 - LATITUDE: 20°12 1 5 - LONGITUDE: 40 0 18 I W.Gt'\L

Mt:DIA DAS MEDIA DAS lV1EDIA COM ALTURA TOTALMrNlMAS* MÃXIMAS* PENSADAF (Illln) **

Jan. 20,8 33,3 25,8 107,4

Fev. 20,9 33,9 26,0 63,4

Mar. 20,5 32,9 25,6 98,1

Abr. 18,8 31 ,2 24,2 71 ,3

Mai. 16,8 29,6 22,5 86,5

Jun. 15,2 28,6 21 ,4 64,3

Jul. 14,4 27,7 20,6 65,6

Ago. 15,1 29,0 21 ,1 40,0

Set. 16,7 29,4 22,0 63,7

Out. 18,9 30,3 23,0 101 ,2

Nov. 20,0 30,7 23,9 129,4

Dez. 20,6 31 ,6 24,8 161 ,4

Anua 1 18,2 30,7 23,7 1. 052,2

*Dados estimados pela climatologia da EMCAPA.

**Precipitação normal no periodo indicado.

37

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2.3. POSTO VITORIA

2.3.1. RESUMO DAS NORMAIS DOS PARAMETROS CLIMATOLOGICOS MEDIDOS (1931-1970)

LATITUDE: 20 0 19 1S LONGITUDE: 400 20'Wg - ALTURA: 31m

TEMPERATURA DO AR (C) PRECIPITAÇMPRESSAO UMI DA NEBULL Mi'\XIMA E~~

EVAPORA I NSOLA

MESES ATMOSFE MEDIA MEDIA MAxIMA ABSOLUTA MfNI ~1A ftBSOL UTA MEDIA DE Rf SI DA- ALTURA 24 H1RLl<:: ÇM TO ÇM ro DIASRICA - DAS DAS COMPEN LATf Dr- TOTAL TAL - T/\L (fTO DE

(mb) MAXI MINI GRAUS DATA GRAUS DATA SADA- VA- ALTURA DATA RAS C CHUVrt~AS MAS- (%) (0-10) (mm) (mm) (n1l11 )

D[CI )5)

Janeiro 1008.6 29.9 22.7 36.4 03/62 17.4 12/70 25.8 80 5.7 120.3 136.2 03/34 94.4 236.1 12

Fevereiro 1008.9 30.9 23. 1 37.0 05/65 19. 1 01/49 26. 1 78 5.3 77.1 100.6 23/41 91.6 228.5 ')

'-1arço 1009.6 30.4 22.8 36.4 07/58 18. 1 29/61 25.8 79 5.2 118.6 147.7 05/40 92.6 224.3 12

Ab ri 1 1011.4 28.8 21. 5 35.6 16/59 16.5 28/33 24.4 79 5.4 103.6 138.7 30/59 83.3 201.8 13

t~a i ° 1013.3 27.4 20.0 35.0 20/70 15.3 27/37 23.0 79 5.0 87.1 135.5 18/67 81. 5 213. O "12

Junho 1015.6 26.3 19.0 34.0 02/46 14.2 20/52 21. 9 80 4.8 71.4 196.9 24/69 73.7 201 .6 j

Julho 1016.9 25.3 18.2 32.2 22/63 13.2 15/51 21.0 79 5. 1 62.3 47.4 17/39 60.8 198.4 12

Agosto 1015.8 26.0 18.5 34.9 18/69 13.5 22/32 21. 5 78 4.6 44.2 73.9 06/34 88.4 222.4 9

Setembro 1014.1 26.5 19.5 33.6 07/67 13.9 01/48 22.4 78 6.2 72.3 73.9 29/56 89.1 177.7 9

Outubro I 1011.8 26.9 20.4 34.4 29/65 15.4 01/34 23.1 80 7 .1 118.6 115.3 21/69 85.3 16~.5 13

Novembro 1009.4 27.6 21. 1 35.0 29/70 14.2 05/31 23.8 80 7.4 173.8 183.8 30/67 79.5 155.6 16

Dezembro 1008.4 29.0 22.0 36.8 02/49 17.2 14/44 24.8 80 7. 1 189.2 129.8 05/48 84.0 176.8 17-- -

ANO 1012.0 28.0 20.7 37.0 05/02/65 13.2 15/07/51 23.6 79 5.7 1238.5 196.9 D4/06/69 1004.2 2400.7 143I - ~_ W" ___' " __"~___~' -

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2.3.2. DIAS DE CHUVA

~lESES JJaneiro

Fevereiro

Março

Abri 1

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

NQ DE DIAS

12

9

12

13

12

9

12

9

9

13

16

17

39

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2.3.3. PRECIPITAÇÃO MÃXIMA EM 24 HORAS

MESES PRECIPITAÇÃO (mm) DATA

Janeiro 136.2 03/34

Fevereiro 100.6 23/41

Março 147.7 05/40

Abri 1 138.7 30/59

Maio 135.5 18/67

Junho 196.9 24/69

Julho 47.4 17/39

Agosto 73.9 06/34

Setembro 73.9 29/56

Outubro 115.2 21/69

Novembro 183.8 30/67

Dezembro 129.8 05/48

40

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41

2.3.4. VENTOS - (m/seg)

PERIoDO DE 1931 a 1970

2.3.4.1. VELOCIDADE ~.fEDIA MENSAL E ANUAL POR DIREÇÃO

VELOCIDADE MEDIA MENSAL - m/segMESES

N NW

Janeiro 3.2 5.2 5.3 4.0 4.5 4.5 3.7 3.8

Fevereiro 3.7 5.3 5.8 4.8 4.3 4.6 3.7 3.2

Março 3.5 5.2 5.3 4.6 4.8 5.0 3.8 3.5

Abril 3.3 4.6 5.0 4.3 4.7 5.0 3.8 3.2

Maio 2.9 4.5 4.6 4.5 4.7 4.8 3.8 3.3

Junho 3.2 4.5 4.2 4.4 4.7 4.4 3.5 3.1

Julho 3.2 4.5 5. 1 3.8 4.7 4.8 3.4 3.5

Agosto 3.4 5. 1 5.6 4.5 4.9 5.1 3.3 3.2

Setembro 3.9 5.2 6.0 5. 1 5.3 4.8 4.0 3. 1

Outubro 3.9 5.4 5.5 4.6 5.8 5.1 3.5 3.6

Novembro 3.9 5.4 5.3 4.6 5.0 5.4 4.1 3.2

Dezembro 4.0 5.2 5.8 4.5 4.5 4.7 4.0 3.6

VELOCIDADE MEDIA ANUAL - m/seg

__N__l__N_E_---'__E_--.-.JL---_S_E_---L-_S.:..---.-l S_W__...:..:.W NW__

3.5 5.0 5.3 4.5 4.8 4.8 3.7 3.4

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42

2, 3,4,2. FREQUENCIA MENSAL E ANUAL POR DIREÇAo

1

FREQUENCIAMESES

LN NE E SE S SW W NW

Janeiro 17 33 9 2 2 6 2 5

Feverei ro 15 27 9 2 2 5 1 5

Março 11 20 9 4 4 14 3 4

Abril 7 9 8 5 6 24 5 3

Maio 6 8 8 5 5 26 6 3

Junho 7 9 9 4 5 21 6 3

Ju1 ho 8 12 8 4 5 22 6 4

Agosto 13 18 10 3 4 19 3 5

Setembro 12 23 8 4 3 17 3 4

Outubro 11 26 9 4 5 18 3 2

Novembro 10 22 8 6 6 17 3 3

Dezembro 14 28 8 4 4 13 3 3

FREQUENCIA ANUAL

N NE E SE S SW W JL-__NÍ'_J__

131 235 103 47 51 202 44 44

2,3,4,3, VELOCIDADES MEDIAS MrNIMAS E MAXIMAS POR DIREÇAo

IVELOCIDADE - m/seg

N NE E I SE I S I SW [ W ( NW

Mlnima 2,90 4,50 4,20 3,80 4,30 4,40 3.30 3.10

Mâxima 4.00 5.40 6,00 5.10 5,80 5.40 4.10 3.80

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43

2.3.4.4. DIAS DE VENTANIA

VENTANIA = Velocidade maior que 20m/seg.

MESES

NQ de dias o o o o o O o O O

2.3.4.5. DIAS CALMO

MESES DEZ.

Frequênci a

TOTAL ANUAL: 239

17 19 24 23 26 26 24 18 16 15 15 16

2.3.4.6. DIAS DE TROVOADAS

MESES DEZ.

N9 de dias 6 5 3 1 O O O O O 2 3 4

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44

2.3.4.7. ROSA DOS VENTOS

FREQuENCIA DOS VENTOS MtOIOS MENSAIS DE VITORIA - 1931 a 1970

VELOCID. MEDIAMENSAL (m/seg) N NW

2.0 - 3.0 0.70

3.0 - 4.0 14.53 0.23 4.78 5.13

4.0 - 5.0 4.43 2.91 4.75 4.31 17.36

5.0 - 6.0 22.98 9.30 0.46 1.83 6.30

PERCENTAGEM DO 15.23 27.41 12.21 5.44 6.14 23.66 4.78 5.13TOTAL

Os dados dos ventos podem ser graficamente representados pela Rosa dos

Ventos, na qual os comprimentos dos vetores radiais são proporcionais

as frequências relativas dos ventos numa direção em relação ao total de

ventos ocorridos em todas as direções e, para uma mesma direção, as pe~

centagens de ocorrências de acordo com as faixas de velocidades.

(Vide Grãfico l.3.4.7.)

2.3.5. EQUAÇAO DE CHUVAS INTENSAS

Em 1974, Sarmento et al1i desenvolveram as seguintes equaçoes de chuvas

intensas para o Posto de Vitória:

=2,071 FO, 32

(t + 20)°,96(t < 120 minutos)

e

i = 2,071 FO, 32tO ,96 (t > 120 minutos)

= intensidadede precipitação, em mm/hora.

F = perTodo de retorno, em anos.

t = duração da chuva, em minutos.

(Vide Grãfico 2.3.5.)

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45

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200

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140

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120

110

MESES

DEZNO'IOUTSETAGOJULJUNMAlA8RMARFEV100+----,---......,----,---,----.---..---.---....----,----,----1

JAN

INSOLAÇAO TOTAL MENSAL

CALORIAS MEDIAS ABSORVIDAS .:::. 0,38 cal /cm2

x min (ONDAS CURTAS)

::: 0,30 col/cm 2 x min (ONDAS LONGAS)

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46

MESESDEZNOVQUTSETAGOJULJUNMAlABRMARFEV

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70

65

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EVAPORAÇAO TOTAL MENSAL

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JAN FEV MAR A8R MAl JUN JUL AGO SET OUT NOV OEZ

UMIDADE RELATIVA MEDIA MENSAL

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2.1.1 - PRECIPITAÇAO MEDIA MENSAL EM DUAS BOCAS 48

PERíODO 1953 - 1975 (EXCEÇÃO DE 1974 )

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MESES

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60

70

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40

110

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100

140

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120

160

130

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200

180

190

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DADOS PRIMARIOS DE PRECIPITt,ç.ÃO

DIARiA FORNEC1DOS DELA E 'MCAPA

PRECIP!TAÇÃO MEDiA ANUAL::: 1~45 mm

2~47 931MAX t'i.NUAL

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49

2.2.1~

PRECIPITAÇAO ME DIA MENSAL EM FAZ. FONTE UM PA

PERIODO 1947 - 1977 (EXCEÇAO DE 1969 )

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MESES

JULMAlABRMARFEVJAN

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13

150

16

120

140

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9

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2

8

10

3

6

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<to

'W::E

PREC1PnAçAO MEDIA ANUAL = I044mmDADOS PR1MARlQS DE PRECl

DiÁRIA FCPNECIUOS PELt. E hft CAPA 1574

~ t~Y p~JAl...

98,9M'N tNUA...

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2.3.5 - EQUACÃO DAS CHUVAS INTENSAS,

POSTO DE VITORIA

i= 2071.Fo,32(t + 20)°,9'

100 ANOS

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DURAÇÃO EM MINUTOS

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51

MESESJAN FEV MAR ABR MAl JUN JUL AGO SET OUT NOV OEZ

N° DE DIAS DE CHUVA

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52

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O I I I I I I MESESJAN FEV MAR ABR MAl JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

ALTURA TOTAL MENSAL

IMA EM 24 HORAS

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JAN FEV MAR ABR MAl JUN JUL AGO SET OUT NOV

MESES

OEZ

53

NEBULOSIOADE MEDIA MENSAL

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54

MESES

DEZNOVOUTSETAGOJUlJUNMAlABRMARFEV

1011

1010

1012

1009

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1006

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1007

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1013

PRESSAO ATMOSFERICA MEDIA MENSAL

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MESES

DEZNOVOUTSETAGOJULJUNMAlABRMARFEV10 +---.---.----.-----.---.---.---.---r---r---r-----1

JAN

MAXIMAS TEMPERATURAS MENSAIS

.-.- MíNIMAS TEMPERATURAS MENSAIS

- - - -- MEDIA DAS TEMPERATURAS DIARIAS

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MESES

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VALOR MEDIO DAS MAXIMAS MENSAIS

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59

.2.3.4.7- ROSA DOS VENTOS DE VITORIA

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2:. 2.2 - PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DAS CHUVAS - FAZENDA FONTE LIMPA

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IV -

62

HIDROLOGIA

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1.

63

I I I

CARACTERISTICAS FISICAS E MORFOLQGICASDAS BACIAS HIDROGRAFICAS

De uma maneira geral, excluindo-se a bacia do rio Santa Maria da Vitõri~

as bacias hidrográficas que cobrem a área do municipio são pequenas, amaior delas sendo da ordem de 100km2 e nascem quase todas no maciço deDuas Bocas, a uma altitude máxima de 800 metros e numa extensão mãximado talvegue principal da ordem de 30km. O sentido da drenagem ~ predominantemente de oeste para leste, no eixo Duas Bocas - Baia de Vitõria.

Todas as 39 bacias hidrogrãficas,consideradas expressivas e que cobrem

o municlpio foram mapeadas, planimetradas suas ãreas, medido o comprime~

to do seu talvegue principal, o desnlvel mãximo entre a foz e as cabeceiras, calculado seu tempo de concentração, lndice de conformação e declividade média do talvegue principal. Tais informações se encontram noquadro 1, em anexo a este relatório.

A seguir, far-se-âniclpio.

uma descrição sucinta das principais bacias do mu

1.1. RIO DUAS BOCAS

O rio Duas Bocas ijasce dentro da reserva florestal de Duas Bocas, a umaaltitude de 750m e a ãrea total da bacia e de 108km2 , dos quais 82km2 e~

tão em Cariacica. Após percorrer uma extensão, aproximada, de 6km, dentroda reserva, foi este rio barrado com a finalidade de fornecer ãgua deabastecimento para a capital do estado (em 1936, pelo governo João Bley),formando-se ai uma represa, a qual ate hoje, após cloração, continua servindo por gravidade como fonte de abastecimento de ãgua para a sede domuniclpio de Cariacica e arredores (vazão mãxima regularizada de abaste

cimento da ordem de 250f/s).

