fatores relacionados com as respostas da testosterona e do cortisol ao treinamento de força

Upload: alberto-sarly-coutinho

Post on 05-Apr-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/2/2019 Fatores Relacionados com as Respostas da Testosterona e do Cortisol ao Treinamento de Fora

    1/54 Rev Bras Med Esporte Vol. 14, No 1 Jan/Fev, 2008

    Fatores Relacionados com as Respostas daTestosterona e do Cortisol ao Treinamentode ForaFactors Concerned with the Testosterone and Cortisol Response toStrength Training

    RESUMO

    Esse artigo visa revisar os resultados encontrados na literatura a respeito dos diversos fatores relacionadoscom a resposta hormonal aguda e crnica ao treinamento de fora. Foi observado que existe uma estreitarelao entre a treinabilidade de indivduos submetidos ao treinamento de fora e os nveis circulantes detestosterona nesses sujeitos. Alm disso, outros parmetros hormonais, tais como as razes entre a testos-terona e sua protena carreadora e entre a testosterona com o cortisol, tambm foram relacionados coma capacidade de aumento de fora. Diversos fatores ligados sesso de treino, alm das caractersticas dapopulao investigada, influenciam a resposta hormonal aguda e crnica ao treinamento. Entre esses fatores,o volume e a intensidade so as principais variveis ligadas magnitude dessa resposta. A determinao dequais fatores possam estar estreitamente relacionados com a resposta hormonal ao treinamento de forapode ser importante para o estabelecimento de uma sesso de treino e uma periodizao que otimizem oambiente anablico determinado pelas concentraes de testosterona e cortisol, e, dessa forma, maximizaros ajustes neuromusculares decorrentes desse tipo de treinamento.

    Palavras-chave: treinamento fsico, resposta hormonal aguda, ajustes endcrinos.

    ABSTRACT

    This study aims to review the results found in the literature concerning a variety of factors related to theacute and chronic hormonal response to strength training. It has been observed that there is a close relationshipbetween the trainability of individuals submitted to strength training and the circulating testosterone levels inthese subjects. Moreover, other hormonal parameters, such as the ratios between testosterone and its bindingprotein and between testosterone and cortisol, were also related to the ability to increase strength. Besidesthe characteristics of the population investigated, several factors associated with the training session affect the

    acute and chronic hormonal response to training. Among them, volume and intensity are the main variablesassociated with the magnitude of this response. Determining which factors might be closely related to thehormonal response to strength training may be important to establish a training session and a periodizationthat optimize the anabolic environment determined by the testosterone and cortisol concentrations, andthus enhance the neuromuscular adaptations resulting from this type of training.

    Keywords: physical training, acute hormonal response, endocrine adaptations.

    Eduardo Lusa Cadore1

    Michel Arias Brentano1

    Francisco Luiz Rodrigues Lhullier2

    Luiz Fernando Martins Kruel1

    1. Laboratrio de Pesquisa do

    Exerccio, Universidade

    Federal do Rio Grande do Sul

    2. Departamento de Anlises

    Clnicas, Pontifcia Universidade

    Catlica do Rio Grande do Sul

    Endereo para correspondncia:Rua: Felizardo, n 750

    Bairro: Jardim Botnico

    CEP.: 90690-200

    Escola de Educao Fsica/ LAPEX

    sala 208

    Universidade Federal do Rio Grande

    do Sul Porto Alegre RS Brasil

    Email: [email protected]

    Submetido em 03/10/2006

    Verso final recebida em 31/01/2007

    Aceito em 18/10/2007

    INTRODUOO treinamento de fora (TF) de alta intensidade um potente

    estmulo para o aumento da concentrao de testosterona como res-posta aguda(1-6). Esse estmulo possui alguns mecanismos de controle,

    independentes da estimulao pelo hormnio luteinizante (LH)(7,8)

    , ealguns fatores ligados a sesso de treino parecem influenciar nessaresposta(3,9-11). J com relao ao cortisol, hormnio relacionado de-gradao de protenas(2,7), embora a sua resposta aguda ao TF seja deaumento(5), a magnitude dessa resposta pode se mostrar menor emindivduos treinados(4,12).

