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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ FAESPI CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA VALMA LAIGNIER DE SOUZA BARROSO UMA VISÃO DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL DIANTE DO MANEJO DE ENSINO DE PROFESSORES COM ALUNOS COM TDAH TERESINA PI 2017

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – FAESPI

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

VALMA LAIGNIER DE SOUZA BARROSO

UMA VISÃO DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL DIANTE DO

MANEJO DE ENSINO DE PROFESSORES COM ALUNOS COM TDAH

TERESINA – PI

2017

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VALMA LAIGNIER DE SOUZA BARROSO

UMA VISÃO DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL DIANTE DO

MANEJO DE ENSINO DE PROFESSORES COM ALUNOS COM TDAH

Monografia apresentada à Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Psicóloga. Orientador: Prof.º Esp. Kelvis Rodrigues Sampaio da Cruz.

TERESINA – PI

2017

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VALMA LAIGNIER DE SOUZA BARROSO

UMA VISÃO DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL DIANTE DO

MANEJO DE ENSINO DE PROFESSORES COM ALUNOS COM TDAH

Monografia apresentada à Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Psicologia.

Aprovada em: ____/____/2017.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________ Prof.º Esp. Kelvis Rodrigues Sampaio da Cruz

Orientador Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

_________________________________________________________ Prof.ª Me. Tammya Tercia Oliveira Ribeiro da Silva

1ª Examinadora Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

_________________________________________________________

Prof.ª Me. Denise Martins da Costa e Silva 2ª Examinadora

Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu Deus por me dado vida, saúde, coragem, força e

determinação para a conclusão deste trabalho.

Ao meu esposo Edilando Barroso, pelo incentivo constante na busca do

saber, pelo companheirismo de todas as horas, pela paciência nas horas ausentes e

por me motivar sempre;

Aos meus filhos André e Ester, por estarem sempre apoiando meu sucesso;

Aos meus familiares e amigos, pelos votos de perseverança;

Aos meus pais pelo amor, incentivo e motivação;

Aos meus colegas de turma que de uma forma direta ou indireta fizeram

parte da minha formação;

Aos meus orientadores, Psicólogo mestre Kelvis Sampaio e a Professora

Doutora Ruth Raquel, pelo suporte, correções e pelas orientações que me

possibilitou a realização deste trabalho;

A minha Psicóloga Mestra, Karolina Pessoa, Coordenadora do Curso de

Psicologia da FAESPI, pelo apoio e incentivo;

A todos os professores da faculdade que compartilharam comigo os seus

conhecimentos contribuindo na minha formação profissional;

A esta faculdade e todo o seu corpo docente, direção, administração e a

todos os colaboradores.

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RESUMO

Nota-se que as diversas formas de relacionamento e conduta modificam rotinas em determinados ambientes. Os indivíduos portadores do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade geralmente vivenciam situações especificas nos seus relacionamentos devido às suas características. O presente trabalho apresenta como objetivo geral analisar o papel dos professores na visão da Terapia Cognitivo Comportamental no processo de aprendizagem de crianças com TDAH, e como objetivos específicos: descrever as dificuldades que os professores enfrentam no processo ensino-aprendizagem com esses alunos, identificar as estratégias pedagógicas, descrever as práticas do psicólogo na abordagem de Terapia Cognitivo Comportamental com crianças com TDHA. A metodologia dessa pesquisa foi feita uma revisão sistemática que constitui um processo de reunião, avaliação crítica e sintética de resultados de múltiplos estudos. Os resultados demonstram que o portador do TDAH precisa ter na escola um acompanhamento especial, já que não consegue conter seus instintos, e que a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) vem apresentando uma eficácia comprovada no tratamento de TDAH principalmente com a psicoeducação. Palavras-chave: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Aprendizagem. Professores. Terapia cognitiva comportamental. Intervenções.

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ABSTRACT

It is noted that the various forms of relationship and conduct modify routines in certain environments. Individuals with Attention Deficit Disorder and Hyperactivity usually experience specific situations in their relationships due to their characteristics. This paper aims to analyze the role of teachers in the view of Cognitive Behavioral Therapy in the process of learning children with ADHD, and as specific objectives: to describe the difficulties that teachers face in the teaching-learning process with these students, to identify the pedagogical strategies, describe the practices of the psychologist in the approach of Cognitive Behavioral Therapy with children with ADHD. The methodology of this research was a systematic review that constitutes a process of meeting, critical and synthetic evaluation of the results of multiple studies. The results demonstrate that the ADHD patient needs to have a special follow-up in the school, since he can not contain his instincts, and that Behavioral Cognitive Therapy (CBT) has shown a proven efficacy in the treatment of ADHD mainly with psychoeducation. Keywords: Attention deficit hyperactivity disorder. Learning. Teachers. Cognitive behavioral therapy. Interventions.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 7

2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 9 2.1 HISTÓRICO DO DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE

ATENÇÃO / HIPERATIVIDADE ...............................................................

9 2.1.1 A natureza do TDAH .............................................................................. 10 2.1.2 Manifestações clínicas do transtorno de déficit de atenção-

hiperatividade .........................................................................................

11 2.1.2.1 O déficit de atenção ................................................................................. 11 2.1.2.2 Hipetatividade .......................................................................................... 13 2.1.2.3 Impulsividade ........................................................................................... 14 2.2 A APRENDIZAGEM DO ALUNO COM TDAH ......................................... 14 2.3 DIREITOS DOS ALUNOS COM TDAH ................................................... 18 2.3.1 A importância do papel fundamental do professor ............................ 19 2.3.2 Atividades interventivas em sala de aula ............................................ 20 2.3.3 Os papéis da psicoterapia e da psicopedagogia ................................ 22 2.4 A TCC PARA CRIANÇAS COM TDAH .................................................... 23 2.4.1 TCC e seus benefícios no tratamento de crianças com TDAH ......... 26

3 METODOLOGIA ...................................................................................... 30 3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ............................................ 30 3.2 BASES DE DADOS ................................................................................. 30 3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS ..................................... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................ 32 4.1 TDAH E A ESCOLA ................................................................................. 36 4.2 MANEJO DOS PROFESSORES COM ALUNOS COM TDAH ............... 37 4.3 TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL E ALUNOS COM TDAH. 38

5 CONCLUSÃO .......................................................................................... 39

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 41

REFERÊNCIAS....................................................................................... 45

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho enfatiza, a condição clínica conhecida como Transtorno

do Déficit de Atenção e Hiperatividade, TDHA, que é alvo de estudo desde 1930 nos

EUA e na Europa.

Os conhecimentos sobre a causa ou causas do transtorno do déficit de

Atenção e Hiperatividade continuam incertos, mas a experiência clínica acumulada

trouxe diretrizes diagnósticas aperfeiçoadas para que se possa reconhecer o

transtorno.

Percebe-se que é grande o número de alunos, em diferentes estudos, com

diferentes idades, que apresentam características associadas ao transtorno.

Acredita-se que durante a vida profissional de cada educador, vários alunos com

esse transtorno já enfrentam dificuldades pela falta de informações, não só dos

professores, como também de outros profissionais da área, bem como dos pais.

O psicólogo é um profissional que atua no diagnóstico e tratamento dos

problemas de aprendizagem, estando também envolvido na investigação de

distúrbios comportamentais. Sendo assim, precisam está informados sobre os

diversos transtornos, síndromes e patologias. O Transtorno do Déficit de Atenção e

Hiperatividade é um dos itens mais frequentes na lista de reclamações atualmente.

É importante para o desenvolvimento do aluno com o transtorno, que ele

seja visto sob um foco diferente, pois seu cérebro apresenta um funcionamento

peculiar. É preciso entendê-lo e aceitá-lo.

O interesse pelo tema surgiu de leituras e reflexão no decorrer da

especialização em Psicologia Clínica e a dificuldade de trabalhar com alunos que

apresentam “distrabilidade ou tempo curto de atenção”.

A busca de novos conhecimentos contribuirá de modo efetivo para o

crescimento pessoal no sentido de desenvolver habilidades pesquisadoras e

condições para uma atuação mais eficiente enquanto psicóloga na atuação clínica e

escolar, na perspectiva da melhoria do trabalho com crianças “denominadas”

hiperativas.

O presente trabalho apresenta o principal objetivo desse estudo é analisar o

papel dos professores na visão da Terapia Cognitivo Comportamental no processo

de aprendizagem de crianças com TDAH, descrever as dificuldades que os

professores enfrentam no processo ensino-aprendizagem com esses alunos,

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identificar as estratégias pedagógicas, descrever as práticas do psicólogo na

abordagem de Terapia Cognitivo Comportamental com crianças com TDHA.

O transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um tema de

interesse de pais e profissionais de várias áreas. A Atuação de profissionais

(Professores, psicopedagogos, psicólogos) na área da educação é de suma

importância para o desenvolvimento escolar e social das crianças com TDAH.

De acordo com Barkley (2002) é muito possível que o aluno com TDAH seja

criativo, inteligente, multitalentos e que deseje muito, agradar aos adultos que o

rodeiam. Ele está habituado ao fracasso escolar e a ser mal compreendido pelos

outros, sendo necessário acompanhamento de práticas pedagógicas para um

melhor desempenho escolar.

Entende-se, de acordo com Knapp (2002), que também as práticas

pedagógicas precisam se preocupar em levar seu aluno com TDAH a transcender o

espaço escolar, no sentido de se tornar apto para o enfrentamento dos obstáculos

do dia-a-dia, ser capaz de criar, inventar, sonhar e sentir-se útil, independentemente

de suas particularidades. Espera-se então com esse projeto, compreender melhor as

práticas pedagógicas voltadas às crianças com TDAH, com o auxílio da Terapia

Cognitiva Comportamental possa alcançar as necessidades educacionais especiais,

considerando o que elas possuem enquanto potencial e permitindo-lhes uma

interação mais ativa e transformadora na sociedade.

A estrutura desse trabalho está dividida em quatro capítulos. O primeiro se

dedica ao histórico do diagnóstico do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade

(TDHA) que se remete a apresentar um pouco sobre a historia a origem de casos de

TDHA, no segundo a aprendizagem do aluno com TDHA. No terceiro capítulo trata

sobre os direitos dos alunos com TDHA. No quarto refere-se sobre a abordagem

Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) para as crianças com TDHA, o que essa

abordagem da psicologia pode fazer para melhorar as crianças com TDHA.

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2 REFERENCIAL TEORICO

2.1 HISTÓRICO DO DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE

ATENÇÃO / HIPERATIVIDADE

Ao longo da história, há alusões a respeito do Transtorno de Déficit de

Atenção com Hiperatividade na infância em muitas das grandes civilizações. No

século XIX, por volta de 1980, médicos trabalhavam com pessoas que

apresentavam dano cerebral e sintomas de desatenção, impaciência e inquietação,

como também um modelo similar de conduta apresentado por indivíduos retardados

sem histórico de traumas. Estes mesmos médicos formularam a hipótese que estes

comportamentos em indivíduos retardados resultavam de um mesmo tipo de dano

ou disfunção cerebral (BENCZIK, 2000).