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Apos percorrer as vertentes do maciço de Duas Bocas, une-se aodo Sabão (que tambem nasce no maciço) e forma uma extensa vãrzeanar ate se jogar no rio Santa Maria da Vitoria, jã proximo ao seurio e na divisa com o município de Santa Leopoldina.

64

Carregoaluvioestuã

A bacia do rio Duas Bocas e bastante protegida e conservada a vegetaçãoprimitiva nas suas cabeceiras. Alem disso, a ocupação urbana e inexpre~

siva dentro de seus limites, razão pela qual foi desconsiderada no PlanoDiretor de Esgotos da Grande Vitoria.

Com vistas ã Política de Desenvolvimento Urbano de Cariacica, propõe-sedesestimular a ocupação urbana nesta bacia e enquadrã-la na classe dequalidade de ãguas I, destinada a abastecimento domestico com previa desinfecção, bem como preservação da biota aquãtica (não se permitir olançamento de efluentes, mesmo tratados).

1 '"',L. CÓRREGO VASCO COUTINHO

Es te pequeno Carrego, de 14km2 de area,//e 6km de extensão, drena a sededo município de Cariacica e jã se encontra uma ocupação urbana de expressão nas suas cabeceiras. Na hipotese de ãrea urbanizada no ano2010, utilizada pela CESAN para fixar a ãrea de abrangência do Plano Diretor de Esgotos, supôs-se que a ocupação urbana não se estenderia pormais de 1.500m, descendo-se as vertentes dessa bacia, hipotese essaque não parece muito plausível. De destaque, hã atualmente nesta baciaapenas 2 pequenas represas no seu talvegue principal, as quais servempara a irrigação e dessedentação de animais.

1,3. RIO BUBU

A bacia do rio Bubu tem cerca de 48km2 e nasce no maciço de Duas Bocas,a uma altitude de 600 metros. O principal ponto de destaque são os manguezais do seu estuãrio, os quais se unem aos manguezais do rio SantaMaria da Vitoria, formando o grande complexo de manguezais do fundo da

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65

baia de Vitória. A bacia do rio Bubu atualmente tem ocupaçao urbana deexpressão, encontrando-se jã sua qualidade de ãgua bastante comprometi

da, em especial pela existência de dois grandes frigorificos (Paloma eFrimacal) que lançam altas taxas de poluição orgânica no estuãrio dorio.

A bacia do rio Bubu constitui-se num sistema independente de coleta, tr~

tamento e disposição final de esgotos, dentro do Planejamento da CE5AN(obras a se iniciarem em 1993), e espera-se adensamento de sua populaçã~

em especial nas adjacências dos eixos estruturantes do contorno daBR 101 e da E5-080.

1.4. RIO PIRANEMA

Esta pequena bacia, de 13km2 e 5km de comprimento estã atualmente todaurbanizada. Nasce seu talvegue mais comprido em Campo Grande e vai desaguar em Itaquari, onde existe tambem um complexo de manguezais. A qu~

lidade de suas ãguas encontra-se bastante comprometida e espera-se ummaior adensamento populacional nos próximos anos em seus arredores. Oplanejamento de esgotos da CE5AN uniu esta bacia ao 5istema Integrado deesgotos da Grande Vitória e planeja-se uma grande estação de recalquesde esgotos em Itaquari, a ser construida a partir de 1996 e a implantaçãode um interceptar por recalque pela E5-080 ate o trevo de Campo Grande.

1.5. CÓRREGO JARDIM AMéRICA

Bacia de 2km2 de ãrea tambem totalmente urbanizada e adensada. Tem suadrenagem diretamente ligada ao rio Marinho e suas ãguas tambem estãobastante poluidas. Esta baci~ a partir de 1996, vai ser cruzada em todasua extensão, atraves da BR 262, por um grande interceptar de esgotos sa

ni tãri os.

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1,6, CÓRREGO CAMPO GRANDE

Esta importante bacia urbana, de l3km2 de area, está totalmente localizada no dominio da Formação Barreiras e drena todo o centro de Campo Grand~

Cruzeiro do Sul, são Vicente, Bela Aurora, ate atingir um canal paraleloao rio Marinho e nele se lançar, na altura do bairro Cobi. Houve-se porbem dividir esta bacia em 02 sub-bacias, visto que a bacia do Campo Grande 2 ja esta bastante urbanizada.

Quanto ã foz do Córrego Campo Grande, admite-se que esteja poluindo acaptação do rio Marinho, via infiltração subsuperficial na barragem deterra que o separa do rio Marinho ate a altura de Cobi.

1.7. RIO fORMATE/MARINHO

A bacia deste rio nasce no maciço de Duas Bocas, a uma altitude de 750 m~

tros. Sua area e da ordem de 95km2 (ate Caçaroca), dos quais 51km2 de~

tro do municipio de Cariacica. A ocupação urbana nas cabeceiras e desprezivel ate a altura de Membeca, a partir de onde jã se deteta areas emfase de urbanização, em especial a partir de Piranema. Alem da poluiçãopor esgotos domesticos, este rio sofre o lançamento de pesadas cargas p~

luidoras das industrias Real Cafe Soluvel, Brasperola e Chocolates Vit~

ria, que eliminam o oxigênio dissolvido de suas aguas por alguns quilôm~

tros, tornando a vida aquatica aeróbica impossivel.

Na altura de Caçaroca o rio Formate se une ao Canal das Neves (construIdo pela CESAN) e dai corre pelo Canal Marinho, onde e captado pela CESAN(400l/s atualmente) para abastecimento d'agua da Grande Vitória. Em seguida recebe o Córrego Campo Grande e vai ate ã baia de Vitória. A bacia do rio Formate não esta i:ncluida no planejamento de esgotos da GrandeVitória (ate a altura de Caçaroca), a não ser uma faixa lateral a BR 101que vai de Piranema ate 500m a jusante da ponte da BR 101.

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67

1.8. RIO SANTA MARIA DA VITÓRIA

o rio Santa Maria da Vitória nasce na Serra do Garrafão, munlClplO deSanta Leopoldina, a uma altitude de 1.200m e sua bacia tem cerca de1.400km2 de ârea. Dentro dos limites do municlpio de Cariacica a baciadeste rio só apresenta duas sub-bacias (Duas Bocas e Vasco Coutinho) emtermos de ãrea.; Entretanto, a importância maior desse rio, que separaos municlpios de Cariacica e Serra, são os manguezais do seu estuârio nabala de Vitória, que formam um dos complexos ecológicos mais importantesdo Estado. Alem disso, este rio jã e captado atualmente para ãgua deabastecimento da CVRD (aproximadamente 300f/s) e nele estã se implanta~

do uma grande captação (2.400f/s ate 1987, podendo ser ampliada a5.000f/s) para abastecer todo o planalto de Carapina e os balneãrios daSerra.

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2.

2.1. VAZOES NATURAIS

.o) VAZOE!SMt9IAS A;~W\IS

68

- -CARACTERISTICAS HIDROLOGICAS DAS BACIAS

Não hã registro de medições de vazão diretas em nenhum rio do município,

a não ser o rio Santa Maria da Vitôria,que e medido pelo DNAEE/CPRM

em Santa Leopoldina e já foi medido em Capitania (Alfredo Maia).

Dessa forma, realizou-se uma estimativa para as vazões medias, partindo

dos conceitos de balanço hidrolôgico e deficit de escoamento media anual de uma bacia, utilizando..,se as fôrmulas:

R = P - E

Q =R/l.OOO x A x 106

31,5 x 106

Onde:

R = Altura media anual da lâmina d'âgua que, uniformemente distribuída

sobre a bacia hidrogrâfica, representaria o volume total escoado p~

lo curso d1âgua principal (em mm).

P = Altura pluviometrica media anual sobre a bacia hidrogrâfica (em mm).

E = Evapo-transpiração media anual sobre a bacia, considerada como o de

ficit de escoamento media anual (em mm).

Q Vazão media anual (m 3/s)

A = ~rea da bacia (km2 ).

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ria - Vol. I - Tomo 1~ FJSN, julho/79 (províncias termais), o que

um valor proximo daqueles adotados pela Sondot~cnica/EnaldoCravo

to e pela Tams Engenharia para câlculos hidrolõgicos na região de

ri a.

o d~ficit de escoamento m~dio anual foi estimado em 1.070mm,

se no Mapa 6 do trabalho Projeto de Análise

69

baseando-

de Vitó-e

Pei xo

Vitõ

A precipitação m~dia anual foi estimada em 1.400mm (de acordo com o Mapa

2 do projeto acima citado). Sendo assim, chegou-se ã seguinte relação

de vazões m~dias para as principais bacias do município:

BACIA J A P E L(~) Q MEDIO(km 2 ) (mm) (mm) (m 3/s)

ANUAL

Bubu 47,8 1.400 1.070 330 0,50

Pi ranema 12,7 1.400 1.070 330 0,13

Campo Grande (1 + 2) 12,8 1.400 1.070 330 0,13

Duas Bocas 108,2 1.400 1.070 330 1,10

Formate 95,0 1.400 1.070 330 1,00

Vasco Coutinho 14,1 1.400 L070 330 0,15

b) VAZÕES MTNH1AS DI1\RIAS ANUAIS

As vazões mínimas anuais foram estimadas admitindo-se que a frequência

das vazões das bacias em estudo seja semelhante ã do rio Santa Maria da

Vitoria em Capitania (Alfredo Maia), onde a vazão mínima ~ cerca de

25% da media anual.

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70

Sendo assim, temos o quadro:

Vasco Coutinho

Campo Grande (1 + 2)

BACIA

Duas Bocas

Bubu

Formate

Piranema

-j Q MrNI~1O DIARIO ANUAL (m 3 /s)------------------

0,13

0,03

0,03

0,28

0,25

0,04

Q Mínimo = 0,25 Q Medio

c) VAZÕES M~XINAS ANUAIS

Para o cálculo das vazões mãximas anuais para as principais bacias do

município utilizou-se o metodo do hidrograma unitãriq modificado por

Snyder e Linsley (1943), regido pelas fórmulas:

tp = 0,752 x Ct (L • Lg)0,3

Qp = 2,755 x Cp x A x itp

tR =~5,5

Se tR < Tc,

t1p= tp + tc - tR4

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71

Onde:

L = Comprimento total do talvegue em kms.

Lg Distância, pelo talvegue ate a foz, do centro de gravidade da bacia

em kms.

Ct Coeficiente emplrico = 0,9

Cp Coeficiente emplrico 0,6

tp = Tempo de retardamento em horas

Qp = Vazão de pico em m3/s.

A Ãrea da bacia em km 2 .

tR = Duração em horas da chuva unitãria

Te = Tempo de concentração em horas, dado pela fórmula:

H = Desnfvel entre os pontos de cabeceira e foz do rio, em metros.

i = Chuva de projeto, considerada de 100 anos de retorno, e de

igual ao tempo de concentração de cada bacía (em em/hora),

do com a equaçao intensidade - duração - frequência de chuvas

sas na região da Grande Vitória-ES (Sarmento, R., 1974).

duração

de acor

inten

Tem-se assim, o quadro a seguir.

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I VAZl'íO Mlii IX1MA ANUiYL

/horaS)IIoEl00 ANOSTR =100 ~(mJ/s)

~------'-~.-

I IBACIA L Lg tp tR Tc t'p A I

I(cm( km) (km) (horas) (horas) (horas) (horas)

I( km 2 ) p/

Bubu 18 5,5 2,7 0,49 2,5 3,2 47,8 3,6 88

Pi ranema 5,5 2,6 1,5 0,27 1,5 1 ,8 12,7 2,7 32

Campo Grande (1 + 2) 6,0 3,5 1,7 0,31 1,5 2,0 12,8 3,1 32

Duas Bocas 26 12 3,8 0,69 3,5 4,5 108,2 3,7 147

Formate 27 14 4,0 0,73 4,2 4,8 95, O 3,3 108

Vasco Coutinho 9,0 4 2,0 0,36 2,2 2,5 14,1 3,0 28

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d) RIO SANTA MARIA DA VITORIA

Este rio estâ sujeito atualmente a monitoramento continuo de suasvazões naturais no posto de Santa Leopoldina. Esta apresentada~a

seguir, suas principais descargas.

DESCARGAS M~XIMAS DE ENCHENTES EM SANTA LEOPOLDINA,._.._......_..--"------

01/50 39,8

12/51 88,2

01/52 151,2

12/53 93,0

01/54 48,2

11/55 54,6

12/56 216,0

01/57 81,5

04/58 68,7

12/59 91,5

03/60 327,5

11/61 194,0

12/62 88,0

02/63 48,3

01/64 119,0

02/65 119,0

11/66 168,0

12/67 100,0

03/68 58,6

06/69 100,0

11/70 152,0

11 /71 156,0

11/72 119,0

03/73 93,6

01/74 230,0

01/75 241,0

11/76 128,9

11/77 87,9

07178 369,2

02/79 366,6

01/80 195,6

Fonte: DNAEE - 59 Di s trito.

73

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GRÁFICORIO SANTA r~RIA DA VITúRIADESCARGAS NATURA.IS MTNHtC\S EM CAPITANIA (1950/1976)

74

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GRÁFICO 1Rio Santa Maria

Oescargas Naturais Mínimasem Capitania1950 - 1976

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V

'9504 1958 1958 196(] 1962 lQ6.4 1966

Fonte: DNAEE - 59 Distrito

,...

GRAFICO 2RIO SANTA MARIA DA VITÓRIADESCARGAS MEDIAS ANUAIS EM SANTA LEOPOLDINA (1950/1974)

I .'-.

I ··1: ,:: I"O

"fjf

'1.. 1'10

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1S.íf'Qn,':.,.

GRÁFICO 2R io Santa Maria

Oescargas Médias AnuaisSanta Leopoldina

1950 - 1974·:)N....EE

Fonte: DNAEE - 59 Distrito.

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75

RIO SANTA ~~RIA DA VITÓRIA

EM CAPITft,NIA - DESCARGAS - TIPO DIÃRIAS

DESCARGA-TI PO Q (m 3js)

Q 10% 39,8

Q 25% 24,0

Q 50~b 14,7

Q 75% 10 ,0

Q 90% 7,0

Q Mlnimo 4,8

Fonte: Consórcio Sondotecnica - Enaldo Cravo Peixoto.