    Alm do conhecida resposta aguda da testosterona ao treinode fora(1,13-16), resultados a respeito das concentraes em repousopermanecem controversos. Existem estudos que demonstraram au-mento de hormnios anablicos em repouso aps o treinamentode fora(5,9,10,12,13,17,18), levando alguns autores a sugerirem esse tipode treinamento como interveno para manuteno dos nveis detestosterona durante o envelhecimento(12). Entretanto, outros estudosno encontraram diferena alguma(12,15,19-21). Alm disso, o nmero de

    receptores andrognicos musculares tambm aparenta aumentar emresposta a esse tipo de treinamento (22-24) e pode melhorar a interaoentre hormnios anablicos e seus receptores celulares(24,25).

    Tm sido sugerido que as adaptaes neuromusculares observadas

    com o TF(26-28)

    sejam mediadas, em parte, pelas respostas agudas eajustes crnicos decorrentes do treino, nos nveis circulantes da tes-tosterona e do cortisol, alm de modificaes em seus receptorescelulares(29). Alm da conhecida ao desses hormnios no metabo-lismo muscular(30), a magnitude de aumento na fora muscular emindivduos submetidos ao TF tm sido relacionada com a concentraode testosterona, entre outros parmetros relacionados a esse hormnio[(i.e. razo testosterona/cortisol e testosterona/globulina ligadora dehormnio sexual-(SHBG)](9,31-33).

    Devido importncia da resposta hormonal aguda e dos ajustescrnicos do sistema endcrino ao treinamento de fora, a determinaode quais aspectos do treino tenham influncia nessas respostas podeser importante para se estabelecer um ambiente anablico timodurante uma sesso ou um perodo de treinamento. Sendo assim, o

    ArtigoDe reviso

  • 8/2/2019 Fatores Relacionados com as Respostas da Testosterona e do Cortisol ao Treinamento de Fora

    2/5

    5Rev Bras Med Esporte Vol. 14, No 1 Jan/Fev, 2008

    objetivo do presente estudo revisar os resultados obtidos na literaturaa respeito da influncia das concentraes de testosterona na treina-bilidade de indivduos submetidos ao TF e determinar quais os fatoresligados a sesso de treino so relacionados com a resposta hormonalaguda e crnica do sistema endcrino.

    Influncia da Testosterona na Treinabilidade

    Especificamente no mbito do metabolismo muscular, a testos-terona um potente estimulador da sntese de protenas (34), o queocorre atravs da interao do hormnio com seu receptor especfico

    na clula muscular. Alm disso, esse hormnio influencia a produode fora devido ao estmulo para transio das fibras do tipo II a umperfil mais glicoltico(35), ao aumento da liberao do fator de cres-cimento semelhante insulina I (IGF-I), mediada por sua influnciana amplitude de pulsos do hormnio do crescimento (GH)(36), almda influncia na sntese de neurotransmissores importantes para acontrao muscular(12).

    Alguns estudos demonstraram que entre os individuos submetidosao mesmo volume e intensidade de TF, os que possuem maiores con-centraes de testosterona, aumentam mais a fora e/ou potncia mus-culares aps o perodo de treinamento. Isso sugere que a treinabilidadede indivduos submetidos ao TF possui uma relao com parmetroshormonais ligados a testosterona e relao desse hormnio com a

    SHBG, sua protena carreadora, e com o cortisol, como demonstradopelos resultados desses estudos(9,13,20,31-33). O Quadro 1, demonstra resul-tados de estudos que encontraram correlaes entre parmetros hor-monais e variveis relacionadas com a fora muscular. Um aspecto quedeve ser salientado que outros fatores estruturais, tais como ngulo depenao e a composio de tipos de fibras podem interferir na produode fora(35), bem como o volume e a intensidade do TF influenciam pre-ponderantemente no aumento de fora decorrente do mesmo(18).

    indivduos(4,12,14). Essa resposta ao TF pode submeter a musculaturaesqueltica a uma elevada concentrao hormonal perifrica que podemelhorar a interao entre o hormnio e seus receptores celulares (41).Com relao ao cortisol, o aumento das concentraes tambm estrelacionado com fatores como a intensidade e o volume de treino(11),alm do nvel de treinamento da populao(4). Embora seu comporta-mento esteja relacionado a uma maior degradao de protenas(12,42),sua resposta ao exerccio muito importante no perodo de recupera-o aps uma sesso de treino, na regulao da reposio de substratoenergtico muscular(11), devido ao estmulo glicogenlise heptica.