Em 1902, o pediatra britânico Sir Beorge Still descreveu um problema em uma criança que ele denominou como defeito na conduta moral. Ele notou que esse problema resultava em inabilidade da criança para internalizar regras e limites, como também em uma manifestação de sintomas de inquietação, desatenção e impaciência. Still notificou que esses comportamentos poderiam ser resultados de danos cerebrais, hereditariedade, disfunção ou problemas ambientais. Ele também se manteve pessimista, acreditando que essas crianças não poderiam ser ajudadas e que estas deveriam ser institucionalizadas com uma idade bastante precoce. (BENCZIK, 2000, p.21).

Nos anos de 1917 e 1918, devido à explosão de encefalites, os profissionais

de saúde observaram que existia um grupo de crianças fisicamente recuperadas das

encefalites, mas que apresentam inquietação, desatenção, ficavam facilmente

impacientes e hiperativas, comportamentos eram resultantes de um nível de

prejuízos causados no cérebro e ocasionando pelo processo da doença, modelo de

conduta este, descrito como uma desordem pós-encefálico (BENCZIK, 2000).

O médico Chales Bradley, no ano de 1937, enquanto trabalhava com

crianças emocionalmente perturbadas em sua clínica psiquiátrica infantil,

experimentou as medicações estimulantes.

Conforme afirma Benczik:

No mesmo ano, Molitch & Eccles investigaram o efeito do benzedrine nas medidas de inteligências com crianças. Bradley observou uma notável diferença nas respostas de crianças que estavam administrando o benzedrine. Por um período de tempo elas ficavam mais calmas, mais positivas, menos oposicionistas, prestavam mais atenção e pareciam aprender melhor. (BENCZIK, 2000, p.22).

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Durante a Segunda Guerra Mundial pesquisadores estudaram uma vasta

variedade de prejuízos originários da guerra, incluídos os traumas cerebrais. Nesta

ocasião frequentemente surgem os comportamentos de desatenção, inquietação e

impaciência. Esta pesquisa apontou que crianças com estes sintomas também

podem ter sido vítimas de prejuízos ou disfunção e traumas cerebrais (BENCZIK,

2000).

2.1.1 A natureza do TDAH

Pesquisas sobre a origem do transtorno do déficit de atenção/hiperatividade

se encontra em imenso campo, que engloba desde aspectos genéticos,

neurológicos até psicológicos e sócios ambientais. (BARKLEY, 2000).

Nesse aspecto, segundo apresentam Antony & Ribeiro (2004) pesquisa

atuais têm indicado para uma etiologia multidimensional diante da complexidade

desse transtorno e da falta de comprovações cientificas sólidas que sustentem uma

etiologia única e de base puramente biologia. Já Barkley (2000), argumenta que o

TDAH envolve relações multidirecionais, recíprocas e dinâmicas entre influencias

genéticas, neurais, psicológicas, comportamentais e ambientais que ocorrem ao

longo do desenvolvimento da criança.

Nos estudos de cunho sócio emocional, a prática de educação, o contexto

familiar, as características de personalidade dos pais são considerados fatores que

interferem no desenvolvimento e curso do transtorno. Barkley (2000) encontrou uma

ligação entre fatores psicossociais, como classe social baixa, família numerosa,

criminalidade dos pais, desarmonia conjugal severa e adoção, exposição ao fumo,

consumo de álcool, danos cerebrais no lobo frontal, complicações na gestação,

dentre outros, são fatores relacionados ao aparecimento do TDAH. Importa referir

que o estudo desses fatores ambientais não estabelece a relação clara de causa e

efeito entre eles, pois evidenciam apenas uma associação com o TDAH (RODHE,

2003).

No campo biológico, o meio cientifico valoriza duas hipóteses neurológicas

para a procedência do TDAH:

[...] uma disfunção do lobo frontal devido a uma perturbação dos processos inibitórios do córtex. Uma outra [...] dada por Kornestsky enfoca um desequilíbrio neuroquímico nos sistemas neurotransmissores da noradrenalina e da dopamina, os quais se encontram em níveis inferiores, sendo o TDAH provocado por uma baixa produção ou substituição dessas substancias. (ANTONY; RIBEIRO, 2004, p. 56).

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Apesar das diversas pesquisas realizadas sobre o TDAH na atualidade, esse

campo de estudo ainda é permeado por inúmeras incertezas e contradições.

O transtorno do déficit de atenção se localiza na biologia do cérebro e do

sistema nervoso central (HALLOWELL; RATEY, 1999). Pesquisas apontam que

problemas característicos desse distúrbio decorrem de mau funcionamento

neurobiológico. A compreensão dessa disfunção no funcionamento cerebral inovou a

forma de pensar o TDAH nas últimas décadas. (GOLDSTEIN; GOLDSTEIN, 1999).

Indícios recentes indicam o TDAH como uma síndrome de natureza

genética, na qual o sistema biológico do portador experimentou algum tipo de

alteração química, neuroanatômica ou maturacional resultando em desequilíbrio.

Essa ausência de equilíbrio compromete a capacidade do individuo de prestar

atenção seletiva ao que o cerca (BARKLEY, 2002).

2.1.2 Manifestações clínicas do transtorno de déficit de atenção-hiperatividade

Os sintomas surgem antes dos sete anos de idade e persistem pelo menos

por seis meses em dois ou mais ambientes. Às vezes a hiperatividade só é notada

após os sete anos quando a criança é solicitada a participar de atividades mais

estruturadas, que exigem um grau maior de atenção (SILVIA; TAKASE, 2013).

O comportamento dos hiperativos nasce do trio de base alterada, atenção, impulsividade e velocidade da atividade física e mental. Pode-se dizer que o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é composto de sintomas em três áreas: o déficit de atenção, a hiperatividade e a impulsividade. (SILVIA; TAKASE, 2013, p. 22).

2.1.2.1 O déficit de atenção

O indivíduo com déficit de atenção demonstra momentos em que sua

capacidade de atenção parece estar desativada. Costuma ser uma pessoa criativa e

inteligente, mas essas habilidades ficam comprometidas devido à falta de atenção

que induz a uma perda desnecessária de tempo e impede a devida organização da

tarefa, apresentando oscilações no entendimento de determinados conteúdos.

Parece estar no mundo da lua e se distrai com facilidade, parecendo perdido em

fantasias extravagantes (GREENHILL, 1992).

São, portanto, imprevisíveis e carentes de constante supervisão. Tendem a baixar a autoestima com facilidade, pois são frequentes as frustrações e

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sentimentos de inaptidão que vivenciam durante as tarefas e avaliações escolares. Até em atividades de lazer, onde precisam ter uma atenção mais apurada, veem-se constrangidos em certos deslizes imperdoáveis (GREENHILL, 1992, p.145).

Pessoas do sexo feminino são mais propicias a ter falta de atenção. Ao

realizarem leitura de algum texto, passam por cima das letras de forma mecânica,

tendo que voltar ao início para reler, pois não tem, às vezes, ideia do que estava

escrito, tornando o momento da leitura bastante enfadonho. Dar início a alguma

atividade que exija maior esforço mental é muito difícil, pois vai protelando tal tarefa

até se ver obrigada a fazer tudo de última hora. (BARKLEY, 2002).

Apresenta lentidão para dar respostas adequadas e frequentemente se

aborrece por ter errado algo tão simples, pois, assim que recebe o resultado da

avaliação diz a resposta correta da questão que errou. O que diferencia um indivíduo

normal daquele que tem o transtorno é a quantidade de vezes que esquece as

coisas. Esquece-se de dar recados; comparecer a compromissos, perdem objetos

pessoais de uso diário e até a agenda onde estão seus lembretes mais importantes

(PHELAN, 2005).

Ainda corroborando com o mesmo autor, precisam constantemente do

auxílio de colegas, agendas eletrônicas, despertadores etc., para que possa dar

conta de seus compromissos. Além de necessitar ser submetido a uma boa

disciplina, o desatento em potencial necessita de tratamento não medicamentoso

que leve à reabilitação cognitiva, através de exercícios que treinem a atenção

concentrada. Para isso já existem métodos aprofundados que contribuem muito e

são encontrados em clínicas especializadas.

A autocritica severa faz que muitos projetos escoem pelo ralo. Eles se

preparam bastante e no final se sentem inferiores a colegas de trabalho ou seus

pretendentes. Homens e mulheres inteligentes podem vir a se relacionar com

pessoas menos cultas e socialmente mal posicionadas, pois não dão conta de

manter contato íntimo com alguém de seu nível. (BARKLEY, 2002).

Os hábitos prejudiciais conforme Barkley (2002) vão se infiltrando na rotina e

adquirindo força, já sendo considerada parte da “personalidade falha” do indivíduo. A

instalação emocional leva a um aprisionamento nas preocupações constantes e na

maioria dos casos, desnecessárias, pois costumam ser levantada pelos mecanismos

do próprio cérebro que carece de estimulação.

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2.1.2.2 Hiperatividade

A hiperatividade é caracterizada por uma atividade motora intensa,

composta por movimentos involuntários combinados com movimentos voluntários.

Essa atividade pode ser acompanhada por hiperatividade verbal ou ideativa. Assim,

o hiperativo possui um aumento na atividade motora. (TOPAZEWSKI, 1999).

Ainda conforme o mesmo autor, o cerebelo é responsável pelo equilíbrio e

coordenação motora. Como essas funções dependem de maturação do cerebelo,

ocorre uma incoordenação motora e falta de equilíbrio nas pessoas com TDAH,

(Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) devido a essa falta de

maturidade, sendo comumente caracterizadas pelos pais como “estabanados”.

Costumam ter problemas de memória, esquecendo datas importantes, o que

os leva a ansiedades, têm dificuldades de permanecer sentada quando requerido

que o faça, é facilmente distraída por estímulo exterior, frequentemente alterna de

uma atividade não terminada à outra. Essas, dentre outras características tornam a

vida do portador do TDAH e (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) de

seus familiares bastante agitados. (BARBOSA, 2005).

Um adolescente não tratado de forma correta, segundo Barbosa (2005),

pode vir a ser um adulto com sérios comprometimentos. Na adolescência, a

hiperatividade diminui, enquanto que o déficit de atenção, a impulsividade e a

desorganização permanecem com sintomas predominantes.

Segundo Ballone (2002) afirma que os sinais da hiperatividade observados

em adultos e em grau capaz de comprometer a adaptação e o desenvolvimento

costumam serem os seguintes:

Apresenta uma sensação subjetiva constante de inquietação ou ansiedade,

com dificuldade em brincar ou praticar qualquer atividade de lazer sossegadamente;

Busca frequentemente situações estimulantes, muitas vezes que implicam risco,

podendo correr ou subir em locais inadequados; Costuma fazer várias coisas ao

mesmo tempo, como, por exemplo, ler vários livros; Está sempre mexendo com os

pés ou as mãos e se revira na cadeira; Fala quase sem parar, e tem tendência a

monopolizar as conversas; Mostra necessidade de estar sempre ocupado com

alguma coisa, com frequência está preocupado com algum problema seu ou de

outra pessoa, frequentemente age como se fosse elétrico; Não permanece sentado

por muito tempo, levanta-se da cadeira na sala de aula ou em outras situações nas

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quais o esperado é que ficasse quieto.