2.2. QUALIDADE DAS ÃGUAS

POLUIÇ~O ORGÃNICA DE ESGOTOS DOMtSTICOS

A partir dos mapeamentos das bacias hidrogrãficas e das populações em

1980 (mapa de setores censitãrios do IBGE), chegou-se ã conclusão sobre

as populações totais por bacia, bem como suas densidades populacionais.

Tais dados se encontram no quadro 1, anexo a este relatório,

Note-se que o indicador habitantes/ha da baci~ ê o principal para se af~

rir o grau de contaminação das ãguas por esgotos sanitãrios domesticas,

no caso de pequenas bacias sujeitas ao mesmo regime pluviometrico e emcondições geológicas semelhantes.

A seguir, considerando-se um peY'capita de 54g DBo~O-e 70g SS/hab. dia,

calculou-se as cargas de DBO e S5 que são jogadas atualmente pelos esg~

tos domesticos em cada bacia. Notou-se assim que, das principais bacias,

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as 03 mais polufdas por esgotos dom~sticos, em ordem decrescente, sao:

Jardim Am~rica, Campo Grande 2 e Piranema.

b) POLUIÇAo DE ESGOTOS INDUSTRIAIS

De posse dos cadastros industriais elaborados pela Secretaria de Estado

da Industria e Com~rcio em 1981 para os municípios de Cariacica, Viana,

Santa Leopoldina e Serra, e baseando-se no tipo de processamento indus

trial, capital social e numero de empregados de cada industria, listou­

se todas as atividades potencialmente poluidoras da agua e do ar loca

lizadas nas bacias hidrograficas de Cariacica, inclusive postos de gas~

lina e hospitais. A seguir, baseando-se nas fotos a~reas e visitas de

campo, mapeou-se adequadamente as industrias nas bacias hidrograficas em

escala 1:20.000, conforme o Mapa 2 e Quadro 2 em anexo a este relatório.

A seguir, de posse do relatório preliminar do Plano Diretor de Esgotos

da Grande Vitória (CESANjHIDROSERVICE-1981) (pags. 119 e 120), fez-se a

estimativa de vazões e cargas industriais (OBa e SS) das industrias loca

lizadas nas bacias hidrograficas que chegam a Cariacica, segundo a bi

b1iografia usualmente utilizada. t de se ressaltar que os dados de ca

dastro conseguidos pela HIOROSERVICE são em fase preliminar e deixam a

desejar, tanto qualitativa como quantitativamente.

Entretanto, são os unicos dados disponiveis de cadastramento industrial

na Grande Vitoria, visto que o cadastramento industrial que vem sendo rea

lizado pela Secretaria de Estado da Saude não esta disponive1.

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INDOSTRIAS POLUIDORAS CONSIDERADAS NO PDEGV QUE DESPEJAM OS EFLUENTES N4S

BACIAS HIDROGRAFICAS DE CARIACICA

BACIA

FORMATE

JARDIM

AMtRICA

BUBU

TIPO

Textil

Abated/Rações

Cafe

Chocolate

Metalurgica

Si derurgi ca

QUlmica

Refrigerantes

Abatedouro

Abatedouro/Frigorlfico

RAZÃO SOCIAL

Brasperola Industria e Comercio S/A

Ou Milho S/A - Ind. e Come rci o (Vi ana)

Real Cafe Soluvel do Brasil (Viana)

Chocolates Vitõria S/A(Viana)

Companhia Brasileira deFerro (Viana.)

COFAVI

S/A White Martins

Refrigerantes Vitória S/A

Frigorlfico Paloma S/A

Frimaca1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

SANTA MARIA DA

VITDRIA

Metalurgica

Curtume

Metalurgica

C.L.M. -Cia. Lam. Metais(Serra)

Corsanto - Curto E.S. Ltda(Serra)

Sobrapa - Soe. Bras. Paraf.(Serra)

11

12

13

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ESTIMATIVA DE VAZOE5 E CARGAS INDUSTRIAIS ANALISADAS NO PDEGV

78

IND. f\GUA CONSU OESP EJ O OBa OBü 55

I5S

NQ MIOA m3/a m3/d mglt kg/d mg/t kg/d,

800 640 420 269 95 61

2 390 312 2.000 624 930 290

3 310 248 2.000 496 1.000 248

4 201 161 4.000 644 2.500 403

5 4.061 3.249 300 975

6 2.815 2.252 300 675 300 675

7 67 54 500 27

8 394 315 1.500 473 . 520 164

9 183 147 3.500 514 930 137

la 741 593 3.500 2.076 930 552

11 42 34 100 3

12 800 640 900 576 1.100 704

13 4 3,2 100

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vê-se assim que a analise das cargas industriais esta aquem do esperado

do ponto de vista quantitativo, Entretanto, do ponto de vista qualitati

vo, os maiores problemas de poluição industrial pesada detetados estao

localizados no estuario do rio Bubu (2 Frigorlficos com alta taxa de

OBO), no rio Formate (Brasperola, Real Cafe, Ou Milho, Chocolates Vitõ

ria, CBF) e no Córrego Jardim America (COFAVI, Refrigerantes Vitória).

Proposições de medidas de controle ã poluição hTdrica necessitam de

quantificação de parâmetros dos efluentes industriais, não disponlveis

no momento, ã exceção da Real Cafê Soluvel do Brasil que já tem pronto

um projeto executivo de tratamento do seus esgotos (lodos ativados por

aeração prolongada), inclusive analisado pela ex-Fundação Estadual do

Meio Ambiente. Não se tem notTcias da implantação deste projeto.

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3, APENDICE

80

AN~LISE DO PLANO DIRETOR DE ESGOTOS SANIT~RIOS DA GRANDE VITURIA COMVISTAS AO PLANEJAMENTO URBANO DO MUNICIpIO DE CARIACICA.

Com a finalidade de fornecer subsldios para o Estudo Bãsico do Meio Ambiente da Polltica de Desenvolvimento Urbano do Municlpio de Cariacica,desenvolveu-se a presente anãlise. r de se ressaltar que o trabalhoora analisado foi executado pela HIDROSERVICE para a CESAN e estã atualmente (setembro/82) na fase de minuta, podendo ainda ser sujeito a revisões e reavaliações.

O produto do trabalho analisado consiste de 01 volume de texto (263 pp.mais anexos) e 01 volume de mapas (17 mapas principais na esc. 1:50.000e 09 mapas de perfis de interceptores na esc. hor. 1:10.000 e verto1:100).

O Plano Diretor de Esgotos Sanitãrios da Grande Vitõria foiaproximadamente nos seguintes itens:

1. CARACTERIsTICAS DA GRANDE VITURIA

dividido

Neste capltulo define-se a ãrea de abrangência do plano (que vai desdeNova Almeida ate Viana), conforme o mapa PDEV-001-PT, a partir de virias suposições da ãrea atualmente urbanlzaveJ ate a ãrea potencialme~

te urbanizãvel no horizonte do projeto, que e o ano de 2.010.

Neste capltulo ainda se descrevem resumidamente as condições histõricas de ocupação do sltio, clima, acesso e transporte, comunicações, e

nergia eletrica e desenvolvimento econômico.

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2. CARACTERIsTICAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO D'ÃGUA EXISTENTE NA GRANDEVITÓRIA

Descreve-se neste capitulo os antecedentes históricos dos sistemas deabastecimento d'agua da Grande Vitoria, e os planejamentos recentes dosistema, realizados pelas firmas Engemeter Engenharia (1977) e CAB - Consultores Associados Brasileiros S/A (1930), bem como os sistemas atuaise suas previsões de expansao.

Estes sistemas estão localizados no Mapa PDEV - GER-001-SN.

3. CARACTERIsTICAS DO SISTEMA DE ESGOTOS EXISTENTES NA GRANDE VITÓRIA

Neste capitulo, a rigor, se conclui que inexiste qualquer sistema adequ~

do de coleta, tratamento e disposição de esgotos atualmente na GrandeVitoria, ã exceção de alguns poucos conjuntos habitacionais recentes edas redes coletoras da drenagem pluvial, das Prefeituras Municipais, nasquais são realizadas ligações clandestinas de esgotos. A situação atualdos esgotos esta detalhada no Mapa n9 PDEV - GER-002-SN.

4. ELEMENTOS PARA A CONCEPÇAO 00 PROJETO

a) Estimativas de população

Descreve-se aqui os estudos realizados pelo IJSN especialmente para estePlano Diretor, denominados Grande Vitória - Projeção da população 1980­

2010~ o qual basicamente partiu de series de dados históricos publicadospela FIBGE e efetuou projeções globais, sob varias hipóteses socio-econômicas e de uso do solo, desagregadas a nivel de unidades territoriaisdenominadas ATA0 - Ãrea de Tratamento e Analise de Dados. O Mapa PDEV­OOl-PT mostra a area urbanizada em 1930, a estimativa dos limites do futuro aglomerado urbano no ano 2010 e os fatores condicionantes do meiofisico.

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b) Caracterização Geolõgica

A partir dos mapeamentos realizados pelo IJSN e CPRM a nfvel regionalde solos e geologia, elaborou-se um mapa de zoneamento geot~cnico (PDEV­

GER-001-GM), no qual se considerou principalmente as limitações para im

plantação do sistema de esgotos sob o ponto de vista do ambiente flsico

(areas alagaveis, altura de lençol freatico, solos de pequena profundldade, de baixa resistência mecânica, aterros, etc).

c) Etapas de construção

Aqui se define a polftica que ira orientar a ampliação dos recursos do

plano, da seguinte forma: não ha, em termos praticos, sequer um sistema

de coleta e ha escassez de recursos para execução das obras de vulto

que compõem o Plano, agravada pela inexistência pr~via de usuãrios que

ajudem a pagar a implantação do sistema.

Sendo assim, optou-se por:

Serão atendidas prioritariamente as areas de maior densidade popul~

cional e de mais elevado nfvel sõcio-econômico (populações ricas, que

darão retorno aos investimentos).

Na escala de prioridades, a seguir, encarar-se-ã o problema das areas

alagaveis e de lençol freatico quase aflorante, que ~ um serfssimo

problema que afeta a Grande Vitória, partindo-se do suposto que,

adensando-se a ocupação urbana nessas areas, a situação sanitario-am

biental atingira nfvel alarmante em pouco tempo.

Nas regiões mais elevadas, onde habitam populações pobres (Serra, Vi~

na, parte de Cariacica), devido ã possibilidade de fossas -sumidouros

e pequeno nivel econômico da população, a implantação do sistema p~

dera ser adiada no tempo.

Procurou-se atender tambem aos beneficios imediatos em relação ã qu~

lidade dos corpos d'ãgua receptores de esgotos (rios, lagoas, baia

de Vitória e orla marltima), de acordo com seu uso, em especial às

praias mais frequentadas em Vitória e Vila Velha. Neste aspecto,

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não há conflito de prioridades, visto que as soluções apontam primel

ro para o atendimento às populações mais ricas, que habitam prefere~

cialmente a faixa litorânea.

d) Zonas a serem servidas

Estabeleceu-se uma densidade habitacional mlnima para populações esgot~

veis~ da ordem de 50 hab/ha e, de acordo com o atendimento atual do

sistema de abastecimento d'água, elegeram-se as prioritárias bacias aserem esgotadas.

Como Cariacica é habitada por populações pobres, e servida apenas 47%

da população pela rede d'ãgua da CESAN e e distante do litoral frequent~

do por banhistas, julgou-se pela não prioridade em implantar-se neste

municipio inicialmente qualquer sistema de esgotos.

As prioridades ficam então para:

Prioridade 1:

Bacias 4, 5, 9 e 10 em Vitória (praia do Canto, Barro Vermelho, Praia

do Suá, Itararé, Jardim da Penha e Jardim Camburi).

Bacia 13 em Vila Velha (Praia da Costa, Glória, parte do Ibes e Divino

Esplrito Santo, Farol de Santa Luzia).

Prioridade 2:

Nucleo de Carapina (Serra).

Prioridade 3:

Cariacica, Serra (Civit, Manguinhos, Nova Almeida) e Viana.

e) Vazões de projeto

Discute-se neste item os percapitas utilizados, sua localização nas ba

cias hidrográficas e sua projeção de aumento. Adotaram-se percapitas

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para as populações de comercio e serviços e para os esgotos industriais,

bem como um coeficiente de retorno de 80% da âgua servida e taxas de

infiltrações nas redes.

f) Cargas poluidoras

Os parâmetros para cargas poluidoras consideradas foram DBO, solidos em

suspensão e organismos do grupo coliforme. Para os esgotos domesticas,

o câlculo se baseou nas populações por bacias; para os esgotos indus

triais, so se considerou os parâmetros DBO e SS, a partir da anâlise de

questionârios simplificados do levantamento industrial realizado pelo

IJSN.

g) Metas de qualidade dos corpos d1âgua receptores dos esgotos

Como não hâ legislação ambiental no Estado, as metas de qualidade base

aram-se basicamente na portaria GM/0013 de 15/01/76 e na portaria 0536

de 07/12/76, ambas da SEMA/MINTER.

Para avaliação da situação atual dos corpos receptores, so se dispunha

de poucas anâlises de organismos do grupo coliforme realizadas nas praias

pela Secretaria de Saude, às quais foram dados tratamento estatístico

e normativo.

A partir de considerações sobre os usos beneficos dos corpos receptores

e das anâlises obtidas, chegou-se a um enquadramento por classe de quall

dade, conforme se indica na ilustração 5.7.111. Para o município de

Cariacica, foram enquadrados o rio Marinho (classe 111), o rio Bubu

(classe 111), a baía de Vitõria (classe 111) e o rio Santa Maria da Vi

tõria (classe 11).

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5. DIVISÃO DA AREA DE ESTUDO EM SISTE~~S INDEPENDENTES

A partir de considerações sobre a drenagem natural, tipos de solos e a

topografia da região, dividiu-se a ãrea do Plano em 05 sistemas indepe~

dentes, a saber:

- Sistema integrado - e o principal sistema, abrangendo toda a Ilha de

Vitõria, Aeroporto, orla de Camburi, quase todo o município de Caria

cica (ã exceção das bacias dos rios Bubu, Vasco Coutinho, Duas Bocas

e Formate), quase todo o município de Vila Velha (ã exceção da bacia

do rio Jucu para o sul) e pequena parte de Viana.

Sistema Bubu, com disposição no estuârio do rio Bubu. Engloba a sede

de Cariacica, e parte da bacia do Bubu.

- Sistema Jucu - abrangendo o sul de Vila Velha e Barra do Jucu.

Sistema Viana - com disposição no rio Jucu, abrangendo apenas a sede

de Viana e a faixa urbanizãvel ao longo da BR-10l.

- Sistema Serra, subdividido em 05 subsistemas, a saber:

a) Subsistema Carapina

b) Subsi s tema Civit

c) Subsistema Juarad) Subsistema Manguinhos

e) Subsistema Jacaraípef) Subsistema Nova Almeida

Os limites em planta dos sistemas estâ no Mapa PDEV-001-SN.