    Mecanismos Sugeridos para o Aumento da Testosterona edo Cortisol em Resposta ao Exerccio

    A resposta da testosterona a uma sesso de exerccio pode refletiralguns mecanismos regulatrios adicionais aos processos que regulama secreo desse hormnio em repouso(12,13). Em estudo realizado porLu et al.(7), foi observado que o aumento da testosterona induzida peloexerccio em ratos machos tinha correlao com o aumento do lactatosangneo. Tendo observado essa resposta, esses autores realizaram invitro, a infuso de lactato nos testculos desses ratos, e observaram quehouve um comportamento dose-dependente de aumento de testos-terona. Tm sido demonstrado que os mtodos de TF que objetivama hipertrofia ou a resistncia muscular so tipos de treinamento fsicocom alta produo de lactato(11), o que sugere uma forte relao como mecanismo de aumento da testosterona via estimulao do lactatonos testculos(7).

    Outros mecanismos podem ser responsveis pelo aumento datestosterona induzido pelo exerccio, entre esses a atividade simp-tica aumentada em resposta ao exerccio(8) e o fluxo sangneo e avasodilatao relacionada liberao de xido ntrico aumentandoa liberao do hormnio(43). Embora esses estudos tenham utilizadoprotocolos de exerccio diferentes do treinamento de fora, Kraemeret al.(12) e Ahtiainen et al.(13) sugerem que esses mecanismos tambmpodem ser mediadores do aumento da testosterona em resposta aesse tipo de treino.

    J a resposta do cortisol ao exerccio aparenta ser regulada pormecanismos semelhantes ao controle desse hormnio durante o meta-bolismo de repouso. Kraemer et al.(12) observaram em indivduos jovense idosos submetidos a uma sesso de TF, que houve um aumentona liberao de adrenocorticotropina (ACTH) induzida pelo exerccio,o que possivelmente causou o aumento do cortisol em resposta mesma sesso de treino. interessante notar, que aps um perodode TF, mesmo com aumento da liberao de ACTH aps o exerccio,pode no ocorrer um aumento do cortisol (12). Foi sugerido que issoocorre devido a uma downregulation nos receptores de ACTH no crtexadrenal aps o perodo de treinamento(4,12).

    Variveis do TF Relacionados com a Resposta Hormonal

    possvel afirmar que a resposta hormonal ao exerccio esteja liga-da a algumas caractersticas inerentes sesso de treino, como nmerode sries e repeties, intensidade relativa carga mxima (percentualde 1 RM) e o tempo de intervalo. Segundo Smilios et al.(11), a quantidadeapropriada de trabalho durante o TF pode ser um fator determinantena resposta hormonal aguda, que pode gerar uma combinao timaentre os hormnios anablicos e catablicos estimulados. Isso poderesultar em um ambiente mais favorvel para adaptaes neuromuscu-lares ao treinamento, como o aumento de fora e massa muscular.

    A influncia preponderante do volume nas respostas hormonais adiferentes mtodos de treino foram observadas por Hkkinen e Paka-rinen(31) que compararam a resposta hormonal em uma sesso quereunia 20 sries de 1 RM, com outra que contava com 10 sries de 10RM com 70% de 1 RM, ambas com 3 minutos de intervalo. Os autores

    Quadro 1. Relao entre parmetros hormonais e variveis relacionadas a foramuscular .

    Autor Variveis Relacionadas

    Hkkinen et al.(9)Mdia anual da razo TT/COR e mdia de fora isomtrica m-xima (r=0,77, p

  • 8/2/2019 Fatores Relacionados com as Respostas da Testosterona e do Cortisol ao Treinamento de Fora

    3/5

    Rev Bras Med Esporte Vol. 14, No 1 Jan/Fev, 2008

    observaram aumento significativo (P

  • 8/2/2019 Fatores Relacionados com as Respostas da Testosterona e do Cortisol ao Treinamento de Fora

    4/5

    Rev Bras Med Esporte Vol. 14, No 1 Jan/Fev, 2008

    maior aumento agudo nos hormnios catablicos(11), o estudo realizadopor Marx et al.(18) demonstrou o TF com maior volume e intensidadepode levar a um aumento crnico nos hormnios anablicos superiora um TF com volume e intensidade menor. Esse ajuste pode ser umfator mediador da maior performance na produo de fora observadaem indivduos treinados com mltiplas sries quando comparados aindivduos treinados com sries simples(49).