2.1.2.3 Impulsividade

A impulsividade tem manifestações a nível emocional e cognitivo. A falta de

controle leva a pessoa agir sem medir as consequências de seus atos, numa busca

imediata de satisfação, desenvolvendo uma baixa resistência à frustração.

(GREENHILL, 1992).

A criança com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é

mais propensa a acidentes devido a sua impulsividade ou mesmo aparente baixa

consciência de risco. A impulsividade interfere a nível cognitivo afetando o

desempenho escolar, já que a criança tende a dar respostas sem uma prévia análise

do assunto abordado. (BALLONE, 2002).

Corroborando com o mesmo autor, as crianças impulsivas tendem a não

esperar a formulação completa da pergunta, dando respostas inadequadas, não

costumam esperar a vez de falar e ainda, interrompem as atividades dos outros.

São socialmente desinibidas e não se preocupem muito com as normas

sociais. Parece ocorrer uma alteração neurobiológica do autocontrole. Justifica-se o

estresse das famílias desses indivíduos, considerando-se as dificuldades sociais e

escolares vividas por eles. (COUTINHO, 2007).

2.2 A APRENDIZAGEM DO ALUNO COM TDAH

A criança com TDAH sofre grandes impactos no desenvolvimento

educacional.

Barkley (2000) concluiu em seus estudos que o rendimento escolar do aluno portador de TDAH é inferior aos demais, com aproximadamente um terço ou mais dessas crianças ficando para trás na escola, no mínimo uma serie, e cerca de 40% não concluindo o Ensino Médio. Ficam para trás no desenvolvimento mental ou intelectual se comparadas a indivíduos sem TDAH (BARKLEY, 2000, p. 19).

De acordo com Goldstein (1998), cerca de 20 a 30% dos indivíduos com

esse distúrbio apresentam dificuldades específicas, que interferem na sua

capacidade de aprender.

Em relação às capacidades apresentadas nas realizações acadêmicas, os

indivíduos com TDAH demonstram significativamente atuações inferiores aos

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demais. Essas dificuldades resultam supostamente no sistema de atenção, da

impulsividade, das limitações e, sobretudo, na atividade motora excessiva, que num

espaço de sala de aula compromete extremamente esse individuo (LOPES, 1998).

Borges (2005) acredita que esse aluno em circunstâncias apropriadas seria

capaz de aprender e obter a resultados semelhantes aos de outros da mesma idade

e escolaridade. Na maioria das vezes, quando o desempenho acadêmico dos alunos

com TDAH se encontra inferior ao esperado, isto decorre de suas características

iniciais.

Implica prevenir que as características primárias do TDAH vêm

imensamente nas situações escolares. Grandes números de erros são provocados

pela desatenção, pela redução de tempo que não são dedicados aos estudos,

diminuindo a capacidade de fixação e organização das informações na memoria;

respostas incompletas das questões e respondidas apressadamente são

decorrentes da impulsividade, prejudica a dinâmica da sala em virtude das

interrupções frequentes e a hiperatividade como movimentação constante em sala,

fala excessiva, tarefas inconclusas. (GOLDSTEIN, 1998).

No aluno com TDAH, as funções cognitivas encontram-se alteradas. Sobre a

cognição Flavell; Miller; Miller (1999) assim refere-se:

A Imagem tradicional da cognição tende a restringi-la aos processos e produtos mais chamativos e inequivocamente inteligentes da mente humana. Essa imagem inclui entidades psicológicas do tipo definido como processos mentais superiores tais como o conhecimento, a consciência, a inteligência, o pensamento, a criatividade, a geração de planos e estratégias, o raciocínio, as interferências, a solução de problemas, a conceitualização, a classificação e a formação de relações [...] a memoria, a atenção [...] (FLAVELL; MILLER; MILLER, 1999, p. 9).

Esses autores ponderam ainda que surja complexa inter-relação dos

aspectos cognitivos. Com grande relevância surge o processo cognitivo em que tem

o papel no funcionamento geral e no desenvolvimento dos outros, afetando-os e

sendo afetados por ele. Emprega-se o argumento de que a mente humana é uma

máquina, um aparelho notadamente organizado, estruturado, cujos elementos estão

interligados, em interação uns com os outros, para especificar a conexão e

funcionamento dos componentes cognitivos. Logo, se o TDAH compromete áreas da

cognição, o desenvolvimento cognitivo é alvo de interferências. (FLAVELL; MILLER;

MILLER, 1999).

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Em crianças com diagnostico de TDAH, apesar de que não apresentem

incapacidades reais, há algumas áreas do funcionamento cognitivo que se

apresenta deficitárias com relação a crianças normais. De modo geral, cognição

significa aquisição de conhecimentos. (TOPAZEWSKI, 1999).

O TDAH por si só não apresenta problemas de memória, percepção, no

sistema atencional (mecanismos cognitivos estreitamente envolvidos no transtorno)

crianças com TDAH tem como consequências dificuldades para desenvolver e

utilizar estratégias de aprendizagem, manifestando mais limitações para aprender do

que os outros alunos, decorrendo um desempenho escolar carente (HALLOWELL;

RATEY, 1999).

Acerca das interferências do TDAH na aprendizagem, Borges (2005) refere:

As pessoas que sofrem os efeitos do TDAH, geralmente, desenvolvem estratégias cognitivas deficientes, têm baixa capacidade de concentração durante as atividades e apresentam déficits em habilidades especificas, como a atenção, memoria e percepção, relacionadas a dificuldades no processamento das informações, que causam problemas em áreas como a linguagem e o cálculo matemático (BORGES, 2005, p.6).

Indivíduos com TDAH tendem a serem menos capazes no uso de

estratégias complexas para a resolução de problemas intelectuais e sociais

(BARKLEY, 2000).

Quando são forçados a aplicar estratégias de elevado nível de complexidade inibir a pressa de responder e refletir sobre o problema, torna-se aparente a dificuldade para realizarem uma atividade intelectual que exija esforço maior. Utilizam estratégias menos eficientes de busca em sua memoria quando precisam refletir sobre como reagir a uma situação. A inquietação e a impulsividade são desvantagens em grande parte das ocasiões em que necessitam encontrar soluções, resolver problemas. A dificuldade na elaboração e emprego de estratégias de aprendizagem é outro aspecto que interfere expressivamente na aprendizagem (MATOS et al., 2003, p. 34).

Essa questão diz respeito à incapacidade do individuo com TDAH de coletar

informações do meio, manipulá-las, processá-las, tomar decisões e assim formular

ações que digam respeito às suas necessidades.

A mente humana tem a capacidade de assimilar, guardar e organizar as informações num grande banco de dados (...) ao qual podemos recolher e a qualquer momento acionar (BORGES, 2005, p. 35).

Assim, a desorganização do pensamento não permite que essas

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informações recolhidas sejam elaboradas de modo funcional, não permitindo o

individuo evocar a dados armazenados na memória, de modo a elaborar o tipo de

estratégia adequada a cada situação de aprendizagem (BORGES, 2005).

Tarefas que exigem estratégias complexas de planejamento, resolução de

problemas, elaboração e organização de trabalho são itens que as crianças

hiperativas apresentam características de dificuldades. (LOPES, 1998).

Quando pontuado a organização do trabalho é uma das áreas em que essas

deficiências se encontram perceptível. As dificuldades não dizem respeito à

incapacidade de resolver problemas, mas à adesão de estratégias de resolução

eficientes, à competência de verbalizar instruções no decurso da tarefa. (LOPES,

1998; HALLOWELL; RATEY, 1999).

Problemas advindos do processamento auditivo nos portadores de TDAH

aparecem com frequência. Essa dificuldade interfere na capacidade do cérebro de

assimilar totalmente o que escuta. O indivíduo com essa incapacidade não

apresenta um problema auditivo, o som entra em seu cérebro sem problemas. Uma

vez tendo chegado ao cérebro, porém, o córtex cerebral tem dificuldade em

processá-lo ou interpretá-lo de uma maneira que faça sentido (HALLOWELL;

RATEY, 1999). Por exemplo, um aluno pode ouvir o professor dizer: O Brasil possui

a maior floresta tropical do mundo, mas compreender essa fala como: O Brasil

possui uma floresta tropical. Indagado sobre sua versão revisada da frase,

responderá que essa lhe parece correta. Os problemas de processamento auditivo

interferem no aprendizado, na interação com os outros, na vida cotidiana.

(HALLOWELL; RATEY, 1999).

Outro componente importante é a dificuldades de linguagem que têm grande

impacto no contexto escolar dos alunos, sobretudo nos indivíduos com TDAH. A

literatura indica a propensão de esses a falarem demasiadamente, numa proporção

maior do que os indivíduos normais. A fala excessiva significa muitas vezes falar

quando não é apropriado, apresentar um discurso menos elaborado e mais

acompanhado por déficits articulatórios (LOPES, 1998). Por outro lado, diante de

atividades mais complexas, que implicam a mobilização de processos cognitivos

mais elaborados, em que o planejamento, a organização da fala interior são

imprescindíveis, tornam-se mais evidentes as incapacidades na linguagem daqueles

com TDAH. Vale salientar que estes problemas não se traduzem em um atraso na

linguagem.

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Borges (2005) enumera alguns aspectos que dificultam a aprendizagem da

criança portadora de TDAH:

Associação – incapacidade de ver as coisas como um todo, o que altera a

capacidade de conceituar; Inversão de figura/fundo – incapacidade de localizar a

figura no fundo, o que ocasiona problemas de leitura; Perseverarão – incapacidade

de ir de uma atividade mental à outra, o que gera repetição na escrita de palavras e

frases; Coordenação motora – inabilidade motora, o que ocasiona problemas

corporais, espaciais e refletem-se na escrita; Memorização – dificuldade de

memorizar e absorver o que aprendeu relacionado à tensão emocional e; Formação

de autoconceito – fracassos e experiências negativas comprometem aprendizagens

futuras.

2.3 DIREITOS DOS ALUNOS COM TDAH

O diagnóstico de TDAH pede uma avaliação ampla, não se pode

desconsiderar e avaliar outras causas para o problema, Desse modo, é necessário

estar atento à presença de distúrbios concomitantes. Um dos aspectos mais

importantes do processo de diagnóstico é o histórico clinico. A avaliação do TDAH

inclui frequentemente um levantamento do funcionamento intelectual, social e

emocional para tentar esclarecer as possíveis causas de sintomas semelhantes aos

do TDAH, esta avaliação é feita através de entrevistas com o paciente e os pais,

levando em conta a relação com o ambiente em que vive, somente através de uma

avaliação detalhada é que o clinico poderá definir um laudo seguro atestando o

TDAH. (BALLONE, 2001).