Como esta anãlise visa especificamente, prestar subsldios ao PDU de

Cariacica, sõ se analisarã daqui em diante os sistemas Integrado e Bu

bu.

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6. SISTE~~ INTEGRADO

Para o sistema integrado, o mais importante de todos, foram propostas e

estudadas 4 alternativas de coleta, tratamento e disposição dos esgotos.

Estas alternativas foram cotejadas quanto à qualidade dos corpos' receptores, quanto às vantagens e desvantagens tecnicas e econômicas e,

chegou-se à escolha da alternativa 2, a qual, basicamente, em relação a

interceptação e disposição final dos esgotos de Cariacica, consta de:

Estação elevatôria em Itaquari , linha de recalque pela E5-080 ate o tre

vo de Campo Grande, daí por gravidade pela BR-262 ate cruzar o rio Mari

nho, uma estação elevatõria em são Torquato, recalque ate Cobi, daí por

gravidade pela Avenida Carlos Lindemberg ate cruzar o rio Aribiri, outra

estação elevatõriae, pela Avenida Lindemberg, cruzando o canal da Costa

e disposição na ponta de Itapoã, apõs pre-tratamento, na forma de emissã

rio submarino.

Esta alternativa 2 estã detalhada nos Mapas PDEV-002-SN (coletores tron

cos) e PDEV-004-SN (interceptação e disposição).

Dentro da programaçao de obras e investimento, o sistema integrado terã

uma primeira etapa (1982/1986), a qual sô atende parte dos municípios

de Vitôria e Vila Velha (conforme item 5.4, prioridade 1), num custo

global estimado da implantação de Cr$ 10,7 bilhões (preços junho/81) e

uma segunda etapa (1987/2010) que atenderã ao resto da ãrea do sistema

integrado, num custo global estimado da implantação de Cr$ 39,3 bilhões.

O plano de obras do sistema integrado estã detalhado nos mapas POEV­

018-SN (primeira etapa) e PDEV-019-SN (segunda etapa). Note-se que es

ta segunta etapa do sistema integrado prevê o início das obras em Caria

cica apenas a partir do ano 1996.

7. SISTEMA BUBU

o slstema Bubu foi desenvolvido em uma sô alternativa, que engloba a

região da sede de Cariacica ate a foz do rio Subu. Os esgotos coletados

entre a BR-10l e a baía deVitôria serão conduzidos ate a rodovia, em

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cujas proximidades deverâ localizar-se a estação de tratamento; os esgo-tos coletados a oeste da BR-10l tambem convergirão para o tratamento pr~

xlmo a rodovia e dal irão ser dispostos no estuãrio do rio Bubu. O es

quema da solução do sistema Bubu estã mostrado no Mapa PDEV-016-SN.

Propõe-se o inlcio das obras em 1993 ate o ano 2001, num custo

de implantação de cerca de Cr$ 4,0 bilhões.

8. COMENT~RIO FINAL

g1ob a1

Do exposto anteriormente, conclui-se que o municlpio de Cariacica nao

va i ser atendi do pri oritariamente em relação ao Pl ano Di retor de Esg~

tos.

Assim e que se preve 2 sistemas independentes para o munidpio (Integra

do e Bubu), os quais não atenderão as bacias ao norte do rio Subu (Duas

Bocas, Vasco Couti nho), nem amai or parte da bacia do ri o Formate.

Alem disso, ~e prevê a implantação do sistema Subu de 1993 ate 2001 e

a implantação da segunda etapa do sistema integrado em Cariacica de 1996

ate 2010.

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QU{\ORO 1

CARAC TERrSTI CAS DAS BACIAS HIDROGR~FICAS DE CARIACICA

DENS IDAD TEMPO DE 1NDICE IAS POLUIDORASBACIA N9 ~REA POPULACI CONCEN DE(ha) NAL - TRAÇA0 CONFORMA (VIDE LEGENDA)

(hab/ha) (mí n) ÇM -

1 4,96 5,85 3 0,79 124,80

2 51 ,28 36,27 16 0,30 42,46 1 u

3 111 ,34 54,55 23 0,25 48,24 6.0

4 10,54 2,85 6 0,42 99,20

5 56,46 34,20 17 0,47 6. 1 30,00 1.93 1

JARDIt~ MltRI CA 6 180,46 82,26 34 0,31 6.5/6.6/1.2/6.4 21 ,63 I (1, , ~

7 17,92 63,95 11 0,72 19,20 1 , 'li t)

8 6,34 165,46 4 0,70 100,00 li

9 9,74 8,21 10 0,20 47,57

10 11 O,04 38,17 25 0,28 32,65 L''.

n 7,36 152,1 7 3 0,82 165,00 \ .1

12 9,92 106,55 5 0,62 87 ,50 1.057

13 6,38 78,37 4 0,71 101,33 500

14 194 ,1 6 61 ,16 26 0,40 38,73 11 .875

15 7,84 6,38 4 0,49 161,75 50

16 4,84 5,16 2 1,71 170,50 ')[;L-J

17 4,16 4,81 3 0,46 142,00 20

18 22,7 3,08 7 0,63 91 ,17 70

19 14,36 5,57 4 0,90 139,50 80

20 12,40 4,44 5 0,78 76,00 55

._~co li t -i nua0000

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Continuação

QUADRO 1CARACTERrSTICAS DAS BACIAS HIDROGR~FICAS DE CARIACICA

~-

DENS IDADE TEMPO DE ÍNDICE DECt_ IVI DADE POPULAÇINDOSTRIAS POLUIDORAS ~1EDIA DOTAL ES TH1f\BACIA N9 ~REA POPULACIO CONCEN DE VEGUE PRm (hab(ha) NAL - TRAÇAõ CONFO RMA (VIDE LEGENDA) CIPAL (m/km~j ( 19 \

(hab/ha) (mí n) ç1S.O - i

-

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Continuação

QUADRO 1CARACTERrSTICAS DAS BACIAS HIDROGRAFICAS DE CARIACICA

DENSIDADE TEMPO DE ÍNDICE DECLI VI DADE POPII! l\V'íBACIA N9 J\REA POPULACI~ CONCEN DE INDOSTRIAS POLUIDORAS MEDIA DOTAL TI r,I(1

(ha) NAL TRAÇm CONFORMA (VIDE LEGENDA) . VEGUE PR1~ (/1 ab )

(hab/ha) (min) ÇM - CIPAL (m1 -;) ( 19 )

FORMATE 35 9.500 1,91 4h - 11 0,09 6.2/6.22/6.21/2.3/2.10/6.23/1.111 21 ,78 18. 1696.20

VASCO COUTI NHO 36 1.410 1,48 2h - 11 0,20 7,87 2.0EJ8

37 2,82 15,47 57 0,24 11 ,50 4.364

38 209,2 5,63 48 0,23 14,00 1 .177_·__·~~_~_x··__ ····_~__·,,_····_

Tempo de Concentração =

Tndice de conformação =Area da bacia

L2

(L em (km); H em (m))

(adimensional)

Declividade media =(~) m/kmL

(H em m; L em km)

L = Comprimento do rio desde o divisor d'ãgua ate a foz.I

H = Desnfve1 entre o ponto mais alto pelo talvegue (divisor d'ãgua) e a foz (em metros).

lOo

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91

QUADRO 2

LISTAGEM DAS ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS DOS ~lUNlcrPIOS DE CARIACrCA/

VIANA/SERRA

NQ

Posto de gasolina em Jardim America, prõximo ao Estádio da Despo~tiva 1.1

- Itaquari - Em frente ao Bonadi mam Automõve i s 1.2

- BR-31 - Depois da Itapemirim em frente a Prefeitura 1.3

- Posto Texaco - Campo Grande 1.4

- Posto Valentim - Campo Grande 1.5

- Posto Contorno - Estrada do Contorno 1.6

- Posto em Itanguã - Rodovia Jose Sette - Itanguâ 1.7

- Posto de Cariacica - Cariacica 1.8

- Posto são Pedro - Av. Expedito Garcia, 152 - Campo Gwande 1.9

- Posto Sete Belo - Viana 1.10

- Posto 13 - Viana 1.11

- Venac --Scania - Viana 2.3

- Hospital Particular de Campo Grande - Casa de Saude 3.1

- Hospital Adauto Botelho 3.5

- Hospital de Itanhengã (Leprosãrio) 3.6

- Ferro e Aço (Jardim America) 6.1

- Brasperola (BR-262 - Campo Grande) 6.2

- Regiani - Jardim America (Bebidas) 6.4

- Coca-Cola - Jardim America - Bebidas 6.5

- White Martins - Jardim America - Oxigênio 6.6

- Qu Couro - atras da Prefeitura de Cariacica

- Torrefadoras União

6.7

6.13

___________________________----- conti nua

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Continuação

- Torrefadoras Cafe Praça 8

- Industrias Reunidas Cassara - Estrada do Contorno

- INCOBEL - Industria Comercio de Couro - Estrada do Contorno

Sarlo e Cia. Ltda - BR-262 - km 3

- C. B. F.

- Chocolates Vitõria

- Real Cafe

- Angelim Cago - Baterias

- Frimacal - Rodovia Jose Sette - km 12

- Paloma - Rodovia Jose Sette - km 12

- Porto Novo - (FRINCAL) - Areinha

- Pedreira (BRASITALIA) - Estrada do Contorno

- C.L.M. Cia de Laminação de Metais

- CORSANTO - Curtume E.S. Ltda

- SOBRAPA - Sociedade Brasileira de Parafusos

92

N9

6.14

6.17

6.18

6.19

6.20

6.21

6.22

6.23

7.2

7.3

7.4

8.9

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v-

93

BIOGEOGRAFIA

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1.

94

I I

ANALISE PRELIMINAR DA BIOGEOGRAFIA DO MUNICIPIO

Os estudos que levaram ã elaboração deste capitulo i ni ci a ram-se emjul ho/82 e foram concl uidos em outubro/82, tendo; portanto, duraçãode 75 dias corridos. Dado o curto espaço de tempo disponivel, foram osmesmos realizados em carãter preliminar e poderão servir como balizamento para futuros estudos, mais detalhados, sobre a Botânica, Ecologia eoutras pesquisas afins, no municipio.

O equillbrio ecolõgico de uma região e o produto da perfeita combinaçãodos fatores ecolõgicos (bióticos e abióticos). Sendo assim, e necessario saber como as transformações promovidas pelo homem no ambiente lraoalterar as condições da ecologia de uma região; dessa forma, estudos maisavançados sobre o desenvolvimento de uma região não podem deixar de abo~

dar este tema, por ser ele de importância fundamental, em especial nospalses de clima tropical, nos quais são encontrados ecossistemas extremamente complexos e de fãciu equilibrio.

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L,

95

I

FITOGEOGRAFIA PRIMITIVA DO MUNICIPIO

o Bioma de maior importância a nfvel regional no munlclplo de Cariacicaera a floresta tropical que,hoje em dia, se encontra quase que exclus2­vamente na reserva de Duas Bocas. Por~m, originalmente, cerca de 90%da ãrea do munic'ípio estava ocupada ou pela floresta atlântica de encosta ou pela floresta dos tabuleiros (florestas de terra firme).

Na maior parte dessa floresta, a evolução da devastação iniciou-se coma derrubada da mata para aproveitamento da madeira e expansão da agricultura (especialmente caf~ e cana-de-açucar). Como o plantio era feitopredatoriamente, sem os mínimos cuidados conservacionistas, as culturas,após poucas décadas, passam a se tornar inviãveis em consequ~ncia dacrescente degradação da fertil idade do solo e são as ãreas transformadasem pastarias, quase sempre de capim gordura (Mellinis minutifloraJ oude capim colonião (Panicum maximumJ, esp~cies exóticas de capim vindasda Africa no século 18. Resta dizer, enfim, que o quadro da pais~

gem fitogeogrãfica atual do municfpio, ã exceção da reserva florestal deDuas Bocas, é desolador: onde outrora vicejava uma das florestas troP2­cais mais exuberantes do globo, resta uma paisagem savanizada, de balxissima produtividade ecológica, terras arrasadas pelo mau uso que tive

ramo

o objetivo deste capituln e, portanto, tentar mostrar, em largos traços,a paisagem fitogeogrãfica primitiva. Os tipos vegetacionais originalmente encontrados no município de Cariacica podem ser classificados em:

2,1. FLORESTA ATLANTICA DE ENCOSTA

r a formação que ocupava cerca de 70% da ãrea do municfpio. Trata-se dafloresta de terra firme que se desenvolve sobre as montanhas voltadas para o litoral do Brasil. Seu domínio geológico no municipio é a Associação

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Paralba do Sul, conjunto de rochas polimetamõrficas (especialmente gnai~

ses), bastante migmatizadas. r chamada floresta atlântica pluvial sempre verde, baixo montana (subumida e quente, compreendida entre as cotas 200m e SOam).

Esta floresta caracteriza-se por apresentar alta densidade de arvoresfinas (circunferências menores de 1 metro), atingindo alturas prõximasdos 25 metros. As arvores de grande porte são raras (baixa densidade) eas copas emergem por sobre o estrato dominante.

O interior da floresta Atlântica de encosta ê tJpico, bastante denso, ocorrendo um grande numero de espêcies higrõfilas herbãceas. A presençade samambaias, orquJdeas, gravatãs, 1ianas e palmeiras. emprestam à submata da floresta atlântica um carãter tipicamente tropical, produzindo aexistência de varios estratos inferiores, exuberantes, sombrios e umidos, o que dificulta a movimentação dentro da mata sem o auxllio de foice.

eque

qual,1.400mm),

o que confere a maior caracterlstica à floresta atlântica de êncostaa grande umidade a que esta submetida (exposta aos ventos umidossopram do oceano e às correntes perturbadas do sul), razão pelano municJpio de Cariacica (precipitação mêdia anual de cerca de

ê classificada como higrõfila.

Ruschi (1950), cita a ocorrência de cerca de 2.000 espêcies dentre asquais varios gêneros como Myrocarpus (~eguminosae)~ Cennanodendron (Ca

nellidae) e Melanoxylon (Leguminosae). r a região do cedro (Guarea tri

chilioides)~ biculba (Myristica sp), ipês (Tecoma sp), louro (Ocotea sp~

Carne de Vaca (Roupa la sp)~ Murici Branco e Vermelho (Vochysia sp), Jacaranda (varias especies de Dalhergia), palmito doce (Euterpe edulis)~ entre outras. Da floresta primaria ãtlântica no municlpio de Cariacica oultimo vestJgio que hoje em dia existe e a reserva florestal de Duas Bo

caso

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97

2.2. FLORESTA DOS TABULEIROS TERCIÁRIOS

Ocupava cerca de 20% da ãrea do municipio de Cariacica, desenvolvendo-sesobre os plat6s argilo-arenosos horizontalizados da formação Barreiras(sedimentos terciirios) e sobre as menores altitudes dos terrenos cristalinos mais planos. r bastante semelhante ã floresta amaz6nica, tanto emestrutura como em composição. As ãrvores atingem grandes alturas, ultrapassando os 30 metros, com ãrvores emergentes suplantando os 50 metros ebem mais grossas que as encontradas na mata atlântica. A submata e ralae bem menos densa que na floresta atlântica, permitindo o deslocamentocom facilidade no seu interior. r a floresta mais rica em madeiras duras do Estado, como as vãrias especies de peroba (Paratecoma sp)~ jequ~

tibã (Cariniana sp)~ sapucaia (Lecythis sp)~ vinhãtico (Plathymenia sp)~

jacarandã (Dalbergia sp)~ pau-brasil (Caesalpinia sp)~ guaribu (Astro

nium sp)~ imburana (Torresea sp)~ brauna (Melanoxylon sp) etc.