    O quadro 2 mostra resumidamente a metodologia e os resulta-dos de estudos que avaliaram concentraes hormonais de repouso.Contudo, modificaes nas concentraes de repouso aparentam ser

    modificaes transitrias resultantes de aumento ou diminuio naintensidade e principalmente no volume(13). No entanto, o verdadeiropapel dessas modificaes nas adaptaes neuromusculares ao trei-namento ainda no foi determinado.

    Ajustes nos Receptores Andrognicos da Clula Muscular

    Existem evidncias de que ajustes celulares possam ser fatores cha-ve para a hipertrofia induzida pelo treinamento(22-25,29,51). Esses ajustescorrespondem ao aumento no nmero dos receptores andrognicosmusculares, que aparentam depender do padro de resposta agudada testosterona ao exerccio(24). Segundo Izquierdo et al.(33), um nmeromaior de receptores e uma maior sensibilidade desses receptores aohormnio pode melhorar a ao trfica do mesmo nas clulas alvo. Defato, o aumento dos receptores celulares testosterona foi observadoem estudo realizado por Inoue et al.(22). Esses autores submeteram ratosmachos a um treinamento realizado com estimulao eltrica, e ob-servaram que a hipertrofia muscular observada ocorreu paralela a umaumento significativo no n de receptores andrognicos celulares. Emoutro estudo realizado por Inoue et al.(23), foi observado que a supressodos receptores andrognicos por receptores antagonistas, diminuiu oaumento de massa muscular obtido com estimulao eltrica.

    Em estudo realizado por Kadi et al.(29), foram mensuradas as quan-

    tidades de receptores andrognicos por rea de fibra muscular, nosmsculos trapzio superior e vasto lateral, de homens halterofilistasde alto rendimento. A amostra era composta por indivduos treina-dos com utilizao de esterides anablicos exgenos (31 3 anos)e sem a utilizao desse recurso (28 8 anos), alm de indivduosno treinados (23 3 anos). Os resultados mostraram que ambos osgrupos treinados possuiram maior quantidade de receptores andro-gnicos por rea de fibra muscular no trapzio superior que o grupono treinado. Alm disso, o grupo que utilizava esterides anablicosexgenos apresentou maiores valores que o grupo que somente trei-

    nava (P

  • 8/2/2019 Fatores Relacionados com as Respostas da Testosterona e do Cortisol ao Treinamento de Fora

    5/5

    Rev Bras Med Esporte Vol. 14, No 1 Jan/Fev, 2008

    1. Deschenes MR, Maresh CM, Armstrong LE, Covault J, Kraemer WJ, Crivello JF. Endurance and resistanceexercise induce muscle fiber type specific responses in androgen binding capacity. J Steroid BiochMol Biol 1994; 50: 175-9.

    2. Hkkinen K, Pakarinen A. Serum hormones and strength development during strength training inmiddle-aged and elderly males and females. Acta Physiol Scand 1994; 150: 211-9.

    3. Hkkinen K, Pakarinen A. Acute hormonal responses to heavy resistance exercise in men and womenat different ages. Int J Sports Med 1995; 16: 507-13.

    4. Cadore EL, Brentano MA, Lhullier FLR, Silva EM, Spinelli R, Kruel LFM et al. Hormonal concentrationsat rest and induced by a superset strength training session in long-term strength-trained and un-trained middle-aged men. Abstract book of Annual Congress of European College of Sports Science2005; 10: 104-5.

    5. Staron RS, Karapondo DL, Kraemer WJ, Fry AC, Gordon SE, Falkel JE, et al. Skeletal muscle adaptations du-ring early phase of heavy-resistance training in men and women. J Appl Physiol 1994; 76: 1247-55.

    6. Canali ES, Kruel LFM. Respostas hormonais ao exerccio. Rev Paul Edu Fs 2001; 15: 141-53.7. Lu S, Lau C, Tung Y, Huang S, Chen Y, Shih H, et al. Lactate and the effects of exercise on testoste-

    rone secretion: evidence for the involvement of cAMP-mediated mechanism. Med Sci Sports Exerc1997; 29: 1048-54.