Sendo assim, se faz necessário por parte dos pais de uma criança que foi

diagnosticada com TDAH uma busca por uma educação de qualidade, que supra as

necessidades de um aprendizado condizente com a realidade do aluno.

Avaliando o atual contexto educacional brasileiro, encontramos uma série de

fatores que contribui para um baixo rendimento escolar, como a superlotação das

salas de aula e o despreparo dos professores, reflexo da defasagem na formação

profissional e da má remuneração financeira. (RODHDE, 2008).

Ainda hoje de acordo com Rohde (2008) encontramos profissionais

despreparados trabalhando com crianças portadoras de algum tipo de necessidade

educacional especial, infelizmente, esta falta de preparo ocasiona muitos danos aos

alunos, inclusive a evasão escolar.

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Encontramos ainda, escolas que não se adaptam a diversidade, não

adequando recursos e metodologias aos alunos ditos normais e a aqueles que

necessitam de uma maior atenção. Como afirma Rohde (2008):

[...] uma escola aberta à diversidade tem que dar respostas às necessidades concretas de todos os alunos, rompendo modelos rígidos e inflexíveis dirigidos ao aluno médio. Nesse sentido, lembramos que muitas das dificuldades de aprendizado e má adaptação escolar do aluno com TDAH se intensificam não só em razão de um planejamento educacional rígido e inadequado quanto aos objetivos e metodologia, mas também pela falta de interação apropriada com o professor ou com o grupo de iguais. (ROHDE, 2008, p.200).

É impossível refletir que com a aceitação de crianças especiais em escolas

regulares, faz com que obrigatoriamente a escola se adapte e realize a interação

deles com outros alunos. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

9.394/96, há um capítulo dedicado exclusivamente a crianças especiais; não citando

o TDAH, mas podemos utiliza-lo, pois nesta lei, há o papel e as obrigações das

instituições e do professor sobre a adequação deles no ensino de crianças

especiais. (ALMEIDA, 2002).

De acordo com a Lei 9.394/96 Art. 58 refere-se que a rede regular de ensino

deve oferecer condições favoráveis para que alunos com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, tenha uma

educação igualitária aos demais alunos, havendo serviços de apoio especializados

quando houver necessidade para esses alunos.

Segundo o Art. 59 da mesma Lei, asseguraram aos alunos com deficiência

tenha recursos educativos, técnicas, métodos para atender às suas necessidades;

havendo uma terminalidade especifica para que atinja a conclusão do ensino

fundamental em menor tempo o programa escolar para os superdotados; assegurara

que professores com especializações adequadas para melhor atendimento

especializado, e acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais disponíveis

na rede regular de ensino.

2.3.1 A importância do papel fundamental do professor

O professor tem papel fundamental no processo de aprendizagem e na

saúde mental de crianças com TDAH. Primeiramente o professor deve devera

procurar o máximo de informações a respeito do transtorno. Evitar entrar em contato

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com os pais somente em momentos de crise; lembrar sempre que o sucesso de

qualquer estratégia de manejo destas crianças depende de uma boa relação e

comunicação entre a escola e os pais. (ALMEIDA, 2002).

O trabalho do professor é complexo e dificultoso em sala de aula, ter vários

alunos para atender e ensinar e não apenas a criança com TDAH em questão.

Todos os alunos têm suas dificuldades e necessidades em alguma particularidade, e

cabe ao professor atender e buscar melhorar cada aspecto de cada aluno que

impede de avançar. (CHALITA, 2004).

Além disso, as escolas, especialmente as públicas, com frequência não

dispõe de ambiente adequado para estas crianças. Em outras situações, a proposta

de ensino da escola deixa pouco espaço para implementação de qualquer estratégia

nova e mais flexível. Frequentemente o professor recebe alunos provenientes de

família em que as questões de limites não são de modo adequado manejado. Isso

lhe impõe uma dupla tarefa para cada criança, assim tem como papel fundamental

ensinar e educar. (ALMEIDA, 2002).

Concordando com Almeida (2002), o professor deve manter o esquema de

trabalho o mais constante e previsível possível, pois, estas crianças precisam de

ambientes para estruturar externamente o que elas têm dificuldades de estruturar

internamente. O professor deverá no início da aula planejar com as crianças

atividades e tarefas que irão ser desenvolvidas, antecipando e prevenindo a criança

quando for acontecer qualquer transição ou mudança do esquema de trabalho,

como exemplo: como mudança de sala de aula, troca de tarefa, ou até mesmo

método de ensino.

2.3.2 Atividades interventivas em sala de aula

A sala de aula deve apresentar estrutura para intervenções que acompanhe

mudanças de procedimentos, atitudes e estratégias que visam a favorecer o

desempenho escolar da criança com TDAH.

Aumentar o interesse e a inovação nas tarefas com o uso de estimulação

exacerbada (ex: cor, forma, textura). Esse incremento parece reduzir o nível de

atividade elevar o grau de atenção e melhorar o desempenho (LOPES, 1998).

A metodologia de apresentação das aulas, tarefas e materiais utilizados

deve ser modificada, de modo a auxiliar a criança com TDAH a manter o interesse e

a motivação. A atenção de uma criança pode ser acentuada com um modelo de aula

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mais entusiasmado, breve e que possibilite a participação da criança. (RIBEIRO,

2004).

As tarefas que despertam pouco interesse devem ser intercaladas com

tarefas que promovem grandes interesses, favorecendo a atenção e a concentração.

Tarefas que exigem uma resposta ativa possibilitam que a criança com TDAH

canalize melhor seu comportamento disruptivo em respostas construtivas (BENCZIK,

2008).

Aquilo que uma criança sem nenhuma dificuldade de aprendizagem levaria

20 minutos para fazer, custa ao aluno com TDAH horas para concluir (em especial

os trabalhos escritos). Então, deve-se limitar a quantidade de tarefas, priorizando as

questões importantes e modificando-as, de modo que facilite a compreensão do

aluno. O nível de dificuldade da tarefa deve ser alternado com questões fáceis. Não

há necessidade de fazer todas as folhas do caderno de exercício, todos os

problemas de Matemática ou todas as redações. O professor deve ser flexível,

permitindo que o aluno faça um número possível de exercícios (exemplo: meia

página, 2 problemas em vez de 4). (RIBEIRO, 2004).

Aceitar formas opcionais de mostrar o conhecimento, como respostas orais

ou ditadas para escrever. Reduzir a quantidade de trabalhos e projetos escritos para

esses alunos. Realizar mais avaliações orais do que escritas. O uso da digitação de

textos e do gravador deve ser encorajado, como outras opções na realização de

trabalhos. É importante estar sensível ao extremo esforço físico que representa para

eles escrever algo que parece simples. (RIBEIRO, 2004).

As tarefas estruturadas, complexas que requerem concentração e

persistência, constituem grande desafio para as crianças, sobretudo quando não

recebem uma recompensa imediata ou anterior à atividade. (LOPES, 1998).

Benczik (2000), sugerem outras propostas de intervenção para o manejo de

situações que decorrem das características do TDAH, conforme expressamos na

sequência: Oferecer recompensa ao aluno para a tarefa realizada (apagar a lousa,

arrumar as cadeiras, sentar na cadeira da professora, dar recados); Incentivar o

aluno a tomar nota das palavras-chaves; encorajá-lo a escrever as instruções

verbais e tudo o que é considerado relevante; Antes de dar início a uma atividade,

enfatizar com o aluno ou reescrever as orientações com lápis coloridos, para ter

claras as informações importantes; Aquelas crianças que interrompem com

frequência devem ser orientadas quanto a reconhecer as pausas na conversação e

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como preservar e expor suas ideias; Anotar tudo o que considera importante na

tarefa (escrever à mão, fazer tabelas ou gráficos). Grifar, circular ou colorir as

orientações das tarefas, palavras mais difíceis, sinais gráficos.

2.3.3 Os papéis da psicoterapia e da psicopedagogia

Os problemas decorrentes do TDAH em crianças não são resultantes

somente da interação entre o desenvolvimento fisiológico e fatores ambientais.

(COUTINHO, 2007).

Assim o tratamento do TDAH conforme Dupaul e Stoner (2007) deve

envolver uma abordagem integrada que utilize outros tipos de intervenções, bem

como relaciona as outras abordagens terapêuticas adicionais à psicoterapia.

As intervenções baseadas em estratégias cognitivas comportamentais são

estratégias psicoterápicas que promovem melhor resultados para o controle do

TDAH. Essas estratégias são uteis, embora não consigam cobrir todos os aspectos

e a demanda da criança que sofre com este transtorno. Este modelo integrado entre

as estratégias cognitivo-comportamentais e as estratégias psicoterápicas atinge

bons resultados, tornando a psicoterapia uma intervenção efetiva dentro do

tratamento. (CUNHA, 2008).

Contudo problemas ocasionados pelo TDAH não requerem um tratamento

psicoterápico em longo prazo, cabendo ao profissional estar bem inteirado sobre

este transtorno e suas consequências.

A psicoterapia também é importante porque oferece a oportunidade de esclarecer dúvidas quanto às dificuldades especificas, como por exemplo, dificuldades sociais e de aprendizagem. A psicoterapia promove também o desenvolvimento das habilidades sociais, habilidades essas que muitas vezes a criança hiperativa carece. (BENCZIK, 2000, p.92).

A criança deve sentir-se aceita pelo psicólogo, num espaço seguro, onde

possa expressar seu sentimento sem sentir-se ameaçado. Todo o período de

conscientização da criança deve ser feito através de uma linguagem clara e com

vocabulário adequado a idade da criança, fazendo com que ela se torne um

participante ativo no decorrer do tratamento. (CUNHA, 2008).

A Psicopedagogia conforme Dupaul e Stoner (2007), também é de extrema

importância para o tratamento do TDAH, pois através do acompanhamento

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pedagógico é possível atuar diretamente sobre dificuldade escolar apresentada pela

criança, utilizando métodos psicopedagógicos suprindo a defasagem, reforçado o

conteúdo e possibilitando novas condições de aprendizagens.

Corroborando com o mesmo autor, os jogos de exercício sensório-motor são

as técnicas psicopedagógicas mais utilizadas. São exemplos destes jogos a

amarelinha, bola de gude, damas, xadrez, memorias, quebra-cabeça entre outros.

É através das regras dos jogos a criança desenvolve o lado social, a

participação, saber ganhar e perder e o lado cognitivo, possibilitando ainda a criança

analisar seus erros e refazê-los de maneira correta. As atividades podem envolver

ainda a leitura e a escrita, despertando a curiosidade por conhecer livros, revistas ou

gibis. Os contos de fadas também podem ser utilizados pelo pedagogo na coleta de

dados cognitivos, pois permitem verificar o nível de aprendizagem em que a criança

se encontra desde a fase de diagnostico até a fase de intervenção. (COUTINHO et

al., 2007).