Em inventãrio florestal patrocinado pela FAO em 1965 neste tipo de floresta na região de Linhares encontrou-se cerca de 140m3/ha de madeirasduras com aceitação comercial. Neste mesmo levantamento o numero de arvores/ha com aceitação no mercado atingiu a 130, o que demonstra a riqu~

za em madeiras desta floresta.

Da floresta primãria dos tabuleiros não resta nenhum vestigio atualmenteno municipio de Cariacica. No municipio de Cariacica a floresta dos Tabuleiros apresenta-se sob condições climáticas megatermicas e de subumidade, o que nos leva a concluir ser esta uma formação mesôfila, com certograu de caducidade das folhas das ãrvores durante a estação seca.

2.3. CAMPOS DE VÁRZEA

Ocupam cerca de 5% da ãrea do municipio, constituindo-se de vegetação emgeral graminõide, que se forma em terrenos preponderantemente alagados(solos hidromorficos associados a solos gley). Dentre as especies hidrôfilas encontradas, destaca-se, pela expressividade da ocorrência, Ce

cropia liratiloba (embauba do brejoL Ciperus sp~ Stenotaphrum secun

datum~ Typha sp (taboa), Eleocaris sp (capim de colchão), Tibouchina sp

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(quaresmeira do pântano).

Ocorrem em praticamente todos os v~les dos cursos dtãgua do munlclplo~

sobretudo quando os rios atingem o perfil de planície nos pes do pre-ca~

briano.

2,4. FLORESTA PALUDOSA MARíTIMA

são os mangues ou mangroves. Ocupavam cerca de 5% da área total do muni

cipio, principalmente nos estuários dos rios Santa Maria da Vitõria, Bubu

e Piranema. O fator edãfico principal são os solos mal drenados ha10mõr

ficas recentes, formados por material carreado pelos rios sob a influên

cia da mare. Vegetação higrõfila e ha1õfi1a, perenifõ1ia. As principais

especies vegetais são Rhizophora mangle (mangue vermelho), Avicennia sp

(mangue siriuba), Laguncularia racemosa~ Hybiscus sp~ Acrostichum aureum

(samambaia do mangue).

O litoral Norte e Nordeste da Grande Vitória e margeado por manguezais ecerca de 20% da ãrea total de manguezais se encontra no município de Ca

riacica.

A manutenção destes ecossistenas co~plexos está condicionada à existência de dois importantes rios: Santa Maria e Bubu. O primeiro estabelece

a divisa entre o município de Cariacica e o município da Serra, e o segu~

do tem sua bacia inteiramente dentro do municipio de Cariacica.

Características Gerais:

Os manguesais são ecossistemas tropicais, litorâneos, em contato com o mar

e prõximos ã desembocadura de Rios. O solo, de formação bem recente

(Quaternário), ê originado a partir de depõsitos de sedimentos de partI

culas finas que são carreadas pelo mar (erosão marítima) e pelos rios

(erosão fluvial), decantadas e precipitadas respectivamente numa area de

águas salgadas, bastante calmas, dando origem a um substrato mole, de 10

do fino e coloração castanho-escura. Devido ã pobreza de oxigênio o solo

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e rico em materia orgânica incompletamente decomposta.

Quanto ã sua dinâmica os manguezais são ecossistemas abertos cujo fluxo

energético depende diretamente de outros ecossistemas, sendo assim a sua

ecologia esta na dependencia das condições ecológicas dos ecossistemas adjacentes.

A seguir destacamos as principais caracterlsticas que conferem importâ~

cia ã manutenção dos manguezais.

Possuem os mais altos lndices de produtividade do Planeta (ODUM, 1968)

ou seja a produção de biomassa por hectare e superior ã produção de

biomassa das terras mais ferteis conhecidas e tratadas dentro das téc

nicas mais avançadas, como os campos agricultados. Este ecossistema

chega a ter lndices de produtividade de cerca de 10-25 gramas de bio

massa seca/m2 /dia.

Atuam como controladores dos lençóis freaticos costeiros porque imp~

dem uma drenagem excessivamente rapida, mantendo assim nos meses de

secas um nlvel consideravel e nos perlodos de intensa pluviosidade pe~

mitem o escoamento do excesso de agua; esta propriedade AO entanto per

mite que atue no controle de enchentes em ecossistemas adjacentes,

ou seja nas terras que o margeiam, bem como na manutenção da salinida

de de suas ãguas.

Funcionam como uma imensa maternidade, onde varias especies de animais

vêm desovar. Isto devido ã vegetação do manguezal que encontra nas

ralzes da Rhizorhora mang~, um local tranquilo, longe dos grandes pr~

dadores e condições ecológicas favoraveis para o desenvolvimento do es

tagio larvar de muitas espécies, como temperatura, salinidade, nutrim

tes, abrigo.

Mantenedores da alta produtividade pesqueira da região, devido ao seu

papel de criatario de larvas, larvas estas que irão povoar a litoral

no estado adulto, ou mesmo fazendo parte das cadeias tróficas eser

vindo como fonte energética para outros animais .

. RefGgio da avifauna end~mica, que tem seu habitat natural no mangue,

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margens f1 Lisedi men tos,

bem como das aves provindas da destruição dos ecossistemas de terra fir

me (como as florestas tropicais), várias das quais encontraram no man

gue um local razoavelmente seguro e bastante rico em alimentos (pequ~

nos peixes, detritos etc.) e tambem pela difícil penetração do homem

nestes locais dificultando a caça dff\y'h!o a grande quantidade de (m~

ruis, mutucas) e a dificuldade do caçador caminhar na lama muito prQ

funda que chega a enterrar por vários vezes toda a perna. de uma pessoa

de estatura alta.

são excelentes identificadores de zonas de transição entre a terra e

o mar sendo facilmente distinguíveis atraves de fotos aereas e observa

ções aereas, devido a homogeneidade da vegetação e características es

peci a i s.

Sua vegetação, a Rhizophora mangle principalmente, é muito usada para

construções de casas no mangue, aproveitando-se o seu tronco como pilQ

tizes para as palafitas (muito comum na região da Grande Vitoria (C~

riacica-Rio Bubu).

Alem da utilização da Rhizophorá na construção civil, esta também é

utilizada como fonte de tanino (substância extraída da madeira) muito

utilizada na confecção de panelas de barro, artesanato bastante difu~

dido na região, constituindo-se em fonte de renda para muitas família~

O tanino e tambem muito utilizado no curtimento de couros animais.

Alem disso usa-se muito os caules de árvores jovens, principalmente A

vicennia sp, na construção de cercas.

Propriedade medicinal da Rhizophora mangle já citada por dois mêdi

cos cubanos (Duque e Alvareno, s.d.), como eficiente na cura de Han

seníase (lepra) tendo sido testadas com sucesso. (Informação do her

bário do Jardim Botânico, Rio de Janeiro).

Os manguezais têm tambem importante função de fixação das

via-marinhas, impedindo com sua trama de raízes, folhas e-a erosao das margens .

. Fonte de matéria-prima para carvoejamento vegetal e lenha, com grande

velocidade de regeneração das plantas abatidas.

1 O O

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1 O1

Se explorados racionalmente, em regime auto-sustentado, os manguezais

se tornam uma enorme e inesgotãvel fonte de alimentos (peixes, crus

tãceos, moluscos).

2.5, 'OUTRAS FORMAÇÕES FITOGEOGRÁFICAS QUE APARECIAM NO MUNICiPIO DE CARIACICA PRIMITIVAMENTE E DE REDUZIDA EXPRESSA0DE ÁREA

2.5.1. FLORESTA PALUDOSA LITORANEA

E a mata encontrada em zonas alagadas, em regiões mal drenadas e aprisiQ

nados em depressões do terreno e às margens dos cursos d'ãgua, constante

mente inundadas.

Mata de até 20m de altura, em solos hidromorficos, muito conhecida pela

população como local de extração da tajebebuia (Tabebuia cassinoides)~ m~

deira branca e leve, muito utilizada na confecção de tamancos. No muni

clpio de Cariacica ocorre em uma unica área, na margem direita do rio Sa~

ta Maria da Vitoria, com uma vegetação predominantemente arbustiva, onde

se destaca Hibiscus sr.

2.5.2. COMPLEXO DE RESTINGA

são as comunidades arbustivas e florestais, desenvolvidas entre solos es

sencialmente arenosos e recentes, depositados pelo oceano na era atual.

Existiam em pequenas manchas no municlpio de Cariacica, proximas aos rios

Santa Maria da Vitoria e Marinho. A vegetação de maior porte é em geral

semidecldua. Atualmente subsiste um unlcocapão de floresta primitiva de

restinga, proximo ao estuário do rio Santa Maria da Vitoria, o qual seg~

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ramente se constitui na mata de restinga de mais alto porte nasções da capital do Estado.

2.5.3. SCRUB LENHOSO ATLANTICO

102

imedia

Ea mata baixa das primeiras encostas do cristalino ou dos 50105 pobresdos tabuleiros. A principal caracteristica edãfica ~ o d~ficit hfdrico,

ocasionado pela pequena profundidade do solo ou porque a rocha aflora (ca~

bissolos e solos litõlicos). ~rvores baixas, retorcidas, decíduas, com

aparência de vegetação do cerrado. Esta formação acredita-se seja o cen

tro de dispersão do Camarã (Gochnatia polymorpha), indicador tão comum

atualmente das paisagens arrasadas do Estado (Ruschi, 1981).

2.5.4. FLORESTA RIP~RIA

são as matas em galerias ou ciliares que se formam nas margens dos cur

sos d'água. O principal condicionante edãfico são os solos de vãrzea, a

luviais, alagáveis. Floresta em geral sempre verde, algumas vezes asso

ciada aos campos de vãrzea. Esp~cies em geral hidrõfilas. Tem importan

te papel de evitar os desbarrancamentos e erosões das margens dos rios e

cursos d'água.

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7.),

10 3

VEGETACAO ATUAL DE CARIACICA

A maior ãrea do municipio que apresenta caracteristicas de cobertura ve

getal primitiva é a reserva florestal de Duas Bocas (mata pluvial baixo

montana - mata atlântica). A exceção dessa reserva, as florestas primitl

vas de terra finne foram praticamente eliminadas, aparecendo em seu lu

gar grandes ãreas de vegetação de aparência savanizada (porte arbusti

vo = capoeiras) ou pastarias (capim gordura ou colonião). Tanto as pa~

tarias quanto as capoeiras têm uma produtividade ecológica muito baixa

e são subexploradas economicamente. Ressalta ã vista tambem a grande

area utilizada no municipio de Cariacica para o plantio de bananais.

Com a finalidade de se obter informações mais precisas sobre a situação

atual da vegetação no municipio, elaborou-se um mapeamento vegetacionalna escala 1:20.000, baseando-se em fotos aêreas (vôo Esteio -FJSN/maiol

78) mapas em vãrias escalas e visitas de campo.

Estas visitas de campo foram realizadas com a finalidade de se estabele

cer uma linguagem comum na interpretação vegetacional das fotos aereas,

usando-se determinados tipos fisionômicos e floristicos da vegetação

como padrões de interpretação. Nestas visitas foram também coletadas

algumas especies mais significativas das associações vegetais que se

encontravam em floração, sendo identificadas posteriormente e também le

vantadas informações gerais com a população. O mapeamento 1:20.000 es

tã em anexo a este relatôrio e foi ele confeccionado com a seguinte le

genda:

r~PEAMENTO VEGETACIONAL

a. Mata Atlântica de encosta (Mata sobre Pre-Cambriano)

a.l. Primari a

a.2. Secundãria

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b. Mata dos Tabuleiros (sobre Barreiras)

b.l. Primâria

b. 2. Secundãri a

c. Pastos

c.l. Meloso

c.2. Colonião

c.3. Capineira

d· Culturas Permanentes

d.lo Banana

d.2. Laranjal

d.3. Cafe

d.4. Outras

d.S. Coquei ra1

e. Culturas Anuais

e. l. Hortas

e.2. Milho

e· 3. Feijão

e.4. Arroz

e.S. Mandioca

e.6. Outras

f. Restingas

104

f.l. Baixa

f.2. Alta(Em relação ao porte das ãrvores)

g. Zona sem vegetação (desnudas)

h. Areas artificialmente gramadas

i. Zona urbanizada

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1 05

j. Florestas artificiais

j.l. Seringa

j.2. Eucallpto

j.3. Pinus

1. Mata de galeria (ou floresta Ripãria)

m. Campos de vãrzeas naturais (sobre hidromorficos ou aluvião)

n. Floresta paludosa

o. Mangue

o .1. Campos de mangue.o .2. Mangue

o .3. Mangue

p. Capoei ras

p.l. Alta

p .2. Baixa

OBSERVAÇÃO:

As categorias vegetacionais mapeadas, acima relacionadas, foram identi

ficadas nas aerofotos do ponto de vista fisionômico (estrutural) e alg~

mas vezes carrel acionadas com o tipo de solo sobre o qual estão situadas.

Alem disso, foram a maior parte delas visitadas no campo e identificadas

as principais espécies vegetais que ocorrem em cada urna.

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4,

1 06

f

MANGUEZAIS DO MUNICIPIO DE CARIACICA

No municlpio de Cariacica existem ainda extensas - de manguezaisareas

ja vegetação foi preservada ate hoje em dia pela fal ta de interesseexploraçao - bem como dificuldade urbanização.sua economi ca, a de

cu

em

Como foi dito no capltulo sobre a fitogeografia primitiva, os manguezais

de Cari aci ca são formações bi ogeogrãfi cas muito i mportantes a nl vel es

tadual, uma vez que os manguezais do fundo da bala de Vitória (rios San

ta Maria da Vitória e Bubu) constituem-se no terceiro maior complexo de

manguezais do Estado, responsãvel direto pela produtividade da pesca cos

tei ra.

Os manguezais foram utilizados durante seculos pelas populações ribeiri

nhas e adjacentes como inestimavel fonte de protelnas (coleta de molus

cOS s crustaceos, caça e pesca) e o são ate hoje.