    8. Fahrner CL, Hackney AC. Effects of endurance exercise on free testosterone concentration and bindingaffinity of sex hormone binding globulin (SHBG). Int J Sports Med 1998; 19: 2-15.

    9. Hkkinen K, Pakarinen A, Alen M, Kauhanen H, Komi PV. Neuromuscular and hormonal adaptations

    in athletes to strength training in two years. J Appl Physiol 1988; 65: 2406-12.10. Kraemer WJ, Fleck SJ, Dziados JE, Harman EA, Marchitelli LJ, Gordon SE, et al. Changes in hormo-nal concentrations after different heavy-resistance exercise protocols in women. J Appl Physiol1993; 75: 494-504.

    11. Smilios I, Pilianidis T, Karamouzis M, Tokmakidi s S. Hormonal responses after various resistance exerciseprotocols. Med Sci Sports Exerc 2003; 35: 644-54.

    12. Kraemer WJ, Hkkinen K, Newton RU, Nindl BC, Volek JS, Mccormick M, et al. Effects of resistancetraining on hormonal response patterns in younger vs. older men. J Appl Physiol 1999; 87: 982-92.

    13. Ahtiainen JP, Pakarinen A, Alen M, Kraemer WJ, Hkkinen K. Muscle hypertrophy, hormonal adapta-tions and strength development during strength training in strength-trained and untrained men.Eur J Appl Physiol 2003; 89: 555-63.

    14. Cadore EL, Lhullier FLR, Brentano MA, Silva EM, Spinelli R, Kruel LFM, et al. Homens de meia idadetreinados e no treinados possuem diferentes respostas hormonais salivares ao treinamento de fora.In: Livro de Resumos da XXI Reunio Anual da Federao de Sociedades de Biologia Experimental guas de Lindia 2006: 61.

    15. Hansen S, Kvorning T, Kjar M, Sjogaard, G. The effect of short-term strength training on humanskeletal muscle: the importance of physiologically elevated hormone levels. Scand J Med Sci Sports2001; 11: 347-54.

    16. Kraemer WJ, Marchitelli LJ, Gordon SE, Harman E, Dziados JE, Mello R, et al. Hormonal and growthfactor responses to heavy resistance exercise protocols. J Appl Physiol1990; 69: 1442-50.

    17. Izquierdo M, Ibaez J, Badillo JJG, Hkkinen K, Ratamess NA, Kraemer WJ, et al. Differential effects ofstrength training leading to failure versus not to failure on hormonal responses, strength or powergains. J Appl Physiol 2006; 100: 1646-56.

    18. Marx JO, Ratamess NA, Nindl BC, Gotshalk LA, Volek, JS, Dohi K, et al. Low-volume circuit versushigh-volume periodized resistance training in women. Med Sci Sports Exerc 2001; 33: 635-43.

    19. Ahtiainen JP, Pakarinen A, Alen M, Kraemer WJ, Hkkinen K. Short vs. long rest period between thesets in hypertrophic resistance training: influence on muscle strength, size, and hormonal adaptationsin trained men. J Strength Cond Res 2005; 19: 572-82.

    20. Hkkinen K, Pakarinen A, Kraemer WJ, Hkkinen A, Valkeinen H, Alen M. Selective muscle hypertrophy,changes in EMG and force, and serum hormones during strength training in older women. J ApplPhysiol2001a; 91: 569-80.

    21. Ryan AS, Treuch MS, Rubin MA, Miller JP, Nicklas BJ, Landis DM, et al. Effects of strength training onbone mineral density: hormonal and bone turnover relationships. J Appl Physiol1994; 77: 1678-84.

    22. Inoue K, Yamasaki T, Fushiki T, Kano T, Moritani T, Itoh K, et al. Rapid increase in the number of androgenreceptors following electrical stimulation of the rat muscle. Eur J Appl Physiol1993; 66: 134-40.

    23. Inoue K, Yamasaki T, Fushiki T, Okada Y, Sugimoto, E. Androgen receptor antagonist suppressesexercise-induced hypertrophy of skeletal muscle. Eur J Appl Physiol1994; 69: 88-91.