De acordo ainda com o mesmo autor, o transtorno de déficit de atenção

quando aliado a manifestações de hiperatividade, compromete muito a vida da

criança ou adolescente acometido deste distúrbio, que devem receber um

tratamento adequado de profissionais especializados para amenizar os distúrbios

causados pelo TDAH, na vida social, familiar e educacional. Assim a Psicoterapia e

a Psicopedagogia têm funções essenciais no tratamento e diagnóstico do TDAH.

2.4 A TCC PARA CRIANÇAS COM TDAH

A terapia infantil em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) tem um

diferencial dos adultos, sendo mais lúdico e com outra estrutura. Assim, o terapeuta

tem mais permissão de usar sua criatividade para que a criança sinta-se motivada

na terapia, como isso o terapeuta terá mais acesso à sintomatologia da criança.

(SILVA, 2003).

Sendo assim, o objetivo da TCC para as pessoas com TDAH é reabilitar os

comportamentos impulsivos e ensinar estratégias para que elas consigam um

equilíbrio em suas vivências. (PEREIRA et al., 2005).

Auxiliando na compreensão que os pacientes fazem das situações que

vivenciam e experimentam no seu cotidiano, a TCC tem como foco trazer mudanças

dos pensamentos e comportamentos disfuncionais. (BASSOLS, 2012).

O objetivo da TCC para a criança com TDAH se dá na readmissão da sua

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atenção, reestruturação de suas crenças, mudanças comportamentais e na melhora

de suas habilidades sociais. (MONTEIRO, 2014).

De acordo com Pereira (2005) a pessoa com TDAH tem uma baixa

autoestima, por isso os autores recomendam que os terapeutas sejam aptos e que

saibam trabalhar com o paciente a capacidade de aceitação da doença, ensinando-

lhe meios de lidar com suas dificuldades e limitações.

A Psicoterapia grupal é um ótimo tratamento para esses casos confirmando

sua eficácia e essa eficácia se confere na redução da maioria dos sintomas

relacionados à sintomatologia, redução de recaídas, além de uma percepção na

alteração positiva das estratégias comportamentais utilizadas pelos pais e também

pela equipe pedagógica nas escolas. (BELLÉ; CAMAINHA, 2005).

A participação ativa dos pais no processo terapêutico em TCC não se limita apenas em levar a criança ao setting terapêutico, vai além, precisam exercer o papel de facilitadores no tratamento, tornando-se conscientes das intervenções feitas com a criança. Os pais também devem ser co-clínicos, auxiliando a criança no uso de estratégias e nas tarefas de casa quando necessitado. Além disso, os pais acabam sendo clientes que se beneficiam diretamente em relação aos seus próprios funcionamentos cognitivos e comportamentais, visto que, com o auxílio do terapeuta eles poderão rever suas crenças sobre os filhos e assim modificar seus comportamentos. (PUREZA, et al, 2014).

O treinamento de pais tem garantido a resolução de vários problemas

infantis, até mesmo em crianças com TDAH. Estes exercícios ensinam aos pais

habilidades como: dar atenção, dar reforço positivo, saber brincar na hora certa,

observar bons comportamentos e ignorar outros, saber punir e a dar ordens

eficientes. (BASSOLS et al., 2012).

As crianças dificilmente revelarão suas queixas ou seus problemas por meio

da fala, e por isso, na terapia, deve-se utilizar da brincadeira para que o terapeuta

entre em contado com a situação-problema da criança (EMIDIO; RIBEIRO; FARIAS,

2009).

A TCC, como base teórica mais recomendada para tratamento de crianças com TDAH, tem como objetivo ajudá-las no enfrentamento e na resolução de problemas, na modificação dos protótipos de pensamentos, comportamentos e crenças disfuncionais as quais são os nutrientes e motivadores dos sofrimentos emocionais e/ou distúrbios psicológicos no indivíduo. (ARAUJO; SHINOHARA, 2002, p. 56).

Conforme Pereira, Araújo e Mattos (2005) afirmam que o lúdico, em uma

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terapia infantil, contem muita diferença pois, além de fazer com que a criança se

divirta é um dos fatores dominantes na motivação para continuar o tratamento. No

entanto, o uso de técnicas adequadas é fundamental. Para cada técnica aplicada,

deve-se ter um objetivo a alcançar, por isso o terapeuta deve ser criativo, otimista,

persistente e acreditar no paciente.

Nos atendimentos deve-se propor a criança de forma lúdica, um

entendimento do seu problema, e a existência de recursos para remodelá-los. Os

atendimentos podem ser feitos de duas maneiras: dentro do consultório - local onde

a criança é levada até o ambiente in loco - ambientes fora do consultório, como

pracinhas, etc. (HADLER; PERGHER, 2011).

São inúmeras as técnicas recomendadas numa terapia infantil para crianças

com o TDAH: programa de enriquecimento instrumental (PEI); organização,

planejamento e execução; minimização de baixa autoestima; incentivo por meio de

reforço; estabelecimento de metas e prazos alcançáveis; uso de relógios e alarmes

de forma sistemática; treino de solução de problema (ensina-se artifícios para os

problemas serem enfrentados, uma vez que crianças com TDAH agem com

impulsividade diante deles); repetição e verbalização de instruções (o terapeuta

propõe ao paciente a nomeação de uma regra para si e a utilize como um jeito de

evitar impulsividades em meio às situações); atividades interpessoais orientadas;

treino de habilidades sociais ajudando o paciente a ser mais assertivo. (MALLOY-

DINIZ, 2011).

O mesmo autor cita outras técnicas de manejo de contingências (feita por

meio de pontuações todas as vezes que o paciente realizar a tarefa de casa ou pela

eficácia das respostas e comportamentos nas sessões, o mesmo da técnica

economia de fichas); relógio dos pensamentos-sentimentos; elaboração de histórias

(as histórias devem contemplar a situação vivenciada pelas crianças, objetivando

uma identificação com a história contada); psicoeducação (o terapeuta explica sobre

transtorno e como a estrutura da sessão onde o paciente deverá aprender e lidar

com agenda, distrações e lista de tarefas); personagens de heróis (o terapeuta

busca um herói que manifesta a mesma problemática da criança); técnicas de

relaxamento, respiração diafragmática, economia de fichas, entre outras.

Sugere-se outras técnicas eficientes para o tratamento de TDAH, como: auto

monitoramento; manejo de tempo; controle da raiva e agressividade; autoinstrução

(objetivando que a pessoa possa ser seu próprio guia em tudo que realizar); solução

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de problemas (o paciente identifica a problemática e a melhor forma de lidar com a

situação); estratégias de organização de atividades diárias; conscientização do

próprio comportamento; auto avaliação e autocontrole; quadro de atividades diárias,

cada dia da semana será preenchido com uma atividade a ser realizada.

(MONTEIRO, 2014).

2.4.1 TCC e seus benefícios no tratamento de crianças com TDAH

No tratamento cognitivo-comportamental do TDAH, um dos primeiros pontos

a serem trabalhados é de se promover a motivação da criança no tratamento.

Na terapia o interesse é inevitável para o êxito do treinamento cognitivo em

autoeducação e resolução de problemas. No tratamento são organizadas estratégias

no cotidiano, para conscientização do próprio comportamento, de auto avaliação, de

autocontrole, de autoinstrução, de resolução de problemas, de reestruturação

cognitiva e prevenção de recaída. (SEVERA, 2005).

Evidências indicam que crianças com TDAH possuem muita complicação em

poder seguir uma rotina e realizar suas tarefas, como se concentrarem para estudar

para provas ou realizar tarefas de casa. Crianças com TDAH possuem maior

facilidade em se dispersarem com outras atividades e quando percebem não tem

mais o mesmo tempo para concluir suas atividades ou mesmo terminam

esquecendo das mesmas, apresentando, assim, o próximo elemento da terapia que

é a organização das atividades diárias. (RIZO, 2009).

Uma das técnicas da TCC para ajudar a criança na organização do seu dia a

dia, em parceria com os pais, no qual eles criam um quadro de atividades diárias,

sendo dividido em dias da semana e bloco de horários, que serão preenchidos com

as atividades a serem realizadas. Como é difícil para crianças apegar-se em algo

tedioso e sem estímulo, é interessante criar um quadro influenciável como, por

exemplo, um que tenha imãs ou desenhos representando as atividades, já que,

assim, a criança terá estímulos que a façam prestar atenção no quadro de horários e

segui-lo. (RIZO, 2009).

Uma boa estratégia é fazer com que os espaços de tempo livre sejam

maiores do que os quadrados de atividades a serem realizadas, pois cria uma

impressão que se tem mais tempo livre que obrigatoriedades. Outro método

importante é conscientizar a criança de seu comportamento inapropriado, visto que,

frequentemente, ela não se atenta em seu comportamento e nas suas

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consequências destes. Quando a criança está acostumada com sua disciplina da

rotina diária, pode iniciar o treino para tentar fazer consciente de seus

comportamentos e refletir sobre eles, ou seja, percebendo suas ações ao logo do

dia, anotando-os e avaliando-os, de maneira que posteriormente ela esteja atenta

aos mesmos para que possa modificá-los. (KNAPP, 2002).

Após estar capacitada a identificar seus comportamentos disfuncionais,

criam-se estratégias para que possa se auto avaliar, percebendo o quanto tal

comportamento afeta o seu dia a dia, quais são os sentimentos e os pensamentos

que ele gera e o que ela pode fazer para modificá-lo e torná-lo mais funcional.

(KNAP, 2002).

Quando o terapeuta perceber a tendência para a mudança de

comportamento, ele entra com intervenções de autocontrole, de acordo com as

quais a criança aprenderá formas de interromper a maneira disfuncional de

comportamentos através de palavras-chaves ou imagens mentais. Faz-se relevante

que essas técnicas devem estar ligadas a uma avaliação diária dos pais ou dos

professores sobre a presença dos comportamentos disfuncionais, pois o indivíduo

deve ser reforçado quando conseguir interromper ou evitar tais comportamentos.

(SEVERA, 2005).

Quando a criança estiver familiarizada com as técnicas comportamentais, o

processo terapêutico foca em técnicas cognitivas como as de autoinstrução,

resolução de problemas e reestruturação cognitiva. Dessa forma devem ser

realizadas após as estratégias comportamentais, pois o individuo provavelmente não

conseguirá seguir instruções ou modificar seus pensamentos, se não conseguir

controlar os comportamentos que geram as situações-problemas. (RIZO, 2010).

A técnica de autoinstrução foca que a pessoa consiga se autoguiar nas

ações que devem ser realizadas, de maneira que consiga realizar todas as etapas

de uma tarefa. À medida que vai realizando essa determinada tarefa, ela vai se auto

instruindo em voz alta sobre o que deve ser realizado naquele momento, fazendo,

assim, com que nenhuma etapa seja deixada para trás. Geralmente, depois de um

treino, essa autoinstrução é feita internamente, a criança “conversa com ela mesma”.

Se ela apresentar dificuldades em realizar a estratégia desta maneira, ela pode

escrever em um cartão todas as etapas que aquela tarefa envolve e seguir o que

está escrito no cartão. (CABALLO, 2008).