O grande comprometimento atual dos manguezais de Cariacica, em especial

os do estuario do rio Bubu, e a poluição orgânica de suas aguas, prov~

cada pelos esgotos domesticos e industriais, em especial pelos dois ma

tadouros situados no estuario do rio Bubu. Alem disso a ma qualidade das

aguas da bala de Vitória (especialmente poluição orgânica e de óleo) com

promete sua fauna e flora.

Os manguezais de Cariacica foram visitados pela equipe do projeto e rea

lizadas coletas de amostras de material biológico, tendo-se registrado a

presença de moluscos bivalvos como Crassostrea Rhizophora (ostra do man

gue), mexilhão do mangue (Mitela spJ~ ameixa do mangue, moluscos gastr~

podas como Littorina sp e Melampus sp~ crustaceos como varias decapodos,

dentre eles esp~cies comestlveis de alto valor proteico como guaiamum

(Ucides spJ~ siri (Callinectes spJ, chama-mare (Uca spJ~ varias tipos de

aratu (GoniopsisspJ~ camarões lameirão e pitu, cirripedes (cracasJ in

crustadas nas ralzes de Rhizophora mcmgle, carangueijo {Ucides spJ, etc.

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107

Anotou-se tambem a presença de vãrios peixes (a ãrea ê ainda bastante

piscosa), como tainha, quira, cação lameirão, robalo, sardinha, bagre,

carã, maria sapeba, baiacu, corvina, etc. Registrou-se tambem a prese~

ça de vãrios passãros dentre eles garças (muito frequente em ãreas p~

lUldas), martim pescador, marrecos, patos d'ãgua, tucano, urubu (muito

nas ãreas poluldas), bem-te-vi, etc. Tambem vãrios insetos hematõfagos,

dentre eles maruim e mutucas.

Vale a pena registrar que a fauna dos manguezais nao e endêmica, ocorren

do nestas regiões como refugio da fauna, em virtude da proteção criadapelo habitat.

Os manguezais de Cariacica (Bubu e Santa Maria) foram detalhados na

escala 1:5.000, atraves da interpretação de fotos aereas (vôo-Esteio-FJSN,

maio/78) e o mapa se encontra em anexo a este relatório.

Resta acrescentar que há uma outra formação de manguezais no estuário do

Córrego Piranema em Itaquari, jã invadido por habitações e bastante p~

lUldo, bem como pequenas outras ãreas próximas a Porto de Santana.

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5.

108

RESERVA DE DUAS BOCAS

Em 1936, o Governo João Bley, com a finalidade de garantir o abasteci

mento d'ãgua da capital do Estado, barrou o Cõrregà Duas Bocas e tratou

de preservar as florestas da ãrea da bacia hidrogrãfica a montante da re

presa, a qual se encontrava praticamente em estado primitivo, com a fi

nalidade de preservar o manancial de ãgua de Vitõria.

Atualmente a barragem ainda serve como manancial de abastecimento (após

cloração e adução por gravidade) para a sede do muni6pio de Cariacica

e arredores (vazão media da ordem de 250f/s).

Esta reserva, totalmente de posse do Estado, e administrada atualmente

pelo Instituto de Terras e Cartografia da Secretaria de Estado da Agri

cultura, sendo a mais protegida de todas aquelas que estão em poder do

Governo Estadual.

Situa-se sobre o complexo migmatitico (gnaisse refundido por penetraçãodo magma) de Duas Bocas, a uma altitude que varia de 250 a 300m, sendo

sua ãrea quase totalmente ocupada pela floresta atlântica (pluvial bai

xo montana) de encosta primãria. Há pequenas manchas isoladas no seu

interior de camarazais e pastos de capim gordura, as quais não chegam,

no todo, a comprometer a qualidade da vegetação efetivamente protegida.

1.500mm ou mais, caracterizan

media anual e da ordem deA precipitação media na reserva e cerca de

do a floresta sempre verde. A temperatura

220C, a evapotranspiração potencial anual

do ·dessa forma o clima mesotermico.

e de 1.060mm, caracterizan

Foram feitas visitas ã reserva de Duas Bocas e coletadas informações so

bre fauna e flora, bem como um pequeno levantamento fotográfico da área.

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1 (] 9

Constatou-se a presença das seguintes ãrvores produtoras de madeira de

lei, de grande valor econômico, bastante comuns na mata pluvial baixo

montana:

- Anuiba canela - Cedro- Anuiba cherosa - Curubixã

Anui ba preta Curubixã mirim- Anuiba parda - Ipê roxo- Anuiba 1imão - Ipê amarelo

- Anuiba. cocodõlio - Jacarandã- Anuiba cedro

- Anuiba sabão

Araça (vãrios tipos)

- Araça batinga

- Baiguêra

Bapeba sapucaia

- Bapeba macho

- Bapeba mirim

- Biculba vermelha

- Biculba branca

- Carne de vaca

- Casca dôce

- Jatobã

- Jequitibã branco

- Jequitibã rosa

- Louro branco

- Macanalba

Murici branco

- Muri ci ros a

- Pau ferro- Sapucaia uçu

- Sucupira

- Tapi nuã grapape

- Tapinuã mulato

Nas regiões de menor altitude da reserva (mais quentes, mais próximas do

Barreiras), comparecem, alem das especies atrãs citadas:

- Anulba de rego ou inhuiba do rego

- Cedro rosa

- Louro da capoeira

- Macanaiba

- Pequiã amarelo

- Pequiã rosa

- Vinhãtico- Cerejei ra

- Peroba

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1 1 O

Alem das especies produtoras de madeira de lei, encontramos bastante pal

meiras (palmito doce, palmito amargo, etc), pteridôfitas de varios ti

pos, nanas, epifitas (orquldeas, bromeliãceas, cactãceas), etc.

Sobre a fauna da reserva, coletamos informações sobre a existência de:

AVES:

- Galinho do mato

- Matiaca

- Macuco (em extinção)

- Jacu verde (em extinção)

- Jacupemba

- Inhambu goiabeira

- Uruba

- Choromon

- Juri ti

- Tiuba

- Japu

- Rolinha

- Tucanos vãrios

RtPTEIS:

- Cobra preguiçosa

- Cobra surucucu pico de jaca

- Cascavel (pouco comum)

MAMIFEROS

- Araçari

- Beija-flores de vãrios tipos

- Japira

- Pombo da mata

- Sanhaços

- Arapongas

- Gaturanos

- Grumarã

- vã ri os co1ei ros

- Sabiã enjoca

- Bentevi

- Suir do bando

- Porco do mato

- Cutia

- Paca (muitas)

- Tatu testa de ferro

Tatu etê

- Tatu china

- Tatu peba

- Macaco barbado (em extinção no paTs)

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1 1 1

Macaco mono (em extinção no pais)

- Jaguati ri ca

- Cachorro do mato de orelha curta (em €xtinção)

- Gato do mato- Veados

- Tamanduás

- Ouriço cacheiro

- Quati mondeu

- Saul

- Pregui ça

- Morcego vermelho

- Morcego miudo

- Onça pintada (parecem existir em 03 especimes - em extinção) (Pantera

onca)

t de ressaltar que a reserva de Duas Bocas e a reglao atualmente que abri

ga a fauna primitiva mais representativa de terra firme do municlpio,

visto suas dimensões que podem conferir habitats necessãrios para os ani

mais de maior porte e tambem para os grandes carnlvoros.

Os dados levantados sobre a fauna nao tiveram a intenção de rigorismo

cientlfico, e sim apenas para efeito de informações a nlvel preli~inar,

para balizar os estudos biogeogrãficos que vão fornecer subsidios para

o planejamento urbano, bem como divulgação da riqueza da fauna primitiva

do Estado e do complexo equillbrio ecológico de climax deste magnlfico

ecossistema tropical.

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-6. PROPOSrçOES IEf"1EDIDAS DE INTERESSE Ar":BIENTAL VISLUfilBRADAS- -

ATE O PRESENTE ESTAGIO DOS ESTUDOS

Inicialmente,dêstacou-se que hâ um item especlfico no final do Estudo·

Bâsico do Meio Ambiente do municlpio de Cariacica destinado a um relatá

rio final, no qual se detalharã as medidas deinteresse ambiental julga

das de interesse. Sendo assim, as medidas abaixo listadas devem ser en

caradas como preliminares e sujeitas a um maior amadurecimento durante

o desenrolar dos trabalhos.

6.1. PRESERVAÇÃO DOS MANGUEZAIS DOS RIOS BUBU E SANTA MARIADA VITORIA

Se posslvel, solicitar ao SPU o fim da concessao de aforamentos nestas-areas.

Implantar o sistema de esgotos independ~nte Bubu (previsto no POEGV) e

obrigar os 2 matadouros a tratar seus efluentes.

6.2. PRESERVAÇÃO DA FLORESTA PALUDOSA PRÓXIMA Ã PONTE SOBREO RIO SANTA MARIA~ DO CONTORNO DA BR-I01

Esta rara associação fitogeogrãfica encontra-se em extinção no Estado do

Esplrito Santo, sendo o unico exemplar do municlpio de Cariacica. Carac

teriza-se por vegetação arbustiva com predominância de Hibiscus sp~ cu

jos caules escandentes entrelaçam-se formando um imenso emaranhado em

forma de patamar.

Tem a presença de algumas especies de porte arbôreo (15m de altura), com

copas ralas, não chegando a constituir docel homogêneo, permitindo a en

trada de bastante radiação solar. A ãrvore mais comum ê Symhonia sp.

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1 1 3

t uma região frequentemente inundada e que poderia vir a ser palco de

interessantes pesquisas cientlficas nesta pouco conhecida associação ve

getal. Na região fomos informados por moradores locais da existênciade capivaras de grande porte.

6.3. PRESERVAÇAO DA MATA DE RESTINGA ALTA PR6xIMA AORIO DO RIO SANTA MARIA DA VITORIA

ESTUA

As matas de restinga alta estão em extinção no Estado do Esplrito Santo

e este e o unico exemplar que ainda resta no municlpio de Cariacica. Es

ta formação tem cerca de 20m de altura, cujas copas bem desenvolvidas,

formam ampla cobertura (docel) para poucas especlmes de arbustos e

subarbustos que formam os patamares ;nferiores~ não muito caracteriza

dos neste tipo de formação fitogeogrãfica.

A vegetação epifltica ê pobre, com escassas orquldeas, araceas e brame1iãceas.

A movimentação ê fãcil no seu interior e o substrato e essencialmente

arenoso. Um dos especies que mais ocorre e Schinus sp~ que produz uma

resina inflamãvel, repelente de insetos e pouco conhecida.

As famllias mais frequentes são Myrtaceae e Anacardiaceae, encontrando­

se tambem alguns tipos de palmeiras.

A paisagem em seu interior ê gratificante e lembra uma area de camping.

Esta formação propõe-se seja transformada em parque florestal, pelos se

guintes motivos:

1) A beleza do interior da floresta propiciarã momentos de tranquilid~

de e entretenimento aos visitantes (local ideal para pique-niques,de~

de que se tenha um sistema de coleta de lixo apropriado).

2) Possui arvores com copas bem desenvolvidas, mantendo um espaçamento

natural entre os troncos.

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3) A vegetação herbãcea e muito pobre, e nao precisarâ ser retirada para

a entrada dos visitantes, ou seja, para ser transformada em parque,

não precisarâ ser retirada nenhuma vegetação nativa.

4) A construção de caminhos no interior da mata não causarã danos sensí

veis ao ecossistema, por ser o solo de formação arenosa e topografiabem plana, o que nao favorecerã a erosão.

guardasauxil i a

5) Para impedir eventuais depredações, seriam necessãrios poucos

florestais treinados para desempenhar tal função, e alguns

res para limpeza e fiscalização do comportamento do visitante em

lação ao ambiente.

re

6.4. PRESERVAÇÃO DE UM CAMPO DE VÁRZEA NATURAL PRÓXIMO A FLORESTA PALUDOSA DO ITEM 6,2,

Esta importante formação fitogeogrãfica serve de habitat para vãrias

aves e mamíferos que encontram nesta formação refugio ã implacãvel ca

ça a que são submetidos. Alem disso, julga-se importante conservar no

mínimo um relicto de cada associação fitogeogrãfica primitiva do municl

pio. t de se destacar tambem o papel de amortecimento de enchentes exe~

cido pelos campos de vãrzea, bem como fonte de materia prima para di

versos artesanatos indigenas, como colchão (capim de colchão), esteiras

(taboa), decoração (papiros), etc.

c -o,j, IMPLANTAÇAO DE UM PROGRAMA DE PESQUISAS SOBRE O CULTIVODE ESSÊNCIAS NATIVAS PARA FINS MEDICINAIS E ARBORIZAÇÃODE LOGRADOUROS PUBLICaS

Os usos medicinal e paisagístico de

dos e encerram um grande potencial.de a Prefeitura Municipal implantar

destas espécies.

vegetação nativa sao pouco conheci

Neste item deve-se chegar ã etapaum horto para pesqui~a e reprodução

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0,0, INCENTIVAR O PLANTIO DO PALMITO DOCE (EUTERPE

1 15

EDULIS)

bas tante

-esp~

Esta

Esta palmeira, tlpica da floresta atlântica no Estado do Espirito Santo,e o cultivo ecolõgico por natureza.

Sendo especie ombrõfila, nasce dentro da mata, nao necessitando de gra~

des tratos culturais, exigindo praticamente nenhuma reposição de nutrie~

tes e preservando a floresta primitiva. Pode ser plantado a ceu aber

to, quando se desenvolve mais rapidamente e ir-se formando a mata ao

mesmo tempo. Alem disso, se bem comercializado, produz altos rendimentos econômicos.

6,7. ESTUDOS PARA IMPLANTAÇAO DA AQUACULTURA NOS ESTUARIOSDOS RIOS BUBU E SANTA MARIA DA VITORIA PARA PRODUÇAO DEAL I lviENTOS

Estações de engorda de camaroes em estuários altamente produtivos podem

vir a ser um empreendimento altamente rendoso e, se manejado racional

mente, um empreendimento ecolõgico, que garanta as condições de auto-

sustentação do sistema.

Outrossim, propõe-se a proibição efetivamente fiscalizada da pesca preda

tõria, respeitando-se épocas de reprodução, seleção das idades dos

cimes pescados pela utilização de malhagem de redes adequada.

proibição deveria se estender tambem ã colheita, hoje em dia

predatõria, dos moluscos de valor comercial. Esta utilização racional

do mangue irâ proporcionar uma garantia da produção pesqueira auto-sus

tentada.