    24. Willoughby DS, Taylor L. Effects of sequential bouts of resistance exercise on androgen receptorexpression Med Sci Sports Exerc 2004; 36: 1499-1506.

    25. Bamman MM, Ship JR, Jiang J, Gower BA, Hunter GR, Goodman A, et al. Mechanical load increases

    muscle IGF-I and androgen receptor mRNA concentration in humans. American J Physiol: EndocrinolMetab 2001; 280: 383-90.

    26. Hkkinen K, Alen M, Kallinen M, Newton RU, Kraemer WJ. Neuromuscular adaptation during prolongedstrength training, detraining and re-training in middle-aged and elderly people. Eur J Appl Physiol 2000; 83: 51-62.

    27. Tsolakis CK, Vagenas GK, Dessypris AG. Strength adaptations and hormonal responses to resistancetraining and detraining in preadolescent males. J Strength Cond Res 2004; 18: 6259.

    28. Hkkinen K, Kraemer WJ, Newton RU, Alen M. Changes in electromyographic activity, muscle fibreand force production characteristics during heavy resistance/power strength training in middle-agedand older men and women. Acta Physiol Scand 2001b; 171: 51-62.

    29. Kadi F, Bonnrud P, Eriksson A, Thornell LE. The expression of androgen receptors in human neck andlimb muscles: effects of training and self-administration of androgenic steroids. Histochem Cell Biol2000; 113: 25-9.

    30. Bhasin SW, Woodhouse L, Casaburi R, Singh AB, Bhasin D, Berman N, et al. Testosterone dose-responserelationships in healthy young men. American J Physiol: Endocrinol Metab 2001; 281: 1172-81.

    31. Hkkinen K, Pakarinen A. Acute hormonal responses to two different fatiguing heavy-resistanceprotocols in male athletes. J Appl Physiol1993a; 74: 882-7.

    32. Hkkinen K, Pakarinen A. Muscle strength and serum testosterone, cortisol and SHBG concentrationsin middle-aged and elderly men and women. Acta Physiol Scand 1993b; 148: 199-207.

    33. Izquierdo M, Hkkinen K, Ibaez J, Garrues M, Antn A, Zniga A, et al. Effects of strength training on musclepower and serum hormones in middle-aged and older men. J Appl Physiol2001; 90: 1497-1507.

    34. Griggs RC, Kingston W, Jozefowcz RF, Herr BE, Forbes G, Halliday D. Effects of testosterone on muscle

    mass and muscle protein synthesis. J Appl Physiol 1989; 66: 498-503.35. Ramos E, Frontera WR, Llopart A, Feliciano D. Muscle strength and hormonal levels in adolescents:

    gender related differences. Int J Sports Med 1998; 19: 526-31.36. Bross R, Javanbakht M, Bhasin S. Anabolic intervention for aging-associated sarcopenia. J Clin Endo-

    crinol Metab 1999; 84: 3420-30.37. Smilios I, Pilianidis T, Karamouzis M, Parlavantzas A, Tokmakidis SP. Hormonal responses after strength

    endurance resistance exercise protocol in young and elderly males. Int J Sports Med 2006; 6: [epuba head of print].

    38. Durand JR, Castracane VD, Hollander DB, Trynieck JL, Bamman MM, Oneal S, et al. Hormonal responsesfrom concentric and eccentric muscle contractions. Med Sci Sports Exerc 2003; 35: 937-43.

    39. Kraemer RR, Hollander DB, Reeves GV, Francois M, Ramadan ZG, Meeker B, et al. Similar hormonalresponses to concentric and eccentric muscle actions using relative loading. Eur J Appl Physiol2006; 96: 551-7.

    40. Hkkinen K, Pakarinen A, Newton RU, Kraemer WJ. Acute hormonal responses to heavy resistancelower and upper extremity exercise in young versus old men. Eur J Appl Physiol 1998b; 77: 312-9.

    41. Hoffman JR, Im J, Rundell KW, Kang J, Nioka S, Speiring BA, et al. Effects of muscle oxygenation duringresistance exercise on anabolic hormone response. Med Sci Sports Exerc 2003; 35: 1929-34.