Jovens com TDAH se encontram com muitos conflitos no seu cotidiano,

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problemas estes referentes a problemática de concentração e executar suas tarefas

como também não poder controlar seu comportamento impulsivo e hiperativo. Por

isso, quando o terapeuta ensinar a criança ou adolescente a se orientar através da

autoinstrução, ele trabalha estratégias para o paciente lidar com esses problemas, e

uma delas é a técnica de resolução de problemas. Por meio desta, ele será capaz de

buscar, após avaliar a situação e identificar os problemas presentes, as maneiras

através das quais pode lidar com o problema e solucioná-lo, procurando a melhor

opção para a condição que se encontra. “O intuito é que a criança com TDAH possa

expressar suas necessidades de maneira adequada, realista e socialmente aceita”.

(SAMPAIO, 2008).

Crianças ou adolescentes com TDAH frequentemente apresentam baixa

autoestima, pensam que suas ações não são corretas, e algumas crianças se acham

tão inferior comparadas à outras crianças que julgam não ser importantes quanto as

outras da sua mesma faixa etária. Alguns pensamentos são interligados ao fato de

se sentirem desvalorizados por não atingirem executar ações de maneira eficiente, a

sua desatenção, e às vezes são excluídos por colegas de turma por terem

comportamentos impulsivos e sua hiperatividade. (RIZO, 2009).

Nesse contexto, a estratégias modificação de comportamentos é utilizada

antes da reestruturação, dessa forma se o individuo continuar demonstrando

comportamentos desadaptados, ele continuará a ser excluído pelos colegas e se

sentirá desvalorizado. Quando surgem mudanças em seu comportamento, que

consegue criar uma melhor aceitação no seu meio, o terapeuta começa a trabalhar

também as mudanças de seus pensamentos desadaptados, gerando uma melhor

eficácia em seu tratamento, assim, o individuo terá a capacidade de se ver de

maneira diferente, percebendo que seus comportamentos podem ser adequados e

que pode realizar mudanças significativas nos comportamentos que anteriormente

seriam considerados desajustados. O treino em reestruturação cognitiva só se inicia

quando o terapeuta apresenta as estratégias de modificação de comportamento e de

pensamento. (RIZO, 2009).

Ao chegar ao final de um procedimento psicoterápico se faz necessária a

execução de uma atividade de prevenção de recaída, pois o individuo pode

ocasionalmente apresentar alguns dos não desejáveis comportamentos, que foram

trabalhados durante o processo terapêutico. Na possibilidade de um retorno desses

comportamentos voltarem a acontecer, trabalha-se a prevenção de recaída, e com

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isso não precisa simbolizar um grande problema. Na terapia o paciente adquiriu

ferramentas necessária para trabalhar as modificações novamente, lembrando que

ele já teve sucesso anteriormente ao fazê-lo, então, não devendo se achar incapaz

ou incompetente se por acaso comportamentos inadequados. Além das estratégias

terapêuticas para a desatenção, por exemplo, se faz necessário uma organização.

Nas condições do ambiente em que vive e colaboração dos pais no

processo terapêutico. É preciso que indivíduos desatentos tenham oportunidades

mais adequadas para poder estudar e, mais do que isso, poder prestar atenção ao

que está sendo lido ou feito. Devem ser feitas Algumas recomendações, como por

exemplo, não se deve colocar a mesa de estudo diante uma janela, e nem próximo

de alguma TV, pois assim ficara mais fácil para distrações que poderão atrapalhar

em sua concentração nos estudos. Outra orientação é que a criança possa ter

intervalos de 5 a 10 minutos a cada meia hora de estudo. Assim, poderá nesse

intervalos distrair-se com algo que, para que o estudo não fique tão monotono,

esses horários devem ser respeitados, e seguir a regra de quando terminar o horário

de intervalo seguir com os estudos. (MATTOS, 2008).

Por fim, devem orientar os pais para quando forem solicitar alguma tarefa

aos seus filhos, que seja feita a solicitação isoladamente, ou seja, uma solicitação

por vez, para que eles possam entender com foco em cada tarefa a ser executada.

Pais que solicitam várias demandas ao mesmo tempo não conseguem mudanças

significativas, pois a criança não associa tudo o que esta sendo. (MATTOS, 2008).

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3 METODOLOGIA

Para realização da presente pesquisa foi feita uma revisão sistemática que

constitui um processo de reunião, avaliação crítica e sintética de resultados de

múltiplos estudos, nesse caso sobre Uma visão da TCC sobre o manejo de ensino

de professores com alunos com TDAH, através de buscas em periódicos científicos

selecionados por critérios de inclusão e exclusão delimitados, buscando referenciais

teóricos publicados com o objetivo de obter conhecimento acerca do tema,

registrando, analisando e organizando as informações obtidas.

3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Os critérios de inclusão estabelecidos para selecionar os artigos publicados

foram: terem sido publicados no período de 2007 a 2017; disponíveis em língua

portuguesa com texto completo, que contemplem uma visão da TCC sobre o manejo

de ensino de professores com alunos com TDAH. Foram excluídos os artigos que

não se enquadrem nos objetivos do trabalho, aqueles cujos textos não estavam

disponíveis de forma integral, além de cartas, editoriais e comentários. As buscas

foram realizadas no período de julho a setembro de 2017.

3.2 BASES DE DADOS

O levantamento de informações foi realizado nas seguintes bases de dados:

SciElO – Scientific Eletronic Library Online; Portal Regional da BVS; Google

Acadêmico.

As palavras chaves utilizadas para efetuar as buscas serão: Transtorno de

déficit de atenção hiperatividade, Crianças com TDAH, Hiperatividade, Intervenção

da TCC.

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS

Acerca da avaliação e análise do material coletado foram organizados em

categorias prévias que tiveram por base a forma e o conteúdo dos dados, sendo

apresentado em categorias cientometricas, metodológicas e temáticas. Com os

dados das categorias cientometricas e metodológicas foram realizadas estatísticas

descritas, onde os dados foram apresentados em formato de frequências simples

considerando a quantidade de artigos encontrados em formato de frequências

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simples considerando a quantidade de artigos encontrados por base de dados, local,

ano, instrumentos e tipos de estudo.

Quanto às categorias temáticas os artigos foram agrupados utilizando a

técnica de análise de conteúdo de Bardim (2009). As unidades de registro foram

trechos dos artigos que contemplaram as palavras chaves já referidas, bem como as

colocações feitas sobre a temática. Assim as unidades de registro foram agrupadas

em três categorias temáticas, sendo elas: Descrever as dificuldades que os

professores enfrentam no processo ensino-aprendizagem dos alunos com TDAH;

Identificar as estratégias pedagógicas com alunos com TDAH; Descrever as práticas

do psicólogo na abordagem de Terapia Cognitivo Comportamental com crianças

com TDHA.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÂO

A busca e seleção dos periódicos estudados se deram nos meses de

setembro a novembro de 2017. Foram selecionados trabalhos científicos publicados

em português do ano de 2007 ao ano 2017, encontrados com os descritores:

“TDAH”, “Intervenções do Psicólogo”, ”Manejo do Professor”, “Terapia Cognitiva

Comportamental e o TDAH”. Os trabalhos científicos foram selecionados, estavam

disponíveis em bases de dados como: Scientific Eletronic Library Online (SciELO),

Lilacs.

Após um estudo, se apresenta a seguir as analises de dados sobre Uma

visão da terapia cognitivo comportamental diante do manejo de ensino de

professores com alunos com TDAH. Busca-se demonstrar os resultados

encontrados em oito estudos científicos que abordam a temática estuda, os quais

foram pesquisados entre os anos de 2005 e 2017, dos quais são todos artigos

publicados em revistas cientificas.

O quadro 1 - Apresenta abaixo, demonstra as obras que foram escolhidas

para serem analisadas neste estudo.

Quadro 1 – Dados gerais dos artigos pesquisados

N° AUTORES (ANO) TÍTULO MODALIDADE DO

TRABALHO CIENTÍFICO

01 Belle e Caminha

(2005).

Grupoterapia cognitivo-comportamental em crianças com TDAH: estudando um modelo clínico.

Pesquisa de Campo.

02 Fontana et al.,(2007).

Prevalência de TDAH em quatro escolas públicas brasileiras.

Artigo de Estudo de Prevalência.

03 Diogo et al.,

(2008).

Estudo comparativo de três instrumentos utilizados na avaliação do Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) aplicados a escolares de 6 a 11 anos.

Artigo de Estudo Comparativo.

04 Benedetti, Urt

(2008).

Escola, ética e cultura contemporânea: reflexões sobre a constituição do sujeito que "não aprende".

Artigo de Revisão Literária.

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05 Mesquita et al.,

(2009).

Terapia cognitivo-comportamental e o TDAH subtipo desatento: uma área inexplorada

Relato de Caso.

06 Costa, Moreira, Seabra Júnior

(2011).

Estratégias de Ensino e Recursos Pedagógicos para o Ensino de Alunos com TDAH em Aulas de Educação Física.

Relatos de Pesquisas.

07 Rangel (2011).

Escola e desenvolvimento psicossocial segundo percepções de jovens com TDAH.

Artigo de Revisão Literária.

08 Cruz, Okamoto, Ferrazza (2016).

O caso Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a medicalização da educação: uma análise a partir do relato de pais e professores.

Relatos de Casos.

Fonte: Própria 2017.

Os dados do quadro 01 apresentaram os artigos apresentados por ordem

cronológica, conforme os dados foram encontrados segue respectivamente

quantidade e ano: 1 em 2005, 1 em 2007, 1 em 2008, 1 em 2009, 2 em 2011 e 1 em

2016.

Os descritores encontrados foram: TDAH e a escola, Manejo dos

professores com alunos com TDAH, Terapia Cognitivo Comportamental e alunos

com TDAH:

Prosseguindo a análise, será exposto a seguir os objetivos e resultados dos

estudos científicos utilizados, no quadro 2.

Quadro 2 – Objetivo principal das pesquisas e seus resultados

Nº TÍTULO DA PESQUISA OBJETIVO PRINCIPAL RESULTADO DA

PESQUISA

01

Grupoterapia cognitivo-comportamental em crianças com TDAH: estudando um modelo Clínico

Investigou que os professores aplicassem intervenções em que foram avaliados antes e após a psicoterapia para saber sua eficácia.

Os resultados apontam para uma redução significativa dos sintomas do TDAH na escola e em casa.

02 Prevalência de TDAH em quatro escolas públicas brasileiras.

Determinar a prevalência de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) em crianças de quatro escolas públicas

Os resultados obtidos foram que o sexo masculino foi mais acometido que o feminino e o subtipo de TDAH mais prevalente

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brasileiras. foi o misto, ambos de acordo com estudos anteriores.

03

Estudo comparativo de três instrumentos utilizados na avaliação do Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) aplicados a escolares de 6 a 11 anos.

Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de verificar a taxa de concordância de três instrumentos de diagnóstico para o Transtorno de Déficit de Atenção.