6.8. DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS VISANDO CONTER A EROSAOVÊS DE REPOVOAMENTO VEGETAL ADEQUADO EM ENCOSTAS)DES) AREAS POVOADAS

ATRATALU

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1 16

7, BIBLIOGRAFIA EXISTENTE QUE FAZ REFEBENCIA Ã FLORA OUFAUNA PRESENTE NO MUNICIPIO DE CARIACICA

1) Ruschi, A. As Restingas do Estado do Espirito Santo. Boletim do Museu

de Biologia Prof. Mello Leitão - Santa Tereza - E.E. Santo, Brasil.

Serie Botânica nQ 91 - 28/02/79.

2) Ruschi, A. Fitogeografia do E.E. Santo. Serie Botânica nQ 01 - 16/01/

50.

3) Ruschi, A. O Mapa Fitogeogrâfico Atual do E.E. Santo. Boletim do Mu

seu de Biologia Prof. Mello Leitão - Santa Tereza - E.E. Santo, Bra

si1 - Serie Proteção ã Natureza nQ 30 - 13/01/69.

4) Levantamento de reconhecimento dos solos do E.E. Santo - 1978.

EMBRAPA - Boletim Tecnico nQ 45.

5) Projeto Anâlise Ambiental da Região de Vitoria. Estudo da Erosão.

Volume I - Mapa de Vegetação

Tomo 1 - Descrição da Vegetação

Fundação Jones dos Santos Neves/1979

MAPAS E FOTOS AEREAS UTILIZADOS NO MUNIClPIO:

IBGE - Folhas na escala 1:50.000

Santa Leopoldina

Serra

Domingos Martins

Vi tori a

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1 1 7

Ministério da Agricultura - escala 1:400.000

Levantamento de reconhecimento dos Solos do Estado do Espirito Santo.

(Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuãria).

(Divisão de Pesquisa Pedolõgica). 1979.

Levantamento Aerofotogrãfico - escala 1:20.000

Maio/1978 - Vôo Esteio/Fundação Jones dos Santos Neves

7.1. PESSOAS QUE DETÉM INFORMA~ÕES SOBRE A FAUNA DO MUNICíPIO

Paulo Américo de Fraga Rodrigues (BANDES)

Flora e Fauna da Reserva de Duas Bocas

Antônio Wolkers Lipaaus (guarda da reserva de Duas Bocas)

Flora e Fauna da reserva de Duas Bocas

Augusto Ruschi (Museu Mello Leitão)

Flora e Fauna do Municipio

Sr. Alicio Ferrei.ra.,de Jesus (Pescador do rio Bubu).

Flora e Fauna do Mangue

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V. a -

1 18

BIOGEOFRAFIA

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

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Vista dos campos de vãrzea com vegetação graminõideàs margens do rio Santa Maria. Ao fundo montanhas domunicípio da Serra.

Detalhe dos campos de vargem da foto anterior.

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Transição de vegetação de terra firme e manguezais.Em segundo plano a Typha sp (taboa), em terceiro plano o manguezal e ao fundo morro de capoeira sobre oArqueano. Próximo ao estuário do rio Santa Maria.

Em primeiro plano cultura de milho, seguida da vegetação dos solos hidromórficos, a taboa no inlcio dosalagados e final~ente o manguezal .. Margem direitado rio Santa Maria da Vit6ria.

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Vista externa da capoeira baixa sobre o Barreiras.Próximo ã ponte da BR 101 sobre o rio Santa Maria.

Vista interna de capoeira da foto anterior.

12 1

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Vi sta do emaranhado de galhos formado entre a veget~

ção da foto anterior.

El abol~açao de um -cransec-c vege-caclona J na capoei radescrita nas fotos anteriores.O tecnico ã direita da foto segura um exemplar deeamal"á-'<.çu, um dos vegetais dominantes na região,alem do cGma:eá (Gochnatia sp).

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Detalhe da folha e caule do camara-uçu.

Vista panorâmica da floresta paludosa que se propõepreservar ã margem direi ta do rio Santa Maria.Foto tirada do contorno da BR 101.

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Vista parcial do manguezal do rio Bubu.

Em primeiro plano manguezal do rio Bubue atras acapoeira sobre os solos do Pre-cambriano.

121+

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Manguezal do rio Bubu ã esquerda e em primeiroplano. Atrás a capoeira baixa.

Deta1he de Lagv.nculari.a racemosa a esquerda da foto.Manguezal do rio Bubu.

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Pescadores no manguezal do rio Bubu.

Produto da pesca no manguezal do rio Bubu. O pelxeexibido, muito abundante na região, e chamado quira.

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Ocupação urbana às margens do manguezal do rio Bubu.Proximo ã ponte ferroviãria da CVRD.

Pesca artesanal de subsistência realizada por habitantes da região no manguezal do rio Bubu.' Ao fund~Rhizopho:ra mangZe.

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Detalhe de Rhizophora mangZe no manguezal do rio Bubu.

128

Destruição do manguezal do rio Bubu para dara residências de baixa renda.

1uga r

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Ocupação urbana às margens do manguezal do rio Bubu,aumentando a poluição orgânica das ãguas.

Pesca de subsistência no manguezal do río Bubu.

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Outro detalhe de pesca no manguezal.

População ribeirinha ao manguezal do rio Bubu, nolocal denominado Flexal 2.

1 3 O

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Despejo de lixo domiciliar no manguezal do rio Bubu.

Detalhe do derramamento sem nenhum tratamento do efluentedo matadouro no rio Bubu. A coloração vermelha ê sanguede boi.

1 3 1

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Rio Bubu, no início do estuãrio, completamente p~luído pelos efluentes dos matadouros.

Manguezal no córrego Piranema em Itaquari completamente poluído. _Abaixo da ponte coletou-se amostras de agua que comprovaram pesada poluição org~nica.

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Ocupação urbana precãria as margens do manguezal dorio Piranema.

Detalhe da degradação do manguezal do Piranema (de~

matamento, poluição e ocupação).

1 33

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Detalhe do desmatamento do manguezal do Piranema.

Manguezal ainda preservado na foz do Piranema.

I 34-

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Queimada da capoeira sobre o Pre-cambriano, próximoao t·1u nchua ra.

Cafezal plantado em curvas de nlvel em terrenos dealta deciividade, prõximo a Duas Bocas. As prãticas conservacionistas adotadas são insuficientes para conter a crescente degradação do solo. -

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Vista do Scrub lenhoso atlântico. sobre solos rasos.Próximo a Duas Bocas.

Detalhe ao fundo do Scrub lenhoso. Em primeirono bananal plantado em grande declividade.da foto anterior.

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Vista da floresta paludosa prõximo ã ponte do contorno da BR 101.

Detalhe da floresta paludosa da foto anterior. Jl, e~

pecie mais alta ê o gua)~andi (Gutiferae, do generoSymphonia), muito comum nesta região.

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Vista do tapete de folhas secas não decompostas nosolo de areia da mata de restinga alta que se propõepreservar próximo ao rio Santa Maria da Vitória.

Vista do interior da mata de restin~a alta que se propõe preset'var mostrando o porte e o espaçamento das­~rvores, Dem corno a escassez de um estrato rb~ceo.

1 3 8

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Detalhe da elaboração de um transect vegetacionalna mata de restinga.

Emaranhado de llanas na mata alta de res n9a .

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Penetração de luz entre as copasta alta de restinga . .;"

Vista internaserva de Duas

da ma

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Alta densidade, diversificação e abundância de especimes vegetais de grande altura e de peq~eno diâmetro dentro da reserva florestal de Duas Bocas.

Vista do estrato superior da floresta destacando-se agrande quantidade de epTfitas reserva de Duas Bocas.

14 1

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Vista de cipó de enormediâmetro (conhecido como mata pau) abraçandoo tronco de uma enormearvore.Reserva de Duas Bocas.

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Taquaras no interior da mata de Duas Bocas.

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Curso d'água cristalino, sem sinais de erosao e queman!em ve~etação natural com evidência de algumasmusaceas as suas margens.Reserva de Duas Bocas.

Ambiente exuberante no interior da reserva de DuasBocas. Os mananciais hldricos dentro da reserva estão efetivamente protegidos.

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VI -

144

CONCLUSAO

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o presente relatório diz respeito ã conclusão do Estudo Bãsico do MeioAmbiente do Município de Cariacica e pode ser considerado como uma tent~

tiva de síntese das 04 etapas -diagnósticos at~ aqui estudadas sobre oambiente físico do município, a saber: Geologia e Solos~ Hidrologia~

Morfometria e Atividades Poluidoras; Fitogeografia e Zoologia; Clima. Se~

do assim, neste relatório se utilizam todos os elementos levantados naqueles estudos, os quais devem ser apreciados para que se possa ter umavisão critica do trabalho. Tenta-se tamb~m oferecer propostas para aresolução dos problemas do meio ambiente físico, detetados no desenvolver dos trabalhos.

Em relação às metas de trabalho do Estudo Básico do Meio Ambiente deCariacica originalmente propostas, pode-se dizer que foram elas plename~

te atingidas, à exceção do estudo sobre a qualidade das águas e do ardo município, que ficaram incompletos em virtude da impossibilidade dese ter acesso a alguns dados essenciais.

o presente relatório foi estruturado em la propostas, visando que odesenvolvimento urbano do municipio se dê com os mínimos danos ambientais possíveis e, tentando-se proteger, conservar e melhorar, as condiçoes da ecologia local.

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VII

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-APENDICE

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1.

147

I I

AREAS DE INTERESSE ECOLOGICO

As ãreas consideradas de interesse ecológico foram levantadas na etapado Estudo Preliminar da Biogeografia do MUnic{pio e estão mapeadas naescala 1:20000 no mapa anexo a este relatório. são elas:

1,1, MANGUEZAIS DO RIO SANTA MARIA DA VITÓRIA E DO RIO BUBU

Este complexo de manguezais localiza-se ao fundo da bala de Vitória etem função ecológica importantlssima na cadeia alimentar dos oceanos: intensa produção de protelnas~ local de refugio e reprodução da fauna esp~

c1fi ca.

Sugere-se solicitar ao Serviço de Patrimônio da União o fim da concessãodos aforamentos naquelas ãreas~ bem como ã SUDEPE um controle mais rigoroso da pesca e a coleta predatôria, de animais que aindaê praticada~

Estes manguezais, embora comprometidos com a poluição orgânica daságuas, ainda conservam flora e fauna bastante ricas. O restante dosmanguezais ainda existentes em Cariacica, poderiam ser ocupados~ em virtude de suas pequenas ãreas e comprometimento com a ocupação urbana epoluição das aguas.

1.2. MATA ALTA DE RESTINGA PRÓXIMA AO ESTUÁRIO DO RIO SANTAMARIA DA VITÓRIA

Este ultimo relicto de mata alta de restinga no municipio ê tambêm umdos ultimos testemunhos na região da Grande Vitôria desta importante formação fitogeogrãfica. Pelos motivos expostos no capltulo sobre a biogeografia, propõe-se a desapropriação desta área e sua transformação numparque dotado de infra~estrutura para o lazer das populações urbanas.

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148

1.3. FLORESTA PALUDOSA PRÓXIMA Ã PONTE SOBRE O RIO SANTA MARIA DA VITÓRIA DO CONTORNO DA BR-lül

Esta formação fitogeográfica tambem se encontra em extinção, sendo po~

co conhecida. Este e o ultimo testemunho desta formação no municipio.Propõe-se solicitar ao SPU a área e preservá-la irrestritamente, admitindo-se, entretanto, no seu interior, as expedições de caráter cientifico.

1.4, CAMPO DE VÁRZEA PRÓXIMO A FLORESTA PALUDOSA DO ITEM 1.3

PelDs motivos expostos no capitulo sobre a biogeografia, propõe-se adesapropriação dessa ãrea e sua conservação irrestrita, so se permitindono seu interior a pesquisa cientifica.

1,5, FLORESTA SECUNDÁRIA DOS TABULEIROS PRÓXIMA A CAÇAROCA

Não hã mais nenhum vestigio da imponente floresta primária dos Tabuleiros no municipio, sendo que este capão de mata secundãria.mostra evid~n

cia de não ter sido completamente devastado pelo fogo e com grande pr~

babilidade de poder vir a atingir o climax vegetacional primitivo. Propõe-se a desapropriação da ãrea, sua preservação e o desenvolvimento deestudos, visando acelerar seu repovoamento vegetal e animal.

1.6, RESERVA DE DUAS BOCAS

Esta reserva encontra-se, bem conservada, tendo o Estado a sua posse ef~

tiva. Atualmente e controlada pelo Instituto de Terras e Cartografia.r um belo exemplo da mata atlântica de encosta primária e de proteçãoaos recursos hidricos, sendo a reserva estadual mais bem protegida. Propõe-se apenas intensificar a fiscalização da área e incentivar a pesqu~

5a cientlfica no seu interior.

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2.

149

BACIA HIDROGRAFICA DO RIO DUAS BOCAS

Esta bacia, desde as cabeceiras atê a represa, estâ em condições pratica

mente naturais (reserva de Duas Bocas). Da represa atê o estuãrio, no

rio Santa Maria da Vitõri~ não hã praticamente ocupação urbana sendo a

bacia a que apresenta melhor qualidade das âguas no município.

Alêm disso, no baixo vale hâ grandes extensões de campos de varzea, os

quais pelas suas caracterlsticas proplcias ã agricultura e dificuldade

de urbanização, não deveriam ser ocupados. Propõe-se desestimular a

ocupação urbana em toda a ârea da bacia, bem como a instalação de indGs

trias, de modo a se enquadrar suas ãguas na Classe I de qualidade da

SEMA (não aceitar lançamento de efluentes mesmo tratados).

r de se notar que o rio Duas Bocas, a exemplo dos demais rios do municl

pio, embora de pequeno comprimento (26km), possui vãrios habitats di

ferentes para a fauna aquãtic~>em virtude de apresentar trechos onde e

grande a variação da temperatura das ãguas, velocidade, oxigênio dissol

vida, sol idos em suspensão, salinidade etc, apresentando característi

cas desde rio de montanhas até estuârio em manguezais, o que propicia

enorme diversidade e abundância das populações aquãticas. Nestes rios

e comum a piracema (subida dos peixes do oceano até as cabeceiras para

desova). ~ exceção do rio Duas Bocas e do rio Santa Maria da Vitoria,

pode-se considerar qU~.a rigor, todas as demais coleções hídricas do mu

nicípio estão com suas populações primitivas dizimadas.

Esta proposta de proteger a bacia do rio Duas Bocas deve ter o

apoio do município de Santa Leopoldina, pois parte da bacia nele se si

tua.

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3,

15 O

- -AREAS SUJEITAS A INUNDACOES

Conforme se expôs no capltulo sobre geologia e solos, o municlpio de

Cariacica apresenta grandes ãreas de terrenos quaternãrios sujeitas a

inundações periódicas, as quai~ para serem urbanizada~ requerem vult~

sos investimentos de infra-estrutura (drenagem, esgotos, pavimentação).