    42. Brownlee KK, Moore AW, Hackney AC. Relationship between circulating cortisol and testosterone:influence of physical exercise. J Sports Sci Med 2005; 4: 76-83.

    43. Meskaitis, VJ, Harman FS, Volek JS, Nindl BC, Kraemer WJ, Weinstok D, et al. Effects of exercise ontestosterone and nitric oxide production in the rats testis. J Androl Suppl 1997: 31.

    44. Kraemer WJ, Fry AC, Warren BJ, Stone, Fleck SJ, Kearney JT, et al. Acute hormonal responses in elitejunior weightlifters. Int J Sports Med 1992; 13: 103-9.

    45. Nicklas BJ, Ryan AS, Treuth MM, Harman SM, Blackman MR, Hurley BF, et al. Testosterone, growthhormone and IGF-I responses to acute and chronic resistive exercise in men aged 55-70 years. Int JSports Med 1995; 16: 445-50.

    46. Hickson RC, Hidaka K, Foster C, Falduto M T, Chatterton Jr RT. Successive time courses of strength deve-lopment and steroid hormone responses to heavy-resistance training. J Appl Physiol 1994; 76: 663-70.

    47. Raastad, T, Glomsheler T, Bjoro T, Hallen J. Recovery of skeletal muscle contractility and hormonalresponses to strength exercise alter two weeks of high-volume strength training. Scand J Med SciSports 2003; 13: 159-68.

    48. Kraemer WJ, Patton JF, Gordon SE, Harman EA, Deschenes MR, Reynolds K, et al. Compatibility ofhigh-intensity strength and endurance training on hormonal and skeletal muscle adaptations. J ApplPhysiol1995; 78: 976-89.

    49. Kemmler WK, Lauber D, Engelke K, Weineck J. Effects of single- vs. multiple-set resistance trainingon maximun strength and body composition in trained postmenopausal women. J Strength CondRes 2004; 18: 68994.

    50. Kraemer WJ, Staron RS, Hagerman FC, Hikida RS, Fry AC, Gordon SE, et al. The effects of short-termresistance training on endocrine function in men women. Eur J Appl Physiol 1998; 78: 69-76.

    51. Ratamess, NA, Kraemer WJ, Volek JS, Maresh CM, Vanheest JL, Sharman MJ, et al. Androgen receptorcontent following heavy resistance exercise in men. J Steroid Biochem Mol Biol 2005; 93: 35-42.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Todos os autores declararam no haver qualquer potencial conflito de

    interesses referente a este artigo.

    O aumento observado nos receptores andrognicos muscularesaps o TF aparenta ocorrer aps um perodo de downregulation logoaps a sesso de treino. Ratamess et al.(51) observaram, em homensadultos jovens, que a resposta aguda desses receptores, uma hora apsuma sesso de TF com 6 sries de 10 RM no exerccio de agachamento,era de diminuio, fato que no ocorreu aps a realizao de somenteuma srie. Possivemente, isso tenha ocorrido em funo do maiorcatabolismo muscular observado aps o protocolo de 6 sries.

    Os ajustes nos receptores andrognicos, aparentam ser mecanis-mos responsveis pelo aumento da sntese de protenas decorrente

    do TF(5), sendo determinados pelo padro da resposta aguda da tes-tosterona(24). Alm disso, foi observado que esse ajuste ocorre logono incio do treinamento, aps um perodo de regulao para baixoimediatamente aps o exerccio(51).

    CONCLUSES

    Como foi observado nos estudos apresentados na presente reviso,

    existe uma relao entre treinabilidade de indivduos submetidos ao TFe os nveis circulantes de testosterona nesses indivduos. Por outro lado,fatores ligados sesso de treino e caractersticas da populao inves-tigada, aparentam influenciar na resposta hormonal aguda e crnica,o que confere uma plasticidade na resposta do sistema endcrino aoexerccio. Alm disso, o aumento nos receptores hormonais celularespossuem um papel chave na hipertrofia muscular observada com o TF.Contudo, a determinao de quais fatores possam estar relacionadoscom a resposta hormonal ao TF pode ser importante para a prescriode uma sesso de treino e uma periodizao que otimizem o ambien-te anablico determinado pela testosterona e pelo cortisol, e sendoassim, maximizar os ajustes neuromusculares decorrentes desse tipode treinamento.