Os resultados apontam o grau de subjetividade com que se estabelece o diagnóstico do TDAH e a necessidade de atenção criteriosa e cuidadosa para esse diagnóstico, antes que se submeta o paciente a tratamento medicamentoso.

04

Escola, ética e cultura contemporânea: reflexões sobre a constituição do sujeito que "não aprende".

Este artigo buscou discutir o TDAH de modo crítico, fazendo uma leitura do contexto contemporâneo em que se insere a escola, analisando a constituição do sujeito nesse cenário e os fatores que influenciam e atuam na dinâmica da relação ensino versus aprendizagem.

O modelo das relações contemporâneas com suas verdades e as exigências para seu cumprimento pode estar desencadeando a evidência do TDAH no contexto escolar atual, que passa a ser uma resposta, ou a melhor resposta, que o psiquismo pode oferecer diante de uma escola que não fala sua linguagem, que não percebe os alunos como sujeitos de seu tempo.

05

Terapia cognitivo-comportamental e o TDAH subtipo desatento: uma área inexplorada.

Investigou através de relato o caso de uma cliente adulta diagnosticada com TDAH subtipo desatenta e Depressão Maior (DM), tratada apenas com Terapia Cognitivo-Comportamental.

Após a TCC a cliente não mais preenche critérios para depressão maior, além de apresentar redução dos sintomas de TDAH.

06

Estratégias de Ensino e Recursos Pedagógicos para o Ensino de Alunos com TDAH em Aulas de Educação Física.

Objetivo planejar, aplicar e analisar um programa de intervenção, composto por atividades psicomotoras, lúdicas e jogos de estratégias, a partir da adaptação de

Os resultados foram em categorias que compõem um programa de intervenção, que estimulou a memória, atenção e concentração dos sujeitos da

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recursos pedagógicos e estratégias de ensino utilizadas em aulas de Educação Física com intuito de estimular a memória, atenção e concentração de crianças com TDAH.

pesquisa. Esse fato se deu devido à participação do aluno no processo de construção da intervenção, onde o mesmo teve a oportunidade de se expressar, usar sua criatividade.

07

Escola e desenvolvimento psicossocial segundo percepções de jovens com TDAH.

Objetivou investigar as percepções de adolescentes e jovens adultos com diagnóstico de TDAH acerca do papel da escola em seu desenvolvimento psicossocial, principalmente quanto aos aspectos identitários.

Nos resultados Observa-se a baixa efetividade que a escola tem conseguido obter, tanto junto aos alunos “normais” quanto àqueles considerados “especiais”. Assim, cabe à escola se repensar e se instrumentalizar, de forma a proporcionar um ambiente social menos hostil e mais acolhedor para todos os alunos. É possível que, se assim fosse, os históricos acadêmicos, bem como as memórias, sentimentos e crenças sobre si mesmos dos indivíduos com TDAH fossem bem mais positivos.

08

O caso Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a medicalização da educação: uma análise a partir do relato de pais e professores.

Investigou o relato de pais e professores de uma escola pública do interior de São Paulo sobre alunos, com idade entre sete e 11 anos, diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e relacioná-lo com as discussões acerca do processo de medicalização na atualidade.

Considera-se que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem ou comportamento são categorizadas como um corpo biológico a-histórico desprovido de vida social e afetiva.

Fonte: Própria 2017.

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Após a exposição dos dados dos estudos científicos utilizados foi feita uma

releitura dos mesmos. Assim a partir das informações encontradas, surgiram as

seguintes categorias: TDAH na escola, Manejo dos professores com alunos com

TDAH, Terapia Cognitiva comportamental e alunos com TDAH.

4.1 TDAH E A ESCOLA

O TDAH na escola significa muito mais que um desafio para os professores, mas um

aprendizado que educadores podem ter na função de lecionar. É importante saber como os

professores podem ajudar em casos de alunos que apresentam as características do transtorno.

Depois dos pais, ninguém convive mais com as crianças e os adolescentes que a escola.

Cruz (2016) afirma que as dificuldades de comportamento na infância têm

sido alvo de inúmeras discussões na área médica e educacional, sobretudo nos

últimos anos. Com isto, dois fenômenos inter-relacionados se sobressaem: a

medicalização e a patologização da infância. A medicina e a psiquiatria são saberes

produtores destes processos ao criarem e recriarem categorias diagnósticas que

justifiquem inúmeros problemas da rede de relações complexas que caracterizam o

ambiente escolar.

Pessoas com TDAH parecem ter funcionamento neurológico peculiar. Sua

hiperatividade cerebral, acompanhada eventualmente de hiperatividade física, causa

instabilidade na capacidade atencional, gerando dificuldades no ajustamento à

sistemática escolar tradicional. Rangel (2011) expõe que essas pessoas mostram-se

sensíveis e criativas, até geniais. Relata sobre o desempenho acadêmico

insatisfatório e rotulações pejorativas contribuíram para uma percepção diminuída de

suas capacidades, tendo construído crenças predominantemente negativas sobre si

mesmas.

Para Benedetti (2008) discutir o TDAH de modo crítico, fazendo uma leitura

do contexto contemporâneo em que se insere a escola, analisando a constituição do

sujeito nesse cenário e os fatores que influenciam e atuam na dinâmica da relação

ensino versus aprendizagem. O modelo das relações contemporâneas com suas

verdades e as exigências para seu cumprimento pode estar desencadeando a

evidência do TDAH no contexto escolar atual, que passa a ser uma resposta, ou a

melhor resposta, que o psiquismo pode oferecer diante de uma escola que não fala

sua linguagem, que não percebe os alunos como sujeitos de seu tempo.

A prevalência de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).

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Segundo Fontana (2007) são mais acometidos no sexo e o subtipo de TDAH mais

prevalente é o misto.

Conforme os artigos pesquisados pode-se observar que Cruz (2016); Rangel

(2011); Benedetti (2008) e Fontana (2007) corroboram que o TDHA necessita

tratamento medicamentoso se faz necessário em certos casos de TDAH, e em

conjunto com a psicologia se tornam mais eficientes na boa conduta dessas

crianças, e que as percepções do TDHA em relação aos seus aspectos identitários,

possuem uma percepção diminuída de suas capacidades, tendo construído crenças

predominantemente negativas sobre si mesmas, e que a escola não se esforça em

melhorar esse quadro. Na sociedade de hoje alunos com TDAH, não possuem a

atenção devida nas escolas, e que existe a diferença entre o ensino e a

aprendizagem, que muitos professores não percebem que o ensino sim esta sendo

repassado, mas que o aprendizado não está sendo apropriado. E podemos concluir

através destes estudos que se evidenciou que o sexo masculino é mais prevalente

do que o feminino, e que o TDAH misto é de maior incidência.

4.2 MANEJO DOS PROFESSORES COM ALUNOS COM TDAH

O trabalho do professor é complexo e dificultoso em sala de aula, ter vários

alunos para atender e ensinar e não apenas a criança com TDAH em questão.

Todos os alunos têm suas dificuldades e necessidades em alguma particularidade, e

cabe ao professor atender e buscar melhorar cada aspecto de cada aluno que

impede de avançar.

De acordo com Almeida (1999) e Chalita (2004), o professor tem papel

fundamental no processo de aprendizagem e na saúde mental de crianças com

TDAH. Lembrar sempre que o sucesso de qualquer estratégia de manejo destas

crianças depende de uma boa relação e comunicação entre a escola e os pais.

O professor deve manter o esquema de trabalho o mais constante e

previsível possível, pois, estas crianças precisam de ambientes para estruturar

externamente o que elas têm dificuldades de estruturar internamente.

A sala de aula deve apresentar estrutura para intervenções que acompanhe

mudanças de procedimentos, atitudes e estratégias que visam a favorecer o

desempenho escolar da criança com TDAH. Diversos estudiosos promove amplo

quadro de propostas interventivas para abordar a criança com TDAH no seu campo

acadêmico. Destacaremos a seguir algumas dessas propostas.

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A metodologia de apresentação das aulas, tarefas e materiais utilizados

deve ser modificada, de modo a auxiliar a criança com TDAH a manter o interesse e

a motivação. A atenção de uma criança pode ser acentuada com um modelo de aula

mais entusiasmado, breve e que possibilite a participação da criança.

A importância do professor se dá, inclusive, como mediador entre os alunos. Sendo

assim, é sempre bom ressaltar que o educador deve estar atento a todos os estudantes,

principalmente com aqueles que não conseguem acompanhar o conteúdo dado em sala, seja por

alguma dificuldade pedagógica ou pelo TDAH.

4.3 TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL E ALUNOS COM TDAH

De acordo com Mesquita (2009), O Transtorno de Déficit de

Atenção/Hiperatividade (TDAH) é definido a partir de um curso crônico o qual conduz

a diversos comprometimentos. Em adultos, as maiores dificuldades são de

organização, sustentação da atenção e memória. O transtorno apresenta como

características nucleares a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade, e seu

diagnóstico é fundamentalmente clínico.

De acordo com Silva (2003), Pereira (2005), Monteiro (2014) e Pureza

(2014) o objetivo da TCC para as pessoas com TDAH é cessar o comportamento

impulsivo e ensinar estratégias para que elas consigam um equilíbrio em suas

vivências. Assim como auxiliar na compreensão que os pacientes fazem das

situações que vivenciam e experimentam no seu dia a dia, a TCC visa modificar os

pensamentos errôneos e comportamentos disfuncionais.

O objetivo da TCC para a criança com TDAH se dá na recondução da sua

atenção, reestruturação de suas crenças, modificação dos comportamentos e na

melhora de suas habilidades sociais.

A participação ativa dos pais no processo terapêutico em TCC não se limita

apenas em levar a criança ao setting terapêutico, vai além, precisam exercer o papel

de facilitadores no tratamento, tornando-se conscientes das intervenções feitas com

a criança. Os pais também devem ser co-clínicos, auxiliando a criança no uso de

estratégias e nas tarefas de casa quando necessitado. Além disso, os pais acabam

sendo clientes que se beneficiam diretamente em relação aos seus próprios

funcionamentos cognitivos e comportamentais, visto que, com o auxílio do terapeuta

eles poderão rever suas crenças sobre os filhos e assim modificar seus

comportamentos.

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5 CONCLUSÃO

Ao término deste trabalho concluir que o TDAH é um distúrbio que se não

diagnosticado previamente, poderá ocasionar problemas sérios para a vida do

individuo futuramente. A criança que inicialmente manifesta esses sintomas na

escola é rotulada na maioria das vezes por ser um aluno indisciplinado e até mesmo

de ter comportamentos agressivos.

No mundo todo crianças e adolescentes sofrem por possuírem esses

comportamentos vistos pela sociedade como “desadaptados”, por isso se faz

necessário conhecer os sintomas e aprender a lidar com esses problemas passa a

ser uma obrigação do professor e do orientador educacional, para não permitir

prejuízos de maiores proporções a seus alunos.