Alem disso são solos que, convenientemente drenados e corrigidos os teo

res do pH, fósforo e nitrogênio, podem ser muito bem aproveitados para a

produção agricola. Note-se também que, na hipótese de serem urbaniza

dos em toda sua ãrea de ocorrênci q haveria danos ecológicos considerã

veis (destruição de biotas especlficas, fim dos transbordamentos ferti

lizantes e beneficos dos rios às baixadas e às aguas de jusante). Sug~

re-se desestimular a ocupação urbana a priori nestas áreas e, quando

se optar pela ocupação, planejar e implantar sistemas de drenagem e es

gotos convenientes, bem como levar em consideração as baixas taxas de

resistência mecânica desses solos.

Na legenda do mapeamento pedolõgico realizado, estes solos, pela

de alagamento, foram classificados como:

- S.O. - Solos Orgânicos;

- S.A. - Solos Aluviais e

- AM + PH - Restingas Alagáveis.

ordem

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4.

151

-AREAS DE GRANDE DECLIVIDADE

Elaborou-se um mapeamento por classes de declividade (O a 30%, 30% a

45%, 45% a 100%, 100% em diante) da ãrea do municipio na qual 5e disp~

nha de restituição aerofotogrametrica com a finalidade de se detetar

ãreas inadequadas i ocupação. Sugere-se s6 permitir a urbanização atê

30% de declividade, podendo-s~ entretanto, tirã-la ati 45%, desde que

sejam tomadas medidas ou de drenagem das ãguas das encostas ou de manu

tenção da cobertura vegetal ou de obras de contenção geotêcnica. Suge

re-s~ outrossim, não permitir arruamentos com declividades superiores a

15%.

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5.

152

ÁREAS SOBRE AFORMAÇÃO BARREIRAS

Pela sua topografia suave, pelo não alagamento e pelas altas taxas

resistência mecânica, os solos da Formação Barreiras no munici~io

cem ser aqueles que reunem as melhores condições de urbanização,

do-se em conta as caracteristicas fisicas.

de

par~

levan

Entretanto, os solos formados sobre a Formação Barreiras em Cariacica a

presentam alto grau de podzolização, como se expôs no capitulo referen

te ã geologia e solos. são solos que têm textura arenosa, com presença

de minerais primãrios hidrosoluveis e grande tendência ã erosão. Não

se deve permitir ocupação urbana nas encostas (declividades superiores a

30%) da Formação Barreiras, sob a pena de se provocarem grandes erosões.

Alem disso, e de se ressaltar que a ocupação dos platôs do Barreiras im

plica no comprometimento da situação sanitaria dos fundos de vale, dep~

sitarios naturais das aguas servidas dos platôs. Mister se faz então,

sempre que se projetar ocupação nos platôs elevados, projetar-se também

sistemas de esgoto e drenagem dos fundos de vale a jusante.

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6.

153

INCENTIVAR OPLANTIO DE BANANAIS E PALMITAIS

No mapeamento vegetacional realizado, ressalta ã primeira vista a gra~

de ãrea plantada em bananais no municipio, em especial sobre os solos

cambissolicos (rasos) do Pre-Cambriano. Estes bananais representam gra~

de fonte de renda para o munlclplo, são muito bem adaptados ecologicamente ã região e ainda por cima protegem aqueles problemãticos solos

(solos rasos e de altas declividades) contra a erosão, visto que o bana

nal uma vez formado forma um docel que efetivamente protege as encostas

dos violentos aguaceiros tão comuns na parte alta do municipio, deixan

do também grande quantidade de humus no solo. A unica restrição a ser

feita ê da epoca de implantação do bananal, quando as encostas ficam

desnudas e expostas aos agentes erosivos. Nessa ocasião, são necess~rios

tratos conservacionistas nas encostas (enleiramento em nível, valetas em

contorno, plantio de vegetação protetora, etc).

Da mesma maneira, deve-se incentivar o plantio do palmito doce, espécie

típica da floresta atlântica de encosta e de grande valor comercial (e~

portação) .

o plantio do palmito, como se observou no capitulo relativo ã fitogeogr~

fia, traz grandes vantagens do ponto de vista ecologico, uma vez que

desenvolve-se dentro da mata, é de facilima reprodução, não tem probl~

mas fitosanitãrios de monta, não exige praticamente reposição de nutri

entes, conserva a floresta primitiva ou induz ã sua formação e protege

os solos.

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7.

154

PRESERVAR OSITIO DO MUNCHUARA

Este belo monoli to e um migmati to homogêneo, de grande valor cêni co e

marcante na formação cultural das populações humanas autóctones do muni

cipio.

No seus pés já se descobriram vanos sítios arqueológi cos (Perota, 1982,

comunicado pessoal) e há evidências de que o monolito era adorado pelos

indios como um totemicamente. Pelo valor histórico e paisagístico dos

morros e das matas que ainda se localizam nos altos. propõe-se o desen

volvimento de um projeto específico, no qual participasse a UFES, com a

finalidade de demarcar uma ãrea para preservaç'ã.o restrita ou irrestrita,

aliada a aprofundamentos do estudo arqueológico da região. Esta reglao

vem sofrendo intensa pressão de urbanização e se localiza próxima ã re

serva de Duas Bocas.

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8,

155

IMPLANTAR U~A LEGISLACAO_MUNICIPAL DE PROTEÇÃO)CONSERVACAO E MELHORIA AMBIENTAL

o municipio de Cariacica não dispõe de instrumentos legais, muito menos

materiais, de proteção ao ambiente, vendo-se assim de mão atadas para

impedir,por exemplo, os 2 frigorificos de poluirem totalmente o rio Bubu,

a morte do rio Formate, a poluição de õleo na baia, os altos indices

de poeira e gases da COFAVI, o desmatamento indiscriminado, etc.

Propõe-se a elaboração de um projeto de lei de proteção, conservação e

melhoria do meio ambiente municipal, a criação de um conselho municipal

de meio ambiente e de um õrgão executivo de normatização e fiscalização

das infringências ambientais, providências estas que são ate incentiva

das atualmente pelo Governo Federal.

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156

9. DESESTIMULAR AOCUPAÇAO URBANA NAS ÁREAS QUE NÃO VÃO SESERVIR DO PLANO DE ESGOTOS DA GRANDE VITORIA

A implantação de um plano de esgotos do porte do que foi estudado pela

HIDROSERVICE/CESAN exige vultuoslssimos investimentos e seria preferlvel

se desestimular a ocupação urbana nas regiões onde não se previu o atendimento. Na nossa opinião, dentro do Município de Cariacica, hã 02 hi

põteses de ãreas não urbanizãveis falhas: a bacia do rio Formate e a

bacia do Cõrrego Vasco Coutinho. são ãreas que jã estão sofrendo pres

são de urbanização, que jã estão bastante poluldas e que foram desconsi

deradas no plano da CESAN. Dever-se-ia, talvez, tentar alertar aCESAN para o fato, visto que o documento preparado pela HIDROSERVIDE ain

da não estã em forma final.

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lO. IMPLANTAR PRATICAS CONSERVACIONIST,l\S NA AGRICULTURA LOC~L

Os solos situados sobre as formações não-quaternárias do munlClplo, via

de regra, são pobres em nutrientes especialmente fôsfor~ nitrogênio e

bastante ãcidos. Fazem exceção os solos podzolicos da região de Pirane

ma, de maior reserva mineral e bem estruturados. Al~m disso, hã grande

areas de solos podzolizados no município, bastante proplcios ã erosao;

as declividades dos terrenos são bastante acentuadas e o regime de chu

vas e de temporais concentrados.

Todos estes fatos levam a indicar que os solos não-quaternârios do mu

niclpio, quando forem agricultados, devem sê-lo de uma maneira mais con

servacionista, e não seguindo o ciclo predatôrio que aconteceu: derruba

da da mata, plantio sem nenhuma técnica de cafe ou cana, exaustão da

terra e sua posterior transformação em pastos ou capoeiras improduti

vos e onde a degradação continua.

As tecnicas conservacionistas de plantio e da exploração florestal exis

tem, são perfeitamente exequ;veis e trazem grandes benefícios ao próprio

agricultor e ao ambiente como um todo; entretanto, por um problema que

tem conotações na formação histórica de nosso povo e de nossa economia,

o agricultor via de regra desconhece-as completamente e nunca as prati­

ca. Cariacica, por ser um grande produtor de bananais e dispor de ex

tensas vargens aluvionais prõximas ã capital do Estado (zonas de produ

ção de alimentos, em tese), merecia ter um escritório técnico e com ori

entação da EMATER aos agricultores locais.

Dentre as praticas conservacionistas mais simples e eficientes, destaca

mos a consociação de capins e leguminosas na formação das pastagens, a

formação de compostagens de matéria orgânica e a adubação do solo, as

técnicas de enleiramento em nivel de enxadão, a aração e gradagem em

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curvas de n1vel, o terraceamento, a implantação de valetas e

individuais para as plantações perenes, o plantio de cordões

em nTvel, as anãlises dos solos etc.

158

banquetas

vegetais

Seria tambem interessante se se respeitasse o Cõdigo Florestal, notada

mente no que diz respeito aos desmatamentos indevidos e a preservação

de faixas mTnimas de proteção às margens dos cursos d1agua.

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159

lI. TRANSFORMACÕES DO ME IO A~1B I ENTE EM FUNÇÃO DA URBAN I ZACÃO

Cariacica pode vir a

Neste item tenta-se descrever, em largos traços

qualitativa, como a urbanização do municipio de

afetar as condições do meio ambiente local.

e de uma forma apenas

Mister se faz aqui ressaltar, inicialmente, que o macroclima de Cariacica,

ou seja, as condições meteorolõgicas de carãter regional, não se alteramsensivelmente com a expansão de urbanização, senão vejamos: a influência

fundamental do clima no municipio ê devido a maritimidade, ou seja, asmassas de ar vindas do oceano, em especial as massas de ar do anticiclone do Atlãntico Sul e as do anticiclone da Antãrtida, aliadas ao relevo

do municipio ê que determinam a precipitação, temperatura, ventos, umid~

de, etc. Deve-se citar aqui que jã se tentou provar que o desmatamento

da bacia do rio são Francisco esteve provocando modificações no regimede chuvas local, infrutiferamente.

E interessante notar aqui que a parte montanhosa do munlclplO, de rele

vo mais movimentado, de maior precipitação e menores temperaturas, não tem

perspectivas de urbanização, devido principalmente ã existência da re

serva florestal de Duas Bocas. Sendo assim, a zona urbanizada atual ea expansão de urba~ização devem dar-se na região mais baixa do municipio

(clima megatêrmico e subumido - mais quente, menos chuvas).

Com relação às modificações sofridas pelo ambiente em função da urbaniza

ção, uma das mais notãveis ê a mudança dos regimes hidricos dos cursos

d'ãgua, os quais tendem ao regime torrencial (grandes enchentes, grandessecas), devido à diminuição da capacidade de armazenamento d1ãgua do

solo quando urbanizado (diminue a infiltração nos perlodos de chuv~,

levando a água precipitada escorrerem grandes vazões para ascalhas dos rios durante o periodo chuvoso e diminuindo a descarga de

base do lençol freãtico nos periodos de seca), visto que o solo urbaniza

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16 O

do ~ muito menos permeãvel do que o solo florestado em condições naturais.

Tamb~m em consequ~ncia da urbanizaçâo e do aumento do run-off (âgua que

corre para as calhas dos rios superficialmente), aumenta a descarga sõli

da dos rios (maior arraste de particulas, maior erosão), causando oprogressivo_entupimento das calhas dos rios e dos sistemas de drenagem,

o que e um fator a mais para provocar inundações e subutilizaçâo dos

sistemas de drenagem, gerando tambem custos para o desassoreamento dos

cursos d'ãgua e dos sistemas de drenagem.

Esta crescente descarga sõlida nos cursos d'ãgua aumenta a turbidez das

ãguas, diminue a penetração da luz, diminue a produção fitoplantônica,

diminue o zooplancton e diminuem as populações das comunidades animais

aquãticas. Ocorre tamb~m a diminuição do calado dos rios, dificulta-se

cada vez mais a possibilidade de navegação fluvial. Deve-se notar tam

bem que o municipio de Cariacica tem sua drenagem diretamente ligada ao

fundo da bala de Vitõria, o que aumenta o seu assoreamento.

Alem disso o aumento das vazoes causa cada vez mais a erosao nas margens

dos cursos d1ãgua (desbarrancamento das margens).

Outra consequência lõgica da urbanização e a extinção de comunidades ve

getais e animais, visto que o ~rocesso de abertura de vias e de loteamentos util izados atualmente, el ir.linaf1\ virtua1mente, qual quer ti po de ve

getação ou animal presente na ârea a ser urbanizada.

f de se ressaltar aqui que a parte urbana do municlpio de Cariacica e

totalmente carente em arborizaçãodas, vias publicas, ou de ãreas verdes,

o que e um grave problema de desconforto ambiental para a população ur

bana que deveria ser encarado pelo Poder Publico, visto que massas de

vegetação tornam mais amenas as temperaturas, aumentam a evaporação, cau

sam agradaveis impactos visuaise diminuem a poluição do ar.

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16 1

A urbanização em ãreas originalmente florestais tambem causa mudanças nomicroclima da região, senão vejamos: aumenta a incidência dos raios 50

lares no solo, diminue a materia orgãnica e a umidade do solo (maiores

temperaturas do solo, menor atividade biolõgica); a umidade relativa do

ar logo acima do solo diminue e as temperaturas aumentam; aumenta a ex

posição aos ventos das regiões logo acima do solo; as ãreas pavimentadas

têm em geral baixo calor espec"ífico (esquentam rapidamente, esfriam ra

pidamente), causando o aumento da temperatura durante o dia e o descon

farto ambiental, em especial no verão; aumenta a evaporação nas areasurbanizadas.

Com relação ao clima regional, pode-se dizer que as ocasiões de menor con

forto ambiental são o verão (altas temperaturas, dias de pouco vento,

alta umidade relativa do ar) e o inverno (vento SW frio e forte, baixaumidade do ar).

Para diminuir a influência do vento SW e a consequente sensaçao de des

conforto dentro das residências, pode-se aventar a possibilidade de

se orientar o sistema viãrio naquela mesma direção, visto que dessa for

ma diminuirã a incidência de vento frio dentro das residências.

Para combater o desconforto ambiental do verao, a melhor alternativa e

a arborização das ruas e implantação de massas verdes na area urbanizada.

Em relação âs massas de predios que se erguem na urbanização, deve-se

ressaltar a necessidade de que haja espaçamento conveniente entre os

mesmos, visto que o material com que são construldos tem em geral baixo

calor especlfico (aumenta rapidamente a temperatura), aumentando as tem

peraturas na ãrea urbana, em especial durante o verão.

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