Compreendendo que o TDAH prejudica a capacidade e concentração torna-

se mais fácil o tratamento. Assim como a medicação, a orientação pedagógica na

escola, auxiliando a criança a não perder o rendimento e afetar a aprendizagem.

O TDAH ainda não possui causa definida, o que se sabe é que pode ser de

origem genética e que essas pessoas produzem menos uma substancia que é a

dopamina, que é a responsável pelo sistema motor e pela concentração. A alta

ocorrência de hiperativos é nos meninos, com cerca de 80% dos casos podendo

estar relacionados ao hormônio masculino testosterona.

Os profissionais que trabalham com essas crianças com TDAH precisam ter

disposição e paciência, pois essas crianças precisam de um tratamento diversificado

com mais atenção e um cotidiano mais motivações.

Outro item importante é a contribuição da família que deve reconhecer e

admitir que a criança seja hiperativa e que precisa ser tratado com auxílio específico

e às vezes até medicações para um melhor resultado.

Outro fator de suma importância é Psicoterapia, e uma abordagem na qual

faz um papel de destaque é a Terapia Cognitiva Comportamental conhecida como a

TCC, que vai buscar para TDAH uma estrutura em torno de uma formulação

conceitual que trata o elemento neurobiológico como um determinante da historia de

vida da pessoa. A TCC visa estratégias comportamentais adaptativas, da qual são

aguardadas ao longo do desenvolvimento de vida da criança ou adolescente, mas

nas quais não conseguem se construir, como exemplo: a motivação, a organização,

o planejamento, a resolução de problemas, manejo do tempo, controle da

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distratibilidade e dos impulsos.

O objetivo de maior destaque na TCC é auxiliar o paciente a desenvolver

novos padrões de comportamentos e de pensamentos e a estimulação para

construir uma nova trajetória de vida, com mais qualidade de vida e autonomia. As

técnicas específicas divergem conforme a idade do portador de TDAH e com as

demandas de cada um.

Admitimos que o professor seja o profissional que mais mantém um contato

assíduo com o aluno. Assim, se tornam mais fidedignas suas informações aos

resultados obtidos pelo aluno em questão, e esses resultados só poderão ser eficaz

com auxílio de pais, professores, terapeutas e com a participação da estrutura

escolar.

Conclui-se que se o TDAH não for trabalhado apropriadamente na infância

pode deixar prejuízos para a fase adulta. E que este trabalho tenha esclarecido o

objetivo principal que é analisar o papel dos professores na visão da Terapia

Cognitiva Comportamental no processo de aprendizagem de crianças com TDAH,

assim, como apresentou as dificuldades que os professores enfrentam no processo

ensino aprendizagem com esses alunos, descreveu as estratégias pedagógicas, e

as práticas do psicólogo na abordagem da Terapia Cognitiva comportamental com

crianças com TDAH.

A consciência deste transtorno não torna a criança mais inteligente, mas faz

com que ela permita utilizar melhor seu potencial e consiga admitir-se aceita

buscando assim, uma vida mais feliz.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com Andrade (2000) ansiedade, inquietação, euforia e distração

frequentemente podem significar mais do que uma fase na vida de uma criança: os

exageros de conduta diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que

sofrem de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA), doença

precoce e crônica que provoca falhas nas funções do cérebro responsáveis pela

atenção e memória.

De origem genética, o TDAH tem como fatores predominantes, e não

necessariamente simultâneos, a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade,

além de influencias externas relevantes, como traumas inclusive cerebrais,

infecções, desnutrição ou dependência química dos pais (ANDRADE, 2000).

No caso das crianças, o TDAH pode aparecer desde a gravidez, quando o

bebê se mexe além do normal, ou durante o crescimento, no máximo até os sete

anos de idade. Se a pessoa não for tratada desde cedo à base de estimulantes,

antidepressivos e terapias, na fase adulta poderá ter sintomas de distração, falta de

concentração e deficiência na coordenação de ideias ainda mais acentuadas.

As características do TDAH aparecem bem cedo para a maioria das pessoas, logo na primeira infância. O distúrbio é caracterizado por comportamentos crônicos, com duração de no mínimo seis meses, que se instalam definitivamente antes dos sete anos. (GOLDSTEIN, S.; GOLDSTEIN 1998, p 56).

O diagnóstico do TDAH é um processo de múltiplas facetas. Diversos

problemas biológicos e psicológicos podem contribuir para a manifestação de

sintomas similares apresentados por pessoas com TDAH. Por exemplo: a falta de

atenção é uma das características do processo de depressão. Impulsividade é uma

descrição típica de delinquência.

Não se pode deixar de considerar e avaliar outras causas para o problema,

assim é preciso estar atento à presença de distúrbios concomitantes

(comorbidades). O aspecto mais importante do processo de diagnóstico é um

cuidadoso histórico clinico e desenvolvimento. A avaliação do TDAH inclui,

frequentemente, um levantamento do funcionamento intelectual, acadêmico, social e

emocional. Assim, Tiba (2002) afirma que o exame médico também é importante

para esclarecer possíveis causas de sintomas semelhantes aos do TDAH, por

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exemplo: reação adversa à medicação, problema de tireoide, etc.

O processo de diagnostico deve incluir dados recolhidos com professores e

outros profissionais que de alguma maneira, interagem rotineira com a pessoa que

está sendo avaliada. Embora se tenha tornado prática popular testar algumas

habilidades como resolução de problemas, trabalhos de computação e outras, a

validade dessa prática bem como sua contribuição adicional a um diagnóstico

correto, continuam a ser analisadas pelos pesquisadores, aumentando assim o

reconhecimento de que o transtorno é permanente durante a vida da pessoa.

Pudemos constatar que o papel do professor é fundamental para auxiliar no

diagnostico do TDAH, visto que, a hiperatividade só fica evidente no período escolar,

quando é preciso aumentar o nível de concentração para aprender. Deste modo, é

importantíssimo o professor está bem orientado para distinguir uma criança sem

limites de uma hiperativa.

O indivíduo com TDAH precisa ter na escola um acompanhamento especial,

já que não consegue conter seus instintos, tumultuando a sala de aula, a vida dos

colegas e dos seus professores. É preciso aplicar uma ação didático-pedagógica

direcionada para este aluno, visando estimular sua autoestima, levando em conta a

sua falta de concentração, criando atividades diversificadas para que não haja um

comprometimento durante sua aprendizagem.

O professor será o elo principal entre a família e o especialista, durante o

tratamento do TDAH, pois seu papel não é o de dar o diagnóstico, mas sim de

esclarecer aos pais que esta doença, se não for tratada, gera inúmeras

complicações para seu portador no convívio social, levando-o a depressão. A busca

de drogas, a insatisfação e a infelicidade; a um conflito interno por não atender as

mínimas atividades banais do dia a dia, e a rejeição gerada pelos demais

companheiros da escola, não é questão de disciplina apenas, é uma doença

genética com consequências bem mais graves.

A escola e a família trabalhando juntas com o indivíduo com TDAH,

auxiliando no seu tratamento, na sua socialização, não esquecendo, porém, de que

impor limite é necessário, pois esta criança vive numa sociedade cheia de regras e

não deve se prevalecer desta patologia para agredir, para complicar a vida dos

outros, visto que, hoje em dia com o avanço das pesquisas sobre a hiperatividade, o

tratamento ameniza bastante os sintomas, proporcionando ao portador de TDAH

uma vida mais tranquila.

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Há algumas diferenças notáveis entre uma criança com TDAH e um mero

mal-educado. O portador de TDAH continua agitado diante de situações novas, isto

é, não consegue controlar seus sintomas. Já o mal-educado, primeiro avalia bem o

terreno e manipula situações buscando obter vantagens sobre os outros. Pois

diagnósticos apressados e equivocados têm feito pessoas mal-educadas ficarem à

vontade para serem mal-educadas sob o pretexto de que estão dominadas pelo

TDAH. O fato de serem consideradas doentes facilita a aceitação de seu

comportamento impróprio.

Antes dos pais lidarem com o filho como apenas um mal-educado, ou como

um portador do TDAH, é importante que consulte um médico e receba a orientação

correta, base fundamental da boa educação.

A Psicoterapia surgiu para comprovar que é possível minimizar, as

dificuldades decorrentes da hiperatividade, através de intervenções em que sejam

utilizadas atividades lúdicas e centradas na aprendizagem, utilizando pesquisadores

que dedicaram suas vidas para estudarem o TDAH em todas suas dimensões,

deixando um legado muito vasto para a compreensão desde distúrbio bem como

testes que o identificam.

A TCC é uma abordagem que vem demonstrando com eficiência

comprovações no tratamento de indivíduos com TDAH. Há diversas pesquisas que

confirmam que o tratamento terapêutico associado ao tratamento medicamentoso,

alcançam mudanças significativas, e tornando mais consolidadas. É importante

ressaltar que as estratégias mencionadas nesta pesquisa são apenas algumas

poucas existentes para o tratamento dos sintomas do TDAH, pois a TCC possui

diversas outras ferramentas que o paciente pode acompanhar no seu tratamento,

com isso o paciente pode perceber que a mudança promovida para sua melhora é

de sua responsabilidade.

Muito já se avançou em relação a essa temática, apesar de não existir uma

legislação específica em âmbito nacional que ampare alunos diagnosticados com

TDAH, mas esses alunos podem se beneficiar de um conjunto de leis, resoluções e

diretrizes nacionais que dizem respeito ao sistema de educação, ou de legislação

locais especificas sobre o TDAH.

De acordo com a Lei 9.394/96 Art. 58 refere-se que a rede regular de ensino

deve oferecer condições favoráveis para que alunos com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, tenha uma

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educação igualitária aos demais alunos, havendo serviços de apoio especializados

quando houver necessidade para esses alunos.

De acordo com DuPaul (2007) somos obrigados a reconhecer que, embora

nosso entendimento sobre o TDAH tenha avançado imensamente nas ultimas

décadas, crianças com este transtorno ainda encontram dificuldades significativas

para o sucesso escolar. Para corrigir essa situação, precisamos avançar ainda mais

em duas áreas importantes, em primeiro lugar, os profissionais das áreas de

psicologia e educação devem aumentar seus conhecimentos e entendimentos sobre

as limitações dos estudantes com esse transtorno.

Em segundo lugar, a tecnologia ligada à avaliação e ao tratamento de

crianças com TDAH deve ser aperfeiçoada. Precisando desenvolver metodologias

que possam ir além dos relatos de pessoas importantes na vida das crianças a fim

de melhorar a validade do processo de avaliação.

Além disso, precisa de modalidades de tratamento eficazes e eficientes em

termos de custo, além de aceitáveis para consumidores. Portanto, o desafio maior é

que as pesquisas levem a uma prática eficiente, de modo que melhoras no

desempenho escolar sejam conquistadas, no longo prazo, para todas as crianças

com TDAH. Até que essa meta seja conquistada, contudo, as sugestões contidas

aqui podem servir como pontos de partida capazes de orientar as práticas atuais

para a melhora nos resultados educacionais para esses estudantes.